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Coordenação Nacional de Transplantação Relatório de Atividades 2013

Coordenação Nacional de Transplantação · 4 AGRADECIMENTOS Gabinetes ... Sistema de Biovigilância ... relacionado vs. B) a atividade nacional dos bancos de cordão umbilical

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Coordenação Nacional de Transplantação

Relatório de

Atividades

2013

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Citações

Citação completa: Instituto Português do Sangue e da Transplantação, IP (IPST, IP) – Coordenação

Nacional de Transplantação IPST/CNT 2013. Relatório Anual da CNT Administração; 2014.

Citação abreviada: IPST / CNT 2013 Relatório Anual de Atividades. www.ipst.pt > Transplantação >

Relatórios Nacionais

Publicação baseada nos registos SIOPT e LUSOT e nos dados enviados pelas Unidades de

transplantação e Gabinetes de Coordenação de Transplantação.

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AGRADECIMENTOS

Gabinetes Coordenadores de Colheita e Transplantação;

Coordenadores Hospitalares de Doação;

Equipas de Colheita e Transplantação;

Centros e Unidades de Transplante;

Centro de Sangue e Transplantação (área funcional da transplantação);

Todos os profissionais de saúde que, direta ou indiretamente, contribuíram param a

doação e transplantação;

Dadores e suas famílias;

População em geral;

Organización Nacional de Trasplantes (ONT).

Um agradecimento particular a toda a Equipa da CNT

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ÍNDICE Plano de ação GeraL ................................................................................................................................................. 12 Atividades de Doação-Transplantação – Órgãos ......................................................................................... 13

Listas de Espera .................................................................................................................................................... 13 Lista de Espera para Transplantação Cardíaca .............................................................................. 14 Lista de Espera para Transplantação Renal .......................................................................................... 15 Lista de Espera para Transplantação Hepática ................................................................................... 15 Lista de Espera para Transplantação Pancreática ............................................................................. 15 Lista de Espera para Transplantação Pulmonar ................................................................................. 15

Doação de Órgãos ................................................................................................................................................. 16 Caraterização dos Gabinetes e Rede de Referência ........................................................................... 16 Evolução da Doação de Órgãos em Dador Cadáver ........................................................................... 18 Distribuição da Doação de Órgãos em Dador Cadáver ..................................................................... 19 Caraterização do Dador Cadáver ............................................................................................................... 26 Doação de Rim e Fígado em Dador Vivo ................................................................................................. 29 Doação Sequencial de Fígado ...................................................................................................................... 31

Transplantação de Órgãos ................................................................................................................................ 32 Transplantação Renal ..................................................................................................................................... 35 Transplantação Hepática .............................................................................................................................. 37 Transplantação Pancreática ........................................................................................................................ 38 Transplantação Pulmonar ............................................................................................................................ 39 Transplantação de Órgãos Não Atribuídos – Atividade Internacional ...................................... 41 Avaliação Global da Atividade de Transplantação de Órgãos (acumulado) ............................ 41

Dados Europeus na Doação e Transplantação de Órgãos (2012) .................................................... 42 Atividades de Doação-Transplantação – Tecidos ........................................................................................ 44

Doação de Tecidos................................................................................................................................................ 44 Distribuição de Tecidos ..................................................................................................................................... 48 Importação de Tecidos ....................................................................................................................................... 49 Aplicação de Tecidos ........................................................................................................................................... 50

Atividades de Doação-Transplantação – Células ......................................................................................... 51 Doação de Células ................................................................................................................................................. 51 Banco de Células ................................................................................................................................................... 53 Transplantação de Células ................................................................................................................................ 54

Sistema de Biovigilância ........................................................................................................................................ 60 Auditorias e Visitas Técnicas ............................................................................................................................... 63 Atividades de Operacionalização e em Matéria Legislativa/Normativa ............................................ 64 Grupos de Trabalho/Comissões ......................................................................................................................... 65 Colaboração interinstitucional ............................................................................................................................ 66 Atividades Administrativas .................................................................................................................................. 67

Validação de Colheitas e de Transplantes .................................................................................................. 67 Ofícios ........................................................................................................................................................................ 68

Reuniões CNT: Reuniões de Peritos – Consensos ........................................................................................ 69 Formação ...................................................................................................................................................................... 70

Ações de Formação Organizadas pela CNT ................................................................................................ 70 Participações Técnico-Científicas .................................................................................................................. 71

Atividade Internacional .......................................................................................................................................... 72 Comissão europeia ............................................................................................................................................... 72 Council of Europe (CD-P-TO) ............................................................................................................................ 75 Outras participações Internacionais ............................................................................................................ 75

Outras atividades e planeamento de ações para 2014 .............................................................................. 76

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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Evolução das listas de espera para transplantação desde 2009. ....................................... 13

Figura 2: Evolução da mortalidade em lista de espera para transplantação desde 2010. ......... 14

Figura 3: A) Evolução do número de Hospitais Dadores Ativos desde 2006 e B) Hospitais Dadores Ativos vs. Hospitais Potenciais Dadores em 2013. .............................................. 16

Figura 4: A) Número de dadores nos hospitais com GCCT vs. número de dadores nos restantes hospitais da rede, e números de hospitais dadores ativos por GCCT e B) Percentagem total dos dadores de hospitais com GCCT vs. dadores dos restantes hospitais da rede. ................................................................................................................................ 17

Figura 5: A) Número de dadores cadáver desde 1986; B) Evolução da taxa de doação (número de dadores por milhão de habitantes) desde 1997 e C) Número de dadores cadáver desde 2009 com discriminação regional. .................................................................................. 18

Figura 6: Número de colheitas simples vs. múltiplas por GCCT. ........................................................... 20

Figura 7: A) Percentagem dos dadores registados da região Norte por GCCT. Evolução desde 2011 e distribuição do número de dadores no B) GCCT do Hospital de Santo António (C.H. Porto, EPE) e no C) GCCT do Hospital de São João (C.H.S. João, EPE). .................................................................................................................................................................... 21

Figura 8: Evolução desde 2011 e Distribuição do número de dadores nos Hospitais do GCCT dos Hospitais Universitários de Coimbra (C.H.U. Coimbra, EPE). ................................... 22

Figura 9: A) Percentagem dos dadores registados da região Sul por GCCT. A) Evolução desde 2011 e distribuição do número de dadores no B) GCCT do Hospital de Santa Maria (C.H.L. Norte, EPE) e no C) GCCT do Hospital São José (C.H.L. Central, EPE). ............ 23

Figura 10: A) Distribuição do número de órgãos colhidos por dador por GCCT em 2013; B) Órgãos colhidos em dador cadáver por GCCT em 2013; C) Órgãos colhidos em dador cadáver em 2012 e 2013 e D) Distribuição percentual do tipo de órgãos colhidos em dador cadáver no ano de 2013. ........................................................................... 25

Figura 11: A) Evolução percentual das causas de morte desde 2006; B) Distribuição do número de dadores com causa de morte de natureza médica ou traumática por GCCT registados em 2013 e C) Evolução desde 2009 e distribuição do número de dadores por causa de morte. .......................................................................................................... 27

Figura 12: A) Evolução da idade média dos dadores desde 2006; B) Idade média dos dadores por GCCT registada em 2013; C) Idades extremas dos dadores registados em cada GCCT em 2013; D) Distribuição do número de dadores de 2013 por grupos etários e E) Percentagem dos dadores cadáver com mais de 60 anos vs. dadores com idades inferiores a 60 anos, registados em 2013. ................................................................. 28

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Figura 13: A) Doação em vida de rim ou de fígado desde 1983. * transplantes realizados pelo H.U. Coimbra, § transplantes realizados pelo Hospital Curry Cabral (H.C. Cabral); *§ um transplante realizado pelo H.U. Coimbra e outro realizado pelo H.C. Cabral; B) Grau de parentesco entre dadores vivos e recetores (DRC = Doação Renal Cruzada) e C) percentagem de doações registadas em 2013 entre pares geneticamente relacionados vs. não relacionados. 29

Figura 14: A) Evolução do número de dadores vivos de acordo com a alteração legislativa e B) Impacto da alteração legislativa da doação em vida em 2013. ........................................ 30

Figura 15: Origem dos dadores sequenciais de fígado. ............................................................................. 31

Figura 16: A) Evolução do número de transplantes dos diferentes órgãos efetuados desde 2009 e B) Evolução desde 2012 e distribuição do número de transplantação de órgãos por região. ............................................................................................................................... 33

Figura 17: A) Evolução da transplantação cardíaca desde 1986; B) Evolução desde 2012 e distribuição do número de transplantes cardíacos por unidade de transplante; C) Número de pedidos nacionais de coração e D) Respostas aos pedidos nacionais de coração em 2013. ................................................................................................................................ 34

Figura 18: A) Evolução da transplantação renal desde 1980; B) Evolução desde 2012 e distribuição do número de transplantes renais totais por unidade de transplantação e C) do número de transplantes renais com dador vivo; e D) Evolução desde 1980 da lista de espera ativa para transplantação renal vs. número de transplantes. ................................................................................................................................... 36

FIGURA 19: A) Evolução da transplantação hepática desde 1988 e B) Número de transplantes hepáticos registados em 2013 com dador cadáver, dador vivo e doação sequencial por unidade de transplante. ........................................................................................................... 37

Figura 20: A) Evolução do número de transplantes pancreáticos desde 1993 e B) Número de transplantes hepáticos nos últimos anos por unidade de transplante. ........................ 39

Figura 21: Evolução do número de transplantes pulmonares desde 1997 realizados na Unidade de Transplantação Pulmonar do H.S. Marta. ......................................................... 40

Figura 22: Órgãos de dadores portugueses oferecidos e transplantados em recetores espanhóis. ............................................................................................................................................... 41

Figura 23: Dados Europeus referentes ao número de dadores cadáver de órgãos registados em 2012. ................................................................................................................................................. 42

Figura 24: Dados Europeus referentes ao número de transplantes A) pancreáticos; B) renais com dador cadáver; C) hepáticos com dador cadáver, sequencial e vivo; D) renais com dador cadáver e dador vivo; E) cardíacos e F) pulmonares registados na Europa em 2012. ................................................................................................................................. 43

Figura 25: A) Evolução do número de dadores de tecidos e B) do número de tecidos colhidos desde 2008; e C) Percentagens dos diferentes tecidos doados em 2013. ................... 45

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Figura 26: Número de tecidos colhidos pelos vários bancos de tecidos nas regiões A) Norte, B) Centro e C) Sul no ano de 2013. .................................................................................................... 47

Figura 27: Número de córneas distribuídas pelos diferentes bancos de córneas (Nota: As córneas distribuídas pelo Banco de Tecidos do IPST, são provenientes de outros Estados Membros, de acordo com a Figura 29). .................................................................... 48

Figura 28: Número de outros tecidos distribuídas pelos diferentes bancos de tecidos (Nota: As unidades distribuídas pelo Banco de Tecidos do IPST incluem a distribuição de tecidos provenientes de outros Estados Membros de acordo com a Figura 29). ..... 49

Figura 29: Número de unidade de tecidos importados com origem em outros Estados Membros. ................................................................................................................................................ 49

Figura 30: Número de doentes transplantados e de unidades de tecidos aplicadas por tipo de tecido. ....................................................................................................................................................... 50

Figura 31: Evolução do registo nacional de potenciais dadores de células hematopoiéticas progenitoras desde 1998. ................................................................................................................ 51

Figura 32: Evolução do número de doações efetuadas a dadores nacionais inscritos no registo CEDACE, para doentes não relacionados nacionais e internacionais, desde 2000. . 52

Figura 33: A) Destino das colheitas efetuadas a dadores do CEDACE e B) Origem das colheitas efetuadas a dadores internacionais. ............................................................................................ 52

Figura 34: Evolução desde 2010 da A) atividade nacional dos bancos de cordão umbilical não relacionado vs. B) a atividade nacional dos bancos de cordão umbilical para uso autólogo/familiar. ............................................................................................................................... 54

Figura 35: Evolução do número de transplantes de progenitores hematopoiéticos desde 1987. .................................................................................................................................................................... 54

Figura 36: A) Evolução desde 2012 e distribuição da transplantação de progenitores hematopoiéticos por unidade de transplantação e B) Transplantação autóloga e alogénica por unidade de transplantação em 2013. ............................................................. 55

Figura 37: Transplantes autólogos e alogénicos com A) células do sangue periférico (SP), B) células da medula óssea (MO) e C) do cordão umbilical por unidade de ransplante; e D) Percentagens dos recetores transplantados com os diferentes tipos de PHP. .................................................................................................................................................................... 57

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Cardíaca desde 2009. ......................................................................................................................... 14

Tabela 2: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Renal desde 2009............................................................................................................................................. 15

Tabela 3: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Hepática desde 2009. ........................................................................................................................ 15

Tabela 4: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Pancreática desde 2009. .................................................................................................................. 15

Tabela 5: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Pulmonar desde 2009. ...................................................................................................................... 15

Tabela 6: Evolução do número de dadores cadáver por GCCT. ............................................................. 19

Tabela 7: Número de transplantes efetuados em Portugal. .................................................................... 41

Tabela 8: Número de tecidos humanos colhidos. ........................................................................................ 46

Tabela 9: Número de transplantes e recetores autólogos, transplantes e recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por Unidade de Transplante de PHP. ...................... 56

Tabela 10: Número de transplantes e recetores autólogos, transplantes e recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por tipo de PHP. ............................................................... 58

Tabela 11: Número de transplantes e recetores autólogos, transplantes e recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por tipo de patologia tratada...................................... 59

Tabela 12: Biovigilância: Reações Adversas reportadas em recetores. ............................................. 60

Tabela 13: Biovigilância: Reações Adversas reportadas em dadores. ................................................ 61

Tabela 14: Biovigilância: Incidentes Graves reportados. ......................................................................... 61

Tabela 15: Incidentes associados às atividades de bancos de sangue do cordão para uso autólogo ou alogénico direto em Bancos Privados. .............................................................. 62

Tabela 16: Número de validações feitas por origem de colheita e do tipo de transplante. ....... 67

Tabela 17: entidades de proveniência e de destino e o respetivo número de ofícios que deram entrada na CNT. ................................................................................................................................... 68

Tabela 18: Reuniões realizadas durante o ano de 2013 com os grupos de trabalho/comissões de peritos nomeados. ........................................................................................................................ 69

Tabela 19: Lista de eventos técnico-científicos com representação da CNT. .................................. 71

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NOTA INTRODUTÓRIA

A demanda crescente de órgãos, tecidos e células, as disparidades globais no acesso ao

transplante face às necessidades dos doentes, os recursos existentes no país, a população

e a regulação ética da cooperação nacional e internacional são fatores determinantes das

decisões.

Apesar das restrições e limitações internacionais, Portugal apresenta-se bem posicionado

a nível global, refletindo algumas oscilações a nível nacional a que não são estranhos

múltiplos fatores, entre os quais as alterações institucionais.

Face à evolução da doação de órgãos e tecidos, suporte de qualquer tipo de

transplantação, impõem-se como primeiras metas, medidas que visem o aumento da

doação em cadáver e da sustentabilidade das organizações subjacentes a estas dádivas.

Deste modo, só uma estrutura organizacional forte como a Rede de Colheita de Órgãos

para Transplantação em conjunto com a CNT/IPST, podem responder eficazmente,

interagindo internamente a nível dos hospitais, e, externamente, entre si, de modo a dar

resposta em relação às metas a atingir.

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SUMÁRIO

Relativamente à actividade de doação e transplantação de órgãos,tecidos e células os

resultados obtidos em 2013 face ao ano de 2012:

Aumento de 14,6% no número de dadores cadáver para 295;

Número de dadores vivos aumentou 13% para 57;

Diminuição da percentagem dos dadores com causa de morte traumática para

23%;

Mais 105 transplantes, o que corresponde a um aumento de 13,4%;

Maior número de transplantes cardíacos dos últimos 5 anos (56 transplantes),

correspondendo a um aumento de 46%;

Aumento do número de transplantes renais, tanto com dador cadáver (398

transplantes), tanto com dador vivo (51);

Aumento do número de transplantes hepáticos em 22%;

Aumento da transplantação pancreática em 20%;

Aumento do número de transplantes pulmonares para 16 (12,5%).

Aumento em 23% do número total de dadores de tecidos, e respetivo aumento de

5% no número de tecidos colhidos;

Aumento 5% no número de transplantes de córneas;

Aumento de 9% do número de potenciais dadores de medula óssea inscritos no

registo CEDACE, com tipagem concluída;

Total de 489 Transplantes de Progenitores Hematopoiéticos, que representa um

aumento de 5% relativamente ao ano anterior.

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PLANO DE AÇÃO GERAL

Aumentar e otimizar a doação de órgãos e tecidos, de dador cadáver e vivo, e a

transplantação, mantendo lugares cimeiros a nível Europeu e Mundial, à

semelhança dos resultados atingidos em 2009;

Desenvolver e implementar um sistema de qualidade aplicável às atividades

desenvolvidas pelos centros de doação e transplantação de órgãos, que assegure

a qualidade, segurança e uniformidade de critérios dos órgãos colhidos e

transplantados em território nacional;

Acompanhar e monitorizar as atividades envolvendo órgãos, tecidos e células

através da implementação nacional do Registo Português da Transplantação (RPT)

e do Sistema Nacional de Biovigilância (SNB);

Assegurar que a distribuição de tecidos e células para transplantação é feita

apenas por Bancos de Tecidos e Células autorizados de acordo com os critérios de

qualidade e segurança definidos nas Diretivas Europeias e nas boas práticas

internacionais;

Diminuir o número de tecidos importados para aplicação, promovendo a

autossuficiência em relação às necessidades;

Aumentar a cedência de tecidos colhidos em território nacional e processados no

Banco de Tecidos (BT IPST) e, consequentemente, reduzir o custo deste tipo de

terapêuticas para o Serviço Nacional de Saúde (SNS);

Aumentar a diversidade genética dos potenciais dadores registados no CEDACE

(Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de

Sangue do Cordão), com vista ao aumento da capacidade de resposta aos doentes

que requerem transplante de progenitores hematopoiéticos;

Libertar unidades de Sangue do Cordão analisadas e processadas no Banco Público

de Células do Cordão Umbilical (BPCCU – IPSTCord), para realização de

transplantes alogénicos;

Promover o conhecimento através da formação, ensino e desenvolvimento;

Promover a interação e cooperação entre entidades a nível nacional e

internacional;

Reforçar a rede de colheita e de transplantação de órgãos e tecidos;

Promover a gestão sustentável da rede de doação e transplantação.

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ATIVIDADES DE DOAÇÃO-TRANSPLANTAÇÃO – ÓRGÃOS

A atividade de transplantação de órgãos decorre da carência dos doentes em falência

terminal de órgão, pelo que esta necessidade terá sempre primazia em qualquer

atividade de planeamento estratégico. Deste modo, a análise das listas de espera assume

particular significado param a Coordenação Nacional de Transplantação (CNT), suscitando

a monitorização e desenvolvimento de ações a médio e longo prazo, bem como uma

comparação com os dados internacionais.

LISTAS DE ESPERA

A evolução das listas de espera1 para transplantação permite acompanhar também a

evolução dos cuidados de saúde e das opções terapêuticas disponíveis. Assim, verificamos

que em 2010 houve um aumento de 17.1% de novos doentes em relação ao ano anterior,

assistindo-se desde então, a um decréscimo progressivo das novas admissões para

transplantação (Figura 1).

Listas de Espera para Transplantação

Figura 1: Evolução das listas de espera para transplantação desde 2009.

1 Considera-se apenas os doentes em lista ativa.

2293

2135

2243 2212

2153

748

902

682 660

572 500

700

900

2050

2150

2250

2350

2009 2010 2011 2012 2013 N.º de doentes em lista em 31 de Dezembro Novos de doentes admitidos em lista

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Na União Europeia o número de doentes em lista de espera no final de 2012 era de

63.800 vs. 61.500 em 2011, com mais 50.000 vs. 42.000 em 2011 doentes nas listas de

espera para transplante renal, mais de 6.800 vs. 10.000 em 2011 nas listas para

transplante hepático, cerca de 3.400 vs. 4.000 em 2011 nas listas de coração e 2.000 vs.

2.300 em 2011 nas listas para transplante de pulmão. Em 2011 a estimativa de óbitos em

lista de espera para transplantação foi de 5.500, o que corresponde a 8,9% dos doentes1,

tendo a estimativa baixado para 3.780 em 2012, o que reflete uma diminuição substancial

da mortalidade. Desde 2010, em Portugal, o número de doentes falecidos em lista de

espera foi, em média, de 75 (mín. 56; máx. 86). Por sua vez, a mortalidade em lista de

espera desde 2010 foi em média de 2.67% (mín. 1.93%; máx. 3.05%) (Figura 2).

Mortalidade em lista de Espera

Figura 2: Evolução da mortalidade em lista de espera para transplantação desde 2010.

As especificações de cada órgão tornam-se determinantes, pelo que se passam a

enumerar, procurando estabelecer-se um paralelo anual de acordo com o número de

unidades de transplante, novos doentes admitidos em lista, número de doentes em lista

de espera no fim do ano e número de doentes falecidos em lista de espera (Tabelas 1 –

5).

Lista de Espera para Transplantação Cardíaca

Tabela 1: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Cardíaca desde 2009. 2009 2010 2011 2012 2013

N.º de doentes admitidos em lista 66 62 48 48 45

N.º de doentes em lista em 31 de Dezembro 19 23 17 42 20

N.º de óbitos LE /Nº total de doentes em LE 8 5/81 4/71 1/65 6/87

2010 2011 2012 2013

óbitos em Lista de espera 84 86 56 85

% 2,63% 3,05% 1,93% 3,05%

Nº total de doentes em lista de espera /ano

3195 2817 2903 2784

2,63% 3,05%

1,93%

3,05%

3195 2817 2903 2784

0%

1%

2%

3%

4%

0

1000

2000

3000

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15

Lista de Espera para Transplantação Renal

Tabela 2: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Renal desde 2009. 2009 2010 2011 2012 2013

N.º de doentes admitidos em lista 579 597 366 343 320

N.º de doentes em lista em 31 de Dezembro 2111 1935 1973 1977 1910

N.º de óbitos LE /Nº total de doentes em LE 53 54/2708 63/2301 29/2316 51/2297

Lista de Espera para Transplantação Hepática

Tabela 3: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Hepática desde 2009. 2009 2010 2011 2012 2013

N.º de doentes admitidos em lista 56 205 225 239 150

N.º de doentes em lista em 31 de Dezembro 133 108 169 130 166

N.º de óbitos LE /Nº total de doentes em LE 3 24/338 18/333 24/408 23/280

Lista de Espera para Transplantação Pancreática

Tabela 4: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Pancreática desde 2009. 2009 2010 2011 2012 2013

N.º de doentes admitidos em lista 25 23 14 11 32

N.º de doentes em lista em 31 de Dezembro 14 47 53 35 34

N.º de óbitos LE /Nº total de doentes em LE 1 0/37 1/61 0/64 2/67

Lista de Espera para Transplantação Pulmonar

Tabela 5: Evolução do número de doentes em lista de espera ativa para Transplantação Pulmonar desde 2009. 2009 2010 2011 2012 2013

N.º de doentes admitidos em lista 22 15 29 19 25

N.º de doentes em lista em 31 de Dezembro 16 22 31 28 23

N.º de óbitos LE /Nº total de doentes em LE 0 1/31 0/51 2/50 3/53

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16

DOAÇÃO DE ÓRGÃOS

Caraterização dos Gabinetes e Rede de Referência

Em 2013 observou-se um aumento do número dos hospitais dadores ativos de 32 para

39, valor que se encontra próximo dos 40 hospitais dadores atingido em 2009 (Figura 3A).

Pôde-se ainda constatar um aumento no número de hospitais dadores ativos (hospitais

com pelo menos um dador cadáver), tendo-se efetuada em 2013 a doação em 85% dos

hospitais autorizados (Hospitais com atividade de doação, sem dadores cadáver), face aos

71% verificados em 2012 (Figura 3B).

Doação em Hospitais Ativos vs. Hospitais Potenciais Dadores

A)

B)

Figura 3: A) Evolução do número de Hospitais Dadores Ativos desde 2006 e B) Hospitais Dadores Ativos vs. Hospitais Potenciais Dadores em 2013.

Em 2013 foi possível verificar alguma proporcionalidade entre o número de hospitais

dadores ativos e o número de dadores total por cada rede de hospitais pertencentes a um

determinado GCCT, tendo-se verificado maior discrepância para os hospitais

pertencentes ao GCCT do H.S. João (Figura 4A). Para além do aumento do número de

hospitais dadores ativos, assistiu-se também ao aumento do número de colheitas

efetuadas tanto nos hospitais com GCCT, como também nos restantes hospitais da rede.

Verificou-se ainda que de uma forma geral, o número de dadores registados nos hospitais

com GCCT foi sensivelmente equivalente ao número total de dadores registados nos

restantes hospitais pertencentes à rede (Figura 4B). Este facto faz-nos evidenciar a

relevância de cada hospital GCCT nestas atividades.

25 26 31

40 37 38

32 39

0

10

20

30

40

50

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

deH

osp

itai

s

Dad

ore

s A

tivo

s

29% 15%

71% 85%

0%

50%

100%

2012 2013 H. Potencial Dador H. Dador Ativo

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17

Hospitais Ativos vs. Hospitais Potenciais Dadores em 2013

A)

B)

Figura 4: A) Número de dadores nos hospitais com GCCT vs. número de dadores nos restantes hospitais da rede, e números de hospitais dadores ativos por GCCT e B) Percentagem total dos dadores de hospitais com GCCT vs. dadores dos restantes hospitais da rede.

13 37 59 37 18 26

8

46 34

17

5 4

11 12

7

0

5

10

15

0

100

200

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HSJosé HSMaria

N.º de dadores nos H. com GCCT

N.º de dadores nos restantes H. da rede

Nº de Hospitais dadores ativos por GCCT

56% 44%

dadores de H. com GCCT

dadores dos restantes H. da rede

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18

Evolução da Doação de Órgãos em Dador Cadáver

Em 2013 verificou-se um aumento do número de dadores cadáver de 14,6%, com um

total de 295 dadores, mais 43 dadores do que em 2012 (Figura 5A), traduzindo-se numa

taxa de doação de 28,3 dadores por milhão de habitantes (pmh)2 (Figura 5B).

Evolução da Doação Cadáver A)

B)

C)

Figura 5: A) Número de dadores cadáver desde 1986; B) Evolução da taxa de doação (número de dadores por milhão de habitantes) desde 1997 e C) Número de dadores cadáver desde 2009 com discriminação regional.

2 Cálculo efetuado de acordo com os dados publicados no site do Instituto Nacional de Estatística de 2013,

cuja população residente em Portugal era de 10.427.301 habitantes, i.e., 10,49 milhões de habitantes.

(http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_indicadores&indOcorrCod=0003182&selTab=tab0).

55

90

10

3

14

1

13

8

15

8

18

9

15

0

18

2

20

6

21

5

20

5

16

5

19

0

19

4

20

2

21

7

19

0

22

2

19

0

20

0

25

2

28

3

32

9

32

3

30

1

25

2

29

5

0

100

200

300

400

19

86

19

87

19

88

19

89

19

90

19

91

19

92

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

20

,5

16

,7

19

,1

19

,5

20

,2

21

,7 19

22

,2 18

19

23

,9

26

,7

31

30

,4

28

,5

23

,9

28

,3

0

10

20

30

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

96 112 121

91 99

133

97 97 107

80 88 84 83 105 106

0

50

100

150

Norte Centro Sul

2009 2010 2011 2012 2013

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19

Este aumento resultou de um esforço na organização central e do empenho individual de

todos os profissionais de saúde envolvidos, traduzindo-se num aumento de cerca de 4,8%

na zona Norte (22,9 dadores pmh), 19% no Centro (4,2 pmh) e 28% na zona Sul (24,8

dadores pmh) (Figura 5C). À semelhança do aumento verificado no número de dadores

durante o ano de 2013, também o número de órgãos colhidos aumentou cerca de 15%,

com 868 órgãos colhidos (em comparação com 741 órgãos colhidos em 2012). Não

obstante, a taxa de órgãos colhidos por dador passou de 2,97 em 2012 para 2,94 em

2013.

Distribuição da Doação de Órgãos em Dador Cadáver

Paralelamente ao aumento do número de dadores, os resultados globais dos Gabinetes

Coordenadores de Colheita e Transplantação (GCCT) foram, genericamente, satisfatórios,

destacando-se a atividade dos GCCT dos Hospitais da Universidade de Coimbra (H.U.

Coimbra) e Hospital de São José (H.S. José), nos quais se verifica um aumento do número

de dadores cadáver na ordem dos 16,2% e 24%, respetivamente (Tabela 6).

Tabela 6: Evolução do número de dadores cadáver por GCCT.

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

HSAntónio 27 33 24 30 33 40 54 45 52 38 39

HSJoão 26 40 26 22 51 53 42 46 45 42 45

HUCoimbra 49 49 54 57 58 94 112 99 97 88 105

HSJosé 73 66 54 62 75 60 85 82 80 54 71

HSMaria 15 34 32 30 35 36 36 51 27 30 35

TOTAL 190 222 190 201 251 283 329 323 301 252 295

Ao longo do ano verifica-se uma extrema variabilidade do número de dadores por GCCT;

no entanto, verifica-se nos meses de Março e Dezembro o maior número de dadores por

mês, 31 e 33, respetivamente. A taxa de colheita multiorgânica também aumentou no

ano de 2013, tendo-se verificado uma taxa de colheita multiorgânica de 73% (71% em

2012), ou seja, em cada dador foi possível colher mais do que um órgão; a colheita de

apenas dois rins é considerada uma colheita simples (Figura 4).

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20

Colheitas Simples vs. Múltiplas

Figura 6: Número de colheitas simples vs. múltiplas por GCCT.

Zona Norte

Como apresentado anteriormente na Tabela 6, a atividade de colheita de órgãos na zona

Norte aumentou, podendo-se constatar um aumento de cerca de 5%, passando de 80

dadores em 2012 (21,7 dadores pmh) para 84 em 2013 (22,9 dadores pmh). Nos dois

GCCT da região Norte verifica-se um aumento do número de dadores de 2012 para 2013,

ainda que este aumento seja mais expressivo no caso do GCCT do H.S. João, tendo-se

verificado um aumento de 42 para 45 dadores, em comparação ao verificado para o GCCT

do H.S. António, em que se verificou um aumento de apenas 38 para 39 dadores. Desta

forma é ainda possível constatar que em 2013 o GCCT do H.S. João contribuiu com uma

percentagem superior de número de dadores para a região Norte (Figura 7A). Nos

hospitais pertencentes aos GCCT do H.S. António, os hospitais que apresentaram maior

número de dadores desde 2011 foram respetivamente Centro Hospitalar de Trás-os-

Montes e Alto Douro (C.H.T.M.A. Douro), Hospital de Braga (H. Braga) e o H.S. António

com 23, 42 e 52 dadores respetivamente (Figura 7B). Nos hospitais pertencentes aos

GCCT do H.S. João por sua vez, o hospital que apresentou maior número de dadores

desde 2011 foram efetivamente o próprio H.S. João com 112 dadores (Figura 7C).

11 11 23 23 12 28 34

82

48

23

0

50

100

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HSJosé HSMaria

Colheita Simples Colheita Múltipla

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21

Doação na Região Norte

A) B)

C)

Figura 7: A) Percentagem dos dadores registados da região Norte por GCCT. Evolução desde 2011 e distribuição do número de dadores no B) GCCT do Hospital de Santo António (C.H. Porto, EPE) e no C) GCCT do Hospital de São João (C.H.S. João, EPE).

Zona Centro

Na zona Centro, em 2013 continua a verificar-se a maior taxa de doação de órgãos por

região, com 105 dadores, correspondendo a uma taxa de 41,2 dadores pmh, sendo esta

superior à taxa de doação do país que ocupa o primeiro lugar mundial nesta atividade, a

Espanha, que apresentou por sua vez em 2013 uma taxa de 35,1 dadores pmh. Neste

mesmo ano o número de dadores aumentou cerca de 19% em relação ao ano anterior (88

dadores em 2012 vs. 105 em 2013). Os H.U. Coimbra, a Unidade Local de Saúde da

Guarda (U.L.S. Guarda) e o Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga (C.H.E.D. Vouga)

são três exemplos de desempenho e esforço dos profissionais que muito têm contribuído

para a doação de órgãos na região Centro. Neste ano, os Hospitais pertencentes aos GCCT

dos H.U. Coimbra que mais contribuíram para o número de dadores na zona Centro foram

os hospitais U.L.S. Guarda, o Hospital Infante Dom Pedro (H.I.D. Pedro), C.H.E.D. Vouga e

o Hospital Santo Teotónio (H.S. Teotónio) com 5, 7, 9 e 12 dadores respetivamente

(Figura 8).

46% 54%

dadores no GCCT HSAntónio (2013)

dadores no GCCT HSJoão (2013)

27

3

14

7

1

12

0

18

6

2

13

2

10

10

4

0 10 20 30 40 50

HSAntónio

CHAAve

HBraga

CHTMADouro

CHVNGaia/Espinho 2013

2012

2011

35

6

2

2

40

0

0

2

37

3

3

2

0 10 20 30 40 50

HSJoão

ULSMatosinhos

ULSAMinho

CHTâmega e Sousa 2013

2012

2011

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22

Doação na Zona Centro

Figura 8: Evolução desde 2011 e Distribuição do número de dadores nos Hospitais do GCCT dos Hospitais Universitários de Coimbra (C.H.U. Coimbra, EPE).

Zona Sul

Na zona Sul, a atividade de doação teve um aumento de cerca de 26%, a maior verificada

entre as três zonas. Para este facto, muito contribuiu o desempenho do GCCT do Hospital

de São José (H.S. José), com um aumento de cerca de 31% na atividade de colheita face a

2012 (54 dadores em 2012 vs. 71 em 2013). Pode-se ainda constatar que neste ano os

hospitais do GCCT do H.S. José contribuirão com 67% dos dadores da região Sul, sendo

que os restantes 33% resultaram da atividade dos hospitais pertencentes ao GCCT do

Hospital de Santa Maria (H.S. Maria) (Figura 9A). No caso do GCCT do H.S. Maria, verifica-

se também um aumento da colheita em cerca de 17% (30 dadores em 2012 vs. 35

dadores em 2013). Os hospitais pertencentes aos GCCT do H.S. Maria que mais

contribuíram em 2013 para o número de dadores na zona Sul foram os hospitais Centro

Hospitalar Médio Tejo (C.H.M. Tejo), o Hospital São Francisco Xavier (H.S. Xavier) e H.S.

Maria com 5, 6 e 18 dadores respetivamente (Figura 9B). Por outro lado, os hospitais

pertencentes aos GCCT do H.S. José que mais contribuíram para o número de dadores

foram os hospitais Hospital de Faro (H.D. Faro), o Hospital Fernando da Fonseca (H.F.

53

15

3

15

3

1

1

1

2

1

1

43

6

3

12

7

2

2

2

8

2

1

59

1

4

12

9

4

1

2

7

5

1

0 10 20 30 40 50 60 70

HUCoimbra

CHCoimbra

HPediátrico

HSTeotónio

CHEDVouga

HDESanto

HALusitano

HSAndré

HIDPedro

CHCBeira

ULSGuarda

HSEAHeroísmo

2013

2012

2011

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23

Fonseca), o Hospital Garcia da Orta (H.G. Orta) e o H.S. José com 8, 8, 6 e 37 dadores

respetivamente (Figura 9C).

Doação na Zona Sul

A) B)

C)

Figura 9: A) Percentagem dos dadores registados da região Sul por GCCT. A) Evolução desde 2011 e distribuição do número de dadores no B) GCCT do Hospital de Santa Maria (C.H.L. Norte, EPE) e no C) GCCT do Hospital São José (C.H.L. Central, EPE).

67%

33%

dadores no GCCT HSJosé (2013)

dadores no GCCT HSMaria (2013)

14

10

2

1

23

1

3

3

18

6

2

1

5

1

2

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

HSMaria

HPValente

HSFXavier

HEMoniz

HSCruz

CHMTejo

HVFXira

HPPCascais 2013

2012

2011

33

1

1

1

12

6

3

1

1

8

2

9

1

1

23

6

9

5

1

1

1

5

1

1

1

1

37

1

6

8

1

1

1

8

1

2

4

1

0 10 20 30 40 50

HSJosé

HSACapuchos

HSMarta

HDEstefânia

HCCabral

HGOrta

HFFonseca

CHSetúbal

HDSantarém

CHBMontjo

HESÉvora

HFaro

HBAlgarvio

HCFunchal

HLAlentejano

ULSNAlentejano

ULSBAlentejo 2013

2012

2011

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24

A distribuição de número de órgãos colhidos por dador nos vários GCCT em 2013 foi em

média de 3, tendo-se verificado um máximo de 3,3 para o H.S. João e um mínimo de 2,7

para o H.S. Maria (Figura 10A). Todavia, em termos de número de órgãos colhidos, foi no

H.U. Coimbra onde se registou o maior valor, nomeadamente 311; seguindo-se o H.S.

José, o H.S. João, o H.S. António e o H.S. Maria com 201, 147, 114 e 98 órgãos colhidos

(Figura 10B). Verificou-se ainda um aumento no número de órgãos colhidos de 2012 para

2013, com o aumento de 741 para 868, ou seja, uma subida de17% (Figura 10C). Na

percentagem por tipo de órgãos colhidos, continua a ser a colheira renal que mais

representa esta atividade, nomeadamente com 56% do volume de colheitas seguindo-se

a colheita hepática, cardíaca, pulmonar e pancreática respetivamente com 29, 7, 5 e 3%.

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25

Distribuição na Doação de Órgãos A)

B)

C)

Figura 10: A) Distribuição do número de órgãos colhidos por dador por GCCT em 2013; B) Órgãos colhidos em dador cadáver por GCCT em 2013; C) Órgãos colhidos em dador cadáver em 2012 e 2013 e D) Distribuição percentual do tipo de órgãos colhidos em dador cadáver no ano de 2013.

D)

2,9 3,3 3,0 2,8 2,7

0

3

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HSJosé HSMaria

114 147

311

201

98

0

150

300

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HSJosé HSMaria Fígado Rim Coração Pulmão Pancreas

195

249

455

488

39

58

26

43

26

30

0 200 400 600 800 1000

2012

2013 Fígado Rim Coração Pulmão Pâncreas

868

741

29%

56%

7% 5%

3%

Fígado Rim Coração Pulmão Pâncreas

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26

Caraterização do Dador Cadáver

A caraterização do dador cadáver engloba vários parâmetros como a causa de morte,

idade média, género e número de órgãos colhidos.

Causa de Morte

Até 2006 as percentagens de dadores resultantes de causas médicas e traumáticas eram

muito idênticas; desde então, assiste-se a uma diminuição de dadores por causas

traumáticas, que em 2013 atingiram uma percentagem de 23% (n = 68) e um respetivo

aumento na percentagem das causas morte de origem médica, que em 2013 atingiu os

77% (n = 227) (Figura 11A). De facto, em 2013 registou-se a o valor de percentagem de

causas de morte de origem médica mais elevado de desde 2006. Analisando os dados de

2013 em função dos vários GCCT, constatou-se a predominância de causas de morte de

origem médica em todos os GCCT em detrimento das causas de morte de natureza

traumática (Figura 11B). Das várias causas de morte, o AVC (hemorrágico e isquémico) é a

principal causa de morte verificada em cerca de 63% dos dadores (n = 188), seguida de

outros traumas (outros TCE), com uma percentagem de cerca de 18% (n = 54) (Figura

11C). É importante referir ainda que se mantém a diminuição, sustentada desde há mais

de cinco anos, da causa de morte por acidente de viação, que em 2012 representava 35%

dos traumas (n = 26) e em 2013 apenas 21% (n = 14).

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27

Causas de Morte dos Dadores A)

B)

C)

Figura 11: A) Evolução percentual das causas de morte desde 2006; B) Distribuição do número de dadores com causa de morte de natureza médica ou traumática por GCCT registados em 2013 e C) Evolução desde 2009 e distribuição do número de dadores por causa de morte.

Idade

Em geral, a idade média dos dadores tem aumentado desde 2006, tendo-se

aproximadamente mantido desde 2012, tendo-se verificado uma média de idades dos

dadores em 2012 de 53,2 e de 53,3 anos em 2013 (Figura 12A). A distribuição da média

de idades dos dadores por GCCT é variável contudo, sendo que na região norte a idade

média varia entre 52 e 49 anos, na zona centro de 51 anos, e na zona sul entre os 55 e os

59 anos de idade (Figura 12B). As idades máximas e mínimas dos dadores registados por

cada GCCT não apresentam grandes variações, com exceção de que nos hospitais H.S.

António, H.S. João, H.U. Coimbra e H.S. Maria apresentam casos pediátricos e no H.S. José

não, sendo que o dador com mais idade tinha 83 anos e o de menor idade 1 ano (Figura

12C). Em 2013 o grupo etário dos dadores com maior representação continua a ser a dos

47% 42% 36% 29% 24% 32% 30% 23%

53% 58% 64% 71% 76% 68% 70% 77%

0%

50%

100%

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Trauma Causa Médica

12 10 21 16 9

27 35

84

55

26

0

50

100

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HSJosé HSMaria

Causa Médica (total 227) Trauma (total 68)

18

3

49

31

66

19

2

47

32

52

16

9

37

29

66

15

8

20

26

48

18

8

39

14

54

0

100

200

AVC Outras causas médicas

TCE - Acidente Viação

Outros TCE

2009

2010

2011

2012

2013

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28

46 aos 60 anos, tendo-se registado 109 dadores e representado per se a pouco mais de

um terço desta atividade (Figura 12D). A percentagem de dadores com mais de 60 anos

em 2013 foi de 37%, tendo diminuído ligeiramente em relação aos 40% registados em

2012 (Figura 12E).

Caracterização dos Dadores

A)

B)

C)

D)

E)

Figura 12: A) Evolução da idade média dos dadores desde 2006; B) Idade média dos dadores por GCCT registada em 2013; C) Idades extremas dos dadores registados em cada GCCT em 2013; D) Distribuição do número de dadores de 2013 por grupos etários e E) Percentagem dos dadores cadáver com mais de 60 anos vs. dadores com idades inferiores a 60 anos, registados em 2013.

43 47 49 47 51 49 53 53

0

50

100

2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Idad

e m

édia

ap

roxi

mad

a (a

no

s)

52 49 51 59 55

0

50

100

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HSJosé HSMaria

Idad

e m

édia

ap

roxi

mad

a (a

no

s)

7 4 1 20 15

79 81 82 83 79

0

50

100

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HSJosé HSMaria

Idad

e d

o d

ado

r

dador com menor idade dador com maior idade

7 23

48

109

57 51

0

50

100

150

≤ 15 16 - 30 31 - 45 46 - 60 61 - 70 > 70

de

dad

ore

s

grupos etários (anos)

63% 37%

0 - 60 anos > 60 anos

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29

Doação de Rim e Fígado em Dador Vivo

Desde 1983 que a doação em vida tem aumentado substancialmente, com um pico

máximo relativo em 2003 (n = 47), e um pico máximo absoluto em 2009 (n = 65). Embora

a partir de 2010 se ter verificado uma imobilidade nesta atividade, neste último ano

surgiu novo aumento, tendo-se verificado uma subida de 47 para 54 doações, ou seja, um

aumento nesta atividade de 13%. É ainda de referir que apenas desde 2003 se

começaram a registar doações em vida de fígado, tendo-se registado o máximo de

doação de fígado nesse mesmo ano (Figura 13A). Na doação em vida, neste último ano,

no que diz respeito aos pares dador-recetor, verifica-se com maior representação a doação de pais para filhos, que figuram cerca de 31% dos casos, bem como a doação entre cônjuges, que figuram também cerca de 31% dos casos, seguida da doação entre irmãos, que corresponderam a cerca de 28% das doações em vida (Figura 13B). De uma forma geral verificou-se que, de forma espectavel, este tipo de doação ocorre preferencialmente entre pessoas geneticamente relacionadas, tendo-se verificado neste último ano que 61% dos casos de doação em vida ocorreu entre pares geneticamente relacionados, e 39% dos casos entre pares não geneticamente relacionados Figura 13C).

Doação em Vida A)

B)

C)

Figura 13: A) Doação em vida de rim ou de fígado desde 1983. * transplantes realizados pelo H.U. Coimbra, § transplantes realizados pelo Hospital Curry Cabral (H.C. Cabral); *§ um transplante realizado pelo H.U. Coimbra e outro realizado pelo H.C. Cabral; B) Grau de parentesco entre dadores vivos e recetores (DRC = Doação Renal Cruzada) e C) percentagem de doações registadas em 2013 entre pares geneticamente relacionados vs. não relacionados.

1 2 1 1 2 2 3 6 5 9 11 9

23 41

29 40 39 37

49 64

51 47 47 51

6* 5*

2*§ 2* 2*

5*

1* 3§

0

20

40

60

80

19

83

19

86

19

87

19

90

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

Nº D. Fígado

Nº D. Rim

17

1

15

9 8

1 1 2

0

10

20

Pais - Filhos

Filhos - Pais

Irmãos Marido - Mulher

Mulher - Marido

Amigos Mãe adotiva -

Filha

DRC

61% 39%

geneticamente relacionados

geneticamente não relacionados

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30

Para a doação em vida foi sem dúvida determinante o seu contexto legal. Como foi possível

constatar anteriormente na Figura 13A, a implementação da Lei n.º 12/1993 não teve um impacto

imediato, tendo-se verificado um aumento na doação em vida ao abrigo desta lei com maior

significância apenas a partir de 2002. Porém, com a implementação da Lei n.º 22/2007, verificou-

se um impacto imediato da aplicação desta, tendo-se verificado no ano sucessivo, 2008, 7 casos

de doação ao abrigo da Lei n.º 22/2007, atingindo dois máximos, nomeadamente em 2010 com

21 casos e em 2012 com 28 casos (Figura 14A). À semelhança do que se tem verificado desde a

implementação da Lei n.º 22/2007, com exceção do ano de 2012, neste último ano a doação ao

abrigo da Lei n.º 12/1993 representa o maior volume da doação em vida, tendo-se verificado 39%

de casos de doação ao abrigo da Lei n.º 22/2007, e 61% ao abrigo da primeira lei (Figura 14B).

Impacto da Legislação na Doação em Vida

A)

B)

Figura 14: A) Evolução do número de dadores vivos de acordo com a alteração legislativa e B) Impacto da alteração legislativa da doação em vida em 2013.

39

43

46

30

31

19

33

7

19

21

16

28

21

0 20 40 60 80

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Nº de D.Vivo Lei n.º12/1993 Nº de D.Vivo Lei n.º 22/2007

61% 39%

Nº D.Vivo (2013) Lei n.º 12/1993

Nº D.Vivo (2013) Lei n.º 22/2007

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31

Doação Sequencial de Fígado

Neste último ano, a doação sequencial de fígado, um tipo de doação em vida com

critérios de aplicação específicos, apresentou um volume pequeno de 10 casos, sendo

porém de extrema importância para os pares dador/recetor-recetor dado também

representar para estes uma melhoria significativa na qualidade de vida e espectativa

média de vida. Destes 10 casos, efetuaram-se no H.S. António 2 casos e no Hospital Curry

Cabral (H.C. Cabral) 10 casos (Figura 15).

Doação Sequencial de Fígado

Figura 15: Origem dos dadores sequenciais de fígado.

2

8 10

0

5

10

15

HSAntónio HUCoimbra HCCabral Nacional

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32

TRANSPLANTAÇÃO DE ÓRGÃOS

Em Portugal, as necessidades de transplantação de órgãos sólidos estão garantidas de

acordo com os parâmetros internacionais, podendo afirmar-se que o número de unidades

é adequado às necessidades da população, sendo necessário, futuramente, uma avaliação

dos resultados mais detalhados de cada unidade.

Atividade Geral de Transplantação de Órgãos

Na atividade de transplantação desde 2009, tem-se verificado uma oscilação no número

de transplantes dos vários órgãos. A maior variação verificou-se na transplantação renal

tendo decrescido significativamente entre 2009 e 2011. Contudo, entre 2012 e 2013 esta

atividade apresentou um aumento do número de transplantes transversal a todo o tipo

de órgãos, tendo sido mais expressivo no transplante cardíaco, onde se atingiu o maior

número de transplantes efetuados desde o início da atividade em Portugal (Figura 16A).

Como consequência do aumento do número de dadores, também o número de

transplantes realizados em 2013 sofreu um aumento, nomeadamente de 786

transplantes, que se traduz num aumento na ordem dos 13,4% (Figura 16B). No que diz

respeito à atividade de transplantação nos últimos 2 anos, embora se tenha verificado

uma ligeira diminuição desta atividade na região Norte (cerca de 2%), verificou-se

concordantemente com o aumento desta atividade a nível nacional, um aumento na

transplantação na região Centro de cerca de 40%) e na região Sul de cerca de 17% (Figura

16C).

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33

Atividade de Transplantação Nacional

A)

B)

Figura 16: A) Evolução do número de transplantes dos diferentes órgãos efetuados desde 2009 e B) Evolução desde 2012 e distribuição do número de transplantação de órgãos por região.

Transplantação Cardíaca

Portugal dispõe atualmente de 4 unidades de transplante cardíaco, representando uma

unidade por 2,64 milhões de habitantes. A média mundial é de 0,3 unidades de

transplantação pmh. Em Portugal, a situação atual é de 0,4 unidades de transplantação

pmh.3 Comparativamente com o verificado em 2012, 30 transplantes cardíacos, esta

atividade aumentou consideravelmente, tendo-se verificado um aumento de cerca de

83%, com 55 transplantes realizados em 2013. De facto, no ano de 2013 registou-se o

maior número de transplantes cardíacos desde o início da atividade em Portugal (Figura

17A). A taxa de 5,24 transplantes de coração pmh é superior à taxa média Europeia

referente ao ano de 2012, de 4,28 transplantes pmh. No que diz respeito à atividade de

transplantação cardíaca nos últimos 2 anos, verificou-se concordantemente um aumento

na contribuição por parte de cada hospital transplantador de coração, tendo-se verificado

nomeadamente um aumento de cerca de 267, 100, 60 e 58% respetivamente nos

hospitais H.S. João, Hospital Santa Cruz (H.S. Cruz), Hospital Santa Marta (H.S. Marta) e

H.U. Coimbra, sendo contudo, no último onde se verificou maior volume desta atividade,

tendo-se verificado em 2013 mais de metade de toda a transplantação cardíaca neste

3 IRODaT (International Registry of Organ Donation and Transplantation)

47

59

5

25

5

11

20

50

57

3

24

5

10

15

46

53

0

21

9

18

25

30

42

9

18

8

14

19

56

45

0

24

2

16

25

0

200

400

600

800

T. Cardíaco T. Renal T. Hepático T.Pulmonar T. Pancreático

2009

2010

2011

2012

2013

239 176

261 235 246

305

0

200

400

Região Norte Região Centro Região Sul

T. 2012

T. 2013

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34

hospital (Figura 17B). É também de salientar que, no último ano, houve 3 pedidos

emergentes e 55 pedidos urgentes para transplante cardíaco, tendo-se verificado que

mais de metade destes pedidos (30) foram efetuados pelo H.U. Coimbra (Figura 17C). A

nível nacional, aos 58 pedidos para transplante cardíaco, o país deu resposta a 38, tendo-

se pronunciado com 13 doações o H.U. Coimbra, com 6 o H.S. Maria, com 4 cada os H.S.

João e H.S. José, com 3 cada os Centro Hospitalar Tondela-Viseu (C.H.T. Viseu) e o

(Hospital de Faro) H. Faro, e com 1 cada os H.S. António, C.H.E.D. Vouga, Hospital

Pediátrico de Coimbra (H.P. Coimbra), Hospital de Portimão (H. Portimão) e Hospital de

Ponta Delgada (H.P. Delgada) (Figura 17D).

Transplantação Cardíaca

A)

B)

C)

D)

Figura 17: A) Evolução da transplantação cardíaca desde 1986; B) Evolução desde 2012 e distribuição do número de transplantes cardíacos por unidade de transplante; C) Número de pedidos nacionais de coração e D) Respostas aos pedidos nacionais de coração em 2013.

7

22 15 12 15 19 22

9 9 8 9 6 8 13 15 17 13

20

45 46 38

51 42

47 50 46

30

55

0

20

40

60

19

86

19

87

19

88

19

89

19

90

19

91

19

92

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

T. Cardíacos

3

19

5 3

11

30

8 6

0

20

40

HSJoão HUCoimbra HSMarta HSCruz

T. Cardíacos (2012) T. Cardíacos 2013

0 1 1 1 4

30

17

4

0

20

40

HSJoão HUCoimbra HSMarta HSCruz

Pedidos Emergentes Pedidos Urgentes

13

6 4 4 3 3

1 1 1 1 1

0

5

10

15

HU Coimbra

HSMaria HSJoão HSJosé CHTViseu HFaro HS António

CHED Vouga

HP Coimbra

H Portimão

HP Delgada

Resposta aos Pedidos Cardíacos

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35

Transplantação Renal

Em Portugal existem atualmente 8 unidades de transplante renal, 6 das quais com

programa de dador vivo, correspondendo portanto, a uma unidade com programa de

dador vivo por cada 1,75 milhões de habitantes e a uma unidade de transplante com

dador cadáver por cada 1,33 milhões de habitantes. Segundo a IRODaT, a média mundial

ronda as 0,4 unidades de transplantação renal pmh. A situação atual em Portugal é a de

0,8 unidades de transplantação pmh. Desde o início da atividade que a transplantação

renal tem aumentado, tendo-se verificado oscilações ao longo dos tempos. Em 2009 a

transplantação renal atingiu o seu máximo, tendo-se verificado 595 transplantes,

contudo, a mesma sofreu uma diminuição significativa até 2012 com 429 transplantes

registados. Porém, no último ano, verificou-se uma tendência de recuperação desta

atividade com aumento de cerca de 5% nos transplantes renais registados (Figura 18A).

Das unidades de transplante renal, metade contribuiu para o aumento desta atividade no

último ano, tendo-se verificado um aumento de cerca de 50, 27, 22 e 14% respetivamente

nos hospitais H.G. Orta, H.C. Cabral, H.U. Coimbra e H.S. Cruz; enquanto nas restantes

unidades se verificou uma ligeira diminuição, nomeadamente de 25, 20, 8 e 7% nos

hospitais H.S. Maria, Hospital Cruz Vermelha (H.C. Vermelha), H.S. António e H.S. João

respetivamente (Figura 18B). Sem detrimento do enorme esforço de todas a Unidades na

contribuição para a transplantação renal, no último ano o H.U. de Coimbra e o H.S.

António continuaram a ocupar uma posição preponderante nesta atividade, tendo-se

registado respetivamente 32 e 21% de todos os transplantes renais nestas Unidades. Dos

449 transplantes renais verificados em 2013, 51 foram realizados com órgãos

provenientes de dadores vivos. Em ambos os casos, registou-se um aumento

relativamente ao ano de 2012. Com o aumento do número de transplantes de dador

cadáver e de dador vivo, assiste-se à diminuição do número de doentes em lista de

espera ativa para transplante renal (1.977 doentes em 2012 e 1.910 em 2013).

Considerando apenas os transplantes realizados com órgãos de dadores cadáver, a taxa

de transplantação renal em 2013 é de 37,9 transplantes pmh, valor superior à média

Europeia de 28,2 transplantes pmh registados em 2012. Analisando a atividade de

transplantação renal com dador vivo no último ano, verificou-se um aumento na maioria

da Unidades de transplantação renal com programa de dador vivo, tendo-se verificado

um aumento de cerca de 80, 25, 21 e 20% respetivamente nos hospitais H.U. Coimbra,

H.C. Cabral, H.S. António e H.S. João; enquanto nos H.S. Maria e H.S. Cruz se verificou

uma diminuição de 50 e 40% respetivamente (Figura 18C). Não obstante os esforços

nacionais nesta atividade, as listas de espera para transplantação aumentaram

consideravelmente até ao ano de 2007, tendo-se atingido um máximo de 2.324 doentes

em lista de espera nesse ano. Desde então estes valores têm diminuído, tendo-se

registado 1.910 doentes em lista de espera no último ano. De facto, entre 2008 e 2011

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36

verificou-se um aumento da proporção de transplantes referentes ao número de doentes

em lista de espera registados no ano precedente, tendo-se verificado um aumento no

índice de resposta (nº de transplantes registados no ano n/nº de doentes inscritos em

lista de espera no ano n-1) de 23% para 27%. Contudo, este valor voltou a decair para os

22% em 2012, com uma tendência para recuperação no último ano, tendo-se registado

uma resposta de 23% (Figura 18D).

Transplantação Renal

A)

B)

C)

D)

Figura 18: A) Evolução da transplantação renal desde 1980; B) Evolução desde 2012 e distribuição do número de transplantes renais totais por unidade de transplantação e C) do número de transplantes renais com dador vivo; e D) Evolução desde 1980 da lista de espera ativa para transplantação renal vs. número de transplantes.

8

26

3

0

69

6

3

99

1

06

1

82

1

99

2

60

2

56

3

04

3

67

2

86

3

46

3

70

4

00

3

82

3

09

3

67

3

58

35

8

39

7

35

5

43

6

38

0

39

6

48

3

52

7

59

5

57

3

53

0

42

9

44

9

0

200

400

600

800

19

80

1

98

1

19

82

1

98

3

19

84

1

98

5

19

86

1

98

7

19

88

1

98

9

19

90

1

99

1

19

92

1

99

3

19

94

1

99

5

19

96

1

99

7

19

98

1

99

9

20

00

2

00

1

20

02

2

00

3

20

04

2

00

5

20

06

2

00

7

20

08

2

00

9

20

10

2

01

1

20

12

2

01

3

T.Renais

101

60

119

41

8

51 44

5

93

56

145

52

12 38

50

4 0

100

200

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HCCabral HGOrta HSMaria HSCruz HCVermelha

T.Renais totais em 2012

T.Renais totais em 2013

19

5 5 4 4

10

23

6 9

5 2

6

0

10

20

30

HSAntónio HSJoão HUCoimbra HCCabral HSMaria HSCruz

T.Renais c/ D.Vivo por Unidade em 2012

T.Renais c/ D.Vivo por Unidade em 2013

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

0

1000

2000

3000

19

80

19

83

19

86

19

89

19

92

19

95

19

98

20

01

20

04

20

07

20

10

20

13

Transplantes Lista de Espera Índice de Resposta

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IPST,IP / Coordenação Nacional da Transplantação ( www.ipst.pt) email: [email protected]

37

Transplantação Hepática

Portugal conta com 3 unidades de transplante hepático, 2 delas com programa de dador

vivo, correspondendo a uma unidade por 3,52 milhões de habitantes. De acordo com a

IRODaT, a média mundial é de 0,3 unidades de transplantação pmh. A situação atual em

Portugal é, igualmente, de 0,3 unidades de transplantação pmh. Desde o início da

atividade que a transplantação hepática tem aumentado, tendo-se verificado oscilações

ao longo dos tempos. Em 2008 a transplantação hepática atingiu o seu máximo, tendo-se

verificado 274 transplantes, porém, a mesma sofreu uma diminuição significativa até

2012 com 188 transplantes registados. À semelhança do que se verificou na atividade da

transplantação renal, no último ano, verificou-se uma tendência de recuperação desta

atividade com um aumento significativo de cerca de 28% nos transplantes hepáticos

registados (Figura 19A). A taxa de transplantação hepática em Portugal neste último ano

foi de 23 pmh, valor superior ao da taxa média Europeia de 2012 (11,8 pmh). todos os

esforços aplicados nesta atividade pelas 3 Unidades nacionais de transplantação hepática,

verificou-se que, em 2013, foi o H.C. Cabral que mais contribuiu para esta atividade,

tendo registado cerca de 45% desta atividade. Foi também neste hospital, onde se

registaram as únicas 3 transplantes de doação em vida, e 8 dos 10 transplantes de

doações sequenciais (Figura 19B).

Transplantação Hepática

A)

B)

FIGURA 19: A) Evolução da transplantação hepática desde 1988 e B) Número de transplantes hepáticos registados em 2013 com dador cadáver, dador vivo e doação sequencial por unidade de transplante.

2 0

0

0

9

29

36

68

12

6

14

2

13

3

16

0

16

2

18

4

19

1

17

7

20

5

18

5

22

5

26

6

27

4

25

5

24

5

21

9

18

8

24

1

0

100

200

300

19

88

19

89

19

90

19

91

19

92

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

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20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

59 71 98

3

2

8

0

50

100

150

HSAntónio HUCoimbra HCCabral

D. Sequencial

D. Vivo

D. Cadáver

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38

Transplantação Pancreática

Em Portugal existem 2 unidades de transplante pancreático, o que perfaz uma unidade

por 5,28 milhões de habitantes. De acordo com a IRODaT, a média mundial cifra-se em

0,2 unidades de transplantação pmh, verificando-se um rácio idêntico para Portugal.

Desde o início da atividade que a transplantação pancreática tem aumentado, tendo-se

verificado oscilações ao longo dos tempos. Em 2011 e no ano passado verificaram-se os

registos mais elevados desta atividade, 25 transplantes. Tem-se verificado um fenómeno

de aumento na atividade a cada dois anos desde 2007, i.e., um aumento progressivo da

atividade em 2007, 2009, 2011 e 2013, sendo que se verificou sempre um decréscimo na

atividade nos anos subsequentes, nomeadamente 2008, 2010 e 2012. Desta forma

verificou-se então um aumento nesta atividade de 2012 para 2013 de cerca de 25%. Este

aumento traduz-se no aumento da taxa de transplante pancreático de 1,90 transplantes

pmh em 2012 para 2,4 em 2013, valor superior à taxa média Europeia de 2012, 165

transplantes pmh (Figura 20A). O Centro de Transplantação Pancreática do H.S. António

transplantou 16 doentes, mais 1 do que 2012; já no H.C. Cabral, verificou-se um aumento

de cerca 45% no número de transplantes pancreáticos (5 em 2012 vs. 9 em 2013) (Figura

25).

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39

Transplantação Pancreática

A)

B)

Figura 20: A) Evolução do número de transplantes pancreáticos desde 1993 e B) Número de transplantes hepáticos nos últimos anos por unidade de transplante.

Transplantação Pulmonar

Para o transplante pulmonar Portugal conta com uma única unidade de transplante no

SNS, correspondendo a cerca de 0,09 unidades de transplantação pmh, valor este que

representa cerca de metade da média mundial do número de unidades de transplante

pulmonar pmh (0,2). Desde o início da atividade que a transplantação pulmonar tem

aumentado, tendo-se verificado oscilações ao longo dos tempos. Em 2011 verificou-se o

registo mais elevado desta atividade, com 18 transplantes. À semelhança do verificado na

atividade de transplantação pancreática, também se verificou um fenómeno de aumento

na atividade de transplantação pulmonar a cada dois anos desde 2009, com aumento

desta atividade em 2009, 2011 e 2013, sendo que se verificou sempre um decréscimo na

atividade nos anos subsequentes, nomeadamente em 2010 e 2012. Desta forma

verificou-se então, de 2011 para 2012, um decréscimo nesta atividade com maior

significância, nomeadamente de 22,2%, e um subsequente menor aumento na atividade

de transplantação pulmonar de 2012 para 2013 de cerca de 14% (Figura 21). Dos 16

transplantes pulmonares realizados em 2013 na Unidade de Transplantação Pulmonar do

H.S. Marta realizou, 4 foram bipulmonares e 12 unipulmonares. Apesar de a taxa de

transplantação pulmonar em Portugal estar abaixo da média Europeia verificada em 2012

1 2 0 0 0 0 0

3 4 8

10 12

9 13

19

14

20

15

25

20

25

0

10

20

30

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

16

4

16

9

0

10

20

HSAntónio HCCabral

2012

2013

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40

(4,52 transplantes pmh), os resultados alcançados nos últimos anos contribuíram para um

aumento significativo desta taxa, nomeadamente de 0,1 transplantes pmh em 2006 para

1,53 em 2013.

Transplantação Pulmonar

Figura 21: Evolução do número de transplantes pulmonares desde 1997 realizados na Unidade de Transplantação Pulmonar do H.S. Marta.

1 0 0 0 1 1 4 5

1 1 4 4

11 10

18

14 16

0

10

20

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

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41

Transplantação de Órgãos Não Atribuídos – Atividade Internacional

Com o intuito de aumentar a valorização dos esforços nacionais na doação, as Unidades

de Transplantação Nacionais na doação, nos casos de órgão não atribuídos em território

nacional, estes foram oferecidos a Espanha. Foram oferecidos em maior número

pulmões, seguindo-se de corações, fígados e rins, nomeadamente, 16, 7, 3 e 2, com um

aproveitamento para transplantação respetivamente de 62,5; 57,1; 66,7 e 0% (Figura 22).

Órgão Não Atribuídos

Figura 22: Órgãos de dadores portugueses oferecidos e transplantados em recetores espanhóis.

Avaliação Global da Atividade de Transplantação de Órgãos (acumulado)

Numa apreciação global da atividade de transplantação nacional, verificou-se que é a

transplantação renal representa o maior volume da atividade em transplantação,

nomeadamente de cerca de 69%, seguido das atividades de transplantação hepática,

cardíaca, pancreática e pulmonar, que representam respetivamente cerca de 24, 4, 1 e

1% de toda a atividade de transplantação até 2013 (Tabela 7).

Tabela 7: Número cumulativo de transplantes efetuados em Portugal.

Atividade N.º de transplantes efetuados

Transplantação Renais 10696

Transplantação Hepática 3722

Transplantação Cardíaca 689

Transplantação Pancreática 200

Transplantação Pulmonar 91

Total 15398

16

7

3 2

10

4 2

0 0

5

10

15

20

Pulmão Coração Fígado Rim

Órgãos oferecidos

Órgãos transplantados

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42

DADOS EUROPEUS NA DOAÇÃO E TRANSPLANTAÇÃO DE ÓRGÃOS (2012)

De acordo com os dados disponibilizados pela Newsletter Transplant 2013 (dados de

2012) do Conselho da Europa, Portugal apresenta-se na 7ª posição a nível europeu na

doação de órgãos de dador cadáver (Figura 23).

Ranking Europeu na Doação de Órgãos (2012)

Figura 23: Dados Europeus referentes ao número de dadores cadáver de órgãos registados em 2012.

No que diz respeito à transplantação, a nível europeu, Portugal encontra-se nas posições

5º, 7º, 10º, 11º, 15º e 15º respetivamente nas atividades de transplantação pancreática

(Figura 24A), renal com dador cadáver (Figura 24B), hepático (Figura 24C), renal incluindo

os programas de dador cadáver e dador vivo (Figura 24D), cardíaco (Figura 24E) e

pulmonar (Figura 24F). Desta forma é possível constatar que em 2012 a posição geral de

Portugal na atividade de transplantação em relação à realidade europeia, foi alta para as

atividades de transplantação pancreática e renal com dador cadáver, média para as

atividades de transplantação hepático e renal incluindo os programas de dador cadáver e

dador vivo, e inferior para as atividades de transplantação cardíaca e pulmonar.

35

,1

34

,8

30

,2

30

25

,9

24

,6

23

,6

23

,6

23

,5

21

,9

20

,4

20

18

,5

17

,3

17

16

,1

15

,3

15

,1

14

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13

,6

12

,9

12

,8

12

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0

10

20

30

40

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Lituân

ia

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43

Ranking Europeu na Transplantação de Órgãos (2012)

A)

B)

C)

D)

E)

F)

Figura 24: Dados Europeus referentes ao número de transplantes A) pancreáticos; B) renais com dador cadáver; C) hepáticos com dador cadáver, sequencial e vivo; D) renais com dador cadáver e dador vivo; E) cardíacos e F) pulmonares registados na Europa em 2012.

4 2,9 2,5 2 1,9 1,8 1,8 1,7 1,7 1,5 1,2 1,1 1,1 1,1 0,9 0,6 0,2

0

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4

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o 5º

51

47

44

44

43

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35

34

31

30

30

29

29

29

26

26

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23

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14,8 11,9

6,3 5,4 5,4 5,1 5 4,8 4,4 3 2,9 1,9 1,9 1,5 1,3 0,9 0,4 0

10

Áu

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Pu

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15º

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44

ATIVIDADES DE DOAÇÃO-TRANSPLANTAÇÃO – TECIDOS

Não obstante os bons resultados nacionais relativos à atividade de doação de órgãos, no

que concerne as atividades de colheita e transplantação de tecidos, o potencial de doação

está longe do desejado. Em 2013, Portugal não conseguiu, à exceção da membrana

amniótica processada pelo Banco de Tecidos do IPST, atingir a autossuficiência para os

restantes tecidos.

DOAÇÃO DE TECIDOS

Relativamente ao número de dadores de tecidos, verifica-se que a evolução da doação de

tecidos acompanhou sensivelmente a evolução da doação de órgãos (recordar Figura 3A),

observando-se para o número de dadores de tecidos (Figura 25A) como no número de

tecidos doados (Figura 25B), entre 2010 e 2012, um decréscimo de cerca de 44 e 33%

respetivamente, e uma alteração desta tendência em 2013 com uma recuperação nestas

atividades de cerca de 23 e 5% respetivamente. É de salientar que, apesar do padrão de

recuperação do número de tecidos doados no último ano ter seguido a mesma tendência

da evolução do número de dadores, o número de tecidos colhidos absoluto não

aumentou o esperado para a evolução registada no número de dadores.

Também como resultado da evolução no número de dadores em morte cerebral, verifica-

se uma inflexão no tipo de dadores de tecidos, que se traduz num aumento da proporção

de dadores em coração parado a partir de 2011. Esta variação resulta de um maior

investimento das unidades de colheita em dadores em assistolia, na tentativa de

compensar o decréscimo de dadores em morte cerebral.

Tanto o número de dadores vivos, como o número de tecidos colhidos em dador vivo

registaram um máximo em 2010 com um decréscimo contínuo até 2013.

Esta variação está associada a dois fatores distintos: 1) O Banco de Tecidos do IPST (BT

IPST) atingiu níveis de autossuficiência nacional em membrana amniótica, diminuindo a

necessidade de colheita deste tipo de tecido; e 2) A transposição Diretivas Europeias

através da publicação da Lei n.º 12/2009 de 26 de Março, que impôs requisitos técnicos e

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45

legais mais exigentes, levando à redução das atividades dos bancos de tecidos

hospitalares com resíduos cirúrgicos.

Relativamente ao tipo de tecidos colhidos em 2013, verifica-se que as córneas

representam a grande maioria das dádivas realizadas, tendo representado 84% da

atividade de colheita de tecidos, seguindo-se dos tecidos músculo-esqueléticos,

membrana amniótica, válvulas cardíacas e vasos que representaram respetivamente 8, 4,

3 e 1% desta atividade (Figura 25C).

Doação de Tecidos

A)

B)

c)

Figura 25: A) Evolução do número de dadores de tecidos e B) do número de tecidos colhidos desde 2008; e C) Percentagens dos diferentes tecidos doados em 2013.

288 238

476

218 172 253 263 251 296 308 288 321

72 103 107 73 35 36

623 592

879

604 495

610

0

500

1000

2008 2009 2010 2011 2012 2013

Dadores em Morte Cerebral Dadores em Assistolia Dadores vivos Total

561 506

1054

472 734

562 512 486 574 519 389

619

72 60 108 103 37 36

1145 1052

1736

1094 1160 1217

0

1000

2000

2008 2009 2010 2011 2012 2013

de Dadores em Morte Cerebral de Dadores em Assistolia de Dadores vivos Total

84%

0%

3% 1%

8% 4% Córneas

Pele

Válvulas Cardíacas

Vasos

Tecidos Musculosqueléticos

Membrana amniotica

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46

A distribuição de tecidos colhidos verificada reflete por um lado as necessidades dos

doentes nacionais, e por outro o número de bancos de tecidos responsáveis pelo

processamento dos diferentes tipos de tecidos (Tabela 8).

Tabela 8: Número de tecidos humanos colhidos.

N.º unidades colhidas N.º de Bancos de tecidos Nacionais/tipo de tecido

Nº de tecidos oculares 988 8

Nº de unidades de pele 2 1

Nº válvulas cardíacas 32 2

Nº vasos sanguíneos 4 2

Nº de tecidos músculo-esqueléticos

164 3

Nº de membrana amniótica

24 1

Analisando a distribuição desta atividade por regiões, verifica-se que no ano de 2013, a

região Norte (Figura 26A) colheu apenas tecidos oculares e tecidos músculo-esqueléticos,

na região centro (Figura 26B) foram colhidos tecidos oculares, tecidos musculosqueléticos

e tecidos cardíacos, e na região Sul (Figura 26C) observou-se a colheita de maior

variedade de tecidos, nomeadamente córneas, tecido musculosquelético, tecido cardíaco,

pele e membrana amniótica. É ainda de salientar a forte atividade do Banco de Ossos dos

C.H.U. Coimbra que colaborou com cerca de 89% do volume de atividade nacional de

colheita de tecidos musculosqueléticos.

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Doação de Tecidos por Regiões

A)

B)

C)

Figura 26: Número de tecidos colhidos pelos vários bancos de tecidos nas regiões A) Norte, B) Centro e C) Sul no ano de 2013.

311

131

138

21

19

2

12

12

0 100 200 300 400 500

Norte

CHPorto

CHSJoão

CHVNGaia

CHEDVouga

ULSMatosinhos Tecido Muscoloesquelético

Córneas

209

2

149 20

0 100 200 300 400 500

CHUCoimbra

HDESPDelgada Tecido Cardíaco

Tecido Muscoloesquelético

Tecido Ocular

466

71

383

12

6

6

12

12

24

24

2

2

0 100 200 300 400 500

Sul

CHLNorte

CHLCentral

CHLOcidental

IPST Pele

Membrana Amniótica

Tecido Cardíaco

Tecido Muscoloesquelético

Córneas

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DISTRIBUIÇÃO DE TECIDOS

Relativamente às atividades de distribuição desenvolvidas pelos Bancos de Tecidos

nacionais em 2013, verifica-se uma grande heterogeneidade no volume de atividades dos

diferentes serviços. No último ano verificou-se que o banco que mais contribuíu na

atividade de distribuição de córneas foi o C.H.L. Central, com 231 córneas. É de

acrescentar que os bancos do C.H.U. Coimbra, IPST, C.H.S. João e C.H. Porto também

contribuíram de forma significativa nesta atividade, com 146, 138, 128 e 121 córneas

respectivamente (Figura 27).

Distribuição de Córneas

Figura 27: Número de córneas distribuídas pelos diferentes bancos de córneas (Nota: As

córneas distribuídas pelo Banco de Tecidos do IPST, são provenientes de outros Estados Membros, de acordo com a Figura 29).

Em relação à distribuição dos restantes tecidos em 2013, apenas 3 bancos de tecidos

contribuíram para esta atividade. O Banco de Osso do C.H.U. Coimbra e o IPST são os

bancos que mais contribuíram nesta atividade (Figura 28). O Banco de Osso do C.H.U.

Coimbra contribuiu significativamente para a atividade de distribuição de tecidos em

2013 tendo distribuído 236 tecidos músculo-esqueléticos.

O IPST, além de córneas, distribuiu outros tecidos, tendo distribuído maioritariamente

membrana amniótica, seguido de tecido músculo-esquelético, pele e válvulas cardíacas,

com a distribuição de 206, 167, 73 e 6 unidades respetivamente. Já o Banco de Osso do

C.H.S. João distribuiu apenas 16 tecidos músculo-esqueléticos.

231

146

138

128

121

48

21

17

10

2

2

0 100 200 300 400 500

Banco de Córneas do CHLC

Banco de Olhos CHUC

Banco de Tecidos IPST

Banco de Córneas CHSJ

Banco de Córneas do CHP

Banco de córneas do CHLN

Banco de Córneas do CHVNG

Banco de Córneas CHEDV

Banco de Córneas do CHLO

HDESPD

ULSM

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Distribuição de Outros Tecidos

Figura 28: Número de outros tecidos distribuídas pelos diferentes bancos de tecidos (Nota: As

unidades distribuídas pelo Banco de Tecidos do IPST incluem a distribuição de tecidos provenientes de outros Estados Membros de acordo com a Figura 29).

As diferenças verificadas nos volumes de atividade têm como base distintas organizações

estabelecidas pelos serviços e foram alvo de profunda avaliação pela CNT na proposta de

reorganização da rede de bancos de tecidos.

De notar que, ainda que o C.H.U. Coimbra declare atividade de Banco de Tecidos

Vasculares através dos registos na base de dados nacional (SiOPT), não foi possível apurar

os dados das atividades desenvolvidas junto dos responsáveis.

IMPORTAÇÃO DE TECIDOS

No que diz respeito às atividades de circulação de tecidos de outros Estados Membros, o

Banco de Tecidos do IPST permanece como o único banco de tecidos autorizado a realizar

tais atividades, tendo procedido à importação dos tecidos, de acordo com a Figura 29.

Tecidos Importados de Estados Membros

Figura 29: Número de unidade de tecidos importados com origem em outros Estados Membros.

236

167

16

73 206

6

0 100 200 300 400 500

Banco de Osso CHUC

Banco de Tecidos IPST

Banco de Osso CHSJ Válvulas Cardíacas

Membrana amniótica

Pele

Tecidos Musculoesqueléticos

163 139

72

0

100

200

T. Musculoesquelético Córneas Pele

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APLICAÇÃO DE TECIDOS

Relativamente à aplicação de tecidos em Portugal em 2013 (Figura 30), de um modo

geral, e a par do observado nos valores de colheita de tecidos, a transplantação de

córneas foi a que mais se destacou, representando cerca de 70% da atividade

correspondendo a 80 transplantes pmh e a um aumento de 5% comparativamente a

2012.

Foram também transplantados em número considerável, tecidos musculosqueléticos,

representando cerca de 16% do volume total de atividade, seguindo-se a transplantação

de membrana amniótica que representou cerca de 13% desta atividade.

Transplantação de Tecidos

Figura 30: Número de doentes transplantados e de unidades de tecidos aplicadas por tipo de tecido.

829

190 155

12 6

843

254 205

73 6

0

500

1000

Córneas T. Musculoesquelético Membrana amniótica Pele Válvulas cardíacas

Nº de Doentes Transplantados

Nº de Unidades Transplantadas

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ATIVIDADES DE DOAÇÃO-TRANSPLANTAÇÃO – CÉLULAS

DOAÇÃO DE CÉLULAS

O número de potenciais dadores de progenitores hematopoiéticos inscritos no Centro

Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão

Umbilical (CEDACE) tem aumentado continuamente desde 2004 (Figura 31), tendo-se

registado um crescimento de cerca de 8% no último ano.

Dadores inscritos no CEDACE com tipagem

Figura 31: Evolução do registo nacional de potenciais dadores de células hematopoiéticas progenitoras desde 1998.

O CEDACE tem contribuído ao longo dos tempos para a doação de progenitores

hematopoiéticos, tendo a atividade de colheitas para doentes não relacionados

aumentado gradualmente até 2012 tendo-se observado o máximo de colheitas registadas

nesse ano, de 119 (Figura 32). Em 2013 esta atividade manteve o mesmo número de

colheitas para doentes não relacionados registados em 2012. É de salientar que, em 2012,

destas colheitas, cerca de 76% foram para doentes nacionais, e os restantes cerca de 24%

doentes internacionais, tendo-se verificado no entanto em 2013 um decréscimo no

número de doentes nacionais e um aumento significativo no número de doentes

internacionais, nomeadamente de cerca de 16 e 54%.

597 865 940 1122 1377 6133 22047

43790 62578 106944

142691 182485

248425 277938

314146 338614

0

200.000

400.000

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

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Doações de PHP realizadas por intermédio dos registos CEDACE

Figura 32: Evolução do número de doações efetuadas a dadores nacionais inscritos no registo CEDACE, para doentes não relacionados nacionais e internacionais, desde 2000.

Analisando o destino das colheitas efetuadas a dadores CEDACE, verifica-se que dos

países estrangeiros que mais beneficiaram com dádivas de progenitoras hematopoiéticas

de Portugal, foram Espanha e Itália, nomeadamente com 18 e 14 dádivas, representando

cerca de 24 e 18% das dádivas de dadores CEDACE para o estrangeiro (Figura 33A). Por

outro lado, os países que mais contribuíram com dádivas de progenitoras

hematopoiéticas para Portugal, forma a Alemanha e EUA, nomeadamente com 19 e 10

dádivas, representando cerca de 51 e 27% das dádivas de dadores de progenitoras

hematopoiéticas estrangeiros (Figura 33B).

Doações de PHP de e para Portugal

A)

B)

Figura 33: A) Destino das colheitas efetuadas a dadores do CEDACE e B) Origem das colheitas efetuadas a dadores internacionais.

1 0 0 1 3 14 14

26

49 55 58

106 119 119

1

0 0

1 2 12 8 13

13 18 14 27 28

43

0

0 0

0 1

2 6

13

36 37 44

79 91

76

0

50

100

150

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

Total de colheitas realizadas a dadores não relacionados Número de colheitas para doentes não relacionados nacionais Número de colheitas para doentes não relacionados internacionais

43

18 14 9 6 6 3 3 3 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1

0

20

40

19

10

3 2 1 1 1

0

10

20

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53

BANCO DE CÉLULAS

As atividades dos Bancos de Sangue do Cordão Umbilical, públicos e privados, desde 2010

são apresentadas na figura 34. No que diz respeito às atividades do Banco Público de

Células do Cordão Umbilical (BPCCU), verifica-se uma paralisação nos últimos 2 anos nas

atividades deste (Figura 34A) como consequência de uma forte diminuição nas atividades

de processamento ao longo dos últimos 3 anos, tendo esta decaído cerca de 97% no

último ano.

Este perfil de atividade do BPCCU em 2013 deve-se à suspensão temporária das

atividades do BPCCU durante o período de fusão desta instituição com o IPST, tendo sido

levada a cabo uma total reestruturação da organização e das atividades desenvolvidas,

seguida do início das colheitas em apenas uma unidade nacional, no Centro Hospitalar de

São João, EPE.

Recorde-se que a anterior atividade desenvolvida pelo Banco Público, designadamente a

colheita indiscriminada de unidades em todos os hospitais mediante solicitação da

parturiente, levou a que em 2011 apenas 14% das colheitas fossem criopreservadas,

sendo que estas unidades ainda aguardam validação mediante uma rigorosa análise de

risco. Tal fato, resultou na frustração das expectativas de muitas dadoras ao longo destes

3 anos.

No Futuro, consoante o desenvolvimento da atividade do BPCCU, as colheitas serão,

progressivamente, alargadas a outros hospitais que demonstrem capacidade de cumprir

os requisitos exigidos associados à colheita e seleção das dadoras.

Na atividade nacional dos bancos de cordão umbilical privados para uso autólogo (ou

familiar), verifica-se um aumento contínuo do número de unidades armazenadas (Figura

34B). Relativamente às unidades distribuídas, todas as unidades libertadas por estes

bancos foram utilizadas apenas em ensaios clínicos realizados em países terceiros

(Universidade de Duke, USA), para os quais não são conhecidos os resultados.

No que diz respeito às unidades de SCU rejeitadas após processamento nos bancos

privados de sangue do cordão umbilical, verifica-se uma taxa de rejeição muito reduzida

(4 - 7%), quando comparada com as taxas verificadas para a atividade do BPCCU. Tal

deve-se contudo ao fato dos critérios de qualidade associados às atividades bem como os

critérios de aceitação das unidades serem distintos no caso de unidades de SCU para uso

autólogo/familiar ou alogénico.

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Atividade Nacional dos Bancos de Cordão Umbilical desde 2010

A)

B)

Figura 34: Evolução desde 2010 da A) atividade nacional dos bancos de cordão umbilical não relacionado vs. B) a atividade nacional dos bancos de cordão umbilical para uso autólogo/familiar.

TRANSPLANTAÇÃO DE CÉLULAS

Relativamente à transplantação de progenitores hematopoiéticos verifica-se em geral um

aumento gradual com oscilações desde o início desta atividade (Figura 35). No último ano

verificou-se um ligeiro aumento de cerca de 5%, concordante com o padrão de

percentagens de aumento verificada desde 2011 (1 - 10%), que corresponde a uma taxa

de 45,7 pmh, representando um total de 6.295 procedimentos realizados pelos serviços

nacionais desde o início desta atividade.

Transplantes de PHP

Figura 35: Evolução do número de transplantes de progenitores hematopoiéticos desde 1987.

947

5.738 7.550

8.451 10.359 10.950

5.838

203

5.591

9.419

4.943

191

5715 7264 8445 8463

0

5.000

10.000

15.000

2010 2011 2012 2013

BPCCU

Armazenado a 01/01 Processado Rejeitado Armazenado a 31/12

50.100 66.932

78.575 92.734

17.500 11.976 13.999 9.513 665 820 592 384 5 2 1 0

0

50.000

100.000

2010 2011 2012 2013

Bancos Privados

Armazenado a 01/01 Processado Rejeitado Distribuído

5

13

34

58

81

85

60

10

4

14

4

18

0

16

6

24

0

20

1

23

6

25

7

26

6

27

3

27

8

30

5

33

1

33

2

39

1

42

3

41

8

46

1

46

4

48

9

0

200

400

600

19

87

19

88

19

89

19

90

19

91

19

92

19

93

19

94

19

95

19

96

19

97

19

98

19

99

20

00

20

01

20

02

20

03

20

04

20

05

20

06

20

07

20

08

20

09

20

10

20

11

20

12

20

13

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55

Em 2013 realizaram-se um total de 342 transplantes autólogos e 147 transplantes

alogénicos (relacionados e não relacionados) de progenitores hematopoiéticos.

Sem prejuízo dos esforços desenvolvidos por todas as Unidades de Transplantação de

PHP, a unidade com maior relevância nesta atividade tem sido o Instituto Português de

Oncologia do Porto (I.P.O. Porto), no qual se realizaram em média nos dois últimos anos

cerca de 33% de toda a atividade nacional (Figura 36A). É ainda de salientar que a

transplantação de progenitores hematopoiéticos autólogos representa o maior volume

desta atividade, representando no último ano (e em médica nos últimos 4 anos) cerca de

70% da atividade (Figura 36B).

Transplantação de PHP por Unidade de Transplantação

A)

B)

Figura 36: A) Evolução desde 2012 e distribuição da transplantação de progenitores hematopoiéticos por unidade de transplantação e B) Transplantação autóloga e alogénica por unidade de transplantação em 2013.

Na tabela 9 são discriminados os transplantes e recetores autólogos, transplantes e

recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por Unidade de Transplante de

PHP em 2013. É de notar que, com ligeiras diferenças registadas em diferentes Unidades

de Transplante, em geral, o número de transplantes e recetores alogénicos relacionados e

não relacionados é idêntico.

39 45 62

78 86

154

43 41 65

90 88

162

0

100

200

HUCoimbra HSJoão HSACapuchos HSMaria IPOLisboa IPOPorto

T. PHP em 2012

T. PHP em 2013

43 41 65

48 53 92

42 35

70

0

100

200

HUCoimbra HSJoão HSACapuchos HSMaria IPOLisboa IPOPorto

T. PHP Autóloga 2013

T. PHP Alogénica 2013 90 88

162

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56

Tabela 9: Número de transplantes e recetores autólogos, transplantes e recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por Unidade de Transplante de PHP.

Unidade de

Transplante

Transplante Autólogo Transplante Alogénico

Relacionado Não Relacionado

Transplantes Recetores Transplantes Recetores Transplantes Recetores

CHUCoimbra 43 43 0 0 0 0

CHSJoão 41 40 0 0 0 0

HSACapuchos 65 56 0 0 0 0

HSMaria 48 48 18 18 24 24

IPOLisboa 53 48 10 10 25 25

IPOPorto 92 88 41 41 29 29

TOTAL 342 323 69 69 78 78

No que diz respeito à origem das células hematopoiéticas progenitoras transplantadas em

2013, é de notar que todas as Unidades de Transplante fizeram transplantação de sangue

periférico (SP), sendo que destas, apenas o H.S. Maria, o Instituto Português de Oncologia

de Lisboa (I.P.O. Lisboa) e o I.P.O. Porto fizeram ambos transplantes antólogos e

alogénicos (Figura 37A). Também é apenas nestas mesmas Unidades de Transplante que

se registaram transplantes de células com origem em unidades de medula óssea (MO),

sendo que neste caso, se registaram na maioria (no H.S. Maria e I.P.O. Porto) ou mesmo

apenas (no I.P.O. Lisboa) transplantes alogénicos deste tipo de células progenitoras

(Figura 37B).

Já em relação à atividade de transplante de células com origem no cordão umbilical

verificou-se apenas no I.P.O. Porto, tendo-se observado apenas transplantação alogénica

(Figura 37C).

É de referir que, maioritariamente, cerca de 92%, corresponderam a transplantes de

células obtidas de sangue periférico, sendo que os transplantes efetuados com células

com origem de unidades de medula óssea corresponderam apenas a 7%, e de cordão

umbilical apenas a 1%.

Todas as evidências apontam para uma ainda maior aplicação de células hematopoiéticas

com origem no sangue periférico na atualidade.

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Transplantes com PHP por Unidade de Transplantação e por tipo de PHP

A)

B)

C)

D)

Figura 37: Transplantes autólogos e alogénicos com A) células do sangue periférico (SP), B) células da medula óssea (MO) e C) do cordão umbilical por unidade de ransplante; e D) Percentagens dos recetores transplantados com os diferentes tipos de PHP. *valores

apresentados compreendem 2 transplantes realizados com células do sangue periférico e células da medula óssea.

Na tabela 10 são discriminados os transplantes e recetores autólogos, transplantes e

recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por tipo de PHP em 2013,

podendo-se verificar, mais uma vez, que o transplante autólogo e de células do sangue

periférico representa o maior volume destas atividades.

43 41

65 47 53

91*

32 20

60

0

50

100

HUCoimbra CHSJoão HSACapuchos HSMaria IPOLisboa IPOPorto

T. Autóloga de SP T. Alogénica de SP

1 3

10

15

6*

0

10

20

HSMaria IPOLisboa IPOPorto

T. Autóloga de MO T. Alogénica de MO

4

0

5

10

IPO Porto

T. Alogénica de SCU

92%

7% 1%

Recetores de SP

Recetores de MO

Recetores de SCU

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Tabela 10: Número de transplantes e recetores autólogos, transplantes e recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por tipo de PHP.

Transplante Autólogo

Transplante Alogénico

Relacionado Não Relacionado

Transplantes Recetores Transplantes Recetores Transplantes Recetores

Sangue Periférico (SP)

338 319 59 59 53 53

Medula Óssea (MO)

2 2 8 8 23 23

Sangue Cordão Umbilical (SCU)

0 0 2 2 2 2

SP + MO 2 2 0 0 0 0

TOTAL 342 323 69 69 78 78

Na tabela 11 são discriminados os transplantes e recetores autólogos, transplantes e

recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por tipo de patologia tratada com a

transplantação de PHP em 2013. De acordo com os dados apresentados na tabela 11, é

possível verificar que se aplica maioritariamente em leucemias agudas (mieloide e

linfoblástica), linfomas (Hodgkin e não-Hodgkin), mielomas e nalguns casos de tumores

sólidos. Contudo, verificou-se, preferencialmente, a transplantação alogénica nos casos

de leucemias agudas, enquanto nos casos de linfomas, mielomas e nalguns casos de

tumores sólidos a transplantação autóloga.

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Tabela 11: Número de transplantes e recetores autólogos, transplantes e recetores alogénicos relacionados e não relacionados, por tipo de patologia tratada.

Patologia Transplante Autólogo

Transplante Alogénico

Relacionado Não relacionado

Transplantes Recetores Transplantes Recetores Transplantes Recetores

Leucemia Mielóide Aguda

3 3 17 17 30 30

Leucemia Linfoblástica Aguda

0 0 12 12 16 16

Leucemia Mielóide Crónica

0 0 2 2 2 2

Leucemia Linfoblástica Crónica

0 0 4 4 1 1

Síndromes Mieloproliferativos (SMP)

0 0 7 7 2 2

Síndromes Mielodisplásicos (SMD)

0 0 5 5 3 3

Linfoma Hodgkin

40 39 0 0 1 1

Linfoma Não-Hodgkin

91 91 7 7 8 8

Mieloma/ D. dos Plasmócitos

171 160 3 3 3 3

Anemia Aplástica

0 0 5 5 7 7

Doenças Autoimunes 0 0 0 0 0 0

Imunodeficiências 0 0 0 0 1 1

Doenças Met. Hereditárias

0 0 0 0 1 1

Hemoglobinopatias 0 0 0 0 0 0

Tumores Sólidos (total)

30 23 1 1 0 0

Ewing 2 2 0 0 0 0

Retinoblastoma 1 1 0 0 0 0

Meduloblastoma 6 4 0 0 0 0

Neuroblastoma 8 8 0 0 0 0

Tumor SNC 11 6 0 0 0 0

Outra Neoplasia 1 1 1 1 0 0

Osteossarcoma 1 1 0 0 0 0

Outras (total) 7 7 6 6 3 3

T. Células Germinais 1 1 0 0 0 0

Anemia Fanconi 0 0 1 1 2 2

SMP + SMD 0 0 1 1 0 0

D. Histiocítica 0 0 1 1 0 0

Outro Linfoma 0 0 1 1 0 0

Outras Leucemias 6 6 2 2 1 1

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SISTEMA DE BIOVIGILÂNCIA

No decorrer do ano de 2013 foi desenvolvido e implementado pela CNT um sistema de

notificação online de incidentes e reações adversas graves, disponível no endereço

eletrónico do IPST na área da Transplantação / Biovigilância.

Este sistema tem como objetivo a facilitação do cumprimento disposto no artigo 11.º, da

Lei n.º 12/2009 de 26 de Março pelos serviços do, e foi implementado no âmbito das

atribuições definidas no artigo 3º do Decreto-Lei n.º 39/2012 de 16 de Fevereiro, que

determina que cabe ao IPST, IP “… assegurar o funcionamento do Sistema Nacional de

Biovigilância, em articulação com as entidades nacionais e internacionais”.

Como segundo objetivo definiu-se a utilização desta ferramenta para recolha das

informações exigidas pela legislação nacional decorrentes da transposição das Diretivas

Europeias e, acompanhando e monitorizando em tempo real os incidentes e reações

ocorridos nos diferentes bancos de tecidos e células, e unidades de colheita e aplicação,

de forma a adotar as medidas necessárias e pedido de esclarecimento em tempo útil.

Assim, no decorrer do ano de 2013, foram submetidas no sistema online de notificação

por 5 instituições nacionais um total de 264 notificações, sendo que 214 notificações de

incidentes foram submetidas por 3 bancos de sangue do cordão umbilical privados. Para

avaliação final, além das notificações submetidas pelos serviços ao longo do ano, foram

ainda considerados os incidentes e reações adversas notificados através dos relatórios

anuais de biovigilância, remetidos pelos bancos de tecidos e células.

Com base nos critérios de notificação definidos pelos standards Europeus, foram

considerados para efeitos de comunicação anual à Comissão Europeia, as reações

adversas graves e incidentes adversos como descrito nas tabelas 12, 13 e 14.

Tabela 12: Biovigilância: Reações Adversas reportadas em recetores.

Reações Adversas em Recetores

Tecido/Células Reação Adversa N.º

Progenitores Hematopoiéticos de sangue periférico

Transmissão de infeção bacteriana no recetor

5

Tecidos oculares - Córneas

Rejeição do enxerto 11

Reabsorção/não integração do enxerto de forma não esperada

1

Total 17

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Tabela 13: Biovigilância: Reações Adversas reportadas em dadores.

Reações Adversas em Dadores

Tecido/Células Reação Adversa N.º

Progenitores Hematopoiéticos

Reações associadas a procedimentos de colheita

6

Rutura do folículo ovário no decorrer da colheita de células de medula óssea

1

Total 7

Tabela 14: Biovigilância: Incidentes Graves reportados.

Incidentes Graves

Atividade Incidente Descrição N.º

Colheita Erro Humano Contaminação microbiológica detetada após colheita (6 unidades de medula óssea, 1 unidade de progenitores hematopoiéticos de sangue periférico)

7

Processamento Defeito no produto Perda significativa de viabilidade após processamento e criopreservação (<40%) (1 unidade de progenitores hematopoiéticos de sangue periférico)

1

Armazenamento Defeito no material/equipamento

Rutura sacos criogénicos, perda de 11 unidades de progenitores hematopoiéticos

11

Aplicação Erro Humano Contaminação microbiológica detetada após transplante (15 unidades de membrana amniótica, 2 córneas)

17

Erro Humano Formação de coágulos durante o procedimento de transplante de progenitores hematopoiéticos

1

Total 37

Note-se que em 2013 foram distribuídos pelos bancos de tecidos e células nacionais 1878

unidades, e notificadas 24 reações adversas (17 reações em recetores e 7 reações em

dadores), correspondendo a 1,3% dos tecidos e células distribuídos; e 37 incidentes

graves (de acordo com os standards Europeus) correspondendo a 2% dos tecidos e

células distribuídos.

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62

Adicionalmente, e no que concerne às atividades desenvolvidas pelos bancos de sangue

do cordão para uso autólogo ou alogénico direto, foram notificados os incidentes

descritos na tabela 15.

Tabela 15: Incidentes associados às atividades de bancos de sangue do cordão para uso autólogo ou alogénico direto em Bancos Privados.

Incidente associados a Sangue e Tecido do Cordão Umbilical N.º

Documentação incompleta (exemplos: ausência de consentimento informado; história clínica da dadora incompleta; identificação incompleta dos dadores, formulários incompletos)

836

Falta de identificação dos recipientes que contêm as células 18

Contaminações - Resultados microbiológicos positivos 1554

Incidentes ocorridos durante o processo de transporte 110

Unidades recebidas sem amostras que permitam realizar análises 66

Não correspondência entre a documentação e a identificação da unidade 4

Defeitos nos recipientes primários 3

Total 2591

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63

AUDITORIAS E VISITAS TÉCNICAS

Em Janeiro de 2013, a CNT realizou visitas técnicas de “acompanhamento das medidas

adotadas pelo Banco Público de Sangue de Células do Cordão Umbilical”, tendo elaborado

o respetivo relatório remetido ao Conselho Diretivo e ao Gabinete de Sua Excelência o Sr.

Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde.

No dia 22 de Maio de 2013 foi realizada uma visita técnica ao Serviço de Oftalmologia do

Hospital Garcia de Orta, EPE, com o objetivo de avaliar o cumprimento dos requisitos

técnicos necessários à implementação de um banco de córneas nesta instituição, e

estudo de viabilidade das atividades a desenvolver no âmbito de um eventual acordo de

colaboração entre o referido Hospital e o IPST.

No que concerne à atividade de Auditorias do IPST, com base no Projeto Europeu

ODEQUS, e por deliberação do Conselho Diretivo do IPST de 18 de Janeiro 2013, foi

nomeada uma equipa coordenada pela CNT com vista à implementação e concretização

de um plano de auditorias, com o objetivo de avaliar a capacidade de doação dos

hospitais e os desvios aos procedimentos de deteção e avaliação dos dadores,

encontrados em determinados períodos.

A primeira auditoria ocorreu em Maio de 2013, ao Centro Hospitalar de Lisboa Central,

EPE, a partir da qual foi elaborado um relatório de avaliação, enviado ao respetivo

Conselho de Administração.

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64

ATIVIDADES DE OPERACIONALIZAÇÃO E EM MATÉRIA LEGISLATIVA/NORMATIVA

Como promessa de uma atitude proactiva, a CNT tem tido também sempre uma posição

muito presente nas atividades de operacionalização e em matéria de regulamentação

legislativa/normativa, tendo contribuído ao longo do último ano com as seguintes ações:

• Proposta de Despacho sobre requisitos necessários para a colheita de órgãos em

dadores falecidos em paragem cardiocirculatória,Ordem dos Médicos,

• Despacho nº 14341/2013, de 6 novembro - Ministério da Saúde - Gabinete

do Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde

Determina os requisitos necessários para a colheita de órgãos em dadores

falecidos em paragem cardiocirculatória.

• Proposta de transposição da Diretiva de Execução 2012/25/UE da Comissão, de 9

de outubro de 2012;

• Participação no grupo de trabalho relativo à transposição da Diretiva n.2010/53/EU

do Parlamento Europeu e do Conselho, de 7 de julho, relativa a normas de

qualidade e segurança dos órgãos humanos destinados a transplantação.

• Lei nº 36/2013, de 12 de junho da Assembleia da República

Aprova o regime de garantia de qualidade e segurança dos órgãos de origem

humana destinados a transplantação no corpo humano, de forma a assegurar um

elevado nível de proteção da saúde humana.

• Proposta de regulamentação do artigo 7º da Lei n.º 36/2013, de 12 de junho;

• Proposta de alteração do despacho n.º 10485/2011, de 19 de Agosto, relativo às

verbas atribuídas às instituições que praticam atos de colheita e transplantação;

• Despacho nº1886/2014, de 6 fevereiro do Ministério da Saúde - Gabinete

do Secretário de Estado Adjunto do Ministro, altera os montantes

atribuídos aos atos de colheita de órgãos e tecidos, de forma a incluir os

custos associados à deteção e manutenção do potencial dador;

• Regulamentação do Seguro do Dador Vivo de Órgãos em articulação com o

Instituto Seguros de Portugal;

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65

• Avaliação jurídica de pareceres sobre protocolos e parcerias no âmbito dos órgãos

e tecidos

• Modificação dos critérios de seleção de córneas sob a forma de circular

informativa

• Compilação da legislação que possa ser enquadrada na sugestão de “revisão de

toda a legislação atual” e preparação de uma “Lei Nacional de Transplantação”.

GRUPOS DE TRABALHO/COMISSÕES

Comissão técnica para a operacionalização do programa de colheita de órgãos em

dador em paragem cardiocirculatória- deliberação do CD nº0042/cd/2013,

13/09/2013

Comissões técnicas para a revisão dos critérios de aceitação e alocação de órgãos

para transplante, Rim, Fígado e Coração- deliberação do CD nº0043/cd/2013,

13/09/2013

Grupo de Trabalho para elaboração de preçarios dos procedimentos de tecidos e

células, ACSS

Grupo de Trabalho para criação de nova plataforma informática

Grupo de Trabalho para o desenvolvimento do Registo Português de

Transplantanção

Comissão permanente

Programa de doação renal cruzada

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66

COLABORAÇÃO INTERINSTITUCIONAL

• Direção-Geral de saúde

• Grupo para a transposição das diretivas

• Comissão Nacional Acompanhamento Diálise (CNAD)

• ACSS

• Regulamentação dos incentivos

• Reembolso das despesas dos dadores vivos

• Tabela para determinação de custos de tecidos e células

• Ordem dos Médicos

• Critério de morte em paragem cardiocirculatória para fins de colheita de

órgãos para transplantação

• Sociedades Científicas

• Apoio a Campanha de sensibilização para a doação em vida da Sociedade

Portuguesa Transplantação (cartazes e folhetos) para os Hospitais,

Unidades de diálise e Unidades de Cuidados de Saúde Primários;

• Colaboração com a Sociedade de Medicina Intensiva para a divulgação de

atividade, congressos

• Universidades

• INESC, Universidade do Minho no âmbito do Programa de Doação Renal

Cruzada

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67

ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS

VALIDAÇÃO DE COLHEITAS E DE TRANSPLANTES

O procedimento normalizado para a atribuição de suplementos remuneratórios aos

hospitais é da responsabilidade da ACSS depois de certificados todos os eventos e

procedimentos pelo IPST/CNT. Deste modo, todas as atividades de Doação e

Transplantação de órgãos ocorridas no ano de 2013 foram submetidos a validação da

CNT, tendo sido validadas 663 colheitas e 1.685 transplantes, com base na análise dos

registos enviados pelos hospitais. Na tabela abaixo (16) encontra-se discriminado o

número de validações feitas por origem de colheita e do tipo de transplante:

Tabela 16: Número de validações feitas por origem de colheita e do tipo de transplante.

Colheitas

Transplantes

Coração Pulmão Pâncreas Fígado Rim Córnea Medula Total

C.H.L. Central 130 6 22 9 108 53 178 70 446

C.H.L. Norte 50 0 0 0 0 39 50 87 176

C.H.L. Ocidente 16 6 0 0 0 55 3 0 64

H.G. Orta 30 0 0 0 0 14 10 0 24

C.H.U. Coimbra 114 18 0 0 36 92 83 22 251

C.H. Porto 81 0 0 13 58 89 146 0 306

C.H.S. João 76 6 0 0 0 45 79 29 159

I.P.O. Lisboa 0 0 0 0 0 0 0 86 86

I.P.O. Porto 0 0 0 0 0 0 0 86 86

Outros 166 0 0 0 0 0 87 0 87

SUBTOTAL 663 36 22 22 202 387 636 380 1.685

TOTAL 2.348

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68

OFÍCIOS

Durante o ano de 2013, nas atividades da CNT foram contabilizados 1.792 ofícios,

constando do registo de entrada 810 ofícios e o registo de saída 982 ofícios elaborados.

Na tabela seguinte descriminam-se as entidades de proveniência e de destino e o

respetivo número de ofícios:

Tabela 17: entidades de proveniência e de destino e o respetivo número de ofícios que deram entrada na CNT.

Entrada de Ofícios na CNT Número de ofícios

Pro

ven

iên

cia

ACSS 6 DGS 22 SEAMS 7 CH, Hospitais, ULS, IPO 739 ARS’s 3 SPMS 1 Outros 32

Total 810

De

stin

o

ACSS 327 DGS 44 SEAMS 16 CH, Hospitais, ULS, IPO 489 ARS’s 8 SPMS 14 Outros 84

Total 982

Tabela 1 –

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REUNIÕES CNT: REUNIÕES DE PERITOS – CONSENSOS

Os avanços científicos e técnicos induzem alterações na prática clínica, sendo imperativa

a revisão periódica de critérios e procedimentos. Atentos a esta realidade, os membros

da CNT/IPST promoveram no âmbito das suas funções, a proposta de designação de

grupos de peritos nacionais de reconhecido mérito, encarregados desta elaboração, sob

supervisão do IPST. Na tabela seguinte discriminam-se os Grupos nomeados e as reuniões

realizadas durante o ano de 2013:

Tabela 18: Reuniões realizadas durante o ano de 2013 com os grupos de trabalho/comissões de peritos nomeados.

Grupos de Trabalho/Comissão de Peritos Nº de Reuniões Datas

Critérios de aceitação e Alocação de Coração 1 Dez.

Critérios de aceitação e Alocação de Fígado 2 Jul., Dez.

Critérios de aceitação e Alocação de Rim 1 Set.

Regulamentação da Paragem cardiocirculatória - Grupos Intra e Extra-hospitalares

5 Set., Out., Nov., Dez.

Programa Nacional de Doação Renal Cruzada (PNDRC) 3 Jan., Jul., Nov.

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70

FORMAÇÃO

AÇÕES DE FORMAÇÃO ORGANIZADAS PELA CNT

Com o intuito de valorizar a formação na rede no contexto das atividades do IPST, bem

como valorizar a própria CNT, esta tem organizado ações de formação elaboradas pelos

nossos peritos, e participado em eventos técnico-científicos.

Durante o último ano a CNT concretizou as seguintes ações de formação:

• Specialized Training Education in Transplant Procurement Management (TPM) –

Leadership Quality Management In Organ Donation, organizado em colaboração

com o Institute for LifeLong Learning (IL3) da Universidade de Barcelona nos dias

17 a19 de Junho de 2013, direcionado aos Coordenadores Hospitalares de Doação;

• Projeto – European Training Program in Organ Donation (ETPOD): em 2013

realizaram-se 2 ações: no Hospital Beatriz Ângelo e no H.S. António tendo contado

respetivamente com 20 e 26 participantes;

• Curso Boas Práticas de Colheita de Tecidos - realizado em Lisboa a 21 de Outubro,

com o objetivo de divulgar promover o bom funcionamento da rede nacional de

colheita e transplantação através da divulgação das boas práticas associadas às

atividades de colheita de tecidos humanos, e do Sistema Nacional de Biovigilância.

Destinado a todos os profissionais envolvidos nas atividades de colheita de tecidos

humanos para transplantação: Médicos, Enfermeiros, Técnicos de Saúde. Contou

com a participação de 41 participantes de instituições externas e 4 participantes

do Gabinete de Gestão da Qualidade do IPST.

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PARTICIPAÇÕES TÉCNICO-CIENTÍFICAS

Em 2013 a CNT teve representação nos seguintes eventos técnico-científicos:

Tabela 19: Lista de eventos técnico-científicos com representação da CNT.

Evento Tema Local Representante

CNT

XVI Congresso de Medicina Intensiva

A situação Portuguesa da doação e transplantação

Lagos Ana França

7th Meeting of National Competent Authorities for organ donation & transplantation - CE

National Action Plans - Portugal

Bruxelas Ana França

I Congresso do Sistema Brasileiro de Transplantes

Sistema Nacional de Biovigilância

Brasília Rita Piteira

Workshop on Regulation of Blood and Blood Components

Principles and standards of haemovigilance

Jerusalém

Rita Piteira

Inspections-practice and legislation

Rita Piteira

Terapias Celulares e Génicas em Portugal: Proposta Legislativa

Nacional – INFARMED, IP

Sistema Nacional de Biovigilância

Lisboa Rita Piteira

Curso de Boas Práticas de Colheita – CNT/IPST

Biovigilância e Monitorização da rede

Lisboa

Rita Piteira

Organização da Rede Catarina

Bolotinha

Avaliação do dador Ana França

Jornadas Gabinete de Coordenação de Colheita e Transplantação do Centro

Hospitalar de Lisboa Central

Novos desafios na colheita de órgãos e tecidos

Lisboa

Rita Piteira

A importância dos Registos na Atividade de Colheita e

Transplantação

Catarina Bolotinha

Atividade e Futuro da Colheita de Órgãos e da

Transplantação em Portugal Ana França

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Relatório Anual da Coordenação Nacional de Transplantação 2013

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ATIVIDADE INTERNACIONAL

A CNT, no ambito do intercambio de informação com instituições internacionais, como

entidade competente na área da Transplantação de Órgãos Tecidos e Células representa

o IPST nestas matérias, tendo como papel coadunar as suas atividades com as homólogas

a nível internacional. Desta forma, a CNT tem tido uma interação dinâmica com a

Comissão Europeia, o Conselho da Europa.

Neste contexto, apresentam-se as atividades decorridas durante 2013.

COMISSÃO EUROPEIA

Meetings of National Competent Authorities for organ donation &

transplantation, Bruxelas - 2 reuniões anuais, onde foi apresentado pelo

representante da CNT o Plano de Ação Nacional definido pelo IPST (a 19 de

Setembro de 2013);

Meetings of National Competent Authorities for tissues and cells, Bruxelas - 2

reuniões anuais;

Technical Working Group on Indicators - Action Plan on Organ Donation and

Transplantation;

Working Group for implementing Directive 2004/23/EC as regards the

procedures for verifying the equivalent standards of quality and safety of

imported tissues and cells - Participação no grupo de trabalho para a elaboração

na proposta de Diretiva relativa à importação de tecidos e células de países

terceiros.

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Submissão de Informações Nacionais a organizações internacionais

Súmula de dados enviados:

Dados relativos ao Sistema de Biovigilância através do relatório: Serious Adverse Reactions and Events (SARE) Tissues and Cells;

Dados nacionais relativos às atividades com tecidos e células não reprodutivas de origem humana ao European Data on Tissues and Haematopoietic Cells donation and transplantation activities (Eurocet: http://www.eurocet.org/);

Dados nacionais relativos às atividades com órgãos, tecidos e células ao Registo International Registry in Organ Donation and Transplantation (IRODaT: http://www.irodat.org/);

Dados nacionais relativos às atividades com órgãos através do Organs Indicators Exercise;

Participação no sistema de alerta rápido da Comissão Europeia para tecidos e células de origem humana - CIRCABC e SANCO: Rapid Alert for Tissues and Cells (RATC);

Dados nacionais relativos às atividades com órgãos à Newsletter Transplant 2014 do Conselho da Europa (https://www.edqm.eu/).

Projetos Europeus

Join action da CE: Assisted Reproductive Technologies and Haematopoietic stem cells Improvements for Quality and Safety throughout Europe (ARTHIQS);

Projeto da CE: Organ Donation Quality System (ODEQUS);

Joint action da CE: Achieving Comprehensive Coordination in Organ Donation throughout the European Union (ACCORD);

Joint action da CE: Facilitating Exchange of organs donated in EU member states (FOEDUS).

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South Alliance for Transplants (Sat)

A South Alliance for Transplants (SAT) é uma parceria de cooperação no domínio da dádiva e transplantação de órgãos, tecidos e células-progenitores hematopoiéticos, fundada em outubro de 2012 por três agências nacionais de transplantes na Europa Ocidental Sul: Agence de la Biomedicine (ABM) - França, Centro Nazionale Trapianti - Instituto Superiore di Sanità (CNT) - Itália e Organización Nacional de Trasplantes (ONT) – Espanha;

Objetivos: aumentar o número de países envolvidos com o status de participantes ou observadores, estabelecendo um Memorando de Entendimento específico para as áreas de cooperação, incluindo programas de intercâmbio de órgãos transfronteiriços para grupos especiais de doentes;

Pedido de adesão formal – aprovado em 18 de Setembro de 2013.

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COUNCIL OF EUROPE (CD-P-TO)

Colaboração com o Conselho da Europa (CD-P-TO) e European Directorate for the Quality of Medicines & Health (EDQM), através da participação de peritos da CNT na elaboração e revisão do Guide to the Quality and Safety of Organs for Transplantation (Dr.ª Ana França e Dr.ª Catarina Bolotinha);

Colaboração com o Conselho da Europa (CD-P-TO) e European Directorate for the Quality of Medicines & Health (EDQM), através da participação de peritos da CNT na elaboração e revisão do Guide to the Quality and Safety of Tissues and Cells for Human Application (Dr.ª Josefina Oliveira);

Participação de peritos nas reuniões do CD-P-TO, nas áreas relativas à doação de órgãos, tecidos e células;

Participação no grupo de trabalho: Vascularized Composite Allotransplantation;

Comunicação dos dados nacionais relativos às atividades com órgãos à Newsletter for Transplant.

OUTRAS PARTICIPAÇÕES INTERNACIONAIS

ESOT, Vienna, Setembro de 2013

Workshop on Regulation of Blood and Blood Components - Technical Assistance and Information Exchange (TAIEX), organizado em cooperação com o Ministério da Saúde de Israel, Jerusalém, Novembro de 2013

I Congresso do Sistema Brasileiro de Transplantes. Brasília, Dezembro de 2013

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OUTRAS ATIVIDADES E PLANEAMENTO DE AÇÕES PARA 2014

Novos Hospitais Dadores

• Novos hospitais realizaram pela primeira vez atividade de colheita, através de

autorizações pontuais emitidas após parecer da CNT, nomeadamente:

- o Hospital Divino Espírito Santo de Angra Heroísmo;

- o Hospital da Luz;

- o Hospital Beatriz Ângelo.

GCCT

• Os GCCT desenvolveram intensa atividade de comunicação com os hospitais da

sua área de influência, programando-se novos contactos para os que,

presentemente, ainda não integram a rede, mas que manifestaram

disponibilidade para a doação;

• Realizaram-se 2 reuniões com os Diretores dos GCCT para avaliação de resultados

e definição de estratégias.

• Estão previstas para o ano de 2014, 3 auditorias aos Hospitais com GCCT, no

âmbito do Projeto Europeu ODEQUS;

RPT

• Desenvolvimento do Registo Português Transplantação, com financiamento

parcial do QREN.

• Para esta finalidade, foi efetuado levantamento de necessidades, nomeadamente

adequação do registo de avaliação do potencial dador, e elaborado um detalhado

caderno de encargos onde é proposto o desenvolvimento adicional de um novo

sistema de biovigilância e a interligação com sistemas internos e externos ao IPST

(LUSOT, Banco de Tecidos, RENNDA, RNU, etc.);

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Benchmarking

• Foi elaborada uma proposta de Projeto de Benchmarking com a cooperação da

IASIST, para identificação da morte cerebral e avaliação da potencialidade de

doação dos Hospitais, tendo como objectivo a criação de indicadores para

hospitais com melhores práticas na doação de órgãos e tecidos;

Comunicação

• Elaboração de uma proposta de colaboração com a empresa Connexall, já

instalada em alguns hospitais que permitirá a agilização dos processos de

comunicação;

• Prevista a elaboração de uma newsletter semestral com avaliação dos resultados,

aguardando-se a disponibilidade de gabinete de comunicação.

1 http://ec.europa.eu/health/blood_tissues_organs/docs/ev_20121009_facts_figures.pdf consultada em28/07/2014