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Curso Online – Fundamentos de Contabilidade - Técnico do BACEN Teoria e Exercícios Prof. Jaildo Lima Prof. Jaildo Lima de Oliveira www.pontodosconcursos.com.br 1 I – Apresentação do Professor Olá pessoal! Meu nome é Jaildo Lima de Oliveira, sou contador, tenho pós-graduação em Finanças e Mestrado em Contabilidade. Sou funcionário de carreira do Banco Central do Brasil (Bacen), aprovado no concurso de 1997. Trabalhei alguns anos na área de Fiscalização e, desde 2003, estou vinculado à área de normas para o sistema financeiro, trabalhando, inclusive, com normas relacionadas à contabilidade de instituições financeiras. Antes de entrar no Bacen, trabalhei por mais de 9 anos na Caixa Econômica Federal, exercendo atividades relacionadas às áreas de concessão de crédito e avaliação de projetos. Sou professor de contabilidade geral e de contabilidade bancária. Já ministrei aulas em diversos locais como UnB, FGV, IBMEC e em vários cursos preparatórios para concursos, dentre eles os concursos do Bacen e do Banco do Brasil. Também ministrei aulas à distância em cursos regulares de graduação e pós graduação e em preparatórios para concursos. II – Como serão as aulas Mas o que verdadeiramente importa é o que e como vamos ajudar você a estudar contabilidade bancária visando à prova de Técnico do Bacen. Em princípio, esse conteúdo pode parecer estranho para a maioria dos alunos, principalmente aqueles que não estão familiarizados com termos contábeis. Mas procuraremos apresentar as noções básicas da contabilidade e das operações por ela registradas de forma a permitir que vocês percebam a dinâmica desses conteúdos. Em nossas aulas vamos integrar o conteúdo teórico, que será apresentado de forma bem simples, com exemplos práticos e exercícios, principalmente aqueles baseados nas questões que foram exigidas em concursos recentes. Nesse início, quero esclarecer que a contabilidade, seja a comercial, seja a bancária, seja de qualquer outro ramo, segue regras gerais. Nesse sentido, nas aulas do curso, pretendemos apresentar algumas noções de Contabilidade

Contabilidade - Aula 01

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I – Apresentação do Professor

Olá pessoal!

Meu nome é Jaildo Lima de Oliveira, sou contador, tenho pós-graduação em

Finanças e Mestrado em Contabilidade. Sou funcionário de carreira do Banco

Central do Brasil (Bacen), aprovado no concurso de 1997. Trabalhei alguns

anos na área de Fiscalização e, desde 2003, estou vinculado à área de normas

para o sistema financeiro, trabalhando, inclusive, com normas relacionadas à

contabilidade de instituições financeiras. Antes de entrar no Bacen, trabalhei

por mais de 9 anos na Caixa Econômica Federal, exercendo atividades

relacionadas às áreas de concessão de crédito e avaliação de projetos.

Sou professor de contabilidade geral e de contabilidade bancária. Já ministrei

aulas em diversos locais como UnB, FGV, IBMEC e em vários cursos

preparatórios para concursos, dentre eles os concursos do Bacen e do Banco

do Brasil. Também ministrei aulas à distância em cursos regulares de

graduação e pós graduação e em preparatórios para concursos.

II – Como serão as aulas

Mas o que verdadeiramente importa é o que e como vamos ajudar você a

estudar contabilidade bancária visando à prova de Técnico do Bacen. Em

princípio, esse conteúdo pode parecer estranho para a maioria dos alunos,

principalmente aqueles que não estão familiarizados com termos contábeis.

Mas procuraremos apresentar as noções básicas da contabilidade e das

operações por ela registradas de forma a permitir que vocês percebam a

dinâmica desses conteúdos.

Em nossas aulas vamos integrar o conteúdo teórico, que será apresentado de

forma bem simples, com exemplos práticos e exercícios, principalmente

aqueles baseados nas questões que foram exigidas em concursos recentes.

Nesse início, quero esclarecer que a contabilidade, seja a comercial, seja a

bancária, seja de qualquer outro ramo, segue regras gerais. Nesse sentido, nas

aulas do curso, pretendemos apresentar algumas noções de Contabilidade

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Geral, para, a partir delas, aprofundarmos as questões relacionadas à

contabilidade de maneira geral. Essas aulas introdutórias são fundamentais,

principalmente para aqueles concurseiros não familiarizados com contabilidade,

pois será possível compreender a mecânica contábil que será apresentada nas

aulas seguintes.

Tendo essa compreensão, o restante do conteúdo será assimilado bem mais

facilmente!

Na 1ª aula do curso apresentamos para vocês um pouco do que será esse

curso, de forma a permitir a compreensão de algumas noções básicas que

serão úteis no estudo específico da contabilidade bancária. Vocês verão que a

contabilidade não é um ‘bicho papão’ que somente algumas pessoas podem

entender.

Apresentamos ao longo do curso uma base de questões próprias, outras

oriundas de provas do Bacen e outras de vários outros concursos promovidos

por diversas bancas.

III – Quantidade de aulas e duração do curso

O conteúdo será ministrado em 10 aulas que ocorrerão, a princípio, até o dia

20 de março de 2013. Entretanto, se for lançado Edital para o Concurso do

Bacen, poderemos fazer a revisão do cronograma, adequando-o aos prazos

previstos no Certame.

IV – Conteúdo Programático: baseado na parte de Fundamentos de

Contabilidade do Edital do Concurso do Bacen para Técnico – Área 1

Aula 1 – 16/01/2013 1. Teoria e campo de atuação: conceitos, objetivos da informação contábil. 2.

Livros Contábeis. 3. Registros contábeis. 4. Método das Partidas Dobradas. 5.

Lançamentos. 6. Regime de Competência e Regime de Caixa. Critérios de

avaliação do Ativo e do Passivo.

Aula 2 – 23/01/2013

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7. O Patrimônio Líquido. Capital subscrito e integralizado. 8. Reservas e

provisões. 9. Contas Patrimoniais e Contas de Resultado. 10. Apuração do

Resultado.

Aula 3 – 30/01/2013 11. Operações contábeis comuns às empresas comerciais, industriais e de

prestação de serviços. 12. Critérios de Avaliação de Estoques - métodos PEPS,

UEPS e Média Ponderada Móvel.

Aula 4 – 06/02/2013 13. Depreciações do Ativo Imobilizado. 14. Amortizações do Ativo Diferido. 15.

Provisão para crédito de liquidação duvidosa. 16. Desconto de duplicata.

Aula 5 – 13/02/2013 17. Principais Demonstrações Contábeis - estrutura e finalidades: Balanço

Patrimonial.

Aula 6 – 20/02/2013 18. Principais Demonstrações Contábeis - estrutura e finalidades: Balanço

Patrimonial.

Aula 7 – 27/02/2013 19. Principais Demonstrações Contábeis - estrutura e finalidades:

Demonstração do Resultado do Exercício.

Aula 8 – 06/03/2013 20. Principais Demonstrações Contábeis - estrutura e finalidades:

Demonstração do Fluxo de Caixa (método direto e indireto).

Aula 9 – 13/03/2013 21. Principais Demonstrações Contábeis - estrutura e finalidades:

Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido e Demonstração do Valor

Adicionado e as Notas Explicativas às Demonstrações Contábeis.

Aula 10 – 20/03/2013 22. Avaliação de Investimentos pelo método da Equivalência Patrimonial e pelo

método do Custo.

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V – Considerações Finais

Destaco, por fim, que tenho a grata satisfação de ter vários colegas de

trabalho que foram meus alunos em cursos preparatórios, principalmente por

saber que contribui de alguma forma para que eles fossem aprovados em um

processo seletivo tão disputado. No último concurso realizado pelo Bacen a

alegria foi maior pois quando novos servidores se apresentaram no meu setor

de trabalho, alguns já me conheciam pois tinham estudado com material

elaborado por mim!

Dessa forma, tenho certeza que esse material ajudará você na realização do

sonho de ter um emprego bem remunerado e estável!

As críticas ou sugestões poderão ser enviadas para:

[email protected]

Prof. Jaildo Lima

Jan/2013

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Aula 01

1. Contabilidade: Conceito, usuários, objeto e finalidade

Imagine, por exemplo, que você seja um profissional de mercado, que

recebe um convite para ser diretor financeiro de uma empresa. Ao chegar na

companhia, você percebe que toda a diretoria anterior havia se demitido, não

deixando informações sobre o estágio atual da sociedade. Certamente, uma de

suas primeiras ações será a de buscar dados e informações no setor de

contabilidade da referida empresa, pois tal setor responde pelo efetivo registro

das transações da entidade.

Mas o que é e para que serve a contabilidade? A Fipecafi/USP (2007), uma

importante entidade de pesquisa na área financeira, define contabilidade como

“um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com

demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de

produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização”.

Vamos nos deter um pouco nesta conceituação. A Contabilidade é um

sistema de informação, pois há uma ‘ordem’ na técnica contábil que garante

um conjunto articulado de dados, técnicas de acumulação, ajustes e edições de

relatórios que permitem tratar as informações de natureza repetitiva com o

máximo possível de relevância e o mínimo de custo. Esse sistema de

informação permite, ainda, por meio da utilização dessa base de dados, a

geração de relatórios com os mais diversos enfoques.

As informações de natureza econômica dizem respeito às variações no

patrimônio (fluxos de receitas e despesas). O termo financeiro envolve os

conceitos de fluxo de caixa, capital de giro, tesouraria, disponibilidades, etc.

Dessa forma, podem ocorrer situações de empresas com excelente condição

econômica, mas com dificuldades financeiras, e vice-versa.

As informações de natureza física são relativas a um constante

acompanhamento dos quantitativos envolvidos nos processos da empresa

(principalmente os estoques), permitindo, assim, uma inferência sobre a

evolução de determinado empreendimento por parte do usuário.

As informações sobre produtividade são dadas pela utilização tanto de

conceitos monetários quanto de valores quantitativos, permitindo a utilização

de índices e indicadores que permitem uma análise conjunta e comparativa dos

dados.

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Os usuários da Contabilidade podem ser resumidos em 3 grandes grupos:

• acionistas e administradores;

• emprestadores de recursos e credores em geral; e

• integrantes do mercado de capitais como um todo, no sentido de que a

quantidade, a natureza e a relevância da informação prestada abertamente

pela entidade influenciem, mesmo que indiretamente, esse mercado.

Um dos principais interessados nas informações extraídas da Contabilidade

é o Fisco, que exerce seu poder tributário a partir das informações geradas da

escrituração mercantil (escrituração contábil).

Relacionado ao conceito da Contabilidade, pode-se abordar, ainda, a

questão do objeto e da finalidade da Contabilidade. Para que a Contabilidade

existe? Qual é o seu alvo? Efetivamente, a contabilidade tem como objeto o

patrimônio. Sua finalidade primordial é acompanhar o desenvolvimento do

patrimônio de uma determinada entidade, gerando informações úteis para fins

de decisão por parte dos diversos usuários acerca de todos os atos e fatos que

possam influenciá-lo, direta ou indiretamente.

Logo, podemos concluir que a Contabilidade existe porque existe uma

entidade por trás dela. Sem empreendimento, não há por que se falar em

controle, acompanhamento, registro, informação e outras características da

contabilidade.

2. Patrimônio, Patrimônio Líquido (PL), componentes patrimoniais

Comentamos, quando da conceituação da Contabilidade, que a ela resulta

de sua função principal, que é a de gerar informações relacionadas ao

patrimônio. Mas, em termos contábeis, o que vem a ser patrimônio?

Podemos dizer que patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações

da entidade. Verifica-se que esse conceito, além de abranger nossa ideia

original de patrimônio que envolve somente os bens, aumenta seu contexto,

pois engloba os direitos e obrigações.

Assim a contabilidade trabalha com o conceito de patrimônio líquido, dado

pela diferença entre os bens e direitos (chamados na contabilidade de ativos) e

as obrigações (denominadas passivos). Observe que a noção de patrimônio

líquido é bem coerente: para se saber o exato patrimônio de uma pessoa ou

entidade, precisamos deduzir dos seus bens e direitos as obrigações,

chegando-se, assim, ao valor líquido desse patrimônio.

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Tal conceito permite que deduzamos a equação fundamental da

Contabilidade (ou equação patrimonial):

PATRIMÔNIO LÍQUIDO = ATIVO (bens e direitos) - PASSIVO (obrigações)

Essa equação pode ser escrita de forma diferente sem mudar o seu

significado:

ATIVO (bens e direitos) = PASSIVO (obrigações) + PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Por meio dessa última equação, pode-se estabelecer a representação mais

comum do patrimônio, dada pelo Balanço Patrimonial que é uma

demonstração contábil muito citada quando são divulgadas informações de

uma empresa. O Balanço Patrimonial evidencia todos os ativos, passivos e o

patrimônio líquido de uma entidade, por meio da seguinte representação

gráfica:

Balanço Patrimonial Ativo (A) Passivo (P)

Patrimônio Líquido (PL)

Total do Ativo Total do Passivo + Total do PL

A partir da equação fundamental da contabilidade, é possível concluir que

no Balanço Patrimonial sempre o total do Ativo será igual ao total do Passivo

mais Patrimônio Líquido. Aliás, o termo ‘balanço’ decorre justamente desse

equilíbrio entre o seu lado esquerdo (Ativo) e o seu lado direito (Passivo +

Patrimônio Líquido).

Vejamos um exemplo bem simples: vamos supor que uma empresa está

sendo criada e realizará algumas operações iniciais. Vamos supor também que

a cada operação essa nova empresa irá levantar um balanço patrimonial. As

operações são as seguintes:

I – constituição do capital da empresa, no valor de R$50.000,00, que foi

colocado pelos sócios da empresa em espécie (dinheiro);

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II – compra de móveis e utensílios para a empresa no valor de

R$30.000,00, pagos à vista;

III – compra, a prazo, de um veículo no valor de R$15.000,00.

Vamos ver como ficará o balanço patrimonial da empresa após cada uma

dessas operações?

I – constituição do capital da empresa, no valor de R$ 50.000,00, que

foi colocado pelos sócios da empresa em espécie (dinheiro):

Balanço Patrimonial – Após a constituição da empresa Ativo(P) Passivo (P)

Caixa 50.000,00 - - Patrimônio Líquido (PL) Capital Social 50.000,00

Total do Ativo 50.000,00 Total do Passivo + Total do PL

50.000,00

- Observem que quando a empresa é constituída o ‘bem’ ou o ativo que ela

recebe dos sócios é dinheiro, normalmente denominado ‘Caixa’. Esse recurso

não é uma obrigação da empresa para com os sócios, não sendo, portanto,

registrado como um passivo. Assim, se a empresa não tem passivos, no

momento de sua constituição, terá um patrimônio líquido igual ao total dos

ativos. Para tanto, ela registra em uma conta que representa os investimentos

feitos pelos sócios, denominada ‘Capital Social’, os valores investidos. Vejam

que a igualdade no balanço patrimonial é respeitada: o total de ativos é igual

ao total de passivos mais o patrimônio líquido.

Conseguiram perceber? Se não, vejamos como seria o balanço dessa

empresa fictícia após a segunda operação.

II – compra de móveis e utensílios para a empresa no valor de

R$30.000,00, pagos à vista: observe que nesse caso, como a compra é

realizada à vista, o saldo em caixa será reduzido para R$20.000,00

(R$50.000,00 – R$30.000,00) e será registrado um valor referente a um novo

ativo: Móveis e Utensílios.

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Balanço Patrimonial – após compra de móveis e utensílios à vista Ativo(P) Passivo (P)

Caixa 20.000,00 - Móveis e Utensílios

30.000,00 -

Patrimônio Líquido (PL) Capital Social 50.000,00

Total do Ativo 50.000,00 Total do Passivo + Total do PL

50.000,00

- Observem que o total de ativo permanece o mesmo. No entanto, agora parte

dele é constituído na forma de bens móveis. Verifiquem, também, que a

igualdade no balanço patrimonial continua sendo respeitada: o total de ativos é

igual ao total de passivos mais o patrimônio líquido.

A ideia é que igualdade entre ativos e passivos mais patrimônio líquido

continue a ser respeitada. Vamos ver com a operação III que a empresa

contrata um passivo e como isso será refletido em seu balanço.

III – compra, a prazo, de um veículo no valor de R$15.000,00: nesse

caso, haverá o registro de um novo ativo, ‘Veículo’, que terá como

contrapartida uma obrigação no Passivo, que podemos chamar de ‘Dívidas a

Pagar’.

Balanço Patrimonial – após compra de veículo a prazo Ativo(P) Passivo (P)

Caixa 20.000,00 Dívidas a Pagar 15.000,00 Móveis e Utensílios

30.000,00 -

Veículos 15.000,00 Patrimônio Líquido (PL) Capital Social 50.000,00

Total do Ativo 65.000,00 Total do Passivo + Total do PL

65.000,00

- Vejam que há o crescimento do ativo em função do registro do veículo. No

entanto, o lado do passivo mais patrimônio líquido também aumenta, pois é

registrada a obrigação de pagar o veículo. Assim, fica mantida a igualdade. No

futuro, quando essa obrigação for paga, haverá uma redução no caixa em

contrapartida ao zeramento da dívida.

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Alguém pode estar pensando? Mas a empresa faz um balanço patrimonial

a cada operação que realiza? Claro que não. Na prática das empresas, o

balanço patrimonial normalmente é elaborado ao final de um ano juntamente

com a apuração do resultado. Nós veremos mais adiante os detalhes dessa

elaboração, mas aqui fizemos apenas uma demonstração de que sempre o

total de ativos deverá ser igual ao total de passivos mais patrimônio líquido.

3. Situações patrimoniais

A partir do Balanço Patrimonial, podemos visualizar as chamadas situações

patrimoniais. A situação patrimonial mais comum é a positiva. Ela indica que

os ativos de uma entidade ativos são maiores que seus passivos. Outra

situação que pode ocorrer é a negativa que ocorre quando o Passivo de uma

entidade é maior que se Ativo. Nesse caso a situação patrimonial é negativa,

também chamada de ‘Passivo a Descoberto’. Tal situação indica que as dívidas

de uma entidade são maiores que seus bens e direitos. Por isso, o patrimônio

líquido, nesse caso, é negativo.

PASSIVO A DESCOBERTO = PASSIVO > ATIVO

Com base na equação fundamental do balanço (PL = A - P), podemos

concluir que, em dado momento, o patrimônio assume, invariavelmente, uma

das seguintes situações patrimoniais:

1 – quando A > P, temos PL > 0, ou seja, situação patrimonial positiva;

Balanço Patrimonial Ativo (A) Passivo (P)

1.000

350

Patrimônio Líquido (PL)

650*

Total do Ativo = 1.000 Total do Passivo + Total do PL = 1.000

* Nesse caso, o PL é positivo.

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2 – quando A = P, teremos PL = 0, ou seja, situação patrimonial nula. Essa

situação patrimonial é mais teórica, pois dificilmente em uma entidade o total

de ativos será exatamente igual ao total de passivos;

Balanço Patrimonial Ativo (A) Passivo (P)

1.000 1.000*

Total do Ativo = 1.000 Total do Passivo = 1.000

* Nesse caso, o PL é nulo.

3 – quando P > A, teremos PL < 0, ou seja, situação patrimonial negativa

ou ‘passivo a descoberto’.

Balanço Patrimonial Ativo (A) Passivo (P)

1.000 1.500

Total do Ativo = 1.000 Patrimônio Líquido (PL) -500* Total do Passivo + Total do PL

= 1.000

* Nesse caso, o PL é negativo, pois o passivo é maior do que o ativo.

4. Fatos Contábeis

As diversas operações de uma empresa podem ou não afetar seu PL.

Quando tais operações não alteram o PL, são chamados atos

administrativos. Quando afetam são chamados fatos contábeis.

Os fatos contábeis podem alterar o PL qualitativa ou quantitativamente.

Dessa forma, podem ser: permutativos, modificativos ou mistos.

Os fatos permutativos alteram o patrimônio da entidade sem alterar o seu

patrimônio líquido (PL), refletindo trocas entre os elementos patrimoniais.

Várias operações envolvendo combinações de contas de Ativo, Passivo e PL

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podem ser consideradas fatos permutativos. Basicamente, os fatos

permutativos envolvem:

I - Aumento de uma conta de Ativo combinado com redução de outra conta

de Ativo. Exemplo: compra de um bem à vista Nesse caso, uma entidade está

trocando um ativo (dinheiro - disponibilidade) por outro (veículo). O PL não é

afetado.

II - Aumento de uma conta de Ativo combinado com aumento de conta de

Passivo. Exemplo: compra de um bem a prazo;

III - Aumento de uma conta de Patrimônio Líquido combinada com a

redução de outra conta de Patrimônio Líquido. Exemplo: incorporação de lucros

acumulados ou reservas ao capital social;

IV - Aumento de uma conta de Passivo combinado com a redução de outra

conta de Passivo. Exemplo: reclassificação de uma dívida de longo prazo para

curto prazo; e

V - Redução de conta de Ativo combinada com redução de conta de Passivo.

Exemplo: pagamento de uma dívida sem juros.

Os fatos modificativos podem aumentar ou diminuir o PL. Podem ser

diminutivos ou aumentativos. Os fatos modificativos diminutivos decorrem,

normalmente, do registro de despesas. Os fatos modificativos aumentativos

decorrem, normalmente, do registro de receitas. Exemplos:

(1) pagamento de despesas: nesse caso, normalmente, a empresa baixa

um ativo (caixa ou outra disponibilidade) para liquidar uma despesa;

(2) recebimento de aluguel: nessa situação, a empresa normalmente

aumenta o valor de seu ativo (via aumento do seu caixa) registrando em

contrapartida uma receita que irá contribuir para aumentar seu lucro no

período, que por sua vez contribui para o aumento do PL.

Podem ocorrer também por meio de operações que aumentam ou diminuem

diretamente o PL sem o envolvimento de receitas e despesas. Por exemplo, o

aumento ou diminuição do Capital Social modifica o PL de uma entidade.

Os fatos mistos, também chamados compostos, são aqueles que são

permutativos e modificativos ao mesmo tempo. Também podem ser

aumentativos ou diminutivos. Exemplo: pagamento de dívida com desconto,

incorporação ao saldo de uma aplicação financeira do rendimento de mensal de

sua remuneração mensal etc.

Resumidamente, os fatos contábeis são:

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Resumo sobre Fatos Contábeis

Permutativos Não afetam o PL

Modificativos Aumentativo: aumenta PL Diminutivo: reduz o PL

Mistos (Permutativo e Modificativo ao mesmo tempo)

Aumentativo: aumenta PL Diminutivo: reduz o PL

5. Receitas, despesas e resultado - Variações no Patrimônio Líquido

O PL de uma empresa varia normalmente em função dos impactos

resultantes das receitas e despesas decorrentes de sua atividade operacional.

Há outras fontes de variação no PL como um aumento do capital social de uma

empresa (que aumenta o PL) ou uma diminuição do capital social por meio da

saída de um sócio que leva uma parcela do patrimônio (fato que reduz o PL).

As receitas podem ser conceituadas como o impacto positivo sobre o PL

resultante, geralmente, da atividade operacional da empresa. Pode decorrer,

por exemplo, de vendas com lucros, de juros sobre depósitos bancários e de

outros ganhos.

As despesas, por sua vez, representam uma redução do PL em função

principalmente do consumo de bens ou serviços que, direta ou indiretamente,

ajudam a produzir uma receita. Dessa forma, a despesa só existe porque ela

propiciará a geração de uma receita capaz de não só suplantá-la, como

também garantir uma margem de lucro.

O resultado resume a equação que definirá a variação no PL. Se a receita

for maior que a despesa, haverá um aumento do PL. Se a receita for menor

que a despesa, haverá uma redução do PL.

Teoricamente, o resultado final de uma empresa só poderia ser apurado

após seu fechamento, quando seriam vendidos todos os seus ativos, pagas

todas as obrigações e verificada a variação entre o patrimônio líquido inicial e o

final. No entanto, normalmente pressupõe-se que a empresa continuará

funcionando indefinidamente.

Dessa forma, é importante para a administração mensurar os resultados

parciais obtidos pela empresa com a finalidade de melhor direcionar sua

atividade, buscando maximizar os resultados. Essa mensuração ocorre em

períodos definidos chamados período contábil ou exercício social, que

geralmente são de um ano para a maior parte das empresas, sendo que a data

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de seu término (normalmente, 31 de dezembro), deve ser fixada no estatuto

ou contrato social1.

Por ocasião da apuração do resultado do exercício social, serão zerados

todos os saldos das contas de resultado, chegando-se ao valor líquido que irá

ser incorporado ao PL para posterior destinação, inclusive a distribuição aos

acionistas ou quotistas2, de acordo com o que tiver sido definido previamente

no estatuto social da entidade. Ocorrendo lucro ou prejuízo, o resultado será

transferido para uma conta do PL denominada “Lucros ou Prejuízos

Acumulados”.

6. Regime de competência e regime de caixa

Um princípio importante no estudo da variação do PL é o do regime de

competência de exercícios, segundo o qual receitas e despesas são

registradas (apropriadas, reconhecidas) no resultado somente quando de seu

fato gerador, e não em função do recebimento da receita ou do pagamento da

despesa.

Esse princípio permite uma adequada comparação entre despesas e receitas

de cada exercício para a apuração de resultado, com reflexos nas

demonstrações contábeis como o próprio Balanço Patrimonial. Como já foi

comentado, a utilização dessa regra conduz à uma visualização distinta da de

fluxo de caixa, pois o que importa são as variações econômicas no PL.

As despesas e receitas ocorridas contabilmente e não realizadas

financeiramente são tratadas pela Contabilidade de forma a garantir o

cumprimento do princípio citado acima. Existem duas regras básicas:

a) se uma empresa obteve uma receita (ganhou), mas ainda não recebeu

em dinheiro e tampouco foi feito qualquer registro contábil, essa receita deve

ser registrada no período em que foi obtida. Exemplos:

1 - o aluguel do mês de maio, recebido somente em junho, deve ser

registrado como receita, sendo considerado no resultado, do mês de maio;

1 O estatuto é o documento legal constitutivo de uma sociedade anônima (S.A). O contrato social é outro tipo de documento constitutivo de outros tipos de empresa, como a empresa limitada (LTDA), o tipo jurídico de empresa mais comum no Brasil. 2 Os acionistas são os sócios de S.As. Os quotistas são os sócios de empresas LTDA.

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2 - uma venda a prazo, feita no mês de janeiro para recebimento em

março, deve ser contabilizada como receita no mês da venda (janeiro),

independentemente de seu recebimento em março.

b) se uma empresa incorreu numa despesa ainda não paga, e se nenhum

registro contábil foi realizado, essa despesa deve ser registrada no período de

sua ocorrência, independentemente de seu pagamento. Exemplos:

1 – a despesa de salário do mês de dezembro que será paga em janeiro

deve ser computada no mês de sua ocorrência (dezembro), impactando o

resultado de dezembro;

2 – uma despesa de manutenção feita em setembro e paga somente em

novembro deve ser registrada em setembro, afetando o resultado daquele

mês.

O registro de despesas em data anterior ao de seu pagamento gera um

passivo (obrigação de pagar). Assim, a despesa de salário de um mês que será

paga em outro mês gera um passivo chamado “Salários a Pagar”. O registro de

receita em data anterior ao seu recebimento gera um ativo (direito de

receber). Assim, uma receita de aluguel de um mês recebido somente em

outro vai gerar um ativo chamado “Aluguéis a Receber”.

Em outra via, quando uma despesa é paga antes de seu registro, ocorre a

geração de um direito (Ativo) pela antecipação do pagamento dessa despesa,

normalmente chamado “Despesa Antecipada”. Um exemplo disso é o

pagamento antecipado de um aluguel ou de um seguro. Nesses casos surgirá

no Ativo de uma empresa despesas antecipadas denominadas, normalmente,

“Aluguéis a Vencer ou Aluguéis Pagos Antecipadamente” ou “Seguros a Vencer

ou Seguros Antecipados”.

Por outro lado, quando uma receita é recebida antes de seu registro, ocorre

a geração de uma obrigação (Passivo) que só será baixado quando essa receita

for reconhecida. Um exemplo dessa situação é o adiantamento que um cliente

faz a uma empresa relativa a compra de um bem ou serviço. Nesse caso, ao

receber o adiantamento do cliente, a empresa registra um passivo chamado

“Adiantamento de Cliente”.

7. Procedimentos contábeis básicos

A organização das informações contábeis demanda um eficiente sistema de

registros, baseado em um plano de contas que tenha a capacidade de

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abranger todas as operações de uma entidade, permitindo, assim, a

elaboração de demonstrativos contábeis que evidenciem a real situação

patrimonial da empresa.

Como visto, diversas operações realizadas pelas empresas geram aumentos

ou diminuições de ativos, de passivos e, consequentemente, de PL. O registro

dessas movimentações é feito nas chamadas contas, que conforme o controle

de cada entidade pode ter um código específico.

As contas podem ser patrimoniais ou de resultado. As contas

patrimoniais são as contas que representam os ativos, passivos ou o próprio

PL. As contas de resultado representam receitas e despesas.

Algumas empresas utilizam contas para controle de operações que podem,

no futuro, representar bens, direitos ou obrigações. Portanto, não afetam o

patrimônio da empresa. Essas contas de controle são chamadas de contas de

compensação ou de controle.

O elenco de todas as contas é chamado Sistema de Contas ou Plano de

Contas, que geralmente apresenta as contas de forma ordenada e codificada,

bem como detalha todas as normas e procedimentos adotados por um sistema

contábil.

No Brasil, não há para as empresas em geral um plano de contas unificado.

A maior parte das empresas trabalha com planos de conta internos. No

entanto, em alguns setores mais regulados e supervisionados, como o

financeiro, há planos de contas padronizados.

Segue uma lista inicial contendo exemplos de contas utilizadas nos planos

de contas de uma empresa comercial:

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Grupo Conta Função

Ativo

Caixa Registrar disponibilidades em espécie

Bancos Conta-Movimento Registras valores registrados em contas correntes

Aplicações Financeiras Registrar aplicações financeiras feitas

Mercadorias ou Estoques Registrar mercadorias em estoque para comercialização

Clientes ou Duplicatas a Receber

Registrar valores a receber decorrentes de vendas a prazo

Despesas Antecipadas Registrar despesas pagas antes de sua apropriação contábil ao resultado

Móveis e Utensílios Registrar valores referentes ao mobiliário da empresa

Veículos Registrar valores referentes aos veículos de propriedade da empresa

Imóveis Registrar os investimentos em imóveis

Passivo

Fornecedores Registrar as dívidas junto a fornecedores de mercadorias por compras a prazo

Empréstimos e Financiamentos

Registrar o valor das operações de crédito contratadas junto a instituições financeiras

Adiantamentos de Clientes Registrar receitas recebidas antes de sua apropriação contábil ao resultado

Impostos a Pagar Registrar os impostos pendentes de recolhimento pela empresa

Salários a Pagar Registrar o valor ainda não pago das despesas com salários de empregados

Patrimônio Líquido

Capital Social Registrar o capital investido pelos sócios na empresa

Reservas de Lucros Registrar a parcela dos lucros de uma empresa que são mantidos no seu patrimônio líquido

Prejuízos Acumulados Registrar prejuízos acumulados ainda não absorvidos pela empresa. Essa conta diminui o saldo do PL.

De resultado

Receitas

Registrar as receitas auferidas pela empresa em determinado período. Podem ser: de vendas, de ganhos em aplicações financeiras, de ganhos na venda de bens imóveis etc

Despesas

Registrar as despesas incorridas pela empresa em determinado período. Podem ser: de salários, de vendas, administrativas, vinculadas a impostos, de depreciação de bens móveis, oriundas de perdas de capital etc.

7.1 Débito e Crédito

Muitas pessoas sem conhecimento da Contabilidade têm a ideia de que

débito significa algo desfavorável, e crédito, algo favorável. Essa noção é, em

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grande parte, tributada as informações que recebemos dos bancos por meio do

extrato bancário. Lá, toda vez que a nossa conta tem um crédito é um sinal de

que entrou dinheiro em nossa conta. Por outro lado, toda a vez que há um

débito em nossa conta, sabemos que foram retirados valores dela.

Mas como funciona, exatamente, o mecanismo do débito e crédito?

Inicialmente, é preciso entender que tais denominações são, simplesmente,

convenções contábeis. Assim, sob o ponto de vista da contabilidade o débito

não é um vilão, nem o crédito nosso herói.

É possível entender o mecanismo de débito é crédito a partir do seguinte

esquema:

DÉBITO – responde a pergunta: Onde os recursos foram aplicados?

CRÉDITO – responde a pergunta: Qual a origem dos recursos?

Assim, identificando-se em qualquer lançamento contábil onde os recursos

foram aplicados (débito) e qual a sua origem (crédito), é possível proceder a

qualquer lançamento.

Antigamente, quando a escrituração dos lançamentos era feita de forma

manual, havia toda uma formalidade para registro das operações. Era

necessário indicar:

- em uma linha o local e data da operação,

- na linha seguinte a(s) conta(s) debitada(s) seguida(s) do respectivo valor,

- na linha seguinte, precedida(s) da partícula ‘a’, a(s) conta(s) creditada(s)

e seus correspondentes valores e, ainda,

- na última linha, um breve histórico do lançamento feito.

Imagine a empresa registrando a compra de um veículo à vista... O registro

se dava mais ou menos assim:

Gama-DF, 25 de maio de 1995 Veículos 25.000,00

a Caixa 25.000,00 Pela aquisição de veículo Fiat XX, placa ADG 9999, conforme NF

0001.

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Hoje com a escrituração automatizada, basicamente se exige apenas a

indicação da conta a ser debitada e da conta a ser creditada. No lançamento

contábil esse registro pode ser feito indicando a conta debitada (por meio de

um Débito - D) e a conta creditada (por meio de um Crédito – C). a conta a ser

mecanizada o

Por exemplo, a mesma operação de aquisição à vista de um automóvel teria

como origem o dinheiro (Caixa) e como aplicação o bem adquirido (Veículos).

O lançamento contábil será:

D – Veículos 25.000,00

C – Caixa 25.000,00

Caso o veículo tivesse sido adquirido a prazo, a origem seria, por exemplo,

um financiamento bancário.

O lançamento seria:

D – Veículos 25.000,00

C – Financiamento Bancário 25.000,00

Atenção: Não perca tempo decorando lançamentos contábeis! É preciso

entender sua lógica.

Um excelente caminho para começar é olhando para o balanço patrimonial.

O lado esquerdo do balanço, representado pelos ativos, indica onde a empresa

está fazendo suas aplicações. Assim, regra geral, o registro de um ativo é feito

por meio de débitos na conta que representa o ativo. Por sua vez, no lado

direito do balanço, as contas de passivo e patrimônio líquido representam

origens de recursos. Como consequência, a regra geral é que as contas de

passivo e patrimônio líquido são aumentadas por meio de créditos e diminuídas

por meio de débitos. Veja o balanço abaixo e guarde suas informações...

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Balanço Patrimonial Ativo (A) Passivo (P)

Patrimônio Líquido (PL)

Total do Ativo Total do Passivo + Total do PL

Como veremos, as contas de resultado (receitas e despesas) não aparecem

no Balanço Patrimonial, mas também são registradas na escrituração contábil.

A lógica aplicável a elas é simples: essas contas precisam ser vistas sob a ótica

do patrimônio líquido, pois elas normalmente contribuem para sua variação. As

receitas aumentam o patrimônio líquido. As despesas o diminuem. Imagine o

seu caso: se você todo mês tem mais receitas do que despesas, a tendência é

que seu patrimônio aumente ao longo do tempo, não é? Assim, as contas de

receitas seguem a mesma regra aplicável ao patrimônio líquido: aumentam por

meio de créditos e diminuem por meio de débitos. Por outro lado, as contas de

despesas seguem a lógica contrária ao do patrimônio líquido, ou seja, são

aumentadas por meio de débitos e diminuídas por meio de créditos.

Não entendeu? Não desanime! Uma outra forma simples de compreender o

mecanismo de débito e crédito para as receitas e despesas é usar a lógica de

aplicação e origem: A despesa sempre vai representar uma aplicação de

recurso. Portanto, para registrá-la, faz-se um débito. Para baixá-la ou estorná-

la, faz-se um lançamento a crédito. A receita, por sua vez, sempre representa

uma fonte de recursos para uma entidade. Para registrá-la, então, faz-se um

lançamento a crédito. Para baixá-la, o lançamento é feito a débito.

Vamos tentar trabalhar com alguns exemplos?

Exemplo 1: registro de uma despesa com frete, paga à vista, no valor de

R$1.500,00.

Resposta: Nesse caso, vamos responder antes as duas perguntas:

- Onde foi feita a aplicação? Certamente, na despesa de frete.

- Qual a origem dos recursos? O caixa da empresa, pois a despesa foi paga à

vista.

Origens Aplicações =

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Assim, o lançamento contábil será:

D – Despesas de frete 1.500,00

C – Caixa 1.500,00

Exemplo 2: registro de uma receita decorrente de juros de um investimento

financeiro, no valor de R$ 6.350,00, a ser incorporado ao valor do

investimento.

Resposta: Nesse caso, vamos responder antes as duas perguntas:

- Onde foi feita a aplicação? Perceba que os juros de um investimento

financeiro irão aumentar o valor desse investimento. Portanto, a aplicação é na

conta que representa o investimento, chamada de ‘aplicação financeira’.

- Qual a origem dos recursos? Nesse caso, a origem foi o reconhecimento de

juros incorporados ao valor de um investimento existente. Podemos chamar a

conta que representa essa receita de ‘juros de aplicação financeira’.

Assim, o lançamento contábil será:

D – Aplicação financeira 6.350,00

C – Juros de aplicação financeira 6.350,00

É importante ter em mente que esse mecanismo do débito e crédito se

aplica na contabilização realizada por qualquer tipo de empresa, inclusive as

instituições financeiras. Portanto, é preciso sempre se lembrar das 2

perguntas: Onde os recursos são aplicados? Qual a origem dos recursos?

Resumidamente, o mecanismo de débito e crédito é aplicado às contas da

seguinte forma:

Conta Efetua-se um lançamento a: Débito Crédito

De Para Para Ativo Aumentar Diminuir Passivo Diminuir Aumentar Patrimônio Líquido (PL) Diminuir Aumentar Contas de Resultado Devedoras (Despesas) Aumentar Diminuir Contas de Resultado Credoras (Receitas) Diminuir Aumentar

Retornando àquele exemplo no início dessa seção... Um banco ao registrar

um depósito na conta corrente de um cliente faz um lançamento a crédito, pois

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a rubrica sua contabilidade na qual registra os valores que o cliente mantém

na forma de depósito é uma conta de passivo. Observe que nessa situação o

banco apenas está guardando um valor que é do cliente. Portanto, ele tem a

obrigação de devolver esse recurso quando solicitado. Assim, o depósito feito

pelo cliente representa uma origem de recursos para o banco. Como origem,

na contabilidade do banco toda vez que o saldo da conta corrente é

aumentado, a conta deve ser creditada. Toda a vez que for diminuído, deve ser

debitado.

7.2. As naturezas contábeis

Uma consequência dessa convenção é que as contas podem ter saldo

contábil (ou natureza contábil) devedor ou credor. Uma regra simples para

saber qual a natureza contábil de uma conta é verificar de que forma ela é

aumentada. Assim, as contas de Ativo e de Despesas têm natureza contábil

devedora. As contas de Passivo, de PL e de Receitas têm natureza contábil

credora.

Tal regra não é aplicada somente às contas retificadoras. Estas contas

registram ajustes nos saldos de outras contas patrimoniais (contas de Ativo,

de Passivo e de Patrimônio Líquido). São aquelas contas que aparecem

diminuindo saldos de outras contas em um Balanço Patrimonial. Assim, contas

retificadoras de contas de Ativo têm natureza contábil credora. As contas

retificadoras de contas de Passivo e Patrimônio Líquido têm natureza contábil

devedora. São exemplos de contas retificadoras do Ativo: “Provisão para

Devedores Duvidosos3”, “Depreciação Acumulada4” e “Amortização

Acumulada5”. São exemplos de contas retificadoras do Patrimônio Líquido:

“Ações em Tesouraria6” e “Prejuízos Acumulados7”.

Resumidamente, a natureza contábil da conta pode ser verificada da

seguinte forma:

3 Conta que registra a expectativa de perdas em valores a receber de clientes. 4 Conta que registra a perda de valor de um ativo imobilizado em função do uso, obsolescência ou ação da natureza. 5 Conta que registra a perda de valor de um ativo intangível em função do uso ou obsolescência. 6 Conta que registra as ações de uma empresa, adquiridas por ela para cancelamento ou outra finalidade. 7 Como visto, é a conta que registra no PL os prejuízos ainda não absorvidos por uma empresa.

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Resumo sobre a Natureza Contábil da Conta

Contas com natureza devedora (saldo devedor)

Contas de Ativo Contas de Despesas Contas Retificadoras de Passivo e PL

Contas com natureza credora (saldo credor)

Contas de Passivo e PL Contas de Receitas Contas Retificadoras de Ativo

7.3. Escrituração contábil

A escrituração é processo pelo qual são feitos os registros contábeis.

Conforme a legislação e a prática contábil, a escrituração deve ser feita nos

livros contábeis.

Segundo o Código Civil brasileiro, a escrituração deve ser feita em idioma e

moeda corrente nacionais e em forma contábil8, por ordem cronológica de dia,

mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras,

emendas ou transportes para as margens. É permitido o uso de código de

números ou de abreviaturas, que constem de livro próprio, regularmente

autenticado.

Podemos dividir os livros de escrituração contábil em principais e

acessórios:

a) Principais:

– Diário: é obrigatório por Lei para todas as empresas. Registra os fatos

contábeis em partidas dobradas na ordem rigorosamente cronológica do dia,

mês e ano. Segundo o Código Civil serão lançadas no Diário, com

individualização, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia,

por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da

empresa. A legislação admite a escrituração resumida do Diário, com totais

que não excedam o período de trinta dias, relativamente a contas cujas

operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento,

desde que utilizados livros auxiliares regularmente autenticados, para registro

individualizado, e conservados os documentos que permitam a sua perfeita

verificação. Devem ser lançados no Diário o Balanço Patrimonial e o de

resultado econômico (mais conhecida como a Demonstração do Resultado do

8 Como veremos, por meio do Método das Partidas Dobradas.

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Exercício – DRE9), devendo ser assinados por técnico em Contabilidade

legalmente habilitado e pelo empresário ou sociedade empresária.

– Razão: consiste no agrupamento de contas de mesma natureza. O

registro é feito em contas individualizadas tendo assim um controle por conta.

Embora não obrigatório pela legislação comercial, o Livro Razão é exigido pela

Receita Federal, para fins fiscais.

b) Auxiliares – são livros não obrigatórios segundo a legislação comercial,

utilizados, por uma empresa, para registros específicos ou para atender a

legislação fiscal. Exemplos: livro Caixa, que faz o controle do numerário, livro

de Inventário, que controla os estoques (este Livro pode ser desdobrado no

Livro de Entradas de Mercadorias e no Livro de Saídas de Mercadorias), o Livro

de Registro de Prestações de Serviços, utilizado pelas empresas prestadoras de

serviços, e o livro de registro do ICMS, que faz o controle desse tributo, de

caráter estadual, devido por uma empresa.

Obviamente, a escrituração nos livros contábeis é feita, atualmente, de

forma eletrônica por meio de sistemas computacionais desenvolvidos para essa

finalidade.

7.4. O método (sistema) das partidas dobradas e o balancete de

verificação

Como mencionado, a escrituração dos fatos que alteram o patrimônio de

uma empresa é feita, no Livro Diário, por meio do método das partidas

dobradas.

A essência do método das partidas dobradas, universalmente aceito, é que

para cada débito ou conjunto de débitos deverá existir um ou mais créditos

correspondentes, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre

igual à soma dos valores creditados. “Não há débito(s) sem crédito(s)

correspondente(s)”. Este entendimento foi apresentado por Luca Pacioli, frei

italiano que escreveu, há mais de 500 anos, a primeira obra que se tem notícia

sobre o método, sendo aplicado, possivelmente, há mais tempo. Em síntese,

toda a aplicação de recurso tem uma origem.

Assim, em todo lançamento contábil o total de débitos será igual ao total de

créditos. Isso permite o controle da movimentação de todas as contas

9 O Balanço, a DRE e outras demonstrações serão estudadas em aulas específicas.

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patrimoniais e de resultado, garantindo que a equação fundamental da

contabilidade seja sempre respeitada.

As empresas realizam mensalmente diversos registros de transações pelo

método das partidas dobradas. Consequentemente, ao fazer uma verificação

desse fato, a companhia prepara um balancete que é chamado “balancete de

verificação”.

O balancete de verificação é preparado a partir da relação de todas as

contas que tenham saldo diferente de zero, colocando-se em colunas os saldos

devedores ou credores das respectivas contas. Sempre, o somatório dos saldos

das contas devedoras deve ser igual ao somatório dos saldos das contas

credoras. Isto quer dizer que sempre o total de aplicações será igual ao total

de origens.

O balancete de verificação tem a seguinte configuração:

Balancete de Verificação – Companhia YYY

Em 31.12.20XX

Contas Saldos

Devedores (A) Saldos

Credores (B)

Caixa 150.000 Mercadorias 800.000 Fornecedores 250.000 Capital Social 850.000 Fretes sobre vendas 19.000 Clientes 500.000 Provisão para devedores duvidosos 15.000 Seguros antecipados 10.000 Receitas financeiras 22.000 Adiantamentos de clientes 40.000 Custo das Mercadorias Vendidas 535.000 Reserva de Lucros 35.000 Abatimentos sobre vendas 5.000 Devolução de vendas 12.000 Receita de vendas 950.000 Despesas de depreciação 7.000 Depreciação acumulada 16.000 Imóveis 140.000

Total 2.178.000 2.178.000

Obs.: Necessariamente o somatório das contas com saldos devedores deverá ser igual ao somatório das contas com saldos credores.

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Resumo da Aula

Vimos nessa aula que:

• A contabilidade é um sistema de informação e avaliação destinado a

prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza

econômica, financeira, física e de produtividade.

• A finalidade da contabilidade é acompanhar o desenvolvimento do

patrimônio de uma determinada entidade, gerando informações úteis

para fins de decisão por parte dos diversos usuários.

• O patrimônio é o objeto da contabilidade, representando o conjunto de

bens, direitos e obrigações de uma entidade.

• O PL é dado pela diferença entre ativos e passivos.

• As situações patrimoniais podem ser positiva, negativa ou nula.

• No Passivo a Descoberto, o total de passivos é maior que o total de

ativos.

• Os fatos contábeis podem ser permutativos, modificativos ou mistos.

• As receitas e despesas representam a principal razão de variações no PL.

• O resultado é dado pela diferença entre receitas e despesas e é apurado

ao final do exercício social.

• Pelo regime da competência, as receitas e despesas são apropriadas ou

reconhecidas no resultado somente quando de seu fato gerador,

independente de seu fluxo financeiro.

• O fluxo financeiro de receitas e despesas pode ser diferente de seu fluxo

econômico (impacto no resultado).

• As contas são instrumentos de controle dos itens patrimoniais (ativos,

passivos e PL) e de resultado (despesas e receitas).

• O débito representa onde os recursos são aplicados. O crédito onde eles

são originados.

• As contas de Ativo e despesas têm natureza devedora. As contas de

Passivo, PL e receita têm natureza credora.

• O método das partidas dobradas define que para cada débito ou conjunto

de débitos são necessários crédito ou conjunto de créditos de igual valor.

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EXERCÍCIOS

Vamos responder as questões abaixo a partir do conteúdo estudado?

No tipo de questão apresentada a seguir, há somente uma resposta correta, no padrão que pode ser utilizado no concurso para Técnico do Bacen. No final, apresentamos o gabarito e comentários para cada questão. Destaco que as questões abaixo foram elaboradas pelo Professor ou extraídas de certames organizados pela Fundação Carlos Chagas (FCC) e pela Fundação Cesgranrio, entidade que organizou o último certame do Bacen.

Observação Importante

Se ao final da série de questões dessa aula, você ainda tiver dúvidas sobre algum ponto específico do conteúdo apresentado não desanime! Mantenha contato por meio do Fórum!

1. A finalidade da Contabilidade é: a) somar valores do Patrimônio. b) interpretar o patrimônio de uma pessoa. c) controlar os pagamentos efetuados a terceiros. d) controlar os recebimentos em dinheiro. e) controlar o patrimônio, gerando informações úteis ao processo decisório. 2. Corresponde ao objeto da Contabilidade: a) Balanço Patrimonial. b) Auditoria. c) Patrimônio. d) Escrituração. e) Todas acima. 3. Assinale a alternativa correta. a) Escrituração é uma técnica contábil responsável pelo registro dos fatos. b) A Contabilidade não é usada por entidades sem fins lucrativos. c) Somente as entidades públicas usam informações contábeis. d) O Patrimônio não é objeto de estudo da Contabilidade. e) Auditoria corresponde à interpretação dos registros contábeis. 4. O conjunto de bens, direitos e obrigações, vinculado a uma pessoa física ou jurídica, é denominado a) Situação Líquida. b) Capital Próprio. c) Patrimônio. d) Patrimônio Líquido. e) Ativo.

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5. (FCC - 2011 - NOSSA CAIXA DESENVOLVIMENTO – Contador): “Recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade.”

Segundo pronunciamento do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), cujo teor foi aprovado pela Resolução nº 1.121/2008 do Conselho Federal de Contabilidade, e que versa sobre Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis, esta é a definição de a) Passivo. b) Receitas. c) Despesas. d) Ativo. e) Patrimônio Líquido. 6. (FCC - 2006 - TRT - 4ª REGIÃO - Analista Judiciário – Contabilidade)

Em relação aos livros contábeis e à sua escrituração, é correto afirmar que a) Admite-se a escrituração resumida do Livro Diário, fora da ordem cronológica, desde que as transações estejam contabilizadas pelos valores corretos e estejam respaldadas por documentos idôneos. b) O Balanço Patrimonial e as demais demonstrações contábeis correspondentes ao encerramento de exercício devem ser transcritas no livro Razão, completando-se com a assinatura do contabilista responsável e do titular ou representante legal da entidade. c) A escrituração do Diário, como o próprio nome do livro indica, deve ser feita diariamente, não sendo admissível o registro em partidas mensais e a escrituração sintética ou resumida. d) O Livro Razão é de escrituração obrigatória, de acordo com o art. 1.180 do Novo Código Civil. e) É admissível o uso de códigos e/ou abreviaturas nos históricos dos lançamentos do Livro Diário, desde que uniformes e permanentes, devendo constar em elenco identificador no Livro Diário. 7. (FCC - 2007 - TRE-PB - Técnico Judiciário – Contabilidade) Método pelo qual se faz a escrituração sintética das operações financeiras e patrimoniais: a) partidas simples. b) analítico. c) orçamento bruto. d) partidas dobradas. e) preço médio ponderado. 8. (FCC - 2007 - MPU - Analista Administrativo) Em relação à escrituração contábil, é correto afirmar que as contas

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a) do Ativo são debitadas quando aumentam de valor. b) do Patrimônio Líquido são creditadas quando diminuem de valor. c) do Passivo Exigível são estornadas quando aumentam de valor. d) de resultado são sempre creditadas. e) patrimoniais são sempre debitadas quando seu valor diminui. 9. (FCC - 2008 - TRT - 18ª Região - Analista Judiciário – Contabilidade) Em relação à escrituração contábil, é correto afirmar: a) Os lançamentos no livro Diário devem ser efetuados diariamente, não se admitindo exceções. b) A escrituração correta e tempestiva do livro Razão permite saber, em qualquer data, o saldo das contas de resultado e patrimoniais. c) O único livro contábil considerado obrigatório pela Receita Federal do Brasil para apuração da base de cálculo do imposto de renda é o livro Diário. d) No Brasil, existe um Plano de Contas padronizado que deve ser seguido por todas as entidades com fins lucrativos. e) Segundo normas do Conselho Federal de Contabilidade, a escrituração contábil somente pode ser efetuada em sistemas informatizados.

10. (CESGRANRIO - 2011 - Petrobrás - Técnico de Contabilidade – 2011) Livros auxiliares são aqueles que se destinam ao controle de um determinado componente patrimonial. Embora obrigatórios perante o fisco, alguns livros citados a seguir podem ser utilizados na escrituração contábil como livros auxiliares. Nesse contexto, os chamados Livros Auxiliares são o Livro de Inventário, o

a) Livro Diário, o Livro Razão, o Livro Caixa e o Livro de Registro de Duplicatas b) Livro Diário, o Livro de Entradas de Mercadorias, o Livro de Saídas de Mercadorias e o Livro de Registro de Prestação de Serviços c) Livro Razão, o Livro de Entradas de Mercadorias, o Livro de Saídas de Mercadorias e o Livro de Registro de Prestação de Serviços d) Livro Razão, o Livro de Entradas de Mercadorias, o Livro de Saídas de Mercadorias e o Livro de Registro de Duplicatas e) Livro Caixa, o Livro de Entradas de Mercadorias, o Livro de Saídas de Mercadorias e o Livro de Registro de Prestação de Serviços.

11. (CESGRANRIO - 2011 - Transpetro - Técnico de Contabilidade) Quando na apuração do crédito do exercício são considerados apenas os pagamentos e recebimentos realizados no período, essa apuração é reconhecida como:

a) Regime de caixa b) Regime de competência c) Autonomia patrimonial

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d) Fato administrativo e) Ato permutativo 12. (FCC - 2009 - TRT - 3ª Região - Técnico Judiciário – Contabilidade) A Cia. Fechadura apresentava seu Balancete em 31/12/X7, com os saldos, em reais, nas seguintes contas: Fornecedores.................................................................... 120.000,00; Aplicações Financeiras ...................................................... 105.000,00; Promissórias a Pagar ......................................................... 19.000,00; Fretes sobre Vendas .......................................................... 13.000,00; Conta-Corrente ................................................................. 80.000,00; Clientes .......................................................................... 175.000,00; Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa ....................... 5.000,00; Seguros Pagos Antecipadamente ......................................... 40.000,00; Adiantamento de Clientes .................................................. 25.000,00; Despesas Financeiras ........................................................ 17.500,00; Despesas de Comissões sobre vendas .................................... 7.500,00; Receitas Financeiras ............................................................ 6.000,00; Custo das Mercadorias Vendidas ........................................ 140.000,00; Despesas de Salários ......................................................... 10.000,00; Reserva Legal ................................................................... 40.000,00; Abatimento sobre Vendas .................................................... 1.500,00; Estoques de Mercadorias................................................... 150.000,00; Receita de Vendas............................................................ 310.000,00; Capital Social .................................................................. 200.000,00; Títulos a Pagar de Longo Prazo ........................................... 65.500,00; Devolução de Vendas .......................................................... 5.500,00; Empréstimos de Curto Prazo Obtidos ................................... 80.000,00; Terrenos .......................................................................... 85.000,00; Despesas de Depreciação de Imóveis .................................... 2.500,00; Imóveis ........................................................................... 50.000,00; Depreciação Acumulada Imóveis ......................................... 12.000,00. O Balancete elaborado pela Cia. Fechadura apresentava, em 31/12/X7, o saldo de, em reais, a) 865.500,00 b) 870.500,00 c) 877.500,00 d) 882.500,00 e) 907.500,00 Gabarito e Comentários 1. Resposta correta: letra ‘e’. A finalidade da contabilidade é permitir o controle do patrimônio de uma entidade, gerando informações úteis para que seus diversos usuários possam tomar decisões econômicas relacionadas a essa entidade. As decisões podem ser comprar, vender, emprestar, cobrar tributo etc.

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2. Resposta correta: letra ‘c’. O foco (objeto) da contabilidade é o patrimônio de uma entidade. 3. Resposta correta: letra ‘a’. A escrituração registra todos os fatos que alteram qualitativa ou quantitativamente o patrimônio de uma entidade. Quando se fala da descoberta de operações de ‘caixa 2’, normalmente tais operações não foram objeto de registro contábil, por isso não passam pelo ‘caixa ou pela escrituração da entidade’. 4. Resposta correta: letra ‘c’. Devemos lembrar que, sob o ponto de vista contábil, o patrimônio abrange todos os bens, direitos e obrigações de uma entidade. 5. Resposta correta: letra ‘d’. O conceito de Ativo, utilizado no meio profissional contábil, é de um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para a entidade. 6. Resposta correta: letra ‘e’. A alternativa ‘a’ está errada, uma vez que a escrituração no Livro Diário deve ser feita em ordem cronológica. A alternativa ‘b’ também é incorreta, pois as demonstrações contábeis devem ser transcritas no Livro Diário. A alternativa ‘c’ está errada uma vez que a escrituração no Livro Diário pode ser feita em períodos maiores que dias e de forma sintética. A alternativa ‘d’ também é incorreta uma vez que o art. mencionado do NCC trata do livro Diário. 7. Resposta correta: letra ‘d’. 8. Resposta correta: letra ‘a’. As contas de PL são creditadas quando aumentam de valor. As de Passivo são estornadas quando diminuem de valor. As de resultado podem ser creditadas para aumentar de valor e debitadas para reduzirem de valor. As contas do Ativo, que são contas patrimonial, são debitadas para aumentar seu valor. 9. Resposta correta: letra ‘b’. Os lançamentos no livro Diário podem ser feitos em uma periodicidade diferente da diária. Pela Receita Federal as empresas devem manter também o Livro Razão. No Brasil, não existem Plano de Contas padronizado a ser seguido por todas as entidades sem fins lucrativos. 10. Resposta correta: letra ‘e’. Como indicado durante a aula, somente os livros Diário e Razão são obrigatórios. 11. Resposta correta: letra ‘a’. O regime de escrituração no qual só são registradas as operações quando do seu recebimento ou pagamento é o regime de caixa. É importante destacar que a contabilidade comercial trabalha com o regime de competência.

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12. Resposta correta: letra ‘d’. Para responder a questão é necessário identificar se a conta é de Ativo, Passivo, PL, receita ou despesa. Após essa etapa, é preciso identificar a natureza contábil da conta e, por fim, somar as contas devedoras e somar as contas credoras. O balancete de verificação ficaria assim:

Conta Classificação Patrimonial

Natureza contábil

Devedora Credora

Fornecedores Passivo 120.000,00

Aplicações Financeiras Ativo 105.000,00

Promissórias a Pagar Passivo 19.000,00

Fretes sobre Vendas Despesa 13.000,00

Conta-Corrente Ativo 80.000,00

Clientes Ativo 175.000,00

Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa Ativo Retificadora 5.000,00

Seguros Pagos Antecipadamente Ativo 40.000,00

Adiantamento de Clientes Passivo 25.000,00

Despesas Financeiras Despesa 17.500,00

Despesas de Comissões sobre vendas Despesa 7.500,00

Receitas Financeiras Receita 6.000,00

Custo das Mercadorias Vendidas Despesa 140.000,00

Despesas de Salários Despesa 10.000,00

Reserva Legal Patrimônio Líquido 40.000,00

Abatimento sobre Vendas Despesa 1.500,00

Estoques de Mercadorias Ativo 150.000,00

Receita de Vendas Receita 310.000,00

Capital Social Patrimônio Líquido 200.000,00

Títulos a Pagar de Longo Prazo Passivo 65.500,00

Devolução de Vendas Despesa 5.500,00

Empréstimos de Curto Prazo Obtidos Passivo 80.000,00

Terrenos Ativo 85.000,00

Despesas de Depreciação de Imóveis Despesa 2.500,00

Imóveis Ativo 50.000,00

Depreciação Acumulada Imóveis Ativo Retificadora 12.000,00

Total 882.500,00 882.500,00

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REFERÊNCIAS

FERRARI,. E. L. Contabilidade Geral. 4a ed. Rio de Janeiro, Impetus. 2003.

FUNDAÇÃO INSTITUTO DE PESQUISAS CONTÁBEIS, ATUARIAIS E FINANCEIRAS – Fipecafi. Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações. 7a ed. São Paulo: Atlas, 2007.

MARION, J. C. Contabilidade Empresarial. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1996.