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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · haverá futuro, nem vida, nem natureza.” Tarcízio Rego Quirino ... Na terceira parte ocorre o relato do campo de estudo e como aconteceu a

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

EDUCAÇÃO SOCIOAMBIENTAL E LEGISLAÇÃO AMBIENTAL:

a importância dessa associação para as práticas escolares e a preservação do meio

ambiente

Autora: Sonia Maria Domingos de Oliveira1

Orientadora: Profᵃ. Drᵃ. Lia Dorotéa Pfluck2

Resumo

Vivemos atualmente em uma sociedade a partir da qual não mais podemos enxergar o nosso país com base na realidade no século XIX. A própria revolução tecnológica determinou uma modificação brutal no nosso planeta. Os grandes temas de conflitos não são mais individuais, mas, sim, conflitos coletivos. Nessa questão do meio ambiente, a Constituição Federal de 1988 estruturou uma composição para a tutela dos valores ambientais, reconhecidos com características individuais e próprias, se desligando do instituto da posse e propriedade, em que os indivíduos não são mais proprietários de bens como a água, o ar atmosférico e outros, e sim passam a ser geridos por pessoa jurídica de direito público interno (conforme o artigo 41, do Código Civil de 2002), ou seja, pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal, pelos Territórios, pelos Municípios e pelas demais entidades de caráter público criadas por lei. Diante da crescente evolução tecnológica, destaca-se o consequente desrespeito à legislação, colocando em cheque o poder fiscalizador estatal, destacando visível o interesse econômico, que predomina em detrimento da defesa ambiental. A opção de articular a Educação Ambiental e a legislação ambiental está relacionada às práticas frustradas da chamada Educação Socioambiental nas escolas públicas do Estado do Paraná e a sua efetivação em ações e atitudes voltadas para a preservação do meio ambiente. Observamos, entretanto, que as propostas educacionais para o meio ambiente têm enfatizado os aspectos de “conscientização” e não de conhecimento de conceitos e de atitudes ambientais e aspectos legais. Consideramos essa uma compreensão redutora e equivocada do problema, compreensão que merece ser debatida e explicitada, que já se reflete na formação e na ação da sociedade. Buscamos, assim, analisar a relação Educação Socioambiental, aspectos legais e práticas escolares. Para tanto, a pesquisa parte da análise da trajetória histórica da preservação ambiental no Brasil.

Palavras-chave: Educação Socioambiental; Legislação ambiental; Práticas escolares.

1 Especialista em Meio Ambiente, Direção, Orientação e Supervisão, Graduada em Geografia/História, Direito, Mestranda em Direito Penal pela Universidade Estadual de Maringá – UEM, Docente de Geografia no Colégio Estadual Senador Teotônio Vilela – Ensino Fundamental, Médio e Profissional. 2 Doutorado em Análise Ambiental, Docente do Curso de Geografia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Unioeste, Campus de Marechal Cândido Rondon, ministra Disciplina de Prática de Ensino em Geografia III, desenvolve trabalhos de pesquisa, extensão e docência.

1 Introdução

“Se a Educação Ambiental não conseguir mudar a atitude das

novas gerações diante da vida e da natureza, provavelmente não haverá futuro, nem vida, nem

natureza.” Tarcízio Rego Quirino

As Diretrizes Curriculares de Geografia do Estado do Paraná apresenta como

objeto de estudo o chamado espaço geográfico, este entendido como espaço

produzido e transformado pela sociedade, visando à compreensão dos conceitos

básicos presentes nesse espaço e das relações estabelecidas com a sociedade

(PARANÁ, 2008).

A dimensão socioambiental é apresentada como um dos conteúdos

estruturantes, conteúdo esse que necessariamente perpassa pelo olhar geográfico

sendo considerado um subcampo da geografia com interdependência das relações

entre sociedade, elementos naturais, econômicos, sociais e culturais (PARANA,

2008).

Nesse contexto, a presente proposta de pesquisa se inscreve na relação

entre sociedade e natureza, e aspectos legais que, nas últimas décadas, vêm

despertando discussões e preocupações.

No mesmo sentido, Souza (2000) afirma que os problemas relacionados com

os danos causados ao meio ambiente natural vêm se acumulando. Especialmente

nos últimos 20 anos há sérios empecilhos para o progresso do trabalho educativo,

pois, além das resistências sociais normais, há o descaso de muitos e a indiferença

do mercado produtivo, agravando, dessa forma, os problemas relacionados ao meio

ambiente.

Essa nova ordem do mercado nega e desconhece a natureza. Como afirma

Leff (2005), a natureza passa a ser coisificada para ser dominada e, por sua vez, é

transformada em recurso natural e matéria-prima. Em nome do progresso, quem

detém o poder sobre as propriedades rurais força a retirar a cobertura vegetal

natural para que essas terras possam produzir para o mercado. A própria revolução

tecnológica determinou uma modificação brutal do nosso planeta.

Estamos diante de uma sociedade dominada pela lógica econômica do

mercado, em que as empresas vivem em processo de competição, alterando com

frequência sua linha de produção e, muitas vezes, negligenciando os problemas

ambientais, sendo indiferentes à ética, movidas pelo sistema e atuando dentro dele,

concentrando-se em suas unidades produtivas e em suas vendas, desrespeitando a

legislação, colocando em cheque o poder fiscalizador estatal, destacando

visivelmente o interesse econômico, que predomina em detrimento da defesa

ambiental.

Sendo assim, podemos considerar o ambiente escolar como parte importante

e integrante da vivência do aluno, no entanto observamos sérios problemas

ambientais quanto resíduos sólidos gerado pelos alunos, pois é jogados nas salas

de aula e em todo ambiente escolar, sem a maior preocupação com a questão

ambiental.

Outra preocupacão se reveste quanto aos problemas ambientais que ocorrem

no próprio espaço de vivência familiar do aluno, como o uso desordenado de

agrotóxicos (que causa a poluição da água e do solo), como o desperdício da água e

como depósitos de resíduos sólidos em terrenos baldios, tudo isso muitas vezes

acontecendo por falta de informações sobre a legislação ambiental e sobre a própria

importância do meio ambiental saudável.

Neste contexto, a Educação Socioambiental só efetivará se for promovida por

cidadãos que vejam a natureza como um recurso vital, esgotável e amparada

legalmente. A consciência de que as pessoas são parte integrantes do meio e

precisam dele para viver, torna-se relevante para o desenvolvimento de uma

consciencia frente a essa problemática.

Com base nesses argumentos se fortalece a convicção da necessidade

urgente de ações sérias em relação a essa temática, tornando-se necessário

estimular um processo de reflexão e tomada de decisão em relação aos aspectos

legais, para que se desenvolva um senso de reflexão por parte de educadores e de

educandos.

O desafio que se apresenta é o de formular uma Educação Socioambiental

que seja contínua e amparada em conhecimento de conceitos ambientais e legais,

com o intuito de fornecer subsídios teórico-metodológicos referentes a essa

demanda.

Considerando esse intuito, este material está organizado em quatro tópicos.

Na primeira parte deste material é apresentado um breve histórico da

chamada Educação Ambiental, com o objetivo de situar o leitor, temporal e

espacialmente, quanto às discussões da sociedade acerca do assunto.

Na segunda parte é abordada a questão socioambiental nas práticas

escolares do Estado do Paraná, enfocando também questões relacionadas à

Agenda 21 Escolar.

Na terceira parte ocorre o relato do campo de estudo e como aconteceu a

implementação do projeto passo a passo.

Por fim, na quarta parte é apresentado um relatório de como aconteceu o

Grupo de Trabalho em Rede – GTR.

1.1 A Trajetória Histórica da Educação Socioambiental

1.1.2 Escala mundial

As discussões acerca das questões socioambientais não é nova como

preocupação intelectual. Segundo Mendonça (2001), já na Grécia Antiga, Aristóteles

preocupou-se com a relação homem versus natureza. É, contudo, recente (década

de 1960) o interesse de toda a sociedade pelo meio ambiente. Para Nehme (2004),

até 1960 a geografia preocupava-se somente em descrever o quadro, fazendo-o de

forma compartimentada, ou seja, descrevendo relevo, clima, vegetação e

hidrografia.

Mais tarde surge a geografia humanista, que se preocupava em realizar

análises com base no marxismo, focando as relações sociais de produção e a

estrutura de classes da sociedade, mas, por outro lado, pouco preocupada com as

questões socioambientais.

O termo “sócio” vem acompanhado do termo “ambiental”, na formação do

termo socioambiental, justamente para destacar a relação da sociedade com a

problemática ambiental contemporânea.

Barbieri (2005) afirma que as preocupações com os problemas ambientais

decorreram em etapas, em que a primeira etapa se baseia na percepção de

problemas ambientais atribuídos à negligência, à ignorância e, até mesmo, à

indiferença das pessoas quanto à destruição ambiental. Para coibir essas práticas,

as reações foram proibições e multas. Em uma segunda etapa, a problemática

ambiental passa a ser considerada como um problema generalizado, porém

atingindo restritamente o território nacional. A intervenção governamental é voltada a

prevenção da poluição, com estudo prévio dos impactos ambientais. Na terceira

etapa, a problemática é percebida como um problema planetário. As ações passam

a ser pensadas não mais de forma local, mas, sim, global.

No contexto global, outros fatores que fizeram despertar para a discussão do

tema foram às consequências da Segunda Guerra Mundial, como os prejuízos

causados pela emissão das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki (1945),

acarretando debates, manifestações e muita polêmica diante da temática, e, enfim,

despertando para a certeza de que a Terra finalmente pudesse ser destruída pelo

ser humano.

As discussões mais acirradas em torno da Educação Socioambiental

iniciaram-se a partir da década de 1970, com a percepção e a difusão de que os

recursos naturais são esgotáveis. A percepção ocorre porque a tecnologia começa a

ter um avanço muito mais rápido e, em consequência, a exploração dos recursos

naturais passa a ser feita de uma forma mais intensa, fazendo perceber a crise

ambiental, despertando dúvidas acerca do futuro do planeta, pois, ao lado da

evolução da economia, evoluem os problemas ambientais.

Nesse contexto, a sociedade começa a se organizar e iniciam grandes

eventos mundiais sobre o tema.

Iniciam-se, então, as conferências de temática ambiental em escala global,

como segue:

ANO CONFERÊNCIAS ENFOQUE

1962 Publicação da obra “Primavera Silenciosa”, por Rachel Carlson

Essa obra alertava sobre os efeitos danosos de inúmeras ações humanas sobre o ambiente como, por exemplo, o uso de pesticidas.

1968 Assembléia Geral da ONU

Pacto Internacional sobre os direitos Humanos.

1972 Conferência de Estocolmo (Suécia)

Crescimento econômico em detrimento do meio ambiente. Uso dos recursos naturais disponíveis no Planeta.

1975 Conferência de Belgrado (Iugoslávia)

Necessidades de se desenvolverem programas de educação ambiental em todos os países membros da ONU. Princípios e Orientações para o Programa Internacional de EA PIEA.

1977 Congresso de Educação Ambiental - África

Reconhece a pobreza como maior problema ambiental.

1979 Conferência Tbilisi (Geórgia - URSS)

Estabelece os princípios orientadores da Educação Ambiental.

1987

Primeira Conferência Asiática sobre a Educação Ambiental – Nova Delhi – India

Discussões Ambientais

1990 Conferência Mundial sobre o Ensino para Todos – Tailândia

Destaca o conceito de analfabetismo ambiental

1992

Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento - Eco_92 Rio de Janeiro

A CNUMAD teve a participação de 178 países, sendo considerada a maior conferência já realizada no âmbito da ONU, com o objetivo de preparar o mundo para os desafios do próprio século. Documento – Agenda 21

1996 Conferência para o Desenvolvimento Social – Copenhague

Criação de um ambiente econômico-político-social-cultural e jurídico que permita o desenvolvimento social.

2002

Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável em Johannesburgo (África) Rio + 10

Balanço dos 10 anos da Agenda 21. Permanência da insustentabilidade do modelo Econômico.

Fonte: adaptado site: <http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=139>

Esses grandes eventos trouxeram como objetivos em suas principais

discussões, investir em mudanças de atitudes dos grupos humanos em prol do meio

ambiente.

Segundo Barbieri (2005), a CNUMAD – Conferência das Nações Unidas

sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, representou um grande avanço nas

discussões ambientais, que se caracterizam por uma superposição de crises

econômicas, sociais, políticas, culturais e ambientais que ultrapassam os espaços

locais e as fronteiras nacionais.

Com as discussões realizadas nas conferências, com definições de planos e

metas para o meio ambiente, levaram a geografia a rever suas concepções, o que

resultou na busca e na formulação de novas bases teórico-metodológicas para a

abordagem do tema.

A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento

- CNUMAD – denominada de Rio 92, ou mais conhecida como ECO-92 – foi evento

composto de 178 países. Após vários documentos, protocolos, declarações e

convenções ambientais realizados em décadas, durante esse evento foi elaborada a

Agenda 21

Segundo Barbieri (2001), os principais documentos aprovados nessa reunião

foram:

- Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento;

- Convenção sobre Mudanças Climáticas;

- Declaração de princípios sobre florestas;

- Convenção de biodiversidade;

- A Agenda 21.

Esse encontro internacional foi de grande importância para a Educação

Socioambiental no Brasil e no Mundo.

1.1.3 Escala Nacional

Na Conferência de 1972, em Estocolmo, na Suécia, a discussão mais

acirrada foi em relação à poluição ocasionada pelas indústrias que já se

desenvolviam a todo vapor. O Brasil vivia a época do “Milagre Econômico”,

acreditava que “a poluição é o preço que se paga pelo progresso”. Segundo Reigota

(1995), a delegação brasileira chegou a afirmar que o Brasil não se importaria em

pagar o preço da degradação ambiental, desde que o resultado fosse o aumento do

seu Produto Interno Bruto.

Foi através desses posicionamentos de representantes brasileiros que o

Brasil incentiva a entrada das multinacionais no território brasileiro, pois os países de

origens dessas multinacionais imperavam com leis ambientais rigorosas.

A partir de 1991, através da Portaria nº 678 do MEC, a Educação Ambiental é

incluída no currículo escolar no Brasil. Essa portaria ministerial estabelece que a

Educação Ambiental deva estar contemplada em todos os níveis de ensino. Inicia-

se, assim, a formação de professores, com grupos de trabalhos, encontros e cursos

de Educação Ambiental.

No Brasil, a Educação Ambiental ganha destaque no cenário político após a

Rio-92, surgindo movimentos ambientalistas como oposição às empresas

multinacionais que se instalavam no território nacional com o discurso de promover o

desenvolvimento (PARANÁ 2008).

Começam a surgir também Centros de Educação Ambiental - CEAs,

reconhecidos como espaço de referência, visando à formação em diversos níveis e

modalidades de ensino, e também implementação de práticas de Educação

Ambiental junto às comunidades.

A partir de 1992, no Brasil começam a ser criadas políticas públicas para a

Educação Ambiental.

De forma sucinta, a preocupação ambientalista encontra-se no quadro abaixo:

ANO POLÍTICA PÚBLICA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO BRASIL

ENFOQUE

1973 Criação da Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA

A SEMA constitui um grupo de trabalho para elaboração de um documento sobre a Educação Ambiental

1987 O MEC aprova o Parecer nº 226/87

Inclusão da Educação Ambiental nos currículos escolares de 1º e 2º graus

1989

Criação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA

Órgão responsável pela preservação da fauna e da flora brasileira com a função de controlar e fiscalizar os recursos naturais em busca do crescimento sustentável.

1992

Criação do Ministério do Meio Ambiente - MMA na esfera Federal, e na estadual é criada os Núcleos Estaduais de Educação Ambiental - NEAs

Visando operacionalizar as ações educativas no processo de gestão ambiental nas esferas estaduais e federais.

1995 Criação da Câmara Técnica de Educação Ambiental - CONAMA

Determinante para o fortalecimento da Educação Ambiental, a Lei Federal nº 9.276/1996, que estabelece o Plano Plurianual do Governo 1996/1999

1996 Criação do Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA

Objetivos: a capacitação de gestores e educadores, o desenvolvimento de ações educativas e o desenvolvimento de instrumentos de metodologias contemplando os diversos setores da sociedade.

1996 Criação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB

Destaca a dimensão ambiental na educação escolar, considerando as inter-relações decorrentes dos processos sociais, culturais e ambientais.

1997 Elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN

Que inclui o Meio Ambiente como Tema Transversal

1997 I Conferência Nacional de Educação Ambiental - Brasília

Produção do documento “Carta de Brasília para a Educação Ambiental”.

1999 Política Nacional da EA A Educação Ambiental tornou-se obrigatória para todos os níveis e modalidades de ensino.

2003 I Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio Ambiente

Realizada em parceria com o Ministério da Educação, contou com a participação direta de quase 16 mil escolas, onde cerca de 6 milhões de pessoas, entre estudantes, professores e comunidades debateram questões ambientais. Esse movimento incluiu, além das escolas regulares do ensino fundamental, escolas indígenas, quilombolas, ribeirinhas, caiçaras, de assentamento, de pescadores e de pessoas com deficiência.

2003

Programa Vamos Cuidar do Brasil

É um processo de formação de educadores ambientais, com o objetivo de construir uma cultura permanente de Educação Socioambiental, visando à busca de conhecimentos, pesquisa e geração de saberes e ações transformadoras nas comunidades locais, em especial na rede pública de ensino.

Fonte: adaptado do site: <http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=139>.

Como se observa na tabela, na esfera federal, no ano de 1992 é criado o

Ministério de Meio Ambiente - MMA e na estadual são criados os Núcleos Estaduais

de Educação Ambiental - NEAs do IBAMA, desenvolvendo atividades de Educação

Ambiental no âmbito formal e não-formal, contribuindo na elaboração de diretrizes e

de prioridades nos estados frente à Educação Ambiental.

Em 1996, é aprovado no Brasil o Programa Nacional de Educação Ambiental

– PRONEA, esse programa surgiu em cumprimento às recomendações da Agenda

21 e da norma constitucional, elaborada em parceria entre o Ministério da Educação,

Ministério do Meio Ambiente e Ministério da Cultura, Ciência e Tecnologia.

A Lei Federal nº 9394, chamada Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional - LDB ou LDBEN, foi sancionada em 1996, que vem também regulamentar

a Educação Socioambiental na educação escolar, com propósitos de atuar na

formação do cidadão e na introdução de novos temas que vão culminar na

elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN, aprovados em 1997 pelo

MEC e que definiram os chamados temas transversais, documento este criticado

pela forma como se pensou essa transversalidade.

O Plano Nacional da Educação que surge com a Lei Federal nº 10.172/2001

reafirma, em seu artigo 28, que a Educação Ambiental, tratada como tema

transversal, deverá ser desenvolvida como prática integrada, formando, assim, um

currículo integrado.

Assim, por meio de programas institucionais, de políticas públicas, de

conferências, de organizações governamentais e não governamentais e de grupos

civis e empresariais se constrói o processo da Educação Ambiental.

Observamos, na prática, que há uma carência quanto à fundamentação

teórica, estudo de conceitos e conhecimento de bases legais.

1.2 A Trajetória da Educação Socioambiental nas Práticas Escolares do Estado

do Paraná

A Educação Socioambiental no Estado do Paraná, assim como a nível

nacional e internacional, acontece de forma tardia, pois as primeiras discussões

datam do final da década de 1970. Veja-se o quadro a seguir:

ANO POLÍTICA PÚBLICA PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESTADO DO PARANÁ

ENFOQUE

1978 1º Simpósio de Ecologia – Curitiba

Documento: Carta de Curitiba

1984 Inicia a atividade de Educação Ambiental na nas escolas de níveis fundamental e médio

Primeiros passos da Educação Ambiental no ensino.

1990 Construção do “Currículo Básico para a Escola Pública do Paraná”

Reorganização da Escola Pública no Paraná, porém dá pouca ênfase à questão ambiental.

1991 1º Encontro Nacional de Educação Ambiental - Curitiba

Coordenado pela Universidade Livre do Meio Ambiente

1992

A SEED/PR, no governo de Roberto Requião, divulga um documento que diferenciava a educação ambientalista (defesa da fauna e da flora) e a Educação Ambiental.

Construção do documento “Construindo a Escola Cidadã”

2008

Aprovação das Diretrizes Curriculares da Educação Básica Geografia - DCEs

Contempla a Educação Ambiental no Ensino de Geografia em seus conteúdos estruturantes: dimensão econômica da produção do/no espaço; geopolítica; dimensão socioambiental; e dinâmica cultural e demográfica.

Fonte: Adaptado do site: <http://www.diaadia.pr.gov.br/cdec/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=327>.

Conforme demonstrado na tabela, em 1978 é realizado, em Curitiba, o 1º

Simpósio de Ecologia, onde são discutidos assuntos como a chamada “ideologia

desenvolvimentista”, degradação socioambiental, em consequência do

desenvolvimento da agricultura. Desse evento resultou a “Carta de Curitiba”, porém

as discussões mais acirradas acerca da Educação Ambiental começam a surgir no

Estado do Paraná na década de 1980. Em 1984, a Secretaria de Estado do Paraná -

SEED/PR deu início à atividade de Educação Ambiental nas escolas de nível

fundamental e médio, com o repasse de textos e informações.

Em 1990 é elaborado um documento muito importante para a educação do

Paraná, o Currículo Básico do Estado do Paraná - CBEP, com finalidade de

estruturar o currículo do ensino fundamental. Esse documento foi elaborado como

forma de “reorganização da Escola Pública do Estado do Paraná”, porém, quanto à

questão socioambiental, esse documento traz pouca evolução, não fazendo

referências específicas a esse tema, pois apenas organiza os conteúdos na

disciplina de Ciência através de três eixos norteadores, como, noção de astronomia,

transformação e interação da matéria e energia, saúde, melhoria da qualidade de

vida (PARANÁ, 1990).

Em 2008, a SEED/PR elabora a versão final das Diretrizes Estaduais da

Educação Básica do Estado do Paraná, com propostas de resgate dos conteúdos da

Geografia, apresentando os conteúdos estruturantes como eixo central para o

ensino da Geografia.

Dentre esses conteúdos estruturantes está a dimensão socioambiental do

espaço geográfico. Essas diretrizes apresentam a questão socioambiental como um

subcampo da Geografia, não constituindo mais uma linha teórica dessa

ciência/disciplina, permitindo abordagens complexas do temário geográfico, como a

interdependência das relações entre sociedade, elementos naturais econômicos,

sociais e culturais.

Nesse documento é estabelecido que a Educação Ambiental deva ser uma

prática educativa, contínua e permanente no desenvolvimento dos conteúdos de

ensino da Geografia. Considera ainda que “[...] a Dimensão Socioambiental é um

dos conteúdos estruturantes dessa disciplina e, como tal, deve ser considerada na

abordagem de todos os conteúdos específicos ao longo da Educação Básica”

(PARANA, 2008, p. 72). Dessa forma, considera que não será necessário ministrar

aulas de Educação Ambiental ou desenvolver projetos com esse tema, mas

contextualizar a temática nas aulas de Geografia.

1.3 O Campo de Estudo: Implementação da Proposta Pedagógica

1.3.1 Identificação do estabelecimento de ensino

A Implementação da Proposta Pedagógica foi realizada no Colégio Estadual

"Senador Teotônio Vilela" – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, município de

Assis Chateaubriand. O Colégio foi fundado em 20 de dezembro de 1994, na época

com a denominação de Escola de Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries. A

denominação "Teotônio Vilela" foi uma homenagem ao Senador Teotônio Brandão

Vilela.

Com a implantação de cursos profissionais em 2006, passou a denominar-se:

Colégio Estadual "Senador Teotônio Vilela", Ensino Fundamental, Médio e

Profissional. Atualmente o Colégio oferta quatro modalidades de cursos: Ensino

Fundamental (anos finais), Ensino Médio Regular, Profissional Técnico em

Informática Subsequente e Técnico em Informática Integrado ao Ensino (Suporte e

Manutenção).

O Colégio (Foto 1) funciona com 24 (vinte e quatro) turmas, distribuídas em 8

(oito) salas de aula e 3 (três) salas adaptadas. Conta com 684 (seiscentos e oitenta

e quatro) alunos distribuídos em três turnos de funcionamento. O corpo docente é

composto por 66 (sessenta e seis) professores, com variações durante o ano, 1 (um)

diretor, 1 (uma) diretora auxiliar, 4 (quatro) professores pedagogos, 15 (quinze)

funcionários, entre eles assistentes administrativos e de serviços gerais.

FOTO 1 – Colégio Estadual Senador Teotônio Vilela – Ensino Fundamental, Médio e

Profissional

Fonte: <http://www.asdteotonio.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=1>.

1.3.2 Implementação da Proposta Pedagógica

O Projeto de Intervenção foi inicialmente apresentado à direção, direção

auxiliar e equipe pedagógica e, posteriormente, aos professores e aos funcionários

na Semana Pedagógica promovida pela SEED/NRE.

No início do segundo semestre do ano letivo de 2010 o projeto foi

apresentado aos alunos do Ensino Médio como proposta de trabalho complementar

na disciplina de Geografia. Os principais envolvidos na proposta foram os alunos dos

2ºs anos do Ensino Médio.

A proposta foi apresentada aos alunos partindo de uma reflexão sobre os

problemas ambientais identificado por eles no seu cotidiano, iniciando pela sua

moradia, pelo seu bairro e pelo ambiente escolar e suas ações que podem preservar

ou degradar o meio ambiente.

Após essa reflexão, os alunos assistiram ao documentário “A História das

Coisas”, onde se mostram os nossos padrões de consumo no dia a dia, revelando a

dicotomia entre desenvolvimento econômico e meio ambiente equilibrado. O

documentário alerta a sociedade quanto à urgência nas mudanças de atitudes.

Sendo assim, o principal objetivo do vídeo foi levar os alunos a uma análise das

ações e da forma de interagir como sociedade no mundo, como, por exemplo,

quando compramos ou consumimos um produto, muitas vezes não pensamos em

todo o processo de produção até chegar ao mercado consumidor e, depois, no

destino final desse produto.

Após as reflexões orais, os alunos foram convidados a apresentar, em forma

de parecer, a sua análise sobre o tema. O resultado dessas reflexões foi positivo,

pois o vídeo é apresentado de uma forma clara e reflexiva, e os alunos participaram

expondo suas ideias, apresentando exemplos sobre a problemática em estudo e até

opinando sobre ações que poderiam realizar para o desenvolvimento da proposta.

Esse início foi de extrema importância para que os alunos incorporassem a ideia.

Na sequência, a proposta de trabalho foi à análise de fragmentos do artigo

“Legislação Aplicada ao Meio Ambiente como Aporte à Educação Ambiental e à

Agenda 21 Escolar” (CABRAL, 2007), com o objetivo de levar os alunos a uma

reflexão sobre a importância da legislação ambiental como subsídio à Educação

Ambiental, considerando a carência da sociedade no entendimento e aplicação das

normais legais, até mesmo em entender o que pode ou o que não pode em relação

ao meio ambiente. Essa atividade despertou a curiosidade dos alunos na

interpretação de algumas normas legais em relação ao Meio Ambiente.

A proposta seguinte foi levar para a sala de aula alguns textos legislativos

para que os alunos pudessem fazer a leitura e a devida interpretação. Surgiram

vários questionamentos, como o que diz a lei em relação à queima de lixo nos

quintais; o que diz a lei sobre os agrotóxicos, principalmente aqueles que são

aplicados pelos agricultores próximos às áreas urbanas e o que diz a lei quanto à

criação de animais nas áreas urbanas.

A partir desses questionamentos, os alunos começaram a fotografar o que

observavam de irregular em seus bairros e traziam para sala de aula para

discussão. A partir daí, os alunos foram instigados a produzir slides utilizando os

registros através das fotos. Os slides deveriam ser construídos para a apresentação

na TV Pendrive. Os alunos usaram o laboratório de informática do colégio para

produzirem os trabalhos.

Na apresentação, os alunos mostravam o problema, informavam o que dizia a

lei sobre o assunto e apresentavam as propostas de soluções. Através dessas

atividades, os alunos perceberam a importância que a legislação ambiental tem em

relação à preservação ambiental e que essa temática precisa ser trabalha nas

escolas como aporte para a Educação Socioambiental, como foi neste caso

apresentada em sala de aula pelos alunos.

Após essa etapa, foi realizada uma pesquisa de campo, na qual foi escolhido

o Parque Municipal "São Francisco de Assis", no município de Assis Chateaubriand.

Na saída do colégio em direção ao parque, os alunos tinham em mãos um mapa do

trajeto a ser percorrido, com o objetivo de se localizarem geograficamente. Levaram

também uma ficha de observação para o trajeto, identificando às degradações

ambientais, a falta de arborização, a falta de saneamento ambiental e outros. Junto

a esse material tinham também uma ficha de observação no parque, onde foram

analisados: o histórico do parque, os recursos hídricos disponíveis, formação

vegetal, espécies nativas, espécies exóticas, relação da vegetação com o clima, solo

e relevo, a fauna existente, preservação e degradação a área, uso pela comunidade

x adequação à legislação ambiental e crimes ambientais.

A pesquisa de campo foi acompanhada por um técnico da Secretaria da

Agricultura da Prefeitura Municipal de Assis Chateaubriand que mostrou aos alunos

as espécies exóticas e nativas existentes no parque, o uso pela comunidade, muitas

vezes feita de forma irregular, degradando a área preservada.

Através dessa pesquisa de campo, os alunos puderam percorrer um trajeto

que, antes, era conhecido por todos, por se tratar de uma cidade de pequeno porte,

mas que, no entanto, não tinham um “olhar ambiental” pela área. A pesquisa foi

muito positiva, pois os alunos passaram a ver o Parque "São Francisco" não mais

apenas como uma área de lazer, mas como um ambiente que merece ser

preservado por todos.

Acreditamos que todas essas atividades propiciaram aos alunos uma maior

reflexão sobre a problemática ambiental, levando-os a uma incorporação aos hábitos

e atitudes de preservação ao meio ambiente, começando pelos pequenos hábitos do

seu dia a dia. Eles passaram a considera, junto com o que reza a norma

constitucional, que os cuidados com o meio ambiente são de responsabilidade não

só do poder público, mas de toda a comunidade.

1.4 O Grupo de Trabalho em Rede – GTR

O Grupo de Trabalho em Rede foi uma experiência nova e enriquecedora

para a implementação da proposta e até mesmo para o aprofundamento do tema.

As trocas de experiências entre o grupo são de grande valia para o aprofundamento

do assunto.

A modalidade de Educação a Distância nos proporciona a propagação da

proposta de forma que essa modalidade não fica restrita apenas a uma escola ou

comunidade.

O grupo de trabalho em rede – GTR iniciou com 23 (vinte e três) professores

da Rede Estadual do Paraná, oriundos de 12 cidades: Curitiba, Área Metropolitana

Sul, Maringá, Assis Chateaubriand, Guaratuba, Área Metropolitana Norte,

Jacarezinho, Campo Mourão, Cascavel, Umuarama, Wenceslau Braz e Pato Branco.

Dos 23 (vinte e três) professores que iniciaram o curso, 13 (treze) concluíram as 6

(seis) unidades do curso GTR.

Todo o curso foi realizado a distância na plataforma Moodle e no Ambiente

Virtual de Aprendizagem e-escola, com entrada a partir do Portal Dia-a-Dia

Educação. O Ambiente Virtual de Aprendizagem é um local utilizado com uso de

recursos digitais de comunicação para mediar à aprendizagem. Nesse ambiente

está disponível um conjunto de recursos (Biblioteca, Fórum, Diário, Blog, Chat),

onde os cursistas terão a oportunidade de pesquisar e interagir com os demais

cursistas e o tutor.

O curso é dividido em 6 (seis) unidades, cada uma com sua função específica

no curso.

A Unidade 1 foi composta de um Fórum de Apresentação Pessoal e um

Diário, onde os cursistas fizeram uma apresentação, postando dados pessoais e

profissionais.

A Unidade 2 realizou-se através de textos específicos da disciplina de

Geografia, denominada Demandas Específicas.

A Unidade 3 trouxe à discussão a avaliação do Projeto de Implantação

realizada pelos participantes do curso.

Seguem alguns depoimentos dos participantes:

SEJANE PAGNO Última edição: Friday, 23 April 2010, 13:21 “Um projeto dessa magnitude e importância deve ser bem difundido não só entre os alunos e professores. Às vezes, na implementação dos nossos projetos, nos detemos muito à escola enquanto temos potencial de irmos muito mais longe e, consequentemente, atingir um grupo bem maior. Esse projeto é fantástico, as questões ambientais juntamente com legislação deveriam estar presentes no currículo escolar – isso deveria ser disciplina obrigatória. O Código Florestal Brasileiro é muito antigo e deve ser mudado. Já existe projeto e deve estar quase concluído, aí se terá uma ideia melhor de como irão ficar as questões ambientais e poderemos então fazer uma apanhado geral e maior das questões ambientais no Brasil” (PAGNO, 23/abril/2010). CICERA WELLIDA SOARES COSTA LOPES Última edição: Friday, 23 April 2010, 11:08 “As possibilidades na implementação do projeto na escola são grandes, pois a problemática socioambiental é responsabilidade de todos. As propostas educacionais para o meio ambiente até então só ficaram na conscientização e este projeto propõe mais conhecimento de conceitos ambientais e aspectos legais, adotando uma prática de ação” (LOPES. 23/abril/2010). MARINEZ CARVALHO DA SILVA DIAS Última edição: Thursday, 22 April 2010, 16:27 “A implementação do referido projeto é de suma importância nos estabelecimentos de ensino, visto que as Diretrizes Curriculares de Geografia do Estado do Paraná, em sua Dimensão Socioambiental do Espaço Geográfico, tratam da importância de se entender como o espaço produzido e transformado pela sociedade sofreu e sofre alterações que resultaram em problemas sociais, culturais, econômicos e naturais. A possibilidade da implementação no Projeto na Escola está no fato de atingir os alunos do Ensino Fundamental e Médio, visto que, quando a criança ouve falar em Educação Ambiental na escola, certamente levará para sua própria casa, para o pai, para a mãe, que muitas vezes não se dá conta,

nunca parou para refletir sobre a questão de que estamos entrando numa era dos limites. Limites para o uso da natureza, limites para a ambição humana, aliás, é o consumismo exagerado que também contribui para a degradação ambiental. Talvez os limites para implementar o Projeto na Escola estejam no fato de ainda encontrarmos resistência por parte de alguns alunos, funcionários e até mesmo professores, que não dão a devida importância para a questão ambiental. Então, deve-se fazer com que todos precisam dar conta de que têm “tudo a ver com isto”, que precisam fazer a sua parte, por menor que pareça, e jamais deixar de fazer as coisas corretamente porque outra pessoa não faz. Se um colega não faz, eu faço. Cada um deve ter a sua atitude consciente, afinal, esta atitude vai contagiando outras pessoas e influencia de forma positiva as pessoas da família, os amigos, e o coletivo acaba se fazendo a partir daí” (DIAS. 22/abril/2010).

Consideramos as contribuições dos professores cursistas de grande

importância para a efetivação dessa proposta.

A Unidade 4 foi o momento de apresentar aos cursistas a Produção Didática

Pedagógica intitulada “Educação Socioambiental e Legislação Ambiental”. O tempo

previsto para a realização das tarefas foi de 8 (oito) semanas. Os professores

avaliaram e deram sugestões.

A Unidade 5 oportunizou a apresentação de como seria, passo a passo, a

implementação da proposta na escola. Novamente as discussões foram sobre o

levantamento dos aspectos positivos e negativos da referida Implementação.

A Unidade 6 foi o momento em que os cursistas realizaram uma avaliação

sobre a sua atuação enquanto cursistas e sobre o professor PDE como tutor.

Seguem alguns depoimentos:

KELEN CRISTINA DE MATOS Última edição: Monday, 14 June 2010, 22:52 “A EaD, como qualquer outro tipo de curso que se proponha a fazer, seja virtual ou presencial, exige o mínimo de comprometimento por parte do discente. Ninguém é obrigado a participar, mas, uma vez assumido o compromisso, devemos fazer o possível para cumprir as atividades em dia. Por isso, ler os textos propostos é o mínimo que podemos fazer. Na verdade, as leituras propostas são um atrativo que visa despertar a curiosidade e o desejo do aluno para o conhecimento. Assim, não podemos ficar apenas atrelados a essas sugestões. É premente a necessidade de ir além, de pesquisar. Nesse contexto, posso dizer que cumpri de forma adequada com a proposta, mas lembrando que sempre podemos e devemos fazer mais. Quanto ao tempo para realizar as atividades, em apenas uma delas tive um leve atraso pelo fato de ter coincidido as provas da Faculdade com o desenvolver das atividades do GTR. Mesmo assim, cumpri depois no tempo oportuno que foi destinado. Um ponto forte, entre tantos foi, a questão da interação virtual. A tutora sempre foi muito atenciosa e prestativa. Quanto aos colegas, só pode dizer que também foi com imenso prazer que ocorreu a interação. O enriquecimento pessoal e profissional, portanto, é um fato e uma experiência que levarei na minha caminhada. Esse GTR foi o primeiro de muitos de que irei participar e espero ter o prazer de, em outro momento, poder ser orientada pela tutora Sônia, pois

percebi que ela tem muito a compartilhar. E também pelo fato de estar cursando Direito, por isso me identifiquei ainda mais com seu exemplo” (MATOS. 14/junho/2010). MARINEZ CARVALHO DA SILVA DIAS Última edição: Monday, 14 June 2010, 14:11 “As leituras que foram sugeridas para a realização dos trabalhos do GTR foram todas feitas por mim, bem como pesquisei, analisei e refleti sobre o tema de estudo em outras fontes, como sites da internet, livros, revistas acadêmicas, etc. Todos os trabalhos e atividades foram realizados em tempo hábil, visto que o prazo era viável, e, ainda, se alguém perdesse esse prazo, que felizmente não foi o meu caso, ainda poderia realizar as atividades de reposição, não ficando os cursistas em prejuízo do seu trabalho. No decorrer do curso fiz a interação com a Profa. Sônia, minha tutora, bem como com os meus colegas, contribuindo, dessa forma, para o nosso enriquecimento pessoal e profissional. Este curso veio a auxiliar para o aprimoramento a respeito da questão socioambiental e sua aplicabilidade tanto no ambiente escolar como na comunidade em que os alunos estão inseridos. Assim sendo, constata-se que todos devem participar do conhecimento e da sua aplicabilidade para uma melhor qualidade de ensino” (DIAS.14/junho/2010).

Diante desses depoimentos concluímos que o GTR foi uma das etapas mais

interessantes, pois possibilitou a interação com professores de diversas cidades do

Paraná, onde pudemos coletar opiniões e colocar a proposta para avaliação. As

avaliações foram todas positivas e puderam ser consideradas durante a implantação

da proposta.

2 Considerações Finais

Dada a relevância do tema proposto, este trabalho não tem a pretensão de

esgotar-se. Ao contrário, merece aprofundamento, muitos estudos e pesquisas que

possibilitem um meio ambiente equilibrado e sustentável, o que requer

responsabilidade individual e coletiva, conforme preconiza a Constituição Federal de

1988.

Através da pesquisa observamos que muitas são as ações e mobilizações por

parte da sociedade civil, ONGs e dos setores públicos, como as conferências,

congressos, seminários e outros.

Observamos também que inúmeras são as bases legais sobre esse assunto,

no entanto são poucas as ações que se efetivam em prol da questão ambiental.

Sendo assim, a utilização teórica e prática da legislação ambiental como aporte para

a efetivação da Educação Socioambiental torna-se imprescindível, uma vez que ela

se apresenta como uma matriz indispensável como definição de usos permitidos e

proibidos e a construção de direitos e de deveres em relação ao meio ambiente.

Essa prática foi aplicada na escola citada acima e os seus resultados continuam a

se manifestar após a implementação do projeto, conforme observado diariamente no

cotidiano dessa escola.

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