D. Coletivo do Trabalho

Embed Size (px)

DESCRIPTION

ARBITRAGEM NO DIREITO COLETIVO

Citation preview

Disciplina: Direito Coletivo e Processual do Trabalho

ARBITRAGEM NO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO

ARBITRAGEM NO DIREITO COLETIVO

De acordo com o art. 611, caput, da CLT, a conveno coletiva (CC) acordo de carter normativo, pelo qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econmicas e profissionais estipulam condies de trabalho aplicveis, no mbito das respectivas representaes, s relaes individuais de trabalho. Ou seja, so normas autnomas que constituem verdadeiro acordo de vontade entre as partes.Por sua vez, o art. 611, 1 da CLT dispe que o acordo coletivo de trabalho (ACT) faculdade dos sindicatos de categorias profissionais, que podem ser celebrados com uma ou mais empresas da categoria econmica. Tero como objeto disposies relativas s condies de trabalho no mbito das partes acordantes ou da empresa e, portanto, menor abrangncia em relao CC.De acordo com DELGADO (2012), a arbitragem uma deciso de carter normativo tomada por algum escolhido por entidades juscoletivas, no contexto de negociao trabalhista, para incidncia no mbito das respectivas bases sindicais. A arbitragem est disciplinada na Lei n 9.307/96, que dispe, em seu art. 1, da possibilidade de utilizar a arbitragem para solucionar conflitos relativos a direitos patrimoniais disponveis. Deste conceito podem ser extradas, pelo menos, duas premissas. Primeiro: a de que, em sendo a relao trabalhista relacionada a questes patrimoniais, a arbitragem pode ser admitida, ao menos em tese. Segundo: a de que a conveno de arbitragem no pode versar sobre direitos indisponveis, de forma que no pode ser estabelecida, por exemplo, a dispensa de assinatura de carteira de trabalho.De fato, a possibilidade de arbitragem na negociao coletiva est consagrada no art. 114, 1 da Constituio Federal (CF), que dispe: 1 Frustrada a negociao coletiva, as partes podero eleger rbitros.Para DELGADO (2012), apesar de serem raras as referncias expressas arbitragem no Direito Coletivo, a Lei da Greve e a Lei do Trabalho Porturio tambm preveem esta possibilidade. O autor tambm diferencia os mtodos de soluo de conflitos interindividuais e sociais, apontando como modalidades a autotutela, autocomposio e heterocomposio, assim definidos:a) autotutela: ocorre quando um indivduo tenta impor, de forma unilateral, o seu interesse. Como exemplo, podemos citar a greve.b) autocomposio: as prprias partes solucionam o conflito sem interveno de terceiros. Pode ocorrer judicial e extrajudicialmente. A negociao coletiva um exemplo. Admite como modalidades: a renncia (uma parte abre mo do direito), aceitao (o outro lado, quando a parte aceita a imposio) e transao (concesses mtuas). c) heterocomposio: um agente externo invocado a solucionar o conflito, no havendo coero pelos envolvidos, apenas pelo intermediador. Admite como modalidades: a jurisdio, a arbitragem, a conciliao e a mediao, posio no unnime na doutrina.

Segundo DELGADO (2012), a arbitragem tipo procedimental de soluo dos conflitos, mediante o qual a deciso, lanada em laudo arbitral, efetiva-se por um terceiro rbitro, estranho relao entre os sujeitos em controvrsia e, em geral por eles escolhido. O autor categoriza a arbitragem como:a) facultativa: que enseja o compromisso arbitral, o qual pode surgir judicial ou extrajudicialmente.b) obrigatria: por exigncia legal, como exemplo da lei que regula o trabalho porturio.c) legal: deriva de uma previso legal, mas pode ser facultativa ou obrigatria.d) convencional: por acordo entre as partes (conveno de arbitragem).

Como se v, a arbitragem admissvel nos conflitos coletivos do trabalho, possui previso expressa no texto constitucional, bem como na Lei de Greve e de Participao nos Lucros, resultando de uma deliberao das partes coletivas trabalhistas.

APLICABILIDADE DA MEDIAO NO DIREITO COLETIVO

Para DELGADO (2012), a mediao mtodo de soluo de conflitos em que as partes, com a ajuda de pessoa intermediria, pacificam o conflito por meio de uma soluo por elas mesmas ajustada. O mediador atua de forma instrumental, no havendo imposio ou interferncia. A mediao compulsria pelo Ministrio do Trabalho no foi recepcionada pela Constituio, mas possvel ser realizada desde que haja consenso entre as partes, que podem optar por profissionais especializados.

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

DELGADO, Maurcio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 11 Edio. So Paulo: LTr, 2012.