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1 CPV UNICAMP2011 UNICAMP – 21/novembro/2010 CPV seu pé direito também na medicina REDAÇÃO TEXTO 1 Imagine-se como um jovem que, navegando pelo site da MTV, se depara com o gráfico “Os valores de uma geração” da pesquisa Dossiê MTV Universo Jovem, e resolve comentar os dados apresentados, por meio do “fale conosco” da emissora. Nesse comentário, você, necessariamente, deverá: a) comparar os três anos pesquisados, indicando dois (2) valores relativamente estáveis e duas (2) mudanças significativas de valores; b) manifestar-se no sentido de reconhecer-se ou não no perfil revelado pela pesquisa.

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1CPV unicamp2011

uniCamP – 21/novembro/2010

CPV seu pé direito também na medicina

REDAÇÃO

TEXTO 1

Imagine-se como um jovem que, navegando pelo site da MTV, se depara com o gráfico “Os valores de uma geração” da pesquisa Dossiê MTV Universo Jovem, e resolve comentar os dados apresentados, por meio do “fale conosco” da emissora. Nesse comentário, você, necessariamente, deverá:

a) comparar os três anos pesquisados, indicando dois (2) valores relativamente estáveis e duas (2) mudanças significativas de valores;

b) manifestar-se no sentido de reconhecer-se ou não no perfil revelado pela pesquisa.

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TEXTO 2

Coloque-se no lugar de um líder de grêmio estudantil que tem recebido reclamações dos colegas sobre o ensino de ciências em sua escola e que, depois de ler a entrevista com Tatiana Nahas na revista de divulgação científica Ciência Hoje, decide convidá-la a dar uma palestra para os alunos e professores da escola. Escreva um discurso de apresentação do evento, adequado à modalidade oral formal. Você, necessariamente, deverá:

a) apresentar um diagnóstico com três (3) problemas do ensino de ciências em sua escola; eb) justificar a presença da convidada, mostrando em que medida as ideias por ela expressas na entrevista podem oferecer

subsídios para a superação dos problemas diagnosticados.

Escola na mídiaTatiana Nahas. Bióloga e professora de ensino médio, tuiteira e blogueira. Aos 34 anos, ela cuida da página Ciência na mídia, que, nas suas palavras, "propõe um olhar analítico sobre como a ciência e o cientista são representados na mídia".

Ciência Hoje: É perceptível que seu blogue dá destaque, cada vez mais, à educação e ao ensino de ciências.Tatiana Nahas: Na verdade, é uma retomada dessa direção. Eu já tinha um histórico de trabalho em projetos educacionais diversos. Mas, mais que isso tudo, acho que antes ainda vem o fato de que não dissocio sobremaneira pesquisa de ensino. E nem de divulgação científica.

CH: Como você leva a sua experiência na rede e com novas tecnologias para os seus alunos?TN: Eu não faço nenhuma separação que fique nítida entre o que está relacionado a novas tecnologias e o que não está. Simplesmente ora estamos usando um livro, ora os alunos estão criando objetos de aprendizagem relacionados a determinado conteúdo, como jogos. Um exemplo do que quero dizer: outro dia estávamos em uma aula de microscopia no laboratório de biologia. Os alunos viram o microscópio, aprenderam a manipulá-lo, conheceram um pouco sobre a história dos estudos citológicos caminhando em paralelo com a história do desenvolvimento dos equipamentos ópticos, etc. Em dado ponto da aula, tinham que resolver o problema de como estimar o tamanho das células que observavam. Contas feitas, discussão encaminhada, passamos para a projeção de uma ferramenta desenvolvida para a internet por um grupo da Universidade de Utah. Foi um complemento perfeito para a aula. Os alunos não só adoraram, como tiveram a possibilidade de visualizar diferentes células, objetos, estruturas e átomos de forma comparativa, interativa, divertida e extremamente clara. Por melhor que fosse a aula, não teria conseguido o alcance que essa ferramenta propiciou. Veja, não estou competindo com esses recursos e nem usando-os como muleta. Esses recursos são exatamente o que o nome diz: recursos. Têm que fazer parte da educação porque fazem parte do mundo, simples assim. Ah, mas e o monte de bobagens que encontramos na internet? Bom, mas há um monte de bobagens também nos jornais, nos livros e em outros meios “mais consolidados”. Há um monte de bobagens mesmo nos livros didáticos. A questão está no que deve ser o foco da educação: o conteúdo puro e simples ou as habilidades de relacionar, de interpretar, de extrapolar, de criar, etc.?

CH: Você acha que é necessário mudar muita coisa no ensino de ciências, especificamente?TN: Eu diria que há duas principais falhas no nosso ensino de ciências. Uma reside no quase completo esquecimento da história da ciência na sala de aula, o que faz com que os alunos desenvolvam a noção de que ideias e teorias surgem repentinamente e prontas na mente dos cientistas. Outra falha que vejo está no fato de que pouco se exercita o método científico ao ensinar ciências. Não dá para esperar que o aluno entenda o modus operandi da ciência sem mostrar o método científico e o processo de pesquisa, incluindo os percalços inerentes a uma investigação científica. Sem mostrar a construção coletiva da ciência. Sem mostrar que a controvérsia faz parte do processo de construção do conhecimento científico e que há muito desenvolvimento na ciência a partir dessas controvérsias. Caso contrário, teremos alunos que farão coro com a média da população que se queixa, ao ouvir notícias de jornal, que os cientistas não se resolvem e uma hora dizem que manteiga faz bem e outra hora dizem que manteiga faz mal. Ou seja, já temos alguns meios de divulgação que não compreendem o funcionamento da ciência e a divulgam de maneira equivocada. Vamos também formar leitores acríticos?

Adaptado de Thiago Camelo, Ciência Hoje On-line. Disponível em http.cienciahoje.com.br. Acesso em: 04/03/2010.

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TEXTO 3

Coloque-se na posição de um articulista que, ao fazer uma pesquisa sobre as recentes catástrofes ocorridas em função das chuvas que afetaram o Brasil a partir do final de 2009, encontra a crônica de Drummond, publicada em 1966, e decide dialogar com ela em um artigo jornalístico opinativo para uma série especial sobre cidades, publicada em revista de grande circulação. Nesse artigo você, necessariamente, deverá:

a) relacionar três (3) problemas enfrentados recentemente pelas cidades brasileiras em função das chuvas com aqueles trabalhados na crônica;

b) mostrar em que medida concorda com a visão do cronista sobre a questão.

Os dias escuros

Carlos Drummond de Andrade

Amanheceu um dia sem luz – mais um – e há um grande silêncio na rua. Chego à janela e não vejo as figuras habituais dos primeiros trabalhadores. A cidade, ensopada de chuva, parece que desistiu de viver. Só a chuva mantém constante seu movimento entre monótono e nervoso. É hora de escrever, e não sinto a menor vontade de fazê-lo. Não que falte assunto. O assunto aí está, molhando, ensopando os morros, as casas, as pistas, as pessoas, a alma de todos nós. Barracos que se desmancham como armações de baralho e, por baixo de seus restos, mortos, mortos, mortos. Sobreviventes mariscando na lama, à pesquisa de mortos e de pobres objetos amassados. Depósito de gente no chão das escolas, e toda essa gente precisando de colchão, roupa de corpo, comida, medicamento. O calhau solto que fez parar a adutora. Ruas que deixam de ser ruas, porque não dão mais passagem. Carros submersos, aviões e ônibus interestaduais paralisados, corrida a mercearias e supermercados como em dia de revolução. O desabamento que acaba de acontecer e os desabamentos programados para daqui a poucos instantes.

Este, o Rio que tenho diante dos olhos, e, se não saio à rua, nem por isso a imagem é menos ostensiva, pois a televisão traz para dentro de casa a variada pungência de seus horrores. Sim, é admirável o esforço de todo mundo para enfrentar a calamidade e socorrer as vítimas, esforço que chega a ser perturbador pelo excesso de devotamento desprovido de técnica. Mas se não fosse essa mobilização espontânea do povo, determinada pelo sentimento humano, à revelia do governo incitando-o à ação, que seria desta cidade, tão rica de galas e bens supérfluos, e tão miserável em sua infraestrutura de submoradia, de subalimentação e de condições primitivas de trabalho? Mobilização que de certo modo supre o eterno despreparo, a clássica desarrumação das agências oficiais, fazendo surgir de improviso, entre a dor, o espanto e a surpresa, uma corrente de afeto solidário, participante, que procura abarcar todos os flagelados.

Chuva e remorso juntam-se nestas horas de pesadelo, a chuva matando e destruindo por um lado, e, por outro, denunciando velhos erros sociais e omissões urbanísticas; e remorso, por que escondê-lo? Pois deve existir um sentimento geral de culpa diante de cidade tão desprotegida de armadura assistencial, tão vazia de meios de defesa da existência humana, que temos o dever de implantar e entretanto não implantamos, enquanto a chuva cai e o bueiro entope e o rio enche e o barraco desaba e a morte se instala, abatendo-se de preferência sobre a mão de obra que dorme nos morros sob a ameaça contínua da natureza; a mão de obra de hoje, esses trabalhadores entregues a si mesmos, e suas crianças que nem tiveram tempo de crescer para cumprimento de um destino anônimo.

No dia escuro, de más notícias esvoaçando, com a esperança de milhões de seres posta num raio de sol que teima em não romper, não há alegria para a crônica, nem lhe resta outro sentido senão o triste registro da fragilidade imensa da rica, poderosa e martirizada cidade do Rio de Janeiro.

Correio da Manhã, 14/01/1966

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pROvA DE REDAÇÃO – cOmEnTáRiO DO cpv

A prova de redação do vestibular da Unicamp 2011 era muito aguardada pelos candidatos em função das mudanças anunciadas pela Comvest. Como orientava o Manual, foram solicitados três textos de elaboração obrigatória.

Texto 01

O texto 01 pedia que o candidato se imaginasse um jovem que, ao navegar pelo site da MTV, se depara com o gráfico “Os valores de uma geração”, e decide, então, postar um comentário sobre o tema por meio do “fale conosco” da emissora no site. Para a elaboração do texto, o candidato deveria:

a) analisar os três anos pesquisados e destacar dois valores relativamente estáveis (Ex.: I – Viver em uma sociedade mais segura, menos violenta; A – Ter união familiar, boa relação familiar) e duas mudanças significativas de valores (Ex.: J- Ter amigos; B – Divertir-se, aproveitar a vida; F – Ter independência financeira/ Ter mais dinheiro do que já tem);

b) manifestar-se, reconhecendo-se, ou não, no perfil revelado pela pesquisa.

Tratava-se, portanto, de um texto que envolvia a capacidade de leitura, interpretação e análise do gráfico, além da adoção de um posicionamento crítico, de identificação ou não, com os valores destacados pelos jovens questionados pela pesquisa.Não havia orientação a respeito de como os candidatos deveriam assinar o texto.

Texto 02

O texto 02 solicitava que o candidato se colocasse na posição de um líder de grêmio estudantil que, diante das reclamações feitas por colegas acerca do ensino de ciências em sua escola, decide convidar a bióloga e professora Tatiana Nahas para uma palestra para alunos e professores. Seu desafio era elaborar o discurso de apresentação do evento, destacando três problemas do ensino de ciências em sua escola e justificando a presença da convidada a partir das ideias dela, em modalidade oral formal.

Uma sugestão seria estruturar o discurso a partir de uma saudação a todos, seguida da contextualização do problema (as dificuldades enfrentadas por alunos e professores no ensino de ciências) e das estratégias (uso de diferentes recursos didáticos, referência à história da ciência, entre outros) desenvolvidas por Nahas para superar o problema e que poderiam ser aproveitadas pela escola.

Texto 03

O texto 03 solicitava que o candidato se colocasse na posição de um articulista que, ao fazer uma pesquisa sobre as catástrofes decorrentes das chuvas no Brasil, encontra a crônica “Os dias escuros” de Drummond, publicada em 1966, no Correio da Manhã, abordando a mesma questão. O desafio aqui era elaborar um artigo jornalístico opinativo que dialogasse com o texto de Drummond, relacionando três problemas comuns aos enfrentados pelas cidades brasileiras hoje e aqueles apontados pela crônica (Ex.: ruas alagadas, desabamentos de casas e barracos, mortes), e posicionando-se em relação à visão do cronista quanto ao problema. Vale ressaltar que Drummond destaca, em seu texto, a atitude negligente do governo que vitima os mais necessitados (“velhos erros sociais e omissões urbanísticas”).

O artigo, por ser um texto de opinião, apresenta a mesma estrutura do texto dissertativo e é, em geral, assinado. Novamente, não havia, na prova, referência a respeito de como os candidatos deveriam fazê-lo.

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texto para as questões 1, 2 e 3

O vazamento de petróleo no Golfo do México, em abril de 2010, foi considerado o pior da história dos EUA. O vazamento causou o aparecimento de uma extensa mancha de óleo na superfície do oceano, ameaçando a fauna e a flora da região. Estima-se que o vazamento foi da ordem de 800 milhões de litros de petróleo em cerca de 100 dias.

01. Os corais, espalhados por grande extensão de regiões tropicais dos oceanos e mares do globo terrestre, formam os recifes ou bancos de corais e vivem em simbiose com alguns tipos de algas. No caso do acidente no Golfo do México, o risco para os corais se deve

a) à redução na entrada de luz no oceano, que diminuiria a taxa de fotossíntese de algas, reduzindo a liberação de oxigênio e nutrientes que seriam usados pelos pólipos de corais.

b) às substâncias presentes nesse vazamento, que matariam vários peixes que serviriam de alimento para os corais.

c) ao branqueamento dos corais, causado pela quantidade de ácido clorídrico liberado juntamente com o óleo.

d) à absorção de substância tóxica pelos pólipos dos cnidários, formados por colônias de protozoários que se alimentam de matéria orgânica proveniente das algas.

Resolução: A camada de óleo sobre a superfície da água forma uma barreira à passagem da luz, interferindo na atividade fotossintética dos organismos que constituem a base alimentar dos pólipos e liberam O2 para o ambiente. Alternativa A

02. Por ocasião do acidente, cogitou-se que todo o óleo vazado poderia ser queimado na superfície da água. Se esse procedimento fosse adotado, o dano ambiental

a) seria transferido da água do mar para o ar atmosférico. b) não seria grave, pois o petróleo é formado somente por

compostos de carbono e hidrogênio, que, na queima, formariam CO2 e água.

c) seria mais grave ainda, já que a quantidade (em mols) de CO2 formada seria bem maior que a quantidade (em mols) de carbono presente nas substâncias do petróleo queimado.

d) seria praticamente nulo, pois a diversidade de vida no ar atmosférico é muito pequena.

Resolução: A quantidade de matéria de carbono presente no petrólo bruto seria igual à quantidade de matéria liberada na forma de gás carbônico (CO2).

CxHx + x + y4 O2 ® xCO2 +

y2 H2O

Portanto, a queima do óleo iria apenas transferir o dano ambiental do ambiente aquático para o ar atmosférico. Alternativa A

03. Quando uma reserva submarina de petróleo é atingida por uma broca de perfuração, o petróleo tende a escoar para cima na tubulação como consequência da diferença de pressão, ΔP , entre a reserva e a superfície. Para uma reserva de petróleo que está a uma profundidade de 2000 m e dado g = 10 m/s2, o menor valor de ΔP para que o petróleo de densidade ρ = 0,90 g/cm3 forme uma coluna que alcance a superfície é de

a) 1,8 x 102 Pa. b) 2,2 x 105 Pa. c) 2,2 x 102 Pa. d) 1,8 x 107 Pa.

Resolução:

Para uma menor DP, temos:

ΔP = Preserva – Psuperfície

No momento que é perfurado, temos:

ΔP = (Pcoluna + Psuperfície) – Psuperfície ΔP = Pcoluna ΔP = j . g . h

ΔP = 900 . 10 . 20000

ΔP = 18 000 000

ΔP = 1,8 x 107 Pa Alternativa D

04. Para suprirem suas células com oxigênio e removerem o gás carbônico dos tecidos, os animais realizam trocas gasosas com o ambiente, processo denominado de respiração. Na tabela abaixo estão listados 4 grupos de animais e 4 tipos de respiração:

As relações corretas entre os grupos de animais mencionados à esquerda e os tipos de respiração mencionados à direita são:

a) IB; IIA; IIIC; IVD. b) IA; IIB; IIIC; IVD. c) IC; IIA; IIIB; IVD. d) IC; IID; IIIA; IVB.

Resolução: Trata-se de uma questão direta que relaciona os organismos citados às suas respectivas estruturas respiratórias.

Os poríferos utilizam a superfície corporal para as trocas gasosas, pois não possuem estrutura específica para essa função.

Brânquias, traqueias e pulmões constituem os órgãos respiratórios dos crustáceos, insetos e répteis, respectivamente.

Alternativa C

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05. A teníase e a cisticercose são doenças parasitárias que ainda preocupam as entidades sanitaristas. São medidas que controlam a incidência de casos dessas parasitoses: lavar bem os alimentos e tomar água fervida ou filtrada, para evitar a

a) ingestão de ovos dos platelmintos causadores dessas doenças; e controlar as populações de caramujos, que são hospedeiros intermediários dos platelmintos.

b) ingestão de ovos do parasita; e cozinhar adequadamente as carnes de porco e de boi para evitar a ingestão de cisticercos.

c) ingestão de ovos dos nematelmintos, além de cozinhar bem as carnes de porco e de boi, ambos portadores desses nematelmintos.

d) ingestão de cisticercos; e controlar a população de insetos vetores, como o barbeiro, que transmite os ovos do parasita ao picar o homem.

Resolução: A medida profilática citada no texto serve para evitar a cisticercose, doença causada pela ingestão de ovos embrionados do parasita. Cozinhar adequadamente as carnes de porco e de boi previnem a teníase, pois as larvas (cisticercos) estão presentes na musculatura desses animais, caso estejam contaminados.

Alternativa B

06. Em relação a um organismo diploide, que apresenta 24 cromossomos em cada célula somática, pode-se afirmar que

a) seu código genético é composto por 24 moléculas de DNA de fita simples.

b) uma célula desse organismo na fase G2 da interfase apresenta 48 moléculas de DNA de fita dupla.

c) o gameta originado desse organismo apresenta 12 moléculas de DNA de fita simples em seu genoma haploide.

d) seu cariótipo é composto por 24 pares de cromossomos.

Resolução: Em G2, o DNA é uma molécula de fita dupla. Os cromossomos estão duplicados com duas moléculas de DNA cada um deles. Um organismo 2n = 24, apresenta nessa fase, 48 moléculas de DNA. Alternativa B

07. Considere um indivíduo heterozigoto para três genes. Os alelos dominantes A e B estão no mesmo cromossomo. O gene C tem segregação independente dos outros dois genes. Se não houver crossing-over durante a meiose, a frequência esperada de gametas com genótipo abc produzidos por esse indivíduo é de

a) 1/2. b) 1/6. c) 1/4. d) 1/8.

Resolução: De acordo com as informações do enunciado, a configuração

gênica nos cromossomos poderia ser representada:

Assim, durante a meiose, o primeiro par de homólogos poderá formar gametas: AB e ab, na proporção de 1/2 e 1/2, enquanto o cromossomo com Cc forma os gametas 1/2 C : 1/2 c.

A frequência esperada dos gametas abc, é:

P(abc) = P(ab e c) = 12

12

14

x = . Alternativa C

08. Os gráficos A, B e C mostram as variações da secreção de insulina e glucagon em função da concentração de glicose, e as variações da concentração de glicose no sangue, após uma refeição rica em carboidratos.

Com base nos gráficos acima, pode-se afirmar que

a) o aumento dos níveis de glicose no sangue causa um aumento da secreção de insulina e de glucagon por células do pâncreas, pois ambos os hormônios contribuem para que as moléculas de açúcar atravessem a membrana plasmática das células.

b) a secreção de glucagon é alta em indivíduos que tenham se alimentado de carboidrato duas horas antes, pois muitos desses carboidratos acabam se transformando em glicose; já com relação à insulina, ocorre um aumento porque os níveis de glicose estão elevados.

A a

C c

B b

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c) as células secretoras do pâncreas estão sempre produzindo grandes quantidades de insulina e de glucagon, pois esses dois hormônios são responsáveis pela captura de glicose do sangue para as células.

d) se os níveis de glicose no sangue estão altos, a secreção de insulina aumenta para permitir que as moléculas de glicose sejam absorvidas pelas células, e os níveis de glucagon permanecem baixos, pois não há necessidade de o glicogênio ser transformado em glicose.

Resolução: Sendo a insulina um hormônio hiperglicemiante, quando os níveis de glicose no sangue estão altos, o pâncreas secreta insulina para permitir que a glicose seja absorvida pelas células do corpo, regulando a taxa glicêmica. O hormônio glucagon deve permanecer em nível baixo, por ser hiperglicemiante.

Alternativa D

09. O Brasil é um país privilegiado no que diz respeito ao estoque de água doce. Estima-se em 1.400.000 km3 o volume total de água na Terra, sendo cerca de 35.000 km3 de água doce. Desses 35.000 km3, o Brasil possui 12%. Em alguns países, no entanto, a água doce tem que ser obtida pelo uso de metodologias complexas e caras. Uma proposta recente sugere a utilização de energia geotérmica (fluido geotérmico) para a obtenção de água dessalinizada a partir da água salgada. O esquema abaixo, em que as setas indicam o sentido dos fluxos, resume a metodologia a ser empregada.

Considerando-se as informações do texto e o conhecimento químico, pode-se afirmar que, nesse processo, o fluido geotérmico entra em

a) C e sai em E e a água salina entra em A, enquanto em B sai a água dessalinizada e em D sai uma água mais salgada.

b) C e sai em D e a água salina entra em A, enquanto em E sai a água dessalinizada e em B sai uma água mais salgada.

c) A e sai em B e a água salina entra em C, enquanto em E sai a água dessalinizada e em D sai uma água mais salgada.

d) A e sai em B e a água salina entra em C, enquanto em D sai a água dessalinizada e em E sai uma água mais salgada.

Resolução: Podemos perceber pelo desenho que a água salgada entra pelo

indicado na letra C. O fluído geotérmico entra em A e sai em B. A água evapora e

depois condensa saindo em D. Por E sai a água mais salgada residual.

Alternativa D

Texto para as questões 10 e 11.

Cerca de ¼ de todo o dióxido de carbono liberado pelo uso de combustíveis fósseis é absorvido pelo oceano, o que leva a uma mudança em seu pH e no equilíbrio do carbonato na água do mar. Se não houver uma ação rápida para reduzir as emissões de dióxido de carbono, essas mudanças podem levar a um impacto devastador em muitos organismos que possuem esqueletos, conchas e revestimentos, como os corais, os moluscos, os que vivem no plâncton, e no ecossistema marinho como um todo.

10. Do ponto de vista químico, inicialmente ocorrem a dissolução do dióxido de carbono gasoso na água e a formação de dióxido de carbono em solução. Uma vez dissolvido na água do mar, o dióxido de carbono reage rapidamente com a água, modificando seu equilíbrio iônico. Assim, a reação do dióxido de carbono com a água

a) faz o pH da água baixar e pode ser representada por CO2(aq) + H2O(aq) → HCO3

– (aq) + H+(aq). b) faz o pH da água aumentar e pode ser representada por

CO2(aq) + H2O(aq) → HCO3– (aq) + H+(aq).

c) faz o pH da água baixar e pode ser representada por CO(aq) + H2O(aq) → 2H+(aq) + CO2(aq).

d) faz o pH da água aumentar e pode ser representada por CO2(aq) + H2O(aq) → H2CO3(aq).

Resolução:

Em meio aquoso o gás carbônico forma o seguinte equilíbrio:

CO2(g) + H2O →← H2CO3(aq) →← H+(aq) + HCO3–(aq)

Ocorre liberação de íon H+(aq), o que ocasiona diminuição do pH. Alternativa A

água salgadafluído geotérmico quentefluído geotérmico frio

água dessalinizadaágua mais salgadaresidual

Nesta região, o fluído geotérmico transfere calor para a água salgada provocando a vaporização da água.

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11. Levando em conta a capacidade da água de dissolver o dióxido de carbono, há uma proposta de se bombear esse gás para dentro dos oceanos, em águas profundas. Considerando-se o exposto no texto inicial e a proposta de bombeamento do dióxido de carbono nas águas profundas, pode-se concluir que esse bombeamento

a) favoreceria os organismos que utilizariam o carbonato oriundo da dissolução do gás na água para formar suas carapaças ou exoesqueletos, mas aumentaria o nível dos oceanos.

b) diminuiria o problema do buraco da camada de ozônio, mas poderia comprometer a vida marinha.

c) diminuiria o problema do efeito estufa, mas poderia comprometer a vida marinha.

d) favoreceria alguns organismos marinhos que possuem esqueletos e conchas, mas aumentaria o problema do efeito estufa.

Resolução: A diminuição do problema do efeito estufa seria decorrência da

redução dos teores de CO2 atmosférico. Porém, a formação do ácido carbônico resultante da combinação do CO2 e do H2O, resultaria num aumento da acidez que comprometeria a vida marinha. Alternativa C

Texto para as questões 12, 13 e 14.

Acidentes de trânsito causam milhares de mortes todos os anos nas estradas do país. Pneus desgastados (“carecas”), freios em péssimas condições e excesso de velocidade são fatores que contribuem para elevar o número de acidentes de trânsito.

12. Responsável por 20% dos acidentes, o uso de pneu “careca” é considerado falta grave e o condutor recebe punição de 5 pontos na carteira de habilitação. A borracha do pneu, entre outros materiais, é constituída por um polímero de isopreno (C5H8) e tem uma densidade igual a 0,92 g cm–3. Considere que o desgaste médio de um pneu até o momento de sua troca corresponda ao consumo de 31 mols de isopreno e que a manta que forma a banda de rodagem desse pneu seja um retângulo de 20 cm x 190 cm. Para esse caso específico, a espessura gasta do pneu seria de, aproximadamente,

a) 0,55 cm. b) 0,60 cm. c) 0,51 cm. d) 0,75 cm.

Dados de massas molares em g mol–1: C = 12 e H = 1.

12. Resolução:

C5H8 ® 68 g/mol

1 mol —— 68 g 31 mol —— x x = 2108

Como d = 0,92 g/cm3, temos:

1 cm3 —— 0,92 g y —— 2108 g y = 2291,3 cm3 = volume

Para se calcular a espessura gasta, deve-se imaginar que o pneu esticado aproxima-se da forma de um paralelepípedo.

V = 20 . 190 . e 2291,3 = 3800 w e = 0,60 cm

e = espessura gastaAlternativa B

13. O sistema de freios ABS (do alemão “Antiblockier-Bremssystem”) impede o travamento das rodas do veículo, de forma que elas não deslizem no chão, o que leva a um menor desgaste do pneu. Não havendo deslizamento, a distância percorrida pelo veículo até a parada completa é reduzida, pois a força de atrito aplicada pelo chão nas rodas é estática, e seu valor máximo é sempre maior que a força de atrito cinético. O coeficiente de atrito estático entre os pneus e a pista é μe = 0,80 e o cinético vale μc = 0,60. Sendo g = 10 m/s2 e a massa do carro m = 1200 kg, o módulo da força de atrito estático máxima e a da força de atrito cinético são, respectivamente, iguais a

a) 1200 N e 12000 N. b) 12000 N e 120 N. c) 9600 N e 7200 N d) 20000 N e 15000 N.

Resolução:

FatE = mE . N

FatE = 0,8 . (1200 . 10)

FatE = 0,8 . 12 000

FatE = 9600 N

FatC = mC . N

FatC = 0,6 . (1200 . 10)

FatC = 0,6 . 12 000

FatC = 7200 N Alternativa C

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14. Para trocar os pneus de um carro, é preciso ficar atento ao código de três números que eles têm gravado na lateral. O primeiro desses números fornece a largura (L) do pneu, em milímetros. O segundo corresponde à razão entre a altura (H) e a largura (L) do pneu, multiplicada por 100. Já o terceiro indica o diâmetro interno (A) do pneu, em polegadas. A figura abaixo mostra um corte vertical de uma roda, para que seja possível a identificação de suas dimensões principais.

Suponha que os pneus de um carro têm o código 195/60R15. Sabendo que uma polegada corresponde a 25,4 mm, pode-se concluir que o diâmetro externo (D) desses pneus mede

a) 615 mm. b) 1031 mm. c) 498 mm. d) 249 mm.

Resolução:

Com o código fornecido temos:

L = 195 mm L = 195 mm

HL

. 100 = 60 H = 0,6 . L

A = 15 polegadas A = 15.25,4 mm

L = 195 mm

Þ H = 117 mm

A = 381 mm

Portanto, D = A + 2H = 381 + 2 . 117 = 615 mmAlternativa A

Texto para as questões 15 e 16.

Em abril de 2010, erupções vulcânicas na Islândia paralisaram aeroportos em vários países da Europa. Além do risco da falta de visibilidade, as cinzas dos vulcões podem afetar os motores dos aviões, pois contêm materiais que se fixam nas pás de saída, causando problemas no funcionamento do motor a jato.

15. Uma erupção vulcânica pode ser entendida como resultante da ascensão do magma que contém gases dissolvidos, a pressões e temperaturas elevadas. Esta mistura apresenta aspectos diferentes ao longo do percurso, podendo ser esquematicamente representada pela figura abaixo, onde a coloração escura indica o magma e os discos de coloração clara indicam o gás. Segundo essa figura, pode-se depreender que

a) a expansão dos gases próximos à superfície se deve à diminuição da temperatura do magma.

b) as explosões nas erupções vulcânicas se devem, na realidade, à expansão de bolhas de gás.

c) a ascensão do magma é facilitada pelo aumento da pressão sobre o gás, o que dificulta a expansão das bolhas.

d) a densidade aparente do magma próximo à cratera do vulcão é maior que nas regiões mais profundas do vulcão, o que facilita sua subida.

Figura de vulcão fora de escala

Resolução: De acordo com a figura, é possível verificar que devido a uma diminuição da pressão no magma, ocorre uma expansão das bolhas de gás que vão chegando à superfície. Com essa intensa expansão, ocorre a liberação do magma de forma violenta, e assim as explosões. Alternativa B

16. Considere que o calor específico de um material presente nas cinzas seja c = 0,8 J/g0C . Supondo que esse material entra na turbina a −200C , a energia cedida a uma massa m = 5 g do material para que ele atinja uma temperatura de 8800C é igual a

a) 220 J. b) 3600 J. c) 1000 J. d) 4600 J.

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Resolução: A energia envolvida em um processo que envolte troca de calor

é dada por: Q = m x C x ∆q onde: Q = quantidade de energia envolvida no processo m = massa do material no qual houve a variação de temperatura

em questão ∆q = variação de temperatura Portanto temos: Q = 5 x 0,8 x (880 – (–20)) Q = 3600 J Alternativa B

Texto para as questões 17 e 18.

Quando um rolo de fita adesiva é desenrolado, ocorre uma transferência de cargas negativas da fita para o rolo, conforme ilustrado na figura ao lado. Quando o campo elétrico criado pela distribuição de cargas é maior que o campo elétrico de ruptura do meio, ocorre uma descarga elétrica. Foi demonstrado recentemente que essa descarga pode ser utilizada como uma fonte econômica de raios-X.

17. Para um pedaço da fita de área A = 5,0 × 10−4 m2 mantido

a uma distância constante d = 2,0 mm do rolo, a quantidade

de cargas acumuladas é igual a Q = CV, sendo V a diferença

de potencial entre a fita desenrolada e o rolo e C = ε0Ad ,

em que ε0 ≈ 9,0 x 10–12 CVm . Nesse caso, a diferença de

potencial entre a fita e o rolo para Q = 4,5 x 10–9 C é de

a) 2,0 x 103 V. b) 1,2 x 102 V. c) 5,0 x 10−4 V. d) 1,0 x 10−20 V.

Resolução:

A diferença potencial será calculada por: V = QC

sendo que Q = 45 x 10–9 C e C é otbtido por:

C = E x Ad = 9 x 10–12 x

5 10

2 10

4

3x

x

-

- Þ C = 2,25 x 10–12 F

Portanto, temos:

V = 4 5 10

2 25 10

9

12,

,

x

x

-

- Þ V = 2 x 103

Alternativa A

18. No ar, a ruptura dielétrica ocorre para campos elétricos a partir de E = 3,0 × 106 V/m. Suponha que ocorra uma descarga elétrica entre a fita e o rolo para uma diferença de potencial V = 9 kV. Nessa situação, pode-se afirmar que a distância máxima entre a fita e o rolo vale

a) 27 mm. b) 2 mm. c) 37 nm. d) 3 mm.

Resolução: A relação entre campo elétrico e diferença de potencial é dada

por: E x d = U onde d é a distância entre a fita e o rolo. Portanto a distância entre a fita e o rolo é obtida por:

d = UE

=9 10

3 10

3

6x

x = 3 x 10–3 m \ d = 3 mm

Alternativa D

Texto para as questões 19 e 20.

O radar é um dos dispositivos mais usados para coibir o excesso de velocidade nas vias de trânsito. O seu princípio de funcionamento é baseado no efeito Doppler das ondas eletromagnéticas refletidas pelo carro em movimento.

Considere que a velocidade medida por um radar foi Vm = 72 km/h para um carro que se aproximava do aparelho.

19. Para se obter Vm o radar mede a diferença de frequências

Δf, dada por Δf = f – f0 = ±VCm f0, sendo f a frequência da

onda refletida pelo carro, f0 = 2,4 x 1010 Hz a frequência da

onda emitida pelo radar e c = 3,0 x 108 m/s a velocidade da

onda eletromagnética. O sinal (+ ou –) deve ser escolhido

dependendo do sentido do movimento do carro com relação

ao radar, sendo que, quando o carro se aproxima, a frequência

da onda refletida é maior que a emitida.

Pode-se afirmar que a diferença de frequência Δf medida pelo radar foi igual a

a) 80 Hz. b) 1600 Hz. c) –80 Hz. d) –1600 Hz.

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Resolução:

∆f = Vm fC

. 0

Já que Vm = 72 km/h = 20 m/s e o carro se aproximava do aparelho, temos:

∆f = f – f0 Þ f > f0 Þ Df > 0

∆f = 20 2 4 10

3 10

10

8. , x

x

∆f = 1600 Hz Alternativa B

20. Quando um carro não se move diretamente na direção do radar, é preciso fazer uma correção da velocidade medida pelo aparelho (Vm) para obter a velocidade real do veículo (Vr). Essa correção pode ser calculada a partir da fórmula Vm = Vr . cos(α) , em que α é o ângulo formado entre a direção de tráfego da rua e o segmento de reta que liga o radar ao ponto da via que ele mira. Suponha que o radar tenha sido instalado a uma distância de 50 m do centro da faixa na qual o carro trafegava, e tenha detectado a velocidade do carro quando este estava a 130 m de distância, como mostra a figura abaixo.

Se o radar detectou que o carro trafegava a 72 km/h, sua velocidade real era igual a

a) 66,5 km/h. b) 36 3 km/h. d) 78 km/h. c) 144 3 km/h.

Resolução:

Vm = VR . cos a

72 = VR . 120130

VR = 78 km/h

Alternativa C

21. Recentemente, um órgão governamental de pesquisa divulgou que, entre 2006 e 2009, cerca de 5,2 milhões de brasileiros saíram da condição de indigência. Nesse mesmo período, 8,2 milhões de brasileiros deixaram a condição de pobreza. Observe que a faixa de pobreza inclui os indigentes. O gráfico abaixo mostra os percentuais da população brasileira enquadrados nessas duas categorias, em 2006 e 2009.

Após determinar a população brasileira em 2006 e em 2009, resolvendo um sistema linear, verifica-se que

a) 18,5 milhões de brasileiros eram indigentes em 2006. b) o número de brasileiros indigentes passou de 19,0

milhões, em 2006, para 13,3 milhões, em 2009. c) 12,9 milhões de brasileiros eram indigentes em 2009. d) entre 2006 e 2009, o total de brasileiros incluídos nas

faixas de pobreza e de indigência passou de 36% para 28% da população.

Resolução:

Denotando por p1 a população total em 2006 e p2 a população total em 2009, em milhões, temos o seguinte sistema de equações:

0,26 p1 – 0,21 p2 = 8,2 p1 = 185 0,10 p1 – 0,07 p2 = 5,2 p2 = 190

Assim, a quantidade de brasileiros indigentes em 2006 era de:

10100 . p1 = 18,5 milhões

Alternativa A

120 m130 m

50 m

α

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22. Considere três modelos de televisores de tela plana, cujas dimensões aproximadas são fornecidas na tabela abaixo, acompanhadas dos preços dos aparelhos.

Com base na tabela, pode-se afirmar que o preço por unidade de área da tela

a) aumenta à medida que as dimensões dos aparelhos aumentam.

b) permanece constante do primeiro para o segundo modelo, e aumenta do segundo para o terceiro.

c) permanece constante. d) aumenta do primeiro para o segundo modelo, e

permanece constante do segundo para o terceiro. Resolução:

As áreas das telas de cada televisor será de:

Modelo Área (cm2)

23" 50 . 30 = 1500

32" 70 . 40 = 2800

40" 90 . 50 = 4500

Assim

Modelo Preço por unidade de área

23" 7501500 = 0,5

32" 14002800 = 0,5

40" 22504500 = 0,5

Portanto, o preço por unidade de área permanecerá constante.Alternativa C

23. Depois de encher de areia um molde cilíndrico, uma criança virou-o sobre uma superfície horizontal. Após a retirada do molde, a areia escorreu, formando um cone cuja base tinha raio igual ao dobro do raio da base do cilindro.

A altura do cone formado pela areia era igual a

a) 1/2 da altura do cilindro. b) 2/3 da altura do cilindro. c) 1/3 da altura do cilindro. d) 3/4 da altura do cilindro.

Resolução: Seja V1 o volume de areia no cilindro, V2 o volume do cone

formado pela areia, H a altura do cilindro e h a altura do cone.

V1 = V2 Þ pR2

2

. H =

13 . p(R)2 . h Þ h =

34 H

Alternativa D

24. O sangue humano costuma ser classificado em diversos grupos, sendo os sistemas ABO e Rh os métodos mais comuns de classificação. A primeira tabela abaixo fornece o percentual da população brasileira com cada combinação de tipo sanguíneo e fator Rh. Já a segunda tabela indica o tipo de aglutinina e de aglutinogênio presentes em cada grupo sanguíneo.

Em um teste sanguíneo realizado no Brasil, detectou-se, no sangue de um indivíduo, a presença de aglutinogênio A. Nesse caso, a probabilidade de que o indivíduo tenha sangue A+ é de cerca de

a) 34%. b) 81%. c) 39%. d) 76%.

Resolução: Se o indivíduo apresenta o aglutinogênio A, da segunda tabela

dada, concluímos que ele é do tipo A ou AB. Da primeira tabela, temos que a probabilidade de que o indivíduo

tenha sangue A+ dado que ele é do tipo A ou AB, será:

P = 34

34 8 2 5 0 5%

% % , % , %+ + + @ 76% Alternativa D

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25. Um determinado cidadão recebe um salário bruto de R$ 2.500,00 por mês, e gasta cerca de R$ 1.800,00 por mês com escola, supermercado, plano de saúde, etc. Uma pesquisa recente mostrou que uma pessoa com esse perfil tem seu salário bruto tributado em 13,3% e paga 31,5% de tributos sobre o valor dos produtos e serviços que consome. Nesse caso, o percentual total do salário mensal gasto com tributos é de cerca de

a) 36 %. b) 40 %. c) 41 %. d) 45 %.

Resolução:

Tributo do salário bruto: 13 3100,

. 2500 = 332,50

Tributo sobre serviços: 31 5100, . 1800 = 567,00

Gasto total com tributos: 899,50

Portanto, o percentual total do salário é:

899,50 = x . 2500,00 Þ x @ 36%Alternativa A

26. No centro de um mosaico formado apenas por pequenos ladrilhos, um artista colocou 4 ladrilhos cinza. Em torno dos ladrilhos centrais, o artista colocou uma camada de ladrilhos brancos, seguida por uma camada de ladrilhos cinza, e assim sucessivamente, alternando camadas de ladrilhos brancos e cinza, como ilustra a figura abaixo, que mostra apenas a parte central do mosaico. Observando a figura, podemos concluir que a 10ª camada de ladrilhos cinza contém

a) 76 ladrilhos. b) 156 ladrilhos. c) 148 ladrilhos. d) 112 ladrilhos.

Resolução: Analisando a figura, temos: 1a camada cinza: 4 ladrilhos = a1 2a camada cinza: 20 ladrilhos = a2 3a camada cinza: 36 ladrinhos = a3

A sequência das camadas é uma P.A. com a1 = 4 e r = 16. A 10a camada cinza (a10) é dada por:

a10 = a1 + 9r a10 = 4 + 9 . 16 = 148

Alternativa C

27. Quarenta pessoas em excursão pernoitam em um hotel. Somados, os homens despendem R$ 2.400,00. O grupo de mulheres gasta a mesma quantia, embora cada uma tenha pago R$ 64,00 a menos que cada homem. Denotando por x o número de homens do grupo, uma expressão que modela esse problema e permite encontrar tal valor é

a) 2400x = (2400 + 64x)(40 − x). b) 2400x = (2400 − 64x)(40 − x). c) 2400(40 − x) = (2400 – 64x)x. d) 2400(40 − x) = (2400 + 64x)x.

Resolução: Sejam: x a quantidade de homens 40 – x a quantidade de mulheres

2400x

o gasto por homem

240040 - x

o gasto por mulher

Conforme informações do enunciado, temos:

240040 - x =

2400x – 64

2400x = 2400(40 – x) – 64(40 – x)x 2400x = (2400 – 64x)(40 – x)

Alternativa B

Texto para as questões 28 E 29.

A figura abaixo apresenta parte do mapa de uma cidade, no qual estão identificadas a catedral, a prefeitura e a câmara de vereadores. Observe que o quadriculado não representa os quarteirões da cidade, servindo apenas para a localização dos pontos e retas no plano cartesiano.

Nessa cidade, a Avenida Brasil é formada pelos pontos equidistantes da catedral e da prefeitura, enquanto a Avenida Juscelino Kubitschek (não mostrada no mapa) é formada pelos pontos equidistantes da prefeitura e da câmara de vereadores.

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28. Sabendo que a distância real entre a catedral e a prefeitura é de 500 m, podemos concluir que a distância real, em linha reta, entre a catedral e a câmara de vereadores é de

a) 500 5 m. b) 1500 m. c) 1000 2 m. d) 500 + 500 2 m.

Resolução: Pela figura, temos que 2 unidades no plano cartesiano equivalem

a 500 m. Assim, obtemos o seguinte triângulo:

Portanto, a distância real é d2 = 10002 + 5002 Þ d = 500 5

Alternativa A

29. O ponto de interseção das avenidas Brasil e Juscelino Kubitschek pertence à região definida por

a) (x − 1)2 + (y − 5)2 ≤ 2 . b) (x − 2)2 + (y − 6)2 ≤ 1. c) x Î]1, 3[, y Î]4, 6[ . d) x = 2, y Î[5, 7] .

Resolução: A reta s (Av. JK) passa pelo ponto M(4; 2), que é o ponto médio de P(3; 1) e C(5; 3) e tem coeficiente angular igual a

m = -1mPC

= –1,

s: y – 2 = –1(x – 4) Þ y = –x + 6

Assim, obtemos a figura a seguir:

Portanto a intersecção das avenidas Brasil e Juscelino Kubitschek é dada pelo sistema

y xx= − +=

62

Þ x = 2 e y = 4

que pertence à região (x – 1)2 + (y – 5)2 £ 2. Alternativa A

30. Em uma xícara que já contém certa quantidade de açúcar, despeja-se café. A curva abaixo representa a função exponencial M(t), que fornece a quantidade de açúcar não dissolvido (em gramas), t minutos após o café ser despejado. Pelo gráfico, podemos concluir que

a) M(t) = 2(4−t / 50). b) M(t) = 2(4−t / 75). c) M(t) = 2(5−t / 50). d) M(t) = 2(5−t /150).

Resolução: Substituindo os pontos (0; 16) e (150; 4), a única função que fornece a correspondência correta é a da alternativa A.

· M(0) = 24 075-

= 24 = 16

· M(150) = 24 150

75- = 24–2 = 22 = 4 Alternativa B

500 m

1000 m

P(3; 1)

(2; 4)

C(5; 3)

M(4; 2)

s

r

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31.

Maître de Talbot, “Les travailleurs”, reproduzido de Edward Landa & Christian Feller (Ed.), Soil and culture. New York: Springer, 2010, p. 16.

No quadro acima, observa-se a organização espacial do trabalho agrícola típica do período medieval. A partir dele, podemos afirmar que

a) os camponeses estão distantes do castelo porque já abandonavam o domínio senhorial, num momento em que práticas de conservação do solo, como a rotação de culturas, e a invenção de novos instrumentos, como o arado, aumentavam a produção agrícola.

b) os camponeses utilizavam, então, práticas de plantio direto, o que permitia a melhor conservação do solo e a fertilidade das terras que pertenciam a um senhor feudal, como sugere o castelo fortificado que domina a paisagem ao fundo do quadro.

c) A cena retrata um momento de mudança técnica e social: desenvolviam-se novos instrumentos agrícolas, como o arado, e o uso de práticas de plantio direto, o que levava ao aumento da produção, permitindo que os camponeses abandonassem o domínio senhorial.

d) um castelo fortificado domina a paisagem, ao fundo, pois os camponeses trabalhavam no domínio de um senhor; pode-se ver também que utilizavam práticas de rotação de culturas, visando à conservação do solo e à manutenção da fertilidade das terras.

Resolução: A imagem retrata o trabalho camponês no contexto do feudalismo. Ao fundo, o imponente castelo representa o poder do senhor feudal sobre seus servos. Na imagem, também é possível ver o sistema de rotação trienal de culturas, o qual possibilitou um aumento da produtividade nos feudos, favorecendo a expansão do mundo feudal nos séculos XI, XII e XIII. Alternativa D

32. Referindo-se à expansão marítima dos séculos XV e XVI, o poeta português Fernando Pessoa escreveu, em 1922, no poema “Padrão”:

E ao imenso e possível oceanoEnsinam estas Quinas, que aqui vês,Que o mar com fim será grego ou romano:O mar sem fim é português.

Fernando Pessoa, Mensagem – poemas esotéricos. Madri: ALLCA XX, 1997, p. 49.

Nestes versos identificamos uma comparação entre dois processos históricos. É válido afirmar que o poema compara

a) o alcance da expansão marítima portuguesa da Idade Moderna aos processos de colonização da Antiguidade Clássica: enquanto o domínio grego e romano se limitava ao mar Mediterrâneo, o domínio português expandiu-se pelos oceanos Atlântico e Índico.

b) o sistema de colonização da Idade Moderna aos sistemas de colonização da Antiguidade Clássica: a navegação oceânica tornou possível aos portugueses o tráfico de escravos para suas colônias, enquanto gregos e romanos utilizavam servos presos à terra.

c) a localização geográfica das possessões coloniais dos impérios antigos e modernos: as cidades-estado gregas e depois o Império Romano se limitaram a expandir seus domínios pela Europa, ao passo que Portugal fundou colônias na costa do norte da África.

d) a duração dos impérios antigos e modernos: enquanto o domínio de gregos e romanos sobre os mares teve um fim com as guerras do Peloponeso e Púnicas, respectivamente, Portugal figurou como a maior potência marítima até a independência de suas colônias.

Resolução: A questão exigia do aluno a habilidade de estabelecer uma relação entre as navegações greco-romanas pelo Mar Mediterrâneo na Antiguidade e as navegações oceânicas realizadas pelos portugueses durante o início da Idade Moderna. Seria necessário lembrar que as navegações pelo Mar Mediterrâneo se limitavam a sua bacia, já as oceânicas lusitanas se estendiam pelos Oceanos Atlântico e Índico. Alternativa A

33. Em carta ao rei D. Manuel, Pero Vaz de Caminha narrou os primeiros contatos entre os indígenas e os portugueses no Brasil: “Quando eles vieram, o capitão estava com um colar de ouro muito grande ao pescoço. Um deles fitou o colar do Capitão, e começou a fazer acenos com a mão em direção à terra, e depois para o colar, como se quisesse dizer-nos que havia ouro na terra. Outro viu umas contas de rosário, brancas, e acenava para a terra e novamente para as contas e para o colar do Capitão, como se dissesse que dariam ouro por aquilo. Isto nós tomávamos nesse sentido, por assim o desejarmos! Mas se ele queria dizer que levaria as contas e o colar, isto nós não queríamos entender, porque não havíamos de dar-lhe!”Adaptado de Leonardo Arroyo, A carta de Pero Vaz de Caminha. São

Paulo: Melhoramentos; Rio de Janeiro: INL, 1971, p. 72-74.

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Esse trecho da carta de Caminha nos permite concluir que o contato entre as culturas indígena e europeia foi

a) favorecido pelo interesse que ambas as partes demonstravam em realizar transações comerciais: os indígenas se integrariam ao sistema de colonização, abastecendo as feitorias, voltadas ao comércio do pau-brasil, e se miscigenando com os colonizadores.

b) facilitado pela docilidade dos indígenas, que se associaram aos descobridores na exploração da nova terra, viabilizando um sistema colonial cuja base era a escravização dos povos nativos, o que levaria à destruição da sua cultura.

c) guiado pelo interesse dos descobridores em explorar a nova terra, principalmente por meio da extração de riquezas, interesse que se colocava acima da compreensão da cultura dos indígenas, que seria quase dizimada junto com essa população.

d) marcado pela necessidade dos colonizadores de obterem matéria-prima para suas indústrias e ampliarem o mercado consumidor para sua produção industrial, o que levou à busca por colônias e à integração cultural das populações nativas.

Resolução: A questão cobrava do aluno uma rememoração do conceito mercantilista por trás das Grandes Navegações, pelo qual as nações europeias (entre elas, Portugal) buscavam extrair qualquer riqueza das novas terras “descobertas”, em especial, metais preciosos. Desse modo, os europeus pouco se preocuparam em interagir com os povos nativos, impondo sua cultura, e, posteriormente, dizimando os nativos que não cooperassem com os seus objetivos. Alternativa B

34. A arte colonial mineira seguia as proposições do Concílio de Trento (1545-1553), dando visibilidade ao catolicismo reformado. O artífice deveria representar passagens sacras. Não era, portanto, plenamente livre na definição dos traços e temas das obras. Sua função era criar, segundo os padrões da Igreja, as peças encomendadas pelas confrarias, grandes mecenas das artes em Minas Gerais.Adaptado de Camila F. G. Santiago, “Traços europeus, cores mineiras:

três pinturas coloniais inspiradas em uma gravura de Joaquim Carneiro da Silva”, em Junia Furtado (org.),

Sons, formas, cores e movimentos na modernidade atlântica. Europa, Américas e África. São Paulo: Annablume, 2008, p. 385.

Considerando as informações do enunciado, a arte colonial mineira pode ser definida como

a) renascentista, pois criava na colônia uma arte sacra própria do catolicismo reformado, resgatando os ideais clássicos, segundo os padrões do Concílio de Trento.

b) escolástica, porque seguia as proposições do Concílio de Trento. Os artífices locais, financiados pela Igreja, apenas reproduziam as obras de arte sacra europeias.

c) barroca, já que seguia os preceitos da Contrarreforma. Era financiada e encomendada pelas confrarias e criada pelos artífices locais.

d) popular, por ser criada por artífices locais, que incluíam escravos, libertos, mulatos e brancos pobres que se colocavam sob a proteção das confrarias.

Resolução: A arte colonial mineira pode ser definida como barroca, uma estética artística que, no Brasil, sofreu influências da Igreja Católica. Esta lutava contra a Reforma Protestante, procurando reformar-se e disseminar seus valores, sobretudo as proposições do Concílio de Trento. Dessa forma, a arte barroca colonial mineira submetia-se ao Concílio; por consequência ela era permeada pelos ideais da Igreja reformada. Além disso, essa arte era encomendada e financiada pelas confrarias (irmandades religiosas) e executadas por artistas locais.

Alternativa C

35. O primeiro recenseamento geral do Império foi realizado em 1872. Nos recenseamentos parciais anteriores, não se perguntava sobre a cor da população. O censo de 1872, ao inserir essa informação, indica uma mudança, orientada por um entendimento do conceito de raça que ancorava a cor em um suporte pretensamente mais rígido. Com a crise da escravidão e do regime monárquico, que levou ao enfraquecimento dos pilares da distinção social, a cor e a raça tornavam-se necessárias.

Adaptado de Ivana Stolze Lima, Cores, marcas e falas: sentidos da mestiçagem no Império do Brasil.

Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 2003, p. 109, 121.

A partir do enunciado, podemos concluir que há um uso político na maneira de classificar a população, já que

a) o conceito de raça permitia classificar a população a partir de um critério mais objetivo do que a cor, garantindo mais exatidão nas informações, o que era necessário em um momento de transição para um novo regime.

b) no final do Império, a associação entre a cor da pele e o conceito de raça criava um novo critério de exclusão social, capaz de substituir as formas de distinção que eram próprias da sociedade escravista e monárquica em crise.

c) no final do Império, o enfraquecimento dos pilares da distinção social era causado pelo fim da escravidão. Nesse contexto, ao perguntar sobre a raça da população, o censo permitiria a elaboração de políticas públicas visando à inclusão social dos ex-escravos.

d) a introdução do conceito de raça no censo devia-se a uma concepção, cada vez mais difundida após 1870, que propunha a organização e o governo da sociedade a partir de critérios objetivos e científicos, o que levaria a uma maior igualdade social.

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Resolução: A questão cobrava do aluno um conhecimento sobre a crise do II Reinado, quando a questão servil (ou escravista) estava latente entre as discussões mais importantes do período. Para o acerto da questão, o aluno deveria compreender que o censo de 1872 tinha um fundo político, criando uma nova forma de exclusão social, baseada no conceito de raça associado à cor da pele, em detrimento dos meios de discriminação existentes na sociedade decadente do final do II Reinado.

Alternativa B

36. A denominação de república oligárquica é frequentemente atribuída aos primeiros 40 anos da República no Brasil. Coronelismo, oligarquia e política dos governadores fazem parte do vocabulário político necessário ao entendimento desse período.

Adaptado de Maria Efigênia Lage de Resende, “O processo político na Primeira República e o liberalismo oligárquico”, em Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves Delgado (orgs.), O tempo do liberalismo excludente — da Proclamação da República à Revolução de 1930.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006, p. 91.

Relacionando os termos do enunciado, a chamada “república oligárquica” pode ser explicada da seguinte maneira:

a) As oligarquias estaduais se aliavam aos coronéis, que detinham o poder político nos municípios, e estes fraudavam as eleições. Assim, os governadores elegiam candidatos que apoiariam o presidente da República, e este retribuía com recursos aos estados.

b) Os governadores representavam as oligarquias estaduais e controlavam as eleições, realizadas com voto aberto. Isso sustentava a República da Espada, na qual vários coronéis governaram o país, retribuindo o apoio político dos governadores.

c) Diante das revoltas populares do período, que ameaçavam as oligarquias estaduais, os governadores se aliaram aos coronéis, para que chefiassem as expedições militares contra as revoltas, garantindo a ordem, em troca de maior poder político.

d) Os governadores excluídos da política do “café com leite” se aliaram às oligarquias nordestinas, a fim de superar São Paulo e Minas Gerais. Essas alianças favoreceram uma série de revoltas chefiadas por coronéis, que comandavam bandos de jagunços.

Resolução: A questão exigia do aluno um conhecimento sobre as estruturas de dominação político-sociais vigentes durante a República Velha. O enunciado trazia conceitos determinados, como: coronelismo, oligarquia e política dos governadores, os quais faziam parte do que se convencionou chamar de “república oligárquica”. Bastava então ao aluno relembrar o papel dos coronéis, os quais garantiam os votos necessários aos governadores por meio de fraudes, clientelismo e voto de cabresto, e estes votos mantinham o apoio ao presidente, que, em troca, retribuía com a liberação de recursos para os estados “fiéis”. Alternativa A

37. Em 30 de março de 1964, o Presidente João Goulart fez um discurso, no qual declarou: “Acabo de enviar uma mensagem ao Congresso Nacional propondo claramente as reformas que o povo brasileiro deseja. O meu mandato será exercido em toda a sua plenitude, em nome do povo e na defesa dos interesses populares.”

Adaptado de Paulo Bonavides e Roberto Amaral, Textos políticos da história do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2002, vol. 7, p. 884.

Sobre o contexto em que esse discurso foi pronunciado, é possível afirmar o seguinte:

a) Quando Jango apresentou ao Congresso Nacional as reformas de base, elas já haviam sido alteradas, abrindo mão da reforma agrária, para agradar aos setores conservadores, e não apenas às classes populares.

b) Com as reformas de base, Jango buscou afastar a fama de esquerdista, colocando na ilegalidade os partidos comunistas, mas motivou a oposição de militares e políticos nacionalistas, ao abrir o país ao capital externo.

c) Jango desenvolveu um plano de reformas que deveriam alterar essencialmente as carreiras dos militares, o que desagradava muitos deles, mas também reprimiu várias greves do período, irritando as classes populares.

d) Enfrentando a oposição de setores conservadores, Jango tentou usar as reformas de base, que deveriam abranger a reforma agrária, a eleitoral, a educacional e a financeira, para garantir apoio popular ao seu mandato.

Resolução: Durante o governo de João Goulart, a oposição dos setores conservadores era o grande entrave ao desenvolvimento do projeto de reforma proposto pelo presidente, o que ficou conhecido como “Reformas de Base”. Jango buscava o apoio popular com a implementação dessas reformas, as quais, por abordar temas delicados para as elites conservadoras do Brasil naquele momento (reforma agrária, eleitoral, financeira e educacional), foram amplamente combatidas, culminando no golpe militar de 31 de março de 1964 e na deposição do presidente.

Alternativa D38. Para muitos norte-americanos, Vietnã é o nome de uma guerra, não

de um país. Os vietnamitas parecem figuras sombrias, sem nome nem rosto, vítimas desamparadas ou agressores cruéis. A história começa apenas quando os Estados Unidos entram em cena.

Adaptado de Marvin E. Gettleman et. alli (Ed.), Vietnam and America: a documented history. New York: Grove Press, 1995, p. xiii.)

Esse desconhecimento dos norte-americanos quanto a seus adversários na Guerra do Vietnã pode ser relacionado ao fato de os norte-americanos

a) promoverem uma guerra de trincheiras, enquanto os vietnamitas comunistas movimentavam seus batalhões pela selva. Contando com um forte apoio popular, os Estados Unidos permaneceram por anos nesse conflito, mas não conseguiram derrotar os vietnamitas.

b) encontrarem grande dificuldade em enfrentar as táticas de guerrilha dos vietnamitas comunistas, que tinham maior conhecimento territorial. Após várias derrotas e sem apoio popular em seu próprio país, os Estados Unidos retiraram suas tropas do Vietnã.

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c) invadirem e ocuparem o território vietnamita, desmantelando os batalhões comunistas graças à superioridade americana em treinamento militar e armamentos. Apesar do apoio popular à guerra, os Estados Unidos desocuparam o território vietnamita.

d) desconhecerem as tradições dos vietnamitas, organizados em torno de líderes tribais, que eram os chefes militares de seus clãs. Sem ter um Estado como adversário, o conflito se arrastou e, sem apoio popular, os Estados Unidos acabaram se retirando.

Resolução: No contexto da Guerra Fria, tropas norte-americanas desembarcaram no Vietnã, a fim de conter a expansão do socialismo na Indochina. No entanto, as tropas comunistas organizaram-se em guerrilhas (vietcongues), as quais, com grande conhecimento do território vietnamita, causaram enorme constrangimento aos norte-americanos. Além disso, especialmente em 1968, deu-se o que foi, em seu conjunto, o maior movimento social da história dos Estados Unidos, exigindo maiores direitos aos negros, estudantes, mulheres, além do próprio fim da guerra (vale lembrar que o conflito no Vietnã foi o primeiro a ser televisionado, aumentando a oposição da opinião pública). Diante desses fatores, os Estados Unidos retiraram suas tropas da região, ocasionando a revolução socialista no Vietnã e Camboja. Alternativa B

39. A história de todas as sociedades tem sido a história das lutas de classe. Classe oprimida pelo despotismo feudal, a burguesia conquistou a soberania política no Estado moderno, no qual uma exploração aberta e direta substituiu a exploração velada por ilusões religiosas.

A estrutura econômica da sociedade condiciona as suas formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas. Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas, ao contrário, são as relações de produção que ele contrai que determinam a sua consciência.

Adaptado de K. Marx e F. Engels, Obras escolhidas. São Paulo: AlfaÔmega, s./d., vol 1, p. 21-23, 301-302.

As proposições dos enunciados acima podem ser associadas ao pensamento conhecido como

a) materialismo histórico, que compreende as sociedades humanas a partir de ideias universais independentes da realidade histórica e social.

b) socialismo utópico, que propõe a destruição do capitalismo por meio de uma revolução e a implantação de uma ditadura do proletariado.

c) socialismo utópico, que defende a reforma do capitalismo, com o fim da exploração econômica e a abolição do Estado por meio da ação direta.

d) materialismo histórico, que concebe a história a partir da luta de classes e da determinação das formas ideológicas pelas relações de produção.

Resolução: De acordo com a teoria da história marxista, os elementos que compõem a chamada superestrutura da sociedade (formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas) são determinados a partir de sua infraestrutura (a estrutura econômica da sociedade); em outras palavras, são os aspectos materiais de uma sociedade que condicionam a formação de seus elementos ideológicos, e não o contrário (idealismo). Relações de produção específicas a cada modo de produção (servil, assalariada etc.) determinariam, nesse sentido, a formação de classes sociais distintas; seria a luta entre essas classes o verdadeiro motor da história, princípio explicativo básico para a passagem de um modo de produção para outro. Alternativa D

40. Indiferentes às advertências contra a rotina dos métodos agrícolas, os fazendeiros de Vassouras continuaram a derrubar e queimar a mata virgem. Havia municípios do Vale do Paraíba que tinham esgotado completamente toda a sua mata virgem para dar lugar aos cafezais. Em 1887, os fazendeiros da região se queixaram que chovia menos e com muito mais irregularidade do que antes.

Adaptado de Stanley J. Stein, Vassouras: um município brasileiro do café, 1850-1900. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990, p. 255-258.

Podemos afirmar que o esgotamento da cultura cafeeira no Vale do Paraíba, mencionado no enunciado acima, deveu-se

a) à falta de qualificação da mão de obra escrava, que empregava técnicas agrícolas atrasadas, como as queimadas, para dar lugar aos cafezais, provocando o aumento de emissão de CO2 e intensificando o efeito estufa, o que reduziu as chuvas nessa área, tornando-a inadequada à cultura cafeeira e abrindo espaço à expansão da cultura canavieira, mais adaptada ao clima seco.

b) ao emprego de técnicas agrícolas atrasadas, como as queimadas, e ao cultivo nas planícies do rio Paraíba do Sul, fatores que reduziam a infiltração de água no solo, diminuindo a disponibilidade de água no local e afetando o regime de chuvas, o que levou a uma queda na produtividade da região.

c) ao desmatamento e ao cultivo em áreas de média e alta declividade, o que reduziu a infiltração de água no solo e diminuiu a disponibilidade de água no local, afetando o regime de chuvas; isso levou a uma queda na produtividade, com o endividamento dos fazendeiros da região, superada economicamente por regiões de cultivo cafeeiro mais recente, como o oeste paulista.

d) ao desmatamento e ao uso de queimadas, para dar lugar aos cafezais, o que provocou o aumento de emissão de CO2, intensificando o efeito estufa; isso causou a redução das chuvas nessa área, tornando-a inadequada à cultura cafeeira, e levando ao endividamento dos fazendeiros da região, que acabariam se deslocando para regiões de cultivo mais recente, como o oeste paulista.

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Resolução: A expansão da cultura cafeeira no Vale do Paraíba fortaleceu a escravidão, a grande propriedade, a monocultura e a produção voltada para o mercado externo. Como no passado, a cafeicultura caracterizava-se por ser uma cultura extensiva e predatória; o solo esgotou-se rapidamente no vale do Paraíba e a cultura cafeeira ali entrou em declínio. Em termos topográficos havia diferenças significativas entre o vale e o oeste paulista, área de cultivo recente. Devido ao terreno acidentado, o plantio do café no vale do Paraíba era descontínuo, realizado nas encostas dos montes. Alternativa C

41. O mapa abaixo destaca a área de ocorrência dos Pampas, no Brasil. Além de apresentarem solos susceptíveis à erosão, os Pampas se caracterizam

a) pela vegetação de gramíneas, em área de clima subtropical, sujeita a processos de arenização decorrente da eliminação da cobertura vegetal.

b) pela vegetação arbórea, em área de clima temperado, sujeita a processos de voçorocamento decorrente da eliminação da cobertura vegetal.

c) pela vegetação arbórea, em área de clima subtropical, sujeita a processos de arenização decorrente da eliminação da cobertura vegetal.

d) pela vegetação de gramíneas, em área de clima temperado, sujeita a processos de voçorocamento decorrente da eliminação da cobertura vegetal.

Resolução: A região de ocorrência dos Pampas é caracterizada por uma vegetação composta por gramíneas. O clima da região é o subtropical, que caracteriza-se por temperaturas amenas e chuvas com pouca variação ao longo do ano. O solo, em geral, é fértil, sendo bastante utilizado para a agropecuária, porém a arenização avança pela região, devido a práticas inadequadas como excesso de pastejo e a monocultura da soja. Alternativa A

42. Segundo a base de dados internacional sobre desastres, da Universidade Católica de Louvain, Bélgica, entre 2000 e 2007, mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas por algum tipo de desastre natural no Brasil. Os dados também mostram que, no mesmo período, ocorreram no país cerca de 36 grandes episódios de desastres naturais, com prejuízo econômico estimado em mais de US$ 2,5 bilhões.

Adaptado de C.Q.T. Maffra e M. Mazzola, “Vulnerabilidade Ambiental: Desastres Naturais ou Fenômenos Induzidos?”, In: Vulnerabilidade

Ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007, p. 10.)

É possível considerar que, no território nacional,

a) os desastres naturais estão associados diretamente a episódios de origem tectônica.

b) os desastres estão associados a fenômenos climáticos potencializados pela ação antrópica.

c) apenas a ação climática é o fator que justifica a marcante ocorrência dos desastres naturais.

d) a concentração das chuvas e os processos tectônicos associados são responsáveis pelos desastres naturais.

Resolução: A existência de desastres naturais no Brasil está relacionada aos fenômenos climáticos potencializados pela ação do homem (ação antrópica). Alternativa B

43. Os gráficos abaixo representam a espacialização e proporção da pobreza e da indigência no Brasil entre 1990 e 2004. Considerando esses gráficos, assinale a alternativa correta:

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a) Comparando as áreas metropolitanas, urbanas e rurais, observa-se que a melhoria da pobreza (queda na proporção de pobres) no período 1990-2004 foi menos acentuada nas áreas urbanas.

b) Nas áreas rurais, a queda na proporção de indigentes foi mais significativa do que a de pobres.

c) A queda menos acentuada na proporção de indigentes no Brasil, no período, ocorreu nas áreas urbanas.

d) No período 1995-2004, a proporção de pobres e de indigentes no Brasil se manteve mais ou menos constante.

Resolução: A partir da análise dos gráficos apresentados, conclui-se que no período 1995-2004, a proporção de indigentes no Brasil se manteve relativamente constante. Alternativa D

44. Em 1902 os paulistas organizam o primeiro campeonato de futebol no Brasil. No mesmo ano, surgem os primeiros campos de várzea, que logo se espalham pelos bairros operários, e já em 1908/1910, a várzea paulistana congregava vários e concorridos campeonatos, de forma que São Paulo não é apenas pioneira nacional no futebol “oficial”, mas também, e sobretudo, no “ futebol popular”. A retificação dos rios Pinheiros e Tietê, a partir dos anos 1950, eliminou da paisagem urbana inúmeros campos de várzea, provavelmente mais de uma centena.

Adaptado de G.M. Jesus, Várzeas, operários e futebol: uma outraGeografia. Geographia. Rio de Janeiro, v. 4, n. 8, p. 84-92, 2002.)

Várzea é uma forma geomorfológica associada às margens de rios caracterizadas pela topografia plana (o que facilita o uso como campos de futebol) e

a) sujeita a inundações apenas em anos muito chuvosos, quando ocorre a deposição de sedimentos grossos. Está posicionada entre o terraço e o rio.

b) sujeita a inundações periódicas anuais, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre o terraço e o rio.

c) sujeita a inundações periódicas anuais, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre a vertente e o terraço.

d) sujeita a inundações apenas em anos muito chuvosos, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre a vertente e o terraço.

Resolução: Várzea é uma forma geomorfológica associada às margens de

rios, caracterizada pela topografia plana (o que facilita o uso como campos de futebol) e sujeita a inundações periódicas anuais, quando ocorre a deposição de sedimentos finos. Está posicionada entre o terraço e o rio.

Alternativa B

45. Com relação à fruticultura na região do Vale do São Francisco no Nordeste brasileiro, é correto afirmar que

a) a região tem clima úmido, com chuvas bem distribuídas ao longo do ano, característica favorável à fruticultura.

b) a região é importante produtora de frutas, mas não foi possível implantar a vitinicultura, apesar de várias tentativas, porque a cultura não se adapta ao clima.

c) a região tem terras férteis e adequadas à fruticultura graças à inserção de projetos irrigáveis, o que compensa o clima seco e o alto índice de insolação durante a maior parte do ano.

d) os maiores produtores de frutas tropicais da região e do país encontram-se em polos agroindustriais dos municípios pernambucanos de Juazeiro e Petrolina.

Resolução: A expansão da fruticultura na região do Vale do São Francisco, no Nordeste brasileiro, está relacionada à inserção de projetos irrigáveis, o que compensa o clima seco e o alto índice de insolação durante a maior parte do ano. Os maiores produtores de frutas tropicais da região e do país encontram-se em polos agroindustriais dos municípios de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). Alternativa C

46. Na figura abaixo podem ser observadas médias térmicas mensais de algumas cidades indicadas no mapa-múndi. Entre as cidades há uma significativa diferença entre temperaturas máximas e mínimas mensais. É correto afirmar que

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a) apesar de estarem em latitudes similares, Yakutsk apresenta uma amplitude térmica muito maior que Hamburgo, pois em Yakutsk a radiação anual é significativamente maior que em Hamburgo.

b) a média de temperatura é praticamente constante em Manaus, porque apesar das grandes variações de insolação durante inverno e verão, a umidade e a Floresta Amazônica permitem a maior conservação da energia.

c) apesar de estarem em latitudes similares, Yakutsk apresenta uma amplitude térmica muito maior que Hamburgo, pois em Yakutsk o efeito da continentalidade é mais pronunciado que em Hamburgo, onde predomina a ação da maritimidade.

d) Assuan apresenta uma amplitude térmica menor que Manaus, pois está situada no deserto do Saara (Egito), onde as temperaturas durante o dia são muito elevadas, mas, à noite, sofrem quedas bruscas.

Resolução: A partir dos dados contidos na questão (radiação, amplitudes térmicas e mapa de localização) constata-se que: Yakutsk (Federação Russa), mesmo estando em uma latitude similar a Hamburgo (Alemanha), apresenta uma maior amplitude térmica devido à ação da continentalidade, enquanto que na cidade alemã tem-se o efeito da maritimidade.

Alternativa C

Texto para as questões 47 e 48.

A soja é a principal cultura agrícola do Brasil em volume e em geração de renda e ocupa hoje uma área de mais de 21 milhões de hectares. Em 2008, foram produzidas 57,2 milhões de toneladas do grão, com valor bruto de R$ 51,5 bilhões.

Focus: Visão do Brasil – Desafios e oportunidades para a produção de soja sustentável no Brasil. www.visaobrasil.org, 04/2010.

47. Com relação à cultura da soja no Brasil, é correto afirmar que

a) o grão chegou ao país com a entrada dos primeiros imigrantes italianos no início do século XX, sendo relegado a um segundo plano por causa da cultura do café.

b) a expansão e a consolidação da soja no Brasil somente se deu na década de 1990, quando fatores climáticos afetaram a produção de ração animal, forçando o uso de farelo de soja como substituto.

c) a cultura de soja inicialmente se estabeleceu e se destacou na região Centro-Oeste, e, em seguida, na região Sul.

d) entre os fatores que contribuíram para que a soja ganhasse relevância econômica na agricultura do país estão os incentivos fiscais e a facilidade na mecanização da cultura, que a torna mais produtiva.

Resolução: O avanço do cultivo de soja no Brasil apresentou como fatores para seu crescimento: o aumento da demanda mundial pelo grão, a partir dos anos de 1970, melhoramento e adaptação de sementes ao clima tropical, empréstimos a juros baixos e incentivos fiscais para produtores e facilidades na mecanização da lavoura, tornando-a mais produtiva. Alternativa D

48. Assinale a alternativa correta:

a) A região Sul do Brasil pode ser considerada a principal produtora de soja do país, tendo se beneficiado da melhoria da infraestrutura regional.

b) Dada a dimensão da área onde a soja é cultivada no Centro-Oeste, ela é considerada uma cultura que tem impacto positivo na criação intensiva de empregos agrícolas.

c) Observa-se uma tendência de crescimento de produção da soja no Brasil em médias e pequenas propriedades da região Sul, onde os produtores tendem a ganhar competitividade com o avanço tecnológico.

d) Os custos da soja produzida no Centro-Oeste são mais elevados para os produtores do que na região Sul, pois os centros consumidores e os portos estão a grandes distâncias.

Resolução: Devido às precárias condições da infraestrutura (rodovias e ferrovias) além de problemas portuários (valores elevados para o embarque), o custo de produção de soja na região Centro-Oeste vem aumentando, sendo mais alto do que na região Sul.

Alternativa D

cOmEnTáRiO DO cpv

BiOLOGiA – A prova de Biologia da 1ª Fase da Unicamp/2011 ganhou substância e poder de seleção dos candidatos com a mudança ocorrida este ano. Apesar de uma prova de múltipla escolha, em oposição à tradicional prova discursiva da 1ª fase dos anos anteriores em que havia apenas 2 questões, os conteúdos abordados foram ampliados, valorizando o candidato mais bem preparado. Foram abordados a maioria dos assuntos clássicos da Biologia, com um grau de dificuldade compatível a uma prova de 1ª fase, com enunciados e alternativas claros; a ausência de botânica foi digna de nota.

Ecologia28,4%

Zoologia28,4%

Fisiologia14,4%

Citologia14,4%

Genética14,4%

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Mecânica37%

Sistemas e Equações27%

Probabilidade e Porcentagem

18%

Função9%

P.A.9%

QUÍmicA – Mesmo sendo este exame da UNICAMP em um novo formato, percebemos que as características desse vestibular foram mantidas: questões contextualizadas e com um nível médio, ideal para uma prova de 1a fase. Com exceção da questão 12, as outras quatro de Química privilegiaram aspectos teóricos.

fÍsicA – A prova da Unicamp/2011 privilegiou questões de simples resolução. Em alguns momentos a prova apresentava a fórmula, como os casos das questões, 17, 19 e 20. Ainda assim, uma prova de dificuldade. As áreas mais trabalhadas foram Mecânica e Eletricidade, representando 5 das 7 disponíveis. As outras duas eram de calor e ondas.

mATEmáTicA – A prova de Matemática da primeira fase da Unicamp/2011 apresentou questões bastante contextualizadas que exigiam do candidato muita interpretação e raciocínio, privilegiando os candidatos que se prepararam bem para essa prova, que abrangia todo o conteúdo do programa. Acreditamos que a Banca Examinadora alcançou o objetivo de selecionar nesta fase os melhores candidatos.

Mecânica43%

Eletricidade43%

Calor14%

Ondas14%

Gases20%

Química Ambiental20%

Funções Inorgânicas

20%

Separação de Misturas20%

Mol20%

Brasil Colônia

22%

IdadeContemporânea

22%

BrasilImpério

11%

Idade Média11%

RepúblicaVelha11%

RepúblicaPopulista

11%

Idade Moderna / Idade Antiga (comparação)

11%

HisTÓRiA – A prova de história da Unicamp-2011 apresentou questões adequadas ao conteúdo ministrado no Ensino Médio, não gerando maiores dificuldades aos alunos que se prepararam bem para a prova. Como de costume, privilegiaram-se períodos mais recentes (2 questões de História Contemporânea e 2 sobre o Brasil República), a comparação entre diferentes processos históricos (Grécia/Portugal) e a compreensão de diversos âmbitos da abordagem historiográfica (política, economia, arte, teoria da história etc.). O aluno que realiza a prova da Unicamp deve ter uma boa capacidade de interpretação de texto, articulando seus conhecimentos prévios com o que lhe é apresentado na questão. Não obstante a mudança de um modelo dissertativo para um modelo teste de vestibular, a prova da Unicamp manteve sua boa qualidade de avaliação.

GEOGRAfiA – A prova de geografia da primeira fase da Unicamp-2011 apresentou uma grande predominância de questões de geografia do Brasil (problemas no plantio de café no Vale do Paraíba, características dos campos sulinos, desastres naturais, redução da pobreza no país, relevo de várzeas, fruticultura no São Francisco e a produção de soja) e apenas uma questão de geografia geral (comparação climática entre cidades europeias e asiáticas). A prova teve a presença de textos, gráficos e mapas que auxiliaram e foram importantes para os vestibulandos assinalarem as respostas corretas, e sendo assim uma boa forma de selecionar os candidatos para a segunda fase.