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Dissertação crítica
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CURSO BACHAREL EM SERVIÇO SOCIAL.
MARIA DE FÁTIMA CIDREIRA
CULTURA
SALVADOR2014
MARIA DE FÁTIMA CIDREIRA
CULTURA
Dissertação crítica desenvolvida como
parte avaliativa da Unidade I, proposta
pelo professor Carlos Lima da disciplina
Sociologia II, do Curso Serviço Social,
turma SESAN.4, Faculdade São
Salvador.
SALVADOR2014
CULTURA
O homem, como ser sociável, em toda sua trajetória procurou se organizar em
sociedade, construindo sua personalidade produzindo e realizando tradições e
manifestações inerentes a cada grupo social, ou seja, sociedade, que resulta numa
diversidade cultural se estende no tempo e espaço, porém específica regionalmente.
Diante a essa diversidade e sua complexidade, definição conceitual para cultura trás
múltiplas concepções e às vezes paradoxal.
Cultura, na forma conceitual mais simples, vem ser toda produção do homem, material
ou imaterial, ou ainda pode ser entendido como todo complexo de conhecimentos e toda
habilidade do homem empregado socialmente, incluindo a totalidade de comportamento
assimilado independente da inquisição biológica, Logo, a cultura apresenta como
características: a universalidade, por está presente em todas as sociedades; adquirível -
se obtém através da observação, convivência, aprendizagem e reprodução; acumulação -
é acumulativa por reproduzir através do conjunto de produções anteriores;
compartilhável - socializada de pessoas para pessoas, de grupos para grupos, tornando-
os participantes da mesma cultura; simbólica - representação de determinada situação
ou fatos variados de uma época para outra, de uma sociedade para outra; receptividade –
aceita por outra sociedade, neste trato, característica marcante no Brasil devido ao modo
descontraído e informal que trata os turistas estrangeiros.
Para haver cultura é necessário à presença do espírito coletivo, assim sendo assume uma
significação mais abrangente, é o conjunto de práticas, de técnicas, de símbolos e de
valores que devem ser transmitidos às novas gerações para garantir a convivência
social, ou seja, transmitir para reproduzir, assim sendo certifica a característica
adquirível, acumulativa e compartilhável. Como não existe sociedade sem cultura
apropria a universalidade.
O folclore, por exemplo, é um tipo de cultura que se apresenta de forma diversificada
em decorrência da especificidade de cada região. Outro exemplo é o carnaval, embora
retrate uma manifestação popular ocorre atrás de diferente modo de expressão que
caracteriza cada região, ou cidade.
Para os sociólogos cultura é conjunto de tradições construídas em sociedades a partir de
variados elementos construtores, tais são: valores – norma de conduta aplicável na
sociedade definindo que comportamento os integrantes do grupo devem assumir de
modo que favoreça a totalidade, contudo, o que pode ser considerado valorativo pra
uma sociedade pode não ser para outra; crenças – ideias específicas adotadas pelos
integrantes; normas – direcionamento através de regras que estabelecem o que é certo
ou errado para tornar possível o convívio dentro da sociedade, podendo ser especificada
como formal ou informal, assim como pode ocorrer como nos valores, variável de um
grupo social para outro; leis – detalhamento das normas e penalidades conforme
inflação; língua – elemento fundamental que favorece e transmite a cultura; símbolos –
representantes das expressões culturais; produção material – objetos produzidos
característicos de determinada sociedade, destacando no Brasil o artesanato fomentando
a preservação de suas técnicas e a economia para os excluídos do mercado de trabalho
formal; e produção imaterial – expressões intelectuais transmitidas através de
composições literárias, obras de arte, musicais, dramatizações, etc.
Toda cultura é intrínseca historicamente em sua particularidade, desta forma cada
sociedade deve ser compreendida, por mais estranha que pareça, a partir de seu
arquétipo construído tradicionalmente. Os padrões comportamentais são diversificados
ao que refere as mesmas ocorrências, cada grupo social desenvolve valores e normas
convenientemente. Quando uma sociedade reconhece outra cultura como diferente e
busca pela lógica desta através de comparações à sua, a qual considera superior a outra,
é chamado de etnocentrismo, como ocorria nas sociedades ocidentais ao se deparar com
grupos de cultura diferentes. Quando examinam outras culturas sem empregar os
próprios valores os sociólogos e antropólogos denominam como relativismo cultural,
respeito às culturas diferentes sem subjulgar superioridade ou inferioridade. A vantagem
do etnocentrismo está em consistir uma identidade social e coesão cultural, porém
fomenta discriminações vindas da intolerância, nacionalismo desacerbado, promovendo
a exclusão.
A partir do relativismo, as realizações culturais passaram a ser entendida como parte de
uma imensa diversidade, onde o comportamento humano é visto em sua
multipluralidade, qual existem comportamentos aplausíveis para um grupo social que
são, não apenas inadequados para outros, como totalmente inconcebíveis. Dentro da
diversidade cultural a padrões comuns entre as sociedades, quais os antropólogos
denominam como padrão universal de cultura, portando a forma de concretizá-los se
diversifica universalmente e são reconhecidos como variação cultural. Dada à
importância da diversidade cultural na totalidade sociais a UNESCO promulgou a
Declaração Universal sobre a diversidade cultural assegurando princípios de proteção e
promoção das diversas expressões culturais previsto no reconhecimento equidade
dignas e respeito mútuo entre as culturas, a qual inclui os grupos minoritários.
O acesso de uma sociedade a outra possibilitou uma mesclagem cultural resultando em
mudanças de hábitos dos grupos envolvidos, consoante que mutuamente são difundidas,
influenciadas num processo de aspiração de uma cultura pela outra de modo voluntário,
este processo é chamado de aculturação, ou seja, processo de adquirir elementos
culturais de outro grupo, ou, as pessoas aprendem os padrões de comportamento do seu
grupo social. Entre as possibilidades de ocorrência de aculturação estão à migração e a
globalização. O processo, de absorção cultural, de modo imposto é chamado de
inculação, por exemplo, a postura etnocêntrica dos portugueses perante os índios no
período do descobrimento do Brasil impondo sua cultura.
No processo migratório pode haver ou não absorção cultural entre grupos sociais, os
imigrantes, embora tenha contato com a cultura principal do lugar em que passa a viver,
mantém a prática da sua, processo denominado subcultura, há ainda a contracultura que
se dá com a emigração de pessoas que rejeitam a cultura de seu próprio meio e passa a
viver em comunidades de vida mais simples.
Mediante aos traços próprios, toda construção cultural forma patrimônio cultural que é
fundamental para o mecanismo de identidade sociocultutal. Patrimônio Cultural é o
conjunto de bens materiais e imateriais de interesse coletivo, indispensável para manter
o passado vivo. Identificados e separados por culturas, reunidos em bibliotecas, museus,
em cidades o patrimônio cultural é representado por objetos, monumentos, históricos,
arquiteturas, rodovias, agricultura, ente outros. Foi na Idade Média que teve início a
constituição do patrimônio cultural, através da realeza que preenchia os palácios com
obras de artes, seguido pelos senhores da nobreza e líderes religiosos. Logo, patrimônio
cultural são heranças de culturas passadas vivenciadas no presente e transmitida às
futuras gerações. Na acepção religiosa é uma coletânea de símbolos consagrados e
ideologicamente é o que um grupo dominante, como da elite, político, científico,
econômico e o próprio religioso determinam e resolvem conservar como patrimônio
coletivo, independente das acepções coletivas, como é o caso de tombamentos que são
definidos por órgãos governamentais. Entendo que o patrimônio cultural não é a única
representação da cultura de uma sociedade, a dança, livros, música são uns de muitos
outros exemplos.
A música, o livro e dramatizações são representações culturais que fomentam o
mercado capitalista, formando uma indústria cultural através das gravadoras e rádios,
editora e livrarias, redes televisíveis e cinema, jornais revistas. A música baiana, por
exemplo, ao expressar, inicialmente, a cultura baiana gerou uma grande indústria
musical que vem se ampliando influenciada por outras tendências. Assim como na
musicalidade baiana ocorrem nos diversificados condutos culturais e de forma
influenciáveis, a exemplo, filmes, novelas, modalidades musicais que interferem e
transforma comportamentos das pessoas adulterando a cultura habitual, em decorrência
da cultura de massa.
A cultura de massa está estritamente ligada aos veículos de comunicação, promoventes
da massificação cultural, que por sua vez promove o mercado consumidor, porém antes
da comercialização concentrada, o jornal, percussor dos veículos de informação, além
de levar informações influenciava ideologicamente à sociedade. Com o surgimento do
rádio, cinema, televisão intensificou as influências tornando uma sociedade midiática e
a cultura popular começou a ser ameaçada, à medida que foi desenvolvendo a indústria
cultura.
O conceito de indústria cultural tem abrangência em contexto histórico que trás os
artifícios nazista e americano, a qual diferem entre indústria cultural que se origina do
Estado e das que sucedem das empresas, das indústrias e do comércio. O nazismo era
completamente consciente da eficiência do rádio, porém os Estados Unidos trazia nas
rádios elementos que os alemães desconheciam, o construtor da sociedade de massa
americana e sua cultura.
Durante a Guerra eram transmitidos no rádio, através de programas deslocados dos
Estados Unidos, informações sobre a guerra, quais aproveitavam a oportunidade para
difundir a cultura norte-americana. Com o fim da Guerra, as relações entre a União
Soviética e Estados Unidos foram rompidas e passam a disputar os espaços de
influência. Os Estados Unidos assumiu um posicionamento de liderança de uma
indústria especial, cultural capitalista, que produzia mercadoria de valor simbólico
muito grande, com produção em grande escala, a manipulação de consciência,
considerado pelos filósofos como percussor do declínio da cultura ocidental. Essa
produção fenomenal foi denominada pelos sociólogos como invasão cultural.
A música e o cinema norte-americano começaram a disseminar características de sua
cultura de forma estratégica objetivando e obtendo resultados de rápida absorção pelos
países. Toda indústria cultural participa dos interesses econômicos das empresas
envolvidas no processo, produzindo inovações e comercialização aceleradas tornando
inviável a efetivação de uma modalidade cultural, sem contar a inclinação para o
mercado internacional, o qual o americano trás predominância, principalmente no
Brasil, com o mercado cinematográfico, turístico, centros financeiros, etc. através dos
meios de comunicação, hoje, favorecidos pela globalização, construtores da cultura de
massa. Com essas ferramentas o Brasil passou a se americanizar ameaçando a própria
cultura, cercando-se de games, hot-dogs, jeans, self, soul, drugstore, feedbacks, etc.,
etc., assim como, não só no Brasil como em quase todos os países ocidentais, a
utilização tecnológica no dia-a-dia tornou-se uma cultura que exprimi um deliberado
estilo de vida inspirado no consumismo originado nos Estados Unidos.
REFERÊNCIA
CULTURA. Apostila, pp. 137-150. Disponibilizada pelo professor Carlos Lima da disciplina Sociologia II.