Desenvolvimento Agrario 2012

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Desenvolvimento Agrario 2012

Citation preview

  • Controladoria-Geral da Unio

    Secretaria de Preveno da Corrupo e Informaes Estratgicas

    Desenvolvimento AgrrioOrientaes para o acompanhamento dos Programas de Desenvolvimento Agrrio

    Coleo Olho Vivo

    Braslia, DF2012

  • Controladoria-Geral da Unio

    Jorge Hage Sobrinho Ministro-Chefe da Controladoria-Geral da Unio

    Luiz Augusto Fraga Navarro de Britto Filho Secretrio-Executivo

    Valdir Agapito Teixeira Secretrio Federal de Controle Interno

    Jos Eduardo Elias Romo Ouvidor-Geral da Unio

    Waldir Joo Ferreira da Silva JniorCorregedor-Geral da Unio

    Mrio Vincius Claussen Spinelli Secretrio de Preveno da Corrupo e Informaes Estratgicas

    ISBN n. 978-85-61770-09-9

    Reimpresso 3. edio

    Equipe Tcnica Responsvel:

    Controladoria-Geral da Unio

    Angela Leite Meneses

    Cleudson de Almeida Rodrigues

    Eveline Martins Brito

    Fbio Flix Cunha da Silva

    Henrique de Oliveira Andrade Maria

    Magali de Ftima Lima da Rocha

    Maria Jos Barbosa dos Santos

    Mrio Vincius Claussen Spinelli

    Vnia Lcia Ribeiro Vieira

    Ministrio do Desenvolvimento Agrrio

    Carlos Douglas de Sousa Oliveira

    Letcia Mendona

    Lilian dos Santos Rahal

    Samara Macdo dos Santos

    Valter Mariano

    Adoniran Sanches Peraci

    Tiragem: 5.000 exemplares Distribuio gratuita

    Permitida a reproduo parcial ou total desta obra desde que citada a fonte.

    Projeto grfico, diagramao e arte: Via Braslia Ilustraes: Alex Amorim (Via Braslia)

    Reeditorao eletrnica e reviso: i-Comunicao (www.icomunicacao.com.br) Impresso: Grfica Positiva

    Braslia 2012

  • ndiceApresentao ........................................................................................ 7

    Introduo ............................................................................................ 9

    Parte I Controle Social ..................................................................... 11

    O controle institucional e o controle social ....................................................13 Os Conselhos de Desenvolvimento Rural ........................................................15 O que o conselheiro deve fazer ao detectar falhas nos programas e aes em execuo no seu municpio? ................................13O encaminhamento de denncias aos rgos responsveis ............................13O Programa Olho Vivo no Dinheiro Pblico ...................................................13

    Parte II Polticas e Programas Voltados Agricultura Familiar e aos Beneficirios da Reforma Agrria ............................. 19

    Programa de Desenvolvimento Sustentvel de Territrios Rurais - PRONAT .....21Poltica Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural - PNATER ................21Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONAF .......21

    Anexos................................................................................................. 45

    Anexo I Para saber mais ..............................................................................46Anexo II Referncias ...................................................................................47Anexo III Siglas ...........................................................................................48Anexo IV Formulrio de denncia ...............................................................48Anexo V Delegacias Federais de Desenvolvimento Agrrio nos estados ........48Anexo VI Controladoria-Geral da Unio (CGU) nos estados .........................48

  • Apresentao

  • 7 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Esta cartilha foi elaborada por tcnicos da Controladoria-Geral da Unio (CGU) e do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA) e tem o objetivo de ser um instrumento para o exerccio do controle social, que possa ser utilizado por conselheiros municipais e cidados no acompanhamento da gesto dos recursos pblicos dos programas de desenvolvimento agrrio.

    A cartilha est estruturada sobre duas bases: na primeira, apresentado o controle social e como o cidado e o conselheiro podem fazer para pratic-lo; a segunda informa, objetivamente, sobre as polticas de desenvolvimento de territrios rurais, da agricultura familiar e dos beneficirios do Crdito Fundirio.

    As informaes sobre os principais programas e aes do MDA incluem os conhecimentos sobre quem tem direito ao programa ou ao, formas de acesso, quais os procedimentos para tal, enfim, os canais de acesso a informaes e orientaes. Este conjunto de dados combina-se com os alertas do programa Olho Vivo no Dinheiro Pblico da Controladoria-Geral da Unio, estrategicamente dispostos no texto a fim de dirigir o olhar do conselheiro/cidado para pontos frgeis e crticos da gesto dos programas de desenvolvimento agrrio.

    Espera-se, desse modo, oferecer condies para a participao cidad no monitoramento das aes governamentais, contribuindo para uma melhor atuao do conselheiro municipal e do cidado no controle social das polticas da agricultura familiar.

    Apresentao

  • Introduo

  • 9 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Introduo

    Nos ltimos anos, as polticas que tm como foco o desenvolvimento agrrio e a gerao de oportunidades para a populao rural vm sendo implementadas nas diferentes esferas de governo. Nesta cartilha so apresentadas as polticas de responsabilidade do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA) os Programas PRONAT, PNATER, PRONAF e PNCF. fundamental que a execuo dessas polticas e programas, dada a sua importncia social, seja acompanhada de perto pelos cidados e pelos beneficirios das respectivas aes de governo.

    Os Programas do MDA esto fortemente ligados ao esforo de promover uma cidadania plena aos brasileiros da zona rural. A criao de conselhos, que so espaos de participao da populao na gesto pblica, colabora fortemente para o alcance dos objetivos pretendidos pelo desenvolvimento agrrio.

    Os conselhos tm o importante papel de garantir a boa execuo dos programas, fiscalizando e controlando os gastos pblicos e os resultados alcanados. Tambm fundamental que os conselheiros mobilizem os cidados para auxili-los no exerccio do controle social. A CGU busca apoiar os conselhos e os cidados na realizao dessa misso. Esse apoio ocorre por meio das aes do Programa Olho Vivo no Dinheiro Pblico, do qual esta cartilha faz parte.

    O controle social forte e atuante, apoiado pelo controle das instituies competentes, cumpre uma funo estratgica para garantir que os recursos pblicos sejam utilizados em benefcio da comunidade, a partir de uma conduta tica e transparente dos administradores pblicos.

  • Parte I

    Controle Social

  • Parte I

    Controle Social

  • 12

    Part

    e I

    Con

    trol

    e So

    cial

    O controle institucional e o controle socialControlar significa verificar se a realizao de uma determinada atividade no se

    desvia dos objetivos ou das normas e princpios que a regem.

    Na Administrao Pblica, o ato de controlar possui significado similar, na medida em que pressupe examinar se a atividade governamental atendeu finalidade pblica, legislao e aos princpios bsicos aplicveis ao setor pblico.

    A forma de controle exercida pela prpria Administrao Pblica e por organizaes privadas chamada de controle institucional. No Governo Federal, exercida por rgos que tm a competncia legal para fiscalizar a aplicao dos recursos pblicos.

    Os artigos 70, 71 e 74 da Constituio Federal Brasileira estabelecem que o controle institucional cabe essencialmente ao Congresso Nacional, responsvel pelo controle externo, realizado com o auxlio do Tribunal de Contas da Unio, e a cada Poder, por meio de um sistema integrado de controle interno.

    Dessa forma, o controle externo deve ser realizado pelo Poder Legislativo com auxlio dos tribunais de contas. No caso do Governo Federal, conforme o mandamento constitucional, o Tribunal de Contas da Unio TCU o responsvel por auxiliar o Congresso Nacional no exerccio do controle externo, atividade que deve ser apoiada pelo sistema de controle interno de cada poder.

    Quanto ao controle interno, na esfera federal, a Controladoria-Geral da Unio CGU o rgo central do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. CGU compete desenvolver funes de controle interno, correo, ouvidoria, alm das aes voltadas para a promoo da transparncia e para a preveno da corrupo.

    Outros rgos pblicos tambm atuam na preveno, controle, investigao e represso da corrupo: o Ministrio Pblico Federal, os Ministrios Pblicos Estaduais, o Tribunal de Contas da Unio, os Tribunais de Contas dos Estados e dos Municpios, as Controladorias dos Estados, a Polcia Federal, as Polcias Estaduais, o Poder Legislativo e o Poder Judicirio, apenas para citar os rgos mais evidentes.

  • 13 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Entretanto, tendo em vista a complexidade das estruturas poltico-sociais de um pas e do prprio fenmeno da corrupo, o controle da Administrao Pblica no se deve restringir ao controle institucional. fundamental para toda a coletividade que ocorra a participao dos cidados e da sociedade organizada no controle do gasto pblico, monitorando permanentemente as aes governamentais e exigindo o uso adequado dos recursos arrecadados. A isto se denomina "controle social".

    Assim, o controle social pode ser entendido como a participao do cidado na gesto pblica, na fiscalizao, no monitoramento e no controle das aes da Administrao Pblica. Trata-se de importante mecanismo de preveno da corrupo e de fortalecimento da cidadania.

    No Brasil, a preocupao em se estabelecer um controle social forte e atuante torna-se ainda maior, em razo da extenso territorial do Pas e da descentralizao geogrfica dos rgos pblicos integrantes dos trs nveis federativos federal, estadual e municipal. No caso dos municpios, h que considerar, ainda, o seu grande nmero. Por isso, a fiscalizao da aplicao dos recursos pblicos precisa ser feita com o apoio da sociedade.

    O controle social um complemento indispensvel ao controle institucional realizado pelos rgos que fiscalizam os recursos pblicos. Essa participao importante porque contribui para a boa e correta aplicao dos recursos pblicos, fazendo com que as necessidades da sociedade sejam atendidas de forma eficiente.

    Em termos gerais, pode-se dizer que o controle social realiza-se tanto pela estrutura dos conselhos, como pelos cidados, seja individualmente ou de forma organizada.

    Cada cidado ou grupo de cidados pode ser fiscal das contas pblicas. Cada um desses atores sociais pode, por exemplo, verificar se o municpio e o estado realizaram, na prtica, as melhorias nas escolas conforme demonstrado na prestao de contas apresentada ou se os valores das notas fiscais dos bens adquiridos so compatveis com os preos de mercado.

  • 14

    Part

    e I

    Con

    trol

    e So

    cial

    O cidado, no exerccio do controle social, pode denunciar as irregularidades encontradas a diferentes instncias do poder pblico, dentre estas, a CGU; o Ministrio Pblico Estadual; o Ministrio Pblico Federal; os Tribunais de Contas do Municpio, do Estado e da Unio; as Cmaras de Vereadores e Assembleias Legislativas; e os Conselhos Municipais.

    Ao denunciar, o cidado deve atentar para algumas recomendaes bsicas:

    formalizaradenncia,garantindo-lhemaiorimportncia;

    apresentar, com clareza, os fatos verificados e considerados irregulares ouindicadores de irregularidades, descrevendo aqueles que impliquem em leso ou ameaa de leso ao patrimnio pblico.

    A efetividade dos mecanismos de controle social depende essencialmente da capacidade de mobilizao da sociedade e do seu desejo de contribuir. muito importante que cada cidado assuma a tarefa de participar da gesto governamental, de exercer o controle social dos recursos pblicos. Somente com a participao da sociedade ser possvel um controle efetivo dos recursos pblicos, o que permitir uma utilizao mais adequada dos recursos financeiros disponveis.

    A Constituio Federal de 1988, conhecida como "Constituio Cidad", reconhece o povo como detentor de todo poder e garante diversas formas de exerc-lo diretamente. A participao direta da comunidade e do cidado na definio, fiscalizao, controle e avaliao das polticas e dos recursos pblicos constitui-se em uma das formas de impedir desvios, irregularidades, fraudes e corrupo.

    Os Conselhos de Desenvolvimento RuralOs Conselhos de Desenvolvimento Rural

    tm como atribuio descobrir os potenciais de desenvolvimento rural e indicar estratgias e alternativas para melhoria das condies de vida de populaes rurais por meio da elaborao e implementao dos Planos de Desenvolvimento Rural. A formao dos conselhos foi um fato importante para as polticas pblicas de desenvolvimento agrrio.

    Alm disso, todos esses conselhos devem ser espaos de democracia e, principalmente, devem atuar como verdadeiros agentes de controle social das polticas do MDA. Os conselhos existem em trs instncias: nacional, estadual e municipal. Cada um, alm de exercer o controle dos programas e aes do MDA, tem como principais atribuies as seguintes:

  • 15 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Conselho Principais atribuies

    Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CONDRAF)

    propordiretrizesparaaformulaoeimple-mentao de polticas pblicas no Pas;

    promoveraarticulaoentreosdiferentesn-veis de governo e as organizaes da sociedade civil, para o desenvolvimento rural sustentvel, a reforma agrria e a agricultura familiar.

    Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CEDRS)

    proporpolticaspblicas,discutirepromovera articulao e adequao das polticas de desenvolvimento rural no estado.

    Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CMDRS)

    definirasprioridadesdasaesquecontribu-am para o desenvolvimento do meio rural do municpio;

    acompanharaelaboraoeaprovaroPlanoMunicipal de Desenvolvimento Rural;

    garantiraintegraodosdemaisconselhosdomunicpio que possuam aes no meio rural;

    controlareavaliarapolticamunicipaldeDesenvolvimento Rural;

    difundirinformaesquepossibilitemapopulao do municpio o conhecimento do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural.

    O que o conselheiro deve fazer ao detectar falhas nos programas e aes em execuo no seu municpio?

    Ao detectar falhas nos programas ou aes em execuo no seu municpio, o conselheiro deve proceder da seguinte forma:

    a) registrar tudo em ata

    Ata memria escrita, o registro de todos os fatos ocorridos durante a reunio do conselho. Portanto, os fatos apontados pelos conselhei-ros durante a anlise da prestao de contas, assim como quaisquer problemas ou irregularidades apresentados, devem ser registrados; uma vez que a ata um elemento importante para instruir denncias e representaes contra os maus gestores. a regra : registrar tudo na ata.

    b) informar a prefeitura ou secretaria sobre os problemas encontrados

    A funo de um conselho no somente fiscalizar os recursos pbli-cos; o conselho, alm de outras atribuies, deve tambm apoiar a prefeitura, sugerindo mudanas, dando ideias para melhorar a ativida-de fiscalizada. Em suma, conselho e prefeitura devem ser parceiros na realizao e fiscalizao das polticas pblicas. Assim, qualquer falha detectada pelos conselhos deve ser comunicada oficialmente prefei-tura/secretaria, para que as providncias possam ser tomadas.

  • 16

    ParteI

    Con

    troleSo

    cial

    c) informar Cmara Municipal sobre as falhas encontradas

    Qualquer conselheiro pode fazer uma denncia Cmara Municipal e solicitar que sejam apuradas as responsabilidades pelas falhas encon-tradas.

    d) informar s Secretarias do Ministrio do desenvolvimento agrrio e aos rgos de controle sobre as falhas na execuo dos Programas

    Todas as vezes que as irregularidades apontadas pelo conselho no forem sanadas ou que no houver a aprovao da prestao de contas do prefeito ou secretrio, as Secretarias do MDA e os rgos de controle devem ser informados. A informao, por sua vez, deve estar munida de provas documentais, tais como: cpia dos documen-tos (nota de empenho, ordem de pagamento, nota fiscal, processo licitatrio etc.), depoimentos de pessoas, fotos, cpia da ata, enfim, tudo aquilo que o conselho apurar como evidncia da irregularidade praticada. importante que a comprovao seja bem fundamentada para que as Secretarias e os rgos de Controle possam agir de forma mais direcionada, otimizando a sua ao fiscalizadora. O prximo tpico da cartilha orienta com mais detalhes sobre como preparar e encami-nhar uma denncia.

    OLHO VIVOMesmo que no seja possvel participar efetivamente dos conselhos, o cidado pode atuar no controle social de vrias outras formas, monitorando a qualidade das aes realizadas pelo governo, fiscalizando o uso dos recursos pblicos ou encaminhando denncias.

    O encaminhamento de denncias aos rgos responsveisO objetivo do controle social verificar se o dinheiro est sendo usado

    adequadamente ou se est sendo desviado para outras finalidades. Mas os agentes desse controle no podem julgar nem punir, afastando ou prendendo os responsveis por irregularidades. Esse papel, nos pases democrticos, cabe Justia, que precisa ser acionada pelo Ministrio Pblico (promotor) ou mesmo por qualquer cidado.

    Assim, pode haver casos em que o conselheiro, ao exercer o controle social sobre os programas de desenvolvimento agrrio, se depare com irregularidades na gesto dos recursos ou com outras situaes em que seja necessrio encaminhar denncias aos rgos responsveis.

    muito importante e fortalece a denncia quando essa feita de maneira formal, por exemplo, por meio de um ofcio enviado s instituies responsveis. A denncia

  • 17 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    feita por meio do conselho, de uma associao, cooperativa, sindicato ou outra pessoa jurdica pode ser uma forma mais segura para aqueles que temem alguma represlia caso se manifestem individualmente.

    Nesses casos, recomenda-se que a denncia seja encaminhada da forma mais fundamentada possvel, o que poder ser feito de vrias maneiras, dentre as quais destacamos as seguintes:

    Cpia de documentos

    Caso haja acesso aos documentos e processos, deve-se copiar aquelas partes que comprovam as informaes denunciadas e encaminh-las com o formulrio de denncia (ver Anexo IV, no caso da CGU). Tais documentos podem ser, por exemplo, notas fiscais, contratos, ora-mentos, cpias de cheques.

    Fotos

    O registro fotogrfico importante para comprovar a divergncia en-tre uma situao desejada e uma situao real. As fotos so recomen-dadas, por exemplo, no caso de obras declaradas como concludas e que esto inacabadas ou que sequer foram iniciadas. Tambm podem comprovar a existncia de estoques inadequados (de alimentos, de medicamentos); a utilizao indevida de equipamentos, veculos e m-quinas ou, ainda, a realizao de promoo pessoal do agente pblico. Da mesma forma, quando verificado que uma empresa fornecedora ou participante de uma licitao no existe no endereo informado nos documentos, pode-se fotografar o local informado para auxiliar na comprovao deste fato.

  • 18

    ParteI

    Con

    troleSo

    cial

    declaraes e entrevistas

    Pode-se entrevistar ou solicitar declaraes da populao com relao ao fato denunciado. A populao pode, por exemplo, informar quando uma determinada obra foi iniciada, se foi executada pela empresa que venceu a licitao, quais foram as caractersticas da construo. H tambm a possibilidade de se entrevistar os funcionrios que executaram determinada obra pblica para verificar se eles realmente trabalharam na empresa vencedora da licitao.Da mesma forma, os vizinhos dos endereos informados pelas empresas fornecedoras e participantes de licitaes podem ser entrevistados para confirmar se elas realmente existem naquele local.Outra possibilidade coletar declaraes assinadas de pessoas que deveriam ser beneficiadas com aes do poder pblico (por exemplo, o servio de assistncia tcnica e extenso rural), mas que no foram corretamente assistidas.No corpo da denncia deve ser informado o nmero de pessoas entrevistadas. As declaraes devem conter a identificao de quem as assina e devem ser enviadas com o formulrio de denncia.

    informaes obtidas por pesquisa

    O denunciante pode obter informaes relevantes e tambm anex-las denncia. Por exemplo, dados cadastrais das empresas contratadas podem ser pesquisados no site www.sintegra.gov.br. J os dados sobre recursos federais transferidos aos estados e municpios ou informaes sobre os convnios firmados podem ser obtidos no Portal da Transpa-rncia (www.portaldatransparencia.gov.br).

    Conhea algumas instituies parceiras da sociedade civil, as quais tm o dever de receber e processar as denncias, formuladas pelo conselho ou por qualquer cidado:

    Ministrio do Desenvolvimento AgrrioFace s irregularidades por ventura verificadas na execuo dos recursos

    repassados aos estados e municpios pelo Ministrio do Desenvolvimento Agrrio, podem ser encaminhadas denncias para os conselhos municipais e estaduais, colegiados territoriais e para o Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CONDRAF); para as Delegacias do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio em cada estado (veja endereos no anexo I) e, ainda, para as secretarias de cada Programa do Ministrio de Desenvolvimento Agrrio, quais sejam: Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT), Secretaria da Agricultura Familiar (SAF) e Secretaria de Reordenamento Agrrio (SRA).

  • 19 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Controladoria-Geral da Unio (CGU)A CGU recebe denncias relativas defesa do patrimnio pblico, ao controle

    sobre a aplicao dos recursos pblicos federais.

    A denncia pode ser apresentada das seguintes maneiras:

    pormeio do preenchimento e envio do formulrio eletrnico de dennciadisponvel no site da CGU (www.cgu.gov.br/denuncias).

    porcorrespondnciaenviadaparaoseguinteendereo:Controladoria-GeraldaUnio, SAS Qd.1, Bloco "A" - Edifcio Darcy Ribeiro - Braslia (DF) CEP 70070-905 ou para uma das suasunidades regionais.

    Tribunal de Contas da Unio (TCU)Ao TCU cabe a fiscalizao dos atos que envolvam a utilizao de recursos

    pblicos federais. Para irregularidades que envolvam a utilizao de recursos pblicos estaduais ou municipais, deve-se oferecer denncia ao Tribunal de Contas do Estado ou ao Tribunal de Contas do Municpio, quando existir.

    As denncias que cabem ao TCU podem ser encaminhadas das seguintes maneiras:

    dennciaformalmedianteentregadadocumentaonoprotocolodoTCU,no Edifcio Sede ou nas Secretarias Regionais;

    reclamaoviaOuvidoriamediantepreenchimentodeformulrioeletrnico,disponvelno site do TCU (www.tcu.gov.br), link "Ouvidoria";

    CentraldeAtendimento(0800-6441500);

    correspondncia(SAFS,Q.4,Lote1,ed.Sede,2.andar,sala221,CEP:70042-900).

    Tribunais de Contas dos Estados (TCE)Existem em todos os estados. Fazem fiscalizaes e auditorias, por iniciativa prpria

    ou por proposta do Ministrio Pblico, alm de examinar e julgar a regularidade das contas dos gestores pblicos estaduais e municipais (nos estados onde no existem Tribunais de Contas de Municpios). Esses gestores podem ser governadores, prefeitos, secretrios estaduais e municipais, ordenadores de despesas e dirigentes de autarquias, fundaes, empresas pblicas ou sociedades de economia mista.

    Tribunais de Contas dos Municpios (TCM)Existem apenas em quatro estados (Bahia, Cear, Gois e Par) e em dois

    municpios especficos (Rio de Janeiro e So Paulo). Analisam e julgam anualmente as contas das prefeituras.

  • 20

    ParteI

    Con

    troleSo

    cial

    Ministrio Pblico Estadual (MPE) e Ministrio Pblico Federal (MPF)Os promotores de justia, integrantes do Ministrio Pblico, defendem os

    interesses da sociedade, portanto tambm recebem e investigam denncias de desvios de dinheiro pblico e denunciam os envolvidos Justia para o julgamento e a punio. A diferena entre os dois o mbito de atuao: o MPF atua nos casos que envolvem recursos federais e o MPE, quando os recursos forem estaduais.

    Cmaras de Vereadores e Assembleias LegislativasFiscalizam as prefeituras e os governos estaduais, recebem e apuram denncias e

    podem at afastar administradores envolvidos em corrupo (prefeitos, governadores, secretrios etc.).

    Poder Judicirio (juzes e Tribunais de Justia)So eles que do a ltima palavra: decidem quem vai ou no para a cadeia,

    quem perde ou no o mandato etc. Mas eles s podem agir se forem acionados por algum: pelo promotor de Justia, por exemplo, ou por qualquer pessoa, mas neste caso esta precisa ser assistida por um advogado.

    O Programa Olho Vivo no Dinheiro Pblico

    O incentivo participao da sociedade na preveno e no combate corrupo tem sido uma preocupao constante da CGU.

    Em razo disso, a CGU realizou estudos que culminaram com o desenvolvimento de atividades educativas e de estmulo ao controle social e idealizou o Programa Olho Vivo no Dinheiro Pblico, ao que tem a inteno de estimular o controle social, por meio da sensibilizao e da capacitao de conselheiros de polticas pblicas, agentes pblicos municipais, lideranas locais, professores, estudantes e cidados em geral.

  • 21 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Assim, o Programa Olho Vivo no Dinheiro Pblico busca envolver a sociedade numa mudana pela educao, pelo acesso informao e pela mobilizao social, utilizando as metodologias do construtivismo, da educao de adultos e da educao continuada.

    O objetivo fazer com que o cidado atue para a melhor aplicao dos recursos pblicos. Com a iniciativa, a CGU busca sensibilizar e orientar conselheiros municipais, lideranas locais, agentes pblicos municipais, professores, alunos sobre a importncia da transparncia na administrao pblica, da responsabilizao e da importncia do cumprimento dos dispositivos legais.

    Como participar do Programa olho Vivo no dinheiro Pblico?

    Os cidados podem participar do Programa de diversas formas.

    1) Se residirem em um municpio que receber o evento de educao presen-cial, as pessoas podem participar dos seguintes mdulos:

    mdulodelideranas,seforemmembrosdeassociaescivisoucidadosque desejam participar;

    mdulodeconselheiros,seforemmembrosdealgumconselhomunicipaldepoltica pblica;

    mdulodeagentespblicosmunicipais,seforemservidoresdaprefeitura;

    atividadesparaprofessores;

    atividadesparaestudantes,realizadaspelosprofessoresoupelosparceirosdoPrograma Olho Vivo.

    2) Para as pessoas que no moram nos municpios que recebero os eventos, o Programa Olho Vivo no Dinheiro Pblico divulga as publicaes, bem como realiza aes de educao a distncia com o objetivo de mobilizar e de capacitar os cidados para o controle social.

  • Parte II

    Polticas e Programas Voltados Agricultura Familiar e aos

    Beneficirios da Reforma Agrria

  • Parte II

    Polticas e Programas Voltados Agricultura Familiar e aos

    Beneficirios da Reforma Agrria

  • 24

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    Programa de Desenvolvimento Sustentvel de Territrios Rurais PRONAT

    a) o que o Pronat?

    O PRONAT um programa federal sob a responsabilidade gerencial do MDA e voltado para o incremento de estratgias de desenvolvimento territorial.

    Com o Programa de Desenvolvimento Sustentvel de Territrios Rurais PRONAT, a Secretaria de Desenvolvimento Territorial (SDT) do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA) atua sobre a abordagem territorial. Estes territrios so constitudos por vrios municpios que possuem caractersticas (socio cultural, ambiental e econmica) semelhantes, cuja populao demonstra um sentimento de pertencimento ao local. Os territrios rurais so o eixo de execuo dos Programas do Ministrio.

    Para saber quais territrios existem atualmente e os municpios que deles participam, visite o site www.mda.gov.br/sdt.

    No sentido de promover o desenvolvimento dos territrios, a SDT/MDA possui recursos para apoio financeiro a projetos de capacitao de agentes de desenvolvimento, para formulao e gesto de projetos e para projetos de investimentos de apoio infraestrutura nos territrios rurais. So recursos no - reembolsveis Unio, que podem ser utilizados por organismos pblicos e por instituies no governamentais.

    b) Quais os objetivos do apoio capacitao e infraestrutura e servios nos territrios rurais?

    Apoiarodesenvolvimentodosterritriosrurais.

    Estimular o fortalecimento das organizaes sociais locais (sindicatos,associaes, etc).

  • 25 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Fomentaraparticipaodeagricultoreseagricultorasfamiliaresemdebatesde seu interesse.

    Viabilizar a criao de ConselhosMunicipais de Desenvolvimento Rural, deinstitucionalidades territoriais e intermunicipais, de gesto de aes territoriais e de Planos Territoriais de Desenvolvimento Rural Sustentvel.

    Estimularointeressepelagestoeimplementaodaspolticaspblicascomincidncia no territrio.

    Solucionarproblemaseentravesqueafetamnegativamenteaspossibilidadesde desenvolvimento.

    Suprirascomunidadesruraisdeinfra-estruturapblica.

    c) Como o Programa chega aos municpios?

    O Programa chega aos municpios por meio de convnios e contratos de repasse com as prefeituras ou organizaes governamentais e no governamentais que atuam nos territrios.

    d) Quem pode acessar os recursos do Pronat?

    Osgovernosmunicipaiseestaduais,nocasodeprojetosqueenvolvemrecursosde investimento e de custeio.

    As organizaes no governamentais (ONGs) que tenham, segundo seuestatuto formal, finalidade compatvel com o objeto e no tenham fins lucrativos, no caso dos projetos que envolvem recursos de custeio.

    e) Quais as condies para acessar os recursos do Programa?

    Queosprojetostenhamsidoobjetodedebateprvionombitodosterritriosselecionados, com ampla participao de agricultores e agricultoras familiares e suas organizaes.

    Queosprojetossejamfrutodearticulaoedilogoentrediferentesagentescom atuao efetiva no territrio em questo.

    Que os projetos estejam referenciados numa viso de longo prazo,preferencialmente formalizada em um Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentvel.

    Quehajarelaodecomplementaridadecomoutrasaesjemcursoouaserem iniciadas num mesmo territrio.

  • 26

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    f) exemplos de itens e aes financiveis:

    centros de formao, profissionalizao e apoio capacitao eprofissionalizao de agricultores e agricultoras familiares (Casas Familiares Rurais e Escolas Famlia Agrcola);

    centros comunitrios, armazns comunitrios, centrosde comercializao eoutras aes de apoio comercializao;

    apoionacapacitao,infraestruturaesuporteconstituioefuncionamentode cooperativas da agricultura familiar;

    audes,poosartesianos,barragens,dessalinizadoreseoutrasaesdeapoio infraestrutura hdrica;

    pontes, bueiros e passagens molhadas, em apoio infraestrutura viria(estradas e caminhos); e

    capacitaodeagentesdedesenvolvimento.

    g) Quais os procedimentos necessrios para acessar os recursos do Pronat?

    1. passo: articulao territorial e a construo de uma viso de futuro.

    As organizaes do territrio se articulam por conta prpria ou por meio de Oficinas Territoriais apoiadas pela SDT, e diagnosticam suas carncias e suas potencialidades. Em seguida, constroem uma viso de futuro que dever dar origem a um leque de eixos e aes concretas que iro permitir a materializao deste desejo em curto, mdio e longo prazos. Apartir da elaboram-se projetos especficos, conforme a Orientao para Elaborao de Projetos Territoriais e a Ficha-resumo de Projetos, documentos disponveis no site www.mda.gov.br/sdt (Manual de Operacionalizao de Projetos).

    2. passo: homologao pela instncia territorial e envio do projeto s instncias superiores.

    A Institucionalidade Territorial (Comisso de Instalao das Aes Territoriais CIAT ou Colegiado de Desenvolvimento Territorial CODETER ou outro rgo similar constitudo no territrio) homologa os projetos elaborados e os remete para o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CEDRS), encaminhando cpia da Ficha-resumo Delegacia Federal de Desenvolvimento Agrrio DFDA/MDA e SDT/MDA.

    3. Passo: anlise do projeto pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentvel CEDRS e encaminhamentos posteriores.

    O Comit Tcnico do CEDRS (que dever obrigatoriamente ter participao de representantes dos movimentos sociais, agricultores e agricultoras familiares, representante da Delegacia Federal do MDA e tcnicos do estado) analisa o projeto e emite parecer com sugestes e recomendaes ao CEDRS que, por sua vez,

  • 27 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    delibera pela aprovao ou no do projeto. Caso haja aprovao nesta instncia, o CEDRS solicita instituio que apresentou o projeto o detalhamento do plano de trabalho. As instituies que apresentaram o projeto detalham os planos de trabalho observando os limites oramentrios, os percentuais de contra partida necessrios e demais disposies legais. Os planos de trabalho so enviados ao CEDRS.

    Na elaborao dos planos de trabalho referidos necessrio seguir as "Orientaes para o preenchimento do Plano de Trabalho" e preencher o "Formulrio do Plano de Trabalho" conforme o Decreto n.o 6.170/2007 e suas alteraes.

    Para mais informaes, visite www.mda.gov.br e clique em "Convnios".

    4. passo: encaminhamento dos projetos SDT.

    O CEDRS analisa os Planos de Trabalho detalhados e, com a Ficha-resumo, coleta manifestao do Delegado do MDA e encaminha SDT, diretamente ou por meio da Delegacia Federal do MDA no Estado. A SDT analisa a Ficha-resumo e os Planos de Trabalho e, caso seja homologado, encaminha ao Agente Financeiro Operador para empenho e contratao.

    5. passo: apresentao da documentao, anlise e assinatura do contrato.

    A entidade proponente ou executora apresenta toda a documentao solicitada pelo Agente Operador (Caixa Econmica Federal). Aps anlise e aprovao da documentao, a entidade assina o contrato de repasse. Aps a assinatura, o agente financeiro publica o extrato do contrato de repasse no Dirio Oficial da Unio. O contrato pode ser assinado com ou sem clusula suspensiva. Um contrato conter clusula suspensiva quando, no momento de sua assinatura, ainda estiver pendente algum documento ou condio necessria execuo do objeto contratado uma licena de funcionamento, um detalhamento de planta para construo, um termo de cesso de uso etc. Quando o contrato no contiver clusula suspensiva, o agente financeiro poder emitir a ordem bancria no valor integral do repasse. Quando o contrato contiver uma clusula suspensiva, a emisso da ordem fica condicionada eliminao da pendncia em questo.

    6. passo: execuo do contrato. Com o contrato assinado, publicado o extrato no Dirio Oficial da Unio e o dinheiro disponibilizado em conta corrente, a executora est autorizada a iniciar as atividades e aes previstas.

    Aps concluir a execuo do contrato, pelo cumprimento das metas estabelecidas e dos produtos previstos, a executora dever efetuar a prestao de contas com o agente financeiro.

    7. passo: garantindo a gesto social na gesto do objeto financiado. O rgo proponente do projeto, com o colegiado, deve elaborar uma proposta ou plano de gesto do objeto financiado, que dever constar no plano de trabalho. Nessa proposta, dever prever qual ser a forma e os instrumentos de participao e controle da populao beneficiria sobre aquilo que foi financiado com os recursos pblicos. Isto ter ainda maior xito se a gesto do projeto ou obra financiada se fizer a partir de indicadores claros e precisos que permitam aferir se ela est sendo

  • 28

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    utilizada conforme concebido inicialmente.

    h) Municpios que no participam de territrios podem receber recursos da Sdt?

    A SDT apoia, com a ao de infraestrutura e servios, projetos intermunicipais e de pr-territrios, definidos como tal aquelas regies que se organizam e pleiteam fazer parte do Programa, num percentual de at 20% do montante de recursos destinados ao estado.

    Apoia, tambm, projetos de apoio a organizaes da sociedade civil, alm de projetos provenientes de editais ou chamadas de projetos. No caso de editais, os projetos devero ser apresentados diretamente SDT. Os outros projetos devem passar pelos colegiados territoriais e pelo Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentvel. Depois de analisados e aprovados pela rea competente, os projetos so homologados pelo diretor da rea e encaminhados para empenho e contratao por meio da Caixa Econmica Federal ou diretamente pelo MDA. No caso de chamadas de Projetos, devem ser seguidas as orientaes contidas em edital prprio.

    OLHO VIVONas prestaes de contas dos recursos acessados pelos orgos pblicos e pela sociedade civil, que so os proponentes de projetos de Investimento e projetos de Custeio. Esse controle deve ser feito por qualquer cidado ou organizao social, bem como pelo colegiado territorial, que pode exigir s entidades que receberam os recursos a apresentao da prestao de contas populao dos territrios.

    Poltica Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural PNATER

  • 29 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    a) O que a PNATER?

    A PNATER Poltica Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural uma poltica construda coletivamente em 2003 com a participao de lideranas e organizaes ligadas aos agricultores familiares, assentados da reforma agrria, quilombolas, povos ndigenas, pescadores artesanais, ribeirinhos, mulheres e jovens rurais das cinco regies brasileiras. O objetivo dessa poltica apoiar no alcance do desenvolvimento rural sustentvel por meio da assistncia tcnica e extenso rural (ATER) com mais de quatro milhes de famlias que vivem nesse setor. Ao longo desses anos, o servio de ATER teve seus recursos financeiros ampliados, o nmero de famlias atendidas cresceu, e o de tcnicos e de organizaes em campo expandiu-se. A ATER um instrumento viabilizador, por meio dos extensionistas, para as polticas pblicas chegarem no rural. Recentemente, a PNATER foi fortalecida com aLein.12.188(11deJaneirode2010)formuladaesupervisionadapeloMinistriodo Desenvolvimento Agrrio MDA e que tem por base os seguintes princpios:

    desenvolvimentoruralsustentvel,compatvelcomautilizaoadequadadosrecursos naturais e com a preservao do meio ambiente;

    gratuidade, qualidade e acessibilidade aos servios de assistncia tcnica eextenso rural;

    adoo de metodologia participativa, com enfoque multidisciplinar,interdisciplinar e intercultural, buscando a construo da cidadania e a democratizao da gesto da poltica pblica;

    adoo dos princpios da agricultura de base ecolgica como enfoquepreferencial para o desenvolvimento de sistemas de produo sustentveis;

    equidadenasrelaesdegnero,gerao,raaeetnia;e

    contribuioparaaseguranaesoberaniaalimentarenutricional.

    Dentro desse contexto, a PNATER Poltica Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural tem os seguintes objetivos:

    promoverodesenvolvimentoruralsustentvel;

    apoiar iniciativas econmicasquepromovamaspotencialidades e vocaesregionais e locais;

    aumentaraproduo,aqualidadeeaprodutividadedasatividadeseserviosagropecurios e no agropecurios, inclusive agroextrativistas, florestais e artesanais;

    promoveramelhoriadaqualidadedevidadeseusbeneficirios;

    assessorarasdiversasfasesdasatividadeseconmicas,agestodenegcios,sua

  • 30

    Part

    e II

    Po

    ltic

    as e

    Pro

    gram

    as V

    olta

    dos

    A

    gric

    ultu

    ra

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    organizao, a produo, insero no mercado e abastecimento, observando as peculiaridades das diferentes cadeias produtivas;

    desenvolver aes voltadas ao uso, manejo, proteo, conservao erecuperao dos recursos naturais, dos agroecossistemas e da biodiversidade;

    construirsistemasdeproduosustentveisapartirdoconhecimentocientfico,emprico e tradicional;

    aumentararendadopblicobeneficirioeagregarvalorsuaproduo;

    apoiaroassociativismoeocooperativismo,bemcomoaformaodeagentesde assistncia tcnica e extenso rural;

    promover o desenvolvimento e a apropriao de inovaes tecnolgicase organizativas adequadas ao pblico beneficirio e a integrao deste ao mercado produtivo nacional;

    promover a integrao daATER com a pesquisa, aproximando a produoagrcola e o meio rural do conhecimento cientfico; e

    contribuir para a expansodo aprendizado edaqualificaoprofissional ediversificada, apropriada e contextualizada realidade do meio rural brasileiro.

    b) o que o Pronater?

    PRONATER o Programa Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural na Agricultura Familiar criado pela Lei n. 12.188, de 11 de Janeiro de 2010, paraimplementar a Poltica Nacional de Assistncia Tcnica e Extenso Rural em parceria com os Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Sustentvel e da Agricultura Familiar ou rgos similares.

    c) Como a poltica nacional de ater chega aos municpios?

    Por meio das Entidades Executoras do PRONATER, que so credenciadas pelos Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Sustentvel, e da Agricultura Familiar ou rgos similares.

    d) Como se contrata as entidades executoras do Pronater?

    A contratao das Entidades Executoras efetivada pelo MDA ou pelo Incra, observadasasdisposiesdestaLei,bemcomoasdaLein.8.666,de21dejunhode 1993.

    e) Quem pode participar do Pronater?

    Os agricultores familiares ou empreendimentos familiares rurais, os silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores, bem como os beneficirios de programas de colonizaoeirrigaoenquadradosnoslimitesdaLein.12.188,de11.01.2010,por meio das Entidades Executoras do PRONATER previamente credenciadas,

  • 31 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    constitudas por instituies de assistncia tcnica e extenso rural governamentais e no governamentais em que a execuo de servios de assistncia tcnica e extenso rural conste do objeto social das entidades.

    f) Programa nacional de diversificao em reas Cultivadas com tabaco

    No ano de 2005, o Senado Federal ratificou a participao do Brasil no Tratado Internacional de Sade Pblica da Organizao Mundial da Sade (OMS), a Conveno-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), da qual participam mais de 160 pases. Essa Conveno implica o compromisso do Governo Federal, por meio de seu Poder Executivo, com a implementao de medidas para o controle do tabagismo, definida como uma epidemia mundial. Entre os artigos da Conveno est o que trata das alternativas economicamente viveis cultura do fumo, refletido no lanamento, na mesma poca, do Programa Nacional de Diversificao em reas Cultivadas com Tabaco, cuja coordenao est a cargo do MDA. A implementao se d em parceria com organizaes governamentais e da sociedade civil dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paran, Paraba, Bahia, Sergipe e Alagoas. So implementados projetos de extenso rural, pesquisa, capacitao e formao de agricultores familiares fumicultores.

    O objetivo do Programa apoiar as famlias agricultoras que vivem da fumicultura no estabelecimento de sistemas de produo diversificados, diminuindo a dependncia em relao s fumageiras, ampliando as oportunidades de gerao de renda e trabalho no campo, com foco na qualidade de vida.

    As instituies de representao dos agricultores nos estados e municpios so importantes parceiras na implementao do Programa e enquanto interlocutoras para a identificao e encaminhamento das demandas das famlias nos temas associados produo, comercializao e sade versus fumicultura. Maiores informaes sobre o tema podero ser acessadas no stio www.mda.gov.br/saf e www.inca.gov.br/tabagismo.

  • 32

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    g) Controle social da Poltica nacional de assistncia tcnica e extenso rural ater

    Para o controle social, no tocante Assistncia Tcnica e Extenso Rural ATER, h o Comit Nacional de ATER, vinculado ao CONDRAF e formado por representantes das organizaes no governamentais de ATER que atuam com os agricultores familiares. Os agricultores familiares podem acompanhar como o servio de ATER tem sido executado pelas instituies de ATER locais por meio de suas representaes. No plano estadual, este acompanhamento deve ser feito via Conselhos Estaduais de Desenvolvimento Rural Sustentvel, e nos municpios pelos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural.

    OLHO VIVOO site do PRONAF publica a relao das entidades estatais e pblicas no governamentais selecionadas para convnios e contratos de repasse com recursos do MDA. Portanto, a sociedade poder acompanhar o trabalho desenvolvido por essas instituies e denunciar irregularidades.

    Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONAF

    O PRONAF um Programa de apoio ao desenvolvimento rural, a partir do fortalecimento da agricultura familiar como segmento gerador de postos de trabalho e renda. O Programa executado de forma descentralizada e tem como protagonistas os agricultores familiares e suas organizaes.

  • 33 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Crdito Rural PRONAF

    a) o que a Poltica de Crdito rural no PronaF?

    A Poltica de Crdito Rural no PRONAF a ao governamental voltada para o fomento das atividades desenvolvidas pelos agricultores familiares mediante as seguintes diretrizes:

    estimular o incremento ordenado dos investimentos rurais, inclusivepara armazenamento, beneficiamento e industrializao dos produtos agropecurios, quando efetuado por cooperativas ou pelo produtor na sua propriedade rural;

    favorecerocusteiooportunoeadequadodaproduoeacomercializaodeprodutos agropecurios;

    possibilitarofortalecimentoeconmicodasfamliasprodutorasrurais;e

    incentivaraintroduodemtodosracionaisdeproduo,visandoaoaumentoda produtividade e melhoria do padro de vida das populaes rurais e adequada defesa do solo.

    b) Quais os beneficirios(as) do PronaF?

    So beneficirios(as) do crdito rural no PRONAF os (as) agricultores(as) familiares, cujas famlias tenham no empreendimento rural, agropecurio ou no-agropecurio sua principal atividade econmica; aqueles em que a gesto e execuo das atividades sejam desenvolvidas utilizando, preferencialmente, a mo de obra da famlia; os que detenham sob qualquer forma de domnio, no mximo, quatro mdulos fiscais de terra e que detenham uma renda bruta familiar anual de at o valor fixado em resoluo (para a Safra 2009/2010, o valor de R$ 110.000,00).

    Tambm so beneficirios do crdito rural PRONAF os ribeirinhos, pescadores artesanais, aquicultores, maricultores, descendentes de quilombolas, extrativistas, indgenas, pecuaristas familiares e as famlias assentadas pela reforma agrria ou que adquiriram terras pelo Programa Nacional de Crdito Fundirio.

    c) onde est disponvel o crdito rural do PronaF?

    Os recursos de crdito rural do PRONAF esto disponveis nas agncias financeiras. Concedem crdito do PRONAF o Banco do Brasil, Banco do Nordeste, Banco da Amaznia, Bancos Estaduais, Bancos Privados, Bancos Cooperativos e Cooperativas de Crdito Rural.

    d) o que preciso fazer para ter acesso ao crdito rural do PronaF?

    Para ter acesso ao crdito rural do PRONAF preciso primeiro ter a Declarao de Aptido ao PRONAF DAP. A DAP um documento que certifica que o agricultor familiar, pescador, extrativista, quilombola, ou indgena se enquadra nos critrios do Programa. Sem a DAP a famlia no pode acessar o crdito. A DAP gratuita e no

  • 34

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    pode ser cobrada nenhuma filiao ou qualquer dinheiro por sua emisso.

    Aps a famlia obter a DAP, necessrio definir qual ser a atividade produtiva a ser financiada. Nesse momento importante a famlia procurar a assistncia tcnica para trocar ideias e elaborar uma proposta de crdito para o banco. O projeto feito e a DAP so encaminhados para o banco, que analisar a viabilidade econmica do projeto para aprovar ou no a contratao do financiamento.

    e) Quem emite a daP?

    Somente as instituies credenciadas pela Secretaria da Agricultura Familiar do MDA. Esto autorizadas a emitir a DAP as seguintes entidades: INCRA, SRA, UTE, CEPLAC, EMATER, CONTAG, FETRAF, MPA, ANPA e suas filiadas, Federao e Colnia de Pescadores, SEAP, FUNAI, Fundao Cultural Palmares e Sindicatos de Trabalhadores Rurais.

    Prefeituras e seus rgos vinculados no podem emitir DAP.

    Para saber mais sobre o credenciamento para emisso de DAP visite o site www.pronaf.gov.br e clique em "DAP".

    A DAP pode ser emitida de duas formas:

    DAP"viapapel",queconsisteemformulrioimpressoproduzidoexclusivamentepela Secretaria de Agricultura Familiar e distribudo pelas Delegacias Federais de Desenvolvimento Agrrio DFDA, nos estados, s entidades credenciadas; ou

    DAP "eletrnica", emitida pelos entes credenciados diretamente em sistemaeletrnico e que somente passam a ter validade aps o registro na base de dados da Secretaria da Agricultura Familiar.

    f) Controle social da daP

    As DAPs emitidas em cada municpio esto disponibilizadas para o controle pblico no site www.pronaf.gov.br. O CMDRS, as entidades de representao dos agricultores ou qualquer cidado podem pedir o cancelamento de uma DAP de uma pessoa que no se enquadra no PRONAF. As denncias devem ser encaminhadas formalmente Delegacia do MDA do estado.

    Alm do crdito rural do PRONAF, a DAP tem sido gradualmente adotada de forma obrigatria em outros programas e aes federais voltados para o desenvolvimento da agricultura familiar. Ou seja, a DAP um documento cada vez mais importante para direcionar recursos do Governo Federal.

  • 35 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    OLHO VIVOA DAP deve ser fornecida gratuitamente e nenhuma forma de retribuio pode ser exigida dos agricultores familiares pelas entidades emissoras. Assim, exigncias de filiao ou de pagamento de anuidades atrasadas, no caso dos sindicatos, so terminantemente proibidas e devem ser denunciadas. Os recursos do crdito PRONAF so de controle pblico e no devem ser acessados por pessoas que no se enquadram no programa, tirando a chance de quem deveria receber o crdito.Acontecendo tais irregularidades, denuncie.

    g) Participao social na gesto do crdito PronaF

    O CMDRS pode ser o articulador do processo de operacionalizao do crdito rural no PRONAF, notadamente na organizao de agricultores(as), nas negociaes com os agentes financeiros, na promoo da interao com as demais aes e polticas pblicas federais, estaduais e municipais e no monitoramento da aplicao dos crditos e da adimplncia.

    h) o que so os grupos do PronaF?

    Para acessar o crdito do PRONAF, os agricultores(as) familiares so separados em Grupos de acordo com a faixa de renda da famlia. Para cada Grupo existem linhas de crdito com condies especficas. As famlias com renda mais baixa acessam o crdito Pronaf com taxas de juros menores e melhores condies. O Grupo a que a famlia pertence especificado na DAP.

    i) Quais as linhas e as modalidades de crdito rural no PronaF?

    O crdito do PRONAF oferecido sob trs modalidades:

    custeio:financiamentodasdespesasdodiaadiadaproduo;

    investimento: financiamento para aquisies dos bens indispensveis produo.

    comercializao:destinadapara financiaroprocessode comercializaodaproduo.

    Estas contrataes podem ser feitas de forma individual, grupal ou coletiva. A grupal um contrato nico para vrios agricultores, mas a aplicao dos recursos fica a critrio de cada um. J no coletivo, o dinheiro tem um destino comum.

    Para saber mais sobre as linhas do PRONAF e seus Grupos visite o site www.pronaf.gov.br, ou entre em contato com as Delegacias Federais de Desenvolvimento Agrrio listadas no Anexo I.

  • 36

    Part

    e II

    Po

    ltic

    as e

    Pro

    gram

    as V

    olta

    dos

    A

    gric

    ultu

    ra

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    O crdito do PRONAF tem bnus para aqueles que pagam em dia. Caso o agricultor no realize o pagamento no prazo certo, estar em dvida com o banco e no poder fazer novos financiamentos. Se receber qualquer promessa de que no necessrio pagar o crdito, desconfie.

    j) a assistncia tcnica do crdito PronaF obrigatria?

    No. Porm, em alguns casos, o banco pode solicitar ao beneficirio que procure assistncia tcnica, o que mais comum nos projetos de investimento quando, dada a complexidade da atividade, exigida a prestao de assistncia tcnica para a implementao do projeto produtivo.

    A assistncia tcnica, quando financivel pelos recursos do crdito, deve ser fiscalizada. Sempre que houver dvida sobre as orientaes do tcnico, ou descontentamento quanto ao servio prestado, as famlias beneficirias podem buscar, primeiro, um entendimento com o tcnico ou empresa prestadora do servio de assistncia tcnica, o que pode ser feito numa reunio do Conselho Municipal ou Estadual de Desenvolvimento Rural. Na hiptese de no haver o entendimento referido ou de no estar sendo prestado o servio de ATER, a Delegacia do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio do Estado e o Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural devem ser alertados. A instituio de ATER que recebe recursos do crdito para prestar o servio e no o faz est se apropriando indevidamente de recurso pblico.

    Programa de Garantia de Preos para a Agricultura Familiar PGPAF

    a) o que o PGPaF?

    uma das mais recentes polticas pblicas do PRONAF e garante aos agricultores familiares que tm financiamento no mbito do PRONAF a indexao do financiamento a um preo de garantia igual ou prximo do custo de produo e nunca inferior ao estabelecido na Poltica de Garantia de Preos Mnimos PGPM.

    O PGPAF foi criado em 2006 contemplando inicialmente seis produtos. Para o ano agrcola de 2009/2010, o PGPAF j abrange 36 produtos, sendo: aa, algodo (caroo), alho, amendoim, arroz, babau, borracha Bioma Amaznia, borracha natural, caf arbica, caf conilon, caprinos, car, castanha de caju, castanha do Brasil, cebola, cera de carnaba, feijo, girassol, inhame, juta, leite, malva, mamona, mandioca, milho, ovinos, pequi, piaava, pimenta do reino, p cerfero de carnaba, sisal, soja, sorgo, tomate, trigo e triticale.

    b) Quais os beneficirios(as) do PGPaF?

    Todo o agricultor familiar com operao de crdito rural do PRONAF tem acesso ao bnus de desconto do PGPAF, sendo contempladas atualmente (2009/2010) as operaes de custeio e investimento do crdito rural do PRONAF.

    Para ter acesso ao bnus de desconto do PGPAF, o preo de mercado deve ser inferior ao preo garantido restabelecido para o perodo de amortizao ou liquidao da operao de crdito.

  • 37 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    c) o que preciso fazer para ter acesso ao bnus do PGPaF?

    O bnus concedido automaticamente no momento de pagar o financiamento e os agentes financeiros so obrigados a conceder o bnus de desconto aos agricultores que financiem os produtos contemplados pelo programa.

    OLHO VIVOA cada ms a SAF/MDA publica portaria com o bnus por produto e Estado, devendo o agricultor ficar atendo ao bnus divulgado. Para saber o valor do bnus vigente em cada ms acesse www.mda.gov.br/saf e clique em PGPAF.

    Garantia-Safra

    a) o que o Fundo Garantia-Safra?

    O Fundo Garantia-Safra uma ao do PRONAF de atendimento aos agricultores familiares do semirido, no caso de perda de safra devido seca. Caracteriza-se como uma ao solidria entre os agricultores e os trs entes federativos (municpios, estados e Unio).

    Esta ao requer, antes do perodo de plantio, a adeso anual, tanto dos estados como dos municpios e dos agricultores. A necessidade de adeso, a cada ano, mobiliza e sensibiliza os agentes envolvidos para inclurem na agenda local e estadual o problema da estiagem, antes que ela ocorra.

    O Garantia-Safra foi institudo pela Lei n. 10.420/2002 e alterado pela Lein.10.700/2003,comoobjetivoprincipaldepossibilitartranquilidadeeseguranapara o exerccio da atividade agrcola no semirido brasileiro.

    b) Quais os objetivos do Garantia-Safra?

    objetivo Geral:

    incentivaraagriculturafamiliarnaregiosemiridadoBrasil,possibilitandouma renda mnima em caso de perda da safra devido seca.

    objetivos especficos:

    proporcionaraosagricultoresfamiliaresdosemiridoummecanismocapazdefornecer uma segurana mnima para o exerccio da atividade agrcola.

    estimularaadoo,peloGoverno,daposturadequeasecaumfenmenocclico, estimulando a participao e a responsabilizao dos trs entes federativos (Unio, estados e municpios), diante da seca na regio semirida;

    promovereestimularaparticipaodasociedadecivilnaimplementaodoGarantia-Safra.

  • 38

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    c) Quem pode participar do Garantia-Safra?

    Agricultores familiares definidos nos moldes do PRONAF, que atendam aos seguintes requisitos:

    tenhamrendabrutafamiliarmensaldeat1,5(umemeio)salriomnimo.

    cultivemreasnoirrigadas;

    cultivemreasentre0,6Hae10Ha;

    efetuemaadesoaoGarantia-Safraantesdoplantio.

    d) Qual a rea de abrangncia?

    Regio Nordeste, Norte do estado de Minas Gerais (Vale do Mucuri e Vale do Jequitinhonha) e Norte do estado do Esprito Santo.

    e) Quais as lavouras cobertas pelo Garantia-Safra?

    Lavouras de arroz, algodo, feijo, mandioca e milho.

    f) Como funciona o Fundo Garantia-Safra?

    O Fundo Garantia-Safra foi institudo com o objetivo de envolver os agricultores familiares e os Governos (Federal, estadual e municipal), de forma solidria, por meio de contribuies de recursos financeiros que possibilitem o funcionamento e a operacionalizao do Programa.

    AcomposiodoFundofoidefinidanoArtigo6.daLein.10.420/2002.Aleiprev que:

    I a contribuio, por adeso, do agricultor familiar para o Fundo Garantia-Safra no ser superior a 1% do valor da previso do benefcio anual, e ser fixada a cada ano pelo rgo gestor do Fundo, no caso a Caixa Econmica Federal;

    II a contribuio anual do municpio ser de at 3% do valor da previso de benefcios anuais para o respectivo municpio, conforme acordado entre o estado e o municpio;

    III a contribuio anual do estado, a ser adicionada s contribuies do agricultor e do Municpio, dever ser em montante suficiente para complementar a contribuio de 10% do valor da previso dos benefcios anuais, para o respectivo estado; e

    IV a Unio aportar anualmente, no mnimo, recursos equivalentes a 20% da previso anual dos benefcios totais.

  • 39 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Os recursos sero direcionados para atender aos agricultores dos municpios participantes do Programa que forem atingidos pelo fenmeno da estiagem ou excesso hdrico e tiverem perda comprovada de, no mnimo, 50% da produo de arroz, feijo, milho, algodo ou mandioca. O seguro de renda mnima do Garantia-Safra para o ano-agrcola 2009/2010 no valor de R$ 600,00, pago em quatro parcelas mensais.

    OLHO VIVOOs recursos depositados no Fundo Garantia-Safra NO pertencem a um estado ou municpio especfico.

    Havendo insuficincia no Fundo Garantia-Safra para cobrir os benefcios em razo de forte seca na regio, a Unio arcar com a complementao necessria. A solidariedade do Fundo se manifesta quando, no tendo ocorrido seca num determinado municpio, os recursos so utilizados para outro municpio atingido pela seca.

    g) Quais as etapas do Garantia-Safra?

    1. passo adeso do estado.

    A adeso ocorre mediante assinatura de Termo de Adeso com a Unio, representada pelo Ministrio do Desenvolvimento Agrrio, no qual o Estado se compromete a coordenar a implementao do Garantia-Safra no Estado e destinar parcela de seu oramento ao Fundo Garantia-Safra, de acordo com o nmero de agricultores que aderirem no Estado;

    2. passo adeso do municpio.

    A adeso ocorre mediante assinatura de Termo de Adeso com o Estado, no qual o municpio se compromete a promover a operacionalizao das etapas do Garantia-Safra no municpio e destinar parcela de seu oramento ao Fundo Garantia-Safra, de acordo com o nmero de agricultores que aderirem no municpio;

    3. passo adeso do agricultor.

    A adeso ocorre em quatro fases distintas:

    Inscrio: realizada mediante emisso de declarao de aptido ao PRONAF DAP, por uma instituio credenciada no Ministrio de Desenvolvimento Agrrio. Porm, esta inscrio no garante a participao no Programa;

    Seleo: realizada pela Coordenao Nacional do Programa, por meio do Sistema Garantia-Safra. O Sistema Garantia-Safra analisa cada inscrio com o objetivo de identificar se os agricultores inscritos tm o perfil para o Programa Garantia-Safra. Faz, ainda, a priorizao dos agricultores inscritos a partir de cinco critrios:

    a) famlias com menor renda per capita;

  • 40

    Part

    e II

    Po

    ltic

    as e

    Pro

    gram

    as V

    olta

    dos

    A

    gric

    ultu

    ra

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    b) famlias sustentadas pela mulher;

    c) famlias portadoras de necessidades especiais;

    d) famlias participantes do Programa Biodiesel do Governo Federal;

    e) famlias no proprietrias do imvel rural.

    Homologao: o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentvel CMDRS homologa a lista dos agricultores que preencherem os requisitos do Garantia-Safra.

    Adeso: os agricultores homologados sero convocados pela Prefeitura para efetuar a adeso ao Garantia-Safra, que se configura com o pagamento do boleto com a contribuio do agricultor.

    h) Pagamento dos benefcios

    O pagamento dos benefcios do Fundo acionado quando:

    ocorrer seca comprovada (a comprovao se dar pelo reconhecimento daSecretaria Nacional de Defesa Civil da situao de emergncia ou estado de calamidade no municpio em decorrncia dessa seca);

    forconstatadaperdade,pelomenos,50%daproduodosagricultoresqueaderiram ao Garantia-Safra no municpio, considerando apenas as culturas cobertas pelo Programa;

    houverregularidadenosaportesderecursosaoFundoporpartedosmunicpiose dos estados.

  • 41 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    OLHO VIVOO controle social no Garantia-Safra envolve todo o processo de operacionalizao, a comear pela adeso da Prefeitura, passando pela inscrio e seleo dos agricultores, e acompanhamento do pagamento do aporte municipal ao Fundo Garantia-Safra.

    Adeso da Prefeitura: caso a comunidade considere o Garantia-Safra um programa importante para o municpio, convm levar a demanda at o gestor municipal, de forma que ele possa avaliar sobre a possibilidade de operacionalizar o programa.

    Participao dos agricultores: importante que o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentvel CMDRS, ou similar, represente o municpio, sendo composto por pessoas que conheam as comunidades. Alm disso, o Conselho deve garantir a transparncia de seu trabalho perante toda a comunidade, divulgando a lista de agricultores inscritos e homologados.

    Aporte Municipal do Fundo Garantia-Safra: tendo aderido, o municpio assume perante o Fundo a obrigao financeira de destinar parcela de seu oramento ao Fundo Solidrio. Importante a transparncia e acompanhamento da comunidade sobre o repasse regular deste recurso. A inadimplncia do municpio, alm de ferir o princpio de solidariedade do Fundo, acarreta:

    1) no pagamento do benefcio em caso de perda de safra em razo de seca; e

    2) no participao em safras futuras.

    No deixe de acompanhar todo processo de implementao do Garantia-Safra no seu municpio por meio dos relatrios pblicos disponibilizados na pgina www.mda.gov.br.

    Seguro da Agricultura Familiar SEAF

    a) o que o Seguro da agricultura Familiar SeaF?

    O Seguro da Agricultura Familiar uma ao exclusiva para os agricultores familiares que realizam financiamentos de custeio agrcola no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar PRONAF. Trata-se de uma medida inovadora para dar maior segurana ao plantio dos agricultores familiares.

    b) Quais os objetivos do SeaF?

    O SEAF tem como objetivo garantir ao agricultor beneficiado mais tranquilidade na hora de plantar e permitir que a famlia produtora possa voltar a produzir e se manter no campo, mesmo havendo perdas na produo da lavoura. Assim, o SEAF

  • 42

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    garante a cobertura total do financiamento, mais 65% da receita lquida esperada da famlia produtora que perder a safra em razo de fenmenos climticos amparados pelo Seguro, como: seca, granizo, geada, chuva excessiva, ventos fortes, ventos frios, variao excessiva de temperatura e pragas ou doenas sem mtodo de controle.

    c) Quem pode acessar o SeaF?

    So beneficirios os agricultores familiares que contratam crdito de custeio agrcola do PRONAF:

    1) Para as culturas zoneadas (algodo, amendoim, arroz, cevada, feijo, feijo caupi, girassol, mamona, mandioca, milho, soja, sorgo, trigo, ameixa, banana, caju, caf arbica/robusta, dend, ma, nectarina, pera, pssego, uva americana e uva europeia);

    2) Para qualquer cultura irrigada;

    3) Para culturas consorciadas em que a cultura principal seja zoneada. Nesses casos, a adeso ao Seguro da Agricultura Familiar ser automtica, pagando 2% adicional sobre o contrato realizado.

    d) Quais as condies para receber a cobertura do SeaF?

    Em caso de perdas, para ter direito cobertura, o agricultor deve antes se certificar que:

    oeventocausadordaperdaamparadopeloSEAF;

    ondicedeperda(medidopelareceitabrutadaproduo)superiora30%da receita bruta esperada (estimada pelo banco na contratao);

    asdemaisexignciasdoprogramaestosendocumpridas,especialmenteasrecomendaes tcnicas e do zoneamento agrcola.

    e) Quais os procedimentos que devero ser realizados?

    Atendidas as condies de acesso, o produtor dever:

    comunicar ao banco logo que verificar a ocorrncia de perdas por eventocoberto, mesmo quando ainda no possvel estimar com preciso a dimenso das perdas;

    receberoperitoeapresentartodaalavourasegurada;

    apresentaraoperitoasnotasfiscaisedemaiscomprovantesdaaquisiodosinsumos;

    assinar o termo de confirmao de vistoria no Comunicado de Ocorrnciade Perda COP, aps a realizao da percia, atestando a visita do perito propriedade;

  • 43 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    aguardaraliberaoporpartedobancooudoperitoparainiciaracolheita,derrubar a lavoura ou soltar qualquer tipo de animal (ex.: gado).

    Tanto na contratao de financiamento, como na renovao automtica, importante assegurar que esto sendo observadas as condies do zoneamento agrcola e disposies legais, particularmente no que se refere a:

    indicativodeplantioparaalavouranomunicpio;

    utilizaodecultivohabilitado;

    tipodesolo,observadoomnimode10%deargila;

    profundidadedosoloigualousuperiora50cm;

    inclinaodoterrenoinferiora45%.

    Durante a conduo da lavoura, devem ser observados os cuidados que forem aplicveis, atentando-se especialmente para:

    condiesadequadasdeplantio,inclusiveumidadenosoloeprevisodechuvas;

    tecnologiarecomendadaacultivaraserimplantada;

    aplicaodeinsumosetratosculturais;

    controledeervasdaninhaseprevenoecombatedepragas;

    agilizaodosprocedimentosdecolheita;

    acondicionamento adequado da produo colhida, evitando exposio aintempries;

    outrasmedidaspreventivascontrariscosdeproduoqueforempertinentes.

    OLHO VIVOPara mais informaes sobre o zoneamento agrcola no municpio, visite o site www.agricultura.gov.br e clique em "servios" e, em seguida, em "zoneamento agrcola".

  • 44

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    OLHO VIVO um direito do agricultor comunicar perda quando entender que assim deve proceder, independentemente de qualquer autorizao do banco ou da assistncia tcnica.

    dever do banco solicitar a realizao da comprovao de perdas, a partir da comunicao do agricultor, observando o prazo regulamentar.

    uma prerrogativa do tcnico encarregado da vistoria quantificar as perdas, determinar suas causas e o atendimento pelo agricultor das recomendaes tcnicas de manejo e plantio.

    Enquanto o processo de cobertura est pendente de anlise pelo banco ou aguardando julgamento de recurso, o vencimento da operao deve ser prorrogado pelo banco por mais 120 dias.

    Programa de Aquisio de Alimentos PAA

    a) o que o Programa de aquisio de alimentos Paa?

    O Programa de Aquisio de Alimentos (PAA) foi institudo pelo artigo 19 da Lei n.10.696de2de julhode2003eregulamentadopordecretoem2009.Entre2003 e 2005, o PAA foi operado, exclusivamente, com recursos disponibilizados pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS), e desenvolvido a partir de parcerias entre a Secretaria Nacional de Segurana Alimentar e Nutricional (SESAN), governos estaduais e municipais, alm da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A partir de 2006, o PAA passou a ter uma maior participao do Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA), por meio da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF/MDA), com dotao oramentria prpria.

    O PAA destina-se, fundamentalmente, aquisio de alimentos diretamente da agricultura familiar, buscando o fortalecimento dos processos de comercializao de seus produtos a partir de dois grandes eixos, a saber: i) a compra direta dos produtos da agricultura familiar para doao simultnea s entidades da rede socioassistencial, tais como: escolas, creches e asilos visando a garantir a segurana alimentar e nutricional deste pblico; e ii) contribuir com o fortalecimento das organizaes da agricultura familiar, suas cooperativas e associaes, por meio do apoio formao de estoques e sua posterior comercializao no mercado.

    b) Quais so os objetivos do Programa de aquisio de alimentos?

    Garantir o acesso aos alimentos em quantidade, qualidade e regularidadenecessrias para atender s populaes em situao de insegurana alimentar e nutricional.

    Contribuirparaformaodeestoquesestratgicos.

  • 45 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Permitiraosagricultoreseagricultorasfamiliaresqueestoquemseusprodutospara serem comercializados a preos mais justos.

    Promoverainclusosocialnocampopormeiodofortalecimentodaagriculturafamiliar.

    c) Quem pode acessar os recursos do programa?

    O PAA voltado para famlias enquadradas no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), de acordo com o que define aLein.11.326,de24dejulhode2006,queincluiosaquicultores,pescadoresartesanais, silvicultores, extrativistas, indgenas, membros de comunidades remanescentes de quilombos e agricultores assentados.

    Para participar do PAA, a famlia deve ser identificada como da agricultura familiar ou acampada. Essa qualificao comprovada por meio da Declarao de Aptido ao PRONAF (DAP).

    Para a maior parte dos agricultores familiares, a DAP pode ser obtida em instituies previamente autorizadas, entre as quais esto as entidades oficiais de Assistncia Tcnica e Extenso Rural ou as Federaes e Confederaes de Agricultores, por meio de seus sindicatos. Para pblicos especficos, a DAP tambm pode ser fornecida por outras organizaes, tais como:

    aFUNAI,parapopulaesindgenas;

    aFundaoCulturalPalmares,parapopulaesremanescentesdeQuilombos;

    oMinistriodeAquiculturaePescaouFederaodePescadoresesuascolniasfiliadas, para pescadores;

    oINCRA,paraacampadoseassentados.

    d) Modalidades do programa e como fazer para acessar

    Compra direta da agricultura Familiar CdaF

    O que ?

    o mecanismo destinado aquisio de produtos da agricultura familiar quando os preos recebidos pelas famlias agricultoras esto mais baixos que o preo de referncia definido pelo Governo Federal. Estas aquisies fazem parte de uma estratgia de apoio comercializao dos produtos oriundos da agricultura familiar e de formao de estoques governamentais, adequando a disponibilidade de produtos s necessidades de consumo da populao e cumprindo um importante papel na regulao de preos e no abastecimento local.

    Como funciona?

    A modalidade operacionalizada pela Conab que pode, inclusive, abrir Polos Volantes de Compras, a fim de aproximar-se das localidades onde os produtos esto

  • 46

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    disponveis. O produto in natura dever estar limpo, seco, enquadrado nos padres de identidade e qualidade estabelecidos pelo Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento (MAPA). O produto beneficiado dever ser acondicionado nos padres estabelecidos pelos rgos competentes e entregue nos Polos de Compra (unidades armazenadoras prprias ou credenciadas, indicadas pela Conab) ou nos Polos Volantes de Compra.

    Cada famlia com DAP pode acessar at o limite de R$ 8.000,00 por ano, nesta modalidade. O valor da aquisio no ser cumulativo com a modalidade Apoio Formao de Estoques (CPR Estoque), desde que esta seja liquidada financeiramente. Isso significa que o agricultor poder acessar uma segunda modalidade do PAA com a modalidade de Apoio Formao de Estoque com liquidao financeira.

    Produtos que podem ser adquiridos pela modalidade: arroz, castanha-de-caju, castanha-do-brasil, farinha de mandioca, feijo, milho, sorgo, trigo, leite em p integral e farinha de trigo.

    apoio Formao de estoques pela agricultura Familiar CPr estoque

    O que ?

    A Modalidade de Apoio Formao de Estoques pela Agricultura Familiar foi criada para propiciar agricultura familiar instrumentos de apoio comercializao de seus produtos alimentcios. operada por intermdio de organizaes da agricultura familiar ou agricultores familiares que tenham DAP Jurdica. A modalidade disponibiliza recursos financeiros a partir da emisso de uma Cdula de Produto Rural (CPR Estoque), para que a organizao adquira a produo de agricultores familiares (scios ou filiados) e forme estoque de produtos para posterior comercializao, em condies mais favorveis, seja pelo beneficiamento e agregao de valor ao produto, seja por sua disponibilizao em momentos em que o preo esteja mais oportuno para comercializao. O limite de recursos de R$ 1,5 milho (por organizao) e de R$ 8.000,00 (individual). Nesta modalidade, o limite no cumulativo, ou seja, o agricultor pode acessar R$ 8.000,00 para Formao de Estoques e mais o recurso de outra modalidade do PAA, desde que a operao de Formao de Estoques seja liquidada de forma financeira.

    Como funciona?

    A organizao de agricultores submete uma Proposta de Participao Superintendncia Regional da Conab mais prxima. Esta proposta define qual ser o produto a ser estocado, o prazo para a formao de estoque, quais produtos sero adquiridos, seus respectivos preos e quem so os agricultores familiares beneficiados. Aprovada a proposta de participao, a organizao emite a CPR e a Conab disponibiliza recursos financeiros para que esta inicie o processo de aquisio de alimentos dos agricultores familiares. A transmisso da proposta de participao pode ser feita por meio do PAAnet, ferramenta desenvolvida para agilizar o processo de envio, anlise e aprovao.

    A CPR tem um prazo de at 12 meses, quando a organizao efetua o pagamento do valor repassado, acrescido de encargo de 3% ao ano. Produtos que podem ser adquiridos pela modalidade:

  • 47 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    produtos alimentcios estocveis, oriundos da agricultura familiar, prpriospara consumo humano, no podendo ser de safra anterior ao do perodo de contratao. Outras informaes: [email protected], [email protected] e [email protected].

    Compra da agricultura Familiar com doao Simultnea CPr

    CPr-doao ou Compra direta local da agricultura Familiar CdlaF

    O que ?

    Modalidade do PAA que tem como objetivos a garantia do direito humano alimentao para pessoas que vivem em situao de vulnerabilidade social e/ou de insegurana alimentar; o fortalecimento da agricultura familiar; a gerao de trabalho e renda no campo e a promoo do desenvolvimento local por meio do escoamento da produo para consumo, preferencialmente, na regio produtora.

    Nesta modalidade, cada famlia com DAP pode acessar at o limite de R$ 4.500,00 por ano. O valor da aquisio no ser cumulativo com a modalidade Formao de Estoques (CPR-Estoque), desde que esta seja liquidada financeiramente.

    Como funciona?

    realizada por meio da compra de alimentos produzidos por agricultores familiares enquadrados no PRONAF e da doao desses alimentos para famlias ou pessoas que estejam em situao de vulnerabilidade social, que so atendidas por entidades integrantes da rede socioassistencial local e ainda pessoas atendidas por programas sociais, tais como bancos de alimentos, restaurantes populares e cozinhas comunitrias.

    Duas formas de execuo da modalidade:

    Para a execuo do Programa nesta modalidade, o MDS utiliza dois tipos de mecanismos:

    celebraodeconvnioscomosgovernosestaduaisemunicipais(CDLAF);

    firmandotermodecooperaocomaConab(CPR-Doao);

    Produtos que podem ser adquiridos pela modalidade:

    produtos alimentcios oriundos da agricultura familiar, prprios paraconsumo humano,incluindo alimentos perecveis e caractersticos dos hbitos alimentares locais.

    Outras informaes: [email protected]

    incentivo Produo e ao Consumo do leite iPCl

  • 48

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    O que ?

    Modalidade do PAA cujo objetivo propiciar o consumo do leite s famlias que se encontram em estado de insegurana alimentar e nutricional, assim como de incentivar a produo familiar. O Programa do Leite possui dois focos principais: os segmentos populacionais vulnerveis que recebem o leite gratuitamente e os agricultores familiares.

    Como funciona?

    O Programa operacionalizado por meio de convnios celebrados entre o Governo Federal, por intermdio do MDS, e os governos estaduais. O MDS responsvel por garantir entre 65 e 85% do valor total do convnio, e os governos estaduais aportam uma contrapartida entre 15 e 35%. Para ser beneficiria consumidora do Programa, a famlia precisa possuir renda per capita de, no mximo, meio salrio mnimo e ter entre os membros:

    crianacomat6anos;

    nutrizesat6mesesapsoparto;

    gestantesapartirdaconstataodagestaopeloPostodeSade;

    idososapartirde60anosdeidade;

    outros,desdequeautorizadospeloConselhoEstadualdeSeguranaAlimentare Nutricional e pelo MDS.

    Para o agricultor familiar, que ter a garantia de compra do seu produto a preo fixo, as exigncias so:

    produzirnomximo100(cem)litrosdeleitepordia,comprioridadeparaosque produzam uma mdia de 30 (trinta) litros/dia;

    respeitarolimitefinanceirosemestraldeR$4.000,00porprodutorbeneficiado;

    possuirDeclaraodeAptidoaoPRONAF;

    estarcomavacinaodosanimaisemdia.

    Atualmente, o Programa do Leite atende aos nove estados do Nordeste e ao Estado de Minas Gerais (atendendo regio do norte de Minas Gerais e o Vale do Jequitinhonha e Mucuri).

    Outras informaes: [email protected]

  • 49 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    Programa Nacional de Crdito Fundirio PNCF

    a) o que o Programa nacional de Crdito Fundirio PnCF?

    O Programa Nacional de Crdito Fundirio (PNCF) uma poltica pblica do Governo Federal criada para que os trabalhadores e trabalhadoras rurais sem terra ou com pouca terra possam adquirir imveis rurais para explorao em regime de economia familiar, dentro do objetivo geral de reduzir a pobreza e melhorar a qualidade de vida no campo, evitando o xodo rural. No perodo de 2003 a 2009, mais de 75 mil famlias se organizaram e obtiveram o crdito para a compra da propriedade e para o financiamento dos primeiros investimentos em infraestrutura social e produtiva. O Programa funciona como poltica complementar reforma agrria, uma vez que permite a incorporao de reas que no podem ser desapropriadas, ampliando a redistribuio de terras no Brasil. O financiamento realizado com recursos do Fundo de Terras e da Reforma Agrria e do oramento da Unio, podendo ser executado em todo o territrio nacional.

    Para operacionalizar o PNCF em todo o Pas, o Ministrio do Desenvolvimento Agrrio, por meio da Secretaria de Reordenamento Agrrio, delega a responsabilidade da execuo aos governos estaduais. Uma rede de mais de 200 organizaes tambm atua divulgando o Programa, prestando apoio e assessoramento tcnico aos interessados, participando das decises e realizando o controle social sobre as aes em andamento.

    b) Quais as linhas de financiamento do programa?

    O Crdito Fundirio possui duas linhas de financiamento. Enquanto na linha de Combate Pobreza Rural (CPR) os recursos utilizados para investimentos em infraestrutura produtiva e comunitria no so reembolsveis, na linha de Consolidao da Agricultura Familiar (CAF), todo o emprstimo devolvido ao banco. A linha que o trabalhador rural poder acessar depende do perfil e do patrimnio familiar, conforme tabela abaixo.

    Linhas de Crdito

    Renda anual PatrimnioExperincia

    na agricultura

    Forma de acesso

    Recursos para infra-estrutura

    CPRAt

    R$ 9.000,00At

    R$ 15.000,005 anos Coletivo

    Noreembolsveis

    CAFAt

    R$15.000,00At

    R$ 30.000,005 anos

    Individual ou coletivo

    Reembolsveis

    Para fortalecer e incentivar a participao de jovens, mulheres e negros no PNCF, a linha de Combate Pobreza Rural (CPR) prev um adicional de R$ 1.000,00 (no reembolsveis) para implantao de interesses desses pblicos. O Nossa Primeira Terra destinado a jovens rurais com idade entre 18 e 28 anos. O PNCF MULHER para mulheres titulares do PNCF, enquanto que o TERRA NEGRA BRASIL destina-se a grupos de comunidades negras rurais no quilombolas.

  • 50

    ParteIIPo

    lticaseProgram

    asVoltado

    sAgricultura

    Fam

    iliar

    e a

    os B

    enef

    ici

    rios

    da R

    efor

    ma

    Agr

    ria

    c) o que a linha combate pobreza rural?

    a linha de crdito que atende s camadas mais necessitadas da populao rural, beneficiando trabalhadores rurais sem-terra, pequenos produtores rurais com acesso precrio terra e proprietrios de imveis que no alcancem a dimenso da propriedade familiar.

    Podem participar trabalhadores organizados em associao legalmente constituda, com renda familiar anual inferior a R$ 9.000,00 e patrimnio familiar menor que R$ 15.000,00 e que tenham, nos ltimos 15 anos, no mnimo, 5 anos de experincia com a explorao agropecuria. Nesta linha, os recursos para infraestrutura no so reembolsveis.

    d) o que a linha consolidao da agricultura familiar?

    a linha de crdito destinada aos agricultores com renda familiar anual at R$ 15 mil e patrimnio inferior a R$ 30 mil. O financiamento pode ser individual ou coletivo, por meio de associaes. Neste caso, os valores repassados para a compra do imvel e para a infra-estrutura 55 so reembolsveis.

    e) Quem pode acessar as linhas de financiamento?

    Todos os trabalhadores rurais sem terra que comprovarem experincia de cinco anos em atividades agrcolas e rurais (como diarista ou assalariado), arrendatrios, parceiros, meeiros, agregados, posseiros e proprietrios de terras cujas dimenses sejam insuficientes ao sustento da famlia. Os Sindicatos de Trabalhadores Rurais e os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CMDRS) so responsveis pela verificao dessas condies e pela Declarao de Elegibilidade dos candidatos ao crdito.

    f) Quem no pode acessar as linhas de financiamento?

    funcionriopblico,ematividadeouaposentado;

    pessoasqueocupamcargoeletivooufunopblica;

    proprietriosderearuralsuperiorpropriedadefamiliar;

    quemjfoibeneficiadoporqualqueroutroprogramadereformaagrriaoude crdito fundirio, inclusive o Banco da Terra e o Cdula da Terra;

    trabalhador com renda e patrimnio familiar superiores aos limites fixadospara cada linha de financiamento.

    g) Como acessar o financiamento do crdito fundirio?

    O primeiro passo procurar uma rea rural que o dono tenha interesse em vender. O proprietrio deve apresentar o ttulo legtimo e legal da propriedade, alm de vrios outros documentos que comprovam que o imvel no tem irregularidades e que os impostos esto em dia. o proprietrio que deve pagar para obter os documentos e as certides do imvel. Com a terra j escolhida, hora de elaborar a proposta

  • 51 Coleo Olho Vivo Desenvolvimento Agrrio

    de financiamento. Em cada estado, existem vrias instituies que podem auxiliar na elaborao da proposta. Os interessados em acessar as linhas de financiamento devem procurar o Sindicato de Trabalhadores Rurais, o Sindicato de Trabalhadores da Agricultura Familiar do seu municpio, a Unidade Tcnica Estadual do Programa Nacional de Crdito Fundirio, os rgos de assistncia tcnica ou os Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CMDRS), que esto qualificados a prestar todas as informaes sobre o Programa.

    Aps a elaborao da proposta, esta deve ser encaminhada ao Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CMDRS), que dar um parecer sobre os beneficirios e o imvel. Em seguida, deve ser encaminhada Unidade Tcnica Estadual (UTE), que avalia a proposta, analisa a documentao, realiza vistoria no imvel e, se estiver tudo em ordem, envia a documentao ao Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentvel (CEDRS).

    Caso sejam aprovadas pelo Conselho Estadual, as propostas de financiamento sero encaminhadas ao Banco, que efetua a anlise da documentao de cada integrante da associaoe da terra, alm de realizar consulta aos cadastros de restrio ao crdito (CADIN, SERASA e SPC). Aprovada a documentao e no havendo restries, os beneficirios so chamados para assinar o contrato no cartrio. Depois de assinada e registrada a escritura no Cartrio de Registro de Imveis, ela ser entregue ao banco para que este libere o financiamento.

    h) Como funciona a gesto do crdito fundirio?

    O PNCF um programa do Governo Federal executado em parceria com os governos estaduais e municipais, federaes e confederaes de trabalhadores rurais e outras instituies da sociedade civil. Essas parcerias possibilitam transparncia, controle social e maior divulgao e apoio s comunidades beneficirias.

    A participao de segmentos da sociedade nos Conselhos fundamental na disseminao do programa, na organizao dos grupos e no acompanhamento da gesto. Os Conselhos Municipais e Estaduais de Desenvolvimento Rural Sustentvel igualmente apiam o Programa Nacional de Crdito Fundirio, analisando e dando pareceres sobre o enquadramento ou no dos candidatos nos critrios de atendimento e sobre as propostas de financiamento. Por meio dessas instncias, ficam garantidos a participao efetiva e o controle social.

    i) instrumentos para o controle social no crdito fundirio

    Para o controle social no que tange ao Crdito Fundirio, destaca-se a existncia na internet do Portal do Crdito Fundirio, www.creditofundiario.org.