Curso de Aprendizes Do Evangelho - Primeiro Ano - 21 Edição (FEESP)

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    CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO21. EdioDezembro/2010

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    FEESP - CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO

    objetivo do Curso de Aprendizes do Evangelho propiciar ao aluno uma viso geral do Velho Testamento, mas,principalmente, o aprofundamento no estudo do Novo Testamento, dando enfoque especial aos ensinamentosdo Evangelho e das Epstolas, Segundo o Espiritismo.

    Este trabalho tem como objetivo geral, levar o aluno a uma assimilao do contedo doutrinrio. Para tanto,

    buscou-se a fidelidade devida aos textos da Codificao, assim como, induzi-lo ao conhecimento de si mesmo,de suas potencialidades e conseqente modificao de sua conduta interior perante o mundo e a vida emsociedade.

    Quanto ao contedo programtico, os cursos so constitudos de vinte e quatro lies, contendo a essncia dosLivros da Codificao, abordados de forma sucinta e didtica.

    Nossos livros consistem em textos base, explanados de forma clara e acessvel, de forma a permitir ao alunouma viso metodolgica do todo. Nesse aspecto caber ao expositor desenvolver, completar, aprofundar essestextos de forma precisa e objetiva.

    Dessa maneira, a Educao Esprita, em consonncia com o nosso tempo, sugerem uma Pedagogia Ativa, ouseja, uma proposta de Educao projetada para o futuro; centrada no sujeito, na Vida.

    rea de Ensino

    ContedoApresentao 41. Aula - A Evoluo Da Religiosidade Atravs Dos Tempos 5

    Parte AO Incio ................................................................................................................................... 5

    Parte B - A Religio Na Atualidade ........................................................................................................ 72 Aula - Noes Gerais Sobre A Bblia 9Parte A - O Velho Testamento ............................................................................................................... 9Parte B - O Novo Testamento .............................................................................................................. 11

    3 Aula - Gnese Mosaica e KardequianaGnese Espiritual 14Parte A - Deus, Gnese Mosaica e Kardequiana .................................................................................. 14Parte B - A Gnese Espiritual ............................................................................................................... 16

    4. Aula - A Formao Do Povo Hebreu e o Declogo 18Parte A - A Raa Admica e a Histria Do Povo Hebreu ...................................................................... 18Parte BMoiss e o Declogo ............................................................................................................ 20

    5. Aula - As Profecias Sobre a Vinda do Messias - Os Domnios Estrangeiros e o Mundo Romano 23Parte A - As Profecias Sobre a Vinda do Messias ................................................................................. 23Parte B - Domnios Estrangeiros e o Mundo Romano .......................................................................... 24

    6 Aula - O Povo Judeu, Sua Organizao Social, Poltica E Religiosa 27Parte A - Organizao Social e Poltica ................................................................................................ 27Parte B - Organizao Religiosa do Povo Judeu ................................................................................... 29

    7 AulaJoo Batista - Nascimento e Famlia, a Prtica do Batismo, Pregao e Morte 31Parte A - Um Profeta Chamado Elias ................................................................................................... 31Parte B - Desmistificando o Batismo ................................................................................................... 33

    8. Aula - Jesus; Anunciao, Nascimento, Famlia, Vida Dos 12 Aos 30, Formao Religiosa e Espiritual 35Parte A - Anunciao e Nascimento .................................................................................................... 35Parte B - Jesus: Infncia Vida Pblica ................................................................................................ 37

    9 AulaO Colegiado Apostlico 39Parte AA Formao do Colegiado Apostlico .................................................................................. 39Parte BA Misso dos Apstolos ....................................................................................................... 42

    10 Aula - Os Sermes do Novo Testamento 44Parte A - Sermes do Monte, Proftico, do Cenculo, dos Oito Ais ................................................. 44Parte B - O Sermo do Monte: As Bem-Aventuranas - (Mt 5: 1-12) ................................................... 46

    11 Aula - Bem-Aventurados os Mansos - Bem-Aventurados os Misericordiosos 49Parte A - Bem-Aventurados Os Mansos .............................................................................................. 49

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    Parte B - Bem-Aventurados os Misericordiosos .................................................................................. 5112 AulaBem-Aventurados os Pacficos 53

    Parte AOs Pacficos .......................................................................................................................... 53Parte BQuando Vos Insultarem ........................................................................................................ 56

    13 AulaA Misso Crist no Mundo e a Perfeio da Lei 58Parte AVs Sois o Sal da terra e a Luz do Mundo ............................................................................. 58Parte BNo Vim Destruir a Lei ......................................................................................................... 60

    14 Aula

    Casamento, Famlia e Divrcio 62Parte ACasamento e Famlia ............................................................................................................ 62Parte BDivrcio ................................................................................................................................ 64

    15 AulaAmai os Vossos Inimigos 66Parte AOlho por Olho, Dente por DenteSe Algum te Ferir na Face Direita................................ 66Parte BAmor aos Inimigos - Julgamento .......................................................................................... 68

    16 AulaEsmola e Orao 70Parte AEsmola ................................................................................................................................. 70Parte BO Modelo de OraoA Confiana na Orao .................................................................... 73

    17 AulaA Sinceridade do Jejum 76Parte AO Jejum ................................................................................................................................ 76Parte BA Verdadeira Riqueza ........................................................................................................... 79

    18 AulaOs Falsos Profetas e os Verdadeiros Discpulos 81Parte AConhece-se a rvore Pelos Frutos ........................................................................................ 81Parte BOs Verdadeiros Discpulos .................................................................................................... 84

    19 AulaMagnetismo e Fluidos 86Parte AMagnetismo e Fluido ........................................................................................................... 86Parte BFluido Universal ................................................................................................................... 88

    20 AulaMilagres e Curas na Viso Esprita 90Parte AO Sobrenatural e as Religies .............................................................................................. 90Parte BAs Curas na Viso EspritaA Assistncia Espiritual ............................................................ 92

    21 AulaSuperioridade da Natureza do Cristo 94Parte AA Natureza do Cristo ............................................................................................................ 94Parte BA Transfigurao no Tabor ................................................................................................... 97

    22 AulaA Ressurreio no Evangelho e os Milagres de Jesus Relacionados aos fenmenos da natureza 98

    Parte AA Ressurreio no Evangelho ............................................................................................... 98Parte BFenmenos da Natureza .................................................................................................... 100

    23 AulaAs Curas do Evangelho 103Parte ACuras: Perda de Sangue, Cego de Betsaida, Paraltico de Cafarnaum, os Dez Leprosos..... 103Parte BCuras: O homem da Mo Ressequida, O Paraltico da Piscina, Cego de Nascena, O Servo

    do Centurio, Outras Curas Operadas por Jesus .................................................................. 10524 AulaDesobsesses Realizadas por Jesus 107

    Parte AObsesso na Viso Esprita................................................................................................. 107Parte BDesobsesses e Curas ........................................................................................................ 110

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    Apresentao

    Em virtude da quantidade cada vez maior de alunos, interessados nas mensagens que consolam e esclarecem daDoutrina do Cristianismo Redivivo, toma-se oportuno uma reviso dos textos didticos, no sentido de adapt-losa uma pedagogia adequada aos novos tempos.

    Se o objetivo da Educao a libertao total dos educandos, o alcance deste fim deve levar em conta assituaes e o horizonte cultural dos mesmos.

    Este trabalho tem como objetivo geral, levar o aluno a uma assimilao do contedo doutrinrio. Para tanto,buscou-se a fidelidade devida aos textos da Codificao, assim como, induzi-lo ao conhecimento de si mesmo, desuas potencialidades e conseqente modificao de sua conduta interior perante o mundo e a vida emsociedade.

    Quanto ao contedo programtico, os cursos so constitudos de vinte e quatro lies, contendo a essncia dosLivros da Codificao, abordados de forma sucinta e didtica.

    Nossos livros consistem em textos base, explanados de forma clara c acessvel, deforma a permitir ao aluno umaviso metodolgica do todo. Nesse aspecto caber ao expositor desenvolver, completar, aprofundar esses textosde forma precisa e objetiva.

    Dessa maneira, a Educao Esprita, em consonncia com o nosso tempo, sugerem uma Pedagogia Ativa, ouseja, uma proposta de Educao projetada para o futuro; centrada no sujeito, na vida.

    - O Livro dos Espritos constitui a pedra fundamental da Doutrina Esprita, marco inicial da Codificao Esprita.Com relao s demais obras de Allan Kardec, os livros seqenciais partem da base filosfica deste:

    - O Livro dos Mdiuns: natural que sucedesse com o aprofundamento cientfico e metodolgico dos fenmenosespritas. Encontra-se sua fonte no Livro II (Cap. VI at o final);

    - O Evangelho Segundo o Espiritismo: decorrncia do Livro IV em sua abordagem Doutrinria Moral;

    - O Cu e o Inferno ou Justia Divina Segundo o Espiritismo: decorre do Livro IV do Livro dos Espritos.

    - A Gnese, os Milagres e as Predies Segundo o Espiritismo: relaciona-se no Livro I (Cap. II, III e IV), ao Livro II(Cap. IX, X e XI) e partes de captulos do livro III.

    A educao um conjunto de hbitos adquiridos (Livro dos Espritos, pergunta 685a), onde no basta educao por si S6, mas sim, a concretizao da educao espiritual pela conduta de cada um, ou seja, oaprendizado e a pratica.

    A Federao Esprita do Estado de Sao Paulo espera, portanto, que esta reviso possa cumprir com as finalidadespara as quais foi idealizada e, sobretudo corresponder aos desgnios da Espiritualidade, no sentido de ressaltarsempre o carter evanglico da Codificao luz de princpios racionais, no ontem, no hoje e no amanh.

    rea de Ensino

    Zulmira da Conceio Chaves Hassesian

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    51. Aula - A Evoluo Da Religiosidade Atravs Dos Tempos

    1. Aula - A Evoluo Da Religiosidade Atravs Dos TemposParte A O Incio

    Quando observamos nosso mundo, ficamos admirados com toda a diversidade cultural e religiosa queencontramos. H uma multiplicidade de manifestaes que estampam uma infinitude de tons e matizes, eressaltam a beleza do processo de evoluo da religiosidade humana.

    Sinos ainda podem ser ouvidos em Jerusalm, essa grande cidade que abrigou e ainda abriga diversas religi6es.No extremo oriente, as vozes dos antigos sbios da China, da ndia, do Tibet ainda ecoam por aquelas naes. Asmensagens indelveis do Buda, de Krishna, de Lao Tse, de Confcio, compem um verdadeiro acervo dereligiosidade e sabedoria.

    As mensagens redentoras do Cristo dividiram a Histria, transformaram o mundo e originaram a maior religiode nosso planeta. Compuseram, no entanto, por ora, no uma plena unidade, mas, diante da capacidadehumana de diversificar, de interpretar segundo seu grau de entendimento, deram origem a um sem nmero deseitas, correntes, escolas, etc.

    Naturalmente, tudo isso faz parte da evoluo do Ser. Mas como tudo isso comeou? Como e por que seformaram as primeiras religies? Que impulso esse que faz com que todos os povos, todos os homens

    busquem esse algo alm de suas vidas materiais?

    Faamos uma viagem no tempo e regressemos em momento anterior aos grandes profetas, anterior a todos ossbios da antiguidade, anterior a todos os sinos e trombetas, anterior a todas as seitas, escolas, sistemas,anterior a todas as civilizaes que conhecemos.

    Essa conquista - eis que o sentimento de religiosidade uma aquisio do Esprito - iniciou-se nos primrdios daevoluo. Foi um longo trabalho no tempo para o despertar da conscincia espiritual.

    Somos o resultado do acumulo de experincias! Cada ser vive, v o mundo e suas facetas de modo diverso,segundo seu grau de evoluo.

    A diversidade das religies obedece ao fato de que na evoluo, cada um de nos desenvolveu sua

    espiritualidade, tambm de modo diverso. Cada qual busca em si foras para viver, sade, proteo; enfim,busca a felicidade.

    Na antiguidade mais remota, para os homindeos, o cu era um ponto de interrogao, um mistrio total. Aprincpio o termo DEUS no significava o Senhor da Natureza, mas todo ser existente fora das condies dehumanidade.

    Desprovido da capacidade de abstrao, ou seja, de pensar sobre a vida teoricamente, conceitualmente, simplese ignorante das leis que regiam o mundo, observa os fenmenos naturais com admirao, perplexidade e certaidolatria.

    O que representava para ele a ao furiosa de um vulco em erupo, o ataque feroz de um animal selvagem?Que fora e poder detinha um raio, um trovo? Quais os mistrios encontrados nos rios e mares, de onde tirava

    os meios de sobrevivncia?

    Estas e muitas outras questes instigavam este Ser, estimulando-o a observao dos motivos e meios pelosquais estes fenmenos aconteciam. Adorou desde o principio, tudo o que transcendia e mostrava fora epoder.

    Na sua trajetria evolutiva, desenvolveu primeiro a sensibilidade e a imaginao, depois a razo. Buscando osignificado essencial de adorao, podemos remeter-nos a questo 649 de O Livro dos Espritos:

    P. Em que consiste a adorao? R. a elevao do pensamento a Deus. Pela adorao o homem aproxima d'Ele asua alma.

    E a seguir, na questo 650:

    P. A adorao o resultado de um sentimento inato ou produto de um ensinamento?R. Sentimento inato, como o da Divindade. A conscincia de sua fraqueza leva o homem a se curvar diantedaquele que o pode proteger.

    Desse capitulo de O Livro dos Espritos- Lei de Adorao - podemos sintetizar que:

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    A adorao e a elevao do pensamento a Deus; um sentimento inato, uma Lei Natural;

    Essa venerao leva o Homem a curvar-se diante dAquele que o pode proteger;

    O Homem primitivo venerava e idolatrava as foras da natureza, vistas como sobrenaturais e, portanto,Divinas;

    Projetava no ser divinizado sua imagem e semelhana, dando-lhe atributos humanos;

    Em sua concepo primria, e por medo e imaginao, busca agradar a Divindade, para submet-la aosseus interesses, ofertando-lhe tudo o que concebe ser bom. a barganha com o Divino. Nesse universo,surgem os primeiros rudimentos do antropomorfismo. Antro: homem + morfhe: forma de = forma dehomem.

    Imaginemos os homens pr-histricos, imaginemos a sua admirao e tentativa de compreender as forasmanifestas de um vulco em erupo. Pensaria, talvez: O Divino se movimenta... demonstra fora e poderes,sobrenaturais e implacveis...

    O medo o leva a esconder-se. De longe observava e talvez pensasse: Como acalmar esta fria? Como faz-laminha aliada? Como alici-la a meu favor?

    Observando e analisando, deve ter concludo, no simplismo de sua interpretao: A fora manifesta-se atravsde sons, cores, cheiros caractersticos, tem movimentos, ora calmos, ora rudes, demonstrando vontade e outrosatributos que denotam personalidade e individualizao.

    Tudo muito semelhante ao que ele sabe de si mesmo. Como atrair essa fora a favor dele mesmo? Deve terpensado: Talvez se agrad-la, repetindo o modo como se manifesta, pintando-se com as cores que acaracteriza, tudo em busca da intimidade e da amizade, cessem as foras destruidoras.

    Se uma parte da erupo, como uma rocha incandescente, ficava prxima de sua moradia, passava a diviniz-lacomo parte do deus maior ou filho deste. Tratava-o com mimo e proteo, porque fazia o mesmo com os seus,projetava, enfim, sua personalidade e Valores emocionais para a divindade e assim acreditava que com elaestabelecia uma intimidade e parceria na vida.

    Na busca de uma forma metdica de vislumbrar, de ver e abordar toda essa realidade acima exposta, podemos

    encontrar vrios sistemas.Um deles o mtodo cultural dos antroplogos ingleses. Este mtodo, a propsito, foi abordado porHerculano Pires em sua obra O Esprito e o Tempo. L, cita o autor:

    Para maior clareza do nosso estudo, servimo-nos do esquema que nos fornece o chamado mtodo culturaldos antroplogos ingleses, aplicados por John Murphy, com pleno xito, em seus estudos sobre as origens e ahistria das religies.

    A antropologia, como sabemos, a cincia que analisa, fsica e culturalmente, o Homem em seu avano atravsdos tempos. E um estudo que assinala as variaes, evolues e o encadeamento entre cada uma das etapasque se sucedem umas as outras. Aqui, por ora, importa-nos apenas o panorama do avano espiritual do Ser.

    O esquema apresentado por Herculano Pires na obra a pouco referida, segue a seguinte seqncia:

    Horizonte Tribal;

    Horizonte Agrcola;

    Horizonte Civilizado;

    Horizonte Proftico, e

    Horizonte Espiritual (este ltimo exigido agora pelo Espiritismo).Vejamos, ento, em rpida sntese, esses horizontes culturais:

    1 FASE: HORIZONTE TRIBALEsta fase caracteriza-se pelo mediunismo primitivo.MEDIUNISMO - Palavra criada por EMMANUEL para designar a mediunidade natural. Engloba as prticasmgicas ou religiosas baseadas nas manifestaes dos Espritos. So prticas empricas da mediunidade. Possui

    as seguintes fases sucessivas: primitivo, oracular e bblico. Com o Espiritismo, transcende-se, e alcana-se a fasepositiva da mediunidade.

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    71. Aula - A Evoluo Da Religiosidade Atravs Dos Tempos

    Interpretavam-se, ento, pela limitao intelectual, todas as coisas em termos exclusivamente humanos. Aoexterior eram aplicadas as noes bsicas que se possua da natureza humana, dando esta forma aos elementosnaturais (Antropomorfismo).

    Na questo 668 de O Livros dos Espritos, temos:P. Os fenmenos espritas, sendo produzidos desde todos os tempos e conhecidos desde as primeiras eras domundo, no podem ter contribudo para a crena na pluralidade dos deuses?

    R. Sem dvida, porque os homens que chamavam deus a tudo que era sobre-humano, os Espritos pareciamdeuses. (grifo nosso)

    Assim o Politesmo se desenvolve em diferentes graus; simultneos, mas no necessariamente sucessivos.Vejamos algumas modalidades:

    Litolatria - adorao de pedras, mares, rios, montanhas e relevos;

    Fitolatria - adorao de plantas, rvore, flores e bosques;

    Zoolatria - adorao de animais;

    Mitologia - adorao de seres como caractersticas humanas mescladas com animais...

    Deste modo, do mineral ao humano, os elementos de adorao se misturam.

    2 FASE: HORIZONTE AGRCOLAVislumbrando o horizonte agrcola, ou seja, o mundo das primeiras formas sedentrias de vida social - dizHerculano Pires - vemos o animismo tribal desenvolver-se no plano da racionalizao.

    Outras caractersticas so: a domesticao de animais, a inveno e empregos de instrumentos, o aumentodemogrfico. Nesta fase, funde-se a imaginao com a experincia, dando origem a Mitologia popular,impregnada de magia. o inicio das primeiras grandes civilizaes.

    3 FASE: HORIZONTE CIVILIZADONesta fase ocorre a formao dos estados Teolgicos e do Mediunismo Oracular. H o surgimento das classessacerdotais. E o perodo do Homem-Divino, do Monarca-Deus. Surgem tambm as primeiras filosofiassecretas. Na ndia: a Vedanta, na Judia: a Cabala, etc. Em muitos lugares, Religio e Estado apiam-se namanipulao do poder.

    4 FASE: HORIZONTE PROFTICO caracterizada pelo Mediunismo Bblico dos Profetas (especialmente entre o povo hebreu). Surge nesta poca oque se denomina de esprito civilizado, caracterizado por trs novas funes mentais:a) a capacidade de formular conceitos abstratos;b) a capacidade de formular juzos ticos, jurdicos e religiosos;c) o poder de racionalizao.A individualizao da idia de Deus decorre da individualizao humana.

    5 FASE: HORIZONTE ESPIRITUALImplantado por Jesus, caracterizado pela mediunidade positiva. Aqui, ha a prevalncia do mundo espiritualsobre o mundo fsico, pela comunicao dos Espritos com os homens, pelas muitas moradas, pela pluralidade

    das existncias, pela Lei de Amor como a Lei Divina por excelncia. Com Jesus, temos a libertao dodogmatismo!

    QUESTO REFLEXIVA:Comente sobre os primeiros passos do ser humano em sua busca por Deus.

    Parte B - A Religio Na Atualidade

    Aps termos vistos, em rpida anlise, a evoluo da espiritualidade atravs dos tempos, podemos perguntar: Ehoje? Por todo o mundo, como so as manifestaes religiosas que podemos encontrar? Alcanaram elas umpatamar de transcendncia, de abolio de exterioridades excessivas, e se voltaram verdadeira

    espiritualizao? Bem sabemos que no.

    H que se ressaltar aqui, a propsito, que a classificao por fases (os horizontes) inicialmente apresentada, noobedece a uma uniformidade se analisarmos a humanidade como um todo. Ou seja, so fases, estados deconscincia de um dado grupo social que no tem, necessariamente, relao com o perodo histrico.

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    Com efeito, vemos que em nosso mundo atual, em pleno sculo XXI, ainda existem grupamentos humanos emestados tribais, cultuando deuses antropomrficos, adorando animais, fazendo votos a seres mitolgicos, etc.

    Ento, no existe uniformidade, e esses grupos diversos em nosso planeta convivem mais ou menospacificamente.

    da Lei Divina, devemos lembrar, que haja essa diversidade, pois justamente quando ocorre o encontro entre

    os diferentes que acontece a transferncia de conhecimento daquele que sabe mais para aquele que sabemenos. Ou seja, se no houvesse elementos diversos em sabedoria e moralidade, o avano seria, de certaforma, impossvel, eis que no haveria os precursores, os renovadores, os missionrios.

    Este , em essncia, o papel dos missionrios: inserir-se num meio que lhe inferior em cultura, e injetar,espalhar, difundir o conhecimento.

    Nossa histria rica em missionrios. Uns, verdadeiros gnios que dominavam as cincias, legaram-nos os maisvariados conhecimentos da matemtica, da engenharia, da qumica, da medicina, da fsica, mais recentementeda fsica quntica, etc.; outros, verdadeiros gigantesespirituais, conduziram multides a um novo caminho deespiritualidade.

    Em Jesus, o Cristo, o Mestre inesquecvel, visualizamos o pice, o cume, a excelsa Verdade, a Moral perfeita,irretorquvel, insofismvel. Jesus, segundo palavras que encontramos em O Evangelho Segundo o Espiritismo, o justo por excelncia.

    Inconfundivelmente, sim, a Doutrina do Cristo, segundo ensinamento dos Espritos Superiores, contm o maisperfeito ensinamento moral que j houve na Terra.

    Mas, ainda assim, o que muitos no fizeram com os ensinamentos de Jesus? Quantos no corromperam suaslies para satisfazer interesses prprios? Quantos no rejeitaram suas sublimes palavras e, ainda hoje, parecemquerer cultuar o Bezerro de Ouro? Quantos no se dizem cristos, mas quase no do um passo paraexemplificar o Bem?

    A lio de Jesus que ficou bem clara que para a verdadeira adorao a Deus no ha a real necessidade de um

    templo para se fazerem rituais, sacrifcios e oferendas.O verdadeiro culto a Deus no depende de rituais externos, mas de renovao intima, de seguir uma vida comretido e observncia as Suas Leis.

    Assim, Jesus sempre ia as sinagogas para ensinar, no porque elas fossem sagradas, mas porque eram o local emque as pessoas, pela tradio e costumes, iam para falar ou ouvir sobre a lei de Deus.

    Mas Jesus no se limitava as sinagogas; muito pelo contrrio, Jesus ensinava o tempo todo, em todos os lugares,nas montanhas, nos campos, nas margens dos rios, nas casas em que visitava... em todos os lugares.

    Esse o grande exemplo para aqueles que transmitem o Evangelho: que no se limitem a local algum, masensinem em todos os lugares em que se encontrem, no s pela palavra, mas principalmente pela condutacorreta, irrepreensvel.

    Vemos, assim, que Jesus transcendeu a todo o conceito pequeno, limitado, de templo e de local sagrado.Transcendeu a todo conceito de dias especiais, e se empenhou em ensinar e demonstrar que para fazer o bemno h dia certo: todos os dias so dias para fazer o bem! E, exatamente por isso, encontramos muitos relatosbblicos das curas que Jesus realizava aos sbados.

    Mas, podemos perguntar uma vez mais, o que ento impede o Ser de caminhar diretamente para alcanar suaplenitude?

    Sao os apegos a costumes e tradies antigas; s vezes, o medo de dar vos mais altos, vos deconscinciae abandonar a suposta seguranada antiga crena. Em uma palavra: por atavismos.

    Atavismo, figuradamente falando, so manifestaes baseadas em convices que pertenciam aos homens

    primitivos, j superadas h muito tempo; so retornosa crenas, que no sobreviveriam a luz da razo, nosobreviveriam, especialmente, a luz do Cristo.

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    Mas, por esses atavismos, continuamos presos aos arcabouos religiosos de outros tempos. Quanto tempoprecisa o Ser na evoluo, para chegar a esta constatao, compreendendo e aceitando estes enunciados?Quanto tempo ainda ser necessrio para se romper com o culto exterior de adorao a Deus?

    Apesar da evoluo no campo do conhecimento, ainda muitos so vitimas de atavismo milenar. Uma forairresistvel ainda mantm muitos cativos ao passado, as lendas, as crendices, as supersties e aos mitos.

    Inteligncia x MoralidadeEm O Livro dos Espritos, no captulo que trata da Lei do Progresso, encontramos ensinamentos preciosossobre o progresso intelectual e moral do Esprito.

    Vemos, ali, que necessrio haver progresso intelectual do Ser para ele se aperfeioar. Esse progresso deinteligncia que lhe vai permitir a compreenso do Bem e do Mal, e, ento, poder fazer escolhas, usar seulivre-arbtrio.

    No vemos as crianas, por exemplo, apresentarem as mais ingnuas dificuldades em distinguir o certo doerrado? Isso demonstra claramente que temos que aprender, ganhar experincia, para podermos fazer boasescolhas. Eis por que o Espiritismo convida-nos, constantemente, ao estudo.

    E para que tenhamos novas percepes da realidade, para que possamos ver alm do horizonte, possamos

    compreender nossa realidade, a realidade do Esprito e de sua imortalidade. Precisamos ento semprecontinuar estudando. Sempre! Quando, por exemplo, nosso estudo dirige-se as lies de Jesus, para bemcompreender suas mensagens precisamos fazer uma imerso nos fatos histricos em que est inserido oadvento do Messias.

    Nos ensinamentos de Jesus encontramos uma riqueza impar, nica, de sabedoria e moralidade. Muitas vezes, noentanto, deparamo-nos com algumas passagens do Evangelho em que o sentido nem sempre est muito claro.Ento, precisamos ler novamente, refletir, para chegar a uma concluso.

    Para isso, muitas vezes, necessrio um conhecimento dos costumes da poca, das tradies, da organizaosocial daquele perodo, etc. Essa jornada no conhecimento humano muita rica, muito bela, fascinante, epode nos levar a outros nveis de entendimento, nunca antes concebidos.

    Conhecimento felicidade! Aos espritas, o convite de Kardec: Amai-vos e instru-vos. Teremos, ento, nodecorrer deste curso, a oportunidade nica de adentrar a esse universo, ter a felicidade de poder estudar ahistria do povo hebreu, estudar o cenrio por qual percorreu Jesus, o Rabi da Galilia, estudar o palco ondesuas palavras foram sublimemente pronunciadas para se imortalizarem no tempo.

    Essa trilha despertara em nos o prazer pelo estudo e a verdadeira compreenso das lies inesquecveis denosso Mestre, e nos impulsionara em direo ao Bem. Somos viajantes da eternidade, e dentro de nos reside conscincia de que somos Seres Espirituais em ascenso, no roteiro da paz, da harmonia e da perfeio.Sabemos que o progresso no vem pelo simples crer, mas acima de tudo pelo viver a nossa essncia espiritual.Romper com os atavismos milenares a meta! Um futuro glorioso nos espera!...

    QUESTO REFLEXIVA:

    De que maneira a busca de um caminho de religiosidade, de espiritualizao, pode conduzirmos felicidade verdadeira?

    Bibliografia- A Bblia de Jerusalm.- Kardec, Allan - A Gnese - Ed. FEESP.- Kardec, Allan - O Livro dos Espritos Ed. FEESP.- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP.- Pires, Jos Herculano - O Esprito e o Tempo.- Pires, Jos Herculano -Agonia das Religies.

    2 Aula - Noes Gerais Sobre A Bblia

    Parte A - O Velho TestamentoA Bblia o livro considerado o mais importante dentre todos os que j foram escritos em todos os tempos elugares, o mais editado e j traduzido em mais de mil lnguas e dialetos humanos, no havendo termos decomparao entre ela e todos os outros livros.

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    FEESP - CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO

    O termo Bblia tem origem no grego Biblos, plural de Biblion, que significa livros.

    Em Viso Esprita da Bblia, Herculano Pires escreve: ABblia (que o nome quer dizer simplesmente: O Livro) na verdade uma biblioteca, reunindo os livros diversos da religio hebraica.

    Representa a codificao da primeira revelao do ciclo do Cristianismo. Livros escritos por vrios autores estonela colecionados, em numero de 42. Foram todos escritos em hebraico e aramaico e traduzidos mais tarde para

    o latim, por So Jernimo, na conhecida Vulgata Latina, no sculo quinto da nossa era. As igrejas catlicas eprotestantes reuniram a esse livro Os Evangelhos de Jesus, dando a estes o nome geral de Novo Testamento.

    At o alemo Johann Gutenberg inventar a tipografia (processo de impresso com caracteres mveis) - nosculo XV - a Bblia era um livro raro e extremamente caro, pois todas as cpias eram feitas artesanalmente,manuscritas em material muitas vezes difcil de obter e manipular.

    Os textos bblicos foram escritos nos mais diversos materiais. Encontramos inscries em pedra no Egito e naBabilnia, datadas de 850 a.C., em argila e cermica, em madeira (utilizada durante muitos sculos pelosgregos), em couro, em papiro, em velino (preparado a partir da pele de bezerros), em pergaminho (pele deovelhas ou cabras) e, mais recentemente, em papel, desde o comum at os extremamente delicados e finos,com bordas douradas. Hoje j podemos ouvi-la em CD e ler seus belos textos em livros virtuais na Internet.

    Foi somente no sculo 16 que o padre catlico Martinho Lutero, fundador do Protestantismo, traduziu a Bbliapara o alemo, deixando-o ao alcance das classes menos cultas. Posteriormente, as tradues para outraslnguas se popularizaram, o que universalizou seu contedo, permitindo a todos o acesso aos seusensinamentos.

    Por causa das inmeras tradues, da grande quantidade de smbolos, alegorias e sentidos ocultos, dasinterpretaes diferentes dos textos e ate mesmo das alteraes propositais de palavras e trechos inteiros, h,em muitos casos, distores dos textos primitivos. Isso, no entanto, absolutamente, no invalida a Bblia.

    Em A Gnese, Cap. IV, ,item 6, Kardec escreve: A Bblia contm evidentemente fatos que a razo,desenvolvida pela (cincia, no poderia aceitar hoje, e outros que parecem estranhos e inspiram averso,porque se prendem a costumes que no so mais os nossos. Mas, ao lado disso, haveria parcialidade em no se

    reconhecer que ela contm grandes e belas coisas. A alegoria, nela, tem lugar considervel, e sob esse vu elaesconde verdades sublimes que aparecem se se buscar a essncia do pensamento, pois nesse caso o absurdodesaparece

    Em O Livro dos Espritos, item 59, Kardec discorre sobre alguns pontos divergentes entre as afirmaes bblicase a Cincia, como as questes da Criao em seis dias, a existncia de Ado como o primeiro homem, o dilviouniversal, etc., e considera que as contradies entre ambas so mais aparentes do que verdadeiras, poisdecorrem da interpretao dada a elas por homens que tomam ao p da letra o que tem sentido simblico oualegrico. E Kardec questiona: Devemos concluir, ento, que a Bblia eu erro? No; mas que os homens seenganaram na sua interpretao.

    Kardec mostra um enorme respeito e uma profunda compreenso quanto importncia e a beleza da Bblia e

    essa deve ser tambm a atitude dos espritas perante ela: devemos conhec-la e estud-la como um valiosopatrimnio da Humanidade, um instrumento fundamental para trilharmos os caminhos espirituais a queestamos destinados.

    COMPOSIO DA BIBLIAEm sua forma inicial, a Bblia no tinha a disposio atual e para facilitar sua leitura e entendimento, em 1227d.C., convencionou-se dividi-la em captulos. A subdiviso em versculos se aconteceria em 155 1 d.C.

    Foi tambm nesse perodo, durante o Concilio Ecumnico de Trento (1545-1563), na Itlia, que se determinouque a Bblia, para os catlicos, seria composta de 73 livros, divididos em duas panes: Antigo Testamento (46livros) e Novo Testamento (27 livros).

    Esse nmero varia um pouco, dependendo da religio crist que a adota, pois algumas rejeitam alguns textos ealgumas os acrescentam ou os substituem.

    Testamento significa pacto, convnio ou aliana, e assim temos a Antiga Aliana ou Velho Testamento(Deus e os Hebreus) e a Nova Aliana ou Novo Testamento (Jesus, os Hebreus e toda a Humanidade).

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    Quanto ao assunto e a forma, seus textos podem ser divididos em trs classes:

    Livros histricos;

    Livros doutrinais;

    Livros profticos.

    O Antigo Testamento (AT) o conjunto dos livros escritos por inmeros autores na Antiguidade: profetas,escribas, sacerdotes, reis, que relataram os acontecimentos, os costumes, as leis, as regras de convivncia social

    e moral que regiam a vida dos povos da poca.

    Conta a histria do povo de Israel, descrevendo a aliana feita por Deus com Abrao e seu povo, bem como ascondies e as leis dessa aliana.

    Os livros que o compem esto assim divididos:

    Livros histricos (21): Gnesis, xodo, Levtico, Nmeros, Deuteronmio, Josu, Juzes, Rute, I Samuel, IISamuel, I Reis, II Reis, I Crnicas, II Crnicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, I Macabeus, IIMacabeus. Cada um destes textos narra uma parte da histria do povo hebreu;

    Livros doutrinais (7): J, Salmos, Provrbios, Eclesiastes, (Cntico dos Cnticos, Sabedoria, Eclesistico.So escritos voltados a indicar a correta conduta moral para o Homem de bem;

    Livros profticos - Muitos sculos antes de Jesus vir ao planeta, para aqui vieram profetas que

    anunciaram grandes acontecimentos futuros; entre eles, alguns se destacaram pela importncia eabrangncia de suas profecias:

    Profetas Maiores (6): Isaas (8 a.C.), Jeremias (7 a.C.), Lamentaes de Jeremias (6 a.C.), Baruc, Ezequiel,Daniel;

    Profetas Menores (12): Osias, Joel, Amos, Abdias, Jonas, Miquias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu,Zacarias, Malaquias.

    Os Cinco primeiros livros do Antigo Testamento (Genesis, xodo, Levtico, Nmeros e Deuteronmio) formam oque se denomina Pentateuco. Desde os antigos judeus e tambm entre os cristos, considera-se que eles so deautoria de Moiss, mas pode haver ali trechos e textos no escritos por ele, como a narrao de sua prpriamorte ou a continuao de certas genealogias envolvendo personagens que viveram depois dele.

    O estudo do Antigo e do Novo Testamentos, considerando-se os contextos histrico e cultural do momento daelaborao de cada um dos textos, permite-nos perceber a evoluo histrica e moral da Humanidade, as razoesdos acontecimentos e transformaes que, progressivamente, conduzem-nos a caminhos espirituais cada vezmais elevados.

    Percebemos que homens primitivos, rudes, muito mais ligados as sensaes materiais, que necessitavam de umDeus agressivo e vingativo, com a vinda de Jesus, passam a conhecer um Deus amoroso e compassivo, e que oMestre no tinha vindo destruir a Lei, mas faz-la cumprir, dando-lhe o seu verdadeiro sentido e preparando aHumanidade para a plena vigncia interior da Lei Divina.

    QUESTO REFLEXIVA:Qual a importncia do conhecimento do Antigo Testamento para ns, esprita?

    Parte B - O Novo Testamento

    O Novo Testamento (NT) o conjunto dos textos escritos aps a vida publica e a morte de Jesus. Expe ahistria da Nova Aliana, feita entre Jesus e os homens e as principais condies e leis dessa aliana.

    Esses livros assim se dividem:

    Livros histricos (5): Mateus (Mt), Marcos (Mc), Lucas (Lc), Joo (Jo), Atos dos Apstolos;

    Livros doutrinais (21):

    Epstolas (cartas) de Paulo: Romanos, I e II Corntios, Glatas, e Efsios, Filipenses, Colossenses, I e IITessalonicenses, I e II Timteo, Tito, Filemon e Hebreus;Epstola de Tiago; I e II Epstolas de Pedro; I,II,III Epstolas de Joo; Epstola de Judas.

    Livro proftico (1): Apocalipse de Joo.

    Os manuscritos originais desses textos, assim como suas cpias feitas nos trs primeiros sculos, desapareceramtotalmente, no somente porque o material usado (papiro, cermica) se deteriorava facilmente, mas tambm

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    porque os perseguidores dos cristos destruam sistematicamente todos os escritos sagrados que lhes caiam nasmos.

    Os cristos, por sua vez, os escondiam para no serem destrudos. Muitos desses textos foram enterrados ejamais recuperados; outros foram encontrados nas buscas arqueolgicas mais recentes, como os riqussimosmanuscritos do Mar Morto, deixados nas cavernas de Qumran pelos Essnios, aps a destruio de Jerusalm, e

    encontrados em 1947.Apos essa descoberta, na Escola Bblica de Jerusalm, telogos e religiosos, de vrios segmentos cristosreunidos, compilaram uma bblia atualizada com as novas informaes, cuja traduo foi denominada A Bblia deJerusalm.

    Os Evangelhos (Evangelho significa Boa Nova, livro portador da mensagem) nasceram do desejo dos fiis depossurem, por escrito, a pregao dos Apstolos, narrando vida e a mensagem de amor de Jesus. A IgrejaCatlica rejeitou inmeros textos, por consider-los de autenticidade duvidosa e aceitou como cannicos, isto ,divinamente inspirados, apenas quatro Evangelhos: Mateus, Lucas, Marcos e Joo.

    Todos comearam a ser escritos muitos anos aps a morte de Jesus, embora no se conhea as datas comexatido.

    interessante notar que os Evangelhos so sempre intitulados da seguinte forma: Evangelho segundo Mateus,Evangelho segundo Joo, etc. provvel que nem todos os textos tenham sido escritos diretamente pelosevangelistas, mas sim por outras pessoas que se baseavam em seus depoimentos e anotaes, pois, a exceode Mateus e Lucas, os discpulos eram pessoas bastante simples do ponto de vista intelectual.

    Por serem muito semelhantes entre si, os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas so conhecidos comosinpticos. O Evangelho de Joo considerado o mais espiritual de todos.

    A influncia dos ensinamentos evanglicos sentida em todo o mundo, atravs de todos os tempos, trazendo ocdigo moral que permite a criatura sua renovao interior, pensando nosso caminho evolutivo de maiorserenidade, confiana, esperana, at a perfeio relativa e a felicidade para a qual fomos criados.

    OS AUTORES DOS EVANGELHOSEVANGELHO SEGUNDO MATEUSMateus - Tambm chamado Levi, era cobrador de impostos (publicano) em Cafarnaum. Seu Evangelho (Oprimeiro do NT) foi escrito em aramaico, narra principalmente as pregaes na Palestina e era destinado aos

    judeus, para convenc-los de que Jesus era o Messias prometido ao povo hebreu. No seu Evangelho ha muitascitaes do Antigo Testamento.

    EVANGELHO SEGUNDO MARCOSMarcos - Joo Marcos, primo de Barnab, discpulo de Pedro e seu companheiro nas pregaes. Pedro falavaaramaico, e era traduzido para o grego, por Marcos. Considerado o eco da voz de Pedro. Esse aprendizadodeve ter influenciado os seus escritos. Ele tambm fez parte da primeira viagem de Paulo. Seu Evangelho (O

    segundo do NT) foi escrito em grego e procura demonstrar com clareza que Jesus era, verdadeiramente, Filho deDeus. No era dirigido essencialmente aos judeus, mas aos cristos da Igreja Romana convertidos do paganismo.

    EVANGELHO SEGUNDO LUCASLucas - Era mdico, pago, natural de Antioquia, bastante culto. No conheceu Jesus em vida, mas converteu-seao Cristianismo graas pregao de Paulo, seguindo-o em quase todas as suas viagens missionrias. Seustextos foram elaborados a partir de sua convivncia e de seu acesso pessoal aos apstolos e a Maria, me deJesus.

    Foi Lucas quem deu aos seguidores de Jesus o nome de cristos . Alm do seu Evangelho (O terceiro do NT),atribui-se tambm a ele a autoria dos Atos dos Apstolos. Seu Evangelho tambm foi escrito em grego e dirigido aos pagos convertidos.

    EVANGELHO SEGUNDO JOOJoo - O quarto Evangelho do NT foi escrito por um discpulo direto de Jesus, um dos doze apstolos: Joo,conhecido como o Evangelista, testemunha de sua vida e de sua morte. Ele foi o nico apostolo a estar comJesus na sua crucificao e foi a ele que o Mestre entregou Maria, sua me, para que ficasse sobre seus

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    cuidados. Joo tornou-se, posteriormente, lder da comunidade crista de Jerusalm, ao lado de Tiago e Pedro.Alm do quarto Evangelho, o autor do Apocalipse e de trs Epistolas do NT.

    ATOS DOS APSTOLOSAtos o quinto livro do NT, escrito em grego. Lucas foi o autor de Atos, provavelmente entre 80 e 90 d.C., ese apresenta como a continuao de seu Evangelho. Ele descreve a igreja nascente, as primeiras comunidadescristas, seus triunfos e dificuldades, o esforo para seguir o ensino do Cristo e para divulgar a sua doutrina de

    amor e paz.

    Embora o relato se refira aos atos dos Apstolos, seus principais protagonistas so Pedro (12 primeiroscaptulos) e Paulo (os 16 captulos restantes) - dois personagens fundamentais no Cristianismo.

    Lucas escreveu uma obra histrica: Seu Evangelho abrange os atos e ensinamentos de Jesus at sua ascensoaos cus; e Atos a comprovao de que Jesus, l do Plano Espiritual, continua sua misso atravs de seusdiscpulos. Por isso, Atos chamado tambm de Evangelho do Esprito Santoou Evangelho do Esprito deJesus. Para os espritas o Evangelho da Mediunidade.

    AS EPSTOLAS

    CARTAS DE PAULO

    Paulo de Tarso provavelmente o personagem mais conhecido e mais admirado do NT, depois de Jesus. A suapersonalidade apaixonada, a sua vida dedicada a um ideal religioso, primeiro defendendo o Judasmo eperseguindo os cristos, posteriormente pregando com zelo e abnegao incansveis a doutrina ensinada porJesus, impressiona-nos profundamente.

    Suas catorze cartas ou epistolas consistem em respostas a situaes concretas do dia-a-dia difcil que viviam oscristos da poca; so explicaes e orientaes, conselhos, advertncias, cuidados, dirigidos a pessoas oucomunidades cristas e para alm delas, a todos os que se decidiram seguir os ensinos do Mestre.

    EPSTOLAS UNIVERSAIS OU CATLICASAs outras sete Epstolas do NT foram escritas por diversos autores: uma de Tiago, trs de Joo, duas de Pedro euma de Judas. Foram reunidas e denominadas de catlicas ou universais, porque a maioria delas no

    direcionada a pessoas ou comunidades em particular, mas aos cristos em geral.O APOCALIPSEDepois de perseguido, Joo, o quarto Evangelista, foi exilado na ilha de Patmos, na Grcia, onde escreveutambm o Apocalipse, um livro considerado proftico. O Apocalipse (Revelao) considerado o livro profticodo NT e tem at hoje as mais diversificadas interpretaes dentro das vrias religies. Seu objetivo principal sustentar a f e a esperana nos momentos de testemunho e renovao da humanidade, alertando-nos para anossa responsabilidade frente s escolhas evolutivas que fazemos.

    OS EVANGELHOS APCRIFOS

    O TERMO APCRIFOEssa palavra tem origem no grego apokrypha, que significa escondido. Costuma ser usada por escritores

    e/ou autoridades religiosas para indicar temas, textos ou obras de origem ignorada ou duvidosa, falsa ou semautenticidade comprovada.

    Apcrifos (dicionrio Aurlio): Entre os catlicos, Apcrifos eram os escritos de assuntos sagrados que noforam includos pela Igreja no Canon das Escrituras autntica e divinamente inspiradas.

    O TERMO CANNICOA palavra deriva de Cnon, que o catlogo de Livros Sagrados admitidos pela Igreja Catlica, livrosdivinamente inspirados. A maior parte dos textos considerados apcrifos surgiu entre os sculos II e IV d.C., namesma poca dos denominados cannicos.

    A escolha dos Evangelhos cannicos e a rejeio dos apcrifos no foram pacficas: houve inmeros problemas econtrovrsias, perseguies e exlios de bispos discordantes, jogos polticos, uso e abuso de poder, imposies

    pela forca e at lutas corporais, para que se definisse o que deveria ou no fazer parte da Bblia.

    O termo cannico surgiu a partir de 385 d.C., quando foi solicitado a So Jernimo que avaliasse os evangelhosexistentes. Foram aprovados como cannicos os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e Joo.

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    FEESP - CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO

    Em 1945, em Nag Hammadi, no Egito, foram encontrados diversos textos, entre os quais alguns que passaram aser de denominados Evangelhos apcrifos. Existem mais de 60 Evangelhos apcrifos, mas esse um nmero queprovavelmente esta longe de ser exato. Exemplos: Evangelho de Tom, de Pedro, de Felipe, de Tiago, dosHebreus, Judas, dos Nazarenos, dos Doze, dos Setenta, dos Judeus, dos Egpcios, de Madalena, entre outros.

    O importante que saibamos analisar cada obra pelo seu contedo, isto , pela sua essncia moral, que a

    marca do Cristo. O conhecimento traz a responsabilidade da prtica que se traduz pela vivncia diria dosensinamentos do Mestre.

    QUESTO REFLEXIVA:Os textos cannicos e os apcrifos fazem parte da histria religiosa do ser humano. Qual deve ser a atitude do esprita emrelao a esses testos?

    BibliografiaA Bblia de Jerusalm.Kardec, Allan -A Gnese - Ed. FEESP.Kardec, Allan - O Livro dos Espritos - Ed. F EESP.Lippelt, Waldyr C. -A Bblia, um Estudo Sinptico - Ed. F EESP.Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. F EESP.Martins, Sebastio P. - Histria da Formao do Novo Testamento.

    3 Aula - Gnese Mosaica e Kardequiana Gnese Espiritual

    Parte A - Deus, Gnese Mosaica e Kardequiana

    DEUSEsta aula contm a anlise do processo de formao do Universo, sob as ticas da Bblia, da Cincia e daDoutrina dos Espritos.

    Atualmente, a teoria cientfica mais aceita para explicar a origem do Universo a do Big Bang, desenvolvida apartir do inicio do sculo XX. Segundo esta teoria, ha cerca de 15 bilhes de anos, houve uma grande exploso

    que originou todo o Universo. O planeta Terra, por sua vez, formou-se por volta de 4,5 bilhes de anos atrs.

    A Gnesede Kardec, eminentemente cientfica, refere-se a Deus como a causa primria de todas as coisas, oponto de partida de tudo, o eixo sobre o qual repousa o edifcio da criao...(GE, cap.II, item 1), sendo assim, desuma importncia que estudemos Deus antes de tudo.

    Para tanto, uma vez que Deus no se mostra, mas se afirma pelas Suas obras (GE, cap.II, item 6), podemosestud-lo a partir do principio de que todo efeito inteligente deve ter uma causa inteligente(GE, cap.II, item 3).

    A Natureza nos mostra inmeros exemplos de processos materiais e mecnicos que tm como aplicao umefeito inteligente, denotando ento, uma causa inteligente. Conforme exemplo de Kardec, A existncia dorelgio atesta a existncia do relojoeiro; a engenhosidade do mecanismo atesta a inteligncia e o saber dorelojoeiro (GE, cap. II, item 6). O Universo, entendido em toda a sua complexidade, engenhosidade eintencionalidade, d-nos mostras ento da existncia de um Ser divino responsvel pela sua criao.

    Aceitando-se a existncia de Deus, ainda que no se possa compreend-Lo em Sua essncia, pode-se conhecer-Lhe os atributos, pois, segundo Kardec (GE, cap. II, item 8), sem o conhecimento dos atributos de Deus, seriaimpossvel compreender a obra da Criao;.... Pode se afirmar que Deus a suprema e soberana inteligncia;Ele nico, eterno, imutvel, imaterial, todo poderoso, soberanamente justo e bom, infinito em todas as Suasperfeies.(GE, cap. II, item 19).

    Assim, poderamos perguntar-nos: Se Deus esta em toda a parte, por que no O vemos?

    Uma imagem muito interessante que nos permite compreender melhor a esta questo se encontra em AGnese, cap.II, item 33: Aquele que est no fundo de um vale, mergulhado numa bruma espessa, no v o Sol;

    contudo, na luz difusa, ele imagina a presena do Sol (...). Somente aps elevar-se completamente acima dacamada brumosa, encontrando-se num ar perfeitamente puro, ele o v em todo o seu esplendor.O mesmo sed com o Esprito que, de acordo com o seu grau de evoluo, tem uma percepo cada vez mais apurada deDeus. Assim, podemos senti-Lo cada vez mais, medida que vivenciamos os ensinamentos de Jesus.

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    153 Aula - Gnese Mosaica e KardequianaGnese Espiritual

    Remontando a histria da origem de quase todos os povos, percebemos que os seus primeiros livros foramreligiosos. Dentre todas Gneses antigas, a que mais se aproxima dos dados cientficos a Moiss. A GneseMosaica, no entanto, apresenta-nos a formao do mundo em seis dias, de vinte e quatro horas. Fato que aCincia atual afirma como inconcebvel, a no ser que sejam negadas as leis fsicas existentes. Em O Livro dosEspritos, Cap. III, item 6, subitem 59, encontramos: A formao do globo est gravada em caracteresindelveis no mundo fssil, e est provado que os seis dias da Criao representam outros tantos perodos, cada

    um deles, talvez, de muitas centenas de milhares de anos.A partir destas idias, analisemos a seguir os quadros comparativos entre os dias da criao da Gnese deMoiss e as eras geolgicas. Deve-se notar uma concordncia notvel com relao sucesso dos seresorgnicos, inclusive com a apario do ser humano no ltimo dia. Percebe-se tambm, no terceiro diae noterceiro perodoque os continentes apareceram e a partir da puderam surgir os animais terrestres.

    Observao:nos quadros o termo erafoi substitudo por perodo, termo utilizado por Kardec no livro A Gnese.

    CINCIA GNESE MOSAICA

    I. PERODO ASTRONMICO. A aglomerao da matriacsmica universal num ponto do espao. Condensao damatria - origem das estrelas, Terra, Lua e os planetas.Estado primitivo, fludico e incandescente da Terra. _Atmosfera imensa carregada de toda a gua em vapor e detodas as matrias volatilizveis.

    1 DIA. No comeo criou Deus o Cu e a Terra. Terrauniforme e nua; trevas e o Esprito de Deus pairava sobreas guas. Ora, Deus disse: Faa-se a luz e a luz foi feita.Deus viu que a luz era boa e separou a luz das trevas. Luz -dia e trevas - noite e da tarde e da manh se fez o primeirodia.

    II. PERODO PRIMRIO. Endurecimento da superfcie daTerra, pelo resfriamento; formao das camadasgranticas. - Atmosfera espessa e ardente, impenetrvelaos raios solares. Precipitao gradual da gua e dasmatrias solidas volatilizadas no ar. - Ausncia completa devida orgnica.

    2 DIA. Disse Deus: Faa-se o Firmamento no meio dasguas e que ele separe das guas as guas. E Deus fez oFirmamento e separou as guas que estavam debaixo doFirmamento das que estavam acima do Firmamento. EDeus deu ao Firmamento o nome de cu; da tarde e damanh se fez o segundo dia.

    III. PERODO DE TRANSIO. As guas cobrem toda asuperfcie do globo. Calor mido. O Sol comea aatravessar a atmosfera brumosa. Primeiros seresorganizados da constituio rudimentar - Liquens, musgos,

    fetos, licopdios, plantas herbceas. Vegetao colossal.Primeiros animais marinhos.

    3 DIA. Deus disse ainda: Que as guas que esto sob o cuse renam em um s lugar (mar) e que o elemento ridoaparea (terra). Produza a terra a erva verde que traz asemente e rvores frutferas que dem frutos cada um de

    uma espcie, e que contenham em si mesmas as suassementes. E da tarde e da manh se fez o terceiro dia.

    IV PERODO SECUNDRIO. Superfcie da Terra poucoacidentada; guas pouco profundas. Temperatura menosardente; atmosfera mais depurada. Vegetao menoscolossal; novas espcies; primeiras rvores. Peixes;cetceos; animais aquticos e anfbios.

    4 DIA. Deus disse tambm: Faam-se corpos de luz nofirmamento do cu, a fim de que separem o dia da noite esirvam de sinais para marcar o tempo e as estaes, osdias e os anos. Deus ento fez dois grandes corposluminosos, um, maior, para presidir ao dia, o outro, menor,para presidir a noite; fez tambm as estrelas. E da tarde eda manh se fez o quarto dia.

    V PERODO TERCIRIO. Crosta slida; formao doscontinentes. Retirada das guas para os lugares baixos;formao dos mares. Atmosfera depurada; temperatura

    atual produzida pelo calor solar. Gigantescos animaisterrestres. Vegetais e animais da atualidade. Pssaros.

    5 DIA. Disse Deus ainda: Produzam as guas animais vivosque nadem nas guas e pssaros que voem sobre a Terra.Deus ento criou os grandes peixes e todos os animais que

    tm vida e movimento e criou tambm todos os pssaros,cada um de uma espcie. E os abenoou, dizendo: Cresceie multiplicai-vos...

    VI. DILVIO UNIVERSAL. PS DILUVIANO. Terrenos dealuvio. Vegetais e animais atuais. O homem.

    6. DIA. Disse Deus: Produza a Terra animais vivos, osanimais domsticos e os animais selvagens... Deus entocriou o homem a sua imagem e o criou a imagem de Deuse o criou macho e fmea. Deus os abenoou e lhes disse:Crescei e multiplicai-vos...

    Kardec finaliza o estudo da Gnese Mosaica, com a seguinte, com a seguinte afirmao: No rejeitemos, pois, aGnese Bblica; estudemo-la ao contrrio, como se estuda a infncia dos povos. uma epopia rica de alegorias,das quais preciso procurar o sentido oculto; que necessrio comentar e explicar com as luzes da razo e dacincia(GE cap.XII, item 12).

    Aps a anlise comparada dos enunciados da Cincia e da Gnese Mosaica, vemos que o ponto culminante dacriao foi o surgimento do Homem. Ns somos, assim, herdeiros da criao e responsveis pela conservaoplanetria, cabendo a cada um de ns a execuo de nossas tarefas para o alcance do bem estar comum e doprogresso da humanidade.

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    FEESP - CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO

    QUESTO REFLEXIVA:Comente a nossa responsabilidade como filhos de Deus e herdeiros da Sua criao.

    Parte B - A Gnese Espiritual

    A Cincia tem buscado explicar-nos as causas da formao do mundo material e do surgimento do Homem.Atravs das leis fsicas, elucidadas pelas pesquisas cientificas, compreendemos Uma infinidade de fenmenosque regem as nossas vidas e o nosso mundo.

    Entretanto, somente as leis que regulam o mundo fsico no so capazes de explicar o sentimento deimortalidade que anima a criatura humana ou, ainda, a inteligncia que se desenvolve em todos os campos desua atuao.

    Devemos lembrar, portanto, que para a Doutrina Esprita o Universo constitudo de dois elementos gerais: amatria e o esprito, ambos criados por Deus. (LE, questo 27). O Espiritismo vem ento nos elucidar as leisespirituais; a Cincia, por sua vez, vem apresentar-nos as leis materiais.

    PRINCPIO ESPIRITUAL

    Observando a realidade constituda ao nosso redor, percebemos que a existncia da matria - ou princpiomaterial - no necessita de prova, uma vez que ela se manifesta de maneira pondervel, ou seja, pode sermedida de alguma forma, e, desse modo, percebida por nossos sentidos. E importante lembrar que a matria formada a partir da elaborao do elemento csmico universal (fluido csmico).

    O outro elemento constitutivo do Universo, o princpio espiritual (ou inteligente), afirma sua existncia por seusatos ou efeitos inteligentes. Em O Livro dos Espritos, na questo n 23, Kardec pergunta Que o esprito?eobtm a seguinte resposta: O princpio inteligente do Universo.

    O principio inteligente ento, em absoluto, distinto da matria. Mas, ele se utiliza da matria para semanifestar no mundo fsico. H, no entanto, que se ressaltar, que inteligncia e princpio inteligente so coisasdiferentes, eis que a inteligncia apenas um dos diversos atributos essenciais do principio inteligente.

    Sobre a origem do princpio inteligente, ou princpio espiritual, Kardec formula, em A Gnese, no capitulo XI,item 7, a seguinte questo: O ser espiritual sendo admitido, e a sua fonte no podendo estar na matria, qual a sua origem, seu ponto de partida?, e, a seguir, apresentada a seguinte resposta:

    Aqui, os meios de investigao faltam absolutamente, como em tudo o que est ligado ao princpio das coisas.O homem pode constatar apenas o que existe; sobre todo o resto, ele pode emitir apenas hipteses; e, seja

    porque esse conhecimento ultrapasse o alcance de sua inteligncia atual, seja porque exista para ele inutilidadeou prejuzo em possu-lo agora, Deus no d a ele, nem mesmo pela revelao.

    Atravs da anlise do conjunto de conhecimentos hoje compilados pela humanidade, verificamos a presena deum encadeamento progressivo. Assim, medida que avanamos, agregamos mais informaes que voconstruindo novos campos do saber, ou aprimorando os j existentes.

    Especialmente em relao Doutrina Esprita, que tem a natureza de revelao (3 Revelao), podemoslembrar que, como constantemente nos explica Kardec, todas as informaes que nos foram trazidas pelosEspritos Superiores no representam a totalidade do conjunto do que podemos apreender, mas se limitam nossa atual capacidade de compreenso. No universo tudo vem a seu tempo!

    Em O Livro dos Espritos, no capitulo XI, Kardec abordou os Trs Reinosda natureza.

    Antes de prosseguirmos, temos que ressalvar que esta classificao, como todas as classificaes cientficas,tomou-se hoje mais complexa, e foram classificados novos reinos da natureza, pois se constatou que algunsseres, em sua essncia, no se encaixavam nas caractersticas de um dos trs reinos ate ento considerados.Alguns exemplos so: os vrus, os cogumelos e os corais, pois possuem naturezas que, dizem os cientistas,

    justificam a classificao em reinos prprios.

    Tal avano da classificao cientifica uma especializao necessria; mas, em relao ao foco que por ora nosinteressam, os princpios presentes so os mesmos, e apresentam os seres avanando dos espcimes maissimples para os mais complexos. Lembremos, ainda, como Kardec exps diversas vezes, a Doutrina Esprita noser superada pela Cincia, pois todos os fatos cientficos devidamente comprovados no sero rejeitados pelo

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    173 Aula - Gnese Mosaica e KardequianaGnese Espiritual

    Espiritismo, mas, ao contrrio, plenamente acolhidos. Essa a natureza cientifica da Doutrina Esprita queimpede que ela seja superada. Podemos ainda acrescentar que, comumente, na Doutrina Esprita, usamos aexpresso Reino Hominalque ento pode ser considerado um 4 reino.

    Voltemos ao principio espiritual. O principio espiritual teve um inicio, pois apenas Deus eterno, e todas asdemais coisas existentes no universo so criaes de Deus. Em seu incio, o principio espiritual transita entre osreinos da natureza e no tem conscincia de si mesmo.

    Na questo 586 de O Livro dos Espritos, a propsito, Kardec pergunta sobre o estado do principio espiritualnas plantas, vejamos: As plantas tm conscincia de sua existncia? resposta: No. Elas no pensam, no tmmais do que a vida orgnica.

    Assim, uma planta possui: a matria densa que forma seu corpo fsico, o fluido vital que a anima, e, alm dessasimples vida orgnica, reside o principio espiritual, mas, repetimos, sem conscincia de sua existncia.

    Quando alcana o reino animal, o principio inteligente j adquiriu individualidade. Na questo n 607-a de OLivro dos Espritosencontramos uma sntese. Vejamos:

    P. Parece, assim, que a alma teria sido o princpio inteligente dos seres inferiores da criao?R. No dissemos que tudo se encadeia na Natureza e tende unidade? nesses seres, que estais longe de

    conhecer inteiramente que o princpio inteligente se elabora, se individualiza pouco a pouco e ensaia para a vida,como dissemos. , de certa maneira, um trabalho preparatrio, como da germinao, em seguida ao qual o

    princpio inteligente sofre uma transformao e se torna Esprito. ento que comea para ele o perodo dahumanidade e, com este, a conscincia do seu futuro, a distino do bem e do mal e a responsabilidade dos seusatos. Como depois do perodo da infncia vem o da adolescncia, depois a juventude e por fim a idade madura...(grifo nosso).

    Destacamos a palavra Espritopara ressaltar seu significado nico para a Doutrina Esprita: o Ser inteligentequando atinge a fase hominal.

    Quanta beleza podemos ver nas obras de Deus! Tudo movimento, tudo progresso, tudo harmonia nas LeisEternas. Dentre todos os sistemas criados pelo Homem, nenhum deles foi capaz de explicar o mundo e suaorigem. Ha uma grandiosidade tal que s por revelao poderamos conhecer.

    Andr Luiz, em Evoluo em Dois Mundos, cap. VI, menciona uma genealogia do Esprito, completando: Coma Superviso Celeste, o princpio inteligente gastou, desde os vrus e as bactrias das primeiras horas do

    protoplasma na Terra, mais ou menos quinze milhes de sculos, a fim de que pudesse, como ser pensante,embora em fase embrionria da razo, lanar as suas primeiras emisses de pensamento continuo para osEspaos Csmicos.

    Diz, ainda, Andr Luiz, em No Mundo Maior, cap. 4, ... O princpio espiritual desde o obscuro momento dacriao, caminha sem detena para frente (...). Viajou do simples impulso para a irritabilidade, da irritabilidade

    para a sensao, da sensao para o instinto, do instinto para a razo, tendo feito assim a passagem atravs dosReinos da Natureza.

    Dentro deste contexto, toma-se o mundo material o palco para a manifestao dos seres espirituais, fornecendoelementos para que eles desenvolvam a sua inteligncia e a sua moralidade, sendo a matria ento, o objeto detrabalho do Esprito. Ou seja, ele atua sobre ela e para que isso seja possvel, ele a utiliza como vestimenta. Paratanto, Deus dotou o ser humano de colpos organizados e versteis, capazes de responder a vontade do serinteligente que o habita. E importante notar que o desenvolvimento do Esprito suscita novos gneros detrabalho e, por conseqncia, corpos mais sutis, aptos a atividades mais depuradas em mundos tambm maisevoludos.

    A programao espiritual que acompanha a criao e a elaborao de um planeta, as encarnaes ereencarnaes que sero realizadas nele, so sempre dirigidas por uma comunidade de Espritos Puros, eleitospor Deus. Sendo Jesus um dos membros dessa comunidade, ele o responsvel pelo processo evolutivo denosso planeta. Estudar ento a gnese planetria faz-se necessrio para que possamos saber de onde viemos,

    como estamos e qual ser a nossa destinao.

    QUESTO REFLEXIVA:Reflita sobre a seguinte frase: Na natureza tudo se encadeia.

    Bibliografia

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    FEESP - CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO

    - A Bblia de Jerusalm.- Kardec, Allan - O Livro dos Espritos - Ed. FEESP.- Kardec, Allan - O Livro dos Mdiuns - Ed. FEESP.- Kardec, Allan - A Gnese - Ed. FEESP.- Kardec, Allan - O Cu e o Inferno.

    4. Aula - A Formao Do Povo Hebreu e o Declogo

    Parte A - A Raa Admica e a Histria Do Povo Hebreu

    A Doutrina Esprita ensina-nos que os mundos progridem de duas formas:

    Fisicamente, pela elaborao da matria;

    Moralmente, pela purificao dos Espritos que os habitam.H, assim, uma grande diversidade de mundos, mais ou menos evoludos, segundo o adiantamento ouinferioridade de seus habitantes. Uns so inferiores a Terra, outros esto no mesmo grau evolutivo, outros,ainda, so superiores.

    Quando portanto um mundo chegou a um de seus perodos de transformao que deve faz-lo subir na

    hierarquia, mutaes se operam na populao encarnada e na desencarnada' ento que ocorrem as grandesemigraes e imigraes.(GE, XI, item 43).

    Essas mudanas ocorrem de duas maneiras:

    Parciais - mudana circunscrita a um povo;

    Gerais - quando atinge todo um determinado mundo.

    A Terra, como ocorre em todos os mundos, foi palco dessas mudanas populacionais com a chegada dosEspritos exilados de Capela.

    Conforme apontamento de Emmanuel na obra A Caminho da Luz, Capela uma grande estrela da Constelaode Cocheiro, e dista da Terra 42 anos-luz. Tendo alcanado um elevado grau intelectual, continha, entretanto,

    em seu seio, uma grande quantidade de Espritos rebeldes, comprometidos moralmente, e que dificultavam aconsolidao do progresso daquele mundo. Diante desse quadro, havia necessidade da retirada desses Espritospara outros mundos.

    Dentre aqueles revoltosos, muitos foram enviados a Terra, e foram recebidos amorosamente por Jesus. Essapopulao daria origem s raas que ficariam conhecidas como admicas. Essa chegada dos capelinos simbolizada pelas figuras de Ado e Eva.

    No entanto, ha que se ressaltar que embora esses Espritos tenham vindo para impulsionar o progresso do nossomundo, o Planeta Terra, poca, j era habitado por vrios povos: alguns muito primitivos, que compunham amaioria; outros, mais evoludos, como a raa amarela, consoante citao de Kardec em A Gneseno capituloXI, item 41.

    Logo, eles - Ado e Eva - no foram os primeiros habitantes deste planeta, conforme disposto na questo 50 deO Livro dos Espritos:P.A espcie humana comeou por um s homem?R. No; aquele que chamais Ado no foi o primeiro nem o nico a povoar a Terra.

    Emmanuel, em sua obra acima citada, no capitulo III, discorrendo sobre os capelinos, esclarece: Com essasentidades nasceram no orbe os ascendentes das raas brancas. Esses Espritos, com o transcurso dos anos,reuniram-se em quatro grandes ramos:

    1 - grupo dos RIAS;2 - civilizao do EGITO;3 - povo de ISRAEL;4 - castas da NDIA.

    O POVO DE ISRAEL OU HEBREU

    O povo hebreu era o ramo dos capelinos que tinha como caracterstica principal a fortaleza espiritual pelacrena monotesta. A humanidade terrena deve a esse povo a propagao na crena do Deus nico.

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    194. Aula - A Formao Do Povo Hebreu e o Declogo

    No entanto, Segundo dispe Emmanuel na mesma obra acima citada, no capitulo VII: Examinando esse povonotvel no seu passado longnquo, reconhecemos que, se grande era sua certeza na existncia de Deus, muitogrande tambm era o seu orgulho, dentro de suas concepes da verdade e da vida.

    Esse orgulho, podemos compreender, impediu-os de reconhecer Jesus como o Messias esperado, eis queaguardavam um conquistador, um soberano resplandecente de glria terrena, que subjugasse os demais povosda terra e concedesse a Israel a supremacia do mundo. Tais convices, repetimos, no lhes permitiu

    compreender a mensagem sublime de Jesus, como veremos, mais detalhadamente, em aulas seguintes.

    ORIGENS

    Procurando as origens do povo hebreu, verificamos que eles chegaram tarde ao cenrio da Histria. Kardec, naquesto 51 de O Livro dos Espritos, tendo indagado sobre a poca em que viveu o Ado bblico, obteve aseguinte resposta: Mais ou menos naquela que lhe assinalais: cerca de quatro mil anos antes de Cristo.

    Nessa poca ento assinalada para a origem do povo hebreu, verificamos que j havia grandes civilizaesorganizadas. O Egito, por exemplo, j tinha suas pirmides, e a Sumria j era um poderoso imprio. Os hebreusformavam um grupo de nmades circulando sem destino pelo deserto e nem chegavam a atrair a ateno dasgrandes potncias. Quando se estabeleceram, a terra por eles ocupada era de tamanho insignificante e, emgrande parte, de solo estril.

    No entanto, o impacto do povo hebreu sobre nossa civilizao foi impressionante. Mais de um tero dahumanidade: os troncos judaico, muulmano e cristo derivam da saga hebraica. Procurando identificar a razodessa surpreendente influncia, entendemos que a sua chave a crena no Deus nico (monotesmo).

    O PATRIARCA ABRAO

    Pelos relatos bblicos, podemos identificar a organizao do povo hebreu a partir do grande patriarca Abrao, oque teria ocorrido por volta do ano 1850 a.C. (cf. Bblia de Jerusalm).

    Nesta altura, h que se fazerem algumas ressalvas. Quase toda a histria da origem e formao do povo hebreuapenas pode ser encontrada nas narrativas bblicas. Diferentemente de outras grandes civilizaes, no existemachados arqueolgicos significativos que comprovem todos os fatos ali descritos.

    As datas ento indicadas, quando se trata da histria do povo hebreu, so estimativas, calculadas a partir dosrelatos bblicos, com base nas arvores genealgicas apresentadas e nas idades atribudas aos patriarcas.

    Em alguns casos, a histria bblica, em parte de suas narrativas, coincide com a histria oficial. Isto podemosconstatar, especialmente, nos hierglifos egpcios esculpidos em pedra. Entre os fatos coincidentes podemoscitar a existncia de povos estrangeiros no Egito, o reinado do Fara Ramss II e a localizao do povo judeu emCana no sculo XII a.C.

    Feita esta reserva, passemos aos fatos segundo os relatos bblicos. Iahweh disse a Abrao: Sai da tua terra, datua parentela e a da casa de teu pai, para a terra que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu teabenoarei, engrandecerei teu nome; s uma beno!(Genesis, 12: 1-2).

    Abrao que j havia deixado a cidade de Ur, na Caldia, no vale da Mesopotmia, entre os rios Tigre e Eufrates,no Golfo Prsico, encontrava-se em Har.

    Abrao partiu, como lhe disse Iahweh, e L partiu com ele. Abrao tinha setenta e Cinco anos quando deixouHar. Abrao tomou sua mulher Sarai, seu sobrinho L todos os bens que tinham reunido e o pessoal que tinhamadquirido em Har; partiram para a terra de Cana, e ai chegaram.(Genesis, 12: 4-5).

    Numa poca de grande seca, Abrao, com a famlia e o rebanho, deslocou-se para o Egito. Algum tempo depois,volta a Terra Prometida, mas os Cananeus no os receberam bem. Aps desentendimentos entre os pastoresdos rebanhos, Abrao e L separaram-se.

    ISAACAbrao teve vrios filhos. Entre eles, destacam-se Ismael, filho de Agar, escrava de sua mulher, e Isaac, filho de

    sua mulher Sara. Com o nascimento de Isaac, Agar e seu filho Ismael deixam o cl de Abrao e seguem para odeserto. A descendncia de Ismael deu origem ao povo rabe. Isaac, assim, torna-se o herdeiro de Abrao ecasa-se com sua prima Rebeca, e geraram a Esa e Jac.

    JAC

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    FEESP - CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO

    Jac e seu irmo Esa tiveram uma convivncia cheia de rivalidades. Quando adultos, essas disputas tomaram-seainda mais acirradas, fazendo-os competir entre si pelo direito de sucesso a herana.

    A certa altura, Isaac pede a Jac que se case com uma hebria e o envia a Har, a casa de seu tio Labo, irmo deRebeca. Durante essa viagem, Jac teve o famoso sonho da escada que se erguia da Terra e os anjos de Deussubiam e desciam por ela (essa viso pode ser considerada como representativa do processo de evoluo dos

    Espritos na Terra).La conhece sua prima Raquel por quem se apaixona. Serve a Labo por sete anos para receb-la em casamento.Mas Labo, astuciosamente, em lugar de Raquel lhe deu Lia, a irm mais velha. Depois de uma semana nupcial,Labo entregou-lhe tambm Raquel, mas Jac precisou servir-lhe por mais sete anos.

    Jac, aps se desentender com seu tio, retorna a Cana e tem outro sonho, no qual lutava com um anjo at oamanhecer. Como no foi vencido, o anjo deu-lhe o nome de ISRAEL e lhe disse que esse seria o seu nome daiem diante.

    OS FILHOS DE JAC E A DIVISO DAS TRIBOS

    Jac teve 12 filhos, e dessa descendncia originaram-se as 12 tribos de Israel que ocupariam Cana. H que seesclarecer, no entanto, que a parte que cabia a tribo de Levi foi dividida entre os filhos de Jos: Manasss eEfraim, pois a tribo de Levi ficou responsvel pelas atividades sacerdotais de Israel.

    Vejamos o diagrama abaixo:

    Seu filho Jos, filho de Raquel, era muito amado pelo pai, e por isso invejado pelos irmos. Eles ento ovenderam a mercadores que o levaram para o Egito, e quando retornaram para casa disseram a Jac que eletinha sido morto por um animal selvagem.

    Jos, no Egito, aps um perodo de tribulaes, quando se encontrava encarcerado, foi chamado pelo Fara parainterpretao de um sonho que o incomodava. Conseguindo fazer uma interpretao precisa do sonho, ganhoua confiana do Fara e se tornou seu ministro.

    Jos casou-se com Assenet com quem teve dois filhos: Manasss e Efraim.

    Diante da grande seca por toda a terra de Cana, os irmos de Jos dirigiram-se para o Egito em busca demantimentos e ali so reconhecidos pelo irmo, que os perdoou.

    Jac teve a grande alegria de reencontrar, no Egito, o filho que pensava ter perdido. La toda a famlia se instalou.Naquela terra, o povo hebreu permaneceria por mais de quatro sculos.

    QUESTO REFLEXIVA:Qual a importncia , para ns, do estudo da histria do povo hebreu?

    Parte B Moiss e o Declogo

    O povo hebreu permaneceu no Egito por volta de 430 anos. Esse perodo foi marcado por grande prosperidade ecrescimento populacional. Este fato despertou a preocupao do Fara Ramss II, que passou a oprimir o povohebreu. Adotando medida extrema, tentando impedir o nascimento das crianas do sexo masculino, determinouque as parteiras matassem todos os meninos hebreus recm-nascidos.

    Jac Lia Ra uel Bala Zelfa

    Rben

    Simeo

    Levi

    Jud

    Issacar

    Zabulon

    Jos

    Benjamin

    D

    Naftali

    Gad

    Aser

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    214. Aula - A Formao Do Povo Hebreu e o Declogo

    Foi nesse cenrio que a me de Moiss, Jocabel, da descendncia de Levi, com intuito de proteg-lo, escondeu-oat o terceiro ms de idade. Posteriormente, temendo ser descoberta, o colocou num cesto no rio Nilo de ondefoi retirado pela princesa Termtis, ilha de Ramss II.

    A princesa adotou-o como filho, dando-lhe o nome de Moiss. Foi criado dentro do palcio e recebeu toda aeducao reservada a um nobre egpcio.

    Na idade adulta, certo dia, ao se deparar com um guarda egpcio agredindo um hebreu, tomou-lhe a defesa eacabou por ocasionar a morte daquele guarda. O episdio toma-se conhecido e o Fara, tendo notcia do caso,procurava mat-lo.

    Em fuga, Moiss dirigiu-se para a terra de Madi. La conheceu as filhas do sacerdote Jetro, e depois de proteg-las de uma injusta agresso por parte de alguns pastores da regio, foi acolhido na casa de Jetro, e unindo-se asua filha Sfoxa, teve um filho de nome Gersam.

    Vrios anos depois, quando apascentava o rebanho de seu sogro teve a viso de uma chama de fogo no meio deuma sara. Ali Moiss recebe a sua misso:

    lahweh disse: Eu vi, eu vi a misria do meu povo que est no Egito. Ouvi seu grito por causa dos seusopressores; pois eu conheo as suas angstias. Par isso desci a fim de libert-lo da mo dos egpcios, e para faz-

    Io subir desta terra para uma terra boa e vasta, terra que mana leite e mel, o lugar dos cananeus, dos heteus,dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus. Agora, o grito dos israelitas chegou at mim, e tambmvejo a opresso com que os egpcios os esto oprimindo. Vai, pois, e eu te enviarei ao Fara, para fazer sair doEgito o meu povo, os israelitas(xodo, 3:7-10).

    Moiss parte e encontra seu irmo Aaro no deserto que o auxiliaria frente ao Fara. Quando chegam ao Egitodirigem-se ao Fara e procuram negociar a libertao do povo hebreu.

    Porm, como o Fara no concordou aquele pedido, Segundo o relato bblico, o Egito foi acometido das dezpragas:

    1 . a gua transformada em sangue;2. as rs;

    3. os mosquitos;4. as moscas;5. a peste do animais;

    6. as lceras;7. a chuva de granizo;

    8. os gafanhotos;9. as trevas;10. a morte dos primognitos.

    Do ponto de vista cientfico, as 10 pragas so interpretadas atualmente como uma srie de eventos queculminaram numa catstrofe ecolgica. A prpria enumerao das pragas obedece uma seqncia lgica que,quando explicada pelos cientistas, desmistifica o carter miraculoso desses eventos.

    Finalmente, aps todas essas tribulaes, o Fara permitiu a sada do povo hebreu do Egito (xodo). A PscoaJudaica exatamente a comemorao desse momento crucial da histria hebraica.

    O Fara arrependeu-se da permisso concedida e ordenou a seus exrcitos que perseguissem o povo hebreu.Liderado por Moiss, os hebreus atravessaram o Mar Vermelho; j o exrcito egpcio sucumbiu sob suas

    guas.O DECLOGOApos trs meses da partida do Egito, os hebreus, liderados por Moiss, alcanaram o Monte Sinai. L Moiss convocado por lahweh, e recebe os Dez Mandamentos (Declogo):

    I-Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servido. No ters deusesestrangeiros diante de mim. No fars para ti imagens de escultura, nem figura alguma de alguma queh em cima no cu, e do que h embaixo na terra, nem de coisa que haja nas guas debaixo da terra.No adorars, nem lhes dars culto.

    II - No tomars o nome do Senhor teu Deus em vo.III - Lembra-te de santificar o dia de sbado.IV- Honrars a teu pai e a tua me, para teres uma dilatada vida sobre a terra que o Senhor teu Deus te h

    de dar.V No matars.VI - No cometers adultrio.VII No furtars.

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    FEESP - CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO

    VIII No dirs falso testemunho contra o teu prximo.IX- No desejaras a mulher do prximo.

    X- No cobiaras a casa do teu prximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seujumento, nem outra coisa alguma que lhe pertena.(E.S.E. cap.I, item 2).

    Esta lei de carter divino, revelao para todos os povos, sendo verdadeira em todos os tempos. Por isso, o

    Declogo considerado, na viso esprita, a primeira revelao, pois vem trazer a primeira constituio moralsintetizada visando o progresso espiritual humano.

    Porm, para comandar esse povo bastante rude do ponto de vista moral e intelectual eram necessrias outrasleis, de natureza civil, que permitissem reger e ordenar a vida em sociedade. Essas leis, de carter transitrio,foram institudas pelo grande legislador hebreu, para auxiliar a conduo desse povo indisciplinado e, porvezes, rebelde.

    Essa rebeldia pode ser constatada na prpria histria do recebimento dos mandamentos divinos. Conformerelato bblico, Moiss subiu ao monte Sinai para receber as tabuas da lei e l permaneceu por 40 dias e 40noites. Em sua ausncia, o povo, que no Egito acostumou-se as prticas idlatras, fabricou um bezerro de ouropara ser adorado. Quando Moiss desceu do monte e verificou o que vinha acontecendo, encheu-se de ira e

    quebrou as tabuas da lei onde constavam os dez mandamentos.Apos punir de forma severa o povo em seus excessos, Moiss retoma ao Monte Sinai para refazer as tbuas dalei. Essa postura dos hebreus nos leva a pensar quanto a nossa dificuldade em sermos fiis a Deus e confiarNele em todos os momentos de nossa existncia.

    Devido a essa grave falta do povo, Moiss decide permanecer no deserto durante 40 anos, para que houvesseuma renovao moral e de valores, e uma nova gerao adentrasse a Terra Prometida.

    Alm de sua firme liderana junto aos hebreus e de suas apuradas faculdades medinicas que permitiram orecebimento do Declogo, a Moiss creditada a autoria do Pentateuco, ou seja dos primeiros cinco livros doAntigo Testamento - a Tora, como denominada a Bblia judaica. So eles:

    Gnese: conta a histria da criao do mundo e do Homem, e da formao da aliana entre os

    patriarcas hebreus e Deus; xodo: narra a sada dos hebreus do Egito sob a liderana de Moiss, e o recebimento do Declogo e a

    criao das leis civis;

    Levtico: manual que regula o sacerdcio, os sacrifcios, e as punies devidas a cada falta;

    Nmeros: refere-se a dois recenseamentos dos hebreus no deserto e a primeira tentativa de adentrarem Cana;

    Deuteronmio: significa Segunda lei, aprofundando-a nos aspectos religioso e jurdico. Contm os 3discursos de Moiss ao povo.

    Moiss, embora tenha sido o grande lder do povo hebreu, no adentrou a terra de Cana, a TerraPrometida. Visualizou-a do monte Nebo, onde veio a falecer, antes, porm, havia indicado Josu como seusucessor (1.200 a.C.).

    E Josu que lidera o povo na travessia do rio Jordo, planeja a tomada de Jeric e, aps varias batalhas,instala-se na regio de Cana. Ele ainda organiza a partilha das terras entre as doze tribos, e foi o responsvelpela instalao do sistema tribal.

    QUESTO REFLEXIVAComente a importncia do Declogo, ou seja, dos Dez Mandamentos, para a humanidade .

    Bibliografia- A Bblia de Jerusalm.- Kardec, Allan - A Gnese - Ed. FEESP.- Kardec, Allan - O Livro dos Espritos - Ed. F EESP.- Kardec, Allan - O Evangelho Segundo o Espiritismo - Ed. FEESP

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    235. Aula - As Profecias Sobre a Vinda do Messias - Os Domnios Estrangeiros e o Mundo Romano

    5. Aula - As Profecias Sobre a Vinda do Messias - Os DomniosEstrangeiros e o Mundo Romano

    Parte A - As Profecias Sobre a Vinda do Messias

    O nome Cristo o equivalente em grego palavra Messias,assim, o nome Jesus Cristo significa Jesus, oMessias ou Jesus, o Ungido.

    Nas duas passagens seguintes, ele prprio diz claramente que o Messias que haveria de vir:

    1) Elefoi a Nazar, onde fora criado, e, segundo seu costume, entrou e dia de sbado na sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. Foi-lhe entregue o livro do profeta Isaias; desenrolou-o, encontrou o lugar onde estescrito: O Esprito do Senhor est sobre mim, porque ele me consagrou pela uno para evangelizar os pobres;enviou-me para proclamar libertao aos presos e aos cegos a recuperao das vistas, para restituir aliberdade aos oprimidos, e para proclamar um ano de graa do Senhor. Enrolou o livro, entregou-o ao serventee sentou-se; todos na sinagoga olhavam-no, atentos. Ento, comeou a dizer-lhes: Hoje se cumpriu aos vossosouvidos essa passagem da Escritura... .(Lc 4:16-21).

    2) A mulher lhe disse: Sei que vem um Messias (que se chama Cristo). Quando ele vier nos explicara tudo.Disse-lhe Jesus: Soueu, que falo contigo.(Jo 4225).

    Podemos encontrar por diversas passagens no Antigo Testamento profecias apontando para a chegadadaquele que seria o Salvador. Esto presentes nos livros de Jeremias, Daniel, Miquias, Osias, Zacarias, etc.Porm, de todos, o que mais se destaca em citaes sobre a vinda do Messias Isaias. Descreve-o ao mesmotempo como um servo sofredor que morreria pelos pecados da humanidade e como um prncipe soberanoque governara com justia. Apreciemos algumas profecias:

    Uma voz clama: No deserto, abri um caminho para Iahweh...; Isaias 40:3. Esta profecia data do sculo VIIIa.C e est comprovada no Novo Testamento no Evangelho de Mateus, 3:1; Naqueles dias, apareceu JooBatista pregando no deserto da Judia e dizendo: Arrependei-vos, porque o Reino dos Cus esta prximo. Pois

    foi dele que falou o profeta Isaias...

    Ainda em lsaas 11:1-4 lemos: Um ramo sara do tronco de Jesse, um rebento brotara de suas razes... Ele nojulgara segundo a aparncia. Ele no dar sentena apenas por ouvir dizer. Antes, julgara os fracos com justia,com equidade pronunciar sentena em favor dos pobres da terra.

    Em Miquias 5:1-5, encontramos: E tu, Belm-frata, pequena entre os cls de Jud, de ti sair para mimquele que governar Israel...

    No livro de Daniel 9:25-26, lemos: Fica sabendo, pois, ecompreende isto: Desde a promulgao do decretosobre o retorno e a reconstruo de Jerusalm , at um Prncipe Ungido, haver sete semanas... Depois dassessenta e duas semanas um Ungido ser eliminado embora ele no tenha... E a cidade e o santurio serodestrudos...

    A profecia mostra uma seqncia de fatos: a vinda do Messias, a sua morte e a destruio de Jerusalm,

    inclusive do templo. O cumprimento destas profecias esta em Lucas 2:1-7: Naquelesdias, apareceu um editode Csar Augusto, ordenando o recenseamento de todo o mundo habitado. .. E todos iam se alistar. TambmJos subiu da cidade de Nazar, na Galilia, para a Judia, a cidade de Davi, chamada Belm, por ser da casa eda famlia de Davi, para se inscrever com Maria, desposada com ele, que estava grvida....

    O livro de Zacarias, 9:9 diz: Exulta muito, filha de Sio! Grita de alegria, filha de Jerusalm! Eis que o teu reivem a ti: ele justo e vitorioso, humilde, montado sobre um jumento.... Esta profecia sobre a entradamessinica de Jesus em Jerusalm, em 500 anos a.C. est relatada em Joo 12:12-15: ...Hosana! Bendito oque vem em nome do Senhor.. No temas, filha de Sio! Eis que vem o teu rei montado num jumentinho!

    Essas passagens anunciam o que seria o ponto inicial da lio salvadora do Cristo, como a dizer que ahumildade representa a chave de todas as virtudes. Comeava a era definitiva da maioridade espiritual da

    humanidade terrestre onde Jesus entregaria o cdigo da fraternidade e do amor a todos os coraes.TODOS ESPERAVAM O MESSIAS

  • 7/13/2019 Curso de Aprendizes Do Evangelho - Primeiro Ano - 21 Edio (FEESP)

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    FEESP - CURSO DE APRENDIZES DO EVANGELHO1. ANO

    Alm do povo hebreu, Jesus, na sua proteo e na sua misericrdia, desde os tempos mais distantes envioumissionrios aqueles agrupamentos de criaturas que se organizavam, econmica e politicamente, entre ascoletividades primarias da Terra. Emmanuel cita em A Caminho da Luz, cap. III:

    Os enviados do Infinito falaram, na China milenria, da celeste figura do Salvador muitos sculos antes doadvento de Jesus. Os iniciados do Egito esperavam-no com as suas profecias. Na Prsia, idealizaram a sua

    trajetria, antevendo-lhe os passos nos caminhos do porvir; na ndia vdica, era conhecida quase toda ahistria evanglica, que o sol dos milnios futuros iluminaria na regio escabrosa da Palestina, e o povo deIsrael durante muitos sculos, cantou-lhes as glrias divinas, na exaltao do amor e da resignao, da piedadee do martrio, atravs da palavra de seus profetas mais eminentes."

    Essa espera teria sido iniciada muito antes do que se imagina. Emmanuel comenta que Jesus reunira no espaoinfinito os proscritos que se exilaram na Terra, vindos de Capela, antes de sua reencarnao geral. Estes,

    jamais se esqueceram das palavras confortadoras do Messias em suas divinas promessas. Suas vozes ench