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Desenvolvimento de Coleções

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WALDOMIRO VERGUEIRO

DESENVOLVIMENTO

DE,.."

COLECOES

editora polisassociacao paulista de bibliotecarios

1989

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VFHGUEmO, Waldomiro de Castro Santos. Desenvolvi-

,tn ;d menlo de Coleciies, Sao Paulo: Polis: APB, 1989. (COy

Pnlavra -chave , 1)

96 p.

1. Dcsenvolvimento de Colecoes 1. Titulo

CDD (19a) - 025.2

CDU - 025.2

Indict , pam ca talogo sistematico:

I, Desenvolvimento de Colecoes (Biblioteca)

Djre itus reservados pela

U\ 'H_ARIA L:.EDrrORA POLIS LTDA.

H :1 Cara muru, 1196 -- Saude - 04138 - Sao Paulo - SP

Tel.: 11

SUMARIO

Introducao, 7

P or q ue d esen volv im en to d e colecoes", 10

o p ro cesso d e d esen vo lv im en to d e colecoes, 15 i

Polfticas p ar a d ese nv olv im en to d e colecoes, 24

E stu do d e co mu nid ad e, 2 9

A selecao c om o a tiv id ad e tecnica e inte lec tua l, ~8

Inst rumentos aux il iares a selecao, 45Selecao e cen su ra d e m ateriais, 5 5

A aquisicao c om o p ro ce ss o administrativo, 63 ~

D esb asta men to : a h ora d a decisao, 74

1 Avaliacao de col~~oes:a busca do rnetodo, 81

.Conclusao, 92Jr

f Blbliografla c om p le m en ta r, 9 4

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INTRODUC;AO

Em .minha atividade academica, tive a oportunidade de

entrar em contato com muitas bibliotecas e, aos poucos,

passei a conhecer algumas das caracterfsticas comuns a todas.

Notei que existia uma inc6gnita em relacao as colecoes, como

se algo nao estivesse suficientemente definido. Tinha-se a irn-

pressao de que alguma coisa nao estava bern, embora nao se

conseguisse atinar exatamente com 0 que. As colecoes hi

estavam e os profissionais precupavam-se, as duras penas, emmante-las vivas e atuantes. Louvavel, extremamente louva-

vel, embora; em muitos casos, nao 0 suficiente.

Comecei a perguntar-me as razoes disto e desta forma,

quase sem me dar conta.fui direcionando minhas pesquisas e

trabalhos te6ricos para a questao do desenvolvimento de

colecoes, Assim, surpreendi-me, nao sem uma certa dose de

satisfacao, ao ver que minhas preocupacoes eram partilhadas

a nfvel mundial. Urn born sinal, pelo menos urn indfcio de que

minhas duvidas nao estavam totalmente equivocadas, pos-

sufam alguma razao de ser. Foi 0 que pude depreender do

levantamento da literatura internacional sobre desenvolvi-

mento de colecoes,

No entanto, ao verificar que a questao estavaja relativa-

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m ente am ad urccida internacion alm ente, po ssuind o m esm o

um a Iitcratura ate que bastante am pla, registrada em peri6-

d ice s e liv ro s e sp cc ia liz ad os, n otei q ue n o B ra sil 0m esm o nao

se re pe ti a. S en ti, en ta o. fa lta d e u rn tex to q ue tra tass e a q ues ta o

p or in te lro , d e u ma fo rm a q ue fo sse a ce ssfv el a b ib lio te cario s

sc m p re te ns oe s a p esq uisas a pro fu nd ad a s , m as sirn d isp osto sa resolver seus problem as no trato diario com as colecoes, j

as quais, em ultima an alise , sa o o s re sp on sa ve is d ire to s.

tam bcm , apos muita leitura da literatura nacional e

ln tcrn ac io na l so bre 0 assunto, tentando adapta-la a nossa

rcalid ad c co m v istas a o rie nta ca o d e fu tu ro s b ib lio te ca rio s.

e ti alg um a con tribu icao a oferecer. T alv ez ten ha sid o

ex(esso pretensao d a rninh a parte. N o entanto, decid im os

ill' u ma ten tativ a, procurand o aten der a um a p op ulacao

rccc nCCessitar- au preferir- textos mais leves e deirncnro, ernbora n ao n ec es sa ria m en te ta o s up erfi-

nao apresentarem novidade algum a. A m eu

(~O cam po d os m anu ais esp ecializad os q ue p od em ser

(lie!;.; tanto p ara p ro fiss io na is c om p ra tic a n o a ssu nto e m b us ca

urn enfoque teorico - scm , no entanto, deixarem de ser

ices _ _-, com o para estudantes ou bibliotecarios

em busca de m aiores conhecim entos que os

£ l \ 1e rn enl sua vida pro fissional presente e futura. 0 texto

e c ; alem de, com o disse, um a ousadia, tam bern

d e p ro pic ia r a os b ib lio tec ario s e sta v isa o g eral

do descnvolvirnento de colecoes, Sera, por isso m esmo,

necess amente breve e procurara ser tambem , ao mesmo

nao m ulto su perficial. T en tarem os ev itaro ex cesso d e

citacoes e referencias a outros autores, pois este nao sera urn

trabalho com vistas a ser apresentado perante uma banca

exam inadora. E ntenda-se, portanto, que m uitas das ideias

v en tilad as asegu irnao sao exclu sivam entedeste au to r, m as se

constituem em urn apanhado das preocupacoes de diversos

a uto re s s ob re 0 assunto; devido aos objetivos do livre, fareireferencia a todos des ao final, no capftulo dedicado as

leituras com plem entares (desta form a, aqueles que nao se

s en tirem s ufic ie ntem en te in te re ss ad os p od er ao s im p le sm e nte

p rescind ir d a leitu ra do m esm o).

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POR QU E DESENVOLVIM ENTO

D E C O LE C ;O E S?

m en in os d e cre ch e d isc utin do q ual tern alg o a m ais ou m aior

que 0 outro . . .Fe li zmente, br incadei ras a p arte , e sta n ao e m ais um a

situacao a ser encarada como regra de conduta entre os

b ib lio te ca rio s. J a d e a lg u ns a no s p ar a c a a que sta o do tamanho

da colecao deixou de ser 0 ponto m ais im portan te para osp ro fi ss io nai s da b ib li ot econo rn ia . Descob r ir am ou tr as coi sa s.

Pr irne iro , descobri ram 0 u su ario : d ep ois, a c ole ca o: a go ra ,

es tao descobrindo 0 c omputa do r e e sta o e xt as ia do s c om elc.,

M as 0que in te ressa aqui.entretanto.e ap en as a c olecao. 0 q ue

ja e mu ito , d ig a- se d e p as sa gem .

D e sd e a lg un s a no s, m a is p re cisa m en te a p artir d e fin ais

da decada de 60 e infcios da de 70t d ese nc ad eo u-se n a

B iblioteconom la internacional urn m ovim ento ao qual se

re so lv eu d en om in ar d e Movim ento p ar a 0Desenvolvimentode Co lecoes. D e rep en te, n o m un do in teiro (0 Bra sil d emo -

rou urn pouco para aderir) boa parte dos bibliotecarios

com ecaram a preocu par-se com su as colecoes, bu scando

d ese nv olv e-las, selecion a-Ias, ex pu rg a-las, e nfim , tra ns-

form a-las em alg um a coisa m ais co eren te. E h ou ve, en tao. 0

q ue a lg un s a uto r es c he ga ra m a d en om in ar d e boom do desen -

volvim ento de colecoes (urn m odism o?): artigos sob re 0

assu nto com eca ram a sair, com freq uen cia cad a v ez m aio r,

n os p er i6 dic os d e B ib lio te co nom ia ; manu ais f or am e sc rito s,b u s ca ndo con sc ie nt iz ar o s p ro fis sio na is s ob re a impor ta nc ia

do t ema (al ia s, e st e e ma is u rn de le s . . .) ; t e se s e pe squ is as for am

r ea liz ad as n as u niv ersid ad es; p eri6 dic os e sp ec ia liz ad os e m

De se nvolv imento d e Co le co es f or am c ria do s. P od e- se imagi-

H d alguns a no s, Umbe rto E co e sc re ve u 0 nom e da rosa,

rom ance que ficou duran te m uito tem po na lista dos m ais

v en did os, tra nsfo rm an do -se , p oste rio rm c ntc . e m u rn film ern ais b ad ala do s. P or u rn c erto p erfo do , a le itu ra d o liv ro

-s e obrigatoria e ntre a s "p es so as d e c ultu ra " t q ue p as-

a d is cu ti- lo em s eu s b ar zin hos f av or ito s.P ar a o s b ib lio -

, c ru ao , f oi u rn p ra to c he io , p ois la e sta va , in te ir in ho ,su as v id as: u rn a b ib lioteca en orrn e, colossal

, c o ru cndo m i lh ar es d e liv ro s c uid ados amente a numa-

a s e st a n te s. P er fe ito . Qu e tr is te za p ro va ve lment e

, p ara rn uito s b ib lio te ca rio s, q ua nd o a o fin al a b ib lio -

e in ce nd ia da , d es tr uin do tu do a qu ilo q u e 0 bibliotecario

d a f ic ca o. c on tr ar iamen te a o b ib li ote ca rio r ea l, h av ia p od id o

a cumula r ( qu e p en a.ja c on te i 0 f in al d o liv ro ...) . 0 q u e mu it os

rep arara rn , n o cn tan to - ou n ao q uise ram rep arar-s-, era

o igantism o da biblioteca nao existia apenas na obra dem as era urn fantasm a a ronda-los diariam ente. E m

c aso s, u rn f an ta sm a a te m esm o a be nc oa do , p ois, p ara

rnu )0 tamanho d a c ole ca o a in da p ar ec e s ig ni fic ar um s in al

de algo de que se podejactarperante os colegas, com o

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nar ate, como f01 dito anteriormente, que, talvez com alguns

(1 ) arms de atraso, os bibliotecarios haviam finaImente desco-

berto SU3S colecces ... tao pcrto e, ao mesmo tempo, tao longe.

Ouvindo isto, Iica-se tentado a imaginar 0 que fizeram os

bliotecarios antes disso. Nao realizaram eles por tanto

tempo a atividade de sclecao, escarafunchando indices ebibliografias, pesquisando em reviews e tudo quanto e mate-rial divulgacao? Nao receberam sempre urn mimero maior

de dos de compra que a verba disponfvel para aquisicao,

tendo que estabcleccr prioridades na efetivacao das compras?

l"~ao fizeram cantatas com livreiros, com agentes, buscando

al da forma menos dispendiosa? Nao rece-

Nao descartaram material? Nao fizeram

ou avaliat;ocs do acervo? Afinal, por que toda esta

rna de algo que os bibliotccarios ja vernr 0, scm pre, no dia-a-dia de suas bibliotecas? Pois

(', as perguntas. E talvcz a resposta esteja exatamente at,

na retina do dla-a-dia. Pode ser que - e isto e apenas umasuposic;ao ~ ~, realizando rotineiramente algumas das

vidades ligadas a colecao, nao tenham jamais se preocu-

ern enxergar 0 objeto das mesmas alem do cotidiano,

aCCI tacitamcnte que aquele era urn terreno sobre 0 qual

nunca xe poderia rnesmo ter uma grande possibilidade de

Com tudo isto, gracas ao trabalho abnegado dos

as colecoes foram crescendo, crescendo, cres-

que ... nao, nilo chegaram a estourar.

A cxplosao, na realidadc.ocorreu em urn outro nfvel: no

posicionamerno dos profissionais perante a qucstao do desen-

volvimento de suas colecoes. E rnuito provavel, alias, que

uma outra explosao, a tao falada "explosao bibliografica'',

tenha, esta sim, exercido muita influencia nesta mudanca de

atitude, colocando definitivamente no passado aera do desen-volvimento de grandes colecoes compreensivas. Ficou mais

claro para os bibliotecarios que, se pretendiarn manter asbibliotecas pelas quais eram responsaveis como organismos

vivos e atuantes, deveriam necessariamente mudar a enfase de

seu trabalho da acurnulacao pura e simples do material para 0

acesso ao mesmo. Sinal dos tempos, que, atraves dos moder-

nos sistemas de comunicacao, tomou as colecoes, mesmo as

mais retrospectivas delas, acessfveis a nfvel mundial. Hoje,

atraves do compartilhamento de recursos infonnacionais

que -, praticamente, nao conhece fronteiras-, 0 limite para

o uso das colecoes passou a ser 0 pr6prio limite do conheci-mento recuperavel. Como pensar, diante disto, em annazenar

apenas para si? Esta bern claro que nenhuma biblioteca pode

ser auto-suficiente, dando-se ao luxo de suprirtodas as neces-

sidades de seus usuaries com recursos pr6prios. Esta e umailusao da qual, por mais tentadora que seja, os bibliotecarios

devem procurar fugir. Na realidade, e uma aspiracao huma-

namente imposstvel de concretizar. Pas sou 0 tempo do biblio-

tecario annazenador de livros - os formatos ja sao em nu-

mero bastante elevado e estao presentes em praticamentetodas as bibliotecas -, a tentar conseguir manter sob sua

guarda a totalidade do conhecimento humano... Chegou 0

tempo da biblioteca abrir-se a todas as fontes de informacao,

eo bibliotecario tomar-se a ponte entre 0 acervo sobre 0 qual

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a resp on sa bilid ad e e u rn usuario c uja ex ig en cia cresc e ex -

pon en cia lrn en te , Ma is ainda, ponte entre este usuario e 0

universe de fontes de informacao, esteja m e la s o nd e e stiv e-

rem , entre as quais a colecao da biblioteca sera apenas um a

parcela. E e por isso m esm o que este se caracteriza com o 0

tempo do p la ne jam en to d e a ce rv os se le tiv os , dinamicos, na o

I~l~ros agrupamenros de livros e alguns outros poucos m ate-

nars. rvos intcgrados a comunidade.

Scm duvida, uma mudanca m u ito ra dic al e sta , o co rrid a

com urn a rapidez surprcenderuc, chegando m esm o a pegar

alguns profissionais de surpresa, N ao e, tam bem um a tarefa

faci1, pois exige um a transform acao de mentalidade. M as

parcce ter sido, exatam ente por isso, um a m udanca bastante

benefica, haja vista a esca ssez de recursos econornicos, sem -

l:rna cons nas bibliotecas, T alvez, quando usuaries ermnistrac"lores culturais descobrirem que as verba s aplica-

rorecas e ccntros de docurnent acao nao e stao sendo

atoriam ente na aquisicao de m ateria is inade-

quados, comcccrn a chegar m aiores volum es de recursos

(i fOS a s maos dos bibliotecarios. I ng en uid ad e isto ? A te

< ser. D e q ua lq uer fo rm a, a d esen vo lv im en to d e co leco es,

aliado a outros fa to res - form acao dos profissionais, recon-

hccimento social da profissao, etc. -, podera contribuir em

grande m c~ida ~ara que as instituicoes responsaveis peJae dissem inacan da informacao - entre as quais as

sao, pelo monos em u rn p afs su bd esen vo lv id o

como 0 nosso, ainda a m aier parte - tenham reconhecido 0

scu . Sonhar C possfvel?

14

o PROCESSO DE

DESENVOLVlMENTO DE COLE~6ES

Tendo convenc ido 0 bibliotecario d esa visa do d os m oti-

vos favoraveis ao desenvolvim ento de colecoes e porques

desta mudanca d e a titu de d os p ro fissio na is em nfvel mundial,

agora 0 tenho entusiasm ado com isto - pelo m enos, e esta a

m inha esperanca -, e disposto a sair pelo m undo desen-

volvendo todas as colecoes que lhe aparecam pela frente ouv en ha m a ca ir-lh e a s m ao s, N ece ssa rio e , port an to , r ef re a -lo,

Calm a! Calma! Calm a! Desenvolvim ento de colecoes e ,a cim ade tu do , urn trabalho de planejam ento - algum as vezes

s ou te nta do a d en om in a -10 d e p la nej a m en to d e a ce rv os, 0 que,

provavelm ente, e m uito m ais sonoro ... - e, sendo urn tra-

balho de planejam ento, exige com prom etim ento com m eto-

dologias. Nao e , efetivam ente, algo a ssim tao sim ples com o

pode parecer a prim eira vista. N a realidade, trata-se de urn

processo que, ao m esm o tem po, afeta e e afetado por m uitosfatores extem os a ele. E , com o processo, e , t amb er n, i ni nt er -

rupto, sem que se possa indicar urn com eco ou urn fim . N ao e

algo que com eca hoje e tern um prazo estipulado para seu

term in o, N em e , tam pouco, urn processo hom ogeneo, iden-

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tico em toda e qualquer biblioteca. a tipo de biblioteca, os

objetivos especfficos que cada uma delas busca atingir, a

comunidade especffica a ser atendida, influem grandemente

n. :1S atividades do desenvolvimento de colecoes, como vere-

rnos a scguir,

Esta visao do Desenvol vimento de Colecoes como urnprocesso, de uma perspectiva sisternica, e muito

para transmitir a no~ao de que as atividades

Iigadas a colecao nao podem ser encaradas isoladamente. amodele do processo, elaboradopelo bibliotecario norte-

americana G, Edward Evans, e , alias, muito elucidador a estegura 1), pois mostra 0 carater cfclico do desen-

colecoes, sem que uma etapa chegue a distin-

gui r-se das outras. Estao todas em pe de igualdade, girando em

torno de urn pcqueno cfrculo onde se situarn os bibllotecariosdcscnvolvirnento da colecao, Ao redordos

processo, servindo como subsfdio a todos

elcs - a excecao tinica a da etapa de aquisicao -, encontra-

se a comunidade a ser servida. Desta forma, 0modelo cobre

o proccsso inteirarnente, nao se limitando a tratar 0 desen-

vo! de colecoes como se fosse apenas as atividades de

aquisicfo, erro muito comum em que incorrem

dcsprevenidos. A figura e bast ante esclare-rnostrar que este e urn processo ininterrupto, sem

ou Iirn, tendo necessariamente que se tomar uma

[\',;hU rotineira das bibliotecas, garantia unica para sua

e fe tiv id ad e. P ro cu ra 0 bibliotecario norte-americano

dernonstrar que todas as etapas devem necessariamente estar

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Cornunidade

Figura 1 - Processo de desenvolvimento de colecoes,

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prcscntcs, em toda e qualquer biblioteca, com o ativ idades

norm als c rotineiras -- com o 0 sa o a c ata lo ga ca o, a cla ssifi-

cacao, 0emprestirno e a elaboracao d e re la t6 rio s -. nao pro-

cedendo, a bso lu tam en te , a qu ela v elh a desculpa, t ao u ti li zada

pelos bibliotccarios, de que nao realizam um a ou outra etapa

ou fase do processo de desenvolvimento de colecoes - usu-almcnte a avaliacao ou 0 estudo de comunidade - por

absoluta falta de tempo. A partir do m om ento em que se passa

a considerar 0 descnvolvimento de colecoes como atividade

ro tin cira d as b ib lio teca s - a fin al, a s colecoes n ao se desen -, . - d : o r " alvo.vern no vazio, truto re geracao espontanea ... -. qu quer

para a nao realizacao d e to das as fases do p ro cesso

sua razao de ser. Mas esta, a colocacao do desen-

vol virncnto de colccoes no mesm o nfvel das demais

ativ idades das bibliotecas - e nao como urn luxe ao qual sea lg un s b ib lio te ca rio s m a is p ri v ile gi a do s em

de tempo e pessoal auxiliar -, e uma luta ardua.

os bern, diversos em pecilhos para a sua con-

j cmpccilhos estes que vao desde barreiras pslco-

er n rclacao a algum as fases do processo - como 0

por cxemplo --, ate a quase total incapacidade de

p ro fissio nais p ara p en sa r a c olec ao c om o u rn v ir-a -s er,

ou seja, com o objeto de reflexao e planejam ento, passando

pela dificuldade que muitos encontram para colocar, em

te rm o s c la ro s, 0 que desejam alcancar e sob que criterios

nortear seu proccdim cnto. Em sum a, falta, m uitas vezes, a

visao c ia colccao com o urn todo, flcando-se preso a pontos

ais ou a detalhes que nao sao 0 essencial do trabalho de

18

d esenv olv im en to de colecoes, Como aquele epis6dio com

n ativ os africano s, q uan do p ela prirneira v ez lhes fo i ex ib id o

urn film e cinem atografico: ficaram extasiados com a cena da

galinha, 0 que rnuito impressionou os exibidores, pois no

film e, seg un do se sabia ate en tao, nao existia g alin ha a lg um a .

R epetida a ex ibicao , n otaram su rpreen dido s q ue realm en te,em detenninado m om enta do filme, um a daquelas aves pas-

sava correndo por urn canto da tela. N a realidade os natives,

d esacostu mad os aq uela ling uag em d e co mu nicacao d e m assa,

nao conseguiam enxergar a tela com o urn todo, fixando sua

atencao em partes da m esm a. Q uestao de falta de contato com

o meio de comunicacao ou de dom fnio daquela linguagem

esp ecffica, co nclu frarn os estu dio so s d o assu nto . O s bib lio -

tecarios, em seu relacionam ento com as cotecoes, correm 0

risco de tam bern - figurativam ente falando - estarem aver

galinhas atravessando os cantos da tela. Falta de dom fnio

sobre 0 processo de desenvolvim ento de colecoes, pode-se

im ag in ar, F eliz me nte , a lg o sa na ve l,

Para infcio de conversa, deixem os bern claro que, em -

bora 0 processo esteja presente por inteiro em todas as

bibliotecas, e logico que ele nao ocorrera da m esm a form a em

cada uma delas. Parece bastante evidente que a colecao de

um a biblioteca publica nao se desenvolvera da m esm a form a

que a de um a biblioteca universitaria, escolar ou especiali-

zad a. A s entases, em cada u ma d elas, serao d iferen tes. S e n ao ,vejamos:

a) Bibliotecas publicas: possuem um a clientela m ais

dinam ica, diversificada, que deve ser acom panhada com

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bastantc atcncao devido a mudanca de gostos e interesses. As

necessidades informacionais da comunidade servida pela

biblioteca publica variam quase que na mesma proporcao em

que variam os grupos, organizados ou nao, presentes na

rnesma. 0 trabalho de analise da comunidade parece ser,

assim, aqucle que maier enfasc deve receber par parte do'b1iotcc[irio, nao se descartando, porern, exatamente em

das flutuacoes dercctadas pelos estudos de comu-

nidade, um cuidado especial com a selecao de materiais,

devidarncnte alicercada em uma polftica de selecao. Boa

nas idades de avaliacao e desbastamente parece ser,

bern, urna caracterfstica do desenvolvimento de colecoes

otecas publicas, principalmente para atender a de-

In . ata cos usuaries;

Bibliotccas cscolares: cxistem -ou, pelo menos, de-

r -- para dar suporte as atividades pedag6gicas

u escolares, Mais que isto: devem estar integradas

no processo educacional, A colecao das bibliotecas escolares

, na realidade, 0direcionamento do sistema educacional

vigente. A enfase esta, portanto, muito mais na selecao de

materials para fins didaticos - nonnalmente alicercada em

tuna polftica de selccao que tern sua base no currfculo ou

programa escolar. 0 desbastamento da colecao ira acompa-

ar as m udancas nos programas e/ou currfculos;

a comunidade. Isto vai exigir, quase que nccessariamente,

uma colecao com forte tendencia ao crescirnento, pois ativi-

dades de pesquisaexigem uma grande gam a de materiais para

que 0pesquisador possa ter acesso a todos os pontos de vista

importantes ou necessaries. A selecao, no caso, nao eo que ha

de mais importante, pois a biblioteca precisa terum volume de

recursos infonnacionais suficiente para dar suporte a pesquisa

realizada tanto por docentes como por alunos de p6s-gra-

duacao. Da mesma forma, a comunidade e relativamente

homogenea, nao exigindo estudos ou avaliacoes de grande

monta. A enfasc maior, no caso, parece estar muito mais no

desbastamento e avaliacao da colecao, medidas necessarias

para otirnizacao do acervo. As bibliotecas das chamadas

"instituicoes isoladas de ensino superior". no entanto, con-trariamente as de bibliotecas ligadas as universidades, exa-

tamente por nao terem que prestar suporte a pesqui sa. nortcam

o desenvolvimento de suas colecoes apenas pelas exigencias

dos program as ou currfculos dos cursos por elas oferecidos;

c) Bibliotecas universitarias: devcm atender aos objeti-

vos da universidade, a saber, 0ensino. a pesquisa e a extcnsao

d) Bibliotecas espccializadas ou de empresas: existem

para atender as necessidades das organizacoes a que estao

subordinadas e, por isso - mais do que qualquer uma das

outras -. tern seus objetivos muito melhor definidos. Prova-

velmente, a diferenca maior no desenvolvimento de colccoes

de bibliotecas especializadas e a presenca, com muito rnaior

frequencia, de materiais nao convencionais - relatorios,

patentes, pre-prints. etc. -. que exigem dos bibliotecarios urn

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enorme esforco para localizacao e obtencao do itens dese-

jades.

Exisrem. no geral, muitos outros fatores que afetam 0

proccsso de desenvolvirnento de colecoes, alern do tipo de

biblioteca em que 0mesmo se da. Nao devem ser esquecidas

ou subestimadas, por exemplo, as influencias das indiistrias

produtoras de materiais para bibliotecas - industria Iivreira.

fonografica, etc. - sobre 0 trabalho dos bibliotecarios para

descnvolvimcnto de suas colecoes, pois sao essas indiistrias,

em tirna analise, qu e iran controlar 0 que estara ou na o

dispontvel para a ou isic ao p or parte das bibliotecas. Por outro

0, c sq ue m as e rn pr es ar ia is p ara divulgacao emarketing dos

u to s g cr ar n na cornun idade uma serie de interesses cujo

itendi mcnto implica, na realidade, resposta nao aos interessesdos u os au da com un idade , mas ao esquema promocional

pelas industrias. 0 que vai exigir dos bibliotecarios,

sc ncnhurna diivida, um cuidado extra para na o cairno eITO

de: atcnder apcnas a necessidades fabricadas pelos media ...

esquecer, tambern, a influencia que exer-

d e out ra s b ib li ot ec as no desenvolvimento da

C c ) de u r n a biblioteca especffica. Como disse anterior-

m en nenhurna biblioteca pode dar-se ao luxo de bastar-se a

mcsma, tendo nccessariamente que levar em consideracaoos recursos disponfveis em instituicoes congeneres de facil

acesso, buscando, na medida do possfvel, compartilhar suas

J?osses com as outras, aomesmo tempo que faz uso das alheias.

E, alem de urna medida de economia dos parcos recursos

financciros disponfveis para aquisicao, uma forma de prestar

melhores services aos usuaries, que terao ampliado 0

universe de materiais a sua disposicao. Apesar de program as

efetivos de colaboracao entre bibliotecas apresentarem

problemas devidos a falta de infra-estrutura, nunca e demaisfrisar que a persistencia deve ser mantida, buscando 0 aper-

feicoamento do service. Se, em pafses mais privilegiados em

tennos de recurs os e conom ic os , e st a e urna medida de racio-

nalizacao, em pafses subdesenvolvidos, entao, e , pratica-mente. uma medida de sobrevivencia ...

AMm do mais, 0 desenvolvimento de colecoes, como

atividade de planejarnento, deve ter urn plano detalhado pre-

estabclecido. a fim de garantir urn mfnimo de continuid ade ao

processo e correcoes de rota, quando necessarias. E 0 que se

costuma chamar, genericamente, de estabelecimento de uma

polftica para 0 desenvolvimento da colecao, urn documento

onde se detalhara quem sera atendido pela colecao. quais os

parametres gerais da mesma e com que criterios esta se

desenvolvera, Algo que, por sua importancia, merece urn

capitulo a parte.

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POLITICAS

PARA DESENVOLVIMENTO DECOLE~OES

A s razoes para a elaboracao de polfticas para 0 desen -

vclvirnento de co lecocs pa recem m ais qu e eviden tes, a com e-

ca r por razoes econom icas, ou seja , a necessida de de se dispor

urn ra cio na l p ara a lo ca ca o d e re cu rso s, m uito e mb ora

se poss a - -~ ou nao se deya - pensar em elaborar polfticas-,

tend o co mo a lvo a prov avel econom ia de recursos q ue

sc po dcria obter po r seu interm edio. M as, de qualq uer form a,

raz oes econ om ica s exig ern a determ inaca o de p riorida des,

norm alm ente nao se tern - e, provavelm ente,jam ais se

ira verbas suficientes para aquisicao de todos os m a-

a is d e i nt er es se ; OU} s e v er ba s e xis tiss em , p ro va ve lm e nte

< (1e sp aco o u 0p es so al n ec es sa rio p ar a a co m od ac ao

d os m a te ria ls a dq uir id os. A s sim , 0 estabelecimento

um a polftica para 0 d ese nv olv im en to d e c oleco es su rg e,

p ara d iz er 0m fnim o, com o m edida de born senso, apesar de

que nao se deve generalizar e daf conclu ir que a funcao

principa l do descnvolvim ento de colecoes e a de econom iz ar

as verbas da biblioteca.

24

O s prop6sitos de um a polftica, na realidade, sao m uito

m a is a m plo s d o q ue se su geriu n o p ara gra fo a nterio r. T ra ta -se

d e d eix ar cla ra a f ilo so fia '! !!Ql1 ea ro tr ab alh o b ib lio te ca rio n o

·(j0}~~R~~~~~~~~:~~~~~~~..,.~,/ .~.•~,~.~.- ~--~, .. " .~.~-.,.-~.~--~--~ ..---~"--"~"''''~'''-~'-' - ~."~..-....

~~!!!~I)~<!'!...~Q!~ ~~Q _e.Q~.Q~ jl!tiY9~Q'!.!ns~i~ tli9~().!...p~~.~1 '!c ol~ ~a Qd ey ese rv ir,ta nto p or ca usa d a n ec essid ad e d e u rn g uia

p ra tico na selecao dia ria de itens, com o dev ido a o fato de.ser;

tal d ocum ento um a peca-ch ave pa ra 0 p la neja m en to em larga .

esc a la. A lem do m ais, poderfam os dizer que 0 processo

m esm o de elaboracao desta polftica tern um a funcao peda-

g 6g ic a, d ig am o s a ssim , itmed id a q ue p ropi ci a ao b ib li ot ec ar io

o po rtu nid ad e d e a uto -a va lia ca o e r ef le xa o so bre s ua p ra tic ae e

desenvolv im ento da colecaovA crescen te-se, tam bern , que

apenas a existencia de tal docum ento pode garantir, pelom enos no lim ite do possfvel, um a colecao consistente e urn

crescim ento balanceado dos recursos inform acionais da

b ib lio te ca . O u se ja : a p olftica ira fu nc io na r co mo d iretriz p ara

a s d ec iso es d os b ib lio te ca rio s e m r ela ca o it s el ec ao do ma te ri al

a ser incorporado ao acervo e it pr6pria a dm inistra cao do s

recu rsos infonnaciona is . E ela que ira prover um a descricao

d o esta do g era l d a co leca o, a po nta r 0m etodo d e tra balh o para

consecucao dos objetivos e funcionar com o elem ento de

argum entacao do biblio tecario , dando-Ihe subsfdios PM a~.-----

d iscu ssa o c om a uto rid ad es su perio res, ta nto p ara a o bten ~a o

\ > f de nov as aqU lsl~ oes C om o pararecusa de im posl~oes esta- .~~pafurd1i~C ' ..--.--.....--"-- ..........-~~--~.

_,.c_._·--·~~~~- ....~·"

A ela boracao de u rn docum en to que contenha a p olftica

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para 0 descnvolvimento da colecao na~ e tarefa das mais fa-is e exige grande dose de planejamento e estudo. 0 ideal e

q ue ta l d oc um cn ro surja como resultado denegoclacao entre

o bibliotecario, responsavel pelo desenvolvimento da cole-

c,i1 o, e a qu elcs a quem a m esm a se destina. Para elaborar 0

docurnento, no entanto, e necessario que se tenha em rnaosuma grande variedadc de dados, destacando-se:

a) (J estado atual da colecao, seus pontos fortes e fracos;

b) a comunidadc a ser servida:

c) outros recursos disponfveis, tanto localmente como

atraves cmprestimo entre bibliotecas.

Scm estes dados nao se pode, sob risco de obter resul-

ndesejaveis ou inadequados, iniciar a elaboracao da

Foge urn POliCO aos objetivos deste trabalho 0 forneci-

m en te de urn m odelo de polfticas para 0desenvolvimento de

colecoes. E relativamente facil encontrarmodelos de polfticas

urilizadas por outras bibliotecas, inclusive na literatura em

hngua portuguesa, muitas vezes recebendo denorninacoes

(J utra s; com o p olftica d e selecao ou carta de aquisicao; todas

em servir ao bibliotecario como subsfdio, desde que ele

ern que os objetivos de uma polftica para 0 desen-

volvirnento da colecao sa o rnuito mais amplos, ambiciosos

m esm o, que os de um a polftica de selecao e faca as adaptacoes

necessarias, incluindo polfticas especfficas para avaliacao do

acervo e da comunidade cujas necessidades se pretende aten-

26

der. No correr do tempo. em suma, uma boa polftica deve

infonnar aos bibliotecarios sobre:

a) que material fara parte da colecao (tanto em tennos

de conteudo quanto de formato, incluindo a polftica da biblio-

teca para acesso aos materiais cuja posse nao the e deinteresse);

b) quando e sob quais condicoes este material podera

ingressar no acervo (polfticas de selecao, aquisicao, doacao,

etc.):

c) que necessidades especfficas e de que parcelas da

comunidade ele deve atender (incluindo-se os metodos para

obtencao destas informacoes):

d) como sera avaliada aimportanciado do material para

a biblioteca. uma vez incorporado a colecao (rnetodos para

avaliacao da colecao):

e) quando e sob quais condicoes ele sera retirado do

acervo (polfticas de remanejamento e descarte).

Alern disso, devera constar do documento quem, em

ultima analise, e 0 responsavel pela tomada das dccisoes

previstas e estipuladas na polftica para 0desenvolvimento da

colecao, ou seja, se 0 bibliotecario sozinho e quem decide,

se alguern 0 fara em seu lugar ou se estas decisoes serao

tomadas em conjunto com grupos fonnalmente instituldos

para este fim (comissoes de selecao).

A polftica para desenvolvimento de colecoes nao pre-

cisa ser necessariamente urn documento extenso, mas, isto

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sirn, urn documento complete, onde se apresentem diretrizes

para as dccisoes a respcito da colecao, deixando 0mfnimo de

coisas possfvcl scm previsao: tal so deve acontecer em casos

absolutamente nao previsfveis - e eles existem -, quando,

;~ntao, 0 bibliotccario - ou quem for responsavel pela se-

. lc'(a o _ ., terti que tomar uma decisao ad hoc, passando esta

dccisao, daqucle momenta em diante, a fazerparte da polftica

o dcsenvolvimento da colecao. 0 documento contendo a

fUca devc scr suficientemente flexfvel para admitir essas

inclusoes e, ao mesmo tempo, ser suficientemente dinamico

de .a adm rnodificacoes ou correcoes. E estas virao,

nccessanarnente, quando 0 bibliotecario procurar acompa-

ar a comunidade a que esta servindo, a qual, com diferencas

substanciais dcpendendo do tipo de biblioteca, tende inexo-

a modificar-se. Este acompanhamento, que cos-

scr charnado de estudo de comunidade, sera 0 objeto do

pr{)ximo capitulo.

28

ESTUDO DE COMUNIDADE

A pergunta que poderia agora ser feita seria: afinal, 0

que, em verdade, e esta comunidade que a biblioteca deve

servir? E, em muitos casos, algo bastante nebuloso, disperso,quase impossfvel de ser apontado com clareza; em outros, no

entanto, e algo tao especffico e mirnisculo - pelo menos

aparentemente - que qualquer definicao pode ser mais larga

do que ela. Pols, para cada tipo de biblioteca, a comunidade/jra variar - e isto e mais que evidente. Para a biblioteca

. publica, comunidade sao todas as pessoas que residem na

jurisdicao polftica servida por ela; para a biblioteca escolar,

sao todos os alunos matriculados na instituicao e, tambem, os

professores a atende-los; para a biblioteca universitaria, sao os

corpos docente e discente e, eventualrnente, tambem os fun-

cionarios: para a biblioteca especializada, e a companhia, a

instituicao comercial, a fundacao ou empresa que a criou. De

qualquer forma, a comunidade nao e, absolutamente - e este

\ . . e urn equfvoco no qual facilmente incorrem muitos biblio-

tecarios-s-, apenas e tao somente 0usuario real, aquele que vai

com grande frequencia a biblioteca e se torna, com 0 tempo,

quase Intimo do profissional responsavel por ela. Nao, ela e,

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neccssariamente, mais que isso. Uma colecao, em seu desen-

volvimento, dcve levar em consideracao as necessidades da

comunidade de uma maneira ampla e nao somente as do

usuario real, pols a biblioteca, como uma instituicao essen-

cialrncnte democratica - principalmente a publica -, deve

atcnder todos os membros da comunidade, no que diz respeito

a suas neccssidadcs informacionais, e nao a alguns poucos

que; evcntualmcnte, par urn motivo ou outro.ja se encontram

uti!' -Ia. 0 bibliotecario deve zelar - quase se poderia

dizcr policiar-se ... - para nao confundir as necessidades ou

dern andas daqueles usuaries que lhe estao mais pr6ximos com

as nccessidades reais da comunidade a que deve atender. Se,

para 0 planejamento bibliotecario em geral, isto e compro-

m , para 0 descnvolvimento de colecocs, entao, isto e, na

lias quase catastr6fico.da questao parece estar no ponto levantado

ucccssidadcs informacionais da comunidade como

todo, Isto traz, para os services bibliotecarios, uma dupla

dificuldade, na mcdida em que exige 0conhecimento tanto da

cornunidade a que se devc servir, como, tambern , a percepcao

de quais sao as neccssidades informacionais da mesma. Mais

ainda: exige tarnbcm a definicao, porparte do profissional, de

s nccessidadcs dacomunidade-uma vezconhecidas-

a ele, IX)f intermcdio dos services que oferece, tentarr, Isto exigira, e claro, 0 estabelecimcnto de priori-

(lades, s parece ser rclativarncnte pacifico que nenhuma

podera satisfazcr a todas as necessidades informa-

on.us sua comunidadc - entendidas estas de uma ma-

30

neira bern ampla, de modo a incluir, quando for 0 caso,

tambern as necessidades par informacao utilitaria e re-

creacional. E exigira, tambern, a deflnicao de prioridades de

atendimento em relacao a comunidade em si, levando em

conta 0 aces so de algumas parcelas da mesma a outras

instituicoes fomecedoras de informacao - em alguns cases,outras bibliotecas -, mais aptas a atende-las.

o trabalho de analise da comunidade nao e, absolu-

tamente, em urn primeiro memento, dos mais facers de rea-

Iizar, principalmente para bibliotecarios de pafses subdesen-

volvidos, como eo nosso caso, onde 0dominic de tecnicas de

pesquisa - devido, entre outras coisas, a falhas da formacao

educacional - nao e urn atributo dos profissionais; estes,

numa proporcao muito maior do que a desejavel, s6 conhecem

de tecnicas de pesquisa as atividades ligadas ao levantamentoda opini ao dos usuaries sobre os services da biblioteca em que

atuam, realizados, as mais das vezes, com a utilizacao de

formularies mal-elaborados e malredigidos (tanto que 0 re-

sultado, normalmentc, e descobrir a "cornpleta" e "total"

satisfacao do usuario em relacao aos services recebidos, a

colecao inclusive ...). Esta dificuldade, no entanto, nao deve

ser motivo para esmorecimento por parte dos profissionais,

pais as atividades bibliotecarias necessitam ser realizadas

com maior nfvel de profissionalismo, sob risco de ficannosetemamente medindo a satisfacao de urn usuario - que nao

e. nem de longe, 0 usuario ideal-, cujo nfvel de exigencia

em relacao a biblioteca parece ser 0menor possfvel, tanto porseu desconhecimento das potencialidades infonnacionais dis-

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ponfveis no orgno como por sua timidez ou despreparo - ate

m esm o falta de costume ... - para exigir de servicos piiblicos

o que por obrigacao -~ afinal, sao rnantidos com 0dinheiro de

irnpostos -- dcveriam oferecer. Apenas 0 trabalho serio de

pcsquisa das necessidades da comunidade a ser servida pela

bibliotcca permitira que se escape deste cfrculo vicioso. Urna

tare relativarnente ardua, ernbora, rnais do que nunc a, ne-

B oa parte do levantamento de dados sobre a comunidade

n sera feito pessoalmente pelo bibliotecario, 0 qual ira

1 r mao, para sua coleta, de fontes oriundas de instituicdes

\:ujo~; objctivos, entre outras coisas, englobam tambern a

a de dados. Orgaos como 0 Instituto Brasileiro de Geo-

f1a e Estattstica (IBGE), a Fundacao Getulio Vargas

(FGV),o Departamento Intcrsindical de Estatfsticae Estudos10 - icos (DIEESE), as federacoes da Industria e do

Corrtercio, as secretarias de Estado, os ministerios, ctc., pu-

blicarn os resultados de suas coletas, que podem ser muito

utcis aos profissionais para delirnitacao das caracterfsticas da

a ser servida pela biblioteca; apenas aqueles

impossfvels de sercm obtidos em fontes preexistentes e

que SC objeto de levantamento pessoar,atiav~os-depesqursa

Para em rnaos urn diagn6stico suticientemcnte

SC ) de sua cornunidade, 0 bibliotecario necessitara obter,ern 1 ge , dados relatives as seguintes caracterfsticas:

a) Historicas: dados referentes a antecedentes hist6ricos

da comunidade, principalmente no quediz respeito a sua

32

evolucao e crescimento, que poderao trazer-lhe subsfdios para

melhor cornpreensao do ponto em que esta comunidade se

encontra atualmente;

b) Demograficas: numero de habitantes, idade, sexo,

nacionalidade, taxas de nataIidade e r no rta li dade , c ar at er

urbano ou rural da comunidade etc.;

c) Geograficas: direcao de crescimento ffsico da

comunidade, levando em consideracao, entre outras coisas, a

existencia ou nao de barreiras para a expansao da comunidade

e a distribuicao da populacao na area de abrangencia da

biblioteca:

d) Educativas: grau de analfabetismo existente, nfvel de

instrucao da popula cao, i ns ti tu ic oe s e du cacio na is eo mimero

de estudantes matriculados, cursos de ferias, iniciativas edu-

cacionais ligadas a grupos com interesses variados, como e 0caso de igrejas, associacces, sindicatos, indiistrias, etc.;

e) Socio-econdmicas: atividades economic as mais

importantes, visando principalmente identificar se estas

atividades ocorrem todo 0 tempo ou se sao sujeitas a va-

riacoes: nfvel econdmico da populacao e taxa de desem prego;

e necessario, tambem, coletar informacoes sobre os services

publicos existentes na area de saude e assistencia, Nfvel de

organizacao da comunidade no que diz respeito a existencia

de organizacoes comunais e vicinais e a identificacao dosIfderes da comunidade;

1) Transporte: combinado com os fatores geograficos,

visa determinar os pontos de service mais apropriados. Alem

da determinacao da existencia ou nao dos meios de transporte

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ptiblicos, dcve-se 1cvantar, tambern, dados referentes a

horatio de funcionamento, intervalo, preco e nfvel do service

oferecido;

g) Culturais e informacionais: organizacoes e grupos

culturais cxisrentes, cxpressoes culturais caracterfsticas da

cornunidade, eventos culturais realizados com maior fre-3.Acresccntc-se, ainda, a estes dados relativos especi-

fl a questoes culturais, outros dados relacionados

com os sistemas de comunlcacao disporuveis nacomunidade:

canais de relcvisao, estacoes de radio AM e FM, jomais,

principals periodicos de acesso a populacao, etc. Alern disso,

devc-se colctar dados sobre as demais instituicoes fome-

de informacocs cxistentes na comunidade, visando,

principalrneme, tanto a urn provavel compartilhamento de

rc como a possibilidade de urn programa efetivo para

coopcrativa; isto vai incluir nao apenas as outras

e centros de documcntacao da com unidade- com

~')S os prograrnas de coopcracao sao exequfveis -, mas

a posse de conhccimentos sobre outras fontes, como

as livrarias, as bancas de jornais e as discotecas;

h) Polnicas e legais: envolvem questoes como a deter-

m i l l i .H;ao de onde se localiza a autoridade sob a qual a bi-

b] iotcca sc cncontra subordinada, ou seja, a que orgaoscla sc subordina, principalmente no que diz respeito ao

desenvolvimcnto da colecao. Os dados polfticos VaG

abrangcr questoes outras, entre as quais destaca-se a

cxi rencia OU nao de partidos e/ou correntes polfticas

34

na comunidadc e a influencia que estes partidos ou correntes

polfticas tern sobre a comunidade como urn todo.

A posse de todos estes dados - ou, pelo menos, da

maior quantidade possfvel deles - permitira ao bibliotecario

- af, sim, utilizando grandemente as tecnicas de pesquisa decampo, tais como a entrevista e 0questionario -, dererminar

as necessidades informacionais da comunidade a que ele pre-

tende atender, considerando nao apenas os dados quantita-

tivos da populacao, mas tambern 0 direcionamento para

aqueles cujo atendimento representa maior beneficio social

para a comunidade. Estas nccessidades, uma vez definidas

atraves da analise aprofundada de todos os dados coletados,

iran guiar nao apenas todas as etapas do desenvolvimento da

colecao, mas tambem todo 0planejarnento do service biblio-tecario, incluindo aqui tanto 0 service tecnico de processa-

mento do material adquirido como, tambern, os services de

referencia, de marketing, 0 balcao de informacoes utilitarias

e os trabalhos de ativacao e animacao cultural, para nao falar

das atividades ligadas a a~ao cultural, hoje praticarnente in-

corporadas a rotina das bibliotecas piiblicas.

Esta ultima observacao levou-me a constatar que este

capitulo ficou muito mais voltado para as bibliotecas public as

que as bibliotecas em geral. Isto, de uma certa forma, e atebastante logico, pois e este tipo de biblioteca - pelo menos

em termos de Brasil - 0 que mais se ressente da falta de

estudos de comunidade, exatamcnte por ser 0que possui uma

clientelapotencial com maiordinamicidade (paradoxalmente

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(~,tarnbem. a categoria de bibliotecas na qual menos estudos

sao rcalizados, segundo mostra a literatura nacional). Nao que

as outras bibliotccas venham eventualmente a prescindir, por

seu Iado, deste tipo de estudos. Muito pelo contrario. A

experiencia parecc apontar, no entanto, que sao as bibliotecas

publicus as que necessitarn estar mais constantemente a par

das mudancas par que passa sua comunidade a tim de nao ter. '

o desenvolvimento de sua colecao comprometido pelas mes-

rn risco £1 0 qual estao muito mais vulneraveis. Isto ira trazer,

scm duvida, um maior volume de seIVi90 aos bibliotecarios,

Muitos dcles objctarao, provavelmente, que apesar de nao

tcrcrn rcalizado, ate agora, estudos de comunidade, suas

bibliotecas conscguirarn sobreviver e. alias. van rnuito bern.

corigado. A pergunta que sclhes poderiacolocar e ate quando

poderao as simplesmente "sobreviver", como 0 fizeram ate

ncipalmcnte quando se v e a proliferacao de finnas

provccm informacces e services semelhantes aos pro-

vidos pelas bibliotecas, com a iinica diferenca de que as

ciras cobrarn uma taxa par tal fomecimento - 0 su-

ente para garantir-lhes urn lucro razoavel com tal trabalho

as bibliotecas 0 fazem scm onus direto para 0

n. Isto { S , provavelmente, urn sinal de que as bibliotecas

corn clas, os proprius bibliotecarios - estao perdendo

como provcdorcs de informacao, 0 que pode com-

o futuro de muitas bibliotccas ora existentes ...

o que sc tcntou passar com tudo 0 que foi dito e que as

prccisam nccessariamente ter urn vfnculo estreito

corn a comunidade a qual se pretende que sirvam, Nao podem

36

ir inchando "amebicalmente", sem controle algum, mes-

clando de forma aleat6ria os fund os disponfveis para aqui-

si9aO com as preferencias pessoais do bibliotecario ou do

usuario, 0 desenvolvimento da colecao deve ter urn plano

predetcrminado, que deve ser seguido e modificado a medida

que as necessidades infonnacionais da comunidade vao-sernodificando. Todo 0 trabalho de triagem do material a ser

incorporado ao acervo - a selecao - deve ter em vista este

plano. consubstanciado na polftica para 0 desenvolvimento da

colecao. Desta forma, 0 trabalho diario de selecao de mate-

rials - sem diivida, 0 elemento do processo mais familiar ao

dia-a-dia do bibliotecario - deixara de ser uma atividade

isolada, dispersa, sem objetivos, como se tentara mostrar em

seguida,

37

 

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A SELEC;A o COM O A TIV IDA DE

YfECNICA E IN TE LE CfU A L

Por m uito tem po, os profissionais consideraram a ativi-

dade selecao como se fosse uma arte, concepcoes esta que

tr az ia rn ita ~ im p lic ac oe s para 0 trabalho bibliotecario, pois,

scn do a rte , e xig ia u ma E~~~,9.ad~~~1!,_(lp!i~tg_Q~~s~c.iais,uaseque urna qualidade inata ao indivfduo, Felizmente, est a con-

ccpcao Ioi abandonada e a atividade de selecao passou a serencarada com o um a tccnica especializada, fornecida por

conhecimento c cxpcricncia, criticamente testada e acompa-

'n ha nd o p rin cfp io s gerais. Esta desmis t if icacao, digamos as-

, c i a v id ad e d e selccao de materiais permiti u urn enfoque

muito mais pragmatico ~-ou cientffico-da questao, Afinal,

diante da expansao desenfreada da producao editorial e dos

recursos sempre insuficientes para a aquisicao de materiais.e

precise deixar claros os criterios que nortearao a opcao por

detcrrninados materiais em prejufzo de outros. E mesmo que,porventura, recursos suficientcs venham urn dia a existir- 0

que e uma utopia-, a atividade de selecao nao poderianunca

, SU;l impor tanci a sube st irn ada , pois nenhum recurso extra

< fica a.inccrporacao ou aquisicao de materiais inadequa-

38

dos. Da mesma forma, nao se pode permitir que a ftnsia por

novas tecnologias aplicadas ao service bibliotecario venha a

colo car em segundo plano a preocupacao pela selecao de

materiais que visam beneficiar a colecao como urn todo. Epreciso tomar especiais cuidados para evitar que a utilizacao

denovas tecnologias para tratamento, disserninacao ou recu-peracao da informacao - para 0 que, e claro, sao de im-

portancia indiscutfvel- possam vir a comprometer outra das

finalidades dos servicos de informacao e biblioteca: a consti-

tuicao e planejamento de acervos que sejam reflexo de uma

comunidade especffica. Ate 0 momento, pelo menos, nin-

guemaindaconseguiuconvencer-medequequalquercompu-

tadordo mundo, seja ele qual for, tenha que capacidade tiver,

conseguira tomar util a seus usuaries uma colecao malse-

lecionada, malplanejada, maldesenvolvida e que na o possua

qualquer relacao com a comunidade por ela servida. Este

parece ser 0 risco maior que se corre e ao qual se deve estar

cada vez mais atento. Verba demasiada ja foi dispendida na

compra de materiais inadequados em bibliotecas e centros de

docurnentacao, desde recursos infonnacionais adquiridos

aleatoriamente a maquinas que depois se mostraram trambo-

lhos indesejaveis e incomodos, devido a uma aquisicao des-

provida de qualquer tipo de criterio,

Nao se pretende, aqui, apresentar quaisquer criterios

universalmente aceitos para guiar os bibliotecarios em sua

pratica de selecao. Em primeiro lugar, porque nao acredito,

absolutamente, na aplicabilidade de criterios universais e, em

segundo, porque para cada criterio existe pelo menos urn que

39

 

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lhc Cdiarnetralmcnte oposto. 0 estabelecimento de criterios

de sclccao c uma tarefa bastante individual, subjetiva mesmo,que deve scr realizada pelos profissionais levando em consi-

dcracao a comunidade a que estao servindo, os recursos dis-

poruveis para aquisicao e as pr6prias caractertsticas do as-

sunto ou do material objcto da atividade de selecao, 0que naoquer dizcr que sera 0 bibliotecario a realiza-la pessoalmente.

Na rcalidadc, a dccisao sabre quem dara a ultima palavra na

scIec;ao de materials c uma questao bastante delicada pois

vc, rnuitas vezes, csferas de influencia alern daquelas

privativas do profissional de biblioteconomia. A selecao

real: ern grupo, por intermedio de cOllliss5es cornpostastanto por usuaries como par profissionais, pafececonstituir-

sc na modalidadc a trazer maior mimero de vantagens, entre

as salientar a de funcionarem como canal parada rcsponsabilidade pela selecao com a pr6pria

comunidadc servida par ela, alem de levar a comunidade, de

uma (efta forma. a participar rnais ativamente da gestae da

bibliotcca. Mas esta C, alem de tudo, uma decisao polftica

sobrc a qual nem scmpre os profissionais possuem a in-

Iluencia que desejariarn, St;I1<.Io,em alguns.casos, quase que

talmcntc ijados desta etapa do processo de desenvol-

vimcnto de colecocs; transformam-se, entao, em meros exe-

C!] de dccisocs tornadas em outras esferas e/ouescruoes

da inistracao. Quer inc parecer.uoenianto, que os biblio-

tccarios ~~ pclo mcnos a grande rnaioria deles - tern efetiva-

mente alga para contribuir a selecao de rnateriais para as

colecoes sob sua rcsponsabilidade, e que a luta para participar

40

>

deste trabalho da maneira rnais eficaz possfvel e uma obri-

gacao a qual nao se deve furtar nenhum profissional.

Interessa, neste momento, multo mais que enumerar

criterios de selecao, transmitir a nocao de que estes sao

irnprescindfveis ao desenvolvimento de qualquer colecao. 0

estabelecimento de uma polftica de selecao, como parte inte-:grante de uma polftica maior, mais global, para 0 desen-

volvimento da colecao, e, sem diivida, urn passo importante e

necessarioparatransformar urn grupo de materiais .informa-

cionais, abrigados em urn ediffcio ao qual se convencionou

denominar de biblioteca, em urn verdadeiro projeto informa-

donal. Ja que biblioteca alguma, como anteriorrnente citado,

jamais pode ra ter a posse de todo 0 universo informacional

disponfvel em seu campo deatuacao, e preciso que sejam

estabelecidas as regras - os bibliotccarios, como alguern jadisse, adoram regras ... - para extrair deste universo aquela

fracao que interessa a biblioteca possuir. E esta e, essen-

cialmente, uma atividade bastante tecnica e intelectual, cujo

criterio primeiro a guia-la sera, sem sombra de duvida, a

comunidade a ser servida. E claro que a velha celeuma entre

selecionar pela demanda e selecionar pela qualidade poderia

ser levantada novamente, mas ela nao parece ser assirn tao

critica; mais importante e, a meu ver, que a decisao a nortear

a atividade de selecao, seja pela demanda, seja pel a qualidade

do material, tenha como parametro, ela tam bern , a

comunidade a ser atendida. Particularrnente, acho diffcil

acreditar na possibilidade pratica de deixar de atender ademanda da comunidade, pois, mesmo quando se seleciona

\

41

 

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com base em urn dcterrninado "padrao d e q ua lid ad e" , e st a- se

pretcndendo atendcr a uma dem anda - ainda na~ manifes-

tada, muitas vezes ~-, que se pretende gerar atraves de

trabalhos de prornocao do material selecionado ou de

csqucm as para educacao do usuario. A cim a de tudo, parece

s er e sta uma q ue sta o de - para usannos um a expressao m uito

em moda hoje em dia - "postura" do bibliotecario ... De

qualquer modo, toda d ecisa o d e selecao d ev era se r primordi-

alrnem c guiada pela com unidade a que se pretende atender.

Ou s eja : 0 rccortc sera d if er en cia do , p ar a c ad a tip o d e p ub lic o.S c n ao , v eja mo s:

a) em bib]iotccas publicas, a selccao de materia is devera

tcr em vista a propria ( Ii ye rs if ic ac ;a od a,c li en te la , t endo uma

abraflg9DGiabasJaIltcam pla, a fim de atcnder tanto as neces-

s,informayao - sejam e las p or informacao escolar

fo rm al o u po r informacao utilitaria-.-. como a s n ec es si da de s

re crc ac io na is d a c or nu nid ad e. 0 r ec or te ':n o'C as o- de 6f bii o-

b licas, ao q ue tud o ind ica, d evera situar-se em tom o,

digarnos assim , de urn ntvel m edic, do m aterial, tendo urn

mcnor na escolha itens que se situem em urn nfvel muito

cornplexo d e tr ata mcn to d o a ss un to , p ro pe nso s a di fic ulta rs eu

cntcndimcnro pelo Ieitor com urn ou m esm o a tom a-los nao

atrativos, T udo parcce indicar, tam bem , que a dem anda im e-d ia ta d cv e s er n cc cs sa ria mcn te a te nd id a n as b ib lio te ca s p ub li-

c as , t om ando -s e 0c uid ad o p ar a n ao c ai r, p ur a e s imp le sme nte ,

er n Tim basism o dernagogico; isto equivale, e m outras

oalavras, a atcnder, na mcdida em que as solicitacoes da

42

~m !!m dag~()jll~~ fiquem , aos pedidos por m ateriais so~reassuntos do m om enta oua selecionar m ateriais m ais popu-

la re s, p ro du zid os p ela in du str ia c ult ur al ;

b) em bibliotecasescolares, a selecao tera em vista os

_QPJetiyosdos~c~rs~~~ferec;idoseQ ntveldosalunos. 0aS~QtQ

· :_>pe. .Q_ '- .l gQg iCQ_dosmat er ia ist an to em t ermos e st ri to s, c omo

.' no caso de manuais, textos didaticos, etc., com o m ais generi-

cos, caso de m aterial deapoio - parece ser 0 fato r p reponder -

ante para a selecao, send o q ue os criterios utilizado s deverao

te r, e m u ltim a analise, este pon to d e v ista;

c) em bibliotecas academ icas e universitarias tanto 0

fa tor 3S"qgis i i:~Qoiiio '~o~i l$Ir i( )tedloquase que pesos identicos

(0 trab alh o co m a c om un id ad e, g era lm en te, e ate nd id o co m

quase os m esm os m ateriais com que se atende ao ensino). 0

criterio basico de selecao, n o caso ,e0 valor do item para as

atividades de ensino e pesquisa - desenvolvidas naquela

u ~id ideuniversitaria em p articular, v alo r este que ira variar

d~acordo co m o s assun tos de interesse d a colecao: bibliotecas

universitarias tendcm , ainda, devido a trabalharem com a

questao d o apo io a pesquisa, a serem m uito abrangentes em

relacao ao s fo nn ato s d o m ate ria l se le cio na do ;~ '

d ) e m b ib lio te cas esp ec ializa da s o u d e e mp resa s 0ponto

prim ordial para a selecao, segundo tudo indica, e que 0

ma te ria l e ste ja r el ac io na do d ir eta men te fOl!t 0~_9~llli!thmsains ti tu i~~QmClJ1t~nedOiida~b il ii io reca . A esco lha , neste ca so ,

passa d e seletiv a.ae;lC au stiy'! - p or m ais p arado xal que isto

seja - S en QO -q iie :-em 'liftlm a a nalise, v irtu alm en te tu do q ue

esta dentro da area de interesse da em presa ou instituicao,

~ .

 

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csteja em que formato estiver, interessa a biblioteca. No caso

de bibliotecas especializadas, ainda, a atividade de selecaodeixa de ser realizada com relacao apenas a itens individuais

e comeca-se a considerar a selecao de conjuntos inteiros de

itens, ou scja, a selecao de bases de dados.

entanto j costuma-se afinnar que, independente-

mente do tipo de biblioteca em que venha a ocorrer, a pratica

de} trabalho de selecao ira resumir-se basicamente em duas

etapas: em urn primeiro momento, uma lista de itens de

interesse da colccao e confeccionada a partir tanto de indi-

feitas pelos usuaries, como da identificacao de

efetuada pelos pr6prios blbliotecarios, atraves dos

instrumcntos auxiliares a selecao, ou seja, listas de

corrente, catalogos de editores, volantes, anuncios efias: a segunda etapa do trabalho ocorre ap6s a

desta lista, quando alguem - 0 bibliotecario ou

urna comissao de selecao - avalia cada urn dos materiais em

aos recursos disponfveis e as prioridades anteri-

ormente definidas. Como nem sempre e possfvel avaliar 0

rnatcrial in loco, 0 responsavel final pela selecao tern, em

grande rnirnero de casos, que confiar nas inforrnacoes ofere-

cidas pelos instrumentos auxiliares. Devido a isto, parece ser

i dedicar algumas linhas deste trabalho a analise

instrumentos e aopapel que os mesmos desempenham

nessa atividade.

44

INSTRUMENTOS AUXILIARES

A . SELEC;Ao

A experiencia mostra que confiar apenas nas indicacoes

dos usuaries para a confeccao de uma lista de materiais de

interesse nao e, em urn grande rnimero de vezes, suficiente

para os objetivos da biblioteca. A atividade de selecao nao

pode tambem, por outro lado, basear-se apenas nos conheci-

mentos dos bibliotecarios eventualmente responsaveis pela

selecao. Assim, para obter conhecimento a respeito dosmateriais de interesse da biblioreca.lancados no mercado, 0

recurso a instrumentos auxiliares parece ser um a tarefa indis-pensavel, Esta tarefa, por seu lado, sera tambern muito influ-

enciada pelo tipo de biblioteca em que ocorra, pois a utilidade

ou nao de uma fonte de sele~ao sera detenninada, em grande

medida, pela finalidade do trabalho. Ou seja: urn instrumento

uti! para uma biblioteca publica pode nao 0 ser para uma

biblioteca escolar, ou vice-versa - 0 que, alias, parece

bastante 6bvio. Mesmo assim, nunca e demais salientar queapenas as peculiaridades de uma colecao especffica - seus

objetivos, sua clientela, etc. - e que irao definir, em ultima

instancia, a quais instrumentos ira 0 bibliotecario recorrer

para 0desenvolvimento da colecao. Desta forma, a descricao

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feita a scguir, enfocando alguns instrumentos auxiliares da

selecao, deve SCI' necessariamente cotejada com os objetivos

cspccfficos da colecao que interessa ao proflssional desen-

volver,

Naa interessa, no momento, buscar a exaustividade das

Iontes de selecao e/ou oferecer listas bibliograficas onde

constern em dctalhe todas as caracterfsticas de cada fonte em

particular. A literatura biblioteconomica, alias, tern apresen-

tado, em varias oportunidades, listagens desse tipo. Parece

multo mais intcresssante, considerando os objetivos deste

manual, oferccer subsfdios aos profissionais para a decisao

qual e o instrumento mais apropriado para suas neces-

sidades, analisando as vantagens e desvantagens de cada tipo

f sclccao em fun~ao destas necessidades. Os exem-

cventualmente citados nos pr6ximos paragrafos devem

SCI' cntcudidos, apenas, como ilustrativos desta ou daquela

caicgoria de Ionte a qual se referem, e nao como uma reco-

mcndacao para uso par parte dos bibliotecarios.

Entre os rnuitos instrumentos auxiliares a selecao, dis-ponfveis aos bibllorecarios, podem ser destacados:

) Caialogos de cdi tores, folhetos, etc.

As bibliotccas sao quase que diariamente inundadas por

catalogos de editores avidos por vender seus produtos, pois,afinal de contas, sao empresarios a quem interessa em grande

medida ~- para nao dizer exclusivamente - 0 lucro que

podem obter com suas vendas. E este verdadeiro diluvio de

caralogos, folhetos, folders, amincios, etc. vern, em muitos

46

casos, parar - e abarrotar - a mesa dos bibliotecarios que

tern, as vezes, vontade de fazer com 0 material uma bela

fogueira, semelhante aquela referida no primeiro paragrafo do

primeiro capftulo deste livro. No entanto, deve-se - neste

caso especffico, ao menos - realizar 0maior esforco possfvel

para resistir a tentacao, pois estes catalogos e tudo 0mais que

se the assemelhe podem conter muitas informacoes uteis e

que, absolutamente, nao devem ser desprezadas. Por outro

lado, estas informacoes devem, tambem, ser encaradas com

bastante prudencia, pois nao se pode esperar de urn vendedor

que se disponha a denegrir 0 seu produto a ponto de afastar

possfveis compradores - convern lembrar que, em muitos

casos, a selecao sera realizada a partir apenas das informacoes

disponfveis nestes catalogos, sem que se possa coteja-las

antes da aquisicao do material. Da mesma forma, por mais

aborrecido que possa parecer, em urn primeiro momento, a

coleta deste material, 0 bibliotecario precisara necessari-

amente coleta-los e, mais que isto, ter a sua disposicao urn

arquivo de catalogos de editores, folders e folhetos para

auxilia-lo na tarefa diariade selecao, alem de, posteriormente,

no trabalho de aquisicao dos itens selecionados.

A estes catalogos de editores individuais, digamos as-

sim, devem ser acrescentados, ainda, aqueles catalogos que

visam repertoriar todas as obras correntemente publicadas emurn detenninado pafs, normalrnente organizados ou subsi-

diados pelos editores, seja enviando regulannente a notifi-

cacao de novos tftulos por eles publicados, seja colaborando

com suporte financeiro para a elaboracao do catalogo. Em

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terrnos internacionais, estes catalogos sao bastante numero-

SOS, tendo, em muitos casos, periodicidade ate mesmo sema-

nal, como e o caso do Weekly Record, publicado pela Bowker

Company. Em termos de Brasil- que eo que mais nos inte-

rcssa -~-, foi lancado ha algum tempo, em microfichas, 0

Catdlogo Brasileiro dePublicacoes, que procurar repertoriar

todos os ntulos disponfveis no mercado nacional.,j

!

2) Resenhas

As resenhas, sob certos aspectos, sao muito mais valio-

sas para 0 trabalho de selecao que os catalogos de editores,

pois, cnquanto estes, em geral, trazem apenas as informacoes

indispensavcis para a identificacao do item - autor, tttulo,

editor. local, data de publicacao e preco -, aquelas trazem,

norm urn resume e/ou avaliacao do material.Eclaro

que ncrn todas as resenhas tern as mesmas caracterfsticas,

muito do autorque as elabora e, tambem, do meio .

em que sao veiculadas, Resenhas publicadas em peri6dicos

cspccializados, por exemplo, sao muito mais confiaveis,

porque SJO, as mais das vezes, elaboradas porespecialistas na

do assunto tratado no material e, alern domais, direciona-

para a leitura de seus pares; ja as resenhas veiculadas pela

grande imprensa, tanto em jomais como em revistas de carater

geral, tern 0 grande inconveniente de serem elaboradas porjornalistas que nao tern formacao na area do assunto tratado,

tendo, necessariarnentc que realiza-las de maneira superficial

(muitas vezes deixando evidente que nem sequer leram na

totalidade 0material par des resenhado). Por tudo isto, este

48

"cornentario avaliativo", digamos assim, disponfvel nas re-

senhas, precisa ser, por sua vez, analisado pelo bibliotecario

com grande discernimento a fim de detectar os problemas

citados, alem de casos de flagrante preconceito do resenhador

em relacao ao autor resenhado. Dutro inconveniente das

resenhas e serem muito raras as que analisam uma obra de

maneira negativa - a excecao, talvez, de obras "rnenores" de

autores "rnaiores" -, ficando relativamente diffcil definir se

o fato de urn detenninado tftulo nao aparecer sob a forma de

resenha deve-se apenas ao volume de tftulos lancados no

mercado - varias vezes maior, diga-se de passagem, que 0

mlmero de resenhas publicadas -, ou a nao ter side consi-

derado em urn nfvel mfnimo de qualidade que justificasse sua

resenha (contrariamente ao que podem pensar muitos biblio-

tecarios, a ocorrencia de resenhasde obras de "leitura desobri-

gat6ria" nao e tao freqiiente assim ... ). Apesar de todos estes

senoes acima apontados - ou, talvez, tambern por causa de-

les -, as resenhas se constituem em valioso instrumento auxi-

liar a selecao; a leitura das mesmas, alem de constituir urn

habito ate que bastante agradavel, parece ser parte integrante

e necessaria do trabalho de sclecao.

A myel internacional, os bibliotecarios contam, alern

dos dois tipos de resenhas aventados no paragrafo anterior,

com urn outro: resenhas avaliativas preparadas por biblio-tecarios ou por especialistas; mas direcionadas as necessi-

dades dos bibliotecarios. Normalmente, estas resenhas sao

publicadas em varies peri6dicos de biblioteconomia, como

Library Journal, Wilson Library Bulletin, ALA Record, sem

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contar aquelas direcionadas para tipos de bibliotecas, como e

o caso de Choise, para bibliotecas academicas e univer-

sitar] as, e Booklist, para bibliotecas publicas, No Brasil, no

cntanto, as iinicas opcoes disponfveis sao as resenhas veicu-

J adas na grande im prensa e na literatura especi alizada, alem de

urn ou outre titulo que aparece e desaparece do mercado semfirmar-se, a cxcecao do jomal LeiaLivros, ja com

varies anos de publicacao.

3) Bibliografias e Iistas de livros recomendados

Bibliografias, tanto nacionais como de assunto, podem

tambcm scrvir como instrumentos auxiliares a selecao, prin-

para a selecao retrospectiva. Da mesma forma, os

grandes bibliotecas tambem podem ser utili-

selccao. Em todos estes casos, no entanto,

talvez ;111<P1'1;';: do cue corn outras fontes de selecao anteri-d ..!· \"-#_J ~_·"l·s-,"" l!;.i~.Iu \_J 1 ~v 'I ..- "~ 11 Y

ormcnte citadas, deve-se atentar para as peculiaridades da

cornunidade que se deseja atender. Afinal, 0 simples fate de

urn titulo cons tar da colecao deuma biblioteca especializada

em urn dcrerminado assunto nao quer dizer, por si so, que 0

rncsmo seja indicado para toda e qualquer biblioteca com 0

mesmo interesse tematico: aspectos outros - como limi-

tacocs lingufsticas e realidade s6ciocultural da clientela -nccessariamente, ser levados em consideracao.

instrumcntos auxliares, no entanto, podem oferecer

bons exemplos de tftulos para selecao, desde que 0 profis-

sional responsavel pela mesma tome os cuidados necessaries.

50

Similares as bibliografias e catalogos sao as listas de

livros recomendados, listas basicas de assunto, de melhores

livros, de bibliotecas ou de colecoes basicas, etc., que apresen-

tam uma listagem de materiais que "deveriam" cstar das

bibliotecas: necessitam, tambem, ser encaradas com as devi-

das restricoes. Manda a prudencia que se desconfie urn poucodesse tipo de listas, exatamente por pretenderem, arvorar-se

em universais e indispensaveis (nunca e demais salientar queuma colecao e basica sempre em relacao a uma comunidade

real e especffica e nao em relacao a urn padrao de qualidade

determinado previamente ...). A tentacao para seguir listas

como estas, por outro lado, e muito grande, talvez por possi-bilitarem - teoricamente ao menos -, urn "parametro" ja

comprovado de excelencia, digamos assim. Outro aspecto a

considerar, tambem, e que e muito mais comedo seguir umalista ja organizada que selecionar a partir de criterios pr6prios.

Mas, por outro lado, para nao se descambar para 0 radica-

lismo, e precise admitir que algumas listas podem realmente

prestar valioso auxflio a selecao, principalmente quando

elaboradas por especialistas no assunto de que tratam e

recomendadas por associacoes oficiais; nestes casos, e claro,

os itens por elas arrolados precisam ser seriamente anali sados

para selecao, utilizando para eles, Iogico, os mesmos criterios

utilizados para quaisquer outros nao constantes da mesma.

II

4) Instrumentos auxiliares para a selecao de peri6dicos

A selecao de peri6dicos apresenta peculiaridades diver-

sas as da selecao de livros, uma vez que 0compromisso com

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a selecao de um periodico, em tennos de recursos financeiros,

(:muito rnaior que com a selccao de uma monografia, pais no

prirnciro havera urn comprometimento, que sera renovavel

periodicamente, nao s6 em tennos de alocacao de recursos

Iinanceiros, com a verba necessaria para renovacao de assi-

natura, como tam bern de recursos humanos e materia is, repre-sentados pelo trabalho de registro e processamento de cada

fasctculo a ser acrescentado a colecao. Desta forma, a selecaode periodicos deve ser realizada com muito mais cuidados,

sendo aconselhavcl, as mais das vezes, a avaliacao pessoal do

tftulo antes da decisao definitiva. Existem, e claro, para

pubticacoes riodicas, os mesmos tipos de auxiliares de

ecao exisrentes para livros, os quais devem serconsultados

na medida do possfvel. E indiscutfvel, por exemplo, 0auxflio

a auvidade de selecao, podem prestar diret6rios depcriodicos, como os amplamente conhecidos Ulrich's Inter-

national Periodical Directory, da R. R. Bowker, eNew Serial

Titles, da Library of Congress. Da mesma forma, princi-

palmer: para 0conhecimento de novas titulos, e valiosfssimaa] de resenhas sobre peri6dicos, apesar destasnao serem

abundantes como as sabre livros; podem ser encontradas

na Iiteratura especializada de cada area do conheci-

j como em pcriodicos de biblioteconomia tipo Library

Journal c»s lVilson Library Bulletin. /Tal qual os pcriodicos, outros tipos de materiais, como

microformas, multimeios, materiais nao-convencionais, etc.,

possuern instrumcntos auxiliares a selecao. A utilidade de taisinstrumcntos, no entaruo, ira variar de acordo com cada tipo

52

de material, sendo que cabera ao profissional definir as

vantagens e desvantagens de cada urn em relacao ao seu caso

especffico, conseguindo tirar 0melhor proveito deles. Foge

aos objetivos deste trabalho a discussao detalhada dos instru-

mentos auxiliares a selecao destes outros tipos de materiais; 0

lei tor interessado em obter mais mais informacoes sobre 0

assunto podera recorrer a bibliografia complementar, citada

no final do texto.

Esta rapida pincelada sobre alguns dos muitos instru-

mentos auxiliares a selecao de materiais procurou demonstrarque essa atividade nao pode ter sua importancia minimizada

dentro do processo de desenvolvimento de colecoes, devendo

o profissional lancar mao de tudo que the for possfvel para

torna-la melhor alicercada. Mas sabemos muito bern que, pormais instrumentos de que se utilize 0bibliotecario, a selecao

tera sempre a influencia-la urn fator extremamente subjetivo,

o qual sera impossfvel dominar completamente. 0 estabeleci-

mento de criterios e a utilizacao de instrumentos auxiliares

visam, na realidade, manter este fator subjetivo dentro dos

limites do acei tavel, sem 0 que 0 trabalho do bibliotecario

fatalmente se transfonnaria em urn simples caso de deflnicao

de preferencias pessoais dele, profissional, sem qualquer

consideracao com0

usuario ou a comunidade a ser servida. Eo bibliotecario, principalmente quando realizando a selecao

de materiais para sua colecao, tern em suas maos, entre outras

coisas, 0poder de decidir a quais informacoes a comunidade

ira ter acesso, 0 que pode ser, em muitos casos, fonte de

desvirtuamento de todo 0 processo de desenvolvimento da

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o Maquiavel ja dizia que HO poder corrompc", e

nos dctermos urn pouco nao apenas neste desvir-

do processo de selecao porparte dos bibliotecarios,

mas, tambem, nas pressoes que estes sofrern, por parte de

autoridades e usuaries, para que efetuem este desvirtuamento.

i s ro , pode-se charnar censura,

54

SELE~Ao E C EN SURA DE M ATERIAlS

A questao poderia sercolocada de varias fonnas. De urn

lado, ternos os usuaries que possuem direito de acesso a todas

as informacoes, sem restricoes de especie alguma: de outro

lado, temos os bibliotecarios lutando no seu dia-a-dia contra

pressoes, que lhes vern de todos os lados - ate deles mesmos

-, para colocar limites a liberdade intelectual do usuario.

Parece ser relativamente facil. aos bibliotecarios, posicio-

narem-se de forma favoravel a liberdade intelectual e con-

trarios a censura em bibliotecas, quando os interlocutores sao

outros colegas com os quais se reuniram para tomar urn

aperitivo ou para debates em reunioes ou seminaries profis-

sionais. Outra coisa, no entanto, ja nao tao facil assim, e agir

contra as pressoes que vern da parte de autoridades gover-

namentais, de associacoes civis ou de indivfduos que se

sentem no direito de exigir a retirada, da colecao da biblioteca,

daqueles livros e outros materiais que veiculam conceitos dos

quais discordam e que nao gostariam de ver disseminados

entre os outros membros da comunidade. E outra coisa ainda,

muito rnais diffcil, e conseguir refrear a tendencia, inerente a

todos os profissionais bibliotecarios, de forrnar uma colecao

de acordo com sua propria visao de mundo, nao perrnitindo

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que dcla facam parte obras que defend am pontos de vista que

dc, pcssoalmcnte, como cidadao, considera pemiciosos. Isto

pode soar ale urn POllCO exagerado - principalmente para a

rcalidade brasilcira, onde parece existir urn acordo tacite para

mlnimizacao daqueles atos que poderiam ser definidos como

atos de censura em bibliotecas. E certo que em pafses subde-senvolvidos, como C0 nosso caso, onde as bibliotecas tern

uma participacao ainda muito pequena na vida da comu-

nidadc, scndo vistas muito mais como benesses provindas da

ministracso que direitos assegurados a coletividade, a

qucstao rcalrnente nao tern a amplitude que possui, par

cxcrnplo. em paises com maior tradicao de leitura e bibliote-

cas. Afinal.parece muito mais importante, aos govemantes de

bdcsenvolvidos, 0controle dasinformacoes geradas

cornunicacao de massa, como a televisao e 0

todas as pessoas veern ou ouvem -, que as

veicul as pelas bibliotecas - as quais, comparativarnente,

poucos recorrem. Mas a experiencia mostra que, mesmo em

rncnorcs dirnensoes que a realizada em grandes meios de

cornunicacao, a ccnsura em bibliotecas chega efetivamente a

ccorrcr, pois tambern interessa aos poderosos do dia cercear

o acesso a s informacoes para a minoria pensante do pais. E

encontrarn, alias, maiores facilidades para perpetrar atos

re 'lOS a s colecoes das bibliotecas, gracas, principal-

mente, ~l . fragilidade dos proprios profissionais bibliotecarios

devido a nao possufrcm uma tradicao de luta em favor da

libcrdade intelectual de seus usuaries e anao estarem suficien-

terncnte organizados em associacoes, sindicatos ou federa-

coes, nao tern quase que a mfnima condicao de oferecer resis-

tencias eficientes.

Os bibliotccarios brasileiros nao possufmos quaisquer

declaracoes de princfpios a direcionar 0 comportamento

prof issional diante das questoes de censura de materiais.

Quase tudo, infelizmente, fica a nfvel do individual, terrenoonde ascondicoes de luta sao asmais adversas possfveis, pois,

neste nfvel, 0 bibliotecaric e particulannente vulneravel a

ameacas a sua integridade ffsica ou a perda de seu emprego.

Nao possufrnos, par exemplo, nada parecido a uma De-

claraciio dos Direitos da Bibilioteca (Library Bill of Rights),

que, nos Estados Unidos, resume em seis itens bastante

abrangentes as polfticas basic as de liberdade intelectual a

nortear os services de todasas bibliotecas. Apesar de nao

dotar 0bibliotecario - ou a biblioteca - de qualquer direitolegal, e bast ante significativa como urn guia etico de conduta,

constituindo-se em polftica oficial da ALA (American Li-

brary Association) no que se refere aos direitos que possuem

os usuaries de ler aquilo que desejam e ter acesso ao material

requisitado sem sofrer pressoes ou intervencooes de quais-

quer indivfduos ou grupos de indivfduos para que deixem de

faze-lo, incluindo neste rol 0 pr6prio bibliotecario. No en-

tanto, como polftica oficial da ALA, deve ser vista como

respondendo as necessidades dos bibliotecarios norte-ameri-

canos, sendo necessario, para sua aplicacao em outros pafses,

analise detalhada e adaptacao a realidade local; entendemos

que esta analise e adaptacao deveria necessariamente ser

realizada porcomissao ligada as associacoes de bibliotecarios

56 57

 

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ou a Fcderacao de Associacoes de Bibliotecarios (FEBAB) e,

ormente. levada para aprovacao da classe biblio-

tecaria. No entanto, na falta de outros parametres, a De-

claracao dos bibliotccarios norte-americanos pode funcionar,

tambcrn para os brasileiros, como modelo de ac;ao na luta

contra atendados a liberdade intelectual, venham eles de onde

viercm. 0 tcxto ciaDeclaraciio dos Direitos da Biblioteca,

nne na reuniao da ALA de 1980, e apresen-''11 abaixo:

Declaracao dos Direitos da Biblioteca

A American Library Association afinna que todasas bibliotecas

sao foros de informacao e ideias, e que as seguintes politicas basicas

devern guiar seus services:

L Livros e outros materiais de biblioteca devem ser providos para

o interesse. informacao e esclarccimento de todas as pessoas da

corn unidade a ser servida, Nenhum material deve ser exclufdo par

moti vos de origem, antecedentes au pontos de vista daqueles que

contribufr am para sua criacao,

It As bibliotecas devem prover materiais e informacao que

tOcYJS os pontes de vista com relacao a fates historicos e

correntes. Os materia is nan devem ser proibidos por razoes de

desaprovacao doutrinal au partidaria,

HI. As bibliotecas devern desafiar a censura no cumprimento desua rcsponsabil idade de prover informacao e esclarecimento.

IV>As bibliotccas devern cooperar com todas as pessoas e grupos

preocupados em resistir a restricao da livre expressao e livre aces so

11S idcias,

V. 0 direito de urn indivfduo ao usa de uma biblioteca nao deve

58

ser negado ou reduzido devido a sua origem. idade, antecedentes ou

pontos de vista.

VI. As bibliotecas que tornam acessfvel, ao publico que servem,

espaeos e salas de reunifies, devem propiciar tais facilidades aces-

sfveis em bases equitativas, independente das crencas ou afiliacoes

de individuos ou grupos que solicitem seu uso.

Pode-se dizer que, basicamente, existem tres tipos de

censura:

a) legal ou governamental:

b) pressao individual ou de grupo;

c) autocensura.

c _ . . _

Teoricamente, ao menos, e mui to mais facil lidar com os

dois primeiros tipos de censura do que com 0 terceiro, poisnaqueles existem apenas duas altemativas: ou se luta contra a

censura ou secompactua com ela. 0 caso da autocensura ebemmais complexo, pois, alem das prcssoes sociais e polfti-

cas que forcarn, muitas vezes, sua existencia, existe tambem

a questao inerente ao pr6prio profissional bibliotecario que,

sem 0 saber, realiza autopoliciamento para evitar provaveis

polemicas; quando, nQ.~I1taptQ,talpoli~ia~~"~"Il!~"~~<;gI"1>scLel

eexpontaneo, deixa de existirautocensurapara pa~~ar<!~)(!~tir

acensura exercida pelo blbliotec~i{o.Afinal, a linha a dividir

a censuradasae~~odomateriaI"e, as vezes, muito tenue,

principalmente para 0usuario, a quem qualquer ate de selecao

contrario a seus interesses representa urn ate de censura por

trazer restricocs quanta ao material a que pode ter acesso.

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Parecc ser evidente que qualquer selecao implica, necessaria-

mente, rest ricoes. No entanto, e preciso ter bern claras as

distincocs que sao feitas a ur n material dentro de urn processo

normal de selecao e as que sao feitas quando da pratica da

censura. Enquanto, no primeiro caso, levam-se em conta

restricoes que abrangern, por exemplo, a adequabilidade do

material ao tipo de biblioteca ou ao nfvel de interesse do

usua rio o u co rn unid ad c, n o segundo, as rest r icoes sao devidas

a preconccitos pcssoais, que podem ser resultado de con-

ce poltricas, econornicas ou esteticas.

As definicocs arroladas no paragrafo anterior muito

devern ao trabalho de Lester Asheim sabre selecao e censura

materiais, que ja se tornou, praticamente, urn classico da

bib]iotcconomica. Embora sc tenha tentado, durante

evi as ciracoes de autores (afinal, este naourn publico acadernico), tornou-se im -

a rc rencia a este autor, cujas ideias continuam

santo vintc anos atras, como a distincao que faz

as posturas do censor, procurando achar em uma obra

razocs para reiira-Ia de circulacao e dificultar 0 acesso do

publico It rnesma, e a do bibliotecario em sua atividade de

sclc? dO , procu rando encontrar na obra razoes que justifiquem

1 1 mccrporacao ao acervo. Enquanto a postura do primeiro

:2nc va, d est ru tiv a, a d o s eg un do reveste-se de caractensti-itivas, Cuma postura construtiva: construir uma co-

para atender a uma determinada comunidade. 0 censor

fa razoes fora do livre para garantir sua posterior re-

J , razocs estas que enfocarn as afiliacoes do autor, as

60

cores de sua bandeira, seus habitos pessoais; 0 selecionador,

ao contrario, procura analisar apenas 0 conteudo do livro e as

contribuicoes que este possa porventura trazer a comunidade.o selecionador tern fe na inteligencia do usuario, partindo do

pressuposto de que este sabera retirarda obra 0que de positivo

existe na mesrna; 0 censor, por outro lado, tern fe apenas em

sua pr6pria inteligencia e capacidade de julgamento, imagi-nando que todas as demais pessoas sao pecos de ingenuidadeque precisam ser protegidos das mazelas e malfeitos da vida.

As ponderacoes acima citadas - e outras sobre as quais

nao se discorreu - podem ser de bastante utili dade para que

o bibliotecario faca uma auto-analise de suas praticas de se-

lecao. 0 que esta ele levando em consideracao para a rejeicao

ou incorporacao de uma obra a colecao? Es ta isso colocado de

uma forma clara, objetiva, ou sao conceitos que variam de

acordo com seu estado de espfrito? Existem criterios clara-

mente estabelecidos para selecao, como parte integrante de

uma polftica para desenvolvimento da colecao? A resposta

negativa a estas perguntas pode indicar, em muitos casos, urn

terreno fertil para 0 exercfcio da censura e da autocensura,

pois nada existira para impedir a atividade de censores exter-

nos e intemos. Afinal, nao estando estabelecidas claramente

as restricoes que devem ser feitas ao material no processo de

selecao de uma biblioteca, quaisquer outras tomam-se vali-das, ate mesmo as do pr6prio bibliotecario, por mais precon-

ceituosas que sejam. E, entao, aquela que pode ser consi-

derada como uma das maio res tentacoes do bibliotecario, a de

formar uma colecao a sua imagem e semelhanca, pode tornar-

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Sf: irrcsistfvel. Definitivamente, esta nao e uma forma profis-~ < . " . ' ( 1 . 1 " 1 fc ~ 1 t~T'() rp dnr~,.<.~ .L." ,. v;'" n.< , ••

Para encerrar esta discussao, no entanto, partamos da

prernissa de que 0 bibliotecario OU a Comissao de Biblioteca,

scguindo Ulna polftica de selccao previamente definida e

izando os intrurncntos auxiliares pertinentes a area deda biblioteca, conseguiram finalmente definir, de

:' 1 bastante objctiva - na medida em que tal e huma-possfvel ---, uma lista de materiais que interessa avenham a Iazer parte de seu acervo, tambem

charnada, gumas vezes, de lista de desiderata, Corneca af ,

, uma outra ctapa do processo de desenvolvimento de

a etapa de aquisicao, objeto do proximo capitulo,

62

AAQUISI~Ao

COMO PROCESSO ADMINISTRATIVO

E preciso deixar claro, antes de mais nada, porque a

etapa de aquisicao, dentro do desenvolvimento de colccoes,

deve ser entendida como uma etapa puramente adrninistra-

tiva: na figura ilustrativa do processo, discutida logo nas

primeiras paginas deste trabalho, veremos que a aquisicao e a

unica anao ter ligacao diretacom acomunidade. Isto acontece

porque 0 papel da aquisicao, no processo, constitui-se emlocalizar e, posteriormente, assegurar a posse, para a biblio-

teca, daqueles materiais que foram definidos, pela sclecao,

como de interesse. 0 foco, entao, deixa de localizar-se na

etapa em si e passa a localizar-se na maneira como esta erealizada, de forma a possibilitar acesso mais rapido ao

material e - 0 que e mais - ao menor custo possfvel. Aaquisicao e , mais exatamente, um meio para concretizacao

das decisoes da selecao, meio este que deve buscar a rnaxirni-

zacao dos resultados, para isso estabelecendo um fluxo ad-

ministrativo suficientemente linear e controlado, de modo a

evitar estrangulamentos ou duplicacoes; isto vai exigir nao

somente um trabalho de registro e controle, tanto dos pedidos

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,

co mo dos m aterials a dqu irido s, m as, ta m bern , a utiliza ca o de

fo rm u la rio s a de qu ad os q ue p erm ita rn id en tifica r c 1a ra m en te

as materials selecionados - ou, p elo m enos, p erm itam 0

prccnchirnento dos dados faltan tes - e a fon te de onde

provern a indicacao. A atividade de aquisicao e, por falar

n isso , a candidata ideal pela qual in iciar a inform atizacao da

biblioteca; e. tambern, a que m aiores beneffcios oferece

quando efctuada de maneira c en tra liz ad a. I nfe liz m en te, n o

cntanto, os bibliotecarios, muitas v ez es , te rn p re fe rid o in ic ia r

a informatizacao das bibliotecas pelos servicos de cata-

loga\3o e classificacao, enquanto, por ou tr o l ad o , c en tr al iz am

as atividadcs de selecao. 0 que parece ser urn verdadeiro

, para dizer 0 mfnimo.

atri bui90CS basic as do trabalho de aquisicao de

. s p ara a b ib lio te ca , o u se ja , a ta refa d e to m ar re alid ad eas de sclecfo - consubstanciadas na citada lista de

.derata ~--~l v ao co nstitu ir-se , rc su mid am en te, n as seg uin -

L O bter inform acoes sabre os m ateriais desejados pela

biblioteca

U t iliz an do in str um e nto s a ux ilia re s p er ti ne nte s, v er if ic ar

to do s o s d ad os b ib lio gra fic os im p resc in dfv eis p ara u m a a qu i-sit;ao bem -sucedida; alem disso, verificar se 0 item nao se

constitu i em m aterial ja constan te do acervo ou se ja nao se

cncontra em processo de aquisicao, ev itando, desta form a,

d u pl ic ac oc s i nd es ej ad a s.

64

2. Efetuar 0 pro cesso de com pra dos m ateria is

Selecionar 0 fomecedor rnais ad eq u ad o a s n ec es si dad es

e/ou possibilida des da bib lioteca , b usca nd o ta nto a specto s

financeiros - qual fom ecedor oferece m ais van tagens pecu-

niarias, considerando todos os custos envolvidos -, com o a

rapidez de receb im ento dos itens desejad os. 0 p rocesso de

com pra ira englobar, ainda, 0 receb im ento e abertura dos

pacotes, com sua consequente verificacao em relacao as

ordens de com pra enviadas e as condicoes ffsicas em que 0

m a te ria l c he ga a b ib lio te ca .

3. M anter e co ntrolar os a rquiv os necessaries

Vao inclu ir a rnanutencao, seja de form a m anual ou

a uto rna tiza da , de a rqu ivos d os iten s selecio na dos (d esid e-

rata), arquivos dos itens em processo de aquisicao e dos ja

a dq uirid os, em p ro ce sso d e c ata lo ga ca o ra pid a/C ostu m a-se

ordena r estes arqu ivo s pelo titulo da o bra, p ar ser 0 elemento

qu e m en os va ria coes ap resen ta na s sug csto es do s usu aries.

4 . Adm ini st ra r os . r ec ur so s d is po nf ve is p ar a a qu isi ca o

o qu e ira a bran ger tod a a d istribu ica o, contro le e u tili-

za ~ao do s recu rso s d a fo rm a m ais ra cio nal p ossfvel.

~ Estas atribuicoes d izem respeito apenas a aquisicao porcom pra. Existem m ais duas m odalidades de aquisicao de

m ateriais, a perm uta e a doacao, discutidas m ais adiante. N o

caso esp ecffico da a quisicao v ia co mpra , interessa salien tar

q ue n ao ex iste m, g en eric am en te fa la nd o, re gra s u niv ersa is d e

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conduta aplicaveis a todas as bibliotecas. Fatores variados vao

in t cr fc ri r n a d ec is ao sabre a pratica a seguir para a compra de

marcriais, alguns deles totalmente fora do controle do biblio-

tecario. A aquisicao via compr(l,ellllJil.:lJig~~~~~_Ug~g~~J

administracao publica (municipal, .estadual ou federal),

esbarra em uma legislacao que obriga a realizacao de COI1-

correncias publicas para aquisicao de materiais bibliograficos

disponfveis no mercado nacional, que nem sempre e a solucao

mais rapida e apropriada. No caso das bibliotecas piiblicas.

por cxcmplo, isto HaO se constitui em grande empecilho, urria

vez que as mesmas adquirem, quase que exclusivamente,

matcrial produzido no pats; ja para as bibliotecasespeciali-

zadns c universi tarias ligadas a administracao publica, est~

g en cia co nstitu i, em grande mimero de vezes, verdadeiro

transtorno, pois atrasa 0 trabalho de aquisicao, obrigando-as'l d ". ~bl·~1ucmcrauos processes e concorrencia pu rca para mate-

riais cuja aquisic;ao poderia ser realizada de maneira muito

m enos dispendiosa, se efetuada dirctamente junto aos edi-

t or es , no rmalmente estrangeiros.

Outro aspecto interessante a destacar nas atividades

Iigadas a aquisicao via compra e aquele a envolver a decisao

co m p ra r rn a ten ais es trangei ros diretamente.dos.edltores

on intermedio de agentes. E uma decisao para a qual nao

existe, conrrariamente ao que possam pensar muitos profis-S! uma resposta simples. Muitas coisas vao influir na

isao, des-de 0 custo final da aquisicao em cada uma das

modalidades ate a qualidade do service e a rapidez de ob-

tcncao do material. Argumentam alguns bibliotecarios que a

66

ii l

i

aquisicao diretamente com 0editor-principalmente no caso

de assinaturas de peri6dicos estrangeiros - sai muito mais em

conta para a biblioteca que a aquisicao via agentes, quando se

compara 0 preco do produto em cada urn dos casos. Embora

o raciocfnio, em urn primeiro momento, pareca bastante

correto, e.PIeGt~Qglentar,muitasve~es~ ..paraa sua falacia:

apena~()prec;()gopr()gtlJQI1~oe,em urn grande mimero de

casos, indicador suficiente do custo do materialpara a biblio-

teca, ....endo necessariQL.pa.raobtervaloresrealmenteCQDl-

par~"eis,-introdUZfr n~ operacao custos outros que, aprimeira

visfa~s·eri~dei~ados de Iadoteocaso, por exemplo, de

custos com horas de trabalho do pessoal bibliotecario para a

re~izac;ao,registro e acompanhamento da operacaodecom-

pra, incluindo, alern disso, todos os custos l-ara manutencao

4~·correspOndencia e contato direto com os diversos editores.

Edaro que tanto 0 mimero de editores a seremcontatados ea distribuicao geograflca dos mesmos, como a qualidade e

rapidez dos services prestados por cada agente em particular,

sao fatores que nao podem deixar de ser considerados para a

decisao final. Existem, a prop6 sito , muitos agentes em

atividade no pais, que devem ter suas vantagens (preco,

rapidez de fomecimento, capacidade de aquisicao retrospec-

tiva, etc.) comparadas com muito cuidado. Apenas a titulo de

exemplo, sugere-se aos profissionais que, antes de tomar adecisao final pel amodalidade de compra, verificar os services

colocados a sua disposicao por agentes como a Faxxon,

Swetz, Unipresse, Ebsco, PTI e outros com muita experien-

cia nesta area de atuacao, Alerta-se, apenas, para que a deci-

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sao leve em conta todos as fatores e custos envolvidos na

atividade, diminuindo, dcsta maneira, a possibilidade de

opyoes equivocadas.

o trabalho de compra de materiais e, no entanto, bas-t an te co rnp lexo, variando muito em relacao nao s6 a cada tipo

de bibltotcca, mas tambem em relacao a cada material

espcctfico. A compra de livros, porexemplo, apresenta carac-

tensticas multo diversas da compra de periodicos ou de ma-

tcriais audiovisuals. Foge aos objetivos deste trabalho, por ser

cstc urn manual introdutorio, 0 detalhamento desta especifi-

cidade, assunto cuja abordagem sera deixada para uma outra

ocasiao.

a com pra de materiais, especificamente, as

bibliotecas tambern podem realizar a atividade de aquisicao,

rionnentcm refcrido, via doacao e/ou permuta, 0

o co rrcr d a segu in tc fo rm a:

'9 Doacao

E cornurn 0 oferccirnento de materiais as bibliotecas,

am quais forem. Os usuaries tendem a pensar que os

.bliurccarios devem mostrar-se extremamente agradecidos

as doacoes por eles oferecidas, ficando, em muitos casos,

verdadciramcnte horrorizados quando algum bibliotecario

rcjeita a sua doacao de "livros velhos que estavam atravan-cando a garagem", ou quando, mesmo aceitando-os, recusa-

sc a co] oca-los em lugar de destaque e, algumas vezes -

horror dos horrores! -, simplesmente descartam a maior

deles ou os usarn para permuta com outras publicacoes.

68

o que e diffcil para eles entender - tambern 0 e para muitosbibliotecarios -eque os criterios para selecao de doacoes saorigorosamente os mesmos utilizados para a selecao de

materiais comprados: ou seja: jamais se aceitaria como

doacao qualquer material que nao se iria adquirir caso se

possufsse a verba para tanto. Porque nenhum material, afinalde contas, e absolutamente gratuito para qualquer biblioteca.

o custo para tratamento tecnico e armazenamento de urn

~aterial recebido por doacao e identico ao daquele adquiridoVIa compra. Isto parece, alias, mais que evidente, algo sobre

o que e desneccssaria maior discussao.

Mas as doacoes serao, tambern, importante instrumento

para aquisicao.na medida em que forem devidamente dire-

cionadas pelo bibliotecario, por intermedio de uma polftica de"

doacoes, parte integrante do documento de polftica para

desenvolvimento da colecao. Nela serao estabelecidos os

criterios para recebimento de doacoes, a pratica da biblioteca

em relacao a doacoes sob condicao - aquelas que, para

entrega dos materiais, impoem uma serie de pre-requisites a

serem atendidos pela biblioteca, tais como salas especiais para

os materials doados, ex-Iibris, restricoes para emprestimo e

uso.etc. -e as disposicoes em relacao ao estabelecimento de

convenios, com outras instituicoes ou entidades, para 0

recebimento de doacoes. Neste ultimo ponto, cabe salientar

que 0profissional bibliotecario necessita informar-se sobre as

possfveis institulcoes doadoras de materiais informacionais

para bibliotecas.exlstentes em sua area de atividade (como,

por exemplo, INL, RIPASA, Casa de Rui Barbosa, EM-

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BRAPA, Conselho Britanico, Smithsonian Institute, etc.), e

Iazcr as gestoes necessaries para ter a biblioteca sob sua

responsabilidade inclufda na lista de "receptores" das mes-

mas. Ao mesmo tempo, possfveis doadores individuais (pes-

soas ffsicas) precisam ser sondados pelos bibliotecarios,

isando a possibilidade de futuras doacoes, inclusive - 0quesoa de rnaneira um pouco tetrica -, via disposicoes tes-

tameruarias. Outra possibilidade, ainda nao devidamente

explorada pclas bibliotecas para recebimento de doacoes, e a

ofcrecida Lei 7505, de 1986 - a Lei Samey -, que

concede beneffcios fiscais para operacoes de natureza cul-

tu pcsar c ia mesma apresentar algumas particularidades

i tam sua utilizacao, algumas brechas da Lei -

como a constituicao de fundacoes ou associacoes de amigos

------crnu a s bibliotecas usufruir de seus bene ffci os. Deqtlalquer forma, uma alternativa passfvel de consideracao.

b) Permuta

/\8 bibliotecas, principalmente as universitarias e espe-

alizadas, tern nas atividades ligadas a permuta ou in-

tcrcambio de materials urn valioso instrumento para 0desen-

vimento de suas colecoes. Por urn Iado, possibilitam a

. ~ao de rnuitos materials cuja posse nao poderia ser

obtida por outros canals. principalmente por se tratarem, em

urn grande mimero de vczes, de materiais esgotados e, em

alguns cases, ale rnesmo de relativa raridade; possibilitam a. . teca, por outro lado, utilizar, com bastante vantagern, as

cuplicatas indesejadas que se vao acumulandocom 0 correr

70

do tempo ou ate mesmo as doacoes recebidas e que, por urn

motivo ou outro, nao the interessou incorporar ao acervo.

Desta forma, e inegavel que a permuta deve ser uma modali-

dade de aquisicao a ser pensada scriamcnte, sob pena de se

perder a possibilidade de obtencao de materiais valiosos.

Urn program a de permutas e estabelecido, normal-mente, porinstituicces que editam publicacoes e, desta forma,

firmam, entre si, urn convenio para intercambio das mesmas.

Isto vai implicar, e claro, todo urn trabalho para registro das

publicacocs enviadas e recebidas, trabalho este cuja especifi-

cidade 0 faz exrrcmamcnte minucioso e cansativo. Nao se

trata, de mancira alguma, de verificar se a permuta esta ou nao

sendo realizada equanimemente. Na rcalidadc, isto nao e

assim tao vital, pois mais importante que a constatacao de que

se esta enviando dois tftulos em trocade apenas urn e a certeza

de que, se tal nao fosse feito, nao se iria ter acesso aquele tftulo

em particular. Nao se trata, absolutamente, de adotar a

filosofia do "levar vantagem em tudo" na atividade de per-

muta. Trata-se, isto sim, de acompanhar devidamente todo 0

processo de intercambio, a fim de torna-lo 0 mais eficiente

possfvel. Todo bibliotecario que trabalha com aquisicao de

materiais, alias, sabe 0que significa urn processo de permuta

bern organizado. Tanto e assim que, em muitas bibliotecas,especialmente devido a restricoes colocadas a assinatura de

peri6dicos estrangeiros, a aquisicao via permuta foi de tal

modo incrementada que jae responsavel, em muitas delas, por

mais de 50% do total de aquisicoes.

7 1

 

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J a a permuta de duplicatas, sob certos aspectos, parece

constituir-sc na atividade que, no desenvolvimento de co-

lccoes, acontecc de maneira mais informal. E quase como sefosse uma a<;aoentre amigos, Ou seja: uma biblioteca elabora

urn a lista de suas duplicatas disponfveis para perm uta e a envia

para varias outras (nonnalmente, bibliotecas afins): as recep-teras da Iista, ao recebe-Ia, comparam-na com suas colccoes

e assinalam aquelas que lhes faltam, reencaminhando a lista

para a bibliotcca de origem; esta ultima, recebendo os pedi-

ira.atende-los por ordern de chegada, e depois aguardara

as dernais bibliotecas the enviem as listas por elas elabo-

, cntao, participar do processo na qualidade de

Tudo acontecendo, geralmente, de uma maneira

bastante informal e relativarnente eficiente. Uso a expressao

re cficiente porque esta maneira informal de tra-

,scm 0estabclecimento de prioridades de atendirnento,

pede levar a que bibliotecas com maior necessidade d'! deter-

rninados materials ~ normalmcnte, fascfculos de periodicos

completar cclecces, sejam preteridas no recebimento

mcsrnos em virtude de, por um motivo ou outro, nao terem

as primeiras a responderem a lista. E certo que, da

m como vern acontccendo - atende-sc a quem chega

-, a permuta de duplicatas parece ser bastante de-mocratica. Mas e , tambem, extremamente desordenada.

Talvez se pudesse pensar, em termos de Brasil, em uma forma

de planejameruo do intercambio de duplicatas - incluindo,

entre outras coisas, uma central de intercfunbio-, que perm i-

tisse uma distribuicao mais racional das mesmas - sem, eclaro, introduzir excessos de burocracia -, 0 que poderia

mostrar-se vantajoso para todos os interessados.

sao estas, basicamente, as formas para assegurar a

biblioteca a posse daqueles materiais definidos como de seuinteresse. Estes, uma vez adquiridos, serao incorporados ao

acervo e colocados a disposicao do usuario - e, espera-se,

utilizados - ate que as condicoes estipuladas para sua incorpo-

racao deixern de existir. A verificacao da permanencia ou nao

destas condicoes se dara, entre outras, por intermedio da

avaliacao da colecao, a qual podera, eventualmente, diagnos-

ticar contrariamente, ou seja, 0 resultado podera ser a afir-

macae de que aquelas condicoes ja nao existem e cessaram,

portanto, as razoes para permanencia do material na colecao.Neste momento comeca, entao, 0 caminho de volta, 0

processo de retirada do material da colecao geral para urn

outro local- que pode ser ate mesmo na pr6pria biblioteca,

E 0 infcio de uma das etapas menos compreendidas do

processo de desenvolvimento de colecoes, a do desbasta-

mento, assunto do pr6ximo capftulo.

72 73

 

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DESBASTAMENTO:

A flORA DA DECISAo

o tcrmo desbastamento talvez seja novidade para uma

parccla dos bibliotecarios, que, muito provavelmente,

nunca antes 0ouviram em relacao a colecoes, Apenas, quando

, ouvirarn-no aplicado a arvores ou plantas. Aproveite-

poi , 0 significado primordial do termo para tracar a

.a entre uma colecao e uma arvore: ambas, para

ingirem a plenitude de seu desenvolvimcnto, necessitam ser

desbastadas. As colecoes, particularmente,

necessi tarn dcste desbastarnento para que possam desen-

volver-se harrnoniosamcnte, scm ter algumas de suas partes

dcsenvolvidas de forma aleatoria, tomando-se estranhas ao

conjunto. Isto vai significar muitas coisas: as vezes, a retirada

total e dcfinitiva da colecao (0 descartej.outras, 0 deslo-

para locais de menor acesso, onde os materiais serao

acornodados mais compactamente a fim de que, emboraconserv flsicamente, ocupem 0menor espaco possfvel (0

arnento); em outras ocasioes, ainda, a retirada do

se da pela neccssidadc de recupera-lo fisicamente,

rnclhor atcndimento adcmanda (a conservacao). Ve-se,

74

portanto, que a expressao desbastamento e muito mais ampla

que 0 simples expurgo de materiais (embora, na realidade,

chegue a abrange-loj.como pode ter imaginado 0 leitor ao

deparar-se com 0 titulo deste capftulo.

De todas as atividades ligadas ao desbastamento, 0

descarte parece ser aquela cercada por mais dtivldas e precon-

ceitos. Afinal-pergunta-se 0 bibliotecario -, quando des-

cartar? E para que? Sao perguntas que, deve-se reconhecer,

constituem reais dilemas para profissionais que tiveram toda

uma educacao (nao apenas a superior) para conservar os

materiais informacionais, sob sua responsabilidade, da me-

lhor forma possfvel, a fim de que os mesmos pudessem vir a

ser utilizados pela coletividade - ou, ao menos, conserv ados

para uma geracao futura. Em torno de livros e outros materiais

cria-se, assim, uma verdadeira aura de respeito, como se taismateriais fossem mais ou menos sagrados e sua conservacao,

sob qualquer condicao, urn dever inalienavel. Gera-se, desta

forma, urn verdadeiro drama psicol6gico que muitas vezes

impede 0 profissional de tomar a decisao correta, ou seja,

retirar da colecao, definitivarnente, aqueles materiais que nao

possuem justificativa alguma para nela permanecerem. Ficam

postergando a declsao, inventando mil e uma atividades de

prornocao de cada item especffico.ou de marketing da pr6pria

biblioteca.para ten tar adiar 0momento entice, na esperanca,as mais das vezes infundada, de que a si tuacao venha a

modificar-se e 0 material nao necessite ser descartado. Ediffcil, para eles, entender que materiais informacionais,

assim como as pessoas, tern urn tempo de vida titil, que pode

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v ar ia r d e urn pa ra o utro , m as q ue, in va ria velm ente, cheg a a u rn

fin al. M orrem . N esses m om ento s, n ao resta o utra a ltern ativ a

scnao 0descartc. A s bibliotecas nao podeni sero cem iterio de

inform acoes insepultas ... A lgum as, com o as Bibliotecas

nacionais, que tern par rnissao constitufrem a dep6sito legal

o u a m em oria de seu p afses, d ev ern , n ecessa ria men te, presta r-sc a isto. Provavelmente, nao m uitas outras m ais.

A ssim com o nao foram , neste trabalho, enum erados

quaisquer critcrios para a porta de entrada a colecao - a

sclecao -, tal tam bern nao sera feito para a porta de safda -

o descar te . Pe10s rnesm fssim os m otivos (quem nao se lem bra

relei a as paragrafos iniciais sobre selecao).

em relacao ao descarte interessa m uito m ais passar

portancia desta etapa do desenvolvim ento de

portante, alias, que deve ser encarada comscri Scm rnedo, m as tam bem sem traum as (0que,

sc nao qucr dizcr m uita coisa, pelo m enos constitui urn 6tim o

S lo gan . .. ) . R ep resen ta u ma d ecisa o fin al de a na lise d a si tua ca o

de cada item , a dcfinicao de que 0 m esm o jli na o preenche

la s con dicccs q ue ju stifica ra m su a a qu isica o, seja p orq ue

as neccssidades inforrnacionais da com unidade se m odifi-

C~lrJrn c as e 0 item , originalm ente, buscava atender dei-

xaram de rnanifestar-se, seja porque as inform acoes por ele

\!Cl as; devido a cada vez m ais rapida evolucao do conhe-

cim ento hum ane, ficaram desa tualizadas e deixaram de apre-

s cn ta r g rand e c on tr ib ui cao a co mu nid ad e q ue a co leca o b usca

scrvir, au devido a m uitos outros fatores que, no fund 0,

poderiam acabar por resum ir-se nos acima citados. De

76

q ua lq ue r f or m a, a o b ib lio te ca rio e n ecessa rio d e~ nir ~ eca -

nism os que the penni tam detectar estes fatos e identificar

candidatos ao descarte. D evem ser, desnecessario dize-lo,

m eca nism os o s m ais ex ato s po ssfv eis, p ois, co mo jli d issem os

a pratica m ostra que, por m ais estranho seja 0 assun to t ra tado

por qualquer docum ento, dez m inutos ap6s seu descarte

a lgu em ira so licita -lo ... U rn p ouco d e ex ag ero , ta lvez , m as u rn

ex em plo n ao to ta lm en te d isp ara ta do p ara sa lien ta r a n ecessi-

dade de se possuir sistem as de avaliacao da colecao suficien-

temente precisos a ponto de evitar- na medida em que tal ehum anam ente possfvel - descartes indevidos.

Ja a s d em ais a tiv id ad es lig ada s a od esb asta m.~ D!Q _S aQ >

m uito m ais tra nq iiila s. N o ca so d o , ! ' t ! ! 1 1 ( l _ J 1 . ~ J ' i l l l e n t o ~p or e xe m -

p lo , tra ta -se, m uita s vez es, de a deq ua ro e sp aco , d isp onfv el n a

b ib lio te ca , a crescen te s n ecessid ad es d e in fo rm aca o, 0 qu e

pode exigir que os m ateriais com m aior dem anda tenham seu

acesso possibilitado de m aneira m ais rapida, enqu~to os

dem ais tinham esse acesso com um a m enor rapidez. E, diga-

mos assim , um a rnedida de racionalizacao. A s vezes e ,tam bem um a form a de testar os m ateriais quanto a seu valor, .para a com unidade, urn perfodo de observacao que capacita

decidir se este valor continua a existir - ocasiao em que se

e fe tu ar a se u r eto rn o a colecao principal-, ou cessou defini-

tivam ente - quando se procedera a seu descarte (algo assimcomo uma especie de purgat6rio ... ). D e todas as fonnas,

parece ser um a atividade ba stante sensata, na o s6 pela econo-

m ia que significa em tennos de recursos ffsicos, m ateriais e

hum anos para um a biblioteca especffica, m as pelo aum ento

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gcornctrico dessa economia, quando 0 remanejamento e apli-cado em sistemas ou redes de bibliotecas. Em urn pafs que tern

tantas restricoes a consrrucao de novos ediffcios ou salas para

a guarda de materiais informacionais, fica-se imaginando

p orq ue ate h oje n ao foram incrementadas solucoes relativa-

mente s ir np le s e bar at as , como dep6sitos cooperativos onde os

mater ia ls i nfo rmac iona is de varias bibliotecas - por exem-

plo, as das varias unidades componentes de uma universidade

~-. seriam acornodados quando atcndessem detenninadas

condicoes (scndo que uma destas condicoes poderia ser,

tranqililamcntc, 0 nao atcndimento de urn nfvel mfnimo de

uncia). Com isto, multo espaco seria garantido nas co-

lecoes principals. gracas a rctirada daqueles itens de menor

Da mesma forma, materiais que existissem dupli-

em varias colecocs poderiam ter seu mimero

a apenas urn exemplar, que ficaria guardado no

cooperative, desde que a exigencia em relacao adcm an da tam bern nao deixasse de ser atendida. Nao parece, aprim cira vista; que haveria urn grande prejufzo ao usuario

c om u m , c on sid era nd o que apenas aqueles itens com menor

procura c q ue seriam en cam inh ad os ao deposito, 0 que,

p ro va ve lr ne nte , a fe ta ria u m a p orc cn ta gem rn fn irn a de interes-

o caso da conscrvacao C , por si so, bastante evidente.Afinal. salta aos olhos que uma colecao tambern sofre os

percalcos do tempo, das mudancas de temperatura ou de uma

demanda mais accntuada, Em muitos casos, urn material

danlficado, ao mves de ser descartado - mas condicoes

78

ffsicas nem sempre sao urn criterio multo aconselhavel para 0

descarte -, deve ser restaurado para poder continuar a pre star

a comunidade 0 mesmo nfvel de service, E claro que isto

tambem significara uma restricao de acesso ao material, ainda

que ternporari a. Torna-se necessario, portanto, identificar 0

momento mais propfcio para este service de conservacao ou

manutencao, de modo a causar 0menor prejufzo possfvel ao

usuario (e born evitar epoca de provas escolares, par exem-

plo). Em outras ocasioes, no entanto, 0material se encontra de

tal forma danificado que nao resta outra altemativa senao

descarta-lo e proceder a sua substituicao, quando isto epossfvel, Uma polftica de conservacao precisa, necessari-

amente, constar da polftica para desenvolvimento da colecao,

a fim de evitar que 0mirnero de materiais impossibilitados de

restauracao exceda 0 limite do razoavel; nesta polftica de-

verso constar itens como a periodicidade de conservacao do

material e quem sera responsavel pela mesma, de modo a que

esta responsabilidade esteja bern definida. A literatura ebastante rica em sistemas e fonnas de conservacao dos mais

variados materiais, de modo que nao se faz necessaria uma

discussao mais aprofundada a este respeito, pois isto fugiria

aos objetivos inicialmente tracados para este trabalho.

Cumpre ressaltar, porem, que 0 profissional deve estar sufi-

cientemente informado sobre estes metodos e sistemas a fimde poder decidir qual deles e mais conveniente para seu caso

em particular e, desta forma, ter condicoes de escolher a

empresa especializada que melhor atenda a seus objetivos

(existem muitas no mercado).

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f = clare que tudo isto nao acontece de forma mecanica.previamente definida. Nao ha como saber quais materiais iraQ

danificar-se ou quais terao que ser descartados ou rerna-

ncjados. 0 desbastamento da colecao, como anteriormente

refcrido, acontece sernpre em fun~ao de urn processo cons-

de av ia,do do.colccao (quando do planejamento deste

e n anti .pense! ate ern tratar da avaliacao da colecao antes da

desbastarnento, mas acabei por manter a orde-

na(;[lo atual, porentcnderque 0oposto poderia, talvez, passar

uma agem muito restrita do papel que a avaliacao ~esem-

no processo de desenvolvimento de colecoes). Eo que

no proximo capitulo.

80

AVALIA~AO DE COLE~OES:

A BUSCA DO METODO

f\_elapac.ie(.lyalia.<;~Qc.ie~()le~5ese, talvez, a menos

efetuada ern bibliotecas.devido a muitose variados motivos.

omais comum deles e. segundo osbtbllotccdrios.naoiereintempo para dedicar a avaliacao da colecao, pois isto os

obrigaria a todo urn trabalho de planejamento e definicao de

metodos. Tambem parece faltar-lhes, como anteriormente

referido, conhecimento adequado em relacao a metodos e

tecnicas de pesquisa passfveis de utilizacao para avaliacao.

Embora deva-se reconhecer, evidentemente, a existencia

desses fatos, ainda assim fica diffcil concordar com que os

mesmos sejam utilizados para a nao realizacao da etapa de

avaliacao, podendo vir a comprometer todo 0 processo de

desenvolvimento da colecao. Torna-se cada vez mais urgente

que os bibliotecarios-c-principalmente os brasileiros- des-

cubr~m uma maneira de inserir as atividades de avaliacao de

colecoes na rotina de suas bibliotecas, de modo a poderem

verificar ate que ponto a polftica para desenvolvimento da

colecao, por eles adotada, esta sendo eficiente. E preciso quesejam perdidos os receios quanto a avaliacao da colecao, que

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nao c, absolutamente, algo tao complexo e Inatingtvel como

pode parecer a primcira vista. E esta uma das condicoes paraa rcalizscne rotineira de trabalhos de avaliacao da colecao.

Afinal, nao realizam as blbliotecas, ao menos uma vez por

ano .o inv entario d e scu acervo ? Por que na o poderiam, nesse

momenta, quando estao "com a maonaroassa:'~~efetuar_1J!!ltrabalho de avaliacao dcsse mesmo acervo q~e esta sen~o

oC".~n~._._'~··~~~-··'~~ ..

lnventariacio?Esse e , provavelmentc, 0 momento mats

propfcio para faze-lo. Mais ainda: as bibliotecas nao coletarh,

d i:i ri a ou mcnsalmente, dezenas de dados es ta tf st icos ( rn imero

de ususuos.Jcucres. livros emprestados. circulados, devol-

v s etc .) q ue ; m uita s vezes, sequer sabem como utilizar?

Por cntao, nao poderiam coletar alguns desses dados

tendo em vista a ia<;A oda colecao? E tudo muito mais uma

organizar a coleta de dados que, propri~ente, depo ou pessoal para realizar 0 trabalho. E possfvel,

tarn ; a utillzacao de metodos relativamente simples de

3\1 .a<;~lo(aU as, a c om plexidade dos metodosdepende apenas

dos objetivos que se busca atingir com a avaliacao da cole-

cao), que permitarn pequenas alocacoes de recursos humanos

e ffsicos. 0que se precisa urgentemente modificar e~~,?9ao

a avaliacao deve ser efetuada apenas quando a biblio-

j~i possui mais qualquer espaco ffsico disponfvelpara

acao do acervo, na o restando nenhuma outra altema-

tlva a > ser 0descarte demateriais. Embora 0 descarte seja,

cv id entem cnte, um a das co nseq uen cias da avaliacao, nao

chcga a ser o unico motivo para realiza-la, Encarar a avaliacao

destc ponte de vista e minimizar seu valorno processo

82

de desenvolvimento de colecoes, alern de constituir-se em

flagrante equfvoco. Na realidade, a avaliacao da colecao e a

etapa do processo a diagnosticar se 0 desenvolvimento da

colecao esta ocorrendo da forma prevista ou nao. Em outras

Palavras: a avaliacao permitira ao bibliotecario verificarse as

etal?~~~~teriores do processo, do estudoda.cQmUnidad~aQ'~~~~_~~t~~ntQ, estao sendo realizadas de forma coerente.

Permitira, ainda, efetuar as nccessarias correcoes para que

esta coerencia seja obtida 0mais rapidamente possfvel.

Vma vez decidida a inclusao da avaliacao de colecoes

na rotina do trabalho bibliotecario, resta a resolver a ques-

tao de qual metodologia adotar para obter resultados satis-

fat6rios. E claro que na o s o 0ipode biblioteca como, tam-

bern, os objetivos que se pretende alcancar c~m a avalia-

c;aoirao interferir na escolha desta metodologia; alern disso,o tamanho da colecao e os recursos disponfveis para 0 ser-

vico de avaliacao tambern irao pesar muito, As metodolo-

gias disponfveis sao bern numerosas, sendo que muitos au-

tores ja as relacionaram exaustivamente. Entre eles, urn

dos trabalhos mais famosos e 0 de Fredric W. Lancaster,

que as classifica em metodologiasquantitativas, q!!alita-

~ ~~JQr_t!~~,de.~uso--,,_cJassificac;aosta que sera adotada

neste manual, esperando. conseguir transmitir, aos biblio-

tecarios interessados em avaliacao de colecoes, infonna-c;5es que os capacitem a selecionar 0 metoda que melhor

lhes convenha. Passemos, entao, a analise das diversas meto-dologias disponfveis:

a) Quantitativas

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Utilizam-se daqueles dados estatfsticos referidos anteri-

ormente, podendo abranger 0 tamanho total da colecao ou sua

divisao par tipos de materiais, area de assunto, data de

publicacao ou idiorna. Estes dados estarfsticos permitem

efetuar varias relacoes interessantes, como a media de cresci-

mente da colecao (por intermedio de comparacoes peri6dicas

dos resultados das avaliacoes) eo estabelecimento da relacao

o tam anho da m esm a e a popu lacao a scr servida.

, provavelmente, os metodos mais utilizados

a va li ac ao d e c ol ec oe s, em parte devido as estatfsticas

cstarern dispornveis c, tambcm, por serem metodos que nao

exigern conhccirnentos tao especializados da parte dos biblio-

tecarios. Alcm do mais, sao relativamente baratos, 0 que, em

si.ja se constitui em grande vantagem. Mas, poroutro lado, os

am apontar diversas desvantagens ineren-

aos rucrodos quantitativos, rcssaltando oIatode que dados

isoladamentc, na o podcm ser relacionadoscom

d ad e d a c ole ca o, c qu fv oc o em que faCllmente incorrern

bibliotecarios quando utilizam esses dados para jul-

de valor, alga que poreles nao pode serdepreendido

do primciro capitulo, quando se falou dos biblio-

a sonharcm corn colecoes monstruosas?). Mas, se eque cstatfsticas nao significam qualidade, tambem e

que devcm indicar alguma coisa - ou, pelo menos,apon possiveis problemas. Com esta preocupacao em

, Ioram desenvolvidas, a nfvel internacional, diversas

111as puramente estatfsticas para aplicacao em services de

e documentacao; nelas, procura-se unirtodas aque-

las variaveis apontadas no paragrafo anterior e obter. desta

forma, ur n valor ideal, em termos de acervo, que diga respeito

a cada caso em particular. E interessante, por exernplo,

conhecer uma dessas formulas, como a de Clapp-Jordan,

desenvolvida para aplicacao em bibliotecas univcrsitarias,que assim se configura:

v = 50.750 + 100F + 12E + 12H + 335U + 3.050M +2.3500D

Nesta formula, os sfrnbolos sao identificados da se-guinte forma:

v = volumes,

F = docentes,

E = total de estudantes em tempo integral,

H = total de alunos de graduacao em estudo indepen-dcnte,

U = mimero de assuntos na graduacao,

M = areas de cursos de mestrado,D = areas de cursos de doutorado.

Ou seja: para a obtcncao dos volumes necessaries a uma

biblioteca universitaria especffica, seriam acrescentados, ao

mimero inicial de 50.750 volumes (constarlJl:!Q~IiYC:l_Q,?~~tc-

li§!C:lS-p(iQIao,para bibIiot~cas de C U f S O S '.9~,,"gE(lqll-'!cao,abrangendo Iivrosvperiodicos e outr()sdocumentos), os

mirneros obtidos pcla multiplicacao do total de docentes por

100 (0 que equivale a um acrescirno de 100 volumes por

docente da universidade), 0mimero de estudantcs em tempo

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b) Qualitativas

Nesta categoria sao englobados aqueles metodos que

VaG cnfocar 0 conteudo da colecao e sobre eles lancar urn

julgarncnto de valor. diagnosticando sua boa ou maqualidade.

Entre estes, estao inclufdos aqueles metodos chamados de

W 'onistas", em que se solicita a especialistas que se

m ani festem a respcito d a colecao da b ib lio tc ca , e os metodos

avaliacao base ados na chccagcm de listas, catalogos,i as, etc. Os prirneiros tern contra sit alem do grande

icnte de screm, sob certos aspectos. extrcmamente

subjctivos.o Iato de cxigirern a participacao e colaboracao de

espccialistas extcrnos a biblioteca, 0que, a experiencia mos-

tra, nem sempre e muito facil de se obter. Os ultirnos, por

OUl:rO lado, embora possam ser considerados bastante uteis,

constituem selecoes arbitrarias de tftulos que. a maior parte

das vezes, nao guardarn muita relacao com uma biblioteca ou

c or nu n id ade u su a ri a especffica, procurando atender a todas as

bibliotecas indiscriminadamente. 0 metodo baseia-se, re-

sumidamente, nas seguintes etapas ou passos:1 . escolha da lista a ser utilizada como parametro (lista

basicadeassunto, bibliografia, catalogo de biblioteca, etc.);

2. verificacao dos itens, citados na lista, possufdos pela

biblioteca; e

3. elaboracao de urn relat6rio final. -,

Pressupoe-se que, uma vez coiisideradaalista escolhida

como a colecao ideal para aquela area do conhecimento ou

tipologia de biblioteca, a qualidade do acervo sera tanto maior

quanto maior for a parcela derftulosda listaque dele constem.A premissa aguiaro trabalho e, desta forma, adequeo modele

escolhido - e apenas ele - constitui 0padrao ideal de quali-

dade. Esta e uma premissa que, como ja afinnaram muitos es-tudiosos, nern sempre se mostra totalmente verdadeira, devi-

do a problemas de atualizacao das listas (provavelmente, no

momento mesmo de seu lancamento no mercado, ja cstao

desatualizadas ).

No Brasil, a utilizacao de listas para avaliacao de co-

lecoes tern 0 inconveniente de que aquelas disponfveis nomercado nao tern tanta rclacao com a rcalidade brasileira

como seria desejavel - a excecao, talvez, das listas por

assunto, em sua aplicacao a bibliotecas espccializadas ou de

pcsquisa. A altemativa seria, entao, a avaliacao via listas ad

integral por 12 (equivalente a 12 volumes por estudante em

tempo integral) e assim par diante. Ao final da operacao,

cspera-se obter urn valor que seja reflexo, em tennos numeri-

cos, do mfnimo nccessario para aquela instituicao univer-

sitaria cspecffica em que foi aplicada. 0grande problema da

utili dessa e de outras f6nnulas em nosso pats (existem

rn uita s o utra s, c om o a s d a W a sh in gto n State. California State.

Association of College and Research Libraries, Beasley. etc.)

e que as exatarnente par terem side desenvolvidas

em parses com caractertsticas diversas do nosso, nao se

aplicam a realidade de nossas bibliotecas. Seria necessario

urn trabalho de estudo e adaptacao, para que as mesmas

aqui urilizadas cam algum proveito. Isto e algo que,tentativas, ainda nao sc encontra suficiente-

Provavelrnentc, muita agua ira rolar par; Yn Ii , 1 · · · , ' " " , ., ta l a co nt~ ~, d !l.(..0;;t, a eo n e~ a . ..

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pesquisa. A alternativa seria, entao, a avaliacao via listas ad

hoc f ou seja, Iistas especialmente elaboradas para avaliacao deuma colecao, levando em conta as caracterfsticas peculiares

da mesma. as rnetodos impressionistas, por sua vez, tern side

bastante utilizados no pais, principalmente pela Coordena-

doria de Aperfeicoarnento de Pessoal do Ensino Superior

(CAPES), para credenciamento e avaliacao de cursos superi-

ores e de pos-graduacao, quando urn ou mais especialistas

designados POf ela visitarn as bibliotecas das instituicoes

universitarias e elaboram urn parecer sobre sua colecao - 0

q'UC, diga-se de passagern, tern sido motivo de imimeros

inconvenientes "--'-,diagnosticando seu nfvel de excelencia,

c) Fatores de us a

item sao inclufdos todos aqueles estudos que tern

objetivo a avaliacao da colecao atraves de seu uso pela

corn A partir de registros de circulacao (uso domi-

ciliar, intCIT10, entre bibliotecas, etc.), procura-se avaliar a

adequacao do acervo a comunidade que deve servir. Em

outras palavras: procura-se definir se a colecao esta aten-

satisfatoriamcnte a demanda. Sem duvida, sao estudos

ram medir alga importantfssimo, a razao mesma

ada maioria das colecoes, pois ninguern poderia

que urna colc9ao fosse constitufda senao para ser

por alguem. E algo que parece mais que evidente.

Em vista disso, estudos de uso, tornam-se ate mesmo im-

prescindfveis para as bibliotecas. Afinal, 0 valor de urn

docurnento BaO esta tambem expresso, entre outras colsas, no

usa que se faz dele? Como, entao, considerar valiosa uma

colecao da qual pouqufssimos se utilizam ou da qual apenas

uma pequena parcela e utilizada pela comunidade? 0 n6 da

questao, no entanto, esta localizado nao no uso em si e suas

caracterfsticas atuais, que os estudos de uso procuram tamar

claras, mas na determinacao de se este uso esta ou nao

ocorrendo da forma correta. A partir daf, a questao comeca a

ficar nebulosa, pois estudos deste tipo nao infonnam como

este uso se devia dar, mas apenas como ele, na realidade, esta

ocorrendo. Diagnosticam 0 fato, nao chegam a expor uma

analise da demanda. Este ultimo requisito e uma tarefa a ser

realizada pelos pr6prios bibllotecarios, exigindo muitas

outras informacoes, alern daquelas fomecidas pelos registros

de circulacao, por mais precisos que estes sejam. Entram em

causa, entao, questoes a envolvertanto a pr6pria educacao do

usuario e seu treinamento para obtencao da informacao de-

sejada, como tambem a concepcao que este tern sobre suas

necessidades infonnacionais e sobre 0 potencial da biblio-

teca como fomecedora de informacoes, Algo muito mais

complexo do que pode parecer, a primeira vista, a biblio-

tecarios euf6ricos pela constatacao, por exem plo, de que

50% do acervo sob sua responsabilidade foi utilizado pelo

menos uma vez nos iiltimos dois anos (0 que, embora nao

seja tao ruim assim, provavelmente nao justifica excessos de

euforia).

A literatura biblioteconomica, inclusive ern lfngua por-

tuguesa, e bastante generosa em estudos deste tipo, alguns

bastante complexos e aprofundados, outros apenas superfi-

ciais. Todos eles parecem partir da premissa - ou da espe-

ranca - de que 0 uso passado ira repetir-se no futuro e que 0

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b ib lio tcc ario , ao ter acesso a esses dados de uso passado,

podera preparar-se e on ve nic ntc men te p ara d ar a te nd im en to

ao futuro proximo. Alem disso, p ro cu ram id en tific ar a re as d e

assunto usadas abaixo ou acima do desejado, assim com o

individualizar tftulos c uja de ma nd aju stifiq ue su a duplicacao.

E sao utilizados, tarnbcm , tendo em vista 0 descarte de

materials. Em outras palavras, buscam, muitas vezes, identi-

ncar tftulos cuja d ern an da se ja in su ficie nte p araju stifica r su a

p erm ancnci a n o acervo , E sta e a aplicacao dos estudos de uso

m ai s perigos e fascfnios oferece ao s profissionais, pois

su a u tiliz aca o d e maneira indiscrirninada, ao in ves de u rn fator

de controle da colecao, pode revelar-se urn Indice de

catastrofe, gerando uma verdadcira a va la nch a d e d esc arte s

indevidos, algumas vezes de diffcil ou impossfvel recu-

peracao.E importante, pois, sa 1ie ntarq ue e stu do s d e u sa , co n-

:::,\ rados isoladamerue, q uase n un ea p ossibilitam infor-

nl~)({ocSsufic icn tes para dcc is oe s d e d es ca rt e. Enecessario, as

rnais da vezcs, contrabalancar dados de uso com outros que

tr:Jtcm da qualidade, nfvel e raridade do material, para, af

, munido de urna maior quantidade de variaveis signifi-

c an va s, d ec id ir sabre u m e ve ntu al d esc arte .

O s cstud os d e uso po dem ser realizado s pela abo rdag em

toda a colecao ou par am ostrag en s d e tftulos, ob tid a s t an to

via catalogo topografico com o pel a s obras retiradas em urn

pertodo predetcrminado. E sta fase de coleta de dados, n o c asode estudos de usa, e particularmente problcmatica, exigindo

urn controle multo grande par p arte d os realizadores, a fim de

d isto rc oe s d ev id as a im pre ciso es d os re gistro s d e c irc u-

1 2 1 ( ; 1 0 . Ainda e grande a discussao sobre quais dados de

circulacao devem ser considerados nos estudos de usn, e

parece nao haver acordo se dados de em prestim o dom iciliar

sao suficientes como indicadores de uso (lem brern-se do

estudo, realizado em fins d a decada de 70 na Universidade de

Pittsburgh, que gerou a maior polem ica, ainda hoje nao

to ta lm en te a ma in ad a). P are ce evidente que quanto maior a

diversidade de dados ou registros de circulacao passfveis de

serem utilizado s no estudo, m aio r a con fiab ilidade d os resul-

ta dos ob ti do s. Remete-se 0 leitor, ainda desta vez, a biblio-

grafia co mplem en tar, o nd e os m uito s detalhes e im plicaco es

dos estudos de usa sao discutidos a exaustao,

F inalm en te, para fechareste capftu lo sob re avaliacao d e

c olec oe s, d ev e-se sa lie ntarq ue q ua lq ue rtra ba lh o d e a va lia cao

pressupoe um a fam iliaridade m aior com m etodos e tecnicas

de pesquisa, algo que, com o ja m encionam os, parece faltar ao

b ib li ot eca ri o b r as il ei ro . E u rn lap so q ue n ece ssita se r u rg en te -mente corrigido (talvez alguern pudesse propor-se a e labor ar

urn m anual sobre este tema, dirigido a bibliotecarios). Co-

Iecoes de bibliotecas, com o tud o 0m ais n a v id a, sao p assfv eis

de avaliacao, M ais que isto: sao objetos cuja avaliacao im -

prescindfvel, sob pena de se transform arem em tram bolhos de

diffcil gercnciam ento, ou comprometerem mais ainda a

im ag em d aq ue le s p ro fissio nais q ue p ore las sa o resp on sav eis,

os bibliotecarios - im agem esta que, alias, ja nao e das m e-

lh ore s. A M m d o rn ais, q ua lq ue rp ro ce sso d e d ese nv olv im en tod e c ole co es q ue n ao in clu a a a va lia cao sera, n ece ssa ria men te ,

urn processo capenga, nunca atingindo qualquer tipo de con-

clu sao sob re o s ob jetiv os po r ele alm ejad os. S em d iivida, alg o

q ue se deve procurar evitar.

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CONCLusAo

o utra fo rm a (d ig a-se d e p assag em , 0 r es ul ta do f in al most rou -

se muito mais extenso do que a princfpio se desejava).

A queles leitores qu e enten derem 0 espfrito do trabalho e

sen ti rem necessid ad e de apro fun dar algu ns d os tem as trata-

d os, aco nselha-se a leitura das ob ras arrolad as com o bib lio -

grafia com plem entar, que poderao, m uito rnelhor do que eu

p od eria ter fe ito , e sc lare cer a s d iiv id as e q ue stio na me nto s q ueneles co nsegu i, eventu alm ente, fazer b rotar. A lias, m ais nao

era almejado. Se tal objetivo for atingido, sera mais que

sa tisfa t6 rio . S era u rn sin al d e q ue alg o comecou a m ud ar, sin al

de qu e aind a nem tu do esta perdi do . Se ra , definitiv a men te , u rn

bo rn s in a l.

P ro cu re i, a o lo ng o d e to da s e sta s p ag in as, p assa r a n oca o

q ue as colecoes nao se devem des envol ve r a le at or iamen te ,

m JS sim acom panh ar u rn p rocessod edesen vo lvim ento

tracado exclusivamente p ar a e la s. Tentei, ain da, tra nsm itir a

a que; cada colecao c omo u rn p ro je to o rg an iz ac io na l,

necessita urn planejamento definido a priori. Num mo-

em que todas as facetas do trabalho bibliotecario pre-

quirir urn profissionalisrno que 0 faca destacar-se

fissocs, 0 d csenv ol v im en to d e colecoes pode

contribuir la rg amc nte p ar a isto, mostr an do a os usuaries e aos

orgaos m an te ne do res q ue o s p ro fissio na is resp on sa veis p elas

colecoes nao se constituem emsimplesguardioes da~nles-

m mas s im em a dmini st ra do re sepl al le j~~o~ re sdo s r ecur so s

informacionais, U ma tarcfa que talvez ainda nao tenhamos

m a ne i fa como dever famos.

C onsid erand o os objetivos des te vo lume, 0 tratamento

assunto foi ncccssariam ente breve. M uito m ais haveria a

ser com entado e discutido. E provavel que cada uma das

viso cs escolhid as p ara com por 0 l iv ro t ranqu i lamen te

p od cria d ar orig em a ou tro s tantos vo lu mes. C on siderand o o s

o bj eti vo s in ic ia lm e nte p ro po sto s, n ao h av ia c omo p ro ce de rd e

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