19
Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir?

Valéria PaesInfectologista

Page 2: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche• Trata-se de uma infecção do trato respiratório superior,

causada pela Bordetella pertussis.

• Coco-bacilo Gram negativo, aeróbio.• Microorganismo de crescimento fastidioso, requer meio de

cultura específico.• Patógeno humano estrito (não há reservatório animal) • Período de incubação de 7-10 dias• Transmissão por gotículas respiratórias, altamente contagioso

(presente em 34% dos contactantes domiciliares sintomáticos e 46% dos assintomáticos)

Med Clin N Am 2013; 97: 527-552Am Fam Physician 2013; 88(8): 507-514

Page 3: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche

Síndrome clínica clássica:

•Tosse paroxística (5 a 10 episódios de tosse em uma única expiração)

•Sibilo inspiratório

•Êmese pós-tosse

Med Clin N Am 2013; 97: 527-552Am Fam Physician 2013; 88(8): 507-514

Page 4: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche

Med Clin N Am 2013; 97: 527-552

Page 5: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Tosse: fase paroxísticaVídeo obtido no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=4ldID97D-oU

Page 6: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche• Em adultos e adolescentes a manifestação pode ser atípica:

• Tosse > 3 semanas• Diaforese• Síncope

• 12-32% dos casos de tosse em adultos com duração maior que 1 semana eram causados pela Bordetella pertussis.

Med Clin N Am 2013; 97: 527-552

Lancet Inf Dis 2002; 2(12): 744-50

Page 7: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche• Achados laboratoriais: inespecíficos• Leucocitose pode ou não estar presente (geralmente há na fase

catarral ou paroxística); Linfocitose acima de 10.000/mL pode ser preditora de má evolução.

• Radiografia de tórax geralmente normal

• Complicações:• Pneumonia (primária ou secundária) • Co-infecções: 33% Virus Sincicial Respiratório (crianças internadas)• Sequelas neurológicas (convulsões, encefalopatia)• Perda de peso• Fratura de costela, incontinência urinária, hérnias, hemorragia

conjuntival, dissecção de artéria cerebral, síncopeMed Clin N Am 2013; 97: 527-552

Am Fam Physician 2013; 88(8): 507-514

Page 8: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche: diagnóstico diferencial

Med Clin N Am 2013; 97: 527-552

Page 9: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Diagnóstico• Cultura de swab ou aspirado nasofaríngeo – PADRÃO OURO• Meio: Regan-Lowe

• PCR em swab ou aspirado nasofaríngeo

• Sorologia

Med Clin N Am 2013; 97: 527-552Am Fam Physician 2013; 88(8): 507-514

Page 10: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Tratamento• Objetivos: • Limitar a duração e gravidade da doença (início precoce)• Reduzir a transmissibilidade

• Azitromicina 500mg 1x/dia x 5 dias• Claritromicina 500mg 12/12h x 7 dias• Eritromicina 500mg 6/6h x 14 dias• Sulfametoxazol-trimetoprim 800/160 mg de 12/12h por 14

dias

• Tratamento sintomático da tosseMed Clin N Am 2013; 97: 527-552

Am Fam Physician 2013; 88(8): 507-514

Page 11: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Epidemiologia• Segundo o Ministério da Saúde, a coqueluche tem se mantido

em níveis endêmicos no Brasil.• Também no Distrito Federal:

AnoNotificado

sConfirmados

Confirmados Residentes no DF

n % n %2012 247 87 35,2 59 67,82013 317 150 47,3 102 68,0

Dados preliminares. Fonte: SINAN. Acesso: 20/01/14

Dados gentilmente cedidos pelo Núcleo de Controle de Doenças Imunopreveníveis e Agudas / DIVEP / SES-DF

Page 12: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Epidemiologia - DF

Ano Confirmados LaboratórioClinico/

Clínico Epidemiológico

n n % n %

2012 87 19 21,8 67 78,1

2013 150 29 19,3 121 80,6

Dados preliminares. Fonte: SINAN. Acesso: 20/01/14

Dados gentilmente cedidos pelo Núcleo de Controle de Doenças Imunopreveníveis e Agudas / DIVEP / SES-DF

Page 13: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Epidemiologia - DF

Notificados Confirmados Óbitos Letalidade

Faixa etária (anos)

n n % n %

<1 166 89 87,2 2 2,2

1 a 4 26 07 6,8 0 0

5 a 9 11 00 -- 0 0

10 a 19 09 02 1,9 0 0

20 a 39 13 04 3,9 0 0

40 e mais 04 00 -- 0 0

Dados preliminares. Fonte: SINAN. Acesso: 20/01/14

Dados gentilmente cedidos pelo Núcleo de Controle de Doenças Imunopreveníveis e Agudas / DIVEP / SES-DF

Page 14: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Epidemiologia - DF• Recomendam atenção à suspeição diagnóstica de coqueluche

em pacientes com tosse > 14 dias.

• Manter cobertura vacinal acima de 90% para crianças até 1 ano de idade

• Diante dos casos confirmados, proceder toda a investigação dos contactantes e bloqueio vacinal e/ou quimioprofilaxia.

Dados gentilmente cedidos pelo Núcleo de Controle de Doenças Imunopreveníveis e Agudas / DIVEP / SES-DF

Page 15: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

CoquelucheNEJM 2005; 352: 1215-22

Page 16: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

NEJM 2005; 352: 1215-22

Page 17: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Coqueluche - epidemiologia

Possíveis fatores que influenciam no aumento do número de casos:

•Modificação da Bodertella pertussis diante da presença de imunidade vacinal•Algumas áreas de menor cobertura vacinal e, portanto, de crianças suscetíveis•Menor eficácia da vacina acelular•Imunidade decrescente após vacinação•Vacinas desencadeiam preferencialmente resposta imunológica do tipo Th2•Maior sensibilidade / disponibilidade de testes diagnósticos

Clin Infect Dis 2014; 58(6): 830-833Braz J Infect Dis 2013; 17(3): 385-386

Page 18: Coqueluche: Estamos em epidemia? Como agir? Valéria Paes Infectologista

Vacinação

Am Fam Physician 2013; 88(8): 507-514