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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · Esse Caderno Pedagógico é resultado de um estudo do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, vinculado à UEL- Universidade Estadual

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

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MARIA DE FÁTIMA PEREIRA

CADERNO PEDAGÓGICO:

MODELAGEM MATEMÁTICA NO ESTUDO DE

PROGRESSÃO GEOMÉTRICA E FUNÇÃO EXPONENCIAL

Londrina

2010

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MARIA DE FÁTIMA PEREIRA

CADERNO PEDAGÓGICO:

MODELAGEM MATEMÁTICA NO ESTUDO DE

PROGRESSÃO GEOMETRICA E FUNÇÃO EXPONENCIAL

Trabalho apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE

Orientadora:Profª. Dra. Lourdes Maria

Werle de Almeida

Londrina

2010

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 3

2 MODELAGEM MATEMÁTICA E SUAS ETAPAS ......................................... 4

3 ALUNOS ....................................................................................................... 6

4 PROFESSOR ................................................................................................ 7

5 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ..................................................... 8

6 ATIVIDADES ............................................................................................... 9

6. 1 SEGMENTAÇÃO DA CÉLULA ZIGOTO ................................................... 9

6. 2 CONCENTRAÇÃO DE MEDICAMENTO NO ORGANISMO HUMANO ..... 13

6. 3 PARTICIPANTE DE UMA PIRÂMIDE ........................................................ 18

6. 4 EMPRÉSTIMO PESSOAL .......................................................................... 25

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 30

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1 INTRODUÇÃO

Diante de uma sociedade moderna, em consonância com os

projetos político-pedagógicos das escolas, apontamos para a necessidade da

formação de alunos participativos, criativos, reflexivos, críticos, sendo capazes de

assumir responsabilidades.

Neste contexto, os professores de Matemática precisam propiciar

aos alunos um ambiente de aprendizagem que valorize o interesse, a curiosidade, a

criatividade, a troca de idéias, a produção de significados para que o aluno seja um

sujeito ativo na construção do conhecimento, visando, para isso, trabalhar questões

e assuntos do dia-a-dia.

No que refere-se a esse aspecto, os Parâmetros Curriculares

Nacionais colocam:

[...], a matemática pode dar sua contribuição à formação do cidadão ao desenvolver metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de resultados, a criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade para enfrentar desafios. (Brasil, MEC/ SEF, 1998, p.27)

Esse Caderno Pedagógico é resultado de um estudo do Programa

de Desenvolvimento Educacional – PDE, vinculado à UEL- Universidade Estadual

de Londrina. A presente produção didática foi elaborada partindo do pressuposto de

que a Modelagem Matemática como alternativa pedagógica, para as aulas de

Matemática, oportuniza ao aluno relacionar a matemática que aprende na escola

com sua realidade, bem como, viabilizar a relação entre os conteúdos de

Progressão Geométrica e Função Exponencial. Estas atividades foram

desenvolvidas abordando temas pertinentes à realidade dos alunos como:

segmentação da célula zigoto, concentração de medicamento no organismo

humano, desenvolvimento de uma pirâmide (corrente) e empréstimo pessoal. Estas

serão desenvolvidas com os alunos do 2º ano do Ensino Médio.

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2 MODELAGEM MATEMÁTICA E SUAS ETAPAS

A Modelagem Matemática é uma alternativa de ensino que favorece

ao estudante relacionar a matemática escolar com a realidade.

Segundo Bassanezi (2009 p.16): “A Modelagem Matemática

consiste na arte de transformar problemas da realidade em problemas matemáticos

e resolvê-los interpretando suas soluções na linguagem do mundo real.”

Para Barbosa (2004 p. 75 ) a modelagem “É um ambiente de

aprendizagem no qual os alunos são convidados a problematizar e investigar, por

meio da matemática, situações com referência na realidade.”

Geralmente o desenvolvimento de uma atividade de modelagem

segue alguns procedimentos: compreender a situação problema que se pretende

estudar, organizar as informações obtidas, definir o problema a ser estudado,

levantar as hipóteses e analisá-las, definir as variáveis envolvidas no problema, a

construção do modelo e finalmente resolver e avaliar os resultados. A formulação

do modelo e a resolução são realizadas utilizando conceitos matemáticos, se a

solução encontrada não for satisfatória, respeitando a situação da vida real, o

processo todo ou parte dele precisa ser refeito. (ALMEIDA e DIAS, 2007).

Neste sentido, Bassanezi (2009) coloca que durante o

desenvolvimento de atividade de modelagem na sala de aula, o mais importante

não é chegar a um modelo bem sucedido, mas caminhar seguindo as etapas onde o

conteúdo matemático vai sendo sistematizado e aplicado.A validação do modelo

caracteriza uma etapa importante uma vez que está relacionada com a avaliação do

modelo obtido e requer uma análise crítica do aluno em relação com contexto social-

cultural.

Partindo da situação real, é preciso identificar o problema que se

pretende estudar, sendo a função do professor estimular o aluno a pensar, a

pesquisar, a levantar hipóteses, pois na construção de um modelo é fundamental a

aproximação da realidade que investiga.

Levando em consideração as práticas escolares, de modo geral, os

alunos estão acostumados com aulas expositivas seguidas de exercícios. Assim, é

importante que as atividades de modelagem sejam inseridas de forma gradativa,

oportunizando aos alunos o envolvimento com estas na sala de aula.

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De acordo com Almeida e Dias (2004), a inserção das atividades de

modelagem no ambiente de ensino aprendizagem pode atravessar três momentos:

Primeiro momento – o professor apresenta e discute com os alunos

a situação-problema e o problema formulado, juntamente com os dados qualitativos

e quantitativos necessários para a resolução do mesmo, sendo assim, o educador

deve incentivá-los a refletir e a investigar sobre a situação em estudo e os conteúdos

matemáticos que podem ser abordados no desenvolvimento da atividade.

Segundo momento – o professor traz para a sala de aula uma

situação-problema acompanhada por um conjunto de informação. Cabe aos alunos,

em grupo, orientados pelo professor desenvolverem, a formulação do problema, a

formulação das hipóteses, as variáveis, a dedução do modelo, a validação e a

interpretação das respostas encontradas diante da situação inicial.

Terceiro momento – o professor incentiva os alunos a desenvolver

uma atividade de modelagem. Neste momento é sugerido que os alunos trabalhem

em grupos. A escolha do tema e do problema a ser investigado, a coleta de dados, o

levantamento das hipóteses, a dedução do modelo, a resolução do problema e a

solução obtida é responsabilidade dos estudantes, devidamente assessorados pelo

professor, sendo que este dever acompanhar as discussões com os alunos e fazer

interferências quando necessário.

Em todos esses momentos, o professor deve incentivar a

participação dos alunos e fazer da sala de aula um ambiente de discussão de idéias,

orientando e colaborando na construção do conhecimento dos alunos.

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3 ALUNOS

Os alunos deverão participar interagindo com os colegas,

respeitando suas opiniões e refletindo sobre as mesmas.

Deverão registrar o desenvolvimento da atividade e apresentar na

forma escrita, as conclusões obtidas pelo aluno ou o grupo (quando a atividade for

desenvolvida em grupo).

Para o desenvolvimento das atividades os alunos deverão seguir as etapas da modelagem:

compreender a situação problema que se pretende estudar;

organizar as informações obtidas;

formular o problema;

definir as variáveis;

formular as hipóteses;

deduzir o modelo;

validar o modelo.

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4 PROFESSOR

O professor tem papel fundamental no desenvolvimento desse

material didático. Da sua postura é que dependerão as interações na sala de aula, a

criatividade, a autonomia, a participação e a segurança dos alunos no

desenvolvimento da atividade para a construção do conhecimento matemático. Para

realizar esse trabalho o professor deve:

conhecer a alternativa pedagógica Modelagem Matemática, para

que possa desenvolver o trabalho, com confiança;

ter objetivos bem definidos para conduzir o trabalho, sabendo

que não pode antecipar totalmente as reações dos alunos;

conduzir o trabalho por meio de questionamento, discussão e

reflexão;

encaminhar as atividades (conversando, levantando as questões,

oportunizando tempo para que eles reflitam a situação em

estudo), de maneira que os alunos consigam enxergar como

estas estão sendo desenvolvidas, seguindo as etapas da

modelagem e chegando ao modelo;

estimular o aluno a se expressar matematicamente durante a

realização da atividade;

dar atenção e valorizar as etapas do desenvolvimento da

atividade, e não apenas ao resultado final (modelo matemático).

Durante o desenvolvimento do trabalho é importante que o professor

circule pela sala, orientando os alunos quando for necessário, esclarecendo dúvidas

que possam surgir, enfim, acompanhando os alunos no desenrolar das atividades.

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5 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO Tradicionalmente, o aluno está acostumado com aulas expositivas,

de maneira, que o professor apresenta a fórmula na resolução de situações-

problema.

Pretendemos seguir o caminho inverso, partindo de uma situação–

problema, desenvolver a atividade, seguindo as etapas da Modelagem Matemática,

chegando à formulação do modelo.

Em um primeiro momento, essas atividades poderão causar

estranheza aos alunos, por não estarem acostumados a essa alternativa

pedagógica, por isso, é importante que as atividades de modelagem sejam inseridas

de forma gradativa.

Primeiro serão desenvolvidas duas atividades de Modelagem

Matemática. Será apresentada aos alunos uma situação-problema, juntamente com

o problema formulado e as informações necessárias para a resolução do mesmo,

sendo que, as demais etapas da atividade de modelagem serão desenvolvidas

conjuntamente pela professora e os alunos, estabelecendo-se um intervalo entre

elas.

Seguindo a proposta desse trabalho, serão desenvolvidas mais duas

atividades, desta vez, em grupo de dois ou três alunos, referente ao segundo

momento da Modelagem Matemática. A situação-problema, com os dados

qualitativos e quantitativos será apresentada pela professora. A formulação do

problema, o levantamento de hipóteses, a definição das variáveis, a dedução do

modelo, a resolução e a validação do mesmo, serão tarefas dos alunos, cabendo à

professora orientá-los quando for necessário, estipulando um período entre as

atividades.

Ao final de cada atividade é fundamental que o professor oportunize

momentos para que os alunos façam a reflexão sobre o trabalho desenvolvido,

analisem as conclusões obtidas e os resultados encontrados.

Ao término desse trabalho espera-se que os alunos possam

observar e analisar a matemática em situações reais, e que compreendam o

desenvolvimento de uma atividade de modelagem.

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6 ATIVIDADES

Apresentamos neste trabalho quatro situações-problema, que o

professor pode utilizar para atividades de Modelagem Matemática no estudo de

Progressão Geométrica e sua relação com Função Exponencial.

6.1 SEGMENTAÇÃO DA CÉLULA ZIGOTO

Objetivos

Nesta atividade os alunos devem:

construir uma sequência numérica que corresponde ao período da

segmentação da célula zigoto até a formação da mórula;

relacionar a sequência numérica com o conteúdo de Progressão Geométrica

e Função Exponencial;

representar a Função Exponencial graficamente utilizando o software Excel

(Windows) ou Calc (Linux) .

Situação Problema

O desenvolvimento humano tem início com a fertilização.A

fecundação ocorre na tuba uterina, quando um único espermatozóide penetra no

óvulo formando uma única célula, o óvulo fertilizado ou zigoto. O zigoto contém os

cromossomos e genes derivados do pai e da mãe.

Aproximadamente 30 horas após a fertilização inicia-se o

desenvolvimento da célula zigoto passando por uma série de rápidas divisões

mitóticas chamadas clivagem. Esta divisão ocorre pelo processo de mitose, onde

todas as células terão o mesmo material genético daquelas das quais se originaram.

Primeiro, o zigoto se divide em duas células filhas denominadas

blastômeros, estas então se dividem em quatro blastômeros, oito blastômeros e

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assim por diante. A clivagem acontece normalmente enquanto o zigoto atravessa a

tuba uterina, rumo ao útero. Essas divisões subsequentes formam blastômeros

progressivamente menores. Ocorre um aumento no número de células sem que

aumente a massa citoplasmática, os blastômeros alinham-se, apertando uns contra

os outros, formando uma esfera compacta de células conhecida como mórula.

O zigoto dividi-se várias vezes para formar um conjunto firmemente unido,

de 16-32 células, semelhante a uma amora, a mórula (palavra derivada do

termo latino de amora). Em cerca de 3-4 dias depois da fertilização, a

mórula deixa a tuba uterina e entra na cavidade uterina.

( ATLAS DO CORPO HUMANO, v.4, p.22, 2008 ).

Problema formulado

A atividade se propõe a descrever matematicamente as sucessivas

divisões da célula zigoto, até a formação do conjunto celular chamado mórula.

Hipóteses (H)

H1 – Há Regularidade na segmentação da célula zigoto, de maneira, que todas as

células blastômeros se dividem até a formação da mórula.

H2 – Para este estudo é considerado uma mórula formada com 32 células.

Variáveis

n – número de células existentes no período

c - período do desenvolvimento da célula zigoto por meio da clivagem

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Construção do modelo

Tabela1: Clivagem da célula zigoto para formação da mórula.

c n n

início 1 a1 1 = 20

1ª clivagem 2 a2 2 = 21

2ª clivagem 4 a3 4 = 22

3ª clivagem 8 a4 8 = 23

4ª clivagem 16 a5 16 = 24

5ª clivagem 32 a6

32 = 25

A sequência da clivagem da célula zigoto até formação da mórula

( 1, 2, 4, 8, 16, 32) representa uma PG que tem como lei de formação an = a1. qn-1.

O primeiro termo (a1) é a célula zigoto e como as células vão se dividindo, elas vão

se duplicando em relação a anterior caracterizando a razão q = 2. Logo, trata-se de

uma de uma PG crescente, finita de 6 termos.

Esta sequência corresponde a função exponencial f(c) = 2c sendo

que, a base da função é a razão da PG e o expoente c corresponde aos números

naturais de 0 a 5.

A função f(c) = 2c pode ser observada na figura 1.

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Figura1 : clivagem da célula zigoto

Características da função:

D = [ c / 0 c 5] Im = { n / 1 n 32 }

função exponencial crescente

0

4

8

12

16

20

24

28

32

36

0 1 2 3 4 5 6

c ( período da clivagem)

n (

mero

de c

élu

las)

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6.2 CONCENTRAÇÃO DE MEDICAMENTO NO ORGANISMO HUMANO

Objetivos

Nesta atividade os alunos devem:

fazer a interpretação da situação-problema e retirar os dados do texto

necessários para a dedução e resolução do modelo;

desenvolver estratégias para calcular como o medicamento vai diminuindo no

sangue do corpo humano;

construir uma sequência numérica para relacionar os dados do problema com

Progressão Geométrica;

estabelecer relação entre Progressão Geométrica e Função Exponencial e

representar esta função no gráfico, utilizando o software Geogebra.

Situação-problema

Podemos caracterizar os remédios como cuidados que devemos ter

para curar ou aliviar os sintomas das doenças, mas o medicamento deve ser

utilizado de forma consciente pelo paciente, utilizando-o de forma correta, de

preferência com prescrição médica.

Existem duas categorias legais dos fármacos: os que precisam de

uma prescrição médica e os que não precisam. Os primeiros são vendidos com uma

receita passada por um profissional da saúde. Os segundos são vendidos

livremente, não é necessária a prescrição do médico, pois a utilização desse

medicamento é considerada segura. Em cada país existe um órgão estatal que

decide quais são os medicamentos que requerem a prescrição médica e os que não

requerem.

De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (2008),

Medicamentos são considerados remédios. Mas o conceito é ainda maior: são

produtos farmacêuticos com a finalidade de auxiliar na prevenção, diagnóstico e

tratamento das doenças, produzidos com rigoroso controle técnico.

A automedicação é uma forma comum de consumir um produto com

objetivo de tratar ou aliviar sintomas de doenças percebidas, ou até mesmo de

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promover a saúde, sem prescrição do profissional da área da saúde. Ela é praticada

da seguinte maneira: adquirindo medicamento sem receita, compartilhando

remédios com outras pessoas, utilizando sobras de prescrição e descumprindo a

prescrição médica, prolongando ou interrompendo a dosagem e o período de tempo

indicado na receita.

O crescimento e a difusão da automedicação no mundo são

consequências de fatores econômicos, políticos e culturais. Para os países pobres, o

acesso da população ao serviço de saúde é dificultado.

O paracetamol, por exemplo, é um remédio que pode ser vendido

sem prescrição médica. Atualmente é um dos analgésicos mais utilizados por ser

bastante seguro e não interagir com a maioria dos medicamentos. É utilizado na

forma de tabletes com 500mg e 750 mg ou sob a forma de emulsão líquida, para

crianças. Para uma dose de 1000mg, o pico do nível do paracetamol no sangue é de

20mg/litro, e ocorre entre 30 minutos a 2 horas após a ingestão. O tempo de meia

vida no organismo é de cerca de 2 horas. Este medicamento é indicado para

redução de febre e alívio de dores.

Em relação à quantidade deste medicamento circulando no sangue,

relembrando que este é um líquido vermelho que circula por todo organismo,

transportando diferentes tipos de substâncias. Um indivíduo adulto tem em média, 5

a 6 litros de sangue.

Problema formulado

A partir destas informações, a atividade se propõe a estudar como se

comporta a concentração de paracetamol no sangue de um corpo humano após

atingir o pico do nível desse medicamento, em um adulto que faz uso uma única vez,

de um comprimido na forma de tablete de 500mg.

Variáveis

t = tempo (hora)

Q = quantidade (mg) paracetamol

p = período ( cada 2 horas )

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Hipóteses (H)

H1 - O adulto tem 5 litros de sangue no corpo.

H2 - Concentração inicial do paracetamol no sangue é 10mg/litro para um

comprimido na forma de tablete de 500mg.

H3 - Concentração inicial do paracetamol no sangue é 50mg, para um indivíduo

adulto de 5 litros de sangue que ingeriu um comprimido de 500mg.

Construção do modelo

Tabela 2 : Quantidade de paracetamol de acordo com período (2 horas).

t = 0 corresponde ao horário que o medicamento atingiu o pico do nível da

concentração do paracetamol no sangue, o que ocorre entre 30 minutos a 2 horas

após a ingestão.

A sequência (50; 25; 12,5; 6,25; 3,125;...) é uma PG decrescente de razão 2

1.

t (hora) p ( 2 horas) Q (quantidade de paracetamol)

Q (quantidade de paracetamol)

0 0 50 mg a 1

Q0= 50(21 ) 0

2 1 25 mg a 2

Q1= 50(21 )1

4 2 12,5 mg a 3

Q2 = 50(21 ) 2

6 3 6,25 mg a 4

Q3 = 50(21 ) 3

8 4 3,125 mg a 5

Q4 = 50(21 ) 4

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

2.p p an = a 1 .(21 )n-1

n-ésimo termo de uma PG

Qp = 50(21 )p

Função Exponencial

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Progressão Geométrica an = 50 (2

1) n – 1

Função exponencial Qp = 50 (2

1)p , em que p

Observando a expressão que foi deduzida para o termo geral da

Progressão Geométrica (PG) e da Função Exponencial, verificamos que:

a razão da PG é a base da Função Exponencial;

o primeiro termo ( a 1 ) da PG é a constante que multiplica a base da Função

Exponencial.

quando o expoente da Função Exponencial, neste caso p, é formado por

números naturais consecutivos, os valores da função Q formam uma PG.

Esta função pode ser visualizada na figura 2.

Q (p) = 50. (2

1)p

Figura 2 : quantidade de paracetamol (mg) no organismo após o período de uso.

Observação: cada período p corresponde a 2 horas.

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Características da função:

D = Im = { Q / 0 < Q 50}

função exponencial decrescente

curva passa pelo ponto (0, 50)

De modo geral temos:

Fórmula da Progressão Geométrica

a n = a 1.q n - 1 , sendo

a n = termo geral

a1 =1º termo

n = números de termos

q = razão

Fórmula Função Exponencial

f(x) = c.b x , sendo

c = constante

b = base

x = expoente

se b > 1 é função exponencial crescente

e 0 < b <1 é função exponencial

decrescente.

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6.3 PARTICIPANTE DE UMA PIRÂMIDE

Objetivos

Nesta atividade os alunos devem:

relacionar a sequência numérica da tabela com o conteúdo matemático

Progressão Geométrica;

fazer a relação entre Progressão Geométrica (soma da PG) e Função

Exponencial;

construir o gráfico da função usando o software Excel (Windows) ou Calc

(Linux);

concluir que as pirâmides (ou correntes) podem ser fraudulentas, atos ilícitos

previsto em lei.

Situação-problema

De vez em quando, circulam na internet mensagens prometendo

ganhar dinheiro fácil.

Essas mensagens, de modo geral, são classificadas em três grupos:

as correntes baseadas na remessa de dinheiro;

as correntes baseadas na navegação;

as mensagens de propaganda, do sistema “trabalhe em casa” .

Os textos enganadores de remessa de dinheiro referem-se a um

sistema de cooperativismo, comprometimento, esforço e honestidade que

certamente lhe renderá ótimos lucros. Utiliza frase como: Espero realmente que

você participe e assim como eu, consiga ganhar um bom dinheiro. O título se refere

a uma máquina de fazer dinheiro ( com prova matemática). De modo geral, aparece

uma lista com n nomes de pessoas e suas respectivas contas bancárias. Você tem

que fazer o seguinte:

1º depositar certa quantia para o primeiro ou os primeiros da lista;

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2º reescrever a lista colocando o seu nome no final da lista e a sua conta bancária.

As correntes baseadas na navegação web são insidiosas e

enganadoras. Essa mensagem com falsas promessas começa assim: recebi este e-

mail de uma pessoa de extrema confiança, repasso a você, sugerindo que tenha

saído em uma revista conhecida e utilizando nome de empresas famosas.

Se você enviar este e-mail a amigos, a empresa x pode e vai, por

um período determinado, rastrear esse e-mail.

Para cada pessoa que mandar esse e-mail, a empresa x vai pagar

um valor y.

Essas empresas utilizam sistema de pirâmide com objetivo de fazer

marketing de propaganda.

O sistema de marketing de rede ou multinível geralmente funciona

da seguinte maneira: você deve encontrar pessoas a quem vender os produtos e

também recrutar pessoas para revenderem esses produtos, incentivando os novos

vendedores a recrutarem outros vendedores para atuarem na mesma área e vender

os mesmos produtos desta empresa. O curioso é que na formação dos chamados

níveis é que cada participante deve “contratar” novos participantes que se tornarão

seus concorrentes, cada integrante do grupo pagará uma parte de seus ganhos a

quem convidou.

Corrente (ou pirâmide) é um tipo de golpe financeiro que se

aproveita de algumas características humanas como ingenuidade, ignorância e

ganância. É crime criar ou divulgar esse procedimento. Mas as correntes continuam

aparecendo, pois aqueles que iniciam ganham muito dinheiro antes da corrente

quebrar.

O esquema de corrente pode ser usado de maneira legal. Nas

empresas que utiliza o sistema de venda em cascata, os vendedores procuram criar

seus próprios vendedores que vão lhes pagar percentual das vendas. Quem criar os

primeiros grupos de vendedores terá um bom rendimento pela vendas dos colegas.

Quando começar ficar difícil colocar vendedores na cadeia de vendas, os últimos da

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corrente terão que se conformar em ganhar apenas para vender o produto ou sair da

corrente.

Uma pirâmide pode funcionar da seguinte maneira, como por

exemplo, você tem que convencer 4 pessoas a fazer parte do esquema, e essas 4

pessoas precisam conseguir mais 4 cada uma, e assim sucessivamente,

considerando que você será o primeiro da lista.

Tabela 3 : propagação de uma pirâmide.

Problema formulado

Levando em consideração o exemplo de propagação de uma

pirâmide expresso na tabela 3, a atividade propõe analisar como ocorre o

desenvolvimento de uma pirâmide e quantos participantes ela atinge em

determinado nível.

Variáveis

n = níveis de participantes

a = novos participantes

Sn = total de participantes

Níveis participantes Total de

participantes

1 1 1

2 4 5

3 16 21

4 64 85

.

.

.

.

.

.

.

.

.

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Construção do modelo matemático

Tabela 4: Total de participantes de uma pirâmide de acordo com os níveis.

Níveis (n) Participantes (a) Total de participantes (Sn )

1 1 a1 1

2 4 a2 5

3 16 a3 21

4 64 a4 85

5 256 a5 341

6 1024 a6 1365

.

.

.

.

.

.

.

.

.

n an Sn

Considerando a sequência ,

( 1, 4, 16, 64, 256, 1024, .... an )

( a1, a2, a3, a4, a5, a6, ...............an ),

podemos observar que trata se de uma Progressão Geométrica de razão q = 4 e o

primeiro termo a1 = 1, e precisamos da soma dos termos da mesma.

Vamos determinar a soma Sn

Sn = 1 + 4 +16 + 64 + 256 + 1024 ... + an

Para uma PG de n termos que

Sn = a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + a6 +...+ an ( 1 )

Multiplicamos todos os membros da expressão (1) por q, temos:

qSn = a1.q + a2.q + a3.q + a4. q + a5.q + ...+ an.q

que podemos escrever como:

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qSn = a2 + a3 + a4 + a5 + a6 + an + ...+ an.q ( 2 )

Fazendo [ ( 2) – ( 1) ] obtemos:

(qSn - Sn) = ( a2 + a3 + a4 + a5 + a6 + an +...+ an.q ) - ( a1 + a2 + a3 + a4 + a5 + a6 +...+ an )

Sn (q – 1) = an..q - a1

Como an = a1q n – 1 , podemos escrever:

Sn(q – 1)= (a1q n – 1). q - a1

Sn(q –1) = a1q n – 1.q1 - a1

Sn(q –1) = a1q n - a1

Sn(q – 1) = a1 ( q n – 1)

Logo:

Sn = 1

)1(1

q

qa n

Assim, considerando-se que em cada nível da pirâmide, cada

participante convida 4 novos participantes, o modelo que descreve o total de

participantes no nível n dessa pirâmide é:

Sn = 14

14.1 n

Sn = 3

14n

Ou seja

Sn = 3

1

3

4n

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Trata-se de uma função do tipo exponencial cujo gráfico, em

variáveis discretas, está dado na figura 3. .

Figura 3 : níveis da pirâmide x total de participantes

Características da função:

D = 0 Im = { Sn / Sn >0}

função exponencial crescente

De modo geral temos:

Fórmula da soma da PG

Sn = 1

11

q

aqa n

, sendo que

Sn = soma dos n termos da PG

a1 = primeiro termo da PG

q = razão da PG

n = números de termos da PG

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

0 1 2 3 4 5

Sn (

to

tal d

e p

arti

cip

ante

s )

n ( níveis da pirâmide )

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Outras situações:

01 – Há empresas que utilizam sistema de pirâmide como marketing de rede, para

contratação de vendedores autônomos para revenda de seus produtos. Se uma

dessas empresas utilizar essa pirâmide para contratar vendedores, quantos

vendedores ela poderá atingir no nível 8 dessa pirâmide, se ela começa com 1

vendedor?

02 - Quantos participantes teria esta pirâmide no nível 10 e no nível 15?

03 - Matematicamente existe a pirâmide. Do ponto de vista da realidade, você acha

possível atingir vários níveis de uma pirâmide com todos participando e se

beneficiando?

Justifique a resposta.

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6.4 EMPRÉSTIMO PESSOAL

Objetivos

Nesta atividade os alunos devem:

obter um modelo matemático que descreva o valor da dívida adquirida por meio

de um empréstimo.

Situação-problema

A ampliação das modalidades de crédito pessoal, oferecido pelo

mercado brasileiro, está cada vez mais ocupando o espaço no mercado financeiro e

atende principalmente a população mais pobre.

O crédito consignado no país foi regulamentado em setembro de

2003, por meio da lei 10820 e permitiu o desconto em folha de pagamento das

parcelas do empréstimo e financiamentos, referente às operações contratadas com

empregados regidos pela CLT. As parcelas não podem exceder a 30% do salário

liquido do trabalhador.

Em agosto de 2004, por meio da lei 10953, foi regulamentado o

crédito consignado aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional de Seguro

Social – INSS (alvo predileto das instituições financeiras), o qual foi revisado após

denúncia de práticas abusivas de falta de informação sobre as cobranças de taxa de

juros e demais encargos. Foi proibida a contratação por telefone e o prazo de

pagamento foi limitado há 36 meses.

Segundo dados do Banco Central, o crédito consignado soma 45%

de crédito pessoal. O crescimento do uso de crédito consignável, principalmente dos

beneficiários do INSS, tem sido motivo de preocupação dos órgãos de defesa do

consumidor, sendo que a maior parte do crédito consignado dos beneficiários do

INSS foi utilizada por pessoas que ganham até dois salários mínimos.

Diante de tanta publicidade de crédito fácil, a população deve ser

informada e estar consciente, que deve utilizar desse serviço como uma ação

principal do crédito responsável.

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Atualmente as taxas de juros para empréstimo pessoal consignado

aos aposentados e pensionistas do INSS são de 1,5% a 1,6% ao mês.

Problema formulado

Determinar o valor da parcela mensal considerando que a pessoa

pretende quitar o valor do empréstimo em 12 meses.

Hipóteses (H)

H1 – O valor do empréstimo é R$1.000,00; e deve ser quitado em um período de um

ano (12 meses).

H2 – A taxa de juros a ser utilizada é de 1,5% ao mês.

Variáveis

Dn = dívida no final do mês

n = mês

Dados

Do = dívida inicial ou valor do empréstimo R$1.000,00

P = valor da prestação mensal

I = 1,5% = 0,015 taxa mensal de juros

Construção do modelo

Do = 1000

D1 = Do.+ 0,015Do – P

D1 = Do (1 + 0,015) – P

D2 = D1 + 0,015D1 – P

D2 = D1 (1 + 0,015 ) – P

D2 = Do [(1 + 0,015) – P] (1 + 0,015) – P

D2 = Do (1 + 0,015)2 – P (1 + 0,015) – P

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D2 = Do (1 + 0,015)2 – P (1 + 0,015) + 1

D3 = D2 + 0,015D2 – P

D3 = D2 ( 1+ 0,015) – P

D3 = Do [(1 + 0,015 )2 – P (1 + 0,015 ) +1] (1 + 0,015 ) – P

D3 = Do (1 + 0,015 )3 – P [(1 + 0,015 )2 + (1 + 0,015 )] – P

D3 = Do (1 + 0,015 )3 – P [(1 + 0,015 )2 + (1 + 0,015 ) + 1]

.

.

.

Dn = Do (1 + 0,015 )n – P[(1 + 0,015 )n -1 + (1 + 0,015 )n-2 +... +(1,015) + 1]

Logo:

Dn = 1000(1,015)n – P[(1,015)n-1+(1,015)n-2+...+(1,015) + 1]

Podemos observar que o termo:

(1,015 )n -1 + (1,015 )n-2 +... +(1,015) + 1]

Corresponde a soma de n termos de uma PG com a1 = 1 e q = 1,015

Logo, considerando a soma de n termos dessa PG, pode escrever:

Dn = 1000 (1,015)n – P[1015,1

1)015,1( n

]

Como a pessoa pretende quitar a dívida em 12 meses podemos escrever:

Dn = 0 para n = 12 , ou seja :

0 = 1000 (1,015)12 – P [1015,1

1)015,1( 12

]

Portanto:

1000 (1,015)12 = P[1015,1

1)015,1( 12

]

1000 (1,015)12 = 015,0

]1)015,1.[( 12P

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1000 . (1,1956176) = 015,0

]11956176,1.[P

1195,62 = 015,0

1956176,0 P

17,93 = 0,1956176p

P = 1956176,0

9343,17

P = 91,68

Ou seja, o valor da parcela mensal deve ser de R$91,68, para quitar o empréstimo

em 12 meses.

Assim, o modelo que descreve a situação desse empréstimo de R$1000,00 a ser

quitado em 12 meses com parcelas fixas de R$91,68 é:

Dn = 1000 ( 1,015 )n – 91,68 [1015,1

1)015,1( n

],

para n = 0, . . . , 12 com n

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A tabela 5 apresenta o valor da dívida em cada mês.

Tabela 5: validação do modelo.

n Dn

0 1.000,00

1 923,32

2 845,48

3 766,49

4 686,30

5 604,92

6 522,31

7 438,46

8 353,37

9 266,99

10 179,32

11 90,33

12 0,00

Outras situações:

01 – Um aposentado que recebe de benefício um salário mínimo, pode fazer um

empréstimo nas condições dessa atividade?

Justifique a resposta

02 – Na sua opinião, em que situação um cidadão deve utilizar-se de empréstimos?

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, L. M. W. de; DIAS, M. R. Modelagem Matemática em cursos de formação de professores. In: BARBOSA, J. C.; CALDEIRA, A. D.; ARAÚJO, J. L (Org.) Modelagem Matemática na Educação Matemática Brasileira: pesquisa e práticas educacionais. Recife: SBEM, 2007.v.3, p.253-268. _____. Um Estudo sobre o Uso da Modelagem Matemática como Estratégia de Ensino e Aprendizagem, BOLEMA, ano 12, nº 22, p. 19 – 36, 2004.

Atlas do Corpo Humano. v.4. São Paulo: Abril,2008.ISBN: 978-85-364-0638-t1

BARBOSA, J. C. Modelagem Matemática: O que é? Por que? Como? Veritati, n.4,

p.73-80, 2004.

BASSANEZI, R. C.Ensino-aprendizagem com Modelagem Matemática. 3.ed. São

Paulo: Contexto, 2009.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretária de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Brasília, 1998.

Cruz, J. L. C. da. (Org.). Projeto Araribá Ciências.7ª série.São Paulo:Moderna

2006.

LOYOLA, A. I.de; UCHOA, E; GUERRA, H. L.; FIRMO, J. O.A.; COSTA, M. F. L. Prevalência e Fatores associados a Automedicação: resultados do projeto Bambuí, Rev. Saúde Pública, 36 (1), p.55-62, 2002.

MOORE,K.L.; PERSAUD, T.V.N. Embriologia Clínica.6. ed. Rio de Janeiro:Guanabara Koogan S.A.,2000.

MOURA,G. A. C. de. Lendas e Folclore da Internet:pulhas virtuais. Disponível em:<http://www.quatrocantos.com>. Acesso em: 18 abr. 2010.

VERTUAN, R. E.; ALMEIDA, L. M.V. de. Modelagem Matemática na Educação Básica: um passeio pela diferentes séries. In: CONFERÊNCIA NACIONAL SOBRE MODELAGEM MATEMÁTICA, 6., 2009, Londrina. Anais... Londrina: UEL, 2009.

Sites consultados:

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<htpp:// www.procon.sp.gov.br/categoria.asp?id=464html>. Acesso em: 10 jun.2010.

<htpp:// www.previdenciasocial.gov.br/conteudosdinamico.php?id=342html>. Acesso em: 10 de jun 2010.