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1 Caderno de Contratos (Felipe Alves) – Prof. Scaff – 2 a Prova 20.09.2010 Arras ou sinal Podem ter o objetivo de informar as partes e confirmar a disposição das partes de firmar o contrato e que o conteúdo final foi alcançado. Constituem uma importância em dinheiro, uma coisa dada por uma parte à outra. Um de seus objetivos é gerar a presunção de que as partes alcançaram o acordo final e confirmar a obrigatoriedade do contrato, aumentando-lhe a força vinculatória. Além da finalidade confirmatória, têm a finalidade da possibilidade de gerar arrependimento. O valor das arras equivale a uma indenização paga pela parte arrependida à outra parte. Se for a parte que recebeu as arras que se arrependeu, devolve, em dobro, as arras à outra parte. Assim, as arras geram presunção, comprometem, e geram a possibilidade de arrependimento. Arras confirmatórias têm o objetivo de demonstrar a conclusão final das vontades. Arras penitenciais estabelecem a possibilidade do desfazimento do negócio mediante devolução em dobro, de um lado, ou perdimento das arras, de outro. Obs.: art. 417-420, CC. É um pacto acessório, não necessário. Se existir, é um pacto acessório. Sua existência depende da existência de um contrato principal. Sua natureza é real: não basta o mero consenso, efetiva-se pela transferência real. Estipulação em favor de terceiros Obs.: arts. 436 a 438. CC. Ocorre quando num contrato as partes ajustam que a vantagem resultante desse mesmo contrato reverterá em benefício de terceiro estranho ao mesmo ajuste e nele não representado. As três figuras são o estipulante, que obtém do promitente a promessa de gerar vantagem para o beneficiário. Parte Especial Compra e Venda Obs.: contrato é o instrumento jurídico de operações econômicas. Conceito Uma das partes – vendedor –, se obriga a transferir a propriedade de uma coisa a outra – o comprador –, recebendo em contraprestação determinada soma em dinheiro. Seu fim específico é a alienação de um bem. No nosso modelo, tal contrato gera efeitos ... (??)

DCV0212 - Fontes Das Obrigações I - Scaff - Felipe Alves (182-13) - 2o Bim

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Caderno de Contratos (Felipe Alves) – Prof. Scaff – 2a Prova

20.09.2010 Arras ou sinal Podem ter o objetivo de informar as partes e confirmar a disposição das

partes de firmar o contrato e que o conteúdo final foi alcançado. Constituem uma importância em dinheiro, uma coisa dada por uma parte

à outra. Um de seus objetivos é gerar a presunção de que as partes alcançaram o

acordo final e confirmar a obrigatoriedade do contrato, aumentando-lhe a força vinculatória.

Além da finalidade confirmatória, têm a finalidade da possibilidade de gerar arrependimento. O valor das arras equivale a uma indenização paga pela parte arrependida à outra parte. Se for a parte que recebeu as arras que se arrependeu, devolve, em dobro, as arras à outra parte.

Assim, as arras geram presunção, comprometem, e geram a possibilidade de arrependimento.

Arras confirmatórias têm o objetivo de demonstrar a conclusão final das vontades.

Arras penitenciais estabelecem a possibilidade do desfazimento do negócio mediante devolução em dobro, de um lado, ou perdimento das arras, de outro.

Obs.: art. 417-420, CC. É um pacto acessório, não necessário. Se existir, é um pacto acessório.

Sua existência depende da existência de um contrato principal. Sua natureza é real: não basta o mero consenso, efetiva-se pela transferência real.

Estipulação em favor de terceiros Obs.: arts. 436 a 438. CC. Ocorre quando num contrato as partes ajustam que a vantagem

resultante desse mesmo contrato reverterá em benefício de terceiro estranho ao mesmo ajuste e nele não representado.

As três figuras são o estipulante, que obtém do promitente a promessa de gerar vantagem para o beneficiário.

Parte Especial Compra e Venda Obs.: contrato é o instrumento jurídico de operações econômicas. Conceito Uma das partes – vendedor –, se obriga a transferir a propriedade de uma

coisa a outra – o comprador –, recebendo em contraprestação determinada soma em dinheiro.

Seu fim específico é a alienação de um bem. No nosso modelo, tal contrato gera efeitos ... (??)

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A legitimação se refere ao fato de que em dadas circunstâncias uma pessoa fica impedida de celebrar NJ com certas pessoas. O ascendente não pode, a princípio, vender para descendente, pois poderia representar dano em relação ao outros herdeiros. O falido não pode vender. Outro que não pode vender é o condômino de coisa indivisível sem oferecer antes aos outros condôminos. O cônjuge só pode vender algo se houver concordância do outro cônjuge (isso na maior parte dos regimes de bens).

Obs.: arts. 1647, 1656, CC. Elementos essenciais O objeto pode ser um bem corpóreo ou incorpóreo, coisas presentes ou

futuras e coisas próprias ou alheias. Obs.: no caso de coisa alheia, a venda é condicionada. A venda “a non domino” é aquela venda impossível em virtude da coisa

não poder ser adquirida. O preço é a quantia que o comprador se obriga a pagar ao vendedor.

Deve ser em dinheiro, ao menos em sua maior parte. O preço deve ser sério, certo e determinado ou determinável. As partes podem arbitrar entre si o preço ou encarregar terceiro para isso. O preço deve ser pago em moeda corrente nacional. O terceiro elemento é o consenso. 21.09.2010 O contrato de compra e venda, em regra, é comutativo. Contudo, existem

casos de ser aleatório. Pode-se fazer a venda de coisa futura, correndo o comprador o risco de

ela não existir. Pode ser que haja dúvida quanto à quantidade dessa coisa futura.

Também é possível que a coisa seja existente, mas sujeita a riscos, os quais são assumidos pelo comprador.

Coisas incertas, perecíveis e de quantidade variável são referidas em contratos aleatórios.

Obrigações do vendedor Entrega com ânimo de transferir a propriedade é obrigação do vendedor.

O lugar é onde estiver a coisa (art. 493, CC). Se não houver disposição em contrário, a entrega é imediata.

Obs.: cláusulas padrões internacionais O vendedor entrega a coisa garantindo a idoneidade da coisa. Também

entrega-a com garantias, como a contra vícios redibitórios e a evicção. Mas isso pode ser afastado pelas partes.

Obrigação do comprador É o pagamento do preço. Riscos

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Até o momento da tradição, os riscos correm por conta do vendedor, e após, do comprador. Em caso de mora do vendedor, os riscos caem sobre ele.

Modalidades especiais Venda “ad corpus” é aquela em que o preço não é fixado em razão da

proporcionalidade da medida do imóvel. Se a área real for diferente, não há alteração do preço.

Venda “ad mensuram” é aquela em que o preço é proporcional à área do imóvel.

Vendas a vista de amostras, protótipos ou modelos são aquelas em que o restante do produto deva ser igual ao apresentado na amostra ou protótipo ou modelo. Eventual diferença pode desfazer o negócio.

Pactos adjetos São regras especiais que vão modificar a fisionomia do contrato de

compra e venda, submetendo-o a regras particulares. Pacto de retrovenda (arts. 505 a 508, CC) é aquele em que o comprador

se obriga a revender ao vendedor a coisa comprada, ou seja, o vendedor exige que a revenda futura seja feita em seu favor.

O resgate seria uma retrovenda mais intensa. Seria uma cláusula de natureza potestativa garantida ao vendedor.

Obs.: cláusula potestativa é aquela que a parte pode fazer algo sem autorização da outra parte.

O prazo é de no Maximo três anos para a retrovenda. O prazo é decadencial (perde-se o direito), ou seja, não pára por nada.

O pacto de retrovenda só vale para imóveis. Os efeitos dessa disposição valem, a princípio, para as partes. O registro

faz valer para terceiros. Venda a contento é aquele negócio em que o sujeito vende de modo

subordinado à satisfação do comprador. Se o comprador não gostou, pode devolver (art. 509, CC). É uma questão subjetiva.

Venda sujeita à prova (art. 510, CC) é aquela em que as qualidades foram declaradas pelo vendedor. Se essas qualidades não foram provadas, o comprador pode devolver.

São direitos intransmissíveis. Preempção estabelece um direito de preferência em relação ao vendedor

quando o comprador decide vender a coisa (art. 513, CC). 27.09.2010 A retrovenda só se aplica aos imóveis. Na preempção, prova-se mediante notificação prévia, ou seja, o novo

vendedor originário as condições para que este exerça seu direito de preferência. O modo de evitar a invalidade é a notificação prévia. Esse pacto adjeto é um ônus que paira sobre o imóvel, constando na matrícula deste.

Alguns outros contratos também geram o direito de preferência, como a locação.

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O ônus da notificação cabe ao novo vendedor. Pacto do melhor comprador, que está omitido do CC, é aquele que, em

determinado prazo, se alguém oferecer melhor proposta, a venda anterior se desfaz. Os efeitos são produzidos até que a melhor oferta seja feita. Trata-se de condição resolutiva.

Pacto comissório é uma cláusula expressa que determina a resolução do contrato caso o comprador não cumpra certas obrigações até determinada data. É a expressão de algo implícito aos contratos bilaterais ou sinalagmáticos.

Venda com reserva de domínio (art. 521) é aquele em que apenas a posse é transferida. Vale apenas para bens móveis. A transferência da propriedade só ocorre com o cumprimento total do contrato. A idéia é preservar a salvaguarda maior que é dada ao proprietário. Em caso de descumprimento do comprador, o proprietário pode intentar uma ação possessória.

Contrato Estimatório (arts. 534-537) É um tipo diferente de contrato. Nesse caso, o comprador pode ou vendar a coisa móvel comprada,

restituindo ao vendedor o seu valor, ou devolver ao vendedor a coisa em questão.

Promessa de Compra e Venda É uma aberração no nosso sistema jurídico, que é o sistema romano, ou

seja, que distingue o título do modo de transmissão da propriedade. Promessa é um pré-contrato ou contrato preliminar, cujo fim é a

celebração do contrato principal. O descumprimento do pré-contrato levaria às perdas e danos.

Compromisso de c/v seria uma modalidade diferente. A promessa pode ser de venda ou de compra. Na formação, é bilateral.

Quanto aos efeitos, se de compra ou se de venda, será unilateral, ou, se de compra e venda, será bilateral.

A promessa se resolveria em perdas e danos. A opção permitiria a execução específica – realização da obrigação contratual por ordem judicial. Essa distinção foi quase suprimida do código (arts. 463-4, 466, CC).

Contrato preliminar de compra e venda seria essa promessa bilateral com cláusula de arrependimento.

Compromisso de c/v não é contrato preliminar, pois existe a possibilidade legal de substituir o contrato preliminar por sentença judicial de natureza constitutiva (efeitos produzidos a partir daí) e ao promissário comprador é atribuído um direito real (arts. 1417-1418, CC).

Portanto, o compromisso tem natureza de direito real. Gera-se, inclusive, direito de seqüela.

Obs.: súmula 76 do STJ, súmula 84 do STJ, súmula 239 do STJ. Uma vez investido da posse do bem, o titular pode usá-lo sem restrições

e fruir de suas utilidades. O direito de compromissário comprador é oponível perante terceiros.

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O compromissário comprador vai responder pelas obrigações que gravarem o imóvel (obrigações propter rem).

O compromisso não exige escritura pública, ou seja, pode se dar por escrito particular ante duas testemunhas.

A execução do compromisso se faz ou com escritura definitiva de compra e venda ou por sentença de adjudicação compulsória.

Obs.: Dec. Lei 50.137 e Lei 6766/79. A resolução obedece regras especiais. A resolução só se dá mediante

intervenção judicial. Há necessidade de constituição em mora do devedor, feita após a notificação do credor ao devedor com quinze dias de antecedência e deve se ingressar na justiça (dec. Lei 745/69).

Execução voluntária, execução coativa, resolução e o distrato (resilição bilateral) são as formas de extinção da obrigação.

A outorga de escritura pelo vendedor só pode ser exigida quando paga totalmente a compra.

28.09.2010 não dá para ser caracterizado o compromisso de c/v como uma espécie

singular de contrato preliminar. O compromisso de c/v gera efeitos reais, o que é uma anomalia. Os direitos reais não se estabelecem de maneira livre pelas pessoas: exigem o reconhecimento legislativo prévio.

Portanto, não se trata meramente de um pré-contrato, pois vinculam um bem a uma pessoa.

O direito real em questão, porém, é outro que não a propriedade. Trata-se de um híbrido. Compromisso de c/v é distinto da promessa de c/v. A transferência da propriedade do bem compromissado se dá ou por

adjudicação compulsória ou por registro público. Doação É o contrato pelo qual uma das partes se obriga a transferir gratuitamente

um bem de sua propriedade para o patrimônio de outra. Há uma correspondência entre a diminuição patrimonial do donatário.

Doador é aquele que se obriga e donatário é aquele que recebe. Classificação É unilateral, pois só traz ônus para uma das partes. Isso quanto aos

efeitos. O mero acordo gera a obrigação. Portanto, é contrato consensual. Não há

necessidade de transferência física do bem. Trata-se de contrato gratuito, ou seja, não há contra-partida. No caso da doação onerosa, para alguns, não haveria sinalagma, para

outros, haveria um contrato com algum grau de bilateralidade. Elementos característicos

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É uma transferência patrimonial realizada por pessoas vivas (inter vivos). Se causa mortis, não há contrato, não há doação, há herança ou legado, pois sem consenso não há contrato.

Deve haver uma proporção entre diminuição patrimonial de uma parte e o acréscimo patrimonial de outra.

Deve haver um ânimo do doador de gerar esse aumento patrimonial de outrem (elemento subjetivo).

Obs.: a doação gera efeitos obrigacionais. A transferência de propriedade só se dá pelos meios próprios. O art. 543 do Cc é uma exceção que dispensa a aceitação do donatário absolutamente incapaz no caso de doação gratuita.

04.10.2010 Pressupostos O doador deve poder realizar efetivamente a transferência de

propriedade, ou seja, deve haver poder de disposição. Obs.: art. 538, CC O bem deve compor o patrimônio do doador. O donatário não precisa dessa capacidade de receber, sendo a doação

um contrato benéfico (art. 543). Não estão legitimados, em dadas circunstâncias, de possíveis conflitos de

direito, para fazer doação o cônjuge adúltero ao cúmplice (art. 550), tutores e curadores em relação ao bem que administram, etc.

Objeto São coisas que estão no comércio, que podem ser transferidas

patrimonialmente. Obs.: art. 538, CC. Vedaria a doção de coisa futura. Doação Inoficiosa É aquela em que o doador, no momento da liberalidade, excede a parcela

do patrimônio dos herdeiros. É passível de ser declarada nula. É inválida. Obs.: art. 449, CC. Também a subsistência do doador deve ser preservada. Forma Bens de pequeno valor podem ter qualquer forma. Bens imóveis, escritura

pública. Outras, escrito particular. Doação pura Feita por mero espírito de liberalidade e não subordinada a qualquer

condição, ônus ou mérito do donatário. Doação condicional Sujeita a evento futuro e incerto. Doação modal

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Não suspende o direito do donatário, mas lhe impõe encargos ou obrigações.

Doação remuneratória É aquela que se faz para agraciar o donatário por serviços prestados ao

doador. Doação com cláusula de reversão O bem doado voltará ao doador e o donatário falecer antes do doador. Obs.: art. 547, CC. Obs.: nessas doações em que a causa importa, a causa falsa pode gerar

anulação. Conteúdo da doação É a entrega da coisa com o objetivo de transferência de propriedade. Isso

pode gerar dúvidas. Evicção Não existe em relação à doação, pois não há contrapartida. Situações de invalidade A incapacidade do doador significa manifestação viciada de alguma

maneira. Ilegitimidade, inexistência de aceitação – salvo a exceção de doação pura

para absolutamente incapaz, inobservância da forma prescrita, inidoneidade do objeto, incapacidade do doador, vício de consentimento e propósito de fraudar credores (o credor pode ingressar com ação pauliana, em que deve ser provada a doação voltada a fraudar credores que não tenham entrado com ação e que torna o doador insolvente; na fraude à execução, há uma ação judicial já proposta: a primeira é direta e a segunda, incidental) são situações de invalidade.

Revogação A doação pura é revogável por ingratidão do donatário (art. 557, CC). Há necessidade de sentença judicial que reconheça uma dessas causas

de ingratidão. Inexecução do encargo pode gerar revogação (art. 555). Agora, se o bem já tiver sido transferido para terceiro de boa-fé, a

situação se resolve com perdas e danos. Os frutos não são restituídos. Troca ou permuta Obs.: art. 533, CC As regras da permuta são semelhantes às da c/v, cujas regras têm

aplicação subsidiária.

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Na permuta, troca-se uma coisa por outra. Os valores dos bens podem ser desiguais.

Se a parte de maior valor for um bem, há permuta. Se os bens tiverem valores iguais, é dispensada a anuência dos

descendentes. Mas quando os valores forem desiguais, há necessidade da anuência do cônjuge e dos descendentes.

Classificação O contrato é bilateral, consensual e oneroso. É comutativo, pois se tem a noção de contraprestação. Natureza jurídica A natureza jurídica é de contrato com efeitos meramente obrigacionais. Forma Depende do bem. Objeto Todos os bens, inclusive direitos, podem ser vendidos ou comprados ou

trocados. Os bens devem ser ao menos determináveis. Obs.: não há permuta de serviços por opção legislativa. Disposições gerais A evicção vale para ambos os bens. Os riscos serão de cada um até o

momento da transferência, a não ser que o que deve retirar esteja em mora. As despesas são repartidas entre as partes, o que é diferente da c/v. Se os bens forem de igual valor, a anuência de herdeiros é dispensada. 05.10.2010 Locação É o contrato de transferência temporária de bens ou serviços para uso ou

fruição dos mesmos. Objeto Pensa-se em bens infungíveis – insubstituíveis. Ao final, o mesmo bem

deve ser devolvido. Pensa-se em bens inconsumíveis, ou seja, que não perecem. Histórico Havia a locação de bens, de serviços e a empreitada – locação da força

de trabalho pela entrega de dado bem. Hoje, a locação de prédios urbanos é regulada pela lei 8425/91, que trata

de regras particulares da locação residencial. Foi reiterada pelo código. Obs.: art. 2036, CC. Arrendamento é o contrato de locação de imóveis rurais (Lei 4504/64).

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A finalidade pode distinguir o imóvel rural do urbano. Outro modo é pela localização.

O legislador entende que, nessa relação, há uma parte hipossuficiente. A lei favorece o locatário ou o arrendatário.

Garantia Podem ser garantias do locador ou a fiança, ou a caução, ou o seguro

finança. Obs.: art. 37, LLPU Regras gerais O locatário tem o direito de preferência em relação a terceiro. Na locação não residencial, quando cumpridas certas condições, o

locatário tem direito à renovação compulsória, tutelável pela ação renovatória. Essa ação tem prazo decadencial.

A outorga do cônjuge é obrigatória para aluguéis superiores a dez anos (art. 3o).

É prevista multa em caso de resilição unilateral (art. 4o). A ação de despejo corre sob rito especial. Obs.: arts. 50-56. O contrato por prazo determinado se torna por prazo indeterminado caso

continue a situação após findo o prazo, ou melhor, o contrato continue sendo executado.

Obs.: o contrato por prazo indeterminado pode ser resilido unilateralmente mediante aviso prévio de 30 dias.

Caso a locação seja averbada no registro de imóveis, o adquirente deve respeitar o contrato de locação anterior à aquisição do bem. Ou seja, o adquirente deve respeitar se assim estiver em seu contrato.

As partes estabelecem o preço e o índice de correção. Outra ação é a ação revisional, que permite às partes estabelecer, por via

judicial, a reavaliação do preço, mas isso após um prazo mínimo de 3 anos. Obs.: 576, CC. O locador ou senhorio e o locatário ou inquilino são as partes. O pagamento da prestação pelo locatário é o aluguel. Classificação O contrato é bilateral, sinalagmático, consensual, oneroso, comutativo –

prestações proporcionais a princípio, de duração e, para parte da doutrina, impessoal (a sublocação não agride sua natureza, nem a cessão, mas isso fica submetido ao conhecimento do locador).

18.10.2010 No caso da locação, valem as regras da legislação especial. Aplicam-se as regras da ação de despejo. Antes da Lei do Despejo, a

possibilidade de retomada do imóvel era muito difícil.

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Recurso ao TJ tem requisitos de admissibilidade menores que aos Tribunais Superiores. Tais recursos têm efeitos devolutivo 9acao é devolvida ao tribunal com produção imediata dos efeitos) e suspensivos (a causa vai para o tribunal e os efeitos da sentença são suspensos). Na locação, porém, o recurso tem apenas efeitos devolutivos.

Prestação de serviços (sentido estrito) Uma pessoa se obriga a prestar serviço a aoutra de modo eventual em

troca de determinada remuneração, executando esse serviço com independência, técnica e sem subordinação hierárquica. É, portanto, diferente do contrato de trabalho, que se caracteriza pela subordinação, continuidade e dependência econômica. Ainda que os primados técnicos básicos e a natureza do trabalho sejam os mesmos, os dois contratos são diferentes, e, em conseqüência, seus efeitos. O contrato de prestação de serviços é regulado pelo CC e não pela CLT. Em determinados casos, porém, essa distinção não é percebida claramente, ocorrendo confusão ou até podendo haver reconhecimento de vínculo trabalhista em caso de contrato apenas formalmente de prestação de serviços.

Requisitos Privilegiam-se a liberdade do prestador de serviços e o respeito à

orientação técnica, que é vinculada à natureza de seu serviço e à boa técnica. Por outro lado, deve haver o consentimento informado, posto que, em

tese, a relação é paritária. Remuneração Essa remuneração é chamada de honorários. Obs.: arts. 593 e ss., CC. Forma Obs.: art. 595, CC A forma é livre. Se não hovuer forma escrita ou estabelecimento formal

dos honorários, cabe ao juiz arbitrar seu valor, pois presume-se a onerosidade. Objeto Será uma atividade, uma prestação de serviços. Classificação É contrato presumivelmente oneroso. É contrato bilateral e comutativo

(nesse caso, é presumido, pois pode ser que não seja comutativo). O prazo pode ser determinado ou indeterminado. Obs.: art. 598, CC. Trabalho eventual É aquele que não representa uma necessidade permanente da empresa. Essa eventualidade descaracteriza a relação de trabalho.

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Trabalho desinteressado Não há interesse de perceber salário pelo prestador. Trabalho doméstico Hoje, é contrato de trabalho, e não civil. Contrato de empreitada Uma das partes se obriga a executar, por si ou com auxílio de outras

pessoas, uma determinada obra ou uma prestação de determinado serviço. A outra parte, por sua vez, se obriga a pagar pela empreitada e a receber o seu resultado.

O empreiteiro se obriga a proporcionar um determinado resultado. Há, portanto, uma obrigação de resultado, que se cumpre com a consecução de dado resultado.

Obs.: obrigação de meio é cumprida com a realização de boa técnica. O empreiteiro é quem se obriga a produzir o resultado. O dono da obra é

quem paga o preço. Obra é todo resultado a se obter pela atividade ou pelo trabalho. Classificação É bilateral, oneroso, simplesmente consensual, de execução única

(embora possa ser de duração). Não é exigida forma especial. Empreitada de lavor É aquela em que o empreiteiro fornece apenas a mão-de-obra. Empreitada mista É aquela em que se fornece a mão-de-obra e o material. Obrigações A do empreiteiro é cumprir o combinado conforme a boa técnica, arcando

apenas com perdas e danos. A do dono da casa é pagar pela empreitada e receber o resultado da

mesma. Obs.: o dever de cumprir a boa técnica é regulamentado pela boa-fé

objetiva e pela confiança devida. O empreiteiro pode pedir outorga judicial para que haja reconhecimento. Responsabilidade O empreiteiro é responsável perante o dono da obra e terceiros. Neste

segundo caso, o dono da obra pode ser responsável solidariamente. Obs.: art. 618, CC. Trata-se de um prazo de garantia em que há um prazo

para ressarcir o dono da obra em caso de dano. Se houver culpa, o prazo dobra, mas cabe ao dono da obra provar a culpa do empreiteiro.

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Riscos Se a empreitada for mista, os riscos correm por conta do empreiteiro até a

entrega da obra. Se a empreitada for de lavor, os riscos correm por conta do dono da obra. Contrato de transporte Obs.: arts. 730 e ss., CC. Uma das partes se obriga a transportar coisas ou pessoas mediante

pagamento. De um lado, há o transportador ou condutor. No caso de transporte de

pessoas, há os passageiros. No caso de transporte de coisas, há o expedidor ou remetente e o consignatário ou destinatário.

Frete e Conhecimento Frete é a remuneração paga no transporte de mercadorias. Conhecimento é o documento em que estão relacionadas as mercadorias

expedidas. Classificação É contrato bilateral, simplesmente consensual e, em regra, oneroso. Pode

ser, em dados casos, gratuito. Se os ganhos são indiretos, ainda assim o contrato será oneroso.

Obs.: art. 736, CC. 25.10.2010 Antes do NCC, ao transporte aplicavam-se as regras da empreitada. As regulações do contrato de adesão surgiram a partir dos contratos de

transporte ferroviário. Segue a regulação de um contrato bastante objetivo. Transporte de coisas O transportador pode recusá-lo se as mercadorias não estiverem

acompanhadas dos documentos legalmente necessários, se as mercadorias estiverem mal embaladas. (pois a presunção do dano é do transportador), se as mercadorias gerarem risco de danificar o veículo ou outras mercadorias e se houver possibilidade de risco à saúde das pessoas.

O destinatário só pode recusar o recebimento da mercadoria se esta estiver danificada, se houver desconformidade com o combinado ou se houver atraso.

O itinerário é parte do objeto do contrato, ou seja, faz parte da contratação.

O seu descumprimento não configura o contrato. Se não houver disposição em contrário, o itinerário é o costumeiro. Em caso de recusa ilegítima, há mora do credor. Nesse caso, o devedor

pode recorrer ao pagamento em consignação.

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O transportador responde por danos à mercadoria no decorrer do transporte. O prazo para reclamar da perda parcial ou avaria é de 10 dias (art. 754, CC).

Obs.: avaria é um dano a bem. Contrato de empréstimo Uma das partes recebe para uso uma coisa que, depois de certo tempo,

deve restituir ou dar outra de mesmo gênero, quantidade e qualidade. Se o bem for infungível e inconsumível, deve ser devolvido. Se o bem for fungível e consumível, deve ser entregue outro de mesmo

gênero, quantidade e qualidade. Comodato ou empréstimo de uso O comodato, contrato gratuito por natureza, obriga o devedor à devolução

do bem emprestado, que deve ser infungível ou inconsumível. A coisa é emprestada para o seu uso (art. 579). O contrato não é oneroso. Pode ser por prazo definido ou indefinido. A coisa é entregue para uso. É contrato unilateral, gratuito, real (há previsão da lei para isso) e “intuito

personae” (consideram-se as características das partes contratantes, vedando-se a sua cessão a terceiros).

O objeto pode ser bem móvel ou imóvel, no todo ou em parte. Permite o uso do bem, mas não a fruição, a menos que haja a disposição

expressa. O comodante é aquele que entrega o bem. O comodatário é aquele que

recebe o bem. As obrigações do comodatário são guardar e conservar a coisa como se

fosse sua, limitar o seu uso àquele estipulado no contrato, usá-la de acordo com sua natureza e restituí-la tão logo solicitado (desde que não haja prazo determinado).

As obrigações do comodante são indenizar o comodatário pelas despesas extraordinárias feitas para conservação da coisa (benfeitorias úteis, necessárias e voluptuosas) e indenizar o comodatário pelos prejuízos provenientes do vício ou defeito do bem emprestado.

Tais são as obrigações. Questões estruturais cabem ao comodante (como, na locação, cabem ao

locador). Ao final do comodato, o comodatário deve restituir o bem ao comodante

tal como o recebeu. A coisa, em regra, perece para o comodante. Salvo se o comodatário

deixar de salvar os bens do comodante para depois (art. 583). Mútuo ou empréstimo de consumo A coisa emprestada, por ser fungível ou consumível, não pode ser

restituída. A restituição é feita pelo equivalente.

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A propriedade da coisa é passada para o mutuário. Devolve-se o equivalente, a menos que o bem se torne infungível (bem especificado).

O contrato pode ser gratuito ou oneroso (art. 591). Os juros seriam a remuneração do mutuante, sendo os frutos do bem. Se

houver cobrança de juros, será oneroso. Caso contrário, será gratuito. Tal empréstimo deve ser de coisa fungível e ser por prazo determinado. Se o contrato for gratuito, será unilateral, se oneroso, bilateral. Trata-se de contrato real. A coisa perece para o dono, seja o mutuante (aquele que empresta), seja

o mutuário (aquele que recebe emprestado). Contratos bancários Implica que uma das partes seja aquela autorizada pelo Banco Central

para exercer atividade mercantil. Nem todos os contratos bancários consistem em operação de crédito. Os contratos bancários são contratos reais. Operações passivas são aquelas em que o banco é devedor, como no

caso do depósito bancário e do redesconto. Nas operações ativas, o banco é credor. As operações acessórias são, p. ex., a custódia de valores e o aluguel de

cotas. Os requisitos são a concessão de carta patente ao banco e a constituição

de uma S.A. Na contratação bancária, utiliza-se daqueles modelos contratuais pré-

estabelecidos, típicos das contratações em massa. Isso no geral. - Depósito bancário Ocorre quando o banco recebe certa quantia em dinheiro, obrigando-se a restituí-la em determinado prazo ou quando o comodante o requer. Nesse último caso, o direito será potestativo. - Abertura de crédito O banco dispõe ao cliente determinada soma em dinheiro. - Desconto O banco, deduzindo juros e despesas, empresa à parte valor em dinheiro equivalente a valor de crédito do devedor perante terceiro e ainda não exigível.

Casos de desconto são, p. ex., duplicatas e promissórias. O desconto diz respeito a créditos líquidos, certos e não-exigíveis. Trata-se de uma transferência “pro solvendo”. O título é entregue

condicionadamente à satisfação do débito. - Financiamento

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O banco adianta recurso necessário a certo empreendimento, reservando para si o direito de receber dos devedores do financiado os créditos cedidos ou caucionados.

Há uma sub-rogação de créditos. - Especificidade Os bancos não estão sujeitos aos limites de juros legais. Quanto à cobrança dos juros compostos (anatocismo), há dúvidas,

mas, a princípio, pode.

Contrato de Sociedade Alguns autores questionam a natureza contratual dessa figura devido à

inexistência de oposição de interesses, e sim à presença de uma convergência de interesses.

O CC, por sua vez, a vê como contrato (art. 981). Além disso, outros alegam que existem sim interesses individuais dos sócios, prevalecendo, quanto à deliberação, o princípio majoritário.

A sociedade pode ser bilateral, em geral pluripessoal, mas só excepcionalmente unipessoal (como a subsidiária integral e a empresa pública).

A sociedade sobrevive por 180 dias sem sócio, pois há o sentido da cooperação de interesses.

A sociedade não se confunde com empresa. A sociedade, por sua vez, é um contrato.

Na sociedade, há 2 ou mais pessoas coordenando, cooperativamente, seus esforços para a consecução de um fim econômico. Distingue-se, portanto, das associações, cujos fins não são econômicos.

A sociedade é um contrato pelo qual duas ou mais pessoas se obrigam, reciprocamente, a contribuir com bens ou serviços para exercício de determinada atividade econômica e partilha dos resultados.

Em geral, é contrato plurilateral, simplesmente consensual e oneroso. Apenas com os contratos formalmente adequados e a partir do registro,

há personalidade jurídica própria. Elementos Deve haver um fim comum determinado, que compõe o objeto do

contrato. Há e deve haver a contribuição dos sócios com bens ou serviços. O

capital social pode ser composto por bens ou por serviços dos sócios. Outro elemento é a “afectio societatis”, que é aquela disposição individual

dos sócios em se manterem na sociedade para a realização do fim comum. Para que haja sociedade, o sócio deve ter personalidade jurídica, sendo

vedada a contratação entre certos tipo de cônjuges (art. 977, CC), o que é justificado logicamente para se evitar fraude.

Quanto à forma, entre si, os sócios provam a existência da sociedade mediante contrato escrito, mas a prova perante terceiros se dá sob qualquer outro meio (art. 987).

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O CC reconhece duas espécies de sociedades, quais sejam, a simples e a empresária (arts. 967, 982).

As sociedades empresárias devem ser registradas na junta comercial para adquirirem personalidade jurídica. São aquelas que aturam no comércio ou na indústria.

As sociedades simples (prestadoras de serviço) devem ser registradas no órgão de registro da PJ, lavo as profissionais, que podem exigir registro em órgão próprio.

Nas SA’s, os sócios podem pertencer a categorias diversas. Nas LTDA’s, os votos correspondem à participação no capita social. Obrigações dos sócios São contribuir para a formação do capital social e cooperar para a

consecução do fim social. Direitos dos sócios São participar dos lucros, participar da administração e poder transferir

sua participação na sociedade. Administração Pode ser feita pelos sócios ou por estranhos à relação social. Na SA, para ser membro do Conselho de Administração deve-se ser

acionista. Dissolução A consecução da finalidade social ou a impossibilidade de consecução da

mesma são causas de dissolução da sociedade. O consenso entre os sócios é outra hipótese. O vencimento de prazo, ou implemento de condição são outras hipóteses. Outras hipóteses são a falta de pluralidade dos sócios (art. 1033) e a

cassação da autorização da sociedade. O liquidante, que dirige o processo de liquidação, pelo qual a sociedade é

extinta, perdendo sua personalidade jurídica, vai dividir o patrimônio existente ou restante entre os sócios.

08.11.2010 Depósito Alguém recebe um objeto móvel com a obrigação de guardá-lo e restituí-

lo após um determinado prazo. O depositante é o que entrega e o depositário o que recebe. Quando houver obrigação de guarda, conservação e restituição, seja isso

expresso ou decorrente da natureza do negócio, ter-se-á contrato de depósito. A natureza do contrato está sujeita a interpretação.

Obs.: confiança legítima é aquilo esperado do comportamento do agente por parte do destinatário, ou seja, é uma justa expectativa. Isso pode influir na aferição do valor da indenização.

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As partes são o depositante e o depositário. O depósito só se configura com a entrega do bem, sendo, portanto, um

contrato real. O prazo pode ser determinado ou indeterminado, mas sempre temporário. Classificação É contrato, em regra, unilateral, pois apenas o depositário tem a

obrigação de guardar e restituir a coisa. Mas pode ser bilateral. Em regra, é contrato gratuito e “intuito personae”. Mas existem exemplos

de depósitos onerosos. Além disso, as obrigações do depositário são obrigações pessoais assumidas por ele.

Espécies Depósito voluntário é aquele feito por vontade das partes. Depósito obrigatório ou necessário é aquele imposto pelas circunstâncias,

independente da vontade das partes. Depósito legal é aquele previsto em lei. São exemplos os casos de prisão,

execução e hospedagem e transporte. Depósito miserável é aquele decorrente de alguma calamidade. Os depósitos obrigatórios não se presumem gratuitos (art. 651). Classificações - Pela coisa depositada Se a coisa tiver individualidade, infungibilidade e inconsumibilidade, o

depósito é regular, devendo se restituir a mesma coisa. É semelhante ao comodato.

Se a coisa for fungível e consumível, o depósito é irregular, devendo se restituir coisa de mesmo gênero, quantidade e qualidade, e não a mesma coisa. Isso é semelhante ao mútuo.

Obrigações do depositário A principal é o dever de custódia do bem, devendo ser exercido

pessoalmente, mas pode ser transferido a terceiro com a anuência do depositante (art. 640, CC).

No depósito regular, o depositário não pode usar a coisa. Deve, ao final do contrato ou quando, e sempre que, requerido pelo

depositante, restituir a coisa, tanto no depósito regular quanto no irregular. Obrigação do depositante A retirada da coisa depositada é dever do depositante. Direitos essenciais do depositário O primeiro deles é o direito de retenção. O depositário tem o direito à

indenização por gastos imprevistos para a manutenção da coisa, podendo reter o bem até que tenha a sua indenização paga pelo depositante. Assim, o direito

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de retenção serve para forçar o cumprimento da obrigação do depositante e como garantia.

O direito de compensação, que, em geral, serve para depósitos irregulares, permite a retenção do bem para satisfação do crédito.

O direito de requerer depósito judicial (art. 634, 635, 641) se refere à reversão do depósito contratual em depósito judicial.

Nos depósitos irregulares, são comuns os títulos de crédito e o warrant (título endossável circulante no mercado). O título de crédito associado ao conhecimento de depósito constitui prova de propriedade do bem. É espécie de penhora mercantil. Formaliza-se a garantia de bem móvel.

Seqüestro É o depósito de coisa litigiosa determinado em juízo. É uma medida

processual para evitar a deterioração da coisa. Mandato A representação precede o contrato de mandato. Ocorre quando o

interessado na realização de um ato jurídico não quer ou não pode realizá-lo e existe a possibilidade de realização por terceiro. A representação pode ser legal ou negocial. O mandato é um meio de representação negocial.

O mandato é o contrato pelo qual uma das partes se obriga a praticar, por conta da outra, um ou mais atos jurídicos mediante a outorga do poder de representação.

O mandato pressupõe o acordo de vontades. Distingue-se da procuração, que é ato unilateral. O primeiro é um contrato, e o segundo, um NJ unilateral.

Classificação É contrato unilateral (há quem considere bilateral), originalmente gratuito

(pode ser oneroso, pelo art. 658), simplesmente consensual, “intuito personae” e fiduciário (baseado na confiança, conforme o art. 658).

Beneficiários Pode ser estabelecido em benefício exclusivo do mandante. Pode ser em

benefício de terceiros, ou ainda em benefício do mandatário. Obs.: o mandante é aquele que outorga e o mandatário é o

representante. Espécies Pode ser oneroso ou gratuito, expresso ou tácito. Isso quanto às partes. Pode ser escrito ou verbal. Pela finalidade, pode ser judicial ou extrajudicial. Obrigações do mandatário Aplicar todas as diligências (art. 667) é norma de conduta. Relaciona-se à

boa-fé objetiva.

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São exercidas, em princípio, pessoalmente. É também, de acordo com as instruções do mandato.

Obrigações do mandante São ressarcir os gastos do mandatário e pagar a remuneração no

mandato oneroso. Extinção Dá-se pela revogação da outorga do poder de representação pelo

mandante ou pela morte, interdição ou mudança de estado de uma das partes ou pela renúncia ao exercício do poder pelo mandatário ou pelo cumprimento da finalidade do contrato ou pelo advento do prazo.

Procuração É um meio de prova de outorga de poderes de representação. Substabelecimento É uma transferência dos poderes recebidos pelo representante para

terceiros. Procuração em causa própria É um NJ de alienação (art. 685). Gestão de Negócios No mandato, há necessidade de acordo de vontades. Na gestão de

negócios, se beneficia alguém sem prévio acordo de vontades. Seguro Obs.: arts. 757-802, CC Seu caráter fiduciário é mui grande, ou seja, há a confiança na

seguradora, até porque o contrato é aleatório. A empresa seguradora assume estritamente a possibilidade do risco. Há um primado de boa-fé e de diversas situações descritas pelo

segurado. Exige-se, sobretudo do segurado, uma fidelidade para com a verdade. Tal contrato segue um regra mutualística. A retribuição leva em

consideração o número de contratantes e o risco, pois as despesas da seguradora são repartidas entre os segurados.

Há repartição dos prejuízos. Definição O segurador se obriga mediante o pagamento de uma retribuição

(prêmio), a garantir interesse legítimo do segurado relativo a pessoa ou coisa quanto a riscos predeterminados. Assegura-se não uma certeza, mas uma

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possibilidade, sendo que o risco é determinado, o que comporta interpretação restritiva.

Estabelece-se o cálculo atuarial (?) como método de cálculo para estabelecer um valor adequado à viabilidade do sistema.

O que garante a existência dessas empresas é a solvência do segurador. Assim, o contrato pressupõe a solvência do segurador e a confiança.

A SUSEP zela pela viabilidade desses negócios. As partes são o segurador e o segurado. Os contratos de seguro são aleatório e não comutativos, pois há a idéia

do risco. O risco é chamado de importância ou bem segurado. O sinistro é o evento previsto. O prêmio é a prestação do segurado. A apólice é o instrumento contratual. Classificação É contrato bilateral, simplesmente contratual, aleatório, de adesão e

formal (aprovação prévia pela SUSEP). Espécies Seguro de dano (arts. 778-788) é aquele que assegura coisa em caso de

evento danoso. Seguro de pessoa (arts. 779-802) é aquele que assegura a integridade

física da pessoa, podendo ser estipulado em favor de terceiros. Extinção Ocorrido o sinistro, paga-se a importância, extinguindo-se o contrato pelo

seu cumprimento. Outra causa de extinção é o decurso do tempo. Existe um direito de renovação obrigatória por parte do segurado. A cessação do risco é outra causa de extinção do contrato. Modalidades especiais Estão previstas na lei dos planos de saúde. Essas empresas são

chamadas de operadoras de saúde, reguladas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar.

Caderno de Felipe Alves Digitado por Rafael Martins

182-XIII

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