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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2008
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-040-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁ
CAMPUS DE JACAREZINHO
Material Didático
Unidade Didática
JOGOS COOPERATIVOS: RESSIGNIFICANDO O ESPORTE ESCOLAR,
VOLEIBOL.
JACAREZINHO, PR2008
CIRLENE GONÇALVES PÁDULA
Unidade Didática
JOGOS COOPERATIVOS: RESSIGNIFICANDO O ESPORTE ESCOLAR, VOLEIBOL.
Material Didático apresentado para o Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE.Secretaria de Estado da Educação.Orientadora: Sueli Carrijo Rodrigues
JACAREZINHO, PR2008
SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO............................................................................................. 052. TÍTULO............................................................................................................ 053. INTRODUÇÃO................................................................................................. 054. OBJETIVOS..................................................................................................... 07 4.1 OBJETIVO GERAL.................................................................................... 07 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...................................................................... 075. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO........................................................ 08 5.1 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS................................................... 08 5.2 POPULAÇÃO AMOSTRA......................................................................... 09 5.3 ANÁLISE.................................................................................................... 096. CAPÍTULO I – A INFLUÊNCIA DO ESPORTE NA ESCOLA.................................................. 107. CAPÍTULO II – JOGOS COOPERATIVOS; UMA ALTERNATIVA INCLUSIVA....................... 138. CAPÍTULO III – FUNDAMENTOS DOS JOGOS COOPERATIVOS, RESSIGNIFICANDO O ESPORTE VOLEIBOL......................................................................................... 15 8.1 TEMPO PARA REFLETIR!.......................................................................... 16 8.2 FORMAÇÃO DE GRUPOS......................................................................... 179. CAPÍTULO IV – ATIVIDADES.................................................................................................... 18 9.1 SENSIBILIZAÇÃO....................................................................................... 18 a) Jogo de Apresentação............................................................................... 18 b) Jogo dos Iguais.......................................................................................... 19 c) Identidade do Grupo................................................................................... 20 d) Jogo do Anjo............................................................................................. 20 e) Bola Salvadora........................................................................................... 21 f) Queimada Maluca....................................................................................... 22 g) Jogo dos Autógrafos.................................................................................. 239.2 INDICAÇÃO DE LEITURA: ...........................................................................
• Competir ou Cooperar: eis a questão• Ideologia
26
9.3 ATIVIDADES: VOLEIBOL............................................................................... 26 a) Minivoleibol Divertido................................................................................. 27 b) Voleibol Semi-Cooperativo......................................................................... 29 I – Jogo dos “Todos Tocam”..................................................................... 29 II – Jogo dos “Adversários Companheiros”.............................................. 30 c) Voleibol Cooperativo................................................................................... 3110. REFERÊNCIAS.............................................................................................. 33
1. IDENTIFICAÇÃO
PROFESSOR PDE: Cirlene Gonçalves Pádula
ÁREA PDE: Educação Física
NRE: Cornélio Procópio
PROFESSOR ORIENTADOR IES: Sueli Carrijo Rodrigues
IES VINCULADA: UENP
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual Jerônimo Farias Martins
PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: 1º ano – Ensino Médio
2. TÍTULO DA UNIDADE DIDÁTICA: Jogos Cooperativos: Ressignificando o esporte escolar, Voleibol.
3. INTRODUÇÃO
É possível observar o quanto a nossa sociedade ressalta valores como a
individualidade e a competitividade. Este modelo é refletido no ambiente escolar,
onde o comportamento e as atitudes estão se tornando cada vez mais violentas,
cheias de rivalidade, de exploração, pouca ou nenhuma solidariedade, exclusão e
destruição. Neste sentido, a prática pedagógica deve ser repensada, pois durante os
anos de escolarização são aprendidos valores morais que afetam direta ou
indiretamente o modo como se vive em sociedade.
A Educação Física muitas vezes sem perceber, ao trabalhar com jogos
brincadeiras e o esporte escolar tem reforçado estes valores. A mesma, passou e
está passando por transformações. Está buscando através de vários estudos
“descobrir e reforçar” a sua identidade, dentro do contexto escolar. Procurando se
desligar do modelo que se pauta na prática esportiva e na aptidão física, onde o
enfoque pedagógico esta centrado na competição e na performance do aluno, para
uma proposta crítica, onde o principal objeto de estudo é a Cultura Corporal, o
5
conhecimento e a reflexão sobre as práticas corporais historicamente produzidas
pela humanidade e transformada em saber escolar.
Para transformar essa realidade excludente, e tornar a escola e as aulas de
Educação Física, um ambiente alegre, inclusivo, agradável de estar, de aprender, é
necessário repensarmos e mudarmos algumas práticas pedagógicas, procurando
utilizar atividades que valorizem as experiências e desejos dos alunos, e jogos que
criem oportunidades para o desenvolvimento físico, moral e intelectual garantindo,
dessa forma, a formação de um indivíduo com consciência social, crítica, solidária e
democrática.
A Educação Física, é capaz de proporcionar todas estas oportunidades, pois
é uma área de conhecimento, que não deve se limitar somente ao esporte pelo
esporte, mas sim fazer dele um instrumento educacional. O esporte escolar que
atualmente é transmitido no ambiente da escola está fortemente atrelado a
competição, refletindo a ordem cultural de um sistema econômico.
Para Orlick, na escola os jogos competitivos são mais divulgados do que os
jogos cooperativos, e a própria escola valoriza só os vencedores, pois não ensina o
aluno a amar o aprendizado e sim a tirar notas cada vez mais altas. A Educação
Física por sua vez não ensina os alunos a amarem o jogo, e sim a vencer.
A Educação Física, pode e deve mostrar que há alternativas de se trabalhar
com este conteúdo, buscando contribuir para uma sociedade menos excludente.
Então, faz-se necessário, intervir, elaborar e difundir práticas que possibilitem este
processo. Nesta Unidade Didática iremos incluir os princípios dos Jogos
Cooperativos.
Os fundamentos dos Jogos Cooperativos, nos mostra que o jogo ou o esporte
não são obrigatoriamente sinônimos de competição, que podemos jogar de forma
interessante e desafiadora, sem nos comportarmos como se estivéssemos numa
guerra. Que podemos ter uma outra visão, um outro objetivo a respeito do jogo,
onde todos se sintam responsáveis em contribuir com o resultado, onde o
sentimento de rejeição seja eliminado, e o desejo de se envolver, de fazer parte do
grupo aumente.
Segundo Orlick, (1978, p.116), ao introduzir atividades que alterem os
conceitos de vitória e derrota, a vontade de participar do jogo apenas pelos valores
intrínsecos, são reavivados e legitimados. A experiência com esses novos jogos
deve demonstrar que ser aceito como ser humano e aceitar os outros, não depende
6
de um resultado numérico. Desta forma, posteriormente, poderão encarar a
competição e também a cooperação de modo mais saudável e positivo. Assim os
esportes se tornarão uma busca pelo desenvolvimento pessoal, e não uma
oportunidade de “destruir” os outros.
Orlick (1978, p. 104), ainda nos demonstra mais algumas reflexões
norteadoras dos estudos dos Jogos Cooperativos.
Jogos de aceitação devem substituir os jogos de rejeição. Se fizermos com que cada criança se sinta aceita e dermos a cada uma um papel significativo a desempenhar no ambiente de atividades, estaremos bem adiantados em nosso caminho para a solução da maioria dos sérios problemas psico-sociais que atualmente permeiam os jogos e os esportes. Essa é uma das razões porque é tão importante criar jogos e ambientes de aprendizado onde ninguém se sinta um perdedor.
Apesar de observarmos as distinções entre competição e cooperação, não
temos a pretensão de opor uma a outra ou de abolir a competição, sabemos que
ambas fazem parte da vida. Mas se colocarmos que vencer é a única coisa que
importa, que não interessa os meios que se usem, então estaremos reforçando a
cultura competitiva que nos cerca. Pretendemos sim, dar um significado menos
central a competição, nas aulas de Educação Física, e mostrar que há alternativas
de participação nas aulas, e na sociedade.
4. OBJETIVOS DA UNIDADE DIDÁTICA:
4.1 OBJETIVO GERAL:
Ressignificar o esporte escolar, voleibol, através dos fundamentos dos Jogos
Cooperativos.
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Reestruturar o esporte escolar, em específico o voleibol para o 1º ano do
Ensino Médio;
Promover uma revisão de valores e condutas na direção de uma postura mais
cooperativa e solidária.
7
Experimentar outras formas de jogos e de se relacionar com os outros;
Incentivar a inclusão, oferecendo possibilidades de participação;
Propor uma metodologia baseada nos princípios dos Jogos Cooperativos;
Intervir, dar uma direção ao processo educativo em um sentido crítico;
Possibilitar a análise crítica do fenômeno esportivo.
Oportunizar o aluno, a construir conhecimentos e questionar paradigmas, e não apenas reproduzi-los;
5. ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO:
A mediação teórica estará presente em todas as fases do desenvolvimento
desta Unidade Didática. Seu objetivo consiste em gerar idéias, hipóteses ou
diretrizes para orientar as interpretações, as atividades, além de procurar reduzir ao
mínimo a distância entre a produção de conhecimentos e o plano de ação, utilizando
efetivamente o conhecimento adquirido na implementação de ações
transformadoras. (THIOLLENT, 1992, p. 52-5, 102-103).
Iremos nos utilizar deste material didático, para aproximarmos o máximo, a
teoria da prática, e verificar possibilidade de uma metodologia alternativa que
possibilite a ressignificação do esporte voleibol, nas aulas de Educação Física.
Não concebemos este trabalho como sendo uma tarefa fácil, mas no caso da
Educação, pensamos que não basta observar, descrever, avaliar e relatar. Às vezes
precisamos agir com urgência. Não podemos esperar por ações indiretas. O
aprendizado de nossos alunos é nossa responsabilidade agora, de maneira real,
concreta e direta.
A resolução de problemas efetivos se encontra na coletividade e só pode ser levada adiante com a participação de seus membros. Mesmo quando as “soluções” não forem imediatamente aplicáveis no sistema vigente, poderão ser aproveitadas como meio de sensibilização e de tomada de consciência (THIOLLENT, 1992, p. 102).
5.1 PROCEDIMENTOS E INSTRUMENTOS:
• Sensibilização ao tema (Direção; Equipe Pedagógica, Professores,
Funcionários, Pais e alunos);
8
• Leitura e análise de textos referentes ao tema (Livro Didático Público-
Educação Física e Sociologia);
• Atividades teóricas e práticas;
• registro das atividades desenvolvidas;
• registro das dificuldades encontradas;
• auto-avaliação dos alunos;
• análise e acompanhamento da metodologia aplicada;
• análise e comentários de textos escritos e audiovisuais;
• elaboração de sínteses e conclusões na forma de resumos e comentários;
• debates;
INSTRUMENTOS: jogos cooperativos, esporte Voleibol, slides, textos, livro
didático de Educação Física, Sociologia do Ensino Médio, TV multimídia, artigos,
Revista Jogos Cooperativos, e outros que forem necessários no decorrer das aulas.
5.2 POPULAÇÃO/AMOSTRA
A intervenção pedagógica ocorrerá no Colégio Estadual Jerônimo Farias
Martins Ensino Fundamental e Médio, que possui atualmente cerca de 540 alunos
matriculados. Situa-se na Avenida General Osório s/n. Santa Cecília do Pavão.
Núcleo de Cornélio Procópio.
A amostra será composta pelos alunos do 1º ano do Ensino Médio, matutino, com
aproximadamente 30 alunos, apresentando faixa etária entre 14 e 16 anos.
5.3 ANÁLISE
Serão analisados os dados qualitativos e quantitativos, através das respostas
dadas às atividades propostas, do comportamento e da atitude dos alunos. Mas o
foco principal estará na aula de Educação Física, e conseqüentemente na atuação
da professora e pesquisadora e não apenas na observação dos acontecimentos. A
análise se fundamentará nos autores abordados na revisão de literatura, verificando
as possibilidades concretas de utilização de uma proposta alternativa para as aulas.
6. CAPITULO I
9
A INFLUÊNCIA DO ESPORTE NA ESCOLA.
O esporte de caráter competitivo, surgiu no século XVIII, na cultura européia,
sobretudo na Inglaterra, e se expandiu para o resto do mundo.
O modelo esportivo europeu foi se tornando a expressão superior da cultura
corporal de movimento, se tornando padrão e “folclorizando” as demais
manifestações esportivas de outras sociedades. O esporte se expandiu tão rápido e
tão ferozmente quanto o capitalismo (BRACHT, 2003).
É evidente que o esporte em todas as sociedades, ainda é um fenômeno
muito valorizado, pelo menos no sentido econômico. Esta importância se dá mais no
setor do esporte de rendimento ou espetáculo, onde os meios de comunicação lhe
dão total cobertura, fazendo com que mesmo sem praticá-lo, estejamos sempre em
contato com ele. Já no âmbito do esporte escolar, temos pouca divulgação.
Juntamente com o debate crítico sobre a Educação, na década de 80, a
crítica feita ao Esporte, também teve relevância neste período. Os críticos
começaram a denunciar a abordagem biológica e o ensino tecnicista característicos
da área, tomando como base uma abordagem sociológica, questionando os fins
sociais. Focalizaram principalmente o esporte de alto rendimento. Mas as críticas
não eram contra o esporte, mas sim contra o ensino limitado das técnicas
esportivas, do rendimento, onde a mesma se reduz, se fragmenta, se mecaniza e se
racionaliza, e que nas escolas estavam (ou ainda estão) servindo de modelo.
O Esporte de caráter competitivo, teve e tem até hoje, grande receptividade
na área escolar.
Para Bracht (2003), o fenômeno esportivo possui abordagens
diferenciadas, ou seja:
a) Esporte enquanto atividade de lazer – suas formas são derivadas do
esporte de alto rendimento ou espetáculo. Seus códigos internos ligados à saúde,
ao prazer e à sociabilidade.
b) Esporte de alto rendimento ou espetáculo – é a transformação do esporte
em mercadoria. Empreendimento com fins lucrativos. Possui proprietários e
vendedores de força de trabalho, submetidos às leis do mercado. Seus códigos
10
internos são: vitória-derrota, maximização do rendimento e racionalização dos
meios. A prática do mesmo, levaria à adaptação às normas e ao comportamento
competitivo, requisitos básicos para a estabilidade e/ou reprodução do sistema
capitalista.
Já para Bernett (apud Bracht, 2003 p.25) o esporte-espetáculo como arma
dos dominantes, é utilizado como meio para desviar a atenção das massas da luta
de classes e como fuga da realidade política.
Complementando, na visão do Coletivo de Autores (1992), e de Caparroz
(2005) é esta abordagem que fornece o modelo de atividade para a grande parte do
esporte, ou seja, para o esporte enquanto atividade de lazer e para o esporte
escolar.
Essa influência do Esporte no sistema escolar é de tal magnitude que temos, então não o Esporte da escola, mas sim o esporte na escola. Isso indica a subordinação da educação física aos códigos/sentido da instituição esportiva, caracterizando-se o esporte na escola como um prolongamento da instituição esportiva: esporte olímpico, sistema desportivo nacional e internacional. Esses códigos podem ser resumidos em: princípios de rendimento atlético/desportivo, competição, comparação de rendimento e recordes, regulamentação rígida, sucesso no esporte como sinônimo de vitória, racionalização de meios e técnicas etc.O esporte determina, dessa forma, o conteúdo de ensino da Educação Física, estabelecendo também novas relações entre professor e aluno, que passam da relação professor-instrutor e aluno recruta para a de professor-treinador e aluno atleta.[...]
(COLETIVO DE AUTORES, 1992, p. 54)
Segundo Bracht (2003), é possível notar a ausência de uma forma de
abordagem esportiva escolar ou educacional, mas o autor explica que toda prática
esportiva é considerada educativa, mesmo que se valendo de conceitos de
educação distintos do presente nas pedagogias progressistas.
A proposta fundamentada na concepção histórico-crítica de educação resgata
o compromisso social da ação pedagógica da Educação Física. E vislumbra a
transformação de uma sociedade fundada em valores individualistas, em uma
sociedade com menor desigualdade social. (PARANÁ, 2008).
A expectativa da Educação Física escolar, que tem como objeto a reflexão sobre a cultura corporal, contribui para a afirmação dos interesses de classe das camadas populares, na medida em que desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores como
11
solidariedade substituindo individualismo, cooperação confrontando a disputa, distribuição em confronto com a apropriação, sobretudo enfatizando a liberdade de expressão dos movimentos – a emancipação -, negando a dominação e submissão do homem pelo homem (COLETIVO DE AUTORES, 1992, p.40).
Ainda, segundo Bracht (2003) a crítica ao esporte é uma crítica à sociedade,
portanto se torna necessário analisá-lo criticamente, especialmente se por ele
passarem quaisquer questões educacionais, ou se por qualquer uma delas ele
passar.
No desenvolvimento deste trabalho iremos verificar se o esporte, mais
especificamente o voleibol, pode ser utilizado através de uma outra perspectiva que
seja crítica, transformadora e libertadora na Educação Física Escolar, buscando que
este esporte, nas aulas, deixe de ser mais um instrumento funcional de manutenção
do sistema capitalista.
7. CAPÍTULO II
12
JOGOS COOPERATIVOS: Uma alternativa inclusiva.
Fonte: Livro: Se o Importante é Competir, o Fundamental é Cooperar! p.62
Fábio Otuzi Brotto. contatoimproviso.net
Acesso em 23/10/2008
Segundo Orlick, um dos maiores estudiosos do tema, que pesquisou a
relação entre jogo e sociedade, relata que os Jogos Cooperativos (JC), não são
manifestações culturais recentes, eles existem há milhares de anos. Mas começou a
ser sistematizado na década de 1950 nos Estados Unidos, através dos trabalhos de
Ted Lentz. No Brasil o pioneiro é o professor Fábio Otuzi Brotto, que vem
trabalhando e divulgando a proposta e a metodologia dos Jogos Cooperativos.
Apesar de termos vários trabalhos desenvolvidos nesta área, a sua aplicação
na área escolar ainda se encontra tímida.
Sabemos que a nossa sociedade, é altamente competitiva, e que é a
estrutura social, o sistema econômico, é que torna uma sociedade competitiva ou
cooperativa. O ser humano não nasce competitivo ou cooperativo, ele se torna.
Assim podemos observar a influência que a sociedade tem na Educação, mas que o
inverso também é verdadeiro. E é daqui deste inverso que parte a nossa luta por
uma sociedade mais solidária, democrática e justa.
Brotto, ao analisar e comparar os jogos competitivos e cooperativos, não tem
a intenção de opor um ao outro.
(...) visa primeiramente, ampliar nossa percepção sobre as
dimensões que o Jogo e o Esporte nos oferecem como campo de
vivência humana. E, em segundo lugar, pretende indicar que nos
Jogos e Esportes, bem como na Vida, existem alternativas para jogar
13
além das formas de competição, usualmente sugeridas como única
ou a melhor maneira de jogar e viver. (BROTTO, 2002, p. 56-7).
Em continuidade, Brotto (1999), explicita a definição de ambos:
Cooperação: é um processo de interação social, em que os objetivos são comuns,
as ações são compartilhadas e os benefícios são distribuídos para todos.
Competição: é um processo de interação social, em que os objetivos são
mutuamente exclusivos, as ações são isoladas ou em oposição umas às outras, e os
benefícios são concentrados somente para alguns.
Vamos analisar, a tabela “Jogos Competitivos e Jogos Cooperativos”,
adaptada de Walker (apud Brotto, 2002, p. 56), que traz uma comparação entre
essas duas formas de jogar.
JOGOS COMPETITIVOS JOGOS COOPERATIVOSSão divertidos apenas para alguns. São divertidos para todos.
Alguns participantes têm um sentimento de derrota.
Todos têm um sentimento de vitória.
Alguns jogadores são excluídos por sua falta de habilidade.
Todos se envolvem independentemente de sua habilidade.
Seus adeptos aprendem a ser desconfiados, egoístas ou se sentirem melindrados com os outros.
Aprende-se a compartilhar e a confiar.
Divisão por categorias: “meninos x meninas”, criando barreiras entre as pessoas e justificando as diferenças como uma forma de exclusão.
Há mistura de grupos que brincam juntos criando alto nível de aceitação mútua.
Os perdedores ficam de fora do jogo e simplesmente se tornam observadores.
Os jogadores ficam envolvidos nos jogos por um período maior, tendo mais tempo para desenvolver suas capacidades.
Os jogadores não se solidarizam e ficam felizes quando alguma coisa “ruim” acontece aos outros.
Aprende-se a solidarizar com os sentimentos dos outros, desejando também o seu sucesso.
Os jogadores são desunidos.Os jogadores aprendem a ter um “senso de unidade”.
Os jogadores perdem a confiança em si mesmos, quando são derrotados ou rejeitados.
Desenvolve-se a auto-confiança porque todos são bem aceitos.
Pouca tolerância à derrota desenvolve em alguns jogadores um sentimento de desistência diante de dificuldades.
A habilidade de perseverar face às dificuldades é fortalecida.
Poucos se tornam bem sucedidos. Todos encontram um caminho para o crescimento e o desenvolvimento.
Fonte: Jogos Competitivos e Jogos Cooperativos (Walker, 1987) apud Brotto, 2002
Segundo Brotto (2002), o jogo é um ambiente extraordinário para a aprendizagem e transformação pessoal e coletiva. E o desfio proposto é refletir sobre a manifestação da consciência da Cooperação no Esporte. 8. CAPÍTULO III
14
FUNDAMENTOS DOS JOGOS COOPERATIVOS, RESSIGNIFICANDO O
ESPORTE VOLEIBOL.
Como jogar Cooperativamente jogos Competitivos?
Segundo Brotto (2002), os jogos competitivos atualmente são os mais
promovidos em nossa sociedade, e cabe a nós, tornar esta experiência positiva para
nossos alunos, ensinando-lhes habilidades de auto-controle, promovendo valores
humanos positivos. Temos um instrumento de grande poder em nossas mãos.
Depende de nós a forma como será utilizado.
Ainda na visão de Brotto, o esporte orientado pela Consciência da
Cooperação incentiva a inclusão de todos e oferece muitas possibilidades de
participação. Vejamos algumas das características dessa Consciência aplicada ao
esporte:
Responsabilizar-se por si mesmo e pelo bem estar dos outros;
Respeitar e recriar coletivamente as regras;
Jogar limpo
Descobrir e valorizar diferentes formas de vencer;
Aprender “COM” o perder e o ganhar, ao invés de aprender “a” perder e
ganhar. Até porque, aprender “a” perder, implicaria em ser um expert em
derrotas. É claro que não é o que pretendemos, muito embora, é o que, em
alguns casos, acabamos por incentivar;
Eleger objetivos individuais apropriados e comuns ao grupo;
Saber equilibrar a ansiedade;
Oportunizar o papel de liderança a todos, pois cada um sempre tem algo de
especial a acrescentar;
Harmonizar conflitos e superar crises;
Proporcionar a possibilidade de verem a si mesmos e aos outros como seres
humanos igualmente valiosos, tanto na vitória como na derrota;
Incentivar as pessoas integrar os valores adequados ao jogo e a controlar a
competição ao invés de serem controladas por ela.
15
8.1 TEMPO PARA REFLETIR!
No esporte é comum se pedir “tempo” para discutir técnicas e táticas mais
adequadas. Podemos nos utilizar desse recurso com um enfoque um pouco
diferenciado, destacando as diversas oportunidades significativas de aprendizagem.
Segundo Brotto (2002), uma boa forma de ampliar as oportunidades para
uma intervenção educativa que vá além da simples orientação para vencer o jogo, é
permanecer atento, observando as jogadas e, ao mesmo tempo, as atitudes e
relacionamentos entre os participantes.
Ao perceber conflitos, pode-se pedir um “tempo”, intervir, (não
necessariamente interromper), no jogo para propiciar a reflexão sobre o que
houve.
Pode se incentivar a descoberta de formas de participação mais adequadas e
logo continuar a jogar.
Um tempo também para ressaltar quando surgirem valores positivos.
Ainda segundo Brotto, inserir mudanças na cultura esportiva pode ser uma
tarefa muito delicada e passível de encontrar bastante resistência. Portanto em
ambientes e grupos com pouca ou nenhuma experiência anterior nos Jogos
Cooperativos, faz-se necessário experimentar pouco a pouco, iniciando pela
categoria dos jogos semi-cooperativos, favorecendo assim uma melhor aceitação,
para posteriormente avançar para as demais categorias: Jogos Cooperativos Sem
perdedores, Jogos de Resultado Coletivo, Jogos de Inversão.
A estrutura dos Jogos Semi-Cooperativos, fortalece a cooperação entre os
membros do mesmo time e oferece aos participantes a oportunidade de jogar em
diferentes posições:
• TODOS JOGAM: Todos que querem jogar recebem o mesmo tempo de jogo.
Times pequenos facilitam a participação de todos;
• TODOS TOCAM/TODOS PASSAM: A bola deve ser passada por entre todos
os jogadores do time, para que o ponto seja validado;
• TODOS MARCAM PONTO: Para que um time vença é preciso que todos os
jogadores tenham feito pelo menos 01 ponto durante o jogo.
16
• TODAS AS POSIÇÕES; Todos os jogadores passam pelas diferentes
posições no jogo até mesmo de técnico, torcedor, dirigente etc.
• PASSE MISTO: A bola deve ser passada, alternadamente, entre meninos e
meninas;
• RESULTADO MISTO: Os pontos são convertidos, ora por uma menina, ora
por um menino.
Apoiados no que foi citado acima, podemos desenvolver várias atividades
para estimular, adequadamente, o envolvimento dos alunos com os Jogos
Cooperativos, como uma alternativa de aprendizagem e convivência possível para
todos.
8.2 FORMAÇÃO DOS GRUPOS
É necessário se ter critérios adequados para a formação dos grupos. Estes
devem gerar um ambiente de aceitação, integração, e não de exclusão e
constrangimento. Citaremos alguns:
• MÊS DE NASCIMENTO: grupo 1º trimestre; grupo 2º trimestre; grupo 3º
trimestre; grupo 4º trimestre;
• DIA DE NASCIMENTO: grupo 1ª quinzena, grupo 2ª quinzena;
• SIGNOS: signos do elemento AR, do elemento ÁGUA, FOGO e TERRA,
• INICIAL DO NOME: grupos de A-H, I-O, P-Z, ou de acordo com o número de
letras do primeiro nome;
• CORES DE ROUPA: claro e escuro;
• PREFERÊNCIAS: quem prefere café com leite, de um lado; do outro quem
prefere suco de laranja, quem prefere férias no campo e férias na praia; etc.
Devemos tomar muito cuidado, para não nos utilizarmos de qualquer
discriminação racial, ética ou de classe.
9. CAPÍTULO IV
17
ATIVIDADES
Dicas para a aplicação das atividades.
• Explique sempre o objetivo da atividade
• Chame os alunos pelo nome
• Tenha sempre a atividade por escrito e compartilhe com o grupo
• Mantenha o foco na atividade
• Tenha outras atividades na “manga”
• Reserve um tempo para reflexões
• Feedback – ao final de cada atividade de um retorno sobre as expectativas,
se foi atingido ou não o objetivo proposto;
• Evitar dar soluções
• Encorajar a busca por soluções
SUGESTÕES DE ATIVIDADES
9.1 SENSIBILIZAÇÃO
a) JOGO DE APRESENTAÇÃO
Material necessário: nenhum
Objetivo: apresentar e integrar o grupo de maneira descontraída. Proporcionar um
ambiente agradável.
1) Cada aluno se apresenta com o seu nome e uma característica que comece com
a mesma inicial do nome: Por exemplo: Maria- maravilhosa, João- Jóia, etc.
OU...
18
2) Cada aluno fala o seu nome e uma coisa que gosta muito de fazer.
OU...3) Cada aluno fala o seu nome e o que tem para oferecer ao grupo;
Ou...
4) Cada aluno fala o seu nome e uma coisa que mais gosta de comer, etc.
b) JOGO DOS IGUAIS
Material necessário: Fita crepe
Objetivo: Reconhecer as pessoas. Proporcionar um ambiente seguro onde os
alunos possam se identificar.
• O professor divide o espaço com uma fita crepe no chão.
• Fará algumas perguntas, e quem respondeu SIM, passa para o lado oposto,
utilizando a fita crepe como referência. Os demais, permanecem no local.
Sugestões de perguntas:
• Quem tem irmãos
• namorado (a)
• avós vivos
• prima
• experiência no esporte
• sabe andar a cavalo
• joga voleibol
• gosta das aulas de Educação Física
• tem mais de 1.70 cm de altura
• ...outros assuntos.
• Para terminar, abrir para compartilhar sensações, idéias, etc.
Obs: Esse jogo é muito importante na identidade do grupo. Os integrantes se
sentem iguais, e encontram seus iguais, e se descobrem.
C) IDENTIDADE DO GRUPO
19
Material necessário: papel e caneta
Objetivo: reconhecimento dos iguais. Sintonia do grupo.
Cada aluno responde as seguintes perguntas em uma folha de papel,
individualmente.
1. Se eu pudesse se vitorioso em algum esporte, qual escolheria?
2. Se eu tivesse que viver em alguma estação (primavera, verão, outono e
inverno) qual seria?
3. Se eu pudesse mandar o meu professor (a) para algum lugar, para onde
seria:
a) SPA b) Curso de atualizações c) Viagem para o Nordeste
4. Se eu pudesse ser um instrumento, qual seria?
5. Se eu pudesse vencer um desafio atual, qual seria?
6. Se eu pudesse curar uma doença, qual seria?
7. Se eu pudesse eliminar um preconceito, qual seria?
8. Pelo que estou encantado (a) atualmente?
9. O que eu quero e preciso resolver?
10. Qual a expectativa em relação a esse trabalho (Jogos Cooperativos
ressignificando o esporte escolar) ?
Depois de respondida as questões, cada um vai conferir com os outros a
quantidade de respostas iguais.
Para encerrar a atividade, abrir para compartilhar sensações e idéias, e para quem
quiser ler e responder em voz alta etc.
d) JOGO DO ANJO
Material necessário: papel, caneta e uma caixa para colocar mensagens.
Objetivo: Estimular a aproximação entre os alunos; amenizar distâncias entre eles;
cuidar do grupo de uma maneira cooperativa.
• Da mesma forma que o “amigo secreto”, cada um sorteia uma pessoa que será
a sua protegida sem que a mesma perceba, durante o tempo estipulado
(estipular junto com os alunos, se a revelação será em 2 meses ou no final do
20
ano...).
• Durante todo o tempo estipulado para a brincadeira, a idéia é que cada um
“cuide” da pessoa que sorteou, com bilhetinhos, doces, abraços, aperto de mão,
beijinhos, e qualquer coisa que faça o bem.
• O jogo termina no prazo estipulado pelo grupo. Onde os anjos e protegidos
serão revelados. E, assim como no amigo secreto, vale combinar de levar uma
lembrançinha.
OBS: É importante que durante todo o período estipulado, a brincadeira seja
estimulada, para que não perca a graça.
e) BOLA SALVADORA
Material necessário: bola e espaço amplo
Objetivo: Todos salvarem todos. Contato físico. Pensar no outro. Prática de
atividade física.
• Uma pessoa do grupo deverá se eleita “pegador”, e a outra “salvador”
• O “salvador” terá o objeto de poder: a bola.
• O pegador sai correndo atrás das outras pessoas. O pega-pega transcorre
normalmente, mas quem estiver com a bola, não poderá ser pego. Ou seja, o
grupo tem que entender que quando o pegador estiver se aproximando de
alguém, a pessoa que estiver com a bola na mão, deverá joga-la rapidamente à
quem corre o risco de ser pego.
• Quando alguém for pego, vira pegador.
• Se o jogo estiver muito fácil, colocar mais bolas no jogo.
• Para terminar, abrir para compartilhar sensações, idéias, etc.
As atividades acima citadas tiveram como referencial, os jogos descritos por:
Juliana Assef Pierotti. CADERNO DE JOGOS COOPERATIVOS. Disponível em:
www.aracati,org.br/portal/pdfs/02_Jovens%20em
%20Acao/jogos_cooperativos_02.pdf. Acesso em 29 de setembro de 2008. As
mesmas passaram por adaptações.
21
f) QUEIMADA MALUCA
Objetivo do jogo: Queimar, não ser queimado e salvar seus colegas. Os alunos
terão oportunidade de jogar tentando manter o jogo vivo. Para isso poderão ou não
manter os colegas jogando.
Objetivo do professor: avaliar seus alunos quanto a participação, cooperação e
competição. Avaliar quais atitudes individuais e coletivas estão acontecendo nas
aulas.
Propósito: colocar os alunos frente a frente com a sensação de vencer ou
colaborar. Os alunos estarão avaliando seu desenvolvimento de acordo com o
equilíbrio do jogo.
Recursos: Uma bola de voleibol ou meia e giz.
Número de participantes: Pode ser jogado com diferentes números de
participantes, sendo maior que 10 para maior motivação. Caso seja um grupo muito
grande (40) pode-se usar 2 bolas.
Duração: Dependerá do interesse do grupo e da avaliação do professor.
Normalmente 20 a 30 minutos.
Descrição: Todos os alunos deverão ficar em um espaço suficientemente grande
para que todos possam correr e se deslocar sem grandes riscos de choque.
Eles receberão um pedaço de giz e anotarão no chão ou na parede, seu nome, a
letra Q (queimei), a letra M (morri) e a letra S (salvei).
O professor joga a bola para o alto e está dado o início. Pode-se colocar uma
música para acompanhar o jogo. O aluno que pegar a bola, poderá no máximo dar 3
passos para arremessar a bola nos colegas. Caso ele queime alguém este deverá
marcar o que houve e depois ficará sentado no lugar. O aluno que atirou também
deverá marcar que conseguiu queimar o colega.
Para salvar bastará que o aluno deixe de JOGAR NO OUTRO e passe para quem
estiver sentado (JOGAR PARA O OUTRO). Este então poderá levantar e continuar
jogando. Todos os acontecimentos deverão ser anotados para futura análise e
discussão do grupo.
DICAS: Este jogo é muito bom para que o professor possa avaliar o comportamento
real de seu aluno. É possível detectar alunos mais cooperativos (salvam mais), mais
competitivos (salvam menos), alunos que fazem parcerias, e trazendo com isso a
22
oportunidade de fazê-lo VER.
É necessário que o professor proporcione o momento do debate, com tranqüilidade,
para ouvir os comentários e fazer as possíveis colocações.
O professor poderá fazer o jogo sem a marcação e depois colocá-la para que eles
possam avaliar.
É importante colocar que existem diferentes pessoas jogando e elas têm a liberdade
de serem verdadeiras. Não podemos impor as atitudes e sim mostrar os diversos
caminhos que elas podem seguir.
UMA OUTRA DICA: Coloque os alunos para jogarem na forma tradicional e
competitiva (quem erra sai) e depois em outra versão, Quem for queimado senta e
PODE SER SALVO, com um abraço.
E ao final, peça para que façam um relato de como foi o primeiro jogo e o segundo
jogo.
Fonte: Rodrigues. Carlos Eduardo Pereira. Queimada Maluca. Revista Jogos Cooperativos. São Paulo. Edição
9/10 - Ano I- Abril/Maio de 2002. . P. 21.
g) JOGO DOS AUTÓGRAFOS
Objetivo do Jogo: Conseguir o maior número possível de assinaturas no tempo de
1 minuto. (O tempo de 1 minuto pode variar de acordo com o tamanho do grupo,
dando mais ou menos tempo conforme o número de pessoas. Para grupos de 15 a
30 participantes, pode ser usado 30 segundos).
Recursos: Canetas e folhas de papel.
Número de participantes: Recomenda-se aplicar este jogo com um mínimo de 15
pessoas.
Duração: Entre as instruções e o jogo, recomenda-se de 40 minutos à uma hora.
Descrição: Colocar o material (folhas em branco e canetas) no centro da sala e dar
as instruções:
• Conseguir o maior número de autógrafos possível, numa folha de papel, no tempo
de um minuto.
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• Os autógrafos deverão ser legíveis.
• Não vale autógrafos repetidos.
• A material esta no centro da sala quando estiverem prontos, me avisem.
Aguarde o grupo sinalizar que está pronto para marcar o tempo, observando sem
interferir. No caso de dúvidas, repita as instruções já dadas da mesma forma e deixe
o resto para o grupo decidir.
-Prontos? Já!
Começar a marcar o tempo. O que vemos durante esse minuto são pessoas
correndo desesperadamente de um lado para o outro, um verdadeiro caos, pois o
impulso inicial é o de cada pessoa pegar uma folha e começar a coletar
autógrafos das outras pessoas.
Ao final do tempo, pedir para que as pessoas contem quantas assinaturas cada
um conseguiu.
O resultado normalmente é bem abaixo do número possível, ou seja, do número
de pessoas na sala. Neste momento propõe-se aos participantes um intervalo no jogo (o tempo que o grupo precisar) para analisar e anotar os fatores que dificultaram o processo, e pensar em como melhorar o desempenho.
Com a proposta de jogar um segundo tempo, o grupo analisa e chega a uma
nova estratégia buscando melhorar o desempenho.
Joga-se o segundo tempo com as mesmas regras do primeiro.
Ao final verifica-se o desempenho do grupo de acordo com o objetivo do jogo.
Levanta-se então com o grupo quais foram os fatores que facilitaram o jogo,
fazendo uma comparação do primeiro com o segundo tempo do jogo, citando e
refletindo sobre os três padrões de comportamento presentes nos grupos quando
executam o jogo, OMISSÃO, COMPETIÇÃO E COOPERAÇÃO.
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Padrões de Percepção-ação
OMISSÃO
COOPERAÇÃO
☺COMPETIÇÃO
Visão do Jogo É impossível Possível para todos Parece possível só para um
Objetivo “Tanto faz” Ganhar...juntos Ganhar... do outro
O outro “Quem?” Parceiro, amigo Adversário, inimigo
Relação Indiferença/Cada um na sua
Interdependência/parceria
Dependência/Rivalidade
Ação Ser jogado Jogar...COM Jogar...CONTRA
Clima do Jogo Chato Ativação/Atenção Tensão/Stress
Resultado Continuísmo Sucesso compartilhado
Ilusão de vitória individual
Conseqüência Alienação Vontade de continuar jogando...
Acabar logo com o jogo
Motivação Fuga Amor Medo
Sentimentos Opressão/Controle Alegria/Comunhão Raiva/Solidão
Símbolo Muralha Ponte Obstáculo
Fonte: Se o importante é competir, o Fundamental é cooperar! (Brotto, 1999).
Para terminar, abrir novamente para compartilhar sensações, idéias, etc.
A pegadinha deste jogo é que ao ouvir a primeira instrução, os alunos não se
dão conta que podem utilizar uma folha somente, e então cada um pensa em si,
pega uma folha individualmente e sai correndo em busca de vitória solitária.
O objetivo do jogo é fazer com que o grupo perceba que organizados e juntos
conseguem mais autógrafos, do que sozinhos. Após as tentativas do grupo, cabe ao
professor, enfatizar a questão da cooperação e sinalizar o quanto estamos
influenciados pela sociedade competitiva, a sair tentando ganhar de todo mundo.
Este jogo é um clássico quando o assunto é sensibilização para a
Cooperação. Adaptado por Fábio Brotto, da proposta apresentada por Celso
Antunes. Este é um jogo profundo e rico, que merece destaque. Brotto em seu
livro, “Jogos Cooperativos – Se o importante é competir, o Fundamental é Cooperar!
(1999), coloca que no início usava este jogo para clarear os motivos pelos quais as
pessoas escolhem competir no lugar de cooperar e auxiliá-las a descobrir
alternativas para uma nova forma de abordar conflitos e realizar metas grupais.
Dentro dessa proposta foram identificados de acordo com suas observações após
25
centenas de aplicações, estes 3 padrões de Percepção-ação, que se manifestam
diante da necessidade de jogar para alcançar uma meta comum ou solucionar um
problema. Destas três visões resultam três formas de estar no mundo, se comportar
e se relacionar com as pessoas.
Fonte: BROTTO, Fábio Otuzzi. Jogos Cooperativos: Se o importante é competir, o fundamental é cooperar! Edição Renovada. Santos: Projeto Cooperação, 1999. (Com adaptações)
9.2 INDICAÇÃO DE LEITURA:
• PARANÁ. Livro Didático Público. 2ª ed. Educação Física – Ensino Médio.
Competir ou Cooperar: Eis a Questão, p. 65. Curitiba: SEED 2008.
• PARANÁ. Livro Didático Público. 2ª ed. Sociologia – Ensino Médio. Ideologia. p.191. Curitiba: SEED 2008.
9.3 ATIVIDADES: VOLEIBOL
Segundo Marcos Tanaka Riyis, especialista em Jogos Cooperativos, o voleibol
tem muitas dificuldades para atingir o seu objetivo educacional. Este é um esporte
que tem várias razões para não ser considerado uma atividade lúdica, prazerosa,
inclusiva. Pois o aluno em fase inicial de aprendizagem tem muita dificuldade de
jogar. Por exemplo, quando é realizado o saque, ou o sacador erra, ou se ele
acerta ninguém consegue receber, tornando o jogo uma sucessão de buscadas de
bola e rodadas sem sentido. E em outro caso, se ele já esta em um nível razoável
de domínio de jogo, de regras de táticas, ele conseguirá jogar a bola do outro lado,
dificultando ao máximo a ação dos demais jogadores, e com isso, interromper o
jogo. Ainda temos um outro detalhe, como só são permitidos 3 toques por ação, o
que normalmente ocorre é que os menos habilidosos tocam poucas vezes na bola
durante a partida.
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Em sua versão competitiva, as regras já estão delineadas, com poucas
chances de serem reestruturadas. Desta forma inibi-se a criatividade e a
possibilidade de inovação. Os comportamentos que aparecem muitas vezes
são de individualismo, a busca da vitória derrotando o outro, tensão excessiva,
excesso de competitividade, valorização no resultado e não no processo, exclusão
dos menos habilidosos, entre outros.
Tendo noção de todas estas dificuldades, neste trabalho temos como um de
nossos objetivos, reestruturar e ressignificar o esporte voleibol, para que o mesmo
possa ser um instrumento educacional, capaz de gerar situações-problema para os
alunos solucionarem, de ser uma atividade capaz de proporcionar o
desenvolvimento de estratégias lúdicas, integrativa, participativa, inclusiva, que
permite a participação de todos. Acreditamos no voleibol gratificante, construtivo,
aquele que exige, atenção, raciocínio e ação coletiva.
a) MINIVOLEIBOL DIVERTIDO
O minivoleibol divertido é uma atividade cooperativa que permite a visão
sistêmica do jogo minivoleibol, da cooperação e da alegria. Sugere-se que, durante
esta atividade, seja possível confrontar as idéias com objetivo de superação coletiva
frente as dificuldades encontradas pelos alunos. Já o objetivo do jogo é que ambas
as equipes não deixem a bola cair no chão, seguindo as regras iniciais.
Procedimento do jogo:
• Três ou dois jogadores de cada lado da rede, podendo esse número ser
ampliado ou diminuindo de acordo com os objetivos da aula;
• A duração da partida poderá ser indefinida, enquanto os jogadores estiverem
se divertindo e/ou enquanto se verificar ser importante continuar a superação
de suas dificuldades;
• Dois alunos seguram uma corda atravessada na quadra e os times se
colocam um de cada lado da corda. “Ao mesmo tempo em que os
participantes jogam, os seguradores da rede devem movimentar-se pela
quadra, a fim de que a quadra se modifique a cada instante, ou seja, os
27
jogadores além de se movimentarem pelo jogo, agora precisam estar atento
às mudanças físicas que a quadra vai sofrendo à medida que a corda vai
sendo movimentada”.
• O set pode respeitar a pontuação de 25 tentos do jogo de voleibol, porém
sendo atingidas pelas soma de pontos dos dois times;
• A dificuldade de conquistarem os 25 pontos gera uma necessidade de
alteração das regras do jogo que interferem na habilidade individual do aluno.
Dicas sobre o número indefinido de toques por equipes e o número indefinido
toques por aluno têm o propósito de estimular a reflexão dos alunos sobre
suas necessidades e dificuldades em conquistarem os 25 pontos. Portanto, à
medida que as dificuldades e incômodos forem surgindo é o momento da
realização do debate. O debate em aula é o momento de ouvir dos alunos
soluções que ajudem a superar suas dificuldades individuais e coletivas
encontradas durante a atividade. Trata-se da auto-avaliação imediata,
individual e coletiva.
Procedimento da atividade:
À medida que as dificuldades individuais forem superadas, sugerimos regras que
exijam mais da habilidade coletiva do que da individual. Como exemplo, citamos:
• A bola somente poderá ser enviada para por cima da rede caso todos tenham
tocado pelo menos uma vez na bola;
• Os toques de cada equipe devem ser realizados alternadamente entre
meninos e meninas.
A avaliação consiste em se buscar uma noção de totalidade através da auto-
valiação coletiva dos alunos, quando se retorna aos objetivos, confrontando as
opiniões e indagando sobre quais e como foram superadas as dificuldades:
• A atividade permitiu desenvolver uma visão de como é um jogo de
minivoleibol? Quais dificuldades? Como foram superadas?
• A atividade possibilitou a cooperação ou a individualidade? O que incomoda e
por quê? Como ocorreram as interferências?
• Além da alegria, a atividade despertou que outra emoção?
• Os debates permitem desenvolver estratégias de superação das dificuldades
encontradas? Quais as soluções encontradas? Por que algumas soluções
tiveram mais êxito que outras?
Recursos utilizados são:
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• 3 bolas de minivoleibol; • Giz para demarcação das 3 quadras (podem ser em forma de círculo ou
retangulares); • 3 fitas ou cordas elásticas.
VARIAÇÃO:
• Objetivo do jogo: Jogar voleibol, modificando as regras para que se torne
um jogo cooperativo.
• Número de participantes: Seis jogadores de cada lado da rede, podendo
este número ser ampliado.
Fonte: Ana Paula Perón. Revista Jogos Cooperativos. Voleibol Divertido. Edição 1 - Ano II- Agosto/Setembro
de 2002. Página 19. Com adaptações.
b) VOLEIBOL SEMI-COOPERATIVO
I - Jogo do “Todos Tocam”Neste jogo, as regras comuns e os objetivos do voleibol tradicional são quase
totalmente quebrados. Aqui, como o nome já diz, o objetivo é fazer com que TODOS
os componentes do time participem do jogo. Além disso, é valorizada a estratégia
dos times para cumprir o objetivo.
1. Faz ponto a equipe que passar a bola para o lado oposto por cima da rede,
utilizando um toque válido de voleibol.
2. Para passar a bola para o outro lado, todos os membros da equipe devem ter
tocado pelo menos uma vez na bola (sempre com toques válidos de voleibol)
3. A equipe que vence o rally (ou seja, a equipe que marcaria ponto se o jogo
fosse de voleibol tradicional) recomeça com a bola, ou seja, tem a
oportunidade de executar sua estratégia e sair marcando um ponto.
Normalmente, a estratégia utilizada pelos grupos é colocar o mais habilidoso
no centro, para distribuir as bolas para os demais, que tornam a tocar para esse
elemento mais habilidoso. O jogador com menos recursos técnicos fica em uma
posição que facilita a sua ação e, com a prática, a tendência é que aumente sua
habilidade nos movimentos relativos ao voleibol. Esse fator diferencia muito o
29
voleibol tradicional desse jogo, pois, no jogo tradicional, o menos habilidoso tem sua
tarefa dificultada, já que o objetivo é derrubar a bola e, portanto, dificultar a ação do
jogador adversário. O companheiro desse jogador, por sua vez, dificulta sua
participação, porque, sendo menos habilidoso, não recebe muitas bolas, e assim,
não pratica o suficiente para se tornar mais habilidoso. Nesse voleibol modificado,
ocorre o contrário, pois. Além da posição melhor, a bola lhe é jogada de modo a
facilitar a sua ação sempre, pois é necessário que todos toquem na bola. E ainda
temos um fator muito importante para as aulas de Educação Física ou para
atividades reunindo um grande número de participantes: muitas pessoas podem
jogar ao mesmo tempo (na verdade quanto mais gente melhor), ao passo que, no
voleibol tradicional, enquanto 12 pessoas jogam, as outras ficam de fora do jogo,
excluídas. Essa modificação acaba com isso, pois todos jogam ao mesmo tempo.
Temos nesse jogo, portanto, uma maior inclusão do que no jogo tradicional, uma
participação muito maior, pois o objetivo é facilitar para o outro ao invés de dificultar,
eliminando, assim, o tempo gasto com a busca da bola, e uma mudança no objetivo
do jogo, que passa a ser ajudar, ao invés de vencer. Além desses componentes
motores e afetivos-sociais, temos a solução de situações-problema e elaboração de
estratégias como pontos altos da atividade.
Com o decorrer do jogo, outras modificações podem ser propostas, como:
o limite de toques por jogador (1, 2 ou 3 no máximo);
o proibição de cortadas;
o a bola recomeça com quem perdeu o rally.
E outras que o professor julgar adequadas para que os objetivos sejam atingidos.
II- Jogo dos “Adversários Companheiros”O objetivo nesta modificação, é aumentar o grau de cooperação entre os dois
lados da rede, pois, na modificação anterior, apesar de todos tocarem na bola e
facilitarem esse toque entre os membros do time, o objetivo é dificultar a ação dos
adversários, pois, se vencer o rally, a equipe tem a vantagem de iniciar com a bola. A
facilitação aos menos habilidosos, a cooperação, a inclusão e a resolução de
situações-problema, nessa modificação, atingem um valor maior que no jogo do
TODOS TOCAM.
As modificações são:
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1. São duas equipes. A equipe A e a equipe B. 2. Inicia-se o jogo com uma equipe (por exemplo, a equipe A) dentro da quadra,
dividida como quiser nos dois lados da rede de vôlei. Enquanto isso, a equipe (B)
fica fora da quadra, aguardando sua vez.
3. Um dos dois lados da rede inicia a jogada: todos os jogadores desse lado devem
tocar pelo menos uma vez na bola antes de toca-la para o outro lado. Quando a
bola passa de um lado para o outro, a equipe inteira marca 1 ponto (lembrando
que a equipe está divida nos dois lados da rede).
4. Quando a bola cai, a equipe A sai da quadra (dos dois lados) e a equipe B entra
para fazer a mesma coisa.
Notamos que, nessa modificação, além da facilidade aos menos habilidosos
citada na modificação anterior, ela acontece também para o “adversário” do outro
lado da rede, pois esse, sendo o mesmo time, irá jogar a bola “na mão” do
suposto adversário, fazendo com que a quantidade de prática seja grande, junto
com a aprendizagem motora. A mudança de paradigma do voleibol também é
enorme, pois, ao invés dos jogadores objetivarem a derrubada da bola,
dificultando a ação do outro, o objetivo passa a ser a manutenção da bola o mais
tempo no ar, facilitando a ação do outro.
Fonte: Riyis. Marcos Tanaka. Voleibol Semi-Cooperativo. Revista Jogos Cooperativos. São Paulo. Edição 2 -
Ano II- Outubro/Novembro de 2002. P.18.
c) VOLEIBOL COOPERATIVO
São quatro alternativas para o tradicional jogo de voleibol. A idéia é minimizar
a competição e colocar mais ênfase na participação de todos,
ANTES DE JOGAR...é necessário: uma quadra e uma bola de voleibol.
JOGANDO...1. Toda vez que alguém passa a bola por cima da rede, essa pessoa tem que passar
por baixo da rede e se juntar à outra equipe. Nessa versão, há troca constante de
equipes.
2. As duas equipes tentam manter o jogo longo, fazendo pontos coletivamente. Em
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partidas sucessivas tentam melhorar esse resultado.
3. Depois de sacar, o jogador junta-se à outra equipe. Isto é, quando termina o jogo,
todos terão jogado nas duas equipes.
4. Antes de devolver a bola, todos os integrantes de uma equipe têm que toca-la.
Isto é, em vez da regra de três toques, cada membro da equipe tem que tocar na
bola antes de passá-la sobre a rede.
ATENÇÃO: São quatro versões de jogo. O professor pode sugerir uma das
versões e, depois de algum tempo, propor outra.
JOGANDO NA ESCOLA...O professor podem experimentar essas versões como parte de seu trabalho
na área de esportes, posto que reforçam a destreza, sem enfatizar a competição e
suas conseqüências. Nessas versões, o mais importante é a participação de todos.
Podem-se transformar outros jogos em versões cooperativas (basquete, futebol...).
Fonte: Brown,Guilhermo. Jogos cooperativos:Teoria e Prática. 2ª edição. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1994.
Tradução: Rui Bender.
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10. REFERÊNCIAS:
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Ed. Unijuí, 2005. Coleção Educação Física.
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________. Educação Física e Aprendizagem Social. Porto Alegre: Magister, 1992.
BROTTO, Fábio Otuzzi. Jogos Cooperativos: Se o importante é competir, o
fundamental é cooperar! Edição Renovada. Santos: Projeto Cooperação, 1999.
________. Fábio Otuzzi. O Jogo e o esporte como um exercício de convivência. 2 ed. Santos: Projeto Cooperação, 2002
BROWN,Guilhermo. Voleibol Cooperativo. Jogos cooperativos:Teoria e Prática. 2ª edição. São Leopoldo, RS: Sinodal, 1994. Tradução: Rui Bender.
CAPARROZ, Francisco Eduardo. Entre a Educação Física na Escola e a Educação Física da Escola: A Educação Física como Componente Curricular. 2.
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Paulo: Cortez, 1992. Série Formação do Professor. Coleção Magistério 2º grau.
GUIRALDELLI JUNIOR, Paulo. Educação Física Progressista: a Pedagogia
Crítico-Social dos Conteúdos e a Educação Física Brasileira. 3 ed. São Paulo:
Loyola, 1991, v. 10. Coleção Espaço.
KUNZ, Elenor. Transformação Didático-Pedagógica do Esporte. 6 ed. Ijuí–RS:
Ed. Unijuí, 2004. Coleção Educação Física.
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Programa de Pós-Graduação da Universidade Estadual de Campinas.
Campinas:UNICAMP, 2006.
PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para os anos finais do Ensino Fundamental e para o ensino Médio. Curitiba: SEED. 2008.
PERÓN, Ana Paula. Voleibol Divertido. Revista Jogos Cooperativos. São Paulo.
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PIEROTTI. Juliana Assef. Caderno de Jogos Cooperativos. Disponível em:
www.aracati,org.br/portal/pdfs/02_Jovens%20em
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RODRIGUES. Carlos Eduardo Pereira. Queimada Maluca. Revista Jogos
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1983. 5 Coleção Polêmicas do nosso Tempo.
________. Pedagogia Histórico-crítica: Primeiras aproximações. Ed. 8ª. Campinas, S.P: Cortez/Autores Associados, 2003. Coleção Educação Contemporânea.
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THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 5 ed. São Paulo: Cortez.
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