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Cultura/Lazer Paraíba Quarta-feira, 04 de maio de 2011 C3 Palavras Cruzadas Jogo dos Oito Erros Passatempo Soluções Sudoku A PEDIDO DE BONO Pixies pode gravar disco após 20 anos CONTINUAÇÃO DA CAPA Caleidoscópio Midiático “Tancredo – A Travessia” LÚCIO VILAR [email protected] Sílvio Tendler se lançou nas vastas estradas monta- nhosas de Minas para reconstituir a trajetória política de Tancredo Neves, empreitada cinematográfica que teve exibição no 16º Festival É tudo Verdade! no mês passado. Assisti ao filme “Tancredo - A Travessia” com a mais legítima expectativa de quem aprecia a filmografia deste que é um dos melhores na seara do cinema de não-ficção. “Jango” e “Utopia e Barbárie” são expressões incontestes de um cineasta refinado que rebusca a história para eluci- dar passado e presente, iluminando zonas cinzentas para desmontar verdades até então cristalizadas. Assisti e fiquei com o pé atrás. Dia seguinte, a Folha de São Paulo estampa crítica da articulista política Eliane Castanhêde (na Ilustrada!...), e aí consolidei o sentimento experimentado na sessão da noite anterior em que não reconheci o velho Tendler. Ou seria mais adequado falar do dia em que o mestre errou a mão? Ora, se a articulista citada tem lá suas assumidas simpatias pela ‘alta plumagem do tucunato paulistano’, e teceu loas ao filme com direito a todos os confetes – e nenhuma crítica, diga-se! – cai a ficha de todo sentido que fez não ter gostado tanto assim. Dou-me conta para o que torci o nariz na obra e das razões em questão. O recurso da narração em off remete à estética do jor- nalismo televisivo, e essa opção demasiadamente conven- cional provoca o primeiro estranhamento. Apesar do peso da pesquisa e do rico material de arquivo, o filme peca pelo tom excessivamente reverencial. Eis o segundo e mais grave estranhamento. Aprendi com outro mestre, Vladimir Carvalho, ser inerente à natureza do documentário a condição do contra- ditório. Na travessia ‘tancrediana’ pelas lentes do diretor, não há voz dissonante, não há contraponto. Mais um dia depois, a mesma Folha revela terem sido cortadas cenas de doação financeira de Maluf à campanha de Tancredo. Tendler se defende dizendo que a cena supri- mida não era informação. Era “ruído”. Será?!... Em Cartaz Cartas foram parar em antiquário francês São Paulo, SP (Folhapress) - A banda norte-americana Pixies está pensando em gra- var um novo álbum, após muitos pedidos de fãs. Entre eles, um ilustre - o vocalista do U2, Bono. Separada des- de 1993, a banda se reuniu novamente em 2004 e tem feito turnê desde então. No ano passado, a banda veio ao Brasil e se apresen- tou no festival SWU, em Itu. No entanto, O úl- timo álbum da banda, Trompe le Monde, foi lançado há 20 anos. “Até mesmo o Bono pediu... Ele dis- se: ‘por favor, façam um novo disco’”, disse o guitarrista da banda, Joey Santiago. “Nós não podemos deixar de fazer algo. Isso seria frustrante. Acho que deveríamos gravar um novo álbum. Mas ain- da não está decidido”. O Tony Awards, maior prêmio do teatro dos EUA, teve a lista de indicados deste ano anun- ciada. O musical The Scottsboro Boys, dos mesmos criadores de South Park, obteve 12 indicações. Al Pacino concorre como melhor ator pela peça The Merchant of Venice. Tony anuncia indicados DIVULGAÇÃO Pastoril em formato pocket Peça cômica será apresentada hoje em uma choperia HUMOR DIVULGAÇÃO ANTÔNIO VICENTE FILHO Durante todo este mês, às quartas-feiras, a turma da Companhia Pa- raibana de Comédia vai mostrar a arte do Pasto- ril Profano, com o projeto Quarta Gozada. Será no Chopp Time, às 20h. Edilson Alves, diretor e ator da companhia, dis- se que a idéia é o espaço e o cenário acontecerem como se estivessem num programa de televisão ten- do o público participando na platéia. “A proposta é fazer uma interatividade dos atores com a platéia”, afirma. Com duração de 80 minutos, o espetáculo é dividido em duas partes, cada de 40 minutos, com um intervalo de cinco mi- nutos do primeiro para o segundo ato. Com essa proposta, Edilson Alves acha que “vamos fazer todo mundo rir muito”. KUBITSCHEK PINHEIRO Em sua cartas para Domitila, no livro Titília e o Demonão, Dom Pedro I tentava reafirmar sua fide- lidade: “Eu já não namoro a ninguém depois que lhe dei minha palavra de hon- ra, e assim não lhe mereço teus ataques”. Mas os ciúmes dele por Domitila não são me- nos intensos, a ponto de o Libertador reclamar do número de carruagens na casa da marquesa, que lhe parece suspeito. Essas cartas não es- tão no Brasil, segundo o autor, por que uma senho- ra, provavelmente uma parenta da Marquesa de Santos, vendeu esses do- cumentos amorosos para o Charles Chadenat, um antiquário parisiense que as revendeu para um an- tiquário alemão. “Algumas cartas do d. Pedro I para a Marquesa de Santos foram utilizadas como material panfletário no início da república, para falar mal do antigo regime. Provavelmente a família resolveu comercializar es- sas 94 cartas no exterior para evitar que elas tives- sem o mesmo propósito das demais. Isso aconte- ceu 1890 e 1916, quando o milionário norte-ameri- cano, que fundou a Hispa- nic Society, comprou esse lote de cartas em um leilão na Alemanha”, disse. O autor está em cam- po pesquisando material para a biografia sobre a Marquesa de Santos, que deverá se lançada até o ano que vem. O livro foi já lançado na Livraria da Vila, em São Paulo. “Por enquanto está previsto uma noite de autógrafos no Rio de Janeiro e quero lançar aí em João Pessoa que também é uma cidade maravilhosa”, informa. Não só a transcrição Ele espera que os empre- sários e produtores cultu- rais passem a abrir mais espaços para o humor. “A comédia paraíbana precisa de apoio e este é um bom caminho”, avisa. A ideia é que outros comediantes também se- jam a atração de futuras apresentações. QUARTA GOZADA - PASTO- RIL PROFANO. No Chopp Time (Av. Argemiro de Figueiredo, Bessa, João Pessoa), hoje, às 20h. Pastoril Profano: abrindo um novo espaço para a comédia das cartas pelo Paulo Re- zzutti é impecável, como também o são os comen- tários com que ele as ex- plica e lhes dá contexto, proporcionando ao leitor uma aula enriquecedora e muitíssimo agradável so- bre um dos períodos — e sobre alguns dos persona- gens — mais fascinantes da nossa História. É ler para crer! “Todas as cartas iné- ditas foram transcritas. O que ficou de fora des- se livro é o material que irá entrar na biografia da Marquesa de Santos, en- tre elas uma parte bas- tante picante que descobri recentemente de como ela ‘prendeu’ o D. Pedro por sete longos anos”, fecha. Rezzutti agora se debruça em uma biografia da Marquesa DIVULGAÇÃO Pixies: a banda voltou, mas ainda nada de discos DIVULGAÇÃO CLARICE CARDOSO São Paulo (Folha- press) - É do outro lado da vida, ou quase, que Clay (Rob Buckley) e Quinn (Shantel VanSanten) re- tornam na oitava tempo- rada de One Tree Hill, que estreia amanhã na Fox (21h). Clay acha que não passou de um sonho o tiro que Quinn levou de Katie (Amanda Schull). E, assim, os dois passam os dias juntos, no que se re- velará como uma curiosa experiência extracorpórea, que eles vivenciam à beira da morte. A reviravolta é par- te da estratégia que a sé- rie, que aborda a vida de jovens na faixa dos 20 anos, bolou no ano pas- sado para superar a perda de um protagonista (Chad Michael Murray). Esta temporada terá outra atração: a aguarda- da participação do roquei- ro Dave Navarro. ‘One Tree Hill’ recomeça nesta quarta

Cultura/Lazer DIVULGAÇÃO Caleidoscópio Midiático Em Cartaz · Chopp Time, às 20h. Edilson Alves, diretor e ator da companhia, dis- ... dei minha palavra de hon-ra, e assim não

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Cultura/Lazer Paraíba Quarta-feira, 04 de maio de 2011 C3

Palavras Cruzadas Jogo dos Oito Erros

Passatempo

Soluções

Sudoku

A PEDIDO DE BONO

Pixies pode gravar disco após 20 anos

CONTINUAÇÃO DA CAPA

Caleidoscópio Midiático

“Tancredo – A Travessia”

LÚCIO [email protected]

Sílvio Tendler se lançou nas vastas estradas monta-nhosas de Minas para reconstituir a trajetória política de Tancredo Neves, empreitada cinematográfica que teve exibição no 16º Festival É tudo Verdade! no mês passado.

Assisti ao filme “Tancredo - A Travessia” com a mais legítima expectativa de quem aprecia a filmografia deste que é um dos melhores na seara do cinema de não-ficção. “Jango” e “Utopia e Barbárie” são expressões incontestes de um cineasta refinado que rebusca a história para eluci-dar passado e presente, iluminando zonas cinzentas para desmontar verdades até então cristalizadas.

Assisti e fiquei com o pé atrás. Dia seguinte, a Folha de São Paulo estampa crítica da articulista política Eliane Castanhêde (na Ilustrada!...), e aí consolidei o sentimento experimentado na sessão da noite anterior em que não reconheci o velho Tendler. Ou seria mais adequado falar do dia em que o mestre errou a mão?

Ora, se a articulista citada tem lá suas assumidas simpatias pela ‘alta plumagem do tucunato paulistano’, e teceu loas ao filme com direito a todos os confetes – e nenhuma crítica, diga-se! – cai a ficha de todo sentido que fez não ter gostado tanto assim. Dou-me conta para o que torci o nariz na obra e das razões em questão.

O recurso da narração em off remete à estética do jor-nalismo televisivo, e essa opção demasiadamente conven-cional provoca o primeiro estranhamento. Apesar do peso da pesquisa e do rico material de arquivo, o filme peca pelo tom excessivamente reverencial. Eis o segundo e mais grave estranhamento.

Aprendi com outro mestre, Vladimir Carvalho, ser inerente à natureza do documentário a condição do contra-ditório. Na travessia ‘tancrediana’ pelas lentes do diretor, não há voz dissonante, não há contraponto.

Mais um dia depois, a mesma Folha revela terem sido cortadas cenas de doação financeira de Maluf à campanha de Tancredo. Tendler se defende dizendo que a cena supri-mida não era informação.

Era “ruído”. Será?!...

Em Cartaz

Cartas foram parar em antiquário francêsSão Paulo, SP

(Folhapress) - A banda norte-americana Pixies está pensando em gra-var um novo álbum, após muitos pedidos de fãs. Entre eles, um ilustre - o vocalista do U2, Bono.

Separada des-de 1993, a banda se reuniu novamente em 2004 e tem feito turnê desde então. No ano passado, a banda veio ao Brasil e se apresen-tou no festival SWU,

em Itu.No entanto, O úl-

timo álbum da banda, Trompe le Monde, foi lançado há 20 anos.

“Até mesmo o Bono pediu... Ele dis-se: ‘por favor, façam um novo disco’”, disse o guitarrista da banda, Joey Santiago. “Nós não podemos deixar de fazer algo. Isso seria frustrante. Acho que deveríamos gravar um novo álbum. Mas ain-da não está decidido”.

O Tony Awards, maior prêmio do teatro dos EUA, teve a lista de indicados deste ano anun-ciada. O musical The Scottsboro Boys, dos mesmos criadores de South Park, obteve 12 indicações. Al Pacino concorre como melhor ator pela peça The Merchant of Venice.

Tony anuncia indicadosDIVULGAÇÃO

Pastoril em formato pocketPeça cômica será apresentada hoje em uma choperia

HUMOR

DIVULGAÇÃO

ANTÔNIO VICENTE FILHO

Durante todo este mês, às quartas-feiras, a turma da Companhia Pa-raibana de Comédia vai mostrar a arte do Pasto-ril Profano, com o projeto Quarta Gozada. Será no Chopp Time, às 20h.

Edilson Alves, diretor e ator da companhia, dis-se que a idéia é o espaço e o cenário acontecerem como se estivessem num programa de televisão ten-do o público participando na platéia. “A proposta é fazer uma interatividade dos atores com a platéia”, afirma.

Com duração de 80 minutos, o espetáculo é dividido em duas partes, cada de 40 minutos, com um intervalo de cinco mi-nutos do primeiro para o segundo ato. Com essa proposta, Edilson Alves acha que “vamos fazer todo mundo rir muito”.

KUBITSCHEK PINHEIRO

Em sua cartas para Domitila, no livro Titília e o Demonão, Dom Pedro I tentava reafirmar sua fide-lidade: “Eu já não namoro a ninguém depois que lhe dei minha palavra de hon-ra, e assim não lhe mereço teus ataques”.

Mas os ciúmes dele por Domitila não são me-nos intensos, a ponto de o Libertador reclamar do número de carruagens na casa da marquesa, que lhe parece suspeito.

Essas cartas não es-tão no Brasil, segundo o autor, por que uma senho-ra, provavelmente uma parenta da Marquesa de Santos, vendeu esses do-cumentos amorosos para o Charles Chadenat, um antiquário parisiense que as revendeu para um an-tiquário alemão.

“Algumas cartas do d. Pedro I para a Marquesa

de Santos foram utilizadas como material panfletário no início da república, para falar mal do antigo regime. Provavelmente a família resolveu comercializar es-sas 94 cartas no exterior para evitar que elas tives-sem o mesmo propósito das demais. Isso aconte-ceu 1890 e 1916, quando o milionário norte-ameri-cano, que fundou a Hispa-nic Society, comprou esse lote de cartas em um leilão na Alemanha”, disse.

O autor está em cam-po pesquisando material para a biografia sobre a Marquesa de Santos, que deverá se lançada até o ano que vem. O livro foi já lançado na Livraria da Vila, em São Paulo. “Por enquanto está previsto uma noite de autógrafos no Rio de Janeiro e quero lançar aí em João Pessoa que também é uma cidade maravilhosa”, informa.

Não só a transcrição

Ele espera que os empre-sários e produtores cultu-rais passem a abrir mais espaços para o humor. “A comédia paraíbana precisa de apoio e este é um bom caminho”, avisa.

A ideia é que outros

comediantes também se-jam a atração de futuras apresentações.

QUARTA GOZADA - PASTO-RIL PROFANO. No Chopp Time (Av. Argemiro de Figueiredo, Bessa, João Pessoa), hoje, às 20h.

Pastoril Profano: abrindo um novo espaço para a comédia

das cartas pelo Paulo Re-zzutti é impecável, como também o são os comen-tários com que ele as ex-plica e lhes dá contexto, proporcionando ao leitor uma aula enriquecedora e muitíssimo agradável so-bre um dos períodos — e sobre alguns dos persona-gens — mais fascinantes da nossa História. É ler

para crer!“Todas as cartas iné-

ditas foram transcritas.O que ficou de fora des-se livro é o material queirá entrar na biografia daMarquesa de Santos, en-tre elas uma parte bas-tante picante que descobrirecentemente de como ela‘prendeu’ o D. Pedro porsete longos anos”, fecha.

Rezzutti agora se debruça em uma biografia da Marquesa

DIVULGAÇÃO

Pixies: a banda voltou, mas ainda nada de discos

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CLARICE CARDOSO

São Paulo (Folha-press) - É do outro lado davida, ou quase, que Clay(Rob Buckley) e Quinn(Shantel VanSanten) re-tornam na oitava tempo-rada de One Tree Hill, queestreia amanhã na Fox(21h).

Clay acha que nãopassou de um sonho otiro que Quinn levou deKatie (Amanda Schull). E,assim, os dois passam osdias juntos, no que se re-velará como uma curiosaexperiência extracorpórea,que eles vivenciam à beirada morte.

A reviravolta é par-te da estratégia que a sé-rie, que aborda a vida dejovens na faixa dos 20anos, bolou no ano pas-sado para superar a perdade um protagonista (ChadMichael Murray).

Esta temporada teráoutra atração: a aguarda-da participação do roquei-ro Dave Navarro.

‘One Tree Hill’ recomeçanesta quarta