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Ao escrever este texto sinto que algumas das reflexões são válidas um pouco por todo o país, Portugal é um pais desatualizado que se recusa a acompanhar ou fazer parte da globalização que necessariamente dita o futuro de todas as cidades, Sines, um dos últimos (ou primeiros?) territórios com capacidade de se tornar competitiva a nível mundial, representa no contraste entre cidade (passado) e porto (futuro) um diálogo necessariamente nacional, de adaptação aos paço da vida atual, ou rendição aos fracos costumes do passado baseados no comércio de primeira geração (agricultura) que hoje se vê limitada na sua atuação, a ideia de que somos um país capaz de se tornar um grande polo de agricultura é um conceito mais que ultrapassado, falso e que serve de catalisador de inércia. Em território nacional são poucos o territórios verdadeiramente bons para a agricultura e cada vez menos os dedicados á atividade piscatória, nós não somos um país de pescadores mas de exploradores e pioneiros. Tragamos a nós a gloria do passado, esse sim merece que se lhe honre a memória, essa é a sugestão deste artigo científico. Duas velocidades diferentes de mudança, o mundo novo e os anti-progresso. Entre os jovens encontramos incompreensão sobre a mudança: jovens tão ignorantes do passado que não vêm nada de mal com o presente Mesmo os mais jovens, cegos sobre o passado da vila veem em frente dos seus olhos de forma evidente e impossível de ignorar crescer um porto que estrangula o seu futuro. Encurralados entre um mar rentável apenas para os mais ricos, e limitados pelas acessibilidades deficientes que não os deixa conhecer mais. Longe de coincidir com a imagem de Vasco da Gama, o mar não é mais de sua terra mas de um mundo que tudo engole. Mesmo aquele que compreendem intelectualmente que a mudança não dá sinais de abrandar, paralisam e não têm em conta este facto no planeamento das suas vidas pessoais É uma cidade que está hoje muito mais avançada no que respeita aos processos físicos do que os processos sociais.

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Ao escrever este texto sinto que algumas das reflexões são válidas um pouco por todo o país, Portugal é um pais desatualizado que se recusa a acompanhar ou fazer parte da globalização que necessariamente dita o futuro de todas as cidades, Sines, um dos últimos (ou primeiros?) territórios com capacidade de se tornar competitiva a nível mundial, representa no contraste entre cidade (passado) e porto (futuro) um diálogo necessariamente nacional, de adaptação aos paço da vida atual, ou rendição aos fracos costumes do passado baseados no comércio de primeira geração (agricultura) que hoje se vê limitada na sua atuação, a ideia de que somos um país capaz de se tornar um grande polo de agricultura é um conceito mais que ultrapassado, falso e que serve de catalisador de inércia. Em território nacional são poucos o territórios verdadeiramente bons para a agricultura e cada vez menos os dedicados á atividade piscatória, nós não somos um país de pescadores mas de exploradores e pioneiros. Tragamos a nós a gloria do passado, esse sim merece que se lhe honre a memória, essa é a sugestão deste artigo científico.

Duas velocidades diferentes de mudança, o mundo novo e os anti-progresso.

Entre os jovens encontramos incompreensão sobre a mudança: jovens tão ignorantes do passado que não vêm nada de mal com o presente

Mesmo os mais jovens, cegos sobre o passado da vila veem em frente dos seus olhos de forma evidente e impossível de ignorar crescer um porto que estrangula o seu futuro. Encurralados entre um mar rentável apenas para os mais ricos, e limitados pelas acessibilidades deficientes que não os deixa conhecer mais.Longe de coincidir com a imagem de Vasco da Gama, o mar não é mais de sua terra mas de um mundo que tudo engole.

Mesmo aquele que compreendem intelectualmente que a mudança não dá sinais de abrandar, paralisam e não têm em conta este facto no planeamento das suas vidas pessoais

É uma cidade que está hoje muito mais avançada no que respeita aos processos físicos do que os processos sociais.

Estas mudanças na relação entre velho e novo provocam um impacto violente nos hábitos, crenças e auto-imagem de milhares de pessoas, gerando confusão e desorientação. Jamais na história esta relação sofreu uma mudança tão radical em tão pouco tempo.

A população tenta alhear-se do que se passa, isolar-se, como se ignorar a metamorfose bastasse para que ela não acontece-se. Desejam uma imunidade diplomática a mudança.

Á medida que o ritmo de mudança se acelera em Sines, aumenta o número de pessoas idosas que ressentem ativamente à diferença, Desejam retirar-se para um ambiente particular, cortam todos os contactos possíveis com o rápido mundo exterior e acabam por vegetar até à morte.

Sines precisa de chamar uma população capaz de abraçar e tirar partido do ritmo acelerado que o porto impôs, fazendo-se acompanhar. Uma cidade de

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cultura. Lugar de cultura e artes como componente de primeira ordem da cidade, como factor de desenvolvimento patente num centro de artes dinâmico e diversas vezes premiado, numa escola de artes cheia de vida e criatividade.

Um lugar onde a população resiste ativamente, a uma mudança de ritmo, o que explica o antagonismo patológico em relação á globalização de Portugal. A nova tecnologia em que a super-industrialização se baseia, em grande parte projetado em laboratórios de investigação americana, traz consigo uma inevitável aceleração mutacional na sociedade e um consequente aumento da velocidade do ritmo da vida individual. A falta de compreensão deste preceito deriva da perigosa incapacidade da instrução psicológica para preparar a gente para o desempenho de papéis frutuoso na sociedade industrial.

Sines foi essencialmente um povo de marítimos, todos os filhos da terra conheceram e amaram o mar, que lhe tonificava os músculos, tornado-os diligentes e esbeltos, próprios para os labores da existência e que lhes também moldavam as almas, embarcando-as em sonhos, dando-lhe uma intensa vida interior.

Mal terminou a guerra que envolveu a instauração de Estado liberal, Sines recebeu os primeiro impactos da Revolução Industrial, iniciando um novo ciclo económico e social, em que o porto de mar iria desempenhar papel-primacial.

O porto marítimo, pesqueiro e comercial, configurou profundamente o carácter da vila, em particular o modo de vida da população.

Nestas comunidades predominava a figura híbrida do camponês-pescador, que vivia os ritmos da natureza: em terra quando as atividades agrícolas o exigiam, no mar quando o tempo o permitia

As principais mercadorias exportadas foram o gasóleo, gasolinas, fuel óleo, gás natural, carvão lavado, a mescla aromática, o granulado de madeira, o etileno, os mármores, ácido policarboxílico, ácido tereftálico, papel, para destinos como Espanha, Estados Unidos da América, Brasil; Canadá, Holanda, Gibraltar, China, França e Turquia.

liderança no sector marítimo portuário nacional na movimentação de mercadorias, representando um quota de mercado de 46,1% relativamente aos portos nacionais.

m 2013 foi lançado o concurso para ampliação do Terminal em mais 210 metros de cais ficando com uma frente de cais de 940 metros e 35 hectares, tendo capacidade para movimentar 1,5 milhões de TEU/ano.

Canal do Panamá

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Torna-se necessário que a população se volte de novo para o mar mas com outros olhos, poderá esta consciência ser transmutada através da criação de uma nova história da cidade, uma história industrial, uma nova memória que possa suplantar o ódio de estimação que tantos sentem por esta enorme máquina super industrializada. O porto continuara a crescer e também o deve fazer a cidade. A nova linha férrea , planeada para chegar rapidamente a Espanha constitui uma oportunidade secular de abranger um mercado de que Portugal não dispõe. A dimensão peninsular de que o porto pretende fazer parte deve ser, senão a realidade Europeia, pelo menos ela internalizada e redirecionada á cidade.

Esta é uma sociedade estagnada em que ainda se vive na ilusão de que o passado pode infiltrar o presente e repetir-se no futuro. Ainda hoje, a maneira mais sensata de formar uma criança é muni-la de faculdade utilizadas no passado, pois será delas que a criança dependerá no futuro. Assim, o pai transmite ao filho uma série de técnicas práticas, juntamente com uma escala de valores tradicionais. Ora a era da máquina que hoje se ergue diante desta comunidade deitou tudo isso por terra, pois o industrialismo precisa de um novo tipo de homem, munido de aptidões que nem a família, nem a igreja podem só por si facultar. No sistema tecnológico atual, rápido e fluido, as máquinas encarregar-se-ão do fluxo de materiais físicos e os homens, do fluxo de informações e previsão. As máquinas executarão, sem incomodar as tarefas rotineiras enquanto ao homem se reservam as tarefas intelectuais e criadoras. Só especulando previsões, definindo-as e debatendo-as, sistematizando e atualizando-as constantemente se poderá avaliar e afetar o amanha para sobreviver ao impulso acelerativo. Ora o que faz falta portanto, é um movimento maciço de reação ao futuro. Aprimora-se a necessidade de criar um conselho de futuro, um organismo composto por grupos de homens e mulheres que planeiem futuros presumíveis delineando reações educacionais coincidentes. A Sines falta, como um pouco por todo o país uma sistema educacional forte, atualizado e congruente com a velocidade do fenómeno de globalização. Esta movimento cultural e educacional que se sugere deverá ter dois objetivos: transformar a estrutura organizacional do nosso sistema educativo e revolucionar o seu curriculum e encorajar uma orientação mais voltada para o futuro. Em termos urbanos, esta revolução organizacional poderá passar pela criação de um parque desenhado para e pelas comunidades em evolução, revelados eventualmente em pequenas estruturas programáticas distribuídas ao longo de uma plataforma comunicante através da qual em carácter transitório se distribuem cinemas, galerias, restaurantes, estúdios ou cafés. Cada um destes programas mutável várias vezes ao longo da sua vida bem como a sua população. Não se deverá tratar de uma cidade de usos múltiplos mas sim, de uma coleção de peças modulares que podem ser reunidas numa variedade de maneiras quase infinita para que se coloquem na posição que se deseja e se reúne para formar qualquer configuração que se pretenda.