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Contexto cultural na pós-modernidade na sociedade capitalista e Democracia
participativa
4ª ETAPA
19 e 20 de junho de 2010
Marilene Maia
Lucas Henrique da Luz
Objetivos da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho – Diocese de Caxias do Sul
• Conhecer, estudar e aprofundar o conceito de cultura e a identidade cultural na modernidade e pós-modernidade;
• Compreender o contexto histórico marcadamente “cultural” - “choque de civilizações”, em substituição ao “choque de ideologias” - tempos pós-ideológicos (nível político) e pró-espiritualidade (nível religioso), onde agora o “forte” mesmo é a questão dos “valores e sentidos” e já não temos as convicções firmes de antes;
Objetivos da Escola de Formação Fé, Política e Trabalho – Diocese de Caxias do Sul
• Questionar se a existência de políticas públicas tem promovido um maior protagonismo da sociedade civil e a ampliação da democracia.
• Compreender se as políticas públicas estão criando uma nova dinâmica social rumo a um projeto societário.
Estrutura do Sábado1. Cultura – o que concebemos por...?1.1 Conhecimento, cultura e globalização.
2. Modernidade e Pós-Modernidade.
3. Identidade e Cultura na Pós-Modernidade4. Crise Civilizacional e perspectivas.
5. Políticas Públicas e Projeto Societário.
CONTEXTO CULTURAL NA PÓS-MODERNIDADE
NA SOCIEDADE CAPITALISTA
QUAIS NOSSAS EXPECTATIVAS EM RELAÇÃO A ESTE TEMA?
CONTEXTO CULTURAL DA PÓS-MODERNIDADE
NA SOCIEDADE CAPITALISTA
O QUE CONCEBEMOS POR CULTURA?
CULTURACultura provém do latim medieval com o significado de cultivo da terra.
Sua transformação começa a partir da sabedoria acumulada no trato do ambiente natural e a experiência secular de pastores e agricultores acabaram conferindo ao termo cultura, o sentido de conhecimento intelectual, aplicado à ação transformadora do mundo.
Antropologicamente cultura diz respeito ao conjunto de experiências humanas adquiridas pelo contato social e acumuladas pelos povos através do tempo.
Então, percebe-se que:
CULTURA é um termo com várias acepções, em diferentes níveis de profundidade e diferente especificidade.
São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço/tempo. Se refere a crenças, comportamentos, valores, instituições, regras morais que permeiam e "preenchem" a sociedade. Explica e dá sentido a cosmologia social, é a identidade própria de um grupo humano em um território e num determinado período.
Conhecimento e Cultura:
Na percepção individual ou coletiva da identidade, a cultura exerce um papel principal para delimitar as diversas personalidades, os padrões de conduta e ainda as características próprias de cada grupo humano.
Para Milton Santos, o conhecimento e o saber se renovam do choque de culturas, sendo a produção de novos conhecimentos e técnicas, produto direto da interposição de culturas diferenciadas - com o somatório daquilo que anteriormente existia.
Cultura e Globalização
Para ele, a globalização que se verificava já em fins do século XX tenderia a uniformizar os grupos culturais, e logicamente uma das conseqüências seria o fim da produção cultural, enquanto gerador de novas técnicas e sua geração original. Isto refletiria, ainda, na perda de identidade, primeiro das coletividades, podendo ir até ao plano individual.
Acesso e (re)produção da Cultura:
A Cultura deixou de ser direito universal para se tornar privilégio de poucos. O que seria teoricamente ampliado a todos pela massificação cultural, na prática, funciona de uma maneira mais perversa: por separar os bens culturais pelo valor de mercado, uma elite cultural consome o que há de melhor, enquanto o povo recebe algo sem qualidade, massificado, sem identidade. Isto introduz uma divisão social na arte, pobres e ricos em lados opostos; A ilusão de que todos têm acesso à Cultura também é falsa, pois a divulgação cultural pré-seleciona, por horários e por público-alvo, o que cada um pode e deve ouvir, ver e ler. (CHAUÍ, 2007)
Cochicho em grupos, identificando expressões culturais deste tempo e a
influência do global / local.
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões
iniciais
Modernidade e Pós-modernidade:
O que estes termos dizem aos presentes? Remetem a...?
PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais...
- Para chegarmos ao “pós” necessitamos compreender a “modernidade”.
- O projeto sócio-cultural da modernidade constituiu-se entre o século XVI e finais do Séc. XVIII. Coincide com a emergência do capitalismo enquanto modo de produção dominante.
PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais...
- Segundo Boaventura Santos (2000) “não é fácil periodizar o processo histórico deste desenvolvimento pelas realidades distintas entre os países”. Na modernidade as condições NACIONAIS eram determinantes à realidade.
- Apesar disso, são identificadas 3 fases distintas: 1ª. século XIX – capitalismo liberal; 2ª Final do Século XIX – capitalismo capitalismo organizado; 3ª final da década de 60 – capitalismo financeiro.
PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais...
Este desenvolvimento do capitalismo e sua pujança produziu dois efeitos complementares (Santos, 2000): por um lado esgotou o projeto de modernidade, por outro, continua “alimentando” esse esgotamento e se perpetua nele.
Este contexto aponta que a relação entre o moderno e o pós-moderno é CONTRADITÓRIA. Não é de ruptura como querem alguns, nem de relação linear – continuidade, como querem outros. É uma situação de transição em que há momentos de ruptura e momentos de continuidade.
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões
a cerca da cultura e da identidade
PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais...
Lembrando-nos da máxima de Dostoiévski, "Se Deus não existe, tudo é permitido", e da identificação durkheimiana do comportamento associal com o enfraquecimento do consenso coletivo, chegamos a acreditar que, a menos que uma autoridade imponente e indiscutível – sagrada ou secular, política ou filosófica – esteja acima de todo indivíduo, o futuro nos reservará provavelmente anarquia e carnificina universal.
(continua...)
PÓS-MODERNIDADE – algumas considerações iniciais...
Essa crença sustentou eficazmente a moderna determinação de instaurar uma ordem artificial: um projeto que suspeitava de toda espontaneidade até que se provasse sua inocência; um projeto que colocava de lado tudo o que não estava explicitamente prescrito e identificava a ambivalência com o caos.
A pós modernidade traz outra concepção em relação a estas questões!
- Alcança-se então uma época de múltiplas identidades, baseadas em valores subjetivos (“autonomia”) e em paradigmas efêmeros:
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade
Valores da Modernidade Valores da Pós-modernidade
O absoluto O relativo
A unidade A diversidade
O objetivo O subjetivo
O esforço O prazer
O passado/futuro (trajetória) O presente
A razão O sentimento
A ética A estética
- Não há uma fronteira estabelecida entre estes dois momentos, movimentos, espaços, “projetos sócio-culturais.
- Temos pessoas vivendo nos “paradigmas” do que podemos chamar de pós-modernidade, modernidade e pré-modernidade.
- E não se trata aqui de fazer julgamentos do que é melhor, ou de mostrar que temos pessoas mais ou menos “desenvolvidas”.
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade
- Trata-se sim de constatar esta(s) mudança(s) que interferem em diferentes dimensões e nos colocam diante de uma profunda transformação epocal e, quiçá, num paradigma de crise civilizacional (Boff, Neutzling).
- E é claro que há influência em dimensões centrais da sociedade como cultura, identidade, valores, sentido da existência, dentre outros (Santos, 2001 - Sennett 2006)
- Há uma crise de identidade maior do que houve na modernidade (Le Goff, 1988).
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade
- Esta crise de identidade se manifesta na dimensão individual (humanística) e coletiva (identidades nacionais) (Le Goff, 1988).
- A identidade, ou a falta dela, mudam as perspectivas e as relações do homem com uma série de “fundamentos” da sua vida: trabalho, política, nacionalidade, meio ambiente, sentido da vida...
- Há um descentramento do sujeito em si e em relação as dimensões apontadas (Le Goff, 1988).
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade
- Na modernidade o homem busca centrar sua identidade em si mesmo, em questões nacionalistas, em trajetórias um pouco mais estáveis, com perspectivas mais estáveis.
- A pós-modernidade traz o descentramento do homem, do sujeito, traz identidades híbridas, locais e globais, efêmeras sobre tudo. É a cultura do efêmero, da destruição criativa, do “tudo que é sólido se desfaz no ar”.... Há aqui uma crise do sujeito.
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade
- Portanto, a cultura pós-moderna é a cultura placentária que cultiva o que gosta e o que agrada (no momento), à margem do costume, do oficial ou do socialmente estabelecido. Segundo Lipoveski:
“a cultura pós-moderna é descentrada e heteróclita, materialista, pornô e discreta, renovadora e retro, consumista e ecologista, sofisticada e espontânea, espetacular e criativa. Ao diversificar as possibilidades de eleger, ao anular os pontos de referência, ao destruir os sentidos únicos e os valores superiores da modernidade, coloca em marcha uma cultura personalizada ou feita sob medida...”
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade
Portanto, a sócio-cultura pós-moderna tem como marca a contradição:
- a autonomia X a dependência;
- o vínculo X a superficialidade das ações e seus sentidos;
-a racionalidade X a transcendência
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade
Portanto, a sócio-cultura pós-moderna tem como marca a contradição:
- o material X o imaterial
- o passado/futuro X o presente
- os projetos coletivos X a personalização dos espaçosa crise X a possibilidade...
- Filmes indicados: “Clube da Luta” - “O que você faria?” – “Quanto vale ou é por quilo?”.
Modernidade e Pós-modernidade: algumas reflexões a cerca da cultura e da identidade
E as identidades neste contexto???
Como o pós-modernismo influencia a construção de
identidades e a cultura capitalista? Existe esta
cultura?
(dinâmica com o grupo)
Identidade na Pós-modernidade: algumas considerações
“Identidade é o conjunto, em processo, de traços resultantes da interação entre os sujeitos, diferenciando-se e considerados diferentes uns dos outros ou assemelhando-se e considerados semelhantes uns aos outros, e carregando em si as trajetórias vividas por estes sujeitos, em nível individual e coletivo e na interação entre os dois, os motivos pelos quais eles são movidos (as suas maneiras de agir, a intensidade da adesão e o senso estratégico de que são portadores) em função de seus diferentes projetos, individuais e coletivos.” (Follmann, 2001)
Identidade na pós-modernidade: algumas considerações
E como a pós-modernidade influencia identidade(s)?
Comecemos refletindo sobre como “eram” identidade e
valores.........
- A pós-modernidade traz uma não “rigidez” na questão identidade.
- Ela torna-se uma identidade em curso, construída em processos transitórios, fugazes, temporais, de negociação. (Santos, 2001).
- Este fator influencia diretamente questões de quem são os amigos e inimigos, quais sãos as causas sociais, o que é e/ou quem é esquerda e direita, como lidar com o trabalho, no que e porque me engajo, etc.
Identidade na pós-modernidade: algumas considerações
- Questiona-se cada vez mais a necessidade e a possibilidade de uma identidade totalizante (de classe, de povo, de esquerda/direita,...)
- Na modernidade, mesmo havendo a tensão da identidade entre o individual e o coletivo, ela está mais vinculada ao coletivo, a alguns vínculos como o étnico, o religioso, o vínculo de classe, etc. (Santos, 2001)
- Nenhum destes vínculos parece dar conta de uma “identidade maior” na pós-modernidade.
- Há um processo de descontextualização da(s) identidade(s).
Identidade na pós-modernidade: algumas considerações
- Forma-se um não vínculo, um vazio do sujeito, que leva a necessidade de repensar os vínculos, constantemente: declínio da política de classe e partidária, do estado-nação...
- Para Santos (2001) é uma fase de transição onde a marca da identidade é a contradição e o vazio do sujeito.
-Este sujeito é capaz de ser solidário em uma doação, no trabalho voluntário e, ao mesmo tempo, não se incomodar com a pobreza extrema. É capaz de ter consciência ecológica mas agredir a natureza em nome da sua “qualidade de vida”.
-Esta fluidez, não vinculação..., pode levar ao choque de civilizações.
Identidade na pós-modernidade: algumas considerações
Choque de civilizações: é uma teoria proposta pelo cientista político Samuel P. Huntington segundo a qual as identidades culturais e religiosas dos povos serão a principal fonte de conflito no mundo pós-Guerra Fria.
“Minha hipótese é que a fonte fundamental de conflitos neste mundo novo não será principalmente ideológica ou econômica. As grandes divisões entre a humanidade e a fonte dominante de conflitos será cultural. Os Estados-nações continuarão a ser os atores mais poderosos no cenário mundial, mas os principais conflitos da política global ocorrerão entre países e grupos de diferentes civilizações. O choque de civilizações dominará a política global. As falhas geológicas entre civilizações serão as frentes de combate do futuro. ” (Huntington).
Identidade na pós-modernidade: algumas considerações
- Há então um vazio de sentidos. Nesse aspecto o imaterial, o simbólico, passa a ter independência e grande valorização diante do material. E o capitalismo “cognitivo”, financerizado (talvez) tenha entendido isso muito rápido.
- Então, mesmo num contexto de não hegemonia, de identidades e valores particularizados ou não identidades e valores (totalizantes), de desregulamentação, o capitalismo não perde a sua hegemonia (Santos, 2001). Talvez construa e destrua ela constantemente, de maneira fluída/líquida.
Identidade na pós-modernidade: algumas considerações
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-
modernidade
- Historicamente a sociedade pareceu “presa” as grandes corporações que regulam o mercado ou ao socialismo de Estado (Sennett, 2006). Segundo o autor:
- “O reinado socialista dos planos qüinqüenais e do controle econômico centralizado acabou. E também se foi a corporação capitalista que proporcionava empregos vitalícios, fornecendo os mesmos produtos ano após ano”.
- Então nos vimos livres (na pós-modernidade) para estabelecer novos vínculos, novos valores, novas identidades, novas comunidades...Será? Sim e não!
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
- Como vimos, o contexto pós-moderno trouxe à cultura, à identidade, à vida das pessoas um sentimento e uma realidade fragmentada.
- Então, como valor presente hoje, está a possibilidade de eu me vincular e desvincular as coisas, aos movimentos, as pessoas e aos sentimentos, de forma muito rápida e “mais ou menos autônoma”
- Esta cultura pós-moderna trouxe ainda a visão do presente em detrimento da visão do passado/futuro, o que dificulta qualquer projeto de prazo maior, inclusive a questão da transcendência e da nossa missão na Terra.
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
- Assim abro possibilidades para uma cultura de valores frágeis e efêmeros, onde o papel da mídia, por exemplo, passa a ser muito importante, se não decisivo.
- A cultura do “novo capitalismo”, adaptada a este contexto pós-moderno nos ajuda a entender os (novos) valores desta época em que vivemos, quando mostra:
a) Instituições fragmentadas e a fragmentação da vida das pessoas.
b) Espaços de trabalho que mais parecem rodoviárias (estações ferroviárias) e não comunidades.
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
c) Vida familiar desorientada.
d) Crença do sujeito muito mais relacionada a idéia de indivíduo (você pode, você deve – transcendência/vínculo?).
e) Seguir em frente como premissa básica.
- Mas qual é ou quais são a(s) cultura(s) e os valores capazes de permitir que o ser humano viva (sobreviva) em condições sociais e culturais instáveis e fragmentárias?
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
- É uma cultura que baseia seus valores e práticas em três dimensões principais:
a) Tempo/Prazo: como manter relações, identidades, cultivar valores, numa realidade onde impera a cultura o valor do “curto prazo”, o efêmero? O indivíduo precisa construir valores e sentidos que o permitam improvisar, a qualquer momento, a narrativa da sua própria vida.
É quase que o não valor, o não sentido, do valor efêmero e do não vinculo a mim mesmo e as minhas coisas e trajetórias...
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
b) Talento/Utilidade (não utilitarismo): como valorizar e respeitar as diferenças, os diferentes talentos e contribuições em uma cultura onde a vida útil de quase tudo e todos tende a ser cada vez mais curta? Onde a tecnologia e a ciência invalidam e criam/renovam capacitações a todo momento.
Até onde esta renovação destrói e cria valores e identidades. O talento é uma questão de cultura...???
Ou seja, temos hoje a cultura baseada em valores de “destruição criativa”. É “normal” destruir produtos, pessoas, valores, capacidades, o meio...
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
c) Não vinculação/superficialidade: os valores e bases culturais descritas anteriormente faz com que seja cada vez mais difícil a vinculação, seja ela ao passado, ao meu trabalho, a um projeto político, a uma questão religiosa, ao meio onde vivo...
Assim se perde aos poucos o valor do sentido, da significação da relação com as coisas, com as pessoas, com os gestos, com as ações...perde-se o valor reflexivo de tudo isso – “valor da superficialidade e da experimentação”
Estabelecemos (em função dos novos valores e da cultura) muito mais transações do que relações.
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
- Segundo Sennett (2006) estes valores e cultura levam a
“uma individualidade voltada para o curto prazo, preocupada com as habilidades potenciais e disposta a abrir mão das experiências passadas, que só pode ser encontrada em seres humanos nada comuns.
A maioria das pessoas não é assim, precisando de uma narrativa contínua em suas vidas, orgulhando-se da sua capacitação em algo específico e valorizando as experiências por que passou. Desse modo, o atual ideal cultural necessário, faz mal a muitos dos que nele vivem”.
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
ATIVIDADE EM GRUPOS SOBRE AS DIFERENTES
EXPRESSÕES ASSUMIDAS PELA
CRISE CIVILIZACIONAL / EPOCAL
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
Resumindo e sistematizando, temos uma cultura e valores na pós-modernidade que incentivam/geram:
- A efemeridade, fragilidade e superficialidade dos vínculos com tudo e todos.
- Transações e não relações.
- A fragmentação do político, do econômico, do social e, portanto, a dificuldade dos movimentos coletivos.
- Portanto a busca da autonomia (mais completa possível) do sujeito, do indivíduo, pela racionalidade, pela técnica, pelo pós-humano.
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
Resumindo e sistematizando, temos uma cultura e valores na pós-modernidade que incentivam/geram:
- Uma necessidade pelo valor/sentimento da superpotência;
- Um sentimento de independência em relação ao meio, aos outros;
- Neste sentido, uma validação de todo e qualquer experiência que eu queira e possa viver.
- O prazer, o objetivo no curto prazo, mesmo que em experiências efêmeras e não em projetos futuros.
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
Resumindo e sistematizando, temos uma cultura e valores na pós-modernidade que incentivam/geram:
- Uma valorização do valor simbólico, do imaterial, mas não no sentido da transcendência.
- O paradigma da paixão autoconsumptiva: eu crio meus valores e desejos e os extingo rapidamente também.
- Esta paixão autoconsumptiva valida o desperdício, a concentração de recursos, a destruição “criativa”, o medo e o sentimento da inutilidade.
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
E neste contexto que somos desafiados a pensar a cidadania, os direitos, o coletivo, a cultura, os valores, a religião, a economia..., num paradigma muito mais de MULTIDÃO do que de povo, de classe, de unidade.
Esta cultura do novo capitalismo, os valores apresentados, a multidão, podem nos levar a superação da crise ou seu aprofundamento. O certo é que nos deixaram num paradigma de crise civilizacional.
A Cultura do Novo Capitalismo: (novos) valores e crise civilizacional na pós-modernidade
HARDT, Michael; NEGRI, Antonio. Multidão: guerra e democracia na era do Império. São Paulo: Record, 2005.
LE GOFF, J. Por amor às cidades: conversações com Jean Lebrun. Tradução Reginaldo Carmello Corrêa de Morais. São Paulo: Fundação Editora da UNESP.
NEUTZLING, Inácio. Sociedade do Trabalho e Sociedade Sustentável: algumas aproximações. In: OSOWSKI, Cecília; MÉLO, José Luiz Bica. O Ensino Social da Igreja e a globalização. São Leopoldo: Editora Unisinos, 2003.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Pela mão de Alice: o social e o político na pós-modernidade. 8ed. – São Paulo: Cortez, 2001.
SENNETT, Richard. A cultura do novo capitalismo. Rio de Janeiro: Record, 2006.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS