38
CONTRATO INDIVIDUAL CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO DE TRABALHO Prof. Maria Cláudia Felten Prof. Maria Cláudia Felten E-mail: mail: [email protected] [email protected]

CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHO - …aulas.verbojuridico3.com/Regular2011/Direito_Trabalho_Maria... · não termina em uma única obrigação, o que o caracteriza como sendo continuo

  • Upload
    buidien

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

CONTRATO INDIVIDUAL CONTRATO INDIVIDUAL DE TRABALHODE TRABALHO

Prof. Maria Cláudia FeltenProf. Maria Cláudia FeltenEE--mail: mail:

[email protected]@terra.com.br

Contrato Individual de TrabalhoContrato Individual de Trabalho(arts. 442 a 456 da CLT)(arts. 442 a 456 da CLT)

1. Conceito:1. Conceito: É o acordo correspondente a relação de emprego. É o acordo correspondente a relação de emprego.

2. Sujeitos do Contrato de Trabalho: 2. Sujeitos do Contrato de Trabalho: a) Empregado: pessoa física, nãoa) Empregado: pessoa física, não--eventualidade, eventualidade,

subordinação e onerosidade. subordinação e onerosidade. -- Trabalho manual, técnico e intelectual (art. 3, Trabalho manual, técnico e intelectual (art. 3,

parágrafo único, da CLTparágrafo único, da CLT -- Trabalho em domicílio (arts. 6 e 83 da CLT).Trabalho em domicílio (arts. 6 e 83 da CLT). -- Ajuda da família no trabalho em domicílio.Ajuda da família no trabalho em domicílio.

b) Empregadorb) Empregador ConsideraConsidera--se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, se empregador a empresa, individual ou coletiva, que,

assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. dirige a prestação pessoal de serviços.

* Empregador = empresa.* Empregador = empresa.

* Empregador por equiparação (art. 2, parágrafo primeiro, CLT). * Empregador por equiparação (art. 2, parágrafo primeiro, CLT). São os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as São os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras atividades sem fins lucrativos. associações recreativas ou outras atividades sem fins lucrativos.

* Assunção dos riscos (alteridade).* Assunção dos riscos (alteridade).

3. Características do Contrato de 3. Características do Contrato de TrabalhoTrabalho

-- De direito privado;De direito privado; -- informal;informal; -- bilateral;bilateral; -- intuitu personae em relação ao empregado;intuitu personae em relação ao empregado; -- comutativo;comutativo; -- consensual;consensual; -- de trato sucessivo ou de débito permanente;de trato sucessivo ou de débito permanente; -- oneroso.oneroso.

4. Requisitos do Contrato de 4. Requisitos do Contrato de Trabalho (art. 104 do CC)Trabalho (art. 104 do CC)

A) CapacidadeA) Capacidade -- Idade (art. 7º, inciso XXXIII, CF)Idade (art. 7º, inciso XXXIII, CF) -- Trabalho infantil.Trabalho infantil. -- Do Contrato de trabalho do menor.Do Contrato de trabalho do menor. -- Menor aprendiz. Menor aprendiz. -- Emancipação própria (art. 5, parágrafo único, do CC Emancipação própria (art. 5, parágrafo único, do CC

c/c arts. 439 e 440 da CLT)c/c arts. 439 e 440 da CLT)

B) Licitude do ObjetoB) Licitude do Objeto É o objeto do contrato que tem que ser lícito, não É o objeto do contrato que tem que ser lícito, não

importando a licitude ou ilicitude do empreendimento.importando a licitude ou ilicitude do empreendimento.

-- Trabalho ilícito: Trabalho ilícito: o objeto do contrato é ilícito, o objeto do contrato é ilícito, não produzindo efeitos por ser nulo.não produzindo efeitos por ser nulo.

Exemplos: traficante, prostituta.Exemplos: traficante, prostituta. -- Questão do trabalho do policial militar com Questão do trabalho do policial militar com

empresa privada na função de empresa privada na função de segurança/vigilância (Súmula 386 TST).segurança/vigilância (Súmula 386 TST).

-- Questão do jogo do bicho:Questão do jogo do bicho:

OJ-SDI1-199 JOGO DO BICHO. CONTRATO DE TRABALHO. NULIDA-DE. OBJETO ILÍCITO. ARTS. 82 E 145 DO CÓDIGO CIVIL

C) Consentimento:C) Consentimento: pode ocorrer por dolo, erro, coação e pode ocorrer por dolo, erro, coação e simulação e fraude.simulação e fraude.

-- ERRO (arts. 138 a 144 do CC). A doutrina cita o exemplo do ERRO (arts. 138 a 144 do CC). A doutrina cita o exemplo do desconhecimento em relação ao sexo do empregado.desconhecimento em relação ao sexo do empregado.

-- COAÇÃO (arts. 151 a 155 do CC). Orlando Gomes cita o exemplo COAÇÃO (arts. 151 a 155 do CC). Orlando Gomes cita o exemplo dos empregados que fazem greve porque o colega foi demitido. dos empregados que fazem greve porque o colega foi demitido. Ainda o exemplo do trabalho análogo ao de escravo. Ainda o exemplo do trabalho análogo ao de escravo.

-- DOLO (arts. 145 a 150 do CC). Exemplos: médico falso, trabalho DOLO (arts. 145 a 150 do CC). Exemplos: médico falso, trabalho escravo, empresa que contrata empregado com promessa falsa de escravo, empresa que contrata empregado com promessa falsa de altos faturamentos.altos faturamentos.

Continua... Continua...

-- SIMULAÇÃO (art. 167 CC). SIMULAÇÃO (art. 167 CC). Exemplos: lide simulada; contrato falso de Exemplos: lide simulada; contrato falso de

sociedade cooperativa, de representação sociedade cooperativa, de representação comercial, etc.comercial, etc.

-- FRAUDE (arts. 158 a 165 do CC) e o art. 9 da FRAUDE (arts. 158 a 165 do CC) e o art. 9 da CLT para anular.CLT para anular.

O mais comum é a fraude para mascarar vínculo O mais comum é a fraude para mascarar vínculo de emprego ou direitos trabalhistas (horas de emprego ou direitos trabalhistas (horas extras, trabalho externo, salário por fora, etc). extras, trabalho externo, salário por fora, etc).

5. NULIDADES DO CONTRATO DE 5. NULIDADES DO CONTRATO DE TRABALHOTRABALHO

* Nulidade Absoluta:* Nulidade Absoluta: quando a invalidade esta desde o nascedouro, não há o que aproveitar.quando a invalidade esta desde o nascedouro, não há o que aproveitar. -- pode ser conhecida de ofício pelo juiz;pode ser conhecida de ofício pelo juiz; -- fere matéria de ordem pública;fere matéria de ordem pública; -- não prescreve e nem convalida;não prescreve e nem convalida; -- não produz efeitos; não produz efeitos; -- ex tunc.ex tunc.

* Nulidade relativa (art. 177 CC):* Nulidade relativa (art. 177 CC): -- se aproveitam parte dos atos, pois nesse caso há questões a serem se aproveitam parte dos atos, pois nesse caso há questões a serem

relevadas: boa fé, a segurança do comércio jurídico, o equilíbrio das relevadas: boa fé, a segurança do comércio jurídico, o equilíbrio das situações objetivas, etc.situações objetivas, etc.

-- não pode ser conhecida de ofício;não pode ser conhecida de ofício; -- prescreve;prescreve; -- só produz efeitos se declarada judicialmente;só produz efeitos se declarada judicialmente; -- efeitos ex nunc.efeitos ex nunc.

ARTIGOS CLT ACERCA DE ARTIGOS CLT ACERCA DE NULIDADENULIDADE

Art. 9º Art. 9º -- Serão nulos de pleno direito os atos Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação. presente Consolidação.

Art. 444 Art. 444 –– As relações contratuais de trabalho As relações contratuais de trabalho podem ser objeto de livre estipulação das partes podem ser objeto de livre estipulação das partes interessadas em tudo quanto não contravenha interessadas em tudo quanto não contravenha às disposições de proteção ao trabalho, aos às disposições de proteção ao trabalho, aos contratos coletivo que lhe são aplicáveis e às contratos coletivo que lhe são aplicáveis e às decisões das autoridades competentes. decisões das autoridades competentes.

Esses princípios gerais das nulidades aplicados ao contrato de Esses princípios gerais das nulidades aplicados ao contrato de trabalho produziram as seguintes conseqüências:trabalho produziram as seguintes conseqüências:

a) é nulo o contrato celebrado por menores de 16 (dezesseis) anos, a) é nulo o contrato celebrado por menores de 16 (dezesseis) anos, pelos que, mesmo por causas transitórias, não puderem exprimir a pelos que, mesmo por causas transitórias, não puderem exprimir a sua vontade e pelos que por enfermidade ou deficiência mental não sua vontade e pelos que por enfermidade ou deficiência mental não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;

b) é nulo o contrato em que a prestação do trabalho é ilícita;b) é nulo o contrato em que a prestação do trabalho é ilícita;

c) é anulável o contrato de trabalho celebrado por maior de 16 c) é anulável o contrato de trabalho celebrado por maior de 16 (dezesseis) anos e menor de 18 (dezoito) anos, sem assistência ou (dezesseis) anos e menor de 18 (dezoito) anos, sem assistência ou autorização, for defeituoso por vício de consentimento e pelos que autorização, for defeituoso por vício de consentimento e pelos que tenham o discernimento reduzido.tenham o discernimento reduzido.

-- Questão de não produzir efeitos porque nulo X Questão de não produzir efeitos porque nulo X força de trabalho = dispêndio de energia física e força de trabalho = dispêndio de energia física e intelectual.intelectual.

-- Trabalho proibido (nulidade absoluta): é o que Trabalho proibido (nulidade absoluta): é o que a lei impede que seja exercido por determinadas a lei impede que seja exercido por determinadas pessoas, em determinadas condições ou pessoas, em determinadas condições ou circunstâncias. circunstâncias.

-- Como fica a indenização do trabalho do menor Como fica a indenização do trabalho do menor e a contratação pela AP sem concurso público e a contratação pela AP sem concurso público (Art. 37, II, CF e Súmula 363 TST).(Art. 37, II, CF e Súmula 363 TST).

6. Obrigações das partes no 6. Obrigações das partes no contrato de trabalhocontrato de trabalho

O contrato de trabalho representa reciprocidade de obrigações, tem O contrato de trabalho representa reciprocidade de obrigações, tem de um lado o empregado que realiza seu serviço e de outro o de um lado o empregado que realiza seu serviço e de outro o empregador com a obrigação de remunerar o trabalhador pela empregador com a obrigação de remunerar o trabalhador pela execução dos serviços, criando dessa forma direitos e obrigações execução dos serviços, criando dessa forma direitos e obrigações para ambas as partes.para ambas as partes.

Apresenta o contrato de trabalho uma sucessão de obrigações que Apresenta o contrato de trabalho uma sucessão de obrigações que não termina em uma única obrigação, o que o caracteriza como não termina em uma única obrigação, o que o caracteriza como sendo continuo.sendo continuo.

Existem obrigações para ambas as partes contratantes, obrigam Existem obrigações para ambas as partes contratantes, obrigam reciprocamente uma para com a outra, é necessário a existência de reciprocamente uma para com a outra, é necessário a existência de uma contraprestação. Não sendo permitindo que o contrato seja uma contraprestação. Não sendo permitindo que o contrato seja gratuito, pois se assim o for descaracterizará a figura do contrato de gratuito, pois se assim o for descaracterizará a figura do contrato de trabalho.trabalho.

7. CLASSIFICAÇÃO DOS 7. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTRATOS DE TRABALHOCONTRATOS DE TRABALHO

A) Tácito ou expressoA) Tácito ou expresso B) Verbal ou escritoB) Verbal ou escrito C) Por prazo indeterminadoC) Por prazo indeterminado D) Por prazo determinado.D) Por prazo determinado. E) Contrato de equipe (alguns doutrinadores o E) Contrato de equipe (alguns doutrinadores o

incluem na classificação). Também chamado de incluem na classificação). Também chamado de contrato plúrimo. contrato plúrimo.

ResolveResolve--se num feixe de contratos individuais. se num feixe de contratos individuais. Pressupõe que o trabalho não se possa realizar Pressupõe que o trabalho não se possa realizar senão mediante os esforços de uma equipe (ver senão mediante os esforços de uma equipe (ver art. 455, da CLT).art. 455, da CLT).

Contrato tácito ou expressoContrato tácito ou expresso

-- Como ocorre o contrato tácito. Como ocorre o contrato tácito. -- Há discussão das cláusulas contratuais?Há discussão das cláusulas contratuais? -- Há o consentimento nesse tipo de Há o consentimento nesse tipo de

relação de trabalho? Poderia ser de relação de trabalho? Poderia ser de emprego?emprego?

........................................................................ -- Como ocorre o contrato expresso.Como ocorre o contrato expresso. -- Pode ser escrito e verbal.Pode ser escrito e verbal.

Contrato Escrito e VerbalContrato Escrito e Verbal -- A CTPS assinada já é contrato escrito?A CTPS assinada já é contrato escrito? -- Da obrigação de certos contratos serem Da obrigação de certos contratos serem

escritos.escritos. .......................................... -- O art.443 da CLT autoriza expressamente que O art.443 da CLT autoriza expressamente que

o contrato de emprego seja verbal, respeitado o contrato de emprego seja verbal, respeitado as situações em que a lei exige que seja por as situações em que a lei exige que seja por escrito.escrito.

-- A ausência de CTPS assinada no prazo de A ausência de CTPS assinada no prazo de 48hs, devido a informalidade no contrato verbal.48hs, devido a informalidade no contrato verbal.

Contratos por prazo indeterminadoContratos por prazo indeterminado

-- Características.Características. -- Princípio da continuidade.Princípio da continuidade. -- Súmula 212 TST (prova de que não seja por Súmula 212 TST (prova de que não seja por

prazo indeterminado).prazo indeterminado). -- Interrupção e suspensão contratuais.Interrupção e suspensão contratuais. -- Estabilidade e garantias de empregos.Estabilidade e garantias de empregos. -- Efeitos rescisórios.Efeitos rescisórios. -- Somente por exceção, nos casos permitidos na Somente por exceção, nos casos permitidos na

Lei, é que se admite o contrato por prazo Lei, é que se admite o contrato por prazo determinado.determinado.

Contratos por prazo determinadoContratos por prazo determinado

-- Também chamado de contrato a termo.Também chamado de contrato a termo. -- Características.Características. -- Obrigatoriamente por escrito.Obrigatoriamente por escrito. -- Modalidades de contrato por prazo Modalidades de contrato por prazo

determinado: contrato de experiência, determinado: contrato de experiência, contrato da CLT, contrato da Lei 9.601/98, contrato da CLT, contrato da Lei 9.601/98, contrato temporário, contrato por obra contrato temporário, contrato por obra certa e contrato rural por pequeno prazo.certa e contrato rural por pequeno prazo.

MODALIDADES DO CONTRATO MODALIDADES DO CONTRATO POR PRAZO DETERMINADOPOR PRAZO DETERMINADO

* CONTRATO DE EXPERIÊNCIA:* CONTRATO DE EXPERIÊNCIA: -- Objetivo.Objetivo. -- Prazo (art. 445 parágrafo único, CLT)Prazo (art. 445 parágrafo único, CLT) -- Estabilidade no contrato de experiência.Estabilidade no contrato de experiência. -- Aviso prévio e multa do FGTS.Aviso prévio e multa do FGTS. -- Quando pode ser feito novo contrato de Quando pode ser feito novo contrato de

experiência com o mesmo empregado.experiência com o mesmo empregado. -- Estágio e contrato de experiência.Estágio e contrato de experiência. -- Cláusula assecuratória do direito de rescindir Cláusula assecuratória do direito de rescindir

antes do prazo.antes do prazo.

Contrato por prazo determinado do Contrato por prazo determinado do art. 443 CLTart. 443 CLT

-- Requisitos: serviço cuja natureza ou transitoriedade Requisitos: serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do prazo e atividades justifique a predeterminação do prazo e atividades empresariais de caráter transitório.empresariais de caráter transitório.

-- PrazoPrazo -- Prorrogação (art. 451)Prorrogação (art. 451) -- Contratos sucessivos (art. 452)Contratos sucessivos (art. 452) -- Aviso prévio (art. 487) e multa do FGTS. Aviso prévio (art. 487) e multa do FGTS. -- Empregador que rompe antes do prazo (art. 479 CLT e Empregador que rompe antes do prazo (art. 479 CLT e

art. 14 Decreto 99684/1990 art. 14 Decreto 99684/1990 –– Decreto regulamentador Decreto regulamentador do FGTS).do FGTS).

-- Contrato com cláusula assecuratória do direito Contrato com cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão.recíproco de rescisão.

-- Estabilidade.Estabilidade.

Contrato por prazo determinado da Contrato por prazo determinado da Lei 9.601/98Lei 9.601/98

-- Surgimento desse contrato (flexibilização).Surgimento desse contrato (flexibilização). -- Norma coletiva tem que autorizar.Norma coletiva tem que autorizar. -- A pouca utilização desse contrato.A pouca utilização desse contrato. -- Características:Características: -- somente permite admissões para acréscimo de pessoal.somente permite admissões para acréscimo de pessoal. -- pode o empregado ser contratado para quaisquer atividades na pode o empregado ser contratado para quaisquer atividades na

empresa;empresa; -- indenização por rescisão antecipada é a que consta na Convenção indenização por rescisão antecipada é a que consta na Convenção

Coletiva;Coletiva; -- admite várias prorrogações;admite várias prorrogações; -- gera estabilidade para o dirigente sindical, cipeiro, gestante e gera estabilidade para o dirigente sindical, cipeiro, gestante e

acidente do trabalho;acidente do trabalho; -- contratos sucessivos só com intervalo de 06 meses. contratos sucessivos só com intervalo de 06 meses.

Contrato de trabalho temporário Contrato de trabalho temporário ––Lei 6.019/74Lei 6.019/74

-- Conceito: aquele prestado por pessoa física a Conceito: aquele prestado por pessoa física a uma empresa para atender a necessidade uma empresa para atender a necessidade transitória de substituição de seu pessoal regular transitória de substituição de seu pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços.serviços.

-- Vínculo de emprego.Vínculo de emprego. -- Benefícios.Benefícios. -- Qual o perfil dos trabalhadores temporários.Qual o perfil dos trabalhadores temporários. -- Exemplos.Exemplos.

Contrato de trabalho temporário Contrato de trabalho temporário ––Lei 6.019/74Lei 6.019/74

Os elementos característicos dessa relação são: Os elementos característicos dessa relação são:

a) relação triangular, pois envolve a empresa de trabalho temporário, o a) relação triangular, pois envolve a empresa de trabalho temporário, o trabalhador e a empresa tomadora; trabalhador e a empresa tomadora;

b) o contrato não pode exceder a 3 meses, salvo autorização conferida pelo b) o contrato não pode exceder a 3 meses, salvo autorização conferida pelo órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência Social; órgão local do Ministério do Trabalho e Previdência Social;

Instrução Normativa 574 de 22.11.2007 da SRTInstrução Normativa 574 de 22.11.2007 da SRT estabeleceu que o contrato estabeleceu que o contrato poderá ser renovado, uma única vez, desde que a empresa tomadora ou poderá ser renovado, uma única vez, desde que a empresa tomadora ou cliente informe e justifique que: cliente informe e justifique que:

I I -- a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente excedeu ao prazo inicialmente previsto; e permanente excedeu ao prazo inicialmente previsto; e

II II -- as circunstâncias que geraram o acréscimo extraordinário dos serviços e as circunstâncias que geraram o acréscimo extraordinário dos serviços e ensejaram o contrato de trabalho temporário foram mantidas.ensejaram o contrato de trabalho temporário foram mantidas.

........

Contrato de trabalho temporário Contrato de trabalho temporário ––Lei 6.019/74Lei 6.019/74

É importante ressaltar que a empresa tomadora terá que requerer É importante ressaltar que a empresa tomadora terá que requerer 15 (quinze) dias antes do vencimento do contrato, a necessidade de 15 (quinze) dias antes do vencimento do contrato, a necessidade de prorrogação de forma justificada.prorrogação de forma justificada.

A empresa solicitante será notificada, pela Seção ou Setor de A empresa solicitante será notificada, pela Seção ou Setor de Relações do Trabalho Relações do Trabalho -- SERET, da concessão ou indeferimento da SERET, da concessão ou indeferimento da autorização. O chefe da SERET informará à chefia da fiscalização autorização. O chefe da SERET informará à chefia da fiscalização todos os requerimentos de prorrogação protocolizados e as todos os requerimentos de prorrogação protocolizados e as autorizações concedidas. autorizações concedidas.

c) somente é justificável em situações de necessidade transitória de c) somente é justificável em situações de necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou de acréscimo substituição de pessoal regular e permanente ou de acréscimo extraordinário de serviços, devendo constar no contratos quais extraordinário de serviços, devendo constar no contratos quais sejam essas (Lei 6019/74 e Decreto 73841/74). sejam essas (Lei 6019/74 e Decreto 73841/74).

D) somente se aplica no meio urbano;D) somente se aplica no meio urbano; E) os trabalhadores temporários são E) os trabalhadores temporários são

empregados da empresa de trabalho empregados da empresa de trabalho temporário, sendo competente a JT para dirimir temporário, sendo competente a JT para dirimir os conflitos.os conflitos.

* Responsabilidade da tomadora de serviços em * Responsabilidade da tomadora de serviços em relação ao pagamento dos direitos trabalhistas e relação ao pagamento dos direitos trabalhistas e da contribuição previdenciária.da contribuição previdenciária.

Contrato de trabalho temporário Contrato de trabalho temporário ––Lei 6.019/74Lei 6.019/74

O trabalhador temporário tem direito: O trabalhador temporário tem direito: a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados da a) remuneração equivalente à percebida pelos empregados da

mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculada a base mesma categoria da empresa tomadora ou cliente calculada a base horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário horária, garantida, em qualquer hipótese, a percepção do salário mínimo (art. 12, letra “a”, da Lei); mínimo (art. 12, letra “a”, da Lei);

b) a jornada de oito horas, remuneradas as horas extras não b) a jornada de oito horas, remuneradas as horas extras não excedentes de duas, com acréscimo de 50%; excedentes de duas, com acréscimo de 50%;

c) a férias proporcionais; c) a férias proporcionais; d) ao descanso semanal remunerado; d) ao descanso semanal remunerado; e) ao adicional noturno; e) ao adicional noturno; f) ao FGTS; f) ao FGTS; g) ao seguro contra acidente de trabalho; g) ao seguro contra acidente de trabalho; h) à proteção previdenciária; h) à proteção previdenciária; i) ao décimo terceiro salário. i) ao décimo terceiro salário.

Contrato por obra certa (Lei Contrato por obra certa (Lei 2.959/56)2.959/56)

-- É um contrato de emprego por prazo determinado, É um contrato de emprego por prazo determinado, tendo como empregador um construtor, que exerça a tendo como empregador um construtor, que exerça a atividade em caráter permanente e, como empregado, atividade em caráter permanente e, como empregado, um obreiro encarregado de realizar a obra certa ou um obreiro encarregado de realizar a obra certa ou serviço certo.serviço certo.

-- SubmeteSubmete--se as regras gerais do contrato por prazo se as regras gerais do contrato por prazo determinado da CLT.determinado da CLT.

-- EsgotaEsgota--se com o final da obra ou serviço contratado.se com o final da obra ou serviço contratado. -- Verbas rescisórias.Verbas rescisórias. -- Havendo rompimento antecipado pelo empregador, Havendo rompimento antecipado pelo empregador,

receberá o empregado a multa de 40% do FGTS (art. 14 receberá o empregado a multa de 40% do FGTS (art. 14 do Decreto 99.684/90). do Decreto 99.684/90).

Contrato Rural por pequeno prazoContrato Rural por pequeno prazo(Lei 11.718/2008)(Lei 11.718/2008)

-- O produtor rural pessoa física poderá O produtor rural pessoa física poderá realizar contratação de trabalhador rural realizar contratação de trabalhador rural por pequeno prazo para o exercício de por pequeno prazo para o exercício de atividade de natureza temporária.atividade de natureza temporária.

-- Prazo.Prazo. -- Inclusão obrigatória na GFIP.Inclusão obrigatória na GFIP. -- CTPS e contrato por escrito.CTPS e contrato por escrito. -- INSS e FGTS.INSS e FGTS. -- Direitos trabalhistas.Direitos trabalhistas.

8. PROVA DO CONTRATO DE TRABALHO8. PROVA DO CONTRATO DE TRABALHO(art. 456 CLT)(art. 456 CLT)

-- Súmula 12 TST (as anotações na CTPS Súmula 12 TST (as anotações na CTPS nao geral presunçao et de jure (de direito nao geral presunçao et de jure (de direito e por direito), mas juris tantum (que se e por direito), mas juris tantum (que se admite até prova em contrário). admite até prova em contrário).

-- Prova documental.Prova documental. -- Prova testemunhal.Prova testemunhal. -- Prova pericial.Prova pericial.

Jurisprudência sobre prova do Jurisprudência sobre prova do contrato de trabalhocontrato de trabalho

RECURSO DE REVISTA. ÔNUS DA PROVA. INVERSÃO. NULIDADE. RECURSO DE REVISTA. ÔNUS DA PROVA. INVERSÃO. NULIDADE. Não se verifica, Não se verifica, in in casu, casu, que o juizque o juiz--instrutor tenha impossibilitado à Reclamada a produção de prova a ratificar seu instrutor tenha impossibilitado à Reclamada a produção de prova a ratificar seu pleito. Constatapleito. Constata--se, isso sim, que houve apenas inversão da oitiva das testemunhas, ou seja, se, isso sim, que houve apenas inversão da oitiva das testemunhas, ou seja, primeiro a ré e suas testemunhas e logo após as do primeiro a ré e suas testemunhas e logo após as do de cujusde cujus. Assinale. Assinale--se, por imperioso, que a se, por imperioso, que a eg. Corte eg. Corte a quo a quo registrou que o Juiz da Vara do Trabalho analisou as provas em conjunto, registrou que o Juiz da Vara do Trabalho analisou as provas em conjunto, concluindo pela improcedência de alguns pedidos elencados na exordial. Inconsistente, portanto, concluindo pela improcedência de alguns pedidos elencados na exordial. Inconsistente, portanto, se mostra a alegação de que a inversão causou prejuízo irreparável à Recorrente, se mostra a alegação de que a inversão causou prejuízo irreparável à Recorrente, ex vi ex vi do artigo do artigo 794 da CLT. 794 da CLT. RELAÇÃO DE EMPREGO. CABELEIREIRO. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE RELAÇÃO DE EMPREGO. CABELEIREIRO. CONTRATO DE LOCAÇÃO DE CADEIRA. CADEIRA. O Tribunal O Tribunal a quo a quo reportoureportou--se aos documentos colacionados pela ora Recorrente ao se aos documentos colacionados pela ora Recorrente ao reconhecer a subordinação e a submissão do Reclamante a ela, Reclamada, bem como assinalou reconhecer a subordinação e a submissão do Reclamante a ela, Reclamada, bem como assinalou que dos contratos registrados em cartório imperiosa a conclusão de que o Autor somente poderia que dos contratos registrados em cartório imperiosa a conclusão de que o Autor somente poderia ser empregado. Destacou, outrossim, que a prova testemunhal revelou a submissão a horário, ser empregado. Destacou, outrossim, que a prova testemunhal revelou a submissão a horário, obrigatoriedade de presença ao local de trabalho e uso de uniforme. Verificaobrigatoriedade de presença ao local de trabalho e uso de uniforme. Verifica--se, portanto, ante se, portanto, ante essas singularidades factuais, que o Tribunal Regional se orientou pelo artigo 131 do CPC ao dar essas singularidades factuais, que o Tribunal Regional se orientou pelo artigo 131 do CPC ao dar os motivos que lhe formaram o convencimento, com expressa remissão ao exame da prova. os motivos que lhe formaram o convencimento, com expressa remissão ao exame da prova. Assim, para se modificar a decisão recorrida imprescindível o reexame dos fatos e provas dos Assim, para se modificar a decisão recorrida imprescindível o reexame dos fatos e provas dos autos, procedimento vedado pela Súmula 126 do TST. autos, procedimento vedado pela Súmula 126 do TST.

..........

Processo: Processo: EDED--RR RR -- 736595736595--63.2001.5.02.5555 63.2001.5.02.5555 Data de Julgamento: Data de Julgamento: 04/02/2009, 04/02/2009, Relator Relator Ministro:Ministro: Horácio Raymundo de Senna Pires, 6ª Turma, Horácio Raymundo de Senna Pires, 6ª Turma, Data de Divulgação: DEJT Data de Divulgação: DEJT 13/02/2009 13/02/2009

Jurisprudência sobre prova do Jurisprudência sobre prova do contrato de trabalhocontrato de trabalho

Acórdão Acórdão -- Processo 0129400Processo 0129400--79.2007.5.04.0812 (RO) 79.2007.5.04.0812 (RO) Redator:Redator: LEONARDO MEURER BRASILLEONARDO MEURER BRASILData:Data: 26/08/201026/08/2010 Origem:Origem: 2ª Vara do Trabalho de Bagé EMENTA: 2ª Vara do Trabalho de Bagé EMENTA: VÍNCULO DE EMPREGO. Hipótese em que o reclamante vendia carnês do VÍNCULO DE EMPREGO. Hipótese em que o reclamante vendia carnês do Baú da Felicidade, trabalhando, pois, em atividadeBaú da Felicidade, trabalhando, pois, em atividade--fim da empresa fim da empresa reclamada. Presentes os elementos caracterizadores do vínculo de reclamada. Presentes os elementos caracterizadores do vínculo de emprego, previstos no artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho, em emprego, previstos no artigo 3º da Consolidação das Leis do Trabalho, em relação à empresa B. F. Utilidades Domésticas Ltda. Provimento relação à empresa B. F. Utilidades Domésticas Ltda. Provimento negado. negado. (...) (...)

Acórdão Acórdão -- Processo 0134300Processo 0134300--82.2007.5.04.0561 (RO) 82.2007.5.04.0561 (RO) Redator:Redator: ANA LUIZA HEINECK KRUSEANA LUIZA HEINECK KRUSEData:Data: 09/09/201009/09/2010 Origem:Origem: Vara do Trabalho de Carazinho EMENTA: DO Vara do Trabalho de Carazinho EMENTA: DO VÍNCULO DE EMPREGO. Negado em defesa o vínculo de emprego mediante VÍNCULO DE EMPREGO. Negado em defesa o vínculo de emprego mediante alegação de fato impeditivo do direito do autor alegação de fato impeditivo do direito do autor -- relação de natureza relação de natureza comercial comercial -- , é do réu o ônus da prova, forte no que dispõem o artigo 818 , é do réu o ônus da prova, forte no que dispõem o artigo 818 da CLT e o art. 333, II, do CPC, mormente ter havido registro de contrato da CLT e o art. 333, II, do CPC, mormente ter havido registro de contrato de trabalho antes e após o período controverso. de trabalho antes e após o período controverso. (...) (...)

9. CTPS (arts. 13 a 56 da CLT)9. CTPS (arts. 13 a 56 da CLT)

-- ObjetivoObjetivo -- Emissão da CTPS: localidades onde não é emitida, o empregado que não Emissão da CTPS: localidades onde não é emitida, o empregado que não

a possuir poderá ser admitido até o limite de 30 dias, ficando o empregador a possuir poderá ser admitido até o limite de 30 dias, ficando o empregador obrigado a liberáobrigado a liberá--lo para fazêlo para fazê--la). la).

-- Prazo para assinarPrazo para assinar -- O que tem que ser anotado na CTPS do trabalhador em cada contrato de O que tem que ser anotado na CTPS do trabalhador em cada contrato de

trabalho (se pessoa fisica o empregador: o seu nome, o n. no CEI e trabalho (se pessoa fisica o empregador: o seu nome, o n. no CEI e endereço; se pessoa juridica: nome, CNPJ e o endereço; cargo, data de endereço; se pessoa juridica: nome, CNPJ e o endereço; cargo, data de admissão e o salário. admissão e o salário.

Se for pago alguma comissão, adicional, etc, também deve constar na CTPS. Se for pago alguma comissão, adicional, etc, também deve constar na CTPS. -- Anotações desabonadoras (art. 29 da CLT)Anotações desabonadoras (art. 29 da CLT) -- Extravio da CTPSExtravio da CTPS -- Furto da CTPSFurto da CTPS -- Emissão da segunda via. Emissão da segunda via. -- CTPS cheia.CTPS cheia.

10. CLÁUSULAS ESPECIAIS DOS 10. CLÁUSULAS ESPECIAIS DOS CONTRATOS DE TRABALHOCONTRATOS DE TRABALHO

A) A) Cláusula de nãoCláusula de não--concorrênciaconcorrência A cláusula de nãoA cláusula de não--concorrência tem sua origem no Direito norteconcorrência tem sua origem no Direito norte--

americano. Embora inexista no Direito brasileiro regulamentação americano. Embora inexista no Direito brasileiro regulamentação legal sobre a matéria, já começaram a aparecer aplicações práticas legal sobre a matéria, já começaram a aparecer aplicações práticas das referidas cláusulas nos contratos individuais de trabalho.das referidas cláusulas nos contratos individuais de trabalho.

No modelo norteNo modelo norte--americano, o empregado, ao assinar um contrato americano, o empregado, ao assinar um contrato contendo uma cláusula de nãocontendo uma cláusula de não--concorrência, se compromete a não concorrência, se compromete a não competir com o empregador, da forma mais ampla possível, ou seja, competir com o empregador, da forma mais ampla possível, ou seja, o empregado fica proibido, tanto durante como após a cessação do o empregado fica proibido, tanto durante como após a cessação do contrato de trabalho, de laborar em outra empresa que explore contrato de trabalho, de laborar em outra empresa que explore negócio de natureza similar, seja na condição de empregado, negócio de natureza similar, seja na condição de empregado, prestador de serviços, parceiro, investidor ou mesmo sócio. prestador de serviços, parceiro, investidor ou mesmo sócio.

No dizer de Sérgio Pinto Martins, a cláusula de nãoNo dizer de Sérgio Pinto Martins, a cláusula de não--concorrência concorrência ""envolve a obrigação pela qual o empregado se compromete a não envolve a obrigação pela qual o empregado se compromete a não praticar pessoalmente ou por meio de terceiro ato de concorrência praticar pessoalmente ou por meio de terceiro ato de concorrência para com o empregadorpara com o empregador“. “.

-- O dever de fidelidade constitui um dos deveres O dever de fidelidade constitui um dos deveres que o empregado tem em relação ao que o empregado tem em relação ao empregador. empregador.

-- Todavia, há hipóteses em que o empregador Todavia, há hipóteses em que o empregador ajusta expressamente com o empregado um ajusta expressamente com o empregado um pacto de nãopacto de não--concorrência, pagandoconcorrência, pagando--lhe, em lhe, em contraprestação determinado valor.contraprestação determinado valor.

-- Pode se exigir a nãoPode se exigir a não--concorrência na fase pósconcorrência na fase pós--contratual?contratual?

Jurisprudência sobre cláusula de Jurisprudência sobre cláusula de nãonão--concorrênciaconcorrência

""Cláusula de nãoCláusula de não--concorrência. Validade. A cláusula de nãoconcorrência. Validade. A cláusula de não--concorrência foi concorrência foi estabelecida por tempo razoável e houve pagamento de indenização. Logo, está estabelecida por tempo razoável e houve pagamento de indenização. Logo, está dentro dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. É, portanto, dentro dos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. É, portanto, considerada válida. Não há dano moral a ser reparadoconsiderada válida. Não há dano moral a ser reparado" (TRT " (TRT –– 2ª Região 2ª Região –– Proc. Proc. 0224302243--20002000--381381--0202--0000--9 9 –– Ac. 20040281579 Ac. 20040281579 –– 3ª T.3ª T.–– Rel. Juiz Sérgio Pinto Martins. Rel. Juiz Sérgio Pinto Martins. –– DOE 08.06.2004).DOE 08.06.2004).

""Cláusula de não concorrência. Cumprimento após a rescisão contratual. Ilegalidade. Cláusula de não concorrência. Cumprimento após a rescisão contratual. Ilegalidade. A ordem econômica é fundada, também, na valorização do trabalho, tendo por fim A ordem econômica é fundada, também, na valorização do trabalho, tendo por fim assegurar a todos existência digna, observando dentre outros princípios a busca do assegurar a todos existência digna, observando dentre outros princípios a busca do pleno emprego. Pelo menos, assim está escrito no art. 170, inciso VIII, da pleno emprego. Pelo menos, assim está escrito no art. 170, inciso VIII, da Constituição. O art. 6º do diploma deu ao trabalho grandeza fundamental. A força de Constituição. O art. 6º do diploma deu ao trabalho grandeza fundamental. A força de trabalho é o bem retribuído com o salário e assim meio indispensável ao sustento trabalho é o bem retribuído com o salário e assim meio indispensável ao sustento próprio e familiar, tanto que a ordem social tem nele o primado para alcançar o bempróprio e familiar, tanto que a ordem social tem nele o primado para alcançar o bem--estar e a justiça sociais. Finalmente, o contrato de trabalho contempla direitos e estar e a justiça sociais. Finalmente, o contrato de trabalho contempla direitos e obrigações que se encerram com sua extinção. Por tudo, cláusula de não obrigações que se encerram com sua extinção. Por tudo, cláusula de não concorrência que se projeta para após a rescisão contratual é nula de pleno direito, a concorrência que se projeta para após a rescisão contratual é nula de pleno direito, a teor do que estabelece o artigo 9º da Consolidação das Leis do Trabalhoteor do que estabelece o artigo 9º da Consolidação das Leis do Trabalho" (TRT " (TRT –– 2ª 2ª Região Região –– Proc. 20010487101 Proc. 20010487101 –– Ac. 20020079847 Ac. 20020079847 –– 8ª T. 8ª T. –– Rel. Juiz José Carlos da Rel. Juiz José Carlos da Silva Arouca. Silva Arouca. –– DOE 05.03.2002). DOE 05.03.2002).

B) B) Cláusula de nãoCláusula de não--divulgaçãodivulgação A cláusula de nãoA cláusula de não--divulgação somente tem validade se a informação que se visa divulgação somente tem validade se a informação que se visa

proteger é realmente confidencial ou referente a segredo do negócio. proteger é realmente confidencial ou referente a segredo do negócio.

De acordo com a "doutrina da divulgação inevitável“,referida cláusula pode ser De acordo com a "doutrina da divulgação inevitável“,referida cláusula pode ser oposta até mesmo em relação àquelas pessoas que não subscreveram acordos oposta até mesmo em relação àquelas pessoas que não subscreveram acordos formais de nãoformais de não--concorrência ou nãoconcorrência ou não--divulgação, mas que tiveram acesso, no curso divulgação, mas que tiveram acesso, no curso do contrato de trabalho, a informações confidenciais ou privilegiadas. Tal o que do contrato de trabalho, a informações confidenciais ou privilegiadas. Tal o que ocorreu, por exemplo, no famoso caso Pepsico, Inc. vs. Redmond, no qual a Corte de ocorreu, por exemplo, no famoso caso Pepsico, Inc. vs. Redmond, no qual a Corte de Apelação de Illinois (Estados Unidos) manteve a liminar que proibia um alto Apelação de Illinois (Estados Unidos) manteve a liminar que proibia um alto empregado da Pepsi, com acesso a informações privilegiadas sobre bebidas empregado da Pepsi, com acesso a informações privilegiadas sobre bebidas energéticas da Pepsi, de exercer uma função similar na Quaker Oats, distribuidora energéticas da Pepsi, de exercer uma função similar na Quaker Oats, distribuidora das bebidas Gatorade e Snapple. Entendeu a Corte que o fato do exdas bebidas Gatorade e Snapple. Entendeu a Corte que o fato do ex--gerente da Pepsi gerente da Pepsi aceitar a oferta da Quaker Oats deixava entrever a sua predisposição em fazer mal aceitar a oferta da Quaker Oats deixava entrever a sua predisposição em fazer mal uso dos segredos comerciais da Pepsi.uso dos segredos comerciais da Pepsi.

* Exemplo: filme “O Informante”* Exemplo: filme “O Informante”

C) C) Cláusula de nãoCláusula de não--solicitaçãosolicitação A cláusula de nãoA cláusula de não--solicitação visa, geralmente, solicitação visa, geralmente,

proibir exproibir ex--empregados de solicitar clientes ou empregados de solicitar clientes ou recrutar empregados do seu antigo empregador. recrutar empregados do seu antigo empregador. É comezinho que a cláusula de nãoÉ comezinho que a cláusula de não--solicitação, solicitação, para que seja considerada válida, deve atender para que seja considerada válida, deve atender ao princípio da razoabilidade, isto é, deve ao princípio da razoabilidade, isto é, deve colimar a proteção de um interesse específico do colimar a proteção de um interesse específico do empregador, possuir duração limitada e estar empregador, possuir duração limitada e estar restrita a determinada zona geográfica.restrita a determinada zona geográfica.

D) D) Cláusula de duração mínima Cláusula de duração mínima Cláusula de duração mínima corresponde a uma garantia Cláusula de duração mínima corresponde a uma garantia

mínima de duração do contrato de trabalho. Não se mínima de duração do contrato de trabalho. Não se confundem os contratos que contêm cláusula de duração confundem os contratos que contêm cláusula de duração mínima com contrato por tempo determinado. A rigor, mínima com contrato por tempo determinado. A rigor, geralmente tais cláusulas são estipuladas em ajustes por geralmente tais cláusulas são estipuladas em ajustes por tempo indeterminado. tempo indeterminado.

Geralmente, a cláusula de duração mínima é Geralmente, a cláusula de duração mínima é estabelecida em benefício do empregado, mas pode estabelecida em benefício do empregado, mas pode acontecer de ser fixada em prol do empregador. acontecer de ser fixada em prol do empregador.

Neste último caso, perguntaNeste último caso, pergunta--se: é possível obrigarse: é possível obrigar--se o se o empregado a permanecer no emprego por um tempo empregado a permanecer no emprego por um tempo mínimo previamente ajustado? mínimo previamente ajustado?