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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL

NÁDIA VILAS BÔAS STUANI

Práticas de Leitura por meio dos Contos Brasileiros Contemporâneos, focados

na temática do Idoso.

São João do Ivaí

2012

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NÁDIA VILAS BÔAS STUANI

Práticas de Leitura por meio dos Contos Brasileiros Contemporâneos, focados

na temática do Idoso.

Artigo produzido como trabalho final do

Programa de Desenvolvimento

Educacional-PDE/ SEED – 2010 – na

área de Língua Portuguesa,

acompanhado pela Universidade Estadual

de Londrina - UEL.

Orientador: Luiz Carlos Santos Simon

São João do Ivaí

2012

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Práticas de Leitura por meio dos Contos Brasileiros Contemporâneos, focados

na temática do Idoso.

STUANI, Nádia Vilas Boas ¹

SIMON, Luiz Carlos Santos ²

RESUMO

O artigo corresponde à finalização da formação continuada realizada no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/SEED. Ao analisar as dificuldades encontradas no cotidiano da escola pública em relação à leitura, objetivou-se no projeto de intervenção propiciar momentos de incentivo e reflexão sobre o processo de ensino e de aprendizagem da leitura, através das Práticas de Leitura por meio dos Contos Brasileiros Contemporâneos, focados na temática do Idoso. O trabalho visou estimular a leitura, a fim de desenvolver a autonomia de ler mais, informar e sensibilizar a buscar conhecimentos para maior concepção de mundo e do senso crítico. O trabalho foi realizado com alunos do 2º ano do curso de formação de docentes na modalidade normal do Colégio Estadual Arthur de Azevedo. Foi elaborado a partir de muito estudo, pesquisas bibliográficas e orientações, propiciando maior conhecimento e reflexão no momento da execução do mesmo. A leitura é uma prática pedagógica desafiadora, o drama maior de quem atua no processo de ensino-aprendizagem. O trabalho foi estruturado em nove unidades específicas, cada qual organizada com suas especificidades e objetivos, tendo início com a apresentação do projeto, características do gênero textual, autores, período literário e na sequência os contos sendo estudados em sua íntegra, incluindo dramatizações, visita ao asilo da cidade, à biblioteca, apresentação de vídeos, debates, reflexões sobre o tema, mural de exposição das atividades realizadas e produção de contos. O resultado obtido foi satisfatório, visto que a prática e o desenvolvimento das atividades ampliaram espaço de debate, estimulando o hábito de leitura e senso crítico, dando oportunidades a todos de exporem suas opiniões mediante as situações apresentadas pelas leituras, como também propiciar reflexões sobre a realidade de cada um, provocando mudanças e aprendizados significativos no decorrer do processo de estudo. Palavras chave: leitura, conto, idoso, aluno e aprendizagem.

__________________

¹ Professora da Rede Pública do Estado do Paraná, participante do Programa de Desenvolvimento da Educação – 2010, na área de Língua Portuguesa, na Universidade Estadual de Londrina ² Professor orientador – Departamento de Letras- Universidade Estadual de Londrina.

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1 – Introdução

O presente artigo faz parte dos estudos de formação continuada

realizado no Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE/2010-do

Governo do Estado do Paraná.

Segundo relatos e experiências vivenciadas no contexto escolar, um dos

grandes desafios encontrados pela educação é fazer com que os alunos

gostem de ler e usem a leitura a seu favor. Bem se sabe que a leitura de boa

qualidade é aquela que os leitores gostam de ler, afirma o escritor João

Wanderley Geraldy. Assim indagamos. Como gostar de literatura se os alunos

reagem à leitura? De que modo as relações familiares, valores, conflitos,

vivenciados em alguns contos podem sensibilizar e despertar os alunos para a

realidade? Os contos fictícios podem estar relacionados com a realidade de

nossos alunos e contribuir para o incentivo da leitura?

Formar leitores é um dos anseios que perpassam pela nossa prática

pedagógica. Dada à dificuldade, é que se buscam meios que possibilitem maior

entrelaçamento entre a leitura/ literatura e o aluno.

A literatura não é somente um processo artístico a ser usufruído por

algumas pessoas, e sim um direito que deve ser acessível a todos, é um

instrumento de comunicação e de interação social, transmissora de

conhecimento e cultura.

Dessa forma, faz-se necessário instigar a leitura, para que ocorra o

prazer de descobrir o maravilhoso mundo da literatura que sensibiliza,

emociona e que envolve o leitor a buscar sempre mais, buscar a leitura como

base para o crescimento e o desenvolvimento pessoal, ampliando sua

concepção de mundo e de senso crítico.

Esse trabalho pauta-se em pesquisas bibliográficas, as quais foram

fundamentais para embasar a intervenção na realidade escolar. O local da

implementação do trabalho foi o Colégio Estadual Arthur de Azevedo, colégio

da rede pública de ensino do Paraná. Os participantes do projeto de

intervenção foram os alunos do 2º ano do curso de Formação de Docentes.

A Literatura Brasileira sempre se mostrou como fonte inspiradora para a

construção do saber e o enriquecimento do conhecimento durante toda história

da humanidade. As narrativas ouvidas e contadas é um hábito que vem

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acompanhando a trajetória dos povos ao longo de sua existência, contribuindo

para o desenvolvimento do conhecimento e da cultura, mesmo de forma

simples.

Sabe-se que todos os grupos humanos, em todas as épocas, criaram e

conservaram suas narrativas (histórias), estabelecendo laços de amizade e

interação uns com os outros. Nesta necessidade de interação entre os

homens, nasce à linguagem, com a qual o sujeito estabelece comunicação,

constrói e desconstrói significados em diversas relações sociais, tornando

evidentes sua evolução e conquistas.

Analisando por essas vias, a inserção dos Contos Brasileiros

Contemporâneos, focados na temática do Idoso, é de grande valia na escola,

pois os contos também têm a capacidade de envolver o leitor com o escritor,

exercendo um fascínio tão grande, que os fatos relatados de certa forma

mexem com sua vida, como se o leitor estivesse envolvido na própria história,

fazendo-o pensar em sua vida, sua realidade e sua condição de sujeito

histórico do processo de desenvolvimento do mundo.

Nesse sentido, o projeto além de estimular a leitura, buscou resgatar a

reflexão sobre a situação do Idoso na família e na sociedade, como também

proporcionar maior contato com os livros, com a leitura e a literatura,

possibilitando momentos de interação entre o grupo, o qual pode despertar

para as dificuldades e possibilidades de avanços no processo de ensino e de

aprendizagem.

2 – A Importância do Conto nas práticas de leitura

De acordo com o que nos propõe Bakhtin, a palavra revela-se, no

momento de sua expressão, como produto de relação viva das forças sociais.

Através destas palavras, é que se constitui justamente o produto da interação

do locutor e do ouvinte.

[...] Toda palavra comporta duas faces. Ela é determinada tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige a alguém. Ela constitui justamente o produto da interação do locutor e do ouvinte. Toda

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palavra serve de expressão a um em relação ao outro. [...] A palavra é território comum do locutor e do interlocutor (BAKHTIN/VOLOCHINOV, 1999, p. 113).

Esta interação (dialogismo) apresentada por Bakhtin evidencia a

importância da comunicação entre as pessoas, sem a palavra inicial não

haveria as relações existentes que foram surgindo a partir do desenvolvimento

expressivo de cada um, mediante o contexto social e histórico inserido.

Segundo Candido a literatura é um patrimônio cultural a que todos

devem ter acesso, é uma herança que toda sociedade que se diz democrática

deve incluir como direito do cidadão. Assim, a literatura é uma herança cultural

estabelecida pelos povos, através da prática social, a qual é entendida na DCE

de Língua Portuguesa como toda atividade humana exercida com e na

linguagem.

Ainda de acordo com a DCE de Língua Portuguesa do Estado do

Paraná, a obra literária não está somente ancorada, fixa ao tempo original de

sua produção. A relação dialógica entre o leitor, texto e autor, de diferentes

épocas, revela seu dinamismo, sua constante transformação. As pessoas estão

imersas numa história, numa cultura e em diferentes grupos sociais, nos quais

exercem papéis variáveis. Trata-se de um processo de construção e

desenvolvidas e transformadas estão vinculadas à prática social, a qual resulta

da construção da cultura produzida no decorrer do desenvolvimento humano.

Eagleton (1983, p.105) comenta a respeito da dificuldade em definir

literatura, uma vez que depende da maneira como cada um atribui o significado

a uma obra literária, pois esta se concretiza na recepção, e sem essa constante

participação ativa do leitor, não haveria obra literária.

Para Afrânio Continho, a literatura é uma arte, a arte da palavra, isto é,

produto da imaginação criadora, cujo meio específico é a palavra e cuja

finalidade é despertar no leitor ouvinte o prazer estético e sua crítica deve

obedecer a esses elementos intrínsecos. (COUTINHO, 2003, p.46).

Tomando como fundamentação teórica as ideias de Antônio Candido

(1972), quanto às relações entre literatura e sociedade, ele atribui à literatura

três funções: psicológica, formadora e a social. Ele afirma que os textos

literários possibilitam ao leitor momentos de reflexão, identificação e formação,

atuando como instrumento de educação. Para tanto, nos contos pode-se

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perceber a função social retratada a partir dos diversos segmentos da

sociedade, experiências de vida, valores e conflitos, sendo possível adequar o

texto literário à atualidade no momento da leitura.

De acordo com a DCE de Língua Portuguesa (2010), Bordini e Aguiar

(1993) dizem que o estudo da literatura tem como objetivo efetuar leituras

compreensivas e críticas; ser receptivas a novos textos e à leitura de outrem;

questionar as leituras efetuadas em relação ao seu próprio horizonte cultural;

transformar os próprios horizontes de expectativas. Para alcançar esses

objetivos, as autoras propõem a Teoria da Estética da Recepção e a Teoria do

Efeito, usando como método o Recepcional, devido ao papel que se atribui ao

leitor, proporcionando momentos de debates, reflexões sobre a obra lida,

possibilitando a ampliação dos seus horizontes e expectativas.

“O processo de recepção se completa quando o leitor, tendo comparado a obra emancipatória ou conformadora com a tradição e os elementos de sua cultura e seu tempo, a inclui ou não como componente de seu horizonte de expectativas, mantendo-o como era ou preparando-o para novas leituras de mesma ordem, para novas experiências de ruptura com os esquemas estabelecidos. Quanto mais leituras o individuo acumula, maior a propensão para a modificação de seus horizontes, porque a excessiva confirmação de suas expectativas produz monotonia que a obra difícil pode quebrar.” (BORDINI, AGUIAR, 1993, p.85).

Ainda voltado para a teoria da Estética da Recepção, Hans Robert Jauss

(1994) elabora sete teses com a finalidade de propor uma metodologia para

(re) escrever a história da literatura. O autor propõe uma metodologia voltada

para a recepção. Aborda a relação entre leitor e texto, destaca o saber prévio

do leitor, enfatiza o horizonte de expectativas, aponta a relação dialógica do

texto, discute o enfoque diacrônico, refere-se ao corte sincrônico e a caráter

emancipatória da obra literária em relação à atuação do homem em sociedade.

Nesta perspectiva, a literatura provoca rupturas, morre, nasce e se transforma,

dando o verdadeiro sentido ao texto literário, um sentido de vida e de

permanência, passando a ser significativo.

Compartilhando a teoria de Jauss, Wolfgang Iser apresenta a teoria de

Efeito, a qual reflete a partir do resultado estético da obra literária no leitor

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durante a recepção. Para Iser (1996, p.73) “[...] a concepção de leitor implícito

designa [...] uma estrutura do texto que antecipa a presença do receptor”.

No que se refere especificamente ao conto, segundo SMOLKA (1994

p.6) o conto é tão antigo quanto a fala humana.

O CONTO é um dos gêneros literários da prosa de ficção.

Frequentemente contam-se a amigos histórias sobre acontecimentos da vida

diária. Do mesmo modo, podem-se contar anedotas para fazê-los rir ou para

explicar melhor o que se quer dizer. Tais modalidades de narrativa possuem

um íntimo parentesco com o conto, mas este tem vários elementos que lhe dão

características próprias. Todos os seus detalhes desempenham um papel

preciso e ampliam seu efeito.

Com relação ao romance, o conto, enquanto gênero, diferencia-se não

somente por ser menor, mas também por sua dramaticidade estar

condicionada ao relato de uma única situação. Os seus personagens são em

geral retratados rapidamente, com poucos detalhes.

O conto inicialmente fazia parte da literatura oral, com origem na

narrativa de mitos e lendas. Foi com Boccaccio, autor do Decamerão, que o

conto pela primeira vez ocupou um lugar entre as grandes obras universais. Os

contos do Decamerão deram origem à novela renascentista italiana. Os

espanhóis também se dedicaram a um ramo dessa novela, através do

subgênero criado por Cervantes e denominado "novela exemplar". Quase

desaparecido durante o século XVII, o gênero ressurgiu no século seguinte,

como "conto filosófico", meio de que se utilizaram Voltaire e Diderot para a

exposição de suas ideias.

Na Alemanha, depois do romantismo, surgiu o "conto gótico", com a

introdução de elementos fantásticos e sobrenaturais em sua composição, tendo

E.T.A. Hoffmann como o seu maior representante. Sem chegar a exercer

grande influência em seu próprio país, Hoffmann constituiu, no entanto, modelo

seguido por grandes escritores de outros países, entre os quais Edgar Allan

Poe, nos E.U.A. Despido de qualquer sentido filosófico, o "conto gótico" foi

substituído pelo conto policial (veja CONAN DOYLE, SIR ARTHUR), até

ganhar, no século XX, significações especiais e profundas com autores como

Kafka, Jorge Luís Borges e Julio Cortázar. Guy Maupassant, na França, e

Anton Tchekov, na Rússia, foram dois grandes nomes na história do gênero.

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Em Portugal, foram grandes contistas Eça de Queiroz, Camilo Castelo

Branco e Fialho de Almeida. No Brasil, alguns consideram Machado de Assis

como o maior contista da literatura brasileira. Outros autores são importantes,

porém, entre os quais Monteiro Lobato, Lima Barreto e Simões Lopes Neto. Na

segunda metade do século XX, podem ser citados Dalton Trevisan e Clarice

Lispector, dois escritores que se notabilizaram no gênero. Atribui-se a Mário de

Andrade a feição moderna que o conto adquiriu no Brasil depois do

modernismo.

Dá-se, também, o nome de conto às narrativas folclóricas orais (conto

popular). Em sua manifestação oral, o conto aparece já nas antigas

civilizações, sob a forma de narrativas imaginárias e fantásticas, que viriam a

constituir o fundo comum do folclore da maioria dos países ocidentais. A

literatura árabe possui a coletânea mais famosa no gênero: As Mil e Uma

Noites. Na literatura medieval europeia de origem popular, o conto tomaria uma

feição mais realista, ao mesmo tempo didática e picaresca (Hans Sachs, Os

fabliaux franceses). Como gênero literário escrito, o conto começaria a fixar-se

a partir do século XVIII (Voltaire), para estabelecer-se definitivamente no século

XIX: Merimée, Balzac, Daudet, Poe, Hoffmann, Gogol. No final desse século, o

conto seria cultivado com perfeição por Maupassant, Tchekhov, O. Henry e

Machado de Assis. O conto, no nosso século, filiar-se-ia ora à tradição

narrativa de Maupassant, ora à tradição intimista de Tchekhov, tendendo, com

Joyce e Katherine Mansfield, para um grande requinte de concisão e lirismo.

Ao teorizar a respeito ao caráter do conto, Julio Cortázar, em “Alguns

aspectos do conto”, p. 147 – 162, 1974, diz:

“É preciso chegar a ideia viva do que é o conto, e isso é sempre difícil na medida em que as ideias tendem ao abstrato, a desvitalizar seu conteúdo, ao passo que a vida ejeita angustiada o laço que a conceituação quer lhe colocar para fixá-la e categorizá-la. Mas, se não possuirmos uma ideia viva do que é conto, teremos perdido nosso tempo, pois um conto, em última instância, se desloca no plano humano em que a vida e a expressão escrita dessa vida travam batalha fraternal, se me permitem o termo; e o resultado dessa batalha é o próprio conto, uma síntese viva e ao mesmo tempo uma vida sintetizada, algo como o tremor de água dentro de um cristal, a fugacidade numa permanência.”

Ainda de acordo com o conto, Silva explica que:

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“A leitura do conto pode estimular o aluno-leitor a encontrar na leitura literária, uma forma lúdica de entender melhor sua própria realidade. Ao ler narrativas curtas que exijam uma resposta mais rápida e dinâmica do receptor, o aluno pode se sentir mais atraído pelo

texto.” (SILVA, 2005, p.93).

Para Gotlib em Teoria do conto p.83, cada conto traz um compromisso

selado com sua origem: a da estória. E com o modo de se contar a estória: é

uma forma breve. E com o modo pelo qual se constrói este seu jeito de ser,

economizando meios narrativos, mediante contração de impulsos,

condensação de recursos, tensão das fibras do narrar.

Porque são assim construídos, tendem a causar uma unidade de efeito,

a flagrar momentos especiais da vida, favorecendo a simetria no uso do

repertório dos seus materiais de composição.

Além disso, são modos peculiares de uma época da história. E modos

peculiares de um autor, que, deste e não de outro modo, organiza a sua

estória, como organiza outras, de outros modos, de outros gêneros. Como são

também modos peculiares de uma face ou de uma fase da produção deste

contista, num tempo determinado, num determinado país.

Dessa forma, o trabalho com leitura através do gênero Conto foi

fundamentado em teorias, as quais contribuíram para a construção do

conhecimento reflexivo, crítico e significativo no processo de ensino

aprendizagem.

3 - A leitura de contos nas diversas linguagens do ensino.

O Projeto Práticas de Leitura por meio dos Contos Brasileiros

Contemporâneos, focados na temática do idoso, proporcionou aos alunos

participantes do projeto algumas práticas de leituras diversificadas, as quais

foram organizadas e desenvolvidas em nove unidades específicas, cada qual

com suas especificidades.

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A leitura pode ser um grande desafio. É preciso ensinar a ler para além

das linhas, desenvolver a capacidade de compreensão, apreciação e reflexão

sobre o sentido do texto.

Sabendo que a leitura gera consciência, participação, atuação sobre o

mundo e sobre si, o projeto propôs uma leitura interessante dos

acontecimentos do cotidiano, vivenciados nas relações familiares, focando

principalmente o idoso, instigando o interesse de ler.

Cada unidade tratou de assuntos e conteúdos referentes ao tema.

Algumas delas foram desenvolvidas em menos tempo, enquanto que outras

levaram mais tempo.

O projeto teve início com a apresentação do mesmo à direção, equipe

pedagógica e corpo docente do colégio. Foram explanados os objetivos da

implementação e ilustrados como seriam os encaminhamentos metodológicos.

Dada à aprovação, iniciou-se o trabalho com a turma escolhida para a

aplicação do projeto. Primeiramente foi apresentado aos alunos todo o trabalho

que seria desenvolvido durante a implementação do projeto. Os contos, os

autores, as atividades relacionadas a cada conto, as visitas, os vídeos etc,

sensibilizando-os quanto ao tema. Em seguida foi organizada a hora da leitura.

A turma foi dividida em quatro grupos. Cada grupo fez a leitura de um

conto, e à cada leitura realizada a professora PDE ia apresentando os autores,

o período literário e instigando os alunos quanto ao assunto dos contos,

relacionando-os com a realidade, incentivando a interação e participação de

todos. Após conhecerem os contos, iniciou-se o trabalho de análise e

interpretação. Para cada conto em estudo, foram organizados atividades e

materiais diversificados com o intuito de aguçar a participação e aprimorar o

conhecimento de todos. O trabalho foi norteado pelo material didático

pedagógico preparado, ao qual cada aluno teve acesso. Os contos foram

analisados na íntegra, proporcionando muito interesse e participação.

Os alunos foram conduzidos à biblioteca para pesquisarem e lerem

outros contos, tendo maior contato com os livros, manuseando o acervo e

descobrindo outros saberes. A biblioteca foi organizada com várias opções de

materiais. Os alunos puderam usufruir das diversas possibilidades de

pesquisas e leituras, a fim de organizar e realizar as atividades propostas.

Também pesquisaram outros tipos de contos, os contos em forma de poema e

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em forma de letra de música, para que o conhecimento não se limitasse

apenas ao conto em prosa.

Os alunos também usaram o laboratório de informática para

pesquisarem sobre a realidade do idoso no Brasil, as políticas de proteção à

terceira idade e o estatuto do idoso. Os textos pesquisados foram muito

discutidos e houve grande debate em relação às injustiças cometidas contra os

idosos.

Após esse trabalho de leitura, reflexão e análise, os alunos organizaram

um mural contendo as informações coletadas durante as pesquisas, o qual foi

exposto à toda comunidade escolar.

Foi realizada uma visita ao asilo da cidade para os alunos conhecerem

melhor a realidade vivida ali pelos idosos. Foram orientados e sensibilizados

sobre a importância de conhecer e dialogar com as pessoas mais velhas,

valorizando cada história contada por eles. Várias atividades foram realizadas

com os idosos. Para a organização das atividades foi feita uma pesquisa prévia

para conhecer o que eles mais gostavam e quais as atividades que poderiam

ser realizadas como: cantos, danças, histórias contadas e entre outras. A visita

foi agendada junto à coordenação do asilo, antecipadamente. Foi um momento

muito especial para todos, pois as reações foram diversas. Os alunos tiveram a

oportunidade de conhecer de perto a verdadeira realidade em que vivem

muitos de nossos idosos.

Após a visita, e em sala de aula, foi organizada uma roda de conversa

para exporem as emoções e experiências vivenciadas no asilo. Os alunos

também escreveram sobre suas emoções e sentimentos.

Na sequência foram apresentados dois vídeos poemas, com o tema

“Envelhecer” e “Envelhecer é gostoso! Melhor ainda é amar um Idoso”, para

interagir melhor e debater sobre as diversas situações apresentadas. As cenas

foram marcantes e propiciaram muita reflexão sobre o tema. O conto “Feliz

Aniversário” de Clarice Lispector foi dramatizado com uma festa de aniversário

organizada pela turma, enfatizando as personagens e as partes principais.

A produção individual foi essencial à complementação do trabalho.

Assim, os alunos produziram um conto, baseado em todo aprendizado

adquirido no decorrer da implementação. Todos os trabalhos realizados

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durante a implementação, fotos e registros, foram expostos em um mural para

serem analisados e conhecidos por toda a escola.

Os alunos foram avaliados continuamente. A cada unidade estudada

foram propostas atividades diversificadas, as quais proporcionaram

possibilidades diferenciadas de avaliação. Os alunos puderam desenvolver o

conhecimento de forma autônoma e crítica, mediante os conteúdos estudados.

4 – Resultado e discussões sobre a pesquisa.

Dada a oportunidade do Programa de Desenvolvimento Educacional

PDE em aplicar o projeto em questão, o Colégio Estadual Arthur de Azevedo,

juntamente com todos os participantes, aceitou-o com muito entusiasmo e

motivação. Os alunos participantes perceberam os benefícios do projeto no

processo de construção do conhecimento, o que ficou evidente no

comportamento de cada um no decorrer da implementação do mesmo.

A pesquisa foi pensada e elaborada ao nível de sua importância,

apresentando o passo a passo para a sua aplicabilidade. Os contos

selecionados, as sugestões de leituras, os vídeos, as estratégias de ação, o

modo de avaliação e tudo mais de fácil compreensão, sendo relevante aplicá-

lo. Os alunos discutiram a temática proposta, dizendo que a mesma abriu

novos caminhos para conhecerem melhor a realidade e exercerem a cidadania

de forma mais consciente. Também acrescentaram que o estudo de literatura

através dos contos é muito interessante, pois são textos curtos, os quais

possibilitam maior interesse e compreensão, como também maior reflexão.

Os alunos socializaram-se bem no decorrer das aulas, enfrentando os

desafios encontrados como forma de superação, e nunca como obstáculos.

Tudo foi relatado e discutido mediante as experiências e os resultados obtidos

no decorrer da implementação na escola. As ações realizadas e as várias

sugestões discutidas contribuíram muito para o debate e o enriquecimento do

trabalho.

Durante a explanação do tema “idoso”, uma das participantes

apresentou as dificuldades existentes diante dos problemas sociais, vistos hoje

de forma tão clara e tão ignorados pela sociedade, e que a escola é o caminho

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mais viável para diminuir a luta entre as classes, a exclusão e

consequentemente, melhorar as condições sociais do povo e da nação.

Os alunos discutiram expondo que é preciso ser conscientes e tentar

melhorar esse quadro, buscando cada um fazer a sua parte, e a arma que se

tem para lutar contra essa exclusão é o discurso, sendo importante, então,

propiciar ao educando práticas de leituras, a discussão, leitura de textos das

diferentes esferas sociais. É preciso levar em conta que para muitos alunos, a

escola constitui o local privilegiado, se não o único, em que a leitura de textos

literários tem lugar. Dessa forma, o papel do professor é colaborar com a

formação de um aluno leitor, produtor de texto e conhecedor de muitos dos

mecanismos implicados na comunicação mais eficiente.

As contribuições foram muitas, os alunos demonstraram preocupação

com o processo de ensino e de aprendizagem em relação às dificuldades

enfrentadas no dia a dia, participaram acompanhando as atividades propostas

e interagindo o tempo todo. As ações foram muito enriquecedoras, houve muito

apoio e incentivo por parte de todos os participantes, sempre elogiando,

incentivando e dando novas ideias. A participação assídua foi muito importante,

pois se pode perceber em cada palavra muito carinho e comprometimento com

os estudos, e isto incentivava o caminhar do trabalho, fazendo com que

fluísse.

O tema abordado veio de encontro com as necessidades dos jovens

conhecerem um pouco mais sobre a realidade dos idosos, principalmente no

que tange à qualidade de vida, saúde, assistencialismo, cuidados pela família

ou não e, sobretudo, carinho e amor dedicado aos mesmos.

Pode-se perceber o quanto é interessante trabalhar com tema que faz

parte da realidade, pois os contos selecionados, mesmo apresentando histórias

tristes, retratam exatamente o que está acontecendo em nossa volta,

mostrando a realidade que realmente faz a diferença, não ensinando apenas

conteúdo, mas também valores. Valores que podem ser adquiridos por meio de

uma palavra, de um gesto ou de um olhar, os quais não serão esquecidos ao

longo da vida. Paulo Freire traçava o educador como um animador cultural que,

ao reconhecer a realidade de seus alunos e de sua comunidade, promove a

ação cultural e a educação como um grande encontro de saberes. E é essa

educação libertadora que se deve buscar sempre para fazer a diferença.

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Uma aluna declarou que através da literatura é que o ser humano

aprende a complexidade de suas próprias emoções e reflexões, dizendo que o

trabalho com “contos” é rico de significados e que enche os olhos ao apreciá-

los através de sua leitura.

A leitura além da decodificação de letras, ou seja, de profunda reflexão e

aprimoramento, serve de base para o conhecimento do ser humano. Os contos

selecionados foram planejados de forma a cursarem um trajeto de aprendizado

diferenciado com estudos, dramatizações, debates e o encontro com o idoso.

As atividades e ações propostas foram extremamente relevantes para

serem postas em prática na escola, visto que os contos são acessíveis e

aproximaram os educandos da leitura. Foi muito interessante expor aos

participantes a tipologia textual, falar sobre os autores, suas características,

fazer um debate sobre o que eles sabiam sobre o tema, fazer a leitura, dar

abertura para os alunos exporem suas experiências, dar testemunhos, ou seja,

instigar e tirar deles o máximo possível de respostas. Com isso, o próprio aluno

foi sentindo a necessidade de buscar mais através de pesquisas e leituras,

informar-se sobre o tema para poder, então, discutir em sala de aula com os

colegas. As atividades propostas, além de pertinentes ao tema, foram práticas

e dinâmicas.

Nessa construção, os alunos também foram orientados politicamente,

pois falaram e pesquisaram sobre a situação do idoso no país, tendo noção de

justiça e injustiça, observando a importância do seu papel na sociedade, como

agente de direitos e deveres, contribuindo assim para a construção de

cidadãos críticos. Somente o cidadão consciente é que irá comprometer-se

com causas e fins comuns. O conhecimento vem de encontro ao real, sendo

interessante falar e discutir sobre questões que são vivenciadas, perceber o

compromisso de cidadão e começar a ter atitudes diferentes diante dos

problemas sociais.

A visita ao asilo da cidade foi um momento marcante na vida do grupo,

pois sentiram na pele como é a vida de uma pessoa idosa, suas dificuldades,

fragilidades e seu abandono. Ver a realidade de perto foi fundamental para o

desenvolvimento do trabalho. Trabalhar um tema como este é muito relevante

nos dias de hoje, visto que há a necessidade de cuidar e valorizar os idosos, os

quais estão sendo esquecidos e abandonados em asilos ou até mesmo na

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própria família. Falar do idoso mexe com o emocional, retoma alguns

momentos especiais vividos com o pai, ou avós ou amigos, ou até fatos

exibidos na mídia.

Uma das alunas mencionou que antes da implementação do projeto ela

tinha uma atitude com a avó, e que depois dos estudos realizados mudou

completamente a forma de tratá-la. Seu depoimento foi muito importante para o

trabalho, visto que já se percebiam mudanças de atitudes por parte do grupo.

Os vídeos apresentados comoveram a todos, pois as mensagens retratam o

descaso e o desafeto aos idosos, e isto causou muitas lágrimas e debates. Só

deixa de valorizar um idoso quem ainda não descobriu o tesouro que se

esconde na memória de cada um.

Por fim, os alunos deixaram claro que as atividades e a escolha do tema

desenvolvido no projeto vieram de encontro aos problemas vivenciados pelos

idosos, proporcionando aos participantes a oportunidade de refletir sobre novas

experiências vividas e mudanças de atitudes na prática do cotidiano.

Toda a interação referente à implementação do projeto e a importância

do tema escolhido contribuíram também com a prática de várias atividades

improvisadas, as quais enriqueceram muito o trabalho em construção.

A dramatização e a produção de um conto entraram como fecho para a

conclusão da proposta de modo brilhante, pois garantiu ao aluno expor tudo o

que lhe foi apresentado, dando oportunidade de descobrir o maravilhoso

mundo da literatura que sensibiliza, emociona e que envolve o leitor a buscar

sempre mais, buscar a leitura como base para o crescimento e o

desenvolvimento pessoal, ampliando sua concepção de mundo e de senso

crítico.

5 – Considerações Finais

Ao concluir este projeto de intervenção proposto pela formação

continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional-PDE/SEED, é

importante destacar que o mesmo objetivou estimular a leitura, a fim de

desenvolver a autonomia de ler mais, informar e sensibilizar a buscar

conhecimentos para maior concepção de mundo e do senso crítico. Propiciar

aos alunos momentos de incentivo e reflexão sobre o processo de ensino e de

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aprendizagem através das Práticas de Leitura por meio dos Contos Brasileiros

Contemporâneos, focados na temática do Idoso.

Foi um trabalho bem aceito por todos os participantes, o que colaborou

muito no processo de desenvolvimento e aplicação do mesmo. Houve muita

interação e comprometimento com os estudos, promovendo avanços

significativos no processo de ensino e de aprendizagem do 2º ano do curso de

formação de docentes na modalidade normal do Colégio Estadual Arthur de

Azevedo.

Segundo Candido, a literatura é um patrimônio cultural a que todos

devem ter acesso, é uma herança que toda sociedade que se diz democrática

deve incluir como direito do cidadão. Assim, a literatura é uma herança cultural

estabelecida pelos povos, através da prática social.

A Literatura Brasileira sempre se mostrou como fonte inspiradora para a

construção do saber e o enriquecimento do conhecimento durante toda história

da humanidade. As narrativas ouvidas e contadas são um hábito que vem

acompanhando a trajetória dos povos ao longo de sua existência, contribuindo

para o desenvolvimento do conhecimento e da cultura, mesmo de forma

simples.

Nesse contexto, foi muito importante desenvolver um trabalho em torno

da leitura de contos. As possibilidades encontradas para inserir o aluno em

uma aula de leitura, sem resistência e com interesse foram muitas. O tema, os

conteúdos desenvolvidos e discutidos neste trabalho vieram de encontro às

expectativas dos jovens conhecerem um pouco mais sobre a realidade dos

idosos, principalmente no que tange à qualidade de vida, saúde,

assistencialismo, cuidados pela família ou não e, sobretudo, carinho e amor

dedicado aos mesmos.

Os resultados obtidos a cada unidade estudada foram evidenciados no

aprendizado, pois os alunos perceberam que conhecer melhor a realidade que

os cerca, os torna mais atuantes e aptos a interagirem com outras pessoas e a

viabilizar ações significativas para a construção da democratização.

Primando pela qualidade do ensino, o projeto buscou também colaborar para a

construção da cidadania, juntamente com a conscientização plena do saber.

Dessa forma, ao término dos estudos, pode-se concluir que os

resultados foram ótimos, os alunos participaram com bastante entusiasmo,

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deixando registradas suas contribuições para o enriquecimento do trabalho em

construção, uma experiência única e maravilhosa, a qual proporcionou muita

reflexão e conhecimento. As atividades propostas foram realizadas de forma

satisfatória com interesse e comprometimento.

Todo processo de interação desenvolvido no decorrer dos estudos foi

muito importante para a construção do conhecimento, pois a partir de um

material simples, foi-se construindo um novo material, o qual mexeu com o

emocional e com a vida. Os objetivos foram alcançados, visto que, além do

conhecimento adquirido, deve-se sempre buscar uma educação libertadora,

aquela que faz a diferença no contexto em que atua.

O trabalho realizado possibilitou maior incentivo à leitura, o

enriquecimento do saber, bem como o aprimoramento do conhecimento por

meio do uso das tecnologias, mudanças de atitudes significativas por parte dos

alunos e uma educação voltada a pesquisas.

Com isso, para finalizar vale-nos lembrar que, “A velhice é apenas sinal

de que a vida soube ser generosa, assim como o tempo nos permitiu viver”.

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