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SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Conceito: Um sistema financeiro pode ser definido como um conjunto de instituições responsáveis pela intermediação do fluxo de crédito, transferindo-o dos agentes superavitários aos agentes deficitários do mercado, conforme figura abaixo: A existência do sistema financeiro possibilita o saneamento de imperfeições intrínsecas ao mercado, que, de outro modo, impediriam o fluxo natural de crédito entre os agentes. Tais imperfeições centram-se no fato das operações de crédito apresentarem-se, em geral, como operações de balcão, feitas sob medida para cada cliente. Há ainda as incompatibilidades de prazos e montantes. Tudo isso limita a capacidade de padronização de tais operações, padronização essa que, se ocorresse, diminuiria a importância e a necessidade do intermediário bancário. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional A entidade Autoridade Monetária ou Banco Central, como é conhecida na maioria dos países, é uma instituição recente que surgiu nos países industrializados no final do século XIX e no início do século XX. A

Contabilidade das Intituiçoes Financeira

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Page 1: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL

Conceito:

Um sistema financeiro pode ser definido como um conjunto de instituições responsáveis pela

intermediação do fluxo de crédito, transferindo-o dos agentes superavitários aos agentes deficitários do

mercado, conforme figura abaixo:

A existência do sistema financeiro possibilita o saneamento de imperfeições intrínsecas ao mercado,

que, de outro modo, impediriam o fluxo natural de crédito entre os agentes. Tais imperfeições centram-

se no fato das operações de crédito apresentarem-se, em geral, como operações de balcão, feitas sob

medida para cada cliente. Há ainda as incompatibilidades de prazos e montantes. Tudo isso limita a

capacidade de padronização de tais operações, padronização essa que, se ocorresse, diminuiria a

importância e a necessidade do intermediário bancário.

Estrutura do Sistema Financeiro Nacional

A entidade Autoridade Monetária ou Banco Central, como é conhecida na maioria dos países, é uma

instituição recente que surgiu nos países industrializados no final do século XIX e no início do século

XX. A compreensão do seu papel requer o entendimento da função de um sistema financeiro e do que

é um Banco Central em termos genéricos.

Há algumas décadas tem-se acreditado que não se consegue o desenvolvimento de um país sem que

haja um Sistema Financeiro forte e bem estruturado, que seja capaz de cumprir com a sua finalidade.

Porém, no Brasil, esta percepção demorou um pouco e o país somente pode constituir sua Autoridade

Monetária em 1964, após algumas décadas de funcionamento de forma híbrida.

Podem-se identificar perfeitamente três estágios antes de 1964. No primeiro e segundo, que

compreendem o período anterior a 1945, o Banco do Brasil, um banco comercial, também exercia as

funções de um Banco Central.

Page 2: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

Destaca-se neste primeiro estágio (1808 a 1914), que vai do Império aos primeiros anos da

República, alguns fatos como:

1808 Instalado o primeiro Banco do Brasil, com funções de banco central e de banco comercial.

Realizava as seguintes operações: descontos de Letras de Câmbio; depósitos de metais

preciosos, depósitos de papel-moeda; emissão de notas bancárias; operações de câmbio;

captações de depósitos a prazo. Possuía direito exclusivo das operações financeiras do

governo e o monopólio de venda de diamante, pau-brasil e marfim.

1829 O Banco do Brasil é dissolvido devido ao excessivo volume de despesas do Estado, muito

superiores ao volume da arrecadação fiscal, ao financiamento de obras públicas,

frequentemente suntuosas e às campanhas pela consolidação política do Império.

1853 Um grupo de comerciantes, liderados pelo Barão de Mauá, cria um novo Banco do Brasil,

mediante a fusão com o Banco Comercial do Rio de Janeiro, com elevado montante de

capital privado, dentre as sociedades anônimas existentes na América do Sul. Foi

promulgada a lei que determina o monopólio da emissão de bilhetes ao portador à vista, o

que até então também podia ser realizado pelos demais bancos, ao novo Banco do Brasil.

1905 Terminada a fusão do Banco do Brasil com o Banco Comercial do Rio de Janeiro, é

liquidado o Banco da República dos Estados Unidos do Brasil e em 1906 surge o atual

Banco do Brasil.

No segundo estágio (1914 a 1945), pode-se notar que os bancos se desenvolveram com relativa

segurança, ampliando o raio de ação e dando sustentação às mudanças que se operavam na estrutura

de produção do país.

A expansão das atividades de intermediação financeira levou à criação, em 1920, da Inspetoria Geral

dos Bancos, subordinada ao Ministério da Fazenda.

O Banco do Brasil passou a desenvolver cada vez mais suas funções de banco comercial, passando a

ser visto mais como um competidor no mercado do que como uma instituição do Governo. Esse

aspecto dúbio do Banco do Brasil talvez seja um dos fatores que explica a longa e difícil maturação do

banco central no país.

Tentou-se, por diversas vezes (1930, 1931, 1935, 1937 e 1939) criar um banco central, pois a estrutura

institucional do sistema monetário brasileiro já não estava adequada às necessidades de financiamento

econômico do País. Além disto, em 1945, o Brasil estava com 2.074 instituições financeiras.

Já o terceiro estágio, que teve início em 1945 e estendeu-se até 1964, foi marcado pela criação da

Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), que era dirigida por um Conselho cujo presidente

era o Ministro da Fazenda. Ela foi a base para a criação do Banco Central.

O período foi marcado pela transição entre a estrutura simples de intermediação financeira, que se

firmou durante a primeira metade do século, e a complexa estrutura que foi montada a partir das

reformas institucionais de 1964/65.

Page 3: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

Destaca-se que o sistema financeiro passou a ser controlado por 4 (quatro) organismos, que exerciam

as funções de um banco central:

a) Conselho Superior da SUMOC - órgão normativo responsável pela supervisão e coordenação

das políticas monetária, creditícia, cambial e bancária;

b) SUMOC - órgão responsável:

- Pela emissão de papel-moeda ao Tesouro Nacional;

- Pela fixação das taxas de juros sobre os depósitos bancários e sobre operações de redesconto e

de assistência financeira de liquidez;

- Pela fixação dos percentuais dos depósitos compulsórios dos bancos;

- Pela fiscalização das instituições financeiras.

c) Banco do Brasil - órgão executivo das decisões do Conselho Superior da SUMOC, agia como:

- Banco dos bancos (recebimento dos depósitos compulsórios e voluntários dos bancos);

- Agente financeiro do governo (caixa único das Autoridades Monetárias);

- Administrador e depositário das reservas internacionais;

- Emprestador em última instância (Carteiras de Redesconto, de Câmbio e de Comércio Exterior e da

Caixa de Mobilização Bancária).

d) Tesouro Nacional - órgão detentor do poder emissor, que exercia suprindo de papel-moeda a

Carteira de Redesconto e a Caixa de Mobilização Bancária.

Também houve a criação do BNDE (atual BNDES), com a finalidade de realizar operações de longo

prazo para infra-estrutura, bem como de Instituições Financeiras com o objetivo de apoiar às regiões

carentes (BNB, BASA).

Com isto, pode-se considerar que se iniciou um quarto estágio com a reforma do sistema financeiro de

1964, por meio da lei 4595/64, que criou o Banco Central do Brasil, cujo funcionamento se deu em abril

de 1965 com a missão de assegurar a estabilidade e o poder de compra da moeda nacional. Tal

missão foi ampliada recentemente para incluir a estabilidade do poder de compra da moeda e do

sistema financeiro nacional.

A lei 4595/64 também atribuiu competência ao Banco Central do Brasil para conceder autorização para

funcionamento das instituições financeiras, exercer a fiscalização sobre estas instituições e aplicar

penalidades.

Sabe-se que era impossível atribuir a apenas uma lei a reforma de todo o Sistema Financeiro Nacional,

por isto resolveu-se aproveitar a coletânea de leis da tabela a seguir, que figura em alguns livros como

o do Eduardo Fortuna (Mercado Financeiro) e o do Amaro Gomes (Contabilidade das Instituições

Financeiras) como a base para esta reforma.

Instrumento Problema existente Solução apresentada

Lei da Correção

Monetária (Lei nº 4.357,

de 16.07.1964)

Analisando-se o histórico inflacionário

do Brasil, verificou-se que a inflação

era elevada e que a lei da Usura

limitava os juros a 12% a.a.

Desta forma, tolhia-se a capacidade do

Com esta lei ficaram instituídas as

normas para indexação de débitos

fiscais e criação de títulos públicos

federais com cláusula de correção

monetária (ORTN - Obrigações

Page 4: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

Instrumento Problema existente Solução apresentada

Poder Público de financiar-se mediante

a emissão de títulos próprios,

sujeitando-o a emissão primária de

moeda para satisfazer as necessidades

financeiras.

Um outro aspecto está ligado aos

valores históricos de demonstrativos

financeiros, uma vez que não

espelhavam de modo consistente a

realidade econômica.

A conseqüência disso se reflete

diretamente no Tesouro, pois há uma

redução da carga tributária.

reajustáveis do Tesouro Nacional),

cujo objetivo precípuo era a antecipar

receitas, cobrir déficit público e

promover investimentos.

Lei do Plano Nacional

da Habitação (Lei nº

4.380, de 21.08.1964)

Nos anos 60 acirrou-se a recessão

econômica e aumentou a massa de

trabalhadores com pouca qualificação.

Esta situação gerou um problema para

o Estado brasileiro, que não tinha

condições de criar ou fomentar

diretamente postos de trabalho para

essa mão-de-obra.

Apresentou-se como uma alternativa

viável, mas pouco eficiente, a criação

de empregos na construção civil. Com

isto criou-se uma massa de mão-de-

obra barata e pouco qualificada.

Criação do Banco Nacional de

Habitação (BNH), órgão gestor do

Sistema Brasileiro de Poupança e

Empréstimo (SBPE), órgão criado para

fomentar a construção de casas

populares e obras de saneamento e

infra-estrutura urbana.

Com isto criaram-se moeda própria

(UPC – Unidade Padrão de Capital) e

elementos de captação de recursos: as

Cédulas Hipotecárias, as Letras

Imobiliárias e as Cadernetas de

Poupança.

Posteriormente extinguiu-se o BNH e

adicionou-se a esses recursos os do

fundo de Garantia por Tempo de

Serviço (FGTS).

Lei da Reforma do

Sistema Financeiro

Nacional (Lei nº 4.595,

de 31.12.1964)

A concentração da política monetária,

de crédito e finanças públicas no

Ministério da Fazenda, na

Superintendência da Moeda e do

Crédito (Sumoc) e no Banco do Brasil

mostrou-se inadequada e não atendia

as novas demandas para condução da

Criação do Conselho Monetário

Nacional (CMN), o Banco Central do

Brasil (BACEN), e estabeleceu novas

diretrizes para a condução e

funcionamento do sistema financeiro.

Page 5: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

Instrumento Problema existente Solução apresentada

política econômica.

Lei do Mercado de

Capitais (Lei nº 4.728,

de 14.07.1965)

Havia necessidade de diversificação

dada a nítida preferência dos

investidores por imóveis de renda e de

reserva de valor.

A alternativa do governo para tal

diversificação e também para elevação

e redirecionamento dos níveis de

poupança internos era fomentar o

mercado de capitais.

Com esta lei, estabeleceu-se o

ordenamento básico para a

estruturação de um sistema capaz de

canalizar investimentos para apoiar o

crescimento nacional e suprir o

crescimento da demanda por crédito.

Lei da CVM (Lei nº

6.385, de 07.12.1976,

alterada pela Lei n.º

10.411, de 26-02-2002)

O Banco Central do Brasil concentrava

muitas funções, entre elas a de

regulamentar e fiscalizar o mercado de

valores mobiliários.

Havia necessidade de criação de uma

entidade que desempenhasse tais

funções.

Criação da Comissão de Valores

Mobiliários (CVM), para onde foi

transferida a responsabilidade pela

regulamentação e fiscalização das

atividades relacionadas ao mercado de

valores mobiliários (ações, debêntures

etc.).

Lei das S.A. (Lei nº

6.404, de 17.12.1976,

alterada pelas Leis

9.457/97, 10.303, de

31.10.2001 e 11.638, de

28.12.2007)

A legislação brasileira afeta às

sociedades anônimas encontrava-se

num estágio muito aquém da maior

parte dos países, principalmente em

determinados aspectos como estrutura

acionária, negociação de valores

mobiliários (ações, debêntures etc.) e

fluxo de informações.

A lei estabeleceu regras claras sobre

diversos aspectos como:

características, constituição,

composição acionária, demonstrações

financeiras, obrigações societárias,

direitos e obrigações de acionistas e

órgãos estatutários e legais.

Com todas estas mudanças moldou-se uma nova estrutura do Sistema Financeiro Nacional (SFN), que

foi inspirada no modelo de especialização de instituições à época existente nos Estados Unidos da

América (EUA), onde cada segmento poderá ser identificado conforme o objetivo preponderante na

destinação dos recursos captados (Lei 4595/64).

Desta forma, o mercado foi segmentado da seguinte forma:

a) créditos de curto e curtíssimo prazos:

Bancos Comerciais, Caixas Econômicas, Cooperativas de Crédito e Bancos Múltiplos com carteira

comercial;

b) créditos de médio e longo prazos:

Page 6: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

Bancos de Investimento, Banco de Desenvolvimento, Caixas Econômicas e Bancos Múltiplos com

carteira de investimento ou desenvolvimento;

c) crédito ao consumidor:

Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimento ("Financeiras") e bancos Múltiplos com carteira de

crédito, financiamento e investimento;

d) crédito habitacional:

Caixas Econômicas, Associações de Poupança e Empréstimo, Companhias Hipotecárias, Sociedade

de Crédito Imobiliário e Bancos Múltiplos com carteira de crédito imobiliário;

e) intermediação de títulos e valores mobiliários:

Sociedades Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários, Bancos de Investimentos e

Bancos Múltiplos com carteira de investimento; e

f) arrendamento mercantil:

Sociedade de Arrendamento Mercantil e Bancos Múltiplos com carteira de arrendamento mercantil.

De 1988 até 1994 pode-se considerar um novo estágio (quinto), pois as funções de autoridade

monetária já estavam sendo executadas exclusivamente pelo Banco Central do Brasil. As atividades

atípicas até então exercidas pelo Banco Central do Brasil, como as relacionadas ao fomento (Pro-

álcool) e à administração da dívida pública, foram transferidas para o Tesouro Nacional.

O Tesouro Nacional assume parcela da dívida externa depositada no Banco Central do Brasil, no

montante de US$7,2 bilhões. Iniciando o processo de separação entre as contas do Banco Central do

Brasil e do Tesouro Nacional, caracterizada pela permanência, naquele, de passivos externos de

responsabilidade da União, o que fazia com que assumisse os pagamentos desses encargos, e a

dimensão da carteira de títulos do Tesouro Nacional mantidos no Banco Central do Brasil, decorrente

dos dispositivos legais vigentes, que acarretavam distorções, tanto no Orçamento Geral da União,

como no resultado do Banco Central.

Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, o Conselho Monetário Nacional perde muitos de

seus poderes, anteriormente quase ilimitados, resgatando-se as prerrogativas do Poder Legislativo a

respeito da normatização do sistema financeiro.

O Banco Central do Brasil, haja vista vedação constitucional neste sentido, fica impedido de realizar

empréstimos, diretos ou indiretos ao Tesouro Nacional ou a qualquer entidade que não seja instituição

financeira, o que dificulta a utilização do Banco Central para financiamento inflacionário de déficits

públicos.

A Constituição, no entanto, permite ao Banco Central manter uma carteira de títulos, para fins de

execução da política monetária, ainda sem limitações.

Com a edição da Resolução nº 1.524/1988, que permite a criação dos chamados Bancos Múltiplos,

abandona-se o modelo norte-americano de instituições especializadas, optando-se por tornar possível

às instituições financeiras a realização de uma maior variedade de operações.

Tal determinação vem apenas corroborar a prática que já vinha sendo adotada pela maioria das

instituições, no sentido de fazer com que as diversas empresas de um mesmo conglomerado financeiro

utilizassem a mesma estrutura física para a execução de suas operações, o que transformava as

agências bancárias em verdadeiras lojas de serviços financeiros diversificados.

Page 7: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

A faculdade de transformação em Banco Múltiplo foi aproveitada por um número significativo de

instituições, em especial, pelas corretoras e distribuidoras de pequeno porte, como forma de ampliar o

leque de negócios que poderiam ser oferecidos a seus clientes.

Desde 1994 até hoje, temos o sexto estágio, marcado pelo "Plano Real", que entrou em vigor em

01.07.1994, conseguindo quebrar a espiral inflacionária, eliminando, com isso, os ganhos que as

instituições financeiras auferiam mediante a administração de recursos de clientes antes de torná-los

disponíveis (ganhos de "float").

Editou-se a Resolução nº 2.099/1994, que estabeleceu os novos parâmetros a serem observados para

determinação do valor do capital social e patrimônio líquido, que passaram a ser calculados, inclusive,

em função do risco de crédito a que estão expostos os ativos da instituição (com base nos princípios do

Acordo da Basiléia).

A quebra de grandes bancos (Econômico, Nacional e Bamerindus, com volumosas fraudes descobertas

após a liquidação dos dois primeiros), causadas fundamentalmente pela queda na receita de "float" e

pela política de restrição ao crédito instaurada após a edição do "Plano Real", coloca em xeque a forma

pela qual o Banco Central do Brasil vem realizando a fiscalização do sistema financeiro.

Para evitar a instauração de uma crise sistêmica bancária, o Governo Federal, através do Banco

Central do Brasil, lançou o PROER - Programa de Estímulo à Restauração e ao Fortalecimento do

Sistema Financeiro Nacional - e o FGC - Fundo Garantidor de Créditos -, como forma de garantir

depósitos.

Iniciou-se um processo de enxugamento do sistema financeiro nacional, mediante fusões, cisões e

incorporações de instituições financeiras problemáticas a outras em melhor situação econômico-

financeira.

Percebeu-se, também, um processo de retorno de diversos bancos múltiplos à condição de instituições

especializadas, dado o estreitamento do volume de negócios no setor bancário.

Aumentou o interesse de grandes bancos estrangeiros em operar no Brasil. Esse interesse concretizou-

se por meio de um intenso processo de aquisições de instituições nacionais. Cabe, ainda, acrescentar a

privatização da maior parte dos bancos estaduais, que vinham passando por dificuldades.

Aspectos Legais

Segundo o art. 1° da Lei 4595/64, o Sistema Financeiro Nacional, estruturado e regulado pela presente

Lei, será constituído:

I - do Conselho Monetário Nacional;

II - do Banco Central do Brasil;

III - do Banco do Brasil S. A.;

IV - do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico;

V - das demais instituições financeiras públicas e privadas.

* A CVM foi criada em 1976, daí não figurar na redação original da lei.

O Sistema Financeiro Nacional divide-se em subsistema normativo e subsistema de

intermediação. O subsistema normativo é responsável pela definição do ambiente normativo

que regulará as atividades do subsistema de intermediação. Cabe aos órgãos fiscalizadores (na

Page 8: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

figura abaixo também inseridos no subsistema normativo) supervisionar o cumprimento do

referido ambiente normativo.

Subsistema Normativo

Quanto aos integrantes do subsistema normativo, destacamos o que segue:

Conselho Monetário Nacional

Segundo a Lei nº 9.069, de 29-6-1995, o CMN é composto pelo Ministro de Estado da Fazenda, na

qualidade de Presidente, Ministro de Estado de Orçamento e Gestão e o Presidente do Banco Central

do Brasil.

As reuniões ordinárias ocorrem mensalmente e as extraordinárias sempre que convocadas por seu

presidente.

As deliberações do CMN são por maioria de votos, cabendo ao presidente o voto de qualidade e a

prerrogativa de decidir nas situações de urgência e de interesse relevante, ad referendum dos demais

membros.

Os atos normativos do CMN são denominados resoluções, sendo que a sua divulgação cabe ao Banco

Central do Brasil.

As atribuições do CMN estão contidas na Lei 4.595/64, artigos 3º e 4º. Pode-se elencar como principais

as seguintes:

a) adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da economia nacional e seu

processo de desenvolvimento;

b) regular os valores interno e externo da moeda e o equilíbrio no balanço de pagamentos do

país;

c) orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras;

d) propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos financeiros;

e) zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras;

f) coordenar as políticas monetárias, creditícia, orçamentária, fiscal, e da dívida pública, interna e

externa;

g) fixar as diretrizes e normas da política cambial;

Page 9: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

h) disciplinar o crédito em todas as suas modalidades e as operações creditícias em todas as suas

formas;

i) regular a constituição, funcionamento e fiscalização dos que exercerem atividades

subordinadas à Lei nº 4.595/64, bem como as penalidades previstas;

j) expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem observadas pelas instituições

financeiras;

k) determinar recolhimentos compulsórios e encaixes obrigatórios de depósitos à vista, do total

dos depósitos e/ou outros títulos contábeis das instituições financeiras, função também atribuída ao

Banco Central pela Lei nº 7.730, de 31 de janeiro de 1989;

l) disciplinar as atividades das bolsas de valores e dos corretores de fundos públicos;

m) estipular índices e outras condições técnicas sobre encaixes, mobilizações e outras relações

patrimoniais a serem observadas pelas instituições financeiras;

n) Determinar a percentagem máxima dos recursos que as instituições financeiras poderão

emprestar a um mesmo cliente ou grupo de empresas;

Banco Central do Brasil

O Banco Central do Brasil (BACEN) é uma autarquia federal integrante do SFN, criada em 31.12.64,

por intermédio da Lei n.º 4.595, para ser o agente da sociedade brasileira responsável pela

manutenção da estabilidade do poder de compra da moeda brasileira.

As principais atribuições do BACEN estão contidas na Lei 4.595/64, artigos 9º e 10º, e encontram-se

elencadas abaixo:

a) emitir moeda papel e moeda metálica;

b) executar os serviços do meio circulante;

c) determinar os percentuais do recolhimento compulsório;

d) receber os recolhimentos compulsórios e também os depósitos voluntários a vista das

instituições financeiras;

e) realizar operações de redesconto e empréstimos a instituições financeiras bancárias;

f) efetuar o controle dos capitais estrangeiros;

g) ser depositário das reservas oficiais de ouro e moeda estrangeira e de direitos especiais de

saque;

h) exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades previstas;

i) conceder autorização às instituições financeiras, de modo a possibilitar: funcionar no país;

instalar ou transferir suas sedes ou dependências, inclusive no exterior; serem transformadas, fundidas,

incorporadas, cindidas ou encampadas; praticar operações de câmbio, crédito rural e venda habitual de

títulos da dívida pública federal, estadual ou municipal, ações, debêntures, letras hipotecárias e outros

títulos de crédito ou mobiliários; e ter prorrogados os prazos concedidos para funcionamento; alterar

seus estatutos; alienar ou, por qualquer outra forma, transferir o seu controle acionário.

k) estabelecer condições para a posse em quaisquer cargos de administração de instituições

financeiras privadas, assim como para o exercício de quaisquer funções em órgão consultivos, fiscais e

semelhantes, segundo normas que forem expedidas pelo CMN;

Page 10: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

l) efetuar, como instrumento de política monetária, operações de compra e venda de títulos

públicos federais;

m) determinar que as matrizes das instituições financeiras registrem os cadastros das firmas que

operam com suas agências há mais de um ano.

n) entender-se, em nome do governo brasileiro, com as instituições financeiras estrangeiras e

internacionais;

o) promover, como agente do Governo Federal, a colocação de empréstimos internos ou externos,

podendo, também, encarregar-se dos respectivos serviços;

p) atuar no sentido de funcionamento regular do mercado cambial, da estabilidade relativa das

taxas de câmbio e do equilíbrio no balanço de pagamentos, podendo para esse fim comprar e vender

ouro e moeda estrangeira, bem como realizar operações de crédito no exterior, inclusive as referentes

aos direitos especiais de saque, e separar os mercados de câmbio financeiro e comercial.

q) efetuar compra e venda de títulos de sociedades de economia mista e empresas do Estado;

r) emitir títulos de responsabilidade própria, de acordo com as condições estabelecidas pelo

Conselho Monetário Nacional;

s) regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros papéis;

t) exercer permanente vigilância nos mercados financeiros e de capitais sobre empresas que,

direta ou indiretamente, interfiram nesses mercados e em relação às modalidades ou processos

operacionais que utilizem.

u) Prover, sob controle do Conselho Monetário Nacional, os serviços de sua Secretaria.

Comissão de Valores Mobiliários

As principais Leis que norteiam o ambiente do mercado de valores mobiliários, e por conseguinte a

CVM, são:

- Lei 6.385/76, que disciplina o Mercado de Capitais e Cria a CVM;

- Lei 6.404/76, que dispõe sobre as sociedades por ações

Desde sua criação, essas Leis sofreram alterações, notadamente as impostas pelas Leis 9.457/97,

10.303/01, 10.411/02 e 11.638/07.

Devido à agilidade, complexidade e constante evolução do Sistema Financeiro, seria impossível que

todos os atos normativos a ele pertinentes passassem pelo processo parlamentar. Assim, a Lei

4.595/64 criou e deu poderes normativos ao Conselho Monetário Nacional, a mais alta instância

normativa do Sistema Financeiro Nacional, e cujas normas devem ser obedecidas por todos os seus

integrantes, incluindo aí a própria CVM e o Banco Central. Essas normas são conhecidas por

Resoluções, conforme visto antes.

A CVM, de modo análogo ao BACEN, tem o poder de emitir normativos complementares às Leis e

Resoluções que a norteiam. Esses normativos chamam-se Instruções, Deliberações, Pareceres e notas

Explicativas.

Por intermédio destes normativos a CVM exerce a sua função, que é regular, controlar e disciplinar a

emissão e distribuição de valores mobiliários, bem como as atividades das instituições e empresas

participantes do mercado de capitais. Porém, a Lei 10.411, de 26.02.2002, alterou um pouco a estrutura

Page 11: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

de CVM que passou a ser uma autarquia especial e autônoma, onde seus dirigentes (Presidente e

Diretores) passaram a ter mandato fixo.

Além disto, ela deixou de ter subordinação hierárquica, dando mais estabilidade aos seus dirigentes

para exercerem suas funções.

Dentre as atribuições da CVM pode-se destacar as seguintes:

Disciplinar e fiscalizar as seguintes atividades (artigo 1º da Lei 6.385/76):

a) a emissão e distribuição de valores mobiliários no mercado;

b) a negociação e intermediação no mercado de valores mobiliários e no mercado de derivativos;

c) a organização, o funcionamento e as operações das bolsas de valores e de mercadorias e

futuros;

d) a administração de carteiras e a custodia de valores mobiliários;

e) a auditoria de companhias abertas;

f) os serviços de consultor e analista de valores mobiliários;

g) regulamentar, com observância da política definida pelo Conselho Monetário Nacional, as

matérias expressamente previstas nas Leis nos 6.385/76 e 6.404/76;

h) administrar registros instituídos pela Lei nº 6.385/76;

i) fiscalizar permanentemente as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, de

que trata o Art. 1º, bem como a veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele

participem, e aos valores nele negociados

j) propor ao Conselho Monetário Nacional a eventual fixação de limites máximos de preço,

comissões, emolumentos e quaisquer outras vantagens cobradas pelos intermediários;

k) fiscalizar companhias abertas, dando prioridade as que não apresentam lucro e as que não

pagam dividendos;

l) suspender a negociação de determinado valor mobiliário ou decretar recesso de bolsas de

valores;

m) divulgar informações para orientar os participantes do mercado;

n) conceder registro para negociação em bolsa e no mercado de balcão.

Subsistema de Intermediação

Essencialmente o subsistema de intermediação compõe-se de dois grupos de instituições: aquelas

autorizadas a captar recursos junto ao público sob a forma de depósitos à vista e, portanto, aptas a

criar moeda escritural, e aquelas proibidas de fazê-lo.

Quanto aos integrantes do subsistema de intermediação, destacamos o que segue:

Instituições Financeiras Bancárias ou Monetárias:

- Bancos Comerciais

- Caixas Econômicas

- Cooperativas de Crédito

- Bancos Cooperativos

- Bancos Múltiplos com carteira comercial

Page 12: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

Instituições Financeiras Não Bancárias ou Não Monetárias:

Instituições que não estão autorizadas a captar recursos sob a forma de depósitos à vista.

- Bancos de Investimento

- Bancos de Desenvolvimento

- Sociedades de Arrendamento Mercantil

- Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento

- Bancos Múltiplos sem carteira comercial ou de crédito imobiliário

Page 13: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

Exercícios:

1- (BACEN2002) Na atual estrutura do Sistema Financeiro

Nacional, assinale, entre os órgãos abaixo indicados, aquele ao

qual foi concedido o exercício exclusivo da competência da

União para a emissão de moeda.

a) Tesouro Nacional

b) Ministério do Planejamento

c) Casa da Moeda

d) Banco Central do Brasil

e) Superintendência da Moeda e do Crédito

2- (BACEN2002) Com relação à estrutura do mercado de

capitais, é correto afirmar que:

a) as bolsas de valores são instituições do governo que

mantêm local ou sistema adequado à negociação de títulos e

valores mobiliários.

b) são considerados valores mobiliários e, portanto, estão

sujeitos à normatização pela CVM, os seguintes títulos, quando

ofertados publicamente: ações, debêntures e títulos da dívida

pública.

c) a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é o órgão

regulamentador e fiscalizador do mercado de capitais.

d) as negociações de títulos e valores mobiliários em bolsas de

valores denominam-se usualmente de operações no mercado

primário.

e) cabem às sociedades corretoras e distribuidoras de valores

mobiliários as operações no recinto das bolsas de valores.

3- (BACEN2002) Com relação às funções e objetivos do Banco

Central do Brasil, avalie as afirmações a seguir e assinale com

V as verdadeiras e com F as falsas. Em seguida, assinale a

opção que contém a seqüência correta de avaliações:

( ) O Banco Central do Brasil cumpre e faz cumprir as normas

expedidas pelo Conselho Monetário Nacional.

( ) O Banco Central do Brasil possui a responsabilidade do

financiamento à atividade agrícola.

( ) O Banco Central do Brasil é o depositário e administrador

das reservas internacionais do País.

( ) O Banco Central do Brasil é o depositário e administrador do

Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

a) V, V, F, F

b) V, V, V, F

c) V, F, V, V

d) V, F, V, F

e) V, V, F, V

4- (BACEN2002) Com relação às funções, objetivos e

regulamentação dos Bancos Comerciais e dos Bancos de

Investimento, avalie as afirmações a seguir e assinale com V as

verdadeiras e com F as falsas. Em seguida, assinale a opção

que contém a seqüência correta de avaliações:

( ) Os bancos comerciais recebem depósitos a vista e atuam

na concessão de empréstimos de curto e médio prazos.

( ) Os bancos de investimento atuam na estruturação de

operações no mercado de capitais e na concessão de

empréstimos e financiamentos de médio e longo prazos.

( ) Ambas as instituições, bancos comerciais e bancos de

investimento podem captar recursos por meio de depósitos a

prazo.

( ) Os bancos comercias não podem captar recursos por meio

da emissão de debêntures, porém os bancos de investimento

podem captar recursos por meio da emissão de debêntures

próprias.

a) V, V, F, F

b) V, V, V, F

c) F, F, V, V

d) V, V, F, V

e) V, F, V, F

5- (BACEN2002) Das opções abaixo, assinale aquela que

contém um participante do sistema financeiro nacional que não

pode captar recursos por meio de depósitos à vista.

a) Banco Múltiplo com carteira comercial

b) Banco Comercial

c) Caixa Econômica

d) Cooperativa de Crédito

e) Banco de Desenvolvimento

6- (BACEN2002) Em relação aos Bancos Múltiplos,

regulamentados pela Resolução nº 1524/88, do Conselho

Monetário Nacional e por suas alterações, é correto afirmar

que:

a) a existência do banco múltiplo permite que uma única

instituição possa executar e contabilizar operações típicas de

diferentes instituições financeiras, porém é exigido que se

observe, em cada carteira, a regulamentação pertinente à

instituição singular que lhe deu origem (a carteira comercial

segue a regulamentação aplicável aos bancos comerciais etc.).

b) as instituições devem manter, para cada carteira em que

operarem, diretor tecnicamente qualificado que será o

responsável pelas operações, sendo vedado que um mesmo

diretor seja responsável por mais de uma carteira.

c) a constituição de banco múltiplo depende de autorização do

Banco Central do Brasil no caso de constituição direta, mas

independe nos casos de transformação ou de fusão entre

instituições já existentes.

d) para ser considerada banco múltiplo, a instituição deve ter,

no mínimo, quatro das seguintes carteiras: comercial, de

investimento, de desenvolvimento, de crédito, financiamento e

investimento (de aceite), de crédito imobiliário e de

arrendamento mercantil (de leasing).

Page 14: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

e) é facultado aos bancos múltiplos, independentemente das

carteiras que possuam, captar recursos por meio de depósitos

a vista.

7- (BACEN2002) Entre as atribuições do Conselho Monetário

Nacional, definidas pela Lei 4595/64 e legislações posteriores,

não se inclui:

a) disciplinar o crédito em todas as suas modalidades.

b) fixar as diretrizes e normas da política cambial.

c) executar a política monetária.

d) expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem

observadas pelas instituições financeiras.

e) disciplinar as atividades das bolsas de valores.

8 – A Lei nº 4.595/64, Lei de Reforma do Sistema Financeiro

Nacional, criou o Conselho Monetário Nacional, bem como um

órgão para atuar como autoridade monetária no país, em cujas

funções clássicas encontram-se controlar a oferta de moeda e

de crédito. Qual é o órgão a que nos referimos?

a) A Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

b) O Banco do Brasil.

c) O Banco Central do Brasil (BACEN).

d) O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social

(BNDES).

9 – Quando o Banco Central (BACEN) e a Comissão de

Valores Mobiliários (CVM) aplicam penalidades administrativas,

ainda há uma possibilidade de interposição de recurso na

esfera administrativa. Os recursos são dirigidos para um órgão

composto de oito representantes designados pelo Ministro da

Fazenda, sendo quatro da esfera do governo e quatro de

representantes das entidades dos mercados de capitais e

financeiros. Qual é o órgão a que nos referimos?

a) O PROCON.

b) O Conselho Monetário Nacional (CMN).

c) O Conselho Curador da Caixa Econômica Federal.

d) O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional

(CRSFN).

10 – São exemplos de Instituições Financeiras Bancárias ou

Monetárias:

a) Bancos de Investimento e Bancos Comerciais.

b) Bancos de Desenvolvimento e Sociedades de Crédito,

Financiamento e Investimento (SCFI).

c) Bancos Comerciais e Cooperativas de Crédito.

d) Bancos de Investimento e Corretoras de Títulos e Valores

Mobiliários.

11 – São exemplos de Instituições Financeiras Não Bancárias

ou Não Monetárias:

a) Bancos Múltiplos com carteira Comercial e Sociedades de

Crédito Imobiliário (SCI).

b) Bancos de Investimento e Sociedades de Arrendamento

Mercantil (leasing).

c) Cooperativas de Crédito e Sociedades de Crédito,

Financiamento e Investimento (SCFI).

d) Bancos Comerciais e Cooperativas de Crédito.

12 - O Sistema Financeiro Nacional divide-se em subsistema

normativo e subsistema de intermediação. No subsistema

normativo existe, dentre outros órgãos o Conselho Monetário

Nacional (CMN). Pode-se afirmar que é função do CMN:

a) disciplinar as atividades das bolsas de valores e dos

corretores de fundos públicos;

b) orientar e restringir as aplicações fora do país dos recursos

das instituições financeiras;

c) efetuar, como instrumento de política monetária, operações

de compra e venda de títulos públicos federais;

d) exercer a fiscalização das instituições financeiras e aplicar as

penalidades previstas.

13 - O Sistema Financeiro Nacional divide-se em subsistema

normativo e subsistema de intermediação. No subsistema

normativo existem, dentre outros órgãos o Conselho Monetário

Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BACEN). Pode-se

afirmar que são funções CMN e BACEN respectivamente:

a) expedir normas gerais de contabilidade e estatística a serem

observadas pelas instituições financeiras e disciplinar as

atividades das bolsas de valores e dos corretores de fundos

públicos;

b) propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos

instrumentos financeiros e efetuar, como instrumento de política

monetária, operações de compra e venda de títulos públicos

federais;

c) entender-se, em nome do governo brasileiro, com as

instituições financeiras estrangeiras e internacionais e orientar a

aplicação dos recursos das instituições financeiras;

d) emitir moeda papel e moeda metálica e exercer a

fiscalização das instituições financeiras e aplicar as penalidades

previstas.

14 - A estrutura atual do SFN é inspirada no modelo de

especialização existente nos EUA. De acordo com o objetivo

principal das aplicações dos recursos captados, está incorreta a

seguinte relação:

a) Financiamentos imobiliários – Caixas Econômicas;

b) Operações de Engenharia Financeira – Bancos de

Investimento;

c) Crédito ao consumidor – Associações de Poupança e

Empréstimo;

Page 15: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

d) Intermediação de títulos e valores mobiliários – Sociedades

Corretoras de Títulos e Valores.

15 - No subsistema normativo existe, dentre outros órgãos o

Banco Central do Brasil (BACEN). Pode-se afirmar que é

função do BACEN:

a) suspender a negociação de determinado valor mobiliário;

b) disciplinar o crédito em todas as suas modalidades;

c) disciplinar a emissão e distribuição de valores mobiliários no

mercado;

d) executar os serviços do meio circulante.

16 - No subsistema normativo existem, dentre outros órgãos a

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Banco Central do

Brasil (BACEN). Pode-se afirmar que são funções da CVM e

BACEN respectivamente:

a) determinar os percentuais do recolhimento compulsório e

suspender a negociação de determinado valor mobiliário;

b) fiscalizar a auditoria de companhias abertas e disciplinar o

crédito em todas as suas modalidades;

c) disciplinar a emissão e distribuição de valores mobiliários no

mercado e regular os valores interno e externo da moeda;

d) a negociação e intermediação no mercado de derivativos e

emitir moeda papel e moeda metálica.

17 - Podemos caracterizar Investidores Institucionais como

entidades que, embora não se enquadrem nos sistemas de

intermediação financeira ou de distribuição de títulos e valores

mobiliários, possuem pela sua própria natureza volumes

relevantes de recursos aplicados no mercado financeiro. Nesse

sentido, assinale a opção que não apresenta um exemplo de

Investidores Institucionais:

a) Entidades Abertas e Fechadas de Previdência Privada

(“Fundos de Pensão”);

b) Fundos Mútuos de Investimento;

c) Sociedades de Capitalização;

d) Bancos de Investimento;

e) Sociedades Seguradoras;

18 - Assinale a alternativa que contém uma operação passiva

não autorizada aos bancos de investimento:

a) CDI;

b) Depósitos à Prazo;

c) Depósitos à Vista;

d) Abertura de crédito em conta corrente;

e) Empréstimos externos.

19 - São funções do Banco Central do Brasil, exceto:

a) disciplinar e fiscalizar a auditoria de companhias abertas;

b) realizar operações de redesconto e empréstimos a

instituições financeiras;

c) executar os serviços do meio circulante;

d) fiscalizar as instituições financeiras, aplicando-lhe as

penalidades cabíveis;

e) efetuar o controle de capitais estrangeiros;

20 - Assinale a alternativa que contém um produto que só pode

ser oferecido por Bancos Comerciais, Bancos Múltiplos com

Carteira Comercial e Cooperativas de Crédito:

a) Administração de Fundos de Investimento;

b) CDB’s (Certificados de Depósito Bancário);

c) Crédito via limite de cheque especial;

d) CDC (Crédito Direto ao Consumidor);

e) Financiamento de Capital de Giro.

21 - Assinale a opção que contenha um tipo de operação não

autorizada aos Bancos Comerciais:

a) Depósitos Interfinanceiros (DI) e Abertura de Crédito em

conta corrente;

b) Operações de “hot money” e Empréstimo para Capital de

Giro;

c) Depósitos a Vista e Operações de Crédito Rural;

d) Depósitos a Prazo (CDB) e Operações de Arrendamento

Mercantil;

e) Depósitos a Vista e Desconto de Títulos

Assinale com “C” as alternativas CORRETAS e com “E” as

ERRADAS.

22. (_____) A aplicação de recursos por parte das Instituições

Financeiras a taxas mais altas que aquelas incidentes sobre

suas operações passivas garante um resultado positivo às

mesmas;

23. Anulada

24. Anulada

25. Anulada.

26. (_____) Até a criação da Comissão de Valores Mobiliários,

o mercado de valores mobiliários era regulamentado e

fiscalizado pela Bolsa de Valores;

27. Anulada.

28. (_____) As instituições financeiras são classificadas como

bancárias ou não bancárias, correspondendo o primeiro grupo

aos bancos comerciais, de investimento e às caixas

econômicas;

Outros exercícios:

29 – (BNDES 2005) O Sistema Financeiro Nacional envolve

dois grandes subsistemas: Normativo e Intermediação

Financeira. Indique a instituição abaixo que NÃO pertence ao

subsistema Normativo:

(A) Banco Central do Brasil;

(B) Bolsa de Valores;

(C) Comissão de Valores Imobiliários;

Page 16: Contabilidade das Intituiçoes Financeira

(D) Conselho Monetário Nacional;

(E) Banco do Brasil.

30 - (BNDES 2005) As Bolsas de Valores são sociedades

anônimas de capital aberto. Seus principais objetivos são:

(A) viabilizar financiamento para aquisição de bens e serviços e

garantir a contínua lucratividade das empresas de capital

aberto;

(B) manter local ou sistema adequado à realização de

operações de compra e venda de títulos e valores mobiliários,

estabelecer sistemas de negociação que propiciem

continuidade de preços e liquidez;

(C) controlar a oferta da moeda e do crédito, determinar os

percentuais de recolhimento compulsório, realizar operações de

redesconto;

(D) oferecer capital de giro e capital fixo aos tomadores de

recursos em operações financeiras de médio e longo prazo e

democratizar o acesso dos pequenos investidores pessoa física

aos títulos preferenciais;

(E) subscrever emissões de títulos e valores imobiliários para

revenda, comprar e vender títulos e valores mobiliários, por

conta própria e de terceiros.

31 - (Banco do Brasil 2003) O Conselho Monetário Nacional é

a entidade superior do Sistema Financeiro Nacional, tendo por

competência:

1) regular a execução dos serviços de compensação de

cheques e outros papéis.

2) regular o valor externo da moeda e o equilíbrio do balanço de

pagamentos do país.

3) zelar pela liquidez e pela solvência das instituições

financeiras.

4) adaptar o volume dos meios de pagamento às reais

necessidades da economia nacional e ao seu processo de

desenvolvimento.

32 – Anulada.

33 – Anulada.

34 – (BNDES 2007) A função clássica de um Banco Central é:

(A) controlar a oferta da moeda e do crédito, desempenhando a

função de executor das políticas monetária e cambial de um

país.

(B) adaptar o volume de meios de pagamento às reais

necessidades da economia nacional e a seu processo de

desenvolvimento.

(C) estabelecer normas e regulamentos básicos para a

estruturação de um sistema de investimentos destinado a

apoiar o desenvolvimento nacional e a atender à crescente

demanda por crédito.

(D) fiscalizar as atividades relacionadas ao mercado de

capitais, incluindo valores mobiliários.

(E) propiciar condições para que as instituições concedam

crédito às empresas nacionais visando a apoiar o

desenvolvimento e o engrandecimento do país.

Page 17: Contabilidade das Intituiçoes Financeira