Da dependência à independência.Winnicott

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  • 8/2/2019 Da dependncia independncia.Winnicott

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    Da dependencia a independenciano desenvolvimento do individuo'

    ( 1963) 7Neste capitulo escolhi descrever 0 crescimento emocional em termos da jorna-

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    Soclallzac 01\ maturidado do s r humano e uma palav rn quo Il llpl lCIt 11 I() .omente cre ci-

    11111110 p ssoal mas tambern socializacao. Digamos que Ita S uulo, qu e quase s ino-Ili)ll() do m turidade, 0 adulto 8 capaz de se i den ti fi ca r com a soci edade sem sacr if ic iodOI II (I$iado da espontaneidade pessoal; ou. dito de outro modo, 0 adulto 8 capaz den Iii llil/or suas necessidades pessoais sem ser anti-social, e, na verdade, sern falhar11111 nssumir alguma responsabilidade pela manutencao ou pela rncdificacao da so-< : 1 0 1 1 1 1 ( 1 0 em que se encontra. Encontramos certas condicoes sociais, e isso 8 um lega-lin 'Ill ternos que aceitar, e, se necessario, alterar; e 8 isso que eventualmentep 1m i romos adiante aqueles que se seguirem a nos.A independencia nunca 8 absoluta. 0 individuo normal nao se torna isolado,111,1, ,( l rna relacionado ao ambiente de urn modo que se pode dizer serem 0 indivl-( 1 i 1 < 1 \I 0 mbiente interdependentes.

    A jornadaNao ha nada de novo sobre a ideia da dependencia no sentido da independen-

    ( : 1 1 1 , ada ser humane precisa cornecar esta jornada, e muitos chegam a algum lugarII o murto longe de seu destine. e chegam a uma independencia com 0 sentido socialIlldi) o. Ai a psi qu ia tr ia esta observando 0 crescimento normal, um assunto que 8[I( (JU ntemente deixado a cargo do educador ou do psicoloqo.o valor dessa abordagem 8 que ela nos permite estudar e discutir ao mesmolomp os fatores pessoais e ambientais. Nesta linguagem normalidade significa tantoll(lld do individuo como da sociedade, e a maturidade completa do individuo nao 8po fv I no ambiente soci al imaturo ou doente.

    Tres eategoriasAo planejar essa breve conceituacao de urn tema muito complexo, acho

    IH) iossarias tres ao inves de duas categorias, nao simplesmente dependencia e inde-ponti ncia.E util pensar separadamente em:

    dependencia absoluta;dependencia relat iva;rumo a independencia.

    D P nd ucla rb olutaIni i lm nt ouero charnar a atencao para os estaqios iniciais do desenvolvi-

    m nto mocional de cada crianca. No inicio 0 l ac tente 8 comple tamente dependented provisao ffsica pela mae viva em seu utero e depois como cuidado do lactente.Mas em termos de psicologia devemos dizer que 0 lactente 8 ao mesmo tempo de-pendente e independente. Este 8 urn paradoxo que precisamos exami nar. Ha tudo quee herdado, incluindo os processos de rnaturacao. e talvez tendenci es patol oqi cas her-dadas; estas tern uma real idade propri a, e ningu8m pode al tere-las: ao mesmo tempo,o processo maturativo depende para a sua evolucao da pr ovisao do ambiente.Podemos dizer que 0 ambiente favorave l to rna poss lvel 0 progresso continuado dosprocessos de rnaturacao. Mas 0 ambi ente nao faz a cri anca. Na melhor das hi potesespossibilita a crianca concret izar seu potencial.

    o termo "processo de rnaturacao" se refere a evolucao do ego e do self, incluia historia completa do id, dos instintos e suas vicissitudes, e das defesas do ego re-lat ivas ao instinto.

    Em outras palavras, a mae e 0 pai nao produzem um bebe como um artista pro-duz um quadro ou 0 ceramista um pote. El es iniciam um processo de desenvol vimen-to que resulta em existir um habitante no corpo da mae, mais tarde em seus braces. eapos no lar proporcionado pel o s pais; este habitante se tornara algo que esta fora docontrole de qualquer um. Os pais dependem das tendencias hereditarias da crianca.Poderia se perguntar: "Que podem eles entao fazer se nao podem fazer sua propriacriancas?" Eles podem naturalmente fazer muito. Devo dizer que podem prover para acrianca que 8 sadia (no sentido de ser madura, de acordo com 0 que s ign if ica maturi -dade em um certo momenta para uma crianca). Se conseguem proporcionar esta pro-visao entao 0 processo de rnaturacao da crianca nao fica bloqueado, mas 8 atingido ecapacitado a se tornar parte da crianca.

    Acontece que este adaptar-se dos processos de rnaturacao da crianca 8 algoextremamente complexo, que traz tremendas exiqencias aos pais, sendo que inicial-mente a mae sozinha 8 0 ambiente favoravel. Ela necessita de apoio por esta epoca,que 8 melhor dado pelo pai da criarica (digamos seu esposo), por sua mae, pelafamilia e pelo ambiente social imediato. Isso 8 terrivelmente obvio mas apesar dissopreci sa ser d it o.

    Gostaria de dar a este estado especial da mae um nome especial, porque achoque a sua importancia nao tem side apreciada. As rnaes se recuperam desse estado ese esquecem. Eu denomino isso "preocupacao materna prirnaria". Este nao 8 ne-cessariamente um bom nome, mas 0 certo 8 que ao chegar ao fim da gravidez e nasprimeiras semanas depois do nascimento de uma crianca a mae esta preocupada com(ou melhor, "devotada ao") 0 cuidado de seu nene, que de inlcio parece ser parte delamesma; alern disso ela esta muito identificada com 0 nene e sabe muito bem como 8que 0 nene esta se sentindo. Para isso ela usa suas proprias experiencias como bebe.Oeste modo a propria mae esta em um estado dependente, e vulneravel, E para des-crever este estaqio que usa as palavras dependencie absoluta ao me referir ao estaqiodo bebe.

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    III III Ii1OtlO II IJrUVI! 10 Ill il ll lfJl () Ie 11111111111111111111111;i tHll II 1111(;0:lIti(Hlu, (1(1Ililllllc,: I, o qllo : IUIII f I I urn til I gfBIJ do J(IIiP/1l 'II", I Xliii, ,111111) qllo {fIIOIO (Iii I

    prim6rdio da psic n lise a ad IfJ/l(:lllJ I.c'l !,I jnlllcava urna coi a,I : 111/r n. ns id des instintivas da crianca. Muitos orros dint rpretacao se origi-11111ilii d I ntidao de alguns em entender que as necessidades de urn lactente nao" .1 0 nfin das as tensoes instintivas, nao importa quao importantes possarn ser.11'111mconjunto inteiro de desenvolvimentos do ego do lactente que tem suasPI ipr ias n cess idades . A linguagem aqui e que a mae "nao desaponta seu nene", em-lHlI I(I II possa e deva frustrar no sentido de satisfazer suas necessidades instint ivas.r nurpro ndente como as maes podem satisfazer bern as necessidades do ego de,tllIH propr ios nenes, rnesrno rnaes que nao sao boas em dar de marnar, mas que rapt-(1lIlIuli le substituern a rnarnadeira e a formula.

    Ih i sernpre algumas que nao podern se ent regar cornple tarnente, do modo queI nucc sario neste estaqio inicial , embora 0 estaq io so dure uns poucos rneses ate 01111)in gravidez e no corneco da vida da crianca.

    escreverei agora as necessidades do ego, uma vez que elas sao multiples. 0I ll ( l hor oxernplo seria a questao de segurar ao colo. Ninquern pode segurar urn bebe aII II 110 que seja capaz de se ident if icar com ele. Bal in t (1951, 1958) se referiu ao oxi-I I lio do ar, do qual 0 l ac tente nao sabe nada. Eu Ihes lernbrar ia a temperatura da

    (I I l iO do banho, testada pelo cotovelo da mae; a crianca nao sabe que a aqua podiaI 1 r ou muito quente ou multo f ria, mas ve de modo natural a temperatura corporal.Alnd estou falando de dependencia absoluta. E toda urna questao de incornodos. i rr i-I 1(, ou a fal ta desses, na vida da cr ianca. e quero desenvolver esse terna.

    Todos os processos de urna cria tura viva cons tituem urn vir-a-ser, uma especieno para a existencia. A mae que e capaz de se devotar, por urn per iodo. a essanatural , e capaz de proteger 0 vi r-a-ser de seu nene: Qualquer ir ritacao. ou fa-

    III I d adaptacso. causa uma reacao no lactente, e essa raacao quebra esse vi r-a-ser .I r gir a irritacces e 0 padrao da vida da crianca. entao existe urna seria interferen-

    t : 1 1 com a tendencia natural que existe na crianca de se tornar uma unidade integrada,on!) z de ter urn self com urn passado, urn presente e urn futuro. Com uma relativa1 1 1 1 ncia de reacoes a i rr itacoes . as tuncoes corpora is da cr ianca dao uma boa basepoi rn a cons tru

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    tiIlV()(,;/10III.IHIIII Ihll, II lOlu volun I II 111I1lI,nIIVllllllillfi. 1111I 11 1:1'VIII IIOVI1111. Oil IIi ll ll i VII I I 1l()(!l fl i I lI Il tO GOIIl SOLI OS f)O 0 , IIIIH] IlOII.O pullo(IO ulu ( , [ n 111:;10(to 0IIIII.C(H;O.

    /\ rocornp nsa d s e primeiro estaqio (dep nd ncia ab lut) que os proees-.0 . (10do envolvimento do laetente nao sao distoreidos. A recompensa neste estaqiodl ellpondllncia relat iva e que 0 lactente corneca. de certo modo, a se tornar cons-dUII/o dOSS8 dependencie . Quando a mae esta longe por um tempo superior ao da111111(IP cidade de crer em sua sobrevivencia, aparece ansiedade, e este e 0 primei rolnul qu a crianca percebe. Antes disso, se a mae esta ausente, 0 lactente simples-III( 111(;)' t11haem se benefic iar de sua habil idade especial de evi tar i rr itacoes ou inco-111(.) (j0 0 certos desenvolvimentos essenciais na estrutura do ego falham em seIOll l I i b m estabelecidos.o tagio seguinte, que e aquele em que de cer to modo 0 lactente sente ne-

    da mae, e aquele em que 0 lactente corneca a saber emsua mente que assaria.

    r dualmente a necessidade pela mae verdadeira (na normalidade) se torna fer-re Imente terrfvel, de modo que as rnaes realmente odeiam deixar seus filhos,

    n 'l il a r if icam mui to para nao causar afl icao ou mesmo produzi r raiva ou desitusaoc l l J r uit esta fase de necessidade especial. Esta fase pode-se dizer que dura (aproxi -I II I t! unonte) seis meses a dois anos.

    Quando a crianca ja esta com dois anos de idade se iniciaram novos desen-volvl rn ntos . e esses habil itam a cr ianca a lidar com a perda. E necessario se referir ao l( ): l. Junto com esses desenvolv imentos da personalidade da cr ianca ha fatoresunhiontais importantes, embora variaveis. a serem considerados. Por exemplo, podeI I IV r urna equipe rnae-arna-seca, de per si um interessante tema para estudo. PodeI I IVI r ti s e av6s adequadas ou amigos espec ia is dos pais que pela sua presence con-I 111'10e quali ficam como substitutos da mae. 0 esposo da mae tarnbern pode ser1i1I1 pessoa importante na casa, ajudando a criar urn lar, e pode ser um bom subs-1111110ara a mae, ou pode ser importante de urn modo mais masculino ao dar a es-ptH, 0 apoio e 0 sent imento de sequranca que ela pode t ransmi tir a crianca. Nao seraIii (j( s arlo considerar completamente esses detalhes um tanto 6bvios, ainda queIll li ll tJ s iqni ficativos. Verif icar-se-a. contudo, que esses detalhes variam muito, e que(I P ( C sso de crescimento do pr6pr io lactente e impelido neste sent ido e de acordo11O11lque ele obtern.

    Caso clinicoTive a oportunidade de observar uma familia de tres meninos por ocasiao da

    111I.)r'lsubita de sua mae. 0 pai agiu de modo responsavel: uma amiga da mae que1,011110cias meninos assumiu 0 cuidado deles, e ap6s um certo tempo se tarnou sua[II dr sta.

    ( Cfl(;111111111111Iliflllo 1l1ll[)(' do 1(llllIo IIl1l1Hlo uu I III III (iI!: IjllllUCOlI subitnIIIUIiI do ~lillvrdu, ou d ronvolvlmonto pIU" guiu satlstatori mente e nao houvesrnais cllnicos indi ando uma reacao. Em minha linguagem a mae era "urn obje to sub-i t ivo" para 0 nene. e a amiga da mae tomou sua posicao. Mais tarde ele consideravaua madrasta como sua mae.

    Quando esse menino mais m090 tinha quatro anos de idade ele foi trazido amim, contudo, porque estava cornecando a revelar varias dif iculdades de personali -dade. No brinquedo, na ent revista psicoterapeut ica e le inventou um brinquedo quet inha de ser repet ido rnu itas e muitas vezes, Ele se escondia e eu entao fazia umaleve al teracao. d igamos, na posicao de um lap is sobre a mesa. Ele entao aparecia edescobria a leve alteracao: f icava fur ioso e entao me matava. E le poder ia persist irnesse brinquedo por horas,

    Apli cando 0 que t inha aprendido, d isse a sua madrasta para estar preparadapara falar a ele sobre rnorte. Nessa mesma noite, pela pr imeira vez em sua vida eledeu a madrasta a oportun idade de falar sobre morte , e isso 0 levou a cont inuar na ne-cessidade de aprender exatamente todos os fatos sobre a mae de dentro da qual ti-nha vindo, e sobre sua rnorte. Isso entao adquiriu i rnportancia nos dias subsequentese tudo tinha que ser repetido e repetido e repetido. Ele continuou com seu bom rela-c ionamento com sua madras ta , a quem cont inuava a chamar de mae.

    A mais velha das tres criancas tinha seis anos de idade quando sua mae mor -reu, E le simplesmente se enlu tou por sua perda como por uma pessoa a quem amava.o processo de luto durou cerca de dois anos, e quando ele emergiu desse perfodo t i-nha uma cornpulsao por roubar . Ele aceitou a madrasta como uma madrasta, e selembrava de sua mae verdadeira como uma pessoa amargamente desaparecida.o menino do meio tinha tres anos de idade na epoca da traqedia. Ele estavacom uma intensa e positiva relacao com 0 seu pai por essa epoca, e se tornou urnrisco psiquiatrico. necessi tando psicoterapia (cerca de sete sessoes por um perfodode oito anos). 0 i rrnao mais velho declarou sobre e le : "nos nao Ihe contamos sobre 0pai casar de novo porque ele pensa que casamento signi fica 'assassinato".o menino do meio estava em uma contusao, e incapaz de se defrontar com aculpa que ele tinha necessidade de exper imentar por causa da morte de sua maequando ele estava em uma fase homossexual, com urn apego especial por seu pai.Eledeclarou: "eu nao me importo , era O . .. n (irrnao mais velho) "que a arnava", Clini -camente ele se tornou hipomanfaco. Sua extrema inquietacao durou por muito tempo,e f icava claro que uma depressao 0 es tava arneacando. Seu brincar reve lava um graude confusao, mas ele es tava capacitado a organizar seu brinquedo 0 suf iciente paraexpressar para mim nas sessoes terapeuticas quais eram as ansiedades especff icasque 0 tornavam inquieto.

    Ainda existem s inais de dis turbio psiquia tr ico residual neste menino que temagora treze anos de idade - isto e. dez anos depois da t raqedia que para esse meninofoi traurnatica.

    Um desenvolv imento importante no lactente ocorre sob 0 i tem "identi ficacao".Mui to cedo um lactente se torna capaz de reve lar a capacidade de se ident if icar coma mae. Ha ref lexos primiti vos que, pode dizer-se, formam a base desses desenvolv i-

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    1I111!1l !, I, (!O IIID , P OI oX! Iliplo, < 1 1 11 1 1 11 1 0 1 1 I1 1 IHlI>I IlIljllllliI.1 1 . 11 1 )1 1 1 1 I1 t.OIr1I,o " OIlI !1l II!)Ililln. 11111 ( l111[l I lI IOIl IU (J bubO :u torua C1I1l1l do 1 01 11 11 1 1 11 11 11 1 com plo xns do i Ioruif

    0, indico"cl a oxi tllncia d irnaqinacao. UrT Iuxomplo tli so saria 0 do IactenteI od d jar n ontrar a boca da mae e alimenta-la com 0 seu dedo enquanto

    i . Eu vi isto acontecer aos t res rneses de idade; mas asdatas nao deverncupar. Mais cedo ou rnais tarde essas coisas acontecem a todos os(exceto a alguns muito doentes) e sabernos que urn grande alfvio da de-

    I 0I1ti ncia segue 0 desenvolvimento no lactente das capacidades de se colocar na11110 da mae. A part ir d isso se or ig ina 0 desenvolv imento global da cornpreensao daIII I como tendo urna existencia pessoal e separada, e eventualmente a cr ianca vemI :1Ir capaz de acreditar nos pais se unindo e realizando 0 ato que levou a suapiopric concepcao. Isso ocorre multo rnais adiante e as vezes nunca e atingido em"fvI i, mais profundos.o efei to desses novos mecanisrnos mentais no terna da dependencia e que a!.rillllQA corneca a perrn it ir que os acontecimentos ocorrarn fora de seu cont ro le , e por! cnpaz de se identificar com a mae ou com os pais 0 lactente pode por de lado

    n III ( da grande raiva que e sentida, com 0 que desafia a onipotencia dele.A fala se torna compreendida e eventual mente usada. Esse t remendo desen-

    volvlmento no animal humano possibi li ta aos pais dar ao lactente cada oportunidade(]1I 'urge para cooperar, atraves da cornpreensao intelectual , ainda que em seus sen-1II/IOmosprofundos 0 lactente possa sentir pena, raiva, desilusao, medo e impotencia.A III pode dizer: "vou sair para comprar pso". Isso pode funcionar, a menos que,II luralmente, ela fique fora alern do tempo que a crianca e capaz de rnante-la vivaom ua mente, em termos de sentimento.Gostaria de mencionar uma forma de desenvolvimento que afeta especial-In nt a capacidade do lactente de fazer identificacoes complexas. Isso tem quev t rem 0 estaqio em que as tendencies a inteqracao do lactente trazem uma faseurn que 0 lactente e uma unidade, uma pessoa completa, com um interior e um ex-II ri r, e uma pessoa vivendo dentro de um corpo, e mais ou menos limitada pelap( I . Uma vez que 0 exterior s igni fica "nao-El .I", entao 0 in terior s ignif ica EU, e haIlillnO urn lugar onde estocar as coisas. Na fantasia da cr ianca a rea lidade pessoalp fquioa esta localizada no interior. Se estiver localizada no exter ior haver a boasIII/ para isso.

    Agora entao 0 cresc imento do lac tente toma a forma de um intercarnbio con-Ifilli entre a realidade interna e a externa, cad a uma sendo enriquecida pela1~111r A crianca agora nao e apenas uma cr iadora potencia l do mundo, mas se torna< : poz tarnbern de povoar esse mundo com exemplos de sua vida in terna propria. As-11i1, gradativamente a crianca se torna capaz de abranger quase que qualquer evento!xtorior . a percepcao se tornando quase sin6nimo de cr iacao. Eis af um meio peloqual a cr ianca assume cont ro le sobre acontec imentos externos do mesmo modo co-1I1C) obre 0 funcionamento interior de seu proprio self.

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    Rumo lnd p nd uclaUI11 V l qu i AS lanham sa stabelecido. como ocorre na normali-

    dade. a cri n 'lorna gradativamente capaz de se defrontar com 0 mundo e todasas suas complexidades, por ver ai, cada vez mais, 0 que ja esta presente dentro de sipr6pria. Em circulos cada vez mais abranqentes da vida social a crianca se identif icacom a sociedade, porque a sociedade local e um exemplo de seu propr io mundo pes-soal, bem como exemplo de fen6menos verdadeiramente externos.

    Neste sentido se desenvolve uma verdadeira independencia. com a crianca setornando capaz de viver uma existencia pessoal que e satisfatoria, ainda que envolvi -da com as coisas da sociedade. E claro que ha grandes possibilidades de recuo nestedesenvolvimento da socializacao, principal mente nos ultirnos estaqios alern da puber-dade e adolescencia. Mesmo 0 i nd ivfduo normal pode se def rontar com uma ten saosocial que esta alern do que ele poderia suportar , antes do alargamento de sua basede tolerancia.

    Na prati ca se pode observar os adolescentes se graduando de um grupo paraoutro, alargando 0 cl rcu lo cada vez mais, a cada momenta abarcando fen6menosnovos e cada vez mais es tranhos que a sociedade Ihes apresenta. Os pais sao muitonecessaries no manejo de seus proprios f ilhos adolescentes que estao explorando .umcfrculo social ap6s outro, por causa de sua capacidade de entrever melhor do queseus f ilhos podem quando esta proqressao de um circu lo socia l l imitado para out roilimitado e rap ida demais , tal vez por causa dos elementos socia is perigosos na v izi -nhanca imediata, ou por causa dos desafios que fazem parte da puberdade e do de-senvolv imento rapido da capacidade sexual. Eles sao necessarios especialmente porcausa das tens6es instint ivas e padr6es que reaparecem e que tinham side estabeleci-dos inicialmente na idade pre-escolar.

    "Rurno a independencia" descreve os esforcos da cnanca pre-escolar e dacrianca na puberdade. No periodo de latencia as criancas habitual mente estao satis-fei tas com 0 que quer que tenham de dependencia que sao capazes de experimentar.A latencia e 0 perfodo do brinquedo escolar no papel de subst ituto para a casa. Issonem sempre e verdade, mas nao ha espaco para um desenvolv imento adicional destetema aqui.Deve-se esperar que os adultos continuem 0 processo de crescer e amadure-cer, uma vez que eles raramente atingem a matur idade completa. Mas uma vez queeles tenham encont rado um lugar na sociedade at raves do t rabalho, e tenham talvezse casado ou se estabelecido em algum padrao que seja uma conci liacao entre imitaros pais e desafiadoramente estabelecer umaidentidade pessoal , uma vez que essesdesenvolvimentos tenham lugar pode-se dizer que se in iciou a vida adulta, e que osindivfduos, um a urn, estao saindo desta area coberta por esta breve conceituacao docrescimento que foi descrito em termos da dependencia a independencia.

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