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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 20
08
Versão On-line ISBN 978-85-8015-039-1Cadernos PDE
VOLU
ME I
1
MARIA JOSÉ DUARTE BRAGAGNOLO VIVAN
ESCOLA E PAIS: UMA COLABORAÇÃO À PRÁXIS EDUCATIVA DAS
FAMÍLIAS
LONDRINA
2009
2
MARIA JOSÉ DUARTE BRAGAGNOLO VIVAN
ESCOLA E PAIS: UMA COLABORAÇÃO À PRÁXIS EDUCATIVA DAS
FAMÍLIAS
Artigo produzido como trabalho final do
programa de desenvolvimento educacional
– PDE/SEED na área de gestão escolar
acompanhado pela Universidade Estadual
de Londrina – UEL.
Orientadora: Zuleika Aparecida Claro Piassa
LONDRINA
2009
3
ESCOLA E PAIS: UMA CONTRIBUIÇÃO À PRÁXIS EDUCATIVA DAS
FAMÍLIAS1
Maria José Duarte Bragagnolo Vivan2
Zuleika Aparecida Claro Piassa3
RESUMO
As discussões, reflexões e ações apresentadas neste artigo são resultados dos estudos e da implementação de um projeto de intervenção pedagógica realizados por ocasião da participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – promovido pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná. Definir o papel da família e da escola no processo de formação humana e estabelecer relações entre estas instituições desenvolvendo mecanismos de diálogo é a tônica apresentada neste trabalho. A família é a primeira instituição educacional que a criança conhece, responsável pelo desenvolvimento de hábitos e atitudes. A valorização do conhecimento e da escola pela família é condição sine qua non para que o aluno estabeleça um maior envolvimento com o conhecimento no âmbito escolar, traduzindo-se em maior possibilidade de produção e apropriação dos conteúdos escolares. À escola cabe o compromisso com o processo formativo, no que tange ao conhecimento científico e à garantia da aprendizagem do mesmo. A escola e a família educam, mas, suas ações se diferem em um dado momento e se complementam em outro. Porém a relação escola e comunidade está desgastada e revela-se conflitante à medida que transferem a responsabilidade uma a outra. Elaborar uma proposta de ação, que envolva escola e pais num movimento de conscientização quanto ao processo formativo e a responsabilidade de cada um destes segmentos é essencial para o desenvolvimento saudável, como pretende-se mostrar ao longo deste trabalho. Para tanto, o trabalhou pautou-se inicialmente em uma pesquisa teórica baseada, principalmente, nas obras de Ariés (1989), Engels (1991) e Postman (1999). O resultado desta foi registrado em um caderno temático. Posteriormente, elaborou-se um projeto de intervenção com vistas a transformar a realidade a começar pela reflexão sobre o papel das instituições família e escola na formação humana e do cidadão. Ao final, foi possível apurar que há muitos caminhos para estreitar a relação entre estas instituições e que ambas possuem papeis definidos, porém não isolados na educação do ser humano histórico e social.
PALAVRAS-CHAVE: Escola; família; formação social e humana; responsabilidade.
1 Artigo apresentado como trabalho final da participação no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE.
2 Docente participante do PDE.
3 Docente do Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina – UEL – orientadora do
trabalho.
4
ABSTRACT
The discussions, reflections and actions presented in this article result from the studies and the implementation of the project – PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional – Educational Development Program).The purpose of this work is to define the family as well as the school role in the process of human education and establish relations between these institutions developing dialogue mechanisms. The family is the first educational institution that the child gets to know, and it is responsible for the development of habits and attitudes. The knowledge and school valorization by the family is an indispensable condition for the student to establish a closer involvement with knowledge in the school scope, leading to a higher possibility of production and appropriation of the school contents. The school is responsible for the educational process concerning the scientific knowledge as well as the guarantee for its learning. The school and the family educate, but their actions are different in certain moments and are complementary in others. However the school-community relation is strained and is seen as conflicting, as the responsibility is transferred to each other. To work out a proposal of action that involves the school and the parents in an awareness movement concerning the educational process and the responsibility of each one of these segments is essential for the healthy development. For that, he worked was based initially in a theoretical research based mainly on the works of Aries (1989), Engels (1991) and Postman (1999). The result of this was recorded in a thematic dossier. Subsequently, we elaborated a project of intervention in order to transform reality to begin by reflecting on the role of the family and school in the human and the citizen. In the end, it was found that there are many ways to develop the relationship between them and both have their roles defined, but not isolated in the education of human social history.
INTRODUÇÃO
O PDE, Programa de Desenvolvimento Educacional é uma política
pública voltada para formação continuada dos professores da rede pública estadual.
Prevê um conjunto de ações articuladas e em parceria com as Instituições Estaduais
de Ensino Superior- IEES, procurando uma resposta adequada em relação à
melhoria da qualidade das escolas públicas de Educação Básica do Estado do
Paraná.
O Professor PDE, conta com progressões na carreira e tempo livre
para estudos. O programa terá a duração de dois anos. No primeiro ano o professor
PDE será afastado de suas atividades 100%, no segundo 25%.
A proposta é inovadora e de extrema relevância para a educação.
Os resultados são imediatos, visto que, ao retornar para a escola o professor PDE
5
coloca em prática um projeto de intervenção, aplicando todo o conhecimento
aprendido no ano anterior. A proposta do projeto é atender às necessidades da
escola e nesta perspectiva, foi decidido por um trabalho que tenha em vista analisar
a família enquanto instituição dinâmica e inserida num contexto capitalista e
desenvolver uma proposta que promova o diálogo entre a escola e a família, com a
expectativa de melhoria do desempenho escolar. Para tanto, exige que sejam
elaboradas ações que garantam que as pessoas envolvidas neste processo tenham
a percepção da necessidade de sua participação no contexto escolar de forma mais
incisiva e com clareza do seu papel.
Mediante as mudanças ocorridas no plano social, político e
econômico foram impostas algumas mudanças na dinâmica e na estrutura familiar
mudando seu padrão tradicional de organização. Assim, a família redefine sua
organização, seu significado e seu papel de atuação, emergindo dessa forma uma
gama diversificada de modelos familiares.
No entanto é perceptível o quanto as famílias e a escola não estão
preparadas para enfrentar os novos desafios que se configuram nessa nova
sociedade.
Segundo Engels (1991, p.61):
[...] em sua origem a palavra família não significa o ideal de sentimentalismo e dissensões domésticas, do filisteu de nossa época; a princípio, entre os romanos não se aplicava sequer ao par de cônjuges e aos seus filhos, mas somente aos escravos.
Historicamente, o termo família origina-se do latim “famulus” que significa
conjunto de servos dependentes de um chefe ou senhor, que vivem sob o mesmo
teto. (HOUAISS, 2001).
Entre os chamados dependentes inclui-se a esposa e os filhos. Assim a
família greco-romana compunha-se de um patriarca e seus “fâmulos”; esposa,
filhos, servos livres e escravos. (PRADO, 1981).
De modo geral quando se toma a família como unidade de análise, Bruschini
(1989) ressalta que a definição de família se aproxima do conceito de família nas
ciências sociais: grupo de indivíduos ligados por elos de sangue, de adoção ou de
aliança socialmente reconhecidos e organizados em núcleos de reprodução social.
6
Para Goldani (1984), foi a partir desse consenso, patente na literatura das
ciências sociais, que surgiram múltiplas classificações, que vão desde as clássicas,
famílias nuclear, extensa e composta, até as mais sofisticadas, onde se controlam as
gerações presentes e os padrões de convivência.
Segundo Atkinson e Murray (apud VARA, 1998), a família é um sistema social
uno, composto por um grupo de indivíduos cada um com um papel atribuído, e
embora diferenciado, consubstancia o funcionamento do sistema como um todo. O
conceito de família ao ser abordado evoca obrigatoriamente, os conceitos de papéis
e funções.
Mas, o conceito moderno de família e legalmente reconhecido está expresso
no Artigo 5 II, da Lei n 11.340 (LEI Maria da Penha), quando dispõe que a família
deve ser “compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se
consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade
expressa”. (BRASIL, 2008)
Juridicamente a família deixou de constituir-se apenas pelo casamento, união
estável família mono parental e passou a reconhecer como família todo e qualquer
grupo, no qual seus membros considerem uns aos outros como seu familiar, ou seja,
o afeto passou a ser privilegiado nesta relação.
A família, diz Morgan (1985) é um elemento ativo; nunca permanece
estacionária, mas passa de uma forma inferior a uma forma superior, à medida que a
sociedade evolui de um grau mais baixo para outro mais elevado.
No livro “Origem da família, da propriedade privada e do estado”, Engels
(1991) e Morgan discutem sobre as relações de produção e poder. Para os teóricos,
desde que a civilização se baseia na exploração de uma classe por outra, todo o seu
desenvolvimento se opera numa constante contradição. Cada progresso na
produção é ao mesmo tempo um retrocesso na condição da classe oprimida, isto é,
da imensa maioria. Cada benefício para uns é necessariamente um prejuízo para
outros; cada grau de emancipação conseguido por uma classe é um novo elemento
de opressão para outra. A prova mais eloqüente a respeito é a própria criação da
máquina, cujos efeitos, hoje, são sentidos pelo mundo inteiro. Se entre os bárbaros,
como vimos, é difícil estabelecer a diferença entre os direitos e os deveres, com a
civilização estabelece-se entre ambos uma distinção e um contraste evidentes para
7
o homem mais imbecil, atribuindo-se a uma classe quase todos os direitos e à outra
quase todos os deveres.
[...] “A democracia na administração, a fraternidade na sociedade, a igualdade de direitos e a instrução geral farão despontar a próxima etapa superior da sociedade, para qual tendem constantemente a experiência, a razão, e a ciência. Será uma revivescência da liberdade, igualdade e fraternidade das antigas gens, mas sob uma forma superior.” ( MORGAN, 1985, p. 552)
A família, como instituição dinâmica, tem evoluído, influenciada
pelas transformações econômicas que por sua vez incidem sobre todos os setores
sociais. Não há como conceber uma estrutura familiar pronta, acabada e ideal neste
sentido.
De acordo com a concepção materialista, o fator decisivo na história
é em última instância a produção e a reprodução da vida imediata. Quanto menos
desenvolvido é o trabalho, mais restrita é a quantidade de seus produtos e, por
conseqüência, a riqueza da sociedade; desta forma o modo da produção material é
o fator principal que condiciona o desenvolvimento da sociedade e das instituições
sociais. Quanto menos desenvolvido é o trabalho, mais restrita é a quantidade de
seus produtos e, por conseqüência, a riqueza da sociedade; com tanto maior força
se manifesta a influência dominante dos laços de parentesco sobre o regime social.
Contudo, no marco dessa estrutura da sociedade baseada nos laços de parentesco,
a produtividade do trabalho aumenta sem cessar, e, com ela desenvolvem-se a
propriedade privada e as trocas, as diferenças de riqueza, a possibilidade de
empregar força de trabalho alheia, e com isso a base dos antagonismos de classe.
(ENGELS, 1991)
Morgan (1985), foi o primeiro que, com conhecimento de causa,
tratou de introduzir uma ordem precisa na pré-história da humanidade. Classificando
em três épocas principais: estado selvagem, barbárie e civilização.
O estudo da história da família começa, de fato, em 1861, com o
Direito Materno de Bachofen (apud ENGELS, 1991). Nesse livro, o autor formula as
seguintes teses:
1) primitivamente os seres humanos viveram em promiscuidade
sexual.
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2) estas relações excluíam toda possibilidade de estabelecer, com
certeza, a paternidade, pelo que a filiação apenas podia ser contada por linha
feminina,segundo o direito materno, e isso se deu em todos os povos antigos.
3) em conseqüência desse fato, as mulheres, como mães, como
únicos progenitores conhecidos da jovem geração, gozavam de grande apreço e
respeito, chegando, de acordo com Bachofen, ao domínio feminino absoluto
(ginecocracia);
4) a passagem pra a monogamia, em que a mulher pertence a um
só homem, incidia na transgressão de uma lei religiosa muito antiga (isto é, do
direito imemorial que os outros homens tinham sobre aquela mulher), transgressão
que devia ser castigada, ou cuja tolerância se compensava com a posse da mulher
por outros, durante um determinado período.
Ariés (1981), por sua vez, contribui com nossa pesquisa ao fazer um
apanhado, desenhando a trajetória da criança, em relação ao seu valor e papel na
família, desde a sociedade tradicional até a sociedade industrial. A análise deste
contexto é essencial para se compreender a relação pais, filhos e escola em na
sociedade numa perspectiva mais materialista e menos romântica.
Ainda segundo o mesmo autor, a sociedade tradicional via mal a
criança e pior ainda o adolescente. A duração da infância era reduzida a seu período
mais frágil, enquanto o filhote do homem ainda não conseguia bastar-se; a criança
então, mal adquiria algum desembaraço físico, era logo misturada aos adultos, e
partilhava de seus trabalhos e jogos. De criancinha pequena, ela se transformava
imediatamente em homem jovem sem passar pelas etapas da juventude, que talvez
fossem praticadas antes da Idade Média e que se tornaram aspectos essenciais das
sociedades evoluídas de hoje.
A escola substituiu a aprendizagem como meio de educação. Isso
quer dizer que a criança deixou de ser misturada aos adultos e de aprender a vida
diretamente, através do contato com eles. A despeito das muitas reticências e
retardamentos, a criança foi separada dos adultos e mantida à distância numa
espécie de quarentena, antes de ser solta no mundo. Essa quarentena foi a escola,
o colégio. Começou então um grande processo de enclausuramento das crianças
(como dos loucos, dos pobres e das prostitutas) que se estenderiam até os nossos
dias, e ao qual se dá o nome de escolarização. Essa separação – e essa chamada à
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razão – das crianças deve ser interpretada como uma das faces do grande
movimento de moralização dos homens promovidos pelos reformadores católicos ou
protestantes ligados à Igreja, às leis ou ao estado. Mas ela não teria sido realmente
possível sem a cumplicidade sentimental das famílias, e esta é a segunda
abordagem do fenômeno que gostaria de sublinhar.
A família tornou-se lugar de uma afeição necessária entre os cônjuges e entre pais e filhos, algo que ela não era antes. Essa afeição se exprimiu, sobretudo, através da importância que se passou a atribuir a educação. Não se tratava mais apenas de estabelecer os filhos em função dos bens e da honra. Tratava-se de um sentimento inteiramente novo: os pais se interessavam pelos estudos de seus filhos e os acompanhavam com uma solicitude habitual nos séculos XIX e XX, mas outrora desconhecida. A família começou então a se organizar em torno da criança e a lhe dar uma importância, a criança saiu de seu anonimato [...]. (ARIÉS, 1981, p.11 -12 – grifo nosso)
A relação da escola com a família, começa, como, afirma Ariés, a se
firmar como necessária num tempo em que o conhecimento escolar se torna
primordial para uma colocação social mais valorizada. Ao mesmo tempo, as
transformações econômicas promovidas pela industrialização levam, nos séculos
XVIII e XIX, à formação da família nuclear burguesa em função do
empobrecimentos das populações e da necessidade de proteção dos membros mais
próximos e mais jovens. Esta família ainda está muito presente na representação
dos docentes, na legislação, dentre os pais e as crianças. Mas há que se ver que
esta estrutura que antes era regra, hoje é mais uma no meio de muitas outras.
1.2 Sobre diversidade de modelos familiares existentes na atualidade
De acordo com Kaloustian (1988, p. 22) a família é:
[...] é o lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo, materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus
10
componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, é em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais.
O homem apoderou-se da direção da casa e a mulher viu-se
convertida em servidora e instrumento de reprodução, constituindo-se na família
patriarcal ( ENGELS, 1995 ).
Da família patriarcal considerada a célula social e a base dos
estados, derivou a família nuclear (ARIÈS, 1981).
Assim, toda estrutura familiar, que não esta são consideradas
desorganizadas e muitas vezes considerada culpada pelo fracasso escolar e pela
violência.
O termo “desestruturação familiar” tem sido usado
indiscriminadamente, sem que seja levado em conta que as mudanças relativas às
famílias, estão relacionadas com a transformação na forma de viver das pessoas,
com os valores e as condições de reprodução da população
Engels, em 1884 já falava de uma nova ordem familiar a qual
adaptava-se à ordem social e econômica da seguinte forma:
[...] Assim pois o que podemos conjecturar hoje acerca da regularização das relações sexuais após iminente supressão da produção capitalista é, no fundamental, de origem negativa, e fica limitado principalmente ao que deve desaparecer. Mas o que sobreviverá? Isso se verá quando uma nova geração tenha crescido: uma geração de homens que nunca se tenham encontrado em situação de comprar, à custa de dinheiro, nem com a ajuda de qualquer outra força social, a conquista de uma mulher; e que uma geração de mulheres que nunca se tenham visto em situação de se entregar a um homem em virtude de outras considerações que não as de um amor real, nem de se recusar a seus amados com receio das conseqüências econômicas que isso lhes pudesse trazer. E, quando essas gerações aparecerem, não darão um vintém por tudo que nós hoje pensamos que elas deveriam fazer. Estabelecerão suas próprias normas de condutas e em consonância com elas, criarão uma opinião pública para julgar a conduta de cada um. (ENGELS, 1991, p.90)
O Autor continua afirmando que se reconhece o fato de que a família
tenha atravessado sucessivamente quatro formas e se encontra atualmente na
11
quinta forma, coloca-se questão de saber se esta forma pode ser duradoura no
futuro. A única coisa que se pode responder é que a família deve progredir na
medida em que progrida a sociedade, que deve modificar-se na medida em que a
sociedade se modifique: como sucedeu ate agora. A família é produto do sistema
social e refletirá o estado de cultura desse sistema. Tendo a família monogâmica
melhorado a partir dos começos da civilização e, de uma maneira muito notável, nos
tempos modernos, é possível, pelo menos, supor que seja capaz de continuar seu
aperfeiçoamento até que chegue à igualdade entre os dois sexos se, num futuro
remoto, a família monogâmica não mais atender às exigências sociais, é impossível
predizer a natureza da família que a sucederá. E qual família, ou modelo de família
temos hoje?
De qualquer forma, ao nos remeter à esta instituição duas idéias são
bastante comuns: da união em função de laços de sentimento e da necessidade de
proteção dos mais jovens, das crianças. Ainda é denominador comum entre
psicólogos, educadores, religiosos e outros que a família é a primeira e principal
responsável pela educação das crianças. Outro questionamento que este princípio
nos coloca é o que significa a infância neste contexto? Até quando e quanto a
família é responsável por seus membros mais jovens? É uma mera questão de
idade? Ou de maturidade?
Segundo Postman (1989, p. 12)
[...] a percepção de que a linha divisória entre a infância e a idade adulta está se apagando rapidamente é bastante comum entre os que estão atentos e é ate pressentida pelos desatentos. No momento em que escrevo, garotas entre doze e treze anos estão entre as modelos mais bem pagas... Nos anúncios de todos os meios de comunicação visual são apresentadas ao público como se fossem mulheres adultas espertas e sexualmente atraentes, completamente à vontade num ambiente de erotismo.
Postman (idem) afirma que nas cidades de todo país diminuiu
rapidamente a diferença entre crimes de adultos e crimes cometidos por crianças.
Entre 1950 e 1979, o índice de crimes graves cometidos pelos menores de 15 anos
aumentou cento e dez vezes, ou onze mil por cento. Os mais velhos talvez
questionem sobre o que aconteceu com a “delinqüência juvenil” e tenham saudades
12
de uma época em que um adolescente que matava aula para fumar um cigarro no
banheiro da escola era considerado um grave problema social.
Postmam (1989) chama a atenção para o tempo em que roupas de
adultos e crianças eram bastante diferentes e chama a atenção para o fato de que
“na última década a indústria de roupas infantis sofreu mudanças tão aceleradas
que, para todos os fins práticos, as “roupas infantis” desapareceram. ( p. 17)
A própria infância está ameaçada de extinção, pois é visível que o
comportamento, a linguagem, as atitudes e os desejos – mesmo a aparência física –
de adultos e crianças se tornam cada vez mais próxima. Porque estaria a infância
desaparecendo?
Postman (1989) explica que depois de uma revolução tipográfica,
desenvolvida pela imprensa de Gutemberg,vieram o telégrafo, a máquina
fotográfica, o telefone, o fonógrafo, o cinema o rádio e a televisão e afirma
categoricamente que:
[...] é na televisão portanto que podemos ver com mais clareza como e porque a base histórica de uma linha divisória entre infância e idade adulta vem sendo inequivocamente corroída. [...] se considerarmos a televisão como hoje a conhecemos, podemos ver nela, claramente, um paradigma de uma estrutura social emergente que deve fazer “desaparecer” a infância. Há muitas razões para isto.( p.89 ) .
Com a televisão, destrói-se a linha divisória entre a infância e idade
adulta de três maneiras, todas relacionadas com a sua acessibilidade indiferenciada;
primeiro porque não requer treinamento para aprender sua forma; segundo porque
não faz exigências complexas nem à mente nem ao comportamento; e terceiro
porque não segrega seu público.
A televisão, adverte o autor, é uma tecnologia com entrada franca,
para qual não há restrições física, econômicas, cognitivas ou imaginativas. Tanto os
de seis anos quanto os de sessenta estão igualmente aptos a vivenciar o que a
televisão tem a oferecer. A televisão neste sentido, é o perfeito meio de
comunicação igualitário, ultrapassando a própria linguagem oral. Porque quando
falamos, sempre podemos sussurrar para que as crianças não ouçam. Ou podemos
usar palavras que elas não compreendam. Mas a televisão não pode sussurrar, e
13
suas imagens são concretas e auto-explicativas. As crianças vêem tudo o que ela
mostra.
[...] O segredo da violência adulta é, de fato, apenas parte de um segredo maior revelado pela televisão. Do ponto de vista da criança, o que é mais mostrado na televisão é o fato simples de que o mundo adulto é cheio de inépcia, conflito e inquietação. A televisão, como Josh Meyrowitz a descreveu, escancara os bastidores da vida adulta. ( POSTMAN, p. 109 )
Além da televisão, hoje ainda temos a Internet, com um conteúdo
vastíssimo e sem possibilidades de controle. Ao lado do avanço da televisão e da
Internet, temos um mercado de trabalho que exige dos adultos cada vez mais tempo
de dedicação as suas atividades laborais, muitas delas que não se restringem mais
aos limites dos espaços de trabalho. Muitos pais hoje trabalham fora de casa e
complementam o orçamento com atividades realizadas dentro de casa ou dão
continuidade às atividades depois que chegam do trabalho. Enquanto isto, onde se
encontra a criança?
Estes autores nos servem como base de reflexão sobre as
condições que o desenvolvimento sócio-econômico colocou as famílias em sua luta
por condições materiais dignas para suas novas gerações ao mesmo tempo em que
os membros lutam pela realização pessoal e profissional. Junte-se a isto o fato do
avanço tecnológico colocar uma série de informações a nossos jovens que os
adultos não tem condições de acompanhar. Estes conflitos se refletirão na escola.
Como afirma Saviani (1990), a escola reflete os conflitos sociais, mas pode
colaborar para a superação do mesmo. É nesta crença que propusemos um projeto
de intervenção no Colégio Estadual Vicente Rijo.
2 A intervenção: a hora da idéia virar realidade e trazer novas idéias
Segundo Vasquez (1968), é atividade teórica e prática que
transforma a natureza e a sociedade; prática considerando que a teoria guia a ação,
orienta a atividade humana; teórica, na medida em que esta ação é consciente.
14
A temática aqui proposta foi desenvolvida por meio de um projeto
que visava estreitar a relação família e escola de forma dialética visando à
conscientização dos grupos envolvidos no processo de formação humana.
A materialização do projeto se deu no Colégio Estadual Vicente Rijo,
situado no Município de Londrina. Esta unidade escolar é a maior do Município e a
segunda maior do Estado. Esta localizada na região central e atende um alunado
bastante diversificado em termos de classe social, cultura, origem e outros, num total
de aproximadamente 3.200 alunos.
O projeto foi elaborado no primeiro ano do PDE como requisito do
programa e o pontapé inicial de sua concretização foi sua apresentação na semana
pedagógica aos professores e funcionários do colégio, em seguida aos pais,
também em reunião.
A primeira impressão é que tanto os pais como a escola foram
bastante receptivos por conta de perceberem a necessidade do mesmo.
Aos alunos também foi apresentado na primeira semana de aula,
mas naquele momento não o compreenderam como um projeto especial e sim como
uma atividade pedagógica rotineira. Este movimento inicial visava envolver a
coletividade. Neste sentido Marx afirma:
Apenas na coletividade (de uns e outros) é que cada indivíduo encontra os meios de desenvolver suas capacidades em todos os sentidos; somente na coletividade, portanto, torna-se possível a liberdade pessoal. Nos sucedâneos da coletividade existentes até aqui, no Estado etc., a liberdade pessoal tem existido apenas para os indivíduos desenvolvidos dentro das relações da classe dominante e apenas na medida eram indivíduos dessa classe,[...] Na coletividade real, os indivíduos adquirem sua liberdade na e através de sua associação.” (Marx, 1984, pp.116-126)
Paralelamente, por sugestão do PDE, formou-se um grupo de estudos com os
professores do colégio e alguns de outras escolas, com a intenção de fundamentá-
los teoricamente e dar sustentação ao projeto; foi chamado de “grupo de apoio ao
projeto4”.
4 Este grupo de apoio foi montado podendo conter no máximo 15 pessoas. Para tanto havia no sistema
informatizado do programa PDE formulários próprios e a exigência de um plano de trabalho e um cronograma
detalhado de 32h de efetiva atividade.
15
O projeto prevê ações voltadas para pais, alunos e professores.
Assim durante a semana pedagógica a professora Zuleika Aparecida Claro Piassa,
orientadora da Instituição Estadual de Ensino Superior - IEES falou aos professores
sobre Currículo na visão Histórico - Crítica. Preparando-os para o trabalho a ser
desenvolvido durante todo o ano, pois é nessa linha que desenvolveríamos o
trabalho. Na ocasião discutimos também o quanto a chamada gestão democrática
só aconteceria se os pais se tornassem nossos parceiros.
Neste sentido, vale fundamentar aqui que a Carta Constitucional de
1988 inovou o capítulo sobre a educação quando incorporou a Gestão Democrática
como um princípio do ensino público na forma da lei, finalmente promulgada em
dezembro de 1996 com o número 9394/96 e com o título de Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional - LDB. Tal princípio, neste sentido, em sua
materialização, deve considerar como relevantes os aspectos: a) processos de
escolha de diretores por eleição direta; b) descentralização; c) autonomia; d)
constituição e funcionamento de colegiados; e) participação.
Assim, o voto expressa a vontade da comunidade e, principalmente,
a identificação da escola como espaço democrático e de administração participativa.
A descentralização é um tema que requer um estudo aprofundado,
pois caso não exista infra-estrutura para que se concretize, pode ser confundida
como ações para captação de recursos. Corre-se o risco nestes termos de que
comunidades mais abastadas proporcionem melhores condições materiais às
escolas de seus filhos, enquanto as comunidades menos abastadas, e que mais
precisam da escola pública, tenham que arcar com a conseqüência de uma escola
menos equipada ou sem o suporte material necessário para manter um padrão de
qualidade adequado, prejudicando também a conquista da autonomia. A visão
administrativa do diretor e da comunidade é essencial e neste sentido, a constituição
e implantação de colegiados é fator decisivo como forma de limitação de poder do
diretor. Incorporado na LDB 9394/96 como um dos princípios da gestão
democrática, o Art 14º dispõe:
Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios:
16
I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da escola;
II- participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
A construção coletiva do projeto político pedagógico deve garantir a expressão maior de identidade da escola e se fundamentar como ação em busca de objetivos comuns.
Continuando nosso trabalho na busca do estreitamento da relação
família escola no sentido da gestão democrática, afirmamos que as primeiras
semanas de trabalho foram muito difíceis, visto que era um período de adaptação.
Alguns alunos já conheciam o colégio, advinham das séries iniciais, porém, muitos
vieram de outras instituições. Muitos eram repetentes e alguns multirrepetentes.
Estavam literalmente em fase de teste, desafiando professores, funcionários, diretor
e orientadora. Os atendimentos pedagógicos individuais se intensificavam, visto que
os problemas disciplinares dentro e fora de sala de aula eram constantes. Não
tinham controle sobre suas ações e vocabulário. Não conheciam as regras da escola
nem de convivência social, não entendiam porque estavam ali e menos ainda para
que estavam.
Foi encaminhada aos pais a seguinte pergunta: Para que mandamos
nossos filhos à escola e qual era a função da mesma?
As respostas eram diferentes, mas a maioria dos pais (92%)
respondeu que mandavam os filhos a escola para aprender ou para estudar e que a
função da escola era ensinar.
As respostas dos pais corroboraram a afirmação de Saviani (2000)
para quem a função da escola é transmitir os conteúdos historicamente acumulados.
Mas para isso, a disciplina do aluno, entendida como um autocontrole interno diante
de demandas externas, é fundamental para o processo de aprendizagem.
Mesmo atendendo a pais e alunos/filhos na perspectiva de melhora
principalmente em relação a conduta fez-se necessário uma reunião com a
assessoria da promotora da infância e juventude. Foram apresentadas aos pais
algumas das respostas ao questionário, o que os levou a refletir e debater sobre o
papel da escola e da família.
A promotora participou ativamente das discussões e falou sobre os
direitos e deveres dos pais e da escola em relação à educação, formação de hábitos
17
e atitudes. Explorou o Art.4o do estatuto da criança e do adolescente o Estatuto da
Criança e do Adolescente – ECA - que dispõe que é dever da família, da
comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990).
Enfatizou ainda a questão da autoridade que os pais devem exercer sobre seus
filhos e levantou uma polêmica a respeito dos programas transmitidos pelos vários
canais de televisão e também sobre a censura nos sites e nas músicas. Os pais
ouviram atentamente.
Foi iniciado então um processo de ação e reflexão em torno das
questões que permeiam a relação família e escola.
Os alunos já começavam a demonstrar melhoras na postura, mas,
durante os atendimentos percebíamos com nitidez o quanto pais e filhos não se
compreendiam, como eram desafiados pelos filhos frente às reclamações de
professores e dos próprios colegas. Claro que a autoridade paterna e materna
estava em questionamento.
Era gritante a necessidade de uma atividade que envolvesse pais e
filhos de modo a expressar o cuidado, o amor, a responsabilidade e uma melhor
forma de relacionar-se. Neste sentido tivemos um segundo encontro que foi
coordenado por uma psicopedagoga da rede municipal de Educação. A proposta de
trabalho era pautada em dinâmicas de relacionamento. A psicopedagoga trouxe
atividades que envolviam pais e filhos tais como: música e dança, expressão facial e
corporal, abraços e aperto de mão. Atitudes simples, mas às vezes esquecidas no
caminhar dos relacionamentos.
Nenhuma tecnologia, por mais sofisticada que seja, envolvendo todo o rigor científico, supre as deficiências no relacionamento humano, geradas muitas vezes por culturas que não privilegiam a abertura para o diálogo e a conversação. Não adianta e-mails, intranet e telefones celulares. Sem feedback e contato humano a comunicação é precária e incompleta”. (MATOS, 2008, p. 1)
É necessário que os relacionamentos sejam tratados e se tornem
realmente vias de superação de dificuldades. Foi também, pensado pelo grupo de
18
apoio atividades em que as crianças saíssem da escola com o objetivo de aprender
e exercitar a convivência em ambientes diferentes e visto que o colégio se localiza
no centro da cidade, em um lugar de tráfego intenso, fonte de preocupação dos pais,
e mediante reclamações de usuários de transportes coletivos sobre a atitude dos
alunos foi proposto uma visita a escola de Trânsito de Londrina. Um trabalho de
extrema relevância para a formação das crianças as quais hoje são pedestres e
passageiros, “amanhã”, condutores de veículos.
Pelo grupo de apoio ao projeto foram dadas também sugestões de
atividades e palestras e uma delas que fosse falado aos pais sobre limites.
Diante da sugestão veio falar com os pais o psicoterapeuta Ailtom
Bastos com a palestra “Filhos: limites e possibilidades”. A palestra tratou da
importância em estabelecer limites e mais uma vez, do papel dos pais e suas
responsabilidades na educação de seus filhos. A possibilidade de trabalhar com
limites que sejam coerentes, claros, bem definidos e significativos tornam a relação
saudável e favorecem o aprendizado dos valores morais e éticos, fortalecendo as
relações. Educar estabelecendo limites, não significa prescindir da liberdade, mas
administrá-la de forma a atingir objetivos com excelência. Desenvolve ainda
maturidade emocional para que aprenda a lidar com o “sim e o não”. A noção de
hierarquia transcende o espaço e a relação família, fazendo com que o filho
compreenda seu papel em outras instâncias sociais. Também deu sugestões para
um melhor encaminhamento para superação das dificuldades no trato com as
crianças.
[...] insistir em que os filhos aprendam a disciplina do adiamento da satisfação, ou da modéstia na sua sexualidade, ou da moderação nas maneiras, na linguagem e no estilo é colocar-se em oposição a quase toda tendência social.[...] mas certamente as crianças que crescerem em tais casas serão, quando adultas, muito favorecidas pelos negócios, pelas profissões e pela própria mídia”. (POSTMAN, 1999 p.166).
Neste ínterim o grupo de apoio ao projeto estudava a gestão e mais
especificamente a gestão democrática, bem como o currículo em suas amplas
dimensões, buscando compreender a função e o trabalho da escola e da gestão,
pois como afirma a própria LDB 9394/96, a educação é um dever da família e do
19
Estado. Se buscávamos um maior entendimento sobre a família de forma a melhorar
sua participação, era preciso, também, melhorar nosso entendimento sobre a escola,
de forma a melhorar sua intervenção pedagógica junto aos alunos.
Segundo Saviani (1988) quando se tem clareza dos objetivos a
serem alcançados pela escola podemos planejar as atividades que nos levam a
alcançá-los. Isto definirá também a forma de gestão
Já em relação ao currículo Sacristán (2008, p. 13) afirma que:
[...] como seleção particular de cultura, nos veio a imagem de uma relação de conteúdos intelectuais a serem aprendidos, pertencentes a diferentes âmbitos da ciência, das humanidades, das ciências sociais, das artes, da tecnologia, etc. – esta é a primeira acepção e a mais elementar. Mas a função educadora e socializadora da escola não se esgota aí, embora se faça através dela, e, por isso mesmo, nos níveis de ensino obrigatório, também o currículo estabelecido vai logicamente além das finalidades que circunscrevem a esses âmbitos culturais, introduzindo nas orientações, nos objetivos, em seus conteúdos, nas atividades sugeridas, diretrizes e componentes que colaborem para definir um plano educativo que na consecução de um projeto global de educação para os alunos. Os currículos, sobretudo nos níveis da educação obrigatória pretendem refletir o esquema socializa dor, formativo e cultural que a instituição escolar tem.
Ao tomarmos consciência destes elementos, um leque de
possibilidades nos abriu, atentando-nos para a necessidade de se criar espaços
específicos de participação e envolvimento da família, para além das instâncias
oficiais: Conselho Escolar e APMF.
Assim, no dia 23 de abril foi proposto aos alunos um acantonamento. Eles
adoraram a idéia de pernoitar na escola. Foi também anunciado aos pais e com o
grupo de apoio foram elaboradas as atividades que fariam dessa, uma noite
inesquecível.
Uma das normas era que só poderiam participar os alunos cujos
pais comparecessem à reunião, na qual seriam dadas todas as informações sobre o
evento e assinado um termo de responsabilidade e autorização e o programa das
atividades. Apenas 53 de 120 alunos participaram.
20
Nesta noite durante a reunião foram distribuídos aos pais envelopes
e papéis para que mandassem mensagem aos filhos. Esta foi uma das surpresas do
evento, com elas foram feitos dois painéis.
O acantonamento contou ainda com atividades tais como: danças,
sessão de filmes, Malabarismo, acrobacias, palhaços, danças, teatro, mágicas,
tirolesa no pátio aberto e outras atividades que mantiveram o grupo extremamente
ocupado e em clima de ludicidade.
Estas atividades foram propostas e elaboradas coletivamente, pelo
grupo de apoio, diretores, pais, APMF e equipe pedagógica. Pensadas as
atividades, mãos à obra..!.
Foram entregues ofícios para supermercados, padarias, indústrias,
lanchonetes, lojas de artigos para festas e açougues solicitando para cada um o
material que dispunham para colaborarem com o evento.
Mesmo assim percebendo que não teríamos tudo que precisávamos
pedimos aos pais em reunião uma colaboração, sem definir valores, dariam o quanto
pudessem ou quisessem ou ainda doariam um prato para o café ou ingrediente para
o lanche da noite.
Também foram mandados ofícios para o exército, solicitando
segurança para a noite toda, para escola de música, para abrilhantar o nosso café
da manhã e para faculdades, solicitando estagiários.
Os alunos do ensino médio foram capacitados em reuniões feitas
previamente. A cada aluno foi dado um roteiro das atividades, com o horário, os
materiais necessários e os lugares que esses materiais estariam e determinadas as
funções, assim, quando chegou o dia todos estavam preparados e cientes do que
deveriam fazer em todos os momentos. Foram perfeitos no cumprimento de seus
“deveres”. Da mesma forma aconteceu com os estagiários.
A equipe do exército, também compareceu antes ao colégio antes
do evento e recebeu o roteiro das atividades, fizeram um reconhecimento da área e
acompanharam todas as atividades durante toda a noite.
Algumas mães também participaram, desde a recepção dos alunos
até o preparo do jantar, do lanche e do café da manhã. Uma das mães, enfermeira
21
fez plantão conosco. Era previsto que algumas crianças necessitariam deste
atendimento, por conta do grau de ansiedade.
Foram reservadas às crianças três salas, sendo uma para os
meninos e duas para as meninas.
No dia 26 de junho de 2009 os 53 alunos das 5ª série vieram para
escola e recebidos por uma equipe de alunos e mães trouxeram além dos cadernos
e livros, colchões, travesseiros, pijamas, escova e creme de dental e um imenso
sorriso. Não fosse o fato de não voltarem para casa após o sinal da última aula,
seria um dia normal. No Salão Nobre do colégio foi aberto o “Primeiro Acampadentro
do Colégio Vicente Rijo: Uma Noite na Escola”.
Após a abertura feita pelo Diretor Geral do Colégio os alunos foram
para as salas reservadas para organizarem o espaço. A forma de organização já
estava prevista pelos monitores e estagiários, então foi só coordenar o trabalho.
Após a acomodação foram para o pátio interno onde a mãe de uma das alunas
desenvolveu uma atividades recreativas com o objetivo de uni-los trabalhando a
colaboração. Após a atividade foram para o jantar, e em seguida para o ginásio de
esportes, onde os palhaços e malabaristas(alunos do período matutino) já os
aguardavam.
Na seqüência a preparação para a festa. O tema era Noite das
Máscaras, muitas foram confeccionadas por eles nas aulas de artes, Indo para o
salão encontraram os painéis com as cartas escritas pelos pais, irmãos, avós e
outros familiares. As crianças se emocionavam, algumas sorriam e outras
choravam. Entrando no Salão Nobre encantaram-se com a decoração. Tudo
preparado pela associação de pais, mestres e funcionários. Contamos também com
duas apresentações, uma de dança outra de teatro, e não menos importante, com
um casal de DJ. As crianças se divertiram muito, Cantaram os parabéns, dançaram
muito, comeram cachorro quente, bolo e tomaram suco. Tudo preparado pelas
mães na cozinha do colégio, exceto o bolo que foi doado por alguém da
comunidade. A festa foi linda. Todos se envolveram...
O diretor de período filmou tudo a noite toda.
Acabada a festa iniciou o caça ao tesouro; com o colégio na
penumbra uma equipe de recreação comandou a atividade até acharem o tesouro,
22
pacotes com balas, pastilhas, peão, apito, pipoca, chocolate, já era madrugada. O
banho ficou para a próxima. Finalmente foram dormir.
Enquanto isso os monitores, os estagiários e o diretor e a
orientadora (coordenadora do projeto) preparavam o pátio interno, outro salão, para
o café da manhã. Desce mesas, traz cadeiras, coloca toalhas e prepara o
equipamento de som e filmagem (telão). No dia seguinte às 06:h00min as mães e as
professoras do grupo de apoio começavam a preparar os pratos, o café, o leite e o
chá que seriam servidos no café da manhã, a presidente da APMF também
participou.
Às 08:h30min os pais já haviam chegado e as crianças já estavam
sentadas à mesa a espera do café, quando começaram a aparecer no telão as
imagens de seus pais dizendo mensagens de carinho e otimismo. Pensavam que
era gravação pois não sabiam que tomariam o café acompanhadas de seus pais. E
quando todos já haviam falado as portas do salão se abriram ao som da
INTERMEZZO, escola de música da qual uma das alunas faz parte.
Neste momento a viagem o mergulho no universo que trata da
compreensão, do amadurecimento do envolvimento e, sobretudo, da evolução nas
relações humanas estava concretizado.
Os pais de todos os alunos compareceram, sem exceção.
Em seguida, apesar de muita chuva fomos para o ginásio de
esportes, ode foram desenvolvidas algumas atividades como oficina de pipa,
coordenada pelo diretor de período Greraldo Magella, oficina de malabares,
desenvolvida pelos alunos que fazem parte da escola de circo de Londrina, e
mesmo na chuva uma tirolesa. Finalizamos o evento às 13:h00min com um almoço.
De acordo Castro, (2007, p.19-20):
O papel do governo deve ser, principalmente chamar as famílias, promover programas de educação das famílias, especialmente em sociedades muito desiguais como a nossa. Esse trabalho é fundamental para que as famílias comessem a acompanhar a vida escolar de seus filhos, a cobrar resultados e comessem participar das reuniões realizadas pelas escolas.
23
A participação da família deve ser provocada, o chamar como afirma
o autor, é uma chamar de atenção no sentido de provocar o desejo. Esta atividade
nos colocou em relação com as famílias num clima em que foi possível nos conhecer
melhor como seres humanos em primeiro lugar.
2.1 Alguns dados que nos faltavam
Após a conclusão do projeto foi aplicada uma pesquisa por
amostragem, para pais e alunos. O resultado da pesquisa confirma as análises feitas
durante todo o processo de desenvolvimento desta proposta:
Iniciando o questionário semi-estruturado, foi perguntado aos pais sobre sua visão
de escola:
TABELA 1 - VISÃO DO PAPEL DA ESCOLA
RESPOSTAS PAIS FILHOS
Lugar que trata o conhecimento cientifico.
63%
53%
Responsável pela disciplina e comportamento das
crianças
33,3
43%
Lugar que deve ocupar-se com problemas psicológicos e
emocionais dos filhos.
3,7%
1%
Mesmo tendo a maioria dos pais uma consciência de que a escola é
o espaço de transmissão do conhecimento cientificamente acumulado como afirma
Saviani (2000), foi grande a porcentagem de pais e alunos que fizeram referência à
escola como aquela que deve se responsabilizar pelo comportamento e pela
indisciplina. O que nos remete à narração de Ariés (1989) sobre o papel da escola
24
no século XVII quando os jovens eram internados nas escolas para serem
educados. Fato que no Brasil perdurou até a década de 60.
Na segunda questão intentamos investigar com quem o aluno ficava,
para identificar se os pais eram os principais responsáveis durante o dia pelo aluno.
Obtivemos:
a- Com a mãe: 66, 1%.
b- Com um o pai: 12,9%
c- Com os avós: 6%
d- Com a empregada:1%
e- Sozinho: 6%
f- Outra pessoa: 7%
Vê-se que ainda os pais são os principais responsáveis pelos filhos
durante o dia.
Na sequência perguntamos se costumavam conversar com os filho no
que se refere às atividades desenvolvidas na escola:
a- Sim, diariamente: 69, 8%
b- Às vezes: 28,3%
c- Raramente: 1,8%
d- Nunca: 0%
Os pais alegam conversar com os filhos sobre a escola, mas como o
questionário era fechado não pudemos avaliar a qualidade destas conversas.
Questão 04.
Indagamos se a família instruía o aluno/filho para que tivesse um bom
relacionamento social na escola. E todos responderam que sim
Depois perguntamos aos dois grupos se os pais acompanhavam as
tarefas, trabalhos, cadernos e agendas de provas do seu filho:
TABELA 2 - ACOMPANHAMENTO DAS TAREFAS ESCOLARES PELOS PAIS
RESPOSTAS PAIS FILHOS
25
Diariamente 64, 1% 38,5%
Uma vez por semana 26,4% 38,5%
Raramente 9,4 17,5%
Nunca 0% 6,5%
Os pais afirmam que acompanham as tarefas diariamente, mas não é o
que aparece nas respostas dos filhos e não é o que aparece nos discursos
cotidianos dos docentes. Esta contradição demonstra um descompasso entre pais e
filhos.
Perguntamos depois sobre a opinião dos entrevistados (pais) sobre a
interferência da indisciplina no processo de aprendizagem. Veja as respostas:
a- Pouco.: 5,7%
b- Razoavelmente: 2
c- Muito: 92,3%
d- Não interfere: 0%
É fato que sem disciplina, aprender fica muito mais difícil. Vigotiski
(apud DUARTE, 1999) afirmou que a aprendizagem dos conhecimentos científicos
não se dão de forma espontânea como os conhecimentos empíricos do senso
comum. Aqueles exigem um rigor científico e de conduta que estes podem até
dispensar em alguns momentos.
Sobre a aprendizagem e o acompanhamento dos pais, estes assim
responderam:
a- O aluno que os pais se fazem presentes no processo de ensino e
aprendizagem apresenta mais facilidade para aprender: 24,1%%
b- O aluno aprende quando a escola disciplina, independente da educação
dada pelos pais: 3,2%
c- Os pais são os primeiros educadores e para que a criança tenha sucesso
ela precisa que ambos, família e escola trabalhem juntas: 70,9%
26
d- A criança não precisa da família para aprender e ter sucesso na escola,
ela pode aprender sem o auxilio dos pais: 1,64%
Os pais sabem de seu papel, mas a realidade não tem permitido que
eles o exerçam com eficiência (BRUSCHINI, 1989)
Aos filhos/alunos foram feitas algumas questões exclusivamente.
Perguntamos sobre a razão para gostar de ir para a escola. Responderam:
a- Encontrar os amigos: 31%
b- Aprender novos conteúdos: 56%
c- Não ficar em casa: 8%
d- Praticar esporte: 5%.
Os alunos conhecem o papel da escola como agência transmissora
dos conteúdos científicos como defende Saviani (2000), mas tal saber não tem se
manifestado com facilidade na realidade da sala de aula.
Em uma auto avaliação, os alunos se deram os seguintes conceitos
a- Ótimo: 27%
b- Bom: 43%
c- Regular: 24%
d- Ruim: 6%
Apesar da maioria dos alunos e pais reconhecerem a escola como
espaço de conhecimento, e ainda confirmarem que orientam os filhos quanto a
melhor forma de convivência social, a escola ainda sofre as conseqüências da falta
de compromisso no que se refere a valorização do conhecimento e do desrespeito
entre os alunos expressos em discussões e agressões físicas e verbais. Outras
vezes isto também acontece no relacionamento com os professores.
Quanto ao acompanhamento das tarefas e atividades feitas nos
cadernos, os pais responderam que acompanham. Vale lembrar que em reuniões
com os professores foram levantadas algumas estratégias que facilitam este
27
acompanhamento tais como: paginação dos cadernos, carimbos com datas e
informação sobre realização das tarefas ou não e as realizadas de forma
imcompleta.
Ainda perguntado aos pais e aos alunos sobre as atividades
desenvolvidas (palestras, visita à escola de trânsito, “Acampadentro” numa ordem
de ótima, boa e regular a grande maioria respondeu a primeira alternativa (68%).
Os resultados dos questionários foram discutidos com pais, alunos e
docentes em reuniões posteriores e levaram os grupos a refletirem sobre o que
deflagra situações de indisciplina, insucesso escolar, como pais e escola podem
colaborar para que o saber escolar seja democratizado.
Numa última ação oficial do projeto, estagiários do curso de Pedagogia
da UEL vieram à escola, diagnosticaram a realidade e montaram uma revista sobre
o bom relacionamento escola e família. O documento produzido sob a orientação da
Professora Zuleika A. C. Piassa trouxe temáticas sobre o papel dos vários órgãos
colegiados, da equipe pedagógica, da importância dos pais estarem constantemente
se comunicando com a escola, do valor do acompanhamento diário, dicas que
poderiam melhorar o desempenho dos alunos e outras informações colocadas numa
linguagem acessível a pais e alunos.
Retomando Marx (1980), não há transformação se não for na
coletividade, se não houver parcerias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conhecimento sobre a história das famílias e sobre a história
social da criança é imprescindível para que se entenda todo o processo de
desenvolvimento familiar e da sociedade. Cabe à escola oportunizar essa reflexão e
discussão para adequar a sua prática aos novos modelos familiares que emergiram
no último século, decorrentes de fenômenos sociais e econômicos e uma
significativa mudança relacionada à liberdade sexual.
28
Uma série de fatores contribuiu para essas mudanças, entre eles
estão: a banalização do divórcio, divorciados que geram novas famílias, aumento do
número de famílias chefiadas por um só cônjuge, gravidez na adolescência, mães
estas que assumem os filhos, na maioria das vezes, sozinhas, aumento do número
de famílias chefiadas por mulheres e sua saída para o mercado de trabalho, união
de homossexuais, produção independente e tantos outros.
Porém a mídia mostra imagens de modelos de famílias ideais, que
expressam a dinâmica das famílias da classe dominante, longe da realidade da
maioria brasileira, daí a necessidade de estar atento em relação à visão à respeito
das famílias.
É necessário conhecê-las e compreendê-las a partir de seus valores
e princípios, compreender como se relacionam, como são delegadas e cobradas as
responsabilidades e, sobretudo, compreender que não existe família igual a outra.
Independente de como são constituídas as famílias e sua
organização, elas têm a função de garantir a reprodução e sobrevivência do ser
humano, de transmitir valores e conhecimentos, cuidar da integridade física, moral e
afetiva de seus integrantes.
A conduta e a postura do indivíduo em qualquer lugar, é assinalada
pela educação e valores transmitidos pela família, é importante ressaltar que a
escola também sofre os reflexos dessa educação.
A escola como um todo, deve ter clareza do seu papel e desenvolver
mecanismos que promovam o diálogo com as famílias colaborando para que elas
também reconheçam o seu papel e limites em relação ao contexto escolar e ainda
na perspectiva de contribuir à práxis educativa das mesmas.
O entendimento sobre a diversidade de modelos familiares é de
fundamental importância para que possa atender aos princípios de uma escola
democrática.
A escola democrática deve abrir as vias de acesso para a
comunidade e fomentar a participação de seus membros nos conselhos escolares
nas associações de pais mestres e funcionários e estimular a organização dos
grêmios estudantis.
29
A gestão democrática garante que as pessoas envolvidas na escola
discutam, planejem, deliberem, controlem e avaliem as ações em prol do
desenvolvimento da escola e da sociedade. Baseia-se na participação de todos os
segmentos da comunidade escolar.
O projeto político pedagógico deve ser construído coletivamente,
pois expressa a identidade de cada escola, pra isto é necessário a conscientização
dos diversos segmentos sobre a importância de cada um neste processo.
As Leis de Diretrizes e Bases da Educação norteiam a educação
nacional, é importante que seja de conhecimento de todos os segmentos da escola
e que seja estudada, interpretada, refletida e analisada.
ECA – Estatuto da criança e do Adolescente é mais um documento
legal que deve ser do conhecimento de todos, esta lei dispõe sobre a proteção
integral à criança e ao adolescente. A escola deve se pautar no cumprimento dos
pressupostos do estatuto assegurando o desenvolvimento das mesmas.
Para assegurar este desenvolvimento é necessário ainda nos
conscientizarmos sobre o desaparecimento da infância, conhecendo sua história.
Segundo Neil Postman é fácil perceber que a linha divisória entre a infância e a
idade adulta está se apagando. (POSTMAN, 1999, p. 12). É urgente que se
aprofunde a reflexão e análise dos meios de comunicação, em especial da televisão
e trabalhar para o resgate desta fase da vida, caso contrário, é previsto um desastre
social.
No decorrer deste ano durante a aplicação do projeto foi significativa
a aproximação dos pais e a escola de forma comprometida com a educação de seus
filhos e a valorização do conhecimento. Porém muitos alunos evadiram apesar das
várias tentativas de reaproximação. Percebeu-se ainda o quanto a educação no que
tange as condutas, atitudes e valores influenciam para a pré-disposição da criança
em aprender. Muitos pais argumentam não terem tempo para seus filhos, na
intenção de justificar as atitudes inadequadas apresentadas por eles. Ainda há
aqueles que deliberadamente entregaram a responsabilidade da educação em
todas as suas dimensões, à escola. Não comparecem às reuniões, criticam os
professores, apóiam as atitudes errôneas dos filhos, deixam que faltem sem motivos
justificáveis e não os motivam a cumprirem com as normas da instituição.
30
Conseqüentemente os filhos agem na escola da mesma forma como agem no
interior de suas famílias.
A escola não preparada para lidar com esta situação se vê num mar
de angustias. É comum professores agredirem verbalmente seus alunos. E mais
comum ainda é vê-los adoentados e fragilizados emocionalmente. Em salas de
aulas lotadas, sofrem as conseqüências desse despreparo.
As ações desenvolvidas foram de grande valia no sentido de
realmente desenvolver mecanismos de participação e diálogo entre a escola e as
famílias e contribuir para mudanças na práxis familiar melhorando o desempenho
escolar de muitos alunos. Os alunos compreendem, hoje, com mais clareza seu
papel e seu objetivo quando estão na escola. Os problemas disciplinares diminuíram
muito, apesar de ainda ser apontado como um dos fatores quando se fala em
dificuldade de aprendizagem.
Os professores estão mais preparados para atendê-los de forma a
compreender e colaborar com o processo de formação humana, real significado da
palavra educação.
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