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CONTROLE DA FEBRE AMARELA E DE OUTRAS DOENCAS TRANSMITIDAS POR MOSQUITO* PeloDr. ADHEMARPAOLIELLO Sert@o Nacional de Febre Amareb, Bra&l Programa Anti-aegypli, Reparti@o San2tátia Panamerkana Introducão.-Os modernos recursos para o contr61e das doencas trans- mitidas por mosquitos são : (a) inseticidas de a@o tóxica residual para a campanha contra os vetores; (b) imuniza$o artificial ; (c) quimio- terapicos. Abordamos em primeiro lugar o contrôle da febre amarela e, por extensão, o do dengue, malaria e filáriasis. De passagem, muitas vêzes, trataremos de mais de um deles. Febre amarela.-Para o controle da febre amarela e dengue não há recursos quimioterápicos. 0 principal transmissor da febre amarela, também do dengue, é o Aëdes (Stegomyia) aegyp& A sua erradica@0 baseia-se nos seguintes fatos de sua biologia : (1) a evolupão da postura a adulto varia de acôrdo com a correlapão de certas condipóes, principal- mente de temperatura e humidade. Teófilo Torres (Manáus, Brasil) observou sua evolupão em 7 dias em condigóes ótimas de laboratorio. Em regra, entanto, a evolucáo demora mais de 7 dias e menos de 21 dias, em natureza; (2) o ovo de estegomia pode se manter viável, na ausência de Agua, por mais de 450 dias,l em natureza, e assim ser transportado. Isto se dá comumente nas zonas assoladas pela seca, cujas flagelados levam seus pertences e transportam os focos de aegypfi;‘B4 (3) os ovos comumente ficam abrigados nas porosidades das paredes dos depósitos e assim podem resistir mesmo a flambagem;’ (4) se bem que Bauer tenha conseguido manter o aegyptz’ com vida em laboratorio por 200 dias, em natweza, parece que não chega a viver um mês, pois extinto seu foco pupario, duas semanas após não mais são encontrados adultos.’ Reed conseguiu febre amarela pela picada de um mosquito de 57 dias; (5) se bem que Shannon e Davis (1930) tenham conseguido que o aegypli de uma embarcapão ao largo, para atingir a terra, voasse 1 km., em natureza, é excepcão o seu afastamento expontâneo por mais de 100 metros de seu foco pupário ou das casas habitadas.l A convencão Internacional das Repúblicas Americanas estabeleceu que os navios com infectados deverão ancorar pelo menos 200 metros de litoral habitado ; (6) nos predios, os adultos têm urna grande preferência pelos dormitorios e pode-se admitir que, pelo menos urna vez, durante a sua vida, vai a um aposento dormitkio ; (7) o mosquito está apto para a fecunda@0 ao *Com os artipos que aparecem na p8g. 998 a p&. 1056 inicia-se a publica@0 dos trabalhos científicos apresentados na VI Conferência Panamericana de Diretores Nacionais de Saúde, celebrada no MBxico, D. F., de 4 a ‘7 de outubro, de 1948. 1005

CONTROLE DA FEBRE AMARELA E DE OUTRAS DOENCAS …hist.library.paho.org/Spanish/BOL/v27n11p1005.pdf · desde logo adotar a norma atual sem a necessidade de experimentar medidas já

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CONTROLE DA FEBRE AMARELA E DE OUTRAS DOENCAS TRANSMITIDAS POR MOSQUITO*

PeloDr. ADHEMARPAOLIELLO

Sert@o Nacional de Febre Amareb, Bra&l Programa Anti-aegypli, Reparti@o San2tátia Panamerkana

Introducão.-Os modernos recursos para o contr61e das doencas trans- mitidas por mosquitos são : (a) inseticidas de a@o tóxica residual para a campanha contra os vetores; (b) imuniza$o artificial ; (c) quimio- terapicos. Abordamos em primeiro lugar o contrôle da febre amarela e, por extensão, o do dengue, malaria e filáriasis. De passagem, muitas vêzes, trataremos de mais de um deles.

Febre amarela.-Para o controle da febre amarela e dengue não há recursos quimioterápicos. 0 principal transmissor da febre amarela, também do dengue, é o Aëdes (Stegomyia) aegyp& A sua erradica@0 baseia-se nos seguintes fatos de sua biologia : (1) a evolupão da postura a adulto varia de acôrdo com a correlapão de certas condipóes, principal- mente de temperatura e humidade. Teófilo Torres (Manáus, Brasil) observou sua evolupão em 7 dias em condigóes ótimas de laboratorio. Em regra, entanto, a evolucáo demora mais de 7 dias e menos de 21 dias, em natureza; (2) o ovo de estegomia pode se manter viável, na ausência de Agua, por mais de 450 dias,l em natureza, e assim ser transportado. Isto se dá comumente nas zonas assoladas pela seca, cujas flagelados levam seus pertences e transportam os focos de aegypfi;‘B4 (3) os ovos comumente ficam abrigados nas porosidades das paredes dos depósitos e assim podem resistir mesmo a flambagem;’ (4) se bem que Bauer tenha conseguido manter o aegyptz’ com vida em laboratorio por 200 dias, em natweza, parece que não chega a viver um mês, pois extinto seu foco pupario, duas semanas após não mais são encontrados adultos.’ Reed conseguiu febre amarela pela picada de um mosquito de 57 dias; (5) se bem que Shannon e Davis (1930) tenham conseguido que o aegypli de uma embarcapão ao largo, para atingir a terra, voasse 1 km., em natureza, é excepcão o seu afastamento expontâneo por mais de 100 metros de seu foco pupário ou das casas habitadas.l A convencão Internacional das Repúblicas Americanas estabeleceu que os navios com infectados deverão ancorar pelo menos 200 metros de litoral habitado ; (6) nos predios, os adultos têm urna grande preferência pelos dormitorios e pode-se admitir que, pelo menos urna vez, durante a sua vida, vai a um aposento dormitkio ; (7) o mosquito está apto para a fecunda@0 ao

*Com os artipos que aparecem na p8g. 998 a p&. 1056 inicia-se a publica@0 dos trabalhos científicos apresentados na VI Conferência Panamericana de Diretores Nacionais de Saúde, celebrada no MBxico, D. F., de 4 a ‘7 de outubro, de 1948.

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deixar a exuvia e não há postura antes do repasto sanguíneo. Para cada postura há novo repasto. Um s6 mosquito pode pois infectar varias pessoas e produsir vários focos ; (8) se bem que Davis tenha provado que há urna diminuicão da quantidade de virus no mosquito, após cada picada, êle é, entretanto, infectante toda sua vida, depois do periodo de incubacão extrínseca, pois a diminuicão náo e táo grande a ponto de se esgotar 0 virus, antes que 0 mosquito morra; (9) os ovos resistem à refrigera@0 e congelapáo (Hindle, 1930) ; (10) as posturas são feitas em depósitos com agua ou húmidos, artificiais, fabricados pelo homem ou com as mesmas características, colocados dentro das casas ou em seus arredores, em geral, de metal, cerâmica, vidro, madeira, lauca e alvenaria.

Desde os magníficos trabalhos de Ribas, Gorgas e Oswaldo Cruz, nos primeiros anos do século, muitos aperfeicoamentos têm sido introduzidos na técnica de ataque ao aegypti. Os aperfeicoamentos+ 3@ 4 redundaram numa simplificacáo dos trabalhos e apreciável economia, possibilitando urna campanha Continental, tendo por base a racionalizagáo da técnica através urna vasta e contínua experiencia no campo.

0 Anopheles gambiae foi assinalado no Brasil (Shannon, 1930), em Natal (RGN) e chegou a atingir grande parte do nordeste brasileiro. Já em 1941, após urna das mais brilhantes campanhas sanitárias de todos os tempos,6 a Fundacáo Rocltefeller, em colaboracáo com o pessoal do Servico Nacional de Febre Amarela, conseguiu erradicar a especie do Territorio Nacional, numa demonstracáo cabal da possiblidade de tal proeza. Foi urna antecipacáo da erradicapáo do aegypti do Continente americano. Assim como o gambiae foi extinto do Brasil, o aegypti poderá ser extinto da América, desde que um trabalho comum de cola- boracão de todos os pafses do Continente seja orientado em tal sentido. Naturalmente que o aegypti, chegado na América provàvehnente ha mais de três séculos, já está mais difundido e adaptado ao meio do que estava o gambiue. Daf a diferenca do problema. Entretanto, no Brasil, já está o aegypti reduzido a urna pequena área. Releva notar que o Brasil representava antes o maior viveiro do aegypti do Continente e atualmente são outros os paises das Américas que mantêm a dianteira a tal respeito. Os grandes gastos que o Brasil, principalmente, e outros países têm tido com a protegáo de seu territorio contra a febre amarela, redundam em beneficio para todos os países do Mundo, principalmente para os da América, sobretudo para os da América do Su1 e especialmente para os seus vizinhos. Assim, nada mais justo do que todos os pafses americanos, num esforl;o comum, se juntem para tornar mais segura urna situacáo que a todos interessa. Sobretudo, B mister frisar que o pro- blema em qualquer dos pafses americanos é muito mais fácil do que no Brasil, e que todos eles poderáo atualmente adotar um plano de servico relativamente,barato, grapas ao aperfeicoamento pela grande experiência feita no Brasil, Bolívia e Guiana Inglesa. Se estes muito dispenderam

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até conseguir a norma atual de trabalho, os países americanos poderáo desde logo adotar a norma atual sem a necessidade de experimentar medidas já afastadas pela prática. Os resultados ja obtidos no Brasil, Bolívia, Guiana Inglesa e Perú no combate ao aegypti e as normas atuais de tal luta, desde que o problema seja considerado e atacado como real- mente merece ser por todos os pafses do Continente, conduziráo a uma conclusáo menos pessimista do que a de Shannon+ “It is therefore ap- parent that stegomyia control will long continue as a public health problem in the Americas.” Os trabalhos de Soper, Froes, Antunes e colaboradores têm influido muito para que seja devidamente encarado o problema continental do aegypti. Cada vez cresce mais o perigo da entrada da febre amarela nos países infestados de aegypti, pois o numero de não imunes cresce com a ausencia da infeccáo.

Campanha anti-aegypk-A campanha anti-aegypti se iniciará pelas localidades servidas por estradas de ferro ou navegapão. Em cada urna será, inspecionado um predio sim, dois náo e tôdas as embarcacões. Náo sendo encontrado foco, a localidade é dada como negativa para aegypti. Encontrado o primeiro foco, todos os depósitos seráo tratados pelo DDT, mesmo os sem foco ou sem água, sendo entanto contados separadamente os que forem ou náo encontrados com foco. As localidades encontradas positivas para aegypti seráo reinspecionadas em todos os depósitos, e todos estes seráo dedetizados, até que possam ser consideradas negativas, depois de uma captura rotineira, de adultos, conforme adiante será ex- plicado. 0 guarda náo procurará chaves de casas fechadas ou deshabitadas, nem escadas para examinar depósitos de difícil acesso, como calhas e caixas dágua, salvo se náo tiver de se afastar muito do seu itinerário e náo acarretar muita perda de tempo. Recomendará sempre a limpeza dos quintais e porões das casas. 0 intervalo das inspecões náo excederá de 3 meses, podendo ser mais curto, dependendo da dis- ponibilidade de pessoal, material, transporte, facilidade ou náo de sua movimentacáo, inexistência de outras localidades a trabalhar e aproveita- mento de itinerários. 0 poder residual do DDT perdura por 3 meses, seguramente.

Pesquisas de focos ocultos.-Depois de algumas reinspecões, o numero de focos cae e os focos remancescentes serviráo de orienta@0 para pesquisas mais acuradas (batidas) de outros focos numa área de 100 metros de raio, tendo como centro o foco ou adulto fndice ou rastilho. Náo sendo encontrados outros focos nem adultos na área da pesquisa, esta será dada como finda. Se for encontrado foco, novas pesquisas seráo feitas orientadas pelos mesmos. Se fôr encontrado so adulto, nova pesquisa será procedida. As que descobrirem focos, seráo controladas de 10 a 15 dias após, pela captura de adultos, abrangendo todos os camodos de todos os prédios das áreas das pesquisas de focos. Caso negativas as capturas, as pesquisas de focos seráo dadas como encerradas.

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Caso contrario, novas pesquisas de focos seráo procedidas até que nem focos, nem adultos sejam encontrados. As pesquisas de foco oculto seráo feitas em todos os prédios, independente das informacóes da dona da casa, em todos os seus escaninhos, inclusive porões, caixas dágua, calhas, casas fechadas ou deshabitadas, mesmo que isto acarrete maior gasto de tempo e obrigue o guarda a procurar escada ou chave em casas vizinhas ou alhures. 0 guarda náo carrega escada como parte de seu equipamento, pois quasi sempre 6 possível conseguir uma escada ou caixões no próprio prédio ou vizinhos ou na sede de seu pôsto, se se trata de urna localidade grande. Nas localidades pequenas, raramente há necessidade de escada. As pesquisas de focos geradores seráo feitas, como regra, pelos próprios guardas do servico rotineiro, depois de coberta a localidade ou a sua zona de trabalho, pois muitas vêzes, mais de um prédio com aegypti seráo orienta@0 para urna única pesquisa desde que haja grande proximidade dos focos. 0 guarda chefe poder& rever algumas das pesquisas, controlá-las por captura ou mesmo complementar os trabalhos dos guardas, de pesquisas de focos ocultos.

Captura rotineira.-Quando náo forem mais encontrados focos, nem as capturas de controle de pesquisas de focos encontrarem aegypti, sera feita urna captura de adulto, nos dormitórios de um terco do número total de prédios da localidade. Caso náo sejam encontrados adultos, a localidade poderá passar para vigilancia.

Vigilhcia.-Regime de inspecáo do terco do total de prddios, pelo menos, e cuja intervalo de inspecáo ficará na dependência de disponibili- dade de pessoal, material, facilidade ou náo de sua movimentacáo, inexistencia de outras localidades a trabalhar, intercâmbio com outras infestadas e aproveitamento de itinerários, mas pelo menos de 3 em 3 anos. As que forem encontradas com aegypti seráo novamente trabal- hadas, de acôrdo com a rotina já descrita. Ponha-se em destaque: a passagem das localidades, em que não mais se encontra aegypti, náo deve ser feita apenas com critério de se ter um melhor aproveitamento .do pessoal, maior economia, mas também como um elemento para se aquila- tar que as localidades já se acham realmente sem aegypti.

[email protected] embarcacões, desde a primeira inspecáo, seráo feitas também capturas de adultos, salvo as completamente abertas, como as canoas, caicas ou pirogas. Seráo também totalmente dedetizadas, de 3 em 3 ou de 4 em 4 meses. Com excepcáo dos de- pósitos de água para uso pessoal, todos os demais seráo tratados pelo DDT no mesmo título do usado para a dedetizacáo das paredes do barco. Os depósitos de água para uso pessoal serão tratados com DDT para garantir de 5 a 10 partes de DDT por milháo de capacidade de depósito. Poderáo também ser dispensados da dedetizacáo, os transatlânticos que forem encontrados sem focos e adultos de aegypti. A dedetizacáo de urna embarca@0 fica em cêrca de 30 cruzeiros (U. S. $1.50). No Brasil,

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levando-se em conta o servigo de tôda a Amazônia (Postos de Belém, Manáus e 4 outros menores), sáo dedetizadas menos de 50 embarcacões por ano. É êste o maior servipo atual de dedetizacáo de embarcacões, contra o aegypti em todo o mundo. Sua eficiência ficou demonstrada,ï mesmo com o servico de dedetiza@o centralizado, apenas em Belém. Depois da aplicacáo do DDT, sbmente uma embarcacáo, parcialmente dedetizada, foi encontrada com aegypti, dois meses depois de tratada. Simplifkou-se, pois, a solucáo do problema de protecão das embarcacões e fica impedido o transporte do aegypti pela navegacáo. Se idêntica medida f6r tomada peIos demais pafses com portos infestados, mais suave tornar-se-á o contrôle de embarcacóes, pois que a dedetizacáo 6 feita sòmente de 4 em 4 meses. Como sáo raras as embarcacóes que náo voltam ao mesmo pdrto antes de 4 meses, o problema fica, pois, assim bastante simplificado, sendo a descentralizacáo adotada apenas por um excesso de seguranca e para atingir as embarcacóes de roteiros mais restritos em trechos ainda positivos cujas condigóes náo oferecam ainda absoluta garantia. Esta era urna das fases do probIema que mais dificuldades apresentavam (multas, tubulacóes para larvicidagem do lastro, selo de seguranca nos depósitos, etc.) No Brasil os responsaveis pelas embarcacóes se prontificam a pagar a dedetizacáo, mas náo há urna base legal para o recebimento da importância. No Equador’O os re- sponsáveis já estáo pagando a dedetizagáo de suas embarcacóes. Na embarcacáo será devida e adequadamente anotada a inspecáo, a de- detizacáo, se feita, e o número de focos ou adultos de aegypti encontrados. (ver modelos). 0 guarda fará também um registro, com as anotacóes acima, além da origem, e destino de cada embarcacáo, e do seu roteiro se f&r encontrada com aegypti. Quando a embarca@0 estiver carregada e o trabalho fôr parcial, o fato será referido na embarca@0 e no registro do guarda. Um sistema de comunicapóes telegráficas será usado para que uma embarcacáo encontrada com aegypti num pôrto ou parcialmente inspecionada, seja inspecionada no outro, logo que chegue. Também, de acardo com as informagies obtidas dos peri6dicos, agencias de navegapáo, polícia de navegacáo e saúde dos portos, sobre as próximas chegadas de embarcapóes, seráo tomadas providências de maneira que t&las as embarcacóes sejam trabalhadas logo que cheguem ao pôrto. Enquanto houver a média de urna embarca@0 com aegypti por mês, as dependencias portuárias e as embarcacóes ancoradas ou atracadas seráo inspecionadas, de preferência semanalmente. Depois mensal- mente. As embarcacóes que chegarem seráo entretanto, inspecionadas logo. Se negativas para aegypti, a dedetizacáo será feita de preferencia no dia ou véspera do inicio do carregamento. Se positiva imediata- mente, mesmo antes de descarregada, e completado o trabalho seguida- mente. Tadas as instalacões portuárias seráo dedetizadas e também as casas que ficarem em frente do parto, salvo se distantes mais de 100

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metros. Tais providências seráo repetidas de 6 em 6 meses, pelo menos, até que fique afastada a mais remota possibilidade de reinfestacáo.

Legislacão.-Para facilitar a a@o do guarda haverá urna Iegislacáo que possibilite a sun entrada em todos os comodos de todos os prédios, em- barcagóes e outros locais, sempre que fôr julgado necessários e o uso do insecticida indicado pelo servico, de acôrdo com suas instrucóes;84 que obrigue os moradores e outras pessoas a manterem seus quintais e poróes limpos e devidamente abrigados, de maneira a náo coletarem água, os materiais de qualquer órdem mantidos em depósito ; que impeca o uso e fabricacáo de depósitos que difìcultem a erradica@0 de aegypti. A legislapão4 é, pois, grandemente simplificada com o uso do DDT.

Equipamento do guarda.-Um vidro ou outro depósito com cêrca de 300 gramas de urna solucáo, emulsáo ou suspensáo de DDT, de maneira que possa obter 5 a 10 partes de DDT por milháo de capacidade de cada depósito a tratar ; lanterna elétrica ; lápis ; uma pasta de papeláo que caiba no bolso, com formularios para registro de seu trabalho do dia; um espelho pequeno para examinar os depósitos com a luz do sol, quando possível; documento que o credencie para o trabalho. Para o servico nas embarcacóes B necessário também o equipamento para a dedetizacáo das paredes e um modêlo para ser afixado no interior da embarcapáo, de maneira que seja possível fazer o contrôle das inspepóes. (Ver modêlos) . Se bem que o guarda deva levar para o campo o material folgadamente suficiente, para o servico do dia, é muito prejudicial conduzí-lo em ex- cesso, porque além do desperdício, dificulta-lhe o trabalho.

Fiscalizacão.-A fiscalizacáo sistemática e imparcial é um imperativo basico na campanha anti-aegypti, mais do que em outros servicos. Náo será demasiado um dispêndio de 25% com a fiscalizapáo em relacáo ao total da verba destinada ao servico.4 A fiscalizapáo 6 feita :1 e 4 (a) pelo próprio relatório diário por êle mesmo confeccionado ; (b) pelos próprios resultados de seu trabalho ; (c) pela verifica@0 do seu trabalho pelo guarda chefe, guarda chefe geral e médico, acompanhando-o nas in- spegóes domiciliares; (d) pela revisáo de seus trabalhos pelo guarda chefe, guarda chefe geral e médico; (e) pelo servico de captura rotineira de adultos, em todo o pôsto, pois tal servico deve incidir justamente nos postos que náo estejam dando focos de aegypti. Se a existência ou in- existencia de adultos estiver de acôrdo com os trabalhos apresentados pelo guarda, poder-se-á pensar na veracidade de seus resultados ; pelos itinerários rotineiros previamente estabelecidos. (Nota: Para urna idéia da simplificacáo atual do equipamento, vide trabalho (4) das Refer- encias.) Pelo menos 10% do trabalho do guarda deve ser fiscalizado por um superior. Em regra é necessário um guarda chefe para cada 5 ou 10 guardas. Cada guarda faz, dependendo do tipo dos prédios e das distâncias entre eles, de 70 a 120 pr6dios por dia. Quando sáo grandes os prbdios, também nas primeiras inspeqóes, nas pesquisas de focos ocultos,

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nas embarcagóes (exceto as aberta.s ou pequenas), o número médio de inspe$íes baixa. Entretanto, em regra, um guarda usa DDT como larvicida em 100 prédios, no mesmo tempo que um dedetizador de parede faz sòmente 10 prédios.

Registro de trabalhos.-Os trabalhos de cada localidade seráo resumidos em um formulario próprio a ser enviado para o escritório, e as pesquisas de foco oculto o seráo em formulário igual, mas separado. 0 escrit6rio preencherá mensalmente um formulário com todas as IocaIi- dades cujas trabalhos tenham findado no mes, náo importando em que data tenha se iniciado. Será conveniente que o formulário dê também uma idéia do desenvolvimento do trabalbo no país ou Estado, desde seu infcio e desde o princípio do ano. Desde quando se tem em mira a er- radica@0 da espécie, deve-se evitar o trabalho rotineiro com cácuIos de índices, médias e percentagens de focos, salvo para determinados estudos. 0 pessoal de campo, todavia, náo deverá absolutamente ser ocupado em tais cálculos. (ver Modêlos) .

Toxidês do DDT.-Foi expôsto o sistema de combate ao aegypti baseado no uso do DDT como larvicida, sistemàticamente em todos os depósitos de água, inclusive nos de água potável. Releva notar que o aegypti tem uma especial preferência pelos depósitos domésticos, de água para uso pessoal. Poderá ser arguido que o uso do DDT em tais con- dicóes acarretaria casos de intoxica@o. Pela via oral, em soIu@o em 61eo de milho, 70 miligramos por quilo de pêso náo matou nenhum rato.8 Nesta base seria necessária a ingestáo de mais de 70 centigramos de DDT, por uma crianca de 10 quilos, para que houvesse algum perigo. Se se usar, pois, o DDT, na base de 10 p.p.m. como Iarvicida, em 10 litros dágua haveria apenas 10 centigramos de DDT. Seriara, pois, necessários mais de 70 litros dágua de urna só vez, para causar algum dano à crianca de 10 quilos. Acresce ainda que o DDT em emulsáo na água 6 muito menos tóxico para os animais de sangue quente do que dissolvido em óleo. “Cobáias com um pêso de cêrca de 400 gramas suportam urna dose única oral de 1 grama de DDT em emulsáo aquosa sem apresentar qualquer fenômeno tóxico visível ; isto corresponderá % dose de 175 gramas para o homem de 70 quilogramas de pêso. A absorpáo do DDT no intestino é mfnima e o veneno é eliminado pelas fezes”.g Quanto ao dano que poderia causar o uso prolongado de pequenas quantidades, pode-se dizer que, sendo o DDT táo eficiente, o seu uso realmente náo se prolonga por muito tempo ; que o fato mesmo de haver a acáo residual demonstra que grande parte da pequena dose úsada permanece no de- pósito e, além do mais o DDT s6 é colocado cada trimestre ou cada mês no depósito. Na proporcáo usada como larvicida. com os solventes (xilol, acetona, álcool) e emulsivo comum (triton) náo se nota modi- ficacáo de c&, sabor ou odor da água tratada.

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Toxidês para os servidores.-Os servidores que fazem a aplicapão I’ do DDT como larvicida ngo necessitam de protepão especial contra a intoxica@o, salvo evitar que o DDT entre em contacto com a pele e quando isto se der, lavar a parte atingida com sabão. Como rotina devergo lavar as mãos mais a miude. Em Belém, um guarda, com o fito de demonstrar que o DDT não é Uxico, para vencer a resistência de um morador, a seu arbitro, ingeriu cerca de 125 CC de urna emulsão em água de DDT a 1 para 300. Ingeriu, pois, de urna so vez 40 centigramos de DDT. Idade: 56 anos. Tinha uma dilatagão da aorta, palpitagoes e visão boa com úculos. Teve “sensa@o de ardência, pela manhã;, na mucosa bucal logo após a ingestão. h noite, moderada cefalagia. No dia seguinte aparecimento de vesículas do tipo herpes bucal. Cefal- algia intensa. Sinais e sintomas de conjuntivite. Edema subpalpebral. Extrema fadiga. No outro dia acentuacão de todos os sintomas e sinais observados anteriormente. No dia seguinte, declínio gradual dos sinais e sintomas, permanecendo ainda urna cefalalgia intermitente, porém com grandes períodos de bem estar. Sente que baixou sua acuidade visual.” A protecão dos dedetizadores de parede reside no di aperfeicoamento da técnica de trabalho ; no uso de um dispositivo simples (urna chapinha) abaixo do hico do aspersor para evitar que se escorra o .“ líquido pelo tubo ; no rodízio sempre que possfvel do pessoal ; na trota ., e lavagem diária da roupa ; na lavagem com sabão das maos, bracos, pescopo e rosto de quatro em quatro horas, pelo menos ; no banho vespertino diário com sabao. 0 uso de máscaras, óculos e luvas e urna 1 complica$Xo ineficiente na prática e que tem que ser facultativo.

Processos de aplicacão do DDT.-0 DDT como larvicida já é rotina * anti-aegypt2 no Equador’O e na Venezuela’l (querozene com 5% de DDT ’ e solu~ão alcoólica); no Perú (álcool a 95% com 2% de DDT),12 no ! Brasil13 e Paraguai’l (solupão emulsionável com 30% de DDT) ; no r Chile” (solu~ão alcoólica) ; no Brasil’3 e Paraguai,l4 além do uso do DDT como larvicida propriamente, é feita a dedetiza@o das partes interna e c externa do depósito e dos seus arredores, com um aspersor de 3 litros de capacidade. A priori, parece que o tratamento exclusivo do depósito 3f de agua com o larvicida é suficiente, pois, o mosquito terá que, em úl- i tima análise desovar nos depósitos com água ou húmidos e as larvas que .;“’ emergirem dos ovos serão atacadas pelo larvicida. Para a dedetizacão do depósito e seus arredores há, além do mais, gasto maior de insecticida ’ e necessidade de bomba aspersora. Entretanto, somente a comparacao futura dos resultados poderá condizur à concluscao sobre as vantagens dos dois sitemas. 0 Perú12 que está usando o DDT como larvicida, como rotina, hà mais tempo já conseguiu passar a zero várias localidades antes encontradas com aegypti. Dada a rotina do uso de DDT como larvicida em todos os depósitos de água, mesmo sem foco e mesmo sem água, pode-

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se, a priori, pensar também que mais prático seja a colocacão do DDT nos reservatórios e depósitos de estoque e distribuipão de agua para as populapões, tal como se faz a clora@o, de maneira a garantir 5 p.p.m. nos depósitos domésticos. Isto merece uma experiencia e não há razáo para o temor de intoxicacáo, desde quando já se admite que náo 6 tóxico o DDT usado na proporcáo necessária para a a@o larvicida e seu uso seria restrito apenas at6 a erradica@0 do aegypt2. 0 servico de rotina, conforme já ficou descrito, seria usado apenas para complemen- tar a medida básica, especialmente nas zonas náo servidas pela agua do reservatório e para contrôle. Caso dê resultado, a medida concorreria muito para baratear a campanha.

Cambournac e FonsecaI fizeram, com bons resultados, a aplica@0 do DDT, náo nos focos diretamente, para a profilaxia da malaria, em zonas de cultura de arroz, em Portugal, mas pela aplicacáo do DDT nos pontos mais elevados das vaIas, de maneira a permitir a distribuicáo do larvicida pela difusibilidade e tensão superficial. No Equador,lr Venezuela” e Perú l2 I a dedetizapáo total das paredes do interior das casas 6 usada quando há o problema da malária na localidade e entáo tal providencia basta para tornar negativa a presenta do aegypti, comu- mente com uma s6 dedetizacáo total da parede. Na Guiana Inglesa a dedetizacáo total dis paredes tem sido largamente usada para combater o aegypti, num servigo comum contra o darlingi e culex.ls~ *5p 86 Adedetiza- #io total das paredes, no combate ao aegypti, tem sua indica@0 formal no caso das embarcacóes fluviais, lacustres e outras infestadas ou infestáveis, por irem para ou virem de pontos infestados ou suspeitos7 e tamb6m nas instalacões e casas próximas dos portos infestados ou infestáveis. Poderá ser usada também para apressar a queda de urna infesta&0 residual resistente, pela dedetizacáo das casas com aegypti e das próximas, para maior eficiencia, do trabalho. Enquanto a inspecáo e trata- mento de todos os depósitos com DDT, de um prédio, fica em média em Cr $0.50 (U.S. $0.03), um, tratado pela dedetizacáo total das paredes fica em cêrca de Cr $20.00 (U.S. $1.00).

Em todos os casos porém, 6 vantajosa a aplicacáo do DDT também como larvicida em todos os depósitos, pois, não acarreta aumento apre- ciável de despesa e oferece maior seguranca e rapidez no resultado final, Dada, entretanto, a grande predile@0 do aegypti pelos dormitórios, o fato de que o adulto terminará indo ao dormitório durante a sua vida, num dos seus movimentos (repasto, desova, vento, etc.), e que a acáo residua1 do DDT 6 mais longa que a vida do aegypti, poder-se-á reduzir a dedetizaqáo das paredes apenas aos dormitórios, no caso de predios com aegypti, Talvés como medida para erradica@0 do aegypti possa ser experimentada a dedetizaqáo sòmente de todos os dormitórios até à altura de 3 metros, da parede, além das providências quanto aos portos e

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embarcapões, ja referidas. A priori, entretanto, parece que tal técnica seja mais cara do que a do uso do DDT como larvicida, desde quando o trabado 6 mais demorado, exige material mais complicado, mais diffcil adestramento de pessoal e a necessidade também do controle de seus resultados. No caso do uso do DDT como larvicida, a própria rotina do servico já faz também o controle dos resultados, pela pesquisa do foco.

Bombas aspersoras.-Dos vários tipos de bombas aspersoras, o fabri- cado por ‘Smith” (Utica, New York) 6 o mais econômico, leve, de fácil manejo, pois pode ser colocada diretamente em qualquer depósito com o inseticida, dispensando a trabalho de enchê-las repetidamente. A fabricada por L‘Cooper”18 6 semelhante à “Smith”, mas três vêzes mais cara. Ambas sáo supridas de um hico muito simples e prático que proporciona um jato em cone oco, muito mais eficiente do que o jato em leque. Em Sao Paulo e no Rio sáo fabricadas as bombas ‘<Arbo” e “Maravilha” semelhantes as acima referidas. A prática tem demon- strado que o uso do manometro á desnecessário nas bombas manuais, pois, mais importância tem o adestramento do guarda para fazer a aspersáo de maneira regular, evitando que o liquido escorra na parede. Outras bombas sáo usadas e, quando o servigo anti-aegypti 6 feito na dependência ou em colaboracão com o de malaria ou de outra doenpa transmissível, o material dêsses servipos pode ser utilizado, pois sua aplica@0 é muito menos extensa na luta contra 0 aegypti.

Solventes do DDT.-0 Equador4 usa o DDT a 5% em querozene, mesmo para os depósitos com água potável, apesar da resistência que muitas pessoas oferecem ao querozene. Outros reservam o uso de tal solugão para depósitos que náo os de água para uso pessoal e para a dede- tiza&0 total. Como o DDT se dissolve na proporcáo de até 40% no xilol, a sua solu@o emulsionável tem sido muito aceita, pois além de econômica, facilita o transporte do DDT direta e imediatamente utilizá- vel, para todos os casos, numa proporcáo maior e volume menor. Os Estados Unidos e o Brasil (Usina de Volta Redonda, Est. do Rio) produzem xilol pelo preco de cêrca de Cr $3.00 (U.S. $0.15) o litro. As popula@es em geral aceitam melhor a soluqáo alcoólica do DDT. 0 álcool 6 mais caro e dissolve no máximo 27$ de DDT (álcool a 45’) não sendo prático seu uso para a dedetizacáo total das paredes. Isto obriga também ao uso de dois tipos de solucáo, um para larvicida e e outro para imagocida. Caso não seja possível a obtencão do álcool a 45”, poderá ser usado um de título mais baixo e será obtida menor proporpáo de DDT. É, então, necessária a aplica&0 de maior quanti- dade da solu$Xo para ser colimado o fim desejado. Humedecível, em p6, podendo ter mais de 50% de DDT, costuma entupir muito o hico do aspersor. 0 seu transporte fica muito fácil, pois, num volume menor tem-se maior quantidade de DDT. (Para mais detalhes sobre solventes

f9.481 FEBRE AMARELA 1015

e emulsivos, vide a publica@0 No. E-742, do Departamento de Agricul- tura dos Estados Unidos.)

Outros inseticidas.-Deixamos de entrar em detalhes de discussão sôbre outros inseticidas, porque aão oferecem em conjunto, as vantagens do DDT ou porque a sua aquisipão não seja táo fácil como a dêsse.

Resumo do combate ao aegyp¿i.-Em última análise deve ser o se- guinte o desenvolvimento da campanha antiestegamica: (1) descoberta das localidades com estegomia, pela inspe@,o preliminar; (2) trabalho nas localidades positivas até que não sejam encontrados mais focos nem adultos de estegomia; (3) vigilância das localidades cujas trabalhos ten- ham sido suspensos em conseqiiência da presunp%o de que estejam isentas de estegomia; (4) reinstala@0 dos servicos rotineiros nas localidades encontradas com estegomia pela vigilância, para serem trabalhadas até que não sejam mais encontrados focos nem adultos de estegomia. a escusado par em destaque a necessidade de m pessoal devidamente treinado e atualisado. 0 treinamento de um técnico sanitário s6 termina quando êle deixa o respectivo servico de saúde pública.

MODELOS

Para justificar a simplicidade do registro de trabalhos, transcrevemos :

“Al1 persons concerned with public heslth administration must have become disturbed about the increasing volume and complexity of reports and records that characterize our routine operations. Paper work in public health has long since paased the stage of being a source of irritation; it now constitutes a significant drain on the time of professional and technical personnel and thus has become an appreciable item in health department budgets.‘J3T

“ Detailed records and maps pay for themselves many times over if they are studied and if they are used to orient an ever-shifting strategy of campaign against AMes aegyptLJJ4

Em 1940, o Servipo Nacional de Febre Amarela do Brasil, usava 40 modêlos para o trabalho anti-aegyptL4 Atuahnente com os aperfeicoa- mentos e com o DDT, a campanha anti-aegyptz’ pode ser feita com 4 modêlos. Para melhor compreensão da utilidade e maneira de preenchi- mento, referiremos os equivalente constantes do “The Organization of permanent nation-wide anti-Aëdes aegyptz’ measures in Brazil. J’4

l.-Modêlo para inspecões didrias .-Equivalente aos modêlos FA-2, FA-2 Reverse, FA-2R e FA-BR Reverse, FA-32 e FA-123. Está adap- tado também para as inspecões nas embarca@es. Este 6 o modêlo básico do trabalho anti-aegypt2. Cada servidor de campo preenche urna linba, logo que termina a inspecão preliminar, a inspepão rotineira para pesquisa de foco, de captura ou de foco oculto, quer seja de uma casa, quer seja de urna embarcacão. Terminada a inspegão da localidade ou da parte dela correspondente ao trabalho de um guarda (Zona), todos os totais das “Inspecóes diárias” são transportados para o “Resumo do trabalho de campo.”

1016

Localidade

OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

SERVICO ANTI-AEGYPTI-INSPEcõES DI&IAS

Zona Data

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G-Gaiola R-Rebocado? A-Alvarenga OT-Outras.

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. . . . . . . . . . . . ninfa <I . . . . . . . . . . . “ mosquito “ ,........... “ aegypti

(Obaerva@s no vmo)

19481 FEBRE AMARELA 1017

%-Resumo do trabalho de campo.-Equivalente aos FA-4, FA-4 Reverse, FA-4 Suplementary, FA4 Suplementary Reverse, FA-4R, FA-14, FA-14 Reverse, FA-15, FA-15R, FA-15 Reverse, FA-44, FA47, FA-58, FA-58 Reverse, FA-140. Está adaptado também para as inspe- @es portuitrias. Para cada localidade é feito um “Resumo do trabalho de campo” e, separadamente, um para as pesquisas do foco oculto ou captura. Quando as cidades são muito grandes, um “Resumo” é feito para cada distrito, isto B, um conjunto de várias Zonas, em geral, seis. Para o servigo das embarcacões é feito também um “Resumo” & parte. Os “Resumos” sáo feitos pelos guardas ou guardas chefes e enviados para o escritorio do servico anti-aegypti. Na primeira coluna será referido pelo guarda o número da zona trabalhada. Se f&- servico de embarca- @es, referi& em cada linha abaixo o tipo das embarcacóes, conforme a discriminapão do vértice inferior esquerdo do modêIo Inspecões c&drias. Se f6r guarda chefe ou guarda chefe geral referirá em cada linha a zona fiscahsada ou das localidades, se forem diversas.

d.-Relatório Mensal.-Equivalente ao FA-14, FA-15, FA-15R, FA-15R Reverse, FA-69, FA-111 e FA-141. De posse dos “Resumos” o escritorio preenche o “Relatório Mensal” do servico anti-aegypti. Figuraráo no “Relatório,” de cada mí%, tôdas as localidades cujas traba- lhos tenham terminado no mês a que o “Relatório” se refere. 0 número de casas existentes numa localidade, iniciaImente negativa pela inspecáo preliminar, pode ser obtido dos anuários estatísticos oficiais ou pela con- tagem das casas pelos guardas ou aproximado, pelo cálculo, de acôrdo com o número de casas, multiplicado por 3, pois, na inspecão preliminar é feito um terpo do total de casas, isto é, um sim, dois não. No caso da localidade ser positiva a inspepão~incidirá em todos os predios e o número constante do “Resumo” será pois transportado para o “Relatório.” Na coluna ticlo, será referido o período em que são feitas as inspecóes rotineiras regulares do guarda : S-Semanal, M-Mensal, T-Trimestral. 0 ciclo semanal é para os casos excepcionais, especialmente na parte portuária. Com o uso do DDT o ciclo preferível B o mensal, enquanto a localidade está positiva. Depois sera alongado para trimestral. Caso a localidade se mantenha a zero (focos e adultos) por mais de um ciclo trimestral, passará para a vigilância (pesquisa de focos aquáticos do terco do total de predios, cada 3 anos pelo menos). Na parte “fiscalisa- @es” sáo referidas as feitas para contrôIe do trabalho do guarda, pelo guarda chefe, ou do dêste pelo guarda chefe geral ou médico. No quadro de “Vigilância” e “Resumo Geral” serão referidas tôdas as loca& dades inspecionadas, independente da modalidade de trabalho (pesquisa de focos, captura) e com aegyptil, qualquer que seja a fase evohrtiva da especie, mesmo em embarcacóes originárias de outros portos, mesmo estrangeiros. Referir no verso o nome e a origem (matrícula) de qual- quer embarca@0 encontrada com aegypti e também a localidade em que

SERVIGO ANTI-AEGYPTI

Resumo do Trabalho de Campo DEPÓSITOS

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Com Focos ~sp. p/Fiscalis. . . . . * . . Localidade

.,............ Municipio

. . . . . . . . . . . . Estado

,..........,.... Ciclo

~..,............ Data do tér-

mino da Inspe&o

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aegypti om Focos Espkie - -

72 2 -

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- a -

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I .-

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-

Caixas D’ågua. ......... Tanques. ............... Depósitos de barro. ..... Barrfs, toneis e Tinas. .. Depósitos artificias

especiais .............. Calhas. ................. Arvores e plantas. ...... Cacimbas, pocos e cis-

ternas ................ Porões, Grinaldas e

lastros ................ Baleeiras. .............. Trincanizes e pisos de

camarotes ............ Guinchos. .............. Outros depósitos. ......

Totais . . . . . . . . . . . . .

CAJAS ou EMBAFXA@ES

Adultos 1 Fiscalisagks (casas)

I I Cm Guarda

Com Focos 1 Adult. I I

_-

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__

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-

Revisáo Localidades cm zonas 0”

Tipos de embarcac%

1 Com Focos 1 Adult.

p g 3 â .a G :ki ---

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T. - T. aeg T. N.

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----- Totais

-

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-

I - Observapões e enderepos dos focos e adultos de aegypti, depois da 2a. inspec-

~$0, no verso. T. = Total N. = Ninfa aeg. = aegypti

1018

Estado : Mês : Ano :

SERVIGO ANTI-AEGYPTI-RELATOR10 MENSAL

:aptura

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1 Fiscalizado Guardas

visitadores -

casas

COUI FOCOS aeg.

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Localidades d : 3 - ? f 3

7

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T

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r 1

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t -

l --

, - -

VIGILANCIA RUXJJXO GERAL s (Localidades negativa.

ha mais de seis meses) No Localdades inspecionadas

Desde o inkio do semico inclu- sive as deste m&.

N este ano inclusive as dbste mês.

Total c/aeg. Total c/aeg.

No inspecinadas no ano, indu-

sive as com aeg. ddste mês

T = Total aeg. = aegypti

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Chefe de Servigo

1019

1020 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembm

foi encontrada infestada. No “Resumo Geral” cada localidade s6 ser& contada urna vez. Depois de confecionado o “Relatório Mensal,” os “Resumos” serão arquivados em órdem alfabética pelo nome da localidade e cronológica, por Estado ou Território ou equivalente, para constituirem o fichário de localidades trabalhadas, com os resultados das inspecões.

&-Certificado de Protecáo [email protected] ao FA-52, no caso das embarcacões, ao FA-118 e ao FA-l 19. Desde que a embarca- $50 esteja livre de aegypti e dedetisada, quando fôr o caso, será fornecido o “Certifkado” para que ela possa obter o passe para deixar o porto.

El MINISTÉRIO DE HIGIENE

Armas da

DEPARTAMENTO NACIONAL DE SAÚDE

RepGblica SERVICO ANTI-AEGYPTI

Certificado de Protecão Anti-Aeggpti Vcflido sb por sete dias neste pôrto

Embarca@0 (nome). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tipo.. . . . . . . . . . . . . . . . . . , . Nacionalidade.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Responsável.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fócos., . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . , Dedetisago (data). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Este certificado s6 6 fornecido quando a embarca@0 satisfaz todas aa exighcias regulamentares e faz parte dos documentos de bordo.

Sem este certificado, a critério do Servico, a embarca@0 6.0 poded trafegar.

Data.. . . . . . . . . . . . . . . . . de . . . . . . . . . . . . de 19.. (Localidade)

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Guarda do Servico

Observacaes:

Mosquitos silvestres.-Não ha na atualidade, em uso, um sistema pr& tico de controle dos mosquitos silvestres, transmissores da febre amarela. Provàvelmente as tentativas que estão sendo feitaszO* 21 para contrôle de anofelinos, especialmente kerteszia70 e outros mosquitos por meio de nuvens de inseticidas com auxílio de aviões e helicopteros, darão algum resultado para determinadas indicapões no caso dos mosquitos silvestres, transmissores da febre amarela.

Febre amarela por aegypti e febre amarela silvestre.-Já esta exu- berantemente provadoz5* 30* 31 que a febre amarela transmitida pelo estegomia 6 a mesma febre amarela transmitida pelos mosquitos silves- tres. Esta pode e ja tem passado das selvas para as cidades31 com aegypti. Provàvelmente a própria epidemia de 1928-1929 que assolou3 o Rio de Janeiro, causando tanto prejuizo para o País, tenha tido origem em casos silvestres.4 Há entretanto um meio seguro de evitar que a

W481 FEBRE AMARELA 1021

febre amarela transmitida pelo aegypti apareca em qualquer localidade : a erradicacao do transmissor. Ninguem ainda garantiu, entretanto, a possibilidade da febre amarela silvestre e, muito menos, dos mosquitos silvestres serem erradicados das Américas. A erradicapão do aegyptz’ constitue medida protetora definitiva para urna coletividade, ao passo que a imunizacão artificial difkilmente poderia atingir urna percentagem eficiente de receptíveis que váo, vivem ou trabalham nas selvas. Por outro lado a imunizacáo artificial é uma providência muito dependente de cada indivíduo e para ser efetivada na populacáo atual e futura (nas- cimentos e imigrantes). Náo 6 pois urna providência definitiva, como a erradica@0 do aegypti. Nas condicões atuais é impossfvel impedir-se que uma pessaa infectante ou mosquito infetado possa atingir qualquer ponto do globo, muito menos das Américas. Pesa, pois, sobre as locali- dades infestadas de aegyptz’ a ameaca da irrupcáo de uma epidemia,4 tantòmais temível quanto mais tempo esteja a localidade sem febre amarela, pois, entáo maior será o número de receptíveis. Nao se pode confiar na possibiljdade de um diagnóstico do primeiro caso, pois quando confirmada a in.fecFáo, já a cidade estará tomada pela epidemia. Foi justamente o que aconteceu no Rio em 1928, apesar de entáo haver alí, talvés, o grupo maior e mais abalisado de médicos, em todo mundo, capaz de diagnosticar a febre amarela. Quando foi confirmado o pri- meiro caso, já a linda capital era presa da febre amarela. 0 Govêrno que negara, algum tempo antes, poucas centenas de milhares de cruzeiros para a execugáo de urna campanha anti-aegypt2, para evitar que a febre amarela invadisse a cidade, teve de fornecer urna centena de milhões de cruzeiros para debelar a epidemia, sem poder, todavia, oferecer qual- quer compensacáo pelas vidas perdidas, pelo prejuizo do comercio e pela vergonha que o fato representou para os foros sanitários do país no conceito das na@es civilizadas.

Imuniza~ão artificial.-No momento há dois tipos de vacina em uso: (a) virus cultivado 17D ; (b) virus neurotrópico da amostra francesa, usado com e como a vacina anti-varíolica.

Virus 17D.-Largamente usado desde 193722* 23 e 24 com bons resul- tados. Impediu que aparecesse caso de febre amarela no pessoal que trabalha contra a doenca em contraste com o que se dava antes. Obstou que a doenca ocorresse nas tropas aliadas que lutaram na Africa, durante a última guerra. Controlou a febre amarela que ocorreu em Juiz de Fora, em 1938, havendo casos entre os náo vacinados, como contraste. Sua aplica@0 demanda, entretanto, certa aparelhagem e cuidados, náo permitindo a mesma difusáo, que se teve com a vacina anti-varíolica. Pràticamente náo dá reacáo. 0 Brasil, a Colombia, a Venezuela e o Perú têm ao seu livre alcance o Virus 17D. 0 Brasil e a Colombia já conseguiram imunizar cêrca de 10% de sua populacáo, incluindo

1022 OFICINA SANITARIA PANAMERICAYA [Noviembre

reimunizacões. 0 Brasil náo exige a imunizacão para as pessoas que entram ou se movimentam no país, salvo as levas de imigrantes, tropas, pessoal do ServiGo Nacional de Febre Amarela e tripulantes de aviões e navios da amazonia. Náo houve casos entre os imunizados. Entret- anto, náo tem evitado o aparecimento de surtos epidêmicos, nem os casos endêmicos. É difícil prever-se com seguranca, com antecedencia, onde a îebre amarels silvestre poder& aparecer para uma providência antecipada. Quando aparece, já pràticamente urna. grande área foi invadida, servindo entáo a vacina apenas para limitar o numero de casos. Neste ano houve um caso e no passado houve dois casos, um em 1946 ; e no fim de 1944 e principio de 1945, um surto epidêmico, com 102 casos. no Brasil. Na Colombia ha casos todos os anos ; houve 68 casos em 1947 e nos primeiros meses dêste ano, 50. Na Venezuela, há casos todos os anos. No Perú e Bolívia a situacão B semelhante. No Equador náo hà servico de colheita de material para diagnóstico (Viscerotomia). Con- forme tem sido possfvel, pois, utilisar-se do Virus 17D, não tem êle conseguido controlar a febre amarela silvestre.

Casos de Pebre Amarela Silvestre nos Estados do Pard Casos de Pebre Amarela Silvestre nos Estados do Pard Amazonas e Territúrios Limítrofes pelo Viscerotomia Amazonas e Territúrios Limítrofes pelo Viscerotomia

1952 a 1947 1952 a 1947

Estados e Territhio Estados e Territhio 193211933 1934’1935~193ú 193711938 1939~l940!1941~l942 1943’1944 1945 1946 1947 193211933 1934’1935~193ú 193711938 1939~1940!194h942 1943’1944 1945 1946 1947 ----- ------_-___ ----- ------_-___

Par&. . . . . . . . . . . . . Par&. . . . . . . . . . . . . 0022011131 52 2 2 ll 1 0022011131 52 2 2 ll 1 Amazonas.. . . Amazonas.. . . 0 1 1 0 1 12 10 40 2 0 0 0 0 0 1 1 0 1 12 10 40 2 0 0 0 0 Acre.. . . . . . . . . . . Acre.. . . . . . . . . . . . . 0 0 o 0 0 00 0 0 4401100 0 0 o 0 0 00 0 0 4401100

----_---_-_-_--__ ----_---_-_-_--__ Total. . . . . Total. . . . . . . 0 1 3 2 1 12 3 4 1 16 6 4 3 2 1 1 0 1 3 2 1 12 3 4 1 16 6 4 3 2 1 1

Os casos aquí considerados ocorreram antes, durante e depois do início da vacinacáo (sbro. 1938). Pelo quadro se verifica que, pelo menos, náo diminuiu o numero de casos, após a vacinacão. Náo se deve im- pressionar muito com o numero pequeno de casos nos últimos anos, pois também nao houve casos, diagnosticados em 32 e sòmente um em 33 e 36. Se fôr computado separadamente o mesmo número de anos antes da vacinacáo e depois da vacinayão, poder-se-á até verificar que houve aumento do número de casos depois da vacinacáo iniciada.

Virus neurotBpico.-2ôTem sido largamente usado, desde 1939, pelas autoridades sanitárias francesas. Da populacáo de 16 milhões da colonia francesa da Africa, 14 milhões e meio foram vacinados até agosto de 1937, tendo sido assim controlada a febre amarela. Até maio de 1948 foram vacinadas 20 milhões de pessoas. É usada concomi- tantemente e por escarihca@o também com a vacina anti-varíolica, proporcionando um duplo valor ao trabalho e acarretando urna grande

Territ. do Acre . . $Vgz onas.

. ................. Maranháo ....... Piauí ............ Cea&. . . . . . . R. G. do Norte.. Paraíba. , . . . . Pernambuco.. Alag&as. . . . . . Babia........... Esp. Santo.. . . . , Rio de Janeiro.. . Dist . Federal. . . . Minas Gerais . . . . Gola. . . . . . . . . . . . Mato Grosso.. . São Paulo.. . . . . Para&. . . . . . . Santa Catarina. R. G. do Sul.. .

-Total. . . . . . . . .

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-

SERVICO NACIONAL DE FEBRE AMARELA DO BRASIL

CASOS POSITIVOS DE FEBRE AMARELA

(Diagnóstico Histopatológico)

1931

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:

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- 125

1932 I 1933 I 1934 1935 1936 1937 1938 ---- UI s UI s UI s UI s

--- IIIII TSUSUS --- ---,-,-,-,-,-,--I-I-

2000000 OO oó 00 0 7010000 00 00 00 0 !lOSOOOO OO OO OO 0 0000000 00 00 00 0 4000010 10 10 00 0

ooóóóoo OO 0 0 0 0 0 019 32 1 0 0 0 0 0 0 0 49 0 0000020121 0000000150

0 57

0 165 0 0

0 : 0 0 0 27 0 0

-

1939 1939 1940 1941 1940 1941

--- --- ususus L~L!qL”I” -_--_-

0 0 00 004 00 004 0 0 10 004 10 004 0 0 30 10E 30 10E 0 0 00 ooc 00 ooc 0 0 00 ooc 00 ooc 0 0 00 ooc 00 ooc 0 0 00 OO( 00 OO( 0 0 00 OO( 00 OO( 0 0 00 OO( 00 OO( 0 00 OO( 0 00 OO( 0 10 10: 0 10 10: 0 109 0 109 0162 0 C 0162 0 C 0 30 4oc 0 00 ooc 0130 2OC

0 00 ooc 0 00 ooc 0 00 ooc

0 OO 000 0 OO 000 ------ ------ 0 130 0172 0 19 0 130 0172 0 19 --_ --_ 130 172 19 130 172 19

1942 1943 1944

l l l

1945

---- usususu s -_-_--- _ 3400010 1 0002000 c 0202020 1 0000000 c 0000000 c 0000000 c 0000000 c 0000000 c 0000000 c 0000000 c 0102000 0 0000000 c 0000000 c 0000000 a 0 0 0 0 0 0 0 26 0 0 0 0 0 9 0 77 0000030 0 0000000 0 0000000 0 0000000 0 0000000 0 -------- 3 7 0 6 0 15 0105 ---- 10 6 15 105

12 casos importados, um de Sáo Paulo (Bananal) e o outro do Estado do Rio (Aparecida). a Suspeito, provàvelmente positivo. U = urbano S = silvestre

-

.- 2

-

Total

u s Geral --__

i :å :7 37 39

0 2 2

93 0 i3

22 64 86

27 334 36: 0 135 135

A 20; 270: 1

331 0 1

--- 49 1,224 1,473 -- 1,473

1024 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviemlm

compensa@o para as despesas com a sua aplicacão. Dá uma percenta- gem de imunizados maior do que a do 17D, pode ser fàcilmente aplicado, náo exigindo aparelhagem complicada e cara. Está fadado, pois, a substituir o 17D, caso não aprareca um processo ainda mais seguro de imuniza@o artificial contra a febre amarela, apesar de provocar mais reapão do que o 17D. Releva, todavia, por em destaque que a vacina anti-varíolica existe hB muitos anos e é de f&cil aplicacao, eficientíssima e obrigatória em muitos paises. Mesmo assim houve varíola ate em Nova Iorque recentemente e existe na maioria dos países. É, pois; um grande perigo pensar-se que a imunizacão artificial modificara algo do que disse Soper: “Já é tempo de se considerar a ocorrência de casos de febre amarela transmitida pelo Aëdes aegypli como um crime, conse- qüente à incapacidade administrativa e comprometedor da responsabi- lidade das autoridades sanitárias”.26 A vacina contra o dengue está no domfnio experimental. A campanha anti-aegypt2, extingue também o dengue. Os trabalhos recentes26~27+28~41 demonstram que a imuniza- $0 anti-amarílica perdura por mais de 4 anos. Corroborando o labora- torio, a prática demonstra que pessoas imunizadas artificialmente o estão para sempre. É , pois, desnecessária e revacina@o a seria de muits vantagem que as convencões internacionais deixassem de exigir as revacinapões. Sobrecarregam desnecessàriamente os gastos, criam dificuldades aos viajantes e impecilhos aos turistas. “The answer to t.he yellow fever menace in cities and ports is the erradication of Aëdes aegypli.“2g

Viscerotomia.-Com o advento da imunizacão artificial quanto à febre amarela, a viscerotomia passou a ter maior importancia pois “En la actualidad sirve tambien para orientar en forma conveniente las campanas de vacunaci6n,“38 pela localizapgo da febre amarela, embora dificilmente possa descobrir todos os casos, mas “The discovery of human clinical cases is difficult without a widespread viscerotomy service. The recent finding of a positive case in the Ituni area (Sept. 1945) suggests that cases would be found more frequently if such service existed and it might afford an intelligent basis for the vaccination of persons inhabiting infected regions” (Guiana Inglesa).3g A viscerotomia na Colombia, de 1934 a 1945, descobriu 352 casos de febre amarela, sendo “que la mayoria de los casos (92’%) pertenece al sexo masulino.“38 Verificamos tambem que 251 ou 71.3y0 dos 352 casos ocorreram no grupo etário de 10 a 39 anos. Os de 40 anos ou mais estão agrupados. Das 22,000 amostras hepáticas colhidas, de 1934 a 1945, na Colombia, 56y0 procederam do sexo masculino, 42y0 de criancas e 0 a 9 anos.38 Apesar de apenas 3,949 ou 18% do total das 22,000 amostras serem do sexo masculino de 10 a 39 anos, deram 233 ou 66.2% do total dos 352 casos de febre amarela ocorridos na Colambia de 1934 a 1945.

19481 FEBRE AMARELA 1025

E?î;idemZa XZZves¿re Ocortida em 19&-19.46 em Minas e Goids (Brasil)

Grupos Etirios No. de Casos l- 4 2

r 5-9 1 10-14 4 l-- 15-19

6 -7

20-24 19 25-29 15 30-34 12 74 85 35-39 5

L-40-44 17 -J 45-49 7 J 50-54 4 55-59 3 60 e + 10

Total.. . . . . . . . . . . . . . . . . 105

Os dados acima demonstram que dos 105 casos, 85 ou cerca de 81% ocorreram em individuos de 10 a 50 anos. Como a finalidade da Viscero- tomia B descobrir focos silenciosos de febre amarelat9 basta pois a pun- 950 dos individuos de 10 a 50 anos. Se não se estivesse puncionando nos grupos etáticos de velhos e crincas, ter-se-iam obtido 81% dos casos de febre amareIa e as providências para controle da epidemia teriam sido as mesmas.

Dos 135 casos de febre amarela (por estegomia uns, silvestre, outros) ocorridos no su1 do Brasil, de 1935 a 1940, houve apenas um caso em indivfduo de menos de 10 anos (8 anos). Com mais de 60 anos houve 7 casos. Na epidemia estegômica do Rio, em 1928, dos 125 casos obser- vados por Sinval Lins, 61 houve 5 em criancas de menos de 10 anos, isto 6, 4yo apenas do total de casos, apesar de ser febre amarela urbana.

óbitos, Casos Indicados e Casos PunczTonados Setor Belo Horizonte-Janeiro e Fevereiro de 1946-E. Minas, Brasil

I Óbitos

Individuos de menos de 10 anos .......... Individuos de mais de 10 anos ...........

2,182 1,764

Total................................. l 3,946 370 I 309

CaSO casos Indicados Puncionados

186

I

150 184 159

0 quadro supra mostra que cêrca de 60% do obituário total ocorre em indivíduos de menos de 10 anos. Infelizmente não ternos elementos para verificar gua1 a percentagem de obitos de velhos, em rela@o ao obituario total, mas pode-se garantir que mais de 60yo ocorrem em criancas e veihos e muito mais entre mulheres, criancas e velhos. 0

1026 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

quadro mostra também que cêrca de 50% dos casos indicados pelas recomendacões e os puncionados ocorrem em criangas, embora seja pequena a percentagem de óbitos pela febre amarela, em crianqas. Entre os 1,998 casos urbanos40 das antigas epidemias na Argentina, in- ternados no Lazareto do Hospital San Roque, ocorreram 1,479 ‘<entre los 21 a 50 años que agrupa al 74yo de los enfermos.“40 Verificamos que dos 1,285 óbitos dos casos acima, 1,155 ou 90% ocorreram no grupo de 10 a 50 anos.

Casos de Febre Amarela por aegypti e Silvestres, BrasiE: 1938-1947

1938 1939 1946 1941 1942 1943 1944 1945 1946 1948

Total . . . . . . . . . .

-

- -

--

-.

-

Sexos

M F

217 45 262 122 10 132 155 25 139

12 7 19 9 1 10 6 0 6

13 2 15 86 26 112 1 0 1 2 0 2

623 116 --

_

-

739

84.3% 15.7ye

Y-

TOtd

Epidemia urbana de 1W&1929, no Rio de Janeiro: Homens........................................ 561casos, 338óbitos Mulheres.. . . . . . . . . . . . . . . 177 casos, 98 6bitos3

No Rio, “80% dos casos, em 1928, ocorreram em pessoas do sexo masculino.“66 Pelo estudo do quadro abaixo sobre a febre amarela silvestre,26 pode-se concluir que 79% dos casos se acham entre os homens.

Distribui@o dos casos de febre amarela, suspeitos e confirmados em 1932, no vale do Canaan, por sexo e idade, quando esta poude ser estabelecida

Grupos Etáticos HOUlC%Y

9-4 3 5-9 2

19-14 6 15-19 10

29 e mais 35

Total . . . . . . . . . . . . 56

Mulher

1

8 6

15

Total

3 3 6

18 41

71

~9-44 FEBRE AMARELA 1027

0 quadro seguinte25 mostra que a percentagem de imunes, numa popu- lacao atingida pela febre amarela silvestre é quatro vêzes maior entre os homens do que entre as mulheres e que é de 52.5% sòmente entre os individuos masculinos de 10 a 39 anos.

Llistribui~ão por sexo e idade, da imunidade para a febre amarela no vale do Canaan, de acôrdo com os resultados das provas de protecão

em camondongos (19%?)

Grupos etáticos MascuIiio TOtd

“n,“‘- Posi- tivo 70 Pos. $$- % Pos.

-- --

l-4a. 10 0 0 5- 9 a. 65 2 3.1 2 4 3.2

W-14 a. 47 3 6.4 1 4 4.3 15-19 a. 43 5 ll.6 2 7 6.5 20-29 a. 92 15 16.3 5 20 12.3 30-39 a. 62 19 30.6 2 21 20.8 40 e mais 43 22 51.3 2 24 38.8

__-- -- 362 66 18.2 14 80 12.0

7 60 46 64 71 39 19

0 3.3 2.2 3.1 7.0 5.1

10.5

17 125 93

107 163 101 62

Total . . . . . , . 306 4.6 668

A imunidade numa populacão atingida pela febre urbana apresenta uma percentagem muito aproximada, nos dois sexos. Já demonstramos entretanto, anteriormente, que o número de óbitos por febre amarela, mesmo estegômica, 6 muito maior entre os homens de 10 a 50 anos, do que entre os demais juntos, apesar do número de amostras ser muito maior entre os de menos de 10 e mais de 50 anos. Mas, mesmo que fosse igual, o número de óbitos por febre amarela, entre os homens de 10 a 50 e entre os demais óbitos, inclusive de mulheres, a viscerotomia restrita aos casos masculinos de 10 a 50 anos ficaria muito mais econômica, com a mesma probabilidade de descobrir e localizar a febre amarela e de muito mais fácil execucão. As estadísticas, mesmo considerados os casos silvestres e urbanos conjunta ou isoladamenie, endêmicos ou epid& micos, de fontes diversas e de épocas diferentes, já permitem modiG- cacao no criterio que data de 1931, 2g de maneira que a viscerotomia se restrinja, nas áreas sem aegyptz’, aos casos de 10 a 50 anos, de indivíduos masculinos, falecidos com menos de ll dias de doenca. Nao serão também puncionados os casos de individuos que so tenham permanecido numa área nao silvestre, completamente livre de aegypti, nos dez dias antes do infcio da doenca. Serão puncionados, sem restricão, todos os casos suspeitos. No norte do Brasil sao seguidas as recomendacões acima, mas ainda com puncão dos cadáveres de indivíduos femininos. Nas áreas com aegypti nao há necessidade de puncionar os indivíduos com mais de 50 anos, e a prática da viseerotomia, sòmente nos indiv’rduos masculinos de menos de 50 anos, e mais de 1 ano de idade, dará a mesma

1028 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

probabilidade de descobrir e localizar a febre amarela, de urna maneira mais econômica, eficiente e provocando menor resistência por parte da populacão. Isto permitirá : (a) urna queda de cerca de 70yo no número de amostras e maior compensacao monetária por amostra ; (b) economia de material, de embalagem, conservacao e de seu transporte; (c) maior

SERVICO NACIONAL DE FEBRE AMARELA (BRASIL) CIRCUNSCRlCkO NORTE

Aegypli: Condicões atuais

facilidade para organizacão, aceita@0 e eficiência do servico, pois, grande parte da resistência a execu@o da viscerotomia reside na obten- cao de amostras de individuos de pouca idade ou do sexo feminino ; (d) maior intensificacao, pela remunera@0 e aceitacao melhores, da viscero- tomia nos grupos etários e sexo mais atingidos pela febre amarela, pos- sibilitando assim maior probabilidade de descobrir, localizar e controlar

W81 FEBRE AMARELA 1029

a infec@o. Melhor 6 também ter-se um número razoável de postos eficientes e em localidades epidemiològicamente selecionadas, do que um grande número de postos mesmo produtivos, com um grande número de amostras, mas sem a necessária indica@0 epidemiolbgica e com acrés- timo de despesa.

SERVICO NACIONAL DE FEBRE AMARELA (BRASIL)

Circunscri@o Norte : Area : 3,800,OOO km2 Pob. : 1,480,OOO

(Estados do Par& e Amazonas: Territórios do Acre, Amapá, Guaporé e Rio Branco)

Aegypti: Condicões atuais

Localidades : Inspepão preliminar

I Localidades inspeciomdas

Estados

--- Pad . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7,717 7,660 57 Território do AmapS.. 72 70 2 Amazonas............ 2,961 2,932 29 Territhio do Acre. . . . 414 407 7 Territ. do Guaporé . . . 172 159 13 Territ. do Rio Branco. 31 30 1

--- Totais.. . . . . . . . . . . . 11,367 11,258 109

1948 até 268-48

162 71 4

31 35 0

303 -.

-

162 71 4

30 35 0

- 302 -

:i a _ _

--

-

- -1 -l- En-

contr. com

WYPt

0

0

0

1* 0 0

1

Tota% 19294948 até 26-a

Encontr. Eacontr. sem mm

aegypti aegypti

--

7,822 57 141 2

2,936 29 437 7 194 13 30 1

-- 11,560 109

+ Reinfesta@o: Junho, 1948. Já contada na coluna 1929-1947.

Colaboracãlo interamericana.-0 plano para a Colômbia, muito econômico, prevê o aproveitamento da lotacao já existente no ServiGo de Saúde e colabora@0 do Servigo de Malária. Está para ser iniciada a execucão de mn programa de erradica@o do aegypti dos afluentes colom- bianos e peruanos do Amazonas, de Benjamin Constant (fronteira ocidental norte do Brasil) até Iquitos, exclusive, como colaboracão do S.N.F.A. do Brasil, aos dois países amigos. Nos países americanos que não figuram na pág. 1030 parece que não há qualquer trabalho anti- aegypti. Pelo menos, nao dispômos de dados a respeito. Há autori- dades sanitárias que preferem manter apenas um “contrOle” anti- aegypti, pensando que tal providência seja mais econômica. Entretanto, em 1929, para “contrGle” anti-aegypti da Capital do Brasil e de menos de urna centena de outros postos, então existentes, havia cerca de 12,0003 servidores. Em 1948 para mais de 50,000 Iocalidades trabalhadas, alem dos servicos também muito mais extensos e intensos, de viscero-

1030 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

DADOS ANUAIS SOBRE ALGUNS PAfSES AMERICANOS

P&

Bolivia.....

Guiana Inglesa

Peti....

VelleZUelll

Ecuador.

Paraguai..

Urugud

Argentina

2. Canal Panama.

Guinna Holandez

Chile.. . E.E.U.U...

Mexico.....

Trinidad.

Col&nbia,.

Guiana Francesa

PI

-- 4

. .

.

. . .

la..

. . 1

. . .

I.

! I -2 ‘E

Dpula&%o 2 aprox. oi

3 % --

8,000,000 2,596

3,500,000 12

380,000 207

8,000,000 32

4,3oo,oOu 61

4,000,000 5(

1,200,000

2,600,000

16,000,000

62,000

200,000

6,600,000 40,000,000

23,000,000

670,000

10,000,000

24,000

ata1 Loc balhada

1

j9 (42)

78,000 :8, 86,

3, 43) 12e44)

118,000 (11)

64,80( 10 e 17

35,30( (45)

(46)

(13)

26,OO

/

(36)

(47)

(15) (Ano 1945) (81)

(Ano 104.5)

(81)

(48)

(41, 51 13,e 3E

(49, 1:

-- A

E

F

‘1

1

) (

r

(

1

-_

sea circunscrita de e@rea de 5% do total de c&rca de 10% da popul. ainda o/aegypti.

Jão meis encontrado aegypti.

‘&icamente livre do aegypti.

?em assist@noia da Fund. Rockefeller e do Inter-Ameritan Affairs.

lesde abril 48 sssi&&n- oia temica: 1 mbdico, 6 inep. SNFA (Brasil) sob. os ausp. Of. San. Pan.

1 plano prevê 66 .9eìv. assist. técn. de um 8erv. (SNFA-Brasil) sob. ausp. Of. Sen. Pan.

rem assist&oin TQcnica (SNFA-Brasil), sob. os ausp. ds Of. San. Pan.

&ullento para 0 20 semestre de 1848. U.S. $18,000.

Est&emorganiza~oum Serviqo para a erradi- ca+% do aegypti.

Ka servico anti-aegypti.

ServiGo iniciado em 1948.

Servitas prec&rios no Sul, conforme pesso- almente observamos.

Serviqx em algunas cidades s/o critério de erradice@o conforme observacão pessoal.

Serviîo precario em Pôrt of Spain, s/cri- terio de erradica& conforme observacáo pessoal.

Servicos prec&rios c/po- licia sanit. salvo Letí- cis trab. pelo SNFA- Brasil já. sem aegypti.

17 localidades clsegypti (1946-1948).

1Wl PEBRE AMARELA 1031

tomia, vacina@o, e cooperaqão internacional, há cêrca de 2,500 servi- dores, dos quais perto de 800 são ocupados em servigo anticulidiano total no Rio de Janeiro, algumas outras capitais e grandes eidades, tôdas sem aegyptz’ há vários anos.13 No Estado de Sã;o Paulo, o Governo Estadual fazia a profilaxia da febre amarela, até maio de 1938, gastando 300,000

DISTRIBUt$iO APROXIMADA ATUAL DO AEGYPTI NA AMERICA DO SUL

cruzeiros por mês, sem acreditar e muito menos preocupar-se com a erradica@0 do aegypti. Com a atividade do ServiGo Cooperativo de Febre Amarela, a despesa comepou a baixar e o volume de trabalho a aumentar, englobando também os 3 outros Estados do Su1 e o de Mato Grosso, tudo sem exceder 200,000 cruzeiros por mês, até que em 1946, todos eles ficaram pràticamente livres de uegypti e também com um

1032 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

intenso e produtivo serviqo de viscerotomia e vacina@o?3# 33 Como quasi tudo isto fara feito antes do DDT,53 poder-se-8 faaer urna idéia de quanto menos custoso e demorado será o desenvolvimento de urna campanha de erradicacão atualmente.54 Em Port of Spain, Trinidad,4* Estados Unidoss e México,83 e 84 há servigos contra o aegypti, sem o criterio de erradicacao há varios anos. No MBxico e Trinidad pelo menos, as cidades com trabalho, jamais deixaram de ter aegypti. Assim as despesas foram e serão sempre repetidas nos mesmos lugares, sem um resultado definitivo, portanto, de maneira pouco eficiente e economica, salvo se far modificada a orienta@0 para um programa de erradicacão. Tambem a campanha anti-aegypti, sempre que na localidade haja malária ou filaria, poderá se valer de colaboracáo do servico respectivo, quanto 8, dedetisagáo total das paredes das casas, com apreciável economia, tal como já está sendo feito na Guiana Inglesa,rg Venezuela,1* Equador,” e Perú,12 especialmente no caso dos andrófilos domiciliários darlingi, elatus, superpictus, labranchioe, etc., e mesmo para outros menos domi- ciliarios como o quadrimaculatus, o aquasalis, o pseudopunctipenis. A dedetisagáo total das paredes acarreta tantos outros benefícios que já as populag6es por eles atingidas expontâneamente oferecem pagamento para obtê-los ou de bom grado o fazem quando solicitadas.34s 351 36 017

0 programa de erradica@0 do aegypti, nas condicões atuais, pode ser feito em comum, parcialmente, com o de malária ou filária, mas as experiencias demonstram que jamais deu OU dará resultado quando comum com a polícia sanitária, pois perturbará êste servico de rotina e náo erradicará o aegypti, problema de campanha. Como entretanto, a dedetisacáo total das paredes interessa a vários problemas de saúde pública, poderá ser tal trabalho centralizado para atender as solicitagões dos respectivos servicos ou barateado “pela transferência para os municí- pios da responsabilidade de manter pessoal equipado em numero sufi- ciente para a realizapão do expurgo.“62 Muito mais perigo oferece para as respectivas populacões, também para as Américas e para o resto do mundo, uma &rea infestada de aegypti sem febre amarela, do que urna brea com febre amarela silvestre mas sem aegypti. Muito bem avisado, pois, andou Bevie? ao solicitar que internacionalmente sejam consi- deradas “Potencial epidemic areas wherever Aëdes aegypti mosquitoes occur,” especialmente quando a ausência da febre amarela por varios descênios possibilitou a formacão de urna grande massa de receptíveis. Acrescentou tambem que “the international aspects of yellow fever and certain other diseases are extensive, and provide an opportunity for international cooperation which may at any time develop into an urgent necessity.” Os Estados Unidos, a Guiana Francesa, a América Central, as Antilhas, a Colômbia, a Argentina, o Chile e parte do Uruguai, para se falar sbmente dos países do continente americano, têm estado livre de epidemias, durante decênios, mais pelos trabalhos realizados nos outros países da América do Su1 e Africa Francesa, do que por qualquer

19@1 FEBRE AMARELA 1033

outra razão. Náo estáo livres, entretanto de receber pessoas, ou mos- quitos ou outros animais silvestres infectantes e nem de ver desenvoler-se uma epidemia local,4 tanto mais perigosa quanto o número de receptí- veis, 6 pràticamente o total de sua populacáo. Urna campanha con- tinental contra 0 aegypti, no momento, náo é pois, ùnicamente uma re- tribuicáo aos países que já vêm trabalhando, há decenios, com grande dispendio de numerário, para a protecáo de todo o mundo. Nenhum pais, com aegypti estará garantido com medidas rotineiras para evitar a entrada de infectantes (homem, mosquito, ou outro animal silvestre). Tais medidas são de relativa e precária eficiência e, no geral, s6 servem para dificultar o trânsito de passageiros, prejudicar o comércio, dificultar o turismo, acarretar antipatia para os servicos de saúde, complicacões diplomáticas e contrariedades entre os povos, salvo em situacões es- pecialíssimas, como exemplo, o cólera no Egito em 1947. “Today even those who mere at first most skeptical of the existence and importance of jungle yellom fever are forced to rccognize the permanent threat of invasion from this source hanging over ton-ns and cities which permit high densities of aegyptz breeding to persist in these days of rapid trans- portation linking all parts of the Americas.” Os países que desenvol- vem urna campanha anti-aegypti não precisaráo dizer “Que constituimos um peligro permanente para los países que desarrollan lucha anti- aegypti, porque el Aëdes aegypti puede passar del nuestro a ellos” e ficaráo também livres da ameaca da febre amarela.

Compromissos Inter- ou Panamericanos.-0 Código Sanitário Pan- americano,56 (Publica@0 No. 43, da Oficina Sanitaria Panamericana, Enero de 1931), assinado em Habana a 14 de novembro de 1924, e ratificado posteriormente por tadas as Repúblicas Americanas, além de estipular varias providências quanto a febre amarela, reza no seu Capítulo IX, página 13 da citada publicacão, as funyões e deveres da Repartisáo Sanitária Panamericana. A IX Conferência Sanitária Pan- americana, realizada em Buenos Aires, novembro de 1934,57 recomendou, entre outras coisas, que fossem criados servipos antilarvários permanentes que garantissem um índice estegômico minimo ou nulo em tôdas as cidades e portos marítimos, fluviais, aéreos da zona intertropical do con- tinente. A XI Conferência Sanitária Panamericana, realizada no Rio de Janeiro, setembro de 1942, recomendou ainda outras medidas contra a febre amarela no continente, assim como o fizeram os Convênios: Sanitário Fronteirico entre o Perú, Chile e Bolívia (maio de 1946; entre o Perú e Equador (marco de 1947); o de Montevideo, entre BrasiI, Uruguai, Argentina e Paraguai ; e ainda a resolucão da Primeira Reuniáo do Conselho Diretor da Organiza@0 Sanitária Panamericana, realizada em Buenos Aires, 24 de setembro a 2 de outubro de 1947, com a presenc;a dos representantes de 19 Repùblicas Americanas. Pelas recomendacões e resolucões acima referidas, já há muitos compromissos entre os paises americanos quanto à erradicapáo do aegypti.

1034 OFICIKA SANITARIA PANAh’IERICANA [Nova’embre

MALARIA

Introducão.-0 contrôle da malária, de acordo com os recursos moder- nos, se baseia no combate ao transmissold B 53 especialmente pela aplica- cáo, em última análise, do DDT, de maneira gera1.36* 61* 16* lg. 20, 21, 62* 84* *61 87* 88e8g Em segundo plano vem a hidrografia sanitaria, que, em alguns casos, resolve de maneira espetacular certos problemas restritos. A telagem apresenta vantagens muito preteridas pelo DDT. A quimio- terapia deve ser considerada como fator complementar. Medida, prbpriamente de saúde pública, tem sua aplicacáo mais formal, nas tropas,62 durante e após a acáo em zonas malarígenas e nas levas de . imigrantes para áreas nas mesmas condicões. Isto se deu durante as batalhas do Pacífico, da Itália e da borracha, Brasil, na última guerra mundial. Os repelentes e mosquiteiros, sob o ponto de vista pròpria- mente sanitário, têm relativa aplicacáo, salvo quanto aos mosquiteiros para tropas, em zona malarígena, como meio secundário.G2 Mesmo no caso de movimentapáo de tropas, as zonas malarígenas a serem atin- gidas, seráo previamente tratadas pelo DDT, por meio de aviões.21* G2 e 63

DDT.-0 uso do DDT na profilaxia da malária acarreta vantagens indiretas para a saúde pública pela acáo contra vários outros trans- missores, além do conforto que proporciona às populacões beneficia- das.e4 e 86 Mais importância indireta, todavia, é a que permite a liberacáo para outros problemas de saúde pública, de grande parte do orcamento, antes utilizado para a profilaxia da malária, tais os seus resultados no combate aos anofelfneos transmissores. Os resultados da aplicacão do DDT têm sido postos em evidencia, nos últimos anos, por todos os malariologistas e todos os congressos de higiene, malária e medicina tropical. Recentemente, maio de 1948, no Quarto Congresso de Medicina Tropical e Malária, em Washington, foi um dos temas mais interessantes. No Brasil, no Sexto Congresso Brasileiro de Higiene, no Rio, em outubro de 1947, foi o assunto mais empolgante, devido aos trabalhos apresentados, demonstrativos dos resultados práticos obtidos com a sua aplicacáo. 0 Sexto Congresso Brasileiro de Higiene64 con- cluiu que “0 DDT empregado em aspersões intradomiciliares no combate à malaria transmitida pelo Anopheles darlingi 6 um elemento do mais alto valor, podendo-se so com este método combater a endemia. No emprêgo dêste inseticida, pode-se obter a cooperacáo das autoridades locais e, o que se deve mais encarecer ainda, a colaborapáo direta das populacões atingidas pela endemia.” Os resultados obtidos com a de- detizacáo intradomiciliar, no caso dos andrófilos domésticos, mesmo no caso dos que náo o são de maneira preferente absoluta, vieram provar que o eminente sabio brasileiro Carlos Chagas estava bem certo com a sua doutrina da malaria domiciliária.6g Como a captura de adultos encontra a maior freqüência de anofelíneos andrófilos domiciliários nos dormitórios e até à altura de três metros ; como a vida do anofelíneo, em

W81 MALiiRIA 1035

natureza, não costuma ir muito al6m de um mês (durEir?2gi 34 diaslg) ; como a acão residual do DDT, empregado de acôrdo com as normas usu- ais, em aspersão intradomiciliar, vai além de três meses ;lg como as ne- cessidades de deslocamento do mosquito (repasto, postura, vento, etc.) forqam-no a mudar de pouso, aumentando assim as possibilidades de seu contacto com o DDT ; pode-se se inferir que a malária seja urna infecpão adquirida mais nos dormitórios do que em outras peGas dos domicílios ou outros locais e que a aplica@0 do DDT, orientada pelas razões acima, conduzirá a resultados práticos no contrôle do paludismo, pela rapidez maior com que poderá ser protegida urna área e o menor custo do trabalho. Talvés seja de real vantagem que, pelo menos, a primeira aplica@0 de DDT, em determinadas condipóes (alta endemi- cidade, epidemias) se faca sò nos dormitórios, pelas razóes expostas. Assim se obteria uma área máxima protegida no mhimo de tempo, para atingir a maior percentagem de anofelíneos infestados ou a se infestarem. Isto proporcionaria a queda mais rápida do número de novos casos. A aplica@0 seguinte do DDT, no máximo três meses depois, e as outras seriam intradomiciliares totais para a consecucão de um resultado mais seguro. 0 DDT, em aspersão domiciliar, tem a sua aplica@0 em malá- ria, qualquer que seja o transmissor, entretanto seus resultados são espetaculares no caso dos anofelineos andrófilos domiciliares.35* 64, 62* lg* 36 Parece que o DDT, em certas condicóes, em solupão aquosa, em concen- tracão de 2.5%, produz melhor resultado que o DDT em percentagem maior em querozene,60 além de ser mais fácil o seu transporte e mais econômico 0 custo por aplicagão. “Ao combater os estados larvários, a vantagem do DDT se estriba principalmente na eficácia das aplica- @es com menor quantidade de 61eo diesel. Por exemplo, dois litros por acre da solucão a 5Cr,, em 6leo diesel, bastam para o extermínio tão efetivo como o que se obtinha antes com 20 a 40 galóes de 6leo sem DDT. Isto permite economia de 6leo, tempo e mão de obra.“62 Muitos mala- riologistas têm pôsto em evidência os ótimos resultados do DDT como larvicida na malária, superando os produtos antes empregados.61* 6~ 63, 16, 20, 21* ó4, 67, 68 B 8o Particularmente interessante 6 o trabalho de Cambournac e Fonseca,16 demonstrando a desnecessidade, em certos casos, de sua aplica@0 nos focos aquáticos. Melhor será, então, o aproveitamento da difusibilidade e tensão superficial, facilitadas pela aplicapão do produto em pontos mais elevados das valas. Se bem que a dedetisacão intradomiciliar seja bastante para solucionar o problema da malária transmitida pelos anofelíneos andrófilos domiciliários, mesmo quando não o sejam de maneira preferente absoluta, especialmente quando, como no caso do quadrimaculatus, fôr complementada pela dedetiaacão dos estábulos, o uso dos larvicidas será um auxílio de valor em certas condicões, também para tais anofelíneos. A indicacão mais certa, entretanto, do larvicida, no caso da malária, é para a luta contra

1036 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

os vetores que nao sejam domiciliários ou que, pelo menos, não o sejam preferentemente. No caso das Kerteszias, como no Brasil, a desmata- r$o e remopão das bromélias, e, o uso do DDT por meio de avióes, sao as medidas de combate indicadas.33 e ‘0 Como imagocida, nos avióes, emprega-se o freon, com DDT ou com diclorifluorometana e também piretrina. Os excelentes trabalhos de Giglioli, Ayroza Galvão, An- tunes, Cabaldon, Gillete, Pittendrigh, Deane, Maia Penido, Ernani Braga, Abel Vargas, para so citarmos alguns técnicos da América do Sul, permitem-nos alimentara esperanca de que, também dos pafses sulameri- canos, poderá ser erradicada a malária, dentro do próximo decênio, conforme Russell prognosticou para os Estados Unidos. E tao grande a eficiência do DDT, no combate principalmente à malária, febre amarela, filária, dengue e também sôbre outras doencas transmitidas por insetos, que as disponibilidades de recursos monetários, técnicos e de material, decorrentes de sua utiliza@0 tornam grandemente diffcil o calculo sôbre a sua imensa signifka@o econômica. Pelo quadro abaixo,18 pode-se fazer um cálculo aproximado de quanto representará para as Américas, em dólares, sòmente o contrôle da malária e far-se-á urna idéia da econo- mia resultante, no capítulo dessa parasitose, pelo emprêgo do DDT- realmente 0 elemento mais importante na sua profilaxia.

ORCAMENTO DE ~GUNS SERVICOS ANTEMAL~ICOS DOS PAfsEs AMERICANOS

_-

I Orgmento em mil daares

americanos

1941 1942 1943

Argentina ............... 305.7 Brasil. .................. 416.9 Chile. .................. 25.8 Colombia ............... Costa Rica .............. 17.8 Cuba, .................. 100.6 Ecuador. ............... El Salvador ............. 16.9 Guatemala. ............. 37.4 Haitf ................... 25.0 Honduras. .............. 1.8 México .................. 155.2 PanamA. ................

Paraguai. ............... Per-G. ................... 104.2 Rep. Dominicana. ...... 10.0 Venezuela ............... 714.0

345.8 982.7 31.0

9.2 67.2

30.0 52.5 9.6 1.8

165.0 123.3

453.8 1,775.3

65.0 68.6 8.2

67.2 34.0 60.0 50.3 12.0 1.8

165.0 258.9

149.6 232.6 lS.2 14.2

567.3 1,155.7

Totais ................ 1,930.4 2,553.2 4,314.6

-

I- ! D

-5 .-

--

-

Percemtagem ara 1943 s6bre Orcamento do lept. Nacional

de Saúde

15.1 8.9 3.0 1.5 2.5

14.2 31.9 32.4 12.2 2.3 2.9

64.7

100 621 252

59 100

353 111 60

100 100

11.8 207 1.7 122

18.6 163

hsto em 1943 por cada 100 n 1941 (moeda

nacional)

19481 FILARIASIS 1037

Quimioterápicos.-A quinina e atebrina (derivado da acridina) estão cedendo lugar a outros medicamentos de ac$o mais pronta, em geral, menos onerosos e menos tóxicos: cloroquina, cloridrato de cloro- guanida, paludrina, nivaquina, e camoquin.65* w 62* ao A plasmoquina também a pamaquina e gamefar, pela acão gameticidasO e por evitar recafdas, especialmente se associadas a outro antimalárico, não foi ainda deslocada e têm hoje a companhia da pentaquina e isopentaquina. Todos os medicamentos acima referidos têm alguma a@o profilática, mas talves so a paludrina 62* T8 tenha acão supressiva, exo-eritrocftica e profilática causal. Interessante é referir também o sistema de dis- tribuicáo em toda Venezuela, da droga anti-malárica através dos servi- dores federais, escolas, vendedores de sêlos, correios e telégrafos.7Q No Brasil também é feita distribuicão semelhante. “One does not destroy sporosoites in the body by the use of drugs but rather one achieves partial prophylaxis, OP suppression. One does not drive malaria out of a community by widespread use of antimalarial drugs but one can Iower the mortality rate and also can sometimes make control by other meas- ures a little easier by proper distribution of such remedies.“8O

FIIAlUASIS

Transmissores.-Váriss especies de Culex, Aëdes, Anopheles e Manso- n20ides.‘gl ‘r* 65 Os trabalhos especialmente de Giglioli,lg na Guiana Inglesa, e os de Causey e colaboradores7’ em Belém, Pará, colocaram em particular destaque o darlkgi como transmissor da filária. Gigliolilg não conseguiu demonstrar que o aegypt2, na Guiana Inglesa, tenha papel importante na transmissáo da filária, como fôra referido por outros au- tores em outros países. 0 darlingi e ofatigans, na Guiana Inglesa, sáo os transmissores, embora o aegyptz’ fosse uma espécie igualmente freqüente, nos pontos investigados. Já em Belém, Causey e colaboradores71 dem- onstraram que, embora o darlingi (3 naturalmente (0.5%) infestadas em 563 examinados) è muito freqüente e tem importância muito maior como transmissor. Entáo, o aegyptz’ náo mais era encontrado em Belém. 0 fato de ter baixado tanto a incidencia da filária, nas cidades brasileiras, poderia ser explicado pelo extenso e intenso combate feito ao aegypti. Entretanto, tal trabalho fez baixar muito também o fndice de Culex nas localidades trabalhadas. Porto Alegre (Capigal do Estado do Rio Grande do Sul, com cerca de 300,000 habitantes) foi a última Capital (1939) a ter um pôsto instalado, contra mosquito, pelo Servigo Coopera- tivo de Febre Amarela, para ser depois entregue ao Departamento Estadual de Saúde, pois sòmente cinco focos de aegypti foram lá encon- trados, ao lado de um elevado índice de Culex. Atualmente Porto Alegre está, em relacão 2 filária, em condicoes semelhantes às da maioria das capitais e grandes cidades brasileiras. NO caso de Porto Alegre, o aegypti náo teve, pois, qualquer significa@o na transmissão da filaria.

1038 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembre

Tambem Belém está livre de aegypti, a partir de 1942’ c l3 e desde varios anos antes, o fndice respectivo já havia baixado muito.13 Entretanto, o índice de Culex, nos arredores da cidade, mantém-se elevado e a filária af se acha presente. Em cada 100 mosquitos capturados nas casas, 99 são de Culex.71 Acontece, pois, com os transmissores da filária o mesmo que com os da malária : um incriminado transmissor numa regiáo pode não ser o transmissor em outra, embora possa estar presente, no mesmo tempo, no mesmo lugar, em que exista a doenca. Desde antes de junho de 1943, tôdas as capitais e grandes cidades brasileiras estavam sem aegypti e o fndice predial de Culez, em 17 capitais, então trabalhadas pelo ServiGo Nacional de Febre Amarela,13 eram os seguintes:

.

Rio de Janeiro. ....... São Paulo. ............ Belo Horizonte. ....... Niteroi ................ Natal. ................ Recife ................. Manáus. ............... Sáo Luiz ............... Salvador. .............

0.3 1.1 9.5 3.6 0.9 1.4 1.4 1.5 1.6

Maceió...... Joáo Pess6a. Vitória...... Fortaleza.. Aracajú..... Terezina . . Belbm. . . . . . Rio Branco..

........

........

........ . . . .

. . . . . .

........

........

........

1.9 2.1 2.4 3.1 3.3 4.0 4.7 5.9

Na maioria das cidades brasileiras, a filkia é urna raridade considerada já como “caso interessante” pelos clfnicos. Entretanto, em muitas outras capitais de pafses americanos, sem qualquer servico anticulici- diano, a filária tem elevada incidência.

Contrôle.-0 contrôle da filária será a combinacão de muitas das medi- das contra o aegypti e os anofelíneos domiciliares,86 auxiliados por outras visando os focos preferenciais, do Culex nem sempre atingidos pelo combate àqueles mosquitos, dentro das cidades ou seus arredores : fossas, rede de águas pluviais, valas e valetas, pocos, charcos. As fossas, os poc;os e os outros focos aquáticos não domicilários, encontrados dentro das cidades e seus arredores, são os principais e a sua extincão (nem sempre fácil, porque muitas vêzes envolve obras onerosas de engenharia ou para os moradores) faz pràticamente desaparecer o CuZex. 0 tra- balho anti-aegypti, antes mesmo do DDT, fez pelo menos, diminuir as queixas de mosquitos das populacóes da maioria das capitais e grandes cidades brasileiras. Com a aspersão intradomiciliar do DDT,*B combi- nada com a aplicapão do produto também nos seus focos aquáticos, será menos difícil o problema do Culex. Dada a sua maior resistência, em rela@ com 0 AnopheZes e aegypti,s6 será, entretanto, melhor a apli- cacão do DDT em proporcão mais elevada e em ciclos menos espacados. Para um resultado mais seguro será conveniente aliar o recurso do DDT às providências antes referidas. 0 Hetrazan (Cloridrato de metil dietilcarbamil piperazine) tem dado resultado na reducão e desapareci- mento dos embriões da filária (W. brancroftz’) e, parece pois, mais um elemento na profilaxia da parasitose.72s 76* 74* 76 As observapões e

19481 FILARIASIS 1039

estudos que estão sendo realizados pelo ServiGo Especial de Saúde Púb- lica em Belém, Pará, sob a orienta@0 da Dra. Maria P. Deane, médica do Instituto Evandro Chagas, estão coníkmando as publicapões já feitas sôbre a acão eficiente do Hetrasan, na filária (W. bancrofti).77 A cuti-rea@o, pelo uso do extrato de filária,72 pode ser mn auxilio nas investigacões epidemiológicas e talvés para contrôle de tratamento.

CONCLUSOES

(1) A dedetixacão intradomiciliar total é um elemento eficiente no combate aos mosquitos domiciliários. Não é bastante, todavia, para eliminar uma espécie como o aegypti, cujas ovos mantidos a seco são viáveis num período maior do que a a@o residual do inseticida. A aplica@0 combinada do larvicida em todos os depósitos dágua domés- ticos, mesmo sem foco, não acarreta apreciável aumento de despesa, mas torna o método mais eficiente.

(2) Combinado com a pesquisa sistemática de focos ocultos, orientada pelos adultos e fócos encontrados depois da primeira inspecão, o sistema torna-se ainda mais eficiente.

(3) 0 uso exclusivo do larvicida em todos os depósitos, mesmo sem foco, combinado com a pesquisa de fócos ocultos, é o melhor sistema, para o combate único ao aegypti, por ser suficiente, económico e de mais fácil aplicacão, ao passo que o sistema referido no número dois deve ser método de escolha para o combate combinado ao aegypti e outros mos- quitos domiciliários.

(4) A dedetizacão das embarcacões procedentes de ou destinadas a portos infestados de aegypti é um elemento de tão alto valor no combate ao seu transporte que sua exigencia deveria ser de órdem internacional.

(5) 0 sistema atual de combate ao aegypti é tão simples e econômico, que sua aplica@0 torna-se um imperativo para cada pafs infestado. A presenta de aegypti representa uma ameaca para o próprio país e para os demais povos, e a sua erradica@0 não deve ser considerada uma simples colaboracáo ou efetivacão de compromissos já assumidos.

(6) Qualquer medida para obstar a entrada de infectantes (doente, vetor ou outro animal), numa localidade, tem valor muito relativo e não pode ser base para evitar a invasão do país pela febre amarela.

“The answer to the Yellow Fever menace in cities and ports is the erradication of Aëdes aegypti” (29).

(7) A dificuldade relativa do sistema de conserva@o e aplica@0 atual do virus 17D, em comparacão com o virus neurotrópico da amostra francesa, por escarifica@o, conjLmta com a vacina antivariólica, indicam a conveniência maior do uso do virus neurotrópico, em substituicão ao 17D.

(8) Os dados estatfsticos de mais de três lustros, fornecidos pela uti- lisa@0 da viscerotomia, indicam a possibilidade da descoberta de “áreas silenciosas” de febre amarela silvestre, pela pun@o sòmente de indiví-

1040 OFICINA SANITARIA PANAMERICANA [Noviembrs

duos masculinos de 10 a 50 anos, falecidos com menos de onze dias de doenca, com manifesta economia e facilidade de organiza@0 e execucão do servico.

(9) Embora os elementos quimioterápicos tenham se aperfeicoado muito nos últimos anos, o DDT deve ser considerado o elemento básico no controle da malária. A sua utilizasão faz antever a possibilidade da malaria chegar ao mesmo nivel da febre amarela nos países que combatem o aegyptz’, possibilitando a futura solucáo de outros problemas sanitarios, pelo uso das disponibilidades conseqüentes.

(10) 0 DDT veio facilitar grandemente a solucáo do problema da filariose. Os resultados já obtidos com o cloridrato de metil dietilcar- bamil piperazine sáo urna grande esperanca na quimioterapia da para- sitose.

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1044 PAN AMERICAN SANITARY BUREAU

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CONTROL OF YELLOW FEVER AND OTHER MOSQUITO-BORNE DISEASES (Summary)

(1) Total house spraying with DDT ia an efficient measure in the campaign against domestic mosquitoes. It is not sufficient, however, to eliminate a species like aegypli whose eggs, if kept dry, are viable for longer than the residual action of the insecticide. The application of DDT as a larvicide io al1 the potential and actual domestic water containers does not greatly increase the cost of the cam- paign and effectively supplements the former measure.

(2) Together with the above, a systematic search for hidden foci, guided by the position of foci found after the first inspection and by the capture of adults, greatly increases the efficiency of the campaign.

(3) The use of the larvicide,in al1 potential and actual water containers,and the search for hidden foci constitute the best measures in a campaign against aegypti alone, as they are effident, economical and easily applied. The three measures referred to under (2) would constitute the best method of combined attack on aegypti and other house-frequenting mosquitoes.

(4) The application of DDT, both as a spray and as a larvicide, in all boats proceeding from or to ports infested by aegypti is of such great value in the pre- vention of the transportation of this mosquito, that it should be required inter- nationally.

(5) The present system of combatting ABdes-aegypti is so simple and economical that it should be required of al1 infested countries. The presente of aegypti is a menace not only to the country itself but to the world and its eradication should be considered the duty of each country as well as a debt to those countries which for many decades have been carrying on anti-aegypti campaigns.

(6) Any measures taken to prevent the entrance of infective individuals, insects or other animals into a community only have a relative value and cannot be con- sidered ta protect the country from the importation of yellow fever.

(7) The relative difficulty of preserving and applying Virus 17 D vaccine as compared with the neurotropic virus, French strain, would seem to indicate the desirability of using the latter instead of 17 D Virus.

(8) An analysis of the statistical data furnished for more than three decades by the viscerotomy service would lead to the conclusion that “silent areas” of jungle yellow fever may be discovered very economically and easily by obtaining the liver specimens only from males from 10 to 69 years of age who die after less than ll days of illness.

(9) Dengue must be combatted with anti-aegypti measures. General house disinfestation campaigns will probably substitute prophylatic measures directed against individual vectors.

(19) Although therapeutic drugs have been greatly improved in the last few years, DDT must be considered the basic element in the control of malaria. In fact, it is possible to foresee the time when malaria will reach the same levels as yellow fever in the countries where anti-aegypti campaigns have been carried out thus releasing funds for the attack of other health problems.

(11) DDT has greatly facilitated the solution of the filariasis problem and the results already obtained with the use of hydrochloride of methyl diethylcarbamil piperasine offer hopes for a successful campaign against the disease.