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Procedimentos Neste Roteiro tratamos da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL a que estão sujeitas as pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real. A última alteração promovida refere-se à Lei nº 11.452 de 2007, que tratou sobre o crédito à razão de 25% sobre o valor da depreciação contábil de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, adquiridos entre 1º de outubro de 2004 e 31 de dezembro de 2008. Impressão CSLL - Empresas em Geral - Tributadas pelo Lucro Real - Roteiro de Procedimentos Roteiro - Federal - 2007/3224 Sumário I - Contribuintes da CSLL I.1 - Situações específicas I.2 - Imunidades, isenções e não-incidência II - Periodicidade de apuração da CSLL III - Base de cálculo da CSLL III.1 - Tratamento específico relativo a receitas, custos, despesas, resultados e reavaliações III.2 - Resultado ajustado IV - Compensação de Bases Negativas V - Alíquota da CSLL VI - CSLL a pagar VII - Bônus de Adimplência Fiscal VIII - Desconto de créditos sobre depreciação XI - Pagamento da CSLL X - Informação na DCTF Introdução

CSLL - Empresas Em Geral - Tributadas Pelo Lucro Real - Roteiro de Procedimentos

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Procedimentos Neste Roteiro tratamos da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL a que estão sujeitas as pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real. A última alteração promovida refere-se à Lei nº 11.452 de 2007, que tratou sobre o crédito à razão de 25% sobre o valor da depreciação contábil de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, adquiridos entre 1º de outubro de 2004 e 31 de dezembro de 2008.

 ImpressãoCSLL - Empresas em Geral - Tributadas pelo Lucro Real - Roteiro de Procedimentos

Roteiro - Federal - 2007/3224

Sumário

I - Contribuintes da CSLL

I.1 - Situações específicas

I.2 - Imunidades, isenções e não-incidência

II - Periodicidade de apuração da CSLL

III - Base de cálculo da CSLL

III.1 - Tratamento específico relativo a receitas, custos, despesas, resultados e reavaliações

III.2 - Resultado ajustado

IV - Compensação de Bases Negativas

V - Alíquota da CSLL

VI - CSLL a pagar

VII - Bônus de Adimplência Fiscal

VIII - Desconto de créditos sobre depreciação

XI - Pagamento da CSLL

X - Informação na DCTF

Introdução

A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL foi instituída pela Lei nº 7.689/88, tendo sofrido alterações importantes pelas Leis nºs 7.988/89, art. 9º e nº 8.034/90, art. 2º. Desde então outras tantas disposições legais alteraram as normas de apuração e pagamento da CSLL, sem, entretanto, atingir sua estrutura básica que consiste em ter o lucro líquido ajustado como base de cálculo.

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A escrituração relativa à CSLL, a elaboração das demonstrações financeiras, a utilização de livros comerciais e fiscais, e as informações, formas e prazos para apresentação dos arquivos digitais e sistemas utilizados por pessoas jurídicas observarão o disposto na legislação comercial e fiscal.

A Instrução Normativa SRF nº 390/2004 consolidou as normas vigentes sobre a CSLL.

I - Contribuintes da CSLL

Como regra, são contribuintes da CSLL todas as pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhe são equiparadas pela legislação do IRPJ.

As entidades submetidas ao regime de liquidação extrajudicial e de falência, em relação às operações praticadas durante o período em que perdurarem os procedimentos para a realização de seu ativo e o pagamento do passivo, e as sociedades cooperativas de consumo, que tenham por objeto a compra e o fornecimento de bens aos consumidores, cooperados ou não, sujeitam-se às mesmas normas de incidência da CSLL aplicáveis às demais pessoas jurídicas.

As demais sociedades cooperativas calcularão a CSLL sobre o resultado do período de apuração, decorrente de operações com cooperados ou com não-cooperados.

Esta norma consta do art. 6º da Instrução Normativa SRF nº 390/2004, contrariando reiterada jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes e do Superior Tribunal de Justiça - STJ, no sentido de que a CSLL só incide sobre os atos não-cooperados. É bem verdade que a polêmica deixa de existir a partir de 1º de janeiro de 2005 pois por força dos arts. 39 e 46 da Lei nº 10.865/2004, as sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica, ficam isentas da CSLL.

I.1 - Situações específicas

I.1.1 - Fundos de Investimentos Imobiliários

Os fundos de investimento imobiliário de que trata a Lei nº 8.668/93, que aplicarem recursos em empreendimento imobiliário que tenha como incorporador, construtor ou sócio, quotista que possua, isoladamente ou em conjunto com pessoa a ele ligada, mais de 25% (vinte e cinco por cento) das quotas do fundo, sujeitam-se ao pagamento da CSLL aplicável às pessoas jurídicas de direito privado e ao cumprimento de todas as obrigações acessórias por elas devidas, devendo ter inscrição própria no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

Considera-se pessoa física ligada ao quotista:

a) os seus parentes até o segundo grau; e

b) a empresa sob seu controle ou de qualquer de seus parentes até o segundo grau.

Considera-se pessoa jurídica ligada ao quotista a que seja sua controladora, controlada ou coligada, conforme definido nos §§ 1º e 2º do art. 243 da Lei nº 6.404/76.

I.1.2 - Consórcio e Sociedade em Conta de Participação - SCP

As receitas e despesas decorrentes das atividades de consórcios de empresas, constituídos na forma dos arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404/76, devem ser computadas nos resultados das empresas consorciadas proporcionalmente à participação de cada uma no empreendimento.

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Os resultados das sociedades em conta de participação (SCP) deverão ser apurados com observância das normas fiscais aplicáveis às demais pessoas jurídicas, competindo ao sócio ostensivo a responsabilidade pela apuração dos resultados e recolhimento da CSLL da SCP.

I.2 - Imunidades, isenções e não-incidência

I.2.1 - Entidades beneficentes de Assistência Social - Imunidade

São isentas da CSLL as entidades beneficentes de assistência social que atendam cumulativamente às seguintes condições:

a) sejam reconhecidas como de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal ou municipal;

b) sejam portadoras do Certificado ou do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos, fornecido pelo Conselho Nacional de Serviço Social, renovado a cada três anos;

c) promovam a assistência social beneficente, inclusive educacional ou de saúde, a menores, idosos, excepcionais ou pessoas carentes;

d) não percebam seus diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração e não usufruam vantagens ou benefícios a qualquer título; e

e) apliquem integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando anualmente ao Conselho Nacional da Seguridade Social relatório circunstanciado de suas atividades.

A imunidade não abrange empresa ou entidade que, tendo personalidade jurídica própria, seja mantida por outra que esteja no exercício da imunidade.

 Esta imunidade tem fundamento no § 7º do art. 195 da Constituição Federal e sua fruição é regulada pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91, com redação dada pela Lei nº 9.528/97 e Lei nº 9.732/98, competindo ao Ministério da Previdência Social a fiscalização do cumprimento dos requisitos legais.

I.2.2 - Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e associações civis sem fins lucrativos - Isenção

Consideram-se isentas da CSLL as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos.

Considera-se entidade sem fins lucrativos a que não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinando exercício, destine referido resultado integralmente ao incremento de seu ativo imobilizado.

Para o gozo da isenção, as instituições mencionadas neste subtópico estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos:

a) não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados;

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b) aplicar integralmente seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos seus objetivos sociais;

c) manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das formalidades que assegurem a respectiva exatidão;

d) conservar em boa ordem, pelo prazo decadencial, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que venham a modificar sua situação patrimonial;

e) apresentar, anualmente, Declaração do Imposto de Renda da Pessoas Jurídica - DIPJ, em conformidade com o disposto em ato da Receita Federal.

 Esta isenção tem fundamento no art. 15 da Lei nº 9.532/97, competindo à Secretaria da Receita Federal a fiscalização do cumprimento dos requisitos legais. À suspensão do gozo da isenção aplica-se o disposto no art. 32 da Lei nº 9.430/96. Ver também a Instrução Normativa SRF nº 113/98.

I.2.3 - Instituição de ensino superior que tenha aderido ao PROUNI

A instituição de ensino superior que aderiu regularmente ao Programa Universidade para Todos - Prouni está isenta da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido no período de vigência indicado no Termo de Adesão firmado junto ao Ministério da Educação, observadas as disposições da Lei nº 11.096/2004, do Decreto nº 5.245/2004, da Portaria MEE nº 3.268/2004 e da Instrução Normativa SRF nº 456/2004.

A isenção recairá sobre o lucro, na hipótese de IRPJ e CSLL, e sobre o valor da receita auferida, na hipótese do PIS/Pasep e da COFINS, decorrentes da realização de atividades de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou cursos seqüenciais de formação específica.

A instituição de ensino deverá apurar o lucro da exploração referente às atividades sobre as quais recaia a isenção.

Considera-se lucro da exploração o lucro líquido do período de apuração, antes de deduzida a provisão para a CSLL e a provisão para o imposto de renda, ajustado pela exclusão dos seguintes valores:

a) da parte das receitas financeiras que exceder às despesas financeiras;

b) dos rendimentos e prejuízos das participações societárias;

c) dos resultados não-operacionais; e

d) do valor baixado de reserva de reavaliação, nos casos em que o valor realizado dos bens objeto da reavaliação tenha sido registrado como custo ou despesa operacional e a baixa da reserva tenha sido efetuada em contrapartida à conta de:

d1) receita não-operacional; ou

d2) patrimônio líquido, não computada no resultado do mesmo período de apuração.

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As variações monetárias serão consideradas, para efeito de cálculo do lucro da exploração, como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso.

Para usufruir da isenção, a instituição de ensino deverá demonstrar em sua contabilidade, com clareza e exatidão, os elementos que compõem as receitas, custos, despesas e resultados do período de apuração, referentes às atividades sobre as quais recaia a isenção segregados das demais atividades. Na hipótese de o sistema de contabilidade adotado pela instituição de ensino não oferecer condições para apuração do lucro líquido e do lucro da exploração por atividade, este poderá ser estabelecido com base na relação entre as receitas líquidas das atividades isentas e a receita líquida total.

I.2.4 - Isenções específicas

São isentas da CSLL:

a) a entidade binacional Itaipu;

b) as entidades fechadas de previdência complementar, relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2002; e

c) a partir de 1º de janeiro de 2005, as sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica, relativamente aos atos cooperativos (arts. 39 e 46 da Lei nº 10.865/2004).

 A isenção não alcança as cooperativas de consumo de que trata o art. 69 da Lei nº 9.532/97.

I.2.5 - Programa Nacional de Desestatização (art. 9º da Lei nº 10.150/2000)

Não incidirá a CSLL na utilização dos créditos das instituições integrantes do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), com o Fundo de Compensações de Variações Salariais (FCVS), como contrapartida da aquisição de bens e direitos no âmbito do Programa Nacional de Desestatização (PND).

O custo de aquisição das ações ou quotas leiloadas será igual ao valor contábil dos títulos ou créditos entregues pelo adquirente na data da operação.

Quando se configurar, na aquisição, investimento relevante em coligada ou controlada, avaliável pelo valor do patrimônio líquido, a adquirente deverá registrar o valor da equivalência no patrimônio adquirido, em conta própria de investimento, e o valor do ágio ou deságio na aquisição em subconta do mesmo investimento, que deverá ser computado na determinação do resultado ajustado do período de apuração de realização do investimento, a qualquer título.

Esse tratamento não se aplica ao ganho de capital auferido nas operações de alienação a terceiros dos créditos advindos das dívidas novadas pelo FCVS com as instituições integrantes do SFH, ou dos bens e direitos adquiridos no âmbito do PND.

II - Periodicidade de apuração da CSLL

A periodicidade de apuração e pagamento adotada pela pessoa jurídica para o IRPJ determina a periodicidade de apuração e pagamento da CSLL.

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Assim, as empresas tributadas pelo lucro real trimestral devem apurar a base de cálculo da CSLL em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro do ano-calendário.

 Sobre a apuração da CSLL trimestralmente pelo Lucro Presumido ou Arbitrado, ver Roteiro CSLL/Presumido e Arbitrado.

As empresa que optaram pelos recolhimentos mensais por estimativa apuram a CSLL em 31 de dezembro do ano-calendário no chamado ajuste anual.

 Veja Roteiro CSLL Estimativas Mensais.

A adoção da apuração trimestral ou da apuração anual com recolhimentos mensais por estimativa será irretratável para todo o ano-calendário.

II.1 - Incorporação, fusão, cisão ou extinção da pessoa jurídica

A pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão deverá apurar a base de cálculo da CSLL na data do evento, mediante balanço específico levantado nesta data.

 Considera-se data do evento a da deliberação que aprovar a incorporação, fusão ou cisão da pessoa jurídica. Considera-se extinta a pessoa jurídica na data do encerramento de sua liquidação, assim entendida a total destinação do seu acervo líquido.

No balanço do evento, a pessoa jurídica que tiver parte ou todo o seu patrimônio absorvido em virtude de incorporação, fusão ou cisão, poderá avaliar os bens e direitos pelo valor contábil ou de mercado.

III - Base de cálculo da CSLL

A base de cálculo da contribuição social é o valor lucro do período, trimestral ou anual (resultado comercial), antes da provisão para o imposto de renda e ajustado pelas adições e exclusões (resultado ajustado).

Assim é que, como regra (as exceções estão na seqüencia deste Roteiro), todas as deduções permitidas na apuração do lucro real, consoante legislação do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ, são dedutíveis na apuração da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, observadas as normas e limites da legislação específica, inclusive:

a) perdas no recebimento de créditos;

b) tributos e contribuições;

c) gastos com pesquisa tecnológica e desenvolvimento de inovação tecnológica de produtos de que trata o Decreto nº 4.928/2003;

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d) contribuições destinadas a custear seguros e planos de saúde e benefícios complementares assemelhados aos da previdência social, instituídos em favor dos empregados e dirigentes da pessoa jurídica;

e) doações efetuadas a projetos culturais aprovados nos termos dos arts. 25 e 26 da Lei nº 8.313/91;

f) doações às instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por lei federal, até o limite de 1,5% (um e meio por cento) do lucro operacional, antes de computada a sua dedução e a dedução mencionada na alínea seguinte;

g) as doações a entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício da comunidade na qual atuem, até o limite de 2% (dois por cento) do lucro operacional, antes de computada a sua dedução;

h) as doações, a partir do ano-calendário de 2001, a Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip), qualificadas segundo as normas estabelecidas na Lei nº 9.790/99, até o limite de dois por cento do lucro operacional, antes de computada a sua dedução;

i) as doações às Organizações Sociais (OS) qualificadas consoante os dispositivos da Lei nº 9.637/98, até o limite de dois por cento do lucro operacional, antes de computada a sua dedução;

j) as despesas com alimentação fornecida indistintamente a todos os empregados, independentemente da existência de Programa de Alimentação do Trabalhador, alcançando, também, as cestas básicas de alimentos fornecidas pela empresa indistintamente a todos os empregados;

k) as despesas financeiras relativas a empréstimos ou financiamentos e os juros remuneratórios do capital próprio, a que se refere o art. 9º da Lei nº 9.249/95.

Mas não se pode dizer que todos os dispêndios indedutíveis na apuração do IRPJ são indedutíveis na apuração da CSLL.

Com efeito, dispõe o art. 57 da Lei nº 8.981/95, com redação dada pela Lei nº 9.065/95:

Art. 57. Aplicam-se à Contribuição Social sobre o Lucro (Lei nº 7.689, de 1988) as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive no que se refere ao disposto no art. 38, mantidas a base de cálculo e as alíquotas previstas na legislação em vigor, com as alterações introduzidas por esta Lei.

Esse dispositivo tem servido como escudo para indevidas interpretações. A nosso ver a semelhança na apuração do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas - IRPJ se refere à periodicidade e formas de apuração da base de cálculo e às normas de pagamento e parcelamento da CSLL.

Por isso, as adições e exclusões ao lucro líquido para apuração da base de cálculo da contribuição social tem que estar previstas em Lei.

 Ver item III.2 - Resultado ajustado

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III.1 - Tratamento específico relativo a receitas, custos, despesas, resultados e reavaliações

III.1.1 - Devolução de Capital em Bens e Direitos

Os bens ou direitos do ativo da pessoa jurídica, que forem entregues ao titular ou a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social, poderão ser avaliados pelo valor contábil ou de mercado.

No caso de a devolução realizar-se pelo valor de mercado, a diferença entre este e o valor contábil dos bens ou direitos entregues será considerada ganho de capital, que será computado na base de cálculo da CSLL.

Na investidora, a diferença entre o valor de mercado dos bens ou direitos e o valor contábil da participação extinta será excluída do resultado ajustado ou não será computada no resultado presumido ou arbitrado da CSLL.

No caso de participação societária adquirida por valor inferior ao patrimonial, em que a pessoa jurídica que estiver devolvendo capital tenha optado pela avaliação a valor contábil, a pessoa jurídica que estiver recebendo os bens ou direitos deverá registrálos pelo valor pelo qual tiverem sido recebidos, reconhecendo, como ganho de capital, sujeito à incidência da CSLL, a diferença entre este e o valor contábil da participação extinta.

III.1.2 - Devolução do Patrimônio de Entidade Isenta

A diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta a título de devolução de patrimônio e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que a pessoa jurídica houver entregue para a formação do referido patrimônio deverá ser computada na determinação da base de cálculo da CSLL.

III.1.3 - Operações com Veículos Usados

As pessoas jurídicas que tenham como objeto social, declarado em seus atos constitutivos, a compra e venda de veículos automotores poderão equiparar, para efeitos tributários, como operação de consignação, as operações de venda de veículos usados, adquiridos para revenda, bem assim dos recebidos como parte do preço da venda de veículos novos ou usados.

Os veículos usados serão objeto de Nota Fiscal de Entrada e, quando da venda, de Nota Fiscal de Saída, sujeitando-se ao respectivo regime fiscal aplicável às operações de consignação.

Nestas operações considera-se receita bruta a diferença entre o valor pelo qual o veículo usado tiver sido alienado, constante da nota fiscal de venda, e o seu custo de aquisição, constante da nota fiscal de entrada.

III.1.4 - Variações monetárias (Lei nº 9.069/95, art. 52 e Lei nº 9.718/98, art. 9º)

As variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual serão consideradas, para efeitos da legislação da contribuição social sobre o lucro líquido como receitas ou despesas financeiras, conforme o caso, segundo o regime de competência.

 

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Nas atividades de compra e venda, loteamento, incorporação e construção de imóveis, as variações monetárias, para os efeitos da CSLL, serão reconhecidas segundo as normas específicas.

III.1.5 - Variações cambiais (Medida Provisória nº 2.158-35/2001)

A partir de 1º de janeiro de 2000, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, quando da liquidação da correspondente operação (Regime de Caixa).

 À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias poderão ser consideradas na determinação da base de cálculo, segundo o regime de competência, por todo o ano-calendário.

No caso de alteração do critério de reconhecimento das variações monetárias, em anos-calendário subseqüentes, para efeito de determinação da base de cálculo da CSLL, deverão ser observadas as normas dispostas na Instrução Normativa SRF nº 345, de 28 de julho de 2003.

Permite-se, portanto que as variações cambiais (ativas e passivas) sejam enquadradas no denominado "regime de caixa", ao eleger a liquidação da operação como o momento adequado para o reconhecimento dos efeitos fiscais dessas variações.

Diante da obrigatoriedade do regime de competência pela legislação comercial, haverá necessidade de se fazer ajustes aos registros contábeis, mediante adição ou exclusão à base de cálculo da CSLL.

III.1.6 - Contratos, celebrados com pessoa jurídica de direito público, de construção por empreitada ou de fornecimento a preço predeterminado, de bens ou serviços (Lei nº 8.003/90, art. 3º)

No caso de contratos de construção por empreitada ou de fornecimento a preço predeterminado, de bens ou serviços, celebrados com pessoa jurídica de direito público, ou empresa sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, a incidência da CSLL poderá ser diferida até a realização do lucro, observado o seguinte:

a) a pessoa jurídica poderá excluir do resultado do período-base, para efeito de apurar a base de cálculo da CSLL, parcela do lucro da empreitada ou fornecimento, computado no resultado do período-base, proporcional à receita dessas operações consideradas nesse resultado e não recebida até a data do balanço de encerramento do período de apuração;

b) a parcela excluída deverá ser acionada, corrigida monetariamente até 31 de dezembro de 1885, ao resultado do período-base em que a receita for recebida.

 Se a pessoa jurídica subcontratar parte da empreitada ou fornecimento, o direito ao diferimento caberá a ambos, na proporção da sua participação na receita a receber.

III.1.7 - Recebimento de títulos públicos em quitação de créditos com entes públicos (Lei nº 9.711/98, art. 18)

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A pessoa jurídica, cujos créditos com pessoa jurídica de direito público ou com empresa sob seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, decorrentes de construção por empreitada, de fornecimento de bens ou de prestação de serviços, forem quitados pelo Poder Público com títulos de sua emissão, inclusive com Certificados de Securitização, emitidos especificamente para essa finalidade, poderá computar a parcela do lucro, correspondente a esses créditos, que houver sido diferida na forma da letra "b", na base de cálculo da CSLL, relativa ao período de apuração do resgate dos títulos ou de sua alienação sob qualquer forma.

III.1.8 - Contrapartida da reavaliação de bens (Medida Provisória nº 1.924/99, convertida na Lei nº 9.959/2000)

A partir de 1º de janeiro de 2000, a contrapartida da reavaliação de quaisquer bens da pessoa jurídica somente poderá ser computada em conta de resultado ou na determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido quando ocorrer a efetiva realização do bem reavaliado.

Portanto, a efetiva tributação da reserva de reavaliação será exigida pelo Fisco no momento da realização do bem, como regra, no momento da alienação.

Essa alteração visa impedir a manipulação do resultado do período em curso, mediante a inclusão na base de calculo do valor da reavaliação sem lastro econômico, impedindo a geração de base negativa, cuja compensação futura ficaria limitada em 30% (trinta por cento).

 A inclusão antecipada na base de cálculo, de valor correspondente à reserva de reavaliação, ao arrepio da lei, será considerada como ineficaz.

III.1.9 - Avaliação de Títulos, Valores Mobiliários e outros Ativos Financeiros a Preço de Mercado

A receita decorrente da avaliação de títulos e valores mobiliários, instrumentos financeiros, derivativos e itens objeto de hedge, registrada pelas instituições financeiras e demais entidades autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, instituições autorizadas a operar pela Superintendência de Seguros Privados (Susep) e sociedades autorizadas a operar em seguros ou resseguros em decorrência da valoração a preço de mercado no que exceder ao rendimento produzido até a referida data somente será computada na base de cálculo da CSLL quando da alienação dos respectivos ativos.

Na hipótese de desvalorização decorrente da avaliação, a perda será também reconhecida, para efeito de apuração da CSLL, quando da alienação do investimento.

Considera-se alienação qualquer forma de transmissão da propriedade, bem como a liquidação, o resgate e a cessão dos referidos títulos e valores mobiliários, instrumentos financeiros derivativos e itens objeto de hedge.

 Ver IN SRF nº 334/2003.

III.1.10 - Lucros, Rendimentos e Ganhos de Capital Auferidos no Exterior

Os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior sujeitam-se à incidência da CSLL, observadas as normas específicas.

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O saldo do imposto sobre a renda pago no exterior que exceder o valor compensável com o IRPJ devido no Brasil poderá ser compensado com a CSLL devida em virtude da adição, à sua base de cálculo, dos lucros oriundos do exterior, até o limite acrescido em decorrência dessa adição.

III.1.11 - Atividade rural

A pessoa jurídica que tenha por objeto a exploração da atividade rural (pessoa jurídica rural) pagará a CSLL em conformidade com as normas aplicáveis ao IRPJ, especialmente sobre o cálculo do resultado da atividade rural, observadas as seguintes regras específicas.

Os resultados da atividade rural exercida no exterior por pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil estão sujeitos à incidência da CSLL na forma prevista para as demais pessoas jurídicas.

III.1.11.1 - Depreciação Acelerada de Bens da Atividade Rural (Medida Provisória nº 2.159-70/2001)

Os bens do ativo permanente, exceto a terra nua, adquiridos por pessoa jurídica que explore a atividade rural, para uso nessa atividade, poderão ser depreciados integralmente no próprio ano da aquisição.

O encargo de depreciação dos bens, calculado à taxa normal, será registrado na escrituração comercial e o complemento para atingir o valor integral do bem constituirá exclusão para fins de determinação da base de cálculo da CSLL correspondente à atividade rural.

O valor a ser excluído, correspondente à atividade rural, será igual à diferença entre o custo de aquisição do bem do ativo permanente destinado à atividade rural e o respectivo encargo de depreciação normal escriturado durante o período de apuração da CSLL, e poderá ser controlado na Parte B do Lalur ou em livro específico para apuração da CSLL.

A partir do período de apuração seguinte ao da aquisição do bem, o encargo de depreciação normal que vier a ser registrado na escrituração comercial deverá ser adicionado ao resultado líquido correspondente à atividade rural, efetuando-se a baixa do respectivo valor no saldo da depreciação incentivada controlada no Lalur ou em livro específico para apuração da CSLL.

O total da depreciação acumulada, incluindo a normal e a complementar, não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem.

No caso de alienação dos bens, o saldo da depreciação incentivada será adicionado ao resultado líquido da atividade rural no período de apuração da alienação.

No período de apuração em que o bem já totalmente depreciado, em virtude da depreciação incentivada, for desviado exclusivamente para outras atividades, deverá ser adicionado ao resultado líquido da atividade rural o saldo da depreciação incentivada.

Retornando o bem a ser utilizado na produção rural própria da pessoa jurídica, esta poderá voltar a fazer jus ao benefício da depreciação incentivada, excluindo do resultado líquido da atividade rural no período a diferença entre o custo de aquisição do bem e a depreciação acumulada até a época, podendo fazer os devidos registros na Parte B do Lalur ou em livro específico para apuração da CSLL.

III.1.11.2 - Atualização do valor dos estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos destinados à venda

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A contrapartida do aumento do ativo, em decorrência da atualização do valor dos estoques de produtos agrícolas, animais e extrativos destinados à venda, tanto em virtude do registro no estoque de crias nascidas no período de apuração, como pela avaliação do estoque a preço de mercado, constitui receita operacional, que comporá a base de cálculo da CSLL no período de apuração em que ocorrer a venda dos respectivos estoques.

A receita operacional, no período de sua formação, constituirá exclusão do lucro líquido e poderá ser controlada na Parte B do Lalur ou em livro específico para apuração da CSLL.

No período de apuração em que ocorrer a venda dos estoques atualizados, a receita operacional deverá ser adicionada ao lucro líquido para efeito de determinar a base de cálculo da CSLL.

III.1.12 - Operações realizadas em mercados de liquidação futura (Lei nº 11.051/2004)

Para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, os resultados positivos ou negativos incorridos nas operações realizadas em mercados de liquidação futura, inclusive os sujeitos a ajustes de posições, serão reconhecidos por ocasião da liquidação do contrato, cessão ou encerramento da posição.

O resultado positivo ou negativo será constituído pela soma algébrica dos ajustes, no caso das operações a futuro sujeitas a essa especificação, e pelo rendimento, ganho ou perda, apurado na operação, nos demais casos.

O tratamento aplica-se, no caso de operações realizadas no mercado de balcão, somente àquelas registradas nos termos da legislação vigente.

 O art. 35 da Lei nº 11.051/2004 revogou o § 3º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 que dispunha que nas operações realizadas em mercados futuros, considera-se receita bruta o resultado positivo dos ajustes diários ocorridos no mês.O art. 18 da Lei nº 11.033/2004 revogou o art. 63 da Lei nº 8.383/91 que permitia a aplicação do tratamento tributário previsto no art. 6º do Decreto-Lei nº 2.397/87 às operações de cobertura de riscos realizadas em outros mercados de futuros, no exterior, além de bolsas.

III.2 - Resultado ajustado

Na determinação do resultado ajustado, serão adicionados ao lucro líquido do período de apuração (trimestral ou anual) antes da provisão para o IRPJ:

a) os custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que, de acordo com a legislação da CSLL, não sejam dedutíveis na determinação do resultado ajustado; e

b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com essa mesma legislação, devam ser computados na determinação do resultado ajustado.

Aplicam-se à CSLL as normas relativas à depreciação, amortização e exaustão previstas na legislação do IRPJ, exceto as referentes a depreciação acelerada incentivada.

Segundo o art. 54 da Instrução Normativa SRF nº 390/2004, a parcela da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e das contribuições para o PIS/Pasep, calculada

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sobre as demais receitas que não a receita bruta das vendas e serviços (que são redutoras da receita), poderá ser considerada despesa operacional.

Na determinação do resultado ajustado, poderão ser excluídos do lucro líquido do período de apuração:

a) os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação da CSLL e que não tenham sido deduzidos na apuração do lucro líquido;

b) os resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que, de acordo com essa mesma legislação, não devam ser computados na determinação do resultado ajustado.

A pessoa jurídica poderá utilizar o Lalur ou livro específico para apuração da CSLL, para transcrever a demonstração do resultado ajustado e manter os registros de controle dos valores que devam influenciar a determinação do resultado ajustado dos períodos subseqüentes.

III.2.1 - Adições

Serão adicionados ao lucro líquido do período de apuração, para se determinar a base de cálculo da CSLL:

a) o resultado negativo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido (equivalência patrimonial).

b) o valor da contrapartida da reavaliação de quaisquer bens, no montante do aumento do valor dos bens reavaliados que tenha sido efetivamente realizado no período, se não computado em conta de resultado contábil;

c) as provisões, exceto:

c1) as constituídas para o pagamento de férias e 13º salário de empregados;

c2) as técnicas das companhias de seguro e de capitalização, das entidades de previdência complementar e das operadoras de planos de assistência à saúde, quando constituídas por exigência da legislação especial a elas aplicável ); e

c3) as constituídas para perdas de estoques, de que trata o art. 8º da Lei 10.753/2003.

d) as contraprestações de arrendamento mercantil e do aluguel de bens móveis ou imóveis, exceto quando relacionados intrinsecamente com a produção ou comercialização dos bens e serviços;

e) as despesas de depreciação, amortização, manutenção, reparo, conservação, impostos, taxas, seguros e quaisquer outros gastos com bens móveis ou imóveis, exceto se intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos bens e serviços.

 Segundo o art. 25 da Instrução Normativa SRF nº 11/96, Consideram-se intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização:a) Os bens móveis e imóveis utilizados no desempenho das atividades de contabilidade;b) Os bens imóveis utilizados como estabelecimento da administração;

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c) os bens móveis utilizados nas atividades operacionais, instalados em estabelecimento da empresa;d) os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, utilizados no transporte de mercadorias e produtos adquiridos para revenda, de matéria-prima, produtos intermediários e de embalagem aplicados na produção;e) os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizados pelos cobradores, compradores e vendedores nas atividades de cobrança, compra e venda;f) os veículos do tipo caminhão, caminhoneta de cabine simples ou utilitário, as bicicletas e motocicletas utilizados nas entregas de mercadorias e produtos vendidos;g) os veículos de transporte coletivo de empregados;h) os bens móveis e imóveis utilizados em pesquisa e desenvolvimento de produtos ou processos;i) os bens móveis e imóveis próprios, locados pela pessoa jurídica que tenha a locação como objeto de sua atividade;j) os bens móveis e imóveis objeto de arrendamento mercantil nos termos da Lei nº 6.099, de 1974, pela pessoa jurídica arrendadora;l) os veículos utilizados na prestação de serviços de vigilância móvel, pela pessoa jurídica que tenha por objeto essa espécie de atividade.

f) os ajustes decorrentes da aplicação de métodos de preços de transferência;

g) a parcela dos lucros, anteriormente excluídos, de contratos de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços, celebrados com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob o seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, no período de apuração em que a receita for recebida, ou quando houver o resgate ou alienação sob qualquer forma de títulos públicos ou Certificados de Securitização, emitidos especificamente para quitação desses créditos, observado o disposto em normas específicas;

h) os prejuízos e perdas incorridos no exterior e computados no resultado;

i) os lucros disponibilizados no exterior e os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior;

 Os lucros disponibilizados no exterior e os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, excluídos dos resultados dos três primeiros trimestres, serão adicionados ao lucro contábil para fins de apuração do resultado ajustado do último trimestre do ano-calendário.

j) o valor dos lucros distribuídos disfarçadamente, apurados nos termos da legislação do imposto de renda, observados os arts. 464 a 467 do RIR/99 (Lei nº 9.532/97, art. 60).

k) as despesas com brindes e as despesas com alimentação de sócios, acionistas e administradores, quando não fornecidas pelo restaurante da própria empresa(Lei nº 9.249/95, art. 13);

l) a diferença entre o valor de mercado (quando houver opção pela avaliação) e o valor contábil dos bens ou direitos entregues a sócio ou acionista, a título de devolução de sua participação no capital social (Lei nº 9.249/95, art. 22);

m) a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta, a título de devolução de patrimônio, e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que houver entregue para a formação do referido patrimônio (Lei nº 9.532/97, art. 17);

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n) o valor relativo às doações aos Fundos dos Direitos da Criança e do Adolescente, de que trata o art. 260 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, com as alterações introduzidas pelo art. 10 da Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991;

o) o valor relativo às doações e patrocínios a projetos culturais, previstos no art. 18 da Lei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991, com as alterações introduzidas pelo art. 1º da Lei nº 9.874, de 23 de novembro de 1999 e pelo art. 53 da Medida Provisória nº 2.228-1, de 06 de setembro de 2001;

 No tocante às doações e contribuições, a vedação tem base legal no art. 13 da Lei nº 9.249/95. Por outro lado, são dedutíveis as seguintes doações:a) as efetuadas às instituições de ensino e pesquisa cuja criação tenha sido autorizada por lei federal e que preencham os requisitos dos incisos I e II do art. 213 da Constituição Federal, até o limite de um e meio por cento do lucro operacional, antes de computada a sua dedução e a de que trata o inciso seguinte;b) as doações, até o limite de dois por cento do lucro operacional da pessoa jurídica, antes de computada a sua dedução, efetuadas a entidades civis, legalmente constituídas no Brasil, sem fins lucrativos, que prestem serviços gratuitos em benefício de empregados da pessoa jurídica doadora, e respectivos dependentes, ou em benefício da comunidade onde atuem, observadas os demais requisitos legais.

p) o valor dos juros sobre o capital próprio, pago ou creditado, que exceder o limite legal;

q) o valor das variações monetárias passivas das obrigações e direitos de crédito, em função das taxas de câmbio, relativas a operações não liquidadas no período, salvo na hipótese de opção pelo regime de competência;

r) o valor das variações monetárias ativas das obrigações e direitos de crédito, em função das taxas de câmbio, que foram excluídas anteriormente, quando da correspondente liquidação da operação.

s) os juros, pagos ou creditados, incidentes sobre o valor equivalente aos lucros não disponibilizados por empresas (Lei nº 9.532, art. 1º, § 3º, com redação dada pelo art. 1º da Lei nº 9.959/2000:

s1) coligadas ou controladas, domiciliadas no exterior, quando estas forem as beneficiárias do pagamento ou crédito;

s2) controladas, domiciliadas no exterior, independente do beneficiário.

 A partir de 13.02.2000, data da publicação da Medida Provisória nº 1.991-15/2000, a vedação da dedutibilidade se aplica, independentemente do local do domicílio da coligada ou controlada.

t) o valor das despesas com contribuições para a previdência privada (inciso V do art. 13 da Lei nº 9.249/95), e para os FAPI (Lei nº 9.477/97), cujo ônus seja da pessoa jurídica, que exceder, em cada período de apuração, a vinte por cento do total dos salários dos empregados e da remuneração dos dirigentes da empresa, vinculados ao referido plano.

III.2.2 - Exclusões

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Podem ser excluídas do lucro líquido na apuração da base de cálculo da contribuição social:

a) o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido;

b) os lucros e dividendos derivados de investimentos no Brasil avaliados pelo custo de aquisição;

c) o valor da reversão das provisões indedutíveis, anteriormente adicionado;

d) a parcela dos lucros de contratos de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços, celebrados com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob o seu controle, empresa pública, sociedade de economia mista ou sua subsidiária, computada no lucro líquido, proporcional à receita dessas operações considerada nesse resultado e não recebida até a data do balanço de encerramento do período de apuração, inclusive quando quitados mediante recebimento de títulos públicos ou Certificados de Securitização, emitidos especificamente para essa finalidade, observado o disposto em normas específicas;

e) o valor das variações monetárias ativas das obrigações e direitos de crédito, em função das taxas de câmbio, não liquidadas no período, salvo na hipótese de opção pelo regime de competência;

f) o valor das variações monetárias passivas das obrigações e direitos de crédito, em função das taxas de câmbio, que foram adicionadas anteriormente, quando da correspondente liquidação da operação.

g) nos três primeiros trimestres do ano-calendário, os lucros disponibilizados no exterior e os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior;

 Os lucros disponibilizados no exterior e os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, excluídos dos resultados dos três primeiros trimestres, serão adicionados ao lucro contábil para fins de apuração do resultado ajustado do último trimestre do ano-calendário.

IV - Compensação de Bases Negativas (Lei nº 8.383/91, art. 44; Lei nº 8.981/95, art. 58 e Lei nº 9.065/95, arts. 12 e 16)

O lucro líquido, depois de ajustado pelas adições e exclusões prescritas ou autorizadas pela legislação da CSLL, poderá ser reduzido pela compensação de bases de cálculo negativas da CSLL de períodos de apuração anteriores em até, no máximo, 30% (trinta por cento) do referido lucro líquido ajustado.

A base de cálculo negativa da CSLL apurada por SCP somente poderá ser compensada com o resultado ajustado positivo decorrente da mesma SCP. É vedada a compensação de bases de cálculo negativas da CSLL com resultados ajustados positivos entre duas ou mais SCP ou entre estas e o sócio ostensivo.

Aplica-se à compensação de base negativas todas as regras aplicáveis à compensação de prejuízos fiscais na apuração do lucro real, base de cálculo do IRPJ, inclusive:

a) a vedação à compensação de bases negativas na ocorrência de mudança de controle societário e de ramo de atividade; e

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b) a vedação para a pessoa jurídica sucessora por incorporação, fusão ou cisão de compensar bases de cálculo negativas da CSLL da sucedida relativas a períodos de apuração anteriores, inclusive a eventualmente apurada no balanço do evento (Medida Provisória nº 1.858-7/99).

IV.1 - Atividade rural

Não se aplica o limite de 30% (trinta por cento) à compensação das bases negativas da CSLL decorrentes da atividade rural, com o resultado ajustado da mesma atividade.

No mesmo período de apuração, não se aplica o limite à compensação de base negativa da atividade rural com o resultado ajustado das demais atividades ou à compensação do resultado positivo da atividade rural com a base negativa das demais atividades.

O limite de 30% (trinta por cento) aplica-se à compensação das bases negativas decorrentes das demais atividades da pessoa jurídica rural com os resultados positivos da atividade rural ou de demais atividades em período subseqüente, bem como à compensação de bases negativas da atividade rural com o resultado ajustado de outra atividade determinado em período subseqüente.

 É vedada a compensação da base de cálculo negativa da atividade rural apurada no exterior com o resultado ajustado obtido no Brasil, seja este oriundo da atividade rural ou não.

V - Alíquota da CSLL

A partir de 1º de janeiro de 2003, nos termos do art. 37 da Lei nº 10.637/2002, a contribuição social será determinada mediante a aplicação da alíquota de 9% (nove por cento) sobre o lucro líquido ajustado (base de cálculo).

Instituições financeiras, seguradoras e empresas de capitalização

Foi estabelecido, por meio da Medida Provisória nº 413, de 03.01.2008, que a alíquota da CSLL será de 15% (quinze por cento), no caso de instituições financeiras, pessoas jurídicas de seguros privados e de capitalização. Em relação às demais pessoas jurídicas, a alíquota aplicável da contribuição permanece em 9% (nove por cento). Essa majoração da alíquota aplica-se a partir de 1º.05.2008.

 1 - A Instrução Normativa RFB nº 810, de 21.01.2008, também dispõe sobre a alíquota da CSLL aplicável aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de maio de 2008, relativamente às instituições financeiras, pessoas jurídicas de seguros privados e de capitalização.2 - O valor CSLL não poderá ser deduzido na determinação de sua própria base de cálculo, nem da base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas (Lei nº 9.316/96).

V.1 - Adicional vigente até o ano-calendário de 2002

Além da alíquota normal de 8% (oito por cento), que vigorou até 31.12.2002, no período de 1º. de maio de 1999 a 31 de dezembro de 2002, incidia sobre a base de cálculo da contribuição social um adicional:

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a) de 4% (quatro por cento), relativamente aos fatos geradores ocorridos de 1º de maio de 1999 a 31 de janeiro de 2000; e

b) de 1% (um por cento), relativamente aos fatos geradores ocorridos de 1º de fevereiro de 2000 a 31 de dezembro de 2002.

 Sobre a proporcionalização do adicional nos anos-calendário de 1999 e 2000, observar as regras da Instrução Normativa SRF nº 81/99.

VI - CSLL a pagar

A CSLL a pagar será a soma do valor encontrado pela aplicação da alíquota sobre o resultado ajustado, após as compensações de bases negativas.

VI.1 - Deduções da CSLL a pagar

Da CSSL trimestral, resultante da aplicação da alíquota sobre o resultado ajustado no trimestre, poderá ser deduzido o valor:

a) da CSLL retida na fonte relativa a receitas computadas na apuração do lucro líquido;

b) dos créditos, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativos aos tributos e contribuições administrados pela Receita Federal, objeto de PERD-COMP apresentado até a data de vencimento da CSLL;

c) do saldo negativo de CSLL de períodos de apuração anteriores;

d) no período de apuração encerrado em 31 de dezembro (trimestral ou anual), o imposto pago no exterior durante o ano-calendário ou que vier a ser pago até 31 de março do ano-calendário subseqüente, que exceder o valor compensável com o IRPJ devido no Brasil, relativo a lucros disponibilizados no exterior nos termos do art. 1º da Lei nº 9.532/97, com as alterações introduzidas pela MP nº 2.158-35/2001, e a rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior, durante o ano-calendário a que se refere o balanço, até o limite do valor da CSLL acrescido em decorrência dessa adição;

e) correspondentes às CSLL, relativas aos meses do ano-calendário, seja sobre a base estimada ou sobre o resultado apurado em balanço ou balancete de redução, pelas pessoas jurídicas optantes pela apuração anual, com recolhimentos mensais estimados, efetivamente pagas mediante Darf, ou que tenham sido objeto de parcelamento deferido até 31 de março do ano-calendário subsequente; e

f) correspondentes ao montante original de CSLL, apurado no transcorrer do ano-calendário, sobre a base de cálculo estimada ou sobre o resultado apurado em balanço ou balancete de redução, que seja objeto de parcelamento deferido pela SRF até 31 de março do ano-calendário subseqüente.

VII - Bônus de Adimplência Fiscal

Desde o ano-calendário de 2003, as pessoas jurídicas adimplentes com os tributos e contribuições administrados pela Receita Federal nos últimos cinco anos-calendário,

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poderão se beneficiar do bônus de adimplência fiscal de que trata o art. 38 da Lei nº 10.637/2002.

 O período de cinco anos-calendário será computado por ano completo, inclusive aquele em relação ao qual dar-se-á o aproveitamento do bônus.

VII.1 - Aquisição do direito ao bônus

Adquire-se o direito a utilização do bônus ao final ano-calendário em curso.

Não fará jus ao bônus a pessoa jurídica que, nos últimos cinco anos-calendário, se enquadre em qualquer das seguintes hipóteses, em relação a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal:

a) tenha sofrido lançamento de ofício (Auto de Infração ou Notificação de Lançamento;

b) possua débitos com exigibilidade suspensa (impugnação, recurso, depósito judicial ou administrativo, ou liminar em ação judicial);

c) tenha débitos inscritos em dívida ativa;

d) esteja inadimplente nos recolhimentos ou pagamentos de tributos e contribuições federais;

e) esteja em falta ou com atraso no cumprimento de obrigação acessória (Declarações).

Na hipótese de decisão definitiva, na esfera administrativa ou judicial, que implique desoneração integral da pessoa jurídica, as restrições relativas a débitos discutidos administrativamente ou judicialmente ou já inscritos em dívida ativa serão desconsideradas desde a origem.

 A Medida Provisória nº 75/2002, art. 35, havia estabelecido que o pagamento espontâneo, com os acréscimos legais, antes da utilização do bônus, garantiria o reconhecimento do direito. Referida Medida Provisória foi rejeitada pelo Congresso Nacional. Entretanto, a nosso ver, essa regra deverá prevalecer eis que compatível com o instituto da denúncia espontânea previsto no Código Tributário Nacional e com o bom direito.Da mesma forma, o cumprimento, ainda que a destempo, de obrigações acessórias, deve restabelecer o direito à utilização do bônus.

VII.2 - Cálculo e utilização do Bônus

O bônus de adimplência fiscal será calculado aplicando-se o percentual de 1% (um por cento) sobre a soma bases de cálculo mensais utilizadas para os recolhimentos mensais estimados relativos ao próprio ano-calendário, inclusive a base de cálculo do mês de dezembro.

O valor assim obtido será utilizado para reduzir a CSLL apurada no ajuste anual em 31 de dezembro.

Exemplo:

Lucro antes do IR e da CSLL: R$ 3.800.000,00

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Adições: R$ 1.600.000,00

Exclusões: R$ 0,00

Base de Cálculo da CSLL: R$ 5.400.000,00

CSLL devida a 9% X BC: R$ 486.000,00

(-) Bônus utilizado: R$ 82.000,00

CSLL a recolher 404.000,00

O valos do bônus não utilizado integralmente em um ano-calendário poderá ser utilizado no encerramento do ano-calendário seguinte, vedado o ressarcimento ou a compensação com outros tributos e contribuições.

 Não há previsão de aplicação de correção ou juros SELIC sobre o saldo não aproveitado.

VII.3 - Contabilização do bônus

O bônus será registrado na contabilidade da pessoa jurídica beneficiária:

a) na aquisição do direito, a débito de conta de ativo circulante e a crédito de Lucro ou Prejuízos Acumulados;

b) na utilização, a débito da provisão para pagamento da CSLL e a crédito da conta de ativo debitada quando da aquisição.

VII.4 - Utilização indevida do bônus

A utilização indevida do bônus implica a imposição das seguintes multas, previstas no inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430/96, sem prejuízo do disposto no § 2º, do mesmo artigo, com a redação dada pelo art. 70 da Lei nº 9.532/97, calculadas sobre o valor da CSLL que deixar de ser recolhida em razão da dedução indevida do bônus:

a) cento e cinqüenta por cento;

b) duzentos e vinte e cinco por cento, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimentos.

VIII - Desconto de créditos sobre depreciação

A Lei nº 11.051/2004, com redação dada pela Lei nº 11.452 de 2007, regulamentada pelo Decreto nº 5.222/2004, permite às pessoas jurídicas, tributadas com base no lucro real, a utilização de crédito relativo à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL, à razão de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o valor da depreciação contábil de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, adquiridos entre 1º de outubro de 2004 e 31 de dezembro de 2008, destinados ao ativo imobilizado e empregados em processo industrial do adquirente.

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As pessoas jurídicas poderão se beneficiar do crédito a partir do mês em que o bem entrar em operação até o final do quarto ano-calendário subseqüente àquele a que se referir o mencionado mês.

VIII.1 - Máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos abrangidos

As máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, cujas depreciações geram direito ao crédito são os relacionadas nos Decretos nº 5.222/2004; 4.955/2004 e 5.173/2004 e alterações posteriores, que embora estejam revogados, prestam-se para fins do crédito aqui tratado.

VIII.2 - Utilização do Crédito

O crédito será deduzido do valor da CSLL apurada, no regime trimestral ou anual.

A utilização do crédito está limitada ao saldo da CSLL a pagar, não gerando a parcela excedente, em qualquer hipótese, direito à restituição, compensação, ressarcimento ou aproveitamento em períodos de apuração posteriores.

Será admitida a utilização do crédito no pagamento mensal por estimativa. Entretanto, o crédito a ser efetivamente utilizado está limitado à CSLL apurada no encerramento do período de apuração.

O crédito só poderá ser utilizado após a compensação de base negativa de períodos anteriores, nunca inferior ao limite permitido na legislação.

 Essa disposição visa impedir a burla à perda do crédito no período, pela não compensação de bases negativas que não tem prazo para utilização.

VIII.3 - Reversão dos créditos utilizados

A partir do ano-calendário subseqüente ao término do período de gozo do benefício, deverá ser adicionado à CSLL devida o valor utilizado a título de crédito em função dos anos-calendário de gozo do benefício e do regime de apuração da CSLL.

A parcela a ser adicionada será devida pelo seu valor integral, ainda que a pessoa jurídica apure, no período, base de cálculo negativa da CSLL.

A pessoa jurídica que deixar de ser tributada com base no lucro real deverá adicionar os créditos aproveitados anteriormente, à CSLL devida relativa ao primeiro período de apuração do novo regime de tributação adotado.

Na hipótese de a pessoa jurídica vir a optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), o crédito aproveitado anteriormente, deverá ser recolhido em separado, em quota única, até o último dia útil de janeiro do ano-calendário a que corresponderem os efeitos dessa opção.

Na hipótese de extinção, a pessoa jurídica deverá recolher, em quota única, os créditos aproveitados anteriormente até o último dia útil do mês subseqüente ao evento.

Na hipótese de alienação dos bens cujas depreciações geraram os créditos o valor total aproveitado anteriormente deverá ser recolhido, em quota única, até o último dia útil do mês

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subseqüente ao da alienação ou ser adicionado ao valor da CSLL devida no período de apuração em que ocorrer a alienação.

IX - Pagamento da CSLL

IX.1 - Meios e formas

O pagamento é feito em DARF ou mediante transmissão eletrônica de fundos (caixas eletrônicos ou Home Bank), observados os seguintes Códigos:

a) 2030 - Apuração trimestral - Instituições Financeiras - Cota única ou 1ª Cota de 3;

b) 6012 - Apuração trimestral - Empresas em geral - Cota única ou 1ª Cota de 3;

c) 6758 - Saldo do Ajuste Anual - Instituições Financeiras;

d) 6773 - Saldo do Ajuste - Empresas em geral

IX.2 - Prazo de recolhimento

IX.2.1 - Em quota única

A CSLL será paga em quota única até o último dia útil do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração trimestral.

O saldo da CSLL apurado em 31 de dezembro do ano-calendário deverá ser pago em quota única até o último dia útil do mês de março do ano subseqüente, acrescido de juros equivalentes à taxa SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir de 1º de fevereiro até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento.

IX.2.2 - Parcelamento em quotas

Opcionalmente a CSLL apurada em cada trimestre poderá ser paga em até três quotas mensais, iguais e sucessivas, no valor mínimo de R$ 1.000,00, vencíveis no último dia útil dos três meses subsequentes ao de encerramento do período de apuração a que corresponder, observando:

a) 1ª quota (vence no mês determinado para a quota única) : sem encargo;

b) 2ª quota - juros de 1%;

c) 3ª quota - SELIC do mês anterior, mais 1 %.

IX.2.3 - Restituição ou compensação de saldo negativo

O saldo negativo da CSLL poderá ser restituído ou compensado a partir do encerramento do trimestre, acrescido de juros equivalentes à taxa referencial do Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados a partir do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração até o mês anterior ao da restituição ou compensação e de um por cento relativamente ao mês em que esta estiver sendo efetuada.

O saldo negativo da CSLL apurado em 31 de dezembro do ano-calendário, pelas pessoas jurídicas com período de apuração anual, poderá ser compensado a partir do mês de janeiro do ano-

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calendário subseqüente ao do encerramento do período de apuração, assegurada a alternativa de requerer a restituição.

Nesta hipótese, os valores devidos com base na receita bruta e acréscimos ou em balanço ou balancete de suspensão ou redução, pagos até o último dia útil do mês subseqüente a que se referir, relativos aos meses de janeiro a novembro, que excederem o valor devido em 31 de dezembro do ano-calendário, no ajuste anual, serão atualizados pelos juros equivalentes à taxa SELIC, acumulada mensalmente, calculados a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subseqüente até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de um por cento relativamente ao mês em que a compensação ou restituição estiver sendo efetuada.

A pessoa jurídica que tenha parcelado valores mensais de CSLL apurados sobre a base de cálculo estimada ou em balanço ou balancete de redução, deverá excluir desse saldo o montante correspondente aos valores parcelados, não podendo as prestações do parcelamento não pagas até 31 de março do ano-calendário subseqüente gerar saldo negativo de CSLL a compensar ou a restituir.

O saldo da CSLL parcelada que não for compensado poderá ser compensado com os valores da CSLL em períodos subseqüentes, até o montante das parcelas efetivamente pagas do parcelamento.

X - Informação na DCTF

A CSLL apurada trimestralmente ou anualmente (resultado do ajuste anual) deverá ser informada na DCTF relativa dos meses ou do semestre relativos aos encerramento dos respectivos períodos de apuração.

Fundamentação

Lei nº 7.689/88

Lei nº 8.003/90

Lei nº 8.034/90

Lei nº 8.541/92

Lei nº 8.981/95

Lei nº 9.065/95

Lei nº 9.249/95, art. 13

Lei nº 9.316/96

Lei nº 9.430/96

Lei nº 9.532/97

Lei nº 9.718/98

Lei nº 9.779/99

Page 24: CSLL - Empresas Em Geral - Tributadas Pelo Lucro Real - Roteiro de Procedimentos

Lei nº 9.959/2000

Lei nº 10.426/2002

Lei nº 10.637/2002

Lei nº 10.684/2003

Lei nº 10.833/2003

Lei nº 11.051/2004

Lei nº 11.452/2007

Medida Provisória nº 413/2008

Medida Provisória nº 2.158-35/2001, art. 83

Medida Provisória nº 2.159-70/2001

Decreto nº 5.222/2004

Instrução Normativa SRF nº 390/2004

Outros atos citados no texto.

Clique nos links abaixo para ver outros documentos também classificados no assunto :

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO - CSLL

Veja por exemplo :Comentários.

- 18/06/2009 - Federal - CSLL - Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - Lucro Presumido e Arbitrado - Roteiro de Procedimentos

Veja por exemplo : Atos legais.

- 23/01/2009 - MP - Constitui fonte adicional de recursos para ampliação de limites operacionais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES e dá outras providências.