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CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 040 /2010 NOME DA INSTITUIÇÃO: REDE ENERGIA S.A AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL ATO REGULATÓRIO: (Especificar Nome/Tipo, nº e data, caso existam) EMENTA (Caso exista): CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS IMPORTANTE: Os comentários e sugestões referentes às contribuições deverão ser fundamentados e justificados, mencionando-se os artigos, parágrafos e incisos a que se referem, devendo ser acompanhados de textos alternativos e substitutivos quando envolverem sugestões de inclusão ou alteração, parcial ou total, de qualquer dispositivo. TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

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CONTRIBUIÇÕES REFERENTE À AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº 040 /2010

NOME DA INSTITUIÇÃO: REDE ENERGIA S.A

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL

ATO REGULATÓRIO: (Especificar Nome/Tipo, nº e data, caso existam)

EMENTA (Caso exista):

CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS

IMPORTANTE: Os comentários e sugestões referentes às contribuições deverão ser fundamentados e justificados, mencionando-se os artigos, parágrafos e incisos a que se referem, devendo ser acompanhados de textos alternativos e substitutivos quando envolverem sugestões de inclusão ou alteração, parcial ou total, de qualquer dispositivo.

TEXTO/ANEEL TEXTO/INSTITUIÇÃO JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

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CONTRIBUIÇÕES RECEBIDAS IMPORTANTE: Os comentários e sugestões referentes às contribuições deverão ser fundamentados e justificados, mencionando-se os artigos, parágrafos e incisos a que se referem, devendo ser acompanhados de textos alternativos e substitutivos quando envolverem sugestões de inclusão ou alteração, parcial ou total, de qualquer dispositivo.

PROPOSTA AP 040 – ANO TESTE - TEXTO/ANELL

TEXTO/INSTITUIÇÃO - PROPOSTA

JUSTIFICATIVA/INSTITUIÇÃO

Submódulo 2.1 - Proret Procedimentos Gerais 1. Da formação da Receita Requerida. 53. A Receita Verificada corresponde à receita obtida

considerando-se as tarifas vigentes de fornecimento,

suprimento e uso do sistema de distribuição na data da revisão

em processamento e o consumo de energia elétrica e de

demanda verificados nos doze meses anteriores à data da

revisão..

53. A Receita Verificada corresponde à receita obtida

considerando-se as tarifas vigentes de fornecimento,

suprimento e uso do sistema de distribuição e o consumo de

energia elétrica e de demanda projetados para os doze meses

seguintes à data da revisão.

Para o 3CRTP a proposta da ANEEL muda

radicalmente o conceito de Ano Teste ao

substituir a visão prospectiva, levada a efeito nos

dois ciclos tarifários, por uma abordagem

retrospectiva no calculo da Receita Requerida e

Fator X, trazendo, por decorrência:

Ano teste passa a ter como referencia

os 12 meses anteriores à data da

revisão.

Com a abordagem retrospectiva do

mercado de referencia, o calculo da

Parcela A (VPA) da receita requerida na

revisão tarifária periódica será igual ao

calculo VPA no reajuste tarifário anual.

Dada a defasagem entre o período de

referência da construção da tarifa (ano

anterior) e sua aplicação (ano posterior),

a parcela VPB da Receita Requerida

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será corrigida pela retirada do ganho

potencial de produtividade já no

momento da revisão tarifaria, via

componente P do Fator X.

Como se vê, a alteração proposta substitui a

necessidade de projetar o mercado e de outras

variáveis, via o método do Fluxo de Caixa

Descontado (FDC), pelo cálculo e aplicação de

uma medida de produtividade no

reposicionamento tarifário para compartilhar os

ganhos de produtividade, via o componente P do

Fator X, obtido através do método da

Produtividade Total dos Fatores (PTF), alterando

de forma intensa o que foi feito nos ciclos

anteriores tanto do ponto de vista de construção como do momento de sua aplicação, como

ilustra o Desenho adiante(*).

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(*)

Em que pese toda a discussão sobre a validade da

revisão total do conceito de Ano Teste proposta

pelo Regulador, com destaque aos aspectos da

Insegurança Jurídica e Regulatória (1), dentre

outras, a REDE ENERGIA apresenta a seguir sua

contribuição a AP 040/2010 no tocante ao tema

Ano Teste.

A ANEEL no âmbito da AP 040 está propondo

uma mudança na metodologia do ano-teste

projetado para o ano-teste realizado. A REDE

ENERGIA entende que esta proposta não é

coerente, pois tem que ser compatibilizado com o

cálculo do fator X, o qual, esta concessionária

1 Sobre essas questões a ABRADEE encaminhou uma contribuição especifica para a presente Audiência publica.

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propõe que seja “ex-ante” e aplicado somente no

primeiro ano do reajuste, conforme determina o

Contrato de Concessão (contribuição referente ao

Fator X encontra-se no tópico correspondente).

2. Da aplicação do cálculo da produtividade no momento do reposicionamento tarifário. 39. A Receita Requerida Final será composta pela Parcela A e

Parcela B, referenciadas para o mercado do Ano-Teste, sendo

que:

I – a Parcela A será obtida pelo somatório dos custos relativos

aos encargos setoriais, encargos de transmissão e de

distribuição e de compra de energia; e

II – a Parcela B será obtida pelo somatório dos custos

eficientes de administração, operação e manutenção, da

remuneração líquida do capital e da quota de reintegração

regulatória. Aplicando-se o índice de produtividade como

redutor dos valores de Parcela B no cálculo da Receita

Requerida Final.

39. A Receita Requerida Final será composta pela Parcela A

e Parcela B, referenciadas para o mercado do Ano-Teste,

sendo que:

I – a Parcela A será obtida pelo somatório dos custos

relativos aos encargos setoriais, encargos de transmissão e

de distribuição e de compra de energia; e

II – a Parcela B será obtida pelo somatório dos custos

eficientes de administração, operação e manutenção, da

remuneração líquida do capital e da quota de reintegração

regulatória.

A REDE ENERGIA ao não concordar com a

proposta da ANEEL de que a formação da Receita

Requerida tenha como conceito o mercado

realizado,também não concorda que o desconto

da produtividade seja aplicado no momento da

revisão tarifária.

Assim, se solicita como se verá na contribuição

especifica sobre o Fator X que se retorne, para o

seu calculo da produtividade, a visão prospectiva

via o método do FCD, conforme ilustra o desenho

adiante(*).

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(*)

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Submódulo 2.2 Custos operacionais 1. Da atualização da ER do 2CRTP 1.1. Ganhos passados de produtividade.

21. A partir da taxa média anual de crescimento do produto

calculada pela equação (2), define-se o índice de produtividade

anual a ser utilizado na atualização dos custos operacionais

do 2CRTP, de acordo com a tabela a seguir.

21. Será aplicado e, de forma indistinta, sobre a taxa anual de

crescimento do produto, representada pela movimentação de

consumidores e redes intra ciclo, um índice anual de produtividade

de 1,489%, percentual relativo ao compartilhamento do ganho de

50% da eficiência media do setor no 2CRTP, a ser entregue a

modicidade tarifaria.

O objetivo principal desta contribuição é a de

aprimorar o modelo de Empresa de

Referência (ER) utilizado nos ciclos tarifários

anteriores das concessionárias de

distribuição de energia elétrica, de modo a

subsidiar a definição dos custos

operacionais regulatórios no 3CRTP

evitando-se o risco de: ou suscitar uma

mudança radical de metodologia (novo

aprendizado) para o 3CRTP, como é a

proposta atual da ANEEL em Audiência

Pública, ou manter a mesma metodologia

para o 3CRTP com os mesmos problemas

do aprendizado regulatório dos ciclos

anteriores, o que é por contraditório.

Posto isto, a Rede Energia entende que a

melhor alternativa é a manutenção para o

3CRTP da metodologia dos ciclos anteriores

porem com aprimoramentos do modelo

paramétrico de ER que minimizem os

problemas ligados a credibilidade dos

resultados, conforme caracterizados nas

contribuições adiante.

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Ressalta-se, no entanto, que a opção de um

modelo não paramétrico para a valoração

dos custos operacionais deve ser estimulada

e implementada quando as variáveis

relevantes selecionadas e suas interações

dentro do modelo traduzir certa robustez nos

resultados encontrados. Esta meta devera

ser perseguida ao longo do 3CRTP e sua

eventual aplicação no 4CRTP.

A análise dos ganhos de produtividade

mede a relação produto /insumo ao longo do

tempo. Na análise que se faz, os insumos

são os custos operacionais reais das

distribuidoras e os produtos são

representados pelo número de unidades

consumidoras e a extensão da rede de

distribuição.

Para definição do índice de produtividade a

ser utilizado para atualização dos custos

operacionais definidos no 2CRTP, será

considerada: a evolução técnica observada

no período de análise e o nível de

crescimento do produto (unidades

consumidoras e extensão das redes de

distribuição).

A partir da taxa média anual de crescimento

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do produto, define-se o índice de

produtividade anual a ser utilizado na

atualização dos custos operacionais do

2CRTP, de acordo com a tabela a seguir.

Taxa anual Índice de de

crescimento Produtivida

de do produto Anual

0% ≤ ≤ 2% 0% 2% < ≤ 4% 1% 4% < ≤ 6% 3% 6% < ≤ 8% 5% 8% < ≤ 10% 7%

> 10% 9%

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Da analise sobre o índice de produtividade

anual, a Rede Energia procede aos

seguintes comentários:

a) A fonte de dados utilizada para o

fator de produtividade tem distorções

na valoração dos custos

operacionais reais:

- Seja pela própria empresa

por interpretação de

preenchimento diferenciada;

- Seja pelo regulador ao

expurgar determinadas

rubricas de custos que

constam da Empresa de

referencia.

b) Alem da fonte de dados, a amostra e

forma de tratamento também

apresentam problemas:

- Exclusão das

concessionárias menores da

amostra.

- Impacto: redução

de 50% no índice

médio de

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produtividade anual.

- Exclusão de crescimentos

atípicos de redes / clientes

na formação taxa média

anual de crescimento do

produto para fins de calculo

do índice de produtividade

anual.

- Destaque:

Programa Luz para

Todos. Distorce o

cálculo da

produtividade, para

cima, por agregar

novas redes

/clientes sem que o

custo varie em igual

proporção de uma

expansão normal.

- Impacto: redução

de 15% no índice

médio de

produtividade anual.

Desta forma, a Rede Energia solicita que as

mensurações dos ganhos passados de

produtividade para efeito de transferência a

modicidade tarifaria sejam efetuadas com

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melhorias das variáveis e depuração dos

dados ao longo do 3CRTP e que sua

aplicação ocorra a partir do 4CRTP, se os

resultados se mostrarem consistentes.

No entanto, para o 3CRTP a Rede Energia

sugere que a premissa da transferência para

modicidade tarifaria do ganho passado de

produtividade sobre a movimentação de

ativos e clientes, seja mantida através do

retorno do modelo de compartilhamento do

ganho de produtividade obtido pela

eficiência media do setor observado no

ultimo ciclo tarifário. Tal proposta esta

aderente com o que vinha sendo realizado

desde o 1º ciclo revisional, via Fator X, como

adiante descrito: (Ver Nota Técnica

350/2007-SRE/ANEEL, de 12/12/2007, §§

90 e 123, fls 17 e 23.)

“Assim, de acordo com o modelo de

regulação adotado, os custos

operacionais são definidos no

momento da revisão tarifária

utilizando-se a Empresa de

Referência, que busca estabelecer

uma referência de eficiência ao

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adotar os padrões médios das

empresas, porém a preços de

mercado. Por esse modelo, não se

utiliza necessariamente um método

de média, mas certamente não se

trata de fronteira de eficiência. Não se busca então através da Empresa de Referência capturar todos os ganhos de eficiência das empresas e sim os ganhos médios do setor. Por esse

mecanismo, todos têm o estímulo a

aumentar sua eficiência durante o

ciclo de modo a maximizar seus

ganhos... Por fim, uma vez

conhecido o ganho médio de

produtividade das empresas resta

definir qual o tratamento regulatório

a ser adotado”.

E continua “Para isso, propõe-se a

utilização de um índice de referencia

de produtividade médio do setor de

1,35%, de modo a compartilhar com

os consumidores 50% do ganho

esperado de produtividade”.

Posto isto, a Rede Energia sugere que a

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ANEEL firme em seus métodos quantitativos

as diretrizes conceituais estabelecidas nos

últimos anos para o compartilhamento da

produtividade pela eficiência média do setor

adotando indistintamente para as

concessionárias um índice anual de

produtividade de 1,489% a ser entregue a

modicidade tarifaria. Tal índice tem com

referencia uma taxa media anual de

crescimento observada de produto – redes e

consumidores – de 5% no ciclo anterior (vide

tabela da ANEEL: Taxa Anual de

Crescimento do Produto),e com

compartilhamento de 50% do ganho médio

de produtividade observada de 3%.

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1.2. Custos Adicionais. 22. Para fins de reposicionamento, o valor de custos operacionais a

ser considerado na data base do 3CRTP levará em consideração o

custo definido no 2CRTP, a variação dos índices de inflação, o

crescimento do produto e os ganhos de produtividade observados no

período de análise, conforme equação a seguir.

( ) ( )⎥⎥

⎢⎢

⎡−×

⎟⎟⎟

⎜⎜⎜

⎛×+

⎥⎥

⎢⎢

⎡−×⎟

⎜⎜

⎛×= n

fat

comfat

n

rede

morede

aauccoUCkm

cokmCO ρρ 11 )2(

)2()3(

)2(

)2(

&)3(

3

22. Para fins de reposicionamento, o valor de custos

operacionais a ser considerado na data-base do 3CRTP

levará em consideração o custo definido no 2CRTP, a

variação dos índices de inflação, o crescimento do produto e

os ganhos de produtividade, além dos custos adicionais

observados no período de análise, conforme equação a

seguir.

( )a fatn

rede

morede UCkm

cokmCO ⎢⎢

⎡×+

⎥⎥

⎢⎢

⎡−×⎟

⎜⎜

⎛×= ρ1 )3(

)2(

)2(

&)3(

3

Pela proposta da ANEEL, é de supor a

princípio, que: primeiro, não ocorreram

novos custos complementares no período

compreendido entre aqueles custos

determinados no 2CRTP e o que será

definido no 3CRTP e, segundo, a ER do

2CRTP foi dimensionada adequadamente

não existindo, portanto, qualquer reparo nas

suas premissas e/ou regras de calculo.

Na medida em que a Rede Energia discorda

com tais considerações, a sua contribuição

vai alem de uma simples solicitação de

complementação de custos adicionais a ER

“blindada” do 2CRTP. Na verdade, a

contribuição da Rede Energia sugere

aperfeiçoamentos ao modelo da ER do

2CRTP a ser definida para o 3CRTP como

descrito a seguir.

Sobre o primeiro aspecto – que não

ocorreram novos custos complementares no

período compreendido entre aqueles custos

determinados no 2CRTP e o que será

definido no 3CRTP - cabe comentar que não

parece correta a desconsideração, pela

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proposta da ANEEL, de novos custos

complementares no período compreendido

entre aqueles custos determinados no 2º

CRTP e o que será definido no 3º CRTP

principalmente se vinculados às Obrigações

Legais e ou Mutações na Regulamentação.

Até o momento desta contribuição algumas

novas exigências regulatórias já fazem parte

da realidade das concessionárias e não

foram consideradas na ER do 2º CRTP.

Destacam-se algumas a seguir:

I. Obrigação de suspensão do fornecimento de energia (corte) em prazo Máximo de 90 dias (Resolução nº 414/2010). Esta

obrigação será importantíssima

dentro do processo de melhoria da

ER. A partir das exigências previstas

nos regulamentos que regem a

matéria, deverá ser revisada a forma

de parametrização dos custos de

processos comerciais em geral–

serviços técnicos, a menos do

combate as perdas não técnicas, e

de atendimento a consumidores -

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incorporando ao modelo as

melhores práticas de gestão

comercial, inclusive a intensa

terceirização observada nos

processos comerciais. Talvez ate as

concessionárias devam ser

clusterizadas, em função da maior

ou menor intervenção comercial;

II. Obrigação de nova estrutura de atendimento emergencial em campo face aos tempos exíguos estipulados pelas metas de DIC /FIC /DMIC do Módulo 8 do Prodist. Também aqui esta

obrigação será importantíssima

dentro do processo de melhoria da

ER. A definição dos custos de

operação e manutenção de campo

deverá levar em consideração a

qualidade exigida do prestador do

serviço considerando, alem do maior

ou menor tempo de deslocamento,

as características das áreas de

concessão o que ensejaria uma

discussão sobre produtividades e

freqüências de intervenções na rede

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da distribuidora. Ressalta-se que

nos ciclos anteriores, tal assunto foi

todo codificado através de

paramétricas de valores

rigorosamente iguais para todas as

áreas de concessão.

III. Obrigação de atendimento de 100% das ligações telefônicas no Call Center com um tempo de espera máxima de 60 segundos (Decreto nº 6523 e Portaria nº 2014); Outro tema importante para a

uma discussão mais global. A

definição dos custos de

Teleatendimento deverá levar em

consideração a qualidade do

prestador do serviço versus as

características das áreas de

concessão o que ensejaria uma

discussão sobre tempo e

freqüências de chamadas, alem de

mudança relevante no mix de

ligações entre fixo e móvel.

IV. Combate as perdas não técnicas. Embora o Regulador

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desconsidere a inclusão de recursos

adicionais para o combate as perdas

não técnicas no 3CRTP, com o

argumento que tais recursos já estão

definidos na ER do 2CRTP, a Rede

Energia acredita que dada o

aumento da complexidade da área

de concessão intra-ciclo, ao forte

comprometimento demonstrado pelo

prestador do serviço no combate as

perdas não técnicas, a meta

regulatória agressiva para o 2CRTP

e uma nova meta regulatória para o

3CRTP mais restritiva devera

ensejar, eventualmente, novos

recursos. (Ver detalhes na

contribuição sobre o tema “Perdas

de Energia”)

Posto isto, a proposta da ANEEL de “blindar”

a ER do 2CRTP, após os ajustes sugeridos

pela Nota Técnica nº 265, não se mostra

compatível com a própria dinâmica da

regulamentação, onde novas resoluções são

implementadas pela própria ANEEL visando

a melhoria contínua do fornecimento de

energia elétrica.

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Sobre o segundo aspecto – que a ER do

2CRTP foi dimensionada adequadamente

não existindo, portanto, qualquer reparo nas

suas premissas e/ou regras de calculo -

cabe registrar, inicialmente, que a

Resolução nº 338, de 25 de novembro de

2008, previa os critérios de cálculo de outros

custos complementares necessários ao

funcionamento da ER e, por ela não

contemplados, e que estavam relacionados

ao atendimento específico de conformidade

legal e outros específicos de peculiaridades

devidas às condições geo-econômicas de

cada área de concessão.

Neste aspecto, observa-se, por um lado, que

nem todas as obrigações legais vigentes a

época do processo do 2CRTP foram

incorporadas e, por outro lado, nem todas as

especificidades da área de concessão foram

adequadamente incorporadas ou, mesmo

nem foram contempladas na ER.

Nas diversas manifestações das

concessionárias em seus processos

individuais de revisão tarifária apontaram-se

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subdimensionamentos ou mesmo a

desconsideração de custos para algumas

das atividades técnicas e comerciais

relevantes de campo. Citam-se, por

exemplo: a exclusão de eletricistas para o

combate às perdas não técnicas nos

consumidores do Grupo A, o fracionamento

dos meios físicos, equipes e veículos, nos

processos de redes e subestações com

relevantes impactos nas concessionárias de

menor porte e o subdimensionamento da

manutenção dos ativos de uso prolongado,

dentre outros.

Evidencia-se ainda que, gastos relacionados

com o Conselho de consumidores e

Indenização de danos elétricos custos não

gerenciáveis pela concessionária, ambas as

considerações regulatórias sequer foram

contemplados pela ER.

É importante registrar que tais

subdimensionamentos estão vinculados,

basicamente, à área fim do serviço de

distribuição de energia com impactos nos

índices de qualidade de atendimento ao

consumidor.

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Quanto a área meio relacionada com a

estrutura de gestão regionalizada, a Rede

Energia considera que é possível o seu

aprimoramento principalmente com o intuito

de diminuir a discricionariedade na definição

de suas quantidades e portes das Gerencias

Regionais nos processos tarifários. Neste

ponto, deverão ser incorporados parâmetros

objetivos para sua distribuição e definição

dos portes levando em consideração, dentre

outros, tamanho da área de concessão,

concentração de consumidores e ativos,

melhores práticas de gestão das

distribuidoras, regiões de influência das

principais cidades de cada área de

concessão, dificuldades de deslocamento

das equipes de campo, etc. Registra-se que

o aumento das atividades de campo via

novas exigências regulatórias devem

remontar uma nova estrutura regionalizada

mais robusta para as atividades de

programação e controle das atividades de

campo.

Quanto à outra área meio relacionada com a

estrutura de gestão centralizada, a Rede

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Energia coerente com a sua proposta de

implementação dos métodos não

paramétricos a partir do 4CRTP considera

que eventual proposta de mudança de

premissas e regras de calculo para o seu

redimensionamento traria muito ruído e

pouco beneficio ao processo do 3CRTP e,

por isso, não sugere para presente

contribuição, exceção feita aos custos de

manutenção das edificações administrativas

e sistemas (ver contribuição sobre Ativos

Não Elétricos).

Em síntese, a Rede Energia sugere a

inclusão de mais ajuste vinculado a outros

custos complementares necessários ao

funcionamento da ER a ser definida no

3CRTP e que sejam exclusivamente

relacionados ao atendimento específico de

obrigações regulatórias e outras exigências

legais, além de valores que compensem o

aumento de custos operacionais

provenientes de peculiaridades da área de

concessão vinculadas tão somente às

atividades fim de campo não contemplado

na ER do 2CRTP.

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2. Da trajetória da ER no próximo ciclo tarifário 3.2. ANÁLISE COMPARATIVA (ETAPA 2)

Exclusão de todo item.

A Nota técnica nº 265 da ANEEL propõe que

a definição dos custos operacionais

regulatórios se dará em duas etapas. Na

ETAPA 2, e que serve para fins de eventual

trajetória de custos operacionais eficientes,

os valores de custos reais das

concessionárias do último ano disponível

para fins de simulação da ANEEL, que

deverá ser o ano de 2009, serão atualizados

e ajustados através de cinco etapas,

observando:

1. Atualização monetária dos custos de

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pessoal - via Índice de Preços ao

Consumidor Amplo – IPCA, e de

materiais e serviços – via Índice

Geral de Preços de Mercado – IGP-

M;

2. Inclusão dos crescimentos de

unidades consumidoras e de redes;

3. Retirada dos ganhos de

produtividade entre o ano de 2009 e

a data da revisão tarifária;

4. Definição de um intervalo de valores

de custos operacionais eficientes da

empresa real, através de uma

analise comparativa dos custos reais

entre concessionárias obtida através

do modelo de benchmarking, no

caso o DEA de dois estágios;

5. Ajuste do intervalo de valores de

custos operacionais eficientes da

empresa real determinado em (d) via

os desempenhos à qualidade do

serviço prestado e ao combate às

perdas não técnicas.

A REDE ENERGIA reconhece como

factíveis os modelos de benchmarking

(“Etapa 4”) para o objeto regulatório de

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analise de eficiência comparativa desde que

sejam aperfeiçoados, testados e

reprodutíveis, alem de ser capaz de

contemplar toda a heterogeneidade das

especificidades de cada concessão. Neste

ponto, analisando as contribuições

presenciais da AP 040, ocorrida em

16/12/2010, ficou claro que qualquer

tratamento dentro dos modelos não

paramétricos adotados pela ANEEL - seja

de sobre a qualidade da base de dados, seja

sobre a interação da base de dados, com ou

sem qualidade, nos modelos - os resultados

seriam inconsistentes. E mais, não parece

ser o caso de se fazer novas alternativas de

simulações com incorporação ou retirada de

novos dados; com ou sem decomposição de

índices de produtividade e eficiência para

melhor /adequar os resultados, na medida

em que faltaram respostas para algumas

perguntas relevantes, dentre elas:

- dado que as áreas de concessão são

bastante diferenciadas no pais, a utilização

de um modelo não paramétrico faz sentido

sem uma clusterização exante?

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- ou, aceita a tese da pré clusterização, as

variáveis de produto seriam as mesmas?"

- ou, independente do que foi feito em outros

países, com a ressalva que apresentam

áreas mais homogêneas de concessão, a

melhor alternativa para o Brasil não seria a

aplicação do modelo paramétrico?

Por ora, a Rede Energia acredita que os

métodos paramétricos, tipo ER, seriam os

mais recomendados para valoração dos

custos operacionais no 3CRTP sem

qualquer consideração de trajetória, via

modelos de benchmarkings.

Ao mesmo tempo, a Rede Energia sugere

que sejam efetuadas melhorias das

variáveis relevantes dos referidos modelos

ao longo do 3CRTP, por exigir uma

econometria não paramétrica robusta, tanto

na quantidade e qualidade de dados como

na melhor definição de sua interação dentro

dos modelos e, que sua aplicação ocorra a

partir do 4CRTP, se os resultados se

mostrarem consistentes.

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3. Testes de aderência da ER para o 3CRTP.

... Incluir item.

Nos dois ciclos revisionais anteriores, a

aplicação do método da ER revelou de

forma bastante satisfatória uma capacidade

de oferecer ao regulador uma fonte

independente para apuração de preços

unitários. Houve uma explanação bastante

detalhada de como foram obtidas as

informações de salários, custos de

transportes, aluguéis etc. Por mais que

permaneçam imprecisões na medição

desses preços em relação aos que uma

distribuidora possa efetivamente enfrentar

em sua região, os eventuais erros de

medição não parecem comprometer o uso

satisfatório da abordagem.

Porem o aspecto que comprometeu a

credibilidade do uso da ER no processo

revisório foi, em grande parte, a ausência de

uma explicação sobre a forma de como

foram obtidos os parâmetros técnicos

implícitos na definição de custos eficientes

em vários processos, principalmente

aqueles relacionados com as produtividades

e freqüências médias e equipes típicas de

diversas atividades de campo comerciais e

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técnicas. Para esses parâmetros, assim como para uma série de outros, não ficou claro se a ANEEL aceitou os coeficientes existentes na empresa e apenas ajustou para o custeio-padrão definido, ou se foram adotados coeficientes-padrão definidos por uma empresa eficiente não especificada.

Sobre este aspecto a Rede Energia observa

que a proposta da ANEEL para o 2CRTP,

balizada, inicialmente pela Nota Técnica

343/2008, de 11/11/08, indicou a

necessidade de uma “Analise de

Consistência Global” que confrontaria o

resultado da ER, de modo a garantir a

consistência dos resultados finais. Como

ressaltado textualmente pela ANEEL na

referida Nota Técnica "como a ferramenta da

ER constrói os custos a partir de uma

abordagem bottom-up, esse resultado deve

ser confrontado com uma analise global de

cima para baixo de modo a garantir a

consistência dos resultados finais". Esta

analise, segundo a ANEEL, deveria ser feita

considerando-se dois estudos:

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Analise histórica de custos intra-

empresa, segundo critérios de

consistência e prudência,

considerados os respectivos níveis

de qualidade obtidos e aqueles

estabelecidos em contratos de

concessão;

Analise comparada de custos

(interempresas) com base no exame

do desempenho (eficiência

operacional) de empresas similares.

A Figura adiante ilustra a integração entre o

desenho preliminar da ER e a analise de

consistência global para fixação definitiva

dos custos operacionais eficientes.

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No entanto, a Resolução Normativa 338, de

25/11/08, que alterou a Resolução

Normativa 234/06, tratou unicamente do

modelo de ER, e não de todo o processo de

analise dos custos operacionais eficientes

das concessionárias. Especificamente, a

Analise de Consistência Global não foi

apresentada na Resolução Normativa

338/08. Isso significou, na verdade, que

essa etapa do processo nunca foi submetida

à Audiência Publica e muito menos aplicada

junto aos processos de revisão tarifaria.

Na medida em que estes estudos não foram

disponibilizados pela ANEEL, não foi

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possível a sua reprodução por parte das

concessionárias, ou por outros interessados,

o que comprometeu a credibilidade dos

resultados pela diminuição da transparência

e possível utilização assimétrica dos

principais coeficientes técnicos de formação

dos custos operacionais eficientes.

Em resumo, o aspecto que comprometeu a

credibilidade do uso da ER nos processos

revisórios anteriores foi, em grande parte, a

ausência de uma explicação sobre a forma

de como foram obtidos os parâmetros

técnicos implícitos na definição de custos

eficientes em vários processos,

principalmente aqueles relacionados com as

produtividades e freqüências médias e

equipes típicas de diversas atividades de

campo comerciais e técnicas.

Neste sentido, é necessário ter um padrão

paramétrico de qualidade para suportar a

consistência de toda a discussão sobre os

custos operacionais resultantes da aplicação

da metodologia da ER. Ou seja, fixar o

chamado “Intervalo eficiente de custos”,

ferramenta de validação da ER.

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A Rede Energia acredita que a

confiabilidade de tal padrão paramétrico

esteja no aperfeiçoamento dos clusters.

Entre o 1CRTP e o 2CRTP a ANEEL

avançou no processo de clusterização,

porem é preciso avançar mais de forma a

mitigar a influencia da análise discriminante

cujos padrões rotulados (ou pré-

classificados) trazem inconsistência na

formação dos clusters. Sob este aspecto, é

necessário buscar o melhor agrupamento de

um conjunto de padrões não-rotulados em

clusters que possuam algum significado, ou

seja, que os padrões apresentem alguma

propriedade comum entre eles. Na sua

forma perfeita significa obter um elevado

grau de homogeneidade dentro dos grupos

e um alto nível de heterogeneidade entre

eles.

Em suma, a Rede Energia acredita que a

construção da empresa ideal poderá ser

concebida por meio de uma engenharia de

processos, baseada em julgamentos das

melhores práticas e tecnologias apropriadas,

e adaptadas às condições das áreas de

concessão, através de uma clusterização

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que minimize os efeitos discricionários e, por

conseqüência, aumente a sua credibilidade.

Submódulo 2.3 PRORET

Base de Remuneração - Ativos Elétricos

1. Data-Base da Avaliação

1.1. Atualização e Inclusão de Bens pós Laudo de Avaliação11. Para a avaliação dos ativos das concessionárias vinculados à

concessão do serviço público de distribuição de energia elétrica,

visando à definição da base de remuneração no 3CRTP, devem ser

observadas as seguintes diretrizes:

...

d) consideram-se na data-base do laudo de avaliação as

movimentações (adições, baixas e depreciação) da base blindada e

base incremental ocorridas até o último dia do sexto mês anterior ao

mês da revisão tarifária do terceiro ciclo;

11. Para a avaliação dos ativos das concessionárias

vinculados à concessão do serviço público de distribuição de

energia elétrica, visando à definição da base de

remuneração no 3CRTP, devem ser observadas as

seguintes diretrizes:

...

d) consideram-se na data-base do laudo de avaliação as

movimentações (adições, baixas e depreciação) da base

blindada e base incremental ocorridas até o ultimo dia do

Nos ciclos revisionais anteriores a data-base dos valores finais da base de remuneração das distribuidoras era o mês imediatamente anterior ao mês da revisão tarifária de cada distribuidora. Devido ao laudo possuir data-base 6 meses anterior a data da revisão tarifária, as distribuidoras forneciam informações contábeis das movimentações ocorridas entre a data-base do laudo e data-base do mês imediatamente anterior à revisão tarifária. Essas informações (adições, baixas, depreciação e atualização monetária) eram consideradas no valor final do laudo.

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... mês anterior ao mês da revisão tarifária do terceiro ciclo;

...

Observe-se que a integralidade dos investimentos efetuados pela distribuidora não terá remuneração, em especial os concluído após o Laudo de Avaliação. Diferente, portanto, do critério de apropriação das Bases de Remuneração Regulatória (BRR) definidas nos dois ciclos revisionais anteriores, que consideraram todos os investimentos prudentes efetuados pelas concessionárias, incluindo os ativos em serviço na concessão pós-laudo. No 1º CRTP diversas empresas apresentaram os laudos finais com a inclusão desses ativos E no 2º CRTP o procedimento foi normatizado2.

Há que se considerar ainda, que, as concessionárias programam seus investimentos em todos os semestres do ciclo tarifário, segundo uma estratégia que tem a ver com seus próprios requisitos de atendimento da expansão, melhoria da qualidade e combate às perdas. Dentre estes requisitos, nenhum apontava que poderia haver um período no qual os investimentos não seriam considerados para efeito de apuração da base de remuneração. Pelo contrário, o entendimento consolidado nos dois ciclos anteriores. Foi, inclusive, ratificado no item de I.2 (Mecanismo de Avaliação dos Investimentos Previstos) do

2 Resolução ANEEL nº 338/2008, tópico 1.7 – CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DA BASE DE REMUNERAÇÃO NO SEGUNDO CICLO DE REVISÃO TARIFÁRIA, a inclusão desses bens adicionais, descrito conforme segue:

“h) considera-se na data-base do laudo de avaliação as movimentações (adições, baixas e depreciação) da base blindada e base incremental ocorridas até o último dia do sexto mês anterior ao mês da revisão tarifária do segundo ciclo. Adiciona-se ao laudo de avaliação, após a sua data-base, as movimentações (adições, baixas, depreciação e obrigações especiais) ocorridas em data anterior à revisão tarifária do segundo ciclo. Para tanto, serão consideradas as informações contábeis das obras energizadas, encerradas e unitizadas até o último mês contábil fechado com o respectivo Balancete Mensal...

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Anexo VII da REN 338/08:

“...uma vez definido o investimento pela empresa, será adotado um mecanismo que compara os investimentos previstos aos valores realizados ... Na próxima revisão tarifária da empresa, deverão ser levantados os investimentos efetivamente realizados pela distribuidora. Serão considerados os investimentos realizados com base nos registros contábeis, deflacionados pelo IGPM, mês a mês, para a data-base da revisão tarifária anterior. Para tanto, serão consideradas as informações contábeis das obras energizadas, encerradas e unitizadas até o último mês contábil fechado com o respectivo Balancete Mensal Padronizado - BMP, conforme planilha modelo a ser disponibilizada pela ANEEL.”

Deste modo, verifica-se que para fins de recálculo do Fator X, são considerados o valor dos investimentos para o período completo intra-ciclos, portanto, conflitante com a metodologia proposta da ANEEL, que limita o período para 6 meses antes da data da revisão tarifária.

Assim, o entendimento consolidado é o de

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que o 2º CRTP só termina na data da próxima revisão tarifária da concessionária e que a regra válida para esse ciclo é o da consideração dos investimentos pós-laudo. Caso esta regra venha a ser alterada, níveis significativos de investimentos planejados para serem imobilizados no período poderão ser desconsiderados pela ANEEL, efeito aumentado pela ausência de atualização monetária do laudo, ambos acarretando a redução da remuneração no próximo ciclo tarifário.

2. Procedimentos de Avaliação

2.1. Aplicação do Banco de Preços Referenciais

24. Para a completa definição da Base de Remuneração é necessário estabelecer os seguintes valores:

. Valor Novo de Reposição –(VNR) : Refere-se ao valor do bem

novo, idêntico ou similar ao avaliado, obtido a partir do Banco de

Preços da Concessionária, ou do Banco de Preços Referenciais,

quando homologado, ou do custo contábil atualizado

24. Para a completa definição da Base de Remuneração é necessário estabelecer os seguintes valores:

. Valor Novo de Reposição –(VNR) : Refere-se ao valor do bem novo, idêntico ou similar ao avaliado, obtido a partir do Banco de Preços da Concessionária, ou do custo contábil atualizado.

A proposta apresentada pela ANEEL na NT 268/10 e o respectivo voto do relator, no processo: 48500.002478/2010-40 são contraditórios sobre o posicionamento da utilização do Banco de Preços Referenciais, no 3º CRTP, conforme segue:

• Item III.1.3 – PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO, § 38 dispõe que: “A partir da homologação do Banco de Preços Referenciais, como resultado da Audiência Pública a se realizar, os ativos que tenham sido adicionados ao patrimônio, no período incremental, desde que ainda em operação, deverão ser valorados conforme os procedimentos que serão especificados e incorporados ao Submódulo 2.3 do PRORET.”

• Item III.2.4 – LEVANTAMENTO E VALORAÇÃO DOS GRUPOS DE ATIVOS, subitem III.2.4.1 – Máquinas e Equipamentos, § 52

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dispõe que:“Contudo, enquanto não for homologado o banco de preços referenciais, será adotado o banco os preços praticados pela concessionária e fiscalizados pela Agência.”

• o item III.2.4 – LEVANTAMENTO E VALORAÇÃO DOS GRUPOS DE ATIVOS, subitem III.2.4.1 – Máquinas e Equipamentos, § 54 dispõe que:“Outra questão importante diz respeito à operacionalização do banco de preços. Para a aplicação de um preço médio faz-se necessário uma “carga” das informações de compra das empresas no início do ciclo tarifário, considerando todas as empresas. No entanto, esse procedimento não será possível no início desse ciclo, mostrando-se mais razoável que seja então aplicado no próximo ciclo tarifário.” (grifo nosso)

• o item III.2.4 – LEVANTAMENTO E VALORAÇÃO DOS GRUPOS DE ATIVOS, subitem III

• .2.4.1 – Máquinas e Equipamentos, § 55 dispõe que:”Assim, de forma a manter um critério uniforme ao longo de todo o ciclo tarifário, propõe-se que o banco de preços utilize os preços individuais das concessionárias para a valoração dos equipamentos principais.

Nos dois primeiros itens mostrados acima, o Regulador não se posiciona sobre a utilização ou não do Banco de Preços

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Referenciais para o 3º CRTP. Já no terceiro item, o Regulador se posiciona com a intenção de utilizar o Banco de Preços Referenciais somente no próximo ciclo tarifário, ou seja, no 4º CRTP. No quarto item, o Regulador se posiciona quanto à utilização do Banco de Preços Individuais das Concessionárias no 3º CRTP tarifário. Nesse contexto, entende-se que conforme disposto na citada Nota Técnica a valoração dos bens no 3º ciclo se dará a partir do Banco de Preços individuais de cada concessionária conforme seus respectivos preços de aquisições.

Entretanto, o Voto do Diretor Relator André Pepitone da Nóbrega - Processo no 48500.002478/2010-40 sobre o aperfeiçoamento da metodologia da Base de Remuneração Regulatória para o 3o CRTP - dispõe o que segue:

“Outro ponto que reputo relevante mencionar diz respeito a não provisoriedade da base de remuneração regulatória daquelas concessionárias que terão a revisão tarifária no transcorrer de 2011 (COELCE, ELETROPAULO, CELPA, ELEKTRO, BANDEIRANTE e CPFL PIRATININGA), período em que, certamente, o banco de preços referenciais não estará homologado.

Nesse ínterim, acompanho a sugestão da SRE de aplicar o banco de preços da concessionária, devidamente fiscalizado pela ANEEL. É

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importante registrar, neste ponto, que a ANEEL deverá utilizar o banco de preços com base nos preços individuais das concessionárias para a valoração dos equipamentos principais, guardando, tal método, uniformidade com a metodologia de banco de preços referenciais, que será aplicada às demais concessionárias ao longo de todo o ciclo tarifário.”

Nesse documento, o posicionamento da ANEEL é de que no 3º CRTP serão aplicados métodos diferentes para as concessionárias. Ou seja, as empresas que têm revisão tarifária no primeiro ano do próximo ciclo tarifário terão os valores dos seus ativos valorados pelo Banco de Preços Individuais da concessionária refletindo os valores de suas respectivas aquisições. Entretanto, as empresas que terão suas revisões tarifárias após a emissão do Banco de Preços Referenciais utilizarão os valores referenciais para valoração dos seus ativos.

A REDE ENERGIA entende que para manter o princípio da isonomia no 3º CRTP, ou seja, para que os ativos das concessionárias sejam avaliados pelo mesmo critério, sem o risco de eventuais benefícios ou prejuízos, recomenda-se utilizar o Banco de Preços Individuais das empresas para a valoração de seus ativos refletindo suas respectivas aquisições, ficando o Banco de Preços

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Referenciais para ser utilizado no 4º CRTP, após a sua homologação.

2.2. Alteração do Critério de Avaliação de Terrenos

4.2.1. Terrenos

64. Os ativos referentes a terrenos e servidões devem ser avaliados a partir da atualização de valores contábeis, pelo IPCA, desde que seja verificado que não existem distorções relevantes entre os ativos físicos efetivamente existentes e os ativos constantes no controle patrimonial da concessionária.

64. Os ativos referentes a terrenos e servidões devem ser avaliados pelo VNR – Valor Novo de Reposição, desde que seja verificado que não existem distorções relevantes entre os ativos físicos efetivamente existentes e os ativos constantes no controle patrimonial da concessionária.

A Agência propõe que a Avaliação de Terrenos e Edificações deixe de ser realizada por Valor de Mercado e seja por Atualização Contábil. A implícita simplificação operacional pretendida é contrária ao conceito estabelecido pela regulamentação de apuração da BRR pelo Método do Custo de Reposição dos ativos.

Por entender-se que a proposta de avaliação contábil dos Terrenos, Edificações e Servidões, contida no bojo da AP 40/10, não é aderente (i) ao conceito de reposição

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a valor de mercado e (ii) a justa remuneração aos investimentos realizados na concessão, sugere-se manter a metodologia em vigor (REN 338/08, Item 3.1 do Anexo IV).

2.3. Elegibilidade Não existente. A Nota Técnica 268/2010 e o submódulo 2.3 - Base de

Remuneração Regulatória do PRORET não abordaram o tratamento que deve ser dado aos ativos classificados como não elegíveis na BRR no primeiro e do segundo ciclo de RTP.

Diante do exposto, recomenda-se que a Agência apresente procedimentos para o pleito de reconhecimento desses bens no laudo de avaliação, conforme metodologia para demais bens elegíveis.

Freqüentemente, esses bens sofrem alterações ao longo dos ciclos tarifários, como por exemplo: (i) Edificação do AIS que estava sem uso no período de preparação da BRR e entraram em operação durante o ciclo tarifário seguinte; (ii) Equipamentos que não estavam conectados à rede na época da apuração da BRR – portanto inelegíveis – mas do decorrer do período já estão em operação.

2.4. Inclusão de “sobras físicas” no Laudo de Avaliação do 3o Ciclo Revisão Tarifária Periódica apurada em inventário e comprovada na implantação do MCPSE. Não existente.

As sobras físicas apuradas em novo inventário,

devidamente confirmadas sua existência e que estão a

serviço do consumidor, deverão ser incluídas como

incremental neste terceiro ciclo.

De acordo com a Resolução Normativa No

367/2009, que aprovou o Manual de

Controle Patrimonial do Setor Elétrico, todos

as concessionárias, permissionárias e

autorizadas de energia elétrica, com bens

reversíveis, deverão implantar o novo

modelo de controle patrimonial. Para a

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implantação os agentes estão fazendo todo

o inventário físico de suas instalações, o que

é necessário face ao nível de informações

(atributos) que são exigidas no atual

Controle Patrimonial.

O art. 4o desta Resolução estabeleceu a

obrigatoriedade do envio do Relatório de

Controle Patrimonial – RCP, que

corresponde ao inventário apresentado de

forma sintética por Unidade de Cadastro –

UC, com seus respectivos atributos e

informações quanto aos seus valores,

passando a ANEEL a ter todas as

informações do controle patrimonial dos

bens reversíveis, o que já havia sido uma

recomendação do Tribunal de Contas da

União – TCU.

Assim, mesmo estando com a base blindada

para o terceiro ciclo, não é coerente a

existência de bens que conste do Laudo de

Avaliação blindado, mas que não existe

fisicamente no atual controle patrimonial da

concessionária, demonstrado no RCP

enviado à ANEEL.

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Sendo assim, as sobras físicas apuradas no novo inventário, devidamente confirmadas sua existência e que estão a serviço do consumidor, deverão ser incluídas como incremental neste terceiro ciclo. A REDE ENERGIA, entende que o conceito

de “INCREMENTAL” precisaria ser alterado,

pois como incremental deve-se entender a

aquisição de todos os ativos durante o

período de revisão, mais possíveis ajustes

decorrentes de sobras físicas que

efetivamente estão a serviço do consumidor.

2.5. Remuneração sobre bens 100% depreciados

Inclusão de um novo parágrafo:

- Os bens 100% depreciados serão remunerados pela

seguinte fórmula:

Remuneração 100% depreciados = (valor dos bens 100%

depreciados) x [remuneração do custo de capital próprio) x

(% do capital próprio na estrutura de capital)]

No 2CRTP, a ANEEL (Resolução nº

338/2008) considerou um custo adicional,

via ER, em função dos ativos com vida útil

econômica acima da média setorial. Ou seja,

foi reconhecido que há de fato um custo

adicional às empresas pela perda de

oportunidade da realização de novos

investimentos vinculados a esses ativos.

No entanto, do ponto de vista da aplicação

da metodologia resultou: (i) na exclusão de

uma grande maioria de empresas que

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estava abaixo da media setorial e; (ii) no sub

dimensionamento deste custo pelas regras

de calculo vigente a época.

A REDE ENERGIA entende ser importante

a manutenção ao incentivo pela manutenção

em operação dos ativos 100% depreciados,

pois “a postergação dos investimentos

associada a uma correta gestão de ativos é

benéfica à modicidade das tarifas”

(Parágrafo 358 da Nota Técnica 343/2008-

SRE/ANEEL).

No entanto, este benefício não deveria ser

restrito somente à algumas distribuidoras,

mas sim para todas aquelas que posseum

bens 100% depreciados.

Diante do exposto a REDE ENERGIA

propõe:

a. Desconsiderar esse custo nas ER’s que

foram contempladas no 2CRTP e

reconhecer para todas as concessionárias

na BRR do 3CRTP;

b. Estabelecer uma nova regra de calculo

que considere a remuneração para a

totalidade dos bens 100% depreciados para

todas as concessionárias.

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Sugestão: Custo de capital próprio x % do

capital próprio na estrutura de capital,

equivalente a 4,16%, após impostos, pela

proposta da ANEEL do custo de capital em

processo de AP. Obviamente, se as

premissas das regras de calculo do custo e

participação do capital próprio forem

alteradas o percentual indicado devera ser

modificado.

Submódulo 2.3 PRORET Anuidades dos Ativos não Elétricos 116. A base de anuidade regulatória (BAR) será determinada pela formulação a seguir:

A base de anuidade regulatória (BAR) será determinada pela formulação a seguir:

BAR = X * (AIS)-Y+1

onde: BAR: Montante da base de anuidade regulatória referente aos investimentos em instalações móveis e imóveis; AIS: Ativo imobilizado em serviço avaliado no 3CRTP; X e Y: índices a serem obtidos através de um novo recálculo da BAR.

Inicialmente observa –se que a REDE

ENERGIA não procedeu aos recálculos de X

e Y da formula deixando para ANEEL a

correção, até porque deve ser uma

formulação que atenda a todo o setor, caso

venha a aceitar as ponderações adiante

expostas.

A Nota técnica no. 268 propõe um

tratamento diferenciado, em relação aos

dois ciclos tarifários anteriores, no que tange

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ao calculo das anuidades dos chamados

“ativos não elétricos” (3), e que são

compostos por:

a. Aluguéis: esse grupo de ativos inclui

os edifícios administrativos,

gerências regionais, almoxarifados e

/ou depósitos, estacionamento de

veículos, além de todo mobiliário de

escritórios, equipamentos de oficina

e laboratórios;

b. Veículos: esse grupo de ativos inclui

todos os veículos para uso

administrativo e de operação;

c. Sistemas: esse grupo de ativos

inclui toda a infra-estrutura de

hardware e software de sistemas

corporativos como GIS, SCADA,

Gestão da Distribuição, Gestão

Comercial, Gestão Empresarial e

Sistemas Centrais, Teleatendimento,

além de microcomputadores.

3 Tais ativos têm uma característica diferente dos ativos elétricos, pois a empresa pode optar entre ter ativos próprios e alugados. Alias, é por este fato, a necessidade de compor uma base de anuidade regulatória que contemple os seus custos, independente de seus proprietários, cabendo essa decisão a cada empresa.

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No 1CRTP e também no 2CRTP essas

anuidades compunham a Empresa de

Referência (ER), modelo utilizado pela

ANEEL para a definição dos custos

operacionais. Já para o 3CRTP a proposta é

de que esses ativos sejam definidos em

relação ao Ativo Imobilizado em Serviço

(AIS) aprovado, na medida em que para o

cálculo dos custos operacionais o método da

ER não estaria sendo plenamente aplicado,

o que impossibilitaria a atualização das

anuidades.

Assim, para a definição do valor a ser

reconhecido no 3CRTP, a ANEEL utilizou –

se de um processo de construção “as built”,

ou seja, apuraram -se as anuidades fixadas

no 2CRTP na ER e empregando -se as

fórmulas contidas na Resolução nº 234/2006

para o calculo dessas anuidades,

determinou –se os investimentos

regulatórios para cada grupo de ativos não

elétricos e, posteriormente, definiu –se um

referencial regulatório em relação ao AIS

liquido aprovado, descontado o índice de

utilização dos ativos.

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Dentro desta proposta da ANEEL, a REDE

ENERGIA tece as seguintes contribuições a

partir de dois questionamentos:

1º.) O referencial regulatório entre os

investimentos regulatórios para cada grupo

de ativos não elétricos e o AIS liquido

aprovado resultou concretamente em

valores de anuidades para cada grupo de

ativos não elétricos próximas daqueles

valores reconhecidos no 2CRTP?

2º.) As formulas contidas na Resolução

234/2006 para o calculo dessas anuidades

para cada grupo de ativos não elétricos

espelhavam corretamente os seus custeios

de capital e operação?

1. Determinação do referencial regulatório

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Na proposta da ANEEL o referencial

regulatório entre os investimentos

regulatórios para cada grupo de ativos não

elétricos e o AIS liquido aprovado resultou na seguinte correlação:

BAR =3,4837. AIS^(-0,234+1)

onde:

BAR: Montante da base de

remuneração regulatória referente

aos investimentos em ativos não

elétricos;

AIS: Ativo imobilizado em serviço

líquido aprovado.

A aplicação desta formulação sobre as

empresas da REDE ENERGIA – apenas

CELPA, CEMAT e CELTINS – resultaria nas

seguintes BAR’s (*).

(*) Formulação

ANEEL CELPA CEMAT CELTINS

AIS aprovado 1.893.414.746,14 2.149.112.047,43 1.261.190.138,30

BAR total 57.550.272,01 48.723.350,52 26.972.542,92

AIS aprovado /BAR total 3,04% 2,27% 2,14%

No entanto, no exercício levado a efeito pela

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REDE ENERGIA considerando a aplicação

das formulas contidas na Resolução

234/2006, para o calculo das anuidades

para cada grupo de ativos não elétricos,

resultou em uma profunda discrepância

entre os valores de BAR do 2CRTP

constante na ER e os calculados pela

correlação sugerida pela ANEEL, conforme

atesta a Tabela adiante (*). (*)

ER 2CRTP CELPA CEMAT CELTINS

AIS aprovado 1.893.414.746,14 2.149.112.047,43 1.261.190.138,30

BAR total 109.816.648,45 92.468.268,92 52.286.088,01

AIS aprovado /BAR total 5,80% 4,30% 4,15%

Também é oportuno observar que a

distribuição das BAR’s, segundo grupo de

ativos não elétricos, apresentou uma certa

distorção entre a proposta da ANEEL e o

exercício da REDE, conforme atesta a

Tabela abaixo (*), sendo as maiores

diferenças encontradas no Cluster 2 nos

ativos não elétricos vinculados a aluguel e

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veículos:

% BAR /Ativo Sistemas Aluguel Veículos Formulação ANEEL

Cluster 1 62% 18% 20%

Cluster 2 45% 35% 20%

ER 2CRTP

Cluster 1 58% 21% 21%

Cluster 2 44% 26% 31% ANEEL /ER

2CRTP Sistemas Aluguel Veículos

Cluster 1 107% 85% 97%

Cluster 2 103% 137% 65%

Notas:

Cluster 1: São empresas com total do AIS acima de 500 milhões de reais Cluster 2: São empresas com AIS abaixo de 500 milhões de reais.

Os resultados expostos evidenciaram um

erro no referencial regulatório da ANEEL

entre os BAR’s e AIS’s aprovados, o que, a

principio, não deveria ocorrer já que as

fontes de dados foram às mesmas para o

exercício da REDE. A conseqüência foi o

subdimensionamento das anuidades,

segundo grupo de ativos não elétricos,

conforme registra a Tabela adiante (*).

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(*)

Anuidades – ANEEL Sistemas Aluguel Veiculos

CELPA 12.294.647,63 1.442.400,00 6.408.446,08

CEMAT 9.039.763,56 1.151.932,95 9.116.235,61

CELTINS 4.572.070,35 609.172,98 6.252.894,21 Anuidades –ER

2CRTP Sistemas Aluguel Veiculos

CELPA 20.772.200,82 3.221.116,03 14.933.677,83

CEMAT 14.448.647,20 2.816.803,96 18.942.158,36

CELTINS 7.249.196,47 1.681.053,44 12.298.452,82 ANEEL /ER

2CRTP Sistemas Aluguel Veiculos

CELPA 59,19% 44,78% 42,91%

CEMAT 62,56% 40,90% 48,13%

CELTINS 63,07% 36,24% 50,84% Cabe observar, mais uma vez, que a

aplicação das formulas contidas na

Resolução 234/2006, para o calculo das

anuidades para cada grupo de ativos não

elétricos, estão alinhadas entre a proposta

da ANEEL e o exercício da REDE, o que

não necessariamente significa que estão

adequadas como se verá adiante no item 2.

Posto isto, a REDE ENERGIA sugere que

seja revisto o referencial regulatório entre os

investimentos regulatórios para cada grupo

de ativos não elétricos e o AIS aprovado

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visando valores de anuidades para cada

grupo de ativos não elétricos próximas

daqueles valores reconhecidos no 2CRTP.

2. Calculo das Anuidades – Submódulo 2.1 Proret

2.1 Sistemas

28. O investimento em sistemas de informática é determinado conforme o Submódulo 2.3 dos Procedimentos de Regulação Tarifária. 29. A anuidade referente aos sistemas de informática (CAI) é dada por:

28. O investimento em sistemas de informática é determinado conforme o Submódulo 2.3 dos Procedimentos de Regulação Tarifária. 29. A anuidade referente aos sistemas de informática (CAI) é dada por: CAI = CC + CM (12) CAI = BARI.[1/VU + rwacc/2.(1-T)+20%] (13) Onde: CC: Custo de capital, calculado em regime, com depreciação linear na vida útil e com remuneração sobre 50% do investimento; CM: Custo de manutenção. Estima-se o custo anual em 20% do investimento; BARI: Montante da base de anuidade regulatória referente aos investimentos em sistemas de informática; VU: Vida útil. Considera-se 10 anos.

Conforme comentado outro aspecto sobre a

questão dos ativos não elétricos decorre do

questionamento se as formulas contidas na Resolução 234/2006 para o calculo das

anuidades de cada grupo de ativos não

elétricos espelhariam corretamente os seus

custeios de capital e operação. A REDE

ENERGIA entende que não e, neste sentido,

apresenta as contribuições adiante.

Segundo o modelo da ER, para os grandes

sistemas corporativos as taxas de

manutenção incluem pacotes com

atualizações de softwares e renovação de

licenças. Adicionalmente a estrutura central

prevê gerência de manutenção e suporte de

TI. Dentro desta abrangência, a

determinação do custo da manutenção dos

sistemas de porte tem como base a

aplicação de taxa de 15% sobre o valor do

investimento. Ademais e, ainda segundo o

modelo da ER, dada que é prevista na taxa

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de manutenção as atualizações necessárias

de softwares dos sistemas de porte, a vida

útil econômica dos bens é de 10 anos.

Sobre tais premissas, a REDE ENERGIA

gostaria de registrar que a combinação da

taxa de manutenção de 15% e vida útil de

10 anos não é coerente, em função do

aspecto relacionado à atualização

tecnológica dos softwares. Neste sentido:

Ou, se adota uma vida útil de 10

anos, na medida em que pelo

menos uma atualização tecnológica

deverá ser feita neste período,

porém, torna-se necessário

aumentar a taxa de manutenção de

15% para comportar tal custo.

Ou se adota uma taxa de

manutenção de 15% e reduz a vida

útil de 10 anos, na suposição que

com esta taxa de manutenção não

haverá qualquer atualização

tecnológica neste período.

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Tal assunto vem sendo exaustivamente

debatido pela demais concessionárias

dentro do processo de revisão. Estudos

suportados por consulta a empresas

especializadas em Tecnologia da

Informação, tem demonstrado que a

utilização da vida útil econômica dos

recursos de informática de 10 anos

pressupõe pelo menos duas atualizações

tecnológicas neste período, o que necessita

de um aumento da taxa de manutenção de

15% para algo na faixa de 18% a 22% sobre

o valor do investimento.

Para um sistema ter uma vida útil

prolongada de 10 anos, haveria necessidade

de elevação significativa da taxa de

manutenção no sentido da implementação

de novas versões, não restritas apenas a

necessidades de novos relatórios e ajustes

de procedimentos, mas para inovação de

recursos e para atender a novos processos,

o que não está compatível com a taxa média

de 15% proposta pela ANEEL.

Existem poucas regras para determinar

quando as empresas devem substituir os

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seus servidores. Entretanto, uma parcela

significativa de especialistas acredita que

realizar tal substituição num período superior

a cinco anos não é uma estratégia

recomendável. A percentagem de servidores

que são afetados por alguma forma de falha

de componentes salta de 10% no quarto ano

para 50% no quinto ano. Além disso, os

contratos de serviço muitas vezes expiram

ao chegar aos cinco anos e os preços das

peças de substituição começam também a

aumentar nessa altura. Ao chegar ao sexto

ano é provável que os custos crescentes de

suporte venham a gastar quaisquer fundos

que tenha poupado ao não comprar material

novo.

Posto isto, a REDE ENERGIA entende que

deve ser considerado para uma vida útil dos

grandes sistemas de 10 anos, como previsto

no modelo da ER, a taxa de manutenção

média de 20%.

2.2 Edificações

25. A anuidade do investimento é calculada em regime, com depreciação linear na vida útil e com remuneração sobre 50% do investimento. Assim, a anuidade referente às instalações de móveis e imóveis administrativos (CAL) é

25. A anuidade do investimento é calculada em regime, com depreciação linear na vida útil e com remuneração sobre 50% do investimento. Assim, a anuidade referente às instalações de móveis e imóveis administrativos (CAL) é dada por:

A proposta atual da ANEEL, diferente dos

demais ativos não elétricos, não considera o

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dada por:

CAL = BARA.[1/VU + rwacc/2.(1-T)+15%] (13) Onde: CC: Montante da base de anuidade regulatória referente aos investimentos considerados para infraestrutura de imóveis de uso administrativo; T: Alíquota tributária conforme tratamento dado aos tributos; VU: Vida útil. Considera-se 20 anos.

custo de O&M de edificações na Base de

Anuidades Regulatórias (BAR). Tal

premissa, não é isonômica para os ativos

não elétricos considerando que para

veículos e sistemas os custos de O&M

foram reconhecidos dentro de suas

respectivas BAR´s.

Por outro lado, sob o título “Limpeza e

Manutenção Predial” o modelo da ER define

que são gastos vinculados, basicamente, a

serviços gerais tais como: limpeza,

segurança e portaria, manutenção predial de

edificações administrativas e, determina

que, o custo anual será baseado numa

relação de despesa unitária por funcionário.

Tal premissa gerou um custo anual

subdimensionado no modelo da ER frente

às necessidades das distribuidoras, o que

representou algo em torno de 0,9% da BAR

de edificações, essa sendo aquela que a

REDE ENERGIA acredita ainda estar

subdimensionada. O cálculo efetuado numa

BAR de edificações correta, este percentual

alcançaria apenas 0,47%, bem distante da

realidade.

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Levantamentos efetuados na REDE

ENERGIA evidenciaram uma distorção

bastante significativa entre os valores

orçamentários de O&M de Edificações das

empresas do Grupo e aqueles considerados

pela ER’s de cada concessionária do Grupo,

no caso, apenas, CELPA, CEMAT e

CELTINS. Tal distorção pode ser visualizada

na Tabela adiante (*), resultando um

percentual de 14,68% entre a anuidade de

O&M de edificações e sua BAR

correspondente corrigida.

(*)

ITEM BAR Regulatória O&M Edificações % Regulatória 131.966.254,15 1.184.725,33 0,90%

Real 254.571.005,37 (*) 37.112.815,15 14,58%

(*) BAR Regulatória corrigida

Posto isto, a REDE ENERGIA entende que:

I) deve se retirada a rubrica “Limpeza e

Manutenção Predial” da ER; II) deve ser

incorporado nas anuidades dos ativos de

Edificações o item O&M de Edificações no

percentual de 15% do investimento

regulatório.

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Submódulo 2.4 Custo de Capital 1. Premio de risco país.

15. Para o cálculo do prêmio de risco país utilizou-se a série

histórica diária do índice “Emerging Markets Bonds Index

Plus” relativo ao Brasil (EMBI+Brazil), de janeiro de 2000 a

abril de 2010. Objetivando atenuar os valores

desproporcionais de risco nos anos 2002 e 2003, e também

buscando a imparcialidade e objetividade, foi adotada a

mediana para fim de determinação do prêmio de risco país.

Assim, o resultado para este indicador foi de 4,42%.

15. Para o cálculo do prêmio de risco país utilizou-se a série histórica

diária do índice “Emerging Markets Bonds Index Plus” relativo ao

Brasil (EMBI+Brazil), de janeiro de 2000 a abril de 2010. Objetivando

atenuar os valores desproporcionais de risco nos anos 2002 e 2003,

e também buscando a imparcialidade e objetividade, foi adotada a

média para fim de determinação do prêmio de risco país. Assim, o

resultado para este indicador foi de 5,61%.

As bases da metodologia proposta pela

Aneel para o 3CRTP são as mesmas

aquelas estabelecidas no 1CRTP, iniciado

na revisão tarifária da Escelsa, Audiência

Pública nº 05/2001, explicitadas na Nota

Técnica no 97/2001/SRE/Aneel e aquelas

fixadas para o 2CRTP, através da Nota

Técnica 164/2006/SRE/Aneel, onde o custo

do capital é baseado no custo médio

ponderado do capital (conhecido na sigla

inglesa como WACC) que considera:

(i) A estrutura de capital padrão

(percentual do capital de

terceiros e de capital próprio)

para empresas reguladas de

distribuição de energia elétrica;

(ii) O custo do capital próprio

estimado pela metodologia

Capital Asset Pricing Model –

CAPM ‘Global’ que consiste,

inicialmente, no cálculo do custo

do capital com base na taxa livre

de risco e no prêmio de risco de

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mercado dos EUA, este

ajustado, através do ‘beta’, em

função da volatilidade das ações

de empresas de distribuição de

energia elétrica em relação as

500 empresas constantes do

índice S&P 500 e;

(iii) Posteriormente, o custo de

capital próprio nos EUA é

“tropicalizado” via o premio de

risco Brasil para valoração do

custo de capital próprio no

Brasil.

(iv) O custo do capital de terceiros

baseado na taxa livre de risco e

no prêmio de risco de crédito

nos EUA é igualmente

“tropicalizado” via o premio de

risco Brasil para valoração do

custo de capital terceiros no

Brasil.

Do ponto de vista da REDE ENERGIA a

metodologia WACC em combinação com

CAPM para estimativa do capital próprio

deve ser mantida porem com ajustes em

duas variáveis na sua formação, como

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descrito adiante.

Duas questões relevantes são abordadas.

A primeira questão diz respeito ao período

de observação da serie do índice

EMBI+Brazil. Na nota técnica de nº68/2007,

base para o 2CRTP, para o prêmio de risco

soberano foi utilizada a média diária da série

do EMBI+BR de abril de 1994 a junho de

2006 (12 anos). Para o 3CRTP a proposta é

de 10 anos. A justificativa da ANEEL, em

tese, para redução do período de

observação foi à premissa de que o calculo

do prêmio de risco país para o próximo ciclo

tarifário deve-se analisar o comportamento

recente da série, cuja média verificada no

período de janeiro a abril de 2010 foi de 198

pontos, ou 1,98% e como também a

expectativa de comportamento futuro.

A REDE ENERGIA entende se por um lado

às condições de estabilidade conquistada

durante os últimos 15 anos diminuíram as

incertezas recorrentes em épocas anteriores

e, por conseqüência, reduziram o premio de

risco país, por outro lado, as expectativas de

comportamento futuro das economias de

países e /ou de mercados relevantes

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evidenciam previsões bem sombrias o que

pode reorientar toda a política

macroeconômica do país apoiada no regime

de meta inflacionária, câmbio flexível e

superávit primário.

A segunda questão diz respeito ao uso da

mediana para o cálculo do risco país, tendo

em vista as propriedades estatísticas desta

estimativa na medida em que, observou –se

um desvio bastante acentuado na série

histórica no segundo semestre de 2002,

indicando a existência de pontos extremos

que afetam de modo desproporcional a

estimativa que se almeja obter.

A contradição desta solução dada pelo

Regulador para eliminar atipicidades do

premio de risco país está na proposta de

adoção do mercado realizado para o 3CRTP

cuja defesa está centrada na tese de que o

mercado realizado é melhor do que a

projeção de mercado, pois não há incertezas

sobre seus valores sendo que as influências

de fatos atípicos - crise econômica, fatores

climáticos, etc.- fizeram parte do negócio

provocando perdas ou ganhos de escala

transitórios não devendo, portanto, serem

expurgados.

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Ou seja, para a ANEEL, na defesa do

mercado realizado na formação da receita

requerida foi justo manter as atipicidades. Já

para o premio de risco país, a ANEEL

entendeu que não, caracterizando uma

contradição de posicionamento.

Com base nas duas questões apresentadas,

dois cenários foram construídos obtendo –se

os seguintes resultados(*) para o premio de

risco país:

(*) EMBI Brasil Média (*) Mediana (**)

Jun /1994 – Jun /2010 6,57% - Jan /2000 – Jun /2010 5,61% - Jan /2000 – Jun /2010 - 4,42% (*)Fonte: Bloomberg. Elaboração Tendências (**) Fonte: ANEEL

Posto isto, a REDE ENERGIA entende que o valor

de 5,61% para o premio de risco país obtido através

da media da série histórica diária do índice

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EMBI+Brazil, de janeiro de 2000 a abril de 2010,

deva ser utilizado na formação do custo de capital

próprio, pois conforme se observa, ainda é menor do

que o percentual de 6,57% que seria obtido

utilizando-se o período de 15 anos.

2. Premio de risco regulatório 16. Assim, o custo de capital próprio, em termos nominais, é de 13,14%.

16. Para a determinação do premio de risco país foi

agregado o premio de risco regulatório de 1%. Assim, o

custo de capital próprio, em termos nominais, é de 15,33%.

Junto com o premio de risco país deve–se ser

somado o premio de risco regulatório para formar o

premio de risco Brasil, fato que o Regulador

desconsiderou baseado no argumento de que o

componente de risco regulatório já está refletido no

risco do negócio (beta) nos EUA e no risco país,

concluindo, de certa forma que as instituições

envolvidas com a regulação e os riscos que os

investidores defrontam ao investir em determinado

país, são os mesmos no Brasil ou no EUA. Tal

assertiva é bem controversa por não ser

simplesmente intuitiva. Neste ponto, no 2CRTP foi

reconhecido pelo Regulador o premio de risco

regulatório e a ele se atribuiu um valor de 1,33%.

Obviamente e, de acordo com o entendimento do

próprio Regulador, é difícil mensurar eventual premio

de risco regulatório, pois seria necessário calcular a

exata diferença, dos riscos provocados pelas

instituições regulatórias, entre as regras regulatórias

que incorrem as empresas de distribuição no Brasil e

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as empresas dos EUA consideradas na amostra

para construção do beta.

Há que se considerar ainda a questão de diferentes

regimes regulatórios nos EUA aonde a regulação é

bem descentralizada nos seus diversos estados

federados.

Quanto à qualidade institucional do país, as diversas

instituições envolvidas com a regulação, como

tribunais de conta, conselhos ministeriais, agências

reguladoras, etc procuram promover melhorias

continuas nas regras contratuais e de suas

aplicações.

No entanto, não há como negar que questões

específicas sobre o risco regulatório brasileiro

envolvendo temas de qualidade da regulação e do

aparato legal devem ser avaliadas como risco

complementar ao Premio de Risco País. Questões

recentes como a necessidade da neutralidade da

Parcela A e da estabilidade das metodologias nos

processos de revisão tarifaria, dentre outras, são

temas recorrentes que promovem instabilidade nas

regras contratuais e de suas aplicações.

Posto isto, a REDE ENERGIA solicita a inclusão do

premio de risco regulatório na formação do premio

de risco Brasil no valor de 1%, percentual menor do

que no 2CRTP por considerar que as questões da

qualidade da regulação e do aparato legal têm

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evoluído ao longo dos anos, mas que talvez precise

de mais um ciclo tarifário para alcançar o patamar de

neutralidade sobre o prêmio de risco Brasil.

3. Custo de capital de terceiros. 19. Assim, o custo de capital de terceiros, em termos

nominais, é de 11,50%.

19. Assim, o custo de capital de terceiros, em termos

nominais, é de 12,69%.

O custo do capital de terceiros é calculado pela

Aneel pelo método CAPM da dívida que é baseado

na taxa livre de risco somado aos prêmios de risco

de crédito do Brasil. Assim, o resultado para este

indicador na proposta da ANEEL foi de 4,99%,

percentual real liquido, equivalente a 11,50%,

percentual nominal bruto.

A REDE ENERGIA entende que o custo de capital

de terceiros não está alinhado com o custo real de

captação representado por índices referenciados,

dentre os quais se destacam: CDI / SELIC e /ou

TJLP / BNDES.

No entanto, com a proposta da REDE ENERGIA de

ajuste do premio de risco país (+ 1,19%), caso seja

aceita, o custo de capital de terceiros passa para o

valor de 5,75%, percentual real liquido, equivalente a

12,69%, percentual nominal bruto, valores mais

aderentes à realidade de captação do setor.

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4. WACC Regulatório. 22. Deflacionando-se o custo nominal pela taxa de inflação

média anual dos EUA, no período de janeiro de 1995 a abril

de 2010, de 2,48%, obtém-se o custo em termos reais, que

resultou em 7,15% depois dos impostos. Os resultados finais

são mostrados na tabela a seguir.

22. Deflacionando-se o custo nominal pela taxa de inflação

média anual dos EUA, no período de janeiro de 1995 a abril

de 2010, de 2,48%, obtém-se o custo em termos reais, que

resultou em 8,47% depois dos impostos. Os resultados finais

são mostrados na tabela a seguir.

As alterações propostas pela REDE ENERGIA no

premio de risco Brasil quais sejam: calculo do

premio de risco país através da media, e não por

mediana, da série histórica diária do índice

EMBI+Brazil, de janeiro de 2000 a abril de 2010 e a

incorporação do premio de risco regulatório com

seus impactos nos custos de capital próprio e de

terceiros redefinirão a proposta de WACC para o

3CRTP.

Tabela 2: Resultado – Custo de Capital

ITEM %

Proporção de Capital Próprio 40%

Proporção de Capital de Terceiros 60%

Taxa livre de risco 4,96%

Prêmio de risco de Mercado 5,78%

Beta médio alavancado 0,65

Prêmio de risco do negócio 3,76%

Prêmio de risco país 4,42%

Custo de capital próprio nominal líquido 13,14%

Prêmio de risco de crédito 2,12%

Custo de capital de terceiros nominal bruto 11,50%

CUSTO MEDIO PONDERADO

WACC nominal depois de impostos* 9,81%

WACC real depois de impostos 7,15%

(*) Para empresas com alíquota de IRPJ /CSLL de 34%

Tabela 2: Resultado – Custo de Capital

ITENS %

Proporção de Capital Próprio 40%

Proporção de Capital de Terceiros 60%

Taxa livre de risco 4,96%

Prêmio de risco de Mercado 5,78%

Beta médio alavancado 0,65

Prêmio de risco do negócio 3,76%

Prêmio de risco país 6,61%

Custo de capital próprio nominal líquido 15,33%

Prêmio de risco de crédito 2,12%

Custo de capital de terceiros nominal bruto 12,69%

CUSTO MEDIO PONDERADO

WACC nominal depois de impostos* 11,16%

WACC real depois de impostos 8,47%

(*) Para empresas com alíquota de IRPJ /CSLL de 34%

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5. Tributações diferenciadas. 4.1 Tributos 4.4.1. Lucro Real e Alíquota Normal 29. Para as empresas enquadradas nesta situação, deverão

ser considerados os

seguintes Tributos (T):

• Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ): Deve

ser aplicada à alíquota de 25%, incidente sobre o

Lucro Tributável. Para concessionárias com

remuneração regulatória menor do que R$

240.000,00 deve ser aplicada à alíquota de 15%.

• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL):

Deve ser aplicada à taxa de 9%.

30. Dessa forma, a alíquota final a ser considerada para os

Tributos (T) neste caso é de 34%.

4.4.1. Lucro Real e Lucro Presumido 29. Para as empresas enquadradas nesta situação, deverão

ser considerados os

seguintes Tributos (T):

• Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ):

Deve ser aplicada à alíquota de 25%, incidente

sobre o Lucro Tributável. Para concessionárias

com remuneração regulatória menor do que R$

240.000,00 deve ser aplicada à alíquota de 15%.

• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

(CSLL): Deve ser aplicada à taxa de 9%.

30. Dessa forma, a alíquota final a ser considerada para os

Tributos (T) neste caso é de 34% para as empresas de

Lucro Real e de 24% para as empresas de lucro presumido.

Houve um erro na separação das alíquotas pelo

Regulador.

4.2 Benefícios Fiscais. 4.4.2. Lucro Real e Alíquota Reduzida 31. Para as empresas situadas na área de atuação da

SUDENE e SUDAM, deverão ser considerados os seguintes

Tributos (T):

• Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ):

Deve ser aplicada à alíquota de 25%, incidente

sobre o Lucro Tributável, com redução de 75%;

• Contribuição Social sobre o Lucro Líquido

Alem do título impreciso, já que o correto deveria ser “4.4.2.

Empresas na área de atuação da SUDENE e SUDAM”, a

REDE ENERGIA sugere sua supressão.

Diferentemente dos dois ciclos tarifários passados, a

ANEEL propõe para o 3CRTP, de acordo com as

especificidades de cada distribuidora, a utilização de

alíquotas distintas de IRPJ e CSLL para o calculo do

custo bruto médio ponderado de capital podendo

resultar em alíquotas finais inferiores ao valor de

34%, conforme ilustra a Tabela adiante:

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(CSLL): Deve ser aplicada à taxa de 9%.

32. Dessa forma, a alíquota final a ser considerada para os

Tributos (T) neste caso é de 15,05%. Assim, o custo de

capital de terceiros, em termos nominais, é de 11,50%.

Enquadramento tributário IRPJ CSLL Concessionárias isentas de impostos sobre a renda 0,00% 0,00% Concessionárias enquadradas na área de atuação da SUDENE e SUDAM 6,25% 9,00% Concessionárias com lucro regulatório menor que R$240.000. 15,00% 9,00% Todas as demais concessionárias 25,00% 9,00%

Especificamente sobre a Captura dos incentivos

fiscais das empresas localizadas nas áreas de

atuação da SUDENE e SUDAM, a REDE ENERGIA

tece as seguintes observações:

1º. A destinação dos benefícios fiscais é pré-

definida ou, para o aumento do capital social

ou, para absorção de prejuízos e, portanto,

não tem a conotação de redução da

tributação;

2º. A concessão dos benefícios fiscais está

condicionada a novos investimentos nas

regiões menos desenvolvidas;

3º. A opção pelos benefícios fiscais é

facultativa, ou seja, simplesmente a empresa

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pode não tomá-lo;

4º. O prazo dos benefícios fiscais é limitado

a 10 anos.

Posto isto, a REDE ENERGIA entende que a

proposta da ANEEL contraria princípios do direito

tributário e da regulação por incentivos, pois (i)

assume que tal benefício é apropriado

indistintamente por todas as distribuidoras; (ii)

pressupõe que todas optaram por tal benefício; (iii)

se apropria de benefício que visa fomentar

desenvolvimento das regiões atraindo mais

investimentos, o que não é aderente ao incentivo

fiscal e regulação por incentivos e, neste sentido,

solicita sua desconsideração.

Por fim, a REDE ENERGIA, endossa a Contribuição

da ABRADEE, bem como os respectivos Pareceres

Jurídicos que trataram desta questão

exaustivamente.

SUBMÓDULO 2.5 PRORET

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Fator X 1. Componente P 8. Os ganhos potenciais de produtividade foram estimados a partir da análise da evolução histórica entre o mercado, segregado por nível de tensão, e custos que compõem a Parcela B das concessionárias de distribuição nos reajustes tarifários

8. Os ganhos potenciais de produtividade serão estimados

através do método de Fluxo de Caixa Descontado futuro

para cada distribuidora, projetando-se mercado e

investimentos, além dos custos operacionais definidos.

O Fator X tem por objetivo principal o de garantir que

o equilíbrio entre receitas e despesas regulatórias,

estabelecidos no momento da revisão tarifária, se

mantenha ao longo do ciclo tarifário. Para atender

este objetivo, a metodologia proposta pela ANEEL

busca defini-lo a partir da consideração dos ganhos

potenciais de produtividade e do nível de qualidade

do serviço prestado, além de ser utilizado para

amortizar o impacto da revisão tarifária para as

concessionárias /consumidores, considerando, se

houver, uma trajetória de eficiência para os custos

operacionais a ser percorrida intraciclo, conforme

atesta a equação adiante:

FATOR X= P +Q +T onde;

P= Ganhos de produtividade;

Q = Qualidade na prestação do serviço;

T= Trajetória de eficiência para os custos

operacionais.

Pela proposta da ANEEL, o componente “T” será

definido no momento da revisão tarifária periódica

(“ex – ante”) e os componentes “P” e “Q” serão

definidos a cada reajuste tarifário (“ex – post”).

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Em face de defasagem entre o período de referência

da construção da tarifa (ano anterior) e sua

aplicação (ano posterior), motivada pela mudança do

conceito de ano teste, a utilização do componente

“P” já se fará no momento da presente revisão.

Adiante são feitas as contribuições da REDE

ENERGIA, segundo cada componente do Fator X.

A ANEEL define o Componente P como aquele fator

que captura a produtividade técnica originada pelo

aumento de escala na operação dentro de um

monopólio natural, isto é, quantifica os ganhos

associados ao atendimento de uma demanda maior

com custos marginais decrescentes.

O método de cálculo proposto, pela ANEEL, para o

cálculo do componente P é baseado na

“Produtividade total dos Fatores” como sendo do tipo

“backward looking”, ou seja, “olha para trás” em

contraposição ao modelo de Fluxo de Caixa

Descontado (FCD) como “forward looking”, ou seja,

“olha para frente”, como utilizados nos dois ciclos

tarifários anteriores.

Segundo a ANEEL os dois modelos calculam o

mesmo parâmetro, quais sejam os ganhos de

produtividade das empresas; e se diferenciam,

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basicamente, em função do tempo em que são

consideradas as variáveis de mercado e custos. No

modelo FCD, estas variáveis são projetadas e no

modelo PTF são considerados seus valores

históricos. Neste sentido, vale a pena citar o texto

contido na Fls. 7 da Nota Técnica no 267/201 onde

se lê: “O que importa, de fato, para o cálculo do

Fator X é como evoluirão os ganhos potenciais de

produtividade. Deve-se utilizar o melhor cenário

disponível para se estimar como evoluirão os custos

médios das empresas. Eventos que possam afetar a

produtividade futura e que sejam conhecidos podem

ser tratados na própria metodologia, seja o FCD ou o

PTF. Assim, conclui-se que não há um método

superior a priori”.

A REDE ENERGIA considera que seria mais

razoável que no 3CRTP a ANEEL continuasse

percorrendo o mesmo caminho escolhido para o

1CRTP e aperfeiçoado no 2º CRTP, agregando

obviamente melhorias e /ou correções em premissas

e regras de calculo na determinação do componente

P pelo método FCD.

Em que pese toda a discussão sobre a legalidade da

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mudança de método de calculo do Fator X proposta

pelo Regulador (4), a REDE ENERGIA, neste

contexto, apresenta sua contribuição de

aperfeiçoamento do componente P, via o método de

FDC, segundo as suas principais relevantes:

1.1 Receita regulatória

Seguramente é ponto mais controverso do método

FCD por conta das dificuldades inerentes à projeção

de mercado, entre as quais se destacam: escolha da

metodologia mais apropriada; assimetria de

informação entre o regulador e a empresa regulada;

identificação das variáveis que influenciam o

crescimento; antecipação de choques externos; e

estimação da demanda faturada. Tais questões, em

ultima analise, colocam em risco a arbitragem do

valor de equilíbrio entre consumidores e

concessionárias.

No segundo ciclo, com o intuito de tornar as análises

de projeção de mercado dotadas de critérios mais

objetivos e menos susceptível às dificuldades

apontadas na validação das projeções de mercado

informadas pelas concessionárias, foi elaborada a

Nota Técnica 351/2007. Na ocasião foi proposta a

utilização de modelos econométricos de séries de

tempo para a interpretação e validação das

4 Sobre essas questões a ABRADEE encaminhou uma contribuição especifica para a presente Audiência publica.

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projeções. Na formulação destes modelos, as séries

foram decompostas de forma estilizada em ciclos,

tendências, sazonalidades e irregularidades, que se

repetem no tempo, de forma que esses

componentes possam ser extrapolados no futuro.

Não obstante, deste aperfeiçoamento, o resultado

objetivo foi, comumente, a contestação pelas

concessionárias do valor arbitrado pelo regulador,

por não considerar todas as atipicidades de

consumo da concessão.

Um caminho proposto de aprimoramento para o

3CRTP seria a adoção do mercado realizado,

hipótese que implicitamente sugere que o futuro vai

repetir o passado, o que é pouco provável,

principalmente no Brasil, país que vem passando por

grandes mudanças, e de forma muito heterogênea

entre suas regiões, nos últimos anos. Neste ponto, a

proposta da ANEEL de abrir mão da discussão a

respeito do cenário em cada concessão pode

também acarretar risco na arbitragem do valor de

equilíbrio entre a receita adequada para a

distribuidora e a tarifa justa para os consumidores.

Posto isto, a REDE ENERGIA sugere retomar como

ponto de partida de discussão a metodologia vigente

até aqui e que corresponde a quase metade do

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período do contrato de concessão das distribuidoras.

Para isso, sugere o aperfeiçoamento da Nota

Técnica 351/2007 buscando, em ultima analise,

melhor equilibrar a receita adequada para a

distribuidora e a tarifa justa para os consumidores

através da simplificação e objetividades dos seus

critérios vinculados aos quesitos de: Premissas

utilizadas; Influencias de sazonalidades e

irregularidades; Projeções com os dados históricos;

Dados agregados e desagregados e; Comparação

com projeções realizadas (a partir de outras

metodologias), dentre outras.

Por fim como incentivo para a empresa declarar

suas melhores projeções de mercados, a REDE

ENERGIA sugere a criação de uma “banda” de

flutuação, dentro do ciclo tarifário, de 2%, em

média, ao ano para cima ou para baixo em

mercados estáveis e 3%, em media, ao ano para

cima ou para baixo em mercados emergentes.

Dentro desta faixa, a flutuação do mercado seria o

tamanho do risco do negócio. Fora desta faixa seria

feito o recalculo do componente P, sendo:

Se para cima, em função somente da parcela de

mercado que estiver acima do limite superior da

banda.

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Se para baixo, em função somente da parcela de

mercado que estiver abaixo do limite inferior da

banda.

Caso haja o recálculo, nas condições acima, no

próximo ciclo tarifário, o valor da diferença seria

uma espécie de CVA que irá compor os

componentes financeiros.

1.2 Custos regulatórios Ao contrario da receita regulatória, os custos

regulatórios serão projetados para o período tarifário

com base na proposta da própria ANEEL para os

ciclos anteriores, qual seja:

Para o 1º. Ano da projeção, serão atualizados os

valores de custos regulatórios definidos por meio do

Modelo de Empresa de Referência (ER) no 2º ciclo

(2CRTP), observando o crescimento de preços

referenciados as variações de IPCA (Pessoal) e

IGPM (Materiais e serviços), o crescimento de

unidades consumidoras e de redes de distribuição, o

desconto sobre os ganhos de produtividade, alem

dos ajustes por conta de novas exigências

regulatórias e, eventual, sub valoração da ER do

2CRTP.

Por fim, é igualmente necessário considerar a

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projeção de crescimento de consumidores para que

sobre a base dos custos regulatórios definida no

momento do reposicionamento tarifário seja

incrementado, em igual proporção, os custos

operacionais para os demais anos no período intra-

ciclo.

1.3 Investimentos regulatórios As projeções de investimentos incluem os

investimentos em expansão do sistema, para

atender o crescimento do mercado devido à

incorporação de novos consumidores e ao aumento

de carga dos consumidores existentes, além

daqueles referentes à renovação dos ativos de

distribuição que chegaram ao final de sua vida útil.

Conforme previsto na Resolução Normativa ANEEL

nº 234/2006, foi incorporado no 2CRTP um

mecanismo que incentiva a empresa a realizar e

declarar suas melhores projeções de investimentos.

Uma vez definido o investimento pela empresa, é

adotado um mecanismo que compara os

investimentos previstos aos valores realizados.

Caso os investimentos efetivamente realizados

sejam inferiores àqueles considerados no cálculo do

Fator X do 2CRTP, deverá ser feito o recálculo do

mesmo, onde todos os parâmetros serão mantidos

constantes, substituindo-se apenas os valores de

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investimento. O Fator X recalculado será aplicado

deduzido o valor da Parcela B da receita requerida.

Neste sentido, pode–se dizer que a própria ANEEL

já identificou uma metodologia que incentiva a

empresa a realizar e declarar suas melhores

projeções de investimentos sendo que a mesma

deve permanecer para o 3CRTP, como sugere a

REDE ENERGIA.

Por fim, duas ressalvas se fazem necessárias em

relação aos investimentos:

1) Os investimentos considerados serão aqueles não

só necessários em instalações de distribuição, mas

também aqueles investimentos relacionados à

gestão comercial, à administração e outros, tais

como veículos e software já que, diferente do

2CRTP, não são reconhecidos nos custos

regulatórios.

2) Na proposta da ANEEL em audiência Publica o

custo de capital de giro não foi considerado. Com a

proposta da REDE ENERGIA é necessário sua

consideração no mesmo critério regulatório, ou seja,

um valor igual aos 5% do montante da Parcela B

sem impostos.

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2. COMPONENTE Q 20. O componente “Q” no cálculo do Fator X tem a finalidade

de incentivar a melhoria da qualidade do serviço prestado

pelas distribuidoras ao longo do ciclo tarifário, adequando a

tarifa paga pelo consumidor à qualidade do serviço prestado.

Exclusão do Componente Q do Fator X

Segundo a proposta da ANEEL, o componente Q

pretende adequar a tarifa paga pelo consumidor à

qualidade do serviço prestado. Neste sentido, serão

observadas as evoluções dos níveis de DEC e FEC,

de cada Conjunto de UC relativamente aos limites

definidos pela ANEEL para o 3CRTP. Será definido

“ex-post” no momento dos reajustes anuais e poderá

variar entre +/- 1%. Somente haverá o cálculo da

Componente Q no caso em que a empresa mudar

de grupo em relação àquele considerado na revisão

tarifária.

Aqui toda a discussão sobre a aplicação do

componente Q deriva da ausência de base legal ou

contratual para inclusão desta componente no Fator

X e por isso viola princípios da legalidade, da

motivação e da finalidade. Na verdade, a sua

aplicação pode penalizar a empresa duplamente, já

que existem multas de não conformidade aos

indicadores de continuidade de DEC / FEC ao longo

ciclo tarifário. Neste sentido, a REDE ENERGIA

sugere sua exclusão na formação do Fator X.

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3. COMPONENTE T 27. O componente “T” tem por objetivo amortizar o impacto

do reposicionamento tarifário considerando uma trajetória de

eficiência para os custos operacionais. Seu cálculo está

descrito no Submódulo 2.2 – Custos Operacionais.

Como será reconhecido dentro do Fluxo de Caixa

Descontado excluir o Componente T do Fator X.

Na medida em que o componente T já estar incluído

nas projeções dos custos regulatórios dentro do

calculo do componente P do Fator X, a REDE

ENERGIA sugere sua extinção.

SUBMÓDULO 2.6 PRORET

PERDAS DE ENERGIA 1. Definição da Velocidade de Redução das Perdas. 38. Foram criados sete clusters de “velocidade de redução

de perdas”. Primeiramente, com relação ao nível de perdas

não técnicas, as concessionárias foram classificadas em

quatro grupos: perdas muito altas, altas, médias e baixas.

Posteriormente, para alguns agrupamentos maiores, foram

feitas subdivisões em subgrupos de acordo com o porte das

concessionárias de forma a aumentar a similaridade entre

eles. As características e critérios de enquadramento estão

apresentados na tabela a seguir:

Tabela 2: Clusters de Velocidade de Redução de Perdas

38. Foram criados sete clusters de “velocidade de redução

de perdas”. Primeiramente, com relação ao nível de perdas

não técnicas, as concessionárias foram classificadas em

quatro grupos: perdas muito altas, altas, médias e baixas.

Posteriormente, para alguns agrupamentos maiores, foram

feitas subdivisões em subgrupos de acordo com o porte das

concessionárias de forma a aumentar a similaridade entre

eles. As características e critérios de enquadramento estão

apresentados na tabela a seguir:

Tabela 2: Clusters de Velocidade de Redução de Perdas

A proposta do Regulador para o 3CRTP demonstrou

avanços e recuos em relação ao 2CRTP. O conceito

de velocidade de redução das perdas tornou mais

claro a proposta da trajetória na medida em que

equilibra melhor o ponto de partida e a meta

potencial redução de perdas. Por outro lado, a

proposta de definição das metas regulatórias sem

uma avaliação e discussão dos recursos

necessários, de O&M e de investimentos, traz

insegurança quanto ao atingimento das próprias

metas regulatórias que se quer alcançar.

Neste sentido, a Rede Energia propõe a

manutenção da metodologia adotada no 2CRTP em

relação ao dimensionamento dos recursos

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39. Para cada cluster é estabelecido um limite máximo de

redução de perdas não técnicas ao ano, conforme

apresentado na tabela a seguir. Os limites estão definidos

em pontos percentuais ao ano.

Tabela 3: Limites de Redução Anual

39. Para cada cluster é estabelecido um limite máximo de

redução de perdas não técnicas ao ano, conforme

apresentado na tabela a seguir. Os limites estão definidos

em pontos percentuais ao ano.

Tabela 3: Limites de Redução Anual

necessários, associada as devidas adequações e

aprimoramentos da proposta do Regulador para o

3CRTP como se vera adiante.

A pesquisa empírica que tecnicamente embasou a

“clusterização” consta no Anexo III – Análise de

Clusters, da Nota Técnica 271/2010 tendo as

seguintes variáveis relacionadas à velocidade de

redução das perdas: (i) o nível destas perdas; (ii) o

porte da concessionária e (iii) a complexidade sócio-

econômica. Dos estudos resultaram nove clusters

que, posteriormente, foram reagrupadas em sete

clusters relacionados com as variáveis (i) nível de

Perdas Não Técnicas e (ii) o porte da distribuidora.

Embora os resultados dos sete clusters, definidos

regulatoriamente, não correspondem exatamente

com os resultados dos nove grupos estruturados da

fundamentação técnica contida no anexo da NT

271/2010, a Rede Energia não vê nesta discrepância

algo que alterou significativamente a proposta final

de fixação dos sete clusters de definição de

velocidade de redução de perdas sugeridos pelo

Regulador, apenas uma ação de simplificação de

procedimentos.

Por outro lado, para que os pontos percentuais ao

ano definidos como limites de redução de PNT

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regulatório resultante da aplicação da metodologia

proposta esteja correto, a qualidade das informações

que os gerou é fundamental.

Segundo a Nota Técnica 271/2010, para a definição

desses limites, a ANEEL utilizou-se de dados

históricos de PNT praticados no período de 2004 a

2008, sendo selecionadas na amostra apenas aquelas observações em que houve redução de perdas em relação ao ano anterior o terceiro ciclo.

Entretanto, ao confrontar a base de dados das

empresas que reduziram as perdas no período de

2004 a 2008 e a proposta de velocidade de redução

de perdas verifica–se certa discrepância entre os

clusters, como atesta a Tabela adiante e que permite

tecer as seguintes observações:

• Pode-se dizer que a proposta de velocidade

de redução de perdas do Regulador

relacionada aos clusters 4; 6 e; 7

apresentam bastante consistência com a

realidade;

• Que os clusters 2 e 5 apresentam uma

variação entre a proposta do Regulador e a

realidade das empresas com alguma

expressividade (+/- 17%) porem

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considerando que se trata de um limite

Maximo de referencia tal diferença pode ser

minimizada.

• Que apenas, os clusters 1 e 3 apresentam

um desvio bastante significativo (> 50%)

entre a proposta do Regulador e a realidade

das empresas dos clusters.

Ao se vincular as empresas por clusters, como

ilustra a Tabela adiante, observa-se que os maiores

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desvios estão relacionados aos clusters 1 e 3 e, não

é por coincidência que se trata de áreas

reconhecidamente problemáticas - Norte, boa parte

do Nordeste e Estado do Rio de Janeiro. Ou seja,

fica evidente que a clusterização da ANEEL não

capturou para essas áreas todos os aspectos

relacionados às PNT. Neste sentido, a proposta do

Regulador, se mantida, ocasionara grande impacto

sobre a redução real das empresas lotadas nos

clusters 1 e 3, pois superestimou a real capacidade

de redução efetiva das perdas no período.

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Posto isto, a Rede Energia solicita que seja mantida

a proposta de sete clusters de velocidade de

redução de perdas porem com ajustes nos cluster 1

e 3, via uma ação simplesmente discricionária

através da aplicação de incremento de 20% sobre a

redução observada nos referidos clusters para

fixação dos limites máximos de velocidade de

redução de perdas, conforme ilustra a Tabela

adiante.

Tabela 3: Limites de Redução Anual

Por fim, a Rede Energia gostaria tecer alguns

comentários focados na CELPA, empresa do grupo

cuja composição dos índices de perdas na

distribuição de energia elétrica vem consolidando

uma realidade negativa para a concessionária.

Em virtude do aumento dos acessos a energia

elétrica não corresponder ao aumento no

faturamento, fruto das características sociais da

população, coloca a concessionária em um cluster

específico quando proposto a combinação de seus

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índices de perdas com outras variáveis explicativas -

desigualdade, violência, cobertura de abastecimento

de água, precariedade e inadimplência no setor de

credito - o que a coloca no 1º. Lugar de

complexidade sócio econômica da ANEEL.

Neste contexto, o crescimento espontâneo na

CELPA (5) se compõe a partir de todas as dinâmicas

sociais com os seus reflexos no processo de

ocupação desordenada, fato não-gerenciável pela

empresa.

A ANEEL definiu no 2CRTP o índice de crescimento

espontâneo de perdas não técnicas de 3,6% ao ano

para o mercado de Baixa Tensão, o que não

correspondeu a realidade da CELPA. O índice médio

de crescimento resultou em percentuais bastante

superiores,ou seja em torno de 7% nos últimos 5

anos.

O resultado concreto foi que a velocidade de

redução das perdas através das ações de inspeções

/regularizações, essas limitadas pelos recursos

regulatórios, ficou bem aquém do crescimento

espontâneo real das perdas. Como conseqüência,

5 Novas fraudes, seja pela capacidade de reação dos consumidores infratores, seja, pela migração das fraudes, dentre outras.

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aumento do nível das perdas ao longo do ciclo.

Portanto, torna-se necessário que a definição da

velocidade de redução das perdas esteja alinhada

com a questão do crescimento espontâneo das

perdas que por sua vez resulta da complexidade

sócio econômica da área de concessão. Na medida

em que essa ultima não vem refletindo a realidade

da área de concessão da CELPA é bem possível

que o estudo de ranking elaborado pela ANEEL

apresenta restrições. Uma delas, conforme

apresentação presencial da própria CELPA na

Audiência Publica ocorrida em 16/12/2010, trata-se

da não linearidade entre Cidade, Estado, Região e

País e as diversas variáveis explicativas -

desigualdade, violência, cobertura de abastecimento

de água, precariedade e inadimplência no setor de

credito – na composição dos indicadores de

complexidade sócio-econômica.

Obviamente que a falta de um tratamento

diferenciado das variáveis explicativas entre País,

Região, Estado e Cidade refletem no índice de

crescimento espontâneo de perdas e, neste sentido,

sugere que essa questão seja levada em conta nos

processos individuais das concessionárias.

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2. Ponto de partida. 53. Há uma série de parâmetros que devem ser

considerados para definição desse referencial. Em primeiro

lugar, deve-se observar a trajetória de redução de perdas

definida na revisão tarifária anterior, quando cabível. Via de

regra, não será permitido que o ponto de partida seja maior

que o ponto de chegada da trajetória definida no ciclo

passado. Além disso, também deve-se observar o nível de

perdas reais praticado pela concessionária no ano anterior à

revisão e a sua evolução ao longo do último ciclo tarifário. O

ponto de partida para a análise de perdas não técnicas será

definido pelo menor valor entre as perdas regulatórias do

ciclo passado e as perdas praticadas pela empresa em seu

histórico recente.

53. Há uma série de parâmetros que devem ser considerados para definição desse referencial. Em primeiro lugar, deve-se observar a trajetória de redução de perdas definida na revisão tarifária anterior, quando cabível. Além disso, também deve-se observar o nível de perdas reais praticado pela concessionária no ano anterior à revisão e a sua evolução ao longo do último ciclo tarifário. O ponto de partida para a análise de perdas não técnicas será definido pelo menor valor entre as perdas regulatórias do ciclo passado e as perdas praticadas pela empresa em seu histórico recente. No entanto, poderá ser permitido que o ponto de partida seja maior que o ponto de chegada da trajetória definida no ciclo passado, desde que exista uma razoabilidade técnica e econômica de sua demonstração.

O fundamento da proposta de correção de texto

reside, basicamente, no fato de uma eventual

fixação pelo Regulador de uma trajetória inexeqüível

no 2CRTP.

Vale lembrar que a trajetória de redução de perdas

para uma dada concessionária foi estabelecida no

2CRTP considerando apenas o potencial de redução

de perdas não técnicas a partir da identificação de

outras concessionárias com menor índice de perdas

não técnicas atuando em áreas de concessão

comparáveis sob o ponto de vista de complexidade

socioeconômica sem qualquer vinculação, pelo

menos de forma explicita, com a velocidade

potencial de redução de perdas, condição levada a

efeito na proposta para o 3CRTP.

Cita-se aqui o exemplo da CELPA, empresa

pertencente a Rede Energia, na época do 2CRTP foi

imposta uma trajetória de redução de 8,29%,

partindo de um patamar de 40,11% de perdas não

técnicas sobre o mercado de baixa tensão em

agosto /2007 para chegar ao nível de 31,82% de

perdas não técnicas sobre o mercado de baixa

tensão em agosto /2011, ou seja, uma velocidade de

redução de 2,072% ao ano,bem inferior à proposta

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de 3% para o 3CRTP.

Conforme visto no item anterior, as empresas com

menor índice de complexidade socioeconômica do

que a CELPA que conseguiram reduzir os seus

níveis de perdas não técnicas apresentaram taxas

de 1,11% ao ano. Tal percentual evidencia muito

fortemente que a proposta de redução de 2,072% ao

ano para a CELPA estava sobreestimada no ciclo

anterior.

Ressalta-se ainda que os recursos vinculados as

ações de inspeções /regularizações estavam

regulatoriamente sobreestimados, pois, uma das

variáveis relevantes na valoração de tais recursos, a

taxa de crescimento espontâneo das perdas não

refletia a realidade da área de concessão,

restringindo sobremaneira a possibilidade da CELPA

alcançar a trajetória imposta.

Posto isto, a CELPA solicita que o texto do item 53

seja afirmativo no sentido de considerar que o ponto

de partida seja maior que o ponto de chegada da

trajetória definida no ciclo passado, desde que exista

uma razoabilidade técnica e econômica.

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3.Analise econômica financeira. 4.2. Passos da Análise Passo 1: Recebimento das Informações

....

Passo 2: Cálculo das Perdas Técnicas

.....

Passo 3: Apuração dos Valores de Perdas Não Técnicas

.........

Passo 4: Definição da Referência de Perdas Não Técnicas

.........

Passo 5: Ponto de Partida para a Análise

.........

Passo 6: Definição da Trajetória de Redução de Perdas Não

Técnicas

........

Passo 7: Ajuste da Trajetória

........

4.2. Passos da Análise Passo 1: Recebimento das Informações

....

Passo 2: Cálculo das Perdas Técnicas

.....

Passo 3: Apuração dos Valores de Perdas Não Técnicas

.........

Passo 4: Definição da Referência de Perdas Não Técnicas

.........

Passo 5: Ponto de Partida para a Análise

.........

Passo 6: Predefinição da Trajetória de Redução de Perdas

Não Técnicas

........

Passo 7: Dimensionamento dos Recursos Necessarios.

Dimensionamento dos custos operacionais associados as

atividades de combate as perdas, bem como os

investimentos necessarios a partir do montante de energia

anual a ser regularizada, resultante do ni vel de perdas

definido no passo anterior. Tanto os recursos dimensionados

para custos operacionais quanto para investimentos devem

ser devidamente incorporados às tarifas no âmbito da 3º

ciclo.

Passo 8: Analise Econômica:

A Nota Técnica revela as motivações do Regulador

para abandonar as analises econômicas e

financeiras vinculadas ao estabelecimento de

trajetórias de redução de perdas não técnicas, a

saber:

207. O estudo da viabilidade das

trajetorias no terceiro ciclo nao passara mais

por analises de custos e beneficios e sim a

pela observaçao de trajetorias realizadas no

passado. Seguindo a mesma tendência dos

custos operacionais, deixa-se de lado a

analise individual e pormenorizada para uma

visao mais ampla, de comparaçao entre as

empresas.

208. A forma como esta o sendo definidas

as trajetorias, limitadas por velocidades

factiveis, definidas a partir da media de

reduçao observada por um grupo de

empresas com caracteristicas similares,

dispensa a analise econômica. A viabilidade

nao esta mais relacionada diretamente com

os recursos econômicos, mas sim com o que

e possivel frente ao ja feito anteriormente

por empresas semelhantes. Por principio, as

concessionarias que reduziram as suas

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Uma vez determinado o ni vel de perdas a ser atingido e

estimados os recursos necessa rios, será feita uma analise

de custo/benefi cio de forma a encontrar o nivel deseja vel de

reduçao. Caso o nivel de perdas definido no passo 6 resulte

em uma relaçao de custo/beneficio desfavoravel, devera

entao ser repetido o processo com um novo nivel de perdas.

Passo 9: Ajuste final da Trajetória

........

perdas no passado o fizeram dentro de uma

perspectiva de uma relaçao custos e

beneficios favoravel”.

A tese adotada para abandonar a metodologia do

2CRTP é de que as trajetorias, limitadas por

velocidades factiveis, são definidas a partir da media

de reduçao observada por um grupo de empresas

com caracteristicas similares, o que dispensaria a

analise econômica. Argumenta - uma vez que a

trajetória proposta a uma determinada distribuidora é

resultado da análise do que foi conseguido por

empresas semelhantes, estas últimas já fizeram tal

redução com base na análise econômica na relaçao

custos e beneficios favoravel. Ou seja, a

consistência da proposta estaria no fato de que as

empresas agrupadas são de fato similares, seja nos

nível das perdas, seja nos custos referentes ao

combate e seja na qualificação de todos os

componentes que influem na dificuldade do combate

às perdas e, por conseqüência, com a

implementação de soluções tecnológicas e

metodológicas similares.

Entretanto, a experiência vem demonstrando a

impossibilidade de aplicação de soluções únicas

pelas distribuidoras, o que se deve não apenas a

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fatores físicos, mas, principalmente, à enorme

diversidade histórica, cultural, social e econômica da

sociedade brasileira, o que acarreta custos também

diferenciados para cada empresa mesmo em áreas

com identidades sócio-economicas.

Cita-se, por exemplo, o programa de combate as

perdas da CELPA que consta de:

• Fiscalização do grupo A e B

• Substituição de medidores eletromecânicos

por eletrônicos

•Instalação de cubículos de medição MT

• Telemedição no grupo B indireto

• Adequação de redes de BT –

elevação/multiplexação

• Regularização de Clandestinos – ponta de

rua

• Rede Blindada com telemedição

• Regularização de áreas de invasão

Muito provavelmente, outras empresas com a

mesma similaridade sócio econômica da CELPA

dispõem de outros projetos de combate as perdas e,

se por caso, são os mesmos apresentam,

seguramente, outro mix de participação de cada

medida, alterando os custos envolvidos, seja de

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capital, seja de custeio.

Nesse sentido, basta o próprio Regulador verificar o

histórico de despesas operacionais e investimentos

em combate às perdas das concessionárias para

constatar que esses custos costumam variar muito

tanto de uma empresa para outra como, para uma

mesma empresa, de um ano para o outro.

No momento em que o regulador estabelece o nível

de perdas a ser atingido pela concessionária, é

imprescindível prover à concessionária as condições

suficientes para o alcance do nível aceitável de

perdas, sem que haja desequilíbrio econômico da

concessão.

Posto isto, a Rede Energia solicita que seja

incorporado do processo de definição da trajetória

de redução das perdas a realização da análise

econômica a fim de identificar os recursos

necessários na forma de despesas operacionais e

investimentos para cumprimento das ações de

combate às perdas, bem como os possíveis retornos

financeiros da atividade.

Registra-se, ate por coerência, que se aceito esse

pleito pelo Regulador ajuste nos custos operacionais

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da ER do 2CRTP devera ser realizado, assim como

nos investimentos vinculados ao componente P do

Fator X, na hipótese da mudança metodológica do

seu calculo para o FDC – Fluxo de caixa

descontado.

SUBMÓDULO 2.7 PRORET

Outras Receitas

1. Atividades complementares com preços /receitas reguladas.

A proposta da Nota técnica 266/2010 para o 3CRTP

amplia, em muito, o número de itens de receitas

extraconcessão a serem considerados para fins da

modicidade tarifária no cálculo da revisão, quando

comparado ao 2CRTP, onde só foram considerados

o Compartilhamento de infra-estrutura e os Serviços

taxados, esses últimos inclusos no calculo da

Empresa de referencia.

Principalmente embasado nos dados encaminhados

pelas concessionárias quando da emissão do Ofício

nº 351/2009, outros tipos de receitas com natureza e

características foram enquadradas, segundo a

ANEEL, como receitas extraconcessão.

Em que pese toda a discussão sobre a validade da

ampliação do conceito de receitas extraconcessão

proposta pelo Regulador, com destaque aos

aspectos da Insegurança Jurídica e Regulatória (6),

6 Sobre essas questões a ABRADEE encaminhou uma contribuição especifica para a presente Audiência publica.

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dentre outras, a REDE ENERGIA apresenta a

seguir sua contribuição a AP 040/2010 no tocante ao

tema de Outras Receitas.

Toda a receita de atividades complementares com

preços /receitas regulados pela Aneel será destinada

à modicidade tarifária, sob o argumento de que seus

custos já estão contemplados nas receitas reguladas

dos serviços de distribuição. O valor a ser deduzido

da receita requerida seria a média anual dos valores,

atualizados pelo IGPM à data da revisão,

arrecadados no último ciclo tarifário. São destaques

as receitas vinculadas a: Ultrapassagem de

demanda, Excedente de reativo e Reserva de

capacidade.

1.1 Ultrapassagem de demanda e excedente de reativos. 20. Para fins de revisão tarifária das distribuidoras, toda a

receita auferida (líquida) com atividades complementares e

baseada em preços regulados será destinada à modicidade

tarifária, considerando que as despesas incorridas em sua

prestação já estão contempladas na receita do serviço de

distribuição de energia elétrica. Ademais, não existe, para

essas atividades, qualquer incentivo de majoração de

receitas, pois se tratam de: (i) cobrança pelo uso ineficiente

do sistema de distribuição, nos casos de ultrapassagem de

demanda ou excedentes de reativos, ou; (ii) ressarcimento

dos custos incorridos para o atendimento temporário quando

Exclusão do Parágrafo 20.

Caracterizadas como atividades complementares

cujas despesas associadas já estão cobertas pela

receita advinda da atividade regulada, essas receitas

devem ser levadas à mocidade tarifaria, segundo a

ANEEL, e tem por objetivo incentivar o uso

otimizado da rede e o consumo eficiente da energia

pelo consumidor.

Ainda de acordo com a ANEEL, a pratica atual de

cobrança de multas, conforme legislação vigente, e

a sua apropriação integral pela concessionária,

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da interrupção da geração de energia elétrica das usinas de

autoprodutor ou produtor independente (reserva de

capacidade). Nesses casos, para cada uma das atividades

identificadas, o valor a ser considerado na revisão

corresponderá à média anual dos valores, atualizados pelo

IGPM à data da revisão, arrecadados no último ciclo tarifário.

desestimula o uso não eficiente da rede pelo

consumidor, sem que haja a efetiva contraprestação

de serviço pela concessionária na sua solução.

Inicialmente a REDE ENERGIA gostaria de

ressaltar que as receitas provenientes da

ultrapassagem de demanda e excedente de reativo

procuram compensar às concessionárias os

aumentos de custo operacional e de riscos atrelados

a sua ocorrência:

a. Pagamento de multas por ultrapassagem

nas conexões com as DITs e na Rede

Básica

b. Redução na qualidade do fornecimento e da

tensão com potencial pagamento de multas

ao consumidor

c. Redução da vida útil dos ativos da rede

d. Aumento de perdas técnicas devido a

variações no fator de potência e que são

alocadas indevidamente como perdas não

técnicas

Posto isto, a REDE ENERGIA sugere que as

receitas com a Ultrapassagem de demanda e

Excedente de reativos não devem ser consideradas

como "Outras receitas" para fins de modicidade

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tarifária, pois ao contrário do afirmado pela ANEEL,

os recursos arrecadados se destinam a compensar

custos adicionais suportados pelas concessionárias,

que não são contemplados na tarifa de energia

elétrica e cujas ocorrências são exógenas ao

controle das concessionárias que procuram evitar os

danos de suas ocorrências adotando uma ótica de

investimento prudente.

1.2. Reserva de capacidade.

Caracterizadas como atividades complementares

cujas despesas associadas já estão cobertas pela

receita advinda da atividade regulada, essas receitas

devem ser levadas à mocidade tarifaria, segundo a

ANEEL, e tem por objetivo assegurar que a

contratação da reserva de capacidade estará sendo

utilizada em caráter emergencial pelos

autoprodutores ou de produtores independentes de

energia, quando da realização de manutenções

programadas que exijam a interrupção ou redução

na geração de energia elétrica, sendo vedada sua

contratação para qualquer outro propósito.

Inicialmente a REDE ENERGIA gostaria de

ressaltar que as receitas provenientes da reserva de

capacidade procuram compensar às

concessionárias pelo aumento de risco e ocupação

da sua rede.

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De acordo com a Resolução Normativa nº 371, de

29/12/1999, as concessionárias devem oferecer

reserva de capacidade caso haja disponibilidade na

rede. Os auto

produtores e /ou produtores independentes de

energia se utilizam desta "oportunidade regulatória"

para se proteger de eventuais falhas nos seus

sistemas de geração. Analogamente seria como

adquirir um seguro contra eventual falha de

fornecimento de energia.

Sendo a reserva de capacidade um contrato anual

com bloqueio da rede no valor da demanda

reservada, é normal, quando da sua utilização

parcial por parte dos auto produtores e /ou

produtores independentes de energia, a

concessionária vir a fornecer o saldo da reserva para

pedidos de novas ligações e /ou de aumento de

consumo de consumidores existentes.

A alternativa de atendimento ao crescimento do

fornecimento de energia por parte da

concessionária, sem a utilização da reserva de

capacidade, poderá ser a ampliação da rede com os

investimentos realizados a serem reconhecidos no

próximo ciclo tarifário, se prudente no entender da

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ANEEL. Neste ponto, existe um custo de

oportunidade que a proposta da Nota Técnica

266/2010 quer retirar da concessionária.

Posto isto, a REDE ENERGIA sugere que as

receitas com a reserva de capacidade não devem

ser consideradas como "Outras receitas" para fins

de modicidade tarifária para compensar o aumento

de risco e ocupação da sua rede.

2. Atividades complementares com preços negociados. 3.1.2.1. Compartilhamento de Infra-estrutura. 12. Serão consideradas despesas adicionais de 80% da

receita líquida, integralmente revertidas à modicidade

tarifária, resultando, portanto, no percentual de 90% a ser

deduzida da receita líquida auferida pela concessionária.

3.1.2.2. Sistemas de Comunicação 13. Serão consideradas despesas adicionais de 20% da

receita líquida, integralmente revertidas à modicidade

tarifária, resultando, portanto, no percentual de 60% a ser

deduzida da receita líquida auferida pela concessionária.

3.1.2.3. Encargos de Conexão 14. Serão consideradas despesas adicionais de 80% da

receita líquida, integralmente revertidas à modicidade

tarifária, resultando, portanto, no percentual de 90% a ser

deduzida da receita líquida auferida pela concessionária

3.1.2.1. Compartilhamento de Infraestrutura 12. Serão consideradas despesas adicionais de 10% da

receita líquida, integralmente revertidas à modicidade

tarifária, resultando, portanto, no percentual de 55% a ser

deduzida da receita líquida auferida pela concessionária.

3.1.2.2. Sistemas de Comunicação 13. Serão consideradas despesas adicionais de 10% da

receita líquida, integralmente revertidas à modicidade

tarifária, resultando, portanto, no percentual de 55% a ser

deduzida da receita líquida auferida pela concessionária.

3.1.2.3. Encargos de Conexão 14. Serão consideradas despesas adicionais de 10% da

receita líquida, integralmente revertidas à modicidade

tarifária, resultando, portanto, no percentual de 55% a ser

deduzida da receita líquida auferida pela concessionária.

Para atividades complementares, mas com preços

livremente negociados, será destinada à modicidade

50% de seu lucro líquido estimado, para cada uma

das atividades quais sejam: Sistemas de

comunicação (PLC), Compartilhamento de

infraestrutura e Encargos de conexão.

Por se tratar de atividades complementares ao

serviço de distribuição, as despesas das atividades

complementares também serão integralmente

revertidas à modicidade tarifária, considerando que

estas já foram incluídas na receita da atividade

regulada. Assim, a Tabela adiante (*) ilustra a

proposta ANEEL de transferência para a modicidade

tarifaria das atividades complementares com preços

negociados.

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(*)

Atividades Receita Despesa Lucro Transferên

cia Complementares

com Apurada Regulatórias Regulatório p/

Modicidade Preços negociados (i) (ii) (iii)=(i) + (ii) =(iii)* 50% Compartilhamento de Infraestrutura 100,0% 80,0% 180% 90%

Sistemas de comunicação (PLC) 100,0% 20,0% 120% 60%

Encargos de conexão 100,0% 80,0% 180% 90% A REDE ENERGIA considera que os custeios das

atividades complementares com preços negociados

estão sobre dimensionados cujos percentuais em

relação as respectivas receitas apuradas não

chegam a alcançar 10%, valor que a REDE

ENERGIA solicita para fins de transferência para a

modicidade tarifaria das atividades complementares

com preços negociados, como ilustrado na Tabela

adiante (*).

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(*) Atividades Receita Despesa Lucro Transferência

Complementares com Apurada Regulatória

s Regulatório p/ Modicidade Preços negociados (i) (ii) (iii)=(i) + (ii) =(iii)* 50%

Compartilhamento de Infraestrutura 100,0% 10,0% 110% 55%

Comunicação 100,0% 10,0% 110% 55%

Encargos de conexão 100,0% 10,0% 110% 55% 3. Atividades atípicas.

3.2.5. Publicidade 21. Para apuração do lucro líquido, não serão consideradas

despesas adicionais para prestação do serviço. Portanto, o

percentual de 50% será deduzido da receita líquida auferida

pela concessionária, para fins de modicidade tarifária.

3.2.6. Arrecadação de Convênios

22. Para apuração do lucro líquido, não serão consideradas

despesas adicionais para prestação do serviço. Portanto, o

percentual de 50% será deduzido da receita líquida auferida

pela concessionária, para fins de modicidade tarifária.

3.2.5. Publicidade 21. Para apuração do lucro líquido, serão consideradas

despesas adicionais de 20% para prestação do serviço.

Portanto, o percentual de 40% será deduzido da receita

líquida auferida pela concessionária, para fins de modicidade

tarifária.

3.2.6. Arrecadação de Convênios

22. Para apuração do lucro líquido, serão consideradas

despesas adicionais de 20% para prestação do serviço.

Portanto, o percentual de 40% será deduzido da receita

líquida auferida pela concessionária, para fins de modicidade

tarifária.

Para as atividades atípicas a Aneel propõe a

reversão a modicidade tarifária de 50% do lucro

líquido de cada atividade, calculado a partir da

receita apurada deduzida a despesa, essa definida,

de forma regulatória, como sendo um percentual da

respectiva receita, como ilustra a Tabela adiante( * ).

A proposta da ANEEL define atividades atípicas com

margens de 100%, o que é inconsistente e, muito

provavelmente, por não ter considerado os custos

operacionais para a viabilização da oferta sendo:

para a atividade de “Arrecadação de convênios” a

implementação de sistema para integração e

realização da cobrança e a para a “Publicidade” a

formatação e custo adicional de impressões.

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(*) Atividades Receita Despesa Lucro Transferencia

Apurada Regulatória

s Regulatório p/ Modicidade Atípicas (i) (ii) (iii)=(i) - (ii) =(iii)* 50%

Serviços de Consultoria 100,0% 40,0% 60% 30%

Serviços de O&M 100,0% 80,0% 20% 10%

Serviços de Comunicação 100,0% 20,0% 80% 40%

Serviços de Engenharia 100,0% 80,0% 20% 10%

Publicidade 100,0% 0,0% 100% 50%

Arrecadação de convênios 100,0% 0,0% 100% 50%

Outros serviços atípicos 100,0% 80,0% 20% 10% Neste sentido, a REDE ENERGIA solicita a inclusão

de despesas regulatórias associadas as atividades de Arrecadação de convênios e Publicidade conforme atesta a Tabela adiante.

(*) Atividades Receita Despesa Lucro Transferencia

Apurada Regulatórias Regulatório p/ Modicidade Atípicas (i) (ii) (iii)=(i) - (ii) =(iii)* 50%

Serviços de Consultoria 100,0% 40,0% 60% 30%

Serviços de O&M 100,0% 80,0% 20% 10%

Serviços de Comunicação 100,0% 20,0% 80% 40%

Serviços de Engenharia 100,0% 80,0% 20% 10%

Publicidade 100,0% 0,0% 100% 50%

Arrecadação de convênios 100,0% 0,0% 100% 50%

Outros serviços atípicos 100,0% 80,0% 20% 10%

SUBMÓDULO 2.8 PRORET

Geração Própria de Energia QUANTO A GERACAO DE BASE TERMICA

Exclusão do parágrafo

Até o 2 CRTP a Geração Própria era tratada para

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11. Para a geração termelétrica, serão utilizados, como

referência, os valores atualizados dos custos de operação e

manutenção considerados na Resolução Normativa nº

335/2008, que estabeleceu os limites para o repasse dos

custos com aquisição de energia elétrica, às tarifas dos

consumidores finais, nos sistemas isolados.

fins de repasse dos seus custos como Parcela “B” e

o volume de energia gerada como parcela “A”. Para

o 3 CRTP a ANEEL está propondo uma mudança

radical no tratamento deste componente tarifário,

tratando volume e custo da Geração Própria como

item constante da Parcela “A”.

A motivação para tal tratativa segundo a ANEEL é o

descompasso entre o repasse dos custos

associados a Geração Própria e o volume de

energia gerado, conforme descrito no parágrafo 28

da Nota Técnica 264/2010:

“Se nos reajustes tarifários o

montante de geração dos

empreendimentos próprios for

inferior ao considerado na revisão

tarifária, será necessário reconhecer

um requisito maior de energia

comprada para atendimento de

100% do mercado da concessionária

e, com isso, haverá um aumento da

Parcela A, sem que haja uma

correspondente redução da Parcela

B, que nos processos de reajuste

está ‘Blindada’ ”.

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Para solucionar este problema a ANEEL irá

estabelecer no 3CRTP o Valor de Geração Própria

(VGP) por meio da metodologia de Fluxo de Caixa

Descontado, que iguala o VPL de receitas e

despesas. As despesas serão calculadas através de

parâmetros regulatórios para valoração da

remuneração e depreciação dos ativos e repasse de

custos operacionais.

Todavia, para as concessionárias que possuem

Geração Térmica instaladas no Sistema Isolado os

custos que serão repassados a tarifa de energia do

consumidor final estarão limitados ao custo médio da

energia comercializada no Ambiente de Contratação

Regulada – ACR.

Para as empresas que possuem Geração Hidráulica

instaladas no Sistema Interligado Nacional os custos

que serão repassados a tarifa de energia do

consumidor final será limitado ao Valor Anual de

Referência – VR.

Sobre este aspecto a REDE ENERGIA tece os

seguintes comentários:

Inicialmente, cabe ressaltar que está em andamento

na ANEEL a Audiência Pública 045, que visa regular

o reembolso de custo de geração térmica em

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sistemas isolados pela conta de consumo de

combustíveis – CCC.

A CELPA fez sua contribuição na referida Audiência

Pública, ressaltando os aspectos de ilegalidade

quanto a imposição de limites de repasses de

custos, com base no disposto na Lei 12.111/2009,

às quais a Rede Energia ratifica abaixo:

- A Rede Energia , entende que a proposta descrita nesta Nota Técnica, ao propor limite aos custos operacionais dos sistemas isolados, conforme Resolução 335/2008, contraria o disposto na Lei nº 12.111/2009, que passou a disciplinar, a partir de 30 de julho de 2009, o reembolso da diferença entre o custo total da geração de energia nos sistemas isolados e o custo médio da energia comercializada no Ambiente de Contratação Regulada – ACR, através da CCC – Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis. - A Lei nº 12.111/2009 faz expressa referência ao CUSTO TOTAL da geração de energia, sem qualquer hipótese ou possibilidade de limitação. - Todo e qualquer ato regulamentar (Decreto, Portaria, Resolução, etc.) que pretenda atribuir à Agência Reguladora competência para impor limites ao repasse de custos para a formação da tarifa contraria o princípio da legalidade (pelo fato de a legislação atual não permitir imposição de limites); o princípio do direito adquirido (em vista da necessidade de se respeitar os contratos vigentes) e o princípio da razoabilidade e proporcionalidade (pois não se pode exigir da Concessionária a prestação de serviços com qualidade e eficiência sem que lhe sejam conferidos os meios ou reembolso dos custos respectivos).

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- A Lei nº 9.648/98 (art. 10, § 2o) não é aplicável ao caso, pois: (i) refere-se a hipóteses de compra e venda de energia elétrica entre agentes concessionários e não a custos necessários para geração própria; (ii) a Lei n. 12.111, de 2009, que não traz qualquer limitação ao repasse de custos, é lei posterior e específica para o caso em referência, não sendo legítima a pretensão de suscitar a Lei n. 9.648/98 para justificar eventual imposição de limites, já que se trata de lei anterior e não-específica (geral) à hipótese. - O Decreto n. 7.246/10 (art. 11, §9o) também não pode ser invocado para justificar a imposição de limite a repasse de custos, porquanto se trata de ato meramente regulamentar que, como se disse, não pode conter disposições contrárias ou extensivas à lei regulamentada. A Lei n. 12.111/09 não confere o direito de fixação de limites para repasse de custos, já que sequer os prevê ou reconhece. Finalizando, a Rede Energia entende que para fins de repasse na tarifa de energia elétrica dos custos de geração própria o que deve ser observado na metodologia ora proposta nesta Audiência Pública 040, é o disposto na Lei 12.111/2009, ou seja, repasse da energia gerada valorizada ao custo médio da energia comercializada no Ambiente de Contratação Regulada – ACR, isto é, sem o cálculo de VGP –Valor de Geração Própria. A diferença entre o CUSTO TOTAL e o disposto acima, que de acordo com a Lei nº 12.111/2009, será coberto pela CCC, está sendo tratado no âmbito da Audiência Pública 045 e não interfere no processo tarifário.

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QUANTO A GERACAO DE BASE HIDRAULICA 1) Limite do Valor Anual de Referência

14. Para as concessionárias do SIN, o VGP está limitado ao

Valor Anual de Referência – VR, vigente na data da revisão

da distribuidora.

Exclusão do parágrafo

Após a ANEEL calcular os custos da Geração

Própria através de parâmetros regulatórios para

Remuneração/Depreciação e Custos Operacionais

será aplicado um limite para repasse as tarifas, que

no caso das distribuidoras Interligadas ao Sistema

Nacional será o Valor Anual de Reposição.

A ANEEL refere-se ao Art. 45 do Decreto nº

5.163/2004 para justificar o limite imposto ao

repasse dos custos para as compras de energia

proveniente de licitação pública promovidas por

concessionárias de distribuição com mercado inferior

a 500GWh/ano. O conceito de limitação de repasse

é válido para Geração Distribuída, entretanto não é

válido para a Geração Própria conforme estabelece

o Art. 70 do Decreto nº 5.163/2004, transcrito

abaixo:

“Art. 70 A ANEEL deverá

estabelecer os mecanismos de

regulação e fiscalização para dar

cumprimento a obrigação de

separação das atividades de

distribuição das de geração e

transmissão prevista na Lei nº

9.074, de 1995.

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(...)

§2º Os agentes, cujos contratos de

concessão de distribuição incluam

geração distribuída, nos termos dos

§§1º e 2º do art. 15, poderão

registrar e homologar na ANEEL e

na CCEE contratos de compra e

venda de energia elétrica de suas

respectivas unidades geradoras,

desde que a vigência seja a mesma

do contrato de concessão e o preço

seja o do último reajuste ou

revisão de tarifas do agente de distribuição.”

Isto significa dizer que para a Geração Própria não

há limite de repasse e deve ser preservado o preço

do último reajuste ou revisão tarifária.

Diante do exposto a REDE ENERGIA entende que o

limite de repasse dos custos com Geração

Distribuída não esta adequado aos dispositivos

legais e, portanto, solicita que seja reconhecido o

custo integral calculado pelo VGP através do método

de Fluxo de Caixa Descontado proposto.

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1) Cálculo dos custos operacionais 10. Para a geração hidráulica, serão utilizados, como

referência, os valores atualizados do custo médio de

operação e manutenção considerado no cálculo da Tarifa de

Serviços Ancilares – TSA e da Tarifa de Energia de

Otimização – TEO, esta aplicada às trocas de energia na

Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE das

usinas que participam do Mecanismo de Alocação de

Energia – MRE.

10. Para a geração hidráulica, serão utilizados, uma banda

de eficiência variando entre R$ 20/MWh e R$ 40/MWh,

dependendo do volume gerado.

A ANEEL apresenta na Nota Técnica 264/2010 no

parágrafo 48 o gráfico abaixo, onde conclui que

deste extrai-se um padrão que pode ser

perfeitamente utilizado como referência para as

usinas de geração própria.

Todavia, fazendo a análise do gráfico observa-se

que em grande parte dos empreendimentos utilizado

na amostra da ANEEL o custo O&M /MWh está

abaixo do limite da banda eficiência utilizado pela

ANEEL nos ciclos anteriores que variava entre R$

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20/MWh e R$ 40/MWh.

Tal discrepância pode ser decorrente da amostra

utilizada para estabelecer esta relação. Muito

provavelmente foram utilizados outros

empreendimentos que não aqueles associados a

geração própria existente atualmente.

Posto isto, a REDE ENERGIA propõe que sejam

mantidos os valores de referência do 2CRTP

atualizados monetariamente, ou que, o gráfico seja

calculado utilizado somente os empreendimentos de

Geração Própria.