84
TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 1 CORAGEM PARA EMPREENDER ANTES DOS 30 CORAGEM PARA EMPREENDER ANTES DOS 30 BRASÍLIA, DF, EDIÇÃO 32, DEZEMBRO DE 2014

Coragem para empreender antes dos 30

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Revista Tendências e negócios

Citation preview

Page 1: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 1TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 1

CORAGEM PARAEMPREENDER ANTES DOS 30

CORAGEM PARAEMPREENDER ANTES DOS 30BR

ASÍL

IA, D

F, E

DIÇ

ÃO 3

2, D

EZEM

BRO

DE

2014

Page 2: Coragem para empreender antes dos 30

2 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Page 3: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 3

Page 4: Coragem para empreender antes dos 30

4 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Seguimos com mudanças na linha editorial da revista. Esse mês, procuramos trazer um maior número de matérias direcionadas ao setor em-presarial da nossa Capital. A reportagem de capa reúne histórias de sete jovens empreen-dedores da cidade que, com os próprios recur-sos, arriscaram e abriram um negócio.

Brasília é uma cidade jovem, erguida do nada. As pessoas que chegavam para ajudar a construir a nova capital eram as primeiras e únicas a oferecerem os produtos e serviços com o qual trabalhavam. A concor-rência era pouca para o número de consumidores. Logo, os negócios se estabilizaram e a geração seguinte a essa herdou o empreendimento de seus pais.

A geração dos jovens entrevistados para a capa vive em um momento diferente. A cidade já está bem estru-turada, com comércio e setor de serviço, que são os prin-cipais motores da economia. No caso deles, a vontade de inovar foi o motor para que investissem em construir uma empresa. A vontade de mudar o mundo é o prin-cipal motivo pelo qual eles tem obtido êxito em seus negócios.

Esses jovens, diferente daqueles que chegaram na Ca-pital, surgiram na cena empreendedora tendo que dispu-tar espaço com muitos outros, já tradicionais da cidade. Por isso, tiveram que inovar. Cada um deles apresenta um diferencial daquilo que já conhecemos. Os produtos e serviços são pensados especialmente para cada cliente.

Por fazerem um trabalho único. Todos eles acreditam em um bom relacionamento com a concorrência. Para eles, a capacitação e a coragem de um jovem empreen-dedor faz com que ele tenha imaginação para desenvol-ver um trabalho diferente. O concorrente, na verdade, é um colega de trabalho com quem eles aprendem para melhorar a cada dia o trabalho.

O melhor curso de Brasília!

O Curso Técnico em Transações Imobiliárias a distância permite ao aluno estabelecer o seu próprio ritmo de aprendizagem. A avaliação é feita por disciplina e uma equipe de orientadores está sempre à disposição para esclarecer dúvidas. Não há aulas presenciais nem frequência obrigatória.

Pré-requisito: Ter concluído o Ensino Médio ou estar em fase de conclusão.

Matrículas de janeiro a janeiro.

Seja um Corretor de Imóveis competente e especialista em Direito Imobiliário ou em Avaliação Imobiliária.

Considerando o mercado imobiliário de Brasília, um dos que mais cresce no País, e a

competitividade profissional que se estabelece nessa área de atuação, a especificação se

impõe como um diferencial na carreira do Corretor Imobiliário.

Além do Curso Técnico em Transações Imobiliárias – TTI, o Centro de Ensino Tecnológico

de Brasília – CETEB oferece estes dois Cursos de Especialização Técnica de Nível Médio:

Direito Imobiliário e Avaliação Imobiliária cujo pré-requisito é o Curso de TTI.

O Direito Imobiliário compreende noções jurídicas dos mais diversos ramos do Direito,

voltados para a comercialização e/ou exploração de bens que a lei reputa como imóveis.

A Avaliação Imobiliária consiste numa área de extrema importância, uma vez que definir

o valor de um bem requer boa percepção do mercado, dos métodos e dos critérios

adequados, considerando a Norma Brasileira para Avaliação de Imóveis Urbanos e Rurais

da ABNT.

www.tticeteb.com.br

ASA SUL – SGAS Qd. 603 Conj. C – (61) 3218-8300 / 3218-8369)

TAGUATINGA – QSD Área Especial 1, Lote 4 Ed. Spazio Duo Salas 302-303

(61) 3352-6527 / 3021-1149)

A partir de setembro

ATENÇÃO CORRETORES DE IMÓVEIS

Únicos em Brasília

Mais informações

(61) 3218-8369

Curso de Especialização Técnica de Nível

Médio em Direito Imobiliário

Curso de Especialização Técnica de Nível

Médio em Avaliação ImobiliáriaCarol Dias - editora chefe

Aprendendocom os jovens

• Diretor Executivo: Alex Dias • Editora-Chefe: Carol Dias

• Diretora Financeira: Ana Paula Santana • Redação: Elsânia Estácio, Gustavo Lúcio,

Oda paula Fernandes, Carolyna Paiva e Taise Borges

• Diagramação; Alisson Carvalho • Imagens: Alisson Carvalho, Wagner Augusto,

Marcos Paulo, Raphael Farias, Magnun Alexandre e Jonathan Felix

Gestão de Pessoas: Caio Dias

Redação (61) 3964-0626 Comercial (61) 8144-9935 9905-1677

Distribuição Gratuita emails: [email protected]

[email protected] [email protected]

WWW.TENDENCIASENEGOCIOS.COM.BR

Mais Soluções Gráficas - fone: 3435-8900

editoriAl

Page 5: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 5

O melhor curso de Brasília!

O Curso Técnico em Transações Imobiliárias a distância permite ao aluno estabelecer o seu próprio ritmo de aprendizagem. A avaliação é feita por disciplina e uma equipe de orientadores está sempre à disposição para esclarecer dúvidas. Não há aulas presenciais nem frequência obrigatória.

Pré-requisito: Ter concluído o Ensino Médio ou estar em fase de conclusão.

Matrículas de janeiro a janeiro.

Seja um Corretor de Imóveis competente e especialista em Direito Imobiliário ou em Avaliação Imobiliária.

Considerando o mercado imobiliário de Brasília, um dos que mais cresce no País, e a

competitividade profissional que se estabelece nessa área de atuação, a especificação se

impõe como um diferencial na carreira do Corretor Imobiliário.

Além do Curso Técnico em Transações Imobiliárias – TTI, o Centro de Ensino Tecnológico

de Brasília – CETEB oferece estes dois Cursos de Especialização Técnica de Nível Médio:

Direito Imobiliário e Avaliação Imobiliária cujo pré-requisito é o Curso de TTI.

O Direito Imobiliário compreende noções jurídicas dos mais diversos ramos do Direito,

voltados para a comercialização e/ou exploração de bens que a lei reputa como imóveis.

A Avaliação Imobiliária consiste numa área de extrema importância, uma vez que definir

o valor de um bem requer boa percepção do mercado, dos métodos e dos critérios

adequados, considerando a Norma Brasileira para Avaliação de Imóveis Urbanos e Rurais

da ABNT.

www.tticeteb.com.br

ASA SUL – SGAS Qd. 603 Conj. C – (61) 3218-8300 / 3218-8369)

TAGUATINGA – QSD Área Especial 1, Lote 4 Ed. Spazio Duo Salas 302-303

(61) 3352-6527 / 3021-1149)

A partir de setembro

ATENÇÃO CORRETORES DE IMÓVEIS

Únicos em Brasília

Mais informações

(61) 3218-8369

Curso de Especialização Técnica de Nível

Médio em Direito Imobiliário

Curso de Especialização Técnica de Nível

Médio em Avaliação Imobiliária

Page 6: Coragem para empreender antes dos 30

6 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

70

Sumário

Capa - 27 Destaque

Seminário da Elo - 52 Ensino à Distância - 54

13º em crise - 40Comportamento - 46

Sete jovens contam a história de como começa-ram a empreender. Cada uma deles, todos com me-nos de trinta anos, gera um negócio em diferentes área dos setores de comércio e serviço em Brasília.

Ensino à distância permite que jovens e adultos se qualifiquem para o mercado de trabalho. O Cen-tro de Ensino Tecnológico de Brasília é um pioneiro dessa modalidade de ensino, que hoje é uma ten-dência mundial, na cidade.

Apesar de 2014 ter sido um ano promissor por cau-sa do Mundial, o faturamento não correspondeu às ex-pectativas e prejudicou o planejamento das empresas.

Jovens mudam de emprego e, até mesmo, de carreira, e acumulam, no currículo, mais experên-cia em empresas diferente do que seus pais.

A Elo Consultoria organiza seminários para oti-mizar o trabalho de profissionais de todas as áreas. Desta vez, ela promoveu um curso para que em-presários da área de gestão aprendessem a reduzir prazos licitatórios e aprimorar processos.

O salão Opera, em Águas Claras, encontrou uma ma-neira diferente de prestigiar os funcionários. Em um dia de comemoração, quem trabalha no instituto de beleza, neste dia, virou cliente e recebeu tratamento vip dos colegas.

Page 7: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 7

10

Mercado Imobiliário - 68

editorias

“O Ministério Público notificou o Creci para orientarmos corretores e imobiliárias a não comercializarem ou alugarem terre-nos e casas em Arniqueira. A multa para quem for pego é de R$ 10 mil”, Hermes Alcântra, presidente do Creci-DF.

Dicas Empresariais 8

Cartas 14

Prazeres 18

Consciência Empresarial 24

Café com Cooperação 25

Fugindo da Rotina 78

Daniel Cardoso

Preparo Físico - página 76

Entrevista com Renato Santana, vice-governador eleito do DF

Page 8: Coragem para empreender antes dos 30

8 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Dic

as E

mpr

esar

iais

1

2

3

4

Alex dias

8 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

No final de Novembro, a presidente Dilma Roussef divulgou os três nomes mais espe-rados pelo mercado nacional e internacional. A nova equipe econômica - formada pelo Jo-aquim Levy, no Ministério da Fazenda, Nel-son Barbosa, no Ministério do Planejamento e Alexandre Tombini, na Presidência do Ban-co Central - foi bem avaliada pelos principais

Ainda em análise a PDAD, é importante destacar o alto nível de escolaridade dos mo-radores do centro da capital. A grande maio-ria das pessoas, representados por 42,6%, possui ensino superior completo. Essa evolu-ção evidencia um mercado regional cada vez mais qualificado e competitivo em âmbito nacional.

Fonte: Codeplan DF

Page 9: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 9TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 9

Dic

as E

mpr

esar

iais

5

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 9

veículos econômicos mundiais. Em seu portal, a revista The Economist concluiu que, com a indicação des-tes nomes, a líder do Brasil reconheceu seus caminhos econômicos equivocados durante seu primeiro man-dato. O mercado espera cortes públicos e maior con-trole fiscal para os próximos quatro anos de governo.

Fonte: The Economist

A expectativa de vida média do brasileiro aumentou para 74,9 anos, um acréscimo de 3 meses e 25 dias em relação ao ano de 2012. Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro, comprovam que políticas de melhor distribuição de renda e o acesso ao emprego foram fatores essenciais para o crescimento da esperança de vida da população do país. Consequentemente, as organizações que oferecem serviços e produtos voltados ao público mais velho podem comemorar, tomando sempre os devidos cuidados, pois são clientes mais exigente e que demandam mais atenção.

Fonte: IBGE

A Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Co-deplan) divulgou, no início deste mês, o último volume da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (PDAD) 2014, referente ao Plano Piloto. Os números comprovam: as ne-cessidades dos moradores são quase completamente aten-didas na própria Região Administrativa (RA). Dos estudan-tes residentes no centro de Brasília, 96,9% não se deslocam para outra região; em relação ao trabalho, apenas 10,83% dos moradores são empregados em outro local e 93,7% da população do Plano busca atendimento hospitalar na região.

Fonte: Codeplan DF

A Câmara Legislativa do Dis-trito Federal, em acordo com o projeto de lei nº 2.049/2014, apro-vou criação do Fundo Especial da Dívida Ativa (Fedat), de autoria do executivo. Este projeto garante ao Governo do Distrito Federal a possibilidade da venda de 20% de sua dívida ativa, estimada hoje em R$ 16 bilhões. O intuito do proje-to é sanar as contas públicas de-fasadas do atual governo ainda em 2014, o GDF pretende gastar ini-cialmente R$ 2 bilhões dos R$ 3,2 bilhões disponíveis pelo Fedat. A equipe de transição do governo de Rollemberg sinalizou sua posição contrária à lei e propôs mudanças significativas na estrutura do proje-to, mas não obteve êxito.

Fonte: Câmara Legislativa do DF

Page 10: Coragem para empreender antes dos 30

10 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Geração Brasília Renato Santana se orgulha em ser o primeiro vice-governadornascido no DF| Carol Dias

Entrevista

:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Renato Santana se orgulha em ser o primeiro vice-governadornascido no DF

Page 11: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 11

Este ano, os brasiliense elegeram dois conterrâne-os para governarem o Distrito Federal. Rodrigo Rollemberg chegou à capital com menos de um ano, e sempre viveu aqui, o vice, Renato Santana, nasceu em Brazlândia, onde morou até o come-ço da vida adulta, quando mudou-se para Cei-lândia. O voto pela “Geração Brasília”, segundo Renato, foi uma prova do desejo, que existia nos

cidadãos da cidade, por mudança. De acordo com o vice, os eleitores não vão se decepcionar. Ele afirma que a coligação, formada pelos partidos PSB, PDT ect preza pelo trabalho. Valor que Renato carrega desde a infância, quando, junto aos pais, vendia roupas e alimentos na feira para complementar a renda da casa e ajudar a sustentar os quatro irmãos.

Além da dedicação no trabalho, Renato Santana diz que a população vai poder contar com a experiência do vice-gover-nador nas ruas. Já que, desde de que foi aprovado no concur-so para analista de políticas públicas, ele está na ponta das administrações, lidando com os problemas do dia a dia dos cidadãos. Segundo Santana, este foi um dos principais moti-vos para o Partido Social Democrata, o qual é secretário geral e um dos fundadores, tê-lo convidado para entrar na disputa ao lado de Rollemberg. Em entrevista para o Tendências e Negócios, Renato garante que será um soldado leal ao futuro governador do DF.

Como surgiu o seu nome para a vice-governadoria?No primeiro momento, o PSD foi construir as diretrizes

do partido, que dariam um norte para as eleições de 2014. Umas das bandeiras foi a discussão da região do Entorno. O presidente do partido, Rogério Rosso, tem a tese, defendida por ele há oito anos, de que nós devemos debater a possibi-lidade de seis municípios fazerem parte do DF, Águas Lin-da, Novo Gama, Cidade Ocidental, Val Paraíso, Planaltina de Goiás e Santo Antônio do Descoberto. Simultaneamente, o PSB, com o Rodrigo Rollemberg, vinha há dois anos fazendo um programa de governo. Nós decidimos, então, ouvir os candidatos que planejavam concorrer à disputa majoritária. Durante uma plenária, com os possíveis governadores, nós apresentamos nossas diretrizes que acabaram coincidindo com as propostas de Rollemberg, que, assim como nós, de-sejava construir ideias a cima de qualquer arranjo político. Depois disso, a escolha pelo meu nome se deu devido à decisão de que era chegada a hora de que assumisse um representante nascido e criado em Brasília, com experiência

no serviço público.

Qual é o papel do vice-governador?Eu acho que a função atribuída ao vice-

governador não deve ser figurativa. As deman-das que chegam ao governo são variadas, e é humanamente impossível construir um

governo de sucesso sozinho. Eu digo ao governador Rodrigo Rollemberg que serei um soldado leal. O PSD se colocou nessa coligação, na condição de construir uma Brasília a cada dia melhor e que gere as respostas para as expectativas da população. Como vice-governador, não servirei como um soldado de quartel, administrativo e burocrata. Para mim, o campo é o gabinete ideal. O GDF tem uma estrutura de administradores e secretários, mas a possibilidade de ter o governador e o vice se solidarizando no dia a dia potenciali-za a força do trabalho.

Fotos: Wagner Augusto/Magnum Alexandre

Renato Santana conversa com o diretor do Grupo TEN em

café da manhã na gravação do programa de televisão

Page 12: Coragem para empreender antes dos 30

12 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Entrevista

12:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Como as experiências do seu passa-do ajudarão nessa nova etapa?

Fui administrador da Ceilândia, onde também desempenhei as funções de diretor administrativo e de cultura e chefe de gabinete. Além disso, tam-bém assumi a Secretária de Governo, em 2010, no governo de Rogério Ros-so. Nos vinte anos de carreira como servidor, eu estive muito na ponta das Administrações Regionais, que consi-dero uma cena menor do que é uma secretaria. No dia a dia deste ambiente,

absorvem-se experiências na resolução de problemas práticos. O governador eleito vai escalar o time e definir as po-sições. Quando aceitei o convite para a candidatura a vice-governador, me coloquei a disposição para contribuir com a minha experiência no campo e entender as determinações do mo-mento. A vivência nas administrações me permitiram conhecer um pouco de tudo do mundo real. O administrador não tem muito tempo para se debru-çar sobre os problemas, ele tem que

tomar decisões rápidas. Obviamente, tudo dentro de uma cena em que es-teja coberto pela legislação. Logo, ter vivido esse cotidiano me permite ter um entendimento maior das necessi-dades dos cidadãos.

Vocês realizaram uma campanha limpa e barata. A escolha do eleitor refletiu as insatisfações expostas nas manifestações de 2013?

Na verdade foi um movimento natural. O eleitor percebeu todas as mazelas que ele sofreu nos últimos anos por creditar o seu voto em pes-soas que não representam à altura o sentimento e a expectativa deposita-dos nelas. Os movimentos de protes-to vão surgindo naturalmente, é uma visão muito direta. Essa eleição provou que o eleitor quer conversar com o candidato, cobrando, exigindo trans-parência, pedindo que o candidato assuma compromissos. O distancia-mento entre o político e a população gerou o desconforto. O governador Rollemberg deu um exeplo de como se faz campanha. Ele foi para as ruas, conversou com as pessoas, estabele-ceu uma forma de estar mais perto dos cidadãos, que foram as rodas de conversa. Nesses debates, o candidato pode, ao invés de subir num trio elé-trico e só falar, ouvir e responder aos questionamentos e aos anseios dos moradores de cada região.

Por que a escolha de um governo de transição formado por técnicos?

Foi estabelecido pelo governador

Page 13: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 13

“A vivência nas administrações me permitiram conhecer um pouco de

tudo do mundo real.”

“Nós temos que devolver em qualidade de vida os impostos

pagos pela população”

Rodrigo Rollemberg dar um tratamen-to puramente técnico para a busca e recepção de cenários que vem sendo feita pelos profissionais. A construção de corpo de governo é diferente. O go-vernador elegerá os representantes de maneira sabia quando for o momento, mas isso se dará a partir da coleta e do tratamento dessas informações. O dife-rencial, que tem gerado uma publicida-de grande, é que os grupos de trabalho convidam a população a um auditório para participar e enxergar qual é o ce-nário que nós temos encontrado nos diversos segmentos. Nós temos o de-ver de mostrar essa radiografia para a população e dizer que nós recebemos o governo dessa forma. A partir de ja-neiro o dever e a responsabilidade de fazer passa a ser nossa.

Como você espera que esteja o go-verno a partir de janeiro?

O objetivo com os grupos técnicos é de chegar o mais próximo da situação real de como se encontra governo. É o que a equipe de transição tem busca-do dos gestores do atual governo. No entanto, a verdadeira situação só nos será apresentada, de fato, no momen-to de trabalhar. O que não entendo é como uma empresa privada anda bem e o governo não consegue avançar. Nós temos que devolver em qualidade de vida os impostos pagos pela população.

Quais são os principais valores que se espera dos servidores do DF?

O servidor público não deve ser di-ferente de um empregado da iniciativa

privada. As palavras que regem, tanto um quanto o outro, é força do trabalho, tem que produzir. Em contrapartida, o servidor público do GDF tem que estar motivado. Isso pode ser atingido não só por meio da remuneração, mas também graças a boas condições de trabalho e de tecnologia. O governo tem um qua-dro de servidores de carreira altamen-te qualificado, umas das propostas do nosso governo é de utilizar essa mão de obra na ponta, próxima ao cidadão.

Hoje nós temos um fluxo grande de pessoas que saem de suas cidades em busca de melhores condições. Como fazer a Saúde, por exemplo, ficar no local de moradia dessa pessoas?

A Saúde é um problema crônico que vem se arrastando todos esses anos. Se o morador não recebe atenção desde o início, no postinho de saúde próximo à sua residência, o que po-dia ser um problema simples torna-se complexo. E por isso, ele deve bus-car grandes hospitais para ser tratado. Logo, quando se pensa em construir um hospital para atender a uma re-gião, é preciso calcular um fluxo que vai muito além do local. Por exemplo, construindo-se o hospital em Samam-baia, deve-se levar em consideração

também a população do Recanto das Emas, de Riacho Fundo e da Ceilân-dia, além de cidades do Entorno, como Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas. Pensando nisso, o primeiro ato do Rodrigo Rollemberg foi junto com Marconni Perillo, governador eleito em Goiás, pensar na integração dos gover-nos para dar maior atenção aos mo-radores do entorno de Brasília. Gerar condições para um morador de Águas Lindas e tratar o seu problema perto de sua casa, evita a busca de atendimento na área da Saúde em Brasília. Todos esses componentes são causas que levam a Saúde no DF a ter uma sensação de inoperância.

Uma das proposta mais polêmi-cas foi a eleição direta para os ad-ministradores Regionais. Como está esse projeto?

Esse foi um dos temas mais deba-tidos da campanha. Eu servi às admi-nistrações regionais durante 20 anos, chegando a ser administrador de Cei-lândia. Esse é o setor do governo que está mais próximo da população. É natural que fosse um pedido dos mora-dores das cidades escolher o adminis-trador, e que este, por sua vez, habite também naquela região. Entretanto, nós não temos ainda os mecanismos que orientem essa formatação de eleição direta. Enquanto se constrói o mecanismo para nos próximos anos haver a votação, o governador indicará o administrador regional, obviamente, ouvindo algumas entidade representa-tivas da cidade.

Page 14: Coragem para empreender antes dos 30

14 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Cartas & e-mails

Mande sua carta ou email para nossa redação. Seus comentários, críticas e sugestões serãolidas por nossa equipe e publicadas na próxima edição.

Endereço: SCS Quadra 3 Ed. Planalto OK, 2º andar, Asa Sul Brasília, DF Email: [email protected]

A temática da revista é interessante e as maté-rias são de excelente qualidade. Gostei bastante da matéria sobre as empresas juniores, um movimento em que a universidade se aproxima do mercado e o estudante tem experiências essenciais para a forma-ção. Parabéns revista Tendências e Negócios.

Fernando Soares, Sudoeste.

Parabéns a equipe da revista. As novas colunas ‘Prazeres Capitais’ e ‘Fugindo da Rotina’ foram óti-mos lançamentos e espero que continuem com boas matérias nas próximas edições. Um destaque espe-cial para as notícias de capacitação e de tecnologia: excelente conteúdo não só para grandes empresá-rios. Parabéns aos editores e redatores.

Luciana Pereira - Asa Norte

Essa foi a primeira vez que tive contato com a revista Tendências e Negócios. Confesso que me surpreendi com a qualidade e diversidade das pau-tas escolhidas, ainda mais sendo uma revista exclu-sivamente regional. Continuarei acompanhado o trabalho de vocês.

Diego Gontijo - Sobradinho

Pessoal, achei a coluna Prazeres Capitais muito interessante! Como sugestão, indico a Sweet Cake do Lago Sul, o espaço deles é muito charmoso e acredito que se encaixaria bem nessa coluna. Con-tinuem inovando e melhorando a cada edição.

Ana Paula Cortês – Asa Sul

Achei a edição 30, de outubro, muito carregada politicamente. Gostaria de ver mais reportagens relacionadas ao setor produtivo e com enfoque menor na política. Acompanho a revista desde as primeiras edições e gostaria de elogiar o cresci-mento que vocês tiveram. Acredito que vocês estão no caminho certo.

Pedro Mattos – Taguatinga

Em uma matéria vocês mostraram como o Parti-do Verde planejou a divulgação para as campanhas eleitorais desse ano. Enquanto muitos partidos continuaram usando plaquetas e panfletos, poluin-do a cidade, o PV preferiu direcionar sua campa-nha e usar totens interativos em locais estratégicos para cativar os eleitores. Adorei a ideia, continuem divulgando essas boas práticas.

Luciana Ferreira – Asa Norte

Não conhecia o trabalho da Comunidade Quilombola. Gostei de saber que eles estão re-presentando um pouco da cultura brasileira no exterior. É importante que manifestações de grupos diferentes brasileiros participem cada vez mais de feiras com pessoas do mundo todo.

Anderson Peres - Taguatinga

Eu achei importante o reconhecimento da revista Tendências e Negócios pelo o Dia da Consciência Negra. O racismo ainda é uma prá-tica horrível recorrente em nosso país. Os meios de comunicação tem o dever de incentivar o seu fim e denunciar abusos.Jota Neto - Sobradinho

Page 15: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 15

No ano de 2012 as Receitas Públicas Totais na Área Metropolitana de Brasília (AMB) registraram um total de R$ 27,307 bi-lhões, crescimento nominal de 14,51% so-bre a receita de 2011 (R$ 23,847 bilhões) ou crescimento real de 4,27%. É flagrante o desequilíbrio existente na distribuição do total das receitas realizadas, onde o

montante do DF atingiu R$ 25,651 bilhões em 2012 e a Periferia Metropolitana registrou R$ 1,656 bilhão.

As Receitas Totais no DF, que tiveram incremento nominal de 13,47% e real de 3,33% entre 2011 e 2012, assinalavam participação de 94,80% na receita do total da AMB em 2011, tendo esta participação caído ligeiramen-te para 93,94% em 2012. Já a Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), que cresceu nominalmente expressivos 34,00% entre 2011 e 2012, teve sua participação aumen-tada de 5,20% em 2011 para 6,06% em 2012%.

Essa disparidade na distribuição das receitas na AMB evidencia, além de exacerbada concentração de recur-sos no DF, um cenário gravemente destoante do pro-pósito fiscal federativo, tornando premente a reversão desse quadro com medidas concretas de fortalecimento socioeconômico, que resultem em efetiva redução das desigualdades e maior participação dos municípios no bolo da arrecadação.

Observa-se que, excepcionalmente, as receitas do DF contêm um componente a mais em relação as demais localidades da AMB. Trata-se do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF), aqui incluído a título de com-plementaridade, posto que o mesmo não se insere no ba-lanço orçamentário do GDF por se tratar de transferência direta da União às instituições locais a que se destina. Sabe-se outrossim, que a partir de 2015 o FCDF pas-sará a integrar paulatinamente as receitas correntes do Orçamento do DF.

A vultosa discrepância observada entre o montante das receitas diretamente arrecadadas e das transferidas para o DF e para a PMB aponta para a premente necessi-dade e evidentes possibilidades de intervenção do poder público tanto no sentido de fortalecer as arrecadações locais por meio de ações adequadas às características de cada entidade, quanto na direção de aumentar as par-ticipações da União, do Estado de Goiás e do Distrito Federal no robustecimento das transferências correntes,

diminuindo tal disparidade.O Orçamento Público, pela ótica da Receita, visa aten-

der as demandas básicas da população, compreendendo o fornecimento de bens e serviços públicos essenciais. A extrema escassez de receita, contudo, leva ao não aten-dimento dessas demandas e, no caso da Área Metropo-litana de Brasília, a busca de atendimento no núcleo da metrópole, o Distrito Federal.

Dentro desse quadro, parece urgente um diálogo mais frequente e eficaz entre os gestores públicos para viabilizar soluções de curto, médio prazo e de longo pra-zos, em face da precariedade da qualidade de vida da maioria da população dos municípios da PMB, visto que suas populações vêm aumentando de forma acelerada desde a transferência da Capital da República para o Planalto Central.

A Periferia Metropolitana de Brasília ocupa posição de destaque no ranking do g-100, agrupamento de muni-cípios elencados pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP) que classifica os 100 municípios brasileiros com popu-lação elevada (acima de 80 mil habitantes) e receita per capita diminuta, com a presença de cinco municípios: Águas Lindas de Goiás, Valparaíso de Goiás, Formosa, Novo Gama e Planaltina

Para tanto, faz-se imprescindível a mobilização dos representantes dos entes regionais envolvidos na proble-mática ressaltada. Uma medida capital é a promoção do desenvolvimento econômico na PMB, ampliando de for-ma substantiva as atividades produtivas na região, condi-ção para a ampliação da Receita Tributária. Outra medida possível é a criação de um fundo específico para robus-tecer os magros orçamentos das municipalidades da pe-riferia de Brasília ou, como já aventado, a aprovação de Projeto de Lei tramitando no Congresso Nacional, datado de 2011, o qual destina 10% dos recursos do FCDF para os municípios da PMB na proporção de 1% ao ano até completar 10 anos. São medidas concretas para mitigar uma das maiores distribuições mais assimétricas e injus-tas existentes em nosso país em termos de distribuição de recursos orçamentários.

FINANÇAS PÚBLICAS NA ÁREA METROPOLITANA DE BRASÍLIA

*Júlio Miragaya

• Júlio Miragaya – Presidente da Codeplan e Vice-Presidente do Conselho Federal de Economia

ArtiGo

Page 16: Coragem para empreender antes dos 30

16 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

• Alexandre Gouveia

• Alexandre Gouveia - Cientista Polí[email protected]

O NOVO GOVERNO E A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

16 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 31 dezembro 2014

O desejo social, de forma transversal, passa por viver em uma sociedade que integre a felicida-de e qualidade de vida plena. Sem dúvida, te-mos como um consenso que para alcançar este desejo precisamos de um Estado que desenvol-va e proporcione políticas públicas modernas, inovadoras e principalmente exequíveis, com padrões de eficiência, eficácia e efetividade,

com visões de longo prazo e de alto impacto na transfor-mação social. Independentemente da classe social ou das condições de vida de cada membro da sociedade, essas po-líticas públicas deverão harmonizar e integrar em processos sistêmicos, áreas importantíssimas e caras à sociedade, como Saúde, Segurança, Educação, Mobilidade, Trabalho e Ren-da; buscando diminuir as diferenças sociais dentro de uma cidade, equilibrando a chamada “Tensão Social” que pode desestabilizar a relação felicidade e qualidade de vida.

Acompanhando o raciocínio do desejo de felicidade e qualidade de vida, temos que identificar em que situação estamos e desta forma podemos identificar os problemas, achar suas causas e propor as soluções. Sendo assim, propo-nho um índice reconhecido e inquestionável pelos estudio-sos, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) para nossa análise inicial. No final de novembro de 2014, foi divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o IDH, que é o índice utilizado pela Organizações das Nações Unidas (ONU) para identificar e classificar os países de acordo com o seu grau de desenvolvimento hu-mano. O índice é responsável por identificá-los como de-senvolvidos, em desenvolvimento e subdesenvolvidos. Para isso, a avaliação considera três indicadores, a Longevidade (expectativa de vida), Educação (tempo de escolaridade e analfabetismo) e Renda (PIB per capita). Como o índice ob-serva os países, foi realizado no Brasil um estudo de regiões metropolitanas para identificarmos onde estão as maiores diferenças de desenvolvimento humano. Assim, a sociedade e, principalmente, os governos poderão agir com as políticas públicas mais orientadas ao resultado e portanto transformar a realidade das regiões mais críticas.

O estudo do IDH nas regiões demonstrou que o Distrito Federal superou Curitiba e é hoje o segundo lugar em de-senvolvimento humano no Brasil, perdendo apenas para São Paulo. O resultado também traz a informação importante de que temos no Distrito Federal diferenças sociais abissais em um território tão pequeno. Nossa classificação foi “puxada”

para cima pela pressão dos altos índices de regiões como Asa Norte e Sudoeste que obtiveram 0,957 de um limite de 1, classificado como “Muito Alto”; enquanto regiões como Sobradinho II, Vila Estrutural, São Sebastião, entre outras obtiveram um índice de apenas 0,616. Dos indicadores que compõem o IDH, o de renda é o mais impactante, já que a sua melhora é capaz de proporcionar uma evelução conside-rável na qualidade de vida das pessoas. A menor renda per capita do Distrito Federal está na Estrutural e é de apenas R$ 326,91, enquanto no Lago Sul é de R$ 7.713,00; desta forma temos que ter no Distrito Federal políticas para o de-senvolvimento de renda. Os nossos melhores índices de de-senvolvimento já são equivalentes aos melhores do mundo, classificados como “Muito Alto”. Portanto, torna-se evidente queponto focal a ser trabalhado de ser a melhora dos indi-cadores dos menos favorecidos. Só assim ganharemos todos.

Desenvolver a renda no Distrito Federal não irá aconte-cer com a matriz econômica baseada ainda no serviço pú-blico. Precisamos mudar a fonte econômica para o eixo do investimento privado, do empreendedorismo. Desta forma, teremos maior oferta de empregos com melhor média de salários, presença de empresas em todas as regiões e, conse-quentemente, demanda de melhora na infraestrutura e nos serviços públicos, impactando diretamente os indicadores que nos levarão a um salto na qualidade de vida.

O novo Governo do Distrito Federal deverá lançar um conjunto de ações de incentivo ao empreendedorismo, de fomento e de investimentos para o desenvolvimento de todo o setor produtivo do Distrito Federal. Este segmento, quando altamente apoiado, desenvolve-se com competência e resul-ta em um aumento de arrecadação de receita própria para o Distrito Federal, que poderá ter mais recursos para inves-timento nas políticas públicas estruturantes. O incentivo ao setor privado também colabora com o bom resultado dos in-dicadores de desenvolvimento humano. Além de influenciar na renda com a oferta de salários melhores, a educação com a necessidade de formação de mão-de-obra e a expectativa de vida com a pressão sobre melhores condições de infraes-trutura social.

Aguardemos os primeiros movimentos do novo Governo. O nosso dever é apoiar e criticar, apresentando ideias que sir-vam para o desenvolvimento e construam novos caminhos.

ArtiGo

Page 17: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 17

Page 18: Coragem para empreender antes dos 30

18 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Prazeres CapitaisCarol Dias

Quadros, esculturas e até mesmo vestuário, compostos por vidro viram obras-primas nas mãos de Adney Jayme, da Planalto Vidros. Há vinte anos, o empresário descobriu o que fazer com as sobras da matéria-prima com que trabalha ao visitar uma exposi-ção de arte com vidro em São Paulo. “Quando vi aquela criação artística, pensei: eu tenho tudo o que ele tem”, só faltava uma coi-sa, o forno de fusing (fusão). Adney logo comprou a ferramenta, e, desde então, o dono da vidraçaria brinca de ser artista.

Este ano, a Planalto Vidros foi mais longe e montou um tra-balho realizado em conjunto com artistas renomados da cidade. Iria Martins foi quem organizou tudo. “Nós convidamos artistas que não trabalham com vidro, especificamente. Receberam a incumbência a partir do tema “Transparências: terra, fogo, água e ar” e compuseram as obras”, explica a curadora. Para ela, “o grande resultado foi a troca de experiência de todos que partici-param do projeto”.

Adney conta que o processo com os artista foi acompanhado pela equipe que maneja o vidro. “Por eles não terem o conheci-mento que nós temos”, explica. Todas as ideias foram exploradas da melhor forma possível. O empresário conta ter apenas suge-rido como melhor usar o material. Ele não ficou só no conselho, Adney também criou três obras. E contou com o apoio de Iria. “Eu disse não saber se estava pronto. Ela me convenceu com o argumento de que o artista sempre está pronto, mas em cons-tante transformação.”

O empresário teve sucesso com as criações. Segundo ele, o segredo foi levar o trabalho como uma brincadeira. “Com o mesmo sabor da criança que está sempre descobrindo. Mexer com vidro é isso, a cada dia se tem uma surpresa e se percebe diferentes maneiras de criar com o material”. A matéria-prima oferece efeitos, cores e texturas, o que enriquece ainda mais o trabalho do artista.

Obras de vidro

Fotos: da redação

Page 19: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 19

A 8 TO Galeria, na QI 5 do Lago Sul, foi inaugu-rada há apenas quatro meses. O espaço, no entanto, já recebeu grandes nomes da arte brasiliense, como Haruo Mikami e Élder Rocha. No mês de novembro, a artista plástica Juliana Borgê, junto do grafiteiro paraibano Gen Duarte, expôs suas obras na mostra “Abre-te grafite” que permanecerá na galeria nos pró-ximos dois meses.

A habilidade manual de Juliana se iniciou com a costura. Quando pequena, ela também desenhava, até descobrir o grafite. Em meio ao caos da cidade, a artista dá seu toque de delicadeza. Ela desenvolve trabalhos em diferentes suportes. Para Juliana, tudo que a rodeia serve de inspiração. Na galeria, os visi-tantes podem, além de admirar, também comprar o trabalho da grafiteira.

Arte urbana

Com apenas quatro meses, a galeria de arte digital Urban Arts já faz o maior sucesso. A ideia, que sur-giu em São Paulo, chegou à Brasília com os sócios da Bloco Arquitetura, Daniel Mangabeira, Henrique Cou-tinho e Matheus Seco oito anos após a abertura da ma-triz. De acordo com Daniel, o trabalho tem encantado quem ainda não conhece: “Tem muita gente vindo nos conhecer. Temos ótima receptividade até mesmo das pessoas que entram por acaso na loja. Estamos muito contentes com o resultado”.

A missão da galeria é aproximar pessoas e arte por meio da exposição de produtos diferentes e de preços acessíveis. O cliente pode escolher o tamanho e o mate-rial da reprodução, além da moldura. Cerca de 700 artis-tas estão cadastrados na Urban Arts que, além de apre-sentar pintores, designers e ilustradores do mundo todo, dá a oportunidade para que novos talentos promovam seus trabalhos. Profissionais da área podem se cadastrar no site e, após uma avaliação curadora, têm a oportunida-de de divulgar seu trabalho no meio digital.

Arte para todos

Page 20: Coragem para empreender antes dos 30

20 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

v

Prazeres Capitais

A Marti Discos é um espaço legal para viajar no tempo. A loja de vinil recebe pessoas de todas as ida-des, desde o colecionador nostálgico ao jovem que curte a moda retrô. Felipe Romero explica que, no início, comercializava em feiras, eventualmente. A partir daí, ele passou para a venda pela internet. “O site serviu para testarmos se havia público. Depois, a loja física acabou se impondo”. De acordo com ele, a casa ficou pequena para guardar todo o acervo.

Os discos mais procurados são os de música bra-sileira. Para Felipe, isso se explica pelo fato de existi-rem muitas relíquias do estilo musical que nunca sa-íram em CD. Além disso, tem muita gente que busca novidades de artistas que lançam em vinil, como, por exemplo, o último álbum do Pink Floyd. Os preços são os mais variados e dependem da raridade do dis-co. Quanto menos cópias feitas, mais caro ele é. Outro fator que aumenta o custo do produto são as listas divulgadas por críticos ou famosos. Felipe separou al-gumas das novidades que chegaram na Marti.

Vinil

Uma das mais importantes obras da literatura brasileira, “Grande Sertão: Veredas”, de Guima-rães Rosa, ganha uma versão diferente para este Natal. O livro escrito em 1956 pelo médico, di-plomata e escritor foi lançado pela editora Globo em formato de história em quadrinhos. A adap-tação tem roteiro do ilustrador, artista plástico e diretor de cinema Eloar Guazzeli, o que garante à obra um ritmo cinematográfico. Apesar da edi-ção das 600 páginas do livro original, cada frase contida no Graphic Novel – a “novela gráfica” – foi retirada da obra de Guimarães. As ilustrações são de Rodrigo Rosa. Experiente na transposição de clássicos da nossa literatura para os quadri-nhos, ele foi o criador da versão em HQ da mais famosa obra de Euclides da Cunha, “Os Sertões”.

Apenas sete mil exemplares foram lançados nas Livrarias Cultura de todo Brasil. Amantes da literatura brasileira e das histórias em qua-drinhos, além de colecionadores, terão apenas essa oportunidade para comprar a edição de luxo, pois não haverá reedição. A obra se preocupa não só com a reprodução fiel à original, como também com a apre-

Clássico em HQ

sentação do livro, que foi costurado manualmente e vem embalado em uma capa vermelha, na qual a designer grá-fica Fernanda Ficher cria um jogo visual que dialoga com o romance.

Page 21: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 21

v

Pink Floyd- Endless River Foo Fighters- Sonic Highway Default

Pharaohs- Awakening

Criolo- Convoque seu Buda Tom Jobim- Terra Brasilis

O artista da cidade Gabriel Grossi tem encantado o mundo com sua harmônica. Após fazer uma turnê de dois meses pela Europa, o músico vai participar, no mês de janeiro, do principal fórum relaciona-do ao mercado das artes e do espetáculo, organizado pela APAP – The Association of Performing Arts Presenters, em Nova York. Gabriel tem levado a boa música brasileira a países como Suécia, Holanda, Espanha, Áustria. Formado por composições autorais, os shows internacionais são baseados prin-cipalmente no último CD do artista, Urbano.

Este trabalho é inspirado na ponte aé-rea, entre o Rio de Janeiro e São Paulo, em que o músico vive desde que se mudou para a capital carioca. O artista passou a absorver e apreciar os ruídos urbanos e toda a música que canta em meio ao caos das grandes metrópoles. Baseado nessa ex-periência, em conjunto com seu parceiro Gulilherme Ribeiro, Gabriel Grossi com-pôs a concepção do álbum Urbano.

De Brasília para o mundo

Page 22: Coragem para empreender antes dos 30

22 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Prazeres Capitais

Bia Koffes começou produzindo porta guardana-pos para dar de presente. Hoje, ela tem um ateliê onde, além de confeccionar diferentes apetrechos para composição de uma mesa, ela expõe opções de decoração para diversas ocasiões. O espaço, na QL 2 do Lago Sul, foi inaugurado em outubro com o nome de Bia Koffes Casa e comporta o trabalho que era feito em casa há mais de um ano, que cresceu e superou os limites residenciais.

Bia conta que o segmento com o qual trabalha já tem nome, Mesa Posta. “Tudo o que produzo e vendo no ateliê vai à mesa”, explica. Além de forne-cer objetos para compor o café da manhã, almoço e jantar, ela trabalha com consultoria e organização de eventos. “Muita gente possui o básico para montar uma bela mesa, mas não tem jeito ou tempo para fazê-lo”, é quando Bia entra em ação. A proposta da empresária é de montar uma mesa gastando pouco. “Não vendo somente objetos caros de marcas luxu-osas. Também tenho produtos alternativos, com os quais é possível montar uma mesa tão chique quan-to”, acrescenta.

Bia Koffes Casa

Trabalhando ao lado da mãe, no ateliê Bia Ko-ffes Casa, Fabiana Koffes e a sócia, Elisa Castelo Branco, se destacam em um ramo pouco explo-rado na capital: presentes para recém-nascidos. A vontade de abrir um negócio já era antiga. A ideia surgiu no batizado da filha de Elisa, Isabella, quando a maioria dos convidados presentearam a criança com roupas e medalhas. “No fim da fes-ta, a mãe estava lotada de vestidos. Depois disso, pensamos em um lugar onde fosse possível en-contrar opções diferentes para celebrar a mesma ocasião”, lembra Fabiana.

Bolsa térmica em forma de bichinho, porta certidões de nascimento e batismo, caixinha para o primeiro dente, naninha, chupetas per-sonalizadas, guirlanda de ursinho, kit higiene – as possibilidades são muitas. O que elas têm em comum? O bom gosto. “Estamos sempre frequentando as melhores feiras e descobrindo produtos novos, a maioria deles, importada”, conta Fabiana. As sócias inovam também ao oferecer o serviço de produção de lembran-cinhas para batizados, chás de bebê e casa-mentos.

Petite Mémoire

Page 23: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 23

Petite Mémoire

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 23

Um bolo de aniversário fez a vida da advogada Raquel Ramos mudar de vez. Depois de preparar uma receita e dar de presente a uma amiga, ela conta que nun-ca mais ficou um só dia sem fazer uma de suas delícias. “Eu trabalhava no Banco Central e fazia doces por prazer. Desde que provaram o bolo que ofereci à minha ami-ga, as encomendas não pararam”, revela a dona da confeitaria Tous Le Bon, na 213 sul, que comemora oito anos de sucesso.

Desde a inauguração da loja, Raquel prepara doces e bolos personalizados. As ideias surgem de sua cabeça. No Natal, não é diferente. Panetones e chocolates se transformam em Papai Noel e árvores natalinas. Ela garante que a escolha dos diversos formatos e sabores são baseados no gosto dos clientes. A preparação, no entanto, tem influência dos cursos que a confeiteira realizou na França, como o Cordon Bleu.

Doces personalizados

Page 24: Coragem para empreender antes dos 30

24 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Hora das comprasde NatalLojas enfeitadas, exposição de presentes em vitrines e clima natalino no comércio aguçam o desejo do consumidor | Elsânia Estácio

Dezembro é um mês muito esperado pelos brasilienses: mês das tradicionais compras natalinas e do recebimento do 13º salário. Conforme dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), cerca de 82% dos bra-sileiros pretendem gastar o 13º em compras – presentes para a família e amigos, artigos para decoração, ingredientes para a ceia de

Natal. Parte dos trabalhadores também costuma utilizar o di-nheiro para saldar dívidas.

As vendas do final de ano aquecem a economia. Mas, com a chegada do Natal, quem prepara a ceia precisa ficar atento aos preços. De acordo com pesquisa divulgada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socio-econômicos (Dieese), chester e aves estão 12% mais caros este ano. A pesquisa também aponta que outros itens da ceia tiveram aumento, como as frutas cristalizadas, castanha, nozes e panetones, que sofreram reajustes entre 4% a 10%, de acordo com a marca do produto.

Segundo a dona de casa Nilza Silva, o preço da ceia de Natal realmente teve um aumento significativo este ano. Mas ela não desanimou. Depois de várias comparações, em lugares diferentes, conseguiu fazer as compras. “Todo final de ano, os produtos da ceia de Natal sobem de valor, mas sempre consigo comprar pela metade do preço porque pes-quiso bastante”, explica.

A secretária Tayna Costa Cotrim também tem o costu-me de pesquisar em vários mercados e comparar preços para economizar na hora de comprar. “Encontrei vários produtos pela metade do preço durante minha pesquisa. Farei minha ceia de Natal com tudo que tenho direito e sem gastar muito”, comemora.

De acordo com dados do Instituto Fecomércio do Dis-trito Federal (Fecomércio - DF) divulgados pela Associação de Supermercados de Brasília (Asbras), o setor de supermer-cados e hipermercados estão otimistas com o Natal deste ano e esperam um crescimento de aproximadamente 14,3% nas vendas de produtos.

Page 25: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 25TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 25

Café com Cooperação

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 31 dezembro de 2014 :: 25

O Grupo Instituto Centro de Tecnologia de Software (ICTS) desenvolve soluções tecnológicas inovadoras de aces-sibilidade para o segmento bancário. A empresa está no mer-cado há dez anos e trabalha com uma linha de serviços e produtos tecnológicos inovadores, desenvolvidos com o apoio de parceiros. Essas inovações viabilizam novas formas de co-municação entre empresas e soluções de acessibilidade que dão autonomia a deficientes visuais, auditivos, analfabetos funcionais, idosos, disléxicos e pessoas com deficiências in-telectuais como a Síndrome de Down.

De acordo com o diretor presidente do Grupo ICTS, Re-nato Prestes, diante da falta de recursos de acessibilidade, principalmente para atender deficientes auditivos e visuais, o instituto desenvolveu o Rybená Web, que possui dois sof-twares: o Player Rybená e o Rybená Voz. O primeiro aplicativo converte qualquer página da internet em HTML e qualquer texto escrito em português para libras, a Língua Brasileira de Sinais. Já o Rybená Voz permite que pessoas com baixa visão, surdas e analfabetas funcionais façam a leitura de textos vei-culados na internet através da voz humana sintetizada.

No Player Rybená, o usuário tem controle sobre a velo-cidade da sinalização e pode interrompê-la ou encerrá-la a qualquer momento. Para utilizar a ferramenta, basta selecio-nar o texto que se quer traduzir, clicar no selo do programa lo-calizado no topo ou no final da página e escolher uma opção de acesso: Libras ou voz. Após esse procedimento que leva cerca de 10 segundos, é preciso aguardar que a personagem Rybelinha transcreva o texto selecionado.

Conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, mais de 45,6 milhões de brasileiros declararam ter algum tipo de deficiência, o que equivale a cerca de 24% da população do país. Além disso, 62 milhões de pessoas possuem algum tipo de necessida-

Novo tradutor virtual possibilita que pessoas com

defi ciência naveguem pela rede com mais efi cácia | Elsânia Estácio

de física ou sensorial, como os analfabetos funcionais, os disléxicos e os idosos.

Segundo Renato Preste, o aplicativo tem um banco de dados com mais de seis mil gestos que representam, apro-ximadamente, 450 mil palavras. Os dados são atualizados constantemente, sempre com acompanhamento de linguistas e associações especializadas em Libras para proporcionar ao usuário uma navegação rápida e eficiente.

Para Preste, todas as empresas deveriam dar atenção ao tema da acessibilidade. “Não é porque a pessoa porta alguma deficiência que ela tem que se sentir excluída. Foi pensando nessa necessidade que criamos o Softwa-re Rybená Web e proporcionamos aos usuários a ver-dadeira inclusão digital através da tecnologia”, explica o presidente do ICTS.

Clézio da Cruz Alves, diretor da Federação Brasiliense Desportiva dos Surdos, é deficiente auditivo e usuário do apli-cativo desenvolvido pelo Grupo ICTS. Segundo ele, o aplica-tivo facilitará a comunicação entre pessoas surdas e cegas. “Nós, surdos, só podemos nos desenvolver naquilo que está ao alcance da nossa visão. Temos essa barreira na comuni-cação. A ideia do ICTS de criar textos acessíveis em Libras facilita nosso dia a dia e prova que a acessibilidade na internet é possível”, comemora Alves.

O Sicoob Executivo é parceiro do Grupo ICTS e já utiliza o aplicativo Rybená Web no site da cooperativa para aten-der o público com deficiência visual e auditiva. Segundo o presidente do Siccob, Luiz Lesse, com o aplicativo é possí-vel, além de colaborar com o desenvolvimento social, agre-gar valor à prestação de serviço aos associados da instituição. “Estamos contribuindo para o desenvolvimento da sociedade por meio da utilização desse aplicativo com tecnologia 100% nacional”, destaca Lesse.

Page 26: Coragem para empreender antes dos 30

26 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

CAPA

Empresáriosatingem o sucesso antesdos 30| Carol Dias

Page 27: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 27

Empresáriosatingem o sucesso antesdos 30

Brasília é conhecida por ser uma cidade onde boa parte da mão de obra se volta para o setor público. Seus jovens buscam estabilidade fi-nanceira em concorridos concursos. Contudo, a Capital Federal tem se re-velado também como sendo um dos principais polos empreendedores do Brasil. De acordo com Ary Ferreira, gerente de capacitação empresarial do Sebrae – DF, aqui é a região do país onde o maior número de jovens se arriscam na abertura de um ne-gócio. A revista Tendências e Negó-cios entrevistou sete empresários

que não recuaram devido ao pouco tempo de experiência e hoje cele-bram o sucesso de seus empreendi-mentos. Tarso Frota, Pedro Magno, Márcio Mikami, Fernanda Mujica, Alessandra Kavendish, Lucas Lopes e Wilson Demetrius criaram seus negócios, antes do 30 anos, seguin-do caminhos diferentes. No entanto, todos compartilham de mesma von-tade de crescer e mudar o mundo em que vivem. Acompanhe nas pró-ximas páginas a história de como esses jovens driblaram obstáculos e investiram no sonho de empreender.

Page 28: Coragem para empreender antes dos 30

28 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

CAPA

Ouvir Tarso Frota, um dos donos da Mr. Brow-nie, falar da história da empresa é como ler um roteiro cinematográfico. Três colegas, recém-formados na Universidade de Brasí-lia, que se uniram para comprar parte de uma empresa praticamente falida. E, além de alavancarem as vendas, entram em um outro negócio e fundam uma distribuidora. Essa

seria a sinopse do filme, mas a história de como eles reali-zaram esse feito é longa, apesar da pouca idade dos sócios.

Tarso diz não ter sido casual a escolha do primeiro negócio. “Esses brownies fizeram parte da minha infância. Quando soubemos que eles podiam fechar as portas e sur-giu a oportunidade, nós decidimos entrar na negociação”, que não foi nada fácil. Os donos, Alexandre e José Lacom-be, receberam propostas de grupos já conhecidos no ramo. Hoje, os jovens compreendem o motivo pelo qual foram escolhidos. A justificativa dada por Alexandre foi a de que “as outras propostas apresentavam um bom volume de di-nheiro. Ia entrar meio milhão que escoaria pelas mesmas torneiras das quais já estava saindo o meu investimento”.

A vontade do grupo em empreender surgiu durante a faculdade de Administração, quando todos faziam parte da empresa júnior do curso da Universidade de Brasília, a AD&M Consultoria Empresarial. Para concretizar o sonho de ter uma empresa, “cada um deu seu jeito, eu peguei empréstimo no banco, um vendeu o carro e o outro usou as economias”. De acordo com Tarso, a situação na Mr. Brownie era desesperadora. Pagar os fornecedores e come-çar a quitar a dívida da fábrica no banco foram as primeiras medidas realizadas por eles.

Tarso contou com a compreensão dos sócios, Guilher-me de Sordi e Rodrigo Melo, no começo da empreitada, em outubro de 2011. Ele foi selecionado para estudar na Bélgica. Três meses após sua volta, em julho de 2012, os jovens estavam prontos para dar início a uma nova aven-tura e assumiram 50% da participação no bistrô Cantucci. “Mudamos o propósito do restaurante, que, atualmente, é: boa gastronomia a um preço justo”, explica Tarso.

Com três anos de parceria, o jovem comemora o su-cesso do grupo. “Deu muito certo. O restaurante teve crescimento de 400%. Com a Mr. Brownie superamos as dificuldade e, hoje, temos 800 pontos de distribuição”. As realizações vão além. O grupo fundou uma distribuido-ra, a Pulso, que entrega não só os brownies como outros produtos do segmento e planeja abrir, em breve, uma loja customizada da marca, com doces de todos os tipos: chee-secake, sorvete, chocolate quente, nhá browine.

Tarso Frota, 25 anos

• Sair da comodidade e assumir riscos• Brilho nos olhos e vontade de trabalhar• Enxergar os obstáculos como oportunidades• Entender outros mercados como parceiros e não adversários

Principais valoresda empresa

Page 29: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 29

Acho que o jovem tem muita energia, disposição e uma grande capacida-de de correr riscos. Se tudo der errado, eu tenho apenas 25 anos. A disposi-ção para arriscar muda ao longo dos anos, e isso proporciona criações dife-rentes e inovações, o que traz mais retorno, naturalmente. E o principal pra mim, de ser um jovem empreendedor, é compreender que, hoje, não estamos passando por uma era de muitas mudanças, nós vivemos em uma mudança de era. Com a revolução digital e das redes sociais, uma das principais ca-pacidades que necessitamos, nesse momento, é a de aprender como funcio-na esse novo mercado em transformação.”“

Fotos: Alisson Carvalho

Page 30: Coragem para empreender antes dos 30

30 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Desde a adolescência, Pedro Magno queria ser dono da própria empresa. A vontade em ter acesso a oportunidades melhores do que as oferecidas em casa foi o principal combustível para que ele desenvolvesse o espírito empreendedor. “Sempre acreditei que inventar a oportunidade era mais rápi-do do que esperar que ela aparecesse. Sa-

bia que tinha condições para criar meu próprio negócio” , afirma. E assim o fez!

Com 17 anos, Pedro abriu seu primeiro empreendi-mento, em Vassouras (RJ), onde nasceu e morou até os 19, quando se mudou para Brasília. Ele conta que, nessa época, as lojas de lan house ainda não existiam na cidade e pouquíssimos eram os que possuíam computador em casa. A oportunidade estava criada. Pedro viu na univer-sidade uma possibilidade de ganhar dinheiro e montou um pequeno negócio, no qual digitava os trabalhos dos alunos.

Até hoje, o empreendedor enxerga uma ocasião e aposta nela. Foi assim que Pedro fundou a fábrica de sal-gados Divina Boca, que cresce a cada dia. Ele e outros dois sócios assumiram um restaurante e lanchonete no

hospital Santa Marta. Pedro identificou, então, a venda de salgados como o principal lucro do estabelecimento e decidiu abrir uma produção caseira para suprir as neces-sidades da loja.

A ideia inicial era de servir apenas o restaurante. Pe-dro, no entanto, percebeu que poderia encarar a estru-tura e profissionalizar o negócio e não teve problemas com a demanda. Para isso, alugou um galpão vazio e, do zero, construiu parede por parede até montar a fábrica. “Fui atrás de uma consultoria especializada em engenha-ria alimentar que me ajudou com o projeto. Eles me en-tregaram um layout pronto e esses foram meus passos iniciais”.

Quando abriu em março deste ano, a empresa contava com uma produção de mil salgados por dia. O rendimen-to saltou para 3 mil e, atualmente, a carteira de clientes lista 300 estabelecimentos. O crescimento rápido não foi por acaso, Pedro se capacitou em gestão empresarial. Após concluir a graduação em economia, ele frequenta a segunda especialização na área. Entretanto, conta que o maior ensinamento, resposável pelo sucesso de hoje, foi ter lidado com a quebra do primeiro negócio do qual foi dono em Brasília.

Pedro Magno, 30 anos

CAPA

• Criar sua própria sorte• Investir no profi ssiona-lismo e na capacidade técnica• Construir cenários e metas ousadas• Crescer e aprender com as crises

Principais valoresda empresa

Page 31: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 31

“À frente de uma loja de concerto mecânico para car-

ros, Pedro teve sua primeira decepção no mundo dos ne-gócios. Contudo, não desanimou. “Muito pelo contrário.

Hoje, não só o Brasil, mas o cenário mundial, as mudanças que ocorrem no comportamento das pessoas, principalmente no do con-sumidor, são muito rápidas, dinâmicas, fora do controle da socieda-de. Então, acho que a cabeça jovem é mais preparada para aceitar e se adaptar a essas transformações. A mudança de comportamento não é só veloz, é brusca. Sem contar que o jovem está no processo de aprendizado e interessado no conhecimento dos outros. Compar-tilhar nossas vivências é menos importante do que assimilar as in-formações dos outros. Assim, você cria oportunidade para o cliente desenvolver o conhecimento que possui. Isso agrega valores e o cres-cimento é muito maior.”

Foi muito importante. Passar por um momento de dificul-dade, de crise seja ela qual for, é muito diferente quando se sabe quais caminhos podem levar à falência”, explica.

Page 32: Coragem para empreender antes dos 30

32 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Com apenas 30 anos, Márcio Mikami é fundador da loja de produtos naturais Shizen. Ao lado do primo Sérgio, expan-diu a empresa. Hoje, os sócios adminis-tram quatro unidades em Brasília, além da central de compras. A parceria surgiu ano passado, quando os parentes fizeram a fusão dos negócios, e a marca escolhida

por Márcio prevaleceu. Em 2013, a empresa também deu um salto no mercado nacional e inaugurou a franquia em São Paulo.

Márcio sabia, desde criança, que seria empreende-dor, a exemplo dos pais. Ele só não sabia o tipo de empresa que gostaria de abrir. Apesar da graduação em Engenharia Mecatrônica, Márcio seguiu um caminho completamente diverso. Após um estágio na Embaixa-da do Japão, recebeu propostas de montadoras auto-mobilísticas para trabalhar no país. No entanto, o enge-nheiro revela que esse não era seu desejo. “Com meus pais, aprendi que, através de empresas, você consegue

Márcio Mikami,30 anos

CAPA

Uma questão com a qual os empresários tem muita di-ficuldade de lidar é a do relacionamento com pessoas. Antigamente, uma empresa trabalhava com, no máximo, três gerações. Hoje, trabalhamos com muitas diferentes. Dizem que, a cada dois anos, surge uma nova geração. Então, o empresário deve lidar com pessoas e culturas diferentes. Aprendi a trabalhar motivando cada geração de diversas formas. O jovem empreendedor preza mais o carisma, e não a punição, a confiança, e não a briga. A busca por uma equipe qualificada e que tenha um bom relacionamento pessoal é outro diferencial. Contudo, o principal ponto é o de compreender a necessidade de cada geração e saber motivar os funcionários.”

gerar empregos e ajudar na economia da cidade. Era isso o que eu queria.”

Aos 23 anos, o sócio da Shizen pegou capital em-prestado com o pai para investir na loja. “Ele me ajudou no começo, depois devolvi todo o dinheiro. Funcionou como um banco”, lembra. A ideia do empreendimento surgiu a partir da farmácia que a família possuía ao lado de onde, mais tarde, Márcio abriu sua loja. “Existe uma lei que proíbe a venda de alimentos naturais nesses es-tabelecimentos. Como a busca era muito grande, decidi encarar o desafio”, conta.

O sucesso foi tão grande que ele teve de aumentar o espaço e contratar mais funcionários. Três anos após a abertura, Márcio fez outro investimento, agora com o próprio capital. Ele comprou a marca da fornecedora de pães sem glúten, Cellis. “Trabalhamos com as empresas de forma paralela, completamente separada. Posso dizer que cada uma delas anda com as próprias pernas”, co-memora. Os primos trabalham ainda com uma terceira marca, a Vitazen, de pães e salgados naturais.

Page 33: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 33

• Entender cada parte do negócio e seu funcionamento como um todo• Determinação e disciplina com o trabalho• Trabalhar com motivação e não com punição• Vontade de mudar a socie-dade

Principais valoresda empresa

Page 34: Coragem para empreender antes dos 30

34 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

CAPA

• Forte relacionamento com o cliente• Criatividade e inovação• Benchmarking – entender as melhores práticas do mercado• Ter um propósito para construção do negócio

Principais valoresda empresa

Page 35: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 35

Fernanda Mujica, 25 e Alessandra Kavendish, 24

Um conceito novo na elaboração de mar-cas empresariais surgiu em Brasília quando as publicitárias Alessandra Ka-vendish e Fernanda Mujica se uniram para formar a Avocado Design. As jovens já tinham trabalhado juntas na empresa júnior da UnB, a Doisnovemeia Publi-cidade. A experiência contou para que,

depois de formadas, elas inaugurassem o empreendi-mento. “Na época, ainda não éramos graduadas e já tínhamos grandes responsabilidades. O conhecimento adquirido na empresa da universidade foi um incentivo para abrirmos nosso próprio negócio”, afirma Alessan-dra, que foi da área de Planejamento de Marketing e ocupou o cargo de presidente.

O passo seguinte das publicitárias foi a especializa-ção fora do país. Alessandra foi para os Estados Unidos, onde aprofundou seus conhecimentos em Planejamen-to Estratégico de Comunicação. Segundo ela, nesse momento, não cogitava ser dona de um negócio. “Nun-ca pensei em ter a minha empresa. Aconteceu. Minha sócia voltou de viagem com a ideia e me convidou para participar.” Fernanda desenvolveu a concepção da Avo-cado durante a pós-graduação em Business em Design,

que realizou na Espanha. “Nesse curso, aprendemos a ser empreendedores na área da criatividade. O projeto final era a criação de uma empresa.”

Assim, surgiu o empreendimento. Fernanda conta que, apesar da pequena estrutura onde trabalhavam, “o primeiro cliente já foi grande”. O renomado buffet da cidade, Sweet Cake, buscou os serviços das jovens para criar a identidade do clube de vinho para internet, o Gourmet Butler. Com o sucesso da realização, outros contratos foram fechados. O crescimento do negócio fez como que as jovens publicitárias buscassem ter mais atitude de empresa, sem perder o charme.

As jovens inauguraram o espaço em uma comercial da Asa Norte, sob uma loja de discos de vinil. “Traba-lhamos com criação, design e comunicação em geral. Não somos uma agência de publicidade. Nossa inten-ção é a de ser uma empresa informal”, explica Alessan-dra. A sala foi ambientada para que esse sentimento atinja quem chega. Televisão, quadro de giz, poltronas confortáveis, tudo para que o cliente se sinta à vontade. “Quando atendemos alguém, passamos horas com essa pessoa para entendermos exatamente o que ela quer. Esse é nosso diferencial. Por isso, ela tem que estar confortável aqui”, diz Fernanda.

O jovem tem a mentalidade de que ele precisa ser diferente para se des-tacar de quem está há muito tempo no mercado. Por isso, trabalhamos, na Avocado, com marcas que tenham uma finalidade, que apresentem uma proposta de valor diferente para os clientes, para que a comunicação de-las não seja igual a todas as outras. As pessoas mais novas estão mais pre-ocupadas em fazer uma coisa melhor pelo outro, em desenvolver criações para o mundo. Ter muito mais do que um posicionamento, ter um propósi-to de marca, de empresa, de negócio em si”, Alessandra Kavendish

O jovem tem um olhar muito mais de startup, que é um tipo de gestão introduzida em nossa geração. O importante é testar e ver se funciona. O lema da Perestroika revela esse sentimento: ‘fazer em vez de dizer’. Então, a gente obviamente planeja, mas de uma forma muito mais simplificada para a pessoa já poder ensaiar o negócio. Talvez, o jovem empreendedor tenha mais coragem, além de ser capaz de pensar em uma forma mais eco-nômica de se testar. Outra qualidade, eu acredito que seja a paciência com o cliente. No sentido de se deixar exposto, nós somos novas, por isso queremos aprender o que ele tem para nos ensinar”. Fernanda Mujica

Page 36: Coragem para empreender antes dos 30

36 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

CAPA

• Boa relação com a concorrência• Planejamento e visão estratégica• Meritocracia - reconheci-mento do trabalho• Dar voz a cada integrante da equipe

Principais valoresda empresa

Page 37: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 37

Lucas Lopes, 28Lucas Lopes frequentou, durante dois

anos, o curso de Economia da Univer-sidade de Brasília, até partir para

o Canadá e seguir sua vocação na área de tecnologia. Lá,

ele teve a oportunidade de trabalhar em dois

lugares, sendo que um deles pres-

tava serviços s e m e -

lhan tes aos da L o o k ’ n

Feel, em-presa da

qual é sócio, ao lado de João

Pedro Costa. A via-gem abriu a cabeça

do jovem, que, ao voltar para o Brasil, em 2009, ti-

nha convicção do desejo de abrir um negócio.A agência começou em 2012

prestando serviços de marketing digi-tal e só contava com dois funcionários,

os donos. “Nosso primeiro cliente nos contratou para desenvolver o site deles. Foi um trabalho muito positi-vo, além de 100% lucrativo, pois, na época, não preci-samos fazer nenhum investimento inicial”. O escritó-rio era a casa de cada um, e as reuniões, realizadas em restaurantes e cafés.

O empreendimento cresceu. A equipe, agora, é formada por 22 profissionais que, além de desenvol-verem projetos voltados para a área de tecnologia, oferecem, aos clientes, uma proposta de comunicação mais integrada. Lucas explica o sucesso da empresa de apenas três anos: “Um dos valores difundidos en-tre quem trabalha conosco é ‘sonhar grande’. Tivemos uma ascensão bem rápida e acho que ela se deu muito por causa disso”.

O interesse pelo webdesign surgiu quando Lucas tinha apenas 15 anos. A veia empreendedora chegou ao mesmo tempo. Ele conta que, juntos de um ami-go, desenvolvia sites para conhecidos. No entanto, foi a partir do intercâmbio e das conversas com o sócio que surgiu a possibilidade real de abrir uma empresa. “Mesmo morando no Canadá, eu tinha muito conta-to com o João. Assim que voltei, a gente começou a amadurecer a ideia de empreender. Em 2011, no tempo livre do trabalho nos reuníamos para esboçar do plano de negócio, como ia funcionar, pensar na estratégia”.

É fundamental que o empreendedor perceba que essa geração mais jovem, pensa diferente. Ela não está só preocupada com o dinheiro. Então, temos que saber moldar o funcionamento da empresa para permitir ao estagiário estar na ponta do procedimento. No fi nal, é um negócio muito melhor para a empresa também. Assim, não tenho só uma ou duas pessoas decidindo, eu te-nho um grupo de gente boa pensando junto e tomando decisões que vão fazer com que a empresa vá para frente.”“

Page 38: Coragem para empreender antes dos 30

38 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

CAPA

• Trabalhar com grandes desafi os• Procurar demanda e não esperá-la chegar• Comunicação constante com a equipe• Lidar com pessoas de per-fi s e idades diferentes

Principais valoresda empresa

Page 39: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 39

A pouca idade não impediu Wilson Demetrius de atender grandes clientes como a Rede Globo, a Te-lefônica Brasil ou a Fecomércio. Pelo contrário. Desde o início da carreira como consultor, ele en-frentou desafios e os superou. Se hoje é dono da empresa que presta

consultoria em gestão de pessoas WDC, Wilson começou como estagiário no projeto liderado por uma professora de psicologia do Centro Educa-cional Universitário de Brasília (UniCEUB). Eles eram contratados pela Comissária Aéreo de Bra-sília (CAB).

O destino de Wilson mudou graças a um convite que sua chefe recebeu para trabalhar na Vale do Rio Doce. Ela se mudou para o Pará e indicou o jovem para terminar sozinho o tra-balho de consultoria. “Se não fosse esse acon-tecimento, eu provavelmente seguiria carreira em uma grande empresa e não teria aberto meu próprio negócio”, revela. Apesar da grande responsabilidade, aos 23 anos, Wilson corres-pondeu às expectativas depositadas nele pelo cliente que, como retribuição, indicou dois co-

nhecidos para trabalharem com Demetrius. A partir daí, o consultor começou a receber

clientes fora de Brasília, em cidades como Formo-sa, Luziânia, Cristalina. O número de atendimen-tos aumentou muito. Wilson explica que “além do trabalho dentro da empresa, existe um expe-diente complementar, onde se analisam os dados coletados para entregar uma solução”. Por isso, ele teve que contratar profissionais para ajudá-lo, mas sempre na condição de profissionais autô-nomos, já que Demetrius não imaginava, nesse momento, abrir uma consultoria.

A empresa começou a tomar forma quando um cliente disse que precisaria de um consul-tor fulltime. “Pensei: não tenho ninguém para colocar ali dentro. Foi quando decidi legalizar o negócio construir um time próprio”. Com a equipe montada, Wilson pôde pensar em uma meta para o empreendimento: “Fazer o que a gente faz hoje só que mais, maior e melhor”. Para ele, o diferencial da WDC está na forma como os clientes são tratados. “Trabalhamos com muita customização. Não repetimos tru-ques, não é possível fazer um treinamento de vendas igual para casos diferentes.”

Wilson Demetrius Contoyannis, 30

Conseguimos ter uma interface, porque nossa gera-ção conversa mais com a próxima do que a anterior à nossa conversou conosco. Uma das coisas muito trabalhada em nossa consultoria é o choque de idade dentro da empresa. Você tem, por exemplo, o chefe do RH, com 65 anos, trabalhando com uma analista júnio de 22 e ela tem mais conhecimento, por ter mais informações das ferramentas de trabalho que temos hoje. A transição entre os dois mundos da qual falo é que conseguimos lidar tanto com pessoas totalmente tecnológicas, quanto com as analógicas.Porque nós vimos um pouco dos dois.”

Page 40: Coragem para empreender antes dos 30

40 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 201440:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

reSUltAdo

Copa e Eleições dificultaram o pagamento do

13 ºAno promissor para todos os setores não correspondeu às expectativas e prejudicou o planejamento das empresas| Carolyna Paiva

Os brasileiros estavam ansiosos por 2014. Ao sediar o maior evento de futebol do mundo, todos os olhos estavam voltados para o nosso país e, consequen-temente, para Brasília. A expec-tativa pelo Mundial, festivais, feriados e Eleição era grande.

Em relação à economia, sem dúvida, os seto-res do comércio e da indústria eram os mais esperançosos, pois seriam afetados positiva-mente pela rotatividade de caixa. No entanto, isso não aconteceu.

Os feriados e, principalmente, a Copa do Mundo fizeram com que muitas empresas investissem internamente em funcionários, produtos exclusivos e divulgação. Entretanto, embora o consumo tenha sido acima do tradi-

cional no primeiro semestre, os números não atingiram o esperado. Para piorar, no segundo semestre, o choque foi ainda maior. Com as eleições, juros altos e inflação, o brasiliense aparentemente optou por não gastar, fato que se intensificou após a crise política no segun-do turno das Eleições 2014.

O resultado não poderia ser outro: dificul-dade para honrar a folha do décimo terceiro salário, obrigatória pela Lei 4.090, de 1962. A gratificação de Natal, como também é co-nhecida, determina o pagamento da primeira parcela entre o dia 1º de fevereiro até o dia 30 de novembro. Enquanto a segunda ocorre até o dia 20 de dezembro, com desconto referente ao INSS e ao Imposto de Renda. Para o final deste ano, o grande desafio é cumprir o essa norma e manter as outras contas em dia.

Page 41: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 41

“Nós gostaríamos que vocês nos ajudassem sobre o que fazer. Que as autoridades e o mercado passassem para a gente uma solu-ção. Paramos de vender, não por falta de produtos, mas porque os clientes sumiram”, assume Xislene de Oliveira, gerente da Ótica Pádo-va Occhiali. Localizada no Conjun-to Nacional, a loja apresentou uma queda de 40% no segundo semes-tre, mesmo o shopping recebendo mais de mil pessoas todos os dias. Segundo a gerente, apesar de ter como prioridade os funcionários e estarem prevenidos em relação ao décimo terceiro, o estabelecimen-to teme o reflexo que a queda re-presentará na loja como um todo.

Para resolver o problema, os em-presários encontraram duas alterna-tivas: socorrer aos bancos ou driblar

gastos e impostos. A primeira saída não tem sido tão simples ou rentá-vel. Crescimento da taxa de risco (análise sobre empresa para averi-guar a viabilidade de empréstimo), juros e restrição de crédito são empecilhos encontrados ao buscar o banco. Em contra patida, fugir das responsabilidades acarreta,no futuro, pagamento com juros ecorreção monetária, além de multtas. Luiz Lesse, presidente do Sistema de Cooperativas de Crédito do Bra-sil, Sicoob Executivo, explica a si-tuação: “A conjuntura atual é mui-to atípica. Com a troca de governo no Distrito Federal e o aumento da taxa SELIC , o destino da econo-mia está incerto e isso faz com que os bancos diminuam a concessão de crédito”, explica. O receio é que haja menos consumo, portanto,

maior probabilidade de as empre-sas não honrarem os pagamentos-e aumentarem a inadimplência.

“Entendemos que os investi-mentos inesperados, a tentativa por expansão e mudanças no fluxo de caixa fazem com que empresas recorram aos bancos para comple-mentar as folhas de pagamento”, revela Lesse. Ciente dessas ne-cessidades, o mercado financeiro, criou algumas linhas de crédito especiais para associados de acor-do com cada instituição. Mesmo assim, a recomendação para os empresários é que sejam redu-zidos os custos, a fim de evitar o pagamento dos juros, bem como traçar metas para o ano que vem de acordo com o resultado econô-mico obtido ao final do segundo semestre de 2014.

A CRISE DE 2014Mas se a empresa já sabe que, anualmente, deve pagar

o décimo terceiro, como a situação chegou a esse ponto? Normalmente, cada instituição utiliza-se de uma conta de provisão. De acordo com o dicionário, provisão significa estocar, acumular e fazer reserva, e essa é a lógica seguida pelo empresário que, todo mês, deve guardar determinada quantia, a fim de que, ao final do ano, haja dinheiro em cai-xa para honrar o décimo terceiro. Por exemplo: se a folha de pagamento anual é de R$50 mil, dividido pelos 12 me-ses, obtém-se um valor aproximado de R$ 4,2 mil. Esse mon-tante é o correspondente àquele que deve ser armazenado todo mês. Ao final do ano, portanto, tem-se o saldo necessário.

Contudo, fazer essa reserva não foi possível em 2014. Juros al-tos, subida do Dólar, Copa do Mundo e indefinição política obriga-ram a maior parte desse dinheiro a ser utilizada para pagar contas ordinárias, ou seja, despesas de outros setores. Mesmo em alerta, nada foi feito, porque esperava-se, ao final de ano, uma aceleração do comércio e aquecimento das vendas, sendo possível “recupe-rar” o dinheiro. O que ninguém imaginava era que, com todos esses problemas, dezembro se apresentasse como mais um mês fraco, apesar do Sindicato do Comércio Varejista do Distri-to Federal esperar um retorno de aproximadamente R$ 6 bilhões para as lojas.

Salatiel Paranhos, contador da empresa de contabilidade AC&L, trabalha diretamente com o setor de comércio e indús-tria e revela que há uma queda de 10% a 15% no número de vendas. “A expectativa para 2014 foi muito grande, mas, de-pois da Copa, houve uma tendência diferenciada no mercado.

MERCADODESAQUECIDO

SALÁRIODIFICULDADE DE PAGAMENTO

TAXA DE RISCO ALTA LEVAÀ POUCA LIBERAÇÃO DECRÉDITO BANCÁRIO

FALTA DE CRÉDITOE JUROS ALTOS

REDUZEMO NÚMERO

DE CLIENTES13ºAconteceram muitos gastos durante o primeiro semestre e o consumo caiu bastante no segundo”. Para ele, o reflexo na economia já é perceptível e há um ciclo: sem o décimo tercei-ro, o comércio não anda, logo, os prejuízos retornam para as empresas. “Com a empolgação do Mundial, todos imaginaram que venderiam mais. No entanto, as despesas foram maiores e as receitas continuaram as mesmas, comprometendo comple-tamente o décimo terceiro”.

SOLUÇÃO

Page 42: Coragem para empreender antes dos 30

42 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

NataldigitalCompras na internet movimentam o mercado do Distrito Federal | Carol Dias

www.

.com.brdigital

.com.brdigital

reSUltAdo

Page 43: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 43

O panorama econômico do Brasil não é nada bom. Em Brasília, a maioria dos comercian-tes prevê redução nas vendas de dezembro em relação ao ano anterior. A queda da ex-pectativa, de acordo com Adelmir Santana, presidente da Fecomércio-DF, é atribuída aos sinais de “enfraquecimento que a eco-nomia brasileira apresenta desde 2013 e mais

intensamente nos últimos meses”. Segundo ele, neste ano, as famílias estão mais preocupadas com o seu orçamento familiar. Por sorte, o desanimo não é geral. Alguns otimis-tas acreditam em uma expansão de 4%, que representa 2% a mais do esperado em todo o Brasil. No entanto, a grande expectativa é em relação às vendas online quecrescem a cada dia.

De acordo com a E-bit, empresa especializada em in-formações do comércio eletrônico, as compras de bens de consumo pela Internet em sites brasileiros devem crescer 22% em todo o Brasil se comparadas ao ano passado. O valor representa uma cifra de R$ 5,2 bilhões e não para por aí. “O crescimento de 20% vai acompanhar o setor nos próximos três anos”, estima o diretor executivo da E-bit, Pedro Guasti. Se depender da servidora da Câma-ra dos Deputados, Luisa Abreu, a expectativa realmente pode se concretizar.

Luiza faz compras pela internet durante o ano todo. No Natal, apesar do receio, a prática permanece. “Normal-mente, eu viajo nessa época. Então, prefiro comprar as lembrancinhas no lugar onde estou”, explica. Mesmo as-sim, ela é uma das pessoas que contribui para a estatística da E-bit. Dois dos oito presentes que dará, este ano, foram adquiridos online. Ela garante que o principal motivo para não escolher esse tipo de comércio é o medo do atraso

na entrega. “Os produtos que compro sempre chegam na data certa, mas nesse caso tenho receio. Se diversificas-sem a forma de distribuição, que não só o correio, fica-ria mais confiante”.

Já a jornalista Raphaela Polito confia 100% no co-mércio virtual. Ela fez todas as suas compras de fim de ano dessa forma. “Para mim, o fator mais importante é a comodidade.” Segundo Guasti, “as compras virtuais tra-zem muitas vantagens aos consumidores. Principalmente em um período em que as ruas estão lotadas e há gran-de dificuldade de aproximação a centros de compras, além da correria de última hora”. Ele ressalta também o acesso a mais informação para a pesquisa de preço e qualidade do produto como um fator que enobrece a venda por internet.

Contudo, o diretor da E-bit concorda com Luiza em re-lação às entregas. “A logística é um fator importante para o sucesso e fracasso de uma operação de e-commerce.” E acrescenta que, atualmente, “podemos dizer que entregar no prazo é o quesito que o consumidor mais valoriza em uma loja, seguido de qualidade de atendimento”. Por isso, ele afirma que o ideal é fazer as compras com antece-dência, a fim de encontrar produtos mais diversificados e garantir a entrega em dia.

Nessa lógica, em 2010, o Brasil aderiu ao Black Friday, dia de desconto nas lojas instituído nos Estados Unidos. O sucesso foi tão grande que lojas físicas de todo o país seguiram a tendência nos anos seguintes. Em 2014, com quase um mês de antecedência ao Natal, o comércio vir-tual reduziu o preço de seus produtos em até 70%. De acordo com a E-bit, o faturamento com a ação, represen-tou crescimento de 51% em comparação ao a 2013 e ficou próximo de R$ 1,2 bilhão.

Page 44: Coragem para empreender antes dos 30

44 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

• O consumidor deve procurar um equilíbrio entre preço, prazo de entrega e reputação da loja em que vai comprar.

• Preferencialmente, compre de lojas que tenham boa referência e reputação. Se necessário, pesquise sobre a empresa na Internet. O consumidor pode estudar a credibili-dade da loja no site www.ebit.com.br e entender a qualidade dos serviços oferecidos aos clientes.

• Usar cartão de crédito e meios de pagamentos seguros como Bcash e PayPal podem ser outra boa dica, pois, em caso de problema e necessidade, colaboram no cancela-mento de uma compra e reembolso de pagamento.

• Finalmente, é bom avaliar se a loja disponibiliza informações básicas com CNPJ, endereço físico, telefo-ne de contato, políticas de privacidade e troca e devolu-ção de produtos.

Montar uma loja virtual é mais complexo do que pa-rece. Fabio Lanza Veloso e Gabriel Silva, sócios da Flow e-commerce, trabalham há sete anos no ramo e afirmam que alavancar um negócio online exige planejamento especial. Segundo eles, o primeiro passo é a escolha da plataforma de venda. “Existem diferentes tipos de plataforma e-commerce. O preço vai de R$50,00 a R$100 mil. Depende de como o cliente quer apresentar o produto”, explica Fabio.

O layout e a estrutura da loja são só uma etapa para ven-der bem pela internet, as outras, estão ligadas à manutenção e ao marketing feito para atrair possíveis compradores. “As pessoas se enganam quando pensam que é muito mais fácil abrir uma loja virtual, pelo baixo custo inicial. Às vezes, o empresário abre um comércio em um ponto físico interes-sante e não precisa se preocupar tanto com propaganda”, considera Gabriel. Em contraponto, “a venda online, apesar de ter um investimento menor na abertura, necessita de um atendimento 100% digital e muito rápido, se não o cliente perde o interesse”, enfatiza.

Mayara Lima planejou mais de um ano até inaugurar a loja virtual As Sinhazinhas, em maio de 21014. Ela conta que decidiu atuar apenas no mundo digital por acompanhar o crescimento desse mercado e por acreditar nos custos bai-xos. “Engano meu”, confessa Mayra. “Marketing digital, hoje em dia, é uma fortuna. Tem seis meses que meu principal investimento com o lucro da loja é com publicidade.”

Gabriel Silva explica que o planejamento de marketing depende do mercado em que o produto está inserido e, mesmo assim, existem várias formas de atuação. “O trabalho com links patrocinados são para vendas diretas e rápidas”, explica e, nesse caso, a venda pode ser mais efetiva. “Por exemplo, se a pessoa entra no google e digita o nome do produto, ela normalmente está interessada. Caso apresente um preço interessante, a compra é quase certa”, garante.

As campanhas em redes sociais são outras ferramentas importantes para os comércios, por não terem um estabe-lecimento físico para exporem seus produtos. Segundo Ga-briel, em alguns casos, essa é a principal fonte de tráfego dessas lojas. “O nível de segmentação que você consegue do mercado no Facebook é muito interessante. Com ele, é possível acompanhar o perfil dos seguidores e concentrar as campanhas em pessoas com potencial de compra”, garante. As mídias de relacionamento também são significativas para a elaboração da marca.

Mayra investe na exposição de produtos nas redes so-ciais, principalmente, no Instagram. Para ela, esse trabalho é fundamental e proporciona reconhecimento. “Eu nunca desembolsei nenhum centavo em campanhas de adesão no Facebook, e mesmo assim, tenho retorno”, revela orgulhosa. Apesar disso, ela reclama da dificuldade em impulsionar pessoas engajadas com as mídias a efetuarem compras. “As redes sociais são ótimas ferramentas de propaganda, mas dificilmente vende-se por ali.”

reSUltAdo

• Finalmente, é bom avaliar se a loja disponibiliza informações básicas com CNPJ, endereço físico, telefo-ne de contato, políticas de privacidade e troca e devolu-ção de produtos.

Apesar disso, ela reclama da dificuldade em impulsionar

LOJA VIRTUAL

Dicas do Pedro Guasti, diretor da E-bit, na hora da compra pela internet

Mayra Lima comemora o sucesso da loja virtual

Foto: Alisson Carvalho

Page 45: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 45TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 45

Elo Consultoria Empresariale Produção de Eventos

SCN Quadra 02 Bloco A 1° andar Brasília – DFInscrições e Informações (61) 3327-1142

www.eloconsultoria.com

Foto: Alisson Carvalho

Page 46: Coragem para empreender antes dos 30

46 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

CoMPortAMeNto

A juventude do quantomais conhecimento,

melhorO desejo por experimentar tem mu-

dado o comportamento dos jovens em relação ao mercado de trabalho. Os mo-tivos variam, mas o efeito se mantém: é cada vez menor o número de pessoas que se limitam a um mesmo empre-go ou a uma única área de formação. O cenário, composto por trabalhadores entre 20 e 35 anos, demonstra que eles já apresentam uma quantidade de em-presas no currículo maior do que seus pais tiveram durante toda a carreira.

| Carolyna Paiva

Page 47: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 47

Fotos: Magnum Alexandre

Page 48: Coragem para empreender antes dos 30

48 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

A obra “Desafios à Trajetória Profissional dos Jovens Brasileiros”, publicada este ano pelo Instituto de Pesquisas Aplica-das (IPEA), traz uma coletânea de artigos para compreensão da nova forma de vida dos jovens brasileiros. Apesar de os resul-tados indicarem que esses profissionais não enfrentam fortes barreiras à entrada

no mercado de trabalho formal, sete em cada dez jovens se desligam dos postos de trabalho ao longo de um ano.

Esse é o caso de Rafael Gontijo. Exemplo da nova geração, formou-se no final de 2013 em Publicidade e Propaganda e, após passar por empresas do ramo, esco-lheu deixar o emprego e fazer mestrado em Administra-ção. “Optei por sair para me dedicar a projetos pessoais e profissionais. Vejo que uma área complementa a ou-tra e, só me aprofundando nelas, terei uma visão glo-bal do serviço e poderei adquirir maior conhecimento sobre o assunto”, afirma.

A mãe de Rafael está há 29 anos no mesmo emprego. Perguntada sobre o porquê de nunca ter buscado outras opções, Ereni justifica que “a segurança, a carga horária e a condição financeira são boas”. Ela compara sua épo-ca com a do filho e afirma que, antes, se pensava muito em estabilidade e formação familiar e que, para isso, era preciso se consolidar no trabalho. “Hoje, os jovens não pensam tanto em ter família ou criar raízes em algum lugar. Enquanto não se tem obrigações, não tem filhos e despesas, deve procurar o que é melhor para você”, opina Ereni.

Assim como Rafael, Karla de Oliveira, de 33 anos, também optou por abandonar o mercado de trabalho. A finalidade da escolha foi a reunião de esforços para cursar uma segunda graduação. Aos 22 anos, Karla for-mou-se em Moda. No entanto, a vontade de se adaptar melhor ao mercado e a ansiedade pelo conhecimento de áreas relacionadas a inspirou a cursar Jornalismo. Atualmente, no penúltimo semestre da graduação, ela oferece consultoria para uma empresa de moda e esta-gia em uma emissora de TV, mas não tem emprego fixo.

A jovem atribui essa diferença de comportamento entre gerações à diversidade de escolhas que existem atualmente. “Antes, as pessoas ficavam em um mesmo emprego, mesmo não estando felizes. Hoje, temos liber-dade para correr atrás do que realmente queremos e mudar até encontrarmos a felicidade”, explica. Mesmo assim, ela conta que teve de abrir mão do convívio fa-miliar e até da vida amorosa para seguir em frente com seu plano de carreira. “Para mim, a busca profissional não é só dinheiro, é estar feliz e ter prazer em trabalhar”, enfatiza.

CoMPortAMeNto

:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Page 49: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 49

Para explicar a situação, Tiago Mattos, sócio de mais de cinco empresas, entre elas a maior escola de ativi-dades criativas do Brasil, utiliza o conceito de Moder-nidade Sólida, de Zygmunt Bauman. Segundo a teoria, antigamente, a sociedade era regida pela ideia de du-rabilidade, ou seja, uma longevidade no trabalho e até mesmo familiar. Com o passar do tempo, essa segurança se desfez, as novas gerações perceberam que somos se-res complexos e acabou o mito da falta de convivência entre as áreas.

“A rotatividade é natural. O artificial é a constância. As árvores crescem, as nuvens se movem, a terra geo-logicamente muda. Tudo se transforma. Com o tempo, se criou a ideia de que o ser humano deveria ter uma única atividade e continuar nela. Agora, estamos res-gatando nossa condição de transformadores”, explica Tiago. Segundo o empreendedor, a sociedade está se transformando de forma exponencial e, se não houver adaptação dentro dos negócios, o mercado estará fadado ao insucesso.

Embora não haja, entre os países, estatísticas com-paráveis sobre a rotatividade da mão de obra, os ele-vados números encontrados entre os jovens brasileiros sugerem que há excesso no rodízio de profissionais em nosso mercado de trabalho, pelo menos para esse gru-po. A novidade deixa as empresas incertas sobre como agir e as motivam a diminuir contratações e se tornarem mais seletivas em relação ao tipo de trabalhador que admitem.

Porém, há outras soluções. É o que comenta Rita Brum, diretora da empresa Rhaiz, de recursos humanos, e mestre em Psicologia de Cultura Organizacional. De acordo com ela, o que a empresa deve fazer é aprovei-tar o melhor de cada geração: “É preciso mesclar, ter equipes com idades diferentes para gerar equilíbrio. Os jovens são valiosos porque estão sempre atualizados e em busca de novidades, enquanto os adultos promovem a manutenção da cultura da empresa”.

Como gestor, Tiago ressalta que “os empresários da antiga geração falam que somos angustiados, nervosos e impacientes. Na verdade, o jogo mudou e eles que-rem manter as formas como eram. É menos questão de rebeldia e mais de adaptação.” Portanto, a empresa deve extrair o que o jovem tem de melhor, levando em consideração que pode tê-lo por menos tempo. “Não há prejuízo se a empresa tiver boa gestão interna e de re-cursos humanos”, ressalta Rita. Dessa forma, é possível conciliar a vontade do jovem de crescer e inovar com a realidade das empresas de prestar serviços e se destaca-rem no mercado.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 49

Page 50: Coragem para empreender antes dos 30

50 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

ArtiGo

Motivação para profissionais de comunica-ção: o que muda com a Geração Y?

Um dos grandes desafios das empre-sas de diferentes segmentos é retenção dos talentos. No mercado de comunica-ção, não é diferente, agências, assessorias e departamentos de marketing sofrem bastante com essa tarefa. Aliado a isso, a

consolidação da Geração Y, enquanto parcela relevante da força de trabalho atual, torna esse desafio ainda mais com-plicado, pela diferença de perspectiva que essas pessoas têm em relação ao modus operandis tradicional da maioria das empresas. Como resolver essa equação?

A quebra de paradigma fundamental trazida por essa nova geração é seu jeito peculiar de enxergar o trabalho. Termos como carreira, estabilidade financeira, dedicação irrestrita e visão de longo prazo são cada vez mais substi-tuídos por alinhamento com propósito, realização pessoal, autonomia e equilíbrio. Além dessa mudança de valores, o mercado de comunicação tem naturalmente uma cultura de alta rotatividade, empregos que perdem a atratividade ra-pidamente e escassez de talentos, que faz com que os bons profissionais sejam recrutados a peso de ouro.

A chave para lograr êxito nessa complicada missão é entender que as necessidades das pessoas mudaram e isso demanda mudanças significativas nas organizações. A tra-dicional proposta de valor “dedique 12 horas por dia para o trabalho que em troca te damos muito dinheiro e estabilida-de a longo prazo” tem um prazo de validade menor a cada dias. Na minha opinião, os novos profissionais valorizam outras coisas e a tendência é que esse quadro se acentue. Nas próximas linhas, vou destacar algumas práticas imple-mentadas pela nossa empresa por entendermos que elas entregam um alto valor percebido para o jovem profissional.

Autonomia e Gestão Horizontal – A Geração Y adora trabalhar em ambientes onde realmente sente a importân-cia de sua opinião e que ela pode mudar os rumos estra-tégicos da empresa. Gerir dessa forma implica, em certa medida, abrir mão do poder e entender que a inteligência coletiva é superior àquelas individuais.

Feedback – Outro traço fundamental dessa geração está na necessidade de receber feedbacks frequentes e imedia-

Motivação para profissionais de comunicação: o que muda com a Geração Y?

• João Pedro Costa

tos sobre os diversos aspectos do trabalho. Sugiro trabalhar com ciclos de feedback individuais gestor - funcionário (pelo menos 2 por ano), com plano de desenvolvimento das lacunas e acompanhamento periódico entre os ciclos.

Foco no Aprendizado – Esse é outro ponto super im-portante. Os novos profissionais têm uma sede enorme de aprender. Portanto, trabalhar em um lugar onde eles se sin-tam em constante aprendizado e com desafios que se reno-vem faz toda a diferença. A cultura da punição do erro deve ser substituída pela valorização dos acertos. Errar é bom, pois gera aprendizado e melhora continuamente o modo como as coisas são feitas.

Informalidade e Flexibilidade – Um ambiente de tra-balho sem aquele excesso de formalismo característico de várias grandes empresas encanta bastante profissionais da Geração Y. Que tal pensar em substituir o terno e gravata pelos muito mais confortáveis jeans e camiseta? Será que osfuncionários que não visitam clientes não podem usar ber-muda? Tem problema um funcionário que gosta de fazer aca-demia de manhã ou de dormir até mais tarde chegar às 11h para trabalhar, se a produtividade for a mesma dos que che-gam às 9h? As respostas das empresas para essas perguntas faz bastante diferença na retenção desses profissionais. Por fim, boa sorte com as mudanças e com a Geração Y.

50 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 31 dezembro 2014

Duas últimas dicas: 1. Pergunte ao seu funcionário o que ele realmente gosta/quer. Muitas vezes, a resposta para seus problemas está mais acessível do que você imagina. 2. Seja rápido! Essa geração é conhecida por ser ágil, não aceitam ficar muito tempo em uma situação da qual não gostem. Quando as mudanças não acom-panham as expectativas, o jovem busca alternativas rapidamente.

• João Pedro Costa - empresário do setor de comunicação, sócio da Agência Look’n Feel

Page 51: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 51

Page 52: Coragem para empreender antes dos 30

52 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

A melhor qualidade dos serviços presta-dos e a aplicação adequada dos recur-sos são aprimoramentos buscados na administração pública. Em 2012, por exemplo, o governo gastou em torno de R$ 72,6 bilhões, 13% a mais do que em 2010. Para controlar gastos públi-cos e licitações e atuar em setores de

contratos, são necessárias equipes preparadas téc-nica, jurídica e economicamente. Para isso, duran-te três dias, a Elo Consultoria promoveu um curso onde empresários foram ensinados a otimizar recur-sos, reduzir prazos licitatórios e aprimorar processos.

O seminário “Equipes de Excelência em Lici-tações e Contratos” foi desenvolvido para atender profissionais que atuam na área de gestão. “O curso objetiva aprimorar conhecimentos e procedimentos que otimizem os prazos e a qualidade das contra-tações dentro da organização, evitando equívo-cos, retrabalho e perdas de verbas orçamentárias”, explicou a diretora geral da Elo Consultoria, Carmem Camilo.

Equipes de excelência afetam positivamente a gestão e reduzem os gastos das organizações

O trabalho em conjunto entre lideranças e servidores e a percepção das particularidadesdos indivíduos são aspectos essenciais ao bom desempenho do grupo | Gustavo Lúcio

CAPACitAÇÃo Fotos: Renata Montenegro

Page 53: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 53

De acordo com os palestrantes do evento, os servidores da organização devem traba-lhar em conjunto, sem nunca se esquecer que cada indivíduo possui características que influenciam o bom desempenho do grupo. A ausência ou ineficiência de algum membro também pode influenciar a equipe de forma negativa e provocar prejuízos irrepa- ráveis à gestão. “As pessoas devem compreen- der que fazem parte de um sistema. Com as ideias do grupo, conseguimos solucio- nar problemas antigos e diminuir círculos los viciosos da aprendizagem”, destacou o mes- tre em Direito Público Jorge Ulisses Jacoby.

Para os cursos oferecidos pela Elo, são convidados renomados palestrantes da área do Direito Administrativo. Um deles foi Cláudio Sarian Altounian, que ressaltou a importância da capacitação dos recursos hu-manos da empresa: “O processo de licitação e contrato envolve vários servidores. O trei-namento individual de cada um é tão im-portante quanto o treinamento em conjunto. Somente assim, chegamos à excelência com bons produtos ao término do processo”.

O funcionário público Fernando Nasci-mento dos Santos participou do evento. Há mais de quatro anos, ele faz parte da alta administração do Governo Federal. Segun-do ele, após a participação no seminário, seu trabalho será focado na reestruturação

da unidade de contratos e licitações e re-definição do fluxo dos processos licitató-rios – tudo para melhorar o desempenho do setor onde atua. “Agora, a ideia é planejar ações preventivas visando a capacitação das pessoas que participam do fluxo das contratações”, informou.

Para Fernando Santos, a redução de ris-cos será outra prioridade sua. Serão adota-das medidas como integração dos membros da equipe, aperfeiçoamento dos processos organizacionais, aprendizado com erros e metodologias de motivação. “Vamos pensar as licitações com uma visão estratégica, pa-dronizar procedimentos e ampliar os meca-nismos de controle a partir de instrumen-tos que possam ser utilizados em qualquer fase do processo. Essas medidas reduzirão o retrabalho nos processos licitatórios”, explicou Fernando.

A Elo Consultoria atua há quase vinte anos em treinamentos de servidores públi-cos e já preparou a programação de cursos para o ano de 2015. Os próximos seminários podem ser consultados no site da instituição (www.eloconsultoria.com). Todos os cursos passam por constante atualização para acréscimo dos mais recentes desenvolvi-mentos teóricos e de mudanças promovidas pela promulgação de novas leis e instruções normativas brasileiras.

Fotos: Renata Montenegro

Page 54: Coragem para empreender antes dos 30

54 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

CAPACitAÇÃo

A evasão escolar ainda é um dos problemas que refletem no de-senvolvimento do país. De 100 alunos ma-triculados no Ensino Fundamental, apenas 15 concluem o Ensino

Médio e desses, somente 20% termi-nam a faculdade. No Distrito Federal, a situação se repete. Para atender à

demanda de estudantes que não con-cluem a formação no tempo regular e de graduados que almejam a forma-ção continuada, foi criado, em 1968, o Centro de Ensino Tecnológico de Brasília, o Ceteb.

Na época, a cidade carecia de ins-tituições de ensino que atendessem à demanda provocada pelo crescimento da população da nova capital brasilei-ra. Era preciso oferecer qualificação

Jovens e adultos encontramno ensino à distância uma alternativa para voltarem aos estudos

Em Brasília, o Ceteb oferece formação em aulas presenciais e pela internet. Profissionais graduados têm mais de 500 opções de áreas nas quais podem se atualizar | Oda Paula Fernandes

Page 55: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 55

tecnológica aos recém-chegados. “O Ceteb começou como uma escola de formação profissional. Precisávamos formar profissionais qualificados para trabalhar na Bra-sília emergente. Criamos oficinas de mecânica automobilística, ele-tricidade, mecânica geral”, lembra a pedagoga Rosa Pessina, respon-sável pela idealização do formato da escola e, hoje, administradora do centro.

Inaugurado pelo então presiden-te do país, o general Costa e Silva, a instituição inovou na forma de ensinar, oferecendo a formação à distância por meio de materiais en-viados pelos Correios. Preocupado com os avanços escolares e atento às tendências tecnológicas, o Ceteb investiu, posteriormente, em ferra-mentas online para viabilizar o es-tudo dos alunos pela internet.

Essa modalidade de ensino inserida no Distrito Federal pelo Ceteb é, hoje, uma tendência mun-dial. Instituições renomadas como Harvard, nos Estados Unidos, e Cambridge, no Reino Unido, se va-lem de ferramentas como a inter-net para disseminar o conhecimen-to e propiciar aos alunos o acesso ao aprendizado sem barreiras de tempo e espaço.

Como pioneiro no ensino à distância no DF, o Ceteb levou o método para fora do Brasil. Rosa Pessina ressalta que a persistência dos profissionais do centro possi-bilitou o reconhecimento in-ternacional da metodologia. “Sofremos críticas de todas as ordens porque se acredi-tava que a educação à dis-tância era uma facilitação. Não é nada disso. Levamos nossa forma de ensinar para o Japão, Venezuela e outros países exatamente porque ele funciona”, enfatiza.

Assim como em Harvard, os alunos do Ceteb podem realizar videoconferências com os professores para de-

bater sobre as aulas. A orientação dos educadores e o acesso ao ma-terial de estudos é feito com login e senha pessoal do aluno, previa-mente matriculado e cadastrado na instituição. “O Ceteb sempre procurou se antecipar e se ajustar às novas solicitações do mercado. Hoje, é possível estudar no centro mesmo que o aluno more no Acre, por exemplo”, comemora Pessina.

Maria Regina de Sousa, de 27 anos, é aluna do Ceteb. Segundo ela, o método de estudar por meio da internet possibilitou a abertura de portas no mercado. “Eu traba-lhava como faxineira. Depois de oito anos em Brasília (veio de For-taleza - CE), resolvi estudar. Ainda não terminei meus estudos, mas já trabalho na recepção de um restaurante. Melhorei meu salário e minha vida estudando em casa, depois do trabalho”, comenta a re-cepcionista que planeja cursar a faculdade de Odontologia.

Passados mais de 40 anos des-de a criação, o Ceteb oferece, hoje, cursos de formação básica (ensinos Médio e Fundamental) e educação continuada em diversas áreas. Além de pioneiro em ensino tecnológico não presencial, o Ceteb também é destaque brasileiro em inovação de produtos voltados para educa-ção escolar, recomendados para crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos. A educação à distância também foi adaptada às necessida-

des desses jovens.Profissionais graduados que de-

sejam dar continuidade à formação e ampliar o conhecimento também podem ter acesso aos mais de 500 cursos online e presenciais ofere-cidos pelo Ceteb. Direito, Adminis-tração Pública, Língua Estrangeira, Imobiliária, Petróleo e Gás são al-gumas das opções de ensino com-plementar com certificação apro-vada pelo Ministério da Educação.

A jornalista Nídia Rios, de 30 anos, fez o curso de Revisão de Texto em Língua Portuguesa sem alterar muito a rotina. “Buscava um curso nessa área quando, em uma pesquisa descompromissada pela internet, descobri o curso com uma excelente professora, mestre na área. Além da necessidade de aprimoramento, o preço acessível e a rapidez do curso me motivaram”, revela a jornalista.

A diretora pedagógica do Ceteb, Maria de Fátima Gonzaga, explica que a legislação brasileira é o prin-cipal entrave para o crescimento da educação à distância. Segundo ela, a Lei Federal 5.622/05 dificul-ta o acesso à formação escolar pela internet, porque impõe um formato de educação à distância que foge da concepção. “A EAD deve chegar a qualquer lugar e possibilitar que os alunos concluam a formação de forma flexível. A legislação exclui a concepção de flexibilidade”, la-menta a diretora.

Ainda para Maria de Fátima, o estudante deve ser responsável pela gestão do seu tempo e conhecimento e só por meio da educação a distância isso é possível, uma vez que a informa-ção está em toda parte. Uma opinião sobre a EAD, no entanto, é unâ-nime entre os especia-listas: para fazer cursos à distância, a disciplina do aluno é indispensável.

“A educação à distância possibilita que o aluno gerencie seus estudos

e seja protagonista na construção do próprio conhecimento”.

Diretora pedagógica do Ceteb, Maria de Fátima Gonzaga

Page 56: Coragem para empreender antes dos 30

56 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

eMPreeNdedoriSMo

Imagine 140 países, durante uma semana, unidos pelo mesmo objetivo. Pense no envolvimento do Brasil, ao desenvolver mais de quatro mil atividades com 600 parceiros e aproximadamente dois milhões de parti-cipantes. Esses são os dados de 2013 sobre a realiza-ção de um dos maiores eventos mundiais: a Semana Global de Empreendedorismo (SGE) . Neste ano, a sétima edição marcou o Distrito Federal, responsável

por realizar mais de 100 iniciativas no último mês.Coordenada pela empresa 4Legal, a SGE Brasília preci-

sou de organização e planejamento para sair do papel. Os mais de três meses de preparo resultaram em palestras, de-bates, workshops, premiações, seminários e outras práticas voltadas para capacitar, inspirar e conectar empreendedo-

Por um mundo empreendedorSemana Global do Empreendedorismo promove ações para capacitar, inspirar e conectar todo o planeta | Carolyna Paiva

Page 57: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 57

res. O público alvo foi formado por empresários, estudantes e qualquer outra pessoa engajada com o tema.

Para a cidade, fez-se um estudo de ambiente e defini-ram-se programações específicas. Segundo Juliana Guima-rães, 30, sócia e diretora de marketing e venda da 4Legal, o trabalho aconteceu com instituições chaves do desenvolvi-mento, como Proativa Comunicação, CDT UnB, Concentro, Mulheres de Negócios e UniCEUB. “Em Brasília, o foco é outro. Apresentamos oportunidade de empreender den-tro de empresas ou do serviço público, mostramos o que acontece no mercado e traçamos alternativas para tornar o Brasil menos burocrático.”

Juntamente com a empresa, o Sebrae apoiou a iniciati-va e promoveu ações direcionadas para o Distrito Federal. De acordo com Ary Ferreira, 51, gerente de capacitação empresarial do Sebrae – DF, o objetivo é consolidar Bra-sília como a capital do empreendedorismo, dos negócios e das oportunidades. “Trabalhamos conceitos sobre ges-tão de risco, proatividade e sintonia com o mercado para obtermos dois cenários: ou você monta seu próprio negócio ou trabalha essas características para ser um óti-mo gestor”, declara.

No entanto, os brasilienses ainda percebem as ca-rências da cidade e destacam a importâncias de eventos como esse para o desenvolvimento do Distrito Federal. “A relevância da SGE é grande, porque, em Brasília, o empre-

endedorismo é visto como um hobby. A Semana mostra que o DF tem potencial e encoraja as pessoas a saírem da caixa”, comenta Letícia Medeiros. Ela se formou em agosto deste ano em Ciências Políticas e, inquieta com a falta de engajamento na área, desenvolveu, com pessoas de outros estados, uma plataforma de educação política, o Politize.

Entre os objetivos principais de 2014, estão fortalecer a SGE, expandir o Movimento, conectar organizações e pes-soas que acreditam na causa e contribuir para um Brasil mais empreendedor. Porém, destaca-se a necessidade de terminar o mês de novembro com um calendário fixo de atividades que fomentem práticas empreendedoras durante o resto do ano e, sequentemente, em 2015. Para dar certo, algumas organizações, como a Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), já deram o primeiro passo.

Envolvida com a SGE, a ACDF pretende criar projetos fixos de interesses sociais com foco em exemplos de vida, trazendo aprendizados e experiências. “O impacto ainda é pequeno, porque o DF tem uma cultura engessada. Mas buscamos mostrar que capital pode ser empreendedora. Com nosso trabalho, as pessoas, por mais que não montem seu primeiro negócio, saem com noção de investimento e entendem que o movimento pode mudar vidas”, relata Gustavo Liam Barreto, Gestor Comercial da ACDF.

“Fazemos tudo isso para que os obstáculos não sejam maiores que os nossos sonhos”, enfatiza Juliana Guimarães.

Foto da redação

Page 58: Coragem para empreender antes dos 30

58 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

E o resultado já vem em curto prazo. Luciana Negreiros, 22, estudante de Ad-ministração na Universidade de Brasília, participou da SGE e para ela, “entrar em contato com empresários que deram seu máximo é uma grande lição. O aprendi-zado, sem dúvida, servirá de inspiração para minhas escolhas daqui para frente.” Dessa forma, tem-se, cada vez mais perto, um Brasil mais empreendedor.

O exemplo na práticaVinícius Miranda veio a Brasília com

intuito de promover um workshop, em nome da Eureka, para uma das progra-mações da Semana Global do Empre-endedorismo. Quem assiste à condução do jovem com os participantes, de forma eloquente e sinérgica, não imagina que,

com apenas 18 anos, ele já é um grande modelo de empreendedorismo. Ao seguir a conduta da instituição, ele

cria oportunidades significativas para o desenvolvimento pessoal e profissional do indivíduo. No entanto, uma história antecede esse pensamento.

O grande marco da vida de Vinícius veio com a toma-

da de decisão de mudar-se para São Paulo, deixando de lado a vida em Maringá (PR): família, amigos, o cargo de

diretor geral de uma organização ligada aos sindicados dos engenheiros, o posto de diretor de gestão de pessoas do Enac-tus e a participação na Aiesec. Após um processo seletivo de férias na Danone, conduzido pela Eureka, foi convidado a ingressar no grupo. Desde então, tornou-se cultivador de relacionamentos, posi-ção de quem promove experiências com participantes.

Segundo o jovem, que, no último mês, gerenciou o desafio presencial de traine-es da Johnson & Johnson, “o mais difícil foi entender o que era meu foco a médio e longo prazo e deixar as raízes para trás”. Mesmo assim, não foi fácil. Ele alega que ser empreendedor é muito menos gla-mouroso do que as pessoas acham. “Há responsabilidade e jornada de trabalho. Você não vai ganhar 30 mil nos três pri-meiros anos e é nisso que a maioria de pessoas quebra a cara”, completa.

O maior alerta de Vinícius é sobre o cuidado ao empreender. “Deve-se expe-rimentar, mas não se deixar levar pela onda do empreendedorismo”, revela ao exemplificar que existem muitas pessoas seguindo esse caminho sem terem cer-teza do verdadeiro desejo. “É preciso en-contrar sentido e se conhecer para saber o que é melhor para si, gostar do movi-mento não é o suficiente”, ressalta.

eMPreeNdedoriSMo Foto divulgação

Page 59: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 59

Page 60: Coragem para empreender antes dos 30

60 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

ArtiGo

Philip Kotler está para o marketing mundial como o Papa Francisco para a comunidade católica. Aliás, ambos transcendem seus próprios eixos. Tanto o Pontífice de Roma quanto Kotler são tão impactantes em suas áreas de especialização que influenciam o pensamento, o conhecimento, as atitudes e as decisões em múltiplas áreas, em todo o planeta.

Recentemente, Kotler fez uma turnê pelo Brasil. Minis-trou seminários nas principais capitais do país. Em Brasília, deu uma aula compilando suas teorias em “The Best of Phi-lip – Como Criar, Conquistar e Dominar Mercados”. Suas abordagens não são só para “religiosos” ou “iniciados”. São mensagens que se espraiam por todos os setores de uma empresa ou entidade, úteis a todos os níveis hierárquicos. E que devem ser consideradas, especialmente pelos gestores.

Em tempo de virada de ano, véspera de um 2015 de pers-pectivas econômicas desalentadoras e que indicam recessão, os ensinamentos do professor norte-americano são ainda mais preciosos. Num momento de crise, o conhecimento e a informação fazem mais diferença ainda na busca de alterna-tivas para driblar dificuldades, sobreviver, manter e conquis-tar novos negócios. Ações bem planejadas serão vitais para este momento em que avistamos uma ladeira descenden-te nos meses vindouros. O coração, a alma e o cérebro das empresas, entidades e profissionais devem estar focados em seus clientes. Sem eles não há negócios. Sem negócios não há faturamento, lucro, dinheiro, existência.

De acordo com o mestre Kotler, não estamos em uma economia de escassez de bens, mas de clientes. A pergunta central é: como podemos competir para conquistar e reter clientes? Uma das respostas elencadas no conteúdo ministra-do em Brasília vem do Maine, nos Estados Unidos, de uma filial da L.L.Bean, varejista de artigos esportivos: “O cliente é o visitante mais importantes em nossas instalações. Ele não depende de nós – nós dependemos dele. Ele não é um estra-nho ao nosso negócio – é parte integrante dele. Não estamos lhe fazendo um favor ao servi-lo... É ele que está nos fazendo um favor ao nos dar a oportunidade de atendê-lo”.

Kotler tem propriedade no que diz. Professor na Kello-gg Schoool of Management na Universidade Northwestern, ele é PhD em economia pelo lendário MIT (Massachussets Institute of Technology), pós-doutor em Matemática em Harvard e em ciências comportamentais pela Universidade de Chicago. Segundo o Financial Times, é o quarto guru de

negócios do mundo, atrás de Jack Welch, Bill Gates e Peter Drucker. Em 2008, o Wall Street Journal o listou com a sexta pessoa mais influente no mundo dos negócios. Reverenciado pensador, ele segue produzindo livros, teorias, orientações e teses. É considerado “o maior dos especialistas na prática edo marketing” pelo Management Centre Europe.

As dicas de Kotler podem acender luzes em vários tú-neis. O conteúdo que ministrou na aula proferida em Brasília foi dividido em quatro tópicos: Como repensar o marketing em uma era de grandes mudanças; O marketing no setor público; Vencendo pela inovação; e Redesenhando sua estra-tégia de crescimento: como crescer mais e melhor.

A íntegra da abordagem pode ser aproveitada, gota a gota, mesmo num cenário econômico peculiar como o da Capital Federal. Em Brasília, o maior segmento de negócios é a pres-tação de serviços. Na iniciativa privada há o predomínio de micro, pequenas e médias empresas. O principal propulsor da economia é o setor público. Uma vasta gama de entidades de representação e organizações do terceiro setor também geram riquezas, focadas em públicos segmentados. Para to-das as reflexões propostas por Kotler são úteis. Onde está sua empresa hoje? Onde você quer que ela esteja? Por quê? Que medidas você tomaria?

Após um ano de alerta, em que Copa do Mundo e Elei-ções gerais despontam como justificativa para a desacelera-ção econômica, temos que pensar, planejar e, principalmente, agir para superar em 2015 prognósticos nada estimulantes. Cada um de nós pode ser a exceção a alavancar as estatís-ticas. Depois do banho Kotler, da satisfação em beber dessa fonte tão cristalina de conhecimento, já tomei uma primeira medida para 2015: reescrever a história da minha empresa.

De Natal, nossas instalações irão ganhar um quadro, logo na entrada, de boas vindas, com a seguinte mensagem: “Esta é uma empresa de serviços. Existimos para lhe servir, lhe ser útil. Nosso objetivo é lhe acolher, entender suas neces-sidades, oferecer soluções e fazer a diferença. Para você, sua empresa ou organização, nossa cidade, nossa sociedade. Sua satisfação é a nossa realização. Obrigada pela presença e pela confiança. Conte conosco. Sempre!”. Bons negócios e muito sucesso em 2015.

• Kátia Cubel

Sucesso e bonsnegócios em 2015

Kátia Cubel é Jornalista e Consultora de Comunica-ção. Diretora da Engenho Comunicação.

Presidente do Prêmio Engenho de Comunicação – O Dia em que o Jornalista Vira Notícia

Page 61: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 61

Programa Tendências e NegóciosDomingo, às 13h30 TV Brasília e NET

www.tendenciasenegocios.com.br

Liana Alagemovits

Alex Dias

Page 62: Coragem para empreender antes dos 30

62 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

As experiências vividas em comunida-des israelenses, o trabalho ilegalmente no Egito e as corridas de aventura pelo mundo credenciaram o brasiliense Mon-clair Cammarota a desenvolver treina-mentos para equipes de alta performan-ce. Atualmente, o engenheiro florestal especialista em Coaching dirige a Ekoá

Jogos Empresariais, empresa dedicada a preparar gestores e colaboradores e melhorar a liderança, espírito de grupo, engajamento e inovação dentro das organizações.

Há aproximadamente seis anos, o empresário trouxe para Brasília um novo método de treinamentos corporativos. A técnica utiliza a mecânica dos games no desenvolvimen-to de pessoas e equipes. Por meio dos jogos, profissionais são estimulados a colocar seus conhecimentos em prática e se preparar para agir em situações complexas. “Treinar pessoas é um trabalho que faço com muito gosto”, confessa o empreendedor que, há pelo menos 20 anos, descobriu a habilidade e a paixão por ensinar.

Se, hoje, a Ekoá é a única, no Distrito Federal, a oferecer treinamentos no formato de games para médias e grandes empresas, foi preciso um diretor com coragem para experi-mentar novidades. Aos vinte anos de idade, quando cursava engenharia na Universidade de Brasília, o estudante esco-lheu se aventurar em um intercâmbio pouco convencio-nal: voluntariou-se para trabalhar nos Kibutz, comunidades

tipicamente israelenses caracterizadas pela propriedade coletiva, compartilhamento da produção e igualdade so-cial. Para se manter em Israel, lavou pratos, foi ajudante de pedreiro, jardineiro.

Trabalhou também em um barco que levava turistas para mergulhar. A experiência foi decisiva para que tomasse uma decisão: se tornaria mergulhador profissional. Mudou-se para o Egito, para uma vila à beira do Mar Vermelho, onde fez as primeiras aulas de mergulho. A falta de dinhei-ro, no entanto, obrigou-o a retornar para Israel. Uma passa-gem em promoção motivou a mudança para a Inglaterra, em que, junto da namorada que o acompanhava desde o início da viagem, bateu recorde na colheita de maçãs em uma plantação no sul do país. “Tínhamos um objetivo: juntar di-nheiro para virarmos mergulhadores”, enfatiza Cammarota.

Nesse momento, uma mudança de roteiro: em vez de retornar ao Egito, ele e a namorada resolveram conhecer a Tailândia. No país asiático, a tão desejada formação em mergulho foi, finalmente, concluída. “A ideia de virar mer-gulhador foi o começo da minha história empreendedora. Percorrer todo o caminho me fez perceber que eu era capaz e o que eu precisava era ter coragem”, conclui.

O empreendedor retornou ao Brasil cerca de um ano de-pois de iniciar a viagem. Nesse período, começou uma nova fase em sua vida: a das corridas de aventura. As expedições – pouco populares em nosso país – envolvem várias moda-lidades geralmente praticadas ao ar livre e em ambientes

A mente dos jogos empresariaisComo Monclair Cammarota criou, a partir das próprias vivências, uma metodologia capaz de motivar e capacitar profissionais de grandes organizações | Taise Borges

GeNte QUe FAZ

Page 63: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 63

Foto: divulgação

Page 64: Coragem para empreender antes dos 30

64 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

repletos de adversidades, como montanhas, desertos e flo-restas. Cammarota se juntou a alguns colegas de faculdade e, graças às estratégias de divulgação utilizadas, o grupo despertou o interesse de patrocinadores em potencial. “A ló-gica da nossa equipe era a de uma empresa. Tínhamos que captar recursos e entregar valor aos patrocinadores”, lembra. O empreendimento deu tão certo que a equipe de cole-gas universitários chegou a figurar entre as cinco melhores do mundo no esporte. Os conceitos aprendidos durante os anos nas corridas de aventura foram fundamentais para o

trabalho que, hoje, desenvolve com os jogos empresarias. “A competição mexe com o brio e as capacidades que as pessoas atribuem a si mesmas. Essa lógica de aplicar o sub-jetivo à realidade é a que usamos na Ekoá”, explica. Uma corrida de aventura, aliás, foi a primeira atividade lúdica empresarial desenvolvido pela equipe de Cammarota.

O empreendedor reuniu o gosto por ensinar, a ha-bilidade em comunicação e os conhecimentos em Coaching e liderou seu primeiro treinamento para um grupo de 300 pessoas.

Em Brasília, Monclair Cammarota dirigiu filiais de uma rede de cursos profissionalizantes antes de se dedicar to-talmente à Ekoá Jogos Empresariais. Em busca de moti-vação, integração, maior produtividade e alinhamento dos membros, outras organizações começaram a procurar os treinamentos oferecidos pela empresa que, estimulada por demanda, diversificou as práticas. “Utilizávamos o esporte como referência na corrida de aventura. Ao desenvolver ou-tros treinamentos, utilizamos o teatro, a gastronomia, a mú-sica como referências e pensamos jogos focados em compe-tências específicas, como eficiência de processos, gestão de mudança, sinergia da equipe, entre outros”, explica o diretor.

Jogos empresariais – nos quais a equipe se especializou – são games de simulação que estimulam os profissionais a trabalhar suas competências e criam uma lógica de aprendi-zado entre as equipes. São propostos desafios análogos aos encontrados no cotidiano de trabalho, mas em contextos diferentes daqueles aos quais os profissionais estão acos-tumados. Em seus treinamentos, a Ekoá utiliza a gamifica-ção. A metodologia, conhecida também como gamification, significa empregar a mecânica dos jogos para solução de problemas empresariais práticos e estimular o aprendizado ou mudança de comportamento através de um game. O pro-cesso de vendas de uma empresa, por exemplo, pode ser gamificado em busca de melhor eficiência.

Uma das práticas desenvolvidas pela instituição e que carrega a metodologia da gamificação foi recentemente uti-lizado em um processo seletivo e de capacitação com 250 horas. Todo o processo funcionou como um game: foram utilizados avatares e um tabuleiro de 10 m2 e distribuídos pontos para que os participantes avançassem nas fases do jogo. “O dinamismo do processo lúdico gerou enga-

jamento e foi mais eficiente que a metodologia comum, com palestras e provas”, afirma Cammarota. O método também possibilitou a avaliação mais apurada dos participantes, com indicadores sobre colaborativismo, comunicação, trabalho individual e em equipe, pontualidade, entre outros.

A criação de interfaces entre o lúdico e o real gera mais envolvimento dos profissionais de uma organização. Foi o que a Ekoá comprovou. A realidade interna das empresas – a pressão sobre a produtividade, a pontualidade, a qualidade das entregas – atrai menos a atenção do que a lógica do videogame, por exemplo, em que os desafios são interes-santes, os contextos épicos instigam os jogadores. “Utiliza-mos a mecânica dos games para estimular os profissionais a produzirem dentro das empresas onde trabalham”, explica Cammarota.

Como empresa que lidera um ramo de negócio novo no país, a Ekoá Jogos Empresariais continua inovando. “Em breve, muita gente boa estará oferecendo o serviço que ofe-recemos hoje”, prevê o diretor. Nos próximos anos, a empre-sa deve adaptar, para o virtual, treinamentos que desenvol-veu em plataformas concretas. A gamificação de processos também deve ser aprimorada. “Desenvolvemos um jogo para a área comercial em que os profissionais pontuam à medida que alcançam as metas. Por meio do game, é possível visu-alizar as falhas de gestão do processo, porque os problemas ficam evidentes”, exemplifica Cammarota, o responsável pela inovação da empresa que se destacou ao oferecer jogos para educação de líderes e colabo- radores de grandes organizações.

GeNte QUe FAZ

:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

carrega a metodologia da gamificação foi recentemente uti-lizado em um processo seletivo e de capacitação com 250 horas. Todo o processo funcionou como um game: foram utilizados avatares e um tabuleiro de 10 m2 e distribuídos pontos para que os participantes avançassem nas fases do jogo. “O dinamismo do processo lúdico gerou enga-

pela inovação da empresa que se destacou ao oferecer jogos para educação de líderes e colabo- radores de grandes organizações.

Gamificação

Page 65: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 65TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 65

Page 66: Coragem para empreender antes dos 30

66 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

teCNoloGiA

Promover o avanço da sociedade e difundir o conceito da robótica em todo o Distrito Federal. Essa é a missão da Divisão de Robótica Inteligente (Droid), um grupo forma-do por 22 estudantes da Universidade de Brasília. Entre os projetos realizados, um robô autônomo com função de recolher latinhas em terreno arenoso, outro, conheci-do como minidespoluidor de lagos, em sequência, uma máquina de coleta seletiva inteligente e, por fim, um me-

canismo de transporte aquático.A Droid é uma equipe de competição, criada em 2009, para colo-

car em prática o conhecimento adquirido em sala de aula, de modo a inspirar o desenvolvimento sustentável de novas tecnologias. De-pois de cinco anos, o grupo já acumula vários títulos, dentre eles, o de bicampeão do Campeonato Latino-Americano de Robótica e o de tricampeão do Torneio Nacional de Robótica, além de represen-tar Brasília, por quatro anos consecutivos, na Semana Nacional de Ciência Tecnologia.

Hoje o time é reconhecido pela participação em competições, mas o trabalho vai adiante. No último mês, os membros foram ao

Robôs programados por estudantes da Universidade de Brasília são referência na América Latina | Carolyna Paiva

açoPequenosde

Fotos: Carolyna Paiva

Page 67: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 67

OS ROBÔS

A preparação começa pelo menos seis meses antes. Construídas do zero, as máqui-nas são elaboradas com diferentes materiais e suportes, de acordo as temáticas exigidas

nos editais de competições. “Nor-malmente o foco é pensar em inovações para melhorar proces-

sos ainda em desenvolvimento, como no último desafio, em que deveríamos aprimorar a logísti-

RETORNO PARA O MERCADO

Giordano Gois, 25, forma, neste semestre, em Engenharia Mecatrônica pela Universidade de Brasília e é membro desde a fundação da empresa. Em 2012, ingressou como estagiário na Explora Tecnologia, empresa com foco em maximizar per-formances e simplificar a manutenção de redes de telecomu-nicações. A experiência prática de trabalhar com robôs foi um diferencial para a contratação, confessa o futuro engenheiro. “Trabalhar com prazos, metas e planejamento para desafios inteligentes, além de desenvolver o trabalho em equipe, são diferenciais adquiridos em decorrência da vivência na Droid”.

Atualmente, a equipe busca divulgar seu trabalho e con-seguir, aos poucos, aprimorar as máquinas a fim de que se tor-nem, de fato, comercializadas. “A cultura é diferente no Brasil. Robótica está começando agora e várias equipes enfrentam dificuldades de patrocínio. O problema não está nos profissio-nais e sim na receptividade do mercado, que prefere empre-sas com retorno a curto prazo”, comenta Letícia van der Ploeg, estudante do quinto semestre de Engenharia Mecatrônica.

Para isso, o apoio de empresas patrocinadoras é o maior salto buscado pela equipe. “Esperamos apoio financeiro ou em materiais para fabricação do robô. Falta suporte de empre-sas da área e do próprio governo. Na Venezuela, por exemplo, há dois ministérios voltados para o desenvolvimento tecnoló-gico”, ressalta Uruatã. Enquanto isso, os jovens cobram uma mensalidade simbólica de R$ 10 para ratearem os custos e continuarem a representar o DF.

SENAI do Guará, onde falaram a alunos de 6º e 7º anos sobre as atividades desenvolvidas e mostraram o passo a passo dos projetos. A escola, que já realiza atividades de programação para crianças com blocos de lego simples e interativos, teve um novo incentivo para continuar. “Eles ficaram muito empolgados com a nossa história e já des-pertaram interesse até em entrar para a UnB. Isso nos deixa orgulhosos!”, declarou Philippe Dias, estudante de Enge-nharia Elétrica e integrante da Droid.

Apesar de desejarem expandir os projetos e promover a divulgação do meio tecnológico em Brasília, o grupo ainda enfrenta dificuldades. No início de 2013, foram procurados por empresas para a comercialização do robô catador de latinha. No entanto, sem nenhum patrocínio ou aparelhagem sofisticada, o tempo de produção seria muito longo, o que tornou inviável transformar o projeto em produto. Nessas condições, a aplicabilidade ao merca-do ainda é limitada.

OS ROBÔS

A preparação começa pelo menos seis meses antes. Construídas do zero, as máqui-nas são elaboradas com diferentes materiais e suportes, de acordo as temáticas exigidas

nos editais de competições. “Nor-malmente o foco é pensar em inovações para melhorar proces-

sos ainda em desenvolvimento, como no último desafio, em que deveríamos aprimorar a logísti-

nharia Elétrica e integrante da Droid.

ca de transporte de equipamentos e materiais em um ambiente aquático”, revela Uruatã Oliveira, aluno do décimo semestre de Engenharia Mecatrônica, em relação ao Campeonato Latino-A-mericano de Robótica 2014.

O grupo venceu a competição e, segundo eles, o diferencial foi a estratégia utilizada. A tarefa consistia em levar matérias de uma plataforma a outra, passando por uma piscina. Para isso, eles optaram por construir dois robôs de terra e um robô de água, feitos de lego, espuma, alumínio e madeira. Os compo-nentes eletrônicos foram os mais difíceis, e eles tiveram até de

encomendar pela internet bombas de aquário. Cada máquina possuía um cérebro central de processamento autônomo e a comunicação entre eles acontecia por bluetooth. “Colocamos um programa sequencial. Quando uma etapa era realizada, acontecia a troca de informações e o outro robô entendia que poderia agir. E assim seguia um ciclo”, explica Uruatã.

Foram mais de 1000 testes, entre movimentação da balsa, programação e finalização do projeto. “A inclusão da água foi a maior dificuldade. Por isso, focamos em criar mecanismos mui-to competentes e até trouxemos uma piscina para testarmos na sede”, comenta o estudante. Apesar de competirem contra equipes com aparelhos mais sofisticados, a escolha sobre a quantidade de barcos, o tipo de material e comando dos robôs garantiu a vitória da Droid.

Page 68: Coragem para empreender antes dos 30

68 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

MerCAdo iMobiliário

Imóveis localizados no Setor Habita-cional Arniqueira (SHA), em Águas Claras, estão proibidos de serem alu-gados ou vendidos. A decisão é do Ministério Público Federal. De acordo com a Ação Civil Pública que trami-ta na 20ª Vara Federal, a região con-centra nascentes, marginais de cur-

sos d’água e áreas de vereda, além de fazer parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Planalto Central. Apesar da importância ecológica, a área, atualmente, está ocupada por loteamentos clandestinos.

A ação acusa órgãos públicos dos gover-nos federal e do DF e entidades ligadas ao mercado imobiliário de permitirem o lotea-mento desordenado da região. As primeiras ocupações ocorreram na década de 60. Na época, agricultores habitavam as terras co-nhecidas como Vereda Grande, Arniqueira e Veredão que, ao todo, somam a extensão de mil hectares. Nos últimos anos, a área rural foi parcelada indevidamente e, no lu-gar de plantações, surgiram condomínios de classe média alta. O último estudo da Com-panhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) aponta que Arniqueira possui, hoje, cerca de sete mil habitações e mais de 25 mil habitantes.

De acordo com a Administração Re-gional de Águas Claras, em 2011, o GDF publicou, no Diário Oficial, o Decreto nº

32.766/11, que determinou a criação de um grupo para combater ocupações irregulares em Arniqueira e, atualmente, a região está em avançado processo de regularização. “O processo que trata da regularização de Ar-niqueira encontra-se em poder do Grupo de Análise e Aprovação de Parcelamento do Solo (GRUPAR) aguardando por aprovação”, explica o gerente da Gerência Regional de Arniqueira, Joseli Pedro de Souza.

A decisão do Ministério Público provo-cou divergências no mercado imobiliário de Brasília. Segundo o Conselho Regional de Corretores de Imóveis da 8ª Região (Creci-DF), o SHA possui vários terrenos já cons-truídos e habitados, além de infraestrutura pública, mas falta vontade política para re-gularizar a região. “Há várias casas constru-ídas, os moradores pagam IPTU. Temos luz fornecida pela CEB, telefone, recolhimen-to de lixo. Ou seja, o setor é estruturado. A decisão do MP é uma grande restrição para os profissionais que negociam nessa área”, destaca o presidente do Creci-DF, Hermes Alcântara.

Segundo ele, agentes de fiscalização do GDF e de entidades ligadas ao merca-do imobiliário do Distrito Federal estão nas ruas para identificar corretores, imobiliárias e proprietários que insistem em comercia-lizar imóveis do SHA. Quem desrespeitar a decisão será notificado e multado. “O MP

MP proíbe comercialização de imóveis em ArniqueiraDe acordo com o órgão, a região ocupada por condomínios de classe média alta faz parte da Área de Proteção Ambiental que abriga nascentes de importantes rios da cidade | Gustavo Lúcio

Page 69: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 69

Foto: Wagner Augusto

notificou o Creci para orientarmos corretores e imobi-liárias a não comercializarem ou alugarem terrenos e casas em Arniqueira. A multa para quem for pego é de R$ 10 mil”, acrescenta.

O Ministério Público também notificou o Creci-DF para orientar os profissionais de imobiliárias sobre a proi-bição de reter documentos originais de clientes. A solu-ção encontrada pelo Conselho foi a cópia dos originais. “A prática acontece quando o cliente precisa das chaves para visitar o imóvel. Agora, as imobiliárias devem copiar

os documentos, além de fazer cadastro com telefones, endereço e contatos de referência”, explicou Alcântara.

Nossa reportagem procurou o Ministério Público Federal, a Procuradoria da República no DF e o Tri-bunal Regional Federal para falar sobre o assunto, mas até o fechamento desta edição não obtivemos respostas dos órgãos. Segundo Hermes Alcântara, qualquer irre-gularidade nas transações e serviços imobiliários pode ser denunciada no Conselho Regional de Corretores de Imóveis pelo telefone (61) 3321-1010.

Page 70: Coragem para empreender antes dos 30

70 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

deStAQUe

F u n c i o n á r i o s v i r a mc l i e n t e s e m d i ad e c o m e m o r a ç ã o

Salão de beleza encontra forma diferente de prestigiar equipee festejar as realizações do ano

Fotos: Wagner Augusto / Magnun Alexandre

| Carolyna Paiva

Page 71: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 71

As confraternizações de fim de ano já são práticas consolidadas no ramo empresa-rial. É comum as instituições buscarem formas de recompensar e reconhecer o trabalho da equipe que a acompanhou durante o ano. No entanto, para se desta-car no mercado, é preciso inovar. Por isso, cada vez mais, as empresas criam meca-

nismos diferentes de comemorar e unir os funcionários. O salão de beleza Ópera Lounge Saloon encontrou uma forma especial de festejar término de 2014.

Durante uma terça-feira comercial, o empreendimen-to, localizado em Águas Claras, estava a todo o vapor: secadores ligados, maquiagem sobre a mesa e esmaltes expostos. Contudo, eram os próprios funcionários que ocupavam as cadeiras dos clientes e revezavam-se para proporcionar a todos um clima de beleza. Não havia preo-cupação em atender ou organizar o espaço, em conjunto, toda a equipe aproveitou a manhã à sua própria maneira.

E a festa não parou por aí. O Ópera atrela lazer e be-leza com uma área privada para quem deseja desfrutar um drink, ler uma revista ou um jornal sem ter acesso ao ambiente interno do salão, de forma a manter o charme e personalidade de cada local. Porém, para o dia de confra-ternização, quem se deliciou com as bebidas especializa-

das foram os empregados.Dessa maneira, Ana Paula Dias e Valéria Prado, sócias

do estabelecimento, prestigiaram o corpo de trabalha-dores. “Todo mundo sempre faz um jantar ou uma reu-nião no final do dia, para aproveitar o dia comercial. Mas nós duas pensamos no bem estar do funcionário e abri-mos mão de um dia de trabalho para estar com eles”, revela Valéria.

Para elas, essa é uma oportunidade de expressar o que o empreendimento representa. “O Ópera é um sonho que eu sempre tive. Um lugar para revigorar os ânimos e trabalhar com a autoestima das pessoas”, expressa Ana Paula e Valéria acrescenta: “O negócio não está acima dos nossos valores, é uma consequência. A ética e nossos princípios vêm antes de tudo. Isso é muito importante hoje em dia”.

Após a manhã de beleza, toda a equipe se reuniu na churrascaria Bufallo Bill para um almoço especial. En-quanto aproveitavam o rodízio oferecido pela empresa, a tradicional troca de presentes animou o ambiente. Li-diane Elen, manicure, estava empolgada e não escondeu a felicidade: “A confraternização está o máximo. É muita alegria, amizade e sinceridade. Vesti a camisa do Ópera e amo todos de coração. Vale todo o esforço do dia a dia, porque isso é uma vitória para nós”.

Em dia de confraternização, colegas de trabalho embelezam umas as outras

Foto: Vivi Manzur e Luiz Finotti

| Carolyna Paiva

Page 72: Coragem para empreender antes dos 30

72 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

deStAQUe

Assim como ela, a maquiadora Janaína Brígida entrou na diversão. “Nós vendemos beleza e alegria e é nesse clima que estamos aqui. É muito prazeroso quando a gente ama o que faz e trabalha com pessoas que têm a mesma energia.” O bom humor foi perceptível em todos que, des- contraídos, conversaram e aproveitam a comemoração.

Em ambiente de muita festividade, as líderes do esta-belecimento são as primeiras a valorizar momentos como esses para unir a equipe. Valéria comenta que “é sempre um momento da gente estreitar laços e mostrar como

é importante termos os mesmos objetivos. É você saber que vai crescer junto com a empresa”. Além disso, “é um momento de paz e de reflexão, mas também para todos se conhecerem e se divertirem”, alega Ana Paula.

Depois de um dia especial de beleza e confraternização, o Opera Longue Saloon comemora o primeiro ano de realiza- ções. Desde já, o espaço é um exemplo de empreendimen-to que se preocupa não só com os clientes, por meio de profissionais preparados e serviços atualizados, mas tam-bém com a integração e bem estar de seus funcionários.

Foto: Vivi Manzur e Luiz Finotti

Foto: Vivi Manzur e Luiz Finotti

Fotos: Wagner Augusto / Magnun Alexandre

Page 73: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 73

Fundado da inquietação de Valéria Prado, o Ópe-ra Lounge Café, surgiu da vontade de recomeçar. Após fechar outro salão de beleza, a empresária uniu forças e ergueu um novo ambiente apaixonante como o estilo musical que leva o nome do espaço. Após mais de seis meses, o empreendimento conta com uma cartela de serviços ampla e diferenciada, além de oferecer um lounge bar exclusivo.

Ópera Lounge Café

Serviço:Endereço: Av.Castanheiras, rua 24

norte, Res.Cidade de Barcelona loja 01. ÁGUAS CLARAS - BRASÍLIA – DF

Horário de funcionamento: 8h às 18hTelefone: (61) 3042-6611 | (61) 9667-

2022 | (61) 8632-0079 | (61) 9525-3535 | (61) 8346-2441

Fotos: Wagner Augusto / Magnun Alexandre

As sócias do salão, Valéria Prado e Ana Paula Dias

Page 74: Coragem para empreender antes dos 30

74 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

TdeStAQUe

Trabalhar, praticar exercícios ou estudar tornou prioridade na rotina do brasi-liense. E, com a correria do dia a dia, encontrar um momento para desfrutar, com calma, uma refeição tornou-se ra-ridade. Por isso, quando há uma opor-tunidade, queremos o melhor. O sonho de qualquer consumidor é encontrar

um lugar especial, com conforto, qualidade de aten-dimento e cardápio diferenciado, além de não preci-sar se preocupar com estacionamento, bem estar dos filhos e segurança.

Em Brasília, felizmente, existe esse espaço. Com foco no atendimento especializado, a churrascaria Buffalo Bio, localizada na Estrada Parque Taguatin-ga-Guará (EPTG), tem como maior objetivo fazer o cliente sair completamente satisfeito. Parece impos-sível, mas o desafio está cada vez mais perto de ser atingido. Por meio de treinamentos mensais com os funcionários, prática de coaching gerencial e a pre-sença de clientes ocultos, o serviço é avaliado com intuito potencializar cada etapa do processo.

O procedimento é gerido, há uma ano, pela em-presa Novo marketing, uma consultoria focada em estratégias de atendimento, com unidades próprias em Goiânia, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Ade-milso Bordim, gerente, está há 16 anos no estabele-cimento e afirma que “no início, o grande obstáculo era que os garçons se apresentassem. Com o tempo, conseguimos reverter isso”.

Atualmente, o trabalho com metas de vendas pro-move novas melhorias. Por meio de um sistema de controle, é possível saber quem conseguiu atingir o maior resultado e há uma gratificação ao funcionário. Isso gera um ciclo de motivação em toda a empresa que busca sempre otimizar a produtividade. Essa prá-tica possibilitou até aumentar o salário da equipe e diversificar as formas de gratificação.

Assim também é linha de pensamento entre os funcionários. “Eles falam muito da união. Se cada um

trabalhar por si, não vamos crescer”, comenta o gar-çom Daniel Manfro. A preocupação com os emprega-dos reflete no engajamento da equipe, como é o caso de Daniel que está há seis anos no estabelecimento e revela se sentir em casa. “Todos são muito acolhe-dores e sempre que precisei, recebi ajuda”, afirma.

E o maior beneficiado é o consumidor. Nem as filas de espera incomodam o público que, segundo o gerente, dificilmente faz reclamações. Mas não é por menos. Ao chegar no ambiente, o cliente já se sente envolvido. O hall de entrada oferece a estrutura para quem ainda não conseguiu lugar, e, enquanto aguarda, é possível aproveitar petiscos ou outros produtos do cardápio.

Não é só a gastronomia que encanta. Todo o recinto foi planejando pelo arquiteto Mauro Ber-nardes, especialista em decorar churrascarias e, por isso, cada espaço oferece a melhor sensação em relação ao fluxo de pessoas, comodidade e ilumina- ção. Além disso, as crianças também foram contempla-das. Um playground gratuito com brinquedoteca está à disposição da garotada e uma monitora acompa- nha as brincadeiras.

“O importante é chegar e saber que vai ter o con-forto e cuidado de todas as idades”, afirma Ademilso. A atenção especializada reflete-se nos diferentes pú-blicos que frequentam o local. Se uma pessoa é ve-getariana ou fez redução de estômago, por exemplo, é possível fazer um preço especial. “A gente deve en-tender cada situação. Por isso, dependendo do caso, nem cobramos”, explica.

No entanto, são as mais de 30 variedades dife-renciadas de carne, o sushi bar com variedades de peixe e o buffet o foco de atenção. Para complemen-tar a diversidade, sobremesas e drinks preparados na hora fazem a diferença. Até mesmo o estacionamen-to, com mais de 200 vagas, e o serviço gratuito de manobrista são bem selecionados e proporcionam as tão sonhadas segurança e comodidade a todos que frequentam o espaço.

O luxo de se comer bem ao seu alcanceChurrascaria Bufallo Bio é reconhecida pela praticidade, menu variado e atendimento excelente | da redação

Page 75: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 75

Foto: Vivi Manzur e Luiz Finotti

Foto: Wagner Augusto

Foto: Wagner Augusto

Foto: Wagner Augusto

Page 76: Coragem para empreender antes dos 30

76 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

PrePAro FÍSiCo

Assessorias esportivas são novas opções para se exercitarde forma personalizada | Carolyna Paiva

Exercícios à sua maneira

Praticar atividade física pelo simples prazer de treinar não tem sido suficiente para os bra-silienses. O clima impessoal de academias e a busca por melhores resultados faz crescer, cada vez mais, a procura por alternativas que garan-tam melhor qualidade de vida aliada à evolução no desempenho e na segurança do exercício. Essa carência inspirou um movimento no Dis-trito Federal: a criação de assessorias esportivas, empresas com foco no atendimento individua-lizado, de acordo com a ambição e capacidade física de cada pessoa.

A tendência começou em São Paulo, onde é possível encontrar empreendimentos com mais de 25 anos. Em Brasília, o processo está engatinhando. Espelhada na metrópole, a capi-tal começou a desenvolver essa atividade nos anos 2000. O crescimento aconteceu propor-cionalmente ao aparecimento de grupos de corrida e, hoje, o DF comporta mais de dez em-presas, apesar de o número ainda ser incerto, em decorrência da maturidade do mercado.

Cristina Calengaro, Presidente do Conselho Regional de Educação Física do Distrito Fe-deral, órgão responsável por registrar e acom-panhar o trabalho das assessorias esportivas, explica que o atendimento personalizado exis-te há muito tempo.. Entretanto, com o cresci-mento da demanda, surgiu a necessidade de criarem empresas especializadas e com foco na peculiaridade de cada aluno. “É um mercado em crescimento e ainda incerto, formado por profissionais mais experientes, já que eles pre-cisam conhecer bem as modalidades e também ter conhecimento de gestão”, declara.

Apesar de ter a corrida como carro chefe, as organizações também atendem a ciclistas, nadadores e pessoas que desejam ser mais sau-

dáveis, mas não se sentem bem com o estilo das academias. O objetivo é treinar a partir do perfil individualizado, mas cada empresa segue uma linha própria. “Há algumas que trabalham em performance, visando alto rendimento. Ou-tras seguem a metodologias do coletivo. Há até aquelas com exercícios funcionais voltados para fortalecimento muscular. No entanto, o foco é o indivíduo”, explica Cláudio José, sócio e professor da empresa Ápice, criada em 2007.

A diversidade e oferta de outras possibilida-des em locais abertos é um chamativo para o treinamento. “Hoje Brasília tem uma quantida-de muito grande de pessoas que se exercitam nas ruas ou nos parques. E ainda há pessoas que não sabem da existência de profissionais que desenvolvem trabalho nesse sentido. Não basta correr, é preciso de alguém para orientar em como, quando e com que frequência”, co-menta Cláudio José. E acrescenta: “Ainda tem o fato secundário de desenvolver um novo leque de amigos durante as atividades”.

De fato, esse é um grande motivador. Ga-briela Rios, 26, corre há quatro anos com acom-panhamento da Get Running e confessa que, se não fosse a união entre eles, provavelmente, ela já teria desistido. “São mais de 200 pesso-as e, mesmo assim, é muito familiar. Você tem uma atenção especial e ninguém se sente so-zinho. Em conjunto, as dificuldades parecem menores.” Além da proximidade, as assessorias formam grupos que se unem para viajar e com-petir. “Formamos turmas e criamos uma proxi-midade”, revela Eva Pinho, 36, que ingressou em 2011 na Ápice. “Você entra no grupo e tem muita troca. Já viajamos juntos várias vezes e é muito bom ter alguém da assessoria para ali-nhar as necessidades”, relata Eva.

Page 77: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 77

A maioria dos alunos inicia por indicação ou porque vê o grupo treinando e se interessa em parti-cipar. “O relacionamento começa de forma pequena. E a partir disso aumenta-se essa rede de contato”, comenta Bruno Ryer. O primeiro passo é a avaliação física, apresen-tação de histórico, teste de força e exames cardíacos. Então começa o treinamento. “Em nenhum mo-mento daremos uma planilha geral para eles seguirem. De acordo com a realidade, a gente consegue pres-crever”, ressalta Bruno.

Os treinamentos das assesso-rias costumam ocorrer no Parque da Cidade, com horários flexíveis durante toda a semana, variando de acordo com o estilo de cada em-presa. “Tiramos dúvidas em relação a ritmo e intensidade. E, quando há necessidade mais especifica, acompanhamos o aluno no treino, sempre buscando desenvolvê-lo”, esclarece Cláudio. Não é necessá-rio equipamentos sofisticados ou longa disposição de tempo para co-meçar, o que torna a prática ainda mais atrativa.

E esse clima permanece até mesmo entre os donos das assessorias. Bruno Ryker Moraes, 32, educador físico e sócio da empresa Aptidão explica que “não há competição por clien-tes de outra assessoria, porque sabemos que ele já está fixo e bem atendido. Dificilmente acontece uma troca de assessoria”.

A empresa, fundada em 2010, surgiu da demanda em orientar mais atenciosamente detalhe do acompanhamento. Atualmen-te, a instituição conta com doze profissionais, incluindo estagi-ários, educadores físicos, nutricionistas, massoterapeutas e até médicos especializados, como cardiologistas.

Hora de começar

Foto: da redação

Page 78: Coragem para empreender antes dos 30

78 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

A Argentina é um dos principais destinos escolhi-dos pelos brasileiros que decidem viajar para fora do país, não só pela proximidade, mas pela diver-sidade de entretenimentos encontrados especial-mente em Buenos Aires, a capital. A diversidade arquitetônica bem conservada garante o charme europeu da cidade, apelidada de “Paris da Amé-rica do Sul”.

Ao passear por Buenos Aires, o turista é instigado a descobrir os elegantes bairros da cidade e reparar nos detalhes das aveni-das, prédios e praças que contam a história do povo patriota por excelência. A imponência das ruas largas e jardins bem cuida-dos enchem os olhos dos turistas. Cada canto da cidade é cená-rio perfeito para fotos, afinal, é prudente guardar em imagens a memória da agitação moderna da vida portenha em convivência harmônica com a rica cultura do passado.

Não importa a época do ano: o clássico e o moderno se mis-turam para criar um clima agradável que acolhe turistas de todas as idades. A conservação dos prédios antigos contrasta com os modernos arranha-céus próximos a Puerto Madero, região revita-lizada onde é possível encontrar restaurantes requintados.

Shoppings, outlets, ruas comerciais, restaurantes, bares,

ROTINAFUGINDODA

BuenosAires

Compras, passeios, teatro, shows e o agito da capital ar-gentina | Oda Paula Fernandes

Fugindo da rotinaem

Page 79: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 79

Fotos: Oda Paula Fernandes

Page 80: Coragem para empreender antes dos 30

80 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

ROTINAFUGINDODA

da nacional estarem presentes nas ruas. Nada diferente de outras grandes cidades, seja qual for o idioma.

A propósito, o idioma pode ser um entrave na comu-nicação. Nem todos os estabelecimentos estão prepara-dos para uma conversa em português. E não adianta en-toar um sotaque castelhano – idioma que eles declaram fazer uso – e confiar na semelhança de algumas palavras com a nossa língua. A comunicação se dá pausadamente – técnica que diminui os desentendimentos, mas que não elimina a possibilidade de algumas palavras não serem compreendidas. Há hermanos que não entendem uma única palavra em português.

A moeda local é o peso argentino, de valor bem inferior

shows de tango, museus, teatros, galerias de arte, antiquá-rios e até um cemitério – localizado no bairro Recoleta, onde estão os restos mortais de Eva Perón, túmulo mais visitado – fazem parte dos roteiros turísticos.

O bairro Recoleta, aliás, é mais tradicional de Buenos Aires. Tem segurança, sofisticação e os mais modernos ho-téis. Assim como os outros bairros da grande cidade dos hermanos, nos remete ao mágico ato de caminhar e des-cobrir. Os entalhes das paredes dos palacetes, as grades que delimitam os jardins que se espalham pela cidade e colorem as lentes das câmeras. Em todos os lugares, há

detalhes a serem descobertos. Para melhor conhecer a megalópole, vale gastar a sola

dos sapatos. Assim, é possível reparar nos hábitos dos ar-gentinos, apreciar os detalhes da arquitetura urbana, rela-xar nas encantadoras praças, observar os traços das largas ruas e jardins, sentir o cheiro da cidade e observar a gente apressada. Reservar alguns dias de férias ou algumas horas na viagem a negócios para conhecer pontos turísticos da cidade, como a Casa Rosada ou o Museu de Belas Artes, revigora qualquer pessoa.

Os moradores locais são educados e, de um modo geral,

adoram os brasileiros. A rivalidade conhecida no futebol passa longe. Está perdido? Não tenha medo ou vergonha de abordar um argentino e pedir ajuda. Apesar da pres-sa no andar, eles são amigáveis e prestativos caso alguma informação seja solicitada. Logo, você estará onde dese-ja. Para chegar mais rápido onde precisa, use um ônibus – alguns, confortáveis; outros, não. Também há táxis dis-poníveis. Mas fique atento aos espertalhões: existem táxis não oficiais circulando e uma corrida que custa cem pesos pode sair por trezentos.

Como toda grande cidade, Buenos Aires também re-quer cuidados para segurança. É recomendável estar aten-to aos locais por onde se anda, apesar de a polícia e a guar-

Page 81: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 81

ao real. Vários locais aceitam nossa moeda, que é conver-tida em pesos no ato do pagamento. Também são aceitos dólares. O câmbio é feito por operadoras oficiais e por inú-meros cambistas. Eles se jogam em cima dos turistas, ali mesmo, no meio da Calle Florida, local de intenso comér-cio e onde encontramos as famosas Galerias Pacífico – o teto desenhado é uma obra de arte para apreciação.

O agito de Buenos Aires pode ser experimentado na Niceto Club, que fica no bairro Palermo Soho, onde são apresentados shows de rock e pop. Para os aman-tes de requintados bares, o Milion, no bairro Recoleta, é atração no melhor estilo europeu. O La Brigada, em San Telmo, serve o melhor bife de chorizo – o nosso contrafilé – da cidade, que pode ser cortado até mesmo com uma colher, de tão macia a carne. Outra referência gastronômica é o Almagro Bar, sinônimo de requinte. Em passeio pela cidade, não se pode deixar de provar

o lanche Maria Callas, oferecido pelo Las Violetas, de atmosfera genuinamente francesa.

Uma experiência única é almoçar no Postavecchia, dentro das Galerias Pacífico, e ser atendido pessoalmen-te pelo dono do restaurante, Jorge Palacios. O ambiente remete os visitantes ao Caminito – rua museu do Bairro La Boca – ao exibir inúmeras peças e histórias sobre a origem do estabelecimento. O Abuela Goye serve sorvetes maravilhosos e produtos originários da Patagônia. Claudio Gomez, filho dos fundadores suíços, já expandiu a franquia inclusive para o Brasil.

O melhor de tudo – e que engloba, a um só tempo, boa comida e diversão – é o Hard Rock Café de Buenos Aires, localizado no BA designers. Os combos de hambúrgueres, de tão grandes, são comidos com talheres. O gerente Rafael Ureta, que está à frente da casa de entretenimento há 17 anos, é o mais brasileiro dos argentinos que lá trabalham, o

que torna o ambiente ainda mais simpático. Como se diz por lá, o tango é um pensamento triste

que se pode dançar. O estilo teve origem na polca euro-péia, na havaneira cubana, no candombe uruguaio e na milonga espanhola. Transformou-se em uma expressão artística argentina imperdível aos turistas. O que não faltam são casas de shows que oferecem a atração. To-davia, mais interessante é frequentar o bairro Almagro, pouco convencional entre os turistas, onde se difunde o verdadeiro tango argentino.

Se mesmo com todas essas atrações, alguém deseja voltar para casa, experimente um passeio com a Buque-bus, próxima à estação Retiro, antes de deixar a capital.

A embarcação oferece transporte para o Uruguai. Cru-za-se o rio da Prata, que deságua no oceano Atlântico, com um catamarã recém-inaugurado, batizado de Fran-cisco em homenagem ao papa argentino. A atenção aos detalhes são grandes: os calçados dos passageiros são envolvidos com uma espécie de sapatilha plástica de uso obrigatório fornecida por máquinas localizadas no ponto de embarque.

Dentro do catamarã, com excelentes acomodações e vista, são oferecidos apetitosos lanches e ainda é possí-vel fazer compra na área comercial – isenta de impostos e com ótimos preços. A chegada ao Uruguai já uma atra-ção. Mas esta é outra história.

Page 82: Coragem para empreender antes dos 30

82 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

Receita do ChefTípica do natal, a Paleta de Cordeiro é um prato fino e conhecido por agradar os mais diversos paladares. Em decorrência da facilidade de encontrar os ingredientes, essa é uma opção para confraternizações ou jantares de negócios. Confira como preparar a receita de Valdeone, renomado chefe de cozinha do restaurante La Tambuille. Ingredientes:Paleta de CordeiroCenouraCebola BrancaAlho PoróSalsãoTempero a gosto (Sal, caldo de carne, pimenta…) Modo de prepraro1. Marinar a paleta com todos os ingredientes. 2. Deixa assar durante 3 a 4 horas no forno confinado a 180ºC.3. Retirar a paleta e desossar. Acompanhamento: Talharim ao aroma de manteiga trufadaCozinhar 2 minutos o talharim na água (20L) temperada com sal (200 mL) e óleo (100 mL). Acrescenta manteiga trufada (70 g) em uma frigideira e mistura com a massa, no fogo a temperatura 100ºC. Servir a paleta com o talharim.

Foto Wagner Augusto

Page 83: Coragem para empreender antes dos 30

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 32 dezembro de 2014 :: 83

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

Anúncio 3 - Millennium Natal (GRAFICA).pdf 1 03/12/2014 10:41:04

Page 84: Coragem para empreender antes dos 30

84 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

AnuncioTerracapApp_21x27,5cm.indd 1 05/12/14 18:03