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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CÂMPUS DE BOTUCATU

DESENVOLVIMENTO DE HAMBÚRGUER VEGETARIANO A BASE

DE COGUMELOS DO GÊNERO Pleurotus: COMPOSIÇÃO

NUTRICIONAL, PROPRIEDADES SENSORIAIS E VIABILIDADE

ECONÔMICA

JOÃO PAULO FURLAN DE JESUS

BOTUCATU

Fevereiro - 2015

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JULIO DE MESQUITA FILHO”

FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRONÔMICAS

CÂMPUS DE BOTUCATU

DESENVOLVIMENTO DE HAMBÚRGUER VEGETARIANO A BASE

DE COGUMELOS DO GÊNERO Pleurotus: COMPOSIÇÃO

NUTRICIONAL, PROPRIEDADES SENSORIAIS E VIABILIDADE

ECONÔMICA

JOÃO PAULO FURLAN DE JESUS

Orientador: Meire Cristina Nogueira de Andrade

Co-Orientador: Rogério Lopes Vieites

BOTUCATU

Fevereiro - 2015

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1 2. OBJETIVOS ....................................................................................................................... 4 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 5

3.1. Histórico do cultivo e do consumo de cogumelos no mundo ......................................... 5 3.2. Cogumelos do gênero Pleurotus ................................................................................... 8

3.2.1. Generalidades ........................................................................................................ 8 3.2.2. Propriedades nutricionais, medicinais e modo de preparo de Pleurotus sp. ........... 10

3.3. Valores nutricionais, sensoriais, funcionais, nutracêuticos e ecológicos do consumo de cogumelos comestíveis e medicinais ................................................................................. 12 3.4. Os problemas relacionados ao "fast food" e as novas tendências de consumo sustentável ......................................................................................................................................... 17

3.4.1. Hambúrguer......................................................................................................... 22 3.5. Perspectivas para o consumo de alimentos alternativos à carne ................................... 24 3.6. Produtos alternativos a base de cogumelos ................................................................. 27 3.7. Análise sensorial ........................................................................................................ 31 3.8. Aspectos economicos ................................................................................................. 32

4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 34 4.1 Matéria prima .............................................................................................................. 34

4.1.1. Hambúrguer alternativo de cogumelos (HAC) ..................................................... 34 4.1.2. Hambúrguer alternativo de soja (HAS) ................................................................ 34 4.1.3. Hambúrguer de carne bovina (HCB) .................................................................... 35 4.2.1 Planejamento Experimental .................................................................................. 35 4.2.2. Formulação do HAC ............................................................................................ 37 4.2.3 Processamento dos hambúrgueres ......................................................................... 37 4.2.5 Teste de aceitabilidade .......................................................................................... 38 4.2.6 Análises físico-químicas ....................................................................................... 39 4.2.8 Estimativa de custo ............................................................................................... 40 4.2.9 Análise Estatística ................................................................................................ 40

10. ANEXOS ........................................................................................................................ 65 Lista de tabelas e figuras

Tabela 1 Produção mundial de cogumelos, expresso em toneladas............................. 5

Tabela 2 Valor bruto da produção mundial de cogumelos e trufas, expresso em milhões de US$...............................................................................................

5

Tabela 3 Produção de cogumelos no Estado de São Paulo no período 2000-2009...... 6 Tabela 4 Exportações e importações de cogumelos no Brasil no período 2007-2010... 7 Tabela 5 Produção dos cogumelos mais cultivados na China entre 1986 a 2007.......... 8

Tabela 6 Composição centesimal em base seca e nutricional em base úmida de cogumelos do gênero Pleurotus ostreatus.......................................................

10

Tabela 7 Propriedades nutricionais das principais espécies de cogumelos comestíveis e medicinais......................................................................................................

12

Tabela 8 Valor nutricional de alimentos populares em relação a algumas espécies de cogumelos comestíveis.....................................................................................

13

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4

Tabela 9 Atividades e aplicações potenciais de algumas espécies de cogumelos comercialmente cultivados...............................................................................

15

Tabela 10 Consumo de produtos cárneos congelados no Brasil em volumes................ 20

Tabela 11 Limites físico-químicos determinados determinados pela legislação para padronização de hambúrguer...........................................................................

22

Tabela 12 Composição centesimal dos hambúrgueres de carne bovina e soja, em porção de 56g, fornecidas pelas fabricantes...................................................

34

Tabela 13 Tratamentos iniciais realizados com objetivo de elaborar uma formulação de hambúrguer à base dos cogumelos............................................................

36

Tabela 14 Formulação final desenvolvida do hambúrguer à base dos cogumelos (HAC)..............................................................................................................

36

Figura 1 Processamento do Hambúrguer Alternativo de Cogumelo (HAC)................ 37

Tabela 15 Temperatura e tempo de cocção empregado nos tratamentos mediante análise sensorial..............................................................................................

38

Figura 2 Faixa etária(a) de 100 consumidores recrutados para avaliação das amostras...........................................................................................................

42

Figura 3 Frequência de consumo de produtos alternativos a carne (a) e cogumelos (b).....................................................................................................................

42

Tabela 16

Resultados obtidos no teste para avaliação das amostras acondicionadas em PET/Al/PE ao longo do tempo quanto à aceitabilidade de modo global, e em particular quanto à aparência, aroma, sabor e sabor que ficou na boca com uso da escala hedônica.............................................................................

43

Figura 4 Gráfico de Análise de Correspondência (CA) dos dados levantados pela metodologia CATA.........................................................................................

44

Figura 5 Frequência dos atributos levantados pela metodologia CATA...................... 45 Tabela 17 Estimativa do custo de produção do hambúrguer alternativo de cogumelos.. 46

Tabela 18 Comparação dos valores dos hambúrgueres encontrados no mercados com o valor estimado do hambúrguer alternativo de cogumelos (HAC)................

47

Anexo 1 Modelo do formulário utilizado na análise sensorial para determinar o perfil dos julgadores

73

Anexo 2 Modelo de ficha utilizada no teste do perfil de características para a avaliação sensorial dos hambúrgueres de cogumelo.

74

Anexo 3 Modelo de ficha utilizada no teste de ordenação da preferência para avaliação sensorial dos hambúrgueres de cogumelos.

74

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RESUMO

A necessidade de buscar refeições fora de casa, prontas para o

consumo, produzidas em grande escala, de rápido preparo e com preços acessíveis ao

consumidor como os hambúrgueres de carne bovina, tornou-se uma opção crescente nas

lanchonetes e nas redes de restaurantes fast food no mundo. O consumo de alimentos

alternativos a carne, como os cogumelos, cresceu em uma base global com aumento da

preocupação pública sobre as questões alimentares e de saúde. Assim o trabalho têm os

objetivos de: 1. Desenvolver um produto similar ao hambúrguer convencional, à base de

cogumelos frescos do gênero Pleurotus: P. florida, P. ostreatoreseos e P. sapidus; 2. Avaliar e

comparar sensorialmente a aceitabilidade do produto, a intenção de compra e ordenar a

preferência em relação a dois hambúgueres, de soja e carne bovina, existentes no mercado; 3.

Avaliar e comparar a composição centesimal do hambúrguer de cogumelo em relação aos

demais hambúgueres utilizados; 4.Realizar análise de viabilidade econômica do novo produto

criado em relação aos demais concorrentes no mercado.

________________________________

Palavras-chave: Carne alternativa, sustentável, bioconversão, alimento funcional,

cogumelo ostra.

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DEVELOPMENT OF VEGETARIAN HAMBURGER BASED ON Pleurotus

MUSHROOMS: NUTRITIONAL COMPOSITION, SENSORY PROPERTIES AND

ECONOMIC VIABILITY. Botucatu, 2015. 81p. Tese (Doutorado em Agronomia/Energia na

Agricultura) - Faculdade de Ciências Agronômicas, Universidade Estadual Paulista.

Author: JOÃO PAULO FURLAN DE JESUS

Adviser: MEIRE CRISTINA NOGUEIRA DE ANDRADE

Co-Adviser: ROGÉRIO LOPES VIEITES

SUMMARY

Driven by the need to seek eating out, ready for consumption,

produced in large-scale, rapid preparation and affordable consumer prices as beef burgers, has

become a growing option in snack bars and on the networks of fast food restaurants in the

world. The consumption of foods as alternative meat, like mushrooms, grown on a global

basis with increased public concern about food and health issues. Thus the study aims to: 1.

Develop a product similar to conventional burger, based on fresh mushrooms Pleurotus genus:

P. florida, P. ostreatoreseos and P. sapidus; 2. Evaluate and compare the sensory acceptability

of the product, purchase intent and order in preference with two hamburgers, soy and

beef, already available on market; 3. Evaluate and compare the chemical composition

of mushroom burger in relation to other hambúgueres purchased in the study; 4.

Conduct economic feasibility analysis of new product created in relation to other

competitors.

____________________________

Keywords: Alternative meat, bioconversion, functional food, oyster mushroom

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1.INTRODUÇÃO

O alto consumo de alimentos em geral e proteínas com base animal,

especialmente a carne, tem sido identificada como um dos temas mais relevantes a serem

tratados sobre a opinião dos consumidores ocidentais em relação a uma dieta mais sustentável.

Recentemente, vários estudos feitos por consumidores têm sido publicados em relação à

escolha de alimentos e consumo ecológico, incluindo as dietas vegetarianas e a ingestão de

alimentos mais sustentáveis.

A necessidade de se buscar refeições fora de casa, prontas para o

consumo, produzidas em grande escala e que fossem rápidas e baratas como os hambúrgueres

de carne bovina, tornou-se uma opção crescente nas lanchonetes e nas redes de restaurantes

fast food. A variedade de produtos cárneos que não demandam muito tempo para o preparo,

disponibilizada nas gôndolas de supermercados, tornou-se um atrativo para os consumidores,

contribuindo para que salsicha, salame, mortadela, linguiça, empanado, almôndegas e

hambúrguer sejam uma opção crescente para o lanche de muitas famílias no mundo todo

Devido a modernidade ter mudado os hábitos alimentares e o consumo

mundial e nacional de hambúrguer congelado ter sido superior, em volume, ao de outros

produtos cárneos congelados, somado ao fato que 44% dos consumidores brasileiros das

classes A e B escolherem seus alimentos com base na relação que eles têm com a saúde,

observa-se uma intensa competição entre os setores de desenvolvimento de produtos nas

indústrias, para oferecer aos consumidores alimentos com baixo teor de gordura, colesterol e

elevados teores de fibras. O consumo por alimentos alternativos a carne, aumentou em uma

base global com aumento da preocupação pública sobre as questões alimentares e de saúde.

Tanto as pessoas pertencentes às comunidades vegetarianas e veganas, quanto as demais têm

recorrido a comer alimentos de origem vegetal e cogumelos frescos, cozidos, processados,

bebidas e suplementos dietéticos

Como alternativa sustentável de consumo, os cogumelos apresentam

um alto percentual de proteína de fácil digestibilidade e uma boa capacidade de equivalência

com a textura da carne animal, possibilitando introduzí-los em diversas receitas da cozinha

tradicional, desta forma, iniciá-los na alimentação de maneira agradável. Além de possuírem

um sabor diferenciado natural pertencem ao grupo de alimentos com valor nutritivo

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excepcionalmente rico em proteínas vegetais, vitaminas, minerais e quitina, enquanto possuem

baixas calorias e gorduras. As características gastronômicas e organolépticas específicas dos

cogumelos e a necessidade de uma dieta bem equilibrada em todo o mundo levou à um

aumento no consumo.

De todas as espécies de cogumelos do mundo, Pleurotus ostratus é o

mais fácil de ser cultivado, requer pequeno tempo de crescimento, comparado a outros

cogumelos, seu corpo de frutificação não é facilmente atacado por doenças e pragas e pode ser

cultivado de um modo simples e econômico, podendo ajudar em problemas de aliviação de

pobreza extrema em países em desenvolvimento

Portanto o presente trabalho tem o objetivo principal desenvolver uma

receita de hambúrguer vegetariano à base de cogumelos frescos do gênero Pleurotus sp., com

características organolépticas, gastronômicas e nutricionais superiores aos produtos similares

encontrados no mercado, como hambúrguer de carne e soja.

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2. OBJETIVOS

Os objetivos do trabalho serão:

Desenvolver um produto similar ao hambúrguer convencional, à base

de cogumelos frescos do gênero Pleurotus: P. florida, P. ostreatoreseos e P. sapidus;

Avaliar e comparar sensorialmente a aceitabilidade do produto, a

intenção de compra e ordenar a preferência em relação a dois hambúgueres, de soja e carne

bovina, existentes no mercado;

Avaliar e comparar sensorialmente a composição centesimal do

hambúrguer de cogumelo em relação aos demais hambúgueres utilizados;

Realizar análise de viabilidade econômica do novo produto criado;

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Histórico do cultivo e do consumo de cogumelos no mundo

Os cogumelos têm sido utilizados como alimento humano desde

tempos imemoriais e podem fornecer imediatamente proteína adicional para alimentação

humana, porém outras fontes sofisticadas e não convencionais de alimentos ricos em proteína,

tais como leveduras, culturas de algas e proteínas de célula única (micoproteína ou "single-cell

protein") têm exigências relativamente mais complexas e necessitam ser processadas antes de

consumidas (CHANG, 2007).

Aproximadamente 300 espécies de cogumelos são comestíveis, mas

apenas 30 foram domesticadas e dez são cultivadas comercialmente (BARNY, 2009).

Atualmente, o principal cogumelo cultivado em todo o mundo é Agaricus bisporus seguido de

Pleurotussp. (ADEJOYE et al., 2006; RÜHL et al. 2008;IMRAN et al., 2011), Lentinula

edodes e outros cogumelos que já têm um lugar importante no mercado. Dados estatísticos da

Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2015) mostram que a

produção mundial total de cogumelos comestíveis é de aproximadamente 8 milhões de

toneladas. A China é o maior produtor de cogumelos comestíveis com dois terços da produção

mundial, seguida pelos EUA e Itália. Os dez maiores países produzem 93% do total. A

produção mundial de cogumelos tem aumentado constantemente, principalmente em países

em desenvolvimento como China, Índia, Polônia, Hungria, etc, enquanto países Europeus,

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EUA e Japão não houveram alterações ou diminuiram a produção (Tabelas 1, 2 e 3). A

disseminação do cultivo de cogumelos pelo mundo, principalmente em países em

desenvolvimento, pode ser justificada por ser acessível e viável para pequenos produtores pelo

baixo custo dos ativos, alta taxa de uso dos recursos naturais, ciclo curto da cultura, retorno

rápido dos investimentos e pela pouca e eficiente utilização do solo (ZHANXI & ZHANHUA,

2001; SHAH et al., 2004).

Tabela 1.Produção mundial de cogumelos, expresso em toneladas.

País Produção de cogumelos, TON

1996 2000 2006 2012 China 1.311.030 2.408.230 3.684.340 5.158.810 Italia 65.894 72.492 100.100 785.000 EUA 352.300 383.830 382.541 388.450 Holanda 237.000 265.000 235.000 307.000 Polonia 104.501 113.479 153.497 220.000 Espanha 71.529 63.254 135.419 146.000 França 189.213 203.811 115.846 116.574 Iran 9.223 16.000 28.000 87.675 Canadá 59.410 80.241 87.631 82.000 Reino Unido 106.555 89.900 68.000 73.100 Outros países 391.255 509.007 562.685 604.180 Produção total mundial 2.924.670 4.209.010 5.543.720 7.959.980

Fonte: World mushroom & truffles: Production, 1996-2012; United Nations, FAO, FAOStat

Tabela 2.Valor bruto da produção mundial de cogumelos e trufas, expresso em milhões de US$.

País Valor bruto, milhões de US$

1996 2000 2006 2012 China 34.478 378.987 640.123 468.463 Italia 123 10.959 21.957 201.284 EUA 72.609 85.479 88.558 101.036 Holanda 32.474 30.467 37.773 53.135 Polonia 10.229 8.606 17.889 31.484 Canadá 13.072 17.392 25.477 28.377 Australia 10.192 8.578 18.378 27.512 Espanha 7.379 557 19.299 21.249 Reino Unido 27.064 19.573 16.151 16.709 Irlanda 15.093 12.396 21.764 15.889 Outros países 52.292 52.129 67.323 80.947 Produção mundial 597.484 630.136 974.692 1.046.085

Fonte: World mushroom & truffles: Gross production value, 1996-2012; United Nations, FAOstat.

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Não existem informações oficiais da produção total no país e consumo

brasileiro de cogumelos nas últimas décadas nos bancos de dados do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério do Desenvolvimento Agrário e Food

Agricultural Organization. Embora estes dados sejam inexistentes, estima-se que atualmente

esteja na ordem de 15.000 toneladas anuais de cogumelos frescos, das quais 62,5% é devida ao

A. bisporus (5000 ton), 15% ao Agaricus blazei (1200 ton) e o restante para outros cogumelos

(JESUS, 2011).A falta de estatísticas oficiais é uma limitação ao desempenho do agronegócio

brasileiro de cogumelos, exceto para o estado de São Paulo, maior produtor brasileiro de

cogumelos, com estatísticas oficiais atualizadas de quantidade produzida (Tabela 3). America

Latina produz apenas 1,3% do total de cogumelos cultivados no mundo inteiro, sendo os

maiores produtores México (58,6%), Chile (17,6%) e Brasil (10,6%) e estima-se o consumo

per capita seja de 125gramas por ano (TAVEIRA& NOVAES, 2007).

Tabela 3.Produção de cogumelos no Estado de São Paulo no período 2000-2009.

Ano Área produzida Quantidade produzida

Hectares Toneladas 2000 120 4.527,0 2001 102 4.883,0 2002 104,91 4.512,5 2003 109,2 4.535,2 2004 267,1 4.062,3 2005 101,8 4.509,0 2006 102,3 480,4 2007 101,3 384,9 2008 114,1 516,5 2009 124,7 3.482,7 2010 220,47 6.971,3 2011 120,25 1.823,3 2012 121,65 3.873,9 2013 125,40 3.993,4 2014 127,45 6.113,7 Fonte: Instituto de Economia Agrícola, 2010.

De acordo com Dias (2010) somente a partir da primeira metade do

século XX é que o cultivo de cogumelos no Brasil começou a mudar, devido principalmente à

imigração de japoneses e chineses que chegaram em grande número ao Estado de São Paulo.

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Utilizando técnicas de cultivo aprendidas com seus ancestrais, esses imigrantes transformaram

o estado em um centro de referência da cultura (Tabela 3). Durante décadas, São Paulo foi

considerado o único Estado onde a cultura tinha uma relevância econômica e, ainda hoje, é o

maior produtor nacional de cogumelos, porém houve uma preocupação maior com o

desenvolvimento de novas tecnologias para o cultivo somente a partir da década de 1980,

sendo um marco histórico a publicação do livro de Molena (1986).

O volume do agronegócio de cogumelos no Brasil, em relação as

atividades de exportação e importação de cogumelos ainda são pouco expressivas, quando

comparadas com as do cenário mundial, porém a importação de cogumelos mais que duplicou

entre 2007 a 2010 (Tabela 4). O Brasil é importador de parte da demanda interna de

cogumelos, especificamente do champignon em conserva. O Ministério do Desenvolvimento,

Indústria e Comércio Exterior (2010) afirma que das 5,6 toneladas de cogumelo importadas

pelo Brasil em 2010, 5,3 toneladas foram de champignon em conserva.

Tabela 4.Exportações e importações de cogumelos no Brasil no período 2007-2010.

Período Exportação Importação

US$ Peso líquido, Ton US$ Peso líquido, Ton

2010 732.171 23,3 13.953.985 5.606,3

2009 645.636 21,3 10.841.561 4.745,7 2008 467.824 14,9 6.552.931 3.222,4 2007 934.834 23,5 5.066.583 1.909,3 Fonte: O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2010)

3.2. Cogumelos do gênero Pleurotus

3.2.1. Generalidades

Ao contrário de muitas plantas e fungos, os efeitos benéficos

deoPleurotus foram descobertos independentemente em diferentes localizações e continentes

(GUNDE_CIMERMAN, 1999). Todas as espécies conhecidas de Pleurotus são comestíveis e

diversas são cultivadas comercialmente,predominantemente na Europa, América do Norte e

Ásia (RAGUNATHAN, 1999). É o segundo cogumelo mais cultivado no mundo (ADEJOYE

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et al., 2006; RÜHL et al., 2008;IMRAN et al., 2011), porém na China é o primeiro no ranking

(Tabela 5). Por mais de 30 anos, este fungo foi cultivado comercialmente utilizando diferentes

resíduos agroindustriais, com uma produção global de 4830 toneladas/ano (SÁNCHEZet al.,

2008).

Tabela 5. Produção dos cogumelos mais cultivados na China entre 1986 a 2007.

Ano base Pleurotus Lentinula Agaricus Auricularia Ganoderma

----------------------------------- TON ------------------------------------ 1986 100 120 185 80 ---- 1998 1.020 1.388 426 491 ---- 2001 2.590 2.072 743 1.124 21,8 2003 2.488 2.228 1.331 1.655 49,1 2005 3.705.937 2.424.845 1.524,669 2.100.429 86.731 2007 4.145.662 2.884.769 2.440,943 2.554.059 116.542

Fonte: Mushroom industry: potentials and challenges (CHANG, 2010).

As enzimas produzidas pelos cogumelos deste gênero permitem que

sejam cultivados em diversos resíduos agroindustriais, realizando a bioconversão e

reutilizando os nutrientes como fonte de compostos orgânicos para o crescimento, como

resíduos de linho (SHARMA, 1987), café (JOB, 2004), Cassiaspp. (MULLER, 1987), capim

alang-alang"Imperiara cylindrica" (POPPE & RAMON, 1997), resíduos de alcachofra

(STAMETS, 2000), folhas de bananeira (CHANG_HO & HO 1979; BHAVANI&NAIR,

1989), pseudocaulde de bananeira (JANDAIK & KAPOOR, 1976), palha de cevada

(MARTINEZCARRERA, 1989; CHANG & MILES, 1989), vagens de feijão (POPPE et al.,

1995), palha de feijão (POPPE et al., 1995), folhas secas de brássicas (SOHI, 1989), palha de

trigo mourisco (STAMETS, 2005), Cactus, Agave, Yucca (STAMETS, 1993), polpa de

cardamômo (MARTINEZCARRERA, 1989), folhas de canela (MARTINEZCARRERA,

1989), cascas de frutas cítricas (YOSHIKAWA& TSUETAKI, 1979, KHAN & ALI, 1981),

fibra e medula da fibra de coco (THERADI, 1992), cascas de coco (BEIG& JANDAIK, 1989),

resíduos de polpa, filtro e serragem de café (GUZMÁN&MARTÍNEZ CARRERA, 1985;

SOTO VELAZCO &GUZMÁN DÁVALOS, 1986; MARTÍNEZ CARRERA et al.,

1990;BERMÚDEZet al., 1994; SALMONESet al., 2005), folhas aromáticas (MARTÍNEZ

CARRERA et al., 1986), cardamomo (MORALES, 1987), cana de açúcar (GUZMAN

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DÁVALOS et al., 1987;MATA& GAITÁN, 1995), milho (ACOSTAet al., 1988. ), palha de

cevada (GUZMÁN&MARTÍNEZ CARRERA, 1985; MARTÍNEZ CARRERAet al., 1987),

plantas agave usadas para produzir tequila (ACOSTAet al., 1988; SOTO VELAZCO et al.,

1989), borra de café, coroas de abacaxi (DELFÍN ALCALÁ & DE BAZÚA, 2003), tomate

(SÁNCHEZet al., 2008), porém no entanto, o substrato é mais comumente utilizado é a palha

de trigo (SANCHEZ, 2010). Além dos cogumelos produzidos, os subprodutos da

decomposição como água, dióxido de carbono, enzimas, alcoóis, carboidratos, massa

miceliana podem ser usados para biorremediação de áreas de gradadas (STAMETS, 2005).

De todas as espécies de cogumelos do mundo, P. ostratus é o mais

fácil de ser cultivado, requer pequeno tempo de crescimento, comparado a outros cogumelos,

seu corpo de frutificação não é facilmente atacado por doenças e pragas e pode ser cultivado

de um modo simples e econômico, podendo ajudar em problemas de aliviação de pobreza

extrema em países em desenvolvimento (STAMETS, 2005).

O cogumelos pertencentes ao gênero Pleurotus, também são

conhecidos como "cogumelo ostra", "hiratake", "shimeji", "houbinatake" ou cogumelo

salmão.Estas espécies são algumas das mais cultivadas e pesquisadas em diferentes partes do

mundo devido a sua rusticidade e alta eficiência biológica, adaptando-se bem à condição

brasileira de clima tropical (MIZUNO & ZHUANG, 1995; BONONI et al., 1995;

COLAUTOet al., 1998; RÜHL et al. 2008).

3.2.2. Propriedades nutricionais, medicinais e modo de preparo de Pleurotus sp.

Este cogumelo é apreciado por causa do seu delicioso paladar, além de

apresentar quantidade relativamente alta de carboidratos não-amiláceos, fibra dietética, β-

glucanas (componentes de fibras dietética solúveis ou insolúveis, presente em quantidades

significativas, ligada com a capacidade de diminuir os níveis de colesterol no sangue e à

resposta glicémica), minerais, vitamina B e com baixo teor de gordura conforme apresentado

na Tabela 6 (CHANG, 2008).

Devido ao baixo teor de gordura e elevada concentração de fibras em

cogumelos comestíveis, recomenda-se como um alimento ideal para ser consumido para

auxiliar naprevenção de arterosclerose (SCHNEIDERet al., 2011).

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Tabela 6. Composição centesimal em base seca e nutricional em base úmida de cogumelos do gênero Pleurotus ostreatus.

Componentes Pleurotus ostreatus

Composicão centesimal (% m/m, em base seca)

Composição nutricional (%m/m, em base úmida)

Cinzas 11,11 Valor %VD* Carboidratos 28,57 1,86 0,62 Proteínas 37,51 3,80 5,06 Lipídeos 1,32 0,13 0,23 Fibras Alimentares

21,49 2,17 8,68

VCT (kcal) - 23,81 1,19 *%VD refere-se à porcentagem do Valor Diário de Referência de cada componente suprida por porção de 100g de cogumelo fresco, numa dieta de 2000 kcal ou 8.400 kJ, segundo a resolução RDC no360 de 23 de dezembro de 2003 da ANVISA (AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA, 2003)

Pesquisasdemonstraram que P. ostreatus e outras espécies intimamente

relacionadas produzem naturalmente isomeros de lovastatina (3-hidroxy-3-methylglutaryl-

coenzyme A redutase), uma drogra aprovada pela FDA (Food and Drug Administration) em

1987 para o tratamento de colesterol (GUNDE-CIMERMAN & CIMERMAN, 1995;

GUNDE-CIMERMAN, 1999; BOBEK et al., 1998). Constituintes similares da lovastatina

estão presentes em maiores números nos píleos (chapéu) do que nos estipes (talo) e estão mais

concentrados em lamelas maduras, principalmente nos esporos (STAMETS, 2005). Esta

família de compostos pode explicar os efeitos de redução no colesterol frequentemente

relatados de diversos cogumelos comestíveis e medicinais (BOBEK et. al. 1998, 1999). Ying

(1987) avaliou ratos implantados com sarcoma 180 e administrou cogumelos Pleurotus

constituindo cerca de 20% da diéta diária, obtendo resultados de inibição dos tumores em mais

de 60% após 1 mês comparado com os controles. Em outro estudo, os ratos foram alimentados

com uma diéta diária de 5% de cogumelos ostra e administrado dimethylhydrazinas para

induzir tumores e como resultado poucos tumores formaram-se em relação aos controles. No

estudo anterior, Zusman et al (1997), constataram que quando os ratos foram alimentados com

sabugos de milho colonizados por cogumelo ostra, eles foram significativamente protegidos

por químicos que por outro lado induzem cancer de cólon, reduzindo a incidência de 47% para

26%, enquanto que sabugos de milho sem o fungo não realizaram proteção. A lectina extraída

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dos cogumelos ostra, quando injetada em ratos, demonstrou atividade potente contra tumores

implantados de sarcoma 180 e hepatoma H-22. Bobek & Galbavy (2001) identificaram uma

nova glucana, a pleurana, com efeitos antioxidantes e pode ajudar a previnindo de cancer

metastizante.

O cogumelo P. ostratus possui suave sabor de noz, o qual torna-se

mais acentuado quando preparado para o consumo. O método mais tradicional de ingestão

destes fungos pelos cheefs no mundo é salteado em azeite de oliva, dourando o cogumelo

fatiado ou na integra, adicionando ervas (alecrim, tomilho, orégano e manjericão) perto da

finalização do prato (STAMETS, 2000; 2005). Os cogumelos comestíveis são muito versáteis

na culinária podendo ser assados, cozidos, grelhados ou salteados ("sautéed"), e ainda

combinam com sopas, patês, saladas e chás (MILLER, 1993; CZARNECKI, 1995; PISTO,

1997; BRILL, 2002; CARLUCIO, 2003).

3.3. Valores nutricionais, sensoriais, funcionais, nutracêuticos e ecológicos do

consumo de cogumelos comestíveis e medicinais

Como alternativa sustentável de consumo, os cogumelos apresentam

um alto percentual de proteína de fácil digestibilidade e uma boa capacidade de equivalência

com a textura da carne animal, possibilitando introduzí-los em diversas receitas da cozinha

tradicional, desta forma, iniciá-los na alimentação de maneira agradável. O sabor arredondado

dos cogumelos comestíveis é definido pelos japoneses como “Umami” ou o "quinto paladar",

sendo o resultado da presença de uma série de compostos, entre os quais o glutamato

monossódico, os nucleotídios GMP e AMP e os aminoácidos ácido tricolômico e ácido

ibotêmico (YANG et al., 2001). Além de possuírem um sabor diferenciado natural pertencem

ao grupo de alimentos com valor nutritivo excepcionalmente rico em proteínas vegetais,

vitaminas, minerais e quitina, enquanto possuem baixas calorias e gorduras conforme descrito

nas Tabelas 7 e 8 (RANOGAJEC et al., 2010). As características gastronômicas e

organolépticas específicas dos cogumelos e a necessidade de uma dieta bem equilibrada em

todo o mundo levou à um aumento no consumo (RANOGAJEC et al., 2010; WASSER, 2011).

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Table 7. Propriedades nutricionais das principais espécies de cogumelos comestíveis e

medicinais.

Cogumelo: Nome científico / popular

Calorias Lipídeos Açúcares Carboidratos Proteínas Fibras

Pleurotus florida / Shimeji branco, Oyster

230 4,30 8,95 42,83 20,56 23,29

Pleurotus sajor-caju / Hiratake, Oyster

330 4,41 29,91 39,5 24,63 4,70

Pleurotus ostreatus / Shimeji preto, Oyster

360 4,30 28,57 37,8 23,91 39,62

Pleurotus tuber-

regium / King tuber 329 0,31 0,00 66,68 14,97 65,50

Pleurotus djamor / Salmão, Pink Oyster

356 2,86 23,10 52,76 30,20 43,80

Pleurotus ostreatus var. colombinus / Blue oyster

355 2.89 23,30 57,61 2464 34,10

Pleurotus pulmonarius / Phoenix oyster

355 2,70 11,80 63,40 19,23 48,60

Agaricus bisporus / Champignon, Button mushroom

340 2,39 21,90 46,17 33,48 19,10

Agaricus bisporus / Portobello

355 3,10 22,70 47,38 34,44 20,90

Agaricus brasiliensis / Brazilian Blazei

362 3,39 21,20 47,70 35,19 21,00

Flammulina populicola

/ Enokitake 346 3,06 22,40 52,95 26,59 25,80

Ganoderma lucidum / Reishi, Linghi Zhi

376 3,48 1,70 71,00 15,05 66,80

Ganoderma oregonense

/ Oregon polypore 367 2,52 0,70 72,79 13,27 72,00

Grifola frondosa / Maitake

377 3,83 18,80 60,17 25,51 28,50

Hericium erinaceus / Lion's mane

375 5,06 20,90 61,80 20,46 39,20

Lentinula edodes / Shitake

356 3,73 15,80 47,60 32,93 28,90

Pholiota nameko

/Nameko 364 3,91 19,10 48,36 33,65 28,10

Fonte: (STAMETS, 2005; COSTA et al., 2011, COGORNI et al., 2014)

Além de serem fontes ricas de nutrientes, os cogumelos comestíveis

também têm sido relatados em diversas pesquisas como alimentos terapêuticos e funcionais,

exibindo diversos efeitos farmacológicos, tais como a imunomodulação, manutenção da

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homeostase, regulação do biorritmo, prevenção e recuperação de certas doenças como

paralisia cerebral e hipertensão, hipercolesterolemia, hipoglicemico, antiaterogênico,

anticancer, antialérgico, hepatoprotetivo, antidiabético, antifibrótico, anti-inflamatório,

antiviral e antimicrobiano (MALLAVADHANI et al., 2006; OOI, 1999;

SHLYAKHOVENKO et al., 2006; WASSER & WEIS, 1999). Todas essas características

tornam o cogumelo comestível uma excelente fonte de alimento para humanos.

Tabela 8. Valor nutricional de alimentos populares em relação a algumas espécies de cogumelos comestíveis. Cogumelos/ Alimentos

Proteína CHO Lipídeos Cálcio (Ca)

Vitamina B1

Vitamina B2

Ferro (Fe)

Vitamina B3

Pleurotus

pulmonarius

2,9 (26-35)*

5,7 1,79 3,14 0,20 0,22 3,40 7,72

Volvariella volvacea

3,8 (25-29)*

6,0 0,60 3,00 010 0,17 1,7 8,30

Agaricus Brunnensces

3,5 (24-34)*

11,4 0,40 2,40 0,10 - traços 5,85

Lentinula edodes

7,5 (13-17)*

6,5 0,93 3,00 - - 1,90 7,60

Auricularia polytricha

4,8 (4-8)*

7,2 0,50 3,15 0,08 0,19 3,60 4,00

Batata 2,0 9,1 0 11 0,10 0,04 0,70 0,04 Leite 3,5 4,9 3,9 118 0,04 0,17 0,10 0,17 Peixe 14-20 2-3 1-2 15 60 1,20 1,50 1,20 Ovo 13 2,0 13,3 68 18 0,27 1-15 0,27 Carne 21 - 3,6 8,3 0,10 0,29 2,52 29,00 Cenoura 1,2 9,3 0,3 39 0,06 0,06 0,8 0,06

Fonte: Tropical mushroom cultivation (QUIMIO, 2002)

Diferentes cogumelos foram estudados pela comunidade científica, na

busca de novas alternativas terapêuticas, e os resultados mostraram suas propriedades

bioativas (LINDEQUIST et al., 2005). Cogumelos são fontes ricas de nutracêuticos

(ÇAGLARIRMAK, 2007; ELMASTAS et al., 2007; RIBEIRO et al., 2007) responsáveis pela

sua ação antioxidante (MAU et al., 2002; LO & CHEUNG, 2005; BARROS et al., 2007a),

antitumoral (WASSER & WEIS, 1999), e propriedades antimicrobianas (SMANIA et al.,

1995; HIRASAWA et al., 1999; HATVANI, 2001; BARROS et al., 2007b; TURKOGLU et

al., 2007).

Estudos recentes investigam diversas espécies de cogumelos

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comestíveis contendo compostos indóis não alucinógenos e seus derivados (MUSZYNSKA et

al., 2007; MUSZYNSKA et al., 2009, 2011a, 2011b, 2012). Indóis executam o papel de

neurotransmissores ou seus precursores, exibindo atividades antioxidante, anticancerígena,

anti-aging, regulando o ciclo diurno em humanos e participando na coagulação do sangue

(ISBISTER et al., 2004; STONE et al., 2003). Estes compostos e os seus derivados também

são agentes terapêuticos anti-inflamatórios e analgésicos (MORGAN et al., 2001). Algumas

espécies de cogumelos pertencentes aos Basidiomycota, possuem benefícios terapêuticos e

nutricionais, como polissacarídeos, ácidos graxos insaturados, água e vitaminas solúveis em

gordura, e uma variedade de proteínas (Tabela 9) (BARROS et al., 2008a; BARROS et al.,

2007; FERREIRA et al., 2007; MUSZYNSKA et al., 2010). Entre as diversas fontes de

antioxidantes naturais, os cogumelos tem papel proeminente, podendo ser utilizados como

extratos a partir de micélio e dos cogumelos, incluindo as espécies Agaricus bisporus,

Ganoderma lucidum, Boletusbadius, Hericium, Hypsizigus marmoreus, Lentinula edodes,

Lepista nuda, Pleurotus sp., Polyporus squamosus, Russula Delica, Termitomyces sp.,

Volvariella volvacea e Verpa conica, que demostram atividade antioxidante in vitro e têm

potencial para aplicação in vivo (FU et al., 2002; ELMASTAS et al., 2007; PUTTARAJU et

al., 2006). Por exemplo, Boletus edulis tem elevado poder antioxidante, devido à combinação

de diferentes ácidos orgânicos, como o ácido oxálico, cítrico, fumárico, ácido succínico e

ácido málico (RIBEIRO et al., 2006), bem como o ergosterol e ergothioneina. Como mostrado

por Ey et al. (2007), esta espécie continha o maior teor deste último composto em comparação

com outros produtos alimentares. Agrocybe cylindracea possui polissacarídeos

imunomoduladores (YOSHIDA et al., 1996), polissacarídeos com atividade hipoglicêmica

(KIHO et al., 1994) e derivados indóis com a atividade de eliminação de radicais livres (KIM

et al., 1997). Deliciosus lactarius contém azuleno (dihydrolactaroviolin e lactarazulene)

exibindo propriedades antibacterianas (STAMETS, 2002).Pleurotus ostreatus é uma fonte de

pleurana, heterogalactana, proteoglicana, estatina e lovastatina, utilizados em anti-

hipercolesterolémicos e terapia antineoplásica (GUNDE-CIMERMAN & CIMERMAN, 1995;

LEIS et al., 2004; SEEGER et al., 2003; SLEJFER et al., 2005), enquanto que Cantharellus

cibarius contém quantidades consideráveis de -caroteno (BARROS et al., 2008b) e

ergocalciferol (vitamina D2) (MUSZYNSKA et al., 2012; RANGEL-CASTRO et al., 2006).

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Tabela 9.Atividades e aplicações potenciais de algumas espécies de cogumelos comercialmente cultivados.

Cogumelo Nome

popular Composto ativo

Atividades potenciais / Aplicações

Referências*

Agaricus

bisporus

Champignon de Paris

(13), (16) ligadas -D-Glucana,

ergosterol e ergothioneina

Imunoestimulatório / uso farmacêutico

[1]

Lentinula

edodes Shitake

Lentinan, glucana, mannoglucan, proteoglycan

Imunoestimulatório / uso farmacêutico; suplemento

dietético; aditivo alimentar; aditivo na ração em

aquacultura

[2, 7]

Pleurotus

ostreatus

Cogumelo ostra, shimeji

Pleuran, heterogalactan,

proteoglycan, estatin e lovastatin

Imunoestimulatório, antineoplásia / uso

farmacêutico; suplemento dietético; aditivo alimentar;

aditivo na ração em aquacultura

[2, 3, 5, 6, 8, 9]

Pleurotus

sajor-caju

Cogumelo ostra

(13), (16) ligadas -D-Glucana

Imunoestimulatório, diabete / uso farmacêutico;

suplemento dietético [10, 4]

Volvariella

volvacea

Cogumelo palha (13) -D-Glucana

Imunoestimulatório, antineoplásia / uso

farmacêutico [11]

Grifola

frondosa Maitake

Grifolan [(13), (16) ligadas -D-

Glucana], proteoglycan, heteroglycan,

galactomannan

Imunoestimulatório, antineoplásia / uso

farmacêutico [12]

Agaricus

brasiliensis Blazei

(13), (16) ligadas -D-Glucana,

tocopherol, ergosterol, agaritina, compostos fenólicos

Imunoestimulatório, antineoplásia / uso

farmacêutico

Ganoderma

lucidum Reishi

(13), (16) ligadas -D-Glucana,

Ganoderan, heteroglycan, mannoglucan, glycopeptide

Imunoestimulatório, antineoplásia / uso

farmacêutico [12]

*1- (JEONG et al., 2012); 2- (HOZOVA et al., 2004); 3- (BRENNAN et al., 2013); 4- (WAN ROSLI et al., 2011); 5- (CHOCKCHAISAWASDEE et al., 2010); 6- (CHANG & PHILIP 2004); 7- (MUTHUSAMY et al., 2013); 8- (DJORDIEVIC et al., 2009); 9- (DIBYENDU et al., 2008); 10- (KANAGASABAPATHY et al., 2012); 11- (NISHINARI & DOI, 1993); 12- (EL ENSHASY & HATTI-KAUL, 2013). (ENDO et al., 2010; TSAI et al., 2007;GAO & GU, 2007)

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De acordo com estudos turcos, Boletus badius possui excelentes propriedades antioxidantes. A

porcentagem de inibição dos extratos secos de B. badius a 100g/ml de concentração sobre a

peroxidação em um sistema de ácido linoleico foi de 99,2% (ELMASTAS et al.,

2007).Armillaria mellea demonstrou acumular prosomatostatin, um peptido com propriedades

antineoplásicas, especialmente eficientes na neoplasia pancreática, e ácido armillarico, um

antibiótico bacteriostático para as bactérias Gram-negativas e fungicida para leveduras

(MUSZYNSKA et al., 2011b; OBUCHI et al., 1990). São viáveis comercialmente

antitumorais obtidos de cogumelos, como o Lentinan produzido pelo Lentinula edodes

(HOZOVA et al., 2004; MUTHUSAMY et al., 2013), o Schizophyllan proveniente de

Schizophyllum comune (SHU & HSU, 2011) e o Krestin extraído de Trametes (Coriolus)

versicolor (LI et al., 2011). Entre outras propriedades, G. lucidum é empregado

principalmente como antitumoral, imunorestaurador, hipotensivo e hipoglicêmico

(KOZARSKI et al., 2012), sendo comercializado sob diferentes formulações (bebidas, pós,

cápsulas) tanto para consumo como suplemento alimentar quanto para fins medicinais (CHIU,

et al., 2000).

Com base nos estudos desenvolvidos no mundo em relação as

propriedades nutricionais e medicinais dos cogumelos, podem ser classificados como

alimentos funcionais. De acordo com a Portaria n° 398 de 30 de abril de 1999, da Secretaria de

Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde do Brasil, o conceito de alimento funcional é

definido como “Todo aquele alimento ou ingrediente que, além das funções nutricionais

básicas, quando consumido como parte da dieta usual, produz efeitos metabólicos e/ou

fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão

médica” (BRASIL, 1999).

3.4. Os problemas relacionados ao "fast food" e as novas tendências de consumo

sustentável

Apesar dos riscos a saúde, nos últimos anos, os hábitos alimentares da

população sofreram alterações motivadas especialmente pelos processos de urbanização,

industrialização, profissionalização das mulheres e diminuição do tempo disponível para a

preparação de alimentos e/ou para o seu consumo, dado pelo tempo produtivista, é cada vez

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mais evidente a busca por alimentos industrializados de fácil preparo (LIMA & OLIVEIRA,

2005; FATTORI et al., 2005). No entanto, consumo de alimentos do tipo fast food e o alto

consumo de proteínas com base animal, especialmente a carne, tem sido identificada como um

dos temas mais relevantes a serem tratados sobre a opinião dos consumidores ocidentais em

relação a uma dieta mais sustentável (LEITZMANN, 2003; PIMENTEL & PIMENTEL, 2003;

REIJNDERS & SORET, 2003; STEINFELD et al., 2006; STEHFEST et al., 2009; PVE,

2010; GERBENS-LEENES, 2010). A escala e a intensidade da produção animal em particular

geram uma proporção crescente na pressão ambiental global, incluindo as alterações

climáticas devido à forte contribuição da agricultura e produção animal a todo o gás de efeito

estufa (GEE) (EIPRO, 2006; FAO, 2006b; DE BOER et al., 2006; MCMICHAELet al., 2007;

VINNARI & TAPIO, 2009; AIKINGet al., 2011).

Impulsionado pelo aumento da população mundial, o aumento da

urbanização e a diversificação da dieta nos países em desenvolvimento, o consumo mundial da

carne está aumentando constantemente (FAO, 2006a). A variedade de produtos cárneos que

não demandam muito tempo para o preparo, disponibilizada nas gôndolas de supermercados,

tornou-se um atrativo para os consumidores, contribuindo para que salsicha, salame,

mortadela, linguiça, empanado, almôndegas e hambúrguer sejam uma opção crescente para o

lanche de muitas famílias no mundo todo (LIMA & OLIVEIRA, 2005; HOEK et al., 2011a;

2011b). Como resultado, cada dia mais pessoas são diagnosticadas com doenças graves e

diversas doenças crônicas estão alcançando proporções epidêmicas (STEINFELD et al., 2006;

STEHFEST et al., 2009; PVE, 2010; GERBENSLEENES, 2010).

O grande impacto da pecuária sobre as alterações climáticas devem ser

evitados ou reduzidos, enquanto uma transição global para dietas com pouca carne, que são

também desejáveis por razões de saúde, podem reduzir o prejuízo da mitigação das mudanças

climáticas, para até 50% em 2050 (STEHFEST et al., 2009). Para manter um ambiente

sustentável, será essencial manejar o equilíbrio entre o consumo de carne e o impacto

ambiental da produção pecuária, e uma mudança no consumo de carne será inevitável para

reduzir as emissões de "gáses de efeito estufa" (GEEs) relacionadas com os alimentos

(GARNETT, 2011; WWF, 2012).

A preocupação com a sustentabilidade, vem de longa data. A

humanidade sempre interagiu com o meio ambiente, e conseqüências negativas, de maior ou

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menor grau, sempre aconteceram, porém a principal forma de interação do homem com a

natureza, como são observados muitos dos acontecimentos negativos são determinados por

ações ligadas à agricultura. Pode-se citar, conforme McCormick (1992), o abandono de

cidades sumérias em função da salinização do solo pela irrigação, por volta de 1700 a.C., e a

observação de Platão sobre a erosão das colinas da Ática em conseqüência do desmatamento

para o uso de lenha e formação de pastagens, há cerca de 2400 anos. Clayton & Radcliffe

(1996) e Colby (1996) mencionam o desaparecimento de algumas civilizações, inclusive a

decadência do Império Romano, devido à um relacionamento equivocado com seu meio

natural.

Como observou Graziano da Silva (1998), os anos 70 foram pródigos

em realçar o papel dos movimentos ecológicos e dos ecologistas e a emergência dos direitos

dos consumidores em países desenvolvidos. A ação desses movimentos sociais terminou por

provocar uma significativa elevação da consciência social coletiva que, por sua vez, tem

levado à constituição de novas exigências, que vão desde a maneira como são produzidos os

produtos (agrícolas e industriais) até a mudança na sua qualidade - entendida como um

conjunto de atributos socialmente determinados que respondem a interesses diversos dos

consumidores.

A década de 1980 testemunhou a maior mudança no comportamento

social em relação à organização dos sistemas agroalimentares nos países industrializados,

como observaram Goodman & Watts (1994). Estas mudanças comportamentais incluem um

crescimento significativo no ativismo dos consumidores, com a constituição de novos

movimentos sociais orientados para o enfrentamento de questões alimentares específicas.

O consumidor moderno espera, ao adquirir um alimento, que ele seja

confiável, inócuo para a saúde, nutritivo, saboroso, agradável à visão, acondicionado e

rotulado adequadamente e comercializado de maneira atrativa. Também espera que o

alimento, o recipiente, a embalagem, as instruções contidas no rótulo e toda a informação que

acompanha o produto, cumpram com os requisitos determinados por legislação própria,

específica para o mercado no qual é comercializado (BONILLA, 1994). Para ele, qualidade

alimentar pode ser definida como todas as medidas e condições planejadas e implementadas

de forma sistemática, por meio de toda a cadeia alimentar, para gerar confiança no

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atendimento aos requisitos de necessidade pretendidos, inclusive, de segurança; respeitando a

legislação e os códigos pertinentes, com integridade e clareza da informação ao consumidor.

Recentemente, vários estudos envolvendo consumidores têm sido

publicados em relação à escolha de alimentos e consumo ecológico, incluindo as dietas

vegetarianas e consumo de alimentos mais sustentáveis (JONGEN et al., 2001; AIKING et al.,

2006; DE BAKKER; DAGEVOS, 2012; HOEK et al., 2011a; HOEK et al., 2011b; RUBY,

2012; RUBY & HEINE, 2011; SCHÖSLER et al., 2012; TOBLER et al., 2011; VERMEIR

VERBEKE, 2008). O mercado de varejo do Reino Unido para produtos de "carne-alternativa"

é um dos mais desenvolvidos do mundo. Definido como produtos voltados especificamente

para vegetarianos, que evitam carne e redutores de carne, o mercado foi avaliado por Mintel

em US$ 520 milhões em 2001, com crescimento de 15 % ao ano (MINTEL, 2001). Segundo

Sadler (2004) o mercado de carne-alternativa refrigerada é mais que o dobro de produtos

congelados, o que reflecte o desejo dos consumidores por produtos percebidos como "frescos",

"naturais" e de alta qualidade, portanto esta tendência exemplifica o reconhecimento científico

do estresse ecológico de hábitos de consumo (carne) ocidental atuais, além de também

destacar-se a importância dos consumidores em aceitar e comprar esses produtos alternativos

(AIKING et al., 2011), sendo fatores que irão determinar o sucesso de mercado.

No Brasil, os estudos e pesquisas têm demonstrado que, em função do

fast food, um novo padrão alimentar está se delineando, com prejuízos dos produtos da dieta

tradicional do povo (LIMA & OLIVEIRA, 2005). O arroz, feijão, a farinha de mandioca, que

foram, desde o século XVIII, a base do cardápio da maioria da população, perdem cada vez

mais espaço para os produtos industrializados e com maior valor agregado (SANTOS, 2006).

A modernidade mudou os hábitos alimentares e o consumo nacional de hambúrguer congelado

tem sido superior, em volume, ao de outros produtos cárneos congelados, correspondendo por

cerca de 40% destes produtos (Tabela 10) (NASCIMENTO et al., 2005; MARQUES, 2007).

A indústria de alimentos não processa apenas a carne muscular para

produzir seus diversos produtos, mas também outras seções do animal. Na indústria de carnes

por exemplo, os elevados custos de produção estimulam o desenvolvimento de novas

tecnologias visando à utilização de todas as partes do animal com objetivo de minimizar as

perdas e maximizar o lucro das empresas, incluindo a implementação de métodos de

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reestruturação de carnes com aparas e cortes de baixo valor comercial para melhorar a

aparência e textura do novo produto (FERREIRA et al., 2012).

Tabela 10. Consumo de produtos cárneos congelados no Brasil em volumes.

Produtos (%) Hambúrguer 40,2 Nuggets 21,7 Steak 18,7 Cortes 9,9 Outros 5,2 Almondega 2,2 Quibe 21,1

Fonte: Marques, 2007

Estas práticas são utilizadas para fabricar os produtos cárneos

reestruturados, tais como hambúrguer, salsicha, almondega, quibe, presunto, mortadela, bife

reconstituído, etc., e apesar destes produtos possuírem uma alta demanda devido à facilidade

de utilização, menor preço e conveniência têm elevado teor de gordura. (PEARSON &

GILLETT, 1996; FERREIRA et al., 2012). Por exemplo, salsichas e mortadela podem ter até

30% de gordura, e salsichas de porco frescas podem conter até 50% de gordura (ROTH et al.,

1997; BELLOQUE et al., 2002; SEABRA & ZAPATA, 2002).

O valor nutricional de produtos à base de carne é devido

principalmente ao seu alto ponto de vista biológico das proteínas e suas vitaminas e minerais,

porém, do ponto de vista da saúde, uma ingestão excessiva de produtos de carne não é

recomendada, especialmente para determinados grupos populacionais devido ao seu conteúdo

significativo de gordura (MUGUERZA et al., 2004; CENGIZ & GOKOGLU 2005). É fato

que a carne contém colesterol e uma proporção mais elevada de ácidos graxos saturados do

que ácidos graxos poliinsaturados (AGPIs) (MUGUERZA et al., 2004). O aumento dos

índices de n-3 AGPIs exerce efeitos supressivos na patogênese de muitas doenças, incluindo

doença cardiovascular (DCV), câncer, doenças inflamatórias e auto-imunes (SIMOPOULOS,

2002). Entre os n-3 AGPIs, o ácido linolénico-α (ALNA, C18:3), está presente em grandes

quantidades em produtos vegetais (JIMENEZ-COLMENERO, 2007), mas não tanto em

produtos de origem animal. Para a prevenção de doenças cardiovasculares, a Organização

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Mundial de Saúde (OMS) tem as seguintes recomendações nutricionais: a gordura deve

proporcionar entre 15% e 30% das calorias da dieta, a gordura saturada deve fornecer menos

do que 10% dessas calorias, e a ingestão de colesterol deve ser limitada a 300 mg/d (WHO,

2003).

Segundo o Ministério da Agricultura (2014) no Brasil o consumo per

capita de carnes é de 95,4 kg por ano, sendo composto por 37,4 kg para carne bovina, 43,9 kg

de carne de aves e 14,1 kg de carne suína. No ranking mundial, o Brasil para a carne boniva é

o 2o maior consumidor, produtor e exportador; para a carne de frango é o 3o maior

consumidor, produtor e o 1o maior exportador e para carne suína é o 5o maior consumidor e o

4o maior produtor e exportador. Segundo a CONAB (2014) as conclusões do relatório sobre as

perspectivas para as carnes bovina, de frango e suína mostram que o cenário de 2013/14 de

oferta ajustada e produção/consumo globais estão relativamente estabilizados ou com baixo

crescimento, a produção brasileira está também estabalizida em níveis próximos aqueles de

2013, o acesso a novos mercados está bastante restrito e o incentivo ao consumo interno deve

ser focado, entrando em controvérsia com mercado de produtos de carne-alterniva mundial, o

qual cresce constantemente anualmente (MINTEL, 2001).

3.4.1. Hambúrguer

Dentre os produtos industrializados de carne, o hambúrguer é uma

alternativa para o aproveitamento das carnes menos nobres, o que vem aumentar o lucro dos

abatedouros. Os hambúrgueres congelados quase prontos para o consumo têm sido vistos

como hábito alimentar da população brasileira e de outros países, em virtude de suas

características sensoriais positivas e por ser um produto de fácil preparo (QUEIROZ et al.,

2005).

De acordo com a Instrução Normativa n° 20, de 31 de julho de 2000,

(BRASIL, 2000) entende-se por hambúrguer o produto cárneo industrializado obtido da carne

moída dos animais de açougue, adicionado ou não de tecido adiposo e ingredientes, moldado e

submetido a processo tecnológico adequado. Trata-se de um produto cru, semi-frito, cozido,

frito, congelado ou resfriado. Os valores quanto à composição que devem ser respeitados,

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segundo à legislação vigente (Tabela 11).

Tabela 11. Limites físico-químicos determinados determinados pela legislação para padronização de hambúrguer.

Parâmetro Limite Gordura (máx.) 23% Proteína (min.) 15% Carboidratos totais 3%

Teor de cálcio (máx. base seca) 0,1% (hambúrguer cru) 0,45% (hambúrguer cozido)

CMS (máx.) 30% (apenas hambúrguer cozido) Proteína não-cárnica agregada (máx.) 4%

Fonte: (BRASIL, 2000).

O aumento do consumo de hambúrgueres não apenas no Brasil, mas

em todo o mundo, foi responsável pela reativação do consumo da carne bovina. As gerações

mais jovens são menos sensíveis aos argumentos de risco de desenvolvimento de doenças

cardíacas pela ingestão de colesterol, e consomem cada vez mais hambúrgueres.Estudos têm

confirmado a tendência de que mantenham esses hábitos pelo resto da vida (NASCIMENTOet

al., 2005).

Spencer, Frank e Mcintosh (2005) estudaram quais vantagens para a

saúde os consumidores teriam se os próximos 100 bilhões de hambúrgueres bovinos

distribuídos pela rede de fast food “McDonald`s” fossem substituídos por hambúrgueres

vegetais. Eles verificaram que com essa substituição, as pessoas teriam consumido um

percentual equivalente de calorias, porém, o teor de fibras e proteínas seria muito maior e

ainda, o teor de gordura e gordura saturada seria muito menor.

O elevado consumo de fast food, cujos alimentos apresentam alta

densidade calórica, alto teor de gordura e baixo teor de fibras vêm sendo associados à

epidemia da obesidade nos Estados Unidos (GRAM et al., 2002). O consumo elevado de

hambúrgueres nos últimos 20 anos contribui substancialmente na ingestão calórica e de

gordura para a epidemia da obesidade nos Estados Unidos e para a pandemia mundial da

mesma (WHO, 2002; BOWMAN & VINYARD, 2004).

Vários experimentos sobre o uso de substitutos de gorduras em

produtos cárneos, especialmente em hambúrguer, vêm sendo desenvolvidos, uma vez que,

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embora consumido por todas as classes populares em virtude da praticidade que representa e

por possuir nutrientes que alimentam e saciam a fome rapidamente (HAUTRIVE et al., 2008;

BARBOSA, 2010), o consumo demasiado desse tipo de produto pode ser prejudicial à saúde

humana, causando obesidade e doenças, como hipertensão, diabettes mellitus e dislipidemias

(ORTIGOZA, 2008).

3.5. Perspectivas para o consumo de alimentos alternativos à carne

Nos últimos anos especial atenção tem sido dada aos perigos das dietas

ricas em gordura, e como conseqüência, observa-se uma crescente valorização dos produtos

com quantidades reduzidas desse componente. Atualmente observa-se uma intensa competição

entre os setores de desenvolvimento de produtos nas indústrias, para oferecer aos

consumidores alimentos com baixo teor de gordura, colesterol e elevados teores de fibras. O

consumo por alimentos alternativos a carne, aumentou em uma base global com aumento da

preocupação pública sobre as questões alimentares e de saúde. Tanto as pessoas pertencentes

às comunidades vegetarianas e veganas, quanto as demais têm recorrido a comer alimentos de

origem vegetal e cogumelos frescos, cozidos, processados, bebidas e suplementos dietéticos

(AIDA et al., 2009).

Durante a década de 1960, os nutricionistas e os políticos de todo o

mundo estavam preocupados com o crescimento previsto da população mundial levando a

escassez global de proteínas no futuro, portanto cientistas de alimentos desenvolveram uma

fonte de proteína microbiana de preço acessível e palatável (FORSS et al., 1974;

RIGHELATO, 1976; EDELMANet al., 1983). Em última análise, esta pesquisa se concentrou

em um fungo filamentoso que é comumente encontrado no solo. Em 1967, o fungo (Fusarium

venenatum) foi identificado em um campo em Marlow, Buckinghamshire, Reino Unido, que

acabou por ser explorado para produzir a "micoproteina" (MCILVEEN et al., 1999;

RODGER, 2001; DENNY et al., 2008). Micoproteina é o nome genérico dado ao ácido

ribonucleico (RNA) de biomassa reduzida compreendendo as hifas de F. venenatum, linhagem

A3/5 ATCC PTA-2684, em um processo de fermentação contínua, ou proteína de célula única

("single-cell protein") (RODGER, 2001). Introduzido pela primeira vez na Grã-Bretanha em

meados de 1980, a micoproteina agora é utilizada em produtos da QuornTM, como

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hambúrgueres, salsichas, filés, grelhados, assados, pratos prontos, como peças e cortes frios

(DENNY et al., 2008), justamente para atender a demanda mundial crescente por embutidos

de forma saudável. Atualmente estes produtos da QuornTM também são comercializados em

outros países, incluindo a Irlanda, Bélgica, Luxemburgo, Holanda, Suécia, Suíça e EUA.

A influência das dietas orientais e mediterrâneas sobre os perfis de

morbi-mortalidade por doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer tem chamado a

atenção do mundo. Assim, estas dietas menos calóricas e lipídicas e mais ricas em vitaminas e

fibras têm sido uma das explicações do porquê a mortalidade por doenças cardiovasculares é

muito menor nos países do Mediterâneo e Oriente em relação aos países ocidentais

(TRICHOPOULOU &VASILOPOULOU, 2000; WEISBURGER, 2000). Dentre os países da

Ásia, o Japão é o que apresenta o maior índice de expectativa de vida e uma das menores taxas

de incidência de câncer.Esses fatores estão diretamente ligados ao tipo de alimentação das

pessoas, destacando o alto consumo de cogumelos comestíveis (ARYANTHA, 2005).

A atenção do mundo industrializado tem se voltado para as alternativas

de fontes protéicas com baixos teores de gordura e colesterol. (PEDERSEN, 1995).Além

disso, cada vez mais o interesse dos consumidores no desenvolvimento de substitutos

protéicos da carne vem ganhando popularidade (MURPHY et al., 2007).

A Holanda, com o foco no desenvolvimento sustentável, implantou em

1999 um programa multidisciplinar denominado PROFETAS (Protein Foods, Environment,

Technology and Society), que tinha como objetivo investigar se a substituição da proteína

animal pela proteína vegetal na dieta ocidental seria aceita socialmente, economicamente

sustentável e tecnologicamente possível (PIMENTEL & PIMENTEL, 2003).

Uma das principais conclusões do programa foi que os substitutos das

carnes ou seriam uma possível opção somente se eles não imitassem cortes inteiros de carnes,

mas sim substituíssem ingredientes nas refeições (componentes de sopas, pizzas, lanches, etc.)

(ELZERMAN, 2006).

Recentemente a comunidade científica relata diversos estudos com

foco em substitutos da carne ou gordura animal em hambúrguer utilizando grãos como soja,

aveia, linhaça, quinoa. A importância da redução de gorduras foi exaltada por Hadorn et al.

(2008), ao estudarem a variação dos percentuais de gorduras em salsichas, salame, bacon e

hambúrguer, pois constataram resultados insignificantes nas propriedades tecnológicas desses

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produtos. Os resultados sensoriais obtidos por Dias et al. (2009) para um produto „tipo‟

hambúrguer, substituindo a carne bovina por soja, enriquecido com linhaça e quinoa, não

foram satisfatórios, tendo como uma possível justificativa para a baixa aceitação desse

hambúrguer desenvolvido, o fato de os provadores esperarem sabor de carne no produto, que

geralmente é associado a esse tipo de alimento. Ao estudarem a influência da adição de fécula

de mandioca e farinha de aveia em hambúrguer de carne ovina, Seabra et al. (2002) obtiveram

resultados revelando que as formulações com 2 % de fécula de mandioca, assim como aquela

adicionada de 2 % de farinha de aveia, apresentaram menor teor de gordura, antes e depois de

cozidos, menor encolhimento, maior rendimento e capacidade de retenção de água, ao mesmo

tempo em que apresentaram problemas sensoriais, com relação a suculência, maciez e textura.

Costa (2004) comentou que a utilização de uma mistura de farelo e fibra de aveia com

condimentos, em hambúrguer com 10,0 % de gordura, apresentou rendimento superior (15,0

%) no cozimento ao do controle, com 20,0 % de gordura. O estudo obteve resultados que

demonstraram que o farelo e a fibra de aveia apresentam boa capacidade de retenção de água e

podem imitar a cor e a textura da gordura. Almeida (2011), concluiu que a adição de

diferentes níveis de farinha de aveia em hambúrguer de carne caprina não interferiu na

capacidade de retenção de água dos mesmos, sendo comprovado estatisticamente que, com

uma concentração de 4,0 % de farinha de aveia, ocorreu menor perda de peso por cozimento

(18,4 %) em relação ao grupo controle; o mesmo ocorreu com os teores de lipídios, uma vez

que ficou comprovado que a adição de farinha de aveia contribuiu para a redução de gordura

dos hambúrgueres adicionados dessa fonte de fibras. Youssef e Barbut (2011) obtiveram bons

resultados de textura e rendimento em hambúrgueres com a substituição de gordura animal por

óleo vegetal (canola). Santos Júnior et al. (2009) também obtiveram resultados favoráveis com

relação à redução dos teores de gordura em formulações de hambúrguer de carne ovina por

meio da suplementação de farinha de aveia, tendo sido observada maior aceitação sensorial na

formulação adicionada de 4 % da fibra. Embora Bourscheid (2009) não tenha verificado

redução significativa do teor de gordura em hambúrgueres adicionados de fécula de mandioca

e proteína texturizada de soja, ele constatou menor percentual de encolhimento e maior

percentual de rendimento para essas formulações após cocção, fatores economicamente

esperados. Diferentemente dos resultados obtidos por Dias et al. (2009), a avaliação sensorial

de hambúrgueres de proteína texturizada de soja e atum revelou grande aceitação do produto,

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reforçando o potencial de alimentos à base de soja, quando combinados com outras matérias-

primas (ALBUQUERQUE et al., 2009). Nesse caso, a boa aceitação do produto pode ser em

função do sabor diferenciado proveniente da adição de atum, o qual pode ter contribuído para

mascarar o sabor e o aroma da soja.

Além dos grãos, também são relatadas pesquisas de hambúrgueres com

outros alimentos saudáveis. Em estudo realizado por García et al. (2009), foi constatado que a

adição de casca de tomate seco em hambúrgueres pode ser útil para obtenção de um novo

produto enriquecido com licopeno (4,9 mg/100g), além de proporcionar uma utilização para

este subproduto da indústria do tomate. Bernardino Filho et al. (2012) verificaram um

percentual de gorduras totais na ordem de 2,41 % em hambúrgueres contendo 50 % de inulina

(fibra dietética solúvel extraída comercialmente da raiz da chicória) e 50 % de toucinho; esse

resultado mostrou-se semelhante aos encontrados por Marques (2007), que estudou o efeito da

adição de 12,25 % de farinha de aveia como substituto de gordura animal em hambúrguer de

carne bovina, encontrando 2,45 % de gordura nos produtos crus. Em estudo recente

(MARTINEZ et al., 2012), foi observado que a adição de uma mistura de óleos de oliva, milho

e de peixe em carne para hambúrguer implicou em resultados que se caracterizam como

alternativa viável para a redução do teor de lipídios totais e a incorporação de ácidos graxos

poli-insaturados (ômegas-3 e 6), além de ter sido evidenciada boa aceitação das formulações

desenvolvidas durante a avaliação sensorial das mesmas. Segundo Muhlisin et al. (2013), além

de propriedades antioxidantes, o alecrim pode atuar no organismo como agente anti-

inflamatório e ajudar na prevenção e no tratamento de problemas do sistema digestivo, bem

como melhorar os sintomas de constipações intestinais. Por isso, os pesquisadores

desenvolveram formulações de hambúrgueres adicionados de extrato de alecrim, lactato de

cálcio e lactato de sódio, aditivos estes que contribuíram para os resultados satisfatórios,

aumentando a vida de prateleira do produto.

3.6. Produtos alternativos a base de cogumelos

Cheskin et al. (2008) avaliaram os efeitos benéficos na dieta de

indivíduos que consumiram, em um período de quatro dias, uma média de 419,9 kcal e 30,83 g

de gordura a menos nos pratos preparados com cogumelo quando comparados aos pratos que

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utilizaram carne em sua formulação. Foi verificado ainda que a aceitação dos pratos com

cogumelo foi similar aos pratos com carne, mostrando o potencial de utilização deste tipo de

substituição.

Com o objetivo de inovação tecnológica e melhoria nutricional, a

indústria da panificação têm desenvolvido produtos panificáveis à base de cogumelos

triturados em pó, onde o estudo da variabilidade de concentrações distintas no planejamento

do produto tem sido o desafio nas diversas combinações de massas salgadas e doces

(MINHONI et al., 2005)

Foram realizadas pesquisas com o objetivo de avaliar a aceitabilidade

do cogumelo A. brasiliensis em pratos culinários e produtos alimentícios como referência para

o desenvolvimento de tecnologias de preparo deste cogumelo, visando a impulsionar o seu uso

na alimentação. O Módulo de Cogumelos da FCA/UNESP, trabalhou no desenvolvimento de

produtos à base de cogumelos, com ênfase para a produção de produtos panificáveis

adicionados de cogumelos em pó (KOPYTOWSKI FILHO et al., 2003; ESCOUTO et al.,

2005; MINHONI et al., 2005).

Kopytowski Filho e Escouto apud Minhoni et al. (2005), avaliaram a

qualidade gastronômica de biscoitos semi-amanteigados, aplicando o teste de aceitabilidade

para 100 pessoas em loja de conveniência. Como resultado, mais de 80% das pessoas

consideraram o produto como sendo bom ou ótimo e mais de 75% comprariam o produto.

Cogorni et al. (2014) avaliaram a adição de diferentes frações de

cogumelo Pleurotus sajor-caju desidratado em pó na farinha de trigo para aumentar o seu

valor nutritivo, sem alterar suas características. A farinha de trigo com o cogumelo em pó

obteve teor reduzido de açúcar, mas não aumentou o conteúdo de gordura. As fibras,

proteínas, fósforo, potássio, ferro, riboflavina e os conteúdos foram aumentados

principalmente quando 10% cogumelo em pó foi adicionado à farinha de trigo. Além disso,

essa farinha não sofreu alterações drásticas em suas características físico-químicas, tais como

a umidade, glúten úmido e cor.

A EMBRAPA-Florestas, em conjunto com duas empresas (Tip-Top e

GAPI), produziram biscoito tipo rosca adicionado de A. blazei em pó e conserva de A. blazei.

Estes materiais apresentaram aceitação total pelos participantes da IV Feira Estadual Sabores

do Paraná, na Cidade de Curitiba (SIQUEIRA, 2004). Siqueira (2004), no II Simpósio

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Internacional Sobre Cogumelos Comestíveis e Medicinais apresentou e preparou opções de

pratos, além de bebidas à base de A. blazei.

Aishah & Wan Rosli (2013) selecionaram e avaliaram sensorialmente

e nutricionalmente três produtos à base de carboidratos, arroz-mingau (AM), pão achatado de

paratha (PP) e um bolo convencional (BC) formulados comPleurotus sajor-caju (PSC)

desidratado em pó. Em conclusão, a adição do cogumelo Pleurotus em pó para substituir

parcialmente o arroz e farinha de trigo em AM, PP e BC aprimorou os componentes

nutricionais essenciais, além da boa aceitação pelos consumidores e assim, foi possível

considerar a adição deste em produtos alimentares com base em carboidratos com o objectivo

de aumentar as composições de nutrientes sem afetar a sua aceitação sensorial.

Em outro estudo, foi verificado que molhos de tomate com adição do

cogumelo Agaricus brasiliensis possuíam quantidade de polifenóis maior em relação aos

molhos sem o extrato do cogumelo (MONTEIRO, 2008).

O extrato de cogumelo do gênero Agaricus apresentou-se como um

agente antioxidante natural promissor, efetivo na proteção do óleo de soja. Porém, os autores

afirmaram em seus estudos que é fundamental a investigação da atividade antioxidante do

extrato do cogumelo em diferentes concentrações para que o produto possa se tornar mais

competitivo no mercado (Silva et al, 2009).

Uma combinação purificada é muito diferente do cogumelo inteiro e,

portanto, é inevitável questionar se comer o cogumelo inteiro tem valor preventivo ou

terapêutico e, nesse caso, quanto deveria ser consumido e de que forma. Para shiitake, os

pesquisadores descobriram que os corpos de frutificação pulverizados dados a ratos como 10-

20% da sua dieta inibiu tumores transplantados e estudos pequenos demonstraram redução do

efeito ameaçador do consumo de lipídeos com 9 g de cogumelos secos ou 90 g de cogumelos

frescos (Chang, 1996).

Em outros trabalhos, algumas espécies de cogumelos comestíveis

foram utilizadas nas seguintes dosagens em testes realizados em humanos: Lentinus edodes, 2

mg de lentinana após uma semana, quatro vezes por dois ou quatro intervalos semanais.

Agaricus bisporus, 2,5 μL; 5 μL ou 10 μL de extrato liofilizado; mistura de polissacárides de

seis cogumelos medicinais (Agaricus blazei, Lentinus edodes, Grifola frondosa, Ganoderma

lucidum, Coriolus versicolor, Cordyceps sinensis ) e poliactina A três vezes ao dia,

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representando um total de 6 g da mistura de cogumelos (NOVAES; FORTES, 2005).

Lemos (2009) desenvolveu e caracterizou um produto análogo a

hambúrguer à base de farinha de trigo, tofu, proteína texturizada de soja e o cogumelo A.

brasiliensis desidratado em pó, comparando suas características com uma formulação

controle, na qual hamburguer análogo foi substituído por carne moída de patinho, e com

produtos comerciais: um a base de carne bovina e outro a base de proteína vegetal.

Considerando-se os resultados obtidos neste trabalho, o hambúrguer enriquecido com o

cogumelo A. brasiliensis demonstrou ser uma alternativa mais saudável ao produto tradicional,

pois além das propriedades nutricionais e gastronômicas, o cogumelo apresenta inúmeras

propriedades medicinais, além do alto teor de fibras.

Wan Rosli et al. (2011) avaliaram a composição de nutrientes e

propriedades sensoriais de empadas de frango (PLP) incorporadas com vários níveis de

cogumelo ostra cinza (Pleurotus sajor-caju, PSC). As empadas foram formuladas com 0%,

25% ou 50% do do cogumelo triturado. Os resultados mostraram que as empadas formuladas

com 25% de Pleurotus apresentaram teor de proteína de 17,46% menor do que as empadas do

controle com 18,13%, mas não foi significativo, entretanto, ambas as empadas contendo 25%

e 50% de cogumelo após cocção apresentaram concentração significativamente menor de

gordura, sendo 10,67% e 7,15%, respectivamente. Por outro lado, as empadas contendo 50%

de cogumelos obtiveram a concentração mais alta de fibra dietética total (FDT) de 4,90g/100g

em comparação com as empadas contendo 25% de cogumelo (3,40 g / 100 g) e com o controle

(1,90 g / 100 g).

Cha et al. (2012) avaliaram o efeito do cogumelo Tremella fuciformis

sobre as características de qualidade e sensoriais de empadas com carne de porco. Nas

empadas cozidas, o conteúdo de umidade aumentou com a quantidade de cogumelo

adicionado, e tinham rendimento após o cozimento significativamente maior do que a amostra

de controle. Todos os tratamentos obtiveram conteúdos de leveza (64,31~67,23) e

amarelecimento (14,39~14,60) superiores em relação ao controle (61,73 e 14,20,

respectivamente). Amostra controle apresentou a menor pontuação (3.8), de preferência por

oleosidade e este valor foi menor do que a média (4,0), enquanto a preferência por oleosidade

em amostras com o cogumelo aumentou (4,9 ~ 5,8). Por conseguinte, a capacidade de retenção

de óleo dos cogumelos obteve efeito positivo sobre o rendimento de cocção da empada, bem

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como efeito sensorial.

Wan Rosli & Solihah (2012) avaliaram a capacidade do cogumelo

Pleurotus sajor-caju (PSC) na mudança de características físicas e propriedades sensoriais de

empada de carne. Os resultados demostraram que as empadas de carne adicionadas com 50%

de PSC triturado apresentaram maior teor de fibra dietética total (FDT) em 9,95g/100 g em

comparação com empada de carne contendo 25% de CPS (7,00g/100g) e do controle

(3,90g/100g). A carne substituída por 25% do PSC, demonstraram o maior rendimento

(76,62%) e retenção de umidade (59,80%). Nos outros traços físicos, empadas contendo 25%

de PSC registraram retenção de gorduras de 89,04% e não foi significativa (P <0,05) com as

empadas controle (88,59%). No entanto, a retenção de gordura foi diminuiu

proporcionalmente com o incremento nos teores PSC nas formulações. Não houve diferenças

registradas em todos os atributos sensoriais das empadas com coguemlos percebidos pelos

avaliadores. A adição do PSC a 25% pode ser recomendada para incorporação em empadas de

carne e permitir a redução da formulação de custo sem afetar características sensoriais do

produto.

No Brasil, entre as 24 categorias de alimentos mais vendidos em 2005,

75% estão ligados à saúde (AC NIELSEN, 2007 apud LEMOS, 2009). Uma pesquisa feita

pela Health Focus em 30 países mostra que 44% dos consumidores brasileiros da classe A e B

escolhem seus alimentos com base na relação que eles têm com a saúde, sendo um dos

maiores índices da América Latina (RAUD, 2008).

3.7. Análise sensorial

Análise sensorial é definida como a área científica usada para evocar,

medir, analisar e interpretar reações das características dos alimentos e materiais da maneira

como eles são percebidos pelos sentidos da visão, olfato, gosto, tato e audição e permite

comparar, diferenciar e qualificar os atributos sensoriais (ABNT, 1993a; FERREIRA et al.,

2000).

Nos últimos anos, a análise sensorial dos alimentos deixou de ser uma

atividade secundária e empírica e enquadrou-se na categoria de disciplina científica, sendo

capaz de gerar informações precisas e reprodutíveis, sobre as quais recaem importantes

decisões, relativas à seleção de matéria-prima, modificação, padronização de métodos e

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otimização de formulações para desenvolvimento de novos produtos, tornando-se ferramenta

básica para aplicação na indústria de alimentos (MEHINAGIC et al., 2003). Além dessas

aplicações, a análise sensorial também pode atuar em testes de embalagem e estocagem,

estudos de vida-de- prateleira, controle de qualidade, pesquisa de mercado, testes de

preferência do consumidor, entre outros (ANJOS e ANJOS, 2007).

Os instrumentos da análise sensorial são os sentidos do homem, a

palavra sensus provém do latim e significa “sentido”. A análise sensorial é uma técnica de

medição tão importante quanto os métodos físicos, químicos e microbiológicos. Sendo

fundamental na estatística, filosofia, psicologia e outros ramos da ciência, têm rigor cientifico

associado à experimentação. Sendo assim, ela desempenha um papel importante em todos os

aspectos da ciência e tecnologia de alimentos (WASZCZYNSKY, 2001).

As propriedades sensoriais dos alimentos têm sido muito valorizadas

nas últimas décadas, pois determinam a aceitabilidade do produto no mercado consumidor e,

portanto, sua viabilidade econômica (GURGEL, 2000). Em adição às características

sensoriais, os consumidores também estão mais exigentes em relação à qualidade nutricional

do que irão consumir (GIL, ENCARNA & KADER, 2006).

A NBR 12994 de julho 1993 classifica os métodos de análise sensorial

dos alimentos e bebidas em discriminativos, descritivos e subjetivos (ABNT, 1993b).

Os métodos discriminativos estabelecem diferenciação qualitativa e/ou

quantitativa entre as amostras.São classificados em testes de diferença (comparação pareada,

triangular, duo-trio, comparação múltipla, ordenação, A ou não A, dois em cinco) indicando se

existe ou não diferença entre as amostras, e testes de sensibilidade (limites, estímulo constante,

diluição) medindo limites de percepção de estímulos (DUTCOSKI, 2007).

Os testes discriminativos são, em geral, de fácil interpretação,

requerem pouco tempo, são relativamente baratos (LAWLESS e HEYMANN, 1999). As

informações que estes testes fornecem podem ser utilizadas no desenvolvimento de programas

de controle e padrões de qualidade (PEREIRA e AMARAL, 1997).

3.8. Aspectos economicos

Segundo Moda (2003), em termos comerciais, o cogumelo apresenta

uma das maiores taxas de retorno por unidade de área, podendo gerar lucro de até 150% sobre

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o capital investido ao final do período produtivo, porém esta porcentagem pode variar em

função do cogumelo cultivado e da época do ano, em razão de períodos de safra e entressafra

de algumas espécies.

No Brasil, além do baixo consumo, o interesse da comunidade

científica tem se concentrado mais no estudo da biologia e forma de cultivo do cogumelo. Há

poucas publicações que tratam a cultura de cogumelo como um agronegócio e, em geral, elas

abordam apenas um ou outro componente da sua cadeia produtiva. Entre essas publicações

estão os trabalhos de Matsunaga et al. (1982), Bessa Júnior et al. (1996), Paula et al. (2001)

que tratam da viabilidade econômica dos cogumelos; Duprat; Souza (2003) que analisam os

hábitos de consumo de cogumelos; Ortiz et al. (2007) que estudam os fatores competitivos da

cadeia de cogumelos do Brasil e Dias (2010) que realizou uma análise dos principais desafios

e oportunidades da produção de cogumelos no Brasil. Esses trabalhos, mostram que, apesar

das aparentes oportunidades oferecidas pelo agronegócio do cogumelo, há, no Brasil,

restrições para a sua viabilidade econômica que precisam ser melhor compreendidas.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

4.1 Matéria prima

Para confeccionar o hambúrguer, exceto para os cogumelos, os demais

ingredientes utilizados serão adquiridos nos mercados locais no Município de Botucatu, SP.

Os hambúrguers de soja e carne também serão comprados nos mercados locais.

4.1.1. Hambúrguer alternativo de cogumelos (HAC)

Basidiomas frescos de P. florida (shimeji branco), P. sapidus

(cogumelo ostra) e P. ostreatoroseo (cogumelo salmão) após 1 dia de colheita e refrigerados a

4oC serão cedidos pela Empresa Life Fungicultura e Horticultura Orgânicos Ltda (LIFE).

Após aquisição os cogumelos serão armazenados em refrigerador, sob temperatura de 4-6oC,

previamente para confecção dos hambúrgueres. Os demais ingredientes utilizados para

confecção serão: cenoura, azeite extra virgem, ovo em pó pasteurizado desidratado, gergelim

preto, sal marinho e mix de pimentas preta, branca e vermelha moídas. Os ingredientes serão

armazenados quando necessário sob refrigeração, nas mesmas condições dos cogumelos.

4.1.2. Hambúrguer alternativo de soja (HAS)

Serão utilizados hambúrgueres de soja da marca Sojamania®

(http://sojamania.com.br/index.php/receitas/hamburguer-2), adquiridos na rede Pão de Açúcar

no município de Botucatu, SP. Após a compra serão armazenados em freezer doméstico, sob

temperatura de -18 ±2ºC, até o momento da análise sensorial.

Este produto, diferente dos hambúrgueres convencionais de soja, é

empanado com farinha de rosca e possui sabor orégano. Os ingredientes utilizados descritos

segundo o fabricante são: soja, farinha de trigo, água, orégano, sal e farinha de rosca

A composição nutricional dos hambúrgueres de carne e soja estão

descritas na Tabela 12.

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Tabela 12. Composição centesimal dos hambúrgueres de carne bovina e soja, em porção de 56g, fornecidas pelas fabricantes. Informações nutricionais

Hambúrguer de orégano Sojamania Hambúrguer de carne bovina Aurora Qtd. por porção %VD(*) Qtd. por porção %VD(*)

Valor energético

98kcal = 410kj 5,0 91 kcal = 382 kj 4,8

Carboidratos 13 g 4,0 4,9 g 1,4 Proteínas 6,0 g 8,0 7,7 g 10,5 Gorduras totais

2,0 g 4,0 4,5 g 8,4

Gorduras saturadas

0,0 g 0,0 2,1 g 9,8

Gorduras Trans

0,0 g 0,0 0,0 g **

Colesterol 0,0 mg 0,0 - - Fibra alimntar 2,0 g 8,0 0,0 g - Cálcio 29 mg 3,0 - - Ferro 1mg 7,0 - - Sódio 326 mg 14 337 mg 13,98 * Valores diários de referência com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400kj. Seus valores diários podem ser maiores ou menores, dependendo de suas necesidades energéticas; ** Valor diário não estabelecido

4.1.3. Hambúrguer de carne bovina (HCB)

Serãoutilizados hambúrgueres de carne congelados da marca Aurora®

(http://www.auroraalimentos.com.br/consumidor/produto/571/hamburguer-de-carne-bovina-

granel-aurora) e adquiridos na rede Tenda Atacado no município de Botucatu, SP. Após a

compra serão armazenados em freezer doméstico, sob temperatura de -18 ±2ºC, até o

momento da análise sensorial.

Os ingredientes utilizados no hambúrguer descritos segundo o

fabricante são: Carne bovina, água, gordura bovina, proteína de soja, cebola, sal, estabilizante:

tripolifosfato de sódio (INS 451i), realçador de sabor: glutamato monossódico (INS 621),

corantes naturais: caramelo IV (INS 150 d), vermelho de beterraba (INS 162) e carmim de

cochonilha (INS 120), antioxidante: eritorbato de sódio (INS 316).

4.2.1 Planejamento Experimental

Para o desenvolvimento das formulações do HAC serão realizados

testes para estabalecer quais as proporções ideais de cogumelos e os demais ingredientes que

podem ser utilizados para tornar o produto o mais similar possível de um hambúrguer

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convencional.

A primeira variável analisada será a proporção de cogumelos e o

método de processamento utilizados nos hambúrgueres. Produtos convencionais à base de

carne moída, por natureza, possuem consistência ideal para fornecer estabilidade em relação

ao formato de disco além de conservar parte da textura original da carne.

Na indústria alimentícia são utilizados diversos tipos de espessantes

para dar estabilidade a este tipo de produto, porém como o objetivo do trabalho é criar um

produto saudável e de alta qualidade, decidimos não utilizar produtos químicos na receita.

Para aperfeiçoar a textura,foram realizados testes preliminares

variando a porcentagem entre cada um dos cogumelos.Após, notou-se que utilizando cada um

dos cogumelos separadamente para confeccionar os hambúrgueres, afetava diretamente a

texteura e as qualidades organolépticas, devido as características únicas de cada espécie de

cogumelo. Por exemplo, utilizando somente o shimeji processado para formar um

hambúrguer, a textura do produto tornava-se muito pastosa e utilizando somente o cogumelo

salmão triturado, a textura era mais agradável no resultado final, porém a estrutura tornava-se

débil e mais difícil de obter liga, além do sabor deste cogumelo ser mais intenso e menos

agradável para consumidores iniciantes.

Portanto para solucionar o problema da estabilidade da estrutura do

hambúrguer, foram elaboradas receitas com diferentes proporções de cogumelos triturados em

processador de alimentos para agir como "cola" e melhorar a textura sem prejudicar as

qualidades organolépticas (Tabela 13).

Tabela 13. Tratamentos preliminares realizados com objetivo de elaborar uma formulação de hambúrguer à base dos cogumelos.

Ingredientes* Peso fresco (g) e propoções (%) das formulações teste T1 % T2 % T3 % T4 %

Cogumelo ostra 100 32.8 150 49,2 75 24,6 75 24,6 Cogumelo salmão 100 32.8 75 24,6 150 49,2 75 24,6 Cogumelo shimeji 100 32.8 75 24,6 75 24,6 150 49,2 Temperos** 5 1.6 5 1.6 5 1.6 5 1.6

** Pimentas vermelha, branca e preta moídas e sal marinho;

Após obter a misturada ideal avaliada pela equipe, foram realizadas

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outros testes para definir a quantidade de tempero ideal, sal e pimentas, além da quantidade de

azeite para evitar o uso de óleo de soja durante o preparo do produto para o consumidor final.

4.2.2. Formulação do HAC

Após os testes iniciais, os ingredientes a serem utilizados na

formulação final estão descritos na Tabela 14.

Tabela 14. Formulação final desenvolvida do hambúrguer à base dos cogumelos (HAC). Formulação Peso, g %

Cogumelo shimeji 1.230 23 Cogumelo salmão 1.230 23 Cogumelo funghi 1.230 23 Cenoura 550 10 Sal marinho 50 1 Gerglim preto 70 1 Ovo em pó pasteurizado desidratado 170 3 Azeite 750 14 TOTAL 5.265 100

4.2.3 Processamento dos hambúrgueres

O preparo das formulações dos hambúrguers seguirá a seguinte ordem:

triturar os cogumelos frescos e a cenoura em processador de alimentos em particulas de 5 a

10mm; pesagem da matéria-prima; mistura de todos os ingredientes; divisão da massa obtida

em porções de 100g; moldagem na forma específica para hambúrguer; acondicionamento em

embalagens de filme plástico e armazenamento em freezer com temperatura inferior a -18ºC

até o momento das análises.

Para a realização das análises sensoriais, os hambúrguers congelados

serão grelhados durante tempos previamente determinados (Tabela 15) em cada superfície

para maior conservação do "suco", em chapa previamente aquecida e exceto para os HAC,será

untada com pequena quantidade de óleo vegetal de soja. Para a análise sensorial as amostras

serão embaladas em papel alumínio e mantidas em estufa a 60ºC até o momento da análise.

Tabela 15. Temperatura e tempo de cocção empregado nos tratamentos mediante análise sensorial.

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Tratamentos* Frigideira 1a face 2a face

Temperatura inicial, ºC

Temperatura de fritura, ºC

Tempo frit.

Temperatura de fritura, ºC

Tempo de fritura

HAC 90 65 ±5 5' 75 ±5 3' HCB 90 65 ±5 3' 65 ±5 3' HAS 90 80 ±5 3' 90 ±5 3'

*HAC: Hambúrguer alternativo de cogumelo; HCB: hambúrguer convencional de carne;

HAS: hambúrguer alternativo de soja.

4.2.5 Teste de aceitabilidade

O teste de avaliação sensorial será realizado nas dependências do

Laboratório de Nutrição e Dietética do Instituto de Biologia, da UNESP-Botucatu seguindo

protocolo fornecido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL). Os julgadores serão

recrutados através de convite verbal e também por escrito em função da disponibilidade e

interesse em participar dos testes.

Para a avaliação serão recrutados 100 consumidores de hambúrgueres

dentre estudantes e funcionários do Instituto de Biologia da UNESP-Botucatu, sem restrições

quanto ao sexo, idade e frequência de consumo, das classes sociais A/B/C, segundo o Critério

Padrão de Classificação Econômica Brasil 2013 (ABEP, 2013). Em todos os testes, será

oferecida água refrigerada para todos os julgadores com o intuito de enxaguarem a boca entre

as avaliações para neutralizar o paladar através da limpeza das papilas gustativas.

O objetivo da análise sensorial será caracterizar as diferenças entre os

hambúrguers comparando aleatoriamente as amostras sendo avaliadas quanto à aceitabilidade

do produto de modo global por meio de escala hedônica de nove pontos (8=gostei muitíssimo,

4=não gostei nem desgostei e 0= desgostei muitíssimo) e quanto à intenção de compra (4=

certamente compraria, 3= tenho dúvidas se compraria ou não, 0= jamais compraria) (ABNT -

NBR 14141, 1998; MEILGAARD et al. 1991; 1996). Além da análise de aceitabilidade, será

aplicada a metodologia CATA (Check All That Apply), traduzido como: “indique as palavras

que melhor descrevam o produto” (ARES et al., 2010). Ao final, será solicitado que o

provador ordene as amostras em relação à preferência, sendo 1 para a melhor formulação, 2

indiferente e 3 para a pior formulação. Os modelo de fichas utilizados estão apresentados nos

Anexo 1-4.

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Além das questões relacionadas à avaliação dos produtos, os

consumidores responderão a questões sobre hábitos de consumo de produtos que substituem a

carne na alimentação. As amostras serão avaliadas em uma sessão de forma monádica

sequencial segundo um delineamento de blocos completos balanceados e apresentados com

códigos de três números aleatórios, servidas à temperatura de 60°C em pratos com garfos e

facas descartáveis. O teste será conduzido em mesas com 2 avaliadores com uso de fichas e

canetas esferográficas para coleta e análise dos dados. Os dados relativos à aceitabilidade das

amostras serão submetidos à análise de variância e teste de Tukey para comparação de médias,

ao CATA serão avaliados por análise multivariada, à intenção de compra pelo chi quadrado e

à ordenação por Friedman e Fisher’s.

4.2.6 Análises físico-químicas

As análises físico-químicas serão realizadas nas matérias-primas

básicas (cogumelos) em triplicata e o resultado será expresso pela média dos valores.Para

avaliação da umidade será utilizado método para determinação da perda de água por

dessecação até peso constante, a 105oC (AOAC, 2000). Para proteínas será utilizado método

de determinação de nitrogênio total realizado pelo processo de digestão micro-Kjeldahl.

(Brasil, 2005).Para as fibras alimentáres o método de determinação enzimático-gravimétrico

(AOAC, 2000). Para os lipídeos determinação através da extração em aparelho soxhlet com

solvente extrator (IAL, 2005). Para cinzas método de determinação através da incineração

completa em mufla a 550oC, restando os compostos inorgânicos (IAL, 2005). Para

carboidratos totais (teor de fibra alimentar incluída) será utilizado método de determinação por

cálculo de diferença: [100g - (total proteínas g + lipídeos g + cinzas g + umidade g)] (TACO,

2006). Para o valor calórico método de determinação utilizando o seguinte cálculo: (4 x

proteínas g) + [4 x (carboidratos totais g - fibra alimentar g)] + (9 x lipídios g) (TACO, 2006).

A análise de fibra alimentar será realizada em triplicata com as amostras desengorduradas.

As análises de fibras alimentares, lípidios, proteínas e demais serão

realizadas no laboratório de Tecnolgia de Alimentos no Departamento de Horticultura da

FCA, UNESP Botucatu.

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4.2.8 Estimativa de custo

Segundo Padovese (2007) e Gitman (2012) a estimativa de custo das

formulações será calculada pelo alinhamento dos custos operacionais (fixos e variáveis) com

as despesas operacionais e financeiras, se houver, no caso de proposta de inserção de

financiamentos do permanente ou do capital de giro, para a inclusão e/ou manutenção no

mercado.

O estabelecimento dos custos pode alimentar o dimensionamento do

preço, considerando fatores econômicos para o investimento, como o Pay Back e a real Taxa

de Retorno o que consequentemente irá oportunar uma visualização da viabilidade econômica

da proposta.

Ainda sob o aspecto econômico-financeiro do agronegócio, se faz

necessário o estabelecimento do período safra do cogumelo, procurando evitar a sazonalidade

do produto, o que pode contribuir para a redução da flutuação da lucratividade.

4.2.9 Análise Estatística

Os dados gerados, com as três repetições, em todas as análises e testes

efetuados, serão tratados estatisticamente através da realização da Análise de Variância

(ANOVA) com posterior comparação das médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de

significância, pelo programa ASSISTAT.

Os resultados obtidos na determinação do teor protéico e da quantidade

de fibras alimentares das amostras de hambúrgueres serão analisados estatisticamente pelo

delineamento de misturas, conforme planejamento experimental, com análise de variância

(ANOVA) pelo programa ASSISTAT.

A comparação da formulação final com os produtos similares será

analisada estatisticamente através de delineamento inteiramente casualisado.

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9. REFERÊNCIAS

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas.NBR 13170: Teste de ordenação em

análise sensorial. Rio de Janeiro, 1994. 7p.

ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas.NBR 14141: Escalas utilizadas em análise

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10. ANEXOS

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Anexo 1. Modelo do formulário utilizado na análise sensorial para determinar o perfil dos julgadores

FICHA DE AVALIAÇÃO SENSORIAL *Você vai provar 1 amostra de hambúrguer vegetariano formulado com cogumelos, 1 amostra de hambúrguer de soja e 1 amostra de hambúrguer de carne bovina 1) POR FAVOR, INDIQUE SUA FAIXA ETÁRIA E SEXO: ( ) 17-20 ( ) 26-35 ( ) 41-45 ( ) 51-55( ) Masculino ( ) 21-25 ( ) 36-40 ( ) 46-50 ( ) 56-60( ) Feminino 2) VOCÊ É FUMANTE? ___________________ 3) QUAIS OS TIPOS DE PRODUTOS VEGETARIANOS SUBSTITUTOS DE CARNE VOCÊ CONSOME (EX. CARNE DE SOJA, NUGGETS DE VEGETAIS, ETC...)? ________________________________________________________________________________________ 4) COM QUE FREQUÊNCIA VOCÊ CONSOME PRODUTOS VEGETARIANOS SUBSTITUTOS DE CARNE? ( ) Não consumo ( ) 1 vez por semana ( ) 4 ou 5 vezes por semana ( ) 1 vez por mês ( ) 2 ou 3 vezes por semana( ) Acima de 6 vezes por semana 5) VOCÊ CONSOME COGUMELOS? ( ) Sim ( ) Não 6) QUAL A FREQUÊNCIA DO SEU CONSUMO DE COGUMELOS? ( ) Não consumo ( ) 2 ou 3 vezes por semana ( ) 1 vez por mês ( ) 4 ou 5 vezes por semana ( ) 1 vez por semana ( ) Acima de 6 vezes por semana 7) QUE TIPO(S) DE COGUMELO(S) VOCÊ CONSOME? ___________________________________________________________________ 8) QUAL A FORMA DE ARMAZENAMENTO DESSE(S) COGUMELO(S)? ( ) Fresco ( ) Seco ( ) Em conserva 9) PENSANDO EM UM HAMBÚRGUER VEGETARIANO FORMULADO COM USO DE COGUMELOS EM SUA FORMULAÇÃO ASSINALE ABAIXO QUAIS AS CARACTERÍSTICAS QUE VOCÊ ESPERA QUE ESTE PRODUTO TENHA: Quanto à APARÊNCIA: ( ) cor escura ( ) cor estranha ( ) homogêneo ( ) liso ( ) ao ponto ( ) cor boa ( ) estrutura compacta ( ) rugoso ( ) bem passado ( ) manchado ( ) cor clara ( ) mal formado ( ) oleoso ( ) cru/mal passado

Quanto ao AROMA e ao SABOR

( ) bem temperado ( ) cogumelo ( ) ácido ( ) óleo ( ) queimado ( ) salgado ( ) carne ( ) glutamato (Ajinomoto) ( ) saboroso ( ) ovo

( ) pouco sal ( ) amargo ( ) falta sabor ( ) apimentado ( ) cereais ( ) sabor estranho ( ) terra ( ) cenoura ( ) desagradável ( ) azedo

Quanto à TEXTURA

( ) duro ( ) esfarela fácil ( ) suculento ( ) borrachento

( ) macio ( ) agradável ( ) quebradiço ( ) grudento ( ) seco ( ) crocante

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Anexo 2. Modelo de ficha utilizada no teste do perfil de características para a avaliação

sensorial dos hambúrgueres de cogumelo.

Anexo 3. Modelo de ficha utilizada no teste de ordenação da preferência para avaliação

sensorial dos hambúrgueres de cogumelos.

.

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE HAMBÚRGUER DE COGUMELO

Nome:_____________________________________________ Data:___/___/___

TESTE DE ORDENAÇÃO DE PREFERÊNCIA Agora deguste novamente as amostras de hanbúrguer de cogumelo e ordene-se de acordo com a sua preferência, colocando em primeiro lugar a que você mais gostou e por último a que você menos gostou. 1. _________ 2. _________ 3. _________ Obs.: ___________________________________________________________________________________

AMOSTRA ___________

Indique o quanto você gostou desta amostra DE MODO GERAL: Gostei Gostei Gostei Não gostei Desgostei Desgostei Desgostei Muitíssimo muito Gostei pouco nem desgostei pouco Desgostei muito muitíssimo

( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) Por favor, assinale na lista abaixo as características que você percebe nesta amostra:

Quanto à APARÊNCIA: ( ) cor escura ( ) cor estranha ( ) homogêneo ( ) liso ( ) ao ponto ( ) cor boa ( ) estrutura compacta ( ) rugoso ( ) bem passado ( ) manchado ( ) cor clara ( ) mal formado ( ) oleoso ( ) cru/mal passado

Quanto ao AROMA e ao SABOR

( ) bem temperado ( ) cogumelo ( ) ácido ( ) óleo ( ) queimado ( ) salgado ( ) carne ( ) glutamato (Ajinomoto) ( ) saboroso ( ) ovo

( ) pouco sal ( ) amargo ( ) falta sabor ( ) apimentado ( ) cereais ( ) sabor estranho ( ) terra ( ) cenoura ( ) desagradável ( ) azedo

Quanto à TEXTURA

( ) duro ( ) esfarela fácil ( ) suculento ( ) borrachento

( ) macio ( ) agradável ( ) quebradiço ( ) grudento ( ) seco ( ) crocante

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Anexo 4. Modelo de ficha utilizada no teste de atitude de compra dos hambúrgueres de

cogumelos.

ATITUDE DE COMPRA Se este produto estivesse disponível no mercado, qual seria a sua atitude de compra? ( )Eu certamente compraria este produto ( ) Eu provavelmente compraria este produto ( ) Eu tenho dúvidas se compraria ou não este produto ( ) Eu provavelmente não compraria este produto ( ) Eu jamais compraria este produto Comentários: ________________________________________________________________________________________________________________________________________