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Demonstrar a importância da enterotomografia
computadorizada (entero-TC) e como este exame
pode contribuir na elucidação diagnóstica em
pacientes com doenças intestinais.
Descrever a técnica e as principais indicações do
exame.
Foi realizada busca na literatura na base de dados Pubmed, pelos termos “CT enterography, enterography, CT enteroclysis” e selecionados artigos com ênfase na aplicação da enterografia por tomografia computadorizada em doenças do intestino delgado.
Houve revisão da técnica, das indicações do exame, das patologias e achados detectavéis pelo método, de sua acurácia, vantagens e desvantagens.
Ilustrado através de casos de um serviço de diagnóstico por imagem de um hospital terciário.
VANTAGENS
Método não invasivo.
Análise detalhada da parede intestinal, identificando-se
toda a espessura e a luz.
Menor sobreposição de alças.
Melhor avaliação do mesentério.
Visualização de estruturas extra-intestinais.
DESVANTAGEM
Radiação ionizante.
INDICAÇÕES
Investigação de Doença Inflamatória Intestinal suspeita ou
confirmada .
Informações sobre EXTENSÃO e SEVERIDADE.
Diferenciação de estenose por doença ativa ou fibrose.
Casos de exacerbações ou complicações.
Doença Celíaca.
Detecção de sangramento oculto.
Neoplasias do intestino delgado.
Isquemia mesentérica.
TÉCNICA
Os protocolos sugeridos na literatura variam conforme a instituição no que se refere ao volume de contraste, via de administração (oral ou enteróclise) e intervalo entre as doses administradas.
PREPARO VIA ORAL
Jejum: 4 – 6 horas.
Anti-espasmódico – uso facultativo.
Contraste Oral: 1 a 2 litros em 40 a 60 minutos, cerca de 200ml a cada 10 minutos.
Enteróclise.
Contraste Endorretal: 1 litro de água (cólons) - uso facultativo.
CONTRASTE EV
Fase sem contraste: pode ser dispensada.
Contraste Endovenoso: 120 – 150 ml (3-5ml/seg).
Fase entérica(45 a 54min): pico de realce da alça.
Espessura de aquisição: 1 – 3 mm.
Espessura de reconstrução: 2 mm.
Reconstruções multiplanares (MPR e MIP).
Contraste oral neutro – baixa atenuação. Água. Água com manitol. Água com macrogol. Água com metilcelulose. Solução de bário 1% + sorbitol. Solução de polietilenoglicol (PEG). Leite.
Contraste oral positivo – alta atenuação (bário). Melhor para avaliação de fístulas, úlceras e distinção de estruturas
extraluminais. Impede a avaliação da impregnação mucosa e as reconstruções para avaliação vascular.
OBJETIVO: DISTENSÃO ADEQUADA DE ALÇAS
Íleo
Jejuno
Padrão normal das alças de intestino delgado, com espessura parietal de até 3mm, demonstrando as válvulas coniventes, maiores e mais numerosas no jejuno, mais planas e escassas no íleo.
MIP e MPR
Paciente feminina, 24 anos, com diagnóstico de doença de Crohn. Entero-TC em cortes axiais demonstra segmento de alça de íleo com paredes espessadas e estratificadas, apresentando impregnação da mucosa e proeminência da vascularização mesentérica - sinal do pente (seta curta). Há também área de estreitamento luminal (seta longa), trajeto fistuloso (cabeça de seta) e coleções intra-abdominais com impregnação da parede, sugestivas de abscessos (seta vazada).
Paciente masculino, 37 anos ,com doença de Crohn. Entero -TC em corte axial e reconstrução coronal demonstra espessamento parietal de segmento de íleo distal, impregnação da mucosa, infiltração dos planos adiposos adjacentes e fístula entero-cutânea (seta).
Paciente masculino, 63 anos com história de melanoma. Entero-TC evidenciando duas lesões circunferenciais no íleo (setas), com impregnação heterogênea pelo meio de contraste, determinando discreto estreitamento luminal. Análise anatomopatológica confirma o diagnóstico de implantes secundários.
Entero-TC em reconstruções coronal e sagital do mesmo paciente, demonstrando o comprometimento circunferencial do íleo pelas lesões previamente descritas.
Paciente masculino, 53 anos. Entero-TC demonstra lesão extra mucosa no segmento médio do íleo, com componente exofítico, que determina redução luminal e sofre impregnação homogênea ao meio de contraste. Anatomopatológico compatível com linfoma não-Hodgkin.
Mesmo paciente, reconstruções nos planos sagital e coronal demonstrando o padrão circunferencial da lesão.
Paciente feminina, 12 anos, com história de polipose juvenil e colectomia prévia. Entero-TC demonstra lesão polipóide pediculada intraluminal, em alça de jejuno, com impregnação homogênea pelo meio de contraste.
Paciente masculino, 32 anos. Entero-TC com espessamento parietal do reto e cólon sigmóide, perda das haustrações, realce da mucosa, estratificação da parede, proeminência da vascularização e linfonodos perirretais aumentados. Realizada colonoscopia com biópsia. Resultado anatomopatológico: retocolite ulcerativa.
A enterotomografia representa uma valiosa técnica na avaliação das
patologia s intestinais, principalmente do intestino delgado.
A TC multislice proporciona melhor resolução espacial em comparação
com a ressonância magnética.
Permite adequada visualização de toda a espessura das alças bem como
da luz intestinal.
Envolvimento extra-intestinal também é avaliado.
Exame de primeira linha na avaliação de pacientes com Doença de
Crohn , sendo esta sua principal indicação.
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