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Construção e Operação de uma Unidade de Enchimento de GPL Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e Termos de Referência (TdR) Cliente: Glencore Moçambique, Limitada Versão: 1.1 Julho de 2016 www.erm.com

Construção e Operação de uma Unidade de Enchimento …ERM) para realizar o estudo de Impacto Ambiental (AIA) do projecto que, de forma subsequente, elaborou e submeteu, a 11 de

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Construção e Operação de uma Unidade de Enchimento de GPL

Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e Termos de Referência (TdR) Cliente: Glencore Moçambique, Limitada Versão: 1.1 Julho de 2016 www.erm.com

Glencore Moçambique Limitada (Proponente do Projecto)

Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e de Definição de Âmbito (EPDA) e Termos de Referência (TdR)

Julho de 2016 Referência: 0331344

Preparado por: Revisto por: Aprovado por:

Décio Camplé Rodrigo Ferreira Paula Gonzalez

Este relatório foi preparado pela Environmental Resources Management, e Impacto, com toda a competência, cuidado e diligência razoáveis nos termos do Contrato com o cliente, incorporando os nossos Termos Gerais e Condições de Negócios e considerando os recursos dedicados ao mesmo em acordo com o cliente. Não aceitamos qualquer responsabilidade perante o cliente e outros com relação a nenhum assunto fora do âmbito acima. Este relatório é confidencial para o cliente e não aceitamos nenhuma responsabilidade perante terceiras partes a quem este relatório ou partes deste relatório sejam divulgadas. Tais partes referem-se ao relatório a seu próprio risco.

LISTA DE ACRÓNIMOS

Abreviatura Definição °C Graus Celcius AIA Avaliação de Impacto Ambiental AID Área de Influência Directa AII Área de Influência Indirecta CFM Caminhos de Ferro de Moçambique DINAB Direcção Nacional de Ambiente DPTADER Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural DUAT Direito de Uso e Aproveitamento de Terra EDM Electricidade de Moçambique EIA Estudo de Impacto Ambiental EIAS Estudo de Impacto Ambiental e Social EPDA Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito ERM Environmental Resources Management FIPAG Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água GPL Gás de Petróleo Liquefeito INE Instituto Nacional de Estatística I.P Instrução do processo m Metro m3 Metro cúbico m3/s Metro cúbico por segundo MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental MIC Ministério da indústria e Comércio MQR Matriz de Questões e Respostas MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural mm Milímetro ONGs Organizações Não-Governamentais PGA Plano de Gestão Ambiental PI&As Partes Interessadas e Afectadas PPP Processo de Participação Pública REIA Relatório de Estudo de Impacto Ambiental RPP Relatório de Participação Pública TdR Termos de Referencia

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RESUMO NÃO TÉCNICO INTRODUÇÃO A Glencore Moçambique, Lda. empresa do ramo de Petróleo e Gás, pretende instalar uma unidade de enchimento de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) no Bairro da Munhava - Casquinha, na Cidade da Beira, Província de Sofala, em Moçambique. A referida unidade será construída de raiz, numa área de 15000m2 e terá uma capacidade de enchimento de GPL, na fase inicial, de 15000 toneladas métricas por ano, estando previsto o enchimento diário de, aproximadamente, 4000 botijas cilíndricas. , Nos termos da Lei do Ambiente (Lei 20/97) a implementação do projecto é condicionada á obtenção de uma Licença Ambiental. De forma a obter esta licença, A Glencore Moçambique Lda., está a conduzir uma avaliação de Impacto Ambiental (AIA), de acordo com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação Ambiental (Decreto 45/2004 de 29 de Setembro). Para o efeito, a Glencore contratou a Environmental Resources Management (ERM) para realizar o estudo de Impacto Ambiental (AIA) do projecto que, de forma subsequente, elaborou e submeteu, a 11 de Fevereiro de 2016, à Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER) de Sofala a respectiva Instrução do Processo (I.P) para o registo e categorização da actividade supracitada. Após a pré-avaliação da I.P, e baseando-se no Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, a DPTADER classificou o projecto como sendo de Categoria A (Anexo I – Carta de Categorização, com referência 183/DGA/180) sendo, para o efeito, necessária a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Em consequência, a DPTADER recomendou a elaboração do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e de Definição de Âmbito (EPDA) e os respectivos Termos de Referência (TdR), que deverão ser posteriormente remetidos a esta autoridade ambiental para análise e aprovação. JUSTIFICATIVA DO PROJECTO No contexto da análise de oportunidades de expansão em território nacional, a Glencore Moçambique, Lda. efectuou uma pesquisa de mercado, tendo identificado uma significativa demanda de consumo no âmbito da actual disponibilidade e distribuição/fornecimento de gás nas zonas Centro e Norte de Moçambique. Neste âmbito, o presente projecto surge como resposta a esta crescente demanda no consumo de GPL nesta geografia, onde não existem unidades de enchimento deste produto. Actualmente, todas as botijas de gás são enchidas em Maputo e transportadas para o resto do País, o que faz com que os custos de transporte associados, inevitavelmente, se reflictam no preço final do produto.

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Espera-se que com a existência de uma unidade de enchimento de GPL no centro do País se incremente de forma substancial a oferta (i.e. disponibilidade de gás) e, consequentemente, se contribua para a redução do custo final de venda ao público, minimizando ao mesmo tempo a probabilidade de situações de rotura de stock – causa recorrente para fenómenos especulativos de mercado. DESCRIÇÃO SUMÁRIA DO PROJECTO O proponente do projecto, a Glencore Moçambique Lda., pretende construir e operar uma unidade de enchimento de botijas de GPL numa área de 15000m2 (150m x 100m), localizada na Cidade da Beira no Bairro da Munhava-Casquinha, na Província de Sofala. A área de localização do projecto encontra-se classificada de acordo com o Município da Beira, como área definida e parcelada para fins industriais.

Figura 1 Localização do Projecto

O projecto da unidade de enchimento de botijas de GPL será desenvolvido em duas fases distintas, respectivamente, a construção e a sua operação. Fase de Construção A construção da unidade contempla a mobilização de materiais e equipamentos para a edificação e montagem dos componentes para a operacionalização do terminal. Nesta fase ocorrerão várias actividades tais como o fornecimento de materiais e equipamentos, a sua instalação, soldadura, inspecção, testes variados, pintura, calibração, trabalhos

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mecânicos, trabalhos de engenharia e de estruturas, trabalhos eléctricos, entre outras. A matéria-prima para a construção da unidade de enchimento de GPL, será maioritariamente constituída por estruturas metálicas, a serem adquiridas na Africa do Sul, Europa, China, Estados Unidos ou Japão. Estas estruturas serão principalmente: • Tanques de GPL e de água para combate a incêndios; • Tubagem diversa; • Equipamento de enchimento de botijas de GPL: e • Bombas diversas. Outro tipo de matéria-prima poderá ser adquirida localmente, incluindo cimento de construção, areia, pedra, entre outras disponíveis. Fase de Operação A fase de operação refere-se às actividades correntes (do dia-a-dia) da unidade de enchimento, que vão desde a recepção do GPL, ao armazenamento e enchimento das botijas, até à sua expedição. O GPL virá do terminal de GPL situado no Porto da Beira, através de camiões cisterna, que descarregarão o produto na unidade de enchimento na estrutura de descarregamento de GPL através do uso de duas bombas que debitam 80m3/h dos camiões cisterna para os dois tanques horizontais com capacidade para armazenar 83 m3 cada um. Dos tanques e através de uma bomba, o GPL será posteriormente transferido por via das tubagens para o carrossel da linha de enchimento que irá encher, em simultâneo, até 12 botijas de GPL. Seguidamente, as botijas serão armazenadas em paletes de madeira e transportadas por uma empilhadeira até aos camiões, para sua expedição. As botijas vazias que serão recebidas para enchimento serão colocadas numa área destinada a botijas vazias, onde passarão por um processo de desgaseificação, antes de serem reutilizadas no processo de enchimento PRINCIPAIS IMPACTOS IDENTIFICADOS Os principais impactos ambientais e sociais considerados relevantes no projecto em questão identificados nesta fase, estão resumidos nas tabelas abaixo:

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Tabela 1 Principais Impactos Identificados

Impactos Biofísicos

Qualidade do Ar

Fase de Construção Fase de Operação Emissão de poluentes associados aos seguintes aspectos: Funcionamento de máquinas e equipamentos tais como geradores e bombas que devido ao processo de combustão libertam poluentes (ex.: óxidos de nitrogénio (NOx), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), e matéria particulada (por ex., PM10), \ incluindo compostos orgânicos voláteis (COVs/VOCs) e metais); Transferência e armazenamento de líquidos perigosos (ex.: combustíveis) que podem ocasionar emissões fugitivas de poluentes; e Circulação de veículos afectos a fase de construção que de forma similar a outros processos de combustão culminará com emissões de CO, NOx, SO2, PM e COVs (VOCs).

Emissão de poluentes associados aos seguintes aspectos:

Desgaseificação de botijas; Limpeza, purga e

desconexão de botijas; e Descarga e enchimento de

GPL;

Solos

Poluição dos solos associada aos seguintes aspectos:

Escavações e construção de infra-estruturas; e

Uso e armazenagem inadequado de substâncias perigosas (explosão, derrames, etc.).

Poluição dos solos associada aos seguintes aspectos:

Uso e armazenagem inadequado de substâncias perigosas (explosão, derrames, etc.).

Ruído

Emissão de ruído associado aos seguintes aspectos:

Circulação de veículos e equipamentos, bem como a instalação das infra-estruturas e trabalhos mecânicos.

Emissão de ruído associado aos seguintes aspectos:

Carga e descarga de botijas (metálicas) de GPL, sua armazenagem na instalação, bem como o seu transporte nas linhas de enchimento.

Recursos Hídricos Subterrâneos

Poluição dos recursos hídricos subterrâneos associada aos seguintes aspectos:

Escavações e construção de infra-estruturas.

Durante a fase de operação, e uma vez que o layout do projecto prevê a pavimentação e impermeabilização da área do projecto impedindo a infiltração de possíveis substancias contaminantes, não se prevê a ocorrência de impactos sobre os recursos hídricos subterrâneos.

Impactos Socioeconómicos Fase de Construção Fase de Operação

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Impactos Biofísicos

Fase de Construção Fase de Operação

Geração de Postos de Trabalho

Geração de postos de trabalho (na sua maioria para mão-de-obra não qualificada) associados as actividades de construção do projecto.

Geração de postos de trabalho associados as actividades de operação do projecto, embora nesta fase em menor quantidade (10 pessoas) devido a as características de funcionamento do projecto.

Interacção com as Infra-estruturas

Industriais Circundantes

Possível obstrução da via de acesso a área do projecto, uma vez que a estrada de acesso é única e compartilhada por outras unidades industriais existentes na envolvente da área do projecto.

Possível obstrução da via de acesso a área do projecto, uma vez que a estrada de acesso é única e compartilhada por outras unidades industriais existentes na envolvente da área do projecto.

CONCLUSÕES E PRÓXIMOS PASSOS O objectivo do presente EPDA é, da análise do projecto e da área proposta para a sua implantação, verificar a viabilidade ambiental do projecto através da determinação da existência, ou não, de questões fatais de ordem ambiental e/ou social que possam determinar a sua suspensão; a identificação de aspectos biofísicos e sociais que possam influenciar o desenho do projecto; a determinação (preliminar) dos principais impactos ambientais e sociais do projecto; bem como a apresentação de Termos de Referência (TdR) para o EIA. Com base na avaliação inicial da área do projecto, bem como dos potenciais impactos, conclui-se que não existem questões fatais, ambientais e sociais, que impeçam a prossecução do projecto e da AIA. Entretanto, foram identificados potenciais impactos ambientais e sociais, associados com as fases do projecto, com efeitos nos seguintes aspectos ambientais e sociais: Atmosfera (qualidade do ar) Geologia Solos Ruído Postos de Trabalho/Emprego Infra-estruturas vizinhas Segurança operacional (associada a eventos extremos/não planeados)

O presente relatório será entregue ao MITADER, que dará o seu parecer e comentários sobre a análise efectuada. Posteriormente será desenvolvido o Estudo de Impacto Ambiental, onde será feita uma avaliação detalhada dos potenciais impactos ambientais e sociais e, subsequentemente, definidas medidas de mitigação para reduzir e ou elimina-los. Esta avaliação deverá ser efectuada (mas não limitada a esta) por especialistas das referidas áreas e deverá incluir estudos sobre os solos, ruído e qualidade do ar.

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A avaliação irá incluir a classificação da magnitude e significância dos impactos. Posteriormente será elaborado o Plano de Gestão Ambiental (PGA), que incluirá requisitos de gestão dos aspectos ambientais e sociais para a fase de construção e operação. No caso de ter algum comentário sobre as questões identificadas acima por favor faça-nos chegar para os seguintes contactos: ERM Mozambique Décio Camplé Rua dos Desportistas | Vodacom Building no. 649 | 12o Andar | Maputo | Mozambique +258 84 310 9502 [email protected]

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CONTENTS

1 INTRODUÇÃO 3

1.1 ANTECEDENTES DO PROJECTO 3 1.2 JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO 4 1.3 OBJECTIVO DO RELATÓRIO DE EPDA 4 1.4 IDENTIFICAÇÃO E ENDEREÇO DO PROPONENTE E DO CONSULTOR AMBIENTAL 5

2 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL 7

2.1 PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES LIGADAS 7 2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 7 2.3 OUTROS DISPOSITIVOS LEGAIS APLICÁVEIS À ACTIVIDADE 10 2.4 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA SOBRE GPL 11

3 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL 12

3.1 DIAGRAMA DO PROCESSO DE AIA 12 3.2 PRÉ-AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE AIA (INSTRUÇÃO DO PROCESSO) 14 3.3 ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DO ÂMBITO (DEFINIÇÃO

DO ÂMBITO) 14 3.4 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA 15 3.5 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL 16

4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 18

4.1 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO 18 4.2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 19 4.3 MÃO-DE-OBRA 25 4.4 NECESSIDADES DE ÁGUA E ENERGIA ELÉCTRICA 25 4.5 GERAÇÃO DE RESÍDUOS 25

5 DESCRIÇÃO PRELIMINAR DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA DO PROJECTO 26

5.1 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA 26 5.2 AMBIENTE FÍSICO 26 5.3 AMBIENTE SOCIOECONÓMICO 33

6 POTENCIAIS IMPACTOS DO PROJECTO E ANALISE DE QUESTÕES FATAIS 37

6.1 ANÁLISE DAS QUESTÕES FATAIS 37 6.2 ACÇÕES POTENCIALMENTE CAUSADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS 37 6.3 POTENCIAIS IMPACTOS BIOFÍSICOS 38 6.4 PRINCIPAIS IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS E DE SEGURANÇA OPERACIONAL 40

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7 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O EIA 41

7.1 OBJECTIVOS E ÂMBITO DOS TERMOS DE REFERÊNCIA 41 7.2 COMPONENTES AMBIENTAIS DO EIA 41 7.3 METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS 42 7.4 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE OS PRINCIPAIS COMPONENTES AMBIENTAIS E

SOCIOECONÓMICOS 45 7.5 O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA 48

8 CONCLUSÃO 50

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1 INTRODUÇÃO

1.1 ANTECEDENTES DO PROJECTO

A Glencore Moçambique, Lda. empresa do ramo de Petróleo e Gás, pretende instalar uma unidade de enchimento de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) no Bairro da Munhava - Casquinha, na Cidade da Beira, Província de Sofala, em Moçambique. De acordo com o actual Plano de Estrutura Urbana actual do Município da Beira, trata-se de uma área definida e parcelada para fins industriais. A referida unidade será construída de raiz, numa área de 15000m2 e terá uma capacidade de enchimento de GPL, na fase inicial, de 15000 toneladas métricas por ano, estando previsto o enchimento diário de, aproximadamente, 4000 botijas cilíndricas. Para a operação de esta unidade, de acordo com o Decreto 45/2004, é necessária a obtenção de uma Licença Ambiental e para o efeito, a Glencore contratou a Environmental Resources Management (ERM) para realizar o estudo de Impacto Ambiental (AIA) do projecto. Para a sua operacionalização, o Projecto irá necessitar de uma Licença Ambiental outorgada pelo Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), em conformidade com o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto Nº. 45/2004 conforme alterações através do Decreto Nº. 42/2008), como o Regulamento Ambiental para as Operações Petrolíferas (Decreto 56/2010). Assim, a ERM elaborou e submeteu à Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER) de Sofala, a 11 de Fevereiro de 2016, a respectiva Instrução do Processo (I.P) para o registo e categorização da actividade supracitada. Após a pré-avaliação da I.P, e baseando-se no Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, a DPTADER classificou o projecto como sendo de Categoria A (Anexo I – Carta de Categorização, com referência 183/DGA/180) sendo, para o efeito, necessária a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Em consequência, a DPTADER recomendou a elaboração do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e de Definição de Âmbito (EPDA) e os respectivos Termos de Referência (TdR), que deverão ser posteriormente remetidos a esta autoridade ambiental para análise e aprovação.

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Salienta-se que a Glencore efectuou a Instrução do Processo para este Projecto junto da DPTADER de Sofala conforme exigido nos termos do Decreto Nº. 45/2004. Assim, o Projecto da Glencore foi registado ao abrigo do Decreto Nº. 45/2004 e será conduzido em conformidade com os requisitos contidos nesta legislação. A potencial aplicação dos novos requisitos num Projecto que já está em execução será discutida com o MITADER como parte da apresentação do presente EPDA. Este documento apresenta o Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e de Definição de Âmbito (EPDA) e os respectivos Termos de Referência (TdR).

1.2 JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO

No contexto da análise de oportunidades de expansão em território nacional, a Glencore Moçambique, Lda. efectuou uma pesquisa de mercado, tendo identificado uma significativa demanda de consumo no âmbito da actual disponibilidade e distribuição/fornecimento de gás petróleo liquefeito nas zonas Centro e Norte de Moçambique. Neste âmbito, o presente projecto surge como resposta a esta crescente demanda no consumo de GPL nesta geografia, onde não existem unidades de enchimento deste produto. Actualmente, todas as botijas de gás são enchidas em Maputo e transportadas para o resto do País, o que faz com que os custos de transporte associados, inevitavelmente, se reflictam no preço final do produto. Espera-se que com a existência de uma unidade de enchimento de GPL no centro do País se incremente de forma substancial a oferta (i.e. disponibilidade de gás) e, consequentemente, se contribua para a redução do custo final de venda ao público, minimizando ao mesmo tempo a probabilidade de situações de rotura de stock – causa recorrente para fenómenos especulativos de mercado.

1.3 OBJECTIVO DO RELATÓRIO DE EPDA

O presente documento constitui o relatório de EPDA, elaborado no âmbito de um processo de AIA, indispensável para o licenciamento ambiental do projecto de construção e operação de uma unidade de enchimento de GPL na Cidade da Beira. O desenvolvimento e o conteúdo deste relatório de EPDA obedecem às determinações legais para uma actividade incluída na Categoria A. Os seus principais objectivos centram-se nos seguintes aspectos:

• Determinação preliminar da possível existência de questões fatais de ordem ambiental e/ou social que possam determinar a suspensão da implementação do projecto;

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• Identificação dos aspectos biofísicos e sociais que possam influenciar o desenho do projecto;

• Determinação, de forma preliminar, dos principais impactos ambientais e sociais do projecto, bem como as principais questões a serem aprofundadas na fase do EIA; e

• Apresentação de uma proposta de Termos de Referência (TdR) para o EIA, incluindo os referentes aos estudos especializados a serem realizados durante esta fase, caso se verifique a sua necessidade.

1.4 IDENTIFICAÇÃO E ENDEREÇO DO PROPONENTE E DO CONSULTOR AMBIENTAL

1.4.1 O Proponente

O proponente do presente projecto é a Glencore Moçambique, Lda. Os detalhes referentes ao endereço são abaixo apresentados:

1.4.2 O Consultor Ambiental

A ERM é uma empresa global de consultoria ambiental com mais de 5 000 especialistas em mais de 160 escritórios distribuídos por 40 países. A ERM é uma das maiores empresas de consultoria totalmente focada em sustentabilidade na região. Consoante os requisitos do Decreto Nº. 42/2008, a ERM está registada no MITADER para elaborar estudos de impacto ambiental, bem como auditorias ambientais. Os dados de contacto do escritório da ERM em Moçambique são os seguintes:

ERM International Services Ltd

Rua dos Desportistas

Edifício da Vodacom no 649, 12o Andar Maputo, Moçambique Tel: +258 84 3109502 Correio electrónico:

Contactos: Décio Camplé [email protected]

Glencore Moçambique, Lda

Endereço: Av Zedequias Manganhela, n°267, Prédio Jat IV, 6º Andar Tel: +258 21 306 120 Cidade de Maputo.

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A equipa responsável pela elaboração do presente documento integra os profissionais apresentados na Tabela 1.1 abaixo:

Tabela 1.1 A Equipa da AIA

Actividade Nome Directora de Projecto (Socio responsável) Paula Gonzalez Gestor de Projecto / Componente Social Décio Camplé Controle de Qualidade Rodrigo Ferreira Aspectos Biofísicos Rodrigo Ferreira Aspectos Biofísicos/Consulta Pública Martha Silva Segurança Industrial Maria João Costa Sistemas de Informação geográficos Maria Carmen Pena

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2 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL

O presente capítulo apresenta os principais requisitos legais e normas aplicáveis ao licenciamento e operação da actividade proposta, descrevendo-se também as principais instituições relevantes no processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), bem como para a fase operação do projecto.

2.1 PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES LIGADAS

Abaixo, são listadas as principais instituições ligadas ao licenciamento da actividade proposta:

• Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção Nacional de Ambiente (DINAB) – responsável pelo licenciamento ambiental e auditorias ambientais da actividade;

• Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREM) – Responsável pelo licenciamento para a operação, inspecção e vistoria da actividade; e

• Ministério da Indústria e Comércio (MIC) – Responsável pelo licenciamento da indústria, bem como para a comercialização do gás.

2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental, e especialmente o processo de AIA, é regulada por várias leis e decretos. Estes são descritos nas secções que se seguem:

2.2.1 A Constituição de Moçambique

A Constituição é a lei suprema, e qualquer acto ou conduta que seja inconsistente com os princípios estabelecidos na Constituição é considerado ilegal. A Constituição prevê a protecção do ambiente natural no âmbito dos seguintes artigos: “Artigo 27: O estado irá promover esforços para garantir o equilíbrio ecológico e a conservação e preservação do ambiente para a melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos.” “Artigo 72: Todos os cidadãos terão o direito a viver em, e o dever de defender, um ambiente natural equilibrado.”

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2.2.2 A Lei do Ambiente

A Lei do Ambiente (Decreto n.º 20/1997 de 1 de Outubro) foi aprovada pelo Parlamento Moçambicano em Julho de 1997. O objectivo desta lei é o de fornecer um quadro legal para o uso e gestão correcta do ambiente e seus componentes. As características proeminentes da Lei incluem o seguinte:

• Os poluidores, cujas acções resultem na degradação do meio ambiente, são responsabilizados pela reabilitação ou pela compensação de qualquer efeito adverso que resulte de acção poluidora;

• A Lei proíbe a poluição através da descarga de qualquer substância poluidora no solo, subsolo, água ou atmosfera ou qualquer outra forma de degradação do ambiente, que esteja fora dos limites estipulados por lei; e

• A Lei proíbe também, explicitamente, a importação de resíduos perigosos, com excepção do especificado em legislação específica.

Com foco no processo de AIA, os Artigos 15 a 17 estabelecem que qualquer actividade cuja natureza da localização, concepção ou escala possa causar impactos ambientais relevantes, requer uma Licença Ambiental. A emissão da Licença ambiental é condicionada à realização de uma AIA.

2.2.3 Regulamentos Aplicáveis ao Processo de Avaliação de Impacto Ambiental

O Regulamento sobre o Processo de AIA - Decreto n.º 54/2015 de 31 de Dezembro - define os procedimentos que devem ser seguidos nesse processo desde 31 de Março de 2016. Entretanto, para o presente projecto, a DPTADER de Sofala classificou o projecto como sendo de Categoria A, tendo como base o Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, ainda vigente na altura da categorização, a 7 de Março de 2016. O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental aprovado pelo Decreto n.º 45/2004 de 29 de Setembro, conforme rectificado pelo Decreto n.º 42/2008 de 4 de Novembro, define os procedimentos que se deve seguir numa Avaliação de Impacto Ambiental. Segundo o artigo 2.º, as disposições desse decreto aplicam-se a todas as actividades públicas ou privadas que directa, ou indirectamente, possam influir no ambiente, de acordo com os termos do artigo 3.º da Lei do Ambiente. O artigo 3.º determina que o Projecto proposto deve ser avaliado à luz de listas de categorias (projectos das categorias A, B e C) e de critérios ambientais adicionais conforme definidos nos artigos 6.º, 7.º e 8.º, para determinar os requisitos do processo da Avaliação de Impacto Ambiental. As três categorias são definidas em pormenor a seguir.

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• Categoria A: As actividades constantes do Anexo I são consideradas como tendo impactos adversos significativos no ambiente e são sujeitas a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA);

• Categoria B: As actividades constantes do Anexo II são actividades

cujos potenciais impactos ambientais são menos adversos do que os dos projectos da Categoria A e são sujeitas a um Estudo Ambiental Simplificado (EAS); e

• Categoria C: As actividades constantes do Anexo III estão isentas de

qualquer EIA e EAS, mas têm mesmo assim de respeitar as boas práticas de gestão.

As rectificações ao Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Decreto n.º 42/2008 de 4 de Novembro) revêem e alteram determinados artigos do Decreto n.º 45/2004. Para efeitos desta Avaliação de Impacto Ambiental são importantes as seguintes revisões:

• Rectificação do artigo 18.º em termos de prazo para comunicação de decisões, por forma a incluir a disposição complementar referente a prazos quanto à revisão de planos de gestão ambiental;

• Rectificação do artigo 20.º no que respeita a validade de licenças ambientais e mais especificamente aos requisitos em termos de renovação de licenças; e

• Rectificação do artigo 25.º por forma a se aumentar as taxas das licenças ambientais e se instituir taxas relacionadas com alterações em licenças.

2.2.4 Directiva Geral para a Elaboração de Estudos de Impacto Ambiental

A Directiva Geral para a Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental (Diploma Ministerial n.º 129/2006 de 19 de Julho) determina os requisitos de conteúdo e informação a satisfazer por um relatório de um Estudo de Impacto Ambiental. A directiva também determina os requisitos mínimos da Avaliação de Impacto Ambiental no que respeita a informação e estrutura do relatório. Esses requisitos incluem o seguinte:

1. Formato e estrutura geral do Relatório do Estudo de Impacto Ambiental;

2. Resumo Executivo; 3. Relatório Principal; 4. Análise Comparativa das Alternativas; 5. Conclusões e Recomendações; 6. Lacunas de Conhecimento; 7. Plano de Gestão Ambiental; 8. Participação Pública; e 9. Anexos

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2.2.5 Directiva Geral para o Processo de Participação pública no Processo de

Avaliação do Impacto Ambiental

A Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no processo de Avaliação do Impacto Ambiental (Diploma Ministerial n.º 130/2006 de 19 de Julho) especifica os requisitos e procedimentos a seguir para o processo de participação pública, conforme estabelecido no Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental. Esta directiva estabelece as normas e os princípios gerais do processo de participação pública. Para além disso, indica também os requisitos a seguir para a elaboração do Relatório da Consulta Pública, conforme estabelecidos no Decreto n.º 45/2004 de 29 de Setembro posteriormente rectificado pelo Decreto n.º 42/2008 de 4 de Novembro.

2.3 OUTROS DISPOSITIVOS LEGAIS APLICÁVEIS À ACTIVIDADE

2.3.1 Gestão de Resíduos

O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, aprovado pelo Decreto n.º 94/2014 de 31 de Dezembro, revoga o Decreto n.º 13/2006 de 15 de Junho, Regulamento sobre a Gestão de Resíduos. O objectivo deste Regulamento é estabelecer normas de produção, armazenamento no solo e subsolo, bem como a prática de actividades que aceleram a degradação ambiental, a fim de evitar ou minimizar os seus impactos negativos sobre a saúde e sobre o meio ambiente. O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos foi aprovado pelo Decreto nº 83/2014 de 31 de Dezembro. Este regulamento estabelece as regras para a produção e gestão dos resíduos perigosos e atribui ao MITADER o poder na gestão destes resíduos, incluindo o licenciamento de estabelecimentos que se dedicam à gestão de resíduos perigosos ou tóxicos.

2.3.2 Emissões Atmosféricas e Qualidade do Ar

A Lei do Ambiente proíbe o lançamento de qualquer substância tóxica e poluente para a atmosfera fora dos limites legalmente estabelecidos. O Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto n.º 18/2004 de 02 de Junho) conforme alterado pelo Decreto n.º 67/2010 de 31 de Dezembro, estabelece padrões de emissão para poluentes para fontes fixas e móveis, bem como parâmetros fundamentais que devem caracterizar a qualidade do ar. O Decreto n.º 67/2010 de 31 de Dezembro altera, entre outros, os Padrões de Qualidade do Ar e adiciona os Anexos 1A e 1B que englobam, respectivamente, Poluentes Atmosféricos Orgânicos e Inorgânicos Carcinogénicos, e Substâncias com Propriedades Odoríferas.

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Relativamente ao ruído, o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes define que seja o MICOA (agora MITADER) a aprovar os padrões de ruído, sendo que até à presente data, as referidas normas ainda não foram publicadas.

2.3.3 Lei de Terras

Segundo a Constituição da República e como reflectido na Lei de Terras, a terra é propriedade do Estado, sendo, no entanto, reconhecidos os direitos de uso e ocupação das terras adquiridas por herança ou ocupação. Nenhum título documental é necessário para que esses direitos sejam reconhecidos e protegidos pela Lei. A Lei de Terras (Lei nº. 19/97, de 1 de Outubro) prevê as directrizes legais em relação a:

• Procedimentos para a aquisição de DUAT (Artigo 24°); • Direitos pré-existentes de uso e aproveitamento da terra,

especialmente pelas comunidades locais;

• Zoneamento e planeamento do uso da terra para finalidades económicas e sociais; e

• Agricultura, uso dos recursos naturais, etc.

2.4 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA SOBRE GPL

Não existe legislação específica sobre a actividade de enchimento de GPL em Moçambique. Contudo, alguns dispositivos legais são aplicáveis à actividade proposta, nomeadamente:

1. Regulamento de Licenciamento da Actividade Industrial, aprovado pelo Decreto n.º 39/2003, de 26 de Novembro - estabelece os procedimentos a empreender para o licenciamento de indústrias em Moçambique;

2. Decreto n.º 45/2012, de 28 de Dezembro – define o regime a que ficam

sujeitas as actividades de produção, importação, recepção, armazenamento, manuseamento, distribuição, comercialização, transporte, exportação e reexportação de produtos petrolíferos; e

3. Decreto n.º 44/2005, de 29 de Setembro - aprova o Regulamento de

distribuição e comercialização de gás natural e revoga o regime tarifário aprovado pelo Decreto n.º 46/98, de 22 de Setembro.

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3 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL

O objectivo da presente Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) é o de analisar se o projecto proposto conduzirá a uma diferença mensurável na qualidade do ambiente e na qualidade de vida dos indivíduos e comunidades afectadas. Ao longo das últimas décadas, as avaliações de impacto ambiental têm expandido o seu âmbito, incluindo avaliações do impacto social, bem como consultas públicas/ envolvimento de partes interessadas na planificação e processo de tomada de decisões para prevenir, reduzir ou mitigar impactos adversos e maximizar os benefícios dos projectos em avaliação. Mais recentemente, a ênfase passou para o facto de a AIA passar a incluir planos de gestão ambiental robustos, que possam, efectivamente, implementar as medidas de mitigação recomendadas (desenvolvidas em parceria com o proponente) para todo o tempo de vida do projecto. Este Capítulo fornece um resumo do processo de AIA. O processo é estruturado em conformidade com os requisitos regulamentares estabelecidos no Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental aprovado pelo Decreto Nº 54/2015 de 31 de Dezembro que revoga os Decretos nº 45/2004 de 29 de Setembro e 42/2008 de 04 de Novembro.

3.1 DIAGRAMA DO PROCESSO DE AIA

A Figura 3.1 ilustra uma visão genérica do processo de AIA. O processo é em grande parte restrito a etapas regulamentadas, que podem ser divididas em três fases principais, nomeadamente, Pré-avaliação, Definição do Âmbito e Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Contudo, deve-se considerar que este processo não é linear, pelo contrário, constitui-se como um processo no qual diversas tarefas são desenvolvidas em paralelo e em que pressupostos e conclusões são revistas e modificadas com o progresso do processo de AIA. As secções que se seguem fornecem detalhes sobre como cada fase do processo de AIA será aplicada ao projecto proposto.

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Figura 3.1 Diagrama do Processo de AIA

Fonte: ERM, 2016.

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3.2 PRÉ-AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE AIA (INSTRUÇÃO DO PROCESSO)

Todos os projectos devem ser avaliados de modo a determinar, o respectivo quadro processual de avaliação ambiental. O Artigo 4 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (54/2015 de 31 de Dezembro) e os Anexos associados, respectivamente os números I, II, III e IV, definem este processo. O processo de selecção preliminar envolve a submissão de um relatório de identificação (Instrução do Processo), em conjunto com um formulário de informação ambiental (Ficha de Informação Ambiental Preliminar) ao Ministério da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), especificamente à Direcção Provincial da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADR) da área de desenvolvimento do projecto. Com base no conteúdo dos formulários submetidos, as autoridades ambientais emitem uma recomendação sobre o processo de avaliação ambiental a ser adoptado. Para o presente caso foi apresentado, a 11 de Fevereiro de 2016, o pedido às autoridades ambientais a nível nacional e provincial e o processo de avaliação de impacto ambiental foi formalmente registrado pelo MITADER com a referência 183/DGA/180.

3.3 ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DO ÂMBITO (DEFINIÇÃO DO ÂMBITO)

Um Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição do Âmbito (EPDA) foi preparado (presente relatório) de acordo com o Artigo 10 do Regulamento sobre a Avaliação de Impacto Ambiental (54/2015 de 31 de Dezembro. O presente relatório, nos termos do Artigo 10 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação Ambiental (54/2015 de 31 de Dezembro), deverá possuir o seguinte conteúdo: Resumo Não-técnico; Detalhes do proponente e equipa multidisciplinar de avaliação de

impacto ambiental; Extensão espacial da actividade proposta em termos de influência

directa e indirecta; Descrição da actividade e diferentes actividades a realizar; Alternativas possíveis durante todas as fases do ciclo de vida do

projecto proposto; Identificação das características biofísicas e sociais chaves do ambiente

afectado; Identificação de quaisquer potenciais questões fatais; Identificação de potenciais impactos e questões ambientais; e Identificação de questões que precisam ser tratadas como parte do

processo de AIA.

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Adicionalmente, o presente relatório fornece os TdR para o EIA, sendo estes constituídos por: Objectivos e âmbito dos TdR; Componentes ambientais do EIA; Metodologia de identificação e avaliação de impactos; Descrição dos estudos especializados; e Descrição do processo de participação pública.

De acordo com o faseamento processual anteriormente descrito, o presente EPDA será submetido para avaliação ao MITADER antes do início da fase de EIA.

3.4 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

O Processo de Participação Pública (PPP) é um requisito regulamentar, estabelecido no Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro) e na Directiva Geral do Processo de Participação Pública (Diploma 130/2006 de 19 de Junho). O princípio fundamental do PPP é assegurar que os pontos de vista das partes interessadas (ver Caixa 3.1 para definição) são considerados na determinação dos TdR do EIA e são reportados através do processo de AIA. O objectivo da participação pública é, assim, assegurar que a avaliação seja robusta, transparente e que considere as diversas questões e percepções, num nível apropriado de detalhe.

Caixa 3.1 Definição de Partes Interessadas

O envolvimento das partes interessadas inicia-se durante a presente fase de definição do âmbito e prossegue ao longo da avaliação, assegurando que os requisitos legais e padrões do projecto sejam cumpridos, que as preocupações das partes interessadas são tratadas na avaliação e que as fontes de informação e competências existentes são realmente identificadas. As consultas serão realizadas em duas etapas distintas ao longo da evolução do projecto: a) na fase do EPDA, e b) na fase do EIA, respectivamente. Uma visão geral do PPP para este EIA é resumida nos TdR, anexo do presente documento.

Partes interessadas incluem aqueles indivíduos, grupos ou organizações, que poderiam ser directamente afectados pelo projecto proposto (projecto-pessoas afectadas) e aqueles indivíduos ou organizações, que embora não sejam directamente afectados pelo projecto proposto, representam os afectados ou têm o dever de regulamentar, têm um interesse, influência ou envolvimento secundário no projecto proposto (partes interessadas secundárias).

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3.5 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL

O EIA irá iniciar após a aprovação do relatório do EPDA pelo MITADER. O EIA será realizado de acordo com as tarefas descritas nas subsecções que se seguem.

3.5.1 Estudos Especializados (Recolha de Dados de Base)

As questões identificadas na fase de definição do âmbito do processo de AIA serão aprofundadas, por forma aa melhor compreender quais os receptores e os recursos que serão significativamente afectados pelo projecto. Irá também descrever as condições de base que irão influenciar a avaliação tanto dos impactos ambientais, como dos sociais. A descrição de base destinar-se-á a fornecer detalhes suficientes para alcançar os seguintes objectivos: Identificar as condições chave e áreas sensíveis potencialmente

afectadas pelo projecto; Fornecer uma base para a extrapolação da situação actual e

desenvolvimento de cenários futuros sem o projecto; Fornecer dados para auxiliar a previsão e avaliação de possíveis

impactos do projecto; Compreender as preocupações, percepções e expectativas das partes

interessadas, relativamente ao projecto; Facilitar o desenvolvimento de medidas de mitigação apropriadas; e Fornecer uma referência para a avaliação e monitorização da eficácia

das medidas de mitigação propostas.

3.5.2 Estudo de Impacto Ambiental

O EIA será preparado nos termos do Artigo 11 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro) e irá (no mínimo) incluir:

Um resumo não-técnico; Detalhes da equipa de avaliação de AIA; O quadro legal e administrativo para a AIA associada ao projecto

proposto; A descrição da extensão espacial do projecto proposto com foco nos

atributos físicos, biofísicos e sociais que são influenciados pelo projecto proposto;

Uma avaliação comparativa das alternativas do projecto; Uma avaliação de impacto compreendendo um processo que avalia

colectivamente a forma como o projecto proposto irá interagir com os ambientes físicos, biofísicos e sociais para produzir impactos nos recursos/receptores;

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Uma avaliação das medidas de mitigação que serão asseguradas para prevenir ou reduzir a magnitude do impacto causado pelas actividades do projecto (e consequentemente, uma redução da significância do impacto);

Desenvolvimento de um Plano de Gestão Ambiental (PGA) para o projecto proposto; e

Um relatório resumindo o PPP associado ao processo de AIA.

3.5.3 Plano de Gestão Ambiental

Um PGA robusto será desenvolvido para as fases de construção, operação e desactivação do projecto, de forma a implementar eficazmente as medidas de mitigação identificadas durante o EIA. O PGA será desenvolvido em conformidade com o Artigo 15 do Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro), estabelecendo, entre outros, a responsabilidades na gestão e monitoria ambiental do projecto.

3.5.4 Revisão e Autorização pelas Autoridades

De acordo com o quadro legal vigente, a autoridade competente (o MITADER) irá estabelecer um Comité de Avaliação Técnica para rever o EIA e o respectivo PGA. Após a revisão final dos relatórios, o Comité Técnico irá preparar um relatório de revisão técnica e acta assinada por todos os membros, para submissão na Direcção Nacional do Ambiente (DINAB). Esta irá, posteriormente, comunicar os resultados da avaliação técnica ao proponente e poderá, eventualmente, requisitar informações adicionais. O proponente tem 10 dias úteis para responder ao pedido de informações adicionais. Após a revisão final do EIA e do PGA, o Comité de Avaliação Técnica, irá preparar um relatório de revisão técnica com acta assinada por todos os membros. A acta assinada constitui a base para a decisão em termos da autorização da licença ambiental. Caso a aprovação seja concedida, as autoridades deverão emitir uma licença ambiental logo que o proponente pague a respectiva taxa de licenciamento prescrita. A licença poderá ser anulada se o projecto proposto não se iniciar em dois anos após a emissão da licença.

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4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O presente capítulo fornece uma descrição do projecto e respectivas fases de desenvolvimento. Embora os dados disponíveis sejam por ora preliminares, no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) os dados referentes ao projecto serão apresentados em detalhe.

4.1 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

O projecto localiza-se na província de Sofala, na Cidade da Beira, no Bairro da Munhava-Casquinha (Figura 4.1). Esta localização foi identificada pelo proponente do projecto, em coordenação com os Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e as autoridades municipais da Cidade da Beira.

Figura 4.1 Localização do Projecto

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Trata-se de uma área de 15000m2 (150m x 100m), cujas coordenadas aproximadas dos pontos limite são apresentadas na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 Coordenadas da Área do Projecto

Canto Latitude Longitude M-1 696015.77 7809197.94 M-2 696137.97 7809111.68 M-3 696080.49 7809029.86 M-4 695965.57 7809110.26 Mr-4 695958.29 7809116.13

4.2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O projecto da unidade de enchimento de botijas de GPL será desenvolvido em duas fases distintas, respectivamente, a construção e a sua operação. A construção da unidade contempla a mobilização de materiais e equipamentos para a edificação e montagem dos componentes para a operacionalização do terminal. Por sua vez a operação refere-se às actividades correntes (do dia-a-dia) da unidade de enchimento, que vão desde a recepção do GPL, ao armazenamento e enchimento das botijas (cilindros), até à sua expedição.

4.2.1 Fase de Construção

Na fase de construção ocorrerão várias actividades tais como o fornecimento de materiais e equipamentos, a sua instalação, soldadura, inspecção, testes variados, pintura, calibração, trabalhos mecânicos, trabalhos de engenharia e de estruturas, trabalhos eléctricos, entre outras. A matéria-prima para a construção da unidade de enchimento de GPL, em quantidades ainda não especificadas, será maioritariamente constituída por estruturas metálicas. Estas serão adquiridas na Africa do Sul, Europa, China, Estados Unidos ou Japão. Estas estruturas serão principalmente: • Tanques de GPL e de água para combate a incêndios; • Tubagem diversa; • Equipamento de enchimento de botijas de GPL: e • Bombas diversas. Outro tipo de matéria-prima poderá ser adquirida localmente, incluindo cimento de construção, areia, pedra, entre outros disponíveis.

a) Tanques à superfície – Serão montados três tanques à superfície:

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Dois tanques horizontais para o armazenamento temporário do

GPL, com uma capacidade de 83m3 cada e um espaço para armazenamento de vapores de cerca de 15%, um diâmetro interior de 2.8m, bem como um comprimento de 13m aproximadamente. Estes tanques serão usados para o armazenamento de GPL em estado líquido. Cada tanque estará assente sobre fundações e pilares (caso necessário) de betão armado; e

Um tanque vertical de água para combate a incêndios com capacidade para 103m3, que estará assente sobre uma fundação e pilares em betão reforçado/armado. O tanque de 4.5m de diâmetro e 7.2m de altura terá um fundo plano e tecto fixo.

b) Bombas – Os equipamentos a instalar incluem os seguintes:

Duas bombas – GPL 1001 e GPL 1002 – com capacidade de AC 80m3/h na estação de descarga de GPL para a transferência do GPL dos camiões para os respectivos tanques;

Uma bomba com capacidade de AC 15m3/h na estação de

bombagem de GPL para a transferência do GPL dos tanques de armazenagem para a estação de enchimento das botijas de GPL (carrossel);

Duas bombas alimentadas a gasóleo (diesel) com uma capacidade

aproximada de 110m3/h serão instaladas na estação de bombagem para o combate a incêndios; e

Duas bombas jockey AC centrífugas verticais de funcionamento

contínuo, com uma capacidade aproximada de 15m3/h, as quais serão instaladas na estação de bombagem para o combate a incêndios.

c) Tubagens – Serão instaladas tubagens para transporte do GPL bem

como para o combate a incêndios. Toda a tubagem instalada na unidade contará com filtros, válvulas, mangueiras, conectores, válvulas de alívio térmico, instrumentação, ligação à terra, entre outros. A unidade estará provida de pequenas válvulas de pequeno porte necessárias para drenos de ponto baixo e aberturas de ponto elevado.

d) Edifícios – Os seguintes edifícios e estruturas serão construídas à superfície e instaladas de acordo com o seguinte: Um telhado para cobrir a estação de descarga de GPL montado

sobre uma base de suporte. O referido telhado se estenderá ao longo da borda exterior da estação de descarga por 0.5m e estará

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equipado com calhas que desviam a escorrência das águas pluviais para o sistema de recolha de águas pluviais. O telhado será baixo o suficiente de modo a garantir que a estação de bombagem se mantenha seca durante as chuvas;

Um telhado para cobrir a estação de combate a incêndio montado sobre uma base de suporte. O referido telhado se estenderá ao longo da borda exterior da estação de descarga por 0.5m e estará equipado com calhas que desviam a escorrência das águas pluviais para o sistema de recolha de águas pluviais. O telhado será baixo o suficiente para garantir que a estação de bombagem se mantenha seca durante as chuvas;

Um telhado para cobrir a linha de enchimento de GPL (carrossel)

montado sobre uma estrutura de suporte. Este albergará todos os equipamentos usados para encher as botijas vazias e outros equipamentos de suporte. O tecto será o suficientemente alto para garantir a operação segura de empilhadeiras; e

Um telhado para cobrir a estação de desgaseificação montado

sobre uma base de suporte. Este albergará todos os equipamentos usados para desgaseificar as botijas vazias e outros equipamentos de suporte. O tecto será alto o suficiente para garantir a segurança das operações de desgaseificação.

e) Outras Obras de Construção Civil – Serão efectuadas as seguintes

actividades complementares de construção civil:

Construção das fundações (para o tanque de água e para os tanques de GPL) em betão armado;

Construção da bacia de contenção secundária em betão armado; Pavimentação do interior da bacia de contenção secundária com

laje em betão armado; Construção das bases para as bombas e motor com betão armado.

Toda a área de bombagem será circundada por uma bacia de contenção secundária com laje em betão armado;

A plataforma da área de preparação de botijas vazias e de desgaseificação será feita com betão armado (com uma espessura mínima de 200mm);

Construção das bases para as bombas e motor da estação de combate a incêndios com betão armado. Toda a área de bombagem será circundada por uma bacia de contenção secundária com laje em betão armado;

Construção de estradas de acesso interiores, da saída da unidade para cada uma das áreas onde o produto é descarregado e carregado. Estas serão construídas em pavê suficientemente resistente para um tráfego contínuo de pelo menos 20 anos;

Vedação de toda a unidade;

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Compactação, nivelamento e cobertura com agregado (25mm) de todas as áreas não ocupadas/usadas;

Instalação de postes de iluminação; e Construção da sala de controlo e de escritórios para a acomodação

do pessoal durante as operações. A área de escritório será composta pelo seguinte:

Sala de controlo com ar condicionado, que deverá

ser/estar livre de poeiras devido aos equipamentos electrónicos;

Dois chuveiros; Dois lavabos; Uma cozinha e copa; Quatro escritórios; e Uma sala para arrumos.

f) Instalação Eléctrica – A realização de trabalhos eléctricos inclui a

instalação de painéis e aparelhos de comutação. Será instalado um transformador de 380v pela Electricidade de Moçambique (EDM). Outras actividades incluirão:

Ligação á terra, de todos os tanques e estruturas metálicas; Reticulação eléctrica de toda a unidade de modo a incluir todos os

aspectos operacionais e administrativos; Instalação de luzes externas em todas as áreas da unidade; e Instalação de um gerador a diesel capaz de operar continuamente

por 24 horas.

g) Instalação de Instrumentação – instalação de toda a instrumentação relativa a operacionalização da unidade de enchimento de GPL, que inclui os seguintes elementos:

Painel de controlo, situado na sala de controlo, equipado com

indicadores de nível, pilotos de indicação, alarme, entre outros. Sistema de Interrupção de Emergência (Emergency Shutdown

System); Sistema completo de medição automática de tanques, com radares.

Estes terão um painel de nível, ilustrando o nível do produto. Estes sistemas conterão vários níveis de alarme – alto, baixo, alto-alto e baixo-baixo. Estes sinais serão transferidos para a sala de controlo;

Controladores de temperatura nos motores e nos medidores de vazão; e

Câmaras de vigilância (CCTV).

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h) Sistema de Alarme e de Protecção contra Incêndios – este sistema será composto por:

Um tanque de água com 1033m3 de capacidade; Instalação estratégica de hidrantes na unidade, bem como um

pequeno furo para a instalação de tubagem para os pórticos para a estação de bombagem e área administrativa de modo a permitir a instalação de bobinas e mangueiras de incêndio;

Instalação de extintores (fixos e móveis) de pó seco (DCP) em cada uma das seguintes posições – área do gerador; escritórios e sala de controlo; estações de bombagem; em todos os pórticos, e nas bombas de água para incêndio; e

Instalação de um sistema de detecção de incêndio e alarme audível para todos os edifícios, estruturas, armazéns e áreas de transferência, bem como todas as vias de acesso. Este sistema será constituído por sensores de calor, chama e fumo.

Sistema de Esgotos e de Drenagem de Águas Pluviais - Será construído um sistema de esgotos para os escritórios e sala de controlo, constituído por uma fossa séptica e um dreno. Este sistema será dimensionado para 10 pessoas. Serão construídos drenos para as águas pluviais em toda a instalação / unidade.

4.2.2 Fase de Operação

Espera-se que o GPL provenha principalmente do terminal de GPL situado no Porto da Beira, através de camiões cisterna, que descarregarão o produto na unidade de enchimento. A descarga de GPL ocorrerá na estrutura de descarregamento de GPL através do uso de duas bombas que debitam 80m3/h dos camiões cisterna para os dois tanques horizontais com capacidade para armazenar 83 m3 cada um. Dos tanques e através de uma bomba, o GPL será posteriormente transferido por via das tubagens para o carrossel da linha de enchimento. O carrossel irá encher, em simultâneo, até 12 botijas de GPL. Seguidamente, as botijas serão armazenadas em paletes de madeira e transportadas por uma empilhadeira até a área de armazenamento temporário e logo de seguida aos camiões, para sua expedição. As botijas vazias que serão recepcionadas para enchimento serão levadas para a unidade de desgaseificação e enchimento através de camiões, que irão descarrega-las com recurso a uma empilhadeira. As botijas serão então colocadas numa área de armazenamento temporário destinada a botijas vazias, onde passarão por um processo de desgaseificação, antes de serem reutilizadas no processo de enchimento. A figura abaixo ilustra o esquema de instalação da Unidade.

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Figure 4.2 Esquema da Unidade de Enchimento

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4.3 MÃO-DE-OBRA

A previsão mais actualizada aponta para que, durante a fase de construção, sejam contratados cerca de 50 trabalhadores, enquanto que para a fase operacional, se estima a contratação de 10 trabalhadores. No processo de contratação serão privilegiados trabalhadores de origem local, regional e nacional, respectivamente.

4.4 NECESSIDADES DE ÁGUA E ENERGIA ELÉCTRICA

Para a fase de construção, estima-se que a água deverá ser fornecida por provedores locais, a partir de camiões cisterna. Relativamente a fase de operação, estima-se um consumo de água na ordem dos 5000 l/dia. Esta deverá ser fornecida pelo provedor local de água - o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG). Relativamente à energia eléctrica, esta será fornecida pela Electricidade de Moçambique (EDM), na ordem de 250 kVA. Será também instalado um grupo gerador, a diesel, para fazer face á possíveis cortes de energia eléctrica.

4.5 GERAÇÃO DE RESÍDUOS

Os resíduos gerados durante a fase de construção irão incluir, na sua maioria, caixas de papelão, papel, material residual das estruturas metálicas, incluindo plástico e paletes de madeira e resíduos gerais domésticos (resíduos não perigosos). Outro tipo de resíduos que poderá ser produzido na fase de construção inclui restos de tintas, vernizes e decapantes (resíduos perigosos). Durante a fase de operação espera-se, maioritariamente, a geração de resíduos domésticos (restos de comida, papel, papelão, embalagens diversas, entre outros), provenientes dos escritórios e cantina, assim como paletes de madeira fora de uso.

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5 DESCRIÇÃO PRELIMINAR DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA DO PROJECTO

A presente descrição preliminar da situação de referência é baseada na informação compilada a partir de dados obtidos tanto da consulta de referências documentais diversas como da visita efectuada à área de estudo. A descrição esta concentrada na área de influência directa do projecto e, onde relevante, na área de influencia indirecta. Informação mais detalhada será providenciada no Relatório do EIA.

5.1 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA

A delimitação das áreas de influência é essencial para orientar a descrição da situação de referência da área de um projecto e fornecer parâmetros para avaliar e dimensionar os potenciais impactos desse empreendimento no ambiente receptor. Para o presente projecto, a área de influência foi delimitada em dois grupos: a Área de Influência Directa (AID) e a Área de Influência Indirecta (AII). Dadas as características e dimensão reduzida do projecto, propõe-se que a Área de Influência Directa (AID) seja considerada como a área do projecto propriamente dita, ou seja, os 15000m2, visto ser o local onde decorrerá toda a actividade relativa à recepção, ao armazenamento e ao enchimento e distribuição/recepção das garrafas cilíndricas de GPL. Portanto, a AID é a área geográfica directamente afectada pelos impactos resultantes do empreendimento. Relativamente a Área de Influência Indirecta (AII), consideraremos, para o presente projecto, as indústrias e infra-estruturas vizinhas, localizadas num raio de 500m, que poderão ser eventualmente afectadas pelos efeitos/impactos indirectos do projecto ou por eventos não-planeados.

5.2 AMBIENTE FÍSICO

5.2.1 O Clima

O clima da Cidade da Beira classifica-se, de acordo com classificação climática de Köppen, como tropical húmido (Error! Reference source not found.), apresentando ao longo do ano, duas estações climáticas bem definidas: a chuvosa e quente (Outubro a Abril); e a seca (Maio a Setembro).

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Figura 5.1 Tipos de clima segundo a classificação de Köppen (Fonte: INAM).

A temperatura média na Cidade da Beira apresenta um comportamento homogéneo, com temperaturas médias máximas a variar entre os 25.4°C no mês mais frio (Julho) e os 31.5°C no mês mais quente (Janeiro). Os valores médios das mínimas apresentam uma variação um pouco mais acentuada, variando entre 15.8°C no mês mais frio (Julho) e 24°C no mês mais quente (Janeiro). A amplitude térmica média é de 8.5°C.

Figura 5.2 Temperaturas médias mensais da Cidade da Beira (Fonte: INAM).

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

35.0

Beira Mínima Beira Máxima

Tem

pera

tura

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A precipitação média anual ronda os 1574mm, dos quais cerca de 76% (1199mm) se registam durante o semestre húmido (Novembro a Março) e cerca de 24% (375mm) durante o semestre seco (Maio a Outubro). Por outro lado, os valores mais baixos de precipitação média mensal (como ilustrado na Figura 5.3 abaixo) registam-se entre os meses de Setembro e Outubro, com valores que não ultrapassam os 50mm. Figura 5.3 Precipitação Média Mensal da Cidade da Beira (Fonte: INAM)

5.2.2 Ciclones

Devido a sua localização, Moçambique é frequentemente afectado por ciclones tropicais. De uma forma genérica, os ciclones de maior intensidade tem origem ao sudoeste do canal de Moçambique. Estes movimentam-se para Oeste, atravessando o Canal de Madagáscar e, ao atravessarem o canal de Moçambique, são alimentados pelas águas quentes que os intensificam. Os ciclones que assolam Moçambique são geralmente caracterizados por chuvas intensas nas áreas costeiras, associadas a ventos fortes e cheias. O período de ocorrência dos mesmos tem início, geralmente, no mês de Novembro, podendo ocorrer ate ao mês de Abril. As regiões mais atingidas ao longo do país são as áreas costeiras das regiões Centro e Norte. Segundo o mapa que se segue, desenvolvido pela Direcção Nacional de Geografia e Cadastro e pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM), a Cidade da Beira localiza-se numa zona altamente propensa a ocorrência de ciclones. Segundo a mesma fonte, a Cidade da Beira registou durante o período compreendido entre 1975-2003 cerca de 14 eventos ciclónicos.

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Figura 5.4 Zonas de risco de ocorrência de ciclones (Fonte: INAM)

5.2.3 Qualidade do Ar

A distribuição dos poluentes na atmosfera é influenciada por diversos factores, tais como a localização das fontes emissoras, tanto naturais como antropogenicas, o relevo e fenómenos meteorológicos que se fazem sentir, nomeadamente o vento, as condições de estabilidade atmosférica, as inversões térmicas, a humidade, a temperatura, entre outros. Em termos de fontes de poluição atmosférica presentes nas proximidades da área do projecto destacam-se unidades industriais (p.e. refinaria de óleo alimentar, armazéns variados, produção de plásticos, unidades dedicadas a reparação de viaturas e equipamentos), núcleos habitacionais, concretamente o bairro da Munhava, e veículos que circulam na rede viária próxima a área do projecto.

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De uma forma geral, pode-se concluir que em termos de qualidade do ar, a área de implantação do projecto apresenta-se essencialmente influenciada pelas actividades desenvolvidas pelas unidades industriais e núcleos habitacionais existentes nas suas proximidades e em menor escala pelo tráfego rodoviário existente nas estradas de acesso a área do projecto. Pode-se, portanto, considerar a qualidade do ar da área de influência directa e indirecta do projecto como perturbada.

5.2.4 Ruido

Não existem dentro da área de implementação física do projecto quaisquer fontes de poluição sonora. No entanto, dentro do raio de influência de 500 metros destaca-se a presença de unidades industriais e núcleos habitacionais , embora não se considera que emitam níveis de ruído significativos para a área do projecto. De um modo geral, o ambiente sonoro da área do projecto encontra-se influenciado pelas actividades desenvolvidas nas suas imediações, o que compreende as actividades desenvolvidas pelas unidades industriais e núcleos habitacionais. O mesmo considera-se em menor escala, perturbado pelo trafego rodoviário, uma vez que a EN6 dista a cerca de 700 m da área de implantação do projecto e a estrada de acesso ao terreno do projecto não constitui uma fonte significativa de emissão de ruido. O ambiente sonoro tanto da área de influência directa, como da área de influência indirecta do projecto considera-se perturbado, pelo que deverá ser feita a medição nos níveis de ruido de referência.

5.2.5 Geologia, Geomorfologia e Solos

Regionalmente a área proposta para implantação do Projecto enquadra-se na Bacia de Moçambique, que corresponde à planície costeira nacional, estendendo-se desde o paralelo 17o30’ em Pebane ao rio Maputo no Sul e continua para o paralelo 28o na Zululândia na África do Sul. A lito-estratigrafia da bacia de Moçambique é hoje conhecida graças às correlações feitas de dados de furos de sondagem na região Sul do rio Save e comparadas com alguns dados de furos de sondagem da depressão do vale do Zambeze e do jazigo de gás do Búzi. Geomorfologicamente a área do projecto é caracterizada por planícies com elevações que variam entre 7 a 14 metros acima do nível médio das águas do mar e é drenada no seu extremo NW pelo Rio Chacota. Este rio representa a principal linha de água e sofre as influências das marés. Segundo a notícia explicativa da carta 1:250 000 do grau quadrado 1934_Beira da Série Geológica de Moçambique, a geologia é dominada por depósitos de idade Quaternária e por sedimentos aluvionares, drenados pela bacia do rio Púnguè.

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Estes são compostos por aluviões de silte, areia e cascalho da formação Qa, que se sobrepõe às escorrências fluviais argilo-arenosas da formação Qps (GTK Consortium, 2006a).

5.2.6 Recursos Hídricos

Superficiais – Na área do projecto não ocorrem linhas de água, mesmo de caracter efémero, bem como linhas de drenagem superficial. De facto, a analise de fotografia de satélite permite identificar algumas áreas depressionárias á volta da área do projecto, onde sazonalmente se acumulam aguas, e das quais as populações tiram partido para a agricultura de subsistência. Este fenómeno parece ter explicação pelo caracter vértico dos solos que, quando saturados, se tornam praticamente impermeáveis, proporcionando assim o surgimento de tais acumulações de águas. Especificamente na área do projecto toda a área foi limpa, os solos foram compactados e a topografia nivelada, embora não existe rede de escoamento de águas pluviais definida. Subterrâneos - No contexto de hidrogeologia regional, a área do projecto insere-se na Bacia Sedimentar do Sul do Save e é composta por diversas formações sedimentares com idades que variadas: Neogeno, as pertencentes á Formação de Mazamba, assim como vastas áreas que comportam essencialmente sedimentos de Formações Quaternárias recentes em forma de eluviões, terraços fluviais e aluviões, depósitos eólicos e de praia, e depósitos de marés. Os baixos índices de permeabilidade das formações hidrogeológicas predominantes na área de estudo, associados ao gradiente topográfico/hidráulico suave, fazem com que o terreno seja pantanoso como resultado da influência das marés e do escoamento superficial deficiente das águas das chuvas. Neste sentido, não e expectável encontrar aquíferos subterrâneos pouco profundos nesta zona.

5.2.7 Flora

Em redor da área de implementação do projecto, as espécies vegetais dominantes observadas são o reflexo do intenso uso daquele território, onde prevalecem os graminhais: típicos de áreas com um gradiente de humidade elevado, visto tratarem-se de solos que sofrem inundações. Especificamente na área do projecto verifica-se a ausência total de vegetação, dado que recentemente esta área foi desmatada e aterrada.

5.2.8 Fauna

Relativamente à fauna, a área do projecto é dominada por alguma diversidade de avifauna. Estas áreas são usadas como de passagem pelas aves vindas do Rio Púngue em direcção á zona costeira e vice-versa e, aves típicas de pradarias inundadas.

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Trata-se de portanto de taxa associados a ambientes costeiros, algumas das quais migrantes. Da análise bibliográfica efectuada não consta nenhuma espécie incluída na Lista Vermelha da UICN. Pequenas espécies de insectos e répteis são também frequentes ao longo desta área, o que difere para espécies de mamíferos. Em termos de áreas de conservação, segundo a Lei de Florestas e Fauna Bravia – Lei nº 10/99, as zonas de protecção são áreas territoriais delimitadas, representativas do património natural nacional, destinadas à conservação da biodiversidade e de ecossistemas frágeis ou de espécies animais ou vegetais (artigo 10). Três tipos de zonas de protecção foram instituídas por lei:

• Parques Nacionais – espaços territoriais que se destina à preservação

dos ecossistemas naturais, em geral, de grande beleza cénica e

representativos do património nacional;

• Reservas Nacionais – espaço territorial que se destina à preservação de

certas espécies de flora e fauna raras, endémicas, ameaçadas ou em

vias de extinção, ou que denunciem declínio, e de ecossistemas frágeis;

• Zonas de Uso e de Valor Histórico-cultural – espaços territorial que se destina à protecção das florestas sagradas e outros sítios de importância histórica e de uso cultural para a comunidade local.

Considerando a bacia hidrográfica do Rio Pungwé, próximo a área onde se insere o empreendimento, não se destaca a existência de áreas de conservação próxima a esta bacia. Na Província de Sofala, mais ao Norte no Delta do Rio Zambeze, destaca-se a existência do Complexo de Marromeu. O Complexo de Marromeu foi declarado em 2003 uma Zona Húmida de Importância Internacional, integrada na lista da Convenção de RAMSAR (Resolução nº 45/2003, de 5 de Novembro). A Oeste destaca-se o Parque Nacional de Gorongosa.

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5.3 AMBIENTE SOCIOECONÓMICO

5.3.1 Divisão Administrativa da Cidade da Beira

A Beira é a segunda maior cidade de Moçambique e é capital da Província de Sofala, localizada na região centro do País. Tem como limites o Distrito de Dondo, a Norte, o Oceano Índico a sul, o Distrito de Dondo e o Oceano Índico a Este e, finalmente, o Distrito de Búzi, a Oeste (INE, 2013). De acordo com a divisão administrativa da Cidade da Beira, a área do projecto localiza-se, no Bairro da Munhava. Ainda a este respeito, denote-se que o actual Plano de Estrutura Urbana do Município da Beira (PEUCB), classifica a área de implantação do projecto como uma parcelada para fins industriais (fonte: Conselho Municipal da Cidade da Beira, PEUCB -Planta de parcelamento da zona industrial da Munhava).

5.3.2 Demografia

A Cidade da Beira possui aproximadamente 457,799 habitantes, sendo 227,201 habitantes do sexo feminino, representando 49.6% da população e 230,599 do sexo masculino, representando 50.4% da população da Cidade. Esta população corresponde a cerca de 24% to total populacional de toda a Província de Sofala, estimada em 1.903.728 habitantes (INE, 2013). Relativamente a estrutura etária da população da Cidade da Beira, nota-se que esta é maioritariamente constituída por homens e por indivíduos das idades compreendidas entre os 15 até 64 anos.

5.3.3 Densidade Populacional

A densidade populacional da Cidade da Beira não é uniforme, havendo alguns bairros mais populosos em detrimento de outros. De acordo com as Estatísticas do Distrito Cidade da Beira (INE, 2013), esta apresenta uma densidade populacional de 723 habitantes por Km2, distribuídos em cerca de 94,804 agregados familiares. Relativamente ao crescimento populacional, as estatísticas do INE estimam que até 2018, a Cidade da Beira tenha 464,633 habitantes - um aumento de cerca de 7 000 habitantes.

5.3.4 Habitação e Condições de Vida

O tipo de habitação existente na Cidade da Beira pode ser dividido em três subtipos distintos: i) habitações construídas com material convencional; ii) de material precário; e iii) de material misto.

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As habitações construídas com material convencional (cerca de 55.6%), também são variadas podendo-se encontrar desde prédios (predominantes na zona de cimento), casas do tipo vivenda espaçosas com quintais e casas de material convencional nos grandes aglomerados populacionais, geralmente não parcelados e de difícil acesso.

O parque habitacional erigido com recurso a material misto e precário (44.4%), encontra-se na sua maioria nos bairros periféricos e ao longo das zonas verdes, onde a maior parte da população, para além da produção da batata-doce e hortícolas, também pratica a cultura do arroz. O Bairro da Munhava, onde se insere a área do projecto, é predominantemente composto por habitações do tipo misto, existindo, no entanto algumas casas construídas com recurso a materiais convencionais (casas de alvenaria).

5.3.5 Actividades Económicas

Dada a sua localização geoestratégica na foz dos rios Buzi e Púnguè, bem como às políticas de desenvolvimento seguidas, o desenvolvimento socioeconómico da Cidade da Beira esteve sempre fortemente relacionado ao desenvolvimento do Porto e do Corredor da Beira. De facto, o porto da Beira constitui uma unidade de grande importância para o abastecimento e prestação de serviços a toda a zona Centro de Moçambique e aos países vizinhos que não tem acesso ao mar (Zimbabwe, Malawi, Zâmbia, República Democrática do Congo). Entretanto, outras actividades económicas foram-se evidenciando ao longo dos tempos, como é o caso da agricultura, pesca, indústria de produção de cimento e travessas de betão, exploração de madeira e areias, bem como a prestação de serviços e o comércio. No bairro da Munhava, são desenvolvidas principalmente actividades de subsistência, com enfoque para o comércio informal (pequenas bancas de venda de produtos básicos, à retalho – vegetais, arroz, açúcar, etc.), agricultura (p.e. plantio de arroz) e a venda de bebidas alcoólicas tradicionais.

5.3.6 Saúde e Educação

A Cidade da Beira possui, no total, 14 unidades sanitárias, o que representa uma disponibilidade de 859 camas. Destas unidades, destacam-se um Hospital Central, onze Centros de Saúde e dois Postos de Saúde. O bairro da Munhava possui, actualmente, um centro de saúde que dista a sensivelmente 2km da área do projecto. As principais doenças registadas na Beira para além da pandemia do HIV/SIDA, muito ligada ao corredor da Beira, estão relacionadas com as condições deficientes de saneamento do meio. São o caso da malária e das diarreias incluindo a cólera, com maior incidência, nas épocas chuvosas.

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Relativamente ao sector de educação, a Cidade da Beira possui 106 Escolas Primárias do 1º grau (EP I), 53 das quais privadas/comunitárias; 57 Escolas Primárias do 2º grau (EP II), sendo 45 privadas/comunitárias. Relativamente ao Ensino Secundário Geral (ESG), a Cidade da Beira possui 45 Escolas Secundárias do 1º grau, das quais 31 são privadas/comunitárias; e 27 Escolas Secundárias do 2º grau, sendo 21 do ensino privado (INE, 2013). Existe, a 80m metros (norte) da área d influência directa do projecto a Escola Primária Completa Santa Lúcia, a mais próxima da área do projecto. Na Cidade da Beira existem também instituições de ensino dedicadas ao ensino infantil, técnico-profissional e universidades. Existem na Cidade da Beira mais de 7 instituições de ensino superior, destacando-se a Universidade Católica de Moçambique (UCM), a Universidade Jean Piaget, a Universidade Eduardo Mondlane (Faculdade de Direito), a Universidade Pedagógica, a UniZambeze, entre outras.

5.3.7 Infra-estruturas de Água e Saneamento

O abastecimento em água á cidade é garantido pelo FIPAG a partir da estação de tratamento localizada na zona de Mutua, Distrito de Dondo, a cerca de 80km a Oeste da Beira. Bombas manuais, do tipo Afridev, complementam a provisão de água, principalmente nos Bairros periféricos de difícil acesso. Estas bombas de abastecimento de água, de accionamento manual, espalhadas pela cidade, ficam, muitas das vezes, inoperacionais por longos períodos devido às constantes avarias e à incapacidade por parte dos utilizadores de mantê-las funcionais através da deficiente manutenção. A área do projecto ainda não possui ligação à rede de abastecimento do FIPAG, sendo que Glencore foi informada que será feita uma ligação/ramificação de conexão para a unidade proposta. O saneamento da cidade é assegurado por uma estacão de tratamento de águas resíduas, recentemente reparada e ampliada através de um co-financiamento entre a Comissão Europeia e o Governo de Moçambique. A rede de distribuição é constituída principalmente por rede de drenagem pluvial, esgotos residuais e estação de tratamento de águas residuais. Esta estação comporta seis reactores anaeróbicos, filtros biológicos, decantadores, entre outros mecanismos de depuração ed efluentes. Espera-se que este sistema melhore substancialmente a médio prazo - dos anteriores 19,7% de cobertura para cerca de 60%. A érea do projecto não possui, actualmente, infra-estruturas de saneamento e não foi informado de planos de construção da mesma a curto ou médio prazo. A recolha de resíduos sólidos domésticos é efectuada pelo Conselho Municipal da Beira. Estima-se que sejam diariamente produzidas, na Cidade da Beira, mais de 500 toneladas de resíduos, dos quais cerca de 200 são efectivamente recolhidas pelo Conselho Municipal.

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5.3.8 Padrões de Uso

Como referido anteriormente, a área do projecto está inserida, de acordo com o Plano de Estrutura Urbana actual do Município da Beira, numa área definida e parcelada para fins industriais. Outrora, e devido as características dos solos, esta área era usada pelos habitantes dos bairros e zonas vizinhas para o cultivo de culturas de subsistência. Acerca de 300m a noroeste da área de influência directa do projecto existem algumas unidades industriais dedicadas a reparação de viaturas e equipamentos; refinaria de óleo alimentar, armazéns variados, produção de plásticos, dentre outras actividades. Á 400m a sudoeste da área do projecto existem várias habitações que compõem o populoso bairro da Munhava. A este da área do projecto é ainda possível identificar algumas áreas cultivadas pelas comunidades locais.

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6 POTENCIAIS IMPACTOS DO PROJECTO E ANALISE DE QUESTÕES FATAIS

Este capítulo fornece um resumo das previsíveis questões ou Impactos ambientais e socioeconómicos chave, consideradas relevantes no processo de AIA do projecto em questão. Entretanto, no caso de existirem riscos ambientais e sociais não identificados nesta fase, deverão serão devidamente avaliados durante a fase de EIA.

6.1 ANÁLISE DAS QUESTÕES FATAIS

Na análise de questões fatais foram tidos em conta os seguintes factores: • Análise dos elementos do projecto disponíveis; • Descrição das actividades a desenvolver (e ciclo de vida do projecto); • Análise prévia do ambiente biofísico e social das áreas de influência

directa e indirecta; • Localização geográfica do projecto (numa área definida para usos

industriais); e • O facto de o projecto não acarretar actividades de reassentamento.

Perante esta conjugação de factores, denota-se que o projecto não revela questões fatais que possam impedir a sua realização.

6.2 ACÇÕES POTENCIALMENTE CAUSADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS

A seguir são apresentadas algumas das actividades potenciais causadoras de impactos para as fases de construção, operação e de encerramento: Fase de Construção:

• Escavação e compactação do solo; • Preparação de acessos, vedação da área e instalação de portões de

acesso; • Mobilização de equipamentos e materiais da construção; • Trabalhos estruturais (Construção do edifício de escritórios

administrativos; fixação de estruturas em betão); • Ligação aos serviços de electricidade e água; • Armazenamento temporário de materiais e combustíveis/produtos

químicos; • Recolha, acondicionamento, armazenamento e deposição de resíduos

sólidos de construção; e • Geração de empregos temporários, directos e indirectos e mobilização

e presença física de trabalhadores

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Fase de Operação:

• Actividades operacionais gerais tais como armazenagem e manuseio de botijas de GPL (operações de desgaseificação e enchimento, carga e descarga).

• Geração, manuseamento e descarte de resíduos (sólidos e líquidos); • Entrada e circulação de camiões na unidade; e • Armazenamento de materiais e combustíveis/produtos químicos.

Fase de Encerramento:

• Aterro e nivelamento do terreno; • Desmantelamento de equipamento; • Restabelecimento e reabilitação da vegetação perturbada; e • Transporte de equipamentos e materiais para fora do local

Eventos de Emergência e Acidentais (Não Planeados)

• Acidentes rodoviários dentro da instalação; • Derrames acidentais de líquidos perigosos (óleos, combustíveis diesel,

produtos químicos tóxicos); e • Fuga de gás.

6.3 POTENCIAIS IMPACTOS BIOFÍSICOS

Foram identificados os potenciais impactos sobre o meio biofísico. Estes deverão cingir-se, à ruido e vibrações, qualidade do ar, geração de águas residuais, geração de resíduos, e impacte nos recursos hídricos.

6.3.1 Geração de Ruido e vibrações

Durante a construção haverá circulação de veículos e equipamentos, bem como a instalação das infra-estruturas e trabalhos mecânicos (associados a construção), o que poderá gerar alguns níveis de ruído e vibrações que, em princípio, serão apenas notados na área de influência directa do projecto. Já na fase de operação, estima-se que a poluição sonora ocorra aquando da carga e descarga de botijas (metálicas) de GPL, utilização de botijas, a sua movimentação dos carrosséis das linhas de enchimento na zona de enchimento bem como a sua armazenagem na instalação.

6.3.2 Poluição Atmosférica

As emissões poluentes irão variar durante cada uma das fases do Projecto. As emissões provenientes de veículos na fase de construção e operação (pela entrada e circulação de camiões na unidade e nas operações de carga, descarga e enchimento de GPL) ocorrerão dentro da área de implantação do Projecto. De forma similar a outros processos de combustão, as emissões de veículos incluem CO, NOx, SO2, PM e COVs (VOCs) (IFC 2007).

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Na fase de construção e operação existirão fontes pontuais, tais como geradores de emergência, que libertarão poluentes atmosféricos tipicamente associados com a combustão de combustíveis fósseis, por exemplo, óxidos de nitrogénio (NOx), dióxido de enxofre (SO2), monóxido de carbono (CO), e matéria em partículas (por ex., PM10), bem como outros poluentes atmosféricos incluindo compostos orgânicos voláteis (COVs/VOCs) e metais (IFC 2007). Na fase de operação existirão potencialmente impactos associados com poluição atmosférica relacionados com emissões atmosféricas difusas. Fontes de emissões difusas referem-se àquelas que estão distribuídas pelo espaço, por uma ampla área, e não estão confinadas a um ponto de emissão específico. Os dois principais tipos são os compostos orgânicos voláteis (COVs/VOCs) e as matérias particuladas (IFC 2007). As emissões difusas poderão ocorrer a partir das operações de desgaseificação, enchimento, limpeza, purga, desconexão de botijas, e a partir de reservatórios de armazenagem a granel.

6.3.3 Geração de águas residuais

Durante a fase de construção serão usados sanitários móveis, sendo contratada uma empresa devidamente licenciada para efectuar a gestão das águas residuais. Na fase de operação, e de acordo com a descrição do projecto, haverá um sistema composto por uma fossa séptica e um dreno, para onde serão conduzidas as águas residuais (negras e brancas, respectivamente).Este sistema deverá ser periodicamente inspeccionado de modo a garantir a sua eficiência.

6.3.4 Geração de resíduos

Os principais tipos de resíduos gerados na fase de construção são: restos de embalagens emplástico e papelão, entulho de obra (mistura de cimento betão, areias, etc.), restos de metais e paletes de madeira – resíduos não perigosos; bem como recipientes de tintas, vernizes e solventes – resíduos perigosos. Já para a fase de operação, apenas se antevê a geração de resíduos domésticos não perigosos, nomeadamente, restos de comida, pequenas embalagens de papel e cartão, consumíveis de escritório, provenientes do escritório.

6.3.5 Poluição dos Solos

A poluição dos solos poderá ocorrer aquando do uso e armazenagem inadequada de substâncias perigosas, durante a fase de construção, em caso de eventos não-planeados (derrames). A poluição dos solos poderá ainda ocorrer aquando da ocorrência de eventos extremos e de eventos não-planeados (explosão, derrames, etc.).

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6.4 PRINCIPAIS IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS E DE SEGURANÇA OPERACIONAL

Tal como referido para a componente biofísica, também ao nível socioeconómico e segurança operacional foram identificados os potenciais Impactos decorrentes da efectivação do projecto.

6.4.1 Geração de Postos de Trabalho (Impacto positivo)

De acordo com a descrição e tipo de projecto, a disponibilidade de postos de trabalho permanentes é relativamente baixa. Para a fase de operação, a instalação de enchimento de botijas de GPL irá recrutar apenas 10 pessoas, dentre qualificadas e não-qualificadas. A fase de construção irá requerer uma quantidade de mão-de-obra maior, na sua maioria, não-qualificada. Mesmo apesar da disponibilidade de postos de trabalho permanentes ser relativamente baixa, constitui um aspecto positivo do projecto.

6.4.2 Interacção com as Infra-estruturas Industriais Circundantes (Impacto residual)

A unidade de enchimento de GPL proposta estará localizada numa área definida para usos industriais, onde já existem algumas unidades industriais, e estão sendo construídas mais. A estrada de acesso a estes locais, com dois sentidos e cerca de 10 m de largura, é única. O facto de existirem várias indústrias na área envolvente, cada uma delas fazendo uso da mesma via de acesso, poderá culminar com situações de obstrução da via, caso não sejam harmonizados esforços para evitar tal facto.

6.4.3 Aspectos de Segurança Operacional

Estes aspectos estão intrinsecamente ligados ao funcionamento dos sistemas e equipamentos no interior da instalação, a integridade física das pessoas, bem como a segurança operacional tendo em conta a área envolvente da unidade de enchimento de botijas de GPL. Neste sentido, será feita, no EIA, uma análise de cada um destes factores, tendo em conta a ocorrência de eventos não-planeados.

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7 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O EIA

7.1 OBJECTIVOS E ÂMBITO DOS TERMOS DE REFERÊNCIA

Segundo o Artigo 6 do Decreto nº 45/2004 de 29 de Setembro, a realização do processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) pressupõe, numa primeira fase, a selecção das acções e definição dos aspectos ambientais críticos a analisar nas investigações ambientais seguintes. Esta avaliação, ainda que preliminar, é constituída por uma análise e selecção das acções do projecto com maior potencial de causar impactos significativos no ambiente onde o projecto se insere. Assim sendo, o objectivo destes Termos de Referência (TdR) é definir os estudos de especialidade a serem realizados, bem como identificar claramente a metodologia de identificação e avaliação dos potenciais impactos ambientais e sociais do projecto proposto.

7.2 COMPONENTES AMBIENTAIS DO EIA

De modo a compilar a informação sobre as componentes ambientais do Estudo de Impacto Ambiental (EIA), será realizada uma análise multidisciplinar que abrangerá a análise dos aspectos relevantes, nomeadamente aspectos biofísicos e sócio económicos. Especificamente, os aspectos ambientais a analisar no EIA são: • Aspectos Biofísicos:

• Clima; • Geologia, Solos e Geomorfologia; • Recursos hídricos (superficiais e subterrâneos) • Ruído; • Qualidade do Ar; • Flora e Vegetação; e • Fauna.

• Aspectos socioeconómicos:

• Divisão Administrativa da Cidade da Beira; • Demografia e População; • Uso Actual da Terra e Planos de Estrutura Urbana Existentes; • Economia; • Comércio e Actividade Industrial; e • Serviços Básicos (Saúde e Educação).

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• Aspectos de Segurança Operacional:

• Análise geral de Eventos Não-planeados;

No capítulo seguinte apresenta-se a metodologia específica para a classificação de cada aspecto ambiental a ser analisado no EIA.

7.3 METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

7.3.1 Componentes Ambientais do EIA

De modo a compilar a informação sobre as componentes ambientais do EIA, será realizada uma análise multidisciplinar que abrangerá a análise dos aspectos relevantes, nomeadamente aspectos biofísicos e sócio económicos.

7.3.2 Identificação e Avaliação de Impactos

A avaliação dos potenciais impactos e benefícios decorrentes da implementação do projecto irá seguir uma metodologia científica padronizada, que irá reduzir a subjectividade envolvida na realização de tais avaliações. Esta metodologia é utilizada para determinar com precisão a significância de impactos previstos sobre, ou para beneficiar, o ambiente natural e / ou social circundante. Os principais objectivos da avaliação de impactos consistem em:

• Identificar e avaliar a significância dos potenciais impactos do projecto sobre os receptores identificados e os recursos naturais de acordo com um critério de avaliação definido;

• Desenvolver e descrever as medidas que serão tomadas para evitar, minimizar, reduzir ou compensar os potenciais efeitos negativos;

• Indicar a importância dos impactos residuais que permanecem depois de mitigação; e

• Desenvolver recomendações para o monitoramento a ser implementado como parte do PGA.

7.3.3 Definição da Natureza do Potencial Impacto

Cada potencial impacto será identificado pela sua causa subjacente (a actividade ou acção do projecto) que resultará num impacto (alteração de estatuto no ambiente natural e social, seja positivo ou negativo) num receptor (o ambiente natural ou comunidade que vai ser afectado).

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Com base no descrito acima, o potencial impacto é definido como um Benefício Positivo ou Impacto Negativo (Tabela 7.1). Além disso, o impacto pode ser definido como Impacto Directo ou Indirecto.

Tabela 7.1 Definição da natureza do impacto

Termo Definição Natureza do Impacto

Positivo Um impacto que representa uma melhoria na situação ambiental de referência ou introduz uma mudança positiva.

Negativo Um impacto que representa uma mudança adversa na situação ambiental de referência, ou introduz um novo factor indesejável.

Tipo de Impacto

Impacto directo

Impactos que resultam de uma interacção directa entre uma Actividade do Projecto planeada e o ambiente receptor / receptores (por exemplo, entre a ocupação de um local e os habitats pré-existentes ou entre uma descarga de efluentes e a qualidade da água receptora).

Impacto indirecto

Impactos que resultam de outras actividades que tendem a acontecer como consequência do Projecto (por exemplo, imigração laboral que exige especial demanda de recursos). Os impactos indirectos podem também ser referidos como impactos induzidos ou secundários.

Impacto cumulativo

Impactos que agem em conjunto com outros impactos (incluindo os de futuras actividades de terceiros já planeadas ou a ocorrer em simultâneo) e que afectam os mesmos recursos e/ou receptores do Projecto.

7.3.4 Classificação do Potencial Impacto

Cada potencial impacto será classificado com base em critérios estabelecidos, incluindo a sua Escala Espacial e Temporal, Intensidade e Probabilidade (Tabela 7.2). A magnitude do impacto é, portanto, uma função destes critérios.

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Tabela 7.2 Tabela de Classificação do Impacto

Magnitude do impacto – o grau de alteração causado no ambiente

Extensão

• No local – impactos limitados aos limites do local e que afectam uma área num raio de 500m em torno do local.

• Regional – impactos que afectam recursos ambientais importantes a nível da Cidade da Beira.

• Nacional – impactos que afectam recursos ambientais importantes a nível nacional ou que afectam uma área importante a nível nacional / ou com consequências macroeconómicas.

• Transfronteiriços/Internacional – impactos que se estendem além das fronteiras do país ou afectam recursos importantes a nível internacional.

Duração

• Temporário – impactos que deverão ser de curta duração e intermitentes/ocasionais.

• Curto-prazo – impactos que deverão durar apenas no período de construção.

• Longo-prazo – impactos que vão continuar durante a vida do Projecto, mas cessam quando o Projecto é concluído ou interrompido.

• Permanente – impactos que causam uma alteração permanente no receptor ou recurso afectado (por exemplo, remoção ou destruição de habitat) que se prolonga substancialmente para além da vida do Projecto.

Intensidade

AMBIENTE BIOFÍSICO: A intensidade pode ser considerada em termos da sensibilidade do receptor de biodiversidade • Insignificante – o impacto no ambiente não é detectável. • Baixa – o impacto afecta o ambiente de forma a não afectar as funções e

processos naturais. • Média – quando o ambiente natural é alterado mas as funções e processos

naturais continuam, apesar de continuarem de forma modificada. • Alta – quando os processos ou funções naturais são alterados a ponto de

cessarem temporária ou permanentemente. AMBIENTE SOCIO-ECONÓMICO: A intensidade pode ser considerada em termos da capacidade das pessoas /comunidades afectadas pelo projecto se adaptarem às alterações causadas pelo Projecto. • Insignificante – não existe nenhuma alteração perceptível nos meios de

subsistência das pessoas. • Baixa – As pessoas/comunidades conseguem adaptar-se com relativa

facilidade e manter os meios de subsistência pré-impacto. • Média – Conseguem adaptar-se com alguma dificuldade e manter os meios

de subsistência pré-impacto mas apenas com algum apoio. • Altas – As pessoas afectadas não vão conseguir adaptar-se às alterações e

continuam a manter os meios de subsistência pré-impacto. Probabilidade do impacto – a probabilidade de ocorrência de um impacto Pouco provável É pouco provável que o impacto ocorra. Provável É provável que o impacto ocorra. Definitiva O impacto vai ocorrer.

7.3.5 Determinação da Significância de um Impacto

Depois de se determinar uma classificação para a magnitude e probabilidade, será utilizada a matriz Envid, ilustrada na Tabela 7.3, para determinar a significância do impacto.

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Tabela 7.3 Matriz (Envid) de classificação de significância das interacções / impactos.

7.4 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE OS PRINCIPAIS COMPONENTES AMBIENTAIS E SOCIOECONÓMICOS

No âmbito da AIA serão estudados, em detalhe, os principais impactos sobre os aspectos ambientais e sociais do projecto proposto, que são abaixo apresentados: Clima

O descritor clima, quase não está directamente associado a potenciais impactos negativos que possam ser causados pela nova unidade de enchimento de botijas de GPL (Gás de Petróleo Liquefeito). No entanto, constitui uma base muito importante para o desenvolvimento da análise de outros descritores ambientais, tais como a ruido e qualidade do ar relativamente ao regime de ventos, e recursos hídricos relativamente a precipitação. Desta forma, a análise a realizar para este descritor terá coma base informações bibliográficas e dados publicados pelo Instituto Nacional de Meteorologia (INAM). Serão analisados os seguintes dados: • Temperatura e precipitação; • Pressão atmosférica e ventos; e • Ciclones.

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Geologia e Geomorfologia Para o descritor Geologia e Geomorfologia serão tidos em conta como aspectos relevantes: o Enquadramento Geológico Regional e Local; a Geomorfologia, e os solos. A caracterização será realizada de modo a permitir a análise dos impactos do projecto. Os dados e as análises apresentados serão proporcionais à importância dos potenciais impactos e será explicitado o grau de incerteza global associada à caracterização do ambiente afectado. Serão ainda abordados os seguintes aspectos: • Identificação e descrição/quantificação dos impactos ambientais

significativos, resultantes do projecto nos descritores em análise; e

• Avaliação da importância/significado dos impactos com base na definição das respectivas escalas de análise, bem como a análise de impactos cumulativos (isto é, dos que resultam do projecto em associação com outros projectos, existentes ou previstos, projectos complementares ou subsidiários).

Serão descritas as medidas e as técnicas previstas para evitar, reduzir ou compensar os impactos negativos, bem como maximizar ou potenciar os seus efeitos positivos. Qualidade do Ar A distribuição de poluentes na atmosfera é influenciada por vários factores tais como, a localização das fontes emissoras, a orografia, a transformação e fenómenos meteorológicos. Nesse âmbito, serão identificadas as principais fontes de poluição atmosférica pontual ou difusa, bem como os receptores sensíveis a qualidade do ar. No EIA, serão identificados e classificados os potenciais impactos do projecto sobre a qualidade do ar, durante as fases de construção, operação. Para os impactos identificados, serão definidas medidas de mitigação e potenciação, caso sejam negativos ou positivos. Ruído e vibrações O ruído pode definir-se como qualquer variação da pressão atmosférica que o ouvido humano pode detectar, seja no ar, na água ou em qualquer outro meio de propagação, sendo que o mesmo não é estacionário, podendo variar ao longo do tempo. As vibrações são detectadas pelo corpo humano e não são estacionárias, podendo variar ao longo do tempo.

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Diversos factores tais como condições meteorológicas (direcção e velocidade do vento, variações de temperatura e humidade relativa do ar), distância e existência de obstáculos influenciam a propagação e atenuação do ruído. No EIA será feita a caracterização do ambiente sonoro da área de implantação do projecto, através da identificação das principais fontes de poluição sonora e dos principais receptores, o que possibilitará a identificação e classificação dos potenciais impactos do projecto sobre o meio sonoro. Recursos Hídricos Para o descritor Recursos Hídricos serão considerados como aspectos principais: • Caracterização geral do sistema hidrográfico, incluindo a

delimitação de linhas de escorrência superficial potencialmente afectadas pelo projecto e a sua caracterização; e

• Quanto à caracterização do regime hidrológico avaliar-se-á o escoamento superficial e será feita a Identificação e caracterização dos pontos de água que poderão ser afectados pelo projecto.

Aspectos Biológicos A área do projecto foi definida para fins industriais, pelo que se apresenta, de forma gradual, alterada por factores antropogénicos. Estas alterações exercem influência sobre os factores biológicos. Apesar disso, neste capítulo será realizado um levantamento actual da composição da fauna e da flora locais de modo a perceber os impactos da actividade sobre os mesmos. Aspectos Socioeconómicos Será realizada uma descrição de base da situação socioeconómica da Cidade da Beira com base em informações disponíveis, dados secundários recolhidos em estudos de gabinete e dados primários recolhidos durante o trabalho de campo a ser realizado. A informação socioeconómica de base a recolher, e que permitirá estudar / avaliar os impactos da actividade sobre o meio será a seguinte:

• Organização político-administrativa da Cidade da Beira; • Demografia e população; • Padrões de uso da terra; • Comercio, actividade industrial e serviços;

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• Serviços básicos de Saúde e Educação; • Emprego.

Serão avaliados os impactos negativos e positivos potenciais do projecto utilizando a metodologia descrita anteriormente identificando medidas de minimização para cada impacto negativo e de potenciação para cada impacto positivo.

7.5 O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

O Processo de Participação Pública (PPP) será conduzido em conformidade com os Regulamentos de AIA (Decreto nº. 45/2004 alterado pelo Decreto 42/2008) e a Directiva Geral de Participação Pública (Diploma Ministerial 130/2006). O PPP será realizado em duas fases, nomeadamente durante a Fase de Definição de Âmbito (a fase actual) e a Fase de EIA, tenho como principal objectivo a disponibilização dos rascunhos dos relatórios produzidos em cada uma destas fases, nomeadamente, o Relatório de EPDA e o REIA para análise e comentários do público. Esta secção fornece um plano para o PPP proposto para a fase do EIA.

7.5.1 Publicação do relatório de EIA

O Relatório do EIA será disponibilizado às Partes Interessadas e Afectadas (PI&As) para análise e comentários através da distribuição de cópias, em papel, do relatório nas instituições públicas seleccionadas e a disponibilização de uma cópia em formato digital na página de internet da ERM. O relatório será disponibilizado, no mínimo, duas semanas antes das reuniões públicas propostas. Adicionalmente, um Resumo Não-Técnico do relatório de EIA será distribuído às PI&As com um resumo breve e simples do relatório do EIA. Este resumo será distribuído às PI&As como parte do processo de notificação da reunião pública.

7.5.2 Reuniões Públicas para a Apresentação do Relatório de EIA

As reuniões públicas pretendem apresentar as constatações e recomendações do relatório de EIA e recolher comentários, sugestões e preocupações das PI&As. À semelhança da Fase de Definição de Âmbito, as PI&As serão notificadas para participarem da reunião pública através de um convite escrito, anúncios no jornal e divulgação na rádio. De acordo com os Regulamentos de AIA, este processo de notificação deve ocorrer quinze dias antes da realização das reuniões públicas. Propõe-se que as reuniões públicas sejam realizadas na Cidade da Beira, onde para as quais serão preparadas apresentações adequadas, com detalhes do projecto e as descobertas do processo de AIA.

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7.5.3 Lista de Comentários e Perguntas

O período para comentários públicos irá prolongar-se por quinze dias após a realização das reuniões públicas. Todos os comentários recebidos durante o processo de AIA e durante o período de consultas públicas serão documentados numa Lista de Comentários e Questões.

7.5.4 Relatório das Reuniões

Haverá um período de 2 semanas para as PI&As e as autoridades relevantes analisarem e comentarem os resultados do EPDA e EIA preliminares. Todos os comentários recebidos serão documentados numa versão actualizada da Matriz de Questões e Respostas (MQR). Qualquer alteração necessária aos Relatórios de EPDA e EIA, bem como estudos especializados será feita com base nos comentários recebidos das PI&AS e autoridades relevantes.

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8 CONCLUSÃO

A instrução do processo (I.P) do projecto proposto, unidade de enchimento de botijas de GPL na Cidade da Beira foi enviada para a Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER) de Sofala, com todas as informações necessárias para a sua categorização. O projecto foi classificado como sendo de Categoria A, sendo necessária uma Avaliação de Impacto Ambiental (AIA) completa, de acordo com o Decreto 45/2008, de 29 de Setembro (Regulamento de AIA). A AIA é realizada em três fases distintas, sendo: (1) A Instrução do Processo; (2) o Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA), o presente documento e, (3) o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). O objectivo do presente EPDA é, de acordo com o projecto e a área proposta para a sua implantação analisar a existência, ou não, de questões fatais de ordem ambiental e/ou social que possam determinar a suspensão da sua implementação; a identificação de aspectos biofísicos e sociais que possam influenciar o desenho do projecto; a determinação (preliminar) dos principais impactos ambientais e sociais do projecto; bem como a apresentação de Termos de Referência (TdR) para o EIA. Com base na avaliação inicial da área do projecto, bem como dos potenciais impactos, conclui-se que não existem questões fatais, ambientais e sociais, que impeçam a prossecução do projecto e da AIA. Entretanto, foram identificados potenciais impactos ambientais e sociais, associados com as fases do projecto, com efeitos nos seguintes aspectos ambientais e sociais: Atmosfera (qualidade do ar); Geologia; Solos; Ruído; Postos de Trabalho/Emprego; Infra-estruturas vizinhas; Segurança operacional (associada a eventos extremos/não planeados).

No EIA será feita uma avaliação detalhada dos potenciais impactos ambientais e sociais e, subsequentemente, definidas medidas de mitigação para reduzir e ou elimina-los. Esta avaliação deverá ser efectuada (mas não limitada a esta) por especialistas das referidas áreas e deverá incluir estudos sobre os solos, ruído e qualidade do ar. A avaliação deverá incluir a classificação da magnitude e significância dos impactos. Posteriormente será elaborado o Plano de Gestão Ambiental (PGA), que incluirá requisitos de gestão dos aspectos ambientais e sociais para a fase de construção e operação.

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Este relatório será a base segundo a qual as autoridades ambientais deverão emitir o parecer final sobre o projecto. Caso seja aprovado, as autoridades ambientais deverão emitir a respectiva Licença Ambiental.

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CONTENTS

1 INTRODUÇÃO 3

1.1 ANTECEDENTES DO PROJECTO 3 1.2 JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO 4 1.3 OBJECTIVO DO RELATÓRIO DE EPDA 4 1.4 IDENTIFICAÇÃO E ENDEREÇO DO PROPONENTE E DO CONSULTOR AMBIENTAL 5

2 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL 7

2.1 PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES LIGADAS 7 2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 7 2.3 OUTROS DISPOSITIVOS LEGAIS APLICÁVEIS À ACTIVIDADE 10 2.4 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA SOBRE GPL 11

3 PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL 12

3.1 DIAGRAMA DO PROCESSO DE AIA 12 3.2 PRÉ-AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE AIA (INSTRUÇÃO DO PROCESSO) 14 3.3 ESTUDO DE PRÉ-VIABILIDADE AMBIENTAL E DEFINIÇÃO DO ÂMBITO (DEFINIÇÃO

DO ÂMBITO) 14 3.4 PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA 15 3.5 ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL 16

4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 18

4.1 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO 18 4.2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO 19 4.3 MÃO-DE-OBRA 25 4.4 NECESSIDADES DE ÁGUA E ENERGIA ELÉCTRICA 25 4.5 GERAÇÃO DE RESÍDUOS 25

5 DESCRIÇÃO PRELIMINAR DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DE REFERÊNCIA DO PROJECTO 26

5.1 ÁREAS DE INFLUÊNCIA DIRECTA E INDIRECTA 26 5.2 AMBIENTE FÍSICO 26 5.3 AMBIENTE SOCIOECONÓMICO 33

6 POTENCIAIS IMPACTOS DO PROJECTO E ANALISE DE QUESTÕES FATAIS 37

6.1 ANÁLISE DAS QUESTÕES FATAIS 37 6.2 ACÇÕES POTENCIALMENTE CAUSADORAS DE IMPACTOS AMBIENTAIS E SOCIAIS 37 6.3 POTENCIAIS IMPACTOS BIOFÍSICOS 38 6.4 PRINCIPAIS IMPACTOS SOCIOECONÓMICOS E DE SEGURANÇA OPERACIONAL 40

7 TERMOS DE REFERÊNCIA PARA O EIA 41

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7.1 OBJECTIVOS E ÂMBITO DOS TERMOS DE REFERÊNCIA 41 7.2 COMPONENTES AMBIENTAIS DO EIA 41 7.3 METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE IMPACTOS 42 7.4 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE OS PRINCIPAIS COMPONENTES AMBIENTAIS E

SOCIOECONÓMICOS 45 7.5 O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA 48

8 CONCLUSÃO 50