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RUGENDAS: o ilustrador de mundos

Copyright: Instituto Arte na Escola

Autor deste material: Solange Utuari

Revisão de textos: Soletra Assessoria em Língua Portuguesa

Diagramação e arte final: Jorge Monge

Autorização de imagens: Ludmilla Picosque Baltazar

Fotolito, impressão e acabamento: Indusplan Express

Tiragem: 200 exemplares

Créditos

MATERIAIS EDUCATIVOS DVDTECA ARTE NA ESCOLA

Organização: Instituto Arte na Escola

Coordenação: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Projeto gráfico e direção de arte: Oliva Teles Comunicação

MAPA RIZOMÁTICO

Copyright: Instituto Arte na Escola

Concepção: Mirian Celeste Martins

Gisa Picosque

Concepção gráfica: Bia Fioretti

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

(William Okubo, CRB-8/6331, SP, Brasil)

INSTITUTO ARTE NA ESCOLA

Rugendas: o ilustrador de mundos / Instituto Arte na Escola ; autoria de

Solange Utuari ; coordenação de Mirian Celeste Martins e Gisa Picosque. –

São Paulo : Instituto Arte na Escola, 2006.

(DVDteca Arte na Escola – Material educativo para professor-propositor ; 77)

Foco: CT-2/2006 Conexões Transdisciplinares

Contém: 1 DVD ; Glossário ; Bibliografia

ISBN 85-98009-78-4

1. Artes - Estudo e ensino 2. Desenho 3. Pintura 4. Aquarela 5. Rugendas,

Johann Moritz I. Utuari, Solange II. Martins, Mirian Celeste III. Picosque,

Gisa IV. Título V. Série

CDD-700.7

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DVDRUGENDAS: o ilustrador de mundos

Ficha técnica

Gênero: Documentário a partir de relatos de época e imagensdas obras de Rugendas e de outros artistas.

Palavras-chave: História do Brasil; geografia; meio ambiente;artistas-viajantes; observação; paisagem; desenho; pintura;aquarela; heranças culturais.

Foco: Conexões Transdisciplinares.

Tema: O artista Rugendas, seus desenhos, aquarelas e pintu-ras que refletem todo o contexto sócio-político dos lugares poronde passava, fornecendo, assim, um rico painel antropológicodo homem latino-americano.

Artistas abordados: Johann Moritz Rugendas, Bonnington,Eugène Delacroix, Jacques Louis David, Humboldt, Courcy,Jean-Baptiste Debret, Nicolas Antoine Taunay, entre outros.

Indicação: A partir da 5ª série do Ensino Fundamental e Ensi-no Médio.

Direção: Walter Silveira e Estela Padovan.

Realização/Produção: Módulos, São Paulo.

Ano de produção: 1999.

Duração: 30’.

SinopseO documentário trata da vida do artista Johann Moritz Ru-gendas, autor de mais de seis mil obras, entre desenhos e pin-turas a óleo. O roteiro foi desenvolvido a partir dos diários e dacorrespondência dos artistas-viajantes que percorreram asAméricas no século 19. Por meio de observações pontuais naobra de Rugendas, realizadas no Brasil, México, Chile, Argenti-na e Uruguai, os autores reconstituíram um painel antropológico

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precioso do homem latino-americano, oferecendo uma refle-xão sobre o contexto sócio-político dos lugares por ondeRugendas passava.

Trama inventivaPonto de contato: conexão. Abertura para atravessar e ultrapas-sar saberes: olhar transdisciplinar. A arte se põe a dialogar, fazercontato, contaminar temáticas, fatos e conteúdos. Nessa inter-seção, arte e outros saberes se alimentam mutuamente, ora secomplementando, ora se tencionando; ora acrescentando um aooutro novas significações. A arte, ao abordar e abraçar, comimagens visionárias, questões tão diversas como a ecologia, apolítica, a ciência, a tecnologia, a geometria, a mídia, o inconsci-ente coletivo, a sexualidade, as relações sociais, a ética, entretantas outras, permite que na cartografia se desloque odocumentário para o território das Conexões Transdisciplinares.

Que sejam estas então: livres, inúmeras e arriscadas.

O passeio da câmera

O som da chuva se faz paisagem sonora para a imagem de umaaquarela de Rugendas, nos deslocando para uma viagem notempo por meio do olhar deste artista-viajante. Desenhos,aquarelas de pinturas da flora, fauna e da vida cotidiana noBrasil, México, Chile, Argentina e Uruguai do século 19 enchema tela, nos revelando o passado longínquo.

Na voz do poeta Augusto de Campos e do ator Pascoal daConceição, trechos de diários e correspondências vão alinha-vando as aventuras vividas por Humboldt e o próprio Rugendas.

Em Rugendas: o ilustrador de mundos, pode-se comparar asvárias fases da obra do artista e como as diferentes paisagenssócio-geográficas se impuseram em seu trabalho. Há passa-gens, ainda, que traçam um paralelo entre cores e formas pre-sentes na sua obra e nas de outros artistas.

A pesquisa iconográfica do documentário realizada por Pablo

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Diener e Maria de Fátima Costa, especialistas em Rugendas,instiga nossa imaginação quanto ao ambiente retratado, alémde delinear o percurso histórico dos povos americanos. São ascores e as luzes que Rugendas captura em suas pinturas e dese-nhos do novo mundo que os europeus ainda não tinham visto comtanta intensidade. A precisão de seus desenhos mostra a obser-vação sensível do artista como também seu olhar particular so-bre a tradição e a natureza dos lugares por onde passava.

O documentário oferece possibilidades para proposições pe-dagógicas em Saberes Estéticos e Culturais, focalizando osartistas-viajantes e a presença das Missões artísticas e cientí-ficas no Brasil; em Processo de Criação, a observação sensí-vel, a interpretação poética e a memória visual; em Forma-

Conteúdo, a articulação dos elementos de visualidade e suasrelações que apresentam composições harmônicas e idealiza-das, assim como a transparência e a profundidade das aquare-las de Rugendas; em Materialidade, os procedimentos tradi-cionais, artísticos e técnicos; em Linguagens Artísticas, a pin-tura a óleo, a aquarela e o desenho; em Patrimônio Cultural, asheranças culturais que formam a cultura brasileira.

Neste estudo, o documentário é deslocado para investigaçãono território das Conexões Transdisciplinares, considerandoas possibilidades de estudo da história do Brasil pelo olhar doartista-viajante Rugendas.

Sobre Johann Moritz Rugendas(Augsburg/Alemanha, 1802-1858)

A natureza deve ser representada tal como se reflete no espírito

Rugendas

Rugendas pertence a sétima e última geração de uma famíliade artistas de origem francesa radicada na Alemanha desde oséculo 17. Os Rugendas tinham se destacado, sobretudo, comopintores de batalha. O jovem Rugendas é educado nessa tradi-ção e, por isso mesmo, nos primeiros exercícios de sua carreira

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artística há uma forte influência da obra de seus antepassa-dos. Durante sua aprendizagem, ao estudar na Academia deMunique, Rugendas é discípulo do também alemão AlbrechtAdam, outro importante pintor de batalhas.

A grande virada na carreira de Rugendas ocorre com o con-vite que recebe do barão Langsdorff para participar comodesenhista da expedição ao Brasil. Abre-se para ele um

leque de novas possibilidades que acabam por distanciá-

lo das pinturas de batalhas e o levam ao círculo dos pin-

tores-viajantes1 .

Nomeado pelo czar prussiano Alexandre I, o Barão GeorgHeinrich von Langsdorff realiza a célebre expedição científi-ca, conhecida como Expedição de Langsdorff, que percorre oBrasil contando com a participação dos pintores Johann MoritzRugendas, Hercule Florence e Adrien Taunay, o botânicoLudwig Riedel, o astrônomo e cartógrafo Nester Rubtsov, ozoólogo e lingüista Édouard Ménétries e o médico ChristianHasse. O grupo se estabele nos arredores do Rio de Janeiro,mais precisamente na Fazenda Mandioca, onde todos osmembros da expedição puderam ter um contato íntimo com aexuberante fauna e flora brasileira.

Durante sua primeira estadia no Brasil, especificamente noRio de Janeiro, Rugendas não pinta, só desenha. Provavel-mente, o contato estabelecido com outros viajantes, entreeles o pintor francês Jean-Baptiste Debret, que tambémviera ao Brasil junto à Missão Artística Francesa, em 1816,estimula-o a usar a técnica da aquarela sobre desenho. Es-ses novos contatos proporcionam os primeiros ingredientespara que Rugendas tenha acesso a essa cultura dos trópi-cos. O artista observa o Brasil muito mais a fundo, presen-cia a coroação do imperador D. Pedro I e toda a efervescênciapolítica em setembro de 1822, retrata a paisagem virgem denossas florestas exuberantes, e também aspectos sócio-culturais, como os usos e costumes dos índios, negros eeuropeus no Brasil.Profundo contemplador da natureza, desenha como pou-

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RUGENDAS – O ILUSTRADOR DE MUNDOS

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cos na precisão dos traços e perspectiva. O uso da cor

é feito com cautela, tem como linguagem preferida o de-

senho a lápis, desenha e preenche com tinta aquarelada,faz estudos in loco e, em seu ateliê, realiza telas e gravurascom mais detalhes e, muitas vezes, modifica ligeiramente aspaisagens retratadas para conseguir uma composição quelhe agrada.

Após dois anos na expedição, desvincula-se da mesma e con-tinua sua viagem com seus próprios recursos, momento em queconhece outros artistas viajantes. Este período marca umabusca artística pessoal, porém a troca de experiências comoutros artistas viajantes, como Debret e Nicolas Antoine Taunay,é muito importante para a reflexão sobre o que significa retra-tar as imagens do Novo Mundo. O olhar atento do artista acom-panha de perto a efervescência política do Brasil daquela épo-ca. Suas obras denunciam a dura vida dos negros escravizadose dos índios perseguidos pelos portugueses que aqui estavampara colonizar o Brasil.

A sua produção artística nas linguagens da pintura, desenho egravura e seus diários de viagem compõem um rico acervo deregistros que ainda hoje são preciosos como retrato iconográficoe escrito da história do Brasil e das Américas.

As imagens elaboradas por Rugendas participam da cons-

trução da identidade brasileira na Europa. Apontam os

modos como as culturas se olham e olham as outras pela

lógica pensada da arte, mostram como imaginam semelhan-

ças e diferenças, como confrontam o mesmo e o outro e os

artifícios utilizados para a construção de uma natureza

brasileira focalizando, principalmente, vistas e paisagens.

A obra de Rugendas cria uma imagem do Brasil usando elemen-tos barrocos misturados à poética inglesa do sublime e da Sturnund Drang, com pitadas da essência de Constable e Turner. Essamescla de elementos é o resultado da solução encontrada pelomaior artista-viajante de todos os tempos para adaptar seuconhecimento europeu de luminosidade na luz tropical brasilei-ra, resolvendo essa questão que tanto o intrigava.

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Os olhos da arteQuis mostrar ao mundo quão belo são os tesouros dos trópicos.

Rugendas

Uma conexão: arte e história. Conexão que remonta ao inícioda existência humana, Lascaux e Altamira são dois bons exem-plos, mas não os únicos. Desde que o homem é homem, o de-senho, a pintura e, com o passar do tempo, todas as expres-sões artísticas foram incorporadas ao seu cotidiano de formaindissociável com a sua história.

No Brasil, os chamados artistas-viajantes produziram um im-portante material iconográfico, sendo os artistas mais conhe-cidos Albert van der Eckhout, Jean-Baptiste Debret e JohannMoritz Rugendas.

Eckhout visita o Brasil ainda na primeira metade do século 17,durante a ocupação holandesa no Nordeste, acompanhandoMaurício de Nassau. Suas obras, além de qualidade artística,possuem o mérito de fornecer uma representação da naturezae dos habitantes da terra, mas também do mundo criado pelocolonizador. O destaque de suas obras são os grupos étnicos.

Debret e Rugendas acompanharam expedições científicas

de reconhecimento do território brasileiro durante o século

19, iniciando o estudo sistemático dos povos americanos. Ocaráter científico dessas expedições transparece na produçãodesses artistas, com a influência notória de cientistas em suasproduções. Associações de Paris e Londres2 , na primeira meta-de do século 19, publicaram livros instruindo os viajantes e artis-tas a coletar informações. Esses artistas, assim, acabaram porparticipar, involuntariamente, de um novo ramo do saber.

O grande legado de Debret, o qual se intitulava “pintor e histo-riador, discípulo de David”, são os desenhos e pinturas da cida-de do Rio de Janeiro, nas quais ele revela a dinâmica e adisparidade social (de uma forma romântica, colorida e de acor-do com as conveniências governamentais) de uma cidade quese modernizava rapidamente. Já as obras de Rugendas possu-

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RUGENDAS – O ILUSTRADOR DE MUNDOS

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em vários temas,entre eles: retratos,costumbrismo (fixana imagem os tiposcaracterísticos deraças e povos), pai-sagem e população.Pablo Diener e Ma-ria de Fátima Cos-ta3 , especialistasem suas obras, afir-mam a importânciados seus retratosindígenas e africa-nos, nos quais ascaracterísticas ét-nicas foram respei-tadas, revelandosuas identidades.

As cores e a exuberância presentes nas tradições cultu-

rais de diferentes povos, vistos e registrados pelos artis-

tas viajantes, mudaram a maneira dos europeus verem o

mundo. Rugendas e outros artistas de formação neoclássicademonstram reflexos da dramaticidade romântica, principalmen-te no uso da cor, valorização da natureza e temas indianistas.

A herança iconográfica e literária das viagens dos cronistaseuropeus traz consigo sempre um olhar estrangeiro de um Bra-sil pensado por outros. As obras produzidas pelos artistas via-jantes concebem uma história de pontos de vista diferentes ecom tendências etnocêntricas, focalizando mais versões do quefatos sobre a história e cenas observadas.

As imagens produzidas por esses artistas, além de possuíremum olhar ocidental e um modo de fazer com o estilo e as técnicaseuropeus, estavam destinadas a um público europeu, tratando-se de uma operação também comercial. A publicação dessasimagens na Europa exigia um compromisso com o gosto do pú-

Johann Moritz Rugendas - Negro e negra numa fazenda

Litografia sobre papel, 27 x 22 cm, pertencente ao álbum:

Viagem pitoresca através do Brasil, publicado em 1835

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blico, incentivando a imaginação e suprimindo as lacunas. Ape-sar desses artistas viajantes reproduzirem os modelos de belezaclassicista ajustados ao gosto artístico europeu do século 19, seustrabalhos possuem grande valor documental.

Artistas-viajantes. Pintores-etnógrafos. Em suas obras,

além do valor estético e cultural, a arte revela comporta-

mentos, valores, identidades e ideologias, transformando-

se em importante documento, colaborando, de forma fun-

damental, na recuperação da mentalidade de determinada

sociedade e momento histórico.

O artista-viajante, assim, possui papel essencial. Em seus re-gistros a meta final era a reprodução fidedigna da realidadeobservada, no entanto, suas obras estão permeadas de subje-tividade, marcadas pelo estilo e pela visão do mundo de cadaartista e seu tempo. O resultado é a existência de uma certaambigüidade nessas obras, revelando uma tensão entre realis-mo/não realismo inerente ao processo de criação e interpreta-ção vivido por esses artistas.

Johann Moritz Rugendas - Engenho de açúcar

Litografia pertencente ao álbum: Viagem pitoresca através do Brasil, publicado em 1835

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O passeio dos olhos do professorConvidamos você a ser um leitor do documentário, antes doplanejamento de sua utilização. Neste momento, é importantevocê registrar suas impressões durante a projeção. Nossa su-gestão é que suas anotações iniciem um diário de bordo, comoum instrumento para o seu pensar pedagógico durante todo oprocesso de trabalho junto aos alunos. A seguir, uma pauta doolhar que poderá ajudá-lo:

O que o documentário desperta em você?

O que o documentário mostra em relação ao processo decriação dos artistas-viajantes? De que modo eles realizamas imagens in loco? Como levavam essas imagens para ou-tras produções em ateliê?

Como as circunstâncias da vida nas viagens influenciaram aobra de Rugendas? Quais imagens apresentadas nodocumentário lhe chamam mais a atenção?

Os artistas que participavam de expedições científicas nãorealizavam uma reprodução fidedigna da realidade observa-da. Por qual motivo?

Sobre o documentário: o que os textos narrados e as ima-gens mostradas provocam em você? Poderiam ser aprovei-tadas na sala de aula as divisões temáticas? De que modo?

O documentário lhe faz perguntas? Provoca você a pesquisarqual assunto para saber mais?

O que você imagina que causaria atração ou estranhamentoem seus alunos na exibição do documentário?

Para você, qual o foco de trabalho em sala de aula que podeser desencadeado pelo documentário?

Agora, reveja suas anotações. Elas revelam o modo singular desua percepção e análise. A partir delas e da escolha do foco detrabalho, quais questões você faria numa pauta do olhar para opasseio dos olhos dos seus alunos pelo documentário?

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qual FOCO?

qual CONTEÚDO?

o que PESQUISAR?

Zarpandonatureza da matéria

procedimentos

suporte

pedra litográfica, papel, tela

tinta a óleo, lápis, aquarela

procedimentos tradicionais

Materialidade

Forma - Conteúdo

elementos davisualidade

relações entre elementosda visualidade

forma, cor, linha, texturas, caligrafia

transparências, ritmo, proporção, harmonia,perspectiva, equilíbrio,composição idealizada

figurativas: paisagem,costumes, natureza, vida cotidiana,figuras humanas, mundo animal

temáticas

SaberesEstéticos eCulturais

história da arte arte neoclássica, arte romântica,missões artísticas e científicasno Brasil, artistas-viajantes

sistema simbólico código de signos de cada época/cultura

Linguagens Artísticas

meios tradicionais

desenho, pintura,aquarela, litografia

artesvisuais

música

indígena, africana

preservação e memória

heranças culturais

cultura brasileira

PatrimônioCultural

bens simbólicos

Processo deCriação

ação criadora interpretação poética, esboços, anotações, cadernos de desenho

percepção, observação sensível, coleta sensorial,pensamento visual, memória visual, repertóriopessoal e cultural, imaginário, leitura de mundo

potências criadoras

ambiência de trabalho local das viagens, ateliê

produtor-artista-pesquisador artista-pesquisador

ConexõesTransdisciplinares

arte e ciênciashumanas

história do Brasil, tipos humanoshistória das trocas culturais,antropologia, geografia, iconografia

arte e ciênciasda natureza

meio ambiente, biologia, botânica, zoologia

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Percursos com desafios estéticosNo mapa, você pode visualizar as diferentes trilhas para o focoConexões Transdisciplinares. Pelas possibilidades de traba-lho deste material, consideramos esse um enfoque de relevân-cia. Considerando a sensibilidade, o interesse e a motivaçãoque o documentário pode gerar, apresentamos os possíveismodos de percursos de trabalho impulsionadores de projetospara o estudo da arte. Os percursos aqui sugeridos nãocorrespondem a uma ordem seqüencial. Qualquer um deles podevir a ser o início ou ser proposto paralelamente.

O passeio dos olhos dos alunos

Algumas possibilidades:

Conhecer a história do Brasil por meio de uma narrativainstigante, aquecida por obras artísticas de artistas-viajan-tes pode ativar o espírito de aventura que permeia a produ-ção dos textos históricos e de belas imagens inspiradas nanossa fauna, flora e na vida cotidiana. Livros de história,geografia, entre outras áreas, estão repletos dessas ima-gens, e podem provocar boas conversas sobre esse tempodistante, antes da exibição do documentário.

Como os alunos imaginam que era feito o registro da paisa-gem e da vida cotidiana em uma época em que as máquinasfotográficas e câmeras de filmagem não eram disponíveis?Partindo dessa questão, converse com os alunos fazendo umlevantamento de hipóteses. Depois, exiba o documentário.Após a exibição, continue problematizando: o artista-viajan-te Rugendas desenhava exatamente o que via?

Rugendas desenhava e depois coloria a cena com aquarelaou lápis de cor, muitas vezes em seu ateliê, realizava pintu-ras a óleo ou litografias inspiradas nos estudos de observa-ção. Organizar uma expedição artístico-científica em sua ci-dade, onde a natureza é abundante como um parque ecoló-gico ou zoológico, ou até mesmo um jardim ou praça, pode

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ser um convite para a produção artística. Na volta à sala deaula, pesquisar e escrever sobre os elementos retratados(animais, plantas e tipos humanos) fazendo novas composi-ções, aproveitando os desenhos realizados durante a expe-dição. Uma exposição poderá aquecer reflexões sobre a com-paração entre os desenhos de observação in-loco e as pro-duções em sala de aula; observação e interpretação. Depois,exiba o documentário. O que os alunos percebem de seme-lhança e diferença entre a experiência que viveram e os dile-mas vividos por Rugendas presentes no documentário?

Essas propostas não se encerram em si mesmas, você poderápropor outras questões que levem os alunos à apreciação ereflexão sobre o documentário.

Desvelando a poética pessoal

A idéia não é realizar um único trabalho, mas a criação de uma sérieque possa depois ser apreciada e discutida sob a perspectiva dapoética pessoal de cada aluno. Frente à obra de Rugendas, váriospodem ser os desafios para os alunos escolherem:

O desafio de aprendizes-viajantes – como ilustradores dasua comunidade, os alunos podem produzir cadernos dedesenhos, recolhendo imagens de sua comunidade.Rugendas se valia de muitos recursos materiais e procedi-mentos técnicos que facilitavam os registros em suas via-gens. Seus alunos poderão escolher os materiais e procedi-mentos que lhes são mais interessantes.

Como aprendizes-viajantes, dentro das suas possibilidades,criar uma série de trabalhos que também registrem o mun-do em que vivem, através de fotografias, vídeos ou mesmomontagens, utilizando power point. Para isso, você pode ofe-recer a oportunidade de rever o documentário buscando umolhar mais atento à sua produção.

Uma pesquisa sobre a tinta aquarela, percebendo transpa-rências, luminosidades, texturas pode animar muitos alunos.Pode-se fazer essa tinta com goma arábica (duas colheres

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de sopa) como aglutinante, anilina comestível (três a qua-tro gotas se for líquida e uma colher de sobremesa se forpó) como pigmento e água filtrada como solvente para di-luir a tinta. A tinta terá uma consistência pastosa. Como aaquarela exige que se trabalhe com camadas aguadas paraobter efeitos de transparência, é importante dissolver a tin-ta com água durante a pintura. Utilize papéis com maiorespessura (canson ou cartolina).

Acompanhar a processualidade das produções dos alunos,nutrindo com exemplos estéticos e problematizando resultados,pode ampliar a potencialidade inventiva na construção de poé-ticas singulares.

Ampliando o olhar

Revendo o documentário, selecione com o grupo uma ima-gem. Com o recurso do comando pause, paralise a imagempara uma conversa sobre os elementos de visualidade (cor,forma, texturas, linhas e outros aspectos).

Conversas sobre as imagens que ilustraram os livros de botâ-nica para o estudo da ciência ou livros de história ou sociologiapara o estudo das culturas podem ser interessantes. Podemosencontrar imagens dos artistas mencionados neste docu-mentário? Como o texto escrito contextualiza as imagens?

Quais os costumes, vestuário, profissões ou atividades ar-tísticas e culturais que influenciaram nosso jeito de ser? Quaisseriam os meios de transporte da época? Como os artistas ecientistas viajavam? Fazendo um inventário de imagens e in-formações, podemos construir um texto coletivo que estabe-leça conversas críticas, inclusive dando opiniões sobre a his-tória em relação à escravidão dos negros e índios no Brasil.

Como seus alunos registram suas viagens? Solicite a elesque tragam para a aula fotos de viagens pessoais em quefizeram registros da paisagem, animais ou pessoas desseslugares. Em uma conversa, estimule-os a contar sobre es-ses lugares.

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As imagens produzidas pelo olhar estrangeiro dos artistas-viajantes podem provocar exercícios de imaginação, desen-cadeando criações de histórias. Proponha elaborações nar-rativas a partir das imagens de Rugendas.

Visitar museus de arte, estabelecendo as relações entre artee outras áreas do conhecimento, refletindo sobre suas cone-xões e sobre os processos de criação dos artistas, para am-pliar conhecimento e repertório visual. Essas visitas tambémpodem ser virtuais, tanto aos museus, quanto aos artistasaqui citados, centrando-se mais na percepção dos trabalhose em sua análise do que nas questões biográficas.

Como os artistas registram hoje a fauna, a flora, as cida-des, a vida cotidiana? O artista Rubens Matuck, por exem-plo, em seu Cadernos de viagem revela suas formas, ospeixes embaixo d’água, a vida movediça, realizando, de certaforma, uma volta à descoberta do Brasil por meio de suasensibilidade artística e o conhecimento científico em via-gens que contornaram o Brasil de norte a sul, mergulhandonum universo em que a natureza e seus elementos são osprincipais personagens. O artista Anselm Kiefer é um exem-plo de artista estrangeiro que, nos anos 80-90, fica fascina-do pela paisagem urbana da cidade de São Paulo e a abor-da como tema de sua série de obras em relevo. O fotógrafoAraquém Alcântara4 , por sua vez, tem como uma das tôni-cas de seu trabalho eternizar a beleza e a riqueza da faunae da flora brasileiras.

Conhecendo pela pesquisaQuais foram os acontecimentos importantes do início doséculo 19? O Brasil colônia, a conquista por independênciapolítica, as expedições artísticas e científicas, a escravidão,as relações entre os índios e brancos, as guerras nas Amé-ricas. O que mais aconteceu? O que esses acontecimentosinfluenciaram na produção artística e cultural do nosso país?

Rugendas registrou o Lundu e a modinha em suas imagens.

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Podemos perceber ritmos músicais no documentário. Uma pro-posição interessante pode ser ouvir músicas ou trechos deobras literárias criadas no tempo de Rugendas, mas que estãorefletidas em produções artísticas atuais, como o samba, mo-das de viola, filmes, poemas. Rugendas também retratou ce-nas mostrando a vida e o flagelo de negros e índios, como feztambém Castro Alves5 , porta-voz da poesia abolicionista, emsua obra Os escravos (1883), trazendo o sofrimento daquelesque foram arrancados do seu lar: a África:

Eras um sono dantesco... O tombadilho,Que das luzernas avermelha o brilho,Em sangue a se banhar,Tinir de ferros... Estalar do açoite...Legiões de homens negros como a noiteHorrendos a dançar.

Outro poeta, Gonçalves Dias6 , em seu poema I-Juca Pirama

(1850), nos traz a exaltação do sentimento de honra e va-lentia de nações indígenas:

Eu vi o brioso no largo terreiro,Cantar prisioneiroSeu canto de morte, que nunca esqueci:Valente como era, chorou sem ter pejo;Parece que o vejo,Que o tenho nest’hora diante de mim.

A música de Jorge Ben Jor, Curumim chama cunhatã que

eu vou contar (todo dia era dia de índio), diz:

Curumim chama cunhatã que eu vou contarAntes que os homens aqui pisassemNas ricas e férteis terras brazilisQue eram povoadas e amadasAmadas por milhões de índiosReais donos felizesDa terra do pau BrasilPois todo dia e toda hora era dia de índioMas agora eles só têm um diaUm dia dezenove de abril

O que descreve a música? Que transformações ocorreramem nossas florestas? Rugendas e outros artistas-viajantesregistraram algumas espécies que já não existem mais, comotambém nações indígenas que desapareceram. Com um olhartransdisciplinar, um levantamento sobre questões ecológicas

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é possível, comparando imagens apresentadas no docu-mentário com imagens de revistas atuais, por exemplo.

Muitos poemas receberam ilustrações de artistas viajantes.O documentário mostra que Rugendas ilustrou o poemaépico La cautiva do poeta popular Esteban Echeverria. Ilus-trar os poemas preferidos dos alunos pode ser uma propo-sição pedagógica desafiadora.

Quais outras expedições artístico-científicas passaram peloBrasil? Pesquisar quais foram, seus propósitos e que artis-tas fizeram parte poderá expandir os saberes sobre arte,ciências da natureza e humanas. Entre as mais conhecidas,está a Missão Artística Francesa, que exerce importanteinfluência cultural no Brasil. Porém, outros artistas comoFrans Post e Albert van der Eckhout também retratam o Bra-sil com olhar estrangeiro tempos antes, no período de colo-nização holandesa.

Uma música: Etnia, de Chico Science:

Há sempre uma grande mina deconhecimentose sentimentos

Não há mistérios em descobrirO que você tem e o que gostaNão há mistérios em descobrirO que você é e o que você faz

Maracatu psicodélicoCapoeira da PesadaBumba meu rádioBerimbau elétricoFrevo, Samba e CoresCores unidas e alegriaNada de errado em nossa etnia.

Somos todos juntos uma miscigenaçãoE não podemos fugir da nossa etniaÍndios, brancos, negros e mestiçosNada de errado em seus princípiosO seu e o meu são iguaisCorre nas veias sem pararCostumes, é folclore é tradiçãoCapoeira que rasga o chãoSamba que sai da favela acabadaÉ hip hop na minha emboladaÉ o povo na arte

É arte no povoE não o povo na arteDe quem faz arte com o povoPor de trás de algo que se esconde

A escuta atenta da música ou a leitura de sua letra registra-da primeiramente por cada aluno, abre para a troca e a dis-cussão coletiva sobre as referências culturais que conhecem,como as interpretações possíveis. Como e por que a músicavaloriza as origens e as diferentes culturas? Há orgulho emser diferente? Ou a identificação é por “modelos” mitificados?

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Amarrações de sentidos: portfólioDar sentido ao que estudou é um momento especial que podeser vivido por meio da construção de um portfólio como supor-te para este pensar, apresentando desde as primeiras propos-tas com as quais o foco abordado foi sendo desenrolado. Aomesmo tempo, para que a composição do portfólio ganhe umamarca pessoal, desafiar os alunos com uma proposta deapresentação estética pode gerar novos sentidos para aquiloque foi estudado. A proposta é um portfólio montado como umcaderno de viagem, registrando de modo estético e textual oestudo desenvolvido no projeto a partir do documentário.

Valorizando a processualidadeOnde houve avanços? O que os alunos percebem que conhe-ceram? Como entendiam as linguagens artísticas apresenta-das no documentário antes desse processo e quais formulaçõestrazem agora? A apresentação do portfólio pode desencadearboas reflexões sobre essas questões. A discussão em peque-nos grupos, sobre todo o processo vivido, pode cercar o queconheceram, o que foi mais importante, o que levam deste pro-jeto, o que ainda querem conhecer, etc.

É momento também de você refletir a partir do seu diário debordo. O que você percebe que conheceu com esse projetosobre arte e sobre seus alunos? Quais novos achados para suaação pedagógica foram descobertos nesta experiência? O pro-jeto germinou novas idéias em você?

GlossárioIconografia – vocábulo usado para designar o significado simbólico deimagens ou formas representadas em obras de arte. Também nomeia umadisciplina da história da arte, dedicada a identificar, descrever, classifi-car e interpretar a temática das artes figurativas. Até fins do século 16,a iconografia referia-se especialmente ao significado simbólico de ima-gens inseridas num contexto religioso. Atualmente, o termo refere-se aoestudo da história e da significação de qualquer grupo temático. Fonte:Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais <www.itaucultural.org.br>.

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Litografias – a gravura em pedra é baseada no princípio químico de queágua e óleo não se misturam. Utiliza-se como matriz uma pedra calcária,tratada e alisada por um bom tempo. Depois, um desenho é feito sobre elacom um lápis especial, à base de resíduos gordurosos. Em seguida, a pedraé umedecida e aplica-se tinta sobre ela. Essa tinta só vai se fixar sobre aimagem desenhada. Fonte: <www.klickeducacao.com.br:8000/klickids/arte/arte03/arte03d.asp>

Lundu – ritmo de dança de par solto de origem africana e que deu origemao samba. O Lundu surgiu da fusão de elementos musicais de origens bran-ca e negra, tornando-se o primeiro gênero afro-brasileiro da canção popu-lar. Realmente, essa interação de melodia e harmonia de inspiração euro-péia com a rítmica africana se constituiria em um dos mais fascinantesaspectos da música brasileira. Fonte: <www.cliquemusic.com.br>

Modinha – nascida no Brasil no século 17, é um gênero musical com-posto geralmente de duas partes. A modinha do período imperial ja-mais se prendeu a esquemas rígidos na composição, primando pelasvariações. Faz parte da formação da música popular brasileira. Fonte:<www.cliquemusic.com.br>.

BibliografiaAGUILAR, Nelson (org.). O olhar distante. Mostra do Redescobrimento. São

Paulo: Fundação Bienal: Associação Brasil 500 Anos Artes Visuais, 2000.

DIENER, Pablo; COSTA, Maria de Fátima. Rugendas e o Brasil. São Pau-lo: Capivara, 2002.

____. O Brasil de hoje no espelho do século XIX. São Paulo: Estação Li-berdade, 2001.

____. A América de Rugendas. São Paulo: Estação Liberdade, 1999.

GOMBRICH, Ernst H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC, 1999.

HALLAWELL, Philip. O grande livro da aquarela. São Paulo: Melhoramentos, 1996.

SANTOS, Maria das Graças Vieira Proença dos. História da arte. São Paulo:Ática, 2002.

ZANINI, Walter (org.). História geral da arte no Brasil. São Paulo: Institu-to Walther Moreira Salles, 1983.

Seleção de endereços sobre arte na rede Internet

Os sites abaixo foram acessados em 02 maio 2005.

DEBRET, Jean-Baptiste. Disponível em: <www.pitoresco.com.br/brasil/debret/debret.htm>.

ECKHOUT, Albert van der. Disponível em: <www1.uol.com.br/bienal/24bienal/nuh/enuheckeckh01.htm>.

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ENCICLOPÉDIA ITAÚ CULTURAL DE ARTES VISUAIS. Disponível em:<www.itaucultural.org.br>.

EXPEDIÇÃO DE LANGSDORFF. Disponível em: <www.brasil.discovery.com/features/000914langsdorff/langsdorffhome.html>.

KIEFER, Anselm. Disponível em: <www.ruedigersuenner.de/kiefer8.html>.

MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA. Disponível em: <www.historiadaarte.com.br/missaofrancesa.html>.

POST, Frans. Disponível em: <www.pitoresco.com.br/brasil/franspost/franspost.htm>.

RUGENDAS, J. M.: Disponível em: <www.espacoacademico.com.br/044/44cgiani.htm>

____. Disponível em: <www.pitoresco.com.br/brasil/rugendas/rugendas.htm>

____. Disponível em: <www.cliohistoria.hpg.ig.com.br/bco_imagens/rugendas/rugendas.htm>

ZENHA, Celeste. Brasil de Rugendas nas edições populares ilustradas.Disponível em: <www.ppghis.ifcs.ufrj.br/media/topoi5a5.pdf>.

Notas1 O gênero pintores-viajantes, também conhecido como artistas-viajan-tes, e suas produções artísticas e intelectuais na América Portuguesa de-vem ser compreendidas no contexto da expansão capitalista eneocolonialista do século 19. Talvez seja esse um dos principais motivosdo czar prussiano Alexandre I, que não queria ver seu país perder a corri-da comercial da expansão capitalista, nomear o Barão Georg Heinrich vonLangsdorff, alemão de nascimento, mas a serviço da Rússia, cônsul eencarregado geral dos negócios no Brasil, financiando a célebre expedi-ção científica,conhecida como Expedição de Langsdorff.2 Em 1839, a Sociedade Etnológica de Paris publica Instruction générale auxvoyageurs, quatro anos depois a Ethnological Society de Londres faz o mesmo.3 Pablo DIENER e Maria de Fátima COSTA. Rugendas e o Brasil, p.19-20.4 Consulte o documentário de Araquém Alcântara na DVDteca Arte naEscola.5 Poeta Romântico que traz a voz da poesia abolicionista em obras comoNavio negreiro e Vozes d’África.6 Gonçalves Dias, primeiro grande poeta do romantismo brasileiro. Seugrande poema indianista Os timbiras ficou incompleto, pois durante onaufrágio em que o poeta morreu perderam-se também os textos. Princi-pais obras: I Juca Pirama, Canção do tamoio, Os timbiras.

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