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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE Produção Didático-Pedagógica 2007 Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4 Cadernos PDE VOLUME II

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 - … · sociedade como um meio do jovem desempregado ingressar numa profissão e ... Agitação, Revista do CIEE, São Paulo, a. 13, nº 73, janeiro/fevereiro

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

Produção Didático-Pedagógica 2007

Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: DISCIPLINA TÉCNICA

DISCIPLINA: ESTÁGIOORIENTADO: PROFº MS. ADIR OTTO SCHMIDT

FORMAÇÃO PROFISSIONAL E O MERCADO DE TRABALHO

ALUNA PDE: ROZELI APª DOS SANTOS

CASCAVEL – FEVEREIRO

2008

IDENTIFICAÇÃO DO CONTEÚDO:

Proposta: 7280

Autor: Rozeli Aparecida dos Santos

Estabelecimento: Colégio Estadual Wilson Joffre.

Ensino: Educação Profissional

Disciplina: Estágio

Conteúdo Estruturante – Práticas

Conteúdo Específico – Legislação

Palavras-chave - estágio, recrutamento e seleção, educação para o trabalho, formação

profissional.

Formação profissional e o mercado de trabalho

PROBLEMATIZAÇÃO Chamada para a problematização do conteúdo - Qual o papel do

estágio na Educação profissional e quais as leis que o regulamentam?

O fato dos cursos profissionalizantes na maioria das vezes serem apontados pela

sociedade como um meio do jovem desempregado ingressar numa profissão e

conseqüentemente minimizar as desigualdades sociais, promovendo a emancipação da classe

trabalhadora, dificilmente atende a estas expectativas, uma vez que as políticas públicas de

incremento da relação entre estudo, trabalho e geração de renda, não acatam os anseios da

sociedade. Para Ometto (2007:p.82), isso ocorre porque a formação de trabalhadores

qualificados tem se apresentado como um desafio para o futuro do país. Ele ainda afirma que

não há como negar que a formação profissional é o percurso que teremos que fazer para

enfrentar a realidade da globalização. Conseqüentemente o crescimento econômico brasileiro

está, mais do nunca atrelado à necessidade de melhoria da qualidade e do acesso da população à

educação e também ao aperfeiçoamento e treinamento profissional para o mercado de trabalho.

Neste último item, o estágio obrigatório ou mesmo o não obrigatório, que faz a intermediação do

processo de preparação dos estudantes para o mundo do trabalho tem função preponderante de

levar o estudante a sua realização profissional.

O processo de construção do conhecimento não acontece de forma mágica ou

espontânea. A relação entre a teoria e prática é fundamental para que os conhecimentos técnicos

adquirido, necessários à evolução pessoal e profissional, proporcionem maiores chances no

mercado de trabalho. Faz-se necessário tempo para germinar esse conhecimento teórico

adquirido na escola e principalmente satisfação em ver na prática resultados do que se aprendeu.

Considerando que nem sempre o uso desse meio de recrutamento é satisfatório para o

estudante e para a empresa que opta por esta forma de ingresso, devido à falta de informações e

que a observância de alguns princípios é fundamental para uma escolha mais adequada, faz-se

necessário conhecer a realidade das efetivações dos estágios nas empresas e saber da

importância do estágio para o estudante da cidade de Cascavel, bem como se estes têm se

dirigido para áreas afins do curso de educação profissional freqüentado, pois essas informações

podem servir como subsídios para melhor definir o que se faz necessário para a comunidade.

Assim, a edição de um OAC informativo destinado aos professores, coordenadores de curso,

coordenadores de estágio, diretores de escolas e dirigentes de Recursos Humanos das empresas

faz-se indispensável para que saibam quais as modalidades de estágio que existem? Quem pode

fazer estágio? Quais as leis que regem os contratos de estágio? Como é a remuneração do

estagiário? Qual o tempo de duração dos programas de estágio? Qual a carga horária permitida

por dia para realização dessa modalidade de trabalho? Como ocorre o registro na carteira de

trabalho? Quais os benefícios que a empresa irá lhe conceder? Qual a validade do estágio para o

aluno? Quais as garantias de contrato de trabalho pela empresa estagiada e a quem cabe pagar o

seguro de vida do estagiário?

Referência Bibliográfica:

OMETO, João Guilherme Sabino. Especialização, agente decisivo. Agitação, Revista do CIEE, São Paulo, a. 13, nº 73, janeiro/fevereiro 2007.

INVESTIGAÇÃO

1 - Educação e Trabalho

Entre as preocupações que os professores dos cursos técnicos de nível médio se deparam

está o desafio pedagógico do estágio. Até onde esse instrumento de aprendizagem é válido? A

quem o ensino profissional está servindo? É formação de mão de obra barata colocar os

estudantes para estagiar ou é uma forma de fazer com que o aluno ingresse no mundo do

trabalho? Os conteúdos ministrados estão atendendo as necessidades da comunidade? Até onde

as deficiências da educação brasileira interferem na empregabilidade dos jovens no mercado de

trabalho? Estes questionamentos normalmente estão presentes na vida dos profissionais de

educação.

Convivemos com um número expressivo de leis que tratam da questão da formação para

o trabalho. Na Constituição Federal consta nos referidos artigos o seguinte:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e

incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu

preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual,

visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das

ações do Poder Público que conduzam à:

(...)

IV - formação para o trabalho;

Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente,

com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à

profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e

comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação,

exploração, violência, crueldade e opressão.

A Lei de Diretrizes e Bases 9394/96 aborda o tema Educação profissional nos seguintes

artigos:

Art. 39. A educação profissional, integrada às diferentes formas de educação, ao trabalho, à

ciência e à tecnologia, conduz ao permanente desenvolvimento de aptidões para a vida

produtiva.

Parágrafo único. O aluno matriculado ou egresso do ensino fundamental, médio e

superior, bem como o trabalhador em geral, jovem ou adulto, contará com a possibilidade de

acesso à educação profissional.

Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação com o ensino regular

ou por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no

ambiente de trabalho.

Art. 41. O conhecimento adquirido na educação profissional, inclusive no trabalho,

poderá ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para prosseguimento ou conclusão

de estudos.

Art. 42. As escolas técnicas e profissionais, além dos seus cursos regulares, oferecerão

cursos especiais, abertos à comunidade, condicionada a matrícula à capacidade de

aproveitamento e não necessariamente ao nível de escolaridade.

Os artigos 35 e 36 que tratam do Ensino Médio, mencionam a necessidade deste Nível

de Ensino dar a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando. A saber:

Art. 35. O ensino médio, etapa final da educação básica, com duração mínima de três

anos, terá como finalidades:

(...)

II - a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo,

de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade a novas condições de ocupação ou

aperfeiçoamento posteriores;

III - o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o

desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico;

IV - a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos,

relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.

Art. 36. O currículo do ensino médio observará o disposto na Seção I deste Capítulo e as

seguintes diretrizes:

(...)

§ 2º. O ensino médio, atendida a formação geral do educando, poderá prepará-lo para o

exercício de profissões técnicas.

(...)

§ 4º. A preparação geral para o trabalho e, facultativamente, a habilitação profissional, poderão

ser desenvolvidas nos próprios estabelecimentos de ensino médio ou em cooperação com

instituições especializadas em educação profissional.

Recentemente foi aprovada a Lei 11.788 de 25 de setembro de 2008 que regulamenta as

questões de estágio. A mesma dispõe sobre o estágio de estudantes, altera a redação do Artigo

428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de

maio de 1943, e a Lei nº 9494, de vinte de dezembro de 1996; revogam as Leis nºs 6.494, de 07

de dezembro de 1977 e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do Artigo 82 da Lei nº

9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o Art. 6º da Medida Provisória nº 2.164-41, de 24 de

agosto de 2001.

CAPÍTULO I

DA DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO E RELAÇÕES DE ESTÁGIO

Art. 1º Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho,

que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que estejam freqüentando o

ensino regular, em instituições de educação superior, de educação profissional, de ensino médio,

da educação especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da

educação de jovens e adultos.

§ 1º O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo

do educando.

§ 2º O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade profissional e à

contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e

para o trabalho.

Art. 2º O estágio poderá ser obrigatório ou não-obrigatório, conforme determinação das

diretrizes curriculares da etapa, modalidade e área de ensino e do projeto pedagógico do curso.

§ 1º Estágio obrigatório é aquele definido como tal no projeto do curso, cuja carga horária é

requisito para aprovação e obtenção de diploma.

§ 2º Estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida à carga

horária regular e obrigatória.

§ 3º As atividades de extensão, de monitorias e de iniciação científica na educação superior,

desenvolvidas pelo estudante, somente poderão ser equiparadas ao estágio em caso de previsão

no projeto pedagógico do curso.

Art. 3º O estágio, tanto na hipótese do § 1º do art. 2º desta Lei, quanto na prevista no § 2º do

mesmo dispositivo, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza, observados os seguintes

requisitos:

I - matrícula e freqüência regular do educando em curso de educação superior, de educação

profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do ensino fundamental, na

modalidade profissional da educação de jovens e adultos e, atestados pela instituição de ensino;

II - celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do estágio e a

instituição de ensino;

III - compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no termo

de compromisso.

§ 1º O estágio, como ato educativo escolar supervisionado, deverá ter acompanhamento efetivo

pelo professor orientador da instituição de ensino e por supervisor da parte concedente,

comprovado por vistos nos relatórios referidos no inciso IV do caput do art. 7º desta Lei e por

menção de aprovação final.

§ 2º O descumprimento de qualquer dos incisos deste artigo ou de qualquer obrigação contida no

termo de compromisso caracteriza vínculo de emprego do educando com a parte concedente do

estágio para todos os fins da legislação trabalhista e previdenciária.

Art. 4º A realização de estágios, nos termos desta Lei, aplica-se aos estudantes estrangeiros

regularmente matriculados em cursos superiores no País, autorizados ou reconhecidos,

observado o prazo do visto temporário de estudante, na forma da legislação aplicável.

Art. 5º As instituições de ensino e as partes cedentes de estágio podem, a seu critério, recorrer a

serviços de agentes de integração públicos e privados, mediante condições acordadas em

instrumento jurídico apropriado, devendo ser observada, no caso de contratação com recursos

públicos, a legislação que estabelece as normas gerais de licitação.

§ 1º Cabe aos agentes de integração, como auxiliares no processo de aperfeiçoamento do

instituto do estágio:

I - identificar oportunidades de estágio;

II - ajustar suas condições de realização;

III - fazer o acompanhamento administrativo;

IV - encaminhar negociação de seguros contra acidentes pessoais;

V - cadastrar os estudantes.

§ 2º É vedada a cobrança de qualquer valor dos estudantes, a título de remuneração pelos

serviços referidos nos incisos deste artigo.

§ 3º Os agentes de integração serão responsabilizados civilmente se indicarem estagiários para a

realização de atividades não compatíveis com a programação curricular estabelecida para cada

curso, assim como estagiários matriculados em cursos ou instituições para as quais não há

previsão de estágio curricular.

Art. 6º O local de estágio pode ser selecionado a partir de cadastro de partes cedentes,

organizado pelas instituições de ensino ou pelos Agentes de Integração.

CAPÍTULO II

DA INSTITUIÇÃO DE ENSINO

Art. 7º São obrigações das instituições de ensino, em relação aos estágios de seus educandos:

I - celebrar termo de compromisso com o educando ou com seu representante ou assistente legal,

quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando as

condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade da

formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar;

II - avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e

profissional do educando;

III - indicar professor orientador, da área a ser desenvolvida no estágio, como responsável pelo

acompanhamento e avaliação das atividades do estagiário;

IV - exigir do educando a apresentação periódica, em prazo não superior a seis meses, de

relatório das atividades;

V - zelar pelo cumprimento do termo de compromisso, reorientando o estagiário para outro local

em caso de descumprimento de suas normas;

VI - elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus

educandos;

VII - comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização

de avaliações escolares ou acadêmicas.

Parágrafo único. O plano de atividades do estagiário, elaborado em acordo das 3 (três) partes a

que se refere o inciso II do caput do art. 3º desta Lei, será incorporado ao termo de compromisso

por meio de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o desempenho do estudante.

Art. 8º É facultado às instituições de ensino celebrar com entes públicos e privados convênio de

concessão de estágio, nos quais se explicitem o processo educativo compreendido nas atividades

programadas para seus educandos e as condições de que tratam os arts. 6º a 14 desta Lei.

Parágrafo único. A celebração de convênio de concessão de estágio entre a instituição de ensino

e a parte concedente não dispensa a celebração do termo de compromisso de que trata o inciso II

do caput do art. 3º desta Lei.

CAPÍTULO III

DA PARTE CONCEDENTE

Art. 9º As pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta,

autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e

dos Municípios, bem como profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em

seus respectivos conselhos de fiscalização profissional, podem oferecer estágio, observadas as

seguintes obrigações:

I - celebrar termo de compromisso com a instituição de ensino e o educando, zelando por seu

cumprimento;

II - ofertar instalações que tenham condições de proporcionar ao educando atividades de

aprendizagem social, profissional e cultural;

III - indicar funcionário de seu quadro de pessoal, com formação ou experiência profissional na

área de conhecimento desenvolvida no curso do estagiário, para orientar e supervisionar até 10

(dez) estagiários simultaneamente;

IV - contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja

compatível com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso;

V - por ocasião do desligamento do estagiário, entregar termo de realização do estágio com

indicação resumida das atividades desenvolvidas, dos períodos e da avaliação de desempenho;

VI - manter à disposição da fiscalização documentos que comprovem a relação de estágio;

VII - enviar à instituição de ensino, com periodicidade mínima de 6 (seis) meses, relatório de

atividades, com vista obrigatória ao estagiário.

Parágrafo único. No caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do seguro

de que trata o inciso IV do caput deste artigo poderá, alternativamente, ser assumida pela

instituição de ensino.

CAPÍTULO IV

DO ESTAGIÁRIO

Art. 10º A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de

ensino, a parte concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do

termo de compromisso, ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar:

I - 4 (quatro) horas diárias e 20 (vinte) horas semanais, no caso de estudantes de educação

especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional de educação de

jovens e adultos;

II - 6 (seis) horas diárias e 30 (trinta) horas semanais, no caso de estudantes do ensino superior,

da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular.

§ 1º O estágio relativo a cursos que alternam teoria e prática, nos períodos em que não estão

programadas aulas presenciais, poderá ter jornada de até 40 (quarenta) horas semanais, desde

que isso esteja previsto no projeto pedagógico do curso e da instituição de ensino.

§ 2º Se a instituição de ensino adotar verificações de aprendizagem periódicas ou finais, nos

períodos de avaliação a carga horária do estágio será reduzida pelo menos à metade, segundo

estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do estudante.

Art. 11º A duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos,

exceto quando se tratar de estagiário portador de deficiência.

Art. 12º O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser

acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de

estágio não obrigatório.

§ 1º A eventual concessão de benefícios relacionados a transporte, alimentação e saúde, entre

outros, não caracteriza vínculo empregatício.

§ 2º Poderá o educando inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral de

Previdência Social.

Art. 13º É assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1

(um) ano, período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas

férias escolares.

§ 1º O recesso de que trata este artigo deverá ser remunerado, quando o estagiário receber bolsa

ou outra forma de contraprestação.

§ 2º Os dias de recesso previstos neste artigo serão concedidos de maneira proporcional, nos

casos de o estágio ter duração inferior a 1 (um) ano.

Art. 14º Aplica-se ao estagiário a legislação relacionada à saúde e segurança no trabalho, sendo

sua implementação de responsabilidade da parte concedente do estágio.

CAPÍTULO V

DA FISCALIZAÇÃO

Art. 15º A manutenção de estagiários em desconformidade com esta Lei caracteriza vínculo de

emprego do educando com a parte concedente do estágio para todos os fins da legislação

trabalhista e previdenciária.

§ 1º A instituição privada ou pública que reincidir na irregularidade de que trata este artigo ficará

impedida de receber estagiários por 2 (dois) anos, contados da data da decisão definitiva do

processo administrativo correspondente.

§ 2º A penalidade de que trata o parágrafo 1º deste artigo limita-se à filial ou agência em que for

cometida a irregularidade.

CAPÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 16º O termo de compromisso deverá ser firmado pelo estagiário ou com seu representante

ou assistente legal e pelos representantes legais da parte concedente e da instituição de ensino,

vedada a atuação dos agentes de integração a que se refere o art. 5º desta Lei como representante

de qualquer das partes.

Art. 17º O número máximo de estagiários em relação ao quadro de pessoal das entidades

concedentes de estágio deverá atender às seguintes proporções:

I - de 1 (um) a 5 (cinco) empregados: 1 (um) estagiário;

II - de 6 (seis) a 10 (dez) empregados: até 2 (dois) estagiários;

III - de 11 (onze) a 25 (vinte e cinco) empregados: até 5 (cinco) estagiários;

IV - acima de 25 (vinte e cinco) empregados, até 20% (vinte por cento) de estagiários.

§ 1º Para efeito desta Lei, considera-se quadro de pessoal o conjunto de trabalhadores

empregados existentes no estabelecimento do estágio.

§ 2º Na hipótese de a parte concedente contar com várias filiais ou estabelecimentos, os

quantitativos previstos nos incisos deste artigo serão aplicados a cada um deles.

§ 3º Quando o cálculo do percentual disposto no inciso IV do caput deste artigo resultar em

fração, poderá ser arredondado para o número inteiro imediatamente superior.

§ 4º Não se aplica o disposto no caput deste artigo aos estágios de nível superior e de nível

médio profissional.

§ 5º Fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez) das vagas

oferecidas pela parte concedente do estágio.

Art. 18º A prorrogação dos estágios contratados antes do início da vigência desta Lei apenas

poderá ocorrer se ajustada às suas disposições.

Art. 19º. O artigo 428 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-lei

nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar com as seguintes alterações:

"Art. 428 ...

§ 1º A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação na Carteira de Trabalho e

Previdência Social, matrícula e freqüência do aprendiz na escola, caso não haja concluído o

ensino médio, e inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob orientação de

entidade qualificada em formação técnico- profissional metódica.

...

§ 3º O contrato de aprendizagem não poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto

quando se tratar de aprendiz portador de deficiência.

...

§ 7º Nas localidades onde não houver oferta de ensino médio para o cumprimento do disposto

no § 1º deste artigo, a contratação do aprendiz poderá ocorrer sem a freqüência à escola, desde

que ele já tenha concluído o ensino fundamental". (NR)

Art. 20º O artigo 82 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte

redação:

"Art. 82. Os sistemas de ensino estabelecerão as normas de realização de estágio em sua

jurisdição, observada a lei federal sobre a matéria.

Parágrafo único. (Revogado)." (NR)

Art. 21º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 22º Revogam-se as Leis nº 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e nº 8.859, de 23 de março de

1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6º da

Medida Provisória nº 2.164-41, de 24 de agosto de 2001.

Brasília, 25 de setembro de 2008; 187º da Independência e 120º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Fernando Haddad

André Peixoto Figueiredo Lima

Há que se considerar que ainda não existe regulamentação para a nova Lei, portanto, os

pareceres, decretos, resoluções, portarias e outros que não foram revogados continuam valendo.

Isso gera certa confusão, até porque a nova Lei é aplicada somente aos novos contratos. Os

contratos de estágio emitidos e assinados até 25/09/2008 permanecem regidos pela Legislação

anterior (Lei 6.494/77), até a sua expiração, renovação ou alteração.

Outras regulamentações que tratam do estágio são:

Parecer CNE/CEB nº 16/99. Trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

Profissional de Nível Técnico.

O Decreto nº 5.154/2004 revogou o Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997, e definiu novas

orientações para a organização da Educação Profissional. O Decreto nº 5.154/2004 revogou o

Decreto nº 2.208, de 17 de abril de 1997, e definiu novas orientações para a organização da

Educação Profissional.

Parecer CEB/CNE n.º 17/97, que traça as Diretrizes Operacionais para a Educação

Profissional, em nível nacional.

Resolução nº 1/2004 – CNE 21 de janeiro de 2004. Estabelece Diretrizes Nacionais para a

organização e a realização de Estágio de alunos da Educação Profissional e do Ensino Médio,

inclusive nas modalidades de Educação Especial e de Educação de Jovens e Adultos.

Portaria nº 08/01 – Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão de 23 de janeiro de 2001.

Revê, atualiza e consolida os procedimentos operacionais adotados pelas unidades de recursos

humanos para a aceitação de alunos como estagiários.

Deliberação nº 10/05 do Conselho Estadual de Educação do Estado do Paraná. Estabelece

normas complementares às Diretrizes Nacionais para a organização e a realização de estágio de

alunos dos cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio, de Formação Inicial e

Continuada de trabalhadores, do Ensino Médio, inclusive nas modalidades de Educação

Especial e de Educação de Jovens e Adultos.

A legislação citada encontra-se no sítio http://www.planalto.gov.br/ccivil/ .

Porém, mesmo com todas estas leis mencionadas o jovem está preparado para ingressar

no mundo do trabalho? Há trabalho para todo mundo? Como as relações de trabalho foram

construídas historicamente? Para saber mais sobre este assunto acesse o

sítio http://www.seed.pr.gov.br, no linck educadores, livro didático público de História, no

conteúdo estruturante sobre relações de trabalho.

As transformações em curso no cenário brasileiro, somadas aos processos de

globalização dos mercados e o incremento de tecnologias, são desanimadores para quem busca

emprego. Apesar de muitos estudiosos apontarem a educação como sendo a “salvação da

pátria”, não podemos nos iludir que o problema vai ser resolvido. Por mais que melhore a

qualidade da educação brasileira, não há vaga para todos os jovens no mercado de trabalho.

Embora a aquisição de habilidades e competências na perspectiva laboral aumente as

oportunidades de colocação, não quer dizer que o problema do desemprego vai ser resolvido. A

solução do problema depende do desenvolvimento econômico com adequada distribuição de

renda e geração de mais postos de trabalho para a população Brasileira. Observando as

estatísticas e os estudos socioeconômicos do Brasil, verificamos que da população

economicamente ativa, que se encontra desempregada, 45% são jovens. Sugira aos alunos uma

pesquisa no site www.dieese.org.br , para conhecer mais sobre a situação da empregabilidade no

Brasil e no site http://www.ipardes.gov.br/ para saber da situação no estado do Paraná. Aproveite

para trabalhar com o aluno o filme “O corte – do Diretor Costa Gavras, França, 2005” e levante

questões sobre o desemprego entre profissionais altamente qualificados.

Referências Bibliográficas:

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, Lei 9394/96.

_____, Ministério do Trabalho. CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, Lei 6.494/77,

Decreto 87.497/82.

_____, Casa Civil. Constituição Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/>.

Acessado em: Dez. 2007.

_____, CNE – Câmara de Educação Básica. Departamento de Educação Profissional.

Legislação básica sobre o estágio. Disponível em:

<http://portal.mec.gov.br/setec/index.php?option=content&task=view&id=236&Itemid=351>

Acessado em: Jan. 2008.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Portal Educacional do Estado do Paraná.

Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acessado em: Set. 2007.

2 – Esclarecimentos sobre o estágio: respondendo aos itens da problematização

Os cursos técnicos, apesar de historicamente existirem para atender ao sistema

capitalista, é uma das formas que o jovem encontra para conseguir emprego e, por conseguinte,

ter uma situação de vida que lhe permite satisfazer algumas necessidades humanas. Segundo

Mencaci (2007), presidente da Associação Brasileira de Estágios, em entrevista ao portal de

estágio, comentando sobre o projeto de lei 993/2007, “O problema do desemprego estrutural

brasileiro tem que ser resolvido com educação, para educar temos que manter o jovem nas

escolas e mantê-lo em troca de renda é o mais eficiente método. O estágio é exatamente esta

ferramenta e por isso deve ser ampliado e não reduzido.” Se por um lado sabemos que só a

qualificação não resolve o problema do desemprego, por outro não podemos negar que o estágio

abre sim perspectivas de ingresso no mundo do trabalho.

Para a Agência Brasileira de Estágios – ABRE, o Estágio é “o período de aprendizado

na empresa sedimentando na prática os conhecimentos adquiridos na escola. É a oportunidade

de familiarizar o estudante com o ambiente de trabalho, melhorando assim seu relacionamento

humano e contribuindo com sua formação profissional. Dessa forma, proporciona a

complementação do ensino e da aprendizagem, tornando-se elemento de integração, em termos

de treinamento prático de aperfeiçoamento técnico, cultural e científico”.

O fato de a empresa ser ágil e dinâmica exige que os profissionais tenham habilidade e

competência para tomada de decisões rápidas, que sejam flexíveis para enfrentar situações novas

com maior rapidez, que tenham capacidade inventiva, espírito de grupo, que sejam críticos, que

possuam autonomia do pensar e do agir, que sejam comunicativos, que haja com bom senso, e

outras qualificações que são próprias do perfil profissional exigido pelo mercado de trabalho; e é

justamente nesse período de estágio que o aluno pode desenvolver melhor estas habilidades.

Ainda que o estágio não seja obrigatório para a certificação do aluno, essa é uma oportunidade

única, é a possibilidade de aplicar na prática a teoria da sala de aula, é sentir as “situações

problemas” da vida profissional numa situação real. A diferença é que para alguns cursos ele é

obrigatório (consta como disciplina na grade curricular do curso e caso o aluno não cumpra com

esse quesito, não terá direito à certificação). O estágio não obrigatório, também chamado de

extracurricular, normalmente é feito por livre e espontânea vontade do aluno, como forma de

aquisição de experiência, mesmo assim, estes devem estar ligados a sua área de formação

acadêmica. É comum que este tipo de estágio seja executado através dos agentes de integração.

Portanto não se fundamenta a confusão estabelecida sobre se a modalidade de estágio é

curricular ou não, pois todo estágio tem que ser curricular. A Resolução nº 1 de 21/01/2004,

do CNE/CEB em seu Artigo 1º, § 1º diz que “Para efeitos desta Resolução entende-se que toda e

qualquer atividade de estágio será sempre curricular e supervisionada, assumida

intencionalmente pela Instituição de Ensino, configurando-se como um Ato Educativo”. Para

tanto, faz-se necessária a celebração de convênios com os setores de produção, serviço,

comunidade e governo.

A concepção de estágio como atividade curricular e ato educativo, implica da escola dar

a devida orientação e fazer a supervisão do mesmo, acompanhando preferencialmente as

atividades “in loco” e através de relatórios para avaliar se o que está sendo executado está de

acordo com o planejado e em conformidade com o Projeto Pedagógico do curso. Da mesma

forma, a empresa precisa estar informada de suas obrigações. Como instituição cedente de

oportunidades e campos de estágio, é uma colaboradora do processo educativo e não pode

considerar o estágio apenas como uma forma de oportunidade de “treinamento em serviço”.

Conforme consta no relatório do Conselho Nacional de Educação, ao tratar das normas para a

organização e realização de estágio (2003, p.10) “O estágio supervisionado representa muito

mais que simples oportunidade de prática profissional, embora tenha nascido como

eminentemente profissionalizante. Ele não pode ser considerado apenas como uma oportunidade

“de treinamento em serviço”, no sentido tradicional do termo, uma vez que representa,

essencialmente, uma oportunidade de integração com o mundo do trabalho, no exercício da

troca de experiências, na participação de trabalhos em equipe, no convívio sócio-profissional, no

desenvolvimento de habilidades e atitudes, na constituição de novos conhecimentos, no

desenvolvimento de valores inerentes à cultura do trabalho, bem como na responsabilidade e

capacidade de tomar decisões profissionais, com crescentes graus de autonomia intelectual”.

A empresa precisa estar ciente de que não é obrigada a contratar estagiário, no entanto

“quando assim o faz, deve ter em mente que o estágio tem como objetivo proporcionar

aprendizado prático ao estudante, o que caracteriza, na prática, o seu engajamento na preparação

deste para o mercado de trabalho. Neste sentido, não há como confundir o estagiário com o

empregado” CNE, (2003, p.16).

Quanto à remuneração, o estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de

contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua concessão, bem como a do

auxílio-transporte, quando for estágio não obrigatório. Na maioria das vezes, a remuneração é

através de uma bolsa auxílio, o que não pode de forma alguma ser confundido com salário; é

apenas uma ajuda de custo ao estudante que está colocando em prática, lá na empresa, o que

aprendeu na teoria em sala de aula. Segundo o Guia do Estudante Abril 2006, na matéria sobre

estágios e programas de trainee o valor da bolsa auxílio “difere de empresa para empresa, bem

como os benefícios que a mesma pode oferecer aos estagiários” (Guia do Estudante Abril 2006).

Porém, tanto o estágio obrigatório como o não obrigatório tem que ter o seguro contra acidentes

pessoais. Em seu artigo 9º no inciso IV, determina como obrigação da parte concedente

contratar em favor do estagiário seguro contra acidentes pessoais, cuja apólice seja compatível

com valores de mercado, conforme fique estabelecido no termo de compromisso. No parágrafo

único, estabelece que no caso de estágio obrigatório, a responsabilidade pela contratação do

seguro de que trata o inciso citado, poderá alternativamente, ser assumida pela instituição de

ensino.

Quanto às pessoas que podem fazer estágio, qualquer estudante acima de 16 anos de

idade, regularmente matriculado no ensino regular, em instituições de educação superior, de

educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do ensino

fundamental, na modalidade profissional de educação de jovens e adultos que tenha freqüência

regular, está apto para participar de programas de estágio (exceto alguns cursos de nível superior

como medicina e odontologia que não permitem). A exigência é que as atividades a serem

desenvolvidas estejam inclusas no Projeto Pedagógico do Curso da instituição de ensino, em

conformidade com o perfil profissional definido para a sua conclusão, devendo estar explicitada

também a carga horária máxima do estágio profissional. Não há um período do curso ideal para

começar a estagiar. No entanto, o mesmo deve ser realizado ao longo do curso, conforme o rol

de disciplinas que estão sendo ministrado no período correspondente ao período de estágio,

devendo o mesmo permear o desenvolvimento dos diversos componentes curriculares e não

deve ser etapa desvinculada do currículo. No caso do estágio não obrigatório de Nível Médio, o

CNE diz que “o mesmo deve ter caráter pedagógico, preparando o estudante para o trabalho,

para a vida, dando-lhe condições de exercício pleno da cidadania. Deve proporcionar o

conhecimento prático do ambiente de trabalho, das relações de trabalho, da estrutura de uma

empresa e sua importância e papel na economia local e nacional, de modo a serem trabalhados

os conceitos teóricos obtidos no âmbito da linguagem, da Matemática, da História, da Física e

ainda, os conceitos obtidos sobre trabalho, sua valorização e ética, sem perder de vista,

naturalmente a realidade do mercado de trabalho e o fato incontestável de sua mutação

constante”.

O tempo de duração do contrato de estágio estabelecido pela nova Lei é de no máximo

02 (dois) anos na mesma parte concedente, exceto quando se tratar de estagiário portador de

deficiência.

Quanto a carga horária o Artigo 10 da nova lei diz que a jornada de atividade em estágio

será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte concedente e o aluno

estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso, ser compatível

com as atividades escolares e não ultrapassar a 4 horas diárias para os estudantes de educação

especial e dos anos finais do ensino fundamental e 6 horas para os estudantes do ensino superior,

da educação profissional de nível médio e do ensino médio regular. No entanto há que atentar

para a Deliberação nº 10 de 2005 do CEE, que não regulamentou a nova lei e que, portanto

continua valendo e determina para o ensino médio a carga horária de 04 horas diárias e 20

semanais.

O destaque vai para a exigência de que o horário de estágio não entre em conflito com o

horário da escola. Ao mencionar estágio profissional, o Conselho Nacional de Educação

considera os estudantes universitários e dos cursos profissionalizantes.

Quanto ao registro em carteira de trabalho, existe um oficio circular (OC Nº

02/CIRP/SPES/MET de 08/01/1999) que manifesta o entendimento no sentido da não

obrigatoriedade de a empresa cedente do estágio ou dos agentes de integração efetuar a anotação

do estágio na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) dos estagiários contratados.

Além disso no Artigo 3º da lei 11.788/2008 fica claro que o estágio desde que observado os

requisitos citados, não cria vínculo empregatício. O fato de não gerar vínculo empregatício,

desobriga a empresa de fazer tal registro. No entanto poderá ser feito nas páginas de anotações

geral da CTPS a observação referente a empresa estagiada, início e término do contrato de

estágio. O contrato de estágio não significa que a empresa irá contratar o estagiário como

empregado. Não existe garantia nenhuma de que o estudante terá sua carteira de trabalho com

contrato regido pela CLT, com todos os direitos que esta lei proporciona ao trabalhador. No

entanto com a nova lei, o estagiário terá direito ao auxilio transporte, jornada de trabalho

reduzida pela metade nos dias de avaliações, período de recesso quando das férias escolares,

direito a aplicabilidade da lei relacionada à saúde e segurança no trabalho, poderá o aluno

inscrever-se e contribuir como segurado facultativo do Regime Geral da Previdência Social.

Respondendo ao propósito desta pesquisa quanto a importância do estágio como forma

de aquisição de experiência e de ingresso no mercado de trabalho, os resultados mostram que o

aproveitamento de estagiários que ingressaram nas empresas após período de estágio é de

aproximadamente 45% de estagiários que são contratados pela própria empresa. È claro que

existem empresas que buscando reduzir os custos, mantém uma alta rotatividade de estagiários,

dispensando-os ao termino do contrato. Mas mesmo estes que são dispensados, conseguem

colocação no mercado de trabalho mais facilmente que outros que nunca tiveram esta

experiência. Além disso, o estágio possibilita ao aluno identificar-se com a futura profissão,

adquire conhecimento prático na área profissional, desenvolve a responsabilidade, estabelece

relações da teoria dada em sala de aula com maior facilidade e o estabelecimento de novas

relações pessoais amplia suas possibilidades de ingresso no mundo do trabalho. Para quem está

fazendo sua estréia profissional no mercado de trabalho, o estágio é o adequado.

Referências Bibliográficas:

ABRE, Agência Brasileira de Estágios. Estágio. Disponível em:

<http://www.portalabre.com.br/ >. Acessado em: Nov. 2007.

BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, Lei 9394/96.

_____, Ministério do Trabalho. CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, Lei 6.494/77,

Decreto 87.497/82.

_____, Casa Civil. Constituição Federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/>.

Acessado em Dez. 2007.

_____, CNE – Câmara de Educação Básica. Departamento de Educação Profissional.

Legislação básica sobre o estágio. Disponível em:

http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/res1.pdf . Acessado em: Jan. 2008.

CIEE. Centro de integração empresa-escola do Paraná 40 anos: estágio, capacitação e trabalho.

Curitiba: Editora Expoente, 2007.

GUIA DO ESTUDANTE ABRIL. Estágios e Programas de Treinee. aput. Adriano Araújo.

Disponível em: http://guiadoestudante.abril.com.br/estagioetrainee/prog_160919.shtml

Acessado em: Out. 2007.

MENCACI, Carlos Henrique. Um milhão de estagiários podem ser prejudicados com nova lei

do Governo, entrevista ao portal de Estágio. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/noticias> Acessado em: Dez. 2007.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Portal Educacional do Estado do Paraná.

Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acessado em: Set. 2007.

PERSPECTIVA INTERDICIPLINAR Dentro da disciplina de estágio ou de prática de formação profissional, este

conteúdo pode ser trabalhado com o material de História, mostrando como as relações de

trabalho foram construídas historicamente.

A exploração pode se dar em Geografia, com o conteúdo sobre dimensão econômica da

produção, podendo realizar uma pesquisa em sítios que forneçam dados estatísticos sobre a

situação sócio econômicas da sociedade brasileira e paranaense. Pode ainda sugerir uma

pesquisa na escola para conhecer a situação real da comunidade quanto ao número de alunos que

trabalham com carteira de trabalho assinada, quantos são estagiários, quantos estão na

informalidade e quantos são os desempregados.

Com o Português, no conteúdo estruturante do discurso enquanto prática social, pode

trabalhar com as leis mencionadas mostrando a linguagem jurídica que se apresenta nas leis que

abordam as questões do estágio. Ao trabalhar o conteúdo específico sobre mercado de trabalho,

pode fazer uso dos textos sugeridos para abordar tal questão. Pode ainda junto com os alunos

dos cursos técnicos, construírem o currículo vitae para que os mesmos possam encaminhar ao

mercado de trabalho.

Com o conteúdo estruturante de Educação Física, pode ser mencionada as questões

sociais sobre competir ou cooperar, o tema pode ser abordado mostrando com dados estatísticos

reais como a competição se dá no mercado de trabalho e a importância do cooperativismo para

uma vida social mais digna para todos.

Dentro da Filosofia pode abordar as questões dos direitos trabalhistas ao desenvolver o

conteúdo sobre relações entre violência e poder.

Com a Sociologia o professor de estágio pode promover a interdisciplinaridade do seu

conteúdo fazendo uso do livro didático com leituras do conteúdo estruturante sobre trabalho,

produção e classes sociais.

A interdisciplinaridade da Matemática pode se dar através do conteúdo sobre leitura,

imagem e informação, trabalhando com os gráficos das pesquisas elaborada com o uso dos

conhecimentos da Geografia, analisando os dados estatísticos sobre a situação socioeconômica,

bem como pode colaborar na pesquisa de campo sobre a situação de emprego na comunidade.

Portanto o tema estágio possibilita a interdisciplinaridade com diversas disciplinas

quando abordado com a questão trabalho.

CONTEXTUALIZAÇÃO

O fato de vivermos numa sociedade organizada dentro do sistema capitalista, impõe a

necessidade de trabalhar para assim conseguir suprir as necessidades humanas. Por conseguinte,

o trabalho é visto como fonte de recursos. Por isso o homem precisa ser produtivo sob pena de

ficar excluído socialmente. Arranha, (1997:p.22) afirma que “o homem se faz pelo trabalho. Ou

seja, ao mesmo tempo em que produz coisas, torna-se humano, constrói a própria

subjetividade”.

Se é pelo trabalho que o homem se faz homem, podemos deduzir que sua emancipação

está associada ao seu pensar e agir, visto que dentre suas características está a consciência, a

intencionalidade e a liberdade. Para Marx (apud Albornoz, 1986:p.69) “O homem é o que ele

faz”, portanto o trabalho é a medida de todas as coisas. Porém, historicamente verificamos que a

consciência, a intenção e a liberdade não caminham juntas quando se trata dos processos

produtivos atuais. Para Orso (2007) “A liberdade é do tamanho do nosso salário”; e o salário é

do tamanho que o mercado de trabalho oferece. Para Chiavenato (1990: p.16) "Mercado de

trabalho é a somatória de todas as oportunidades de trabalho ou emprego". Como a situação de

oferta e procura de mão de obra e oportunidades de trabalho estão em desequilíbrio, até as

intenções salariais são diminuídas. Ficando o trabalhador sujeito as condições mínimas de

dignidade humana para sobrevivência.

Para Nozella (2006)

“...a sociedade atual, agonizante, solicita que os educadores ofereçam

para todos os jovens uma escola que forme homens para o exercício

pleno de sua interação com a natureza e com a sociedade. Para isso, a

escola precisa oferecer algumas atividades formativas com grande rigor

formal e disciplinar, mas precisa também oferecer outras para o

exercício responsável da liberdade e o desenvolvimento dos talentos

individuais. Não é fácil determinar os conteúdos escolares que o mundo

atual exige do cidadão moderno. Certamente, todo cidadão precisa se

comunicar com propriedade, produzir algo útil para si e para outros, e

usufruir dos prazeres simples e elevados que a cultura e o planeta

dispõem.”

Não restam dúvidas que nossas perspectivas de desenvolvimento e justiça social são

prementes e que cabe também a escola a responsabilidade pela construção de uma sociedade

mais igualitária. Oferecer aos alunos uma educação de qualidade é fundamental para minimizar

as diferenças sociais. Se é o estágio que vai abrir as portas para que o jovem ingresse no mundo

do trabalho, cabe aos profissionais de cada curso desenvolverem conteúdos que venham ao

encontro das necessidades do sistema produtivo. No entanto, sem esquecer que existe

necessidade de mudanças no sistema; e, como já dito anteriormente, a solução do problema

depende do desenvolvimento econômico com adequada distribuição de renda e geração de mais

postos de trabalho para a população brasileira.

Referências bibliográficas:

ALBORNOZ, Suzana. O que é trabalho. 4. ed., São Paulo: Editora Brasiliense S.A., 1986.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Trabalhar pra quê? In Márcia Kupstas (Org.). Trabalho em debate. São Paulo: Editora Moderna, 1997.

CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à Administração de Pessoal. São Paulo: Editora McGraw-Hill, 1990.

NOZELLA, Paolo. Trabalho e perspectivas de formação dos trabalhadores: para além da formação politécnica. Disponível em <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>. Acessado em: Nov. 2007.

ORSO, Paulino José. Seminário sobre: Ciência, Tecnologia e Sociedade. Cascavel: Unioeste, Dez. 2007.

SÍTIOS

Casa Civil

http://www.presidencia.gov.br/legislacao/

Neste sítio estão relacionadas todas as leis e decretos mencionados sobre educação para o

trabalho e também dispõe da legislação sobre o estágio.

Acessado em: dez/2007.

Centro de Integração Empresa-Escola

www.ciee.org.br

O Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) é uma instituição filantrópica mantida

pelo empresariado nacional. Neste sítio o estudante encontra oportunidades de estágio,

orientação e informação profissional, tem uma sessão com depoimentos, entrevistas e vídeos

sobre diversos temas ligados ao mercado de trabalho, cursos de educação à distância, acesso a

revista Agitação, e outras informações e textos muito úteis para o aluno ingressar no mercado de

trabalho.

Acessado em: Jan/2008

Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos

http://dieese.org.br/

Neste sítio você encontrará informações sobre emprego, renda, negociação coletiva,

desenvolvimento, políticas públicas e os dados estatísticos sobre estas publicações. O Dieese

como é conhecido, é uma criação do movimento sindical brasileiro. Fundado em 1955 com o

objetivo de desenvolver pesquisas que fundamentassem as reivindicações dos trabalhadores. Um

passeio pelo site mostrará informações riquíssimas sobre emprego e desemprego, índice do

custo de vida, cesta básica nacional, salário mínimo necessário, publicações, estudos e

pesquisas, notas técnicas, indicadores, conjuntura e debate, e outras informações que podem ser

utilizadas por várias disciplinas que abordam os assuntos mencionados.

Referência Bibliográfica:

DIEESE. Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos. Disponível em:

< http://www.dieese.org.br/ >. Acessado em: Jan. 2008.

Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social

http://www.ipardes.gov.br/

Neste sítio você encontrará informações sobre o perfil dos municípios do Estado do

Paraná, indicadores sociais e econômicos, estudos e pesquisas sobre a evolução econômica

estadual, dados estatísticos mostrando a realidade física, econômica e social do estado.

Acessado em janeiro/2008.

Ministério da Educação

www.mec.gov.br

Neste sítio você encontrará informações sobre os diversos tipos de educação, diversidade e

inclusão educacional, avaliação e censo educacional, legislação educacional entre outras.

Acessado em: Jan./2008.

Portal Educacional do Estado do Paraná

www.diaadiaeducacao.pr.gov.br

Sítio com diversas informações destinadas a professores, alunos, escolas e comunidade.

Um dos links que eu sugiro é o livro didático público, é uma possibilidade de estar trabalhando

o conteúdo sugerido de maneira interdisciplinar. Outro link que sugiro é sobre educação

profissional. O sítio fornece várias informações sobre educação e possibilita realizar pesquisas

diversas.

Acessado em jan./2008

SONS E VÍDEOS:

Categoria: Áudio-CD/Mp3

Título da música: Guerreiro Menino (Um homem também chora)

Intérprete: Raimundo Fagner

Compositor: Luiz Gonzaga Junior

Título do CD: Raimundo Fagner ao Vivo

Número da faixa: 7

Número do CD: 01

Nome da gravadora: Epic/Sony Music

Ano: 2000

Disponível em (endereço Web): http://letras.terra.com.br/gonzaguinha/

Comentário:

Música adequada para o professor iniciar um debate sobre a questão trabalho. Várias

perguntas podem ser lançadas; como por exemplo: Por que o homem precisa trabalhar? Há

emprego para todas as pessoas economicamente ativas nesta sociedade capitalista? O trabalho é

um sacrifício ou um prazer? Em que circunstâncias é comum um homem perder a sua honra? O

debate pode ser dirigido conforme a disciplina e o enfoque que o professor está dando ao seu

conteúdo.

Texto:

Guerreiro Menino

(Um homem também chora)

Gonzaga Jr, do disco "Palavra de Amor"

“Um homem se humilha

Se castram seu sonho

Seu sonho é sua vida

E a vida é trabalho

E sem o seu trabalho

Um homem não tem honra

E sem a sua honra

Se morre, se mata

Não dá pra ser feliz

Não dá pra ser feliz”

Referência bibliográfica:

GONZAGA JUNIOR, Luiz. Menino Guerreiro (Um homem também chora). Disponível em :

<http://letras.terra.com.br/gonzaguinha/>. Acessado em Jan. 2008.

Categoria: Vídeo

Título: O corte

Direção: Constantin Costa-Gavras

Produtoras: Canal+, Eurimages, France 2 Cinéma, K.G. Productio

Duração : 02 :02

Local da publicação : Bélgica, França e Espanha

Ano: 2005

Disponível em: http://www.pandorafilmes.com.br

Comentários:

Profissional de altíssimo nível, sentindo-se realizado (no campo pessoal e profissional), até o dia

em que perde o emprego que tinha há mais de 12 anos numa fábrica de papel. Depois de passar

longos meses sem arrumar novo trabalho, afloram os problemas domésticos e ele começa a ficar

doido, chegando até as últimas conseqüências. Investiga quem são seus maiores concorrentes e

passa a matar um por um.

Este filme é bom para mostrar a questão do desemprego, do capitalismo, da ganância

corporativa e os problemas oriundos dessa situação. Adequado para se fazer uma análise sobre a

questão da qualificação para o mercado de trabalho.

Referências bibliográficas: MONTEIRO JUNIOR, Ary. O corte. Disponível em: <http://www.cineplayers.com/critica.php?id=732>. Acessado em: Jan. 2008.

Categoria: Vídeo

Título: Metrópolis

Direção: Frotz Lang

Produtoras: Universum Film AG

Duração : 02 :33

Local da publicação : Alemanha

Ano: 1927

Disponível em: http://www.kino.com/metropolis/

Comentários:

No ápice da revolução industrial, o filme mostra a exclusão e a opressão dos

trabalhadores nas grandes cidades. Operários tratados como máquinas, submetidos a péssimas

condições de trabalho, com poucos direitos sendo explorados e desumanizados em regimes de

trabalho massacrantes. Os donos do capital tornavam-se cada vez mais ricos e poderosos

enquanto a classe trabalhadora tinha cada vez menos chance de uma vida digna.

Ao contrário do discurso revolucionário, inspirado pelo marxismo, que ganhava força na

Europa, principalmente após a Revolução Russa de 1917, Lang retrata operários bem menos

politizados. Maria, a grande líder da “Cidade dos Trabalhadores” não tem um discurso baseado

divisão de classes sociais e necessidade de união da classe trabalhadora contra os opressores

capitalistas. Seu discurso é messiânico. A exploração e o sofrimento devem continuar até que

chegue o “escolhido”, aquele que irá salvar os trabalhadores da opressão. Para ela, o conflito e a

revolta não levariam a nada, não seriam capazes de melhorar a vida de ninguém.

Mas Joh Fredersen, o grande detentor do poder e do capital quer o conflito. A revolta dos

trabalhadores seria pretexto para se usar a força, utilizar todo o poder da repressão para criar

uma realidade ainda mais opressora. Com a ajuda de um cientista desequilibrado, aprisiona e

substitui a líder Maria por um moderno robô, criado para não só agir, mas sentir como um ser

humano. A falsa líder incita a revolta e dá início a uma violenta rebelião. Máquinas são

destruídas, a “Cidade dos Trabalhadores” é inundada, os operários invadem a superfície. Mortes,

perseguições, destruição: o caos se instala em Metrópolis.

Eis que surge o “escolhido”, o único capaz de levar paz e conciliar os interesses dos dois

lados conflituosos. Ele é Freder Fredersen, o jovem filho do grande capitalista. Ao contrário do

pai, Freder sensibiliza-se com a situação dos operários. Em uma visita ao subsolo, fica

horrorizado com o sofrimento dos trabalhadores para manterem as máquinas funcionando.

Assume o lugar de um deles e sente na própria pele a difícil vida de desumanização provocada

pela rotina mecânica, pela vida de rebanho, pela escravização do trabalho. Freder, apaixonado

por Maria, resolve defender os operários. Liberta a amada e, juntos, salvam as crianças da

inundação na Cidade dos Trabalhadores. Em meio ao caos da revolta, consegue o que parecia

impossível: um aperto de mão entre o capitalista opressor e um dos líderes dos operários. Sela a

paz e une os dois mundos antagônicos.

“Metrópolis” previa a exacerbação dos conflitos do capitalismo industrial. Traçava um

futuro sombrio, com cidades segregadas, humanos robotizados e opressão das classes

trabalhadoras. Mas a saída, pelo filme, não é o conflito. Lang não crê na união dos

trabalhadores, não acredita na revolução do proletariado como solução. Acredita na visão

humanista e conciliadora partindo do próprio capitalismo. Diante do pessimismo da época, a

saída para melhorar o quadro de exclusão, opressão e exploração só viria com a mudança de

posicionamento daqueles que detêm o poder econômico. O Estado, totalmente inexistente no

filme, não teria nenhuma finalidade. A única solução para um mundo mais digno e justo seria

uma postura responsável do poder econômico, com industriais mais preocupados com as

condições de vida de seus funcionários. Em um mundo em que a polarização entre comunismo e

capitalismo começava a despontar, Lang já apontava para uma terceira via, uma idealista e

romântica visão de responsabilidade social dos empresários.

Filme bom para ser trabalhada a questão do sindicalismo na atual situação econômica.

Dá para fazer um paralelo sobre a questão da responsabilidade social. Além disso, o fato do

filme ter sido feito em 1926, imaginando o ano 2027 (que não está longe dos nossos dias), dá

para provocar um bom debate sobre a questão da tecnologia e do emprego.

Referências Bibliográfica:

VIVEIROS, Mariana Vieira. Metropolis. Disponível em:

http://www.facom.ufba.br/com022/cyborg/pgmetropolis.html. Acessado em: Jan. 2008.

Categoria: Vídeo

Título: O Diabo Veste Prada

Direção: David Frankel

Produtoras: Fox

Duração : 01:49

Local da publicação : EUA

Ano: 2006

Disponível em: http://www.devilwearspradamovie.com

Comentários:

Uma jovem consegue um emprego na revista de moda mais conceituada de Nova York,

onde precisa lidar com uma exigente executiva.

Andrea Sachs (Anne Hathaway) é formada em direito, sonha com jornalismo e por isso

se muda para Nova Iorque. A jovem consegue um emprego na Runaway Magazine, a mais

importante revista de moda de Nova York. Passa a trabalhar como assistente de Miranda Priestly

(Meryl Streep), principal executiva da revista. Apesar da chance que muitos sonhariam em

conseguir, logo Andrea nota que trabalhar com Miranda não é tão simples assim.

Andrea é absorvida por um mundo que desconhecia e sobre o qual tinha a sua opinião

estereotipada e preconceituosa. Para além do inferno em que se torna a sua profissão, Andrea

aprende a perceber e aproveitar o mundo onde se inseriu. Tudo isto até a sua vida pessoal

começar a desaparecer.

O filme desvenda a realidade de muitos ambientes de trabalho, mostrando a necessidade

da flexibilidade, tomada de decisão rápida, relações interpessoais que se fazem necessário

estabelecer na profissão, etc. Além disso, dá para se trabalhar a questão da sociedade de consumo

e as relações do poder no ambiente de trabalho. No item atividades sugeridas proponho o roteiro

do filme citado com questões que envolvem as disciplinas de Português, Direito/Cidadania, Arte,

História, Sociologia e Filosofia.

Referências bibliográficas:

ADORO CINEMA. O diabo veste Prada. Disponível em:

http://www.adorocinema.com.br/filmes/diabo-veste-prada/diabo-veste-prada.asp . Acessado em

Jan. 2008.

FOX, Twentieth Century Fox Film Corporation. O diabo veste Prada. Disponível em:

http://www.adorocinema.com.br/filmes/diabo-veste-prada/diabo-veste-prada.asp . Acessado em

Jan. 2008.

IMAGENS:

Imagem 1:

Descrição da Imagem: A máquina, a automação industrial tomando o lugar do trabalhador no

mundo atual.Endereço:http://geocities.yahoo.com.br/madequadrinhos2001/paginas/cartum.htm

Autor: Rodnério da Rosa

Proprietário: Rodnério da Rosa

Fonte Bibliográfica: http://geocities.yahoo.com.br/madequadrinhos2001/p

Data inclusão da imagem: 07/12/2005

Categoria/SubCategoria:

Pessoas e Estilo de Vida/Profissional

Pessoas e Estilo de Vida/Sociedade

Práticas pedagógicas/Comunicação

Palavras-chaves: trabalho , desemprego , automação

Referência bibliográfica:

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. A máquina, a automação industrial tomando o

lugar do trabalhador no mundo atual. Disponível em: <www.diaadiaeducacao.pr.gov.br>.

Acessado em: Fev. 2008.

Imagem 2:

Descrição da Imagem: Procurando trabalho

Autor: Rozeli Aparecida dos Santos

Ano: 2008

Técnica: fotografia

Categoria: Trabalho

subCategoria: Ingresso no mercado de trabalho

Palavra-chave: Desemprego

Imagem 3:

Descrição da Imagem: Saindo da universidade

Autor: André Pereira Teixeira Fernandes

Ano: 2007

Técnica: Grafite e caneta esferográfica sobre papel

Medidas: 19cm altura por 20 cm comprimento

Categoria: Educação e trabalho

subCategoria: Ingresso no mercado de trabalho

Palavra-chave: Desemprego

PROPOSTA DE ATIVIDADES:Atividade 1:

Tipo de atividade: Leitura, observação, análise, discussão, interpretação e pesquisa.

Conteúdo: Trabalho, tecnologia, classes sociais, política, cinema.

Disciplinas envolvidas: Geografia, História, Português, Sociologia, Filosofia e Arte

Objetivo: Entender as relações entre trabalho, tecnologia e classes sociais.

Recursos utilizados: vídeo, filme “Metrópolis” e “Matrix”, citações sugeridas (disponível neste

OAC), computador, Livro Didático Público.

Método utilizado: atividade individual e em grupo, exposição e pesquisa.

Desenvolvimento: Acesse com os alunos o Livro Didático Público de História (relações de

trabalho) ou Sociologia (trabalho, produção e classes sociais) ou Filosofia (Política e violência)

ou Geografia (dimensão econômica da produção do/no espaço), Arte (elementos formais),

Português (discurso enquanto prática social) ou então faça uso do livro impresso. Após a leitura

conforme a disciplina e o conteúdo estruturante sugerido, assista com os alunos ao filme

“Metrópolis”, procure deixar claro sobre o ano que o filme foi feito (1926) e peça que os

mesmos prestem atenção no uso das tecnologias daquela época. Destaque que foi um dos

primeiros filmes de ficção científica. Faça com os alunos um paralelo do filme “Metrópolis”

com o filme “Matrix”. Na seqüência, discuta com os alunos o que se concretizou daquela

previsão feita por Fritz Lang com a nossa realidade. Questione com os alunos qual a ideologia

de trabalho encontrada no filme. Qual o papel da Maria enquanto grande líder da Cidade dos

trabalhadores? Quem é o “escolhido” do “Metrópolis” e do “Matrix” e qual sua função? Qual o

papel do sindicato e do governo no “Metrópolis”? Quais os conflitos que a classe trabalhadora

encontra hoje em função do capitalismo, da tecnologia e da globalização? Discuta com os alunos

como a alienação ainda continua no trabalho assalariado. Dependendo da disponibilidade de

tempo e necessidade de aprofundamento do assunto, o professor poderá organizar grupos de

alunos para pesquisar sobre emprego, subemprego, desemprego, emprego informal,

terceirização, estágio extracurricular, sindicatos, direitos trabalhistas, etc. O professor de Arte

poderá trabalhar as questões dos elementos formais da sétima arte. Peça uma análise aos alunos

sobre as citações abaixo, levando em consideração o contexto histórico em que as mesmas

foram ditas.

Citações sugeridas:

“A liberdade é do tamanho do nosso salário” Paulino José Orso. Seminário sobre Ciência,

Tecnologia e Sociedade, 11/12/2007, Unioeste.

“Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; não há o suficiente para a

cobiça humana” Gandhi (1869 – 1948).

“O homem é o que ele faz. O trabalho é a medida de todas as coisas” Karl Marx (1818 – 1883).

“O mediador entre a cabeça e as mãos deve ser o coração” Fritz Lang. Filme Metrópolis, 1927.

“Não sois máquinas! Homens é que sois!” Charles Chaplin, filme o Grande ditador, 1940

“Escolha um trabalho que tua ames, e não terás que trabalhar um único dia em tua vida”

Confúcio

“O único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário” Albert Einstein.

“O mundo se tornou perigoso porque os homens aprenderam a dominar a natureza antes de

dominar a si mesmos” Albert Flanders

“Quem não quer trabalhar, também não deve comer...” São Paulo, (2Ts, 3,7-12)

“Do suor do teu rosto comerás o teu pão...” Gênese, (Gn 3:19)

"Pois comerás do trabalho das tuas mãos; feliz serás e te irá bem." (Salmos 128.2)

“O trabalho de cada um, cada indivíduo no seu setor e em sua posição, leva a uma soma de

trabalho coletivo que gera a riqueza das nações, como se uma mão invisível impedisse o caos e o

desencontro de interesses” Adam Smith

Número de alunos: 40 alunos.

Avaliação: Procure verificar a capacidade apreciação e de interpretação dos alunos com os

filmes apresentados. Verifique se o aluno consegue relacionar informações e conhecimentos

disponíveis em situações concretas para construir argumentação consistente.

Obs. Cada professor pode direcionar o assunto e a pesquisa conforme sua disciplina. Caso o

professor não tenha acesso ao filme ou esteja com pouco tempo para a realização da atividade,

faça uso da imagem “saindo da universidade” e peça aos alunos para fazerem uma reflexão

sobre: se a exigência de escolaridade é a única qualificação necessária para ingressar no

mercado de trabalho.

Referência bibliográfica:

ALBORNOZ, Suzana. O que é trabalho. 4. ed., São Paulo: Editora Brasiliense S.A., 1986.

LANG, Fritz. Metropolis. Disponível em: <http://www.imdb.com/title/tt0017136/>. Acessado

em: Jan. 2008.

ORSO, Paulino José. Seminário sobre: Ciência, Tecnologia e Sociedade. Cascavel: Unioeste,

Dez. 2007.

Atividade 2:

Tipo de atividade: Interpretação, discussão, pesquisa de campo, análise e exposição de

trabalhos.

Conteúdo: consumo, trabalho, relações interpessoais, relações de poder, mercado de trabalho

Disciplinas envolvidas: Português, Geografia, Sociologia, Filosofia, Matemática.

Objetivo: Pesquisar a importância do estágio como forma de aquisição de experiência e de

ingresso no mercado de trabalho e relacionar informações e conhecimentos disponíveis em

situações concretas para ingressar no mundo do trabalho.

Recursos utilizados: questionário para pesquisa utilizado no PDE (disponível neste OAC),

vídeo, filme “O diabo veste prada”, retroprojetor e som ou computador para mostrar a letra e a

música Guerreiro Menino.

Método utilizado: atividade em grupo

Desenvolvimento: Ouça com os alunos a Música Guerreiro Menino (um homem também chora)

Música do Gonzaguinha. Promova um debate em sala de aula para que os alunos discutam

porque o homem precisa trabalhar. Há emprego para todos? Quais são as habilidades e

competências necessárias para ingressar no mercado de trabalho? Após estas discussões, sugira

um trabalho de pesquisa para ser aplicado nas empresas, buscando descobrir qual o perfil de

trabalhador que a comunidade empresarial local considera na hora de contratar um empregado.

A pesquisa a ser aplicada vai depender do tamanho do município, de qual realidade o professor

quer saber (somente no bairro, saber a realidade dos alunos estagiários, ou outras), determine um

prazo para que os alunos façam a aplicação do questionário na região determinada. Decorrido o

prazo, reúna os questionários e junto com o professor de Matemática, façam as estatísticas da

realidade pesquisada (divida a sala em grupos e para cada grupo designe o cômputo de um

determinado número de questões do questionário), com os dados estatísticos dos grupos em

mãos, faça a análise destes dados junto com a turma para que os mesmos conheçam o todo,

procure mostrar a diversidade de qualificações que as empresas querem que eles tenham

enquanto profissionais. Após estas discussões, assista com os alunos ao filme “O diabo veste

prada”, mostre como é a relação de poder existente no filme, os tipos de liderança que existem

nas empresas, as relações interpessoais necessárias no ambiente de trabalho, a influência da

mídia na questão do consumo, mercado de trabalho, habilidades e competências da personagem,

etc. Abaixo sugestão de roteiro para o cine-fórum ser realizado. Finalize montando um painel

dos resultados da pesquisa para que a escola como um todo tenha conhecimento da realidade.

Cine-fórum – filme: O DIABO VESTE PRADA

Sinopse

Andy Sachs (Anne Hathaway) é uma jovem formada em direito que sonha com jornalismo e por isso se muda para Nova Iorque. Concorre e é aceita como assistente (secretária) da poderosa Miranda Priestly (Meryl Streep), editora de moda da Runaway Magazine, uma das mais conceituadas revistas de moda. Todos dizem que é emprego desejado por milhares de garotas, mas Andy não faz idéia do porquê. Ao conseguir a tão desejada vaga, têm início os tormentos na vida da jovem. Sua vida pessoal é anulada na medida em que os pedidos (sempre emergenciais) de Miranda tornam-se cada vez mais absurdos, a qualquer hora do dia ou da noite (Meryl é uma chefe exigente, perfeccionista e durona, capaz de existir em qualquer tipo de empresa). Na Runway, a jovem jornalista toma contato não somente com os problemas que surgem ao trabalhar para uma pessoa tão exigente quanto Miranda, mas também com o mundo da moda. Andy passa por uma mudança radical, tanto visualmente quanto em relação ao seu comportamento.

Ficha TécnicaTítulo no Brasil: O Diabo Veste Prada

Título Original: The Devil Wears PradaPaís de Origem: EUAGênero: ComédiaClassificação etária: LivreTempo de Duração: 109 minutosAno de Lançamento: 2006Estréia no Brasil: 22/09/2006Site Oficial: http://www.devilwearspradamovie.comEstúdio/Distrib.: 20th Century Fox film CorporationDireção: David FrankelProdução: Wendy finermanFotografia: Florian BallhausTrilha sonora: Theodore ShapiroRoteiro: Aline Brosh McKenna, baseado em livro de Lauren Weisberger Desenho de Produção: Jess Gonchor Direção de Arte: Anne Seibel e Tom Warren Figurino: Patricia Field Edição: Mark Livolsi Efeitos Especiais: Lola Visual Effects

Premiações:

- Recebeu 2 indicações ao Oscar, nas categorias de Melhor Atriz (Meryl Streep) e Melhor Figurino. - Ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz - Comédia/Musical (Meryl Streep), além de ser indicado nas categorias de Melhor Filme - Comédia/Musical e Melhor Atriz Coadjuvante (Emily Blunt).- Recebeu 5 indicações ao BAFTA, nas categorias de Melhor Atriz (Meryl Streep), Melhor Atriz Coadjuvante (Emily Blunt), Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Figurino e Melhor Maquiagem.- Recebeu 3 indicações ao MTV Movie Awards, nas categorias de Melhor Revelação (Emily Blunt), Melhor Vilão (Meryl Streep) e Melhor Comediante (Emily Blunt).

Roteiro para análise do filme: O Diabo Veste Prada.1- Onde se passa o filme? Qual seu cenário principal?

2- Quem são seus protagonistas? Caracterize o seu contexto histórico.

3- A flexibilidade para ingressar na vida profissional é uma realidade do jovem trabalhador. Hoje temos que fazer diversas tarefas em uma empresa e temos que nos adaptar a essas mudanças constantes. A situação que Andy vive para conseguir o emprego representa a realidade do trabalhador brasileiro? Justifique.

4- Que habilidades e competências se fizeram necessárias para que Andy exercesse a função de assistente de Miranda Priestly?

5- O fato do filme não ser tipicamente comum onde a mocinha termina feliz e a vilã arrependida, por abordar as questões empresariais com certa verdade e crueldade, por

tratar do relacionamento interpessoal com a maturidade e despotismo, que lições você consegue tirar do filme?

6- A sátira as grandes corporações da indústria da moda, com uma chefa durona, fria e calculista, ditando ordens para suas secretárias, manobrando sua equipe e concorrentes em nome da sua carreira. Que valores essa personagem apresenta a sociedade materialista?

7- Quando Andy fala que sua vida pessoal está por um fio e Nigel, o diretor de modas lhe diz “isso acontece quando o trabalho vai bem” e pede para ela avisá-lo quando a vida toda dela for pelos ares, porque significa que a mesma será promovida, poderíamos dizer que essa visão capitalista do se dar bem no trabalho é incompatível com a vida pessoal? Justifique.

8- Considerando a frase capitalista “Os fins justificam os meios” você considera ético o que Andy fez com o escritor para conseguir o livro? Justifique.

9- Seria correto afirmar que as questões pós modernas do narcisismo, da busca por uma carreira pessoal bem sucedida e o poder como fim absoluto, são valores que descartam as relações afetivas tratando como meros bens de consumo?

10- Miranda Priestly, no seu templo de poder – a revista Runway Magazine – dita as ordens com tal habilidade e convicção, que demonstra saber manipular pessoas como se fossem fantoches, pois sabe que sua moeda de troca é alta: status e poder. Atualmente vivemos num mundo onde o culto ao corpo é a nova ordem, roupas de grife são sonho de consumo e explicitação do sucesso pessoal dos indivíduos, na contemporaneidade, vive-se num mundo imagético, onde o culto ao corpo é a nova ordem. Roupas de grife são o sonho de consumo e a explicitação do sucesso pessoal dos indivíduos. É correto afirmar que é essa situação que faz com que o capitalismo sobreviva até hoje? Justifique.

11- Miranda abusa do seu poder, tratando as pessoas como marionetes, traça suas estratégias de sucesso e prestígio descartando funcionários competentes, porém sabe que estes estão vinculados a ela não por afeto, mas por interesses narcíseos. Desta forma cria um jogo pesado e degradante, do qual é protagonista e vítima. Quando a poderosa Miranda Priestly diz “Vejo muito de mim mesma em você”, ela se refere a que propriamente dito?

12- Que leituras permitem a análise do filme sobre as questões administrativas? Indique-as.

13- Andy começa a destacar-se em seu trabalho quando algumas de suas posturas vão atendendo aos interesses de sua chefa. Descreva o perfil profissional desejado por Miranda Priestly para a ocupante do cargo.

14- As posturas anteriormente tomadas por Andy contribuíram para as escolha de seu novo emprego? Que análises podem ser feitas em relação a postura profissional e carreira?

15- Quanto ao assédio moral:a) Cite algumas situações do filme que poderão ser caracterizadas como assédio

moral.b) De que forma se comportava a agressora?

c) De que forma se comportava as vítimas?d) Em que passagens do filme se comprovam que as ações de humilhação eram

repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas funções? (Para se caracterizar assédio moral a ação não pode ser isolada, uma vez só).

e) Na empresa havia um 'pacto da tolerância e do silêncio' por parte de outros funcionários, ou seja, alguém enfrentava a chefe?

f) Quais os sintomas apresentados pela assistente de que ela estava sendo vítima do assédio moral?

g) Quais foram os danos do Assédio moral causada a assistente?

16- Marque as situações de assédio moral que a assistente passou Sua chefa:Não lhe cumprimentava mais e não fala mais com elaAtribuía a ela "erros imaginários"Bloqueava o andamento dos seus trabalhosMandava cartas de advertência protocoladaImpunha horários injustificadosEnchia-a de trabalhoPedia trabalhos urgentes sem nenhuma necessidadeDava instruções confusas e imprecisasIgnorava sua presença na frente dos outrosFalava mal dela em públicoManda-a executar tarefas sem interesseFazia circular maldades e calúnias sobre elaTransferiu de setor para lhe isolarNão lhe dava qualquer ocupação; não lhe passa as tarefasRetirava seus instrumentos de trabalho: telefone, fax, computador, mesa...Proibia seus colegas de falar/almoçar com vocêAgredia-a somente quando ela estava a sós com a chefeInsinuava e fazia correr o boato de que ela estava com problema mental ou familiarForçava -a a pedir demissãoPrejudicava sua saúde

Número de alunos: 40 alunos.

Avaliação: Verificar a capacidade do aluno em fazer uso da linguagem matemática e

interpretação das informações adquiridas.

Referências bibliográficas:

ADORO CINEMA. O diabo veste Prada. Disponível em:

http://www.adorocinema.com.br/filmes/diabo-veste-prada/diabo-veste-prada.asp . Acessado em

Jan. 2008.

GONZAGA JUNIOR, Luiz. Menino Guerreiro (Um homem também chora). Disponível em :

<http://letras.terra.com.br/gonzaguinha/>. Acessado em Jan. 2008.

Atividade 3:

Tipo de Atividade: Análise, discussão, interpretação e reflexão.

Conteúdo: Trabalho e tecnologia

Disciplinas envolvidas: Geografia, História, Matemática, Sociologia e Arte

Objetivo: Entender as relações entre trabalho e educação.

Material: Texto Ensino formal e empregabilidade (disponível neste OAC como sugestão de

leitura), vídeo, filme “O corte” ou charge “saindo da universidade” (disponível neste OAC nas

imagens).

Método utilizado: atividade individual e exposição oral

Desenvolvimento: Acesse com os alunos os sítios do Dieese e do Ipardes para conhecer os

índices socioeconômicos do Brasil e do Paraná. Mostre e discuta com a turma a taxa de

desemprego no Brasil e no Paraná. Um cálculo interessante a ser proposto é o da diferença

relativa entre os desempregados com grau de escolaridade maior e o desemprego total do país.

Após estes dados terem sido trabalhados, assista com os alunos ao filme “O corte”. Promova um

debate com a turma analisando o mercado de trabalho nacional. Questione se o desemprego é

uma característica só dos menos escolarizados. Indague os alunos sobre se existe capacidade de

absorção toda mão-de-obra de nível superior que está sendo formada. Quanto as medidas

governamentais na área de empregos e renda que o governo vem adotando, qual a opinião dos

alunos e que sugestões eles dariam como contribuição para o exercício da cidadania (indique o

site do governo e mostre como é possível eles colaborarem nos projetos de lei que estão em

tramitação). Promova a leitura do texto Ensino formal e empregabilidade, anotando os dados

relevantes sobre a formação deles.

Número de alunos: no máximo 40.

Avaliação: Procure verificar a capacidade de interpretação dos alunos com os dados estatísticos

apontados nos sites sugeridos e verifique se o aluno consegue relacionar informações e

conhecimentos disponíveis em situações concretas para construir argumentação consistente.

Obs. Cada professor pode direcionar o assunto e a pesquisa conforme sua disciplina. Caso o

professor não tenha acesso ao filme ou esteja com pouco tempo para a realização da atividade,

faça uso da imagem “saindo da universidade” e peça aos alunos para fazerem uma reflexão

sobre: se a exigência de escolaridade é a única qualificação necessária para ingressar no

mercado de trabalho.

Texto sugerido (anexado ao arquivo): Ensino formal e empregabilidade

Autor: Sergio de Almeida

Passar no vestibular e depois receber, no final do curso, o tão sonhado diploma são dois

fatos inesquecíveis na trajetória de milhares de jovens que buscam um futuro melhor na vida

pessoal e profissional. No primeiro momento, geralmente, a alegria explode em ruidosas

manifestações do tradicional trote, nem sempre exemplar e bem comportado. O primeiro

instante festivo é emblemático porque significa a vitória por uma vaga na Universidade, passo

importante para construção da futura carreira profissional.

Mais tarde, superada a euforia inicial, chega o momento de receber o cobiçado diploma,

uma espécie de passaporte que muitos acreditam ser a chave mágica para abrir portas no campo

de uma nova batalha, agora pela conquista do primeiro emprego, ou o desenvolvimento de uma

atividade empresarial capaz de atender às expectativas de um bom salário, entre outras

necessidades. Claro que nem só os objetivos econômico-financeiros estão no foco daqueles que

passam pelos bancos escolares. A busca do saber e o enriquecimento espiritual muitas vezes

superam interesses meramente materiais, gerando satisfação e bem-estar pessoal.

Não há de se perder a perspectiva da realidade do mundo globalizado de hoje, que já não

tem o mesmo charme dos anos dourados de décadas passadas. O diploma simboliza um troféu

que eleva a auto-estima das pessoas, conferindo-lhes méritos, direitos e obrigações inerentes aos

esforços despendidos para obtê-lo. Mas só isso, isoladamente, não basta para pavimentar uma

carreira profissional de sucesso, sem outros elementos coadjuvantes da qualificação e

aperfeiçoamentos contínuos, impostos pela grande competitividade contemporânea.

Às vezes, essas expectativas não se materializam de imediato, diante de uma série de

fatores condicionantes que vão desde a (boa ou má) qualidade da formação acadêmica, até os

níveis insuficientes de empregos gerados no país.

A cada ano, milhares de graduandos e pós-graduandos desembarcam no trem

universitário sem poder fazer o transbordo para o trem do emprego, que, geralmente, passa

lotado. Um simples olhar sobre indicadores do desempenho brasileiro no ranking com outras

nações emergentes revela descompassos gritantes. Nosso PIB, antes calculado em 2,9% e depois

reavaliado para algo em torno de 4%, cresceu em 2006 menos do que os 6,7% da Rússia, 8,2%

da Índia e 10,7% da China, segundo dados do Banco Mundial.

Pesquisa do Dieese mostra que entre a População Economicamente Ativa(PEA) de 18,4

milhões de pessoas, 3,2 milhões estavam desempregadas em 2005. E destas, cerca de 45% eram

jovens com idades entre 16 e 24 anos vivendo nas regiões metropolitanas de capitais brasileiras.

Isso demonstra que o desemprego dos jovens tem sido, proporcionalmente, maior do que a

média geral dos demais trabalhadores, em torno de 10%.

Outro fator apontado pelos especialistas e entidades de classe empresariais como causa

concorrente para o desemprego acentuado reside no que é considerado peso excessivos dos

encargos tributários sobre salários, inibindo a geração de mais postos de trabalho.

Aliando-se o tímido crescimento econômico do país, em parte devido à escassez de

investimentos, com os elevados custos das contratações formais e à falta de experiência da

maioria dos jovens egressos das instituições de ensino, pinta-se o quadro nada alvissareiro dos

baixos índices de empregabilidade nessa faixa etária.

Não só os menos educados estão sendo marginalizados pela alta de formação e

qualificação adequadas. Sem experiência prévia no mundo do trabalho, até os mais educados

perdem espaço em função do ritmo da economia. Quando esta desaquece, o emprego segue na

mesma direção, ou seja, a empresa deixa de contratar, afetando, primeiramente, os jovens com

menos instrução e experiência laboral. No processo inverso, quando a economia aquece, as

empresas voltam a contratar, porém, dando preferência aos trabalhadores mais instruídos e

experientes.

É interessante observar também a influência dos graus de instrução na variação dos

níveis de emprego e remuneração. Indicadores estatísticos mostram que cada ano de estudo

formal aumenta 15% na empregabilidade e 11% no salário. Em 2001, por exemplo, um

trabalhador com até quatro anos de estudos ganhava R$ 359. Tendo o ensino de Segundo Grau

completo, o salário pulava para R$ 563. E se tivesse curso superior com pós-graduação, o salário

poderia ultrapassar R$ 3.000. Já, no ano de 2004, o perfil de contratações apontava que 98% das

vagas preenchidas nas empresas de regiões metropolitanas eram ocupadas por trabalhadores

com 11 anos ou mais de estudos, evidenciando a seletividade do mercado e a preferência das

empresas por melhores níveis de escolaridade dos seus empregados.

O novo profissional a ser recrutado entre os jovens recém-formados de ter, então, outros

diferenciais de qualificação, além do diploma embaixo do braço ou pendurado na parede. É

preciso agregar informações adicionais que levem ao conhecimento e à experiência exigidos

pelo mundo corporativo.

Hoje, os requisitos exigidos pelas empresas para admissão de colaboradores incluem

elementos cognitivos, bom senso, raciocínio lógico, criatividade para enfrentar e resolver

problemas, trabalho em grupo, boa comunicação e responsabilidade social, bem como adesão

aos valores da empresa. Somam preciosos pontos, ainda, alguns elementos atitudinais do

pretendente ao emprego, entre eles o respeito à hierarquia, confiança, ética, pontualidade,

disciplina e vontade aprender, sempre deixando-se contaminar pelo vírus da curiosidade.

Muitas empresas adotam posturas que as fazem parecer mais escolas do que

propriamente unidades fornecedoras de produtos e serviços. As empresas conscientes de sua

responsabilidade social procuram criar e fortalecer laços de cooperação recíproca com as

Universidades, trocando conhecimentos sobre novas tecnologias. Elas investem em

potencialidades de capital humano porque precisam de eficiência e eficácia para competir e

permanecer no mercado.

Entre as principais exigências das empresas para harmonização com seus empregados, a

experiência e a iniciativa ocupam lugar de destaque, ao lado de outros valores como a liderança,

conhecimentos em informática e aperfeiçoamento contínuo em cursos técnicos. Ao interagirem

com as escolas para que estas adotem processos de gestão eficaz, visando à melhoria e qualidade

do ensino, as empresas partem do pressuposto de que não basta à escola apenas ensinar, é

preciso que o aluno aprenda. Dessa cumplicidade de ensino/aprendizagem com mão dupla nasce

a melhor qualificação profissional.

Obs. Este texto foi apresentado na publicação do Centro de Integração Empresa – escola do

Paraná 40 anos: estágio, capacitação & trabalho. Curitiba: Expoente, 2007.

Referências bibliográficas:

ALMEIRA, Sérgio de. Ensino formal e empregabilidade. Curitiba: Editora Expoente, 2007.

CIEE. Centro de integração empresa-escola do Paraná 40 anos: estágio, capacitação e

trabalho. Curitiba: Editora Expoente, 2007.

MONTEIRO JUNIOR, Ary. O corte. Disponível em:

<http://www.cineplayers.com/critica.php?id=732>. Acessado em: Jan. 2008.

SUGESTÕES DE LEITURAS:

Sugestão 1:

Categoria: Livro

Autores: Niskier, Arnaldo e Nathanael, Paulo

Título do Livro: Educação, Estágio & Trabalho

Edição: 1

Local da Publicação: São Paulo

Editora: Integrare Editora

Disponível em (endereço WEB): http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/

Ano de Publicação: 2006

Comentários: O livro “Educação, Estágio & Trabalho” de Arnaldo Niskier e Paulo Nathanael

divide-se em duas partes. Na primeira parte, Niskier aborda o tema educação, discutindo as duas

vertentes educacionais: uma educação para a competitividade e outra para a cidadania. Faz críticas

ao despreparo que o aluno do ensino Médio apresenta. O que as universidades devem fazer para

adequarem seus currículos ao mercado de trabalho cada vez mais exigente. Na segunda parte,

Nathanael explica o que são os programas de estágio, analisando os aspectos conceituais e práticos

do estágio, qual a necessária formação para o futuro profissional e quais os pontos positivos e

negativos da educação a distância.

Referências bibliográficas:

NISKIER, Arnaldo e NATHANAEL, Paulo. Educação, estágio & trabalho. São Paulo: Integrare

Editora, 2006.

Sugestão 2:

Categoria: Livro

Autores: Kupstas, Marcia

Título do Livro: Trabalho em debate

Edição: 1

Local da Publicação: São Paulo

Editora: Editora Moderna

Disponível em (endereço WEB): http://www.moderna.com.br/moderna/catalogo/index_html

Ano de Publicação: 1997

Comentários: Trabalho em debate é um livro muito útil para professores de qualquer disciplina.

Além de mostrar a importância do debate, o livro analisa e discute as questões referentes ao

trabalho. São vários textos independentes, onde cada autor redigiu um artigo sobre seu tema

específico contribuindo para as argumentações do debate. O primeiro “Trabalhar pra quê?” texto da

autora Maria Lucia de Arruda Aranha. O segundo texto é do Paulo Sérgio do Carmo, “Tecnologia e

trabalho: a máquina substituirá o homem?” O terceiro texto é das autoras Vera Vilhena de Toledo e

Cândida Vilares Gancho debatendo sobre “Mulheres e homens com as mãos na massa”. O quarto

texto da autora Maria Alice Castilho Costa analisa o “Servidor público: de barnabés a presidentes”.

No quinto texto Paulo Carneiro mostra “Um panorama das conquistas sindicais”. No sexto texto

Bruno Fuser discute sobre “desemprego e subemprego: o mercado informal de trabalho e por

último Dilce Whitaker trata “A escolha da carreira: Haja imaginação!”.

Referências bibliográficas:

KUPSTAS, Marcia. in Maria Lucia Arruda Aranha. Trabalhar pra quê? Trabalho em debate. São

Paulo: Editora Moderna, 1997.

Sugestão 3:

Categoria: Internet

Autores: CIEE – Centro de Integração Empresa-Escola

Título do Livro: Agitação

Disponível em (endereço WEB): http://www.ciee.org.br/portal/institucional/agitação.asp

Acesso em (mês.ano): Fev.2006

Comentários: Revista bimestral que dá enfoque para a importância do estágio como forma de

ingressar no mercado de trabalho. Destinada aos educadores, administradores de recursos humanos,

executivos, profissionais da área de negócios, estudantes e estagiários.

Sugestão 4:

Categoria: Outros

Autores: Andrade, Carlos Drummond de

Título do Livro: Elegia 1938

Disponível em (endereço WEB): http://www.culturabrasil.org/cda.htm#elegia

Comentários: Fragmento da poesia Elegia.

Elegia 1938 – Carlos Drummond de Andrade

Trabalhas sem alegria para um mundo caduco,

onde as formas e as ações não enceram nenhum exemplo.

Praticas laboriosamente os gestos universais,

sentes calor e frio, falta de dinheiro, fome e desejo sexual.

Referência bibliográfica:

ANDRADE, Carlos Drummond de. Elegia 1938. Disponível em: <http://www.culturabrasil.org/cda.htm#elegia>. Acessado em: Jan. 2008.

Sugestão 5:

Categoria: Outros

Autores: Almeida, Sérgio

Título do Texto: Ensino formal e empregabilidade

Comentários: Abaixo o texto de apoio como sugestão para ser trabalhado nas atividades

sugeridas.

Passar no vestibular e depois receber, no final do curso, o tão sonhado diploma são dois

fatos inesquecíveis na trajetória de milhares de jovens que buscam um futuro melhor na vida

pessoal e profissional. No primeiro momento, geralmente, a alegria explode em ruidosas

manifestações do tradicional trote, nem sempre exemplar e bem comportado. O primeiro instante

festivo é emblemático porque significa a vitória por uma vaga na Universidade, passo importante

para construção da futura carreira profissional.

Mais tarde, superada a euforia inicial, chega o momento de receber o cobiçado diploma,

uma espécie de passaporte que muitos acreditam ser a chave mágica para abrir portas no campo de

uma nova batalha, agora pela conquista do primeiro emprego, ou o desenvolvimento de uma

atividade empresarial capaz de atender às expectativas de um bom salário, entre outras

necessidades. Claro que nem só os objetivos econômico-financeiros estão no foco daqueles que

passam pelos bancos escolares. A busca do saber e o enriquecimento espiritual muitas vezes

superam interesses meramente materiais, gerando satisfação e bem-estar pessoal.

Não há de se perder a perspectiva da realidade do mundo globalizado de hoje, que já não

tem o mesmo charme dos anos dourados de décadas passadas. O diploma simboliza um troféu que

eleva a auto-estima das pessoas, conferindo-lhes méritos, direitos e obrigações inerentes aos

esforços despendidos para obtê-lo. Mas só isso, isoladamente, não basta para pavimentar uma

carreira profissional de sucesso, sem outros elementos coadjuvantes da qualificação e

aperfeiçoamentos contínuos, impostos pela grande competitividade contemporânea.

Às vezes, essas expectativas não se materializam de imediato, diante de uma série de fatores

condicionantes que vão desde a (boa ou má) qualidade da formação acadêmica, até os níveis

insuficientes de empregos gerados no país.

A cada ano, milhares de graduandos e pós-graduandos desembarcam no trem universitário

sem poder fazer o transbordo para o trem do emprego, que, geralmente, passa lotado. Um simples

olhar sobre indicadores do desempenho brasileiro no ranking com outras nações emergentes revela

descompassos gritantes. Nosso PIB, antes calculado em 2,9% e depois reavaliado para algo em

torno de 4%, cresceu em 2006 menos do que os 6,7% da Rússia, 8,2% da Índia e 10,7% da China,

segundo dados do Banco Mundial.

Pesquisa do Dieese mostra que entre a População Economicamente Ativa(PEA) de 18,4

milhões de pessoas, 3,2 milhões estavam desempregadas em 2005. E destas, cerca de 45% eram

jovens com idades entre 16 e 24 anos vivendo nas regiões metropolitanas de capitais brasileiras.

Isso demonstra que o desemprego dos jovens tem sido, proporcionalmente, maior do que a média

geral dos demais trabalhadores, em torno de 10%.

Outro fator apontado pelos especialistas e entidades de classe empresariais como causa

concorrente para o desemprego acentuado reside no que é considerado peso excessivos dos

encargos tributários sobre salários, inibindo a geração de mais postos de trabalho.

Aliando-se o tímido crescimento econômico do país, em parte devido à escassez de

investimentos, com os elevados custos das contratações formais e à falta de experiência da maioria

dos jovens egressos das instituições de ensino, pinta-se o quadro nada alvissareiro dos baixos

índices de empregabilidade nessa faixa etária.

Não só os menos educados estão sendo marginalizados pela alta de formação e qualificação

adequadas. Sem experiência prévia no mundo do trabalho, até os mais educados perdem espaço em

função do ritmo da economia. Quando esta desaquece, o emprego segue na mesma direção, ou seja,

a empresa deixa de contratar, afetando, primeiramente, os jovens com menos instrução e

experiência laboral. No processo inverso, quando a economia aquece, as empresas voltam a

contratar, porém, dando preferência aos trabalhadores mais instruídos e experientes.

É interessante observar também a influência dos graus de instrução na variação dos níveis

de emprego e remuneração. Indicadores estatísticos mostram que cada ano de estudo formal

aumenta 15% na empregabilidade e 11% no salário. Em 2001, por exemplo, um trabalhador com

até quatro anos de estudos ganhava R$ 359. Tendo o ensino de Segundo Grau completo, o salário

pulava para R$ 563. E se tivesse curso superior com pós-graduação, o salário poderia ultrapassar

R$ 3.000. Já, no ano de 2004, o perfil de contratações apontava que 98% das vagas preenchidas nas

empresas de regiões metropolitanas eram ocupadas por trabalhadores com 11 anos ou mais de

estudos, evidenciando a seletividade do mercado e a preferência das empresas por melhores níveis

de escolaridade dos seus empregados.

O novo profissional a ser recrutado entre os jovens recém-formados de ter, então, outros

diferenciais de qualificação, além do diploma embaixo do braço ou pendurado na parede. É preciso

agregar informações adicionais que levem ao conhecimento e à experiência exigidos pelo mundo

corporativo.

Hoje, os requisitos exigidos pelas empresas para admissão de colaboradores incluem

elementos cognitivos, bom senso, raciocínio lógico, criatividade para enfrentar e resolver

problemas, trabalho em grupo, boa comunicação e responsabilidade social, bem como adesão aos

valores da empresa. Somam preciosos pontos, ainda, alguns elementos atitudinais do pretendente ao

emprego, entre eles o respeito à hierarquia, confiança, ética, pontualidade, disciplina e vontade

aprender, sempre deixando-se contaminar pelo vírus da curiosidade.

Muitas empresas adotam posturas que as fazem parecer mais escolas do que propriamente

unidades fornecedoras de produtos e serviços. As empresas conscientes de sua responsabilidade

social procuram criar e fortalecer laços de cooperação recíproca com as Universidades, trocando

conhecimentos sobre novas tecnologias. Elas investem em potencialidades de capital humano

porque precisam de eficiência e eficácia para competir e permanecer no mercado.

Entre as principais exigências das empresas para harmonização com seus empregados, a

experiência e a iniciativa ocupam lugar de destaque, ao lado de outros valores como a liderança,

conhecimentos em informática e aperfeiçoamento contínuo em cursos técnicos. Ao interagirem com

as escolas para que estas adotem processos de gestão eficaz, visando à melhoria e qualidade do

ensino, as empresas partem do pressuposto de que não basta à escola apenas ensinar, é preciso que o

aluno aprenda. Dessa cumplicidade de ensino/aprendizagem com mão dupla nasce a melhor

qualificação profissional.

Obs. Este texto foi apresentado na publicação do Centro de Integração Empresa – escola do Paraná

40 anos: estágio, capacitação & trabalho. Curitiba: Expoente, 2007.

DESTAQUES:

Título: Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego

Fonte: http://www.mte.gov.br/pnpe/default.asp

Texto: O texto do Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro Emprego (PNPE), apresenta de

forma geral o programa do governo federal que tem por objetivo combater a pobreza e a exclusão

social.. Vale a pena se inteirar desta proposta, uma vez que a mesma aponta para uma melhoria do

que já existe hoje sobre educação e trabalho aliado ao emprego e a renda. Este texto encontra-se no

site http://www.mte.gov.br/pnpe/default.asp , bem como os demais links relacionados com o

programa, onde constam informações sobre aprendizagem profissional, como participar do

programa, consórcio social da juventude, os programas e ações, projeto juventude cidadão,

legislação, etc.

Referências bibliográficas:

BRASIL, Ministério do Trabalho e Emprego. Programa Nacional de Estímulo ao Primeiro

Emprego- PNPE. Disponível em <http://www.mte.gov.br/pnpe/> Acessado em: Dez. 2007.

Título: Reestruturação Produtiva, Novas Qualificações e Empregabilidade

Fonte: Dimensões da Reestruturação Produtiva – Ensaios de Sociologia do Trabalho

Texto:

Giovanni Alves faz um esboço das perspectivas da educação profissional diante da

globalização. Além disso apresenta suas críticas quanto a questão da empregabilidade. O texto é

muito bom e o professor poderá trabalhar como “ponto” e “contra ponto” com o texto anterior

sobre o Programa Nacional do Primeiro Emprego. Assim, poderá entender as exigências sobre

qualificação para o mundo do trabalho. Abaixo apenas a introdução do texto sugerido. Vale a pena

conferir este trabalho e outros na home-page do autor.

“O nosso objetivo é apresentar um pequeno esboço sobre as perspectivas da educação

profissional diante da mundialização do capital e do novo complexo de reestruturação produtiva

do capital. Qualquer análise dos processos sociais deve ser precedida de uma apreensão dialética

da natureza da fase histórica de desenvolvimento do capitalismo mundial. É a partir da totalidade

concreta do novo momento de desenvolvimento do sistema de controle sócio-metabólico do

capital que podemos apreender o significado essencial dos mais diversos processos sociais,

principalmente aqueles ligados às novas ideologias da educação profissional, centrada nas novas

qualificações e no conceito de empregabilidade. Tentaremos esboçar uma crítica do conceito de

empregabilidade enquanto elemento ideológico disseminado pelo espírito do toyotismo. Por um

lado, ele traduz a exigência das novas qualificações para o mundo do trabalho, e por outro lado,

tende a ocultar (e estamos diante de uma operação ideológica!) que seu substrato estrutural

organizacional, o toyotismo, possui como lógica interna a “produção enxuta” e uma dinâmica

social de exclusão que perpassa o mundo do trabalho.

É por pertencer à lógica estrutural da mundialização do capital, que não está voltada para o

crescimento e políticas de pleno emprego, que o toyotismo e sua ideologia de formação

profissional (a empregabilidade) tendem a frustrar qualquer promessa integradora do mundo do

trabalho, tão comum na era do capitalismo fordista do pós-guerra.

Finalmente, salientaremos que a promessa frustrada de inclusão social vigente no fordismo,

está sendo substituída pela promessa restrita de um novo trabalhador politécnico e liberado do

taylorismo-fordismo, mais imerso numa nova forma de estranhamento e objetivações fetichistas

(como o valor-fetiche da empregabilidade). É a lógica contraditória do toyotismo e suas

implicações objetivas e subjetivas no tocante a qualificação da forca de trabalho que dá conteúdo à

formação profissional e às políticas educacionais.”

Este texto é parte integrante do livro “Dimensões da Reestruturação Produtiva – Ensaios de

Sociologia do Trabalho” (Editora Práxis, 2007). Disponível também no portal educacional no

seguinte endereço: http://www.pde.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=89

RELATÓRIO PDE REFERENTE PESQUISA SOBRE A IMPORTÂNCIA DO

ESTÁGIO NA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL

Rozeli Aparecida dos Santos

Professora PDE

Resumo: O presente relatório pretende oferecer informações sobre a pesquisa realizada junto aos

empresários cascavelenses e alunos dos cursos profissionalizante da cidade de Cascavel. As escolas

pesquisadas foram o Colégio Estadual Professor Francisco Lima da Silva, Colégio Estadual Wilson

Joffre e Centro Estadual de Educação Profissional Pedro Boareto Neto, todas escolas estaduais que

ofertam cursos de educação profissional. Primeiramente é feita a exposição dos dados obtidos da

pesquisa junto aos alunos, em seguida a pesquisa aplicada aos empresários e na seqüência é feita a

análise dos resultados, levando em consideração os dois questionários. O objetivo é verificar a

importância do estágio como forma de aquisição de experiência e de ingresso no mercado de

trabalho, tanto dos estágios obrigatórios como os não obrigatórios, bem como reforçar a

compreensão sobre o valor do estágio e da capacitação de estudante, enquanto estratégia para

vencer os desafios da profissionalização, no contexto do desemprego que afeta os jovens e os

menos instruídos. Os dados levam à convicção de que o melhor caminho para o primeiro emprego

passa necessariamente pelo estágio.

2. Dados obtidos a partir da aplicação do questionário aos alunos

O principal objetivo do questionário é verificar a importância do estágio como forma de

aquisição de experiência e de ingresso no mercado de trabalho. Para tanto se optou em fazer

questões objetivas e questões abertas de maneira que o aluno pudesse expor sua opinião quanto ao

estágio.

Durante o período de aplicação dos questionários, verificou-se um número de 1283 alunos

matriculados na rede estadual de educação profissional para o período letivo de 2007, sendo que

destes apenas 322 alunos foram entrevistados. Este universo (de 322 alunos) corresponde aos

alunos que estão passando ou já passaram pela realização do estágio obrigatório ou mesmo o

estágio não obrigatório (extracurricular).

Das questões apresentadas, o aluno deveria assinalar apenas uma das alternativas como

respostas, no entanto algumas vezes apareceu mais do que uma, para cômputo dos dados foi levado

em consideração também estas outras respostas. Portanto mesmo tendo 322 questionários, algumas

vezes a base de cálculo variou conforme o número de respostas.

O primeiro gráfico apresentado é resultado dos dados obtidos da parte de identificação do

questionário. Com relação ao gênero, a pesquisa realizada em um universo de 322 alunos, há

predominância do sexo feminino com 75% (fig.01).

23%

75%

2%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

tipo de sexo

FIG. 01: Distribuição dos entrevistados segundo o sexo (%)

Masculino

Feminino

Não respondeu

A primeira pergunta objetiva diz respeito ao ingresso do aluno no mercado de trabalho e

questiona o motivo que o levou a buscar o estágio. As alternativas apontadas, o número

correspondente e o percentual encontram-se na figura 02.

Figura 02: Quadro de dados quanto ao motivo da busca de estágio

Sugestões apresentadas Número de respostas Percentuais1- necessidades financeiras 15 4,22- para adquirir experiência 66 18,63- por exigência da escola 198 56,04- para auxiliar na renda familiar 11 3,15- por iniciativa própria com o objetivo de complementar a teoria com a prática do curso efetuado

47 13,3

6- por falta de emprego com carteira assinada 9 2,57- outros 7 2,08- não respondeu 1 0,3

Percebe-se que 56% dos alunos que realizam o estágio buscam-no por exigência da escola.

É interessante observar que 32 alunos apontaram mais do que uma alternativa para justificar a razão

da busca pelo estágio.

A segunda pergunta diz respeito à forma que o indivíduo conseguiu a vaga de estágio. Sendo

que as alternativas e o número correspondente estão na figura 3.

Figura 03: Quadro de dados quanto à forma para conseguir o estágio

Sugestões apresentadas Número de respostas Percentuais1- indicação de amigo 39 11,92- anúncio em jornal 1 0,33- agência de emprego 8 2,64- através da escola 186 57,05- agente de integração empresa / escola (ciee, iel, etc)

54 16,6

6- outros 33 10,17- Não respondeu 5 1,5

Pelo quadro acima percebemos que 57% dos alunos ingressaram através da escola. Significa

dizer que é fundamental que os cursos profissionalizantes integrado tenham em sua grade curricular

a disciplina de estágio, uma vez que os mesmos oportunizam o ingresso do aluno ao mundo de

trabalho. Por outro lado, a escola deve dar mais atenção a esta disciplina, divulgando vagas,

selecionando melhor as empresas, supervisionando os estágios, mantendo contato com o mercado

correspondente para atualizar os conteúdos, conhecer as novidades tecnológicas, etc.

As questões a seguir, foram direcionadas para que os entrevistados optassem por uma das

seguintes respostas: sim, parcialmente e não. O quadro compõe-se de 14 indagações, todas

relacionadas com a execução do plano de estágio e com os envolvidos neste tipo de atividade.

A terceira pergunta refere-se às atividades que o aluno desenvolve, se estão de acordo com o

plano de estágio e se são adequadas ao curso que freqüenta. Duzentos e cinqüenta alunos (250)

responderam que sim, quarenta e quatro (44) alunos dizem que parcialmente, vinte e dois (22)

dizem que as atividades não estão de acordo com o plano do curso ou com o curso que freqüenta e

seis (6) deixaram de responder (figura 04).

Figura 04: Atividades de acordo com o plano de estágio ou com o curso que freqüenta

O que mais chama a atenção são os vinte e dois (22) alunos que corresponde a 6.8% que

dizem que as atividades desenvolvidas não estão de acordo com o plano de estágio e/ou com o

curso que freqüentam, a preocupação maior é que todos são do ensino profissionalizante, o que

significa dizer que para estes alunos, o estágio não está cumprindo com os objetivos propostos. A

Resolução 01 de 21/01/2004 do Conselho Nacional de educação, em seu Artigo 2º estabelece que:

“O estágio, como procedimento didático pedagógico e ATO EDUCATIVO, é essencialmente uma atividade curricular de competência da Instituição de Ensino, que deve integrar a proposta pedagógica da escola e os instrumentos de planejamento curricular do curso, devendo ser planejado, executado e avaliado em conformidade com os objetivos propostos” CIEE (2007: p. 88).

A quarta pergunta questiona se o estágio tem proporcionado conhecimento prático para a

formação profissional. Neste quesito, 289 entrevistados responderam que sim, 21 alunos dizem que

parcialmente, 10 consideram que o estágio não tem proporcionado conhecimento prático para a

formação profissional e 2 não responderam. Percebe-se que a maioria dos alunos visualiza no

estágio a possibilidade de conseguir uma profissão e valorizam essa prática para sua formação

profissional. Percentuais na figura 05

Figura 05: O estágio proporcionou conhecimento prático para formação profissional

1- sim; 89,8%

3- não; 3,1%

2- parcialmente; 6,5%

4- Não respondeu; 0,6%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

1- sim; 77,6%

2- parcialmente; 13,7%

3- não; 6,8%

4- Não respondeu; 1,9%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

A quinta pergunta indaga se o aluno aprendeu ou agregou novos valores para sua futura

profissão. Dos alunos entrevistados, 88,2% afirmam que o estágio acrescentou novos valores para a

profissão; 9% afirmam que o estágio acrescentou parcialmente, 1,9% diz que o estágio não agregou

valores para sua profissão e 0,9% não responderam (figura 06).

Figura 06: O estágio agregou novos valores para a futura profissão

1- sim; 88,2%

3- não; 1,9%

2- parcialmente; 9,0%

4- Não respondeu; 0,9%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

A sexta pergunta diz respeito aos conhecimentos práticos se eles serviram para fundamentar

os conhecimentos teóricos recebidos até o momento. Dos alunos entrevistados, 71,8% afirmam que

os conhecimentos práticos serviram para fundamentar os conhecimentos teóricos recebidos até o

momento, 23,6% dizem que parcialmente, 3,7 dizem que não e 0,9% não responderam (figura 07).

Figura 07: conhecimentos práticos fundamentaram a teoria

1- sim; 71,7%

3- não; 3,7%

2- parcialmente; 23,6%

4- Não respondeu; 0,9%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

A sétima questão indaga se as disciplinas cursadas até o momento forneceram o

embasamento teórico necessário para o desempenho na execução do plano de estágio. 55,6%

afirmam que o sim, 36,4% dizem que parcialmente, 7,1% dizem que não e 0,9% não responderam

(figura 08).

Figura 08: disciplinas cursadas forneceram embasamento teórico para o desempenho na

execução do plano de estágio.

1- sim; 55,6%

3- não; 7,1%

2- parcialmente; 36,3%

4- Não respondeu; 0,9%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

Aqui cabe uma observação quanto à incoerência de algumas respostas dadas quando

comparada com a primeira questão; isso porque se lá 77,6% dos alunos afirmam que as atividades

desenvolvidas estão de acordo com o plano de estágio ou com o curso, aqui, eles deveriam dizer

que os conhecimentos práticos fundamentam a teoria recebida, ou lá na questão um, visualizar o

Português, a Matemática, a História e todas as demais disciplinas do núcleo comum, como

integradas ao estágio numa perspectiva curricular, portanto o estágio como um ato educativo.

Acreditamos que o que falta para o aluno na verdade é a compreensão dos fundamentos científico-

tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, na aprendizagem de

cada disciplina, visualizando a importância de todos os conhecimentos para sua vida de forma geral.

E cabe aos professores contextualizar seus conteúdos com mais clareza, mostrando o que aquilo que

está sendo ensinado cabe no dia a dia do aluno.

A oitava questão procura investigar se na realização de tarefas o aluno recebe as orientações

práticas do coordenador de estágio na empresa. 69,9% responderam que sim, 18,3% dizem que

receberam parcialmente as orientações, 10,9% dizem não ter recebido nenhuma orientação de seus

supervisores que deveriam acompanhar as atividades dentro da empresa e 0,9% não responderam

(figura 09).

Figura 09: recebe orientação prática do coordenador de estágio na empresa

1- sim; 69,9%

3- não; 10,9%

2- parcialmente; 18,3%

4- Não respondeu; 0,9%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

Quanto à nona questão, buscou-se verificar se o professor de estágio prestou orientação

adequada para o cumprimento do plano de estágio. Das respostas dadas 61,5% afirma que houve

orientação do professor no cumprimento do plano de estágio, 27,0% dizem que houve orientação

parcial, 10,2% alegam não ter havido esta orientação e 1,3% não responderam (figura 10).

Figura 10: Orientação do professor para cumprimento do plano de estágio

1- sim; 61,5%

3- não; 10,2%

2- parcialmente; 27,0%

4- Não respondeu; 1,2%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

O estágio, como ato educativo supervisionado, deve ter o acompanhamento efetivo do

professor orientador da instituição de ensino e do supervisor da parte concedente do estágio.

Quando isso não acontece, percebe-se uma estreita relação com a falta de adequação das atividades

desenvolvidas, caracterizando uma precarização da relação do trabalho. Nesta situação ocorre o que

nunca deveria acontecer com o aluno estagiário, torna-se mão de obra barata.

A décima questão pontua a participação da empresa para o desenvolvimento do plano de

estágio. Deixou-se claro tratar-se das atitudes do representante na disponibilização de meios,

recursos, informações e autorização para que o aluno pudesse participar de reuniões e treinamentos

dentro da empresa. 55,0% dos alunos apontaram que sim, 32,3% dizem que esta participação foi

parcial, 10,2% alegam que não houve essa abertura pelo representante da instituição e 2,5% não

responderam (figura 11). O baixo percentual apontado pelos alunos indica que quase 50% das

empresas não têm consciência de seu trabalho educativo e da obrigação de orientar esses estagiários

na vivência da empresa, tratando este aluno como um ser que pensa, compreende, imagina, inventa

e escolhe. Faz-se necessário uma maior democracia dentro da empresa para que o conhecimento

esteja vinculado a prática e o aluno possa interagir no seu trabalho, tirando melhor proveito dessa

vivência.

Figura 11: contribuição da empresa para o desenvolvimento do plano de estágio

1- sim; 55,0%

3- não; 10,2%

2- parcialmente; 32,3%

4- Não respondeu; 2,5%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

Na pergunta número onze, a indagação é sobre a existência por parte da escola do

acompanhamento e aconselhamento. 64,9% responderam que a escola realiza o acompanhamento

da execução do estágio; 21,1% afirmam que a escola realiza o acompanhamento parcialmente,

11,5% dizem não haver acompanhamento e 2,5% não responderam. Percebe-se que a escola está

presente na execução do estágio, no entanto, falta clareza para alguns alunos sobre qual é a

responsabilidade do supervisor de estágio que está acompanhando a realização do mesmo (Figura

12). Outro fato que deve ser levado em consideração é que dos alunos pesquisados, estão inclusos

os que realizam o estágio extracurricular, ou seja, o estágio não é uma disciplina que conste na

grade curricular, mas o aluno está fazendo via agentes de integração; portanto a escola não dispõe

de profissionais para efetuar o acompanhamento destes alunos. Com a nova lei, a existência desse

profissional na escola é obrigatória.

Figura 12: acompanhamento e aconselhamento da escola na execução do estágio

1- sim; 64,9%

3- não; 11,5%

2- parcialmente; 21,1%

4- Não respondeu; 2,5%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

Na questão doze que pergunta se o estágio tem possibilitado conhecer as potencialidades e

as limitações para a escolha profissional, 84,2% responderam que sim; 10,8% afirmam que

parcialmente, 3,4% dizem não possibilitar e 1,6% não responderam (figura 13).

Figura 13: o estágio possibilitou conhecer as potencialidades e as limitações para

escolha profissional

1- sim; 84,2%

3- não; 3,4%

2- parcialmente; 10,9%

4- Não respondeu; 1,6%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

Na questão treze que pergunta se o estágio contribui para o desenvolvimento do senso de

responsabilidade, 90,7% responderam que sim; 6,2% afirmam que parcialmente, 2,2% dizem não

contribuir e 0,9% não respondeu (figura 14).

Figura 14: contribuição do estágio para o desenvolvimento do senso de

responsabilidade

1- sim; 90,7%

3- não; 2,2%

2- parcialmente; 6,2%

4- Não respondeu; 0,9%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

Na questão quatorze que pergunta se o estágio contribui para a convivência e integração

com outras pessoas, 89,4% responderam que sim; 7,8% afirmam que parcialmente, 2,5% dizem não

contribuir e 0,3% não respondeu (figura 15).

Figura 15: estágio contribuiu para a convivência com outras pessoas

1- sim; 89,4%

3- não; 2,5%

2- parcialmente; 7,8%

4- Não respondeu; 0,3%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

Percebemos com isso que mesmo quando as atividades desenvolvidas estão fora do plano de

estágio, o aluno percebe a importância dele para o desenvolvimento das suas potencialidades,

responsabilidade e relacionamento profissional. Respeitada a complexidade da formação humana e

sua amplitude no âmbito social, estes valores atitudinais direcionam para ações que firmam o

desenvolvimento de posturas adequadas para o ambiente de trabalho. Mesmo que esta visão pareça

ser capitalista, mas é o desenvolvimento dessas posturas que vai garantir ao aluno a possibilidade de

ingressar e permanecer no mundo de trabalho.

Quanto à questão quinze que indaga se o aluno recomendaria o estágio para os colegas,

80,1% afirmam que sim; 11,5% afirmam que parcialmente, 7,8% dizem não recomendar e 0,6% não

respondeu (figura 16).

Figura 16: recomendaria o estágio para outros colegas

1- sim; 80,1%

3- não; 7,8%

2- parcialmente; 11,5%

4- Não respondeu; 0,6%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

A última pergunta do rol das questões objetivas, questão dezesseis, argüi sobre a

contribuição do estágio para ingressar no mercado de trabalho, onde 68% consideram que ele

contribui sim, 18% acha que o estágio contribui parcialmente, 13,1% afirmam não contribuir e

0,9% não responderam (figura 17).

Figura 17: o estágio contribuiu para ingressar no mercado de trabalho

1- sim; 68,0%

3- não; 13,0%

2- parcialmente; 18,0%

4- Não respondeu; 0,9%

1- sim

2- parcialmente

3- não

4- Não respondeu

As questões 17, 18 e 19 foram questões abertas, dando oportunidade para o entrevistado

expor sua opinião sem direcionamento nenhum.

Na questão 17, a pergunta é sobre o que o aluno vê de positivo no estágio. Houve um

destaque para a resposta experiência para a vida profissional sob os demais itens apontados,

conforme figura 18.

Fig. 18 Quadro dos pontos positivos do estágio apontados pelos alunos:

Vantagens apontadas Número de

respostas

Percentuais

Experiência para a vida profissional 177 45,0%conhecimento adquirido 82 20,9%possibilidade de conciliar a teoria com a prática 53 13,5%as relações interpessoais estabelecidas 23 5,8%possibilidade de ingressar no mercado de trabalho 19 4,8%possibilidade de reconhecer as limitações na profissão 10 2,6%desenvolvimento do senso de responsabilidade 07 1,8%possibilidade de obter uma remuneração 04 1,0%organização e disponibilidade das instituições 01 0,2%integração com o curso 01 0,2%exploração do potencial como profissional 01 0,2%ajuda na escolha da profissão 01 0,2%maior segurança ao executar as atividades 01 0,2%possibilidade de ascender profissionalmente 01 0,2%não vê nada de positivo no estágio 03 0,8%não respondeu ou sem sugestão 10 2,6%Total 394 100%

Na questão 18, o aluno deveria citar os pontos negativos do estágio, sendo que as respostas constam

na figura 19.

Fig. 19 Quadro dos pontos negativos do estágio apontados pelos alunos:

Desvantagens apontadas Número de respostasbaixa ou falta de remuneração para o estagiário 48inflexibilidade dos horários de estágio para quem já é

trabalhador

31

má recepção e a forma diferenciada no tratamento dos

estagiários

21

falta de informação, organização e empenho dos profissionais

envolvidos com o estágio

18

limitação aos direitos trabalhistas 18limitação da carga horária do estagio para o desenvolvimento

das atividades práticas

17

falta de parceria com empresas para oferecer mais

oportunidades de estágio

14

Falta de postura profissional de alguns professores (ética,

motivação, educação, etc.)

14

exploração de mão de obra barata 10local de estágio longínquo e algumas vezes sem segurança e

sem estrutura

08

baixa qualidade da educação 07obrigatoriedade do estágio 07cansativo 07limitação individual do ser humano 06falta de esclarecimento ou de consciência dos empresários sobre

o que é estágio

05

baixo salário do profissional de educação 05dificuldade de conciliar o tempo para todas as atividades

exigidas

05

falta de comprometimento e acompanhamento do supervisor de

estágio

04

nem todas as disciplinas conciliam a teoria com a prática 04preconceito ou falta de respeito com o estagiário 04limitação do tempo de contrato e de função 03excesso e/ou burocracia na cobrança dos relatórios 03falta de possibilidade de ascensão profissional 02falta de recursos materiais e financeiros para a educação 02grande concorrência para conseguir uma vaga 02empresas designarem atividades para o estagiário fora do plano

do curso

01

falta de aproveitamento das empresas com o profissional

qualificado

01

insegurança em não atender as expectativas 01má distribuição das disciplinas na grade curricular 01