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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ DÉBORA CRISTINE SIMON ANÁLISE DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING DE RELACIONAMENTO NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS: O CASO DO CENTRO AUDITIVO TELEX S.A BIGUAÇU 2006

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

DÉBORA CRISTINE SIMON

ANÁLISE DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING DE

RELACIONAMENTO NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS: O CASO DO

CENTRO AUDITIVO TELEX S.A

BIGUAÇU

2006

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DÉBORA CRISTINE SIMON

ANÁLISE DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING DE

RELACIONAMENTO NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS: O CASO DO

CENTRO AUDITIVO TELEX S.A

Trabalho de Conclusão de Estágio apresentado ao Curso de Administração do Centro de Educação da UNIVALI – Biguaçu, como requisito para obtenção do Título de Bacharel em Administração. Professor Orientador:

Prof. Dr. Rodrigo Bandeira de Mello

BIGUAÇU

2006

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DÉBORA CRISTINE SIMON

ANÁLISE DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE MARKETING DE RELACIONAMENTO NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS: O CASO DO

CENTRO AUDITIVO TELEX S.A

Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi considerado adequado para a obtenção do

título de Bacharel em Administração e aprovado pelo Curso de Administração, da

Universidade do Vale do Itajaí, Centro de Educação de Biguaçu.

Área de Concentração:

Marketing

Biguaçu, 27 de junho de 2006.

Prof. Dr. Rodrigo Bandeira de Mello

UNIVALI - CE de Biguaçu

Orientador

Prof. M.Eng. Sérgio Dias Ribeiro

UNIVALI - CE de Biguaçu

Prof. Dr. Valmir Emil Hoffmann

UNIVALI - CE de Biguaçu

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Dedico este Trabalho de Conclusão de Estágio aos meus

pais Ivo e Rejane, e minha irmã Fernanda que mesmo

estando longe acompanharam e participaram de cada etapa,

aos meus sogros que sempre estiveram presentes, ao meu

noivo que incentivou o meu estudo e a todos os familiares e

amigos que de certa forma estiveram presente nesta fase de

minha vida.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente quero agradecer a Deus.

Aos meus amigos e colegas de turma Antoniella, Cláudio, Everson, Renata,

Sandra e Silvano pela amizade, apoio, dedicação, coleguismo e companheirismo

demonstrados durante todo o Curso.

Ao Centro Auditivo Telex, na pessoa da Gerente Sra.Adriana A. Giora que

concordou em realizar esta monografia e as ex-colegas de trabalho Cristina,

Kátia, Luana e Nikeli que aceitaram participar e ajudaram na realização desta, me

apoiando em tudo que precisei e valorizando o meu trabalho.

Ao orientador Prof.Dr.Rodrigo Bandeira de Mello pela prontidão que

sempre me atendeu, sua dedicação e inestimável orientação, além da amizade e

carinho presente durante todo o desenvolvimento deste trabalho.

A todos os professores do curso de administração da UNIVALI, pelo

conhecimento transmitido, que com certeza sempre serão lembrados na vida

profissional, pela amizade, carinho e incentivo demonstrado.

A Profa. M.Sc. Maria Albertina S. Bonin responsável pelo estágio

supervisionado do curso de graduação em administração da UNIVALI, pela

atenção e disposição em ajudar sempre com carinho.

À secretária do curso de graduação em administração da UNIVALI, Tânia

Regina Gonçalves Campos, pela força e carinho demonstrado, além da sua

atenção e presteza no atendimento.

Agradeço a todos os colegas e amigos que de alguma forma, ofereceram

sugestões e comentários para o enriquecimento desse trabalho.

Aos meus familiares pelo amor que nos une e por estarem sempre ao meu

lado, vibrando com minhas conquistas, ajudando nos momentos de dúvidas.

Especialmente ao meu noivo Silvano que sempre esteve ao meu lado para

apoiar, incentivar e tranqüilizar nos momentos mais difíceis, pelo carinho e força

que juntos tivemos para concluir mais um objetivo de nossas vidas.

Meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que contribuíram para a

minha formação e realização deste trabalho.

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RESUMO

SIMON, Débora Cristine. Análise do sistema de informação de marketing de relacionamento na percepção dos usuários: o caso do Centro Auditivo Telex S.A. 2006. 57 f. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) - Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2006. Este estudo objetivou analisar o papel do sistema de informação de marketing de relacionamento do Centro Auditivo Telex na percepção dos usuários, bem como a resistência apresentada. Estes aspectos foram analisados no âmbito desta empresa, que é uma multinacional com vários anos de experiência no que se refere ao atendimento ao cliente e também a utilização e desenvolvimento de sistemas de informação. Para identificar as diferentes percepções dos usuários, os pontos positivos e negativos do sistema de informação e as principais resistências à mudança foi realizado uma pesquisa qualitativa, com entrevistas semi-estruturadas, com a abordagem direcionada à implantação do software de CRM. As transcrições das entrevistas foram relacionadas com o material pesquisado, identificando a presença de resistência por parte dos usuários, focando a falta de treinamento e desempenho do sistema. Com isto, se percebeu que a implantação do CRM foi falha, devido à falta de um planejamento adequado por parte da empresa na implantação deste software. Palavras–chave: marketing de relacionamento; resistência à mudança; sistemas de informação.

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ABSTRACT

SIMON, Débora Cristine. Análise do sistema de informação de marketing de relacionamento na percepção dos usuários: o caso do Centro Auditivo Telex S.A. 2006. 57 f. Trabalho de Conclusão de Estágio (Graduação em Administração) - Universidade do Vale do Itajaí, Biguaçu, 2006. This study aimed at to analyze the paper of the system of information of marketing of relationship of the Centro Auditivo Telex in the users' perception, as well as the presented resistance. These aspects were analyzed in the extent of this company, that is a multinational with several years of experience in what refers to the service to the customer and also the use and system development of information. To identify the users' different perceptions, the positive and negative points of the system of information and the main resistances to the change a qualitative research it was accomplished, with semi-structured interviews, with the approach addressed to the implantation of the software of CRM. The transcriptions of the interviews were related with the researched material, identifying the resistance presence on the part of the users, focusing the training lack and acting of the system. With this, it was noticed that the implantation of CRM was defective, due to the lack of an appropriate planning on the part of the company in the implantation of this software. Key-Word: relationship marketing; resistance to the change; information systems.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Atividade do sistema de Informação: entrada, processamento e

saída......................................................................................................................19

Figura 2 – Análise do campo de forças.................................................................31

Figura 3 – Diferentes Percepções de CRM...........................................................47

Quadro 1 – Evolução das definições de marketing................................................15

Quadro 2 – Resumo dos principais fatores de avaliação de hardware..................24

Quadro 3 – Resumo dos fatores de avaliação de Software...................................25

Quadro 4 – Comportamentos possíveis diante de uma mudança ........................35

Quadro 5 – Dados dos entrevistados.....................................................................38

Quadro 6 – Roteiro para entrevistas......................................................................39

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

C.A.TELEX – Centro Auditivo Telex

CRM – Customer Relationship Management

SI – Sistema de Informação

HW – Hardware

SW - Software

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SUMÁRIO

RESUMO ..............................................................................................................5

ABSTRACT ..........................................................................................................6

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ...................................................................................7

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS...............................................................8

1. INTRODUÇÃO............................................................................................10

1.1 OBJETIVOS ................................................................................................11

1.1.1 Objetivo Geral............................................................................................11

1.1.2 Objetivos Específicos...............................................................................11

1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO..................................................12

1.3 JUSTIFICATIVA ..........................................................................................13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..................................................................14

2.1 MARKETING...............................................................................................14

2.2 MARKETING DE RELACIONAMENTO ......................................................16

2.3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO...................................................................18

2.4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .............................................................19

2.4.1 Implantação do Sistema CRM..................................................................21

2.4.2 Avaliação do Sistema CRM ......................................................................22

2.5 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE – CRM.................................................................................................24

2.6 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO NA VISÃO DO USUÁRIO 25

2.6.1 Mudança Organizacional..........................................................................26

2.6.2 Resistência à Mudança.............................................................................29

3 METODOLOGIA.........................................................................................37

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA...............................................................37

3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA...................................................................37

3.3 COLETA DE DADOS ..................................................................................38

3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ...............................................................39

4 O CASO DO CENTRO AUDITIVO TELEX S.A..........................................40

4.1 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS.............................................................40

4.1.1 Diferentes Percepções dos Usuários......................................................40

4.2 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS....................................................47

5 CONCLUSÃO.............................................................................................52

REFERÊNCIAS ..................................................................................................55

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1. INTRODUÇÃO

O marketing de relacionamento é um processo contínuo de identificação e

criação de novos valores com os clientes através do compartilhamento de seus

benefícios durante toda a parceria. A tecnologia tem sido a grande facilitadora das

interações entre clientes e empresas por adicionar velocidade e capacidade ao

processo do contato. O marketing de relacionamento foi desenvolvido, em parte,

pelas redes de relacionamentos que reconhecem que a competição global ocorre

entre as redes relacionais das empresas (GORDON, 2000).

Para obter um bom relacionamento com os seus clientes, a empresa

precisa ter conhecimento e informações sobre os objetivos, opiniões,

necessidades e desejos destes, respeitando-os e tendo sempre estes dados

como “norteadores” para as suas ações. As reclamações dos clientes, quando

conhecidas e solucionadas, podem tornar-se pontos fortes para melhorar a

relação entre empresa e cliente, pois é mais difícil e caro reconquistar um cliente

do que prospectar um novo, lembra Kotler (2003).

O Centro Auditivo Telex S. A. encontra-se no mercado brasileiro há mais

de 50 anos, sendo que no ano de 2000 a empresa dinamarquesa Oticon assumiu

o controle acionário da empresa. Desde então, se tornou uma empresa

multinacional, do grupo William Demant, que foi fundada em 1904 por Hans

Demant e hoje está presente em mais de cem países. A Oticon continua sempre

inovando para conseguir atingir a excelência em tecnologia, funcionalidade e

design de seus aparelhos auditivos, empregando alto investimento em pesquisa,

treinamento e qualidade, pois sua missão é “ajudar todos os que sofrem de perda

auditiva a ter a qualidade de vida que desejam, com a audição que têm”. No

estado de Santa Catarina há uma filial situada no Centro de Florianópolis, que

possui como público alvo pessoas de todo o Estado, que chega até o mesmo por

indicação de amigos, encaminhamento médico, mala direta ou tele marketing.

Analisar os interesses, atitudes e opiniões dos clientes tornam-se uma tarefa

difícil, mas esta análise pode gerar informações e indicar caminhos que podem

dar um rumo na solução dos problemas empresariais. Com isto, é preciso

encantá-los e surpreendê-los, pois os desafios de sobrevivência no mercado atual

exigem das empresas uma busca constante de idéias novas para enfrentar um

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mercado de rápidas transformações, onde as velhas maneiras não funcionam

mais.

A implantação de um sistema de marketing de relacionamento proporcionará à

empresa um processo efetivo que encontrará clientes, manterá comunicação com

eles, o conhecerá, assegurará o que buscam na organização para retê-los no

longo prazo. O CRM – Customer Relationship Management – é baseado na

premissa de que os clientes precisam receber atenção, ser monitorados,

conhecer seus problemas e estar pronto para atendê-lo com informações corretas

e atualizadas.

Face aos fatos apresentados, coloca-se em questão a seguinte pergunta

norteadora: como os usuários do sistema de marketing de relacionamento do

Centro Auditivo Telex S.A – filial Florianópolis percebem o software de CRM?

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivo geral

Analisar o papel do Sistema de Informação de Marketing de

Relacionamento no trabalho dos usuários do Centro Auditivo Telex.

1.1.2 Objetivos Específicos

• Comparar a percepção dos diferentes tipos de usuários;

• Identificar os pontos positivos e negativos do Sistema de Informação no

trabalho dos usuários;

• Identificar as principais resistências à mudança.

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1.2 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

O Centro Auditivo Telex foi fundado em 30 de Janeiro de 1948 e após

diversas administrações, em janeiro de 2000, a Oticon – empresa dinamarquesa -

assumiu o controle acionário da empresa. A Oticon foi fundada em 1904, por

Hans Demant, cuja esposa possuía uma perda auditiva severa. Após a morte de

Hans, em 1910, seu filho William assumiu os negócios, que se espalhou pelo

mundo e hoje está presente em mais de 100 países.

A Oticon criou uma cultura empresarial que a posicionou como uma

empresa de ponta em todo o mundo. Passado um século, a Oticon continua

sempre inovando para conseguir atingir a excelência em tecnologia,

funcionalidade e design de seus aparelhos auditivos, empregando alto

investimento em pesquisa, treinamento e qualidade.

A Oticon patrocina um programa de cuidados com a audição de crianças –

OtiKids, que foi criado para dar suporte, de muitas maneiras, às crianças com

perda auditiva e aos seus pais, disponibilizando as informações mais relevantes e

recentes sobre todos os aspectos da convivência com a perda auditiva.

O Centro Auditivo Telex oferece uma avaliação auditiva, sem conclusão

diagnóstica, a ser realizada em crianças, jovens e adultos, nas suas diversas

lojas, sem custo algum. A avaliação é realizada por um fonoaudiólogo capacitado

a este exame e a esclarecer dúvidas.

Após a venda de um aparelho, o fonoaudiólogo acompanha o paciente,

marcando retorno para ajustes e revisões, e se necessário há laboratório técnico

para serviços de assistência técnica. Além disto, o cliente possui um

acompanhamento por tempo indeterminado em qualquer loja da rede.

O Centro Auditivo Telex – filial Florianópolis atua há mais de 30 anos no

mercado, sendo sua estrutura funcional composta por uma fonoaudióloga, uma

assistente administrativo, uma gerente de área e uma estagiária de

fonoaudiologia.

A captação dos clientes é feita através de tele marketing, anúncio em

jornal, panfletagem, indicação de médicos, amigos e familiares. As possibilidades

de pagamento são variadas, dando oportunidade a todos que tem esta

necessidade.

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Devido à necessidade de acompanhar a “vida” do cliente e obter

informações de potenciais clientes implantou-se na Empresa um sistema de

relacionamento com o cliente, a fim de obter informações fidedignas para investir

na busca de novos clientes e manter os clientes já existentes, pois hoje não é

levada em consideração a qualidade do produto e do atendimento, muitos

procuram por um conjunto: qualidade, bom atendimento e preço.

1.3 JUSTIFICATIVA

A realização deste projeto será importante para analisar os objetivos a

serem atingidos com a implantação do software, mensurar os indicadores e

avaliar a eficiência do Sistema de Marketing de Relacionamento implantado no

Centro Auditivo Telex S.A – filial Florianópolis, bem como identificar as principais

resistências a mudança. Este projeto também proporcionará ao pesquisador

melhor conhecimento na área de marketing de relacionamento e sistemas de

informação, assim como desenvolver um projeto, colocando em prática o que foi

ensinado na teoria.

O momento para a realização do mesmo é oportuno, tendo em vista que a

implantação do software ocorreu em setembro de 2005, precisando passar por

ajustes de acordo com as necessidades que vão surgindo, assim como identificar

e avaliar o papel do Sistema de Informação no trabalho dos usuários. Analisar a

percepção dos usuários no processo de implantação de uma tecnologia é

importante para avaliar a eficiência desta implantação, bem como a aceitação do

mesmo, tendo em vista que poucos autores abordam a percepção dos usuários.

O tempo de um ano para a realização deste projeto é viável, tendo em vista

que a empresa tem interesse em disponibilizar as informações, que serão

fornecidas por funcionários, além da pesquisa em livros, artigos, revistas e

internet. Sendo assim, os custos serão baixos e o que exigirá mais será

dedicação à pesquisa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para avaliar o papel do sistema de informação no trabalho dos usuários do

Centro Auditivo Telex é necessário estudar alguns conceitos fundamentais na

área de Marketing e sistemas como: marketing, marketing de relacionamento,

sistemas de informação, sistema de gerenciamento do relacionamento com o

cliente (CRM), avaliação do software CRM, mudança organizacional e resistência

à mudança.

2.1 MARKETING

O termo marketing vem sendo pesquisado por muitos estudiosos desde o

século passado e novas definições e compreensões vêm sendo apresentadas a

fim de direcionar as organizações a um relacionamento objetivo com seus

potenciais e atuais clientes para encurtar distâncias e maximizar seus resultados.

Kotler (1992, p.42) conceitua marketing como a tarefa primordial de uma

organização a fim de determinar as necessidades, desejos e valores de um

mercado, além de promover a satisfação de forma efetiva e eficiente a seus

clientes.

Em outra perspectiva, Giuliani (2003, p.9) entende marketing como um

“conjunto de esforços criativos e táticos que devem ser utilizados para

adaptarmos o produto ou serviço do mercado, às mudanças ocorridas no

macroambiente, com o foco de conservar e tornar leal o cliente”. O autor também

enfatiza que muitas vezes o marketing é confundido com comunicação,

propaganda, vendas ou pesquisa de mercado. Contudo, o marketing ocorre

quando há troca de um bem, produto ou serviço, ou seja, a troca é o desejo de

alguém obter um produto, em contrapartida, oferece um outro objeto (dinheiro,

bens ou serviço).

Levitt (1960 apud KOTLER, 1992, p.42) enfatiza que

a venda enfoca as necessidades do vendedor; o marketing, as necessidades do comprador. A venda está preocupada com as necessidades do vendedor de converter seu produto em dinheiro; o marketing, com a idéia de satisfazer às necessidades do cliente por

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meio do produto e toda a gama de coisas associadas com a criação, a entrega e o consumo final.

Fischer et al. (2000, p.28) atribuem dois conceitos para marketing: o

primeiro como um conjunto de instrumentos que contribuiu para aumentar a

produtividade e rentabilidade das empresas e o segundo, desenvolvido mais

atualmente, como algo mais amplo, que busca a realização de trocas no meio

ambiente, conciliando as necessidades do cliente com as da empresa.

Cides (1997, p.10) enfatiza que “marketing é o conjunto das atividades que

fazem com que sua empresa venda mais e com maior lucratividade”. Destaca

ainda que por a palavra marketing possuir muitas definições não é levada a sério,

podendo haver muitos charlatões que utilizam o marketing para se promoverem,

fazer fama e até ganhar prêmios à custa do empresário que o contratou. Cides

(1997, p.1) ainda salienta que há um enorme universo para as empresas

praticarem marketing, desde o atendimento do telefone, organização do ambiente

de trabalho, conhecimento dos produtos, folhetos e placas nítidas até conhecer

quem é seu cliente, se está sendo bem atendido ou não.

Em perspectiva similar, Sandhusen (2000, p.8) apresenta outro conceito:

“marketing é um processo de planejar a concepção, o preço, a promoção e a

distribuição de bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos

individuais e organizacionais”.

Muitos conceitos foram desenvolvidos e Cobra (1997, p.27) apresenta um

quadro com a evolução das definições de marketing.

Autor Ano Definição de marketing 1.American Marketing Association

1960

“O desempenho das atividades de negócio que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou utilizador”.

2.Ohio State university

1965

“O processo na sociedade pelo qual a estrutura da demanda para bens econômicos e serviços é antecipada ou abrangida e satisfeita através da concepção, promoção, troca e distribuição física de bens e serviços”.

3. Kotler e Sidnei Levy

1969

“O conceito de marketing deveria abranger também as instituições não lucrativas”.

4. William Lazer 1969

“O marketing deveria reconhecer as dimensões societais, isto é, levar em conta as mudanças verificadas nas relações sociais”.

5. David Luck 1969

“O marketing deve limitar-se às atividades que resultam em transações de mercado”.

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6. Kotler e Gerald Zatman

1969

“A criação, implementação e controle de programas calculados para influenciar a aceitabilidade das idéias sociais e envolvendo considerações de planejamento de produto, preço, comunicação, distribuição e pesquisa de marketing”.

7. Robert Bartis 1974

“Se o marketing é para ser olhado como abrangendo as atividades econômicas e não econômicas, talvez o marketing como foi originalmente concebido reapareça em breve com outro nome”.

8.Robert Haas 1978

“É o processo de descoberta e interpretação das necessidades e desejos do consumidor para as especificações de produto e serviço, criar a demanda para esses produtos e serviços e continuar a expandir essa demanda”.

9. Robert Hass 1978

MARKETING INDUSTRIAL – “É o processo de descoberta e interpretação das necessidades, desejos e expectativas do consumidor industrial e das exigências para as especificações do produto e serviço e continuar através de efetiva promoção, distribuição, assistência pós-venda a convencer mais e mais clientes a usarem e a continuarem usando esses produtos e serviços”.

10. Philip Kotler 1997

É o processo de planejamento e execução desde a concepção, preço, promoção e distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas que satisfaçam os objetivos de pessoas e de organizações.

Quadro1: Evolução das definições de marketing Fonte:Cobra (1997).

2.2 MARKETING DE RELACIONAMENTO

Este tipo de marketing busca continuamente a identificação e criação de

valores para seus clientes, satisfazendo suas necessidades e de forma

competitiva atingindo os objetivos da organização. Desta forma, aumenta-se a

lealdade e incrementam-se as vendas de determinados clientes (GORDON, 2000,

P.31).

Vavra (1993) afirma que o marketing de relacionamento requer um

compromisso organizacional para fornecer produtos e serviços com qualidade,

além de interagir com os clientes, oferecendo um tratamento diferenciado e

conquistando-os a cada dia.

Na perspectiva de Mackena (1992, p.4) o marketing de relacionamento

enfatiza a interatividade, conectividade e criatividade, dedicando-se assim à seus

clientes e formas de como ganhar seus concorrentes, pois não há mais fidelidade

a uma empresa ou marca, com isto é necessário “integrar o cliente à empresa,

como forma de criar e manter uma relação entre a empresa e o cliente”. O

marketing de relacionamento deve envolver a captura, mensuração e monitoração

das atividades de compra dos consumidores e potenciais, lembrando que os

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clientes não são iguais e por isso deve haver um empenho dos colaboradores na

aplicação das medidas cabíveis.

Correa, Ferreira e Filho (2004) afirmam que o marketing de relacionamento

consiste em um processo contínuo de construção de alianças de longo prazo com

os clientes, objetivando fornecer qualidade, adaptado às necessidades

individuais, entendimento e sofisticação de suas necessidades e parcerias nos

serviços. Também salientam que o Marketing de Relacionamentos se difere do

Marketing propriamente dito, devido à forma de agir centrando-se no

relacionamento com clientes, com visão de continuidade e de longo prazo,

deixando de ser uma função de como fazer negócios.

Em perspectiva similar, Gordon (2000, p.42) salienta a importância de

mostrar as diferenças entre o marketing geral e o marketing de relacionamento, o

primeiro está relacionado com o objetivo de atingir os segmentos, estando voltado

para a concorrência, e o segundo de criar valores para clientes individuais.

Kotler (1994, p.57) simplifica marketing de relacionamento como uma

“tarefa de criar forte lealdade dos consumidores”. Caracterizando a função

sintética do assunto que é utilizada por pesquisadores da área.

De acordo com Mckenna (1992. p, 40) "marketing é desenvolver e manter

relações com a infra-estrutura e com os clientes. É integrar os clientes no projeto,

desenvolvimento, produção e processo de vendas da empresa". O cliente é quem

deverá ter a percepção quanto ao marketing que a empresa está oferecendo,

sendo que este está voltado para a relação com o cliente e a empresa.

Gordon (2000, p.41) procura esclarecer o conceito de marketing de

relacionamento defendendo que este “oferece aos profissionais de marketing

oportunidades para romper limites e criar novos valores para sua empresa, seus

clientes e acionistas”.

Na mesma linha, Churchill e Peter (2000, p.10) mencionam que o

marketing voltado para o valor tem alguns princípios básicos sobre o cliente, em

especial é que “o marketing voltado para o valor tem o cliente como foco principal

do negócio. Isso significa que os profissionais de marketing devem reconhecer

que as trocas com clientes são a vida das organizações". Isso quer dizer que as

empresas devem conhecer os seus clientes, saber o que eles pensam, sentem e

como compram e utilizam serviços.

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O marketing de relacionamento é um processo contínuo de identificação e

criação de novos valores com os clientes através do compartilhamento de seus

benefícios durante toda a parceria. Esse processo envolve compreensão,

concentração e administração de uma grande colaboração entre fornecedores e

organização, ou seja, o planejamento a partir do cliente. A tecnologia tem sido a

grande facilitadora das interações entre clientes e empresas por adicionar

velocidade e capacidade ao processo do contato. O marketing de relacionamento

foi desenvolvido, em parte, pelas redes de relacionamentos que reconhecem que

a competição global ocorre entre as redes relacionais das empresas (GORDON,

2000).

2.3 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Cruz (1998) define que sistema é a disposição de um todo, que de forma

coordenada formam uma estrutura organizada com a finalidade de executar uma

ou mais atividades. Seguindo este raciocínio pode-se considerar a organização

como um sistema composto de vários subsistemas que correspondem às suas

atividades isoladas. O sistema de informação gerencial resulta da integração dos

subsistemas empresariais.

Stair (1998) destaca que para que se possa obter um bom resultado de um

sistema informatizado é importante que se tenha conhecimento da organização

em suas dimensões em termos de organização de pessoas, assim como

dimensões técnicas.

De acordo com Laudon (1999), um sistema de informação pode ser definido

como um conjunto de componentes inter-relacionados que desempenham as

funções de coletar, recuperar, processar e distribuir informações com a finalidade

de facilitar o planejamento, controle, coordenação, análise e processo decisório

em empresas e outras organizações, transformando a informação em uma forma

utilizável para a coordenação de fluxo de trabalho. Os sistemas de informação

contêm informações sobe pessoas, lugares e coisas do interesse, no ambiente

interno e externo da organização.

Em perspectiva similar Stair (1998) define sistema de informação como um

conjunto de elementos que estão relacionados uns com os outros, a fim de

coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação, servindo como

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uma ferramenta de auxílio às decisões, tanto a nível gerencial quanto em nível de

processos, sendo que os sistemas fazem isto a partir da entrada, processamento

e saída de informações, conforme figura 1.

Figura 1: Atividade do Sistema de Informação: Entrada, Processamento e Saída. Fonte: Stair (1999, p.4)

A tomada de decisão sobre assuntos como planos de marketing, relações

internacionais ou mesmo decisões financeiras não seriam possíveis de serem

tomadas sem as ferramentas dos sistemas de informação. Existem inúmeras

maneiras de se utilizar a tecnologia da informação ou sistemas de informação

para auxilio dos negócios, para isto é preciso que haja um entendimento desta

ferramenta a ser utilizada e quais os objetivos que a organização almeja a partir

desta ferramenta gerencial (O´BRIEN, 2001).

O sistema de informação não age somente com termos de computadores, ele

integra a organização e é um produto de três componentes: tecnologia,

organização e pessoas.

2.4 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A tecnologia da informação veio para aprimorar e inovar as ferramentas de

trabalho das organizações tornando mais ágil e seguro as formas de

planejamento estratégico, fabricação de produtos e serviços, deixando o cliente

mais próximo da organização (DORNELAS e XAVIER, 2004).

Ambiente

Organização

Entrada Processamento Saída

Realimentação

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Antes de uma organização implantar o CRM é necessário mudar a cultura

e o processo de “venda” para um modelo de “serviço ao cliente” a fim de que haja

satisfação e não fracasso por parte das organizações (BROOKER, 2002).

De acordo com O´Brien (2001) quando uma organização sente a

necessidade de definir seus problemas, oportunidades e desenvolver soluções ela

utiliza uma abordagem sistêmica que envolve atividades intra-relacionadas como

identificar e definir um problema ou oportunidade; desenvolver e avaliar soluções

sistêmicas alternativas; escolher a solução de sistemas escolhida; implantar e

avaliar o sucesso do sistema projetado. A aplicação desta abordagem sistêmica é

chamada de desenvolvimento de sistema de informação ou desenvolvimento de

aplicações. O processo de desenvolvimento de sistema de informação é

desenvolvido por especialistas com base em uma análise de requisitos de

informações de uma organização além de seguir etapas conhecidas como ciclo

de desenvolvimento de sistemas que são: investigação, análise, projeto,

implantação e manutenção.

A análise de um sistema é um estudo detalhado sobre as necessidades de

informação do usuário final que serão utilizados com base para desenvolvimento

de um novo sistema. Antes da implantação do novo sistema é desenvolvido testes

de modelos que são conhecidos como prototipagem ou protótipo, que torna mais

fácil para os analistas de sistema o processo de desenvolvimento, principalmente

para projetos nos quais os requisitos do usuário final são difíceis de definir. Este

sistema protótipo é repetidamente refinado até que seja aceitável (O´BRIEN,

p.332).

Cabe evidenciar que a tecnologia bem aplicada devolve ao cliente o

verdadeiro significado da sua existência, porém mal aplicado pode bloquear o seu

acesso aos negócios da empresa, que hoje busca na tecnologia benefícios

ligados à computação e à comunicação dentro da empresa e entre empresa e

cliente (GORDON, 2000, P.197).

Na perspectiva de O´Brien (2001, p.339-342) a implantação de novas

tecnologias gera mudanças organizacionais devido ao envolvimento e

compromisso que é exigido, porém há resistência das pessoas, que devem ser

educadas e treinadas para participarem desta mudança. O envolvimento do

usuário final nas mudanças organizacionais e no desenvolvimento de novos

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Sistemas de Informação (SI) é muito importante na redução de potencial de

resistência do usuário final.

2.4.1 Implantação do Sistema CRM

O processo de implantação de um sistema é difícil e demorado, porém é

decisivo na garantia do processo de qualquer sistema recém desenvolvido. As

etapas de implantação de um novo sistema abordadas por O´Brien (2001, p.343-

351) são:

• Aquisição de HW, SW e serviços;

• Desenvolvimento ou modificação de software;

• Treinamento do usuário final;

• Documentação do sistema;

• Conservação: paralela, piloto, em etapas e direta.

O autor ainda destaca outras atividades de implantação que são fundamentais

para o sucesso de um novo sistema:

• Testes – envolve teste de dispositivos de hardware, teste e depuração de

programas de computador e teste de procedimentos de processamento de

informação; simulam todas as condições que podem surgir durante o

processamento; os testes de programa ocorrem dos níveis superiores para os

inferiores até que o programa inteiro seja testado como uma unidade;

protótipos de telas, relatórios e outras saídas devem ser analisados pelo

usuário final para detecção de erros possíveis.

• Documentação – incluem manuais de procedimentos operacionais e amostras

de telas de exibição, formulários e relatórios de entrada de dados; funciona

como método de comunicação entre as pessoas responsáveis pelo

desenvolvimento, implantação e manutenção de um sistema computadorizado;

importante no diagnóstico de erros e realização de mudanças.

• Treinamento – pessoal de SI deve constatar se usuário final é capacitado para

operar o sistema ou a sua implantação fracassará; pode envolver atividades

de entrada de dados ou todos os aspectos do uso adequado do novo sistema;

devem-se educar os gerentes e usuários no modo como a nova tecnologia

afeta as operações e administração da empresa.

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• Métodos de conversão: como a implantação de um novo sistema é uma tarefa

difícil, os métodos de conversão podem suavizar o impacto da introdução de

novas tecnologias da informação em uma organização. As conversões podem

ser feitas das seguintes formas:

- Paralela – tanto o velho como o novo sistema opera até passar completamente

para o novo. As operações e resultados de ambos os sistemas são comparados e

avaliados, os erros identificados e corrigidos;

- Piloto – um departamento ou outro estabelecimento serve como local de teste,

até que os criadores do sistema sintam que ele pode ser implantado em toda

organização;

- Por etapas – partes da nova aplicação ou somente alguns departamentos,

agencias ou fabricas são convertidos de cada vez. Permite uma conversão

gradual dentro da organização.

- Direta – o novo sistema passa a ser único em determinado momento.

• Manutenção de SI – é a monitoração, avaliação e modificação de sistemas de

informação em uso para concretização de melhorias desejáveis ou

necessárias.

2.4.2 Avaliação do Sistema CRM

A avaliação de Hardware e Software se dá através de demonstração ou

informações e avaliações detalhadas das especificações ou ainda através de

informações de fabricantes e fornecedores. Os fatores de avaliação do Hardware

apresentados por O´Brien (2001, p.345) são:

DESEMPENHO

Qual é sua velocidade, capacidade e processamento?

CUSTO

Qual o preço de seu aluguel ou compra? Qual será o seu custo de operação e manutenção?

CONFIABILIDADE

Qual o risco de defeito e seus requisitos e manutenção?

Qual o seu controle de erros e dispositivos de diagnóstico?

DISPONIBILIDADE

Qual a data de entrega da empresa?

COMPATIBILIDADE

Ele é compatível com tipos de HW e SW existentes e/ou fornecidos por fornecedores concorrentes?

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MODULARIDADE

Ele pode ser expandido e atualizado pela aquisição de unidades modulares add-on (dispositivos de extensão)?

TECNOLOGIA

Em que ano está o ciclo de vida do produto? Ele utiliza uma tecnologia nova não testada ou corre o risco de obsolescência?

ERGONOMIA

Ele foi projetado levando em consideração fatores ergonômicos, tendo em vista o usuário? Ele é amigável ao usuário, projetando para ser seguro, confortável e fácil de usar?

CONECTIVIDADE

Ele pode ser facilmente conectado a redes remotas e redes locais de diferentes tipos de computadores e periféricos?

ADAPTABILIDADE

Ele consegue lidar com as demandas de processamento de uma ampla gama de usuários finais, transações, consultas e outros requisitos de processamento de informações?

SOFTWARE

Existe software de sistema e aplicações que possam utilizar melhor este hardware?

SUPORTE

Existe disponibilidade dos serviços necessários para o seu suporte e manutenção?

Quadro 2: Resumo dos principais fatores de avaliação de hardware. Fonte:O´Brien (2001).

A avaliação do software é realizada através de fatores similares aos utilizados

para avaliar o hardware como: desempenho, custo, confiabilidade,

disponibilidade, compatibilidade, maturidade, tecnologia, ergonomia e suporte,

porém devem ser considerados outros fatores para avaliar o Software conforme

quadro 3:

EFICIÊNCIA

O software constitui um sistema bem-desenvolvido de instrução de computador ou objetos que não utiliza muita capacidade de memória ou tempo da CPU?

FLEXIBILIDADE

Ele consegue lidar facilmente com tarefas de processamento sem precisar de grande modificação?

SEGURANÇA

Ele fornece procedimentos de controle para erros, defeitos e uso inadequado?

CONECTIVIDADE

Ele é habilitado para rede de forma a poder acessar facilmente a Internet, intranets, extranets e outras redes de modo autônomo, ou por meio de operação com navegadores ou outro software de rede?

LINGUAGEM

Ele é escrito em uma linguagem de programação que seja utilizado por nossos próprios programadores?

DOCUMENTAÇÃO

O software é bem documentado? Ele inclui instruções úteis ao usuário?

HARDWARE

O hardware existente possui as características exigidas para utilizar da melhor forma este software?

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OUTROS FATORES Quais são suas características de desempenho, custo, confiabilidade, disponibilidade, compatibilidade, modularidade, tecnologia, ergonomia, adaptabilidade e suporte?

Quadro 3: Resumo de fatores de avaliação de software Fonte:O´Brien (2001).

Após a implantação do SI é necessário haver monitoração, avaliação ou

modificações em busca de melhorias desejáveis ou necessárias, pois como o

sistema é novo há erros e estes indicam as áreas que podem ser melhorado. A

revisão pós-implantação garante uma revisão do sistema para certificar-se que

ele esteja operando corretamente e atingindo seus objetivos, além de detectar

potenciais problemas ou mudanças necessárias (O´BRIEN, 2001).

2.5 SISTEMA DE GERENCIAMENTO DO RELACIONAMENTO COM O

CLIENTE – CRM

Lopes (2001) sintetiza CRM como uma estratégia geradora de diferencial

competitivo pelo relacionamento de clientes através da tecnologia da informação,

atitude empresarial e por processos de negócio. Este sistema permite coletar

dados, focalizando o relacionamento com o cliente, seja ele adaptação ou de

implantações, de formas mais eficazes de relacionamento.

Na mesma perspectiva, Dornelas e Xavier (2004) sustentam que o objetivo

do CRM é “fornecer os elementos informacionais, funcionais e de projeção, tal

que possibilite ao gerente um comportamento pró-ativo e adequado a explorar as

potencialidades do cliente”. Os autores ainda identificam que o uso do CRM

apresenta vantagens como: consolidação e centralização das informações que

por si viabilizam uma abordagem única do cliente.

Em perspectiva similar, Swift (2001, p.12) sustenta que CRM é uma

“abordagem empresarial destinada a entender e influenciar o comportamento dos

clientes, por meio de comunicações significativas para melhorar as compras, a

retenção, a lealdade e a lucratividade”.

Na perspectiva de Jackson (2001) empresas centradas no cliente focam

na relação de quem são os clientes, quais seus requerimentos, que negociação

facilita a satisfação mútua, como a empresa suporta os comprometimentos e

como criam um relacionamento lucrativo e duradouro. Em relação à liderança e a

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cultura é necessário ultrapassar barreiras tais como capacitação,

responsabilidade, feedback, aprendizagem e confiança.

Serlift (apud MAZZON, NOGUEIRA e TERRA, 2004) afirma que para

implantar um sistema CRM é preciso definir quem são seus clientes e potenciais,

para então definir suas estratégias, buscando encontrar, conhecer e manter seus

clientes num longo prazo. A utilização do CRM pode trazer vantagens como

minimização de custos para captar novos clientes, não precisando buscar grande

quantidade de clientes, mas sim aumentando a retenção e lealdade do cliente,

reduzindo o custo de vendas, possibilitando maior facilidade de fazer cross-selling

e up-sellinng.

Paulo Araújo (apud ASELF, 2001) enfatiza que os clientes possuem

valores diferentes, com isto as empresas precisam definir o que tem mais valor: o

cliente que compra e reclama do produto ou o que dá lucro para assim

desenvolver um processo de fidelização. As informações obtidas pela

sistematização de informações personalizadas sobre cada cliente possibilitam dar

respostas individuais a cada um destes. A utilização da mídia eletrônica integra os

processos de CRM, servindo o cliente a um custo mais baixo, podendo este canal

de marketing de relacionamento ser desenvolvido ou personalizado para cada

cliente.

De acordo com Dornelas e Xavier (2004) o sistema de CRM (Customer

Relationship Management), avalia a melhora na relação com o cliente,

identificando novos perfis de atuação para os gerentes e também vantagens

associadas ao uso desse sistema.

Em síntese, CRM usa a integração entre o marketing e a tecnologia da

informação no atendimento aos clientes, buscando um relacionamento estável,

duradouro e acima de tudo permitindo um conhecimento contínuo, uma

comunicação constante com os clientes, um aumento nas vendas e realizando

ações com objetivos de satisfazer e fidelizar clientes.

2.6 AVALIAÇÃO DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO NA VISÃO DO USUÁRIO

Um processo de mudança é algo que está diretamente ligado ao fator

humano (comportamento do indivíduo em relação às mudanças) e depende muito

da reação de cada um. Desta forma, Pereira (1999) afirma que o processo de

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mudança é sempre de automudança, não é possível mudar uma pessoa se ela

não quiser, ou não se dispuser a isto. Este contexto de não aceitação pode ser

fator altamente relevante na manifestação da resistência à inovação ou mudança.

Hernandez e Caldas (2001) afirmam que as organizações costumavam

mudar esporadicamente quando necessidades reais e urgentes assim exigiam,

hoje em dia elas tendem a provocar sua transformação incessantemente. Para os

autores as organizações mudam para fazer frente à crescente competição, para

cumprir leis e regulamentos, introduzir novas tecnologias ou atender a variações

nas necessidades e expectativas de consumidores ou de parceiros.

A resistência é citada por diversos autores como um empecilho à

implantação de novas estratégias e muitas vezes trazem resultados negativos,

inclusive impedindo que mudanças necessárias sejam realizadas.

2.6.1 Mudança Organizacional

Mudança Organizacional tornou-se sinônimo de competitividade, pois se

apresenta como uma promessa futura de melhores resultados, de maior eficiência

e de satisfação pessoal (FEUERSCHUTTER, 1997). Porém, o alcance desse

futuro exige a passagem por caminhos difíceis, incertos e conflitivos (MOTTA,

1999).

O fenômeno da mudança organizacional há muito vem demandando estudos

e pesquisas dos cientistas e estudiosos das organizações. Conforme Wood Jr.

(1999), a dificuldade maior é construir um corpo coerente de idéias diante de um

universo teórico e prático multifacetado, que evolui de forma turbulenta, onde

correntes dominantes rapidamente dão lugar a novas abordagens.

Os administradores e os profissionais das empresas desde o mais simples

funcionário até o diretor têm que aprender a levar em consideração a mudança

como um fator sempre presente em seu ambiente de trabalho (MORGAN, 1996).

A necessidade de se adaptar às mudanças para enfrentar novos desafios, o

aumento da competição e da demanda dos clientes por produtos e serviços mais

personalizados está exigindo que as organizações recorram mais intensamente a

tecnologias modernas (ROBBINS, 2000).

A implantação de uma mudança necessita que o responsável esteja

comprometido, pois ela requer conhecimento, habilidades de desenvolvimento e

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apoio para que não haja resistência ou que a resistência possa ser administrada,

evitando, de acordo com Oliveira (2001), resultados negativos como confiança

abalada e moral baixa.

A mudança organizacional é definida por Wood Jr. (1995) como “qualquer

transformação de natureza estrutural, estratégica, cultural, tecnológica, humana

ou de qualquer outro componente, capaz de gerar impacto em partes ou no

conjunto da organização”. Contudo, Vilson (1995 apud MACIEL e NASCIMENTO,

2003), traz à tona um leque bastante amplo de visões e perspectivas, sendo um

dos temas mais discutidos nas organizações nos últimos tempos.

De acordo com Hernandes e Caldas (2001) ao implementar mudanças ou

inovações, as organizações, muitas vezes, têm de enfrentar resistências internas.

Da mesma forma, Motta (1999) afirma que a incapacidade de correr riscos ou de

contrapor-se aos hábitos estabelecidos são as justificativas mais constantes sobre

as desvantagens da mudança, ou seja, quando as pessoas não querem mudar,

fazem um grande esforço para mostrar a mudança como desnecessária.

Campos (1990 apud MACIEL e NASCIMENTO, 2003) afirma que a empresa

só permanece viva e forte na medida em que implanta melhorias significativas,

levando a níveis de desempenhos nunca antes experimentados. Desta forma, a

mudança corresponde a um novo padrão ou modificação dos existentes sem,

contudo, abandonar os aspectos relativos às rotinas, que certamente continuarão

existindo na organização. Neste sentido, não se pode negar ou apagar as

estruturas e processos vigentes, mas a partir das rotinas atuais, agregar

continuamente inovações e melhorias.

Em se tratando da mudança das pessoas, Morgan (1996) aborda quatro

tipos diferentes de postura frente à mudança. Segundo o autor há aquelas

pessoas que ignoram a mudança, se recusam a reconhecê-la ou não percebem a

amplitude e o ritmo da mudança. Há aquelas que defendem a idéia da

inevitabilidade da mudança, dizendo que tudo é vontade de Deus e nada pode ser

feito. Há aquelas que torcem as mãos, procurando atrasar o relógio dos

acontecimentos e aquelas, das quais ele próprio (Morgan) defensor, que querem

controlar a mudança dentro dos limites de sua área de ação. São os pragmáticos

que procuram planejar os efeitos da mudança, maximizando seus resultados.

A mudança organizacional é como qualquer alteração iniciada pela

administração na situação ou no ambiente de trabalho de um indivíduo (JUDSON,

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1980). Uma organização deve ser entendida no seu processo de contínua

mutação, e não como simplesmente era concebida no passado, como um

organograma estático e com sistemas mecânicos cuidadosamente aperfeiçoados.

Uma organização deve ser vista como um conjunto orgânico composto de partes

inter-relacionadas, e interdependentes, significando que, qualquer mudança em

uma das variáveis, inevitavelmente causa efeito nas outras (FOGUEL, 1988).

Morgan (1996) considera que o desafio das organizações é o de atender às

condições de mudança e de adaptar-se à tensão externa. Temos que encarar as

organizações como sistemas abertos e flexíveis e definir a mudança

organizacional como ações iniciadas para equilibrar as diferenças entre a situação

presente e a idealizada, aumentando a eficiência da organização.

Na perspectiva de Benis (1976 apud CHAMPION, 1985), a mudança

organizacional deve ser planejada e, como parte do planejamento, o autor

considera que deve incorporar seis características fundamentais: deve ser lógica,

para criar um referencial para aqueles que trabalham na organização; deve ser

inteligível, para facilitar sua comunicação e compreensão; deve ser explícita, para

evitar ambigüidades em termos de relações; deve ser estruturada a partir de

princípios seguros, que ensejam estabilidade e, ao mesmo tempo deve ser

flexível para motivar as pessoas a enfrentar problemas.

As organizações aspiram às mudanças em decorrência de “algum

descontentamento, tensão, dilema ou crise - alguma discrepância entre o

presente e o ideal” (BENNIS, 1976 apud CHAMPION, 1985). No entanto, acredita

que qualquer mudança só será efetiva se os planejadores levarem em conta a

escala de valores, percepções e os processos cognitivos dos membros da

organização.

Para Nogueira (1991), apesar de existirem diversas tipologias de mudança

organizacional as idéias se aproximam quanto aos aspectos ou variáveis

envolvidas: tecnologia, estrutura e pessoas. Parece haver um consenso de que as

pessoas são o cerne do processo. Qualquer mudança só pode ser realizada

através das pessoas. No entanto reações favoráveis ou desfavoráveis aparecem

como fator determinante do sucesso/insucesso da mudança.

De acordo com Morgan (1996) a mudança organizacional engloba alterações

no comportamento humano, nos padrões de trabalho e nos valores, em resposta

a modificações ou antecipando alterações estratégicas, de recursos ou de

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tecnologia, enfatizando a mudança das pessoas, dos métodos e da tecnologia,

expandindo, portanto, o conceito de mudança como resposta a questões impostas

pelo ambiente.

Contudo, Enz (1986 apud FEUERSCHUTTER, 1997) aponta que, nos

processos de mudança, em especial, os valores introduzidos por pressão externa

ou originários na própria organização são, por vezes, confrontados com o

contexto cultural em vigor. Nessas situações, em virtude de modificações nas

interações organizacionais, os padrões de significados compartilhados nos

diferentes níveis podem estar sujeitos a situações de convergência ou de

divergência, dependendo de como os novos pressupostos, sob a forma de valores

e interesses, são apresentados pelos dirigentes e interpretados pelos integrantes

organizacionais. Condicionados, então, à existência de coerência entre tais

pressupostos disseminados nos diferentes grupos, as práticas na organização

podem, eventualmente, caracterizar-se por confrontos entre valores e interesses

específicos de subculturas distintas.

De outra forma, Feuerschutter (1997) define que os padrões culturais

inferiores à implantação de mudanças são legitimados e institucionalizados na

organização de acordo com o grau de correspondência com os interesses dos

seus integrantes. Então as práticas organizacionais estão sujeitas a critérios de

aceitação ou de resistência, conforme a existência de coerência ou incoerência de

valores ou de interesses articulados, e do grau de importância a eles atribuídos

pelos indivíduos e pelos grupos organizacionais.

2.6.2 Resistência à Mudança

Grande parte das resistências à mudança tem origem nas percepções

individuais sobre a novidade. Essas percepções são relacionadas tanto com

imaginações sobre o futuro e experiências passadas, quanto com ônus do próprio

processo de mudança (MOTTA, 1999). Sempre que algo novo é introduzido no

cotidiano das pessoas, elas tendem a lutar contra, onde o receio ao desconhecido

provoca uma reação resistiva a este novo fator que pode mexer com a cultura

e/ou com o comportamento das pessoas (SILVA e VERGARA, 2003).

Lewin (1947 apud HERNANDEZ e CALDAS, 2001) afirma que a resistência

à mudança é um fenômeno sistêmico e, dessa forma pode ocorrer tanto com

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empregados quanto com gerentes. Partindo deste pressuposto, os autores

refutam a conjectura de que os empregados são os atores organizacionais com

maior probabilidade de resistirem à mudança, “difundida pela visão gerencialista

da teoria de resistência à mudança”. De acordo com estes autores, há na

literatura críticas recentes ao pressuposto de que “a culpa é dos funcionários”.

Spreitzer e Quinn (1996 apud HERNANDEZ e CALDAS, 2001) mostraram que

gerentes de uma organização que passava por processo de mudança culpavam

seus superiores hierárquicos por resistir ao esforço de mudança. Conclui-se que o

ambiente externo, com suas pressões por modelos de administração mais

participativos, menos burocráticos, mais ágeis, por si só não provoca mudança

nas organizações. São as pessoas que criam e renovam estratégias.

Nogueira (1991) propõe que “toda mudança parece exigir do indivíduo certo

grau de esforço no sentido de adaptar-se à nova situação”. Na visão de Pereira

(1999) lidar com a mudança é algo complexo, que provoca reações específicas

nas pessoas que nem sempre são conscientes ou deliberadas, mas

condicionadas por arquétipos, paradigmas e crenças arraigadas: o âmago da

nossa identidade. Motta (1999) reforça esta idéia ao afirmar que a inovação é um

processo coletivo que altera crenças, hábitos e interesses sedimentados de

indivíduo e grupos. Entendendo por inovação, a mudança benéfica, pró-ativa, ou

seja, a solução criativa de problemas, visando o desenvolvimento da empresa.

Wagner III e Hollembeck (2000) abordam que mudança é o ato de variar ou

de alterar modos convencionais de pensamento ou comportamento. Os autores

ainda destacam que acionar uma mudança requer tanto a identificação e

superação de fontes de resistência quanto o incentivo e fortalecimento das fontes

de apoio. O diagrama mostrado abaixo é um exemplo de uma análise típica do

campo de forças, onde duas linhas são traçadas, uma representando a situação

atual de uma organização, e a outra, a organização depois que a mudança

desejada foi implementada e também setas que representam a resistência à

mudança, e a extensão da seta indica a resistência da força percebida em relação

à das outras forças no campo. Usando como exemplo o lançamento de pequenos

computadores nas empresas como a Compaq, a Zenith Data System e a NEC,

que foram destinados a ocupar o lugar dos grandes.

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Forças de resistência à mudança

Percepções diferentes Inércia burocrática do sobre a importância de fabricante de computadores novos produtos de grande porte

Perturbação social provocada Receios dos funcionários pela dissolução de antigos quanto à adaptação às novas grupos de trabalho tecnologias de produção

Competição Introdução de Percepção de de empresas maior automação crise na companhia asiáticas fabril e no setor

Figura 2 - Análise do campo de Forças. Fonte: Wagner e Hollenbeck (2000)

Giroux (1993 apud SILVA e VERGARA, 2003) observa que as numerosas

falhas nas tentativas de mudança organizacional têm sido freqüentemente

atribuídas, de modo simplista, à resistência humana e a problemas operacionais

de comunicação. Ao tentarem realizar um processo de mudança, as organizações

propõem alguns modelos, os quais muitas vezes não chegam a serem totalmente

concluídos. Hernandes e Caldas (2001) citam que a maioria dos processos de

mudança não pode ser caracterizada como um processo bem sucedido nem

como um total fracasso. A maioria se situa entre esses dois extremos.

Na perspectiva de Pereira (1999) o processo de mudança é sempre de

automudança, não é possível mudar uma pessoa se ela não quiser, ou não se

dispuser a isto. Na verdade, começa-se a provocar mudanças quando se

consegue, de alguma forma, influenciar a percepção dos outros. Motta (1999)

concorda com este pressuposto ao colocar a reação de uma pessoa diante da

novidade como dependente de seus traços de personalidade ou de sua

experiência de vida. “Normalmente, se aceita a novidade quando as pessoas

compreendem que a alteração de sua maneira de pensar e agir maximizará a sua

satisfação relativa” (MOTTA, 1999).

As pessoas têm suas imagens e expectativas desestabilizadas, o que gera

resistência. Hernandez e Caldas (2001) reforçam o caráter individual e cognitivo

da mudança ao afirmarem que a “resistência é tanto um fenômeno individual

como grupal – a resistência vai variar de um indivíduo para o outro em função de

Posição Desejada

Posição Atual

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fatores pessoais e situacionais”, ou seja, para um ser humano a realidade é aquilo

que ele percebe. Cada pessoa decodifica a realidade de acordo com seus

padrões mentais, suas experiências e o contexto organizacional.

É necessário também que, ao introduzirem um modelo de mudança, as

organizações estejam a par da cultura e dos valores de seus colaboradores, pois

estes fatores podem ser decisivos ao influenciarem diretamente no grau de

resistência que a mudança receberá das pessoas. No conceito de cultura

organizacional, Oliveira (2001) cita que ela é composta de padrões prevalecentes

de valores, crenças, sentimentos, atitudes, tecnologias, métodos e procedimentos

de execução, de atividades e suas influências sobre as pessoas da empresa.

Segundo Hernandez e Caldas (2001) resistência só ocorre na presença de

circunstâncias excepcionais: estrutura organizacional e comportamentos dos

agentes de mudança que ao tentarem evitar ou prevenir a resistência acabam

contribuindo para sua ocorrência ou agravamento.

Nogueira (1991) propõe que a resistência não deve ser vista como algo a ser

vencido, mas como um sinal de que alguma coisa está errada, requerendo uma

análise mais rigorosa da situação.

Resistir é um fenômeno natural em oposição às tensões que ameaçam ao

equilíbrio dos sistemas sociais. Hernandez e Caldas (2001) confirmam este

princípio ao citarem o trabalho de Kurt Lewin que demonstra que as organizações

são um conjunto de processos em equilíbrio quase estacionário, estando sujeitas

a um conjunto de forças opostas, mas de mesma intensidade que mantêm os

sistemas em equilíbrio ao longo do tempo. Quando forças sociais conseguem

desestruturar este sistema, objetivando novo patamar de equilíbrio, a tendência é

que os indivíduos e grupos reajam à mudança da sua zona de conforto e

segurança. “A mudança ameaça as pessoas com a alteração no seu sistema de

ganhos e perdas, surgindo um clima de insegurança e comportamentos de

resistência” (Motta, 1999).

Por outro lado, Motta (1999) alerta que encarar a mudança como algo natural

não significa tratá-la como aceitável. “Se a mudança é necessária ao progresso, a

resistência é seu impedimento, e, como tal, deve ser ultrapassada”. “O fenômeno

da resistência às mudanças é tão universal que a maioria das pessoas tende a

aceitá-lo como um fato natural e consumado” (Pereira, 1999). Desta forma, Motta

enfatiza o lado negativo da resistência à mudança, tendo que ser superada assim

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que se manifesta. Considerando que a mudança ameaça os indivíduos no seu

equilíbrio aos hábitos estabelecidos, percebe-se uma tendência em considerar

que todas as pessoas são “naturalmente” resistentes à mudança. Hernandez e

Caldas (2001) contestam este argumento afirmando que os seres humanos

anseiam por mudança, e tal necessidade comumente sobrepõe ao medo do

desconhecido.

Resistir à mudança é opor-se à novidade, considerando tanto as dimensões

individuais quanto organizacionais. Motta (1999) relata um paradoxo de

resistência à mudança ao examinar as formas de resistência pelo grau de

congruência ou de incongruência da pessoa com a organização. Paradoxalmente,

a grande dificuldade com a mudança se encontra naqueles que mais a desejam.

São os incongruentes, que não se identificam com as práticas organizacionais.

Para Motta (1999):

o paradoxo se explica, porque o desejo da mudança não se realiza por simples intenção individual, mas em meio a interesses, frustrações e ressentimentos com o presente e o passado organizacionais. A incongruência provoca reações: pode desagregar, marginalizar e até agregar pessoas em oposição dando-lhes sentido de segurança de pertencer a um grupo, mesmo por contradição às práticas correntes.

As pessoas reagem, não só de forma ativa, mas também, mostrando apatia

ou indiferença. Segundo Wagner III e Hollembeck (2000) sempre que for acionada

alguma mudança, é esperado a resistência, pois as pessoas tendem a resistir ao

que consideram uma ameaça à maneira de fazer as coisas. Para Champion

(1985) ela pode significar a perda de status e prestígio para certas pessoas. E

sendo assim quanto maior a mudança, maior tende ser a resistência, pois poucas

pessoas desejam abdicar da sua posição atual. Motta (1999) aponta três tipos de

incongruência: dissidência, apatia e ressentimento:

• dissidência – o funcionário constata um hiato entre seu papel e seu potencial,

não vê sua capacidade reconhecida e valorizada. Neste caso, os dissidentes se

recusam a aceitar algumas das práticas propostas. São combativos, se

preocupam com os destinos da empresa e agem no sentido de reverterem

diretrizes. Criam tensões criativas, procurando construir pela oposição;

• apatia – significa indiferença e a não manifestação de identidade com valores

e práticas organizacionais. Os funcionários apáticos não se importam com os

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destinos da organização. Pela indiferença, são resistentes passivos. Não opõem

resistência à mudança, são aqueles que recebem uma tarefa para cumprir e não

a cumprem na data prevista, dando a desculpa que não teve tempo, que estavam

muito atarefados ou que faltou gente no setor e se justificando que na próxima

semana cumprirá – promessa que pode se arrastar por meses;

• ressentimento – significa uma mágoa pela percepção de exclusão da

concorrência ao poder organizacional. Agem subversivamente no sentido de

resistir tanto ao status quo, quanto às propostas de mudança. Procuram alongar o

processo de mudança, apontado erros e dificuldades. “Aparentemente, os

ressentidos seriam menos resistentes à mudança, porque estariam dispostos a

apoiar qualquer alteração no status quo. Mas esse não é o caso em função das

relações estabelecidas de poder” (MOTTA 1999).

Pereira (1999) aponta atitudes de resistência à mudança, tais como

procrastinação, perfeccionismo, dependência, resignação, dificuldade em

estabelecer metas ou de selecionar prioridades; como mecanismos de defesa

contra a incapacidade de suportar a angústia da mudança. Esses mecanismos de

defesa são vistos por Hernandez e Caldas (2001) como representação dos

estímulos interiores, que emergem na forma de predisposições, tais como

expectativas, motivos e lições aprendidas, todas baseadas em experiências

anteriores.

No âmbito individual Lobos (1979 apud NOGUEIRA, 1991) argumenta que o

indivíduo protege inicialmente seu equilíbrio psicológico, evitando receber

informações ambientais que de uma forma ou de outra lhe sugiram a necessidade

de modificar seu comportamento. O indivíduo, também, está acostumado a

comportar-se de certa maneira e, a menos que as recompensas sejam evidentes,

ele não vê motivos para abandonar as práticas usuais. Outra razão colocada pelo

autor é que o indivíduo possui certos objetivos prefixados, cuja consecução pode

ser ameaçada pela mudança. Em perspectiva similar, Lewin (1947,1951 apud

HERNANDEZ e CALDAS, 2001) afirma que a resistência à mudança seria o

resultado da tendência de um indivíduo a se opor às forças sociais que objetivam

conduzir o sistema para um novo patamar de equilíbrio.

Judson (1980) também apresenta argumentos para estes aspectos, quando

afirma que o comportamento individual e de grupo pode variar dentro de um

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espectro de possibilidades. Assim, em um extremo ele coloca a resistência ativa,

e no outro o apoio total, como demonstra no quadro 4.

Aceitação

- cooperação e apoio entusiásticos - cooperação - cooperação sob pressões da gerência - aceitação

Indiferença

- resignação passiva - indiferença - apatia, perda de interesse pelo trabalho - fazer aquilo que for ordenado

Resistência passiva

- comportamento regressivo - não aprender - protestos - trabalhar segundo as regras

Resistência ativa

- fazer o menos possível - diminuir o ritmo de trabalho - retraimento pessoal - cometer “erros” - causar danos - sabotagem deliberada

Quadro 4: Comportamentos possíveis diante de uma mudança Fonte: Judson, 1980, p. 64.

As diversas abordagens sugerem que a resistência à mudança nas

organizações tem suas origens centradas nas características pessoais dos

indivíduos e no contexto organizacional. Motta (1999), por exemplo, aponta as

origens das percepções individuais que levam à resistência à mudança:

• receio do futuro – neste caso, a impossibilidade de conhecer o futuro, cria a

incapacidade de correr riscos, de optar pelo que é familiar;

• recusa ao ônus da transição – o processo de mudança para um patamar de

maior eficiência e satisfação pessoal, passa por caminhos difíceis, incertos e

conflitivos, implicando em um ônus pelos problemas reativados, oposições e

iniqüidades;

• acomodação ao status funcional – a resistência a idéias novas é fruto, em

grande parte, das dificuldades dos funcionários em lidar com a complexidade e

descontinuidade das condições organizacionais. Acomodam-se aos seus

direitos e conveniências e vêem a mudança menos como uma oportunidade

de ganhos e mais como risco de perdas;

• receio do passado – as experiências anteriores condicionam e constroem

atitudes de rejeição à mudança.

Judson (1980) aponta algumas variáveis que podem intensificar ou reduzir

os sentimentos de resistência, e que agem de forma articulada: os sentimentos

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predispostos contra qualquer mudança, senso pessoal de segurança, crenças e

normas culturais em vigor que poderiam estar em conflito com a mudança,

confiança na gerência ou grupo de trabalho, apreensões e esperanças

específicas, fatos passados prejudiciais à mudança e o método pelo qual a

mudança foi apresentada. Apresenta também, os sentimentos predispostos, a

ameaça, à segurança e os sentimentos de confiança como aqueles fatores que

exercem maior influência sobre os sentimentos de resistência.

A maioria das razões pelas qual a maneira de fazer mudanças pode afetar

negativamente as atitudes das pessoas tem uma raiz comum, que é o efeito da

maneira pela qual é feita à mudança sobre a necessidade fundamental das

pessoas de terem uma sensação de importância do valor pessoal (JUDSON,

1980).

Por se tratar de pessoas com características diferentes, a mudança terá um

impacto produzindo algumas reações únicas a cada. Parece legítimo afirmar que

é de fundamental importância analisar os diversos fatores desencadeadores de

resistência antes de propor qualquer programa de mudança. Segundo Hernandez

e Caldas (2001), devem ser consideradas a possibilidade de que a resistência

possa ser um sinal de que existe uma situação problemática anterior à sua

ocorrência.

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3 METODOLOGIA

3.1 DELINEAMENTO DA PESQUISA

Pesquisa qualitativa consiste na escolha correta de métodos e teorias, no

reconhecimento e na análise de diferentes perspectivas, na variedade de

abordagens e métodos e nas reflexões do pesquisador a respeito de sua

pesquisa (FLICK, 2004).

A decisão por uma pesquisa qualitativa ou quantitativa se dá de acordo

com a geração de dados e métodos de análise. A pesquisa quantitativa lida com

números e a qualitativa evitam números e interpreta realidades sociais,

deslocando a atenção da análise em direção a questões referentes à qualidade e

à coleta dos dados (BAUER; GASKELL, 2002).

A pesquisa qualitativa ajuda a identificar questões e entender porque elas

são importantes, identificando a extensão total de respostas ou opiniões que

existem em um mercado ou população. É especialmente útil em situações que

envolvem o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas idéias, devendo ser

usada quando se deseja entender detalhadamente porque um indivíduo faz

determinada coisa.

Na pesquisa qualitativa procura-se saber qual é a maneira como as

pessoas espontaneamente se expressam e falam sobre o que é importante para

elas e como elas pensam sobre suas ações e as dos outros. (BAUER;GASKELL,

2002). Com a utilização da entrevista, que é uma conversa orientada para um

objetivo definido, há a necessidade de se obter dados que não podem ser

encontrados em registros e fontes e que podem ser fornecidos por certas

pessoas.

3.2 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

A presente pesquisa, de caráter qualitativo, realizou-se no Centro Auditivo

Telex, sito à rua Tenente Silveira, 225 loja 06, no centro de Florianópolis, entre o

mês de agosto de 2005 e junho de 2006.

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Neste estudo, os envolvidos foram o quadro de funcionários do Centro

Auditivo Telex, que hoje é composto por uma Gerente, uma Fonoaudióloga, uma

Assistente Administrativo e uma estagiária de fonoaudiologia.

3.3 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada através de entrevistas em profundidade,

individuais, com questões semi-estruturadas e através de observações do

ambiente organizacional, procurando verificar as emoções, sentimentos,

experiências e percepções básicas dos entrevistados (ROESCH, 1996).

PROFISSÃO CARGO TEMPO NA

FUNÇÃO

TEMPO DE

ENTREVISTA

Estudante Estagiária de

Fonoaudiologia 6 meses 50 min

Estudante Assistente

Administrativo 1 mês 35 min

Fonoaudióloga Fonoaudióloga 5 anos e 8 meses 45 min

Administradora Gerente de Área 1 ano 55 min

Quadro 5: Dados dos entrevistados Fonte: dados empíricos

As entrevistas foram realizadas no Centro Auditivo Telex, em datas

diferentes para cada depoente, de acordo com os horários disponíveis de cada

um. O contato prévio foi estabelecido diretamente com os entrevistados em

função da facilidade de acesso da pesquisadora à empresa. Foi informado aos

entrevistados que seria gravada a entrevista e que seria mantida em sigilo e

anonimato sobre as falas de cada uma.

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A aplicação do roteiro não foi de forma rígida, mesmo porque muitas

questões emergiram normalmente do próprio discurso do depoente, além de cada

entrevista ter sua própria dinâmica, a cada uma coube perguntas diferentes.

Para a realização das entrevistas foram utilizadas as questões abaixo

como roteiro para o desenvolvimento das mesmas.

ROTEIRO PARA ENTREVISTAS:

1 – Quanto tempo você trabalha na empresa? Quais são suas funções no dia a dia na

empresa?

2 – Quais as atividades você desenvolve no computador?

3 – Como foi a implantação do software CRM? Todos participaram?

4 – Os softwares utilizados pela empresa são confiáveis? Como é a linguagem? Como é

o desempenho? Satisfaz as necessidades do dia-a-dia?

5 – Que ferramentas são utilizadas para captar novos clientes e manter os existentes?

6 – Existe algum aspecto positivo ou negativo do software CRM? Dê um exemplo.

7 – Qual o retorno que o software CRM trás para a empresa?

8 – Como era o trabalho antes da implantação do software CRM?

9 – Qual o significado do sistema de CRM nas suas atividades?

Quadro 6: Roteiro para entrevistas Fonte: dados empíricos

3.4 INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

A análise dos dados foi realizada após uma transcrição das entrevistas

gravadas para o papel. Neste procedimento utilizou-se a seguinte simbologia: “E”:

para identificar o entrevistador; “E1, E2, E3, E4”: para os entrevistados; “-“: para

evidenciar uma pausa curta; “+”: para pausa longa e “++” significando silêncio.

Após a transcrição das entrevistas, se analisou cada uma delas,

procurando identificar em quais momentos demonstravam resistência à mudança,

de acordo com os conceitos dos autores já apresentados anteriormente, bem

como aceitação e envolvimento com sistemas de informação.

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4 O CASO DO CENTRO AUDITIVO TELEX S.A

4.1 DESCRIÇÃO DOS RESULTADOS

O sistema de CRM foi elaborado por uma equipe especializada da Oticon

da Dinamarca e adaptado para o Brasil. A implantação ocorreu por etapas,

implantando primeiramente no Rio de Janeiro, depois na grande São Paulo,

região Sul, Nordeste, Norte, Centro Oeste, e demais cidades da região Sudeste.

A implantação na região Sul ocorreu no decorrer do mês de setembro de

2005. Houve um treinamento em Porto Alegre, onde participaram a Assistente

Administrativo e uma Fonoaudióloga de cada filial desta região.

O treinamento ocorreu em um sábado, das 9h às 17h. A equipe de

marketing da matriz apresentou em data show informações sobre o CRM, tais

como seu objetivo, benefícios e destacou a importância de cada um fazer sua

parte e que para este projeto dar certo dependeria de cada um em informar dados

atuais e verdadeiros.

Na segunda-feira subseqüente ao treinamento, um componente da equipe

do departamento de marketing da matriz esteve na filial para acompanhar o

primeiro dia de trabalho e dar algumas explicações mais detalhadas que no

treinamento não foi evidenciado. Nesta data, todo o quadro de funcionário estava

presente na loja e pode obter mais informações sobre o novo sistema. Com a

utilização do sistema novas dúvidas foram surgindo e estas foram resolvidas por

e-mail ou por telefone quando possível contatar a pessoa responsável.

4.1.1 Diferentes Percepções dos usuários

As empresas são compostas por capital humano, que possuem

características, forma de agir, pensar, aceitar e interpretar as informações uns

diferente dos outros. Com isto segue abaixo as diferentes percepções dos

usuários do sistema de informação do Centro Auditivo Telex, filial Florianópolis,

sobre os diferentes aspectos do sistema, bem como os pontos positivos e

negativos e as principais resistências à mudança apresentadas.

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• O Processo da Implantação

Como nem todos os funcionários da loja participaram do treinamento,

houve diferentes percepções quanto a implantação, conforme afirmações:

Assim que eu entrei foi implantado o sistema, porém eu não

tive nenhum treinamento, fui aprendendo com os outros

funcionários (E1).

O treinamento foi bom, porém a gente só consegue

visualizar depois que começa a manusear, ele é um pouco

complexo no começo, como qualquer programa (E2).

A implantação do sistema foi falha, não foi levado em

consideração as diferenças que existe nas regiões, o

treinamento foi padrão para todas as filiais. Eu deveria ter

participado do treinamento, sendo que uma das

entrevistadas que foi ao curso não usa e não alimenta o

CRM (E4).

Comecei a usar o CRM ontem. Não sei nada a respeito,

para mim ele é uma agenda [...] estou aprendendo com uma

colega de trabalho, não tive nenhum treinamento (E3).

Nos discursos acima é percebido que E1 se socializou com o sistema e E3

é induzida sob utilização, sendo que ambas não tiveram treinamento e

aprenderam com uma colega de trabalho. Já E2 e E4 demonstraram percepções

diferentes em relação à implantação. E2 apresentou uma visão prática, até por ter

participado do treinamento e E4 induziu a resistência criticando o processo de

implantação e por não ter participado do treinamento.

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• Aceitação do Software CRM

A percepção de E1 sugere aceitação neste processo de mudança, pois

mesmo sem treinamento aprendeu com uma colega de trabalho. Não teve

restrições quanto ao uso do sistema de relacionamento de pessoas implantado,

podendo contribuir na medida do possível, porém em alguns momentos sua

cooperação foi utilizada sob pressão da gerência, quando a responsabilidade

passou a ser somente sua pelo preenchimento atual, correto e lógico de

informações, sendo que a entrevistada afirma:

eu sou a responsável pelo CRM hoje, se der alguma coisa

errada a culpa é minha [...] aos poucos e conforme as

cobranças vão surgindo a gente vai aprimorando (E1).

É percebido que E1 sente-se com uma responsabilidade muito grande,

tendo em vista o cargo que ocupa, para alimentar e controlar o CRM, além disto

os erros vão ocorrendo e somente após as cobranças que os ajustes ocorrem.

“O CRM vai somando o número de clientes a nível Brasil,

então ele é muito importante, mas nunca o estudei muito a

fundo [...] nunca vai dar para confiar só no computador,

alguma coisa registrada é importante ter” (E2).

Percebe-se que a entrevistada E2 não demonstra interesse em aprender o

CRM e procura fazer o menos possível. Seu conhecimento sobre o sistema é

técnico, além disto, apresenta recusa ao ônus da transição, não destruindo o

velho, quando procura manter registros no papel.

“No início eu relutava um pouco com relação ao CRM,

principalmente porque eu não fui ao treinamento, tinha

noções de CRM pelo meu curso, mas na prática nunca tive

contato”. (E4)

No momento da implantação do software CRM, a entrevistada E4

demonstrou-se resistente, pois relutou até onde conseguiu para não utilizar o

sistema. Seu conhecimento sobre CRM é apenas o apresentado na faculdade de

administração e como não participou do treinamento, conhece apenas a teoria.

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Mesmo demonstrando resistência, os colaboradores admitem a importância

do software CRM para relações futuras.

O CRM é visto como um diferencial competitivo, sendo uma

ferramenta que se atualizada diariamente oferece

informações para focalizar e captar novos clientes. Como a

filial Florianópolis possui uma carta de clientes grande e

com mais de 30 anos, a captação é feita através das

informações contidas no CRM, para tanto é necessário que

todos os funcionários alimentem o CRM, para que a matriz

e a filial possam utilizar estas informações e contatar com

os futuros clientes, enviando uma mala-direta, fazendo

panfletagem, anúncio em jornal e rádio, tele marketing e

principalmente através da indicação de parceiros (E4).

Nesta afirmativa E4 enfatiza a importância do CRM, sua alimentação exata

e pontual para gerar informações, a fim de buscar clientes através de diversos

meios que o sistema de CRM disponibiliza.

.

O lado positivo do CRM é que toda a informação está

digitada no computador, antes ficava procurando nos

arquivos de papel. Ele é muito útil e prático, mas tem que

ser bem alimentado (E1).

A percepção de E1 sobre a importância do software é que ele se torna útil

se bem alimentado, não precisando mais guardar a informação no papel, pois

tudo é registrado no sistema CRM.

O CRM auxilia muito para saber quais procedimentos que a

pessoa faz dentro da loja, as datas que fez os retornos [...] a

agenda do CRM é muito boa porque realmente confirma se

a pessoa esteve ou não, quando tinha só a de papel a gente

nunca sabia se a pessoa tinha comparecido ou não (E2).

A percepção de E2 sugere que o CRM seja uma agenda que registra os

procedimentos realizados, bem como a marcação e confirmação que o cliente

esteve na loja. Com a agenda de papel esta informação não podia ser registrada

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e resgatada posteriormente para acompanhamento de cada cliente. E2 foca o

CRM nas suas atividades técnicas, não percebendo a sua amplitude.

• Desempenho do Software

Em relação ao desempenho do software CRM as percepções foram

semelhantes, pois em todas as entrevistas foi percebido que o sistema se

demonstra com desempenho baixo, em relação à agilidade, conforme afirmações

abaixo:

É despendido muito tempo para preenchimento do sistema

de informação CRM, tendo em vista que sou a pessoa

principal pelo preenchimento e que o sistema é lento ou

meu tempo que é curto, pois tenho outras atividades para

desenvolver, como tele marketing com os clientes, mala

direta, estar mais em contato com o cliente, buscando mais

vendas (E1).

A afirmação de E1 sugere que esta possui muitas atividades para

desenvolver durante seu dia-a-dia, porém não consegue as realizar, pois o CRM

consome muito tempo, demonstrando-se lento. Com isto nem sempre consegue

desempenhar todas as atividades planejadas para cada dia, acumulando ou

adiando serviço.

O software CRM é visto como uma ferramenta simples,

porém seu desempenho é lento, a linguagem é fácil, não

toma muito tempo, pois pode ser alimentado durante a

jornada de trabalho, ficando minimizado na tela. O suporte

que é dado pela matriz deveria ser mais rápido e ágil, pois

tem respostas que demoram dois dias para retornar à filial,

por e-mail ou telefone. Como é um software que ainda está

em implantação, sofre correções e percebe-se que há uma

preocupação em melhorá-lo. Acredito que o retorno do CRM

será a médio/longo prazo (E4)

A percepção de E4 está direcionada para um sistema de fácil acesso, que

pode ser acessado a qualquer momento do dia, porém é evidenciado que este

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possui um desempenho lento, ou seja, seu processamento para salvar ou passar

de uma tela para outra é um pouco demorado. Em relação ao suporte, este é

efetuado pela matriz que nem sempre está disponível para ajudar, podendo a

resposta vir em um ou dois dias.

O tempo gasto é enorme, pois o sistema é muito lento,

travado, demorado (E3).

Na percepção de E3 o sistema é considerado lento, tendo que dispor de

muito tempo para alimentá-lo. Com isto é possível verificar que E3 e E1 possuem

a mesma percepção em relação ao tempo gasto alimentando o sistema, já E4

possui uma percepção contrária.

• Tecnologia da Informação no Centro Auditivo Telex

O Centro Auditivo Telex está sempre buscando novas tecnologias, tanto

para sistemas como para os aparelhos auditivos, pois colocam as pessoas em

primeiro lugar, bem como suas necessidades e desejos individuais1. A utilização

de sistemas de informação abrange todos da organização, sendo que cada

função utiliza o software de acordo com suas necessidades. As afirmações

relacionadas com tecnologia da informação, extraídas das entrevistas, são

descritas abaixo.

O Word é utilizado para elaboração de memorandos

internos, o Excel para controles de recebimento,

pagamentos, faturamento, o Outlook para estabelecer uma

comunicação mais rápida com a matriz e fornecedores. A

Intranet é muito importante, nela estão as normas, os

processos e os procedimentos, procurando facilitar as

rotinas. O IFS é o sistema financeiro, o “Dinny, Noa e E-

caps” são programas desenvolvidos especialmente para a

fonoaudiologia e o CRM que é utilizado para manter o

relacionamento com o cliente [...] sem um sistema o

1 Dados disponibilizados no site http://www.telex.com.br Acessado em 22 de outubro de 2005.

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controle ficaria deficitário, precisa ter um sistema único pra

todas as lojas, senão tudo fica desconforme; até as normas

na intranet são muito importantes (E4).

A visão de E4 sobre tecnologia da informação é ampla dando total

importância para todas as atividades da empresa que utiliza os recursos que esta

dispõe, desde os softwares de editor de texto e de tabelas até os específicos

criados pela empresa. A intranet com suas normas, direitos e deveres também é

importante para a empresa, bem como todos os sistemas que ela utiliza para

haver uma padronização entre todas as filias do Brasil.

A utilização do sistema de informação CRM é muito

benéfico para a empresa, não precisando mais utilizar

agenda de papel, ficha de cliente. É um sistema que veio

para facilitar, porém deve ser atualizado todos os dias. O

ideal é que todos soubessem mexer e que todos

alimentassem o sistema (E1).

Para E1 a utilização da tecnologia da informação é importante para que a

empresa evolua em tecnologia, porém todos do grupo de trabalho devem

contribuir e utilizar os sistemas oferecidos.

Nós temos um programa próprio que nele contém todas as

programações dos aparelhos auditivos da empresa, onde a

gente faz os ajustes e adaptações. Todos os anos o sistema

é atualizado, porque são lançados novos aparelhos, com

novas tecnologias que precisam ser inseridas no sistema

(E2).

A tecnologia da informação é vista por E2 como primordial para a

realização do seu trabalho, pois o produto fim é composto de tecnologia que a

cada ano evolui e com isto os sistemas de informação também devem estar

acompanhando estas evoluções. Suas tarefas seriam impossíveis de se realizar

com eficiência, sem a existência dos programas disponibilizados pela empresa.

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Todos os procedimentos e processos passam por ele,

porém este ainda é muito lento (E3).

A entrevistada E3 está na empresa há pouco tempo e com isto não tem

muito conhecimento do sistema CRM, de seus objetivos e sua funcionalidade,

porém é percebido na entrevista que possui clara a importância deste para a

organização.

4.2 INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Após transcrição e análise das entrevistas, é percebido que o conceito de

CRM não está bem definido e claro entre os colaboradores da empresa. A figura 3

exemplifica as diferentes percepções entre os colaboradores do Centro Auditivo

Telex, demonstrando que a empresa (matriz) define os objetivos, no entanto o

corpo técnico está fixado na sua área de atuação e o corpo gestor encara como

um software de agendamento e controle de vendas.

Figura 3: Diferentes Percepções de CRM Fonte: Dados empíricos

A matriz da empresa possui uma visão geral do CRM, com os objetivos

definidos e buscando através da tecnologia da informação gerar diferencial

competitivo, aumentando suas vantagens em relação aos concorrentes. Com a

implantação do CRM a matriz pretendia coletar o maior número de informações

dos clientes, para gerar análises e planejar o marketing de relacionamento com

seus clientes, buscando utilizar todas as ferramentas disponíveis que o software

CORPO GESTOR

MATRIZ

CORPO TÉCNICO

CRM

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dispõe para alcançar os objetivos traçados na implantação. Contudo, os objetivos

ainda não foram alcançados na sua maioria, pois a alimentação das informações

sobre os clientes e prospects ainda está em construção, não havendo dados

suficientes para planejar o marketing de relacionamento e ser utilizado como um

diferencial competitivo.

A percepção do corpo técnico está focado no que aprendeu no treinamento sobre

CRM, seu contato com este sistema ocorre eventualmente, sendo sua

especificidade a utilização de softwares especialistas, que condizem com sua

rotina. A matriz desenvolveu o software CRM para que todos utilizassem, focados

no objetivo principal, porém o corpo técnico está muito acarretado com suas

funções, utilizando somente os sistemas especialistas e com isto o CRM não é

alimentado por este. O corpo técnico não possui restrição quanto a utilização de

tecnologias, contudo o sistema CRM é conhecido por este, mas não utilizado.

O corpo gestor percebe o CRM como um sistema para agendamento de

consultas e confirmações, bem como controle de comissionamento. Estes não

tiveram um treinamento, e vêem o preenchimento do sistema como uma

obrigatoriedade, não foi algo construído, que teve um significado específico

apresentado. Os objetivos e significado que a matriz traçou para o CRM com sua

implantação não foram transmitidos, bem como não houve treinamento para todos

do quadro funcional. Com isto o CRM não é percebido na sua amplitude, apenas

como uma agenda que possui informações do cliente, mas não sabem como usar

estas informações, é algo preenchido porque a matriz solicita e também para

gerar a comissão sobre as vendas no final do mês.

Com isto, os objetivos traçados pela matriz com a utilização do software

CRM serão alcançados após correções na implantação do sistema, pois há três

percepções diferentes que devem ser avaliadas e reestruturadas para que todos

sigam a mesma linha, procurando alcançar os objetivos deste software.

O marketing de relacionamento é enfatizado por Mackena (1992) como

uma ferramenta para dedicar-se a seus clientes através da interatividade,

conectividade e criatividade, buscando um diferencial para ganhar seus

concorrentes, pois não há mais fidelidade a uma empresa ou marca, com isto é

necessário integrar o cliente à empresa, como forma de criar e manter uma

relação entre a empresa e o cliente. A implantação do software CRM no Centro

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Auditivo Telex através dos seus objetivos definidos e suas metas buscam

alcançar este conceito apresentado por Mackena.

Na teoria sobre a implantação de um sistema de CRM, Serlift (apud

MAZZON, NOGUEIRA e TERRA, 2004) afirma que é preciso definir quem são

seus clientes e potenciais, para então definir suas estratégias, buscando

encontrar, conhecer e manter seus clientes num longo prazo. No Centro Auditivo

Telex isso ocorre devido a filial de Florianópolis possuir uma carta de clientes

grande e com mais de 30 anos. A captação é feita através das informações

contidas no CRM, para tanto é necessário que todos os funcionários alimentem o

CRM, para que a matriz e a filial possam utilizar estas informações e contatar com

os futuros clientes, enviando uma mala-direta, fazendo panfletagem, anúncio em

jornal e rádio, tele-marketing e principalmente através da indicação de parceiros.

O CRM é visto como um diferencial competitivo, sendo uma ferramenta que se

atualizada diariamente oferece informações para focalizar e captar novos clientes.

Brooker (2002) afirma que antes de uma organização implantar o CRM é

necessário mudar a cultura a fim de que haja satisfação e não fracasso por parte

das organizações. Na mesma vertente O´Brien (2001) destaca que o

envolvimento do usuário final nas mudanças organizacionais e no

desenvolvimento de novos Sistemas de Informação é muito importante na

redução de potencial de resistência do usuário final. No caso do Centro Auditivo

Telex, estas evidencias não foram levadas em consideração, pois o usuário final

não foi preparado e nem participativo na construção e implantação deste sistema.

Alguns colaboradores tiveram um breve treinamento, depois receberam o sistema

da matriz, com explicações impressas e foram conduzidos a alimentá-lo

diariamente, mesmo sem saber seu objetivo fim. A monitoração, avaliação e

modificações ocorrem em busca de melhorias, procurando facilitar a alimentação

por parte do operante deste.

Segundo Morgan (1996) há quatro tipos diferentes de postura das pessoas

frente à mudança: a) as que ignoram a mudança; b) aquelas que defem a idéia da

inevitabilidade da mudança; c) as que procuram atrasar o relógio dos

acontecimentos; d) e aquelas que procuram controlar a mudança. Na empresa em

questão, foi percebida a postura “a” e “c”, pois o sistema foi implantado e nem

todos o utilizavam, alegando que não teria necessidade, pois não condizia com

sua função e se fosse necessário um dia aprenderia.

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Em relação aos argumentos apresentados por Judson (1980) pertinentes

aos possíveis comportamentos diante da mudança: a aceitação, indiferença,

resistência passiva e resistência ativa, estes são percebidos no decorrer das

entrevistas. Uma das entrevistadas demonstrou aceitação que envolve o

comportamento de cooperação que é observado quanto ao uso do sistema de

relacionamento de pessoas implantado, podendo contribuir na medida do

possível. Da mesma forma o comportamento de cooperação sob pressões da

gerência é constatado quando a gerencia responsabiliza um funcionário pelo

preenchimento atual, correto e lógico de informações. Em outras duas entrevistas

se percebeu a resistência passiva, ou seja, não demonstra interesse em

aprender, faz protestos internos quanto à utilização do CRM e procura fazer o

menos possível, sendo que este último já se enquadra em resistência ativa.

Motta (1999) apresenta um tipo de incongruência, a apatia, que em

princípio não é resistente à mudança, porém deve aderir a novidade, recriando

esperança sobre o trabalho, o poder e benefício que este trará em favor de todos

da organização. Esta incongruência é percebida na entrevistada que mais utiliza o

sistema hoje, pois na época da implantação foi a pessoa que recebeu algumas

informações da colega que foi ao curso, para que na falta desta, mais alguém

soubesse alimentar o sistema. A incongruência de ressentimento, que significa

mágoa pela percepção de exclusão e alongamento ao processo de mudança,

apontando erros e dificuldades são percebidas quando uma das entrevistadas

coloca que a implantação foi falha, que deveria ter participado do treinamento.

Nas percepções individuais que levam a resistência à mudança

apresentadas por Motta (1999) a recusa ao ônus da transição está mais presente,

tanto em relação a não destruir o velho como passar por caminhos difíceis,

incertos e conflitantes, demonstrando resistência a novas tecnologias e projetos,

assim como manter os documentos em papel.

Na percepção dos entrevistados do C.A.Telex o software CRM é visto

como uma ferramenta simples, porém seu desempenho é lento, a linguagem é

fácil, não toma muito tempo, pois pode ser alimentado no decorrer do dia. O

suporte ainda é falho, pois a equipe responsável por esta tarefa está centrada na

matriz, demorando a dar retorno a algumas dúvidas. Como é um software que

ainda está em implantação, constantemente sofre correções, percebendo que há

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uma preocupação em melhorá-lo e adaptá-lo de acordo com as necessidades de

cada loja.

Em relação ao CRM a visão do corpo gestor como o do corpo técnico não

condiz com o definido pela matriz, para tanto é necessário a matriz analisar os

resultados que cada filial está apresentando e definir as correções necessárias

para que todas atinjam os objetivos e também sigam a mesma linha definida pela

matriz, para não haver diferentes percepções em relação ao CRM.

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5 CONCLUSÃO

De acordo com Gordon (2000) o marketing de relacionamento é um

processo contínuo de identificação e criação de novos valores com os clientes

através do compartilhamento de seus benefícios durante toda a parceria. Esse

processo envolve compreensão, concentração e administração de uma grande

colaboração entre fornecedores e organização, ou seja, o planejamento a partir

do cliente.

Na perspectiva de Vavra (1993) o marketing de relacionamento requer um

compromisso organizacional para fornecer produtos e serviços com qualidade,

além de interagir com os clientes, oferecendo um tratamento diferenciado e

conquistando-os a cada dia.

Stair (1998) destaca que para que se possa obter um bom resultado de um

sistema informatizado é importante que se tenha conhecimento da organização

em suas dimensões em termos de organização de pessoas, assim como

dimensões técnicas.

O sistema de informação é um produto de três componentes: tecnologia,

organização e pessoas. Com isto, nota-se que o C.A.Telex busca aprimorar seu

relacionamento com o cliente adotando tecnologias inovadoras, facilitando as

interações entre cliente e empresa, diferenciando-se dos concorrentes. No

entanto, para que isto ocorra, é necessário conhecer a cultura de cada

funcionário, de cada região ou filial, para então definir o processo de mudança de

acordo com a realidade identificada e somente desta forma poderá contar com as

pessoas dispostas a interagir com o sistema e os clientes. O marketing de

relacionamento busca aproximar o cliente da empresa, a fim de que este sinta-se

importante e confiante na empresa.

Serlift (apud MAZZON, NOGUEIRA e TERRA, 2004) afirma que para

implantar um sistema CRM é preciso definir quem são seus clientes e potenciais,

para então definir suas estratégias, buscando encontrar, conhecer e manter seus

clientes num longo prazo. A utilização do CRM pode trazer vantagens como

minimização de custos para captar novos clientes, não precisando buscar grande

quantidade de clientes, mas sim aumentando a retenção e lealdade do cliente,

reduzindo o custo de vendas, possibilitando maior facilidade de fazer cross-selling

e up-sellinng.

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Na perspectiva de O´Brien (2001, p.339-342) a implantação de novas

tecnologias gera mudanças organizacionais devido ao envolvimento e

compromisso que é exigido, porém há resistência das pessoas, que devem ser

educadas e treinadas para participarem desta mudança. O envolvimento do

usuário final nas mudanças organizacionais e no desenvolvimento de novos

sistemas de informação é muito importante na redução de potencial de resistência

do usuário final.

Nas entrevistas analisadas ficou evidenciado que não houve uma

preparação adequada dos usuários do software CRM. O que se percebe é que a

matriz da empresa não desenvolveu o software através de informações coletadas

em cada filial, também não expôs a verdadeira função deste software, e limitou o

treinamento a somente parte dos usuários. A cultura dos usuários é diferente,

com isto a aceitação e percepção dos benefícios que o software dispõe são

percebidas de maneiras distintas. O corpo técnico possui uma cultura voltada

para sua área de atuação, de estar em contato com o cliente, não valorizando o

registro das informações coletadas verbalmente. Já o corpo gestor, por não

conhecer os benefícios que o CRM oferece, preocupa-se em alimentar

informações referentes à agendamento de clientes e cálculos de comissões de

vendas. A Matriz que possui o conhecimento amplo do sistema, suas funções e

benefícios que trará à empresa, não expôs de forma clara e objetiva, o que

contribuiu para haver resistência nesse processo de implantação.

Na perspectiva de Benis (1976 apud CHAMPION, 1985) a mudança

organizacional deve ser planejada e, como parte do planejamento, o autor

considera que deve incorporar seis características fundamentais: deve ser lógica,

para criar um referencial para aqueles que trabalham na organização; deve ser

inteligível, para facilitar sua comunicação e compreensão; deve ser explícita, para

evitar ambigüidades em termos de relações; deve ser estruturada a partir de

princípios seguros, que ensejam estabilidade e, ao mesmo tempo deve ser

flexível para motivar as pessoas a enfrentar problemas.

Nogueira (1991) propõe que a resistência não deve ser vista como algo a ser

vencido, mas como um sinal de que alguma coisa está errada, requerendo uma

análise mais rigorosa da situação.

Em relação à implantação foi percebido que esta não levou em consideração

a percepção e a opinião do usuário final, nem a cultura e os processos da filial,

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sendo que o sistema foi imposto às pessoas, o que causou a existência da

resistência.

Este estudo possibilitou o conhecimento e análise de um processo de

implantação de sistema de CRM, verificando as etapas necessárias, as

percepções dos usuários, comparando-as com a teoria. Portanto, para implantar

um sistema que demonstre um bom desempenho, é necessário conhecer tanto a

organização como as pessoas que compõe o quadro de funcionários, seus ideais

e culturas; fazer um levantamento sobre o que sabem a respeito do software que

será desenvolvido; buscar a participação e opinião dos usuários no

desenvolvimento do software, para não haver ambigüidade nos termos.

Sendo assim, sugere-se que o processo de implantação seja claro,

envolvendo todos da organização para não haver diferentes percepções. Deve

haver uma pesquisa entre os colaboradores e identificar as necessidades de

informações que contribuam para melhor atender seus clientes. Desta forma, o

objetivo definido pela empresa deve ser de acordo com a realidade do grupo de

trabalho, e assim incorporado por todos, contribuindo para o sucesso da

implantação do software.

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