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Descomplicando a Segurança do Trabalho Ferramentas para o Dia a Dia

Descomplicando a Segurança do Trabalho

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Page 1: Descomplicando a Segurança do Trabalho

Descomplicando a Segurança do Trabalho

Ferramentas para o Dia a Dia

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1ª edição — Outubro, 20122ª edição — Novembro, 2014 3ª edição — Outubro, 2018

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PAULO LEAL

Arquiteto. Engenheiro de Segurança do Trabalho.Gestor em Meio Ambiente em Problemas Urbanos. Ergonomista.

Descomplicando a Segurança do Trabalho

Ferramentas para o Dia a Dia

3ª Edição Ampliada e Revisada

Page 4: Descomplicando a Segurança do Trabalho

R

EDITORA LTDA.

Rua Jaguaribe, 571CEP 01224-003São Paulo, SP — BrasilFone (11) 2167-1101www.ltr.com.brOutubro, 2018

Produção Gráfi ca e Editoração Eletrônica: RLUXProjeto de capa: FABIO GIGLIO Impressão: META BRASIL

Versão impressa — LTr 6104.8 — ISBN 978-85-361-9779-1Versão digital — LTr 9468.5 — ISBN 978-85-361-9866-8

© Todos os direitos reservados

Índice para catálogo sistemático:

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Leal, PauloDescomplicando a segurança do trabalho : ferramentas para o dia a

dia / Paulo Leal. — 3. ed. ampl. e rev. — São Paulo : LTr, 2018.

Bibliografi a.

1. Acidentes do trabalho — Brasil 2. Medicina do trabalho — Brasil3. Segurança do trabalho — Brasil 4. Segurança do trabalho — Legislação— Brasil 5. Segurança do trabalho — Normas — Brasil I. Título.

18-18773 CDU-34:331.47(81)

1. Brasil : Segurança e saúde no trabalho : Normas regulamentadoras : Direito do trabalho 34:331.47(81)

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À Espiritualidade por prover o auxílio e incentivo a este autor, em compartilhar um pouco do

conhecimento adquirido ao longo dos anos.

À Valéria, Paula e Vivian, que, desde a 1ª Edição incentivam na elaboração deste livro, tornando-se as

responsáveis por esta conquista.

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SUMÁRIOSUMÁRIO

9 APRESENTAÇÃO

11 PREFÁCIO

1A Formação do Profissional de Segurança e Medicina do Trabalho

17 A Base Aplicada na Formação dos Profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho

25 A Interação de Entidades, Órgãos e o papel da Escola na Formação dos Profissionais de Segurança e Medicina do Trabalho

28 O Aluno e o Professor, o que pode dar Certo ou Errado

29 Acervo

33 Aspectos Importantes no Ensino

35 Formação Curricular: Diversidade e Conteúdo

37 Minha Formação não foi muito boa, e Agora?

39 Atualização Permanente do Profissional

43 Informações para a Elaboração de seu Currículo Profissional

2 Iniciando Na Segurança Do Trabalho

49 1º Dia de Trabalho: O que Eu Faço?

53 Quais os Documentos que devo Verificar e Avaliar?

59 O que Analisar em cada Documento?

222 Se não foi Elaborado o Documento, o que Fazer?

224 Se foi Elaborado e, quando analisei, identifiquei divergências, como Proceder?

226 Elaborando uma Rotina de Trabalho

3O DIA A DIA NA SEGURANÇA DO TRABALHO

233 Como Trabalhar com a NR e o Ementário?

236 Programas, Planos e Laudos: Por que e quando Elaborar?

239 Documentação de Segurança e Medicina do Trabalho: Dê a sua Cara

246 Padronização e Interação com os demais Documentos de uma Empresa

250 Treinamentos: O que Eu Faço?

264 Montando um Treinamento de Integração

266 Treinamentos — Prazos e Validades

278 Treinamentos/Palestras — Sua Estrutura e Importância

282 Como fazer uma Investigação de Acidente/Incidente?

296 EPI e EPC: Dicas para Controle e Documentação

313 Organizando Documentos e Atividades

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316 Gestão de Documentações

320 Proficiência

322 Como Elaborar uma APR — Análise Preliminar de Riscos

327 Colocando Ordem na Casa

4Documentações Trabalhistas e Previdenciárias

335 Documentação para o Ministério do Trabalho

337 Documentação para a Previdência Social

340 Interação entre Documentos do Ministério do Trabalho e Documentos da Previdência Social

342 Interação entre PPRA / PCMAT / PGR, LTI, LTP, LTCAT e Avaliações Ambientais

345 A Interação entre Documentos e as Rotinas de Trabalho

347 eSocial e a Segurança e a Medicina Ocupacional

5Aspectos Jurídicos

355 Hierarquia na Legislação

360 O Acidente do Trabalho e suas Implicações

366 Processos Trabalhistas: O que Fazer?

6Indicadores em Segurança do Trabalho

377 Utilizando a Estatística na Segurança do Trabalho

389 Indicadores de Acidente de Trabalho

394 Elaboração e Preenchimento da Planilha de Indicadores de Acidente de Trabalho

398 Elaborando um Relatório Técnico

7Saúde no Trabalho

403 Introdução pelo Fisioterapeuta e Ergonomista Germano Luís Rocha Machado (CREFITO 4 /115.165F)

405 Deficientes na Empresa: Como Proceder?

409 TDAH e a Segurança e Medicina do Trabalho

413 Odontologia e a Segurança e Medicina do Trabalho

418 Psicologia e a Segurança e Medicina do Trabalho

420 Fisioterapia e a Segurança e Medicina do Trabalho

8Outras Aplicações em Segurança do Trabalho

439 Aplicando Ferramentas e Conceitos para Segmentos Diferentes de Trabalho

467 Posso Adaptar um Documento?

476 Agregando Valores

481 Alojamentos: Administração em Obras

488 Olhando Além do que se Tem

494 MANTENHA CONTATO!

495 BIBLIOGRAFIA

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APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

Muitos profissionais são formados anualmente, entre Engenheiros, Técnicos em Segurança, Médicos e Enfermeiros do Trabalho por entidades particulares ou federais, cumprindo os requisitos mínimos exigidos quanto ao conteúdo em matérias e à carga horária para os cursos.

Ao iniciar qualquer um destes cursos, criamos expectativas e sonhos e, ao longo dessa caminhada, passamos por um processo de aprendizagem, de conhecimento, de novos amigos, colegas e por um crescimento agregando valores, para finalmente, ao término do curso, ter o orgulho de dizer:

“Sou um profissional da área de Segurança ou Medicina do Trabalho”.

Durante esse período de aprendizagem, muitas ideias vêm à tona para uma nova etapa em sua vida. Com o mesmo entusiasmo do início, mescla-se o medo, quando formado, de estar sozinho e não saber como fazer e por onde começar.

Este autor, há mais de 20 anos vem atuando na área, e por meio da oportunidade de também trabalhar com a formação desses profissionais enquanto professor observou que faltava algo que completasse aqueles alunos e profissionais recém-formados: a abordagem dos principais pontos que são os grandes problemas no dia a dia e não se encontram condensados em um livro.

Ao escrever este livro, o principal intuito foi oferecer a todos esses profissionais recém-formados, inexperientes e até àqueles que ainda suscitam dúvidas, um pouco de ajuda; aquele help que muitas vezes observamos nos grupos de discussão, no dia a dia quando prestando serviços para empresas, em aulas, em cursos e até mesmo em palestras.

Estamos na 3ª edição deste livro e muito foi acrescido quanto a uma forma diferente de analisar as Normas Regulamentadoras, através de uma linguagem que busca sempre esclarecer e incentivar a atualização do profissional.

Nesta abordagem, modelos são apresentados, permitindo uma luz para que você, como profissional, tenha, além de um ponto de partida, segurança ao criar suas próprias ferramentas e a vontade de aperfeiçoar cada vez mais seu aprendizado como profissional.

Todos os Modelos sugeridos neste Livro estão disponíveis, podendo ser solicitado diretamente pelo meu email.

[email protected]

Complementando, mantenho o Blog “Descomplicando a Segurança do Trabalho”, que sempre são publicadas novidades que contemplam temas após a publicação deste livro não abordados.

<http://descomplicandoaseguranca.blogspot.com.br>

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PREFÁCIOPREFÁCIO

O autor da inédita obra intitulada “Descomplicando a Segurança do Trabalho” deu um importante passo na direção do nivelamento das informações que se entrelaçam na área da segurança do trabalho e na sua interface com as demais áreas interdisciplinares, principalmente com a saúde ocupacional e o meio ambiente.

A expectativa dos profissionais viaja pelo mundo das ideias que vão se transformando em realidade pelo aprendizado teórico das salas de aula, na vivência do chão de fábrica, na discussão dos temas de interesses sociais que abrangem a competência dos engenheiros de segurança do trabalho.

A técnica, a qualidade, a competência e a ética profissional são valores indispensáveis de sucesso para quaisquer profissionais, mormente em mercado de trabalho cada vez mais competitivo e que requer conhecimento, habilidade, liderança, decisão, firmeza, envolvimento e comprometimento.

A obra “Descomplicando a Segurança do Trabalho” decodifica a linguagem técnica e específica em linguagem vivencial prática, transmitindo aos leitores clareza, objetividade e precisão, no emaranhado de normas, portarias, procedimentos, decretos e leis que permeiam a legislação brasileira.

A obra vem preencher um novo espaço não explorado nas obras de segurança do trabalho, que é o de tratar de assuntos técnico-legais do Ministério do Trabalho, tais como PPRA, PCMAT, PGR, EPI’s; de assuntos da legislação previdenciária (Aposentadoria especial, PPP, LTCAT) e de procedimentos de gestão integrada (ISO 9.001, ISO 14.001, OHSAS 18.001), de uma forma simples e descontraída, descortinando a teoria.

Temos a certeza de que a presente obra será de grande valia para todos que lidam ou orbitam na área de segurança do trabalho, entre os quais se incluem os alunos, os profissionais, os gerentes, os professores e os gestores de recursos humanos, entre outros, que compreenderão a linguagem simples, objetiva e direta utilizada.

Por fim, queremos parabenizar o Autor pela oportuna e importante visão de escrever uma obra prática e funcional, com base em sua rica experiência profissional, eliminando o rebuscamento do conteúdo técnico-legal ou a repetibilidade das citações normativas, tornando os textos em forma de leitura agradável.

Belo Horizonte, agosto de 2011.

Josevan Ursine FudoliEngenheiro Civil e de Segurança do Trabalho.

Conselheiro do Crea-MG.Coordenador da Câmara Especializada de Engenharia

de Segurança do Trabalho do Crea-MG.

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“O conhecimento é o processo de acumular dados. A sabedoria reside na sua simplificação”

(Martin H. Fischer)”.

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11A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE

SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHOSEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

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A Base Aplicada na Formação dos A Base Aplicada na Formação dos Profissionais de Segurança e Medicina do Profissionais de Segurança e Medicina do

TrabalhoTrabalho

Nesse primeiro tópico, abordaremos o início da base sobre a formação do profissional de Segurança e Medicina do Trabalho, considerando os aspectos educacionais aplicados nas Escolas Técnicas e nos Cursos de Pós-Graduação, que lançam anualmente um número expressivo de profissionais no mercado de trabalho.

Em um artigo(1) publicado pela revista Proteção em dezembro de 2004, intitulado “Melhorando o Padrão”, a proposta do Perfil do Profissional de Segurança e Saúde no Trabalho é um fator inédito na América Latina. Os alunos do curso de pós-graduação em Engenharia de Segurança do Trabalho da Universidade Paulista — UNIP, de São Paulo fizeram no ano de 2000 extensa pesquisa em revistas especializadas internacionais e nacionais, na Internet, em associações de classe, em universidades, sindicatos, na biblioteca da Fundacentro que possui maior acervo de documentos na área de SST, e nada encontraram a respeito do assunto. Assim, tiraram uma primeira conclusão decorrente de um grande questionamento por parte de associações de profissionais.

Tanto os profissionais como os serviços especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, implantados desde 1972 no Brasil, têm atribuições definidas em lei, mas não existe uma definição de qual é o perfil necessário para colocá-las em prática.

Para ser um bom Engenheiro de Segurança do Trabalho é necessário somente conhecimento técnico e da legislação em saúde e segurança. Hoje estes requisitos ainda são imprescindíveis, porém exigem do profissional um perfil com conhecimento dos processos de trabalho, das legislações trabalhista, previdenciária e ambiental brasileira e estrangeira, e, principalmente com cultura de gestão.

O dia a dia o Engenheiro de Segurança passou a envolver em seu perfil e desempenho, ações de um gestor da Segurança e Saúde Ocupacional, envolvendo, além do gerenciamento, estudos estatísticos de segurança, administração de decisões de impacto corporativo, investimentos financeiros, gestão do SESMT e um olhar voltado para o comportamento humano, que, para assumir as novas responsabilidades e enfrentar os desafios, na sua trajetória profissional.

Segundo FERREIRA(2), os atributos indispensáveis aos Engenheiros do ano 2000 são:

• Ser portador de conhecimentos sólidos das ciências básicas, para a compreensão das novas tecnologias;

• Ser capaz de atuar em equipes multidisciplinares envolvendo especialistas tanto das ciências básicas quanto das ciências aplicadas;

• Estar convencido da realidade da educação continuada para acompanhar a dinâmica das novas tecnologias;

• Ser capaz de projetar e conduzir experimentos e com visão científica analisar e interpretar resultados;

• Estar convencido da importância de atuar profissionalmente com responsabilidade e dentro da ética;

• Ser capaz de se comunicar efetivamente nas modalidades oral e escrita;

• Ser capaz de antever e entender o impacto das soluções de engenharia no contexto social e ambiental;

(1) Ar go “Melhorando o Padrão”. 156-04/Pg 67-71, publicado pela revista Proteção.(2) R. S. Ferreira, “Tendências curriculares na formação do engenheiro do ano 2000”, In: I. von Linsingen et al, “Formação do Engenheiro: desafi os da atuação docente, tendências curriculares e questões da organização tecnológica”. Florianópolis: Editora da UFSC: 1999. p. 129-142.

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• Ser capaz de integrar conhecimentos técnico-científicos no sentido da inovação e da solução dos problemas tecnológicos;

• Ter a iniciativa de fazer e de realizar na prática;

• Ter tido a oportunidade de convivência em um ambiente científico e tecnológico;

• Ser capaz de utilizar a informática como instrumento do exercício da engenharia;

• Ser capaz de analisar criticamente os modelos empregados tanto no estudo como na prática da engenharia;

• Ser capaz de gerenciar e operar sistemas complexos de engenharia;

• Ter a oportunidade de aprender sozinho e, com isso, executar sua capacidade criativa;

• Ter tido a oportunidade de exercitar seu espírito empreendedor.

O perfil do Engenheiro que está sendo requerido nesta transição de milênio exigem mudanças urgentes no paradigma educacional vigente, no sentido de focalizar o indivíduo, um sujeito contextualizado, dotado de inteligências múltiplas, que constrói o conhecimento em função de sua bagagem genética, cultural e social.

Em análise ao artigo(3) publicado pela FENATEST, quanto ao perfil Profissional do Técnico em Segurança do Trabalho, a construção de uma matriz curricular para a área de formação profissional em Segurança e Medicina do Trabalho deve exigir um estudo da situação real de trabalho de cada cargo para a definição de um referencial da profissão.

Nesse estudo não só o levantamento das funções convencionais que compõem um determinado cargo ou função, mas a indicação dos novos requisitos demandados pela condição do mercado de trabalho e as competências necessárias para supri-lo, integrando suportes científico, tecnológico e valorativo.

A verificar o Levantamento Profissiográfico do Técnico em Segurança do Trabalho observa-se que sua atividade não se restringe somente à execução de tarefas e normas prontas e determinadas, mas, ao contrário, envolve três condições específicas e complementares: o Planejamento, a Execução e a Avaliação.

O perfil do Técnico em Segurança do Trabalho, desdobra em várias subfunções, compostas em: Planejamento, Execução e Avaliações envolvendo Políticas de Segurança e Saúde do Trabalho, Gestão de Riscos, Gerenciamento Ambiental e Auditoria.

PLANEJAMENTO

Elaborar e/ou participar da elaboração de Programas e Projetos específicos da sua área de atuação ou multifuncionais, envolvendo uma série de objetivos relacionados que caracterizarão as ações de planejamento, entre outras, estudos diagnósticos, seleção e/ou formulação de estratégias e metodologias, verificação de interfaces entre as políticas para outras áreas da organização e a de Segurança e Saúde do Trabalho.

EXECUÇÃOAs ações de execução presentes no trabalho comportam uma multiplicidade de ati-vidades, abrangendo desde a implantação de políticas institucionais na área de Se-gurança e Saúde do Trabalho à especificidade de elaboração de um Parecer Técnico.

AVALIAÇÃO

Condição presente em todas as fases do processo de trabalho, nas atividades que têm por objetivo determinar a eficiência e eficácia dos programas, projetos e qualquer ação na Área de Segurança e Saúde do Trabalho, sua demanda direciona o acompanhamento sistemático e estruturado de todos os processos e procedimentos para que possa ser determinada, de fato, a eficácia do que está sendo realizado, definindo sua manutenção ou correção.

(3) Ar go publicado no site <h p://www.segurancanotrabalho.eng.br/ar gos.html>.

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O perfil do Técnico em Segurança do Trabalho aponta um profissional que associa, em suas funções, atividades laborais já consagradas e outras que vêm se mostrando cada vez mais presentes nas suas atribuições, destacando-se as relacionadas às Políticas de Segurança e aos Processos de Auditoria, pelas quais é chamado a responder individualmente ou, mais comumente, em equipes formadas por profissionais de diversas outras áreas que mantém entre si uma grande proximidade em termos de objetivos e que, por meio de instrumentos e potencialidades específicos no controle de perdas humanas e de perdas por danos à propriedade e ao meio ambiente.

Durante o período de sua formação e posteriormente já formado, atuando na área, o Técnico de Segurança do Trabalho, deve buscar atualização constante e autodesenvolvimento, por meio de estudos e pesquisas, para propor inovações; identificar e incorporar, com crítica, novos métodos, novas técnicas e tecnologias às suas ações; e responder às situações cotidianas e inusitadas com flexibilidade e criatividade.

Para atender às demandas do processo produtivo, o Técnico em Segurança do Trabalho deve constituir as seguintes competências profissionais da habilitação(4):

• Antecipar, identificar, avaliar e controlar situações de risco no ambiente laboral, considerando conhe-cimentos, habilidades e valores relativos à segurança, à higiene e à saúde no trabalho, para preservar a saúde do trabalhador.

• Elaborar Parecer Técnico, considerando os riscos existentes no ambiente de trabalho, a fundamentação legal e as indicações de medidas de controle que subsidiem o empregador no planejamento e na organização do trabalho.

• Participar da implantação e da implementação das políticas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho e participar da proposição, da implantação e da implementação de políticas de qualidade, meio ambiente e responsabilidade social, considerando requisitos dos processos de certificação, normas e procedimentos internos da organização, aspectos técnicos e habilidades de negociação.

• Elaborar projetos e implementar programas ligados ao gerenciamento dos riscos nos locais de trabalho, considerando sua análise, a mobilização de recursos e a necessidade de capacitação de pessoas.

• Analisar as exigências das fiscalizações externas de segurança e saúde no trabalho, qualquer que seja a instância, e propor medidas para não conformidades, considerando os princípios de segurança e higiene do trabalho e a legislação específica.

• Acompanhar e orientar atividades desenvolvidas por empresas contratadas e/ou terceirizadas quanto aos procedimentos de Segurança do Trabalho, objetivando a prevenção de acidentes.

• Promover a adoção de meios para prevenir e proteger os trabalhadores contra os riscos na execução de suas tarefas diárias, mantendo canal de informação e considerando preceitos, valores e crenças no esforço de integrar e/ou alinhar a produção, a qualidade, o meio ambiente, a responsabilidade social e a Segurança do Trabalho.

• Articular-se e colaborar com os órgãos e as entidades relacionados com prevenção de acidentes de trabalho, participando de eventos e atividades do setor.

As competências a serem adquiridas ao longo do curso devem contemplar matérias diversificadas de forma a contemplar as necessidades descritas no perfil do Técnico em Segurança do Trabalho.

O Bacharel em Medicina, egresso do Curso de Medicina do Trabalho, tem um mercado de trabalho amplo, possibilitando as mais variadas inserções, como médicos assistentes, coordenadores, consultores, peritos ou auditores, com atuação em serviços médicos de empresas públicas ou privadas, sindicatos, Ministério do Trabalho e Previdência Social, INSS, Ministério Público, dentre outras.

(4) Essa é a defi nição de competência profi ssional presente nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profi ssional de Nível Técnico. Resolução CNE/CEB n. 04/99.

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Em análise ao artigo(5) publicado na Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, no XIV Congresso da Associação Nacional da Medicina do Trabalho (ANAMT) realizado de 15 a 21 de maio de 2010, após a aplicação de um questionário, os resultados indicaram as observações do autor quanto ao Médico do Trabalho e as competências a serem inseridas.

Os Médicos do Trabalho devem considerar a multiplicidade de fatores envolvidos na determinação das doenças e em especial daquelas desencadeadas ou agravadas pelas condições em que o trabalho é realizado.

Neste sentido, é de fundamental importância valorizar a percepção dos pacientes sobre seu trabalho e os fatores de risco potencialmente causadores de doença que, em alguns casos, são de natureza química, ergonômica, relacionados às formas de organização e gestão do trabalho ou mesmo da ausência de trabalho e, em muitos casos, decorrem de uma ação sinérgica desses fatores.

Na maioria dos casos, os agravos relacionados ao trabalho não são provocados pela exposição unicamente aos fatores presentes no trabalho, sendo fundamental o reconhecimento do papel e da importância do trabalho na etiologia de doenças crônicas e, o reconhecimento da natureza multifatorial destas doenças.

Portanto, o grande desafio consiste na correta associação da doença com o trabalho que raramente se decorrerá da utilização exclusiva de determinado teste ou procedimento laboratorial, exigindo a busca de outras fontes de informação e, fundamentalmente de uma abrangente e apropriada coleta da história do paciente.

Os Médicos do Trabalho e demais profissionais de saúde dos serviços públicos ou privados dos serviços e programas de saúde dos trabalhadores, em sua maioria assalariados, também são refém do processo de sofrimento e adoecimento.

Os Médicos do Trabalho, além das competências requeridas para o exercício da profissão e publicadas pela ANAMT em 2003 necessitam de um processo permanente e continuado de formação e de desenvolvimento.

No mundo contemporâneo, as pessoas necessitam do trabalho como fonte de subsistência, de prazer e satisfação pessoal, uma vez que o trabalho é estruturante na vida das pessoas e na própria sociedade.

O trabalhador, pessoa que vive do trabalho decente ou indecente, formal ou informal, precarizado ou não, que mantém suas crenças, valores, ideias e sonhos, precisa ser ouvido e respeitado.

O Médico do Trabalho deve aprimorar a sua capacidade de escuta com relação à subjetividade dos trabalhadores, respeitando suas crenças e valores.

Todo Serviço de Saúde do Trabalhador deveria, reservados os preceitos éticos da profissão, ser o espaço da palavra. Afinal, o conhecimento da finalidade do que se faz e se produz, o exercício da criatividade individual e o reconhecimento dos pares e da sociedade por aquilo que se faz, eleva a autoestima, o prazer e é este valor subjetivo do trabalho que mantém a saúde mental dos trabalhadores em equilíbrio nos ambientes de trabalho.

A grade curricular e as matérias devem apresentar certa uniformidade que proporciona um padrão mínimo relativo ao curso quanto às competências e atualizações e as correlações entre as doenças e condições de trabalho atuais, considerando a busca por novas formas de intervenção e monitoramento da saúde ocupacional.

O Enfermeiro do Trabalho, profissional à nível de 3º grau, executa atividades relacionadas com o serviço de Higiene, Medicina e Segurança do Trabalho, integrando equipes de estudos, para propiciar a preservação da saúde e valorização do trabalhador, cujas atribuições constam:

(5) Ar go “A Medicina do Trabalho no Mundo Contemporâneo: O perfi l dos Médicos do Trabalho, desafi os e competências”. Lucca SR, Campos CR / Rev Bras Med Trab.2011;9(1):45-7