Cópia de Capitulo 05 - Imunidades Especificas Do Icms (Sefaz-pe)

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    LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL DE PERNAMBUCO (ICMS, IPVA E ITCMD)TEORIA + QUESTÕES COMENTADAS 

    MÁRIO JULIÃO SILVA 111

    5. IMUNIDADES ESPECÍFICAS DO ICMS

     A Constituição Federal de 1988 estabeleceu quatro imunidades específicas do ICMS que seencontram inseridas no art. 155, § 2º, X, que são:

    CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela EC nº3/93)................................................§ 2º................................................X - não incidirá:

    a)  sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados adestinatários no exterior,  assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do impostocobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela EC nº 42/2003)

    b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveislíquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;

    c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

    d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons eimagens de recepção livre e gratuita; (Incluído pela EC nº 42/2003)

    5.2.1. OPERAÇÕES COM MERCADORIAS PARA O EXTERIOR E SERVIÇOSPRESTADOS A DESTINATÁRIOS NO EXTERIOR

     A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu art. 155, § 2º, X, “a”, que o ICMS nãoincidirá sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviçosprestados a destinatários no exterior.

    CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela EC nº3/93)

    ................................................§ 2º

    ................................................X - não incidirá:

    a)  sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados adestinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobradonas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela EC nº 42/2003)

    5.2.1.1. OPERAÇÃO COM MERCADORIAS PARA O EXTERIOR

     A EC nº 42, de 19.12.2003 deu nova redação à alínea “a” do inciso X do art. 155 da CF/88. Aalínea "a" ampliou a imunidade do ICMS sobre exportações de mercadorias ou de serviços, jáque a redação anterior limitava a prerrogativa à exportação de produtos industrializados,excluindo os semi-elaborados. Agora a “não incidência” é ampla. Vamos comparar a redaçãoanterior com a atual depois da EC 42/2003:

    CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:.........................................X - não incidirá:

    ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 42, DE 19.12.2003 

    a)  sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi-elaboradosdefinidos em lei complementar;

    DEPOIS DA EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 42, DE 19.12.2003

    a)  sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a

    destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobradonas operações e prestações anteriores; 

    https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xdhttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xdhttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art155%C2%A72xahttps://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155

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    MÁRIO JULIÃO SILVA 112

     A imunidade estabelecida no art. 155, § 2º, X, “a”, da CF/88, que é objetiva, foi muito ampliadapela EC nº 42, de 19.12.2003.

     Antes da emenda a imunidade apenas alcançava o ICMS nas exportações de produtosindustrializados. Para que a exportação de outros produtos não tivesse incidência precisava daedição de uma lei complementar nos termos da alínea “e” do inciso XII do § 2º do art. 155 da

    CF/88:CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela EC nº3/93).........................................§ 2º.........................................XII - cabe à lei complementar:.........................................e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros produtos além dosmencionados no inciso X, "a";

    É a chamada isenção “heterônoma”, isto é, isenções concedidas por pessoa diversa daquela

    que tem competência constitucional para instituir o tributo.

    Vale ressaltar que a Lei Complementar nº 87/96 em seu art. 3º, II, e no art. 32, I, este comfundamento no art. 155, § 2º, XII, “e”, da Constituição Federal de 1988, estabeleceu a não-incidência do ICMS sobre os produtos primários, os produtos industrializados semi-elaboradose as prestações de serviços para o exterior.

    LEI COMPLEMENTAR Nº 87/96

    Art. 3º O imposto não incide sobre:.........................................II -  OPERAÇÕES E PRESTAÇÕES que DESTINEM AO EXTERIOR MERCADORIAS, inclusivePRODUTOS PRIMÁRIOS e PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS SEMI-ELABORADOS, ou SERVIÇOS;.........................................

    Art. 32. A partir da data de publicação desta Lei Complementar:I -  o imposto não incidirá sobre operações que destinem ao exterior mercadorias, inclusive produtosprimários e produtos industrializados semi-elaborados, bem como sobre prestações de serviços para oexterior;

     A partir da EC 42/2003 toda mercadoria exportada será alcançada pela imunidade do ICMS.Veja que o art. 155, § 2º, XII, “e”, da CF/88, ficou sem objetivo, uma vez que a EC nº 42/2003ampliou a não cobrança do ICMS sobre exportação de produtos e serviços.

    Por sua vez, semi-elaborado não pode ser confundido com matéria-prima, objeto bruto nãosubmetido a nenhuma alteração pela ação do homem.

    Portanto, PRODUTO SEMI-ELABORADO é aquele que o seu processo de industrialização não seconcluiu, já procederam-se algumas alterações em suas propriedades, porém não foitransformado em um novo objeto, com outra finalidade ou função. 

    Como se pode perceber, essa hipótese de isenção heterônoma, hoje, ficou sem objeto. Pois, aEC 42/2003 não revogou a alínea “e” do inciso XII do § 2º do art. 155 da Constituição Federalde 1988.

    Com a EC nº 42/2003, a alínea “a” do inciso X concede imunidade (não-incidência qualificada)do ICMS a todos os produtos e serviços exportados, não restando espaço para atuação de leicomplementar para tratar da matéria como previsto no art. 155, § 2º, XII, “e”, da ConstituiçãoFederal de 1988.

    E o art. 3º, inciso II, da Lei Complementar nº 87/96, que atendendo o mandamentoconstitucional do art. 155, § 2º, XII, “e”, havia estabelecido a isenção heterônoma, ficou sem

    efeito.

    https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155

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    MÁRIO JULIÃO SILVA 113

    Sobre a questão o professor de Direito Tributário Marcelo Alexandrino do site ponto dosconcursos, diz o seguinte: “minha opinião é que, para efeito de concursos públicos,devemos marcar como certa qualquer questão literal que reproduza a previsão deisenção heterônoma ali constante. Concurso público é assim mesmo: vale o que estáescrito na Constituição, mesmo que tenha ficado sem sentido (não faz nenhum sentidoisentar algo que já é imune)”. 

    5.2.1.2. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE DESTINADO ÀEXPORTAÇÃO

     A partir da EC 42/2003 todo serviço prestado a destinatário no exterior terá imunidade doICMS. A prestação de serviço de transporte para o exterior trouxe muita polêmica. Temos duassituações de prestação de serviço de transporte destinado ao exterior:

    I - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE DAS MERCADORIAS ATÉ O PORTO DEEMBARQUE PARA O EXTERIOR: a prestação de serviço de transporte seja ela interestadualou intermunicipal para levar as mercadorias até o embarque sofrerá a incidência do ICMS, já asmercadorias serão alcançadas pela imunidade;

    EXEMPLO: Uma empresa do Estado de Minas Gerais remete mercadorias até o porto do Espírito Santodestinadas ao exterior, a prestação de serviço do transporte interestadual sofrerá a incidência do ICMS, jáas mercadorias serão alcançadas pela imunidade; 

    OPERAÇÃO COM MERCADORIAS

    MERCADORIAS  MERCADORIAS MINAS GERAIS  ESPÍRITO SANTO  EXTERIOR

    (1. Início) (1.Final) (2. Embarque para o exterior) (2.Final) 

    TRAJETO DAS MERCADORIAS

    1. Início em MINAS GERAIS e final no ESPÍRITO SANTO;

    2. Embarque no ESPÍRITO SANTO tendo como destino final o EXTERIOR.

    REGIME TRIBUTÁRIO

    O regime tributário é de IMUNIDADE DO ICMS, conforme o art. 155, X, “a”, da Constituição Federalde 1988. 

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:.............................................

    X - não in ci d irá:

    a)   sob re operações que destin em mer cado rias para o exterior , nem sobre serviços prestados adestinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobradonas operações e prestações anteriores; 

    PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE

    MINAS GERAIS ESPÍRITO SANTO  EXTERIOR 

    (1.Início) 

    (1.Final) (2.Início para o exterior) (2.Final) 

    TRAJETO DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE E O REGIME TRIBUTÁRIO

    1. Prestação de Serviço de Transporte Interestadual de MINAS GERAIS para o ESPÍRITO SANTO.

    Regime tributário: INCIDÊNCIA DO ICMS.

    2. Prestação de Serviço de Transporte Internacional do BRASIL para o EXTERIOR.

    Regime tributário: NÃO-INCIDÊNCIA (IMUNIDADE) DO ICMS. Nesse caso o ICMS não incidesobre Prestação de Serviço de Transporte Internacional. Só incidindo quando a Prestação deServiço for interestadual ou intermunicipal.

    II - PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE DAS MERCADORIAS ATÉ ODESTINATÁRIO NO EXTERIOR:  está previsto no art. 155, § 2º, X, “a”, que não incidirá

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    MÁRIO JULIÃO SILVA 114

    (imunidade) o ICMS sobre serviços prestados a destinatários no exterior. Com também, sobreas mercadorias.

    EXEMPLO: Uma empresa de Montevidéu (Uruguai) compra mercadorias em São Paulo (Brasil) e contratauma transportadora em São Paulo para transportar a mercadoria até o Uruguai. Veja que os serviços sãoprestados a destinatários no exterior, nesse caso nem a prestação de serviço de transporte e nem asmercadorias serão alcançadas pela incidência do ICMS, pois, serão alcançadas pela imunidade.

    OPERAÇÃO COM MERCADORIAS

    MERCADORIA SÃO PAULO-BRASIL  URUGUAI-EXTERIOR 

    (início) 

    Imunidade (Final) 

    REGIME TRIBUTÁRIO

    O regime tributário é de IMUNIDADE DO ICMS, conforme o art. 155, X, “a”, da Constituição Federalde 1988. 

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:.............................................

    X - não in ci d irá:a)   sob re operações que destin em mer cado rias para o exterior , nem sobre serviços prestados adestinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobradonas operações e prestações anteriores; 

    PRESTAÇÃO DE SERVIÇO DE TRANSPORTE

    PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A DESTINATÁRIO NO EXTERIOR

    SÃO PAULO-BRASIL  URUGUAI-EXTERIOR 

    (início)  Imunidade (Final) 

    REGIME TRIBUTÁRIO

    O regime tributário é de IMUNIDADE DO ICMS, conforme o art. 155, X, “a”, da Constituição Federalde 1988. 

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:.............................................X - não in ci d irá:

    a)   sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sob re serviços p restado s adestin atários no exterior , assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do impostocobrado nas operações e prestações anteriores; 

    JURISPRUDÊNCIA

    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF):  O  STF no julgamento do RE 212.637/MG, rel. Min. CarlosVelloso, 25.05.1999, apreciou a matéria e decidiu que: “a imunidade tributária prevista no art. 155, § 2,

    X, a, da CF/88, que exclui da incidência do ICMS as operações que destinem ao exterior produtosindustrializados, não é aplicável as prestações de serviço de transporte interestadual de produtosindustrializados destinados à exportação”. Com esse entendimento, o STF pacificou de maneira claraa questão afirmando a distinção entre as duas hipóteses de incidência do ICMS, que são as relativas àsoperações de circulação de mercadorias e as referentes às prestações de serviço de transporteinterestadual e intermunicipal. Na qual, a prestação de serviço de transporte destinado à exportação, ouseja, até o porto de embarque das mercadorias para o exterior não é alcançada pela imunidade.

    5.2.2. PETRÓLEO, LUBRIFICANTES, COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS E GASOSOS EENERGIA ELÉTRICA EM OPERAÇÕES INTERESTADUAIS

     A Constituição Federal de 1988 estabelece que o ICMS não incidirá sobre operações quedestinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasososdele derivados, e energia elétrica, nos termos do art. 155, X, “b” da Constituição Federal de

    1988:

    CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

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    MÁRIO JULIÃO SILVA 115

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:.........................................§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº3, de 1993).........................................X - não incidirá:

    .........................................b)  sobre OPERAÇÕES QUE DESTINEM A OUTROS ESTADOS PETRÓLEO, inclusiveLUBRIFICANTES, COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS e GASOSOS dele DERIVADOS, e ENERGIAELÉTRICA;

    É uma norma específica do ICMS, que tem como objetivo favorecer os Estados que não sãoprodutores de petróleo e de energia elétrica. A imunidade alcança somente as operaçõesinterestaduais.

    O STF já consolidou o entendimento de que a imunidade é para favorecer os Estadosdestinatários das mercadorias, ao qual cabe todo ICMS arrecadado incidente sobre o produto enão seus adquirentes, estabelecendo que é legítima a incidência do ICMS sobre operações decompra de combustível, em outro Estado, para uso próprio.

    No julgamento foi destacado que o objetivo da norma constitucional é trazer benefício aosEstados consumidores em detrimento dos Estados produtores, dada a circunstância de sergrande o número daqueles e pequeno o número destes.

     A EC nº 33/2001, afasta a imunidade nas operações interestaduais com lubrificantes ecombustíveis definidos em lei complementar, em que a incidência do ICMS será em uma únicafase (uma única vez), preservou o favorecimento dos Estados em que ocorre o consumo doscombustíveis e lubrificantes.

     A emenda acrescentou o § 4º no inciso I, que nas operações com os lubrificantes ecombustíveis derivados de petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo.

    DERIVADOS DE PETRÓLEO 

     A expressão “DERIVADOS DE PETRÓLEO”  no dispositivo constitucional deve ser interpretadarestritivamente. O STF entende que não é qualquer derivado de petróleo que está abrangido pelaimunidade. A respectiva imunidade não abrange os derivados de petróleo que não sejam lubrificantes oucombustíveis líquidos ou gasosos. E decidiu no julgamento do RE 193.074-RS, relator Ministro IlmarGalvão, 03.02.99, que: “a imunidade não é estendida a outros derivados de petróleo que nãolubrificantes ou combustíveis líquidos ou gasosos, como a nafta petroquímica.” 

    Conforme a norma constitucional, a imunidade alcança somente as operações interestaduais.

    EXEMPLO: Um distribuidor de combustível do Rio de Janeiro vende gasolina por R$ 1.000,00, para umposto de combustível localizado em Pernambuco. O adquirente pernambucano venderá esse combustívelpor R$ 2.000,00. A operação interestadual é alcançada pela imunidade (não-incidência), conforme o art.155, § 2º, X, b, da Constituição Federal de 1988.

    RIO DE JANEIRO PERNAMBUCO(PRODUTOR) (CONSUMIDOR)

    DISTRIBUIDOR DE COMBUSTÍVEL POSTO DE COMBUSTÍVEL

    Valor da Venda = R$ 1.000,00 Valor da Venda = R$ 2.000,00

    Situação Tributária = Não-Incidência (Imunidade) Situação Tributária = Incidência (Tributação)

    Débito do ICMS =  0 Débito do ICMS =  R$ 2.000,00 x 25% = R$ 500,00

    RIO DE JANEIRO não recebe ICMSCálculo de ICMS a recolher ao Estado de Pernambuco

    Débito do ICMS  = R$ 500,00

    Crédito do ICMS = _ __0____ PERNAMBUCO recebe ICMS = R$ 500,00

    https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155%C2%A72https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155%C2%A72https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155%C2%A72https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155%C2%A72

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    MÁRIO JULIÃO SILVA 116

    INCIDÊNCIA DO ICMS SOBRE COMBUSTÍVEIS DERIVADOS DE PETRÓLEO

    Nas operações interestaduais com combustíveis derivados de petróleo como não ocorre incidência doICMS, a saída do destinatário é submetida ao regime de substituição tributária na modalidade “parafrente”.

    Calcula-se o ICMS com base em uma margem de valor agregado definida nos convênios ICMS, noâmbito do CONFAZ. A substituição tributária sobre vendas interestaduais é adotada por todos os Estados

    e para todos os derivados, cabendo o recolhimento à refinaria, que repassa ao Estado de destino, sendoa margem interestadual de valor agregado fixado pelo CONFAZ.

    Em relação às vendas internas, o regime de substituição tributária é aplicado diferentemente conforme oderivado e o Estado. Em todos esses casos de vendas internas, são também no âmbito do CONFAZ quesão definidas as margens de lucro presumido, sejam elas relativas às refinarias ou às distribuidoras.

    5.2.3. OURO

     A não-incidência (imunidade) do ICMS sobre o ouro, quando definido em lei como ativofinanceiro ou instrumento cambial está prevista no art. 155, § 2º, X, “c”, da CF/88:

    CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela EC nº 3/93) .........................................§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:.........................................X - não incidirá:.........................................c) sobre o OURO, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;

    É imunidade objetiva e não abrange o ouro mercadoria, que está sujeito normalmente àincidência do ICMS. Esta diretriz é reproduzida na Lei Complementar nº 87/96 em seu art. 3º,IV.

    LEI COMPLEMENTAR Nº 87/96

    Art. 3º O imposto não incide sobre:

    .........................................IV - operações com OURO, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial;

    5.2.4. PRESTAÇÕES DE SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO NAS MODALIDADES DERADIODIFUSÃO SONORA E DE SONS E IMAGENS DE RECEPÇÃO LIVRE EGRATUITA 

    Os Estados e o Distrito Federal possuem competência para tributar, não propriamente otransporte interestadual e intermunicipal, a comunicação ou quaisquer outros serviços, mas,sim, as prestações onerosas destes serviços.

     As prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons eimagens de recepção livre e gratuita são imunes do ICMS. Essa imunidade também passou a

    ser prevista no texto constitucional. A EC nº 42, de 19.12.2003, estabeleceu uma nova imunidade, na alínea “d” do inciso X do § 2ºdo art. 155, segundo a qual o ICMS não incidirá “nas prestações de serviço decomunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepçãolivre e gratuita”. 

     Alínea "d", agora acrescentada ao inciso X, impõe a imunidade aos serviços de radiodifusãosonora e de imagens, de recepção livre e gratuita, apontando, ao que parece para asemissoras de rádio e televisão aberta.

    CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988

    Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:  (Redação dada pela EC nº

    3/93).........................................§ 2º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:

    https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155https://www.presidencia.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art155

  • 8/18/2019 Cópia de Capitulo 05 - Imunidades Especificas Do Icms (Sefaz-pe)

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    LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ESTADUAL DE PERNAMBUCO (ICMS, IPVA E ITCMD)TEORIA + QUESTÕES COMENTADAS 

    MÁRIO JULIÃO SILVA 117

    .........................................X - não incidirá:.........................................d) nas PRESTAÇÕES DE SERVIÇO DE COMUNICAÇÃO nas modalidades de radiodifusão sonora ede sons e imagens de recepção livre e GRATUITA;  (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de19.12.2003)

     A Lei Complementar nº 87/96 tratava essa hipótese, indiretamente, como não-incidência, pois,segundo essa lei, o campo de incidência do ICMS somente abrange as “prestações onerosasde serviços de comunicação, por qualquer meio” no art. 2º, inciso III.

    LEI COMPLEMENTAR Nº 87/96

    Art. 2° O imposto incide sobre:.........................................III - PRESTAÇÕES ONEROSAS DE SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO, por qualquer meio, inclusive ageração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação decomunicação de qualquer natureza;

    ATENÇÃO!!! A Fundação Carlos Chagas (FCC) no concurso de Auditor Fiscal da Bahia, realizado em2004, cobrou a seguinte questão:

    (FCC/Audito r Fiscal-BA/2004) Nos termos da alínea d, inciso X, art. 155, da Constituição Federal, oICMS não incidirá sobre “prestação de serviços de comunicação nas modalidades de radiodifus ão sonorae de sons e imagens”. Tecnicamente, a hipótese é de:  

    (A) isenção tributária.(B) imunidade fiscal.(C) não-incidência tributária.(D) remissão fiscal.(E) anistia dos meios de comunicação.

    COMENTÁRIO DA QUESTÃO

    Veja que é referente à EC nº 42, de 19.12.2003, que acrescentou a alínea “d” no inciso X do § 2º do art.155, da Constituição Federal de 1988, segundo a qual o ICMS não incidirá “nas prestações de serviçode comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e

    gratuita”.  A alternativa é letra “B”. 

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art1