62
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Câmara de Pesquisa e Desenvolvimento Profissional Home Page: www.crc.org.br E-mail: [email protected] CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS Antonio Luiz Costa Soares E-mail: [email protected] Rio de Janeiro Setembro – 2014 1

CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

  • Upload
    doannhi

  • View
    246

  • Download
    6

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE

DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Câmara de Pesquisa e Desenvolvimento ProfissionalHome Page: www.crc.org.br E-mail: [email protected]

CRC- RJ

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTOPROFISSIONAL

APOSTILA

CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR

IGREJAS

Antonio Luiz Costa SoaresE-mail: [email protected]

Rio de JaneiroSetembro – 2014

1

Page 2: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

SUMÁRIO

UNIDADE I – Administração Financeira

Introdução …............................................................................................................................................................................. 04

Comprovantes contábeis revestidos de formalidades legais …................................................................................................ 05

Recibos – Definição …............................................................................................................................................................. 05

Recibos por Serviços Prestados …........................................................................................................................................... 05

O que considerar nos documentos …....................................................................................................................................... 05

Tempo de guarda dos documentos contábeis (período prescricional) …................................................................................. 06

Documentos a manusear no CAIXA …................................................................................................................................... 06

Ingresso de Caixa – Recebimentos …...................................................................................................................................... 06

Desembolsos com cheques – Documentos ….......................................................................................................................... 07

Documentos a manusear no BANCO …................................................................................................................................. 07

Bancos – Normas de controle internos …................................................................................................................................ 07

Abertura de conta bancária ….................................................................................................................................................. 07

Transações com cheques recebidos pela Igreja …................................................................................................................... 07

Dicas especiais nas transações bancárias …............................................................................................................................. 08

Cópia de cheque – modelo …................................................................................................................................................... 09

Fundo Rotativo ........................................................................................................................................09

Vale Despesas …...................................................................................................................................................................... 09

UNIDADE II – Fraudes Contábeis

A atração e facilidade do dinheiro …....................................................................................................................................... 10

Proteção contra a fraude no Caixa …....................................................................................................................................... 10

Conciliação Bancária …........................................................................................................................................................... 10

UNIDADE III – Introdução à metodologia da Contabilidade

Aplicação da Contabilidade às Igrejas …................................................................................................................................. 11

Estatuto – Definição …............................................................................................................................................................ 11

Igrejas – Definição …............................................................................................................................................................. 11

Sem finalidade de Lucros ….................................................................................................................................................... 11

Objetivos Sociais …................................................................................................................................................................. 11

Estatuto / Finalidades …........................................................................................................................................................... 12

Contabilidade – Definição …................................................................................................................................................... 13

Objetivo da Contabilidade …................................................................................................................................................... 13

Finalidade da Contabilidade …................................................................................................................................................ 13

Configurações do Patrimônio ….............................................................................................................................................. 13

Representação Gráfica …......................................................................................................................................................... 13

Princípios e fundamentos da Contabilidade …........................................................................................................................ 14

Patrimônio das Igrejas …......................................................................................................................................................... 15

Plano de Contas …................................................................................................................................................................... 15

Função da contas básicas …..................................................................................................................................................... 18

Igrejas – Tributação das atividades imunes …......................................................................................................................... 20

2

Page 3: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

UNIDADE IV – Balanço de Abertura

Introdução …............................................................................................................................................................................ 22

Tipos de Balanço de Abertura …............................................................................................................................................. 22

Escrituração Contábil ….......................................................................................................................................................... 22

UNIDADE V – Técnicas Contábeis

Dados principais referente a Igreja …...................................................................................................................................... 23

Lançamentos Contábeis – Prática …........................................................................................................................................ 23

Monografia ….......................................................................................................................................................................... 24

Balanço Patrimonial de Abertura em 31/12/20X1 ….............................................................................................................. 30

Razonetes …............................................................................................................................................................................. 31

1° Balancete de Verificação em 31/12/20X2 …...................................................................................................................... 34

Encerramento das Contas de Resultado …............................................................................................................................... 35

2° Balancete de Verificação em 31/12/20X2 …...................................................................................................................... 36

UNIDADE VI – Demonstrações Contábeis

Balanço Patrimonial …............................................................................................................................................................ 37

Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício............................................................................................................... 39

Demonstração das Mutações do Patrimônio Social …............................................................................................................ 40

Demonstração dos Fluxos de Caixa …..................................................................................................................................... 41

Notas Explicativas …............................................................................................................................................................... 42

Notas Explicativas as Demonstrações Contábeis …................................................................................................................ 43

Referências ….......................................................................................................................................................................... 44

ANEXOS/ ARTIGOS

Imposto de Renda – Igrejas e Pastores (I) ….............................….......................................................................................... 46

As Igrejas e os Contabilistas no Código Civil. ….................................................................................................................... 47

Novos tempos, novos templos, novos desafios. …................................................................................................................. 48

Igrejas e a Obrigação de entregar o SPED Contábil................................................................................................................ 49

Quais os riscos de manter empregados sem carteira assinada?................................................................................................ 50

Ações Trabalhistas- Aprenda como evitar esse prejuízo.......................................................................................................... 51

Fraudes contra o Imposto de Renda na Declaração Pessoa Física do Pastor.......................................................................... 52/54

Isenção da Taxa de Prevenção e Extinção de Incêndio - Decreto …....................................................................................... 55/56

Aprovada isenção no pagamento da taxa de incêndio a Igrejas e Templos............................................................................. 57

IPTU ….................................................................................................................................................................................... 58

A segurança dos fiéis nas Igrejas e Organizações Religiosas …............................................................................................. 59

Reflexão................................................................................................................................................................................... 60

Percentuais de Encargos Previdenciários e de terceiros para Igrejas ….................................................................................. 61

3

Page 4: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

UNIDADE I – ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

INTRODUÇÃO

O motivo que nos levou a desenvolver esta APOSTILA, foi o fato de conviver diariamente comexigências pertinentes à Constituição, Emendas, Leis Complementares, Leis Ordinárias, MedidasProvisórias, Resoluções do Senado, Decretos Legislativos, Resoluções, Tratados Internacionais,etc. e outros ordenamentos jurídicos que de certa forma, também recaem sobre as IGREJAS.De acordo com as inovações trazidas pelo Código Civil conforme especificado em seu artigo1179, que diz: "O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistema deContabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, emcorrespondência com a documentação respectiva e apurar anualmente o BalançoPatrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício, Demonstração das Mutações doPatrimônio Líquido Demonstração dos Fluxos de Caixa e as Notas Explicativas, conformeprevisto também na NBC IG 26 ou na Seção 3 da NBC IG 1000, quando aplicável”.

Destacamos, alertamos e orientamos que as IGREJAS ou qualquer outra organização religiosa,deverá contratar os serviços de Contabilidade de profissionais devidamente habilitados.De acordo também com o artigo 1182 C.C, que diz: " Os registros contábeis deverão serrealizados no Livro Diário , a emissão de relatórios, peças, análises, mapas e demonstraçõescontábeis são de atribuição e responsabilidade exclusiva do contador ou técnico emcontabilidade, legalmente habilitado, completando-se com as assinaturas do Contabilista e dotitular ou representante legal da Igreja ".(GRIFO NOSSO)

Conclusão: A Igreja para fins legais e equipara-se a empresa.Isto esta claro pela redação da NBCT 21 - Das formalidades da escrituração contábil, queesclarece o seguinte: “O Livro Diário é uma exigência obrigatória para a escrituração contábil dasEmpresas e seu registro competente, é condição legal e fiscal como elemento de prova.”

4

Page 5: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

COMPROVANTES CONTÁBEIS REVESTIDOS DE FORMALIDADESLEGAIS

Originais

•Notas Fiscais de Compras (DANFE - Nota Fiscal Eletrônica e D1);•Cupom Fiscal com mercadorias detalhadas•Recibos

RECIBOS - DEFINIÇÃO

RecibosDefinição: É um documento pelo qual quem o assina declara que recebeu alguma coisa,seja dinheiro,sejaum objeto qualquer. Os recibos deverão ser de redação fácil e simples.

RECIBO POR SERVIÇOS PRESTADOS (MODELO)

ModeloRecibo por Serviços Prestados

Recebi da IGREJA ____________________________________________________a importância de R$____________(_______________________________________)referente a ___________________________________________________________Rio de Janeiro______de___________________de 201________________________Assinatura (o):________________________________________________________Nome:_______________________________________________________________Endereço:____________________________________________________________Identidade:_______________________Emissor:___________CPF:______________

O QUE CONSIDERAR NOS DOCUMENTOS

Todo fato registrado deve estar habilmente documentado

Na comprovação dos documentos deve-se considerar:•Se está em nome da Igreja;•Se a data é compatível com o mês em exercício;•Se o comprovante atende as exigências fiscais;•Original ou cópia;•Se está devidamente aprovado e de acordo com a política da Igreja;•Se o documento apresentado e coerente com a transação efetuada.

Exemplo: Uma nota fiscal dificilmente comprovará a aquisição de um terreno.

5

Page 6: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

TEMPO DE GUARDA DOS DOCUMENTOS CONTÁBEIS(PERÍODO PRESCRICIONAL)

•Guias de recolhimentos de tributos:

Documento PeríodoIPTU, IRRF, PIS 05 anos

INSS 10 anos

FGTS 30 anos

Folha de Pagamento Recomenda-se 35 anos

Recibos de Proventos Pastorais Recomenda-se 35 anos

Comprovantes de receitas e despesas não relacionadas Acima de 05 anos

Notas Fiscais de Bens do Ativo Imobilizado. Enquanto o bem permanecer como propriedade da Igreja, ainda quetotalmente obsoleto ou depreciado

DOCUMENTOS A MANUSEAR NO CAIXA

No exame das disponibilidades de Caixa o Contador deverá certificar-se:

•As entradas correspondem à normalidade do movimento•Se as saídas estão suficientemente alicerçadas em comprovantes idôneos e legais.

INGRESSOS DE CAIXA – RECEBIMENTOS

Sugerimos a seguinte planilha como instrumento de controle das entradas de dinheiro na Igreja.

DOCUMENTO DE RECEBIMENTOSRecebemos a importância de R$

referente aos seguintes finalidades:

CONTA HISTÓRICO VALOR

01 Dízimos

02 Contribuições Regulares

03 Missões Mundiais

04 Missões Nacionais

05 Missões Urbanas

06 Construção

07 Assistência Social

08 Cantina

09

10

11

Total

Comissão de Contagem de Numerário: Rio de Janeiro, ____de_________de________

Tesoureiro

6

Page 7: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

1ª Via (Amarela) – Contabilidade; 2ª Via (verde) – Comissão de Contagem e 3ª Via (Branca) – Cópia fixa do Bloco.

DESEMBOLSOS COM CHEQUES - DOCUMENTOS Desembolsos com Cheques Documentos

Compras Realizadas � Notas Fiscais e /ou Duplicatas originais quitadas

Prestações � Recibo ou Boleto quitado

Aluguéis, Água, Energia Elétrica e Telefone � Recibos e Contas Pagas

Salários e Ordenados � Contra Cheques

Mão de Obra � Recibo de Pagamentos a Autônomos (RPA)

Impostos,Taxas,GPS,FGTS � Guias de Recolhimentos quitados

DOCUMENTOS A MANUSEAR NO BANCO

Depósitos Bancários Documento de Recebimentos

Notas Fiscais e Recibos Pagos Cheque Nominal

BANCOS: NORMAS DE CONTROLE INTERNO

O Tesoureiro deverá guardar em casa o mínimo necessário para as pequenas despesas. O restante dodinheiro deverá ficar depositado em Bancos.O sistema de Controle Interno de Bancos deve abranger principalmente os seguintes pontos de controle:Caixa, depósitos bancários, emissões e cópias de cheques, registros contábeis e extratos bancários.

ABERTURA DE CONTA BANCÁRIA

Evitar que a conta(s) bancária(s) da Igreja seja movimentada em contas particulares do pastor, diácono,associado ou tesoureiro, por mais conceituado que seja. Abertura de conta bancária somente em nomeda Igreja.

TRANSAÇÕES COM CHEQUES RECEBIDOS PELA IGREJA

Podem ser dos seguintes tipos: ao portador, nominativo a Igreja, repassados por associados ou pré-datados. Todos os cheques citados deverão ser depositados em nome da IGREJA.

7

DOCUMENTOS

DOCUMENTOS

FUNDO ROTATIVO

CHEQUE NOMINAL

ENTRADAS

SAÍDAS

LIMITE R$1.0000,00

ACIMA DE R$ 100,00

Page 8: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

DICAS ESPECIAIS NAS TRANSAÇÕES BANCÁRIAS

•Todo cheque emitido deverá ser acostado a cópia de cheque identificando a transação efetuada. A cópia de chequedeverá ser nominal e conter a data, o valor da transação, o número do cheque, a utilização do pagamento realizado eassinaturas;•Os cheques deverão ser assinados com pelo menos duas assinaturas;•Deverá existir limite para pagamento em dinheiro. Acima dele, os pagamentos só deverão ser realizados por meiode cheques;•Quando receber um cheque ao portador, transforme-o imediatamente em cheque nominal a Igreja;•Cruze, de imediato, (se não vier cruzado), qualquer tipo de cheque;•Coloque de imediato, no verso, o n° do banco, agência e conta onde o cheque deve ser obrigatoriamentedepositado;•No caso de cheques pré-datados, grampear, de imediato, uma papeleta com os dizeres: “bom para o dia( ___/___/___ ). É permitido escrever esses dizeres no próprio cheque;•No caso de cheques de terceiros, recebidos de associados, o associado que repassou o cheque, deve colocar seunome legível e telefone no verso do cheque;•Cuidado especial com cheques pré-datados. Se tais cheques forem depositados antes da data nele transcrita,mesmo assim, o banco pagará. Se não houver fundo, o cheque será devolvido causando dano moral para o emitentee constrangimento para Igreja. São inúmeros os casos de ações na Justiça bem sucedidas, por danos morais emacontecimentos desse tipo;•Depositar na 2ª feira, todos os cheques (exceto os pré-datados);•Ocorrendo a devolução de cheques por insuficiência de fundos ou outros motivos, comunicar-se com o emitente,antes de reapresentá-lo;•Relacionar todos os cheques a serem depositados; da relação deverá constar: os números dos bancos, agência econta, valor e nome do correntista;•Ao receber talão de cheques no estabelecimento bancário, verificar na presença do funcionário a numeração, a fimde ver se no talão não faltam cheques;•Ao cancelar um cheque, recorte o número e cole no canhoto. Se o cheque já estiver sido assinado, recortar aassinatura e devolvê-la a quem assinou;•Os talões de cheques devem ser guardados com a mesma segurança com que se guarda dinheiro em espécie;•No caso de extravio de talões de cheques e de cheques emitidos a favor da Igreja, o banco deve ser comunicado deimediato, por telefone, e logo em seguida o banco deve ser comunicado através de carta;•Exija que a carta seja protocolada. O associado que emitir o cheque também deve ser avisado para fazer sustarjunto ao seu banco o pagamento do cheque. dependendo da situação registrar queixa na delegacia.•Fazer mensalmente conciliações bancárias;•É também de excelente controle que quem assina o cheque não deve ter acesso ao talão e quem preenche o chequenão deve ter autorização para assiná-lo;•Não se deve deixar cheque em branco assinado, nem por um e nem pelos dois emitentes quando se exigir duasassinaturas;•Esta prática também deve ser evitada: Aquisição de produtos para Igreja, mediante cartão de crédito de uso pessoaldo pastor, associado ou do próprio tesoureiro.•Na hora de fechar a conta não basta parar de usar a conta corrente para que ela seja encerrada. Segundo aFederação Brasileira de Bancos (FEBRABAN), a Igreja (Grifo Nosso)que quiser fechar sua conta deve fazer asolicitação por escrito. O Banco deve emitir um protocolo e um demonstrativo das obrigações que a Igreja deverácumprir para encerrar a conta. A partir daí, as tarifas de pacotes de serviços deixam de ser cobradas e o bancotem 30 dias para fechar a conta. Atenção: a conta não poderá ser encerrada em quanto existir saldo devedor.

“ É importante que, ao encerrar a conta, a Igreja tenha crédito suficiente para pagartodos os compromissos assumidos com o banco, como cheques pré-datados e débitosautomáticos”, diz Gustavo Marrone, diretor de Autorregulação da FEBRABAN.

8

Page 9: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

CÓPIA DE CHEQUE- MODELO

FUNDO ROTATIVO

As Igrejas, por questões de controles internos, não devem utilizar a conta CAIXA, devendo depositarintegralmente os valores recebidos (dízimos e ofertas ).Dessa forma, não existirão transações em dinheiro. Entretanto, as Igrejas necessitam manter umadeterminada quantia em seu poder, para atender a pequenas despesas, tais como: condução, selos, lanches,papelaria, material de escritório de pequeno valor, etc.Para tanto, estabelece uma determinada importância de dinheiro que é entregue a um associado que ficaráresponsável, sendo todos os pagamentos de pequena monta pagos em espécie (dinheiro) e realizadosatravés desse fundo.A quantia geralmente tem um valor fixo e quando todos os pagamentos atingem a uma determinadaimportância, o valor gasto é reembolsado ao associado responsável pela quantia gasta. Assim a qualquermomento o responsável pelo valor numerário deve ter em seu poder o valor que lhe foi entregue, podendoser composto tanto por dinheiro em espécie quanto por comprovantes de despesas efetuadas.Periodicamente os comprovantes são entregues a Igreja e o valor correspondente as despesas realizadas éreembolsado ao responsável pelo fundo fixo.

VALE DESPESAS – MODELO

9

Page 10: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

UNIDADE IIFRAUDES CONTÁBEIS

A ATRAÇÃO E FACILIDADE DO DINHEIRO.

Tenho observado que a maior parte do extravio de dinheiro, nas Igrejas, ocorrem no MOVIMENTO DECAIXA .O acesso ao dinheiro provoca a atração por subtraí-lo ainda que, com o desejo de repor posteriormente eque geralmente não acontece.O fato é que tem sido milenar a preocupação do controle do dinheiro.

PROTEÇÃO CONTRA A FRAUDE NO CAIXA

Procurando evitar o extravio de dinheiro, as Igrejas devem adotar o critério de:

•Depositar integralmente, todo dinheiro que recebem;•Realizar todos os pagamentos através de cheques nominativos e cruzados.•Criar, então um fundo fixo ou caixa pequena, com um “valor fixo” e menor, aproximadamente R$1.000,00, por exemplo, para atender aos pagamentos que não tornam viáveis a emissão de cheques.

O suprimento do Fundo Rotativo feita pelo Tesoureiro sempre no mesmo valor mediante uma prestação decontas, no qual o responsável pelo fundo rotativo apresenta:•Resumo dos pagamentos;•Os comprovantes dos pagamentos;•O saldo que ficou em dinheiro e que é, então, devolvido ou depositado (essa é a melhor opção).

Movimento de Caixa

Recebimentos Pagamentos

Depositar IntegralSomente por Cheques

nominativos e Cruzados ou viaInternet Bank

Fundo Rotativo

Pequenos Pagamentos

CONCILIAÇÃO BANCÁRIA

MOVIMENTO BANCÁRIO X EXTRATOS BANCÁRIOSPelo menos mensalmente, devem ser reconciliados os saldos das contas bancárias com extratos resumidos.A reconciliação deve ser feita por funcionário não implicado no processo de movimento de Caixa e deescrituração do movimento financeiro.As providências tomadas para regularizar as divergências devem ser anotadas na reconciliação.Qualquer ajuste que implique despesa para a Igreja deve ser avisado ao Presidente e a Assembléia.Pendências mais antigas deve ser objeto de análise mais apurada.

10

Page 11: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

UNIDADE IIIINTRODUÇÃO À METODOLOGIA DA CONTABILIDADE

APLICAÇÃO DA CONTABILIDADE ÀS IGREJAS

1.A Constituição ocorre sobre a exigência de três requisitos a saber:

•A manifestação de vontade;•A formação de acordo com a Lei;•Que os propósitos sejam lícitos.

Assim quando duas ou mais pessoas reunem esforços ou recursos financeiros com uma finalidade comumde – CULTUAR A DEUS – mediante um acordo e para fins não econômicos.Entidades dessa natureza são denominadas de ASSOCIAÇÕES, neste caso às IGREJAS.Para ganhar reconhecimento jurídico é necessário registrarem seus Estatutos em um Cartório de RegistroCivil de Pessoas Jurídicas.Destaco, que é através do Estatuto registrado que a Igreja se torna Pessoa Jurídica de Direito Privado,sendo necessário o seu cadastro junto a Receita Federal para inscrição no CNPJ – CADASTRONACIONAL DE PESSOAS JURÍDICAS.

ESTATUTO – DEFINIÇÃO

É o documento fundamental constituído de um grupo de pessoas, onde se fixam direitos e obrigações emrelação a Associação a que o Estatuto se refere.É também o conjunto de normas e princípios que estabelecem e determinam a estrutura e a organização decomo a Igreja será conduzida.

IGREJAS – DEFINIÇÃO

São pessoas jurídicas de Direito Privado (Associações), formadas pela união de pessoas com o propósitode realizarem fins não econômicos.Destacamos que não precisa contar com PATRIMÔNIO PRÉVIO .

SEM FINALIDADE DE LUCROS

A Igreja não distribui entre seus dirigentes, empregados ou associados, eventuais excedentes operacionais(superávit auferido), dividendos, bonificações ou participação do seu Patrimônio, auferido mediante oexercício de suas atividades e que os aplica integralmente na consecução do respectivo objeto social.Destaco, que as Igrejas são parte importante da Economia moderna.Embora não visem LUCRO , elas precisam de serviços de todos os tipos e pagam por eles, certamente.É um excelente campo para os profissionais de Contabilidade, visto que nos dias de hoje elas estãoprofissionalizando suas estruturas administrativas e seus controles internos.

OBJETIVOS SOCIAIS

A Igreja existe para as seguintes finalidades:

a) Reunir-se regularmente para culto de adoração a DEUS, estudo da Bíblia e a pregação do Evangelho.

b) Promover, por todos os meios e modos a seu alcance, o estabelecimento do Reino de DEUS, na terra,coordenando com as demais Igrejas nessa missão.

11

Page 12: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

Estatuto

FINALIDADES

Capítulo I – Da denominação, natureza, sede e fins

Igreja Batista

A Igreja _________________________é autônoma e soberana em suas decisões, e não está sujeita aqualquer outra Igreja, Convenção ou Autoridade Eclesiástica, que não seja por ela reconhecida na formadeste Estatuto, reconhecendo apena como único cabeça e suprema autoridade somente a JESUS CRISTO,o filho de DEUS. Reconhece também a Bíblia como único livro escrito por homens divinamenteinspirados, adotando-a como regra de fé e prática para os associados e em matéria de culto e disciplina,conduta, ordem, fé e prática do Novo Testamento, reconhecendo e respeitando as autoridades constituídasna forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia.

Igreja Assembléia de Deus

A Igreja _________________________é autônoma e soberana em suas decisões e não está sujeita aqualquer outra Igreja, Convenção ou Autoridade Eclesiástica, reconhecendo apenas a autoridade deNOSSO SENHOR JESUS CRISTO, expressa nas Sagradas Escrituras, no sentido espiritual, reconhecendoe respeitando as autoridades constituídas na forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia.Parágrafo Único: A Igreja aceita como fiel interpretação bíblica o documento denominado “DeclaraçãoDoutrinaria da Convenção Geral das Assembléias de Deus no Brasil”, adotada pela Convenção dasAssembleias de Deus.

Outras Denominações

A Igreja _________________________ é autônoma e soberana em suas decisões e não está sujeita aqualquer outra Igreja, Convenção ou autoridade eclesiástica, reconhecendo apenas a autoridade doNOSSO SENHOR JESUS CRISTO, expressa nas Sagradas Escrituras, no sentido espiritual, reconhecendoe respeitando as autoridades constituídas na forma da Lei e do Estado, conforme determina a Bíblia.

12

Page 13: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

CONTABILIDADE – DEFINIÇÃO

Abaixo transcrevemos conceitos emitidos por renomados autores para definir ou conceituar Contabilidade.

OBJETIVO DA CONTABILIDADEEstudo do Patrimônio

FINALIDADE DA CONTABILIDADE

E assegurar o adequado controle da Patrimônio e fornecer INFORMAÇÕES sobre suas composições e variações, para orientar os múltiplos usuários na tomada de decisão.

CONFIGURAÇÕES DO PATRIMÔNIO

1.Patrimônio – é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa jurídica ou físicaavaliados em moeda.

2.Patrimônio Líquido – é a diferença entre a soma dos valores dos bens e direitos menos as obrigações(dívidas).

Em Contabilidade os Bens e os Direitos são classificados no ATIVO , e as Obrigações, incluindo oPatrimônio Líquido, no PASSIVO.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICABalanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO

Bens R$ 80.000 Obrigações R$ 30.000

Direitos R$ 20.000 Patrimônio Líquido

Fundo Patrimonial R$ 60.000

Resultado do Exercício

(+) SUPERÁVIT do Exercício R$ 10.000

(-) DÉFICIT do Exercício

TOTAL R$ 100.000 TOTAL R$ 100.000

Com base nos dados anteriores, informe:

1. O valor do Patrimônio Líquido

2. O valor do Capital de Terceiros

3. O valor do Capital Próprio

4. As Aplicações de Recursos

5. As Origens dos Recursos

13

“Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de controle, de registros à AdministraçãoEconômica”.

(I Congresso de Contabilistas 1924, Conceito Oficial)

A Contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora daempresa. Ela é muito antiga e sempre existiu para auxiliar as pessoas a tomarem decisões. Com o passar do tempo,o governo começa a utilizar-se dela para arrecadar impostos e a torna obrigatória para maioria das empresas”.

(Marion José Carlos. Contabilidade Básica – 7º Ed. - SP – ED. Atlas 2007.)

Page 14: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DA CONTABILIDADE

Resolução CFC nº 1.409/12Aprova a ITG 2012 – Entidade Sem Finalidade de Lucros.

O CFC, no exercício de suas atribuições legais e regulamentais e com fundamento no disposto na alínea“f” do art. 6 do Decreto - Lei nº 9.295, alterado pela Lei nº 12.249/10,RESOLVE:

Art.1º Aprovar a Interpretação ITG 2012 – Entidade sem Finalidade de Lucros.

Art.2º Revogar as Resoluções CFC nº 837/99, 838/99, 852/99, 877/00, 926/01 e 966/03, publicadas noD.O.U., de 02/03/99, 25/08/99, 20/04/00, 03/01/02 e 04/06/2003

Art. 3º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se aos exercícios iniciados apartir de 1º de Janeiro de 2012.

Brasília, 21 de setembro de 2012.

Contador Juares Domingues CarneiroPresidente

Apresentação de forma resumida e para efeito didático:

OBJETIVOEsta interpretação estabelece critérios e procedimentos específicos de avaliação, de reconhecimento dastransações e variações patrimoniais, de estruturação das demonstrações contábeis e as informaçõesmínimas a serem divulgadas em notas explicativas da entidade sem finalidade de lucros.

ALCANCE2. A entidade sem finalidade de lucros pode ser constituída sob a natureza de fundação de direitoprivado, associação, organização social, organização religiosa, partido político e entidade sindical.

3. Esta interpretação aplica-se às pessoas jurídicas de direito privado sem finalidade de lucros,especialmente entidades imune, isenta de impostos e contribuições para a seguridade social, beneficentede assistência social e atendimento aos ministérios que, direta ou indiretamente tem relação com entidadessem finalidade de lucro.

RECONHECIMENTO4. As receitas e despesas devem ser reconhecidas, respeitando-se o regime contábil de competência.

5. Os registros contábeis devem evidenciar as contas de receitas e despesas, superávit e déficit, de formasegregada, identificadas por tipos de atividade, tais como educação, saúde, assistência social e demaisatividades.

6. O valor do superávit ou déficit deve ser incorporado ao Patrimônio Social.

14

Page 15: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

PATRIMÔNIO DAS IGREJAS

Penetrar nos mecanismos da gestão e da Contabilidade para Igrejas significa antes de mais nada conhecerrealidade na qual ela funciona, isto é, analisar a Igreja em suas etapas administrativas fundamentais paratornar possível, correta e dinâmica o funcionamento da Contabilidade.Uma Igreja necessita de reunir recursos financeiros, isto é , dinheiro ou bens que lhe permitam instalar-se e desenvolver suas atividades.O Capital Inicial é formado pelos recursos financeiros trazidos pelos associados, sob a forma de dízimose ofertas para constituição da Igreja e seus acréscimos posteriores formam os Recursos Próprios.No entanto, nem sempre os recursos são suficientes para dar andamento as suas atividades sociais, sendocomum valer-se de recursos de terceiros.Estes são valores em poder da Igreja ou que ela recebe de terceiros, mas terá de pagar. Exemplo: materialde construção adquiridos a prazo, financiamentos mediante empréstimos bancários, etc.O Patrimônio da Igreja é autônomo e não se confunde com o patrimônio do pastor-presidente,pastores auxiliares, membros da diretoria e associados no caso de Pessoa Jurídica.O Patrimônio Social pertence a Igreja.A confusão patrimonial (PJ x PF), pode ser entendida junto a Receita Federal do Brasil, como distribuiçãode vantagens, ou seja, a utilização do dinheiro em benefício próprio.Cabe a Contabilidade alertar, separar e controlar a aplicação desses recursos de maneira que tornempossível o funcionamento de uma Igreja.O objeto da Contabilidade proposto nesta APOSTILA é o Patrimônio das Igrejas. Através derelatórios financeiros preparados pela Contabilidade.Ao final de cada Exercício Social (1 ano), a Igreja é obrigada a elaborar, com base na sua escrituraçãocontábil, as suas Demonstração Contábeis, as quais deverão exprimir com clareza a situação doPatrimônio e as Mutações ocorridas no Exercício Social.Tais demonstrações são as seguintes:

•Balanço Patrimonial;•Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício;•Demonstração das Mutações do Patrimônio Social (DMPS);•Demonstração do Fluxo de Caixa;•Notas Explicativas.

PLANO DE CONTASRepresenta uma relação de contas codificadas, com a descrição da natureza do saldo e quando deve serdebitada e creditada.O objetivo principal do Plano de Contas é possibilitar o registro ordenado e consistente das transaçõesocorridas pela Igreja.A seguir apresentaremos um exemplo simplificado da relação de contas do Balanço Patrimonial e dasDemonstrações do Resultado do Exercício, aplicáveis a uma Igreja .

15

Page 16: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

IGREJASPLANO DE CONTAS

A – CONTAS PATRIMONIAIS

ATIVO PASSIVO

CIRCULANTE CIRCULANTE

DISPONÍVEL OBRIGAÇÕES

Caixa Bancos Conta – Movimento – Cheque Especial

Fundo Rotativo Duplicatas a Pagar

Bancos Conta Movimento Contas a Pagar

Banco Conta Movimento Poupança Aluguéis a Pagar

Aplicações Financeiras Promissórias a Pagar

DIREITOS A RECEBER Financiamentosa Pagar

Adiantamento de Salários Consórcios a Pagar

Adiantamento a Fornecedores Salários a Pagar

Adiantamento a Receber Quitações a Pagar

Promissórias a Receber Honorários a Pagar

ESTOQUE S Renda Eclesiástica a Pagar

Estoque de Materiais de Escritório INSS a Recolher

Estoque de Materiais de Consumo IRRF a Recolher

DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE FGTS a Recolher

Prêmios de Seguros a Vencer PIS a Recolher

Aluguéis Passivos a Vencer Sindical a Recolher

Assinaturas e Publicações a Vencer Confederativa a Recolher

Assistencial a Recolher

NÃO CIRCULANTE NÃO CIRCULANTE

REALIZÁVEL A LONGO PRAZO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

Aplicações Financeiras OBRIGAÇÕES

Promissórias a Receber Promissórias a Pagar

INVESTIMENTOS Financiamentos a Pagar

Imóveis para Renda Consórcios a Pagar

Adiantamentos de Consórcios

IMOBILIZADO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Terrenos FUNDO PATRIMONIAL

Imóveis Patrimônio Social

Móveis e Utensílios Superavit ou Déficit Acumulados (+ ou -)

Computadores e Periféricos Superavit ou Déficit no Exercício (+ ou-)

Instrumentos Musicais Ajustes de Avaliação Patrimonial (+ ou-)

Equipamentos de Sonorização

Máquinas e Equipamentos

Ferramentas

Biblioteca

Veículos Utilitários

Depreciação Acumulada (-)

IMOBILIZADO EM FORMAÇÃO

Construção em Andamento

INTANGÍVEL

Desenvolvimento de Sites

Direito de Uso de SOFTWARES

Benfeitorias em Locação

Amortização Acumulada (-)

16

Page 17: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

IGREJASPLANO DE CONTAS

B – CONTAS DE RESULTADORECEITAS DESPESAS TransporteOPERACIONAIS OPERACIONAIS Manutenção de Veículos

ORDINÁRIAS ORDINÁRIAS Combustíveis e LubrificantesDízimos e Ofertas PESSOAL Seguros

Ofertas para Missões Salários e Ordenados Revistas e Publicações

Ofertas para Construção Gratificação Serviços Profissionais – Pessoa Jurídica

Ofertas para Assistência SocialPrevidência Social Honorários Contábeis

Ofertas Especiais FGTS Gás

Vale Transporte Gêneros Alimentícios

Vale Refeição Medicamentos

Cesta Básica Tecidos e Vestuários

PROVENTOS PASTORAIS Bens de Valores Irrelevantes

Renda Eclesiástica Despesas Eventuais

NÃO OPERACIONAIS REPRESENTAÇÃO PASTORAL Bens de Valores Irrelevantes

EXTRAORDINÁRIAS FGTM Despesas Eventuais

Ganho na Venda de Bens Locação e Condomínio IMPOSTOS E TAXASDoações Plano de Saúde Imposto Predial (IPTU)

Previdência Privada IPVA

Mensalidades Escolares Multa de Trânsito

Viagens e Estadas Taxas Diversas

LOCAÇÃO E ARRENDAMENTO TRIBUTÁRIASLocação de Máquinas e EquipamentosPIS Folha de Pagamento

Locação de Vigilância e MonitoramentoMISSÕES E EVANGELISMOSInternet Gratificação Eclesiástica

ADMINISTRATIVAS Literaturas Evangélicas

Aluguéis e Condomínios Material de Ceia

Luz e Força Convenção

Água e Esgoto Missões

Telefones e Telefonemas Cursos Teológicos

Material de Escritório Acampamentos e Retiros

Material de Consumo Plano Cooperativo

Material Elétrico Oferta a Preletores

Manutenção e Reparos Beneficência

Lanches e Refeições Donativos e Contribuições

Correios Programa de Rádio

Conduções Viagens e Hospedagem

Legais e Judiciais DESPESAS FINANCEIRASReproduções Juros de Mora

Fretes e Carretos Despesas Bancárias

Funerais RECEITAS FINANCEIRAS (+)Homenagens e Comemorações Juros Ativos

Brindes e Presentes Descontos Obtidos

Decoração e Ornamentação Rendimentos Financeiros

NÃO OPERACIONAISDESPESAS EXTRAORDINÁRIAS

A Transportar Perda na Venda de Bens

C – CONTAS DE APURAÇÃO DO RESULTADO RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO RESULTADO DO EXERCÍCIO

BALANÇO DE ABERTURA

17

Page 18: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

FUNÇÃO DAS CONTAS BÁSICAS

ATIVO

CAIXAConta devedora. A Conta é DEBITADA pelos recebimentos (entradas) e CREDITADA pelospagamentos (saídas).

BANCOS CONTA MOVIMENTOConta devedora. Representa as disponibilidades da Igreja em poder de bancos. É debitada pelosdepósitos efetuados e creditada pelos saques e/ou emissões de cheques.

FUNDO ROTATIVOConta devedora. Representa o adiantamento concedido ao responsável pelo fundo rotativo. Deve seranalisada dedicando-se uma subconta para cada pessoa física responsável. É debitada pelo adiantamentoconcedido é creditada contra apresentação dos comprovantes dos gastos efetuados através de um chequenominal ao responsável pelo fundo rotativo.

MÓVEIS E UTENSÍLIOSConta devedora. Representa as aquisições em mesas, cadeiras, estantes, arquivos, púlpito, etc. adquiridospela Igreja.

EQUIPAMENTOS MUSICAISConta Devedora. Representa as aquisições em baterias, teclado, guitarras, violões, etc. adquiridos pelaIgreja.

VEÍCULOS UTILITÁRIOSConta devedora. Representa as aquisições em veículos utilitários, tais como: Kombi, Van, Besta, Ônibus,Camionete e outros similares adquiridos pela Igreja.

LEGISLAÇÃO

O artigo 32 da Lei 9430 de 1990 e artigos 172 e 173 do RIR/99, no que se refere asENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS de qualquer natureza só podem adquirir para uso próprio –VEÍCULOS UTILITÁRIOS.É, portanto proibido adquirir carros de passeio, os quais a RFB entende que são para levar membros dadiretoria para casa, ao mercado, seus filhos a escola e para realizar passeios de lazer.A RFB exige que na nota fiscal ou cupom fiscal fornecido pelo posto de gasolina, contenha a marca doveículo, o número da placa e o nome da Igreja.

IMÓVEISConta devedora. Registra as aquisições em galpões, edifícios e imóveis a qual pertence a Igreja.

CONSTRUÇÃO EM ANDAMENTOConta devedora. Destina-se a registrar as despesas de obras e construção empreendidas pela Igreja parauso próprio. É debitada pelas despesas ou aplicações efetuadas e creditada pelo valor das obras ouconstruções terminadas, por transferência para conta própria.

18

Page 19: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

PASSIVO

OBRIGAÇÕES

DUPLICATAS A PAGARConta Credora. Representa as obrigações assumidas e os pagamentos efetuados. É debitada pelaquitação da duplicata e creditada pela obrigação assumida pela Igreja.

CONTAS A PAGARConta credora. Representa as obrigações assumidas e pagamentos efetuados. É debitada pela quitaçãoda conta e creditada pela obrigações assumidas pelo consumo das contas pela Igreja.

PROMISSÓRIAS A PAGARConta Credora. Representa as obrigações assumidas e os pagamentos efetuados. É debitada pelaquitação da nota promissória e creditada pelos compromissos assumidos pela Igreja junto a terceiros.

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

PATRIMÔNIO SOCIALConta Credora. Representa os excedentes operacionais auferido mediante o exercício de suas atividades e aplicadointegralmente na consecução do seu objetivo social.

SUPERÁVITS/ DÉFICITS ACUMULADOSRepresenta o resultado apurado pela Igreja em exercícios anteriores.

SUPERAVIT / DÉFICIT NO EXERCÍCIO (+ OU -)Representa o resultado apurado pela Igreja no Exercício atual

AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMÔNIAL (+ OU -)Representa os valores apurados em exercícios anteriores, enquanto não computados no resultado do exercício emobediência ao regime de competência.

RECEITASDÍZIMOS E OFERTASConta credora. É creditada durante o exercício, pelo valor dos dízimos e ofertas recebidos. É debitada no final doExercício Social para apuração do Superávit (+) ou Déficit (-) do Exercício.

DESPESAS

RENDA ECLESIÁSTICA E/OU REPRESENTAÇÃO PASTORAL

Conta Devedora destinada a registrar a remuneração recebida pelos ministros de confissão religiosa, pastores ouauxiliares, que percebem valores, abrangidos pela tabela do imposto de renda, divulgada pela RFB, sob qualquertítulo, de forma DIRETA , que o sustento ministerial ou INDIRETA , que podem ser FGTM, ajuda de aluguel doimóvel, condomínio, plano de saúde, aposentadoria privada, mensalidades escolares, viagens, etc.

Conta Credora no final de Exercício Social, para apuração do Superávit (+) ou Deficit (-) do Exercício.

19

Page 20: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

IGREJAS

TRIBUTAÇÃO DAS ATIVIDADES IMUNES

OBJETO DO CAPÍTULO

Compreender o alcance dos termos imunidade na legislação tributária federal.

ENTIDADES IMUNES

Inicialmente é importante informar que as atividades imunes correspondem por cerca de 5% do total dedeclarações recebidas pela SRF na última informação divulgada pelo órgão.

TEMPLOS DE QUALQUER CULTO

Os templos de qualquer culto são imunes ao pagamento de impostos sobre a renda, patrimônio e serviçosrelacionados com suas atividades essenciais.A imunidade e prevista no artigo 150 da CF: impedindo a União, os Estados e os Municípios de instituire cobrar impostos sobre o patrimônio, renda e serviços das Igrejas (grifo nosso).Devemos destacar também, que as Igrejas devem reter e recolher os impostos e contribuições que sãodevidos pela Igreja como contribuinte responsável, como o IRRF e o INSS descontados de seusfuncionários.As Igrejas podem remunerar seus dirigentes e religiosos, assim como enviar missionários a serviços noExterior, sem perder a condição de entidade imune (decisão nº 39/1998 da SRFB).O problema, que infelizmente acontece no Brasil, é a utilização indevida dos benefícios concedidos pelaLei, com pessoas aproveitando estes benefícios em proveito próprio, deixando de lado o interesse coletivo.

PIS PAGO SOBRE A FOLHA DE PAGAMENTO

O art. 8 da Lei nº 10.637/2002, define que as atividades imunes permanecem pagando o PIS com base nafolha de pagamento e não sobre as receitas.

CÁLCULO DO PIS

O PIS nas IGREJAS, será calculado pela aplicação da alíquota de 1% (um por cento) sobre o total dafolha de pagamento.O seu recolhimento deve ser efetuado sempre no dia 25 do mês seguinte a respectiva competência dafolha de pagamento de seus empregados. Como folha de pagamento considera-se os rendimentos dotrabalho assalariado de qualquer natureza, como salários, férias, décimo terceiro salário, gratificação,horas extras, ajuda de custo, adicional noturno, etc.

.

20

Page 21: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

S

HIPÓTESE:A funcionária recebeu no mês de dezembro 20X2, da Comunidade Evangélica Caminho para o Céu osalário bruto de R$ 1.500,00, deduzindo-se os descontos na ordem de R$ 148,00, apurando-se a título desalário líquido a importância de R$ 1.352,00. Pede-se:

Efetuar os seguintes lançamentos no diário:

a) Provisão do PIS no mês dezembro/20X2, no valor de R$ 15,00

Provisão mês Dezembro/20X2.

b) No dia 25/01/20X3 a Igreja efetuou o recolhimento do PIS mês Dezembro/20X2com cheque:DARF – Código para recolhimento: 8301 – R$ 15,00

Recolhimento mês Dezembro/20X2

RAZONETES

PIS Folha de Pagamento PIS a Recolher

Bancos Conta Movimento

1.500,00

Função da ContaPIS Folha de Pagamento

O PIS é uma contribuição social com função fiscal, ou seja de arrecadação.Incide sobre o total da folha de pagamento de seus empregados (fato gerador).É um tributo de competência da União.Conta Devedora: Destinada a registrar o valor da contribuição social mensal devida ao Governo Federal.Representa uma Despesa Tributária. (Para efeito didático: Impostos, Taxas e Contribuições) eCredora por ocasião do encerramento do Exercício Social para apuração do Superávit (+) ou Déficit (-)do Exercício.

PIS a Recolher (Obrigações)Registra – os valores que a Igreja deve ao Governo Federal.Débito – pelos recolhimentos ou pagamentosCrédito – pelas obrigações assumidas pela Igreja.

21

Page 22: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

UNIDADE IV – BALANÇO DE ABERTURA

INTRODUÇÃOÉ utilizado para contabilização dos saldos existentes no Ativo e Passivo para dar início a escrituraçãocontábil em Igrejas, que anteriormente só usavam o LIVRO CAIXA.Qualquer Igreja independente do seu porte necessita manter escrituração contábil completa, inclusive noLIVRO DIÁRIO, para controlar o seu PATRIMÔNIO e gerenciar adequadamente as suas atividades.Entretanto, a escrituração contábil está contida como exigência expressa em diversas legislações citadasanteriormente.Há dois tipos de Balanço de Abertura:

1. Igrejas fundadas a vários anosNesta situação deverá escriturar os últimos 5 (cinco) anos e preparar um Balanço de Abertura antes deiniciar a escrituração contábil.2. Igrejas registradas recentementeNesta situação iniciar os registros contábeis a partir a data de abertura consignada no CNPJ –Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas.

O Balanço de Abertura consiste na realização de um Inventário físico e documental, que permitaidentificar os bens, os direitos e as obrigações da Igreja em determinado momento.Conhecidos os bens, direitos e obrigações e estabelecido os respectivos valores, deverá o Contabilistaestruturar o Balanço de Abertura, que será sintetizado com base no ordenamento feito previamente noPlano de Contas.No ATIVO, serão devidamente agrupadas as contas que representam os bens e direitos.No PASSIVO, irão figurar as obrigações.Para obter-se a igualdade: ATIVO = PASSIVO deve-se considerar, juntamente com o PASSIVO, o valordo PATRIMÔNIO LÍQUIDO.

ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL

Qualquer que seja o tipo de BALANÇO DE ABERTURA utilizado, haverá necessidade de proceder aoregistro os elementos ATIVOS e PASSIVOS, para início da escrituração contábil no LIVRO DIÁRIO.Exemplo:

REGISTROSDOS ELEMENTOS ATIVOS

D CAIXAD BANCOS CONTA MOVIMENTO (se houver)D MÓVEIS E UTENSÍLIOSD INSTRUMENTOS MUSICAISC BALANÇO DE ABERTURA

DOS ELEMENTOS PASSIVOS

D BALANÇO DE ABERTURAC DUPLICATAS A PAGAR (Fornecedores)C CONTAS A PAGARC OBRIGAÇÕES SOCIAIS (trabalhistas e Previdenciárias)

REGISTRO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

D BALANÇO DE ABERTURAC PATRIMÔNIO SOCIALNOTA IMPORTANTE

A conta BALANÇO DE ABERTURA é uma conta transitória podendo ser aberta no grupo doPatrimônio Líquido e será utilizada apenas uma vez, quando da escrituração contábil.

22

Page 23: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

UNIDADE V – TÉCNICAS CONTÁBEIS

Dados principais referente a Igreja

NÚMERO DE INSCRIÇÃO : 62.266.***/0001-24

DATA DA ABERTURA : 30/11/20X1

NOME EMPRESARIAL : COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU

NOME FANTASIA : CAMINHO PARA O CÉU

CÓDIGO : 94.91-0-00

ATIVIDADE ECONÔMICA : ATIVIDADES DE ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA

CÓDIGO : 399-9

NATUREZA JURÍDICA : ASSOCIAÇÃO PRIVADA

LOGRADOURO : RUA TOQUIO, 233

CEP : 25545-003

BAIRRO : CENTRO

MUNICÍPIO : RIO DE JANEIRO

PASTOR PRESIDENTE : JOÃO DE DEUS

LANÇAMENTOS CONTÁBEISPRÁTICA

1. Dados iniciais para composição do Balanço de Abertura em 30/11/20X1.

DOC FATOS ADMINISTRATIVOS VALOR

ELEMENTOS DO ATIVO (A) 80.000,0001 Saldo em dinheiro em poder do tesoureiro 20.000,00

02 Móveis Diversos conforme relação 34.000,00

03 Instrumentos Musicais conforme relação 18.000,00

04 Computadores e Periféricos conforme relação 5.000,00

05 Estoque de Material de Escritório 1.700,00

06 Estoque de Material de Consumo 1.300,00

ELEMENTOS DO PASSIVO (B) 29.000,0007 Fornecedores por Duplicatas 10.000,0008 Light S.A. conta mês 11/20X1 2.000,00

09 Telemar S.A. conta mês11/20X1 1.200,00

10 Aluguel recibo mês 11/20X1 1.000,00

11 Renda Eclesiástica mês 11/20X1 4.800,00

12 Empréstimo concedido pelo irmão Generoso Silva em 20 parcelas, restando 10notas promissórias de R$ 1.000,00 cada, a serem quitadas

10.000,00

PATRIMÔNIO SOCIAL APURADO (A – B) 51.000,00

23

Page 24: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

RESOLVENDOLANÇAMENTO NO DIÁRIOELEMENTOS ATIVOS

Saldo existente nesta data

ELEMENTOS PASSIVOS

Saldo existente nesta data

REGISTRO NO PATRIMÔNIO LÍQUIDO

Resultado apurado no período

Pede – se:1. Transportado para os razonetes (lançado nas páginas 31 a 33); S2. Emitir o Balancete de Verificação em 31/12/20X1 (lançado na página 30);3. Elaborar o Balanço Patrimonial de Abertura em 31/12/20X1. (lançar na página 38)

MONOGRAFIA

Iniciamos abaixo de forma didática um período de fatos administrativos ocorridos pela IGREJA, sendo cumulativocom os saldos já apurados no Balanço de Abertura de 30/11/20X1.

24

Page 25: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

Durante o mês de dezembro de 20X2, a Igreja contabilizou os seguintes fatos:

DOC Fatos Administrativos

13 Abertura de Conta Corrente no Banco Alfa S.A. No valor de R$ 10.000,00

14 Aquisição de mesas e cadeiras no valor de R$ 8.800,00, pago da seguinte forma: Entrada R$ 2.200,00com ch. Nº 001 (+) 03 parcelas de R$ 2.200,00 a prazo.

15 Aquisição de um computador no valor de R$ 4.000,00, dividido em 02 parcelas iguais, a 1ª paga no atoda compra em dinheiro e a 2ª para 30 dias.

16 Abertura de Fundo Rotativo estabelecido e entregue ao responsável na ordem de R$ 600,00 com ch. 002.

17 Aquisição de 50 cadeiras estofadas no valor total de R$ 20.000,00, sendo pago da seguinte forma: 20%em dinheiro, 30% com ch. 003 e o restante a prazo em 10 parcelas de R$ 1.000,00 cada, no montante deR$ 10.000,00.

18 Recebido dízimos e ofertas de seus associados e destinado aos seus objetivos sociais previsto no Estatutoa importância de R$ 40.000,00 (em dinheiro).

19 Depósito no valor de R$ 35.000,00.

20 Aplicação Financeira no valor de R$ 15.000,00, mediante débito em conta.

PAGAMENTOS COM CHEQUES:

21 CH. Nº 004 – Pagamento de duplicata no valor de R$ 10.000,00.

22 CH. Nº 005 – Pagamento 1ª parcela das mesas e cadeiras no valor de R$ 2.200,00 + 6% juros.

23 CH. Nº 006 – Pagamento 2ª parcela do computador no valor de R$ 2.000,00.

24 CH. Nº 007 – Pagamento 1ª parcela das cadeiras no valor de R$ 1.000,00 com desconto de 20%.

25 CH. Nº 008 – Pagamento conta de energia elétrica mês 11/20X1 R$ 2.000,00.

26 CH. Nº 009 – Pagamento conta de telefone mês 11/20X1 R$ 1.200,00.

27 CH. Nº 010 – Adiantamento quinzenal ao zelador referente mês 12/20X1 R$ 500,00.

28 CH. Nº 011 – Pagamento aluguel mês 11/20X1 R$ 1.000,00.

29 CH. Nº 012 – Pago Renda Eclesiástica mês 11/20X1 R$ 4.800,00.

30 Resgate de aplicação financeira no valor de R$ 15.600,00, incluindo rendimento da aplicação no mês naordem de R$ 600,00.

31 Aquisição de um veículo utilitário Kombi mediante consórcio no valor de R$ 36.000,00 a serem pagasem 60 parcelas de R$ 600,00 cada. Sendo a 1ª parcela paga no ato com ch. Nº 013 no ato da assinatura docontrato. Sendo 12 parcelas lançadas no Passivo Circulante PC e 48 parcelas no Exigível a Longo Prazo(ELP)

32 Aquisição de uma bateria à vista com ch. Nº 014 no valor de R$ 5.000,00.

33 PROVISÕESRESUMO DA FOLHA DE PAGAMENTO – PASTOR

REMUNERAÇÕES VALOR TOTAL

RENDA ECLESIÁSTICA 4.000,00

FGTM (10%) 400,00

LOCAÇÃO E CONDOMÍNIO 1.000,00

PLANO DE SAÚDE 600,00 6.000,00

DESCONTOS (-)

IRRF - (800,00)

RENDA LÍQUIDA - 5.200,00

25

Page 26: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

34 RESUMO DA FOLHA DE PAGAMENTO – FUNCIONÁRIO

REMUNERAÇÃO VALOR TOTAL

Salário Bruto - 1.200,00

Descontos (-) - (648,00)

Previdência (9%) 108,00

Sindical 40,00

Adiantamento 500,00

Salário Líquido 552,00

ENCARGOS SOCIAIS SOBRE A FOLHA

35 •INSS 26,8% x R$ 1.200,00 R$ 321,60

36 •FGTS 8,0% x R$ 1.200,00 R$ 96,00

37 •PIS 1,0% x R$ 1.200,00 R$ 12,00

CONTAS VENCIDAS E NÃO PAGAS

38 LIGHT S.A. conta mês 12/20X1 R$ 1.700,00

39 Telemar S.A. conta mês 12/20X1 R$ 1.300,00

40 Aluguel Mês 12/20X1 R$ 1.000,00

Material consumido no mês

41 Material de Escritório R$ 800,00

42 Material de Consumo R$ 1.100,00

PRESTAÇÃO DE CONTAS FUNDO ROTATIVO

43 ConduçãoPapelariaCorreiosRefeiçõesCópiasTOTAL

R$ 120,00R$ 180,00R$ 90,00R$ 140,00R$ 40,00R$ 570,00

44 Reembolso de despesa ao responsável no montante de R$ 570,00 com cheque nº 015

Com base na solução do Exemplo Prático apresentado, transportar para os razonetes, emitir o 1ºBalancete de Verificação em 31/12/20X2, e elaborar as seguintes Demonstrações Contábeis da Igreja –COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU, evidenciando somente a posição em31/12/20X2:

a. Balanço Patrimonial;b. Demonstração de Resultado do Exercício;c. Demonstração do Superávit ou Deficit do Exercício;d. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido

26

Page 27: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

DOC FATOS ADMINISTRATIVOSRESOLVENDOLANÇAMENTOS NO DIÁRIO

13.

14.

15.

16.

17.

18.

19.

20.

21.

27

Page 28: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

22.

23.

24.

25.

26.

27.

28.

29.

30.

31.

31.

28

Page 29: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

32.

33.

34.

35.

36.

37.

38.

39.

40.

41.

29

Page 30: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

42.

43.

44.

Ao final da apuração a IGREJA apresentava os seguintes dados para emissão do Balancete de Verificaçãoem 31/12/20X1.

COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉUCNPJ Nº 62.266.***/0001-24

BALANÇO PATRIMONIAL DE ABERTURA EM 31/12/20X1

Nos CONTASSALDOS

DÉBITO CRÉDITO

01 Caixa 20.000

06 Estoque de Materiais de Escritório 1.700

07 Estoque de Materiais de Consumo 1.300

09 Móveis e Utensílios 34.000

10 Computadores e Periféricos 5.000

11 Instrumentos Musicais 18.000

32 Duplicatas a Pagar 10.000

33 Contas a Pagar 3.200

34 Aluguéis a Pagar 1.000

35 Promissórias a Pagar 10.000

38 Renda Eclesiástica a Pagar 4.800

44 Patrimônio Social 51.000

TOTAL 80.000 80.000

30

Page 31: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

RAZONETESTRANSPORTAR OS VALORES APURADOSATIVO (+) DESPESAS

ATIVO01 - CAIXA 03 – Banco Conta Movimento 05 – Adiantamentos de Salários

20.000

06 – Estoque Mat. Escritório

1.700

07 – Estoque Mat. Consumo

1.300

02 – Fundo Rotativo

08 – Adiantamentos de Consórcios

09 – Móveis e Utensílios

34.000

04 – Aplicações Financeiras

10 – Computadores e Periféricos 11 – Instrumentos Musicais

5.000 18.000

DESPESASDESPESAS OPERACIONAISPESSOAL12 – Salário e Ordenados 13 – Previdência Social 14 - FGTS

PROVENTOS PASTORAIS15 – Renda Eclesiástica 16 – FGTM 17 – Locação e Condomínio

18 – Plano de Saúde

31

S

S

S

S

S S

Page 32: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

ADMINISTRATIVAS

19 – Aluguéis e Condomínios 20 – Luz e Força 21 – Telefones e Telefonemas

22 – Material Escritório 23 – Material Consumo 24 – Lanches e Refeições

25 – Correios 26 – Conduções 27 – Reproduções

IMPOSTOS E TAXAS

28 – PIS Folha Pagamento

FINANCEIRAS

29 – Juros de Mora

RECEITASFINANCEIRAS

30 – Descontos Obtidos 31 – Rendimentos Financeiros

PASSIVO + PL + RECEITASPASSIVO

32 – Duplicatas a Pagar 33 – Contas a Pagar (Light S.A.) 33 – Contas a Pagar (Telemar S.A.)

10.000 2.000 1.200

34 – Aluguéis a Pagar 35 – Promissórias a Pagar

1.000 10.000

32

SSS

S S

Page 33: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

36 – Consórcios a Pagar 37 – Salários a Pagar 38 – Renda Eclesiástica a Pagar

4.800

39 – INSS a Recolher 40 – IRRF a Recolher 41 – FGTS a Recolher

42 – PIS a Recolher 43 – Sindical a Recolher

EXÍGÍVEL A LONGO PRAZO

44 – Consórcios a Pagar

PATRIMÔNIO LÍQUIDO

45 – Patrimônio Social 46 – Superávit/ Déficit no Exercício

51.000

RECEITASOPERACIONAIS

47 – Dízimos e Ofertas

CONTAS TRANSITÓRIASCONTAS DE APURAÇÃO DO EXERCÍCIO

48 – Resultado do Exercício 49 – Balanço de Abertura

33

S

S

Page 34: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉUCNPJ Nº 62.266.***/0001-24

1º BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31/12/20X2CONTAS

Nº CONTAS DÉBITO CRÉDITO

01 CAIXA

02 Fundo Rotativo

03 Bancos Conta Movimento

04 Aplicações Financeiras

05 Adiantamentos de Salários

06 Estoque de Materiais de Escritório

07 Estoque de Materiais de Consumo

08 Adiantamentos de Consórcios

09 Móveis e Utensílios

10 Computadores e Periféricos

11 Instrumentos Musicais

12 Salários e Ordenados

13 Previdência Social

14 FGTS

15 Renda Eclesiástica

16 FGTM

17 Locação e Condomínios

18 Plano de Saúde

19 Aluguéis e Condomínios

20 Luz e Força

21 Telefones e Telefonemas

22 Material de Escritório

23 Material de Consumo

24 Lanches e Refeições

25 Correios

26 Conduções

27 Reproduções

28 PIS Folha de Pagamento

29 Juros de Mora

30 Descontos Obtidos

31 Rendimentos Financeiros

32 Duplicatas a Pagar

33 Contas a Pagar ( Light S.A + Telemar S.A)

34 Aluguéis a Pagar

35 Promissórias a Pagar

36 Consórcios a Pagar

37 Salários a Pagar

38 Renda Eclesiástica a Pagar

39 INSS a Recolher

40 IRRF a Recolher

41 FGTS a Recolher

42 PIS a Recolher

43 Sindical a Recolher

44 Consórcios a Pagar

45 Patrimônio Social

46 Superavit/ Déficit do Exercício

47 Dízimos e Ofertas

48 Resultado do Exercício

49 Balanço de Abertura

TOTAL

34

Page 35: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

ENCERRAMENTO DAS CONTAS DE RESULTADO

RECEITAS

Encerramento de Balanço

DESPESAS

Encerramento de balanço

APURAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO

Apurado neste Exercício Social

35

Page 36: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

2º BALANCETE DE VERIFICAÇÃO EM 31/12/20X2

Nº CONTAS DÉBITO CRÉDITO

01 CAIXA

02 Fundo Rotativo

03 Bancos Conta Movimento

06 Estoque de Material de Escritório

07 Estoque de Material de Consumo

08 Adiantamentos de Consórcios

09 Móveis e Utensílios

10 Computadores e Periféricos

11 Instrumentos Musicais

32 Duplicatas a Pagar

33 Contas a Pagar

34 Aluguéis a Pagar

35 Promissórias a Pagar

36 Consórcios a Pagar

37 Salários a Pagar

38 Renda Eclesiástica a Pagar

39 INSS a Recolher

40 IRRF a Recolher

41 FGTS a Recolher

42 PIS a Recolher

43 Sindical a Recolher

44 Consórcios a Pagar

45 Patrimônio Social

46 Superavit/ Déficit do Exercício

TOTAL

36

Page 37: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

UNIDADE VI – DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

BALANÇO PATRIMONIAL

INTRODUÇÃO

A Contabilidade, na qualidade de metodologia especialmente concebida para captar, registrar, acumular,resumir e interpretar os fenômenos que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas, sejaeste pessoa física, ENTIDADE DE FINALIDADES NÃO LUCRATIVAS , empresa, ou mesmo pessoade Direito Público, tais como: União, Estado, Município, Autarquia, etc., tem um campo de atuaçãocircunscrito às entidades supramencionadas, o que equivale a dizer muito amplo.Texto extraído do livro Contabilidade Introdutória.Autores: Vários (1992 , p.23)Editora Atlas – SP

DEFINIÇÃO

Transmissão de algumas definições emitidas por alguns autores:

1. “É a representação sintética dos elementos que formam o Patrimônio, evidenciando o diferencial quecompleta a equação entre seus valores positivos e negativos.”

(Franco, Hilário. Estrutura, Análise e Interpretação de Balanço – SP – Ed. Atlas).

2. “É uma das mais importantes Demonstrações Contábeis, através da qual podemos apurar (atestar) asituação patrimonial de uma entidade em determinado momento.Nesta demonstração estão claramente evidenciados o Ativo, Passivo e o Patrimônio Líquido da entidade.”

(Equipe de Professores da USP – SP – Ed. Atlas).

37

Page 38: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉUBALANÇO PATRIMONIALEXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2

CONTASEXERCÍCIOS

20X2 20X1

ATIVO (A+B+C+D)CIRCULANTE (A+B) DISPONÍVEL (A) CAIXA

FUNDO ROTATIVO

BANCOS CONTA MOVIMENTO

ESTOQUES (B) ESTOQUE DE MATERIAL DE ESCRITÓRIO

ESTOQUE DE MATERIAL DE CONSUMO

NÃO CIRCULANTE (C+D) INVESTIMENTOS (C) ADIANTAMENTOS DE CONSÓRCIOS

IMOBILIZADO (D) MÓVEIS E UTENSÍLIOS

COMPUTADORES E PERIFÉRICOS

INSTRUMENTOS MUSICAIS

CONTASEXERCÍCIOS

20X2 20X1

PASSIVO (A+B+C)CIRCULANTE (A) OBRIGAÇÕES DUPLICATAS A PAGAR

CONTAS A PAGAR

ALUGUÉIS A PAGAR

PROMISSÓRIAS A PAGAR

CONSÓRCIOS A PAGAR

SALÁRIOS A PAGAR

RENDA ECLESIÁSTICA A PAGAR

INSS A RECOLHER

IRRF A RECOLHER

FGTS A RECOLHER

PIS A RECOLHER

SINDICAL A RECOLHER

NÃO CIRCULANTE (B)EXIGÍVEL A LONGO PRAZO OBRIGAÇÕES CONSÓRCIOS A PAGAR

PATRIMÔNIO LÍQUIDO (C) FUNDO PATRIMONIAL PATRIMÔNIO SOCIAL

SUPERÁVITS/ DÉFICITS ACUMULADOS

SUPERÁVIT/ DÉFICIT NO EXERCÍCIO

38

Page 39: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

DEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO

DEFINIÇÃO: A DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO é a demonstração contábil destinada a evidenciar a composição do resultado formado num determinado período de operações da entidade.

Aplicação nas IGREJAS: No caso das ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS, a Denominação do Resultado é alterada para DEMONSTRAÇÃO DO SUPERAVIT OU DÉFICIT.

ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉUDEMONSTRAÇÃO DO SUPERÁVIT OU DÉFICITEXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2

DESCRIÇÃOEXERCÍCIOS

20X2 20X1

01 RECEITAS OPERACIONAIS ORDINÁRIAS

02 DÍZIMOS E OFERTAS

03 (-) DESPESAS OPERACIONAIS ORDINÁRIAS

04 PESSOAL

05 PROVENTOS PASTORAIS

06 LOCAÇÃO E ARRENDAMENTO

07 ADMINISTRATIVAS

08 IMPOSTOS E TAXAS

09 MISSÕES E EVANGELISMOS

10 (=) SUPERÁVIT OU DÉFICIT OPERACIONAIS ORDINÁRIAS

11 (+) RECEITAS FINANCEIRAS

12 (-) DESPESAS FINANCEIRAS

13 (+ou -) RECEITAS OU DESPESAS EXTRAORDINÁRIAS

14 (=) SUPERÁVIT OU DÉFICIT DO EXERCÍCIO

39

Page 40: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMP S)

DEFINIÇÃO: A Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) é a demonstração contábil destinada a evidenciar, num determinado momento, a movimentação das contas que integram o Patrimônio da entidade .

Aplicação nas IGREJAS: Neste caso, a denominação DLPA é alterada para DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMPS), que deve evidenciar, num determinado período a movimentação das contas que integram o seu Patrimônio.

ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉUDEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PATRIMÔNIO SOCIAL (DMP S)EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2

DESCRIÇÃO EXERCÍCIOS

20X2 20X1

01 SALDO NO INÍCIO DO PERÍODO

02 AJUSTE DE EXERCÍCIOS ANTERIORES

03 SALDO AJUSTADO

04 SUPERÁVIT/ DÉFICIT ACUMULADOS

05 SUPERÁVIT/ DÉFICIT DO EXERCÍCIO

06 SALDO NO FIM DO EXERCÍCIO

40

Page 41: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA (DFC)

Definição: é um relatório contábil que tem por fim evidenciar as transações ocorridas em um determinadoperíodo e que provocam modificações no saldo da conta CAIXA.Compreende o movimento de entradas e saídas de dinheiro na Igreja .

ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉUDEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXAEXERCÍCIO FINDO EM 31/12/20X2

EXERCÍCIOS

DESCRIÇÃO 20X2 20X1

GERAÇÃO OPERACIONAL

•RESULTADO DO EXERCÍCIO / PERÍODO

•DEPRECIAÇÃO E AMORTIZAÇÃO

•RESULTADO NA VENDA DE ATIVOS NÃO CIRCULANTES

(=) (+ou -) RESULTADO LÍQUIDO AJUSTADO

RECEBIMENTOS

•DÍZIMOS E OFERTAS

•OUTROS RECEBIMENTOS

PAGAMENTOS

•VALORES PAGOS A FORNECEDORES E SERVIÇOS

•VALORES PAGOS AO PASTOR PRESIDENTE

•VALORES PAGOS AOS EMPREGADOS

•ENCARGOS SOCIAIS PAGOS

•DESPESAS ADMINISTRATIVAS PAGAS

•DESPESAS TRIBUTÁRIAS PAGAS

•OUTROS PAGAMENTOS

•FINANCEIRAS LÍQUIDAS ( + OU - )

A – ATIVIDADES OPERACIONAIS

B – ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS

•AQUISIÇÕES – IMOBILIZADO

•AQUISIÇÕES – INVESTIMENTOS

•VENDA – IMOBILIZADO

•VENDA – INVESTIMENTOS

C – ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS

•EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

•AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS

RESUMO (DISPONIBILIDADES GERADAS)

SALDOS

(+) CAIXA NO PERÍODO

(+) BANCO NO PERÍODO

41

Page 42: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

NOTAS EXPLICATIVASDefinição: São esclarecimentos que visam completar as demonstrações contábeis e informar os critérios utilizados pela Igreja e a composição dos saldos de determinadas contas.As citadas notas são parte integrante das demonstrações contábeis. Na sua elaboração devem ser observados os seguintes aspectos:

•as informações devem contemplar os fatores de integridade, autenticidade, precisão, sinceridade e relevância.•Os textos devem ser simples, objetivo, claro e concisos.•Os assuntos devem ser ordenados obedecendo a ordem observada nas demonstrações contábeis, tanto para os agrupamentos como para as contas que os compõem.•Os dados devem permitir comparações com os de datas de períodos anteriores.

42

Page 43: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

ENTIDADE: COMUNIDADE EVANGÉLICA CAMINHO PARA O CÉU.NOTAS EXPLICATIVAS AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEISPeríodo: 01/01/20X2 a 31/12/20X2EXERCÍCIO FINDO EM 31/12/2011PREPARADO POR : (Nome do Contador)

1. CONTEXTO OPERACIONAL

A Comunidade Evangélica Caminho para o Céu cadastrada no CNPJ nº 62.266.***/0001-24, com

data de abertura em 30/11/20X1, sediada no Município do Rio de Janeiro – RJ, sendo uma

ORGANIZAÇÃO RELIGIOSA , situada na Rua Tóquio, 233 – Centro – Nova Iguaçu – RJ – CEP

25545-003.

2. INTRODUÇÃO

A elaboração das Demonstrações Contábeis estão de acordo com o que dispõe os parágrafos nº 4 e 5 do

artigo 176 da Lei 6404/1976 atualizado conforme Lei nº 11.638/2007 e MP nº 449/2008, convertida na

Lei nº 11941/2009 e as Normas Tributárias Internacionais (IFRS) pertinentes e do CPC (Código de

Processo Civil).

3. AJUSTES DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL

43

Page 44: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

Referências

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso básico de contabilidade. 3. ed. Rio de Janeiro: Atlas,1998.

BARBOSA, Maria Nazare Lins. Manual de ONGS: Guia Prático de orientação jurídica/ MariaNazare Lins Barboza e Carolina Felippe de Oliveira; 3º ed. Atual. Rio de Janeiro; FGV, 2002

BARROS, Sidney Ferro. Contabilidade intermediária. São Paulo: IOB – Thompson, 2005. –(Coleção cursos IOB).

CHEVITARESE, salvador. Contabilidade industrial. 4º ed. Rio de Janeiro: Fev,1978.

DUARTE, Cicero Augusto G. Igrejas na mira da lei. 2. ed. São Paulo: Bom pastor, 2003.

FRANCO, Hilário. Contabilidade geral. 21. ed. São Paulo: Atlas, 1983.

________________. A contabilidade na era da globalização. São Paulo: Atlas, 2008.

GOUVEIA, Nelson. Contabilidade. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil. 1976.

MONTOTO, Eugênio. Contabilidade geral esquematizado. 1º ed. São Paulo: Saraiva, 2011

PEREIRA, Genésio. Igreja pessoa jurídica- registro e controle. 2. ed. Rio de Janeiro: Juerp,1992.

________________.Administração financeira para igrejas. Rio de Janeiro.

PRAZERES, Helvio Tadeu Cury. Administração financeira nas pequenas empresas. MinasGerais: CPT, 2007.

_______________. Como administrar pequenas empresas. Minas Gerais: CPT, 2007.

RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade básica fácil. 26. Ed. Ampl. e atual. São Paulo; Saraiva2009. SÁ, Antonio Lopes de. Auditoria básica. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1982.

ROMÃO, Valdo; Oliveira, Aristeu de. Manual do terceiro setor e instituição religiosa trabalhista,previdenciária, contábil e fiscal. São Paulo: Atlas, 2006.

Sá, Antônio Lopes de. Auditoria básica.Rio de Janeiro:tecnoprint, 1982.

_______________. Fraudes contábeis. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1982.

SANTOS, Eli Rozendo Moreira. 1001 informações úteis. Rio de Janeiro: tecnoprint, 1986.

SILVA, Edison Cordeiro da. Como administrar o fluxo de caixa das empresas. São Paulo: Atlas,2005.

SILVA, Lourivaldo Lopes Da. Contabilidade geral e tributária. 5 ed. São Paulo: IOB, 2009.

UHL, Franz; FERNANDES, João Teodorico F.S. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1982.

44

Page 45: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

ANEXOS / ARTIGOS

45

Page 46: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

Direito Nosso

Imposto de Renda

Igrejas e Pastores (I)

Gilberto Garcia - Jornal Novas nº 221 - 06/2009

“Pastor é condenado por sonegação fiscal em Maringá a dois anos e meio de prisão e 200 dias-multa, valor quepode ultrapassar R$ 40 mil. (…). A sentença foi firmada no dia 16 de fevereiro, pelo juiz substituto da VaraFederal Criminal de Maringá/ PR.”

Os réus (o pastor e sua esposa) alegaram que viviam da venda de produtos particulares, como livros, bíblias eCDs, e que o dinheiro obtido com essas vendas era depositado nas contas da Igreja Só o Senhor é Deus. Para oJuiz, essas declarações, quando junto com as demais provas, demonstram a intenção dos acusados deesconderem os fatos - “ou seja, a utilização em proveito próprio do dinheiro da Igreja Evangélica MissionáriaSó o Senhor e Deus, sem a declaração de tais rendimentos no ajuste anual do Imposto de Renda de pessoafísica”.[...]. Como noticiou o jornal Paraná On-Line.

Esta notícia não é isolada, demonstrando uma realidade que precisamos estar atentos, pelo que, temosconhecimento através de membros das Igrejas que existem pastores que estão orientando as Igrejas que estasnão devem proceder a retenção do Imposto de Renda na Fonte, por isso é vital alertar as liderançaseclesiásticas que pelo Regulamento do Imposto de Renda vigente, é da Igreja – Pessoa Jurídica de DireitoPrivado, a responsabilidade pelo desconto no Sustento Ministerial concedido ao Pastor-Ministro, bem como, orecolhimento junto a Receita Federal, devendo o obreiro lançar em sua declaração anual de renda os valoresretidos.

De igual maneira, estão sujeitos os Ministros de Confissão Religiosa, pastor ou auxiliares, que percebemvalores, abrangidos pela tabela do imposto de renda, divulgada pela Receita Federal do Brasil, sob qualquertítulo, de forma direta, que é sustento ministerial, ou indireta , que podem ser, ajuda de aluguel de imóvel,condomínio, plano de saúde, aposentadoria privada, escola dos filhos, cursos, viagens, etc, em espécie ou embenefícios concedidos pela Igreja, e aí reter na fonte, e, recolher referidos valores devidos aos cofres federais,como declarado por um auditor fiscal a uma Igreja.

A imunidade fiscal da Igreja - Pessoa Jurídica, que é prerrogativa constitucional, não se confunde com asPessoas Físicas que as integram, por isso, não exime as Igrejas e Organizações Religiosas da obrigação dedescontar o Imposto de Renda e recolher ao Fisco, sendo objetivo quando menciona que os rendimentos pagosou creditados, como se caracterizam: “Sustento Ministerial”, “Rendimento Eclesiástico”, “Provento Pastoral”,“Prebenda Religiosa” etc, estão sujeitos a retenção do IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte.

Daí sua incidência legal, como disciplina o Artigo 167 do Regulamento do Imposto de Renda/99, “Asimunidades, isenções e não incidências de que trata este Capítulo não eximem as pessoas jurídicas das demaisobrigações previstas neste Decreto, especialmente as relativas à retenção e recolhimento de impostos sobrerendimentos pagos ou creditados e à prestação de informações (Lei nº 4.506, de 1964, art. 33). Parágrafoúnico: A imunidade, isenção ou não incidência concedida às pessoas jurídicas não aproveita aos que delaspercebam rendimentos sob qualquer título e forma (Decreto – Lei nº 5.844, de 1943, art.31).”

Desta forma, referida a obrigação fiscal das Igrejas e Organizações Religiosas só podem ser alterada através delei federal, como por exemplo é nos EUA, onde a norma legal não prevê a incidência de imposto de rendasobre o rendimento dos ministros religiosos, bem como, contempla que as doações dos fiéis concedidas asIgrejas podem ser deduzidas do Imposto de Renda, o que também não é possível em nosso sistema legal.

Já temos notícia de Igrejas e Organizações Religiosas que foram multadas, processadas judicialmente e,inclusive, de algumas perderam a prerrogativa da imunidade, na medida em que é Pessoa Jurídica de DireitoPrivado que responde diante as Receita Federal do Brasil ou “Super-Receita”. Com a aglutinação da Secretariada Receita Federal com os órgãos do INSS responsáveis pelo recolhimento e fiscalização previdenciária, a“Super-Receita” tem apertado a fiscalização, especialmente de quem não tem feito a retenção ou o nãorecolhimento dos valores devidos ao Fisco Nacional.

46

Page 47: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

As Igrejas e os Contabilistas no Código Civil

Gilberto Garcia - Folha Gospel – O Jornal Online do Brasil, 02/08/2009

Entre as grandes inovações que o Código Civil de 2002 trouxe para a sociedade brasileira esta o tratamentoespecialíssimo dado às atribuições do contabilista, podendo ser considerados até responsáveis solidariamente pelosatos dolosos, inclusive estando inserido na Lei 10.406/2002, na Seção III - Do Contabilista e Outros Auxiliares, nosartigos 1.177 a 1.178, e, ainda, Capítulo IV - Da Escrituração, dos artigos 1.179 a 1.195.

Registra o art. 1.177, “Os assentamentos lançados nos livros ou fichas do proponente, por qualquer dos proponentesencarregados de sua escrituração, produzem, salvo se houver procedimento de má-fé, os mesmos efeitos como se ofossem por aquele. Parágrafo único. No exercício de suas funções, os prepostos são pessoalmente responsáveis,perante os preponentes, pelos atos culposos; e, perante terceiros, solidariamente com o preponente, pelos atosdolosos”, grifo nosso.

Por isso, alertamos as Igrejas, que são organizações de fins não econômicos, mas que são legalmente obrigadas amanterem sua contabilidade em ordem, tendo necessidade de contarem com profissionais idôneos na área contábil.

Aprofundando essa responsabilidade ainda mais o legislador estabeleceu no art. 1.178, “Os preponentes sãoresponsáveis pelos atos de quaisquer prepostos, praticados nos seus estabelecimentos e relativos à atividade daempresa, ainda que não autorizados por escrito. Parágrafo único. Quando tais atos forem praticados pelos atos forado estabelecimento, somente obrigarão o preponente nos limites dos poderes conferidos por escrito, cujoinstrumento pode ser suprido pela certidão ou cópia autêntica do seu teor.”, grifo nosso.

Desta forma, os líderes de organizações religiosas necessitam estar atentos na contratação de escritórios decontabilidade, entregando sua escrita a contadores experientes, competentes e atualizados, os quais, porconsequência devem ser bem remunerados em seus honorários, para que prestem serviços profissionais deexcelência, à luz de suas responsabilidades legais.

O próprio texto da lei é por si só um alerta para a sociedade empresária, que se aplica, por analogia a todas asinstituições, como consta do art. 1.179, “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a seguir um sistemade contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com adocumentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. § 1o Salvo odisposto no art. 1.180, o número e a espécie de livros ficam a critério dos interessados. § 2o É dispensado dasexigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.”, grifo nosso.

A atuação legal do contador relativa a escrituração está registrada no art. 1.182, “(...) a escrituração ficará sob aresponsabilidade de contabilista legalmente habilitado (...)”, daí a importância de também o profissional dacontabilidade estar atento a quem presta seus serviços, para que tenha tranqüilidade das informações e documentosidôneos que lhe são fornecidos pelos seus clientes.

O novo Código Civil estabelece ainda uma importante e vital advertência relativa aos documentos contábeis no art.1.194, “O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração,correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência notocante nos atos neles consignados.”, grifo nosso.

A responsabilidade por desvios de recursos, no que tange a questões financeiras da Igreja, é de sua diretoriaestatutária, composta pelo presidente, vice-presidente, secretários, tesoureiros, e ainda da comissão de exame decontas, conselho fiscal etc, bem como, dos associados eclesiásticos, se estes, de forma direta ou indireta,contribuírem para a prática da irregularidade, inclusive, com o risco de ter bens pessoais atingidos, como contido naLei.

Aproveito o ensejo para congratular este verdadeiro exercito de homens e mulheres que são os contabilistas, eespecialmente os Conselhos Regionais de Contabilidade e Sindicatos de Contadores, alguns dos quais inclusive tempromovido cursos de preparação visando o suporte contábil de Organizações Religiosas, para que estes continuemprestando serviços de excelência as Igrejas e Organizações Religiosas, possibilitando a estas a tranqüilidade parapropagar “as virtudes daqueles que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”.

"Dá-nos [ó Senhor] sucesso em tudo que fizermos, sim, dá-nos sucesso em tudo". Salmo. 90:17b NTLH

47

Page 48: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

Novos tempos, novos templos, novos desafios.

Jonatas Nascimento, Jornal Novas / Ano XXI / Nº 238 / Novembro-2010.

Há apenas duas décadas seria inimaginável a qualquer pessoa prever o que as organizações religiosasenfrentariam nos dias atuais, em termos de luta pela manutenção da legalidade. Um dos grandes exemplosque posso citar aqui seria a obrigatoriedade de obtenção do alvará de licença para funcionamento juntoà autoridade municipal.

Visto sob um prisma equivocado, naqueles tempos seria uma afronta a um direito constitucional. Umaperseguição que motivaria a realização de vigílias e mais vigílias. Diga-se de passagem, ao invocar o gozoda imunidade tributária para justificar a dispensa do alvará, muita gente boa acaba se equivocandomisturando as estações.

Uma coisa é a necessidade do consentimento da autoridade municipal para que determinada Igreja seestabeleça, o que se dá com a concessão do diploma de alvará; outra coisa é a proibição da cobrança dataxa de licença.

Pois bem! Saibam os navegantes que em muitos municípios esse documento já é exigido das Igrejas e emmuitos outros o silêncio das autoridades não se traduz por permissão. Quando a lei for aplicada ao pé daletra, muitas Igrejas poderão ser fechadas e até mesmo multadas pela autoridade municipal, porinfringirem um preceito legal.

A título de alerta, transcrevo entendimento reafirmado pelo Conselho Especial do Tribunal de Justiça doDistrito Federal.

Para os desembargadores, dispensar a exigência é interferir no poder de polícia da administraçãopública e por em risco a integridade física dos fiéis. A questão foi discutida numa ADI (Ação Diretade Inconstitucionalidade). O TJ-DF já tinha julgado inconstitucional uma lei do DF que liberava asIgrejas da exigência de alvará de funcionamento.

No entanto, uma nova norma foi editada pela Câmara Legislativa. O Ministério Público propôs, então,nova ADI também julgada procedente. Os desembargadores esclareceram que “é por intermédio doalvará de funcionamento que o poder público emite juízo positivo para que determinada atividadecomercial, industrial ou institucional seja exercida. Os templos religiosos não poderiam estar foradesse controle”.

É assustadora a representação que o Ministério Público do Estado de São Paulo impetrou contra umaIgreja após um desabamento que ceifou a vida de vários fiéis.

Sugiro às Igrejas que ainda funcionam sem o aval do município, que procurem se regularizar, começandopelo “Habite-se” do prédio onde encontra-se estabelecida.

O Alvará de Localização nada mais é do que consentimento da autoridade municipal, atestando que oprédio onde os fiéis se reunem regularmente está dentro das normas de segurança, mas para a suaobtenção é necessário que o Corpo de Bombeiros vistorie o local, faça eventuais exigências e entãoexpeça o Certificado de Aprovação.

48

Page 49: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

49

Page 50: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

Orientação Trabalhista - A Igreja como EmpregadoraQuais os riscos de manter empregados sem carteira assinada?Professor Antonio Luiz Da Costa Soares

Tenho certeza que o título deste artigo chamou atenção de muitos irmãos que intentam obter conhecimentos legais eadministrativos, na tentativa de evitar o desgaste da Igreja perante a justiça, os órgãos públicos e a comunidade onde elaatua. Ou então, sendo pastores, administradores de Igrejas e outros líderes, pretendam ampliar os seus conhecimentos.Neste momento podem surgir algumas dúvidas, tais como:

COMO EVITAR DESPESAS EXTRAS COM MULTAS, LITÍGIOS E INDENIZAÇÕES NA JUSTIÇA DOTRABALHO?

A resposta para a questão acima pode ser respondida por meio das atitudes de líderes que não aceitam, para si, resultados medíocres. Líderes que buscam, ser e ter, um desempenho superior em tudo o que fazem, entendendo que resultados superiores dependem fundamentalmente, deles. Da garra, da determinação, do aprendizado, da atitude mental e da ação disciplinada.Nossa tentativa é demonstrar como deve ser a atitude dos líderes que desenvolvem suas atividades com dedicação,determinação, amor... e com o coração.Para o líder novato, pretendemos que a leitura dos artigos futuros seja um guia de iniciação, para desenvolver suasatividades, no mínimo; aos líderes mais experientes, serão introduzidos novos conceitos, além de reverem açõestradicionais dentro de um novo contexto, ou seja, um ambiente de mercado - uma Igreja despreparada -, onde oempregado passa a “dar” ou “ditar” as regras do jogo.São aspectos que tornam a leitura prática e interessante, porque enfatizam tanto o ato de “controlar/gerenciar” Igrejasbem como o de evitar processos na Justiça do Trabalho.

Aprimoramento constante e atitude tornam os líderes diferentes dos amadores.

Só assim: lendo, estudando, aprendendo e aplicando, que você poderá ser um grande líder. Espero que a leitura desteartigo, e de outros, seja sua grande aliada.

EXCELENTE LIDERANÇA, E SUCESSO!

QUAIS OS RISCOS DE MANTER EMPREGADOS SEM CARTEIRA ASSINADA?· A Igreja fica “nas mãos” do empregado, principalmente se for muito antigo. Suportar um empregado que não é mais desejável, temendo que, se demiti-lo, ele vai para a Justiça do Trabalho propor uma ação trabalhista contra a Igreja.· No caso da falta de anotação na carteira de trabalho, se o empregado manteve relação de emprego superior a (6) seis

meses, a responsabilidade do pagamento do seguro – desemprego é por conta da Igreja;· No caso de gestação, é a Igreja quem paga a licença – maternidade de quatro meses (120 dias). Se a Igreja for

registrada, a obrigação será da Previdência Social;· No caso de acidente de trabalho em que não houve falecimento, podendo acarretar um longo período de ausência ao

trabalho, a Igreja é responsável pelo pagamento de salários de todo o período em que o mesmo se encontrar semcondições de retornar ao trabalho, sem falar que paga também internações em hospitais, UTI, além de outras despesasmédicas-hospitalares. Caso o empregado fosse registrado, ficaria por conta do INSS; assim, imediatamente está sendoremunerado pelo empregador. “Conheço caso em que o empregado ficou dois anos em casa sem condições de retornarao trabalho”.

· No caso de acidente, ocasionando a morte do empregado, a Igreja e não o INSS que terá de pagar a indenização deelevado valor. Pagará, por exemplo, por vários anos pensão ao cônjuge sobrevivente, além dos dependentes, despesascom funeral, indenização por dano moral, tudo de acordo com a legislação;

· Se ocorrer invalidez permanente do empregado, terá a Igreja que pagar pensão vitalícia ao acidentado, tratamentomédico-hospitalar e psicológico, proveniente das seqüelas do acidente, sempre que necessário. Além da pensão,indenização por dano moral. Esclarecemos ainda, que os acidentes de trabalho vão além daqueles que ocorrem naatividade laboral, como cair da laje da Igreja e quebrar o braço, por exemplo. É também considerado acidente detrabalho aquele ocorrido pelo empregado no período de deslocamento da residência para o local de trabalho ou vice-versa, qualquer que seja o meio de locomoção utilizado.

Assim, se o empregado indo ou voltando do trabalho, sofrer um acidente, como no exemplo acima, ou se for vítima deuma bala perdida (tão comum nos dias de hoje), se não vier a falecer, estará protegido pela Previdência Social durante alicença, caso esteja registrado. Se falecer, a família de igual forma estará amparada. Se não for registrado, como falamosanteriormente, toda indenização recairá sobre a Igreja, que será condenada a pagá-la.

NÃO VALE A PENA SE ARRISCAR MANTENDO EMPREGADOS SEM CARTEIRA ASSINADA.

50

Page 51: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

Ações Trabalhistas - Aprenda como evitar esse prejuízo!Professor Antonio Luiz da Costa Soares

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Havard e Yale, nos Estados Unidos, divulgada no início de 2008, constatou que a legislaçãobrasileira é que mais protege o trabalhador no mundo. Então, não esqueça: “a Lei determina que qualquer funcionário é hipossuficiente, ouseja, não detém capacidade jurídica para se responsabilizar pelos seus atos, o que ameaça a validade de qualquer acerto sem o conhecimentodo sindicato da classe.”

Ao longo dos anos tenho orientado nossos clientes para que adotem práticas preventivas, com orientação jurídica adequada, evitando assimcorrer riscos desnecessários no que se refere aos seus funcionários.A principal dificuldade apontada na administração dos contratos de trabalho no País é a carga tributária. “Os empresários têm de cumprirdiversas obrigações burocráticas e fiscais em relação ao registro dos funcionários, bem como suportar uma pesada carga de impostos econtribuições.”

Na prática um funcionário de carteira assinada ganhando R$ 1.000,00 (mil reais), com todos os seus pagamentos e encargos trabalhistasrecolhidos, custa praticamente outro salário, dobrando o custo para mantê-lo.Destaco que elevada tributação leva as empresas a contratações irregulares, o que pode render no futuro ações trabalhistas. “Os nossosencargos figuram entre os mais pesados do mundo e isso estimula contratações com partes do salário pago por fora ou até mesmo semregistro.” Empresas de pequeno porte podem ser prejudicadas pelo rigor da CLT por não possuírem recursos necessários para receber a devidaassessoria.Aconselho aos empresários se adequarem às exigências da legislação. Manter a documentação completa e atualizada e o controle dos registrosdas jornadas de trabalho, das folhas de pagamento, da segurança e medicina do trabalho, dos autônomos e terceirizados, evitando assim,nestes casos, a criação de vínculos que possam dar causa a reclamações trabalhistas.

MUDANÇA DE ATITUDE: O grande número de ações trabalhistas ajudou a modificar o panorama empregatício no País e com as atuaismudanças na legislação, como a admissão de funcionários com jornada de trabalho reduzida, inferior à previsão Constitucional de 08 (oito)horas diárias ou 44 (quarenta e quatro) horas semanais.

JORNADA DE TRABALHO: O artigo 58-A da CLT, em regra geral, a jornada normal de trabalho não pode ser superior a 8 (oito) horasdiárias e 44 horas semanais, facultadas a compensação de horários e a redução da jornada de trabalho, mediante acordo ou convenção coletivade trabalho.

Desta forma, nada impede que o empregado seja contratado para trabalhar com jornada diária inferior a 8 (oito) horas e, consequentemente,com jornada semanal inferior a 44 (quarenta e quatro) horas.Assim, apesar de a jornada semanal ser de até 44 (quarenta e quatro) horas, o empregado contratado para trabalhar somente nos finais desemana não pode trabalhar mais do que 8 (oito) horas diárias.TEMPO PARCIAL: As empresas com carga de trabalho inferior a 44 (quarenta e quatro) horas semanais podem firmar contrato de trabalhoem regime de tempo parcial com seus empregados.

Considere-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a 25 (vinte) horas semanais.

Nesta hipótese, a jornada diária normal poderá ser de até 8 (oito) horas diárias. Entretanto, os empregados não poderão prestar horas extras.

Caso isto ocorra, este tipo de contrato ficará descaracterizado, aplicando-se ao empregado a legislação normal.

Algumas empresas têm preferido terceirizar o trabalho ou contratar o funcionário como Pessoa Jurídica. Esta e outras mudanças devem ser deconhecimento dos empresários, para fazer a melhor escolha na hora da contratação.

Recomendo uma boa relação entre colaboradores e empresários para evitar ações trabalhistas. Quanto mais respeito e zelo eles tiverem pelaempresa, mais difícil será a decisão de ingressar na justiça trabalhista sem antes tentar uma conciliação. O importante é manter sempre abertauma via de comunicação para que os funcionários exponham seus descontentamentos, possibilitando a empresa propor acertos amigáveis,cujo custo final é menor do que em casos judiciais.

Aconselho o investimento em políticas de incentivo, valorização e crescimento do colaborador, treinamentos, melhorias no ambiente detrabalho para minimizar o risco de ações judiciais. “Não existe seguro total contra ações trabalhistas, mas o funcionário deve sempre ser vistocomo o maior patrimônio da empresa e jamais como peça de fácil substituição. Grande rotatividade e insatisfação de funcionários sãosinônimos de ineficiência e prejuízos.” Pense nisso!

PREVENÇÃO: Acredito que falta à maioria das empresas a chamada advocacia preventiva, ou seja, uma orientação jurídica personalizada edirigida especificamente às necessidades do segmento em que a empresa esteja inserida.Aproveito ainda para dizer, que grande parte das ações trabalhistas está relacionada às horas extras, mas hoje é comum verificar-se tambémações postulando vínculo empregatício, em especial por conta do aumento da terceirização ilegal e do trabalho informal.As pequenas e médias empresas sofrem com o dilema: cumprir integralmente a legislação ou suprimir, ilicitamente alguns direitos de seusempregados para, de forma imediata, garantir maior investimento e acumulo de capital.E é justamente a opção deste dilema que vai determinar a continuidade da empresa no mercado.

CONCLUSÃO: A advocacia preventiva é uma forma de a empresa economizar, evitar transtornos futuros, pois com ela se cobra bem menosque o serviço de defender juridicamente a empresa em uma demanda.

51

Page 52: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

52

Page 53: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

53

Page 54: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

54

Page 55: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

ISENÇÃO DA TAXA DE PREVENÇÃO E EXTINÇÃO DE INCÊNDIO

DECRETO Nº 39.284, DE 11 DE MAIO DE 2006

REGULAMENTA A LEI ESTADUAL Nº 3.686,DE 24 DE OUTUBRO DE 2001, COM ASALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEIESTADUAL Nº4.551, DE 09 DE MAIO DE 2005.

A GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO , no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o queconsta do Processo nº E-27/088/2120/2005,CONSIDERANDO:- a Lei Estadual nº 3.686, de 24 de outubro de 2001, que isenta do pagamento da taxa de incêndio os aposentados,pensionistas e portadores de deficiência física e, com a redação dada pela Lei Estadual nº 4.551, de 09 de maio de 2005,estende tal benefício às Igrejas e Templos de qualquer culto; e- a necessidade prática de se regulamentar os procedimentos para as isenções acima referidas,DECRETA:Art. 1º - A isenção da Taxa de Prevenção e Extinção de Incêndios dos aposentados, pensionistas e portadores dedeficiência física e das Igrejas e Templos de qualquer culto, concedida nos termos do Art. 1º da Lei nº 3686/01, com aredação dada pela Lei nº 4.551/05, será efetivada nos termos deste Decreto.Art. 2º - Os aposentados, pensionistas e portadores de deficiência física deverão instruir o seu requerimento com osseguintes documentos, original e cópia:I - Carteira de identidade;II - CPF;III - Documento comprobatório da área do imóvel;IV - DATI (Documento de Arrecadação da Taxa de Incêndio);V - Comprovante de rendimentos;VI - Certidão do Registro de Imóveis respectivo ou escritura do imóvel, na hipótese de o requerente ser proprietário.VII – Contrato de comodato ou de locação, quando for o caso;VIII – Termo de Responsabilidade, em que o aposentado, pensionista ou portador de deficiência física declare serproprietário comodatário ou locatário exclusivamente do imóvel objeto do pedido, com área construída de até 120 m2(cento e vinte metros quadrados), bem como perceber proventos ou pensão de até 5 (cinco) salários mínimos, como únicafonte, mensal, de rendimentos, sob pena de incidência do Art. 2º, inciso I, da Lei Federal nº 8.137, de 27 de dezembro de1990.§ 1º - Os documentos relacionados nos incisos III, IV, V e VIII deverão ser os correspondentes a cada exercício, uma vezque a isenção é concedida em caráter anual.§ 2º - Os portadores de deficiência física deverão apresentar, além dos documentos referidos nos incisos deste artigo,laudo médico certificador de tal circunstância.§ 3º - O pensionista a que se refere o presente Decreto é o previdenciário, afastado qualquer outro tipo de denominaçãosimilar.Art 3º - Considera-se Igreja e Templo de qualquer culto, para efeito deste Decreto, a edificação em que se reúne umconjunto de fiéis, unidos pela fé, destinada à celebração pública dos ritos religiosos, sem restrição de crença, bem comoos seus anexos.§ 1º - Considera-se culto todo ato de veneração, adoração ou reverência, que tenha natureza de cerimônia religiosa.§ 2º - Consideram-se anexos, para os efeitos do caput deste artigo, todos os espaços, contíguos ou não à edificaçãoprincipal, que tornem possível ou viabilizem o culto, sejam ligados às finalidades essenciais da Instituição Religiosa, bemcomo à assistência social e à educação, e não possuam caráter econômico, bem assim, a casa paroquial, o convento, aabadia, a casa do pastor, a casa do rabino, o centro de formação de rabinos, os locais de estudo da doutrina religiosa,dentre outros.§ 3º - Consideram finalidades essenciais as atividades desempenhadas pelas Instituições Religiosas relacionadas com asorações e com o culto.Art. 4º - Fazem jus à isenção de que trata este decreto os imóveis que sejam de propriedade, locados ou cedidos emcomodato para a instituição religiosa respectiva.Art. 5º - O requerimento de isenção da Instituição Religiosa deve ser instruído com os seguintes documentos:I – Cópia do estatuto registrado em cartório ou similar;II – Documento comprobatório de que o requerente é o representante legal daquela comunidade religiosa;III – Cópia da publicação em Diário Oficial do registro da instituição religiosa ou documento fornecido pela autoridadecompetente, por meio de alvará de funcionamento;IV – Planta baixa do imóvel, com a designação da finalidade de cada espaço da estrutura, para imóveis com área superiora 200m2 (duzentos metros quadrados);

55

Page 56: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

V – Certidão do Registro de Imóveis respectivo ou escritura do imóvel, na hipótese de a Instituição Religiosa serproprietária.§ 1º - No caso da Instituição religiosa ser locatária ou comodatária do imóvel, a documentação exigida no inciso V serásubstituída pelo contrato de locação e contrato de comodato, registrado em cartório de registro de títulos e documentos, eque prevejam a utilização do seu objeto para os fins dos § 1º, 2º e 3º do Art. 3º deste Decreto, bem como a obrigação dopagamento de taxas da Instituição Religiosa, permanecendo os demais requisitos exigidos nos incisos deste artigo.§ 2º - Para imóveis com área de até 200m2 (duzentos metros quadrados), a planta baixa referida no inciso IV poderá sersubstituída por um croqui simples designativo das características do prédio, com a indicação da finalidade de cada espaçoda estrutura, para os fins do disposto no Art. 7º deste Decreto.Art. 6º - O beneficio só se aplica aos imóveis que, comprovadamente, estejam ocupados como Instituição Religiosa noprimeiro dia de janeiro de cada exercício.Art. 7º - Possuindo a Igreja ou Templo espaço no interior de seu terreno ou edificação destinado a desenvolver atividadeeconômica, tais como cantinas, livrarias, bazares de artigos religiosos, dentre outros, sobre este não incidirá a isenção,salvo no caso de os respectivos rendimentos serem dirigidos ao custeio de suas finalidades essenciais e de suasubsistência, bem como da assistência social e da educação prestadas a título gratuito.§ 1º - O valor da taxa de incêndio devido será calculado sobre o somatório das áreas das unidades que desenvolvamatividade econômica, assim consideradas autonomamente.§ 2º - Na hipótese de os rendimentos da atividade econômica desenvolvida serem totalmente destinados ao custeio dasfinalidades essenciais e da própria subsistência da Igreja ou Templo, bem como da assistência social e da educaçãoprestadas a título gratuito, o representante legal da Instituição Religiosa deverá apresentar, além dos documentoselencados no Art. 5º deste Decreto, um Termo de Responsabilidade, com firma reconhecida e registrado em cartório deregistro de títulos e documentos , em que conste verossímil declaração neste sentido, estando sujeito, no caso de adeclaração ser falsa ou omitir informações sobre elementos indispensáveis à configuração do direito à isenção, àcominação penal constante do Art. 2º, inciso I, da Lei Federal nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990.Art. 8º - As isenções referidas neste Decreto dependem de reconhecimento do Corpo de Bombeiros Militar do Estado doRio de Janeiro, através de requerimento em que os beneficiários façam prova do atendimento das condições e requisitosprevistos na Lei nº 3.686/01, com a redação dada pela Lei nº 4.551/05, e no presente Decreto, ficando os mesmos cientesde que as inexatidôes, omissões ou falsidades em documentos e declarações obrigatórias, além de impeditivas da fruiçãodo benefício, estão sujeitas às cominações legais, inclusive à cobrança de eventuais créditos tributários não pagos, com aspenalidades e acréscimos incidentes.Art. 9º - Os sujeitos passivos destinatários das isenções de que trata este Decreto deverão comunicar ao Corpo deBombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro quaisquer alterações que impliquem na perda ou suspensão do benefício,sob pena de pagamento das taxas de incêndio devidas com as penalidades e acréscimos incidentes, sem prejuízos dascominações penais.Art. 10º - Para fins de instrução do processo administrativo de isenção, o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Riode Janeiro reserva-se, quando julgado necessário, o direito de:I – Promover vistorias e inspeções nos imóveis objeto deste Decreto;II – Exigir do beneficiário a apresentação de outros documentos não previstos nos Art. 2º, 5º e 7º, com vistas à cabalcomprovação dos requisitos exigidos, principalmente da veracidade das declarações a que se referem os Art. 2º, VIII, e 7º,§ 2º, deste Decreto.Art. 11 - As isenções concedidas pela Lei nº 4.551/05, que deu nova redação ao Art. 1ª da Lei nº 3.686/01, não retroagemaos exercícios anteriores a ela.Art. 12 - As isenções regulamentadas por este Decreto deverão ser renovadas anualmente junto ao Corpo de BombeirosMilitar do Estado do Rio de Janeiro, mediante a comprovação dos requisitos necessários à concessão.Art. 13 – O Comandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro editará os atos que foremnecessários à implementação deste Decreto.Art. 14 - Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.

Rio de Janeiro, 11 de maio de 2006.

ROSINHA GAROTINHO

56

Page 57: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

Aprovada isenção no pagamento da Taxa de Incêndio a Igrejas e templosIgrejas e templos religiosos estão isentos do pagamento da taxa de incêndio. A Assembléia Legislativa doRio aprovou nesta quarta-feira (16/03), em regime de urgência, o projeto de lei que amplia o alcance daLei 3.686/01 - que já dispensa do pagamento da taxa os aposentados, pensionistas e portadores dedeficiência física, proprietários ou locatários de apenas um imóvel residencial no estado, medindo até 120metros quadrados. De autoria dos deputados Caetano Amado (PL) e Fábio Silva (PP), o texto segue para aapreciação da governadora Rosinha Garotinho. De acordo com os autores, a proposição visa a minimizaros gastos daqueles que "têm sido grandes parceiros do estado. Com esta proposta, podemos garantir àsigrejas e templos de qualquer culto possibilidades econômicas de arcar com as inúmeras despesasinerentes à sua subsistência", justificam os deputados no projeto.

57

Page 58: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

IPTU – Imposto Territorial e Predial UrbanoProfessor Antonio Luiz da Costa Soares

Constituíção FederalArtigo 150 – Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à Ubião aos Estados,ao Distrito Federal e aos Municípios:

Inciso VI – Instituir imposto sobre:a) Patrimônio, rendas ou serviços, um dos outros,b) Templos de qualquer culto;c)[...]d)[...]

Templos de qualquer cultoEdificação pública dirigida ao culto religioso. É a igreja, sinagoga ou edifício principal onde se celebra a cerimônia pública, o convento e os anexos , inclusive a casa ou residência especial do pastor ou pároco, pertencente à comunidade religiosa, desde que

Prefeitura de Nova Iguaçu cobra IPTU de igrejas, templos de qualquer culto e entidades filantrópicas

Em uma decisão exclusiva que distingue o município de Nova Iguaçu dos demais da Baixada Fluminense,a prefeitura Municipal acatou a decisão pela cobrança de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano àsIgrejas, templos de qualquer culto e entidades filantrópicas que estão em situação de locação.A administração municipal entende que o beneficio de isenção do IPTU só poderá ser concedido aosproprietários de imóveis.No entanto, não haveria qualquer impedimento municipal de conceder isenção aos imóveis das igrejas etemplos religiosos que fazem a locação do edifício ou terreno em que se realiza o culto, pois ainda que aConstituição Federal, em seu artigo 150, inciso VI, alínea b, conceda a isenção dos tributos aos templos dequalquer culto que sejam proprietários do imóvel onde estão instalados seja em âmbito da União, Estado,Distrito e Municípios. No § 6º do mesmo artigo, a expressão dá liberdade aos municípios deregulamentarem sobre a concessão de isenções.

Ora, quando o Código Tributário Nacional (Lei Federal 5.172, art. 32) define o imposto sobre apropriedade predial e urbana, afirma que o IPTU tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil oua posse do bem imóvel, por natureza ou por acessão física [grifo nosso]. Isso implica em considerartributos aos bens imóveis aos quais são locados, como, por similaridade isenção aos prédios locados àsigrejas, templos de qualquer culto e entidades filantrópicas. Na análise do artigo há de se considerar que otermo “templo” referido na Constituição não se refere ao prédio ou edificação em que se realiza o culto,mas sim a entidade religiosa que realiza o culto.

As administrações municipais de Nova Iguaçu dos anos anteriores concediam isenções de IPTU às igrejas,templos de qualquer culto e entidades filantrópicas que estavam em situação de locação, pois entendiamque estas prestam serviços que suprem muitas carências locais, como por exemplo, atividades relacionadasao lazer, esporte, saúde, arte, educação e prevenção ao uso de drogas, muitas sendo consideradas deutilidade pública.

Ao pensar nesta perspectiva chagamos À conclusão que a Prefeitura quando concede as isenções, não está,como erroneamente alguns entendem, beneficiando ao particular. O raciocínio é outro, aliás o contrário.Quem está favorecendo é o particular ao público. Assim, é injusto tributar aquele que auxilia aomunicípio, que é seu parceiro no atendimento de serviços de interesse coletivo, como o fazem a maioriadas pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, sendo proprietários ou não do edifício em queestão instalados. O objetivo do tributo é justamente o de viabilizar a prestação de tais serviços. Entãoporque não conceder essas isenções aos que estão em situação de locação?

58

Page 59: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

A Segurança dos fiéis nas Igrejas e Organizações Religiosas

Professor Gilberto Garcia, Jornal Interação / Ano VIII / nº 96 / Junho-2013

“Treze igrejas devem ser multadas por falta de alvará de incêndio em Cuiabá. Bombeiros informaram queinstituições foram notificadas e não regularizaram. Igrejas devem ser multadas e, em seguida, interditadas. (…).[Foi informado ] (…) que, após denúncia de irregularidade, foi feita vistoria e constatadas falhas em 22 instituiçõesreligiosas. Nove delas, porém, regularizaram a situação, enquanto as demais ainda se encontram, em condições queoferecem riscos às pessoas que frequentam o local. (...)”, Portal G1, fev/2013.É de se enfatizar o noticiado pela mídia nacional que, segundo as empresas fabricantes de extintores de incêndiohouve acréscimo na procura, em cerca de 30%, na aquisição por Igrejas Evangélicas e Centros Espiritas, os quaisestão entre as instituições que promovem reuniões em espaços fechados com grande acesso ao público de fiéis, oque demonstra a salutar preocupações das lideranças.Nesta motivação de legalidade institucional no exercício da fé para os religiosos, um dos trabalhos que os alunos dadisciplina: “Igreja e o Direito Civil”, do qual sou titular no Curso de Teologia da FAECAD – Faculdade dasAssembleias de Deus no Brasil, mantida pela CGADB – Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil, comsede em Vicente Carvalho, Rio de Janeiro/ RJ, é apresentar uma cópia do Alvará de Localização Municipal ouCertificado do Corpo de Bombeiros, procedendo a obtenção voluntária de um deste documentos junto a uma IgrejaEvangélica dentro de sua escolha pessoal.Chama à atenção os relatos de alunos, muitos dos quais já pastores, inclusive do Curso de Convalidação, de que amaioria das Igrejas pesquisadas por eles, de todas as denominações: históricas, tradicionais, pentecostais eneopentecostais, não possuem tal documentação legal, autorizativa de funcionamento para reunião de pessoas emlocais fechados, enfatizando a dificuldade do cumprimento da tarefa acadêmica, que visa exatamente conscientizá-los da indispensabilidade da obtenção destes documentos antes de juntar pessoas num ambiente para culto ou para arealização de eventos públicos em local aberto, inclusive para louvar a Deus.É importante destacar que todos os Estados da Federação Brasileira possuem regramentos específicos para asegurança na reunião de pessoas, em ambientes fechados, como os Templos Religiosos, de qualquer confissão, ouambiente abertos, como eventos evangelísticos; por exemplo, no Estado do Rio de Janeiro, o COSCIP – Código deSegurança Contra Incêndio e Pânico, Decreto n° 897, 21/09/1976, enuncia todos os itens obrigatórios a todas aspessoas, organizações, entidades, instituições, empresas etc, que pretendam promover o ajuntamento de cidadãos,independente da motivação, seja religiosa, civil, cultural, esportiva etc.Fiquei muito contente quando em uma visita feita a Igreja Batista da Liberdade em São Paulo pude constar, em localvisível na entrada do Santuário de Culto, uma grande placa que atesta que aquela Igreja Evangélica cumpre asdeterminações municipais relativas ao Alvará Municipal, consequentemente cumprindo as exigências de segurançapública para lugares que reúnem pessoas.Também visualizei a devida instalação e identificação dos Extintores de Incêndio em locais acessíveis, e notei que aIgreja da Liberdade possui internamente sinalizações relativas às Saídas de Emergência, e ainda, para orientações deseus membros e visitantes, insere no Boletim Dominical instruções orientativas com relação à localização eutilização dos equipamentos de segurança dos fiéis.Num outro momento lecionando o Módulo: “Legislação Aplicada as Organizações Religiosas” no Curso de Pós-Graduação em Gestão Eclesiástica da FABERJ – Faculdade Batista do Estado do Rio de Janeiro/ STBF – SeminárioTeológico Batista Fluminense, ligado a Convenção Batista Fluminense, que funciona nas dependências do ColégioBatista Fluminense, na Cidade de Campos dos Boytacazes / RJ, compartilhamos a obrigatoriedade das Igrejas eOrganizações Religiosas cumprirem o COSCIP/RJ.Destacamos o excepcional exemplo da Igreja Batista Nova Belém, São Francisco do Itabapoana/RJ, em que pese, naquantidade de membros, ser considerada pequena, possuir uma Brigada de Incêndio formada por membros, queforam treinados num curso promovido pelo Corpo de Bombeiros para Líderes Comunitários, estes sim, de grandevisão, o que deve servir de modelo para outras Igrejas Evangélicas, que pretendem cultuar a Deus, com atranquilidade pessoal, sem colocar em risco a vida, a segurança ou a integridade dos fiéis, “Para que vejam asvossas boas obras e glorifiquem ao Pai que está nos Céus”.

59

Page 60: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

ReflexãoLeiam até o fim. Vale a pena refletir...

Mensagem que Nizan Guanaes (presidente da agência de publicidade DM9DDB, dono do IG) proferiu em uma formatura.

Dizem que conselho só se dá a quem se pede. E, se vocês me convidaram para paraninfo, sou tentado a acreditar que tenho licença para dar alguns. Portanto, apesar de minha pouca autoridade para dar conselho a quem quer que seja aqui vão alguns, que julgo valioso:

Não paute sua vida, nem sua carreira, pelo dinheiro. Ame o seu ofício com todo coração. Persiga fazer o melhor. Seja fascinado pelo realizar, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só em dinheiro não consegue sequer ser um grande bandido, nem um grande canalha.

Napoleão não invadiu a Europa por dinheiro. Hitler não matou 6 milhões de judeus por dinheiro. Michelangelo não passou 16 anos pintando a Capela Sistina por dinheiro. E, geralmente, os que só pensam nele não os ganham. Porque são incapazes de sonhar. E tudo que fica pronto na vida foi constituído antes na alma.

A propósito disso, lembro-me uma passagem extraordinária, que descreve o diálogo entre uma freira americana cuidando de leprosos no Pacífico e um milionário texano. O milionário, vendo-a tratar daqueles leprosos, disse: “Freira, eu não faria isso pordinheiro nenhum no mundo.” E ela responde: “Eu também não, meu filho.”

Não estou fazendo com isso nenhuma apologia à pobreza, muito pelo contrário. Digo apenas que pensar em realizar tem trazidomais fortuna do que pensar em fortuna.

Meu segundo conselho: pense no seu País. Porque, principalmente hoje, pensar em todos é a melhor maneira de pensar em si. Afinal é difícil viver numa nação onde a maioria morre de fome e a minoria morre de medo. O caos político gera uma queda de padrão de vida generalizada.

Os pobres vivem como bichos, e uma elite brega, sem cultura e sem refinamento, não chegam a viver como homens. Roubam, mas vivem uma vida digna de Odorico Paraguaçu. Que era ficção, mas hoje é realidade, na pessoa de Geraldo Bulhões, Denilma e Rosângela, sua concubina.

Meu terceiro conselho vem diretamente da Bíblia: seja quente, ou seja, frio, não seja morno que eu te vomito.

É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia: seja quente, ou seja, frio, não seja quente eu te vomito. É preferível o erro à omissão. O fracasso, ao tédio. O escândalo, ao vazio.

Porque já vi grandes livros e filmes sobre tristeza, a tragédia, o fracasso. Mas ninguém narra o ócio, a acomodação, o não fazer, o remanso. Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido. Tendo consciência de que, cada homem foi para fazer história: Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução.

Que mais do que sexo e dinheiro. Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

Não use Rider, não dê férias aos seus pés. Não sente-se e passe a ser analista da vida alheia, espectador do mundo, comentaristado cotidiano, dessas pessoas que vivem a dizer: “Eu não disse!”, “Eu sabia!”. Toda família tem um tio batalhador e bem de vida. E, durante o almoço de domingo, tem que agüentar aquele outro tio muito inteligente e fracassado contar tudo que ele faria, se fizesse alguma coisa.

Chega dos poetas não publicados. Empresários de mesa de bar. Pessoas que fazem coisas fantásticas toda sexta-feira a noite, todo sábado e domingo, mas que na segunda não sabem concretizar o que falam. Porque não sabem ansiar, não sabem perder a pose, porque não sabem recomeçar. Porque não sabem trabalhar.

Eu digo: trabalhem, trabalhem, trabalhem. Das 8 às 12, das 12 às 8 e mais se for preciso. Trabalho não mata. Ocupa o tempo. Evita o ócio, que é morada do demônio, e constrói prodígios. O Brasil, este país de malandros e espertos, de vantagem em tudo,tem muito que aprender com aqueles trouxas japoneses. Porque aqueles trouxas japoneses que trabalham de sol a sol, construíram, em menos de 50 anos, a 2ª maior mega potência do planeta. Enquanto nós, os espertos, construirmos uma das maiores impotências do trabalho.

Trabalhe! Muitos de seus colegas dirão que você está perdendo sua vida, porque você vai trabalhar enquanto eles veraneiam. Porque você vai trabalhar, enquanto eles vão ao mesmo bar da semana anterior, conversar as mesmas conversas, mas o tempo, que é mesmo o senhor da razão, vai bendizer o fruto do seu esforço, e só o trabalho lhe leva a conhecer pessoas e mundos que os acomodados não conhecerão. E isso se chama sucesso.

60

Page 61: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

61

Page 62: CRC- RJ DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO …webserver.crcrj.org.br/APOSTILAS/A0962P0311.pdf · CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE ... APOSTILA CONTABILIDADE DO TERCEIRO SETOR IGREJAS

62