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Superior Tribunal de Justiça RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA 17.400 - SP (2003/0204744-1) (f) RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZ R.P/ACÓRDÃO : MINISTRO ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ) RECORRENTE : SELAL NEGÓCIOS E PARTICIPAÇÕES LTDA ADVOGADO : ANDRÉ SHODI HIRAI E OUTRO T. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO IMPETRADO : CORREGEDOR GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO RECORRIDO : FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO PROCURADOR : LUÍS CLÁUDIO MANFIO E OUTRO(S) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROTESTO DE CONTRATO DE LOCAÇÃO DE IMÓVEL. PERMISSÃO AOS TABELIÃES DE PROTESTOS DE LETRAS E TÍTULOS DA COMARCA DE SÃO PAULO. CANCELAMENTO. ATO DE CORREGEDOR GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. DIREITO LÍQUIDO E CERTO. INEXISTÊNCIA. EXIGÊNCIA DE QUE O TÍTULO EXECUTIVO CONTENHA OBRIGAÇÃO PECUNIÁRIA LÍQUIDA, CERTA E EXIGÍVEL. CONTRATO DE LOCAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE LIQUIDEZ. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA DENEGADO. 1. Com efeito, tem-se que o contrato de locação foi caracterizado pela legislação como título executivo extrajudicial, transmutando-o com força executiva. Contudo, o protesto será devido sempre que a obrigação expressa no título for líquida, certa e exigível. 2. Na hipótese dos autos, o contrato de locação de imóvel apresentado evidencia ser título com o atributo da certeza, em decorrência da determinação cogente da norma legal, bem como também demonstra possuir exigibilidade, por presunção de que houve o vencimento da dívida, sem revestir-se, no entanto, do atributo da liquidez, fato que inviabiliza o protesto do referido título. 3. Recurso em Mandado de Segurança a que se nega provimento. ACÓRDÃO Prosseguindo no julgamento, vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Senhores Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, por maioria, em negar provimento ao Documento: 1058129 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 03/11/2011 Página 1 de 18

Contrato de locação não tem, por si só, força executiva para ser objeto de protesto

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    RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA N 17.400 - SP (2003/0204744-1) (f) RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZR.P/ACRDO : MINISTRO ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR

    CONVOCADO DO TJ/RJ)RECORRENTE : SELAL NEGCIOS E PARTICIPAES LTDA ADVOGADO : ANDR SHODI HIRAI E OUTROT. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO IMPETRADO : CORREGEDOR GERAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO

    PAULO RECORRIDO : FAZENDA DO ESTADO DE SO PAULO PROCURADOR : LUS CLUDIO MANFIO E OUTRO(S)

    EMENTA

    PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA. PROTESTO DE CONTRATO DE LOCAO DE IMVEL. PERMISSO AOS TABELIES DE PROTESTOS DE LETRAS E TTULOS DA COMARCA DE SO PAULO. CANCELAMENTO. ATO DE CORREGEDOR GERAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO. DIREITO LQUIDO E CERTO. INEXISTNCIA. EXIGNCIA DE QUE O TTULO EXECUTIVO CONTENHA OBRIGAO PECUNIRIA LQUIDA, CERTA E EXIGVEL. CONTRATO DE LOCAO. INEXISTNCIA DE LIQUIDEZ. RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA DENEGADO.1. Com efeito, tem-se que o contrato de locao foi caracterizado pela legislao como ttulo executivo extrajudicial, transmutando-o com fora executiva. Contudo, o protesto ser devido sempre que a obrigao expressa no ttulo for lquida, certa e exigvel.2. Na hiptese dos autos, o contrato de locao de imvel apresentado evidencia ser ttulo com o atributo da certeza, em decorrncia da determinao cogente da norma legal, bem como tambm demonstra possuir exigibilidade, por presuno de que houve o vencimento da dvida, sem revestir-se, no entanto, do atributo da liquidez, fato que inviabiliza o protesto do referido ttulo.3. Recurso em Mandado de Segurana a que se nega provimento.

    ACRDO

    Prosseguindo no julgamento, vistos, relatados e discutidos os autos em que so partes as acima indicadas, acordam os Senhores Ministros da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justia, por maioria, em negar provimento ao Documento: 1058129 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJe: 03/11/2011 Pgina 1 de 18

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    recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Adilson Vieira Macabu (Desembargador Convocado do TJ/RJ), que lavrar o acrdo.

    Votaram com o Sr. Ministro Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do TJ/RJ) os Srs. Ministros Napoleo Nunes Maia Filho e Jorge Mussi.

    Votou vencida a Sra. Ministra Laurita Vaz, que dava provimento ao recurso.

    Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp.Braslia-DF, 21 de junho de 2011 . (Data do Julgamento)

    MINISTRO ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ)

    Relator

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    RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA N 17.400 - SP (2003/0204744-1) (f) RECORRENTE : SELAL NEGCIOS E PARTICIPAES LTDA ADVOGADO : ANDR SHODI HIRAI E OUTROT. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO IMPETRADO : CORREGEDOR GERAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO

    PAULO RECORRIDO : FAZENDA DO ESTADO DE SO PAULO PROCURADOR : LUS CLUDIO MANFIO E OUTRO(S)

    RELATRIO

    A EXMA. SRA. MINISTRA LAURITA VAZ:

    Trata-se de recurso ordinrio em mandado de segurana interposto por SELAL

    NEGCIOS E PARTICIPAES LTDA, com fundamento no art. 105, inciso II, alnea b, da

    Carta da Repblica, em face de acrdo prolatado pelo Tribunal de Justia do Estado de So

    Paulo, que denegou a ordem pleiteada, nos termos da seguinte ementa, litteris :

    "MANDADO DE SEGURANA Impetrao contra ato que determinou o cancelamento de protesto Decadncia No caracterizada Pedido que foi protocolado dentro do prazo de 120 dias Direito lquido e certo Inexistente O contrato de locao no tem por si s fora executiva, das conseqncias que podero advir com o protesto No est fora de propsito o entendimento do impetrado, no sentido de que no foi permitido um protesto amplo, de todos e quaisquer ttulos extrajudiciais, agindo ento com a devida cautela Preliminar rejeitada e segurana denegada." (fl. 265)Irresignado, o Recorrente interpe o presente recurso, alegando que "[...] o ato

    administrativo de se proibir todo e qualquer protesto de documentos que no sejam ttulos de

    crdito, bem como a determinao do cancelamento daqueles j efetuados, ato contrrio

    Lei Federal n 9.492/97 e Lei Estadual n. 10.710/00 e, portanto, ofensivo ao princpio da

    legalidade estatudo no art. 37 da Constituio Federal, devendo, por isso, ser anulado e

    voltar a prevalecer a deciso anterior proferida pelo MM Juiz Corregedor Permanente dos

    Tabelies de Protesto. " (fl. 281).

    Apresentadas contrarrazes (fls. 291/293) e admitido o recurso ordinrio na

    origem (fl. 300), ascenderam os autos a esta Corte.

    Instado a se manifestar, o Ministrio Pblico Federal apresentou parecer (fls.

    304/307), opinando pelo desprovimento do recurso.Documento: 1058129 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJe: 03/11/2011 Pgina 3 de 18

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    o relatrio.

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    RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA N 17.400 - SP (2003/0204744-1) (f)

    VOTO VENCIDO

    A EXMA. SRA. MINISTRA LAURITA VAZ (Relatora):

    A Impetrante encaminhou contrato de locao (fls. 50/56) a protesto perante o

    8. Tabelio de Protesto de Letras e Ttulos de So Paulo. O mencionado procedimento foi

    realizado em 10/10/2001 (fl. 26).

    Todavia a Corregedoria Geral da Justia do Tribunal a quo, por meio de ato

    datado de 10/05/02 (fl. 25), tornou sem efeito a autorizao anteriormente concedida para que

    pudessem ser realizados protestos de contratos de locao, determinando tambm o

    cancelamento daqueles que haviam sido lavrados durante a vigncia da citada permisso.

    Inconformado, o ora Recorrido impetrou mandado de segurana contra o

    mencionado ato, alegando, em sntese, que o contrato de locao, nos termos da Lei Federal

    n. 9.492/92 e da Lei Estadual n. 10.710/00, deve ser considerado como "outro documento de

    dvida" e, nessa qualidade, pode, sim, ser levado a protesto.

    O Tribunal a quo, negou a segurana, forte nos seguintes argumentos, in

    verbis :

    "[...]Inegvel que a legislao referida deu uma abertura maior para

    protesto de ttulos, abrangendo at extrajudiciais.Todavia, no se consegue bem apurar o alcance, ou seja, se somente

    para fins falimentares, cuidando a lei estadual de custas e emolumentos, ou de forma bem abrangente, inclusive quando a base apenas dos documentos trazidos pela parte, considerando como ttulo extrajudicial.

    Cuida-se como se v e os autos mostram, de assunto polmico, com divergncia de entendimento, considerando ento a douta Corregedoria, aps estudo e manifestaes, que havia necessidade de haver expressa previso normativa no direito positivo, para se saber quais os ttulos extrajudiciais que poderiam ser objeto de protesto .

    No se pode esquecer que o contrato de locao no tem por si s fora executiva, das conseqncias que podero advir com o protesto, sendo os documentos encaminhados apenas por uma das partes.

    Em vista disto e o que se encontra na legislao referida, no est fora de propsito o entendimento do impetrado, no sentido de que no foi permitido um protesto amplo, de todos e quaisquer ttulos extrajudiciais, agindo ento com a devida cautela.

    Logo, desde que expressamente no ficou estabelecido que o contrato de locao de imvel deveria ser considerado como ttulo executivo

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    extrajudicial hbil a ser protestado , no se pode dizer que o ato praticado violou um direito do impetrante, sendo que foi dada uma interpretao vivel ao assunto.

    Por via de conseqncia, no se enxerga direito lquido e certo a ser amparado pelo 'mandamus'.

    Nesta conformidade, denega-se a segurana." (fls. 266/268; sem grifos no original.)

    Da a interposio do presente recurso ordinrio em mandado de segurana.

    Feita essa breve resenha ftica, passo ao deslinde da controvrsia.

    De plano, esclareo que o Cdigo de Processo Civil, aponta, entre outros, os

    seguintes ttulos executivos extrajudiciais, in verbis :

    "Art. 585. So ttulos executivos extrajudiciais:[...]V - o crdito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel

    de imvel , bem como de encargos acessrios, tais como taxas e despesas de condomnio;" (grifei)Nessa linha, esta Corte Superior de Justia possui jurisprudncia remansosa no

    sentido de atribuir ao contrato de locao a natureza de ttulo executivo extrajudicial.

    Ilustrativamente:

    "AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. LOCAO. RESPONSABILIDADE DO FIADOR. TERMO FINAL. CLUSULA. EXISTNCIA. ENTREGA DAS CHAVES. PRECEDENTES DESTA CORTE. CONTRATO DE LOCAO. NATUREZA. TTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL.

    [...]4. Nos termos do art. 585, V, do CPC, constitui ttulo executivo

    judicial o contrato de locao escrito, devidamente assinado pelos contratantes, mormente quando, como na hiptese dos autos, acompanhado de planilha pormenorizada dos dbitos cobrados. Precedentes do STJ.

    5. Agravo Regimental a que se nega provimento." (AgRg no Ag 1.244.459/PR, 6. Turma, Rel. Min. OG FERNANDES, DJe de 09/03/2011.)

    "DIREITO CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LOCAO. EMBARGOS EXECUO. CERCEAMENTO DE DEFESA E EXCESSO DE EXECUO. PREQUESTIONAMENTO. AUSNCIA. SMULAS 282 E 356/STF. MATRIA FTICO-PROBATRIA. EXAME. IMPOSSIBILIDADE. SMULA 7/STJ. CONTRATO DE LOCAO E CARTA-FIANA. TTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS. BENEFCIO DE ORDEM. INAPLICABILIDADE. PRORROGAO DO CONTRATO. CLUSULA QUE PREV A OBRIGAO AT A ENTREGA DAS CHAVES. EXONERAO DO FIADOR. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO.

    [...]3. O contrato de locao gera uma relao jurdica entre locador,

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    locatrio e fiador, sendo reconhecido, inclusive, como ttulo executivo extrajudicial, nos termos do art. 585, IV, do CPC, sendo dispensvel, por conseguinte, a juntada da sentena que decretou o despejo do locatrio.

    [...]6. Recurso especial conhecido e improvido." (REsp 912.248/RS, 5.

    Turma, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJe de 09/03/2009.)

    Por sua vez, a legislao federal que rege a matria ora sob anlise Lei n.

    9.492/97 assim determina, litteris :

    "Art. 1 Protesto o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplncia e o descumprimento de obrigao originada em ttulos e outros documentos de dvida ." (grifei)A partir da leitura dos dispositivos legais acima elencados, tenho que a melhor

    interpretao a ser adotada quanto vexata quaestio aquela segundo a qual o legislador,

    quando estendeu para alm dos ttulos de cambirios, a possibilidade de protesto de "outros

    documentos de dvida", teve a inteno de que faz-lo tambm para abarcar os ttulos

    executivos judiciais e extrajudiciais previstos na Lei Adjetiva, inserido, nessa hiptese, o

    contrato de locao.

    No outra a exegese esposada pela melhor doutrina, seno vejamos:

    "Em matria cambial, o protesto prova oficial e insubstituvel da falta ou recusa, quer do aceite, quer do pagamento, [...]. Segundo a doutrina tradicional, o protesto um ato formal com finalidade essencialmente probatria, uma vez que evidencia que o devedor no cumpriu a obrigao constante do ttulo. Trata-se de ato jurdico em sentido estrito. O efeito probante do ato decorre exclusivamente da lei.

    Nesse diapaso, h de se levar em conta o novo protesto com finalidade especial. Essa modalidade de protesto destinada a ttulos e documento que a princpio no eram protestveis , mas cujo protesto serve para atingir uma finalidade ou completar o sentido das obrigaes no universo negocial. Em resumo, permitindo o legislador que outros documentos comprobatrios de obrigaes e dbitos em aberto sejam protestados, busca-se, por meio do ato jurdico do protesto, o aperfeioamento do princpio pacta sunt servanda. Nessa modalidade de protesto se incluem, entre outros, sentena com trnsito em julgado, contratos e outros dbitos para fundamentar pedido de falncia contra devedor comerciante (art. 10 da Lei de Falncias).

    [...] Desse modo, embora haja quem primeira vista possa sufragar a opinio mais extensiva, o dispositivo do artigo 1 deve ser interpretado restritivamente no sentido de que o protesto utilizvel somente para os ttulos cambirios e para os demais ttulos executivos judiciais e extrajudiciais , que esto elencados nos arts. 584 e 585 do Cdigo de Processo Civil . Desse modo, doravante, devem ser admitidos a protesto todo o rol elencado nesses dispositivos , entre outros, [...], crdito decorrente de aluguel ou renda de imvel , [...], desde que comprovado por contrato escrito .

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    Desse modo, por exemplo, o dbito resultante da locao de imvel , comprovado por contrato escrito, pode ser objeto de protesto , tanto quanto ao inquilino como quanto ao fiador , pois a fiana modalidade de cauo e se insere entre os ttulos executivos extrajudiciais. [...]" (VENOSA, Slvio de Salvo. O Protesto de Documentos de Dvida in Novo Cdigo Civil Interfaces no Ordenamento Jurdico Brasileiro, Coordenadora Giselda Maria Fernandes Novaes Hironaka. 1. edio, Editora Del Rey, 2004, Belo Horizonte, pgs. 124/125; sem grifos no original.)

    Ante o exposto, CONHEO e DOU PROVIMENTO ao recurso ordinrio,

    para, cassando o acrdo recorrido, conceder a segurana pleiteada.

    como voto.

    MINISTRA LAURITA VAZ Relatora

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    CERTIDO DE JULGAMENTOQUINTA TURMA

    Nmero Registro: 2003/0204744-1 RMS 17.400 / SP

    Nmero Origem: 978080

    PAUTA: 26/04/2011 JULGADO: 03/05/2011

    RelatoraExma. Sra. Ministra LAURITA VAZ

    Presidente da SessoExmo. Sr. Ministro JORGE MUSSI

    Subprocurador-Geral da RepblicaExmo. Sr. Dr. ALCIDES MARTINS

    SecretrioBel. LAURO ROCHA REIS

    AUTUAO

    RECORRENTE : SELAL NEGCIOS E PARTICIPAES LTDAADVOGADO : ANDR SHODI HIRAI E OUTROT. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULOIMPETRADO : CORREGEDOR GERAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULORECORRIDO : FAZENDA DO ESTADO DE SO PAULOPROCURADOR : LUS CLUDIO MANFIO E OUTRO(S)

    ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigaes - Espcies de Contratos - Locao de Imvel

    CERTIDO

    Certifico que a egrgia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epgrafe na sesso realizada nesta data, proferiu a seguinte deciso:

    "Aps o voto da Sra. Ministra Relatora dando provimento ao recurso, pediu vista, antecipadamente, o Sr. Ministro Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do TJ/RJ)"

    Aguardam os Srs. Ministros Napoleo Nunes Maia Filho e Jorge Mussi. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp.

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    RECURSO EM MANDADO DE SEGURANA N 17.400 - SP (2003/0204744-1) (f)

    RELATORA : MINISTRA LAURITA VAZRECORRENTE : SELAL NEGCIOS E PARTICIPAES LTDA ADVOGADO : ANDR SHODI HIRAI E OUTROT. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULO IMPETRADO : CORREGEDOR GERAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO

    PAULO RECORRIDO : FAZENDA DO ESTADO DE SO PAULO PROCURADOR : LUS CLUDIO MANFIO E OUTRO(S)

    VOTO-VISTA

    O EXMO. SR. MINISTRO ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ):

    Trata-se de recurso ordinrio interposto por SELAL NEGCIOS E PARTICIPAES LTDA contra o v. acrdo do Tribunal de Justia do Estado de So Paulo, o qual denegou mandado de segurana por reconhecer a inexistncia de direito lquido e certo e por entender que o contrato de locao no tem, por si s, fora executiva para ser objeto de protesto.

    O mandado de segurana foi impetrado contra ato do Corregedor Geral de Justia do Estado de So Paulo, que tornou sem efeito permisso concedida para protesto de contratos de locao aos Tabelies de Protestos de Letras e Ttulos da comarca da Capital, inclusive determinando o cancelamento daqueles que haviam sido lavrados durante a vigncia da citada permisso, hiptese ocorrida in casu .

    O Tribunal de origem denegou a segurana ao seguinte fundamento, in verbis :

    "Inegvel que a legislao referida deu uma abertura maior para o protesto de ttulos, abrangendo at extrajudiciais.

    Todavia, no se consegue bem apurar o alcance, ou seja, se somente para fins falimentares, cuidando a lei estadual de custas e emolumentos, ou de forma bem abrangente, inclusive quando a base apenas dos documentos trazidos pela parte, considerando como ttulo extrajudicial.

    Cuida-se como se v e os autos mostram, de assunto polmico, com divergncia no entendimento, considerando ento a douta Corregedoria, aps estudo e manifestaes, que havia necessidade de haver expressa previso normativa no direito positivo, para se saber quais os ttulos

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    extrajudiciais que poderiam ser objeto de protesto.

    No se pode esquecer que o contrato de locao no tem por si s fora executiva, das consequncias que podero advir com o protesto, sendo os documentos encaminhados apenas por uma das partes.

    Em vista disto e o que se encontra na legislao referida no est fora de propsito o entendimento do impetrado, no sentido de que no foi permitido um protesto amplo, de todos e quaisquer ttulos extrajudiciais, agindo ento com a devida cautela.

    Logo, desde que expressamente no ficou estabelecido que o contrato de locao de imvel deveria ser considerado como ttulo executivo extrajudicial hbil a ser protestado, no se pode dizer que o ato praticado violou um direito da impetrante, sendo que foi dada uma interpretao vivel ao assunto.

    Por via de consequncia, no se enxerga direito lquido e certo a ser amparado pelo mandamus."

    Nas razes recursais, defende o recorrente a anulao do ato que determinou o cancelamento do protesto de dbito originrio de locao predial urbana, argumentando que a Lei n 9.492/97 e a Lei Estadual n 10.710/00 possibilitaram considerar o contrato de locao como "outro documento de dvida" e, por consequncia, sujeito a protesto.

    Instado a manifestar-se, o douto Ministrio Pblico Federal opinou pelo desprovimento do recurso, fls. 304/307, argumentando tratar-se de tema controvertido e ausente potencial ou efetiva leso a direito lquido e certo.

    No julgamento iniciado em 03.05.11, pela eminente Ministra Laurita Vaz, Relatora do presente feito, tendo ela registrado seu posicionamento no sentido de CONHECER E DAR PROVIMENTO ao recurso ordinrio para cassar o acrdo recorrido, concedendo a segurana pleiteada, manifestou-se no sentido de "...que esta Corte Superior de Justia possui jurisprudncia remansosa no sentido de atribuir ao contrato de locao a natureza de ttulo executivo extrajudicial ", bem como "a partir da leitura dos dispositivos legais acima elencados, tenho que a melhor interpretao a ser adotada quanto vexata quaestio aquela segundo a qual o legislador, quando entendeu para alm dos ttulos de cambirios, a possibilidade de protesto de 'outros documentos de dvida', teve a inteno de faz-lo tambm para abarcar os ttulos executivos judiciais e extrajudiciais previstos na Lei Adjetiva, inserido, nessa hiptese, o contrato de locao ".

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    Pedi vista dos autos para inteirar-me da questo, diante das teses debatidas durante o julgamento e, no obstante o voto da eminente Relatora, ouso divergir do entendimento esposado pela Ministra Laurita Vaz, para negar provimento ao recurso de mandado de segurana.

    De plano, em consequncia de reconhecer-se, aps exame das razes recursais ora debatidas, que a questo em relao ao pleito de anulao do cancelamento do protesto do contrato de locao denota matria de natureza controvertida, fica evidenciada possvel inexistncia ou descabimento de violao a direito lquido e certo do impetrante, no sentido de buscar a concesso do mandamus a seu favor.

    Entretanto, ao ter sido permitida, mediante ato da Corregedoria, por determinado perodo de tempo, a possibilidade de se efetuar o protesto, como efetivado no caso dos autos, entendo configurada leso ao direito do impetrante, ora recorrente, pois o ato administrativo estava, mesmo que momentaneamente vigente, validado no mundo jurdico, autorizando-se o protesto do aludido contrato, tornando-se claro que, ao cancel-lo, se verificou, por consequncia, a leso ao direito lquido e certo do credor em restabelecer o procedimento cartorrio pelo qual, em deciso anterior proferida pelo Corregedor Permanente dos Tabelies de Protesto de So Paulo, teria sido expressamente decidido acerca da possibilidade de protesto das dvidas originadas de contratos de locao.

    Releva notar que a doutrina assim se posiciona a respeito do tema relativo ao uso da terminologia sobre 'direito lquido e certo', nas palavras do professor Pedro Lenza, em Direito Constitucional Esquematizado, pg. 518, citando o mestre Hely Lopes Meirelhes, "A atual expresso direito lquido e certo substitui a precedente, da legislao criadora do mandado de segurana, direito certo e incontestvel. Nenhuma satisfaz. Ambas so imprprias e de significao equvoca, como procuraremos demonstrar no texto. O direito, quanto existente, sempre lquido e certo; os fatos que podem ser imprecisos e incertos, exigindo comprovao e esclarecimentos para propiciar a aplicao do Direito invocado pelo postulante ".

    Com efeito, entendo ser possvel o mandamus e, por consequncia, tambm o recurso em mandado de segurana, embora, no mrito, no haja como conced-lo.

    Passo anlise dos autos, assinalando cingir-se a presente controvrsia em saber se contrato de locao um ttulo extrajudicial passvel ou no de protesto.

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    Para melhor compreenso da controvrsia, cumpre examinar a aludida legislao pertinente: A teor do art. 1, da Lei n 9.494/97, "protesto o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplncia e o descumprimento de obrigao originada em ttulos e outros documentos de dvida" .

    Extrai-se da leitura do mencionado dispositivo legal no restar evidenciado quais ttulos e documentos de dvida quis o legislador, realmente, alcanar, eis que em nosso ordenamento jurdico consideram-se como ttulos executivos extrajudiciais aqueles previstos no art. 585 do Cdigo de Processo Civil, verbis :

    "Art. 585. So ttulos executivos extrajudiciais:

    I - a letra de cmbio, a nota promissria, a duplicata, a debnture

    e o cheque;

    II - a escritura pblica ou outro documento pblico assinado pelo

    devedor; o documento particular assinado pelo devedor e por

    duas testemunhas; o instrumento de transao referendado pelo

    Ministrio Pblico, pela Defensoria Pblica ou pelos advogados

    dos transatores;

    III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e

    cauo, bem como os de seguro de vida;

    IV - o crdito decorrente de foro e laudmio;

    V - o crdito, documentalmente comprovado, decorrente de

    aluguel de imvel, bem como de encargos acessrios, tais

    como taxas e despesas de condomnio;

    VI - o crdito de serventurio de justia, de perito, de intrprete,

    ou de tradutor, quando as custas, emolumentos ou honorrios

    forem aprovados por deciso judicial;

    VII - a certido de dvida ativa da Fazenda Pblica da Unio, dos

    Estados, do Distrito Federal, dos Territrios e dos Municpios,

    correspondente aos crditos inscritos na forma da lei;

    VIII - todos os demais ttulos a que, por disposio expressa, a lei

    atribuir fora executiva."

    Ressalte-se que a finalidade de se estabelecer, normativamente, o crdito relativo locao de imvel, como ttulo executivo extrajudicial, foi a de evitar o longo caminho do processo de conhecimento para ser alcanado o objetivo

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    de transformar o crdito oriundo do contrato de locao em ttulo executivo passvel de execuo forada.

    Extrai-se da exposio de motivos ao Projeto de Lei n 3.253/04, realizado pelo, poca, Ministro de Estado da Justia, Dr. Mrcio Thomaz Bastos, que a vontade legislativa, ao inserir o inciso V, do art. 585, do CPC, caracterizando o crdito oriundo do contrato de locao como ttulo extrajudicial, tratou de uma inovao processual, com intuito de expurgar ritos e anacronismos formais, possibilitando o afastamento da "velha tendncia de restringir a jurisdio ao processo de conhecimento.

    A propsito, transcreve-se o excerto da mencionada exposio de motivos, verbis :

    "Com efeito: aps o longo contraditrio no processo de

    conhecimento, ultrapassados todos os percalos, vencidos

    os sucessivos recursos, sofridos os prejuzos decorrentes da

    demora (quando menos o 'damno marginale in senso stretto'

    de que nos fala talo Andolina), o demandante logra obter

    alfim a prestao jurisdicional definitiva, com o trnsito em

    julgado da condenao da parte adversa. Recebe ento a

    parte vitoriosa, de imediato, sem tardana maior, o 'bem da

    vida' a que tem direito? Triste engano: a sentena

    condenatria ttulo executivo, mas no se reveste de

    preponderante eficcia executiva. Se o vencido no se dispe

    a cumprir a sentena, haver iniciar o processo de execuo,

    efetuar nova citao, sujeitar-se contrariedade do

    executado mediante 'embargos', com sentena e a

    possibilidade de novos e sucessivos recursos.

    Tudo superado, s ento o credor poder iniciar os atos

    executrios propriamente ditos, com a expropriao do bem

    penhorado, o que no raro propicia mais incidentes e agravos.

    Ponderando, inclusive, o reduzido nmero de magistrados

    atuantes em nosso pas, sob ndice de litigiosidade sempre

    crescente (pelas aes tradicionais e pelas decorrentes da

    moderna tutela aos direitos transindividuais), impe-se

    buscar maneiras de melhorar o desempenho processual (sem

    frmulas mgicas, que no as h), ainda que devamos, em

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    certas matrias (e por que no?), retomar por vezes

    caminhos antigos (e aqui o exemplo do procedimentos do

    agravo, em sua atual tcnica, verso atualizada das antigas

    'cartas diretas' ...), ainda que expungidos rituais e

    formalismos j anacrnicos. " (Exposio de Motivos ao PL

    3.253/

    2004-site:http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Projetos/EXPMOTI

    V/MJ/2004/34.htm )

    Com efeito, tem-se que o contrato de locao foi caracterizado pela legislao como ttulo executivo extrajudicial, transmutando-o com fora executiva. Contudo, resta saber se ele passvel ou no de protesto e se, para tal fim, detm, por si s, os atributos de certeza, liquidez e exigibilidade necessrias para sujeitar-se ao protesto, nos moldes dos ttulos cambiariformes que, por lei, so a ele sujeitos.

    Oportuno concluir ser o protesto, a princpio, uma fase ainda no processual, na qual se busca a efetividade da dvida, sem necessidade de recorrer ao Judicirio. Ressalte-se que a inteligncia do artigo 580, do CPC, prev que, diante do inadimplemento do devedor, seja a execuo instaurada para que ele satisfaa a obrigao certa, lquida e exigvel consubstanciada em ttulo executivo.

    Por outro lado, considerando que, por determinao legislativa, o contrato de locao de imvel tem atribudo, a si, fora executiva, h que se considerar que o crdito contido nesse documento dotado de presuno de certeza, caso preenchidos todos os requisitos formais, ou seja, ser certo o crdito nele contido, desde que formalmente perfeito.

    Frise-se, porm, que o ttulo executivo passvel de execuo, que uma ao judicial, ser alcanado pelo princpio da ampla defesa e, at mesmo, do contraditrio, principalmente, de dvida ilquida, o que no acontece em um protesto.

    Some-se a isso que a doutrina considera existente a liquidez do ttulo quando se sabe o qu e quanto se deve, no se desconstituindo a liquidez se o montante da dvida precisar de mero clculo aritmtico para que o valor devido seja determinado.

    Contudo, enfatize-se que o ttulo extrajudicial h de ser, necessariamente, lquido para ensejar a execuo, por inadmitir-se sua liquidao, ao inverso do ttulo executivo, que prescinde da liquidez, pois permitida a sua liquidao por sentena sujeita a posterior execuo.Documento: 1058129 - Inteiro Teor do Acrdo - Site certificado - DJe: 03/11/2011 Pgina 1 5 de 18

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    Destarte, extrai-se que a exigibilidade diz respeito ao vencimento da dvida, observando-se a inexistncia de termo ou condio, tornando-se exigvel o crdito caso verificada ausncia dos dois institutos.

    Na hiptese dos autos, evidente que o contrato de locao de imvel apresentado, embora possa ser considerado ttulo com o atributo da certeza, em decorrncia da determinao cogente da norma legal, bem como demonstrar ser extensvel a sua condio de exigibilidade pela presuno de que houve o vencimento da dvida, seguramente no se reveste do atributo da liquidez, restando, assim, invivel a possibilidade de sujeitar-se ao instituto do protesto, como pleiteado pelo credor.

    Nesse sentido, encontra-se o seguinte julgado ocorrido na Terceira Turma desta Corte, verbis :

    "RECURSO ESPECIAL. PROTESTO DE SENTENA CONDENATRIA,

    TRANSITADA EM JULGADO. POSSIBILIDADE. EXIGNCIA DE QUE

    REPRESENTE OBRIGAO PECUNIRIA LQUIDA, CERTA E

    EXIGVEL.

    1. O protesto comprova o inadimplemento. Funciona, por isso, como

    poderoso instrumento a servio do credor, pois alerta o devedor para

    cumprir sua obrigao.

    2. O protesto devido sempre que a obrigao estampada no ttulo

    lquida, certa e exigvel.

    3. Sentena condenatria transitada em julgado, ttulo representativo

    de dvida - tanto quanto qualquer ttulo de crdito.

    4. possvel o protesto da sentena condenatria, transitada em julgado,

    que represente obrigao pecuniria lquida, certa e exigvel.

    5. Quem no cumpre espontaneamente a deciso judicial no pode

    reclamar porque a respectiva sentena foi levada a protesto." (REsp

    750805/RS, Rel. Ministro HUMBERTO GOMES DE BARROS,

    TERCEIRA TURMA, julgado em 14/02/2008, DJe 16/06/2009)

    Com efeito, possvel o protesto de ttulo extrajudicial, embora no de qualquer ttulo, porquanto h a necessidade da liquidez e certeza da dvida, o que no se alcana em contrato de locao.

    Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso de mandado de segurana, por no preexistirem as delimitaes das certeza, liquidez e exigibilidade imprescindveis no contrato de locao, a garantir sua sujeio a protesto, no havendo como conceder a segurana pleiteada.

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    como voto.

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    CERTIDO DE JULGAMENTOQUINTA TURMA

    Nmero Registro: 2003/0204744-1 RMS 17.400 / SP

    Nmero Origem: 978080

    PAUTA: 26/04/2011 JULGADO: 21/06/2011

    RelatoraExma. Sra. Ministra LAURITA VAZ

    Relator para AcrdoExmo. Sr. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/RJ)

    Presidente da SessoExmo. Sr. Ministro JORGE MUSSI

    Subprocurador-Geral da RepblicaExmo. Sr. Dr. BRASILINO PEREIRA DOS SANTOS

    SecretrioBel. LAURO ROCHA REIS

    AUTUAO

    RECORRENTE : SELAL NEGCIOS E PARTICIPAES LTDAADVOGADO : ANDR SHODI HIRAI E OUTROT. ORIGEM : TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULOIMPETRADO : CORREGEDOR GERAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULORECORRIDO : FAZENDA DO ESTADO DE SO PAULOPROCURADOR : LUS CLUDIO MANFIO E OUTRO(S)

    ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigaes - Espcies de Contratos - Locao de Imvel

    CERTIDO

    Certifico que a egrgia QUINTA TURMA, ao apreciar o processo em epgrafe na sesso realizada nesta data, proferiu a seguinte deciso:

    "Prosseguindo no julgamento, a Turma, por maioria, negou provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Adilson Vieira Macabu (Desembargador Convocado do TJ/RJ), que lavrar o acrdo."

    Votaram com o Sr. Ministro Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do TJ/RJ) os Srs. Ministros Napoleo Nunes Maia Filho e Jorge Mussi.

    Votou vencida a Sra. Ministra Laurita Vaz, que dava provimento ao recurso. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Gilson Dipp.

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