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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 20
08
Versão On-line ISBN 978-85-8015-039-1Cadernos PDE
VOLU
ME I
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DOCÊNCIA NO ENSINO MÉDIO: QUAL É A PRÁXIS NECESSÁRIA PARA ATENDER OS ADOLESCENTES?
Lenita da Aparecida Santana Andrade Précoma [email protected]
Orientação: Profª. Drª. Sonia Maria Chaves Haracemiv [email protected]
RESUMO: Este artigo relata os estudos da professora pedagoga/PDE, buscando desvelar a práxis necessária para docência no Ensino Médio, de forma atender os adolescentes. Para tanto, foi traçado o perfil dos partícipes, sendo também diagnosticadas as representações dos mesmos em relação a: escola, educação, formação, motivação, relações pessoais, vínculos e compromissos, identificando o posicionamento de cada grupo, frente aos princípios normativos prescritos no Regimento Escolar. As representações dos alunos em relação à escola são de um lugar para ensinar e aprender, obterem certificado, conhecimento e ingresso à universidade. Em relação aos professores o idealizado seria aquele que fosse responsável, divertido, que saibam explicar, tenham autoridade, dinâmico, e aulas interativas com uso das tecnologias. O objetivo desse trabalho foi o de provocar a reflexão e tomada de decisão pessoal e coletiva, desvelando a convivência dos adolescentes no dia-a-dia da escola, bem como a reflexão dos partícipes, a mudanças de atitudes, relacionamento de cooperação e diálogo. Palavras - chave: Ensino Médio. Práxis Pedagógica. Regimento Escolar. Convivência. Introdução
Este artigo relata a pesquisa desenvolvida pela professora pedagoga da
Rede Estadual de Ensino, participante do PDE - Programa de Desenvolvimento
Educacional, cujo tema foi: Docência no Ensino Médio: a práxis necessária à
docência, de modo atender os adolescentes, alunos do diurno.
A escolha do tema é resultado da trajetória pessoal e profissional da
pesquisadora, atuante como pedagoga e das contradições vividas nesse processo,
onde os embates acontecem diariamente na sala de aula, e a atitude dos
professores encaminhando alunos para o setor pedagógico em busca de solução.
Percebe-se que as medidas tomadas são inócuas e paliativas.
O desenvolvimento do projeto buscou provocar a reflexão e tomada de
decisão pessoal e coletiva, a fim de compreender como vem se dando a convivência
com os adolescentes no dia-a-dia da escola, bem como levar os partícipes a
mudanças de atitudes, via um relacionamento de cooperação e diálogo, postura
compartilhada, com políticas definidas, de forma que a práxis pedagógica do
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docente venha atender esses adolescentes, proporcionando uma estrutura
adequada em sala de aula.
Entende-se que para viver numa sociedade complexa como a nossa,
pressupõe regras e preceitos capazes de nortear as relações, possibilitando o
diálogo, a cooperação e a troca entre os diferentes membros dos grupos sociais. A
escola por sua vez, também precisa de regras e normas que oriente seu
funcionamento e a convivência entre os diferentes protagonistas que nela atuam.
O ponto de partida foram os questionamentos:
- Como conviver com o adolescente no dia-a-dia da escola?
- Qual a práxis pedagógica necessária para a docência no ensino médio
diurno?
O objetivo principal foi o de identificar as diferentes práxis pedagógicas
presentes no cotidiano da escola, na docência com os adolescentes do ensino
médio diurno, na ótica do professor e do aluno. Para tanto, foi preciso inicialmente
diagnosticar as representações dos protagonistas, em relação à: escola, educação,
formação, motivação, relações pessoais, vínculos e compromissos, visando traçar o
perfil dos mesmos quanto às dimensões pedagógicas, organizacionais e políticas,
buscando identificar o posicionamento dos sujeitos, protagonistas da escola,
participantes da pesquisa, a respeito dos princípios normativos prescritos no
Regimento Escolar, no que diz respeito aos direitos e deveres. Tinha-se também
como objetivo a mudança de atitude, relacionamento de cooperação e diálogo, via
reflexão à luz da leitura e releitura do referido documento.
Metodologia da pesquisa A pesquisa-ação foi definida frente à exigência da intervenção na prática, de
modo que possibilitou a pesquisadora uma reflexão sobre o fazer pedagógico para
alcançar os objetivos propostos. No ensino, a pesquisa-ação é um instrumento valioso, pois, apresenta
subsídios ao professor para a tomada de decisões, mesmo que muitas vezes
provisoriamente, leva a encontrar soluções imediatas para problemas educacionais
urgentes. Os resultados da pesquisa-ação são de relevância local (ENGEL, 2000).
Para o desenvolvimento do trabalho, foi utilizada uma abordagem qualitativa,
que propicia a consecução dos objetivos, partindo da análise bibliográfica, pois esta
tem como objetivo primordial a explicação de um problema a partir das referências
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teóricas publicadas, com a busca do conhecimento e análise das contribuições
científicas decorrentes do tema.
Para a coleta dos dados foram utilizados os seguintes instrumentos: diário
de campo, visando registrar observações e falas dos alunos partícipes do projeto, e
questionários para as entrevistas, aplicados nos ambientes escolar (dentro e fora da
sala de aula), e posteriormente analisados pela pesquisadora
Ao trabalhar com fontes orais os integrantes do projeto são colocados em
contato pessoal, e torna-se um desafio (...) um trabalho como este, com fontes orais, está na possibilidade de aprender as tensões entre os grupos sociais e os sujeitos individuais nos contextos em que elas são produzidas. As fontes orais fornecem, potencialmente, elementos que permitem, de uma forma muito mais orgânica, aprender as dinâmicas dos grupos e dos sujeitos em seus afazeres, valores, normas, comportamentos, etc. Aprender tudo isso significa trabalhar com a complexidade social (SILVA, 2000, p.32).
De acordo com as ações previstas no Projeto de Implementação foram
traçadas as estratégias as quais foram perseguidas passo a passo.
No primeiro semestre do ano o de dois mil e oito, foram realizados cursos na
UFPR, Jornada Pedagógica, do Grupo de estudos e outros, necessários para o
suporte teórico possibilitando o desenvolvimento do trabalho.
No segundo semestre do mesmo ano, o projeto foi apresentado à Direção
Geral da Escola, com a propositura de se trabalhar com os professores na semana
pedagógica, em alguns momentos na hora-atividade, e em reuniões pedagógicas
fazendo entrevistas, sugerindo leituras realizando reflexões. Com os alunos a
proposta de trabalho era dentro e fora da sala de aula, observando, fazendo
entrevistas, discutindo o Regimento Escolar.
Foram elaborados os instrumentos de pesquisa, dois questionários, sendo
um para os alunos, dividido em três partes: 1 - Identificação, 2 - Escola e
aprendizagem e 3 - Escola e as relações interpessoais, com perguntas fechadas e
abertas, possibilitando ao investigador a coleta de opinião dos entrevistados. O outro
para os professores, dividido em três partes: 1 - Identificação, 2 - Formação inicial e
continuada, e 3 - Escola e as relações interpessoais. Os questionários
desenvolvidos foram validados, aplicando-se os ICD a um professor e um aluno.
Foram sujeitos da investigação professores e alunos do Ensino Médio e
profissionalizante do período da manhã do Colégio Estadual Bento Munhoz da
Rocha Neto, situado em Curitiba. Para ambos os grupos adotaram-se a amostra não
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probabilística do tipo acidental, isto é, aplicação do questionário aos presentes na
escola, dentro ou fora da sala de aula. Foram distribuídos vinte e seis questionários
para os professores, tendo retornado vinte deles, e dos oitenta e oito destinados aos
alunos, foram coletados oitenta.
O estudo foi reaplicado no Grupo de Trabalho em Rede - GTR, buscando
verificar em que medida os resultados obtidos assemelhavam-se com outras
localidades.
O perfil do alunado do Ensino Médio
A Escola é alunos, professores, equipe técnica e funcionários, sujeitos
diferentes, que apresentam histórias de vida e culturas diversas. São inerentes a
eles necessidades e expectativas conforme seu meio social. Pensando nisso,
considera-se necessário contextualizar o nível de ensino, no qual os sujeitos da
pesquisa estão inseridos para que se possa compreendê-los e, talvez, proporcioná-
los uma educação condizente com suas necessidades e expectativas (FREIRE,
1997).
Segundo a LDBEN 9394/96 (BRASIL, 1996), todas as crianças a partir dos
seis anos, obrigatoriamente devem ser matriculadas no Ensino Fundamental. A
mesma legislação prevê, em seu artigo 4º, “a progressiva extensão da
obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio”, isto quer dizer que todos têm direito
e obrigação de freqüentar o Ensino Fundamental e o Médio. Assim, pode-se afirmar
que a política educacional na atualidade é de extrema importância, pois visa à
escolarização de todos.
O número de alunos das turmas do período da manhã, no ano de 2008,
dados fornecido pela secretaria do Colégio pesquisado, de um total de 14 turmas, 7
de primeira série com 219 alunos matriculados, 4 de segunda série com 127 e 3 de
terceira série com 75 alunos, totalizando 421 alunos matriculados. Os 32 alunos do
sexo masculino, e as 44 alunas do sexo feminino, se encontram na faixa de entre 14
a 18 anos. A idade média de conclusão do Ensino Médio se dá por volta dos 17
anos, o que equivale a 95% dos alunos, apenas 5% da amostra encontra-se na faixa
etária entre 19 a 29.
Quanto o ano de ingresso no Colégio, 13,8% dos entrevistados ingressou
entre o ano de 2001 a 2003, entre 2004 a 2006 o índice foi de 27%, a maioria, 61%
dos alunos, ingressaram entre 2007 a 2008. Sendo que um aluno ingressou em
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1995, duas alunas ingressaram em 1999 e um aluno não indicou o ano de ingresso.
Isso indica abandonos temporários e retornos sucessivos. Em relação à interrupção
dos estudos três alunos interromperam até 2 anos, e somente um mais de 2 anos,
com isso pode-se verificar que poucos alunos interrompem seus estudos no Ensino
Médio no período da manhã.
Na primeira série 30% dos alunos que participaram da pesquisa já
reprovaram, sendo que na segunda e terceira série esses percentuais são de 52% e
53% respectivamente.
Na realidade uma grande massa de excluídos cresce a cada dia, como
resultado do caráter concentrador do capitalismo. Dessa forma a efetiva
democratização da educação só será possível com a democratização da sociedade,
de outro modo, onde todos os cidadãos possam ter acesso a todos os bens
materiais e culturais (KUENZER, 2005, p. 23-24).
Quase todos os alunos, 98,75%, residem com os pais, sendo 38,75% com
renda familiar entre 1 a 2 salários mínimos, 3 a 5 salários mínimos, o equivalente a
51,25% dos entrevistados, 3,75% com renda entre 6 a 8 salários, e 8,75% com mais
de 9 salários mínimos.
Do total de alunos, 28,75% trabalha, 15% já trabalharam e 57,5% nunca
trabalharam, sendo que os alunos na faixa etária entre 14 a 18 anos trabalham em:
serviço público 1,25%, no comércio 2,5%, na indústria 2,5% como prestador de
serviço 20%. Dos alunos que trabalham 16,5%, estuda de manhã, trabalha à tarde,
fazem lição à noite ou nos finais de semana. Acreditam que sem estudo não tem
trabalho, por isso consideram-no importante para o futuro, sendo este o motivo de
não interrompê-lo.
As finalidades e os objetivos do Ensino Médio apontam para o compromisso
de educar o jovem para participar da vida política e produtivamente no mundo em
que vive estabelecendo relações concretas, com comportamento ético, compromisso
político, conquistado a partir do desenvolvimento da autonomia intelectual e moral.
Para cumprir o compromisso com os adolescentes e com a sociedade é necessário
considerar as especificidades de cada aluno. É essencial também que cada escola
apresente seu projeto pedagógico de acordo com sua realidade (KUENZER, 2005).
A escola na visão do aluno Para conhecer a realidade da escola é necessário fazer,
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(...) análise do cotidiano, procurando captar o sentimento dos sujeitos em relação ao mundo da escola, buscando compreendê-los à luz do conjunto de teorias, categorias, conceitos e noções, de forma a ampliar o entendimento das fontes de pesquisa, que no caso foram: a prática docente do cotidiano escolar e as teorias apresentadas nos textos das revistas pedagógicas (CARVALHO, 2006).
A escolha pela localização dessa escola para estudar foi determinante para
25% dos alunos, sendo que 55% desses fizeram pela proximidade da mesma a sua
residência, e outros optaram por indicação de amigos, atingindo 20% da população
pesquisada.
Outros motivos levaram os alunos a escolher a referida escola, dentre eles
pode-se citar: imposição da mãe, o convívio com os amigos da comunidade, a
disciplina, sendo a escola que não apresenta bagunça, e um dos maiores motivos é
a oferta de cursos técnicos (ALUNOS, 2008).
Os alunos do Ensino Médio esperam da escola: certificado, conhecimento,
ingressar à universidade, e ainda “melhoria de ensino”; “Que a escola melhore para
as futuras gerações”; “Sairmos daqui cidadãos formados” (ALUNOS, 2008).
Os alunos do Ensino Médio relatam o seu jeito de ver e sentir a escola,
dizendo: É um lugar para ensinar e aprender; Local para estudar e ter inclusão social, onde se constrói o futuro; É um lugar de pouco desenvolvimento, poderia aprimorar; Boa, porém, mal cuidada; Um pouco bagunçada; Tem um ambiente agradável, com alguns professores que realmente fazem a sua parte; Com ótimos alunos; Legal para alguns, um pouco chata para outros; Local onde se encontram amigos; Uma cadeia cercada de grades; Falta disciplina nas salas de aula; Já foi melhor; Poderá melhorar em 2009, com uma nova direção (ALUNOS, 2008).
Os alunos apresentaram o que mais gostam de fazer na escola, e por quê: Entrar em uma aula que eu saiba o que o professor está querendo passar; Para ter um futuro melhor; Conversar com amigos e estudar; Me Distraio e penso no futuro; Jogar bola é um dom meu; Fazer aula de educação física, porque é uma aula onde me movimento; Eu me divirto, faço amizades e porque não fico sentado; Conversar no intervalo, porque é bom, na minha idade, ninguém quer saber de estudar, queremos curtir; É o único lugar que reúno o útil ao agradável; Ir à biblioteca, porque na biblioteca tem vários livros que eu ainda não li; Eu gosto muito de fazer lição; Comer esfihas, porque é gostoso; Ir para o Laboratório de informática, porque não precisamos ficar em sala de aula; Dormir e gritar no corredor, muito hilário; Deixar os professores orgulhosos, mostrar que consegue a atenção deles sobre a matéria, para ver os professores felizes (ALUNOS, 2008).
O professor que o aluno gostaria de ter:
Responsável e que tenha um pensamento de ajudar os alunos a ser uma pessoa importante; Alguém divertido, que não escreva só no caderno, pratique, faça conhecermos lugares, que ensinem sobre a matéria ou que possa nos auxiliar; Uma pessoa legal que não só de dicas, mas também faça trabalhos e passeios extraclasse; Ter aquele professor que muda suas aulas, que não fique na mesma, que sempre dê uma aula diferente; Que tenha autoridade, que saiba dinamizar suas
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aulas, que se comunique com o aluno; Um professor pronto para nos manter atualizados das principais notícias, que nos deixa participar das escolhas; Um professor do futuro que explicasse através de slides; Motivado, com vontade e gosto pelo que faz, que só, quando amamos e nos dedicamos a algo, conseguimos passar para os outros; Um professor que se interesse, e que não venha para a escola emburrado, por obrigação (salário); Não coloque muito peso na prova, fazendo com que o aluno tenha chances de recuperar a nota; Mais qualificados, que sabem dar aula; Que desse aulas interativas, com uso da tecnologia (ALUNOS, 2008).
O perfil do aluno ideal na visão do próprio aluno é, Ser estudioso, comportado e ter interesse nas aulas; Saiba respeitar o outro saiba viver em sociedade e/ou não arranjar tumultuo e brigas com as pessoas que são diferentes; Uma pessoa inteligente que esteja contente e alegre; Aquele aluno esperto, mas não quietinho; Aquele interessado, desafiador, que não tem medo de errar; Participativo, mas que deixe o professor explicar e que tenha vontade de estudar; Inteligente e que não nega emprestar material ou passar cola; Com certeza não é o meu, um aluno que fizesse tudo, todas as atividades, que tire só 10; Um aluno que não busca apenas aprovação, mas um aluno que busca conhecimento; O que não incomoda; O aluno ideal é disciplinado, alegre, esforçado, porque os que desistem são os fracos; Aquele que se esforça, apesar de não entender às vezes, que respeite e obedeça a regras (ALUNOS, 2008).
A representação da escola ideal segundo o aluno é:
Uma escola onde os alunos sentissem que estavam cada vez mais inteligentes e pudessem ter opinião própria; Teria cursos profissionalizantes, árvore plantada precisou conservar, fazer campanhas anti-aquecimento global e maltrato aos animais, escolinhas de esportes, grêmio estudantil, passeios e lutas para se defender, etc.; Uma escola que não haveria notas, mas veria se o aluno aprendeu para passar para outro nível; Sem alunos briguentos, sem fofoqueiros e sem gazeadores; Com menos tempo de aula; Sem usar uniforme; Teria uma semana cultural livre; Com mais programas coisas diferentes, uma escola que tentasse mudar os idiotas, incentivasse-os a estudar com palestras etc.; Com um diretor bem capacitado e com tempo para efetuar suas atividades no colégio, professores qualificados, distribuição de livros importantes ao conhecimento e progresso do aluno, tudo o que essa escola não possui; Professores sérios, alunos responsáveis e com organização; Com autoridade e regras, porém, fazer atividades recreativas que envolva o conhecimento; Não seria um quartel general; Merenda melhor (ALUNOS, 2008).
O perfil do professor do Ensino Médio Do corpo docentes nove são do sexo masculino, onze do sexo feminino,
sendo que os professores em sua grande maioria se encontram na faixa de 30 a 50
anos. Quanto ao estado civil dos professores de ambos os sexos, 50% são casados,
15% são separados, um é viúvo, um declarou ter relacionamento estável e 30%
declararam solteiros. O maior percentual deles, 40%, não tem filhos.
Quanto ao tempo de magistério, 35% dos professores já exercem há dez
anos, igual percentual está a vinte anos de docência, e 20% ingressaram a 40 anos
na carreira docente. O maior número de professores (40%) de ambos os sexos em
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relação ao tempo de magistério, estão na escola entre dois a cinco anos. Desses
professores 55% trabalham em outra escola, e 90% deles não exercem outra
profissão. Quanto à renda familiar, 55% deles vivem com o salário de professor e o
restante possui outras rendas.
Quanto à formação quinze professores têm Especialização, um fez
Doutorado em Fitopatologia - Agronomia, outro tem Mestrado em Ciências da
Linguagem. As especializações cursadas na área de educação são: Educação
Ambiental, Educação Física Escolar, Psicopedagogia Religiosa, Educação de
Jovens e Adultos, Metodologia da Educação, Arte na Educação, Metodologia do
Ensino da Língua Portuguesa, Psicopedagogia, Metodologias inovadoras aplicadas
à Educação, Metodologia Científica, Análise ambiental e Ecologia Humana.
Quanto à participação em cursos e eventos oferecidos pela Rede Estadual de
Ensino, dezesseis professores afirmaram participação, sendo apontados como mais
significativos na opinião deles, os seguintes cursos: todos os cursos (DEB Itinerante,
Formação pedagógica, Motivação, do PDE, Congressos, entre outros) ofertados em
2006 e 2007 realizados em Faxinal do Céu ou no CETEPAR. Os professores
colocaram que os cursos ofertados pelo Estado instrumentalizam para a práxis
docente por que: Dão-nos subsídios e nos fortalecem pela troca de idéias e experiências entre colegas; Nos Grupos de estudos aos sábados, ou em reuniões relacionados a temas diversos e alguns específicos da área; Através, possibilitando aperfeiçoamento e mudanças na apresentação de conteúdos; Os encontros por disciplinas na hora atividade concentrada são muito bons e necessários ao aprendizado; Aperfeiçoamento em assuntos pouco discutidos nas faculdades, mudanças e novidades que podem ser úteis na sala de aula; Os cursos deram significados às práticas, mais reflexão no que tange ao direcionamento pedagógico e à identidade enquanto educador (PROFESSOR, 2008).
Para alguns professores os cursos da SEED não instrumentalizaram de forma
nenhuma, pois segundo eles, deixaram a desejar, com falhas de organização e no
desenvolvimento, tendo em vista o baixo aproveitamento deles, e três deles
afirmaram que nenhum curso foi significativo, que nada acrescentou. Há também
uma solicitação de cursos para os professores contratados pelo Programa de
Seleção Simplificada – PSS e também em relação ao Curso Técnico de
Administração – ADM, para os quais não foi oferecido aperfeiçoamento.
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Escola e as Relações Interpessoais Os professores apontaram dificuldades para atender os alunos, que
segundo eles se deve a muitos motivos, dentre os quais a desmotivação foi a mais
apontada, sendo que 60% deles atribuem a esse fator a causa das dificuldades. Em
seguida a indisciplina, com índice de 55%, a falta de atenção apontada por 50%, e
ausência dos pais e trabalhar com as diferenças cognitivas apontados com igual
índice de 35%. Aparece também como motivo de dificuldade no desenvolvimento do
trabalho docente a situação sócio-econômica dos alunos, com índice de 20%, e por
último o número de alunos em sala de aula, apontado por 15% deles.
Em relação a si próprio, os professores apontaram a jornada excessiva de
trabalho como fator de impedimento de melhor performance profissional, sendo
outros fatores também expostos, como a falta de: apoio da equipe técnico-
pedagógica, formação continuada para atendimento às dificuldades vivenciadas, e
recursos pedagógicos na escola.
Os professores frente às questões de conflitos entre alunos apresentam
vários encaminhamentos, como: preferem resolver eles mesmos os conflitos em
sala, outros preferem conversar juntos (professor e aluno) no setor pedagógico,
expressando que resolvem os conflitos buscando ser mediador, apaziguador,
melhorando e orientando e socializando/humanizando.
Segundo os professores as melhores formas de comunicar-se com os
alunos, são: ouvindo o que eles têm a dizer, trazendo novidades compatíveis como o
interesse e idades, buscando atender o que eles precisam e adaptando-se,
realizando freqüentemente dinâmicas de grupos e conversando sempre no final de
cada aula.
Acreditam o que mais influencia no comportamento do aluno são os
colegas, a família a mídia, tanto a escrita e a televisiva, especialmente a Globo, e
também segundo eles, eles mesmos, isto é, os professores também influenciam o
comportamento do aluno.
Na opinião dos professores é preciso envolver-se emocionalmente com os
alunos, nos assuntos pessoais e conflitos diversos para melhor atendê-los, apesar
de 45% deles acharem que não é necessário esse envolvimento, e segundo eles a
faixa etária mais crítica é dos quinze aos dezesseis anos.
A maior qualidade dos alunos adolescentes na opinião de alguns
professores é vitalidade, e criatividade, sendo para outros a esperança, ausência de
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vícios, curiosidade e contestação, senso de humor, sinceridade e críticidade. Porém,
a falta de responsabilidade e a displicência, apontados como piores defeitos dos
alunos adolescentes, em seguida a falta de limites, agressividade e a arrogância.
O olhar do professor sobre a escola onde trabalha Para os professores a sua escola é um ótimo ambiente de trabalho, com
grande potencial de crescimento, mas com alguns problemas que podem ser
solucionados. Também apontam a escola como organizada e os alunos de um modo
geral são participativos, com atendimento imediato em todos os setores e material.
Porém, apontam a necessidade de psicólogos, mais orientadores e pedagogos que
tratem com o aluno/família em contradição quando afirmam que ela está adequada à
clientela que se destina, e afirmaram sua satisfação em trabalhar nesse ambiente.
Há quem esteja satisfeito, mas com algumas restrições.
Muitos escolheram a escola para trabalhar pela localização, proximidade à
sua residência, por indicação de colegas professores, ou por outros motivos
elencados, como: a questão da vaga gente ao número de aulas da disciplina, o
número de alunos por sala, o problema com indisciplina controlável, ter bom diretor,
necessidade de mudança, afinidade com colegas e alunos, enfim até por ser uma
escola agradável.
Bom professor idealizado pelo professor O professor ideal na opinião do professor deveria ser interessado, detentor
do saber, mediador. Portanto, esse deve dominar muito bem o que sabe, com boa
voz, carisma e procurar transmitir o seu saber da melhor forma possível.
O professor ideal é aquele que incentiva os alunos para um futuro melhor,
profissional que está em constante busca de melhorias e que sabe aprender com os
erros. Também deve ser tolerante, comprometido com a proposta da escola,
deixando de lado o senso comum que permeia a prática da maioria. Colocaram
ainda que o docente deva ser dinâmico, criativo, acessível e atualizado, procurando
sempre se aperfeiçoar. Além disso, precisa ser idealista, artista com conhecimento,
com bom jogo de cintura e bom relacionamento, entusiasmado e otimista, trabalhar
metade da carga horária em aula e a outra em permanência para poder atender o
aluno no contra turno. Todos sentem que se tivessem um bom salário e bons cursos
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de capacitação poderiam atender as expectativas dos alunos inovando sempre a
prática pedagógica.
O aluno ideal na opinião do professor Na opinião do professor o aluno ideal é interessado e pergunta as dúvidas
em contradição aos que acham que o bom aluno é aquele que fica de boca calada e
presta atenção, anotando a matéria, procurando fazer os exercícios.
Colocam que aquele aluno que não gosta da matéria, deveria pelo ao
menos se esforçar. Porém, a quem afirme que o aluno não tem que achar nada,
nem tampouco participar de grêmios ou escolher diretor, pois a função dele é
estudar, e as demais atividades deveriam ser feitas fora da sala de aula.
São incríveis as diferenças de perfis apontados como bom aluno, pois o
ideal seria aquele que esteja motivado, comprometido, investigador, consciente,
responsável, dedicado e aberto para vivenciar todas as experiências passadas para ele. Questiona-se, como receber pronto pode estar aberto a vivenciar?
Há quem diga que a questão do aluno ideal passa pela maneira como o
professor conduz o processo de ensino e aprendizagem, pois, quando estes
encontram algo interessante, o objetivo de vir à escola é realmente para estudar e
aprender, pensando no futuro como cidadão participante na sociedade. Bem ao
contrário do professor que aponta como ideal o participativo e disciplinado, que
absorve bem o conteúdo, sem muitos problemas em família, definidos como
aplicado e bem comportado, isto é, com educação familiar.
A escola idealizada pelo professor
Caso fosse possível fazer uma escola diferente, a opinião dos professores é
que nela deveria haver mais participação dos pais/ou responsáveis, voltada para a
prática, conhecimentos necessários para o dia-a-dia do aluno, sem imposição, com
equipe de apoio com psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos e técnicos nas
diferentes áreas, integral com diversas atividades extras, com mais tecnologia para a
sala de aula e integraria a escola com o mundo do trabalho. Uma escola que além
da qualidade de ensino, proporcionasse aos alunos experiências novas, onde todos
estariam satisfeitos, buscando soluções compartilhadas com a direção, alunos,
família dos alunos e professores.
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Em contradição idealizam uma escola rigorosa, que se trabalhe com os
alunos as necessidades de refrear o comportamento, estudo e o conhecimento, com
ênfase no conteúdo, onde o aluno não apita nada, só o professor.
A leitura Regimento Escolar pelo professor Muitos professores afirmam não conhecer o Regimento Escolar na íntegra,
apenas fragmentos, quando apresentados na semana pedagógica no começo do
ano letivo, sentem necessidade de atualizá-lo a cada ano, para respaldar as
atividades da equipe de apoio das diferentes áreas.
Em contradição para outros, sendo considerado um documento puramente
formal e sem aplicação na prática, pouco conhecido pelos membros que fazem parte
da comunidade escolar, precisa sair do papel, necessário torná-lo conhecido para
que seja cumprido. Segundo alguns professores, não é um documento que está
acessível o tempo todo na escola e, “é a mesma papagaiada de sempre”, falam que
talvez em alguns aspectos possa ficar ainda até pior, se for conhecido dará mais
liberdade para os alunos.
A participação do professor na discussão para a elaboração do Regimento
Escolar foi pouca ou quase nenhuma, afirmação de cinco professores (25%), não
participaram, pois ele já tinha sido feito, ou muitos temas seguem a orientação do
Núcleo/SEED. Alguns sentem que deveriam ter participado mais ativamente, dentro
dos limites, segundo eles, foram poucos os encontros para a discussão do referido
documento, seria preciso realizar reuniões e leituras de textos. Outros sentem
necessidade de colocá-lo em discussão porque desejam um combate maior à
indisciplina dos alunos agressivos.
A escolha do título “Regimento Escolar: é necessário compreender para
atrender o que está prescrito nele”, aponta a necessidade em socializar na escola a
construção do mesmo, para que deixe de ser apenas um mero documento
burocrático, entendendo-se que (...) para a construção da gestão democrática e do processo de organização na Instituição Escolar, são necessárias intensas mobilizações dos envolvidos diretamente com ela, naturalmente incluindo-se aí as discussões para a elaboração do seu Regimento Escolar, já que orienta e normatiza os processos educativos e administrativos. Distante de tê-lo como mero instrumento burocrático, que serve só para cumprir ordens da mantenedora ou de outros órgãos, devemos interpretá-lo como meio em articulação com o Projeto Político-Pedagógico. É assim que o Regimento passa a ser reconhecido e efetivamente ter sentido para aqueles que fazem parte da comunidade escolar. (PRÉCOMA, 1998, p.5)
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Caminhos percorridos em 2009 Muitas coisas mudaram na escola, inclusive a Equipe de direção, então foi
necessário apresentar novamente o Projeto de Implementação para atual diretora
geral, depois para o diretor do turno da manhã, inclusive para a pedagoga do
referido turno que assumia a função naquele momento. Não houve nenhum
impedimento por parte de todos, quanto ao desenvolvimento do projeto na escola.
Durante a semana pedagógica foram abordados os temas referentes ao
Projeto Político-Pedagógico e Regimento Escolar, sendo apresentado aos
professores e funcionários o Projeto de Implementação Pedagógica e que seria
desenvolvido no decorrer do semestre, inclusive retomaríamos a discussão com os
professores que ainda não estavam na escola, pois são contratados no início do ano
letivo, aprovados por Processo Seletivo Simplificado – PSS.
Foi explicado que o material didático elaborado pela pedagoga/PDE,
constitui-se numa Unidade Temática denominada Regimento Escolar: necessário compreender para atender o que está prescrito nele. A opção pela escolha do
tema foi reforçada, após ter sido feito a pesquisa na escola, cujo levantamento de
dados confirmou que os professores não conheciam ou pouco conheciam o referido
documento.
Na medida em que o material didático foi trabalhado com os alunos em sala,
pela pedagoga/PDE que questionou a função do Regimento e do Projeto Político
Pedagógico (PPP) da escola. Foi esclarecido aos alunos que as escolas devem
atender o que está na lei vigente.
Após a promulgação da LDB (Lei de Diretrizes e Bases nº. 9.394,
20/12/1996), se intensificou a discussão em torno do Projeto Político Pedagógico
(PPP) ou Proposta Pedagógica para a escola. De acordo com o Artigo 12, Inciso I da
referida lei, (...) ”Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e
as do seu sistema de ensino, terão a incumbência de: (...) I - elaborar e executar sua
proposta pedagógica” (LDBEN, 1996).
O Projeto Político Pedagógico (PPP) passou a ser uma obrigatoriedade mais
explicita nessa lei, como parte de um processo de transformação do ensino público,
a atual LDB solicita que o documento seja elaborado de forma participativa com
todos os segmentos da comunidade escolar. Esse projeto deve ser guia de ação e
de gestão da escola, onde todos analisam coletivamente, definindo valores e
finalidades elegendo suas prioridades. Ele deve retratar a organização do trabalho
14
pedagógico escolar como um todo, em suas especificidades, níveis e modalidades
de ensino.
E com relação ao Regimento Escolar foi esclarecido que é um documento
fundamental para a organização pedagógica e administrativa da escola. Deve ser
construído coletivamente, evidenciando o compromisso dos profissionais que
vivenciam a realidade escolar, atendendo as peculiaridades da rede estadual de
ensino. É um documento que segue a legislação vigente aplicadas em todas as
escolas da rede pública estadual de ensino, e está em consonância com outras leis.
Nele encontram-se todas as normas e ações do coletivo escolar e deve ser
disponibilizado para toda a comunidade (ARCO-VERDE, 2007).
A escola está inserida numa sociedade que se constituíram historicamente,
com formas de organização, valores, normas e regras. É uma instituição que tem
como função social a apropriação do conhecimento, de forma a tornar possível a
compreensão da realidade e a atuação de maneira consciente sobre ela pelos
cidadãos que a compõem. Por sua vez, também precisa de regras e normas que
oriente seu funcionamento e a convivência entre os diferentes protagonistas que
nela atuam (ARCO-VERDE, 2007). Conforme a SEED - PR, (2007) o Regimento
Escolar
(...) estrutura, define, regula e normatiza as ações do coletivo escolar, haja vista ser a escola um espaço em que as relações sociais, com suas especificidades, se concretizam. Integrante de um sistema de ensino, em uma sociedade, a escola tem, no Regimento Escolar, a sua expressão política, pedagógica, administrativa e disciplinar e devem regular, no seu âmbito, a concepção de educação, os princípios constitucionais, a legislação educacional e as normas específicas estabelecidas pelo Sistema de Ensino do Paraná. (SEED-PR, 2007, p.10)
O Regimento Escolar se torna essencial, pois representa a concretude da
legislação vigente, regula de forma particular cada estabelecimento de ensino. É
nele que se estruturam as definições, que se configuram como as tomadas de
posição política, teórica e ideológica por todos da comunidade escolar. Para Arco-
Verde, (2007) O Regimento Escolar é um instrumento fundamental para a organização pedagógica e administrativa em nossas escolas. Nele evidenciam-se o compromisso dos profissionais que vivenciaram a realidade escolar e as peculiaridades da rede pública estadual de ensino e de cada instituição escolar em particular, colaborando para o êxito do trabalho escolar, com o compromisso de oferecer uma educação que valorize a permanência e a efetivação da aprendizagem do aluno. (in: SEED - PR, 2007, p.9).
15
O processo de construção do Regimento Escolar propicia o aperfeiçoamento
da qualidade da educação, no momento em que se define a responsabilidade de
cada um dos diferentes segmentos que compõem a instituição escolar, e quando
busca garantir o cumprimento de direitos e deveres da comunidade escolar.
Ele deve assegurar a gestão democrática, possibilitar a qualidade do ensino,
valorizar a comunidade escolar (através dos colegiados) e fazer cumprir as ações
educativas estabelecidas no Projeto Político - Pedagógico da Escola.
Na escola a elaboração do Regimento Escolar se dá a partir do referencial
teórico contido no Caderno de Apoio para a Elaboração do Regimento Escolar da
Secretaria do Estado da Educação do Estado do Paraná (2007). No qual se
encontram os princípios democráticos adotados na política do governo atual, e
servem como base para promover a discussão, a reflexão e a tomada de decisão
pelo coletivo da escola.
Todas as questões relativas ao desenvolvimento do processo ensino e
aprendizagem, estão regulamentadas no Regimento Escolar, porém para serem
legitimadas precisam da ciência de todos os protagonistas da escola, isto é,
precisam conhecer para atender o prescrito construído coletivamente.
Após fazer os esclarecimentos sobre o Projeto Político Pedagógico e o
Regimento Escolar para os alunos, foi colocado o quanto era importante eles
conhecerem esses documentos da escola, para saberem se posicionar mediante
situações que possam surgir durante a caminhada como estudantes.
Em seguida foi feita a leitura individualmente pelos alunos do material
didático elaborado a partir do Regimento, e posterior discussão coletiva sobre os
seguintes elementos constantes no mesmo, como:
- Avaliação, instrumentos avaliativos e recuperação “Quando o professor erra nas notas, qual é a forma correta para proceder?”
Eles foram orientados que primeiramente devem se dirigir ao professor na
tentativa de resolver o problema, caso haja necessidade devem conversar com a
pedagoga para interceder junto ao professor.
Em relação aos Instrumentos avaliativos, os alunos apontam que: “os
professores deveriam fazer provas de identificar o conhecimento como afirmações
falsas ou verdadeiras, pois afirmaram” e afirmam que “Alguns professores fazem
provas muito difíceis, porque não fazem sempre de marcar X, ou V ou F”. Na
16
concepção dos alunos esse modelo de prova é mais fácil. As provas que exigem
leitura, interpretação e formulação de respostas são mais difíceis.
Em resposta às questões levantadas sobre avaliação, instrumentos
avaliativos e recuperação foram explicados conforme o que está previsto no
Regimento Escolar do Colégio Bento Munhoz da Rocha Neto, na Seção X, que trata
da Avaliação da Aprendizagem, da Recuperação de Estudos e da Promoção. O
colocado no Artigo 110 é que “a avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao
processo ensino e aprendizagem, com a função de diagnosticar o nível de
apropriação do conhecimento pelo aluno”.
No Artigo 111 é previsto que “a avaliação é continua, cumulativa e
processual, devendo refletir o desenvolvimento global do aluno e considerar as
características individuais deste no conjunto dos componentes curriculares
cursados, com preponderância dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos”. E
no Parágrafo Único reza que “dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade
de síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização”.
Enquanto o Artigo 112 diz que “a avaliação é realizada em função dos
conteúdos, utilizando métodos e instrumentos diversificados, coerentes com as
concepções e finalidades educativas expressas no Projeto Político-Pedagógico da
escola”, e no “Parágrafo Único - é vedado submeter o aluno a uma única
oportunidade de avaliação, devendo ser realizados no mínimo três instrumentos por
bimestre” (RE, 2008).
“Recuperação - como deve ser feita?”
A recuperação de estudos é direito de todos os alunos, segundo o Artigo
118... ”A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível
de apropriação dos conhecimentos básicos” (RE, 2008).
E o Artigo 119 traz o seguinte texto: “A recuperação de estudos dar-se-à de
forma permanente e concomitante ao processo ensino e aprendizagem” (RE, 2008).
O Artigo 120 trata que ”a recuperação será organizada com atividades significativas,
por meio de procedimentos didático-metodológicos diversificados” (RE, 2008). No
Artigo 175, Inciso XV o prescrito é ”ter assegurado o direito à recuperação de
estudos no decorrer do ano letivo, mediante metodologias diferenciadas que
possibilitem sua aprendizagem” (RE, 2008).
- Número de aulas, freqüência e reposição. “Porque algumas disciplinas têm muitas aulas e outras não”?
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Nesse caso a escola segue orientações da SEED/PR quanto à elaboração
da Matriz Curricular para todas as modalidades de ensino. No que se refere à
freqüência, o Regimento do Colégio no Artigo 123 diz que “a promoção é o resultado
da avaliação do aproveitamento escolar do aluno, aliada à apuração da sua
freqüência” (RE, 2008).
Para a promoção do aluno o Artigo 124 diz que ”na promoção ou certificação
de conclusão, para os anos finais do Ensino Fundamental e Médio, a média final
exigida é 6,0 (seis vírgula zero), observando a freqüência mínima exigida por lei”
(RE, 2008).
Ainda em relação à freqüência o Artigo 126, Incisos I e II, traz que Os alunos dos anos finais do Ensino Fundamental, do Ensino Médio e da Educação Profissional, serão considerados retidos ao final do ano letivo quando apresentarem: Freqüência inferior a 75% (setenta e cinco por cento) do total de horas letivas, independentemente do aproveitamento escolar”; ou ”Freqüência superior a 75% (setenta e cinco por cento) e média anual inferior a 6,0 (seis vírgula zero) em cada disciplina (RE, 2008).
“Reposição de aula é obrigatório? Como deve ser feito?”
O estabelecimento de ensino atende o que está previsto na LDBEN nº
9394/96 na elaboração do Calendário Escolar, e no Artigo 24, Inciso I, que prescreve
que A educação básica, nos níveis fundamental e médio, será organizada de acordo com as seguintes regras comuns quanto à carga horária mínima anual que será de 800 (oitocentas) horas distribuídas por um mínimo de 200 (duzentos) dias de efetivo trabalho escolar excluindo o tempo reservado aos exames finais quando houver (LDBEN, 1996).
Analisando o dispositivo da LDB quanto à reposição de aula é obrigatório.
Normalmente quando há necessidade de reposição de aulas, são seguidas as
orientações do Núcleo Regional de Educação (NRE) ou da Secretaria do Estado da
Educação do Paraná (SEED/PR.)
No Regimento Escolar do Colégio, no Artigo 151 está colocado que O Calendário Escolar será elaborado anualmente, conforme normas emanadas da SEED e, pelo estabelecimento de ensino, apreciado e aprovado pelo Conselho Escolar e, após, enviado ao órgão competente para análise e homologação, e ao final de cada ano letivo anterior à sua vigência (RE, 2008).
No Artigo 152 trata da garantia do mínimo de horas e dias letivos previstos
para cada nível e modalidades de ensino, conforme legislação vigente. O Regimento
Escolar na Seção I, dos Direitos dos alunos, no Artigo 175, Inciso I diz da
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obrigatoriedade de ”ter reposição das aulas quando da ausência do professor
responsável pela disciplina” (RE, 2008).
- Faltas, atestado médico e afastamento para tratamento de saúde “Qual é o número de faltas que reprova?”
Conforme já foi relatado, para o aluno ser promovido é obrigatório ter a
freqüência igual ou superior a setenta e cinco por cento (75%) do total de horas do
período letivo.
“Alguns professores não aceitam apenas uma justificativa e nem sempre é
possível apresentar o atestado médico. Então como fica a falta”?
É direito do aluno conforme o Artigo 175, Inciso XXIV, de ”realizar as
atividades avaliativas, em caso de falta às aulas, mediante justificativa e/ou atestado
médico”. Sendo que no “afastamento por gestação ou outros problemas de saúde as
atividades devem ser desenvolvidas em domicilio do aluno” (RE, 2008).
No Inciso XXVI está prescrito que o aluno deve “Receber atendimento
educacional hospitalar, quando impossibilitado de freqüentar a escola por motivos de
enfermidade, em virtude de situação de internamento hospitalar” (RE, 2008). Nesse
caso é necessário a família entrar em contato com a escola o mais rápido possível
para comunicar onde o aluno está internado, dessa forma possibilita à escola dar os
encaminhamentos necessários. Hoje existe um Sistema de Atendimento à Rede de
Escolarização Hospitalar (SHARE). Cabe ao responsável pelo SHARE na escola,
preencher a Planilha Informativa Situacional do Aluno e enviar via Núcleo Regional
de Educação (NRE), para que o aluno possa ser atendido durante o período em que
estiver hospitalizado em hospitais conveniados. O (a) pedagogo (a) acompanha todo
o processo, compete ao professor à elaboração das atividades, respeitando a
situação do aluno.
A participação da família é muito importante nesse processo, pois será o elo
entre a escola e o aluno, solicitando, buscando e entregando as atividades
desenvolvidas pelo mesmo após a alta médica.
- Informação sobre notas e faltas “O professor é obrigado a informar sobre nossas notas e faltas”?
“Porque alguns professores não informam?”
Nesse caso é necessário procurar o pedagogo ou a direção da escola e
explicar o ocorrido. Pois é dever do professor segundo o Artigo168, Inciso XIII
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“informar pais ou responsáveis e os alunos sobre a freqüência e desenvolvimento
escolar obtidos no decorrer do ano letivo” (RE, 2008)
Ao aluno que presta serviço militar é assegurado o abono de faltas no Artigo
108 É assegurado o abono de faltas ao aluno que estiver matriculado em Órgão de Formação de reserva e que seja obrigado a faltar a suas atividades civis, por força de exercícios, ou manobras, ou reservista que seja chamado para fins de exercício de apresentação das reservas ou cerimônias cívicas, do Dia do Reservista (RE, 2008).
No Artigo 109 diz que “a relação de alunos, quando menores de idade, que
apresentarem quantidade de faltas acima de 50% do percentual permitido em lei,
será encaminhada ao Conselho Tutelar do Município ou ao Juiz competente da
Comarca e ao Ministério Público” (RE, 2008).
Cabe à equipe pedagógica da escola fazer o levantamento das faltas dos
alunos com menos de dezoito anos, preencher a ficha (FICA) e encaminhar via NRE
para que sejam tomadas as providências cabíveis.
- Dispensa em Educação Física “Dispensa em Educação Física, como acontece?”
A Lei Federal nº 10.793, de 1º.12.2003, altera a redação do art. 26,
parágrafo 3º, e do art. 92 da LDBEN 9394/96.
A partir dessa data, no Artigo 26, é previsto que Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter base comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e clientela (BRASIL, 2003).
E no Parágrafo 3º Incisos I a VI A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente curricular obrigatório da educação básica, sendo sua prática facultativa ao aluno “... “que cumpra jornada de trabalho igual ou superior a seis horas;”... “maior de trinta anos de idade;”... “que estiver prestando serviço militar inicial ou que, em situação similar, estiver obrigado à prática de educação física;”... “Amparado pelo Decreto Lei 1044, de 21 de outubro de 1969;” ... “que tenha prole” (BRASIL, 1996).
- Atraso na entrada tanto do professor quanto do aluno
“Deveriam dar alguns minutos de tolerância”.
“Os atrasos acontecem por parte do professor também e quando o professor
chega atrasado, o que acontece com ele”?
Existem normas previstas para cada caso. É dever do professor conforme o
Artigo 168, Incisos XVII e XVIII
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Ser assíduo, comparecendo pontualmente ao estabelecimento de ensino nas horas efetivas de trabalho e, quando convocado,para outras atividades programadas e decididas pelo coletivo da escola, comunicar, com antecedência, eventuais atrasos e faltas (RE, 2008).
- Direito a participação O aluno coloca que: “Me candidatei à representante de turma, e fui barrado -
acho que foi discriminação”!
O direito do aluno a se candidatar a representante conforme o Artigo 175,
Inciso IV, deve Ser respeitado, sem qualquer forma de discriminação; e no Inciso XXI... ”Ter assegurado o direito de votar e/ou ser votado como representante no Conselho Escolar e associações afins (RE, 2008).
“Quem pode participar da eleição para aluno representante do grêmio
estudantil”?
Conforme o Caderno da SEED/PR que orienta a formação do Grêmio
estudantil na Rede Estadual de Ensino do Paraná, o estatuto para o mesmo consta
no Artigo 35 que diz que: “São elegíveis para os cargos da Diretoria todos os
brasileiros natos ou naturalizados matriculados e freqüentes”. No Parágrafo Único
está regulamentado que “para o cargo de presidente o aluno não pode estar
cursando o 3º ano do Ensino Médio aluno pode se candidatar para representante do
mesmo”. E no Artigo 36 diz, “são considerados eleitores todos os estudantes os
matriculados e freqüentes” (SEED, 2008).
- Desrespeito “Agressão verbal tanto por parte de professor/aluno ou aluno/aluno, pode o
professor agredir o aluno verbalmente”?
Tanto o aluno quanto o professor têm direito de ser respeitado conforme
prevê o Regimento Escolar: São deveres do Aluno conforme o que está previsto no
Artigo 176, Inciso X que se deve “tratar com respeito e sem discriminação
professores, funcionários e colegas”; sendo vedado ao docente, à equipe
pedagógica e a direção, conforme previsto no Artigo 169, Incisos III e IV:
Discriminar, usar de violência simbólica, agredir fisicamente e/ou verbalmente qualquer membro da comunidade escolar, e expor colegas de trabalho, alunos ou qualquer membro da comunidade escolar em situações constrangedoras (RE, 2008).
“É feito registro em Ata”?
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O registro em Ata é feito quando há descumprimento das normas que estão
no Regimento Escolar, conforme o Artigo 170, onde diz que “serão apurados,
ouvindo os envolvidos e registrando-se em Ata, com as respectivas assinaturas”.
“Quando alguém se recusa assinar o registro?”
Se houver recusa por parte dos envolvidos em assinar o registro em Ata,
pedimos assinaturas de testemunhas.
- O Ensino e a Aprendizagem Segundo o Projeto Político Pedagógico do Colégio Bento Munhoz, o ensino
não pode ser considerado apenas como instrumento para o desenvolvimento do
processo de transmissão do conhecimento produzido. A tarefa central do ensino,
para a contextualização da nova forma de organização do trabalho pedagógico, é
proporcionar oportunidades didáticas para que a aprendizagem ocorra por
compreensão. Exige o preparo, compromisso e responsabilidade do educador.
Ensinar para a compreensão significa a existência de uma estreita relação
professor e aluno. O ensino não existe por si mesmo, mas na relação com a
aprendizagem, sendo esta concebida como um processo de assimilação, apreensão
de determinados conhecimentos, habilidades intelectuais e psicomotoras, atitudes e
valores, organizados e orientados. É também uma atividade intencional, planejada e
dirigida, e não algo casual e espontâneo. A aprendizagem é a atividade do aluno de
assimilação/apreensão/produção de conhecimento (PPP, 2008, P.26).
Algumas dúvidas foram levantadas pelos alunos, em relação a “Dificuldade
da turma x aprendizagem”, “Como recorrer” e “Com quem falar?”
Em resposta, foi dito a eles que em primeiro lugar, devem conversar com o
professor da disciplina. Se o problema continuar é necessário procurar pela equipe
pedagógica e relatar situação. Pois cabe ao pedagogo acompanhar o processo
ensino-aprendizagem.
- Outros questionamentos foram feitos pelos alunos em relação às normas contidas no Regimento escolar
“Uso do celular na escola e na sala de aula pelos alunos”?
“E o professor pode usar” ?
Conforme o Regimento Escolar, o uso do celular é vedado para os
professores e alunos no Artigo 169, “é vedado ao professor” e no Inciso X do
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mesmo, complementa: “Utilizar-se, em sala de aula de aparelhos celulares,
recebendo e fazendo chamadas telefônicas” (RE, 2008).
O Artigo 177 refere-se ao que é vedado ao aluno, no Inciso VI, ”Trazer e/ou utilizar na escola, salvo quando solicitado pelo professor, objeto(s) de natureza estranha ao processo pedagógico, tais como: eletroeletrônicos, telefone celular, baralhos, figurinhas, perfumes, maquiagem, inalantes, cigarro, fósforo, isqueiros, bebida alcoólica, chicletes, salgadinhos, livros e revistas, jogos eletrônicos e afins” (RE, 2008).
No Artigo 176, Inciso XVIII do Regimento Escolar está colocado que, “o
aluno deve trazer para a escola somente os materiais pertinentes às atividades
escolares e/ou solicitados, sob pena de retenção do material estranho ao trabalho
pedagógico” (RE, 2008).
“Porque alguns professores implicam com o uso de gorro ou boné pelos
alunos”?
Conforme o legislado acima, o aluno deve trazer para a escola somente o
material escolar, caso a professora de Educação Física tenha solicitado que os
alunos tragam gorro ou boné, devido à exposição ao sol ou ao frio, o uso deve ser
restrito a àquela aula.
“Namoro na escola, pode?”
O aluno vem para a escola para aprender, ou seja, adquirir conhecimento
científico. Reforçando essa idéia, busca-se no Regimento Escolar, conforme previsto
no Artigo 177 é vedado ao aluno, no Inciso II, ”ocupar-se, durante o período de aula,
de atividades contrárias ao processo pedagógico” (RE, 2008). Então, namorar é uma
atividade que deve ocorrer em espaço diferente ao processo pedagógico.
Em relação ao uso do uniforme foram levantadas várias questões pelos
alunos: “Uso do uniforme é obrigatório somente no diurno, porque no período noturno não é?”. “O professor também deveria usar uniforme, se o uniforme é obrigatório para o aluno deveria ser para o professor também”; “Nós não deveríamos usar uniforme” (ALUNOS, 2008).
No Regimento Escolar quanto o uso do uniforme no Artigo 176, Inciso XIX
diz que é dever do aluno “Comparecer à escola devidamente uniformizada no
período diurno, conforme o padrão estabelecido em Assembléia anual de Pais,
Professores e Funcionários, e decisão de Conselho de Escola” (RE, 2008). O uso do
uniforme pelo professor não é obrigatório, se fosse estaria legislado no Regimento
Escolar, e todos deveriam usar.
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Quanto ao respeito às normas os alunos afirmaram que “Botar ordem é
preciso!”, e indagaram: “Quando é necessário encaminhar para outras instâncias?” e
“Como proceder quando o aluno é menor de idade e quando é maior de idade”?
Na Seção IV - Das Medidas Pedagógicas Disciplinares, o Artigo 178, Inciso
VII, prescreve que Encaminhamento do caso para apreciação e providências cabíveis junto ao Conselho Tutelar, que poderão incluir mudança de turma e/turno, quando houver vaga, e de estabelecimento com ciência e assinatura dos pais e ou responsáveis, se menor de idade (RE, 2008).
No Inciso VIII está posto quanto às responsabilidades na tomada de
medidas disciplinares, em relação aos alunos “esgotadas as possibilidades no
âmbito do estabelecimento de ensino, será encaminhado ao Conselho Tutelar,
quando criança ou adolescente e ao Ministério Público, para tomada das
providências cabíveis” (RE, 2008). E o Artigo 179 prevê que “o aluno que estiver
com conduta irregular e estranha ao ambiente ou portando arma ou objeto que
coloque em risco a integridade física sua e/ou de outrem, por caracterizar ato
infracional, será encaminhado imediatamente aos órgãos competentes” (RE, 2008).
Quanto aos atos ilícitos praticados pelos alunos, o SHELB, (2004) diz que O ato ilícito praticado por adolescente, descrito na legislação penal como crime ou contravenção penal, denomina-se ato infracional. Para fins legais, uma pessoa entre zero e 12 anos incompletos é criança; entre 12 anos completos e 18 anos incompletos é adolescente. A partir da zero hora do dia do seu aniversário de 18 anos o jovem deixa de ser adolescente e passa a ser adulto. (SHELB, 2004, p.67)
Quando o ato ilícito for praticado por uma criança, o Estatuto da Criança e do
Adolescente – ECA, (Lei nº. 8.069/90) em seu Artigo 101, determina a aplicação de
medidas de proteção, tais como: (...) encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; orientação, apoio e acompanhamento temporários; matrícula e freqüência obrigatória em estabelecimento de ensino fundamental; inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; abrigo em entidade; colocação em família substituta (ECA, 1990).
O Estatuto da Criança e do Adolescente prevê a aplicação de medidas
socioeducativas para o jovem que comete um ato infracional. As atuações são mais
rigorosas e têm caráter pedagógico, são dirigidas ao adolescente e à sua família.
As medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do
Adolescente (Artigo 112, Incisos I a VI) são as seguintes: advertência; obrigação de
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reparar o dano; prestação de serviços à comunidade; liberdade assistida; inserção
em regime de semiliberdade; internação em estabelecimento educacional; qualquer
um das medidas previstas no Artigo 101; Incisos I a VI (ECA, 1990).
Atividade desenvolvida com o Grupo de Trabalho em Rede
Os Grupos de Trabalhos em Rede - GTR - constituem-se numa atividade do
Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, caracterizada pela interação
virtual entre o professor PDE e os demais professores da Rede Pública Estadual.
Faz parte do Programa de Formação Continuada em Educação/SEED-PR.
O GTR possibilitou a formação continuada aos professores da referida rede,
um espaço de estudos sobre especificidades da realidade escolar, pelo
aprofundamento e trocas de idéias nas áreas de conhecimento, possibilitando a
socialização do Projeto de Intervenção do professor PDE com os outros professores
da Rede. Teve início em 03/11/2008 e terminou em 21/06/2009.
Durante o desenvolvimento do GTR houve interação do professor PDE com
os cursistas durante o desenvolvimento do Projeto de Implementação e a aplicação
do Material Didático desenvolvido. Nesse processo de interação foi possível
perceber que os problemas da rede eram comuns, e os encaminhamentos
pedagógicos puderam ser enriquecidos pelas experiências vividas pelos grupos.
Conclusão
Este trabalho tornou possível identificar as diferentes práxis pedagógicas
presentes no cotidiano escolar na ótica do professor e do aluno. Inicialmente foi
diagnosticadas as representações dos protagonistas em relação à escola, a
educação, formação, relações interpessoais, identificado seus posicionamentos
frente aos princípios normativos presentes no Regimento Escolar. Foi possível traçar
o perfil dos mesmos e seus posicionamentos como sujeitos partícipes desse
processo.
O que deve ser ressaltado quanto ao aluno, encontra-se na faixa etária
entre 14 a 18 anos, verificou-se também que poucos interrompem seus estudos,
pois consideram importante para seu futuro. Quase todos residem com os pais,
sendo a renda média familiar entre 3 a 5 salários mínimos, e mais da metade desses
alunos nunca trabalharam.
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Quanto ao professor que temos, a maioria encontra-se na faixa etária de 40
a 50 anos, a metade deles são casados, sendo que em maior número não têm
filhos. A maioria dos professores ingressaram no magistério entre 2 a 5 anos atrás,
desses 90% não exercem outra profissão, e 55% vive só com salário do professor.
Sendo que a maioria deles têm curso de Especialização, um tem Doutorado e outro
Mestrado. Afirmam eles, que participam dos cursos dos cursos ofertados pelo
Estado, e a maioria acha os cursos significativos para sua profissão,
instrumentalizando-os para a práxis do docente. Escolheram a escola para trabalhar
pela sua localização e proximidade de casa, outros por indicação, alguns tiveram
outras opiniões.
Analisando as representações dos alunos em relação à escola, segundo
eles, é um lugar para ensinar e aprender, onde se constrói o futuro, com ambiente
agradável, e local onde se encontram os amigos. Para outros a escola está um
pouco bagunçada, mal cuidada, um pouco chata, uma cadeia cercada de grades,
falta disciplina e poderá melhorar em 2009, com a nova direção. Mais da metade dos
alunos escolheu estudar nessa escola pela proximidade de casa, e outros pela
localização. O aluno do Ensino Médio espera da escola certificado, conhecimento e
o ingresso à universidade, e entre outros motivos a melhoria do ensino.
O aluno gostaria de ter um professor responsável, divertido, que saiba
explicar, que tenha autoridade, dinâmico, que de aulas interativas e faça uso das
tecnologias.
O professor ideal na opinião dos professores é aquele que trabalha além da
sala de aula, comprometido, dinâmico, criativo, acessível e atualizado, entusiasta,
otimista, inovador. Está sempre pronto para atender as expectativas dos alunos.
Analisando as representações do professores em relação às dificuldades
encontradas para atender seus alunos, constata- se que eles apresentam
encaminhamentos diferenciados, uns encaminham seus alunos para o setor
pedagógico, e outros preferem resolver os problemas sala de aula. Os professores
acham que a melhor forma de comunicar-se com os alunos é ouvindo o que eles
têm a dizer, trazendo novidades realizando dinâmicas de grupos e conversando no
final da aula. Acreditam que a família, a mídia e eles próprios, é que mais
influenciam no comportamento dos alunos. Para os professores a faixa etária mais
crítica e dos 15 aos 16 anos.
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Na opinião dos alunos o aluno ideal, é estudioso, responsável, inteligente,
alegre, experto, participativo, deixa o professor explicar, respeita e obedece as
regras.
Para alguns professores o aluno ideal é interessado, esforçado,
comprometido, investigador, consciente, responsável e participativo. Outros
disseram que o aluno ideal é disciplinado, aplicado e bem comportado.
Porém, há professor que acha o aluno ideal, é aquele que fica de boca
calada, presta atenção, anota a matéria e procura fazer os exercícios. Há também
os que disseram que o aluno não tem que achar nada e nem participar de nada.
Percebe-se então que existe divergências de opiniões entre os professores em
relação ao perfil do aluno ideal.
Na concepção do aluno a escola ideal seria onde os mesmos pudessem ter
opinião própria, com Cursos Profissionalizantes, sem notas, sem alunos briguentos,
fofoqueiros e gazeadores, com menos tempo de aula, sem uniforme, aberta à
comunidade. A escola ideal teria diretor capacitado, professores sérios e alunos
responsáveis, seria organizada, com regras, porém com atividades recreativas, mas
não seria um quartel general.
Para os professores a escola ideal seria diferente, com mais participação
dos pais, voltada para a prática, trabalhando conhecimentos necessários para o dia-
a-dia do aluno, com equipe de apoio em diversas áreas, com mais tecnologias. Bem
como, uma escola integrada ao mundo do trabalho, com qualidade de ensino
buscando soluções compartilhadas. Em relação ao Regimento Escolar os
professores afirmaram não conhecer o referido documento, e os que afirmam
conhecê-lo, conhecem pouco, o que reforçou a necessidade de trabalhar o material
didático abordando esse tema. Os alunos também não conheciam o referido
documento e poucos ouviram falar sobre ele.
Sendo assim, este trabalho serviu de base para melhor refletir os aspectos
relacionados ao Regimento Escolar, compreendendo a tomada de decisão no dia-a-
dia do ambiente escolar. O texto apresentado apontou para a necessidade de
conhecer o que está prescrito no Regimento Escolar, levando aos docentes e alunos
a cumprir seus deveres e a fazer valer seus direitos.
Com a elaboração do material didático e a sua aplicação promoveu reflexão,
de maneira democrática e vem contribuir para tomada de decisão dos envolvidos na
orientação caso surjam dúvidas ou conflitos no ambiente escolar.
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Finalizando, é importante ressaltar, este tema, devido à sua importância,
não esgota aqui. Deve ser aprofundado e trabalhado, de maneira que seja levado ao
conhecimento de todos os envolvidos no ambiente escolar.
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