1
Destaque do mês Outubro/Dezembro Novidades arqueológicas Serra de Carnaxide - Via F Numismas NÚCLEO MUSEOGRÁFICO DO CASAL DA FALAGUEIRA MUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA No decorrer de uma escavação arqueológica, são diversos os materiais recolhidos. Dependendo da época em questão, podem surgir objectos feitos em pedra, osso, cerâmica, metal ou vidro. Alguns, como as taças carenadas, ajudaram-nos a compreender os vestígios identificados numa pequena zona da Serra de Carnaxide e a enquadrá- los no Neolítico final/Calcolítico inicial. Outros, como raspadores e bifaces em quartzito, para caracterizar uma área onde se encontravam dispersos inúmeros materiais líticos, integrando-a no Paleolítico inferior e médio. Ou ainda, pequenos fragmentos em terra sigillata que, por entre uma amálgama de pedaços de telhas e de cerâmica comum incaracterística, recolhidas no Impasse K, permitiram delimitá-las, dentro do período romano. Quando lidamos com enterramentos e se estes não apresentam qualquer espólio ou por não ter sido lá colocado, ou porque o mesmo foi retirado, faz-se muitas vezes recurso à datação dos ossos, por métodos diversos. No entanto, o estado de conservação dos ossos nem sempre permite a realização do único método de análise existente em Portugal, o Carbono 14, que exige uma elevada percentagem de colagénio, como um peso considerável da amostra. Moedas encontradas na escavação Aspecto final das estruturas Identificação de moedas em escavação Para as inumações da Serra de Carnaxide só foi possível efectuar uma datação, sobre um dos esqueletos melhor conservado, levantando os resultados algumas dúvidas, por se considerarem demasiado tardios (séculos IX/X) o que poderá estar relacionado com a baixa percentagem de colagénio na amostra. No que diz respeito às moedas, que permitem aferir uma cronologia mais fina, no caso das romanas, elas são usadas durante longos períodos de tempo, valendo-se os arqueólogos, da que possui cronologia mais recente para atribuir o momento de utilização do espaço. Elas nem sempre têm leitura, nem sempre é possível ver o busto do Imperador, ou o deus representado, apenas pela sua composição, o seu pequeno tamanho e peso conseguimos saber quando foram cunhadas… Algures entre os séculos IV e V.

Destaque outubro a dezembro 2010

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Numismas

Citation preview

Page 1: Destaque outubro a dezembro 2010

Destaque do mês

Outubro/DezembroNovidades arqueológicasSerra de Carnaxide - Via F

Numismas

NÚCLEO MUSEOGRÁFICO DO CASAL DA FALAGUEIRAMUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA

No decorrer de uma escavação arqueológica, são diversos os materiais recolhidos. Dependendo da época em questão, podem surgir objectos feitos em pedra, osso, cerâmica, metal ou vidro.Alguns, como as taças carenadas, ajudaram-nos a compreender os vestígios identificados numa pequena zona da Serra de Carnaxide e a enquadrá-los no Neolítico final/Calcolítico inicial.Outros, como raspadores e bifaces em quartzito, para caracterizar uma área onde se encontravam dispersos inúmeros materiais líticos, integrando-a no Paleolítico inferior e médio.Ou ainda, pequenos fragmentos em terra sigillata que, por entre uma amálgama de pedaços de telhas e de cerâmica comum incaracterística, recolhidas no Impasse K, permitiram delimitá-las, dentro do período romano.Quando lidamos com enterramentos e se estes não apresentam qualquer espólio ou por não ter sido lá colocado, ou porque o mesmo foi retirado, faz-se muitas vezes recurso à datação dos ossos, por métodos diversos.No entanto, o estado de conservação dos ossos nem sempre permite a realização do único método de análise existente em Portugal, o Carbono 14, que exige uma elevada percentagem de colagénio, como um peso considerável da amostra.

Moedas encontradas na escavação

Aspecto final das estruturas Identificação de moedas em escavação

Para as inumações da Serra de Carnaxide só foi possível efectuar uma datação, sobre um dos esqueletos melhor conservado, levantando os resultados algumas dúvidas, por se considerarem demasiado tardios (séculos IX/X) o que poderá estar relacionado com a baixa percentagem de colagénio na amostra.No que diz respeito às moedas, que permitem aferir uma cronologia mais fina, no caso das romanas, elas são usadas durante longos períodos de tempo, valendo-se os arqueólogos, da que possui cronologia mais recente para atribuir o momento de utilização do espaço.Elas nem sempre têm leitura, nem sempre é possível ver o busto do Imperador, ou o deus representado, apenas pela sua composição, o seu pequeno tamanho e peso conseguimos saber quando foram cunhadas… Algures entre os séculos IV e V.