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A existência de vestígios demonstrativos das primeiras comunidades de agricultores e pastores, no actual território da Amadora, são escassos, na realidade no actual estado da investigação, apenas conhecemos um sítio. A transição das comunidades de caçadores/recolectores que designamos, genericamente, de Paleolíticas, essas sim com grande expressão, sobretudo no sul do território, não está representada, uma vez que a ocupação no período Mesolítico (c. 9 mil a.C.) se centrou sobretudo no assentamento junto dos estuários dos rios e na exploração dos seus recursos por exemplo, pela recolha e consumo de bivalves, característica esta inexistente na Amadora. Deste modo, houve um interregno de tempo até que o homem voltasse a centrar a sua atenção neste território e passasse a explorá-lo de forma diferenciada, agora através de actividades produtivas como a agricultura e a pastorícia, já acima referidas. Estas comunidades passam a ocupar, de forma mais permanente os espaços escolhidos, até se tornarem plenamente sedentárias e a construir pequenos núcleos habitacionais. Na Amadora, o povoado das Baútas, foi o sítio escolhido por estas populações e a sua presença só foi detectada devido à existência de pequenas bolsas no interior do lapiás, que escolheram para assentarem as sua habitações, o que permitiu a preservação de pequenos fragmentos dos seus objectos de uso quotidiano, como recipientes em cerâmica ou ferramentas em sílex. O local escolhido reunia as condições ideais para estas comunidades: um curso de água permanente, bons solos para a agricultura e para a pastorícia e uma área defensável, apesar de não ser uma escolha muito comum. As decorações aplicadas nas cerâmicas são uma das características deste período e alguns destes exemplares foram recolhidos durante as intervenções arqueológicas nas Baútas. Impressões feitas na pasta fresca, criando linhas de pequenos traços, ou em forma de cunha na lateral de uma pega, asa ou mamilo, fazem parte da colecção de materiais existentes que integramos no Neolítico antigo (6.º/5.º milénio a.C.). Asa vertical Asa perfurada Vaso com arranque de asa perfurada Esférico com decoração impressa Vaso com decoração incisa FALAGUEIRA NÚCLEO MUSEOGRÁFICO DO CASAL DA FALAGUEIRA MUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA CASAL DA Núcleo Museográfico DESTAQUE DO MÊS DE DEZEMBRO 09 Artefactos expostos na sala da Arqueologia FRAGMENTOS DE CERÂMICA

Destaque dezembro 2009

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Fragmentos de cerâmica

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Page 1: Destaque dezembro 2009

A existência de vestígios demonstrativos das primeiras comunidades de agricultores e pastores, no actual território da Amadora, são escassos, na realidade no actual estado da investigação, apenas conhecemos um sítio.A transição das comunidades de caçadores/recolectores que designamos, genericamente, de Paleolíticas, essas sim com grande expressão, sobretudo no sul do território, não está representada, uma vez que a ocupação no período Mesolítico (c. 9 mil a.C.) se centrou sobretudo no assentamento junto dos estuários dos rios e na exploração dos seus recursos por exemplo, pela recolha e consumo de bivalves, característica esta inexistente na Amadora.Deste modo, houve um interregno de tempo até que o homem voltasse a centrar a sua atenção neste território e passasse a explorá-lo de forma diferenciada, agora através de actividades produtivas como a agricultura e a pastorícia, já acima referidas.Estas comunidades passam a ocupar, de forma mais permanente os espaços escolhidos, até se tornarem plenamente sedentárias e a construir pequenos núcleos habitacionais.Na Amadora, o povoado das Baútas, foi o sítio escolhido por estas populações e a sua presença só foi detectada devido à existência de pequenas bolsas no interior do lapiás, que escolheram para assentarem as sua habitações, o que permitiu a preservação de pequenos fragmentos dos seus objectos de uso quotidiano, como recipientes em cerâmica ou ferramentas em sílex.O local escolhido reunia as condições ideais para estas comunidades: um curso de água permanente, bons solos para a agricultura e para a pastorícia e uma área defensável, apesar de não ser uma escolha muito comum.As decorações aplicadas nas cerâmicas são uma das características deste período e alguns destes exemplares foram recolhidos durante as intervenções arqueológicas nas Baútas.Impressões feitas na pasta fresca, criando linhas de pequenos traços, ou em forma de cunha na lateral de uma pega, asa ou mamilo, fazem parte da colecção de materiais existentes que integramos no Neolítico antigo (6.º/5.º milénio a.C.).

Asa vertical Asa perfurada Vaso com arranque

de asa perfurada

Esférico com decoração

impressa

Vaso com

decoração incisa

FALAGUEIRA

NÚCLEO MUSEOGRÁFICO DO CASAL DA FALAGUEIRAMUSEU MUNICIPAL DE ARQUEOLOGIA CASAL DA

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DESTAQUE DO MÊS DE DEZEMBRO 09

Artefactos expostos na sala da Arqueologia

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