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Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra Prazo para propor ação que vise indenização pelo atraso na entrega da obra é de até cinco anos, de modo que prédios prontos que foram entregues em atraso podem gerar indenização aos consumidores. 26/03/10 - Muitos imóveis são vendidos na planta, com prazos de entrega pré-determinados em contrato. De acordo com ranking do Procon , porém, o atraso na entrega do imóvel é uma das principais reclamações no setor de habitação. “O número de reclamações quanto a atraso na entrega de imóveis aumentou muito nos últimos meses. Há construtoras com mais de dois anos de atraso na entrega das obras e o consumidor que comprou um imóvel para se ver livre do aluguel ou para investir, fica no prejuízo”, diz José Geraldo Tardin, presidente do Ibedec (Instituto de Defesa do Consumidor). Tardin destaca que “a maioria dos contratos de venda de imóvel na planta prevê cláusula de carência para a entrega da obra, sem que a construtora comprove qualquer fato. Isto coloca o consumidor em uma situação de completo desequilíbrio em relação à construtora, o que o CDC proíbe e a Justiça tem declarado nula este tipo de cláusula”. Para Tardin, pleitear uma indenização nos casos de atraso é um direito que assiste aos consumidores e normalmente é fixado pela Justiça em 0,5 a 1% do valor de mercado do imóvel multiplicado pelos meses de atraso na entrega. Outra opção para o consumidor é buscar a rescisão do contrato pela inadimplência da construtora, onde teria direito a receber de volta 100% dos valores que pagou e ainda pleitear indenização pelo desfazimento do contrato. O consumidor José Mendonça, de Brasília (DF), comprou um imóvel na planta com prazo de entrega para 30 de setembro de 2006. Porém a entrega só foi feita em 24 de abril de 2007. Orientado pelo Ibedec, ele recorreu ao Judiciário e em sentença da 11ª Vara Cível de Brasília, obteve a indenização de 0,8% ao mês do valor de mercado do imóvel pelo período em que a construtora atrasou o pagamento. O Ibedec orienta que os consumidores que se encontram nesta situação podem recorrer à Justiça de duas formas: individual ou coletivamente. Para recorrer sozinho o consumidor movimentará um processo mostrando o contrato e a publicidade onde conste a promessa do prazo de entrega e confrontará tal prazo com o estágio atual da obra a data da efetiva entrega. Coletivamente, o Ibedec pode representar os consumidores de um mesmo prédio ou condomínio através de uma única ação. As vantagens são que os consumidores não precisarão adiantar custas e nem honorários periciais caso seja necessário. O prazo para propor ação que vise indenização pelo atraso na entrega da obra é de até cinco anos contados do atraso. Mais informações: (61) 3345-2492 Entrega de imóvel fora do prazo poderá gerar indenização ao comprador A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou, na última quarta-feira (6), o Projeto de Lei 3.019/08, que estipula indenização para compradores de imóveis que tenham atraso na entrega. As construtoras terão de pagar aos clientes valor equivalente ao aluguel de uma unidade similar à adquirida por mês de atraso.

Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra

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Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra

Prazo para propor ação que vise indenização pelo atraso na entrega da obra é de até cinco anos, de modo que prédios prontos que foram entregues em atraso podem gerar indenização aos consumidores.

26/03/10 - Muitos imóveis são vendidos na planta, com prazos de entrega pré-determinados em contrato. De acordo com ranking do Procon, porém, o atraso na entrega do imóvel é uma das principais reclamações no setor de habitação.

“O número de reclamações quanto a atraso na entrega de imóveis aumentou muito nos últimos meses. Há construtoras com mais de dois anos de atraso na entrega das obras e o consumidor que comprou um imóvel para se ver livre do aluguel ou para investir, fica no prejuízo”, diz José Geraldo Tardin, presidente do Ibedec (Instituto de Defesa do Consumidor).

Tardin destaca que “a maioria dos contratos de venda de imóvel na planta prevê cláusula de carência para a entrega da obra, sem que a construtora comprove qualquer fato. Isto coloca o consumidor em uma situação de completo desequilíbrio em relação à construtora, o que o CDC proíbe e a Justiça tem declarado nula este tipo de cláusula”.

Para Tardin, pleitear uma indenização nos casos de atraso é um direito que assiste aos consumidores e normalmente é fixado pela Justiça em 0,5 a 1% do valor de mercado do imóvel multiplicado pelos meses de atraso na entrega.

Outra opção para o consumidor é buscar a rescisão do contrato pela inadimplência da construtora, onde teria direito a receber de volta 100% dos valores que pagou e ainda pleitear indenização pelo desfazimento do contrato.

O consumidor José Mendonça, de Brasília (DF), comprou um imóvel na planta com prazo de entrega para 30 de setembro de 2006. Porém a entrega só foi feita em 24 de abril de 2007. Orientado pelo Ibedec, ele recorreu ao Judiciário e em sentença da 11ª Vara Cível de Brasília, obteve a indenização de 0,8% ao mês do valor de mercado do imóvel pelo período em que a construtora atrasou o pagamento.

O Ibedec orienta que os consumidores que se encontram nesta situação podem recorrer à Justiça de duas formas: individual ou coletivamente.

Para recorrer sozinho o consumidor movimentará um processo mostrando o contrato e a publicidade onde conste a promessa do prazo de entrega e confrontará tal prazo com o estágio atual da obra a data da efetiva entrega.

Coletivamente, o Ibedec pode representar os consumidores de um mesmo prédio ou condomínio através de uma única ação. As vantagens são que os consumidores não precisarão adiantar custas e nem honorários periciais caso seja necessário.

O prazo para propor ação que vise indenização pelo atraso na entrega da obra é de até cinco anos contados do atraso.

Mais informações: (61) 3345-2492

Entrega de imóvel fora do prazo poderá gerar indenização ao comprador

A Comissão de Desenvolvimento Urbano aprovou, na última quarta-feira (6), o Projeto de Lei 3.019/08,

que estipula indenização para compradores de imóveis que tenham atraso na entrega. As construtoras

terão de pagar aos clientes valor equivalente ao aluguel de uma unidade similar à adquirida por mês de

atraso.

Para o relator do projeto, deputado Carlos Brandão (PSDB-MA), a exceção só cabe para os atrasos

motivados por caso fortuito ou de força maior. Contudo, ele concorda com os argumentos do autor do

projeto, deputado Antonio Bulhões (PMDB-SP), para quem o descumprimento de prazos significa

prejuízos ao consumidor.

"Na maioria das vezes, o adquirente limita-se a assumir o prejuízo, pois ir à Justiça em busca de

indenização pode implicar uma longa via crucis, visto que não há um direito objetivo assegurado", disse o

relator, segundo a Agência Câmara. O projeto ainda será analisado em caráter conclusivo pelas

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Comissões de Defesa do Consumidor e de Constituição e Justiça e Cidadania, sem necessidade de

seguir ao Plenário.

ABC paulista

De acordo com levantamento feito pela Cadmesp (Consultoria em Defesa dos Mutuários), cerca de 30%

dos imóveis financiados diretamente com as construtoras na região do ABC paulista não são entregues

ou atrasam ao menos um ano.

A Cadmesp estima que aproximadamente 30 mil pessoas tenham sido prejudicadas por cooperativas

ilegais na região e alerta que os mutuários devem exigir reparação financeira, em caso de atrasos.

Além disso, eles chamam a atenção para a necessidade de checar o histórico da construtora nos órgãos

de defesa do consumidor, bem como para se ter uma conversa com outros mutuários de outros

empreendimentos da empresa, antes de fechar o negócio.

 

Siga os posts do Administradores no Twitter: @admnews.

COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA - CONSTRUÇÃO CIVIL - OBRA - BEM IMÓVEL - RELAÇÃO DE CONSUMO - LEI 8078 90 - ART 159 CC - INDENIZAÇÃO - TUTELA ANTECIPADA - ART 273 CPC - FINANCIAMENTO - PAGAMENTO - PRAZO DE ENTREGA - POUPANÇA - ART 186 NCC - LEI 10406 02

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DESTA CAPITAL. 

................, brasileiro, casado, motorista autônomo, portador da cédula de identidade RG n.º ............., inscrito no CPF/MF sob o n.º ..................., residente e domiciliado na Rua ................, Bairro ............., nesta Capital, por sua advogada e procuradora adiante assinada, conforme instrumento procuratório incluso (doc. ....), com escritório profissional abaixo impresso, onde recebe notificações e intimações, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente

AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C RESSARCIMENTO DE PERDAS E DANOS, com pedido de CONCESSÃO ANTECIPADA DOS EFEITOS PARCIAIS DA TUTELA FINAL, com fulcro nos artigos 145, inciso II, 158 e 159 do Código Civil; Lei 8.078/90 (CDC), artigo 273, inciso I do Código de Processo Civil, bem como os demais dispositivos aplicáveis à matéria, contra

................, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob n.º ..............., com sede na ................., Bairro ..............., nesta Capital, na pessoa de seu representante legal, pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:

1. DO CONTRATO

Em data de ..... de .......... de ........... o requerente firmou com a requerida Contrato

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Particular de Compromisso de Compra e Venda (doc. .... a ...), tendo com objeto os seguintes bens imóveis:

Contrato n. ......... Apto. ........... - Módulo ...., do bloco .... - PADRÃO - Tipo ...., com área privativa de ......m2, área de uso comum de .....m2, totalizando .....m2, ou PADRÃO - Tipo ...., com área privativa de .....m2, área de uso comum de .....m2, totalizando .....m2, situado na Rua .............., em ............... do Empreendimento Residencial ............... (Cód. .....).

Contrato n. ..............: Apto ..... - Módulo .., do bloco ..... - PADRÃO - Tipo ..., com área privativa de ......m2, área de uso comum de .....m2, totalizando .....m2, ou PADRÃO - Tipo ...., com área privativa de ....m2, área de uso comum de ....m2, totalizando ....m2, situado na Rua ................., em ............, do Empreendimento Residencial .............. (cód. .....).

2. DO VALOR E DO FINANCIAMENTO DOS IMÓVEIS

O preço total dos imóveis adquiridos à época do financiamento era de R$ .......... cada apartamento, sendo R$ ....... a título de poupança e o saldo devedor financiado em ...... parcelas iguais, conforme Quadro Resumo em anexo (doc. .... e ...) e Proposta de Reserva n. ....... e ..... (doc. .... e ....).

3. DOS PAGAMENTOS EFETUADOS

O requerente pagou a poupança de ambos os imóveis, acrescido de um total de .... parcelas no valor de R$ ........., conforme planilha de cálculo em anexo (doc. ....), que computou entrada e financiamento em valores atualizados e corrigidos monetariamente.

Portanto, até o mês de ....... do corrente ano as parcelas dos referidos imóveis encontra-se em dia, como se comprova através da juntada das cópias dos comprovantes de pagamento em anexo (doc. ....., .... e ....) .

4. DO PRAZO DE ENTREGA DO IMÓVEL

De acordo com o estabelecido na cláusula Décima Primeira dos referidos contratos (doc. ....), que fala do "DO PRAZO DA ENTREGA" e ainda no item 13 do Quadro Resumo (doc. .... e ...), o prazo da entrega do imóvel do bloco 02 seria para ....... de ...... e do imóvel do bloco .... seria para ...... de ....., com tolerância de atraso ou antecipação, em ambos os contratos, de ...... dias, o que prorrogaria a entrega da obra para ..... e ........ de ......., respectivamente.

Desta forma, deve haver a rescisão contratual em razão da requerida não ter entregue os imóveis nos prazos estipulados, descumprindo cláusula contratual resolutiva, bem como não haver previsão para a efetiva entrega.

5. DO ANDAMENTO DA OBRA

A construção dos referidos imóveis, pertencentes aos blocos "..." e "..." sequer iniciou e a obra composta de vários blocos encontra-se totalmente atrasada, senão abandonada, pois somente um dos blocos está em fase de acabamento e um outro ainda no início, como podemos observar pelas fotos e respectivos negativos inclusos à presente (doc. ....), sendo que nenhum deles referem aos imóveis adquiridos pelo requerente.

6. DA NOTIFICAÇÃO

Como o prazo da entrega da obra já se expirou, levando-se em conta a tolerância de ........ dias de atraso, o requerente procedeu a NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL da requerida, conforme documento em anexo (doc. ....), notificando-a, em resumo, nos

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seguintes termos:

"...tem a presente a finalidade de NOTIFICAR a empresa ....... .,na pessoa de seu representante legal, para, no prazo improrrogável de 30 ( trinta ) dias, contados a partir do recebimento desta, providencie a rescisão contratual, com a devolução dos valores pagos a título de adiantamento do respectivo imóvel, tendo em vista não haver a mínima possibilidade da entrega dos imóveis em tempo hábil..."

Passamos hoje ... meses após o recebimento da referida notificação, que foi em .../.../..., não houve por parte da requerida qualquer contato ou tentativa de acordo no sentido de rescindir extrajudicialmente o contrato firmado entre as partes, com a devolução dos valores pagos a título de adiantamento pelos respectivos imóveis, o que motivou a propositura da presente ação.

7. DO INADIMPLEMENTO POR PARTE DA RÉ

A ré, através do seu inadimplemento, ou seja, da não entrega dos imóveis no prazo estipulado no contrato, deu motivo para sua rescisão, uma vez que o requerente não tem mais interesse em continuar pagando por algo que não sabe se vai receber no futuro, pois teme que os imóveis não venham a ser construídos, causando-lhe prejuízo financeiro considerável, uma vez que já pagou o valor atualizado de R$ ..........

8. DA MATRÍCULA DO IMÓVEL

Conforme Quadro Resumo em anexo (doc. ... e ... ), o imóvel tem sua origem na Matrícula n. ...... da ....ª Circunscrição Imobiliária desta Capital.

Como podemos observar pela inclusa certidão atualizada da respectiva matrícula e nas demais que foram abertas (doc. ...., ...., e ....), não consta em momento algum a incorporação da respectiva obra.

O Código Civil determina em seu artigo 145, inciso II:

Artigo 145. É nulo o ato jurídico:

II - Quando for ilícito, ou impossível, o seu objeto.

9. DO CONTRATO DE ADESÃO

O contrato firmado entre as partes é de adesão, onde as cláusulas foram previamente estipuladas, não permitindo ao requerente interferir de qualquer modo na sua confecção, ou seja, ou assinava como se encontrava ou não firmava o negócio. Como pode ser verificar no documento de n. ... a ..., o contrato é padrão, sendo preenchidos somente espaços vazios nos itens constantes do Quadro Resumo (doc. .... e ....), que é anexo ao contrato firmado.

Analisando-se mais profundamente o contrato firmado entre as partes, verifica-se que o mesmo está repleto de cláusulas leoninas e abusivas, conferindo ao requerente somente deveres e sanções, enquanto à requerida cabem direitos e privilégios. O presente contrato não é recíproco, não confere às duas partes os mesmos direitos, isto é, não há equilíbrio entre as partes.

Prova robusta desta iniquidade é a cláusula ....ª, inciso ...., letra "....", que estabelece uma multa em caso de inadimplemento contratual do comprador, proporcional às parcelas pagas pelo mesmo, que varia de 20 (vinte) a 60% (sessenta por cento), mas que nada estabelece em caso de rescisão motivada pela requerida.

Diante disso, toda e qualquer cláusula que confere direitos somente à requerida,

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também deverá conferir em relação ao requerente, isto para se garantir a isomania e equilíbrio contratuais.

A Lei 8.078/90 ( CDC ) determina:

"Artigo 6º - São direitos básicos do consumidor:

V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais (grifo nosso) ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas."

"Artigo 51 - São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

I - impossibilitem, exonerem ou atenuem a responsabilidade do fornecedor por vícios de qualquer natureza dos produtos ou impliquem renúncia ou disposição de direitos (grifos nossos);

II- subtraiam ao consumidor a opção do reembolso da quantia já paga (grifo nosso), nos casos previstos neste Código;

IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa - fé ou a equidade (grifo nosso)."

Com fundamento nos artigos acima citados, deve ser considerada nula a cláusula 15ª, parágrafo quarto, que obriga o requerente a renunciar expressamente a multa contratual (compensatória), prevista no art. 924 do Código Civil; bem como deve ser considerada nula parte da cláusula 16ª, letra "C", que fala em devolução dos valores pagos em tantas parcelas quantas foram pagas, uma vez que a requerida já usufruiu de todo o numerário pago pelo requerente e desta forma se locupletaria com a devolução da forma indicada no contrato.

10. DA DEVOLUÇÃO DE VALORES

Além de requerer a rescisão contratual, o requerente tem direito a ser ressarcido de todos os valores pagos até o presente momento para a requerida, inclusive porque já pagou um percentual significativo do saldo devedor existente na época da assinatura do contrato.

Em valores atuais, o requerente já pagou para a requerida o valor de R$ ........., sendo que tal numerário corresponde aos valores pagos como entrada (poupança), antecipação de parcelas e ...... parcelas de financiamento.

O cálculo atualizado se encontra na planilha em anexo (doc. ....), com o índice e juros de mora legais.

A cópia dos comprovantes de pagamento igualmente estão juntados à presente (doc. ..., .... e ...).

Como se pode verificar, o requerente já despendeu uma quantia razoavelmente grande pelo incerto imóvel, valor este equivalente a 70% (setenta por cento) do saldo devedor à época do financiamento (item ... do Quadro Resumo).

O artigo 158 do Código Civil determina:

"Anulado o ato, restituir-se-ão as partes ao estado, em que antes dele se achavam, e não sendo possível restituí-las, serão indenizadas com o equivalente."

Desta forma, deve a requerida ser condenada a devolver todo o valor pago pelo

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requerente, devidamente corrigido até o efetivo pagamento, isto para se evitar uma locupletação sem causa e benesse da mesma.

11. DA MULTA CONTRATUAL

Conforme narrado acima, no contrato firmado entre as partes, estabeleceu-se uma multa em caso de rescisão contratual (cláusula ....ª, inciso ..., letra "..."), como já mencionado, proporcional às parcelas pagas pelo requerente.

A cláusula ...ª, que trata "DA RESCISÃO", fala do inadimplemento ou descumprimento de quaisquer obrigação por parte do "comprador", sendo que, nos termos dos itens acima da presente ação, cabe a multa a qualquer parte que dê motivo à rescisão.

Na cláusula ...ª que trata das "CONSEQUÊNCIAS DO INADIMPLEMENTO CONTRATUAL DO COMPRADOR", ESTABELECE-SE QUE A DEVOLUÇÃO DAS PARCELAS - EM CASO DE INADIMPLEMENTO - OBEDECERÁ O SEGUINTE CRITÉRIO:

Percentual Pago Percentual de Devolução Multa10% 40% 60%10 a 40% 50% 50%40a 60% 70% 30%60a 100% 80% 20%

Desta forma, se houvesse inadimplemento por parte do requerente neste momento, o mesmo teria retirado 20% ( vinte por cento ) do valor pago a título de multa contratual, uma vez que pagou entre 60 a 100% do valor dos imóveis em cada um dos contratos.

Pelo equilíbrio e igualmente entre as partes, a requerida deve acrescer ao ressarcimento que o requerente tem a receber, o mesmo percentual de multa, ou seja, 20% (vinte por cento ).

Estabelece o Código Civil, em seu Título

II - DOS ATOS ILÍCITOS:

Art. 159. "Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito, ou causar prejuízo a outrem, fica obrigado a reparar o dano..."

12. DA NOTA PROMISSÓRIA DADA EM GARANTIA DO CONTRATO

O requerente quando firmou contrato com a requerida assinou alguns documentos e não lembra precisamente se entre eles estavam notas promissórias referentes ao valor financiado dos imóveis, o que geralmente ocorre em casos similares, para que a requerida tenha garantia do negócio efetivado.

Se por ventura o requerido assinou tais notas promissórias, as mesmas devem ser consideradas nulas, uma vez que o próprio contrato firmado entre as partes garante-se por si mesmo.

E, se houverem tais títulos, para que se evite o envio dos mesmos para protesto, uma vez que o requerente parou de pagar o financiamento, os títulos devem ser juntados nos autos.

13. DA NECESSIDADE DA ANTECIPAÇÃO PARCIAL DA TUTELA

O artigo 273 do CPC prevê a possibilidade de antecipação total ou parcial da tutela jurisdicional caso haja prova inequívoca de que o demandante corre risco de dano irreparável ou de difícil reparação. Tais pressupostos estão demonstrados acima.

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Ademais, é pública e notória a situação econômica-financeira precária da requerida, bem como de grande parte de empresas do setor das mesmas, lesando inúmeras pessoas que muitas vezes aplicam todas as suas economias na compra de um imóvel, vindo logo à frente perder todo o investimento feito, sendo que os representantes das mesmas acabam se locupletando com o patrimônio e economia alheias.

A obra iniciada pela requerida tem pouca ou nenhuma chance de ser construída, pelo estado em que se encontra atualmente.

O presente pedido de antecipação de tutela visa evitar que a requerida deixe de ressarcir o requerente dos valores pagos pelos imóveis.

Tem-se que levar em conta, ainda, que enquanto se discute o litígio que ora se instaura, e o requerente simplesmente deixar de pagar as parcelas a que se obrigou da assinatura do contrato, corre o risco da requerida indicar a protesto os títulos por ele, requerente, eventualmente assinados em branco; inscrever seu nome em cadastros de inadimplentes e por fim executarem judicialmente o contrato em questão.

Desta forma, mister se faz que Vossa Excelência conceda parcialmente os efeitos da tutela jurisdicional, como lhe permite a lei, enquanto se discute o mérito da presente ação, para fim de liminarmente declarar a cessação da exigibilidade contratual e por conseqüência determinar a juntada das notas promissórias mencionadas, se houverem, com a abstenção da requerida de fazer qualquer inscrição do nome do requerente em cadastros restritivos de crédito face ao contrato em litígio.

14. DO PEDIDO

Diante dos fatos acima expostos, e no intuito de impedir que o requerente sofre maiores prejuízos, requer-se:

Preliminarmente e inaudita altera para, o deferimento da antecipação da tutela, para determinar-se a inexigibilidade do contrato em litígio;

Que seja determinada à requerida que se abstenha de enviar as Notas Promissórias a Cartório de Protesto, se houverem tais títulos sob sua posse; de inscrever o nome do requerente em cadastros de inadimplentes ou propor ações de execução/cobrança.

No mérito requer-se:

Seja o presente pedido julgado PROCEDENTE, rescindindo-se em definitivo o contrato firmado entre as partes;

Sejam consideradas nulas Notas Promissórias que por ventura estiverem vinculadas ao presente contrato, nos termos do item 12 deste petitório, bem como seja a requerida compelida a juntar aos outros os títulos originais;

A nulidade de toda e qualquer cláusula que confere direitos somente à requerida, devendo conferir direitos iguais em relação ao requerente, isto para se garantir a isonomia e o equilíbrio contratuais.

A condenação da requerida a devolver ao requerente todos os valores pagos como entrada (poupança), antecipações e parcelas, no valor R$ ........, conforme planilha em anexo, valor este atualizado monetariamente e com juros de mora legais até o efetivo pagamento;

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A condenação da requerida a pagar ao requerente o valor de R$ ........, referente à multa rescional, nos termos do item .... da presente peça, valor este devidamente corrigido até o efetivo pagamento, face a rescisão provocada pela mesma;

A citação da requerida, na pessoa de seu representante legal, no endereço antes mencionado, para que conteste a presente ação, sob pena de revelia;

A condenação da requerida no pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes na proporção de 20% (vinte por cento) do valor dado à presente.

Protesta-se pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do representante legal da requerida, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, entre outras, se necessário for.

Dá-se à causa o valor de R$ .............(...................), para todos os efeitos legais.

Termos em que, Pede deferimento.

........., ...... de ...... de ......

...............Advogado

Ementa

APELAÇAO CÍVEL - AÇAO INDENIZATÓRIA - INADIMPLEMENTO CONTRATUAL - ATRASO NA ENTREGA DE APARTAMENTO EM CONSTRUÇAO - PRELIMINAR - AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇAO PREMONITÓRIA - QUESTAO QUE SE CONFUNDE COM O MÉRITO DA LIDE - NAO CONHECIDA - MÉRITO - PROMESSA DE COMPRA E VENDA FIRMADA ENTRE PARTICULAR E CONSTRUTORA - RELAÇAO DE CONSUMO - CONTRATO QUE NAO ESTIPULA PRAZO PARA ENTREGA DO IMÓVEL, APENAS REMETENDO AO CRONOGRAMA DA OBRA, QUE NAO FOI ENTREGUE AO CONSUMIDOR - PROMESSA VERBAL DE QUE O IMÓVEL SERIA ENTREGUE EM ABRIL DE 2005 - CONTRATOS FIRMADOS COM TERCEIROS, ESTIPULANDO O MESMO PRAZO - ABUSIVIDADE DO CONTRATO, FRENTE OS INCISOS IV E IX DO ART. 51, DO CDC - MORA DA CONSTRUTORA EVIDENCIADA - IMÓVEL ENTREGUE EM CONDIÇÕES DE HABITAÇAO SOMENTE EM MARÇO DE 2006 - RESPONSABILIDADE PELAS DESPESAS EFETUADAS PELO CONSUMIDOR NO PERÍODO DE ATRASO - ALUGUEL DE OUTRO IMÓVEL E ARMAZENAGEM DE MOBILIÁRIO JÁ ADQUIRIDO - DANO MORAL CARACTERIZADO - FRUSTRAÇAO COM O LONGO ATRASO DA CONCLUSAO DA OBRA - COMPRADOR QUE JÁ HAVIA ENTREGUE À CONSTRUTORA O APARTAMENTO EM QUE RESIDIA, COMO PARTE DO PAGAMENTO PELO NOVO IMÓVEL - INDENIZAÇÕES DEVIDAS - RECURSO DESPROVIDO.

I - A discussão em torno da data avençada para a entrega do imóvel, e a conseqüente mora da construtora, está intrinsecamente relacionada com o mérito da lide, onde se debaterá também eventual responsabilidade da vendedora pelos prejuízos alegados pelo consumidor. A preliminar suscitada não é campo adequado para o enfrentamento dessas questões, que

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carecem de profundo exame do substrato probatório, muito além da espécie de cognição hodiernamente utilizada para aferição das condições da ação, que se detém apenas nas assertivas da inicial.

II - Preliminar de ausência de notificação premonitória - não conhecida, vez que o tema versado se confunde com o mérito da lide. IV - A alegação da construtora, de que o consumidor recebeu o apartamento em agosto de 2005, não é suficiente para desconstituir a robusta prova produzida em sentido contrário. O argumento, além de extemporâneo - já que deduzido após a contestação - está em conflito com essa peça de defesa, onde alegou-se que o prazo para conclusão do imóvel seria em abril de 2006. Não bastasse isso, há a contundente declaração firmada pelo síndico do condomínio instalado no edifício construído, no sentido de que os apartamentos só foram entregues em condições de habitação em março de 2006, o que é corroborado por fotografias. V - A promessa de compra e venda firmada entre as partes está eivada por abusividade, nos termos dos incisos IV e IX, do artigo 51, do Código de Defesa do Consumidor, pois estabelece vantagem abusiva em favor da empresa construtora, deixando ao alvedrio desta a conclusão do contrato, não obstante o consumidor já tenha pago a maior parte do imóvel, fazendo até mesmo a entrega do apartamento em que habitava. Realmente é muito cômoda a posição da construtora, que promete a entrega do apartamento "de acordo com o cronograma da obra", mas, simplesmente, não apresenta esse cronograma ao consumidor, podendo então modificá-lo a qualquer tempo. VI - Ponderando a boa-fé demonstrada pelo consumidor, a patente abusividade do contrato, e o forte conjunto probatório, que deixa claro que a construtora prometeu ao mercado de consumo a entrega dos apartamentos, no mais tardar, para o mês de abril de 2005, ficou evidente a mora da requerida, caracterizada pelo descumprimento do termo da avença. Assim, indiscutível o dever de indenizar o consumidor pelos prejuízos materiais sofridos, com a locação de outro imóvel e a guarda e depósito do mobiliário adquirido para guarnecer o novo apartamento. VII - O dano moral, na hipótese vertente, restou caracterizado, já que além da frustração de não receber no prazo combinado o imóvel adquirido por quantia considerável, o consumidor havia feito a entrega do apartamento onde residia à construtora, sendo forçado a morar num outro apartamento, alugado, por vários meses. Recurso desprovido.

Atraso na entrega de imóvel poderá ter indenização mensal

, 27 DE NOVEMBRO DE 2009 17:55 Mercado Imobiliário

Fonte: Imovelweb

Penalidade se estende às obras não concluídas; valor a ser pago pelas construtoras terá como parâmetro

a média de preço na região de localização da unidade.

Construtoras e incorporadoras serão obrigadas a indenizar o comprador que não receber o imóvel no

prazo estabelecido em contrato. Igualmente ocorrerá em casos de edifícios não concluídos.

É o que determina o Projeto de Lei (PL) 3019/08, já aprovado (quarta-feira, 18, novembro) na Câmara

Federal pela Comissão de Defesa do Consumidor, agora seguindo para análise da Comissão de

Constituição e Justiça e de Cidadania, em caráter conclusivo.

Pela proposta, atrasos ou paralisação de obra sem justificativa serão objetos de indenização mensal, em

valor correspondente ao do aluguel calculado para a unidade adquirida.

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O cálculo para a indenização terá como parâmetro a média de mercado da localidade em que se situa o

imóvel. Em casos de inadimplência no pagamento das indenizações, o texto do PL inclui autorização para

a transferência do empreendimento a outra incorporadora ou construtora. Para os contratos de compra e

venda, a orientação do PL é incluir cláusula preventiva a atrasos excessivos das obras.

Alterações rejeitadas - Anteriormente, a Comissão de Desenvolvimento Urbano, ao aprovar o PL, incluiu

mudanças no texto original, acrescentando que as situações consideradas como "caso fortuito" ou "de

força maior" extinguiriam o dever de indenizar.

O relator da Comissão de Defesa do Consumidor para o PL 3019/08, deputado Vital do Rêgo Filho

(PMDB-PB), autor do substitutivo aprovado, discordou das mudanças feitas pela comissão anterior, e

apresentou uma complementação de voto, acrescentando que essa indenização por atrasos na entrega

não acarretará prejuízo da ação de responsabilidade civil.

Desburocratização - Rêgo Filho destaca que "a aquisição de imóveis tem importância singular, diante do

elevado significado social da habitação própria e pelo destacado papel que o segmento imobiliário ocupa

como investimento e fonte de geração de renda e emprego".

No entender do deputado, "a incorporação tem riscos consideráveis, pois representa a alienação de um

bem ainda a ser construído. A proposta em análise tem o mérito de desburocratizar a reparação do

comprador de imóveis, criando uma justa indenização automática, com patamar mínimo preestabelecido",

afirma Rêgo Filho.

O PL 3019/08, aprovado na forma do substitutivo de Rêgo Filho, é de autoria do deputado Antonio

Bulhões (PRB-SP), e incorporou sugestões de Celso Russomanno (PP-SP) e de Carlos Sampaio (PSDB-

SP).

Atraso na entrega de apartamento gera indenização (7/10/2008)

IBEDEC

Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo

CLS Quadra 414, Bloco “C”, Loja 27 - Asa Sul – Brasília/DF

Fone: 3345.2492/9994.0518

Site www.ibedec.org.br E- mail [email protected]

ATRASO NA ENTREGA DE APARTAMENTO GERA INDENIZAÇÃO.

Page 11: Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra

O consumidor e associado do IBEDEC, José Willys Lopes Godinho, entabulou um contrato de compra de apartamento em construção em Águas Claras, no Distrito Federal, com uma construtora que posteriormente cedeu os contratos à uma cooperativa.

A obra prometida para junho de 2004 só fora entregue em dezembro de 2005, totalizando 17 meses de atraso. A cooperativa não deu qualquer compensação financeira ao consumidor e nem sequer postergou as obrigações contratuais.

O consumidor recorreu ao Justiça de Brasília e obteve uma indenização corresponde ao aluguel do imóvel pelo prazo do atraso, além de multa contratual. A sentença é do Juiz da 7ª Vara Cível do Distrito Federal.

José Geraldo Tardin, presidente do IBEDEC, explicou que “a maioria dos contratos de imóvel na planta prevê cláusula de carência para a entrega da obra, mas nenhum prevê prazo de carência para atraso no pagamento das prestações. Isto coloca o consumidor em uma situação de completo desequilíbrio em relação à construtora, o que o CDC proíbe.”

A indenização é um direito que assiste aos consumidores em caso de entrega de obra.

Tardin ainda destaca que “os consumidores de um mesmo prédio que teve a obra entregue em atraso, podem movimentar uma única ação prevista no CDC como Ação Coletiva e obter a indenização pelo atraso. Para isto, basta se associarem ao IBEDEC e fornecerem a documentação que comprova o atraso”.

Maiores informações pelo fone 61 3345-2492 com José Geraldo Tardin.

Construtora deve indenizar cliente por atraso em entrega de apartamento

Da Redação - 11/02/2008 - 18h09

Page 12: Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra

Uma construtora de Mato Grosso que não entregou um apartamento na data prevista foi condenada a indenizar o comprador do imóvel em R$ 28 mil. É o que decidiu a 6ª Câmara Cível do TJ-MT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso) que, por unanimidade, deu provimento ao recurso interposto por um cliente da Logitec Engenharia LTDA. A empresa ainda pode recorrer da decisão

O comprador deve receber R$ 18 mil de indenização por danos materiais — referente aos lucros com aluguel que ele deixou de receber pelo atraso —, além de R$ 10 mil de indenização por danos morais

No recurso, o comprador buscou reverter decisão proferida em 1ª instância que julgou improcedente a ação de indenização por danos materiais e morais com pedido de liminar de constituição de capital assecuratório. Ele também havia sido condenado ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios, fixados em R$ 2.000.

Dois anos depoisDe acordo com informações da ação, o autor celebrou contratos de compra e venda de dois apartamentos com a construtora em 1996. O comprador alegou que a empresa deveria entregar os imóveis nos termos dos contratos, 90 dias após o recebimento de 1.250 prestações do grupo de compromitentes compradores.

Ainda segundo o autor, a entrega efetiva do bem deveria ter sido realizada em 15 de janeiro de 1998, mas só foi concretizada em novembro de 2000, mediante entrada à força por parte do autor e demais condôminos.

Segundo a relatora do recurso, juíza Juanita Cruz da Silva Clait Duarte, é perfeitamente aplicável as normas insertas no Código de Defesa do Consumidor nas relações de compra e venda de imóvel envolvendo empresas de construção e incorporação.

A magistrada explicou que se a parte autora comprova a existência dos prejuízos materialmente sofridos e se não existir desconstituição da prova produzida, o causador dos danos nos lucros cessantes deve ser condenado.

Ela salientou ainda que restaram demonstrados o inadimplemento contratual e a culpa exclusiva da requerida, já que em sua contestação, a construtora afirmou que todas as unidades foram concluídas e entregues aos adquirentes em junho de 2000. “Restou efetivamente demonstrada a quebra do contrato por parte da requerida que deixou de proceder a entrega do bem no tempo aprazado”, diz a magistrada.

Page 13: Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra

Em relação aos danos materiais, o autor apresentou provas quanto aos prejuízos sofridos pela não locação do seu imóvel. Diante disso, a juíza afirmou em decisão que “encontra-se estampado no bojo dos autos, portanto, que realmente o autor deixou de auferir os rendimentos com a locação do seu imóvel, sendo imperioso consignar que não pode ele ser prejudicado por culpa exclusiva do ato pela construtora, qual seja, a não entrega do imóvel objeto do contrato celebrado”.

Os R$ 18 mil de indenização por dano material referem-se aos 30 meses de aluguel perdido, no valor mensal de R$ 600.

A magistrada também considerou que o excessivo prazo na entrega de imóvel gera não apenas meros aborrecimentos ou pequenos dissabores, mas sim enormes frustrações e angústias, suficiente a ensejar a condenação em danos morais e o dever de indenizar.

A reportagem de Última Instância não encontrou, até o momento, nenhum responsável pela construtora.

Recurso de Apelação Cível 77524/2007.

01/02/2003 às 16:30:00 - Atualizado em 19/07/2008 às 15:27:14

Civil. Compra e venda.Atraso na entrega do imóvel.Cabimento da indenização.

"AGRG NO AGRAVO DE INSTRUMENTO N.º 445.751-RJ

REL.: MIN. CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO

1. Esta Corte já decidiu no sentido de que cabe indenização em razão de atraso na entrega de imóvel,

objeto do contrato de compra e venda. Os danos materiais restaram comprovados, estando a condenação

imposta pelo Tribunal em harmonia com o posicionamento desta Corte.

Page 14: Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra

2. Agravo regimental desprovido."

(STJ/SJU de 25/11/02, pág. 234)

Seguindo precedentes da Corte, decidiu a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, relator o

ministro Carlos Alberto Menezes Direito, que o atraso na entrega de imóvel objeto de compra e venda

justifica a indenização por lucros cessantes.

Consta do voto do relator:

O Exmo. sr. ministro Carlos Alberto Menezes Direito:

O inconformismo não prospera.

Insurge-se a agravante, no presente regimental, contra a determinação de pagamento de indenização pelos

danos materiais decorrentes do descumprimento de contrato de compra e venda de imóvel a ser

construído. Afirma que os danos materiais não foram comprovados.

Esta Corte já decidiu no sentido de que cabe indenização em razão do atraso na entrega de imóvel, objeto

do contrato de compra e venda, hipótese desses autos. Vejamos:

"Direito civil. Responsabilidade civil. Compromisso de compra e venda. Imóvel não entregue. Lucros

cessantes. Cabimento. Precedentes. Doutrina. Recurso provido.

I - A expressão "o que razoavelmente deixou de lucrar", constante do art. 1.059 do Código Civil, deve ser

interpretado no sentido de que, até prova em contrário, se admite que o credor haveria de lucrar aquilo

que o bom senso diz que obteria, existindo a presunção de que os fatos se desenrolariam dentro do seu

curso normal, tendo em vista os antecedentes.

II - Devidos, na espécie, os lucros cessantes pelo descompromisso do prazo acertado para a entrega de

imóvel, objeto de compromisso de compra e venda." (REsp n.º 320.417/RJ, 4.ª Turma, relator o senhor

ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 20/5/02).

"Processual civil. Declaratórios. Efeito integrativo ao julgado. Lucros cessantes. Promessa de venda e

compra de imóvel. Demanda resolutória.

I - Tocante ao lucro cessante, a proporcionalidade é estabelecida, levando-se em conta os valores já pagos

e tendo como parâmetro os alugueres do imóvel prometido à venda que não lhe foi entregue, alcançando,

na apuração do referido lucro, o período que vai desde a data do inadimplemento até o trânsito em julgado

Page 15: Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra

da decisão ou a data do pagamento do quantum devido, ou seja, se antes entender o recorrido de efetivar o

pagamento que lhe fora imposto.

II - Declaratórios acolhidos."(EDel.REsp n.º 151.175/DF, 3.ª Turma, relator o senhor ministro Waldemar

Zveiter, DJ de 01/8/2000).

Além disso, o Acórdão recorrido, de forma expressa, afirmou que os danos materiais restaram

comprovados. Anote-se:

"(...) conforme atestam as fotos de fls. 79 e 80 (não impugnadas nem desmentidas pela apelante) em

24/6/1998 e em 15/2/1999 a obra estava no mesmo estado, ou seja, sem sequer ter sido iniciada, existindo

no local um monte de areia, ao invés de um buraco para as fundações, e não é crível que entre fevereiro

de 1999 e maio de 2000 (mesmo que se adote a contagem de prazo feita pelo apelante) ela conseguiria

erigir desde as fundações um edifício de mais de dez andares para poder entregar um apartamento pronto

à apelada.

***

Quanto à alegada inadimplência da autora apelada, ela não existe, porque a autora comprovou que todas

as prestações contratadas (fls. 14) foram pagas (fls. 23/68, só faltando a parte que seria financiada, mas a

obrigação desse pagamento era contra entrega das chaves (fls. 14, item 3, e 13, item II) e como as chaves

não foram entregues, não há pagamento algum em atraso.

***

Quanto à concessão de indenização por danos materiais, a sentença também merece reparos, pois o dano

material efetivamente ocorreu: quem compra um imóvel não o faz por mero deleite, como quem compra

um sorvete, mas o fez com um objetivo certo: ou para morar nele (e alugar o que atualmente mora ou se

livrar do pagamento do aluguel) ou para alugá-lo (e auferir com isso renda compatível com o

investimento feito), e no caso a expectativa da autora, fosse ela qualquer uma, acabou frustrada pela mora

da ré apelante, que não erigiu o edifício.

Houve, portanto, um dano material que o juiz mandou indenizar também com razoabilidade, ou seja, com

a renda de um imóvel equivalente durante apenas trinta meses, não merecendo qualquer reparo a

sentença, nesse particular."(fls. 157/158).

Vê-se, assim, que, ao contrário do alegado pela recorrente, os danos materiais restaram comprovados,

estando a condenação imposta pelo Tribunal em harmonia com o posicionamento desta Corte, conforme

já demonstrado nos precedentes acima.

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Nego provimento ao agravo regimental.

Decisão por unanimidade, votando com o relator os ministros Nancy Andrighi, Castro Filho,

Antônio de Pádua Ribeiro e Ari Pangendler.

Jurisprudencia - Indenização por ausência de entrega do Imovel no prazo contratual COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA – IMÓVEL NÃO ENTREGUE NO PRAZO CONTRATUAL – DEVER DE INDENIZAR

(TJSP)

BDI nº 6 - ano:2009 - (Jurisprudência)ACÓRDÃO

Compromisso de compra e venda – Obrigação de entregar o imóvel conforme contrato - Contrato não cumprido - Dever de indenizar. O vendedor é obrigado a reparar as perdas e danos pelo tempo que o comprador deixou de usufruir do imóvel não entregue no prazo avençado. Havendo decisão definitiva sobre a validade do contrato e a obrigação de entregar o imóvel, discute-se apenas o critério da reparação. Ação improcedente; decisão equivocada. Indenização equivalente a um valor locativo, computados juros e correção monetária. Autorizada compensação entre o valor da indenização e o saldo do preço do imóvel, devidamente atualizado. Honorários advocatícios fixados em 20% sobre o valor da condenação. Inteligência do art. 20, § 3º do CPC. Recurso provido.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível com revisão nº 346.387-4/3-00, da Comarca de São Paulo, em que é apelante Antonio Pereira de Magalhães, sendo apelado espólio de Joaquim Mazza (representado por sua inventariante): (voto nº 18.629)

Acordam, em Oitava Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, proferir a seguinte decisão: “Deram provimento ao recurso, V.U. sustentou oralmente o Dr. Everaldo Rosental Alves.”, de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores Caetano Lagrasta (presidente) e Joaquim Garcia.

São Paulo, 27 de fevereiro de 2008.

Silvio Marques Neto, Relator.

RELATÓRIO

Ar. sentença cujo relatório fica adotado julgou improcedente a presente Ação de Reparação de Danos promovida por Antonio Pereira de Magalhães contra o Espólio de Joaquim Mazza, sob o fundamento de que não foi demonstrado o nexo causal relativo ao dano por ilícito extracontratual, nem se admite a indenização fundada em lucro cessante por ato não vinculado à atividade laboral (fl. 197). Opostos Embargos de Declaração (fl. 205), não foram conhecidos (fl. 208).

No prazo apela o vencido alegando em preliminar que a sentença é nula porque houve cerceamento de defesa com o julgamento antecipado da lide. No mérito afirmou que a sentença é equivocada e também por isso nula. Em primeiro lugar, não pediu a indenização por danos morais, mas apenas lucros cessantes, ou seja, indenização por danos materiais; depois foi proferida com base em provas que não existem nos autos (fl. 212).

Recurso processado, respondido e preparado (folhas 261/263; 272/289).

Em 09.05.2007 esta Câmara, por votação unânime, deu provimento ao recurso (folhas 299/303), cujo Acórdão foi publicado no Diário Oficial em 22.05.2007 (fl. 305) .

Foram interpostos Embargos de Declaração por parte do Apelante (fl. 307), do Espólio-apelado (fl. 313) e de Alice Mazza (fl. 322). Relativamente a este último, alegou-se que o seu patrono não foi devidamente intimado da data designada para a realização do julgamento da apelação, pois foi omitido seu nome quando da publicação da sessão.

Houve a certificação, pela Serventia, da falha ocorrida (fl. 343).

Em 03.10.2007, foram julgados e acolhidos os Embargos de Declaração de ALICE MAZZA, e prejudicados os demais, por votação unânime (fl. 345/347). O V. Acórdão foi publicado em 22.10.2007 (fl. 348) transitando em julgado em 06.11.2007 (fl. 349).

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Fundamentos.

Tem razão o recorrente. A sentença é equivocada, dando a impressão de que julgou outra causa. Na mesma linha a argumentação dos apelados que até beiram a má-fé processual.

Pelo “Recibo de Sinal e Princípio de Pagamento” de folha 13, os réus, por seus antecessores, prometeram a venda ao autor do imóvel lá descrito. Consta o compromisso de entregar o imóvel no prazo de sessenta dias após a complementação da entrada.

Durante anos os réus deixaram de cumprir essa obrigação e resistiram por todos os meios. Na contestação e na resposta a esta apelação continuam a insistir na mesma tecla: o autor não pagou o sinal conforme avençado, nem integralizou o preço do imóvel.

Em ação anterior, a sentença de folha 42 decidiu que a entrada estava paga e o imóvel tinha que ser entregue. Tal decisão foi confirmada pelo Acórdão de folha 46 do qual se extrai o seguinte trecho:

“Nem se há de invocar que há saldo do preço a ser satisfeito. Isso é verdade. Menos verdade não é, no entanto, que o pagamento integral não era condição para o cumprimento da obrigação ora pleiteada e albergada pela r. sentença. Não estavam os promitentes-compradores obrigados à satisfação do saldo ainda pendente, porque, antes disso, deveriam os promitentes-vendedores, ora apelantes, honrarem o pactuado entregando as chaves do imóvel” (fl. 50).

Nesta ação o autor veio pleitear a reparação patrimonial pelo tempo que deixou de usufruir do imóvel. Ao mesmo tempo pediu que se fizesse a compensação com os valores que ainda tem a pagar, pois quando os vendedores não cumpriram o que antes estavam obrigados, suspendeu os pagamentos das parcelas relativas ao saldo.

Como se verifica, aos apelados era vedado rediscutir a questão e ao magistrado sentenciante não cabia examinar e decidir sobre o nexo causal, ato ilícito, danos morais, etc. Também irrelevante se entre vendedores e compradores existia na época dessa venda alguma sociedade ou outros negócios; cabe aos interessados buscar eventuais direitos nas vias próprias.

Diante desses fatos é forçoso concluir que não estão presentes as nulidades invocadas pelo apelante. A prova é exclusivamente documental e com base nela basta mandar avaliar e apurar o valor locativo do imóvel e fazer o cálculo atualizado do saldo devido pelo autor, autorizando-se a compensação de referidos valores.

O último recibo relativo ao pagamento de parcelas da entrada é o de folha 15, datado de 06/08/1974. Pelo compromissado no recibo de folha 13 os vendedores tinham sessenta dias a contar dessa data para a entrega do imóvel. Logo, a reparação das perdas e danos deve ser contada desde 06/10/1974 até a efetiva imissão de posse em dezembro de 1995.

Irrelevante se os réus ocuparam pessoalmente todo o imóvel durante esse período, ou o locaram, no todo ou em parte a terceiros. O que importa é que o autor não pôde dele fazer qualquer uso como era seu direito.

Nesse caso as perdas e danos devem ser equivalentes a um valor locativo mensal durante todo esse período, computados correção monetária e juros. Para tanto, fixa-se o termo inicial em 06/10/1974, data em que teve início o dano, com a impossibilidade de fruição do imóvel pelo autor. Observe-se quanto ao cálculo dos juros o importe de 0,5% aos mês até janeiro de 2003, e a partir de então 1% ao mês (art. 406 do CC/02). No juízo de origem deve ser determinada a realização da perícia avaliatória.

Por simples cálculo será apurado o saldo devedor do preço do imóvel, com as devidas atualizações (correção monetária). Como foram os vendedores que deram causa à suspensão dos pagamentos e nunca exigiram a liquidação do débito, não existem juros ou multa a considerar.

Invertido o julgamento, invertem-se os ônus da sucumbência e bem assim os honorários advocatícios, fixados em 20% sobre o valor da condenação, que a teor do art. 20, § 3º do CPC, deve incidir sobre o valor da condenação efetivamente imposta aos réus, a qual não pode ser entendida senão como o valor que tiverem que pagar ao autor, feita a compensação de créditos já mencionada.

Isto posto, pelo meu voto, dou provimento ao recurso.

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Construtora deve indenizar

consumidor por atraso na entrega de

imóvel

30/ago/2005

Fonte: STJ - Superior Tribunal de Justiça

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que condenou a empresa Carvalho Hosken S/A Engenharia e Construções a extinguir o contrato realizado entre ela e o consumidor Carlos Alberto da Silva e sua esposa, bem como a devolver as parcelas já pagas e a indenizá-los por lucros cessantes pelo valor locativo do imóvel.

No caso, Silva impetrou uma ação contra a empresa pelo atraso na entrega da obra de imóvel adquirido por ele. No pedido, pretendeu a resolução de escritura de promessa de compra e venda, com a conseqüente devolução das parcelas pagas, devidamente atualizadas e acrescidas de juros, bem como indenização por lucros cessantes pelo valor locativo do imóvel a contar do término do prazo de entrega da obra até o ajuizamento da ação.

Em primeiro grau, a culpa da empresa pelo atraso na entrega da obra foi reconhecida, sendo julgados procedentes os pedidos de extinção do contrato e de devolução das parcelas pagas, mas julgou improcedente o pedido de indenização por lucros cessantes. Na apelação, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro deu parcial provimento ao pedido de Silva para incluir na condenação a indenização.

Inconformada, a empresa recorreu ao STJ alegando violação do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor, diante da condenação à restituição da integralidade das parcelas pagas. Além disso, sustentou

Page 19: Consumidores podem pedir indenização por atraso na entrega de obra

que a correção monetária das parcelas pagas não poderia ser feita pelo Índice Setorial da Construção Civil (INCC), mas sim pela UFIR, e também porque os juros moratórios deveriam incidir somente a partir da citação e não do 16º dia da notificação da empresa por Silva.

Ao analisar a questão quanto à aplicação do artigo 924 do Código Civil (prevê que, se cumprida parte da obrigação, o juiz poderá reduzir proporcionalmente a pena estipulada para o caso de mora e inadimplemento) na hipótese de extinção de contrato de compra e venda de imóvel por culpa da empresa, a ministra Nancy Andrighi, relatora do processo, ressaltou que o caso não permite a aplicação.

"No caso, não houve reciprocidade da culpa, a resolução do contrato foi decretada por inadimplência da construtora por descumprimento de prazo na entrega da obra. Assim, ante o descumprimento da entrega, os ônus daí advindos são exclusivamente da construtora. Até porque as partes envolvidas retornam ao estágio anterior à concretização do negócio", afirmou a relatora.

Quanto à adoção do INCC, a ministra Nancy Andrighi destacou que esse foi o índice ajustado no contrato firmado entre as partes. "A resolução jurídica da lide foi equacionada pelo acórdão recorrido diretamente a partir dos fatos e provas colhidas nos autos, razão pela qual a alegação de violação a artigos esbarra no teor das Súmulas 5 e 7 desta Corte", explicitou.

A ministra considerou correta a indenização por lucros cessantes nos termos do artigo 335 do Código de Processo Civil. "Com a inexecução do contrato pela recorrente, além do dano emergente, figurado nos valores das parcelas pagas, é mais do que óbvio terem os recorridos sofrido lucros cessantes a título de alugueres que poderia o imóvel ter rendido se tivesse sido entregue na data contratada, pois esta seria a situação econômica em que se encontrariam se a prestação da recorrente tivesse sido

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tempestivamente cumprida", concluiu a ministra Nancy Andrighi.

Fonte: STJ - Superior Tribunal de Justiça