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DETERMINANTES DA PRÓ-ATIVIDADE
AMBIENTAL EM UMA EMPRESA
QUÍMICA: UM ESTUDO DE CASO
BASEADO NA PERCEPÇÃO DOS
AGENTES INTERNOS
Jose Lindenberg Julião Xavier Filho (UFC)
Ivna Baquit Campos (UFC)
Reymard Savio Sampaio de Melo (UFC)
José Carlos Lazaro da Silva Filho (UFC)
José de Paula Barros Neto (UFC)
Dez anos após a virada do século, podemos identificar o
Desenvolvimento Sustentável como o grande tema para o século XXI,
sendo tanto uma ideologia quanto objeto de políticas de governo o.
Essa ideologia instaurou um novo paradigma e neste o meio ambiente
natural e uma diversidade de partes interessadas são fundamentais
para a sobrevivência e evolução de toda e qualquer organização. Deste
modo, esta pesquisa teve como questão norteadora “Quais os fatores
determinantes para o desenvolvimento de práticas ambientais em
empresas do setor químico?”. O objetivo central foi a descrição dos
fatores determinantes para o desenvolvimento de práticas ambientais
em uma empresa do setor químico, portanto, configura-se como um
estudo de caso único, tendo por coleta de material empírico duas
entrevistas semi-estruturadas e dois questionários, ambos aplicados ao
sócio-gestor e a diretora de produção da organização, utilizando o
software Atlas.ti® como auxilio à análise de conteúdo. Utilizou como
referencial teórico os conceitos de pró-atividade e gestão ambiental.
Os resultados apontam para quatro fatores determinantes para a pró-
atividade: (i) a formação profissional do gestor-diretor; (ii) a forma de
início das atividades da empresa, via aliança estratégica; (iii) a
internacionalização mercadológica e de pesquisas e; (iv) o
desenvolvimento tecnológico para uso de novas fontes de matéria-
prima.
Palavras-chaves: Pró-atividade ambiental; Gestão Ambiental; Fatores
determinantes da pró-atividade ambiental.
XXX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Maturidade e desafios da Engenharia de Produção: competitividade das empresas, condições de trabalho, meio ambiente.
São Carlos, SP, Brasil, 12 a15 de outubro de 2010.
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1. Introdução
Dez anos após a virada do século, podemos identificar o Desenvolvimento Sustentável como
o grande tema para o século XXI, sendo tanto uma ideologia quanto objeto de políticas de
governo. Segundo Souza (2002), apesar de não ser recente, e de já ter sido tratada por muitos
no passado como uma questão ideológica de grupos ecologistas que não aceitavam a
sociedade de consumo moderna, com suas conseqüências ambientais trazidas pelo
crescimento econômico, a preocupação com a preservação ambiental assume hoje uma
importância cada vez maior para as empresas e a sociedade, provocando atitudes estratégicas
e medidas de preservação ambiental e social, como já indicava Carroll (1971) e Johnson
(1971).
As tentativas de atuar sobre problemas ambientais em escala internacional datam do início do
século XX, mas, segundo Barbieri (2004), as questões ambientais se consolidaram em escala
internacional, começando a tornar-se uma preocupação verdadeiramente global e integrada,
na Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo
em 1972. Partindo-se dessa conferência discussões na Organização das Nações Unidas (ONU)
levaram a criação da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD,
ou WCED sua sigla em inglês), em 1983, que no desenvolver de seus trabalhos publicou, em
1987, o livro intitulado Nosso Futuro Comum (também conhecido como Relatório
Brundtland, nome da presidenta da Comissão Gro Brundtland, primeira ministra da Suécia).
Esta publicação teve o intuito de discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. No relatório propõe-se o conceito de
desenvolvimento sustentável, como “aquele que satisfaz as necessidades do presente sem
comprometer a capacidade de as futuras gerações satisfazerem suas próprias necessidades”
(WCED, 1987). Desde então esse conceito tem se consolidado como um paradigma
consensual de diferentes visões sobre a questão econômica e o meio ambiente. Dentro deste
paradigma surge a necessidade das organizações de gerenciar questões sociais e ambientais ou
repensar a organização frente ao que veio a se chamar de sustentabilidade empresarial (o
equilíbrio de longo prazo das variáveis econômicas, sociais e ambientais).
No entanto, apesar da evolução deste paradigma global, nem todos os setores industriais têm o
mesmo passo de “imersão no paradigma” através de práticas empresarias, diferentes fatores
interferem no “grau de imersão” restando a pesquisa acadêmica tentar decifrar o por quê.
Dentre os setores industriais mais vinculados ao meio ambiente, o setor químico é um dos
percussores da inclusão da questão ambiental no gerenciamento de processos (SILVA
FILHO; ABREU; SOARES, 2009).
Dessa forma, este artigo tem por questão de pesquisa “Quais os fatores determinantes para o
desenvolvimento de práticas ambientais em empresas do setor químico?”, tendo por objetivo
geral a descrição dos fatores determinantes para o desenvolvimento de práticas ambientais em
uma empresa do setor químico. O artigo é apresentado em quatro seções, não considerando a
introdução, a saber: 2. Referencial teórico, no qual serão discutidos os temas de pró-atividade
ambiental e gestão ambiental; 3. Metodologia; 4. Discussão dos resultados e; 5. Conclusão.
2. Referencial teórico
2.1 Pró-atividade ambiental
Neste final da primeira década do século XXI já se pode afirmar que o paradigma das
organizações como um sistema aberto está fixado tanto no mundo acadêmico como
3
empresarial (BURNS; STALKER, 1961; BAUN, 2007). Nesse paradigma, o meio ambiente
natural e uma diversidade de partes interessadas são fundamentais para a sobrevivência e
evolução de toda e qualquer organização (MOTTA, 2003). A evolução desse paradigma nas
empresas nos últimos 40 anos se deu através de dois históricos paralelos, um com a ascensão
das questões ambientais, com a percepção das externalidades geradas por todo
empreendimento, e outro relacionado às questões sobre a função social das empresas
(CARROLL, 1971).
A ascensão das questões ambientais na empresa não seu deu em um processo naturalmente
pró-ativo pelas primeiras indústrias de maior impacto sobre o ambiente natural, mas o
processo de assimilação da importância do meio ambiente pela sociedade global e o
desenvolvimento da discussão do papel social da empresa acabou por consolidar o paradigma
(JOHNSON, 1971). Dentro desta realidade surge a necessidade das organizações de gerenciar
questões sociais e ambientais ou repensar a organização frente ao que veio a se chamar de
sustentabilidade empresarial (o equilíbrio de longo prazo das variáveis econômicas, sociais e
ambientais).
Nesta evolução além do processo regulatório como pressão do estado, a sociedade começou a
atuar como “mercado” e estas duas pressões interferem na competitividade das empresas
(SOUZA, 2002). É neste sentido que Porter e Van Der Linde (1995) afirmam que as
organizações que lidarem com as pressões socioambientais de modo criativo devem adquirir
vantagens competitivas, pois a visão tradicional de que ecologia e economia constituem um
trade off não é mais aceita no ambiente corporativo, devido a ciência da sansão social às
práticas corporativas contra o ambiental natural, por isso a inovação em busca de novas
soluções tornam as empresas mais competitivas, dado que o esforço na melhoria de
produtividade com menor uso de recursos trás benefícios.“Inovando para atender às
regulamentações pode trazer compensações: melhoria na utilização de insumos, melhoria na
criação de produtos, ou melhoraria no rendimento do produto.”(PORTER; VAN DER
LINDE, 1995, p. 7, tradução nossa). Ou seja, a competitividade pode adentrar à organização
pelo atendimento das demandas sociais e legais nos processos de inovação.
O incremento de produtividade ou mercado proposto por Porter e Van Der Linde (1995) é a
motivação central para inovações. Autores como Fussler (1996) salientavam que a demanda
ambiental da nova sociedade global cria um campo de foco específico para inovações, idéia já
trabalhada por Schumpeter (1982) quando afirma que a inovação é o caminho para lucros
“extranormais” cíclicos.
Assim, inovação e responsabilidade socioambiental começam a se entrelaçar pela necessidade
da empresa buscar lucros “extranormais”, usando o termo de Schumpeter (1982), aliados ao
atendimento das pressões ambientais por processos mais limpos, menor consumo de insumos,
menor liberação de resíduos ao meio ambiente e maior competitividade (PORTER; VAN
DER LINDE, 1995).
Contudo, diversas pesquisas procuraram apresentar os fatores que proporcionam o
comportamento proativo das organizações, ou seja, tais pesquisas buscaram apresentar o que
faz com que as organizações desempenhem uma função social e ambiental além das
exigências legais, constituindo assim uma ação pró-ativa.
Diante dessa realidade, conforme Ashley, Coutinho e Tomei (2000), a literatura sobre
Responsabilidade Social teve um aumento da participação de autores da área acadêmica em
respeito à ética nos negócios. Carroll (1971) indica que a preocupação com a responsabilidade
social empresarial surgiu na década de 50, sendo esta década denominada de “modern era”.
4
Para Kreitlon (2004), tanto os discursos das empresas quanto os trabalhos acadêmicos chegam
a comprovações empíricas sem uma sustentação teórica unificada, que, na visão da autora,
decorre da origem dos discursos sobre Responsabilidade Social Empresarial (RSE) e as
correntes teóricas subjacentes à tais discursos.
O conceito de Responsabilidade Social vem sendo, deste modo, desenvolvido por vários
autores com o passar dos anos e tem sido visto como uma atividade pós-lucro, ou seja, as
empresas têm um foco na necessidade da corporação em realizar lucros para sobreviver, mas
percebem que a gestão social e ambiental tem impactos na organização. Kurz (1997), bem
antes do estudo de González-Benito e González-Benito (2006), já indicava a importância de
forças externas às organizações e governos para a implementação de estratégias e ações
ambientais.
Souza (2002) já indicava que a evolução nas práticas e estratégias ambientais não é uniforme
em todas as empresas, tendo como fatores determinantes a natureza e a dinâmica de cada
campo organizacional (instituições, concorrentes, fornecedores, mercados, etc.) e o tipo de
resposta que cada empresa dá para as questões ambientais, regulamentações e pressões
sociais, a melhoria na reputação e a busca de redução de riscos, todos estes fatores
impulsionam, segundo Souza (2002), as ações pró-ativas das organizações. Para Souza
(2002), de uma maneira geral, a evolução nas estratégias ambientais foi conduzida por um
conjunto de pressões que passaram a atuar no ambiente das empresas, sobretudo a partir da
década de 70, e que inclui pressões sociais, governamentais e concorrenciais.
A partir desse entendimento, os condicionantes passaram a ser mais explícitos para a
comunidade acadêmica e gestores de organizações, até que González-Benito e González-
Benito (2006) propuseram um modelo teórico que reúne, de forma didática, os condicionantes
da proatividade ambiental. Na figura 1 apresentam-se os condicionantes e os níveis de prática
empresarial.
Figura 1 – Fatores determinantes da pró-atividade ambiental
Fonte: Adaptação de González-Benito e González-Benito (2006, p. 91)
Para González-Benito e González-Benito (2006), o planejamento, as operações e a forma
5
como a corporação comunica o mercado sobre as práticas implantadas com fins de
atingimento da gestão ambiental devem ser sincronizadas com o propósito de apóio mútuo, ou
seja, não existe pró-atividade ambiental comunicada sem que haja a efetiva prática decorrente
de um planejamento que incorporou a variável ambiental no escopo do planejamento.
Percebe-se que por meio da comunicação espera-se que o mercado valorize a empresa por sua
conduta pró-ativa, remunerando-a por isso. Então, González-Benito e González-Benito (2006)
apresentam como modelo teórico dos condicionantes as pressões disposta na Figura 2.
Figura 2 – Pressão dos Stakeholders como determinante central para a pró-atividade ambiental
Fonte: Adaptação de González-Benito e González-Benito (2006, p. 98)
Para González-Benito e González-Benito (2006), a pressão dos grupos de interesse ou “partes
interessadas”, também chamadas de Stakeholders, é essencial para que haja pró-atividade
ambiental. Esses grupos de interesse, como colocam Silva Filho, Abreu e Soares (2009),
podem ser primários e secundários, a depender do tipo de contato com a organização, e
interno e externo à organização, a depender de sua relação com a mesma.
Como se percebe na Figura 2, os fatores de intensidade da pressão (tamanho da empresa;
internacionalização; posição na cadeia de valor; setor industrial e localização), bem como os
relacionados à percepção da pressão (atitude administrativa e atitude estratégia), modulam a
pressão exercida pelos interessados, mas, sem ela, não são capazes de exercerem pressão
sobre a organização, ou seja, a pró-atividade ambiental é uma resposta às pressões dos
stakeholders e/ou do monitoramento dos sinais de baixa frequência emitidos pelo mercado,
nos moldes de Day e Schoemaker (2004) e Ansoff e McDonnell (2009).
A mensuração da pressão, da intensidade e da percepção passa por questões objetivas e
questões subjetivas, bem porque, como se observa na Figura 2, a pressão e a intensidade
devem ser percebidas pela gestão para poderem ser transformadas em ações pró-ativas. As
métricas utilizadas não seguem um padrão comum, visto as particularidades de cada estudo.
Diferentes modelos foram empregados em pesquisas nacionais, tais como Ferraz e Motta
(2002) e Silva Filho, Abreu e Soares (2009), indicando que a adequação às variáveis com
mais poder de explicação deve ser feita em estudos que procurem demonstrar a influência dos
6
determinantes em cada empresa ou grupo de empresas estudado.
2.2 Gestão Ambiental
O cenário mundial em relação ao meio ambiente tem mudado sensivelmente. Um número
crescente de empresas tem introduzido a dimensão ambiental em suas agendas estratégicas,
preocupadas com o relacionamento entre o desempenho dos seus negócios e o meio ambiente,
buscando eficiência e eficácia não só através do lucro aos acionistas, mas visando melhorias à
sociedade em todos os contextos, tendo na gestão ambiental uma preocupação utilitarista
(KREITLON, 2004).
A adoção de instrumentos e tecnologias de um Sistema de Gestão Ambiental (SGA) veio
cumprir o gerenciamento dos problemas ambientais e a adoção de processos produtivos não
prejudiciais ao meio ambiente, favorecendo um desenvolvimento sustentável. Este sistema
visa auxiliar as empresas a demonstrar seu comprometimento com o desenvolvimento
sustentável, por meio da normalização voluntária que possibilita a obtenção da certificação
ambiental.
Para o Instituto Ethos (2006), Responsabilidade Social Corporativa – RSC (ou Empresarial –
RSE), integra o conjunto de interesses das empresas e de seus stakeholders, além de fomentar
o desenvolvimento socioeconômico das comunidades do entorno. Para tanto, os tipos de
relacionamento entre as partes envolvidas, formalizados contratualmente ou não, expressarão
a complexidade de interesses e expectativas dos diferentes agentes e serão avaliados, como
coloca Almeida (2002) e Lourenço (2003), sob três dimensões (Tripple Bottom Line):
econômica, social e ambiental. O caráter dinâmico de um SGA faz com que se assemelhe a
um processo contínuo de monitoramento do ambiente e das relações, corroborando com
Kreitlon (2004) quando afirma que as variáveis socioambientais integram o planejamento das
organizações, bem como a relação entre a organização e o ambiente (BURNS; STALKER,
1961).
As indústrias químicas e petroquímicas estão no seguimento das indústrias mais poluentes, ou
seja, que mais expõem a sociedade a riscos. Por sofrerem uma maior exposição perante a
sociedade, órgãos reguladores e agentes financeiros, sendo alvo primeiro do controle
governamental, torna-se imprescindível por parte delas a adoção de políticas de gestão sócio-
ambiental (SILVA FILHO; ABREU; SOARES, 2009).
Hoffman (1999), ao estudar o setor químico norte-americano no período de 1960 a 1993, pôde
medir as mudanças na formação do campo organizacional centrada em torno da questão do
ambientalismo corporativo identificando quatro estágios distintos.
Ambientalismo industrial, entre 1960 e 1970, negava-se a gravidade dos problemas
ambientais e focava-se na capacidade da indústria para resolvê-los internamente. Aliado a isso
havia o otimismo de que a indústria poderia resolver os problemas ambientais como eram
então percebidos através do desenvolvimento tecnológico.
Ambientalismo regulatório, entre 1970 e 1982, com a formação da Agencia de Proteção
Ambiental, um pilar regulatório institucional foi estabelecido quanto à responsabilidade da
indústria química para o meio ambiente. Neste período, o foco estava em atender as
regulamentações exigidas pelo governo dado a imposição de leis cada vez mais rigorosas e o
declínio da influência da indústria no campo organizacional.
Ambientalismo como responsabilidade social, entre 1982 e 1988, a indústria química
encontrava-se cada vez mais pró-ativa, ultrapassando preocupações puramente
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regulamentares. A preocupação com a prevenção da poluição e minimização de resíduos se
dava por pressões da sociedade e iniciativas voluntárias. Em 1985 o programa Responsible
Care (Atuação Responsável) foi criado pela Canadian Chemical Producers Association com
o intuito de melhorar a performance da indústria em relação ao meio ambiente. (ALMEIDA,
2002)
Ambientalismo estratégico, entre 1988 e 1993, focava na integração entre estratégicas
ambientais pró-ativas através de uma gestão ambiental a interesses econômicos.
Diante dos fatos e pesquisas expostas, nota-se que a crescente preocupação acadêmica e
executiva no trato das questões ambientais, como bem colocaram Carroll (1971) e Johnson
(1971) quando da evidenciação da evolução do conceito de responsabilidade social
corporativa, estendendo-se para a esfera ambiental.
3. Metodologia
A abordagem geral da pesquisa ou o paradigma de pesquisa está relacionado com o progresso
de prática científica baseado em filosofias e suposições de pessoas sobre o mundo e a natureza
do conhecimento (COLLIS; HUSSEY, 2005). Esses mesmo autores ressaltam a importância
de reconhecer e entender o paradigma do pesquisador, visto que ele vai determinar como a
pesquisa vai ser conduzida.
A questão principal da pesquisa “Quais os fatores determinantes para o desenvolvimento de
práticas ambientais em empresas do setor químico?” sugere a adoção de um dos quatro
paradigmas propostos por Burrell e Morgan (1979), especificamente o paradigma
funcionalista.
De acordo com Morgan (1980), o paradigma funcionalista possui uma perspectiva reguladora
e prática que busca entender a sociedade de maneira a gerar conhecimento empírico útil.
Ainda para este autor, tal paradigma considera o comportamento dos seres humanos como
algo demarcado pelo contexto em um mundo real de relacionamentos sociais tangíveis
concretos.
Quanto ao enfoque metodológico e em consonância com o objetivo a ser alcançado, a
pesquisa será realizada segundo a abordagem qualitativa e terá como estratégia de pesquisa o
estudo de caso único e do tipo exploratório. De acordo com Yin (2005), essa estratégia de
pesquisa é utilizada quando o pesquisador almeja lidar com condições contextuais que sejam
relevantes ao seu fenômeno de estudo. Estudos de casos adotam um enfoque indutivo no
processo de coleta e análise de dados em que os pesquisadores tentam obter suas informações
a partir das percepções dos atores locais (YIN, 2005). O estudo é do tipo descritivo, pois
engloba levantamento bibliográfico e análise documental, com aplicação de duas entrevistas
semi-estruturadas e dois questionários, a fim de descrever os fatores que determinaram a
conduta pró-ativa da companhia em análise.
O campo de investigação será uma empresa de médio porte do setor químico, que fabrica
produtos em polietileno expandido de baixa densidade (PEBD), tais como: tubos, bastões,
mantas e redes para proteção de frutas. Localiza-se no Município de Eusébio (CE), possui
certificação ISO 9001 e atualmente está em processo de implantação da norma ISO 14001.
Conta com um quadro aproximado de 100 funcionários e possui 13 anos de atividade no
mercado nacional e internacional.
Apesar do reconhecimento da amostra apresentada ser pequena, visto ser um caso único, esta
empresa é a única deste setor na região nordeste e, por isso, os autores fizeram esta opção por
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entenderem que a mesma fornece insights sobre os fatores determinantes da pró-atividade
ambiental propostos por González-Benito e González-Benito (2006).
A pesquisa contou com as seguintes fontes de evidências, ou fontes de material empírico:
Duas entrevistas semi-estruturadas, cujos entrevistados foram o sócio-gestor e a diretora de
produção da empresa, tendo ainda dois questionários aplicados aos mesmos entrevistados,
sendo entregues pessoalmente e, em data acertada, recebidos pessoalmente.
Como auxílio a tal investigação, utilizou-se o software Atlas.ti®
versão 6.1. No entanto, como
assevera Bandeira-de-Mello (2006), o uso de ferramentas como softwares para análise de
material empírico não substitui a ação do pesquisador e, em particular, o software Atlas.ti®
não trata o material empírico analisado. Neste caso, e empregado a esta pesquisa, o uso do
software é, de fato, um auxílio na organização dos conteúdos e das relações indicadas pelos
pesquisadores no material empírico.
As entrevistas, com duração aproximada de 30 minutos, foram devidamente gravadas em
áudio, com a autorização prévia dos entrevistados, e, posteriormente, transcritas na íntegra
para a análise de conteúdo com auxílio do software Atlas.ti®
, portanto, na pesquisa foi
utilizada a técnica da análise de conteúdo para tratar o material empírico. Os horários e os dias
das entrevistas ficaram sob os cuidados dos próprios entrevistados, sendo realizadas in loco,
no próprio ambiente de trabalho e em dias comerciais.
4. Discussão dos resultados
Neste item serão analisados os fatores condicionantes propostos por González-Benito e
González-Benito (2006) para o caso em estudo. Assim, as principais evidências para cada
fator são:
Tamanho da Empresa e acesso a recursos
A empresa é caracterizada, conforme critérios do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e
Pequenas Empresas (SEBRAE), como sendo empresa de médio porte, visto que possui 100
funcionários. Não apresenta SGA ou Environmental Management System (EMS) que seja um
programa interno, com objetivos e metas. O SGA que possui está relacionado às exigências da
certificação ISO 14000, por isso, não apresenta “Planejamento e Organização” estruturados,
pré-requisito para as “práticas operacionais” e “comunicação”, elementos que compõem a
pró-atividade ambiental proposta por González-Benito e González-Benito (2006). Porém, de
forma ainda não clara, possui acesso a informações oriundas de pesquisas, desenvolvidas por
diversas instituições de pesquisa no Brasil e no Mundo. Então, mesmo sendo de médio porte,
existe uma relação entre tamanho e acesso a recursos na empresa analisada. Uma possível
explicação para esta evidência é a origem da empresa, fruto de uma aliança estratégica
formada com empresa internacional, a Daewoo Automotives. É provável que as parcerias
estratégicas para desenvolvimento de produtos permaneçam mesmo após o término da aliança
estratégica. Esse é um dos fatores que podem fortemente condicionar à pró-atividade
ambiental – a existência de uma aliança estratégica entre a empresa e uma companhia
internacional.
Internacionalização
Foi mencionado por um dos entrevistados que cerca de 45% dos seus clientes são
multinacionais, o que indica a internacionalização mercadológica da empresa, fator que Silva
Filho, Abreu e Soares (2009) consideraram como sendo “atitude estratégica” e neste trabalho
está sendo considerada separadamente. Seus clientes, tanto nacionais quanto internacionais,
9
entendem a gestão sócio-ambiental como sendo uma “coisa importante”, ou seja, reconhecem
tal iniciativa e, por isso, tem poder de influenciar decisões na organização. O prêmio auferido
por tecnologia ambiental elevou o portfólio da empresa para com seus clientes. Interessante
também foi a declaração do sócio-gestor quando afirmou que utiliza não menos que 30% de
matéria-prima reciclada para uso, regra adotada em empresas alemãs, não por questões
exigidas pela legislação brasileira, mas por decisão gerencial. Outra evidência para este fator é
a origem da empresa, fruto de aliança estratégica com empresa internacional. As práticas e
ações ambientais podem ter início no período de formação e ser institucionalizada pela gestão.
Posição da na cadeia de valor
Esse fator não se mostrou com forte intensidade nos discursos analisados. A empresa atua na
comercialização de seus produtos, ou seja, não possui distribuidores e todos os seus clientes
são atendidos pelo departamento comercial da empresa. Porém, a empresa se caracteriza
tipicamente como fornecedora de indústrias, ou seja, o cliente final não exerce pressão sobre a
empresa diretamente, dada a sua posição na cadeia de valor.
Atitude Administrativa
Esse fator mostra-se destacado frente aos outros, não em sua ocorrência, uma vez que se
encontram evidências que se encaixam também no fator Internacionalização. Não é fácil
separar internacionalização, atitude gerencial e atitude estratégica, uma vez que gestão e
estratégia estão intimamente ligados e a internacionalização no tocante a mercado e
desenvolvimento de produto extrapola a visão da origem do capital como indicador de
internacionalização, assim, acaba por aproximar esses 3 fatores. Contudo, destaca-se a atitude
gerencial dado que em nenhum discurso analisado percebe-se que o planejamento e/ou
execução das ações ambientais é estimulado pelo staff da organização, como a contabilidade e
o departamento financeiro, pois o sócio-gestor lidera as ações e planejamentos para novas
tecnologias, muitas vezes sendo cobrado por resultados que apontam que a não execução de
algumas práticas, como o uso de 30% de matéria-prima reciclada, seria adequada. Destaca-se,
ainda, a formação do gestor no segmento de atuação da empresa, incorporando formação em
outros países nos quais a gestão ambiental é mais presente e mais representativa, como
Alemanha e Japão, e, por isso, segundo o entrevistado, a empresa adota diversas técnicas ou
práticas ambientais em seus processos, tendo destaque a matéria-prima reciclável. Percebeu-
se, ainda, que a preocupação com o meio ambiente é presente no discurso do entrevistado,
mostrando um caráter de responsabilidade social da empresa.
Atitude Estratégica
Notou-se o claro posicionamento para a exportação, visto que seus clientes são, em cerca de
45%, multinacionais. A empresa é pioneira no uso de máquinas de reciclagem no processo
produtivo no país, bem como na busca e manutenção de certificações ISO 9000 e prospecção
da ISO 14000, muito embora sejam exigências dos mercados que exporta, relação já
trabalhada por Dirk e Cruz (2009) quando enfatizam que a normalização ISO agrega valor
quando o mercado que importa os produtos exige tal certificação. Do contrário não agrega
valor. Disso, percebe-se claramente que os mercados para os quais a empresa exporta exigem
tal norma. Outra evidência para este fator é o desenvolvimento de outras tecnologias de
processo, enfatizada pelo sócio-gestor como sendo um benefício de sua “teimosia”. Por fim,
as parcerias internacionais para desenvolvimento de produto figuram como uma ação
estratégica positiva para a pró-atividade ambiental.
Localização Geográfica
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Parece não ser impactante a relação das práticas ambientais com a localização geográfica,
uma vez que a empresa não é de grande porte e o não está próxima de ecossistemas frágeis ou
aglomerações populacionais. Contudo, seu mercado não é o mercado local apenas, mas as
regiões sul e sudeste do país e o mercado internacional.
Setor industrial
É concentrado, dado que apenas cinco empresas atuam no mercado nacional. Pelo discurso do
entrevistado, o setor industrial não se apresenta como um forte fator de intensidade das
pressões dos stakeholders, dado que outras empresas do mesmo setor não implementam ações
de reciclagem.
Pressão dos Stakeholders
O sócio-gestor não manifestou evidências suficientes para indicar que diretamente a empresa
sofre algum tipo de pressão. Pelo contrário, o entrevistado evidenciou que nem se quer os
clientes manifestam algum tipo de exigência por controles ambientais ou práticas ambientais.
Contudo, seu discurso torna-se incoerente e contraditório quando afirma que se seu produto
não atendesse a norma ISO 14000 seria sobretaxado em diversos países, indicando assim uma
pressão por força legal, dado que optou estrategicamente por explorar mercados
internacionais e tal relação é legal nos países que comercializa. Além disso, demonstra que a
relação com o cliente é beneficiada quando existe evidências de gestão ambiental na
organização, além do mercado aceitar, de certo modo, um aumento médio dos preços
praticados em virtude do uso de matéria-prima reciclada, ou seja, uma pressão mercadológica
existe por produtos ambientais, pressão essa que permite uma remuneração maior dos fatores
de produção pela implementação de práticas ambientais.
Após a análise dos fatores determinantes da pró-atividade, interessa indicar as práticas
ambientais implantadas pela organização, a saber: (1) Reutilização da água no processo
produtivo; (2) Separação do lixo de papel, trituração, formação de blocos e venda; (3) Coleta
e venda de óleo; (4) Reciclagem de resíduos de plástico de fábricas e soros fisiológicos de
hospitais para gerar matéria-prima do processo produtivo.
Seguindo metodologia empregada por Silva Filho, Abreu e Soares (2009), quando da pesquisa
qualitativa de condicionantes para a pró-atividade ambiental, apresenta-se um quadro analítico
(quadro 1) no qual os fatores condicionantes são apresentados bem como sua intensidade e
representatividade para a pró-atividade empresarial.
Práticas
Ambientais
Percebidas
Setor Tamanho Intern.
Capital
Posição
C.V.
Atitude
Adm.
Atitude
Estratégica Local.
Pressão
Stakeholders
Pró-ativas ( - ) ( - ) ( - ) ( - ) ( + ) ( + ) ( - ) Razoável
Legenda:
( + ) Consistente com a revisão da literatura
( - ) Inconsistente com a revisão da literatura
Quadro 1 – Análise de Práticas Ambientais, Fatores Determinantes dessas e consistência com a literatura
Percebe-se que, embora os fatores não estejam consistentes com a literatura, a empresa
apresenta diversas ações ambientais pró-ativas. “A pró-atividade ambiental pode ser entendida
como uma implantação voluntária de práticas e iniciativas que visam melhorar o desempenho
ambiental, podendo se manifestar através de diferentes estratégias, cada uma caracterizada por
uma série de práticas ambientais” (GONZÁLEZ-BENITO; GONZÁLEZ-BENITO, 2006, p.
11
88, tradução nossa). Contudo, o maior fator de questionamento é justamente a existência de
práticas ambientais pró-ativas mesmo com fatores condicionantes que não estão consistentes
com a literatura. Com base na literatura a empresa em análise tenderia para não adotar
práticas pró-ativas, porém as evidências encontradas na entrevista demonstram o contrário.
Dessa realidade parece que outros fatores, quer já estejam contidos nos fatores organizados
por González-Benito e González-Benito (2006), quer constituam outro bloco de fatores,
aumentam a intensidade da pressão sobre os stakeholders notadamente para este caso (i) a
formação profissional do sócio-gestor; (ii) a forma de início das atividades da empresa, via
aliança estratégica; (iii) a internacionalização mercadológica e de pesquisas e; (iv) o
desenvolvimento tecnológico para uso de novas fontes de matéria-prima.
Esses fatores se classificaram como sendo “Atitude Administrativa” (i), “Internacionalização”
(ii; iii) e “Atitude Estratégica” (iv). Os fatores i, iii e iv (destacados como sendo os que mais
intensificam a pressão sobre os stakeholders) são facilmente alocados em um dos fatores já
apontados pela literatura, mesmo o perfil do sócio-gestor não sendo tratado explicitamente,
mas, o fator iv, evidenciado neste caso, está relacionado com a história e formação da
empresa, assim, é um elemento importante no entendimento das práticas organizacionais e
não presente no modelo teórico apresentado por González-Benito e González-Benito (2006).
Uma tentativa forçada de encaixar seria no fator condicionante “internacionalização”,
contudo, as pesquisas empíricas enfatizam a origem do capital, se é nacional ou internacional,
e não a origem da empresa e seu processo de formação.
Após a análise dos fatores condicionantes propostos por González-Benito e González-Benito
(2006) para o caso em análise, apresentam-se as figuras 3 e 4 que aglutinam os fatores
evidenciados na entrevista com o sócio-gestor da empresa.
[]
=>
[]==
==
==
==
[] ==
==
==
==
[]
Atitude Estratégica
{13-3}~
Atitudes e
Motivações
Administrativas
{6-4}~Formação do
Gestor {2-1}
Internacionalização
{
7-3}~
Localização
Geográfica {1-0}~
Posicionamento
na Cadeia de Valor
{0-0}~
Pressão dos
Stakeholders {8-4}~
Tamanho da
Empresa e acesso à
recursos {0-0}~
Setor Industrial
{2-0}~
Pró-Atividade
Ambiental {0-4}
Planejamento e
Organização {0-2}
Operações {2-3}
Comunicação {6-2}
[1:21][4:3340]
Comment: Esse é
um fator positivo
para a
pró-atividade
ambiental, dado
que a literatura
aponta que
quando o local ou
região onde a
organizaçã está
situada exerce
pressão é mais
comum encontrar
Práticas de Gestão
Sócioambiental.
Neste caso, mesmo
o local não
afetando, a região
consumidora
exerce influência.
--------------------
hoje nós estamos
com 60% do nosso
mercado é
sul e sudeste
porque nós
também por outro
lado não temos
cultura nenhum
engenheiro
aqui no Ceará
sabe o que é
subcobertura
[1:19][4:2708]
--------------------
são quatro
concorrentes no
Brasil hoje
[1:20][4:2804]
--------------------
nenhum reciclam,
nenhum deles
utilizam reciclados.
Figura 3 – Esquema gráfico dos condicionantes da Pró-Atividade Ambiental
Fonte: Dados da pesquisa
12
[]
==
==
=>
==
==
==
==
Atitudes e
Motivações
Administrativas
{6-4}~
Internacionalização
{
7-3}~
Atitude Estratégica
{13-3}~
Pró-Atividade
Ambiental {0-4}
Pressão dos
Stakeholders {8-4}~
Formação do
Gestor {2-1}
[1:18][4:1797]
--------------------
eu é
porque insisto,
porque sei, tenho
essa visão muito
forte, tive minha
formação
praticamente na
Alemanha e no
Japão isso lá é
tratado com muito
respeito
[1:25][5:3476]
--------------------
eu ando o mundo
todo
Figura 4 – Esquema gráfico dos principais condicionantes da Pró-Atividade Ambiental
Fonte: Dados da pesquisa
As Figuras 3 e 4 representam esquemas gráficos com citações, códigos, bem como a relação
entre eles. As citações são segmentos de dados, como trechos relevantes das entrevistas que
indicam a ocorrência de código. Os códigos são os conceitos gerados pelas interpretações do
pesquisador, podendo estar associados a uma citação ou a outros códigos para formar uma
teoria ou ordenação conceitual. Sua referência é formada por dois números: o primeiro refere-
se ao número de citações ligadas ao código; e o segundo, ao número de códigos associados.
(BANDEIRA-DE-MELLO, 2006).
Foram atribuídos três tipos de relações entre os códigos: o símbolo == representa uma relação
do tipo “Está associado com”, o símbolo [] representa uma relação do tipo “ Parte de” e o
símbolo => representa uma relação do tipo “Causa de”. De acordo com a nomenclatura
empregada no software Atlas.ti.
Neste item foram analisados os oito fatores condicionantes propostos por González-Benito e
González-Benito (2006) para o caso em estudo. A partir desta análise, foram apresentados os
quatro fatores que se mostravam presentes na empresa do estudo de caso.
5. Conclusão
Como conclusão desta pesquisa, julga-se atingido o objetivo desta ao se apresentar os quatro
fatores determinantes para o desenvolvimento de práticas ambientais em uma empresa do
setor químico. Como principais conclusões apresentam-se os quatro fatores que se mostraram
presentes e, pela percepção dos entrevistados (sócio-gestor e diretora de produção), têm
impacto nas ações de pró-atividade ambiental implantadas pela organização. Tais fatores
foram: (i) a formação profissional do sócio-gestor; (ii) a forma de início das atividades da
empresa, via aliança estratégica; (iii) a internacionalização mercadológica e de pesquisas e;
(iv) o desenvolvimento tecnológico para uso de novas fontes de matéria-prima.
Como limitação da pesquisa aponta-se a não generalização estatística, tendo em vista a
estratégia metodológica utilizada (estudo de caso único). Porém, como indica Yin (2005), as
generalizações neste tipo de pesquisa dar-se-ão de forma analítica e, sendo assim, indica-se
replicar esta pesquisa em outras empresas do segmento químico para aumentar o poder de
explicação das variáveis encontradas neste estudo. Outra limitação da pesquisa diz respeito às
13
fontes de evidência baseadas nas informações cedidas pelo sócio-gestor e diretora de
produção. É necessário um aprofundamento na própria empresa com a participação de outros
respondentes e de outras fontes de evidências como documentação e observação direta.
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