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DETERMINANTES DE DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO: Um Estudo Empírico da Firma Fibria Celulose S.A. a partir da Significância de Métricas Fundamentalistas

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DETERMINANTES DE DESEMPENHO ECONÔMICO-FINANCEIRO: Um Estudo Empírico da Firma Fibria Celulose S.A. a partir da

Significância de Métricas Fundamentalistas

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1 INTRODUÇÃO

A atual conjuntura econômico-financeira e política do Brasil, decomposta por

crises, recomenda uma melhor alocação e análise de recursos nas firmas, para que

se consigam enfrentar a competitividade nos setores similares e por conseguinte

atingir retornos significativos, dando continuidade em suas operações ou serviços. As

sociedades de capital aberto objetivam distribuir parte dos seus lucros aos seus

acionistas, segundo Assaf Neto (2015), os investidores e empreendedores procuram

maior assertividade para escolher seus investimentos e como esses investimentos

podem premeditar lucros ou valorizações.

A partir dessa necessidade, os índices econômico-financeiros fundamentalistas

são utilizados para ajudar aqueles que desejam investir seus recursos, analisando a

conjuntura fundamentalista, observando principalmente os índices de rentabilidade

apresentados. Diante disso, pesquisadores e estudiosos procuram entender quais

modelos e análises para retorno tem mais relação e capacidade de predição com as

rentabilidades desejadas pelas aplicações realizadas. Martins e Costa (1998)

explicam que os indicadores fundamentalistas são um caminho para auxiliar o gestor,

além que são úteis para que o sistema de gestão que controlam e identificam os

problema nas firmas, e tentam corrigi-los com o intuito de maximizar o desempenho.

A análise fundamentalista apresenta-se como um conjunto de técnicas na qual

é possível diagnosticar a situação financeira de uma determinada firma. Os

procedimentos de análise surgiram quando profissionais da área contábil observaram

que através das informações contidas no Balanço Patrimonial e Demonstração do

Resultado do Exercício, era possível avaliar os acontecimentos financeiros ocorridos

dentro organizações. Os indicadores financeiros fundamentalistas são divididos em

quatro grupos homogêneos para realização da análise. O grupo de liquidez, estrutura

de capital, rentabilidade e atividade. O método de avaliação e análise de desempenho

com o uso de indicadores financeiros fundamentalistas, quando realizado de forma

integrada, permitem uma avaliação global do desempenho e proporciona auxílio no

processo decisório da firma (SOUZA, 2009; OTLEY, 2007; BORTOLUZZI, et al.,

2011). Segundo Braga (2012) a análise financeira tem como objetivo confrontar os

elementos patrimoniais e os resultados das operações, a fim de entender a

composição qualitativa e quantitativa e determinando explicações da situação

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passada, presente e futura das firmas.

Considerando os fatos mencionados, a pesquisa teve como objetivo geral

determinar e verificar se as métricas contábeis fundamentalistas de análise são

significantes para explicar o desempenho econômico-financeiro da firma brasileira

Fibria Celulose S.A listada na B3, entre a série trimestral de março de 2009 a

dezembro de 2018. A firma Fibria Celulose S.A. que é considerada atualmente a maior

produtora mundial de celulose de eucalipto, consolidando-se como uma das maiores

empresas do Brasil, com crescimento gradativo durante os anos. Neste contexto

instigou-se a análise de seu desempenho, assim questionou-se o seguinte problema

de pesquisa: É possível, a partir da análise de significância das métricas contábeis de

fundamentalista, determinar e explicar o desempenho econômico-financeiro da firma

brasileira Fibria Celulose S.A? Diante do problema apresentado formulou-se a

seguintes hipóteses do estudo:

H0: As métricas contábeis fundamentalistas de análise financeira não são

significantes para explicar e determinar o desempenho econômico-financeiro da firma

brasileira Fibria Celulose S.A.

H1: As métricas contábeis fundamentalistas de análise financeira são

significantes para explicar e determinar o desempenho econômico-financeiro da firma

brasileira Fibria Celulose S.A.

Como objetivos específicos este estudo buscou analisar a significância

individual de cada indicador, a significância dos grupos e significância conjunta dos

indicadores na explicação do retorno. Além de calcular os indicadores econômicos

financeiros, buscou-se também avaliar a evolução dos indicadores financeiros

fundamentalistas de Liquidez, Estrutura de Capital, Rentabilidade e Atividade durante

a série trimestral, bem como analisar a relação de cada indicador com outros

indicadores.

Os procedimentos metodológicos classificam essa pesquisa em três aspectos:

pela forma de abordagem do problema, pelos procedimentos técnicos utilizados e pelo

seu objetivo. Em relação a abordagem do problema, este estudo é considerado como

quantitativo, pois são utilizados técnicas de estatísticas descritivas, correlações e

regressões lineares simples e múltiplas nas variáveis. Em relação aos procedimentos

técnicos, este estudo classifica-se como uma pesquisa documental, visto que são

coletados relatórios financeiros trimestrais da firma estudada, que logo após foram

submetidos a uma metodologia corretiva para retirar o efeito da inflação. Quanto aos

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seus objetivos, trata-se de um estudo descritivo, pois analisa a associação de

variáveis durante o tempo.

Diante disso a presente pesquisa justifica-se pela relevância da análise

fundamentalista na explicação do desempenho das firmas, tendo abrangência social

por propor auxílio aos investidores habituais ou não e todos os outros interessados a

entender como essas métricas financeiras podem ajudar nas negociabilidades do

mercado de capitais, principalmente na B3. Este estudo agrega importância pela

investigação de possíveis estratégias de crescimento utilizadas nas empresas do

mercado e por mostrar como o uso de indicadores fundamentalistas pode ajudar a

avaliar a saúde financeira das empresas. Além de contribuir para literatura cientifica

em relação ao assunto estudado.

A pesquisa está estruturada em cinco seções, incluindo a presente introdução.

A seção 2 apresenta o referencial teórico deste estudo, contendo a apresentação da

firma estudada, a relevância do uso de análise financeira por meio de indicadores

fundamentalistas e estudos similares anteriores. Os procedimentos metodológicos

apresentam-se na seção 3, incluindo detalhes sobre a amostra, tratamento e coleta

dos dados. Além da descrição das variáveis, procedimentos de análise estatísticas e

formulação das hipóteses. A seção 4 apresenta a análises dos resultados obtidos,

tendo por fim, a conclusão final do estudo na seção 5.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 APRESENTAÇÃO DA FIRMA BRASILEIRA FIBRIA CELULOSE S.A.

A empresa Fibria Celulose nasceu em setembro de 2009, quando a Votorantim

Celulose e Papel (VCP) incorporou a Aracruz Celulose, se constituindo a partir daí

como a líder global na fabricação de celulose de eucalipto. De fato em 1967 a história

da Fibria Celulose surgiu, quando foi criada a Aracruz Florestal, no Espírito Santo. No

ano de 1968 surgiu então a Aracruz Celulose. Daí em diante o pioneirismo e as

conquistas foram construídos e permanecendo no mercado, sem precedentes no

setor (FIBRIA,2018).

Atualmente a Fibria Celulose é a maior produtora mundial de celulose de

eucalipto. Mais que um liderança, a companhia busca inspirar novas empresas no

crescimento no mercado.Com mais de 18.300 funcionários próprios e terceiros

permanentes, em cinco países, a Fibria possui capacidade produtiva de 7,25 milhões

de toneladas anuais de celulose. Suas fábricas estão localizadas em Aracruz (ES),

Jacareí (SP), Três Lagoas (MS) e Eunápolis (Bahia), onde mantém a Veracel em joint-

operation com a Stora Enso. Além disso, labora em Barra do Riacho, município de

Aracruz, em sociedade com a Cenibra, o Portocel, único porto brasileiro especializado

em embarque de celulose, capaz de movimentar 7,5 milhões de toneladas anuais. A

celulose da Fibria é exportada para 35 países. (FIBRIA,2018). Na seção 2.2 é

apresentado a relevância do uso de análise financeira por meio de índices.

2.2 A RELEVÂNCIA DOS INDICADORES FUNDAMENTALISTAS FINANCEIROS

NA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

De acordo com Ribeiro (2014), historicamente os bancos foram os pioneiros a

ter interesse pela Análise de Balanços. A partir do início do século XX, o sistema

financeiro passou a realizar e utilizar a análise de demonstrações financeiras para

entender a situação econômica das firmas, iniciando esse costume nos Estados

Unidos em 1915. No Brasil, essa prática surgiu na década de 1970.

Conforme Assaf Neto (2012) a análise das demonstrações financeiras atende

a diversos usuários e objetivos, podendo citar como exemplo os administradores,

clientes, intermediários financeiros, fornecedores, acionistas, concorrentes e o

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governo. Silva, Macedo e Marques (2013) explicam que a utilidade dos relatórios

financeiros das empresas estão relacionados com a importância dos dados

divulgados, tornando-se relevantes quando essas informações estão associadas ao

valor de mercado da firmas. Deste modo o estudo de demonstrações financeiras

direciona-se principalmente para a gestão das firmas, atendendo a todos os usuários

interessados (FAGUNDES ET AL., 2008).

Padoveze e Benedicto (2010) apresenta que o objetivo geral da análise de

demonstrações financeiras é a aquisição e descobrimento de elementos que

proporcionam o processo de avaliação da continuidade financeira e operacional da

firmas em estudo. Portanto sendo primordial que o setor contábil possua estrutura

adequada de acordo com as normas e princípios contábeis vigentes, garantindo a

inexistência de erros nas finalizações dos trabalhos.

O exame das demonstrações contábeis ocorrem através da relação das contas

ou grupo de contas das dos relatórios financeiros, que buscam determinar o aspecto

da situação econômico-financeira de uma firma. (CARMONA,2009

MATARAZZO,2010). Santos, Schmidt e Martins (2006) ressalta que um indicador

financeiro não deve ser analisado de forma isolada, sendo sempre comparado com

períodos anteriores e com outros indicadores.

Dallabona, Kroetz e Mascarello (2014) explanam a relevância da utilização dos

indicadores fundamentalistas financeiros para avaliar de desempenho de firma tanto

economicamente, tanto financeiramente. Com esses indicadores, segundo eles

podem-se incorporar mais informações aos gestores, usuários, credores, investidores,

pois mostram a real situação da firma no nos períodos passados, permitindo a

realização de predições acerca de expectativas no futuro previsível. Leite, Bambino e

Hein (2017), explicam que a capacidade da firma em alcançar seus objetivos,

implementando um sistema conjunto de indicadores fundamentalistas de

desempenho, permite e proporciona o acompanhamento e domínio efetivo do sucesso

e crescimento de sua gestão estratégica.

Iudícibus (2010) afirmam que o objetivo principal da análise por indicadores

fundamentalistas é não retratar apenas o que ocorreu nos períodos anteriores, mas

fornecer uma estrutura para explicar o que pode ocorrer no futuro. Desta forma o uso

desses indicadores possibilitam que os analistas e todos os outros interessados

prevejam as tendências da firma a partir de parâmetros padrões pré-estabelecidos,

conseguindo desse modo a comparabilidade dos quocientes.

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Portanto percebe-se que é de suma importância o que a essa parte

contabilidade (análise financeira) proporciona, pois esta ciência verifica os objetivos

de estudo, através de análises das variações quantitativas e qualitativas frequentes

no patrimônio das firmas, registrando, estudando, analisando e interpretando os

fenômenos econômico-financeiros ocorridos e gerados na gestão patrimonial

(SANTOS; SCHMIDT; GOMES, 2006).

As demonstrações financeiras podem ser estudadas, entendidas e analisadas

através da utilização destes índices, como dito anteriormente. Ressalta-se também

que o mercado de capitais atual que empresta recursos as firmas, estão sempre

atentos a esses quocientes, afim de saber se a firma tomadora de recursos consegue

pagar os juros e dívidas de curto e longo prazo. A maioria das instituições financeiras

credoras utilizam-se dessa política para realização de empréstimos, avaliando os

índices relevantes das firmas. Na próxima seção 2.3, são apresentados os indicadores

financeiros fundamentalistas de análise.

2.3 OS INDICADORES FINANCEIROS FUNDAMENTALISTAS

Na procura da melhor métrica, os indicadores financeiros fundamentalistas

precisam possuir precisão suficiente a fim de proporcionar uma comunicação eficaz,

serem entendidos através de uma nomenclatura unificada entre os usuários,

possibilitando uma estrutura consensual que dá assistência factual para a tomada de

decisões e conduzindo ao entendimento igual entre os interessados (JURAN, 2002).

O procedimento de exame financeiro baseia-se no conhecimento do

indicadores financeiros fundamentalistas, que são divididos em quatro grupos

homogêneos para realização da análise. O grupo de Liquidez, Estrutura de Capital,

Rentabilidade e Atividade. O grupo de indicadores de Liquidez referem-se a

capacidade de pagamento das dívidas. Este índice deve-se interpretado com cautela

pois não levam em consideração as datas de vencimentos de recebimentos e

pagamentos. Os indicadores que medem a Liquidez são: Liquidez Geral, Liquidez

Corrente, Liquidez Seca e Liquidez Imediata.

O indicador de Liquidez Geral segundo Marion (2012) apresenta a capacidade

da firma de honrar suas obrigações, considerando tudo aquilo que pode ser

transformado em dinheiro (a Curto e Longo Prazo), relacionando-se com tudo que

adquiriu como dívida (a Curto e Longo Prazo). Borinelli e Pimentel (2010) explicam

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que o indicador de Liquidez Corrente relaciona todos os ativos da firma no curto prazo

dividindo-se pelas dívidas no curto prazo, demonstrando a melhor capacidade de

solvência. A métrica fundamentalista de Liquidez seca possui a mesma similaridade

no cálculo e no resultado com a liquidez corrente, porém possuindo uma única

diferença que a é a dedução dos estoques. Este indicador evidencia a capacidade da

firma em honrar suas obrigações sem o comprometimento das vendas do estoque.

(SANTOS, SCHMIDT E MARTINS 2006). O índice de Liquidez Imediata é resultante

da relação entre as disponibilidades e o passivo circulante da firma. Segundo Bruni

(2011) o índice de liquidez imediata é o que apresenta a real capacidade de

pagamento de todos os indicadores de liquidez, pois conta com as contas do ativo

circulante que podem ser disponibilizados imediatamente no período.

O grupo de indicadores de estrutura de capital revelam a origem dos recursos,

analisam como o capital de terceiros são empregados na empresa, assim como a

capacidade de cumprir com suas obrigações e seu grau de endividamento. Os

indicadores de estrutura de capital são: Composição de Endividamento, Grau de

Endividamento, Imobilização do Patrimônio Líquido e Imobilização dos Recursos Não-

Correntes. O índice de Composição de Endividamento mostra o percentual das

obrigações de curto prazo em relação ao endividamento geral da firma. O indicador

de Grau de endividamento indica a razão entre o Passivo Total (Passivo Circulante e

Não-Circulante) com o Ativo Total. O indicador de Imobilização do Patrimônio líquido

revela para a firma o montante de recursos aplicados nos investimentos, imobilizado

e intangível em relação com seu capital próprio. Logo o indicador Imobilização dos

Recursos Não-Correntes mostra a relação entre o montante de recursos fixos em

relação as dívida de longo prazo e seu capital próprio.

Os índices de atividade indicam a velocidade com que a empresa cobra seus

recebimentos e paga suas dívidas e quanto tempo os estoques giram dentro da

empresa. Os indicadores de atividade são: Prazo Médio de Estocagem, Prazo Médio

de Recebimento e Prazo Médio de Pagamento. O Prazo Médio de Estocagem indica

o tempo médio em dias que a empresa utiliza para transformar a matérias-primas em

produtos acabados até o momento de serem vendidos. O Prazo Médio de

Recebimento indica o tempo médio em dias de realização das vendas a prazo, ou

seja, o período de recebimento de pagamento dos clientes. E o Prazo Médio de

Pagamento indica o tempo médio em dias que a empresa utiliza para honrar com suas

obrigações com fornecedores (FERREIRA, PIMENTEL 2014).

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Os indicadores de rentabilidade indicam a capacidade de uma empresa utilizar

seus ativos para aumentar as vendas, estabilizar e equilibrar seus custos e também

para propiciar lucro líquido. Os indicadores de rentabilidade são: Retorno sobre o

ativo, Margem Bruta, Margem Líquida e Giro do Ativo. O índice de Retorno sobre o

ativo pode ser definido pela divisão do lucro líquido pelo ativo total, e quanto maior o

resultado, melhor, pois mostra que a empresa está gerando lucros. O índice de

Margem Bruta segundo Gitman (2010) apresenta a porcentagem de cada unidade

monetária de vendas que fica após a firma diminuir o custo dos serviços vendidos.

Quanto maior a margem de lucro bruto, significa menor custo de vendas. O índice de

Margem Líquida é obtido pela razão do lucro líquido do exercício em relação com

receita líquida. Santos, Schmidt e Martins (2006) citam que este quociente indica o

percentual de lucro proporcionado após a dedução de todos os custos e despesas de

receita líquida. Por fim, o índice de Giro do Ativo demostra a relação entre o total de

vendas realizadas e o ativo total, indicando se os recursos aplicados estão sendo

empregados com eficiência. A seguir na seção 2.4, são apresentados estudos

similares realizados por outros pesquisadores.

2.4 ESTUDOS ANTERIORES SIMILARES A TEMÁTICA

Em virtude do objetivo deste estudo que visa analisar a significância dos

indicadores financeiros na determinação do retorno, estudos realizados nesta área,

como o mesmo com intuito de examinar e avaliar firmas com aplicação de indicadores,

foram destacados neste trabalho.

Duarte e Lamounier (2007) desenvolveram parâmetros de comparação para

analisar o desempenho econômico-financeiros das firmas de capital aberto do setor

de construção civil. Entre os indicadores fundamentalistas utilizados foram

empregados os indicadores de Liquidez Seca, Liquidez Corrente, Capital Circulante

Líquido e Retorno sobre o Patrimônio Líquido. A amostra desse estudo era composta

pelas firmas Rossi Residencial S.A., Construtora Adolpho Linderberg S.A., João

Fortes Engenharia S.A. e Sergen Serviços Gerais de Engenharia S.A do setor de

construção civil, por possuírem demonstrações financeiras consolidadas. Os

resultados indicaram que todas as firmas analisadas encontram-se economicamente

e financeiramente apropriadas, em consonância com o bom desempenho do setor de

sua atuação.

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Passaia et al. (2011) em seus estudos de análise econômico-financeira de uma

firma do ramo de alimentos, calcularam-se os indicadores fundamentalistas de

liquidez, de rentabilidade, de lucratividade e de atividade afim de mostrar a real

situação econômica, patrimonial e financeira. Os resultados indicaram que a partir da

análise das demonstrações financeiras era possível determinar o desempenho

econômico-financeiros, que logo podem ser utilizados no processo decisório nas

áreas gerencias. Conforme o autor, os índices fundamentalistas de liquidez revelaram

a solidez da firma, tendo condições de cumprir suas obrigações, demonstrando diante

disso a sua realidade financeira.

Silva (2012) teve como objetivo em seu estudo demostrar a relevância dos

indicadores econômico-financeiros, aplicando uma análise em uma firma fictícia e

utilizando este experimento para apresentar na prática como se utiliza os índices

financeiros. O autor explica que índices financeiros calculados a partir dos dados

retirados do balanço patrimonial e da demonstração do resultado do exercício

subsidiam a informações ligadas à área de controle e a área de processos que

planejam estratégias para as firmas.

Silva et al. (2015), desenvolveram uma comparação econômico-financeira

entre 19 firmas de capital aberto listadas na B3 do setor de Construção Civil. Por meio

dos índices fundamentalistas de liquidez, rentabilidade e endividamento foi criado um

índice-padrão para permitir a comparação de desempenho das empresas do setor.

Os indicadores fundamentalistas foram calculados a partir dos relatórios financeiros

dos balanços patrimoniais e das demonstrações de resultados do exercício,

verificando que a maioria das firmas possuía uma situação financeira apropriada. Logo

o setor de construção civil apresentou regulares resultados médios de liquidez e

retorno sobre o patrimônio líquido, corroborando com os resultados encontrados por

Duarte e Lamounier (2007).

Michels et al. (2018) em seu estudo verificou o desempenho econômico-

financeiro das firmas do Setor de Agronegócio listadas na B3 S.A entre os anos de

2014 a 2016. Através da análise fundamentalista com o uso de indicadores financeiros

os autores mostraram que a maior a participação de capital de terceiros, ocasiona

menor retorno sobre o ativo nas firmas. Além de que quanto maior foi o imobilizado,

mais as firmas necessitam de terceiros para financiá-las. Outros achados encontrados

foram segmento de Alimentos e Derivados, possuíam melhor desempenho por

possuírem índices de rentabilidade adequados e além de utilizarem mais recursos

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próprios, reduzindo o custo da dívida. Logo o segmento de Carnes e Derivados indicou

maior necessidade de captação de terceiros, gerando consequentemente mais

despesas financeiras. Na próxima seção 3, são apresentados os procedimentos

metodológicos utilizados nesse estudo.

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3 METODOLOGIA

3.1 CLASSIFICAÇÃO DO ESTUDO, AMOSTRA, COLETA E TRATAMENTO DOS

DADOS

A pesquisa teve como objeto de estudo a firma Brasileira Fibria Celulose S.A.

listada no segmento Novo Mercado na B3. O tipo de coleta utilizado no referido

trabalho foi a de pesquisa documental. Foram coletados no site

(www.bovespa.com.br) os relatórios financeiros trimestrais de: Balanço Patrimonial e

Demonstração do Resultado do Exercício, entre o 1º trimestre de 2009 ao 4º trimestre

de 2018, compreendendo uma amostra total de 40 trimestres. Todas as

demonstrações financeiras utilizadas são consolidadas, ou seja, foram consideradas

as matrizes e suas coligadas.

Em relação aos procedimentos metodológicos realizados neste estudo pode-

se classificar a metodologia sob três aspectos: pela forma de abordagem do problema,

pelos procedimentos técnicos utilizados e pelo seu objetivo (GIL, 2002). A abordagem

do problema é classificado com quantitativa. De acordo com Raupp e Beuren (2008)

essa abordagem é caracterizada pelo uso de ferramentas estatísticas no processo de

coleta e no tratamento dos dados. Em relação aos procedimentos técnicos utilizados,

esse estudo caracteriza com pesquisa documental. Gil (2002) mostra que pesquisa

documental dá-se através de documentos que não receberam nenhum tratamento

analítico, ou ainda podem ser reorganizados para atingir os objetos do estudo. Em

relação aos objetivos, este trabalho classifica-se como descritivo, pois de acordo com

Prodonav e Freitas (2013), um estudo de caráter descritivo tem como finalidade

verificar as características de um acontecimento ou um fato, realizando associações

entre as variáveis.

Após a coleta dos dados das demonstrações financeiras da firma Fibria

Celulose S.A. foi realizado um tratamento corretivo nas informações financeiras. Os

dados foram corrigidos retirando-se o efeito da inflação em cada período. Após esta

medida foram calculados os indicadores fundamentalistas de Liquidez, Estrutura de

Capital, Rentabilidade e Atividade, além dos indicadores de Nível de Caixa (Cash),

Custo da Dívida ( KI ) e tangibilidade (Tang) com auxílio do software Excel do pacote

Office da Microsoft. Após isso com o auxílio do programa Gretl (Gnu Regression,

Econometrics and Time-series Library) versão 1.9.0, foram estimados

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primeiramente quatorze (14) modelos econométricos de regressão linear simples com

cada indicador individual dos grupos de análise fundamentalista, sem a inclusão das

variáveis de controle (Nível de Caixa, Custo da Dívida e tangibilidade).Em seguida

foram estimados quatro (4) modelos de regressão linear múltipla com os grupos de

indicadores fundamentalistas (Liquidez, Estrutura de Capital, Rentabilidade e

Atividade) com a inclusão das variáveis de controle (Nível de Caixa, Custo da Dívida

e tangibilidade). Estimou-se também uma regressão com todas as variáveis

analisadas. Por fim todas as regressões tiveram a variável Retorno sobre o ativo

(ROA) com variável dependente, visto que no presente estudo foi escolhida como a

medida de desempenho econômico-financeiro da firma para ser analisada durante os

períodos. No quadro 1 a seguir, são apresentadas as variáveis utilizadas no estudo.

Quadro 1: Descrição das variáveis da pesquisa

Variável Sigla Denominação Especificação

De

pe

nd

en

te

ROA

Retorno Sobre o Ativo

Lucro Líquido Ativo Total

Inde

pe

nd

en

te

LG

Liquidez Geral

Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Passivo Não-Circulante

LC

Liquidez Corrente

Ativo Circulante Passivo Circulante

LS

Liquidez Seca

(Ativo Circulante – Estoques) Passivo Circulante

LI

Liquidez Imediata

Disponibilidades Passivo Circulante

CE

Composição de

Endividamento

Passivo Circulante (Passivo Circulante + Passivo não-circulante)

GE

Grau de Endividamento

(Passivo Circulante + Passivo não-circulante) Ativo Total

IMPL

Imobilização do Patrimônio

Líquido

AÑC (Investimentos + Imobilizado + Intangível) Patrimônio Líquido

IMRNC

Imobilização dos Recursos Não-Correntes

AÑC (Investimentos + Imobilizado + Intangível) Patrimônio Líquido + Passivo Não-Circulante

PMRE

Prazo Médio de Estocagem

Estoque Médio X 90 CMV

PMRC

Prazo Médio de

Recebimento

Duplicatas a Receber Médio X 90 Receita Líquida de Vendas

PMRF

Prazo Médio de Pagamento

Fornecedores Médio X 90 Compras

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ML

Margem Líquida

Lucro Líquido Vendas

GA

Giro Do Ativo

Vendas Líquidas Ativo Total

MB

Margem Bruta

Lucro Bruto Vendas Líquidas

Co

ntr

ole

Cash

Nível de Caixa

Caixa e Equivalentes de Caixa Ativo Total

KI

Custo da

Dívida

Despesas Financeiras x (1 – IR) Passivo Oneroso de Curto e Longo Prazo

Tang

Nível de Tangibilidade

Imobilizado Ativo Total

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.2 FORMULAÇÃO DAS HIPÓTESES DA PESQUISA

Considerando a aceitação da hipótese H1 de que através de métricas contábeis

fundamentalistas significantes podem explicar e determinar o desempenho

econômico-financeiro da firma brasileira Fibria Celulose S.A., formulou-se sub

hipóteses de cada grupo de indicador fundamentalista e de cada indicador

fundamentalista individual.

Quadro 2 - Sub Hipóteses de Significância com aceitação da Hipótese H1

Hipóteses ( H )

H1.1. O Grupo de indicadores Financeiros de Liquidez é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.1.1 O indicador Financeiro de Liquidez Geral é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.1.2 O indicador Financeiro de Liquidez Imediata é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.1.3 O indicador Financeiro de Liquidez Seca é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.1.4 O indicador Financeiro de Liquidez Corrente é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.2. O Grupo de indicadores Financeiros de Estrutura de Capital é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.2.1 O indicador Financeiro de Composição de Endividamento é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.2.2 O indicador Financeiro de Grau de Endividamento é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.2.3 O indicador Financeiro de Imobilização do Patrimônio Líquido é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.2.4 O indicador Financeiro de Imobilização dos Recurso Não-Correntes é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.3. O Grupo de indicadores Financeiros de Rentabilidade é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

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H1.3.1 O indicador Financeiro de Giro do Ativo é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.3.2 O indicador Financeiro de Margem Bruta é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.3.3 O Grupo de indicadores Financeiros de Margem Líquida é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.4 O Grupo de indicadores Financeiros de Atividade é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.4.1O indicador Financeiro de Prazo Médio de Estocagem é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.4.2 O indicador Financeiro de Prazo Médio de Recebimento é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

H1.4.3O indicador Financeiro de Prazo Médio de Pagamento é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Fonte: Elaborado pelo autor.

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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 ESTATÍSTICA DESCRITIVA E CORRELAÇÃO ENTRE AS VARIÁVEIS

A estatística descritiva das variáveis é apresentada na Tabela 1. A amostra é composta de 40 observações trimestrais da

Firma Fibria Celulose S.A. distribuídas entre o período de março de 2009 a dezembro de 2018.

Tabela 1 – Estatística Descritiva

Fonte: Elaborado pelo autor.

Variável Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão

Coef. de Variação

Assimetria Excesso de

Curtose

Retorno sobre o Ativo 0,0056 0,0033 -0,0665 0,0602 0,0277 4,9565 -0,3181 0,0794

Liquidez Geral 0,8260 0,8536 0,3660 1,0828 0,1993 0,2413 -1,0129 0,0976

Liquidez Imediata 0,9363 0,9407 0,4559 1,4439 0,3094 0,3305 0,0100 -1,4641

Liquidez Seca 1,4950 1,4771 0,7676 2,3055 0,4266 0,2854 0,2057 -1,0482

Liquidez Corrente 1,9685 1,8601 0,9343 2,9937 0,5292 0,2688 0,1011 -0,8069

Composição de Endividamento 0,2114 0,1993 0,1372 0,3629 0,0504 0,2383 0,8304 0,4697

Grau de Endividamento 0,5283 0,4947 0,4191 0,7582 0,0872 0,1651 0,6630 -0,6261

Imobilização do Patrimônio Líquido 1,3000 1,1326 0,9392 3,2721 0,4705 0,3619 2,6116 7,0993

Imobilização dos Recursos Não-Correntes 0,6542 0,6193 0,4963 0,9637 0,1152 0,1762 1,4642 1,0417

Giro do Ativo 0,0699 0,0654 0,0332 0,1367 0,0214 0,3056 1,0515 1,0142

Margem Bruta 0,2506 0,2238 0,0344 0,4981 0,1196 0,4772 0,4172 -0,6578

Margem Líquida 0,0309 0,0202 -0,7692 0,4073 0,2404 7,7761 -0,8610 1,4196

Prazo Médio de Estocagem 84,99 86,55 39,51 145,26 16,15 0,19 0,70 4,52

Prazo Médio de Recebimento 37,87 29,34 18,54 100,45 17,40 0,46 1,32 2,16

Prazo Médio de Pagamento 50,06 37,26 17,18 143,62 33,13 0,66 1,44 0,69

Custo da Dívida 0,0341 0,0217 0,0007 0,1349 0,0340 0,9990 1,6970 2,1754

Cash 0,0536 0,0392 0,0113 0,1376 0,0348 0,6492 0,6254 -0,8050

Tangibilidade 0,4162 0,3909 0,2971 0,5817 0,0773 0,1856 1,1910 0,3267

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O Retorno sobre o Ativo (ROA), variável dependente dessa pesquisa, varia

nessa amostra aproximadamente, de -0,0665 a 0,0602. Esta variável apresenta

valores abaixo de zero quando a firma, apresenta prejuízos nos trimestres. A média

geral do Retorno sobre o Ativo (ROA) foi de 0,0056. O desvio Padrão e o coeficiente

de variação indicam grande variabilidade desta métrica durante os períodos. Nota-se

também que esta variável não apresenta distribuição normal, tendo curtose

platicúrtica.

A variáveis independentes do grupo de Liquidez apresentaram médias

consideradas apropriadas. Sendo de 0,8260, 0,9363, 1,4950 e 1,9685, para liquidez

geral, liquidez imediata, liquidez seca e liquidez corrente, respectivamente. As

métricas de dispersão indicaram pouca variabilidade desses indicadores durante o

periodo analisado, tendo coeficiente de variação entre 0,2413 a 0,3305. As variáveis

Liquidez Geral, Imediata, Seca e Corrente apresentam distribuição menos apontada

do que a distribuição normal, sendo consideradas platicúrtica. As variáveis

independentes do grupo de Estrutura de Capital apresentaram médias abaixo de 1,

no indicadores de Composição de Endividamento (0,2144), Grau de

Endividamento(0,52830) e Imobilização dos Recurso Não-Correntes (0,6542). Logo a

variável independente Imobilização do Patrimônio Líquido apresentou média de 1,3

no periodo analisado. Os quocientes de dispersão do grupo de estrutura de Capital

apresentaram pouca variabilidade, mostrando que o endividamento da firma mantem-

se aproximadamente linear durante os períodos. As variáveis de Composição de

Endividamento, Grau de Endividamento e Imobilização dos Recurso Não-Correntes

apresentaram curtose platicúrtica. Já a variável Imobilização do Patrimônio Líquido

apresentou distribuição mais apontada do que a distribuição normal, tendo curtose

leptocúrtica.

As variáveis de rentabilidade, começando pelo Giro do Ativo variou nessa

amostra, de 0,0332 a 0,1367. A medidas de dispersão apresentaram variação de

0,3056. A Média esteve em cerca de 0,0699. A curtose apresentou-se como

platicúrtica. A variável Margem Bruta apresentou média de 0,2506, variando de 0,0344

a 0,4981 no período. O coeficiente de variação ficou em cerca de 0,4772. A curtose

apresentou-se como platicúrtica. Logo a variável Margem Líquida apresentou grande

variação no quocientes durante o periodo, com variação de 7,7761. A média esteve

em cerca de 0,0309. Os quocientes variaram de -0,7692 a 0,4073 no período. Já a

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distribuição encontrou-se menos apontada do que a distribuição normal, sendo

considerada platicúrtica.

A variáveis independentes de Atividade, mostraram-se favoráveis para a Firma,

tendo um prazo médio de recebimento de vendas inferior ao prazo médio de

pagamento a fornecedores. Logo a empresa mantêm seus estoques armazenados em

um período superior. A variável prazo médio de estocagem apresentou média de

aproximadamente 85 dias, variando de 40 a 146 dias. Os indicadores de dispersão

indicaram pouca variabilidade dos dados no período, com cerca de 0,19. A medida de

curtose indicou distribuição leptocúrtica. A variável Prazo médio de Recebimento

apresentou média de aproximadamente 38 dias, variando de 19 a 121 dias. A

dispersão indicou variação de 0,46 no periodo, apresentando curtose platicúrtica.

Logo o Prazo médio de Pagamento obteve média de 51 dias, variando de 18 a 144

dias. O coeficiente de variação foi de cerca de 0,66. A curtose indicou distribuição

menos apontada do que a distribuição normal, sendo consideradas platicúrtica.

Por fim, as variáveis de controle, iniciando pelo custo da dívida, apresentaram

grande variabilidade durante os períodos, tendo curtose platicúrtica e média de

0,0341. A variável Cash apresentou variação de 0,6492, curtose platicúrtica e média

0,0536. Logo a variável tangibilidade apresentou média de 0,4162, variando de 0,2971

a 0,5817. A medida de dispersão foi de cerca de 0,1856 entre os períodos. A curtose

apresentou como platicúrtica. No próximo tópico 4.1.1 é apresentado a análise da

matriz de correlação de Pearson.

4.1.1 Análise da Matriz de Correlação de Pearson

A partir da análise de correlação na tabela 2, é possível verificar a associação

entre cada uma delas. A tabela 2 apresenta os resultados de correlação, considerando

a variável dependente: Retorno sobre os Ativos (ROA); as variáveis independentes:

Liquidez Geral, Liquidez Imediata, Liquidez Seca, Liquidez Corrente, Composição de

Endividamento, Grau de Endividamento, Imobilização do Patrimônio Líquido,

Imobilização dos Recursos Não-Correntes, Giro do Ativo, Margem Bruta, Margem

Líquida, Prazo Médio de Estocagem, Prazo Médio de Recebimento e Prazo Médio de

Pagamento. Além das variáveis de controle: Cash, Custo da Dívida e Tangibilidade.

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Tabela 2 - Matriz de Correlação de Pearson

ROA LG LI LS LC CE GE IMPL IMRNC PMRE PMRC PMPF GA MB ML Cash KI Tang

ROA 1 LG -0,17 1 LI -0,12 0,15 1 LS -0,19 0,24 0,84 1 LC -0,17 0,39 0,78 0,96 1 CE 0,23 -0,36 -0,50 -0,66 -0,77 1 GE 0,30 -0,62 0,19 -0,15 -0,26 0,39 1

IMPL 0,22 -0,91 -0,24 -0,35 -0,48 0,52 0,73 1 IMRNC 0,07 -0,86 -0,48 -0,40 -0,52 0,46 0,25 0,82 1 PMRE 0,08 0,64 0,21 0,29 0,42 -0,28 -0,19 -0,56 -0,70 1 PMRC -0,08 -0,35 -0,17 0,20 0,11 -0,07 -0,29 0,15 0,51 -0,17 1 PMPF 0,24 -0,01 0,42 0,02 -0,01 0,19 0,60 0,03 -0,39 0,31 -0,47 1

GA 0,27 0,29 0,21 -0,08 0,00 0,03 0,32 -0,23 -0,55 0,30 -0,64 0,62 1 MB 0,27 0,16 0,07 -0,16 -0,08 0,02 0,28 -0,15 -0,37 0,31 -0,47 0,52 0,89 1 ML 0,92 -0,17 -0,14 -0,22 -0,20 0,19 0,27 0,20 0,07 0,11 -0,07 0,27 0,26 0,32 1

Cash 0,15 -0,66 0,14 -0,22 -0,38 0,51 0,78 0,69 0,43 -0,51 -0,21 0,42 0,18 0,17 0,12 1 KI -0,70 0,08 -0,04 0,04 0,06 -0,06 -0,06 -0,03 0,01 0,00 0,02 -0,24 -0,05 -0,01 -0,68 0,01 1

Tang 0,05 -0,90 -0,32 -0,25 -0,38 0,32 0,25 0,77 0,95 -0,71 0,57 -0,32 -0,56 -0,41 0,06 0,43 -0,06 1 Nota: ROA – Retorno sobre o Ativo, LG – Liquidez Geral, LI – Liquidez Imediata, LS – Liquidez Seca, LC – Liquidez Corrente, CE – Composição de Endividamento, GE – Grau de Endividamento, IMPL – Imobilização do Patrimônio Líquido, Imobilização dos Recursos Não-Correntes, PMRE – Prazo Médio de Estocagem, PMRC – Prazo Médio de Recebimento, PMPF – Prazo Médio de Pagamento, GA – Giro do Ativo, MB – Margem Bruta, ML – Margem Líquida, Cash – Nível de Caixa, KI – Custo da Dívida e Tang – Nível de Tangibilidade. Fonte: Elaborado pelo autor.

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Os resultados obtidos apresentam correlação positiva moderada da Margem

Líquida e correlação negativa moderada do Custo da Dívida com a variável

dependente Retorno sobre os ativos. As variáveis Grau de Endividamento,

Imobilização do Patrimônio Líquido, Imobilização dos Recursos Não-Correntes, Cash

e Tangibilidade apresentaram correlação negativa moderada com a variável

independente Liquidez Geral, logo a variável Prazo Médio de Estocagem apresentou

correlação positiva moderada. As variáveis Liquidez Seca e Liquidez Corrente

apresentaram correlação positiva moderada com a variável independente Liquidez

Imediata, logo a Variável Composição de Endividamento apresentou correlação

negativa moderada com a referida variável. As variáveis Composição de

Endividamento e Imobilização dos Recursos Não-Correntes apresentaram correlação

negativa moderada com a variável independente Liquidez corrente. As variáveis

Imobilização do Patrimônio Líquido, Prazo Médio de Pagamento e Cash apresentaram

correlação positiva moderada com a variável independente Grau de Endividamento.

As variáveis Imobilização dos Recursos Não-Correntes, Cash e Tangibilidade

apresentaram correlação positiva moderada com a variável independente

Imobilização do Patrimônio Líquido, logo a variável Prazo Médio de Estocagem

apresentou correlação positiva moderada. A variável tangibilidade apresentou

correlação positiva moderada e a variável prazo médio de estocagem apresentou

correlação negativa moderada com a variável independente Imobilização dos

Recursos Não-Correntes. A variável Prazo Médio de Recebimento apresentou

correlação negativa com a variável independente Giro do Ativo, logo a variável Prazo

Médio de Pagamento apresentou correlação positiva moderada. A variável Margem

Bruta apresentou correlação positiva moderada com a variável independente Giro do

Ativo. A variável Custo da Dívida apresentou correlação negativa moderada com a

variável independente Margem Líquida. Por fim a variável prazo médio de estocagem

apresentou correlação moderada negativa com a variável independente

Tangibilidade. O restante das variáveis analisadas apresentaram associações

positivas e negativas fracas. Na próxima seção 4.2 são apresentados as aplicações e

resultados das regressões.

4.2 APLICAÇÕES EMPÍRICAS DAS REGRESSÕES

4.2.1 Regressão Linear Simples

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Inicialmente foram estimados quatorze (14) modelos de regressão linear

simples, na qual a variável dependente (Retorno sobre os Ativos) era função de

apenas uma variável independente na equação. Diante disso, foram testadas

hipóteses em que cada índice dos grupos de Liquidez, Estrutural de Capital,

Rentabilidade e Atividade a afim de analisar se o mesmo é significante na explicação

do Retorno sobre os Ativos. A seguir é apresentada o modelo de regressões a serem

estimadas.

Roa = β0 + β1x + ε

Onde:

Roa = Variável dependente;

x = Variável Independente individual

Lg = Liquidez Geral;

Li = Liquidez Imediata;

Ls = Liquidez Seca;

Lc = Liquidez Corrente;

Ce = Composição de Endividamento;

Ge = Grau de Endividamento;

Impl = Imobilização do Patrimônio Líquido;

Imrnc = Imobilização dos Recursos Não-Correntes;

Ga = Giro do Ativo;

Mb = Margem Bruta;

Ml = Margem Líquida;

Pmre = Prazo Médio de Estocagem;

Pmrc =Prazo Médio de Recebimento;

Pmpf = Prazo Médio de Pagamento;

ε = Termo de Erro.

A tabela 3, apresenta os resultados das regressões lineares simples individuais

com cada variável. Apenas as variáveis Grau de Endividamento (p-valor = 0,0099),

Imobilização do Patrimônio Líquido (p-valor = 0,0908), Giro do Ativo (p-valor = 0,0261),

Margem Bruta (p-valor = 0,0436), Margem Líquida (p-valor = 0,0000) e Prazo Médio

de Pagamento (p-valor = 0,0223) apresentaram associação significativa (e positiva)

com o Retorno sobre o Ativo na firma Fibria Celulose S.A. As variáveis com

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significância apresentam coeficientes e R-Quadrado Ajustado superiores a zero. Além

do teste Durbin-Watson que se apresentaram próximos e superiores a dois (2),

validando os resultados.

Tabela 3 – Resultados das Regressões Lineares Simples de Cada Indicador Individual

Variável Coeficiente E. Padrão Razão t P-valor R2- Aj. F – Sig. Durb-Wat.

LG -0,0226 0,0154 -1,4610 0,1522 0,0007 0,2818 1,9755

LI -0,0131 0,0138 -0,9521 0,3471 -0,0043 0,4425 1,8797

LS -0,0137 0,0093 -1,4680 0,1503 0,0191 0,2453 1,9839

LC -0,0101 0,0072 -1,4030 0,1688 0,0121 0,2922 1,9918

CE 0,1304 0,0872 1,4950 0,1431 0,0314 0,1531 2,0364

GE 0,0867 0,0319 2,7150 0,0099 0,0501 0,0562 2,1920

IMPL 0,0102 0,0059 1,7350 0,0908 0,0046 0,0163 1,9923

IMRNC 0,0216 0,0316 0,6834 0,4985 -0,0180 0,6686 1,9018

GA 0,3610 0,1560 2,3150 0,0261 0,0532 0,0897 2,0731

MB 0,0683 0,0327 2,0880 0,0436 0,0628 0,0930 2,1487

ML 0,1065 0,0114 9,3380 0,0000 0,8501 0,0000 1,7439

PMRE 0,0003 0,0002 1,3260 0,1928 -0,0029 0,6202 1,9456

PMRC -0,0002 0,0002 -0,7156 0,4786 -0,0171 0,6315 1,9469

PMPF 0,0002 0,0001 2,3820 0,0223 0,0379 0,0143 2,0101 Nota: LG – Liquidez Geral, LI – Liquidez Imediata, LS – Liquidez Seca, LC – Liquidez Corrente, CE – Composição de Endividamento, GE – Grau de Endividamento, IMPL – Imobilização do Patrimônio Líquido, Imobilização dos Recursos Não-Correntes, GA – Giro do Ativo, MB – Margem Bruta, ML – Margem Líquida, PMRE – Prazo Médio de Estocagem, PMRC – Prazo Médio de Recebimento e PMPF – Prazo Médio de Pagamento. Fonte: Elaborado pelo Autor.

A partir dos resultados de cada indicador individualmente na explicação do

retorno sobre o ativo, pode-se aceitar as hipóteses H1.2.2, H1.2.3, H1.3.1, H1.3.2, H1.3.3 e H1.4.3.

A tabela abaixo resume a aceitação das sub hipóteses testadas para os indicadores

analisados de maneira individual.

4.2.2 Regressão Linear Múltipla

Com aplicação de modelos econométricos multivariados, e possível verificar

através da junção combinatória de variáveis independentes no conjunto são capazes

de explicar a variável dependente. Primeiramente foram empregados modelos de

Regressão Linear Múltipla com a variável dependente Retorno sobre o ativo, e cada

grupo de indicadores (Liquidez, Estrutural de Capital, Rentabilidade e Atividade) como

variáveis independentes, assim como as variáveis de controles (Cash, Custo da

Dívida e Tangibilidade) foram adicionadas ao modelo. Por fim empregou-se o modelo

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de regressão linear múltipla com todas as variáveis dos grupos analisados e as

variáveis de controle. A seguir são apresentadas os modelos de regressão linear

múltipla estimados nesse estudo, a fim de testar a hipótese H1.

Roa = β0 + β1Lg + β2Li + β3Ls + β4Lc + β5Ca + β6Ki + β7Tang + ε

Roa = β0 + β1Ce + β2Ge + β3Impl + β4Imrnc + β5Ca + β6Ki + β7Tang + ε

Roa = β0 + β1Ga + β2Mb + β3Ml + β4Ca + β5Ki + β6Tang + ε

Roa = β0 + β1Pmre+ β2Pmrc + β3Pmpf + β4Ca + β5Ki + β6Tang + ε

Roa = β0 + β1Lg + β2Li + β3Ls + β4Lc + β5Ce + β6Ge + β7Impl + β8Imrnc + β9Ga + β10Mb +

β11Ml + β12Pmre+ β13Pmrc + β14Pmpf + β15Ca + β16Ki + β17Tang + ε

Onde:

Roa = Retorno sobre o Ativo

Lg = Liquidez Geral;

Li = Liquidez Imediata;

Ls = Liquidez Seca;

Lc = Liquidez Corrente;

Ce = Composição de Endividamento;

Ge = Grau de Endividamento;

Impl = Imobilização do Patrimônio Líquido;

Imrnc = Imobilização dos Recursos Não-Correntes;

Ga = Giro do Ativo;

Mb = Margem Bruta;

Ml = Margem Líquida;

Pmre = Prazo Médio de Estocagem;

Pmrc =Prazo Médio de Recebimento;

Pmpf = Prazo Médio de Pagamento;

Ca = Nível de Caixa;

Ki = Custo da Dívida;

Tang = Nível de Tangibilidade;

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ε = Termo de Erro.

A validação dos resultados das regressões foi atestada pelo P-Valor

(probabilidade) considerando significância de 5%. Além da análise dos coeficientes se

são diferentes de zero. Ademais também foram analisados o R-quadrados se são

maiores que zero. A Homoscedasticidade foi verificada por meio de análise gráfica. A

presença de autocorrelação serial foi analisada por meio do teste Durbin-Watson, que

apresentando quocientes próximos e acima de 2, validam os resultados.

A tabela 4, apresenta os resultados das regressão linear múltipla, com o grupo

de indicadores de Liquidez. O R2 – Ajustado demostrou que o modelo explica 66,80%

das variações no Retorno sobre o Ativo. Os coeficientes apresentaram-se válidos,

sendo diferentes de zero. O teste Durbin-Watson apresentou quociente de 2,3077,

validando o modelo. Os indicadores Liquidez Geral (p-valor = 0,0354), Liquidez

Imediata (p-valor = 0,0041), Custo da Dívida (p-valor = 0,0000) e Tangibilidade (p-

valor = 0,0145) apresentaram associação significativa (negativa) com o retorno sobre

o ativo. Logo os indicadores Liquidez Corrente (p-valor = 0,0190) e Cash (p-valor =

0,0117) apresentaram associação significativa (positiva) com o retorno sobre o ativo.

Considerando que o modelo apresentou significância elevada, onde Prob.>F = 0,0000

não se pode rejeitar a hipótese que o Grupo de Indicadores de Liquidez é significante

na explicação do retorno, rejeitando a Hipótese nula.

Tabela 4 – Regressão 1 - Grupo de Indicadores de Liquidez

Nota: A tabela apresenta o coeficiente, R2 – ajustado, p-valor, significância e Durbin – Watson. Nível de significância de 10% ( * ), de 5% ( ** ) e de 1% ( *** ). As variáveis que não foram significativas obtiveram p-valor maior que 0,1. Fonte: Elaborado pelo autor.

Coeficiente Erro Padrão Razão-t P-valor

Constante 0,1771 0,0783 2,2606 0,0307 **

Liquidez Geral -0,0894 0,0407 -2,1972 0,0354 **

Liquidez Imediata -0,0798 0,0258 -3,0959 0,0041 ***

Liquidez Seca -0,0471 0,0364 -1,2946 0,2047

Liquidez Corrente 0,0766 0,031 2,4702 0,0190 **

Cash 0,4658 0,174 2,676 0,0117 **

Custo da Dívida -0,6337 0,0774 -8,1831 0,0000 ***

Tangibilidade -0,2563 0,0992 -2,5844 0,0145 **

Observações 40

Prob.>F 0,0000 R2 - Ajustado 0,6680

Durbin-Watson 2,3077

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A tabela 5, apresenta os resultados das regressão linear múltipla, com o grupo

de indicadores de Estrutura de Capital. O R2 – Ajustado demostrou que o modelo

explica 58,99% das variações no Retorno sobre o Ativo. Os coeficientes

apresentaram-se válidos, sendo diferentes de zero. O teste Durbin-Watson

apresentou quociente de 1,7443, validando o modelo. Os indicadores de Imobilização

do Patrimônio Líquido (p-valor = 0,0515), Custo da Dívida (p-valor = 0,0000) e

Tangibilidade (p-valor = 0,0182) apresentaram associação significativa (negativa) com

o retorno sobre o ativo. Logo os indicadores Grau de Endividamento (p-valor = 0,0310)

e Imobilização dos Recursos Não-Correntes (p-valor = 0,0173) apresentaram

associação significativa (positiva) com o retorno sobre o ativo. Considerando que o

modelo apresentou significância elevada, onde Prob.>F = 0,0000 não se pode rejeitar

a hipótese que o Grupo de Indicadores de Estrutura de Capital é significante na

explicação do retorno, rejeitando a Hipótese nula.

Tabela 5 – Regressão 2 - Grupo de Indicadores de Estrutura de Capital

Coeficiente Erro Padrão Razão-t P-valor

Constante -0,1256 0,0685 -1,8332 0,0761 *

Composição de Endiv. -0,1125 0,1017 -1,1062 0,2769

Grau de Endividamento 0,2601 0,1153 2,2568 0,0310 **

Imob. do Patrimônio Líq. -0,0644 0,0318 -2,0234 0,0515 *

Imobi. dos Recursos N-Corr. 0,5284 0,2104 2,5117 0,0173 **

Cash 0,0345 0,1599 0,2161 0,8303

Custo da Dívida -0,6039 0,0871 -6,9322 0,0000 ***

Tangibilidade -0,5422 0,2177 -2,4901 0,0182 **

Observações 40

Prob>F 0,0000

R2 - Ajustado 0,5899

Durbin-Watson 1,7443

Nota: A tabela apresenta o coeficiente, R2 – ajustado, p-valor, significância e Durbin – Watson. Nível de significância de 10% ( * ), de 5% ( ** ) e de 1% ( *** ). As variáveis que não foram significativas obtiveram p-valor maior que 0,1. Fonte: Elaborado pelo autor.

A tabela 6, apresenta os resultados das regressão linear múltipla, com o grupo

de indicadores Rentabilidade. O R2 – Ajustado demostrou que o modelo explica

86,53% das variações no Retorno sobre o Ativo. Os coeficientes apresentaram-se

válidos, sendo diferentes de zero. O teste Durbin-Watson apresentou quociente de

1,7376, validando o modelo. O indicador Margem Bruta (p-valor = 0,0258) apresentou

associação significativa (negativa) com o retorno sobre o ativo. Logo os indicadores

Giro do Ativo (p-valor = 0,0096) e Margem Líquida (p-valor = 0,0000) apresentaram

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associação significativa (positiva) com o retorno sobre o ativo. Considerando que o

modelo apresentou significância elevada, onde Prob.>F = 0,0000 não se pode rejeitar

a hipótese que o Grupo de Indicadores de Rentabilidade é significante na explicação

do retorno, rejeitando a Hipótese nula.

Tabela 6 – Regressão 3 - Grupo de Indicadores de Rentabilidade

Coeficiente Erro Padrão Razão-t P-valor

Constante -0,0287 0,0192 -1,4957 0,1442

Giro do Ativo 0,5256 0,1912 2,7494 0,0096 ***

Margem Bruta -0,0719 0,0308 -2,3354 0,0258 **

Margem Líquida 0,1037 0,0120 8,6430 0,0000 ***

Cash -0,0641 0,0668 -0,9602 0,3439

Custo da Dívida -0,0455 0,078 -0,5826 0,5641

Tangibilidade 0,0417 0,0341 1,2243 0,2295

Observações 40

Prob>F 0,0000

R2 - Ajustado 0,8653

Durbin-Watson 1,7376

Nota: A tabela apresenta o coeficiente, R2 – ajustado, p-valor, significância e Durbin – Watson. Nível de significância de 10% ( * ), de 5% ( ** ) e de 1% ( *** ). As variáveis que não foram significativas obtiveram p-valor maior que 0,1. Fonte: Elaborado pelo autor.

A tabela 7, apresenta os resultados das regressão linear múltipla, com o grupo

de Indicadores de Atividade. O R2 – Ajustado demostrou que o modelo explica 61,16%

das variações no Retorno sobre o Ativo. Os coeficientes apresentaram-se válidos,

sendo diferentes de zero. O teste Durbin-Watson apresentou quociente de 1,7167

validando o modelo. Os indicadores Prazo Médio de Recebimento (p-valor = 0,0677),

Prazo Médio de Pagamento (p-valor = 0,0176) e Custo da Dívida (p-valor = 0,0000)

apresentaram associação significativa (negativa) com o retorno sobre o ativo. Logo os

indicadores Prazo Médio de Estocagem (p-valor = 0,0017) e Cash (p-valor = 0,0150)

apresentaram associação significativa (positiva) com o retorno sobre o ativo.

Considerando que o modelo apresentou significância elevada, onde Prob.>F = 0,0000

não se pode rejeitar a hipótese que o Grupo de Indicadores de Atividade é significante

na explicação do retorno, rejeitando a Hipótese nula.

Tabela 7 – Regressão 4 - Grupo de Indicadores de Atividade

Coeficiente Erro Padrão Razão-t P-valor

Constante -0,0762 0,0392 -1,9424 0,0607 *

Prazo Médio de Estocagem 0,0011 0,0003 3,4153 0,0017 ***

Prazo Médio de Recebim. -0,0005 0,0003 -1,8888 0,0677 *

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Prazo Médio de Pagamento -0,0004 0,0002 -2,5002 0,0176 **

Cash 0,384 0,1496 2,5671 0,0150 **

Custo da Dívida -0,6549 0,0889 -7,3669 0,0000 ***

Tangibilidade 0,0618 0,069 0,8957 0,3769

Observações 40

Prob>F 0,0000

R2 - Ajustado 0,6116

Durbin-Watson 1,7167 Nota: A tabela apresenta o coeficiente, R2 – ajustado, p-valor, significância e Durbin – Watson. Nível de significância de 10% ( * ), de 5% ( ** ) e de 1% ( *** ). As variáveis que não foram significativas obtiveram p-valor maior que 0,1. Fonte: Elaborado pelo autor.

A tabela 8, apresenta os resultados das regressão linear múltipla, com os

grupos de Indicadores de Liquidez, Estrutura de Capital, Rentabilidade e Atividade. O

R2 – Ajustado demostrou que o modelo explica 90,66% das variações no Retorno

sobre o Ativo. Os coeficientes apresentaram-se válidos, sendo diferentes de zero. O

teste Durbin-Watson apresentou quociente de 2,7637 validando o modelo. Os

indicadores Custo da Dívida (p-valor = 0,0116), Liquidez Imediata (p-valor = 0,0960),

Liquidez Seca (p-valor = 0,0011), Imobilização do Patrimônio Líquido (p-valor =

0,0006), Prazo Médio de Estocagem (p-valor = 0,0360) e Prazo Médio de Pagamento

(p-valor = 0,0367) apresentaram associação significativa (negativa) com o retorno

sobre o ativo. Logo os indicadores Liquidez Corrente (p-valor = 0,0000), Composição

de Endividamento (p-valor = 0,0000), Grau de Endividamento (p-valor = 0,0061),

Imobilização dos Recursos Não-Correntes (p-valor = 0,0381) e Margem Líquida (p-

valor = 0,0000) apresentaram associação significativa (positiva) com o retorno sobre

o ativo. Considerando que o modelo apresentou significância elevada, onde Prob.>F

= 0,0000 não se pode rejeitar a hipótese que o Grupo de indicadores de Liquidez,

Estrutura de Capital, Rentabilidade e Atividade é significante na explicação do retorno,

rejeitando a Hipótese nula.

Tabela 8 – Regressão 5 - Grupo dos Indicadores (Liquidez, Estrutura de Capital,

Rentabilidade e Atividade)

Coeficiente Erro Padrão Razão-t P-valor

Constante -0,2521 0,1516 -1,6627 0,1106

Cash 0,0739 0,111 0,6657 0,5125

Custo da Dívida -0,1775 0,0644 -2,7553 0,0116 **

Tangibilidade -0,0901 0,1114 -0,8091 0,4271

Liquidez Geral 0,0042 0,0601 0,0703 0,9446

Liquidez Imediata -0,0292 0,0168 -1,7393 0,0960 *

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Liquidez Seca -0,1084 0,0288 -3,7699 0,0011 ***

Liquidez Corrente 0,1283 0,0245 5,2340 0,0000 ***

Composição de Endividamento 0,263 0,0491 5,3505 0,0000 ***

Grau de Endividamento 0,3783 0,1247 3,0325 0,0061 ***

Imob. do Patrimônio Liquido -0,0714 0,0178 -4,0246 0,0006 ***

Imob. dos Recursos Não-Correntes 0,1922 0,0871 2,2059 0,0381 **

Giro do Ativo -0,1871 0,2483 -0,7533 0,4593

Margem Bruta 0,0033 0,0322 0,1015 0,9201

Margem Líquida 0,0881 0,0108 8,1828 0,0000 ***

Prazo Médio de Estocagem -0,0005 0,0002 -2,2342 0,0360 **

Prazo Médio de Recebimento 0,0001 0,0002 0,5810 0,5671

Prazo Médio de Pagamento -0,0002 0,0001 -2,225 0,0367 **

Observações 40

Prob>F 0,0000

R2 - Ajustado 0,9066

Durbin-Watson 2,7637

Nota: A tabela apresenta o coeficiente, R2 – ajustado, p-valor, significância e Durbin – Watson. Nível de significância de 10% ( * ), de 5% ( ** ) e de 1% ( *** ). As variáveis que não foram significativas obtiveram p-valor maior que 0,1. Fonte: Elaborado pelo autor.

A partir dos resultados de cada regressão linear múltipla na explicação do

retorno sobre o ativo, pode-se aceitar as hipóteses H1.1. H1.2. H1.3. e H1.4.Na próxima

seção 5 são apresentadas as considerações finais do estudo.

5 CONCLUSÃO

Este estudo teve como objetivo principal determinar e verificar se as métricas

contábeis fundamentalistas de análise são significantes para explicar o desempenho

econômico-financeiro da firma brasileira Fibria Celulose S.A que atualmente é

considerada a maior produtora mundial de celulose de eucalipto, consolidando-se

como uma das maiores empresas do Brasil listada na B3.

Conforme Kreuzberg, Dockorn e Hein (2015) mencionam, a técnica

fundamentalista de analisar as demonstrações contábeis por meio de índices

financeiros afere o desempenho organizacional, proporcionando ao setor estratégico

das firmas, informações relevantes e que auxiliam na tomada de decisões.

Breitenbach, Alves e Diehl (2010) complementa que além de proporcionar os

benefícios citados anteriormente, essa técnica contribui para os gestores em relação

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ao retorno das informações (feedback), desenvolvendo um controle continuado da

eficiência das atividades gerida pelas organizações.

A amostra desse estudo foi firma Brasileira Fibria Celulose S.A. Foram

coletados no site (www.bovespa.com.br) os relatórios financeiros trimestrais de:

Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício, entre o 1º trimestre

de 2009 ao 4º trimestre de 2018, compreendendo uma amostra total de 40 trimestres,

utilizando-se demonstrações financeiras consolidadas. Após a coleta foi aplicado uma

medida corretiva, afim de aumentar a confiabilidade dos dados, retirou-se o efeito

inflacionário de cada período nos relatórios financeiros. Em seguida os dados foram

organizados no software Excel do pacote Office da Microsoft e depois disso foram

calculados os indicadores financeiros fundamentalistas de Liquidez, Estrutura de

Capital, Rentabilidade e Atividade, além dos indicadores Nível de Caixa, Custo da

Dívida e Tangibilidade.

Com intuito de responder a problemática do estudo, foram estimados modelos

econométricos de regressão. Inicialmente foram estimados 14 modelos de regressão

linear simples com cada indicador individual dos grupos. Em seguida foram estimados

5 modelos de regressão linear múltipla, sendo o primeiro com o grupo de indicadores

de Liquidez, o segundo com o grupo de indicadores de Estrutura de Capital, o terceiro

com o grupo de indicadores de Rentabilidade, o quarto com o grupo de indicadores

de Atividade, e por fim o quinto modelo com todos os indicadores dos grupos

analisados. O software Gretl versão 1.9.0, foi utilizado para realizar os modelos de

regressão.

Os resultados obtidos através dos modelos individuais de regressão linear

simples indicaram que o Grau de Endividamento (p-valor = 0,0099), Imobilização do

Patrimônio Líquido (p-valor = 0,0908), Giro do Ativo (p-valor = 0,0261), Margem Bruta

(p-valor = 0,0436), Margem Líquida (p-valor = 0,0000) e Prazo Médio de Pagamento

(p-valor = 0,0223) associação significativa (e positiva) com o Retorno sobre o Ativo da

firma Fibria Celulose S.A. Esses achados sugerem que o endividamento da firma pode

está alavancando seus lucros, pois apresentaram coeficientes positivos. As métricas

de rentabilidade também indicaram que aumento nas vendas, diminuição de custos e

despesas, gera um percentual maior de lucros, impactando consequentemente no

retorno. O política de pagamento da firma analisada, de acordo com os resultados

também influencia no retorno, pois a medida que o prazo de pagamento de

fornecedores aumenta, gera-se efeitos positivos no período.

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Os resultados comprovados pelo primeiro modelo de regressão linear múltipla

demonstraram que os indicadores de Liquidez Geral (p-valor = 0,0354), Liquidez

Imediata (p-valor = 0,0041), Custo da Dívida (p-valor = 0,0000) e Tangibilidade (p-

valor = 0,0145) apresentaram associação significativa (negativa) com o retorno sobre

o ativo. Logo os indicadores Liquidez Corrente (p-valor = 0,0190) e Cash (p-valor =

0,0117) apresentaram associação significativa (positiva). Esse achados mostram que

a medida que a capacidade de pagamentos aumenta, diminui-se os retornos, além

dos que o pagamento de juros e taxas e aquisição de imobilizado na firma ocasiona

um declínio no retorno. Esses achados vão de acordo com a literatura. O indicador de

Cash, indicou que caixas e equivalentes de caixas em montantes adequados

influenciam na rentabilidade. Logo o indicador de Liquidez Corrente apresentou

associação positiva, não corroborando com a literatura. No entanto, isso pode ser

explicado que possuir uma solvência adequada no curto prazo, não gera pagamento

de despesas, aumentando o retorno.

Os resultados evidenciados pelo segundo modelo de regressão linear múltipla

demonstraram que os indicadores de Imobilização do Patrimônio Líquido (p-valor =

0,0515), Custo da Dívida (p-valor = 0,0000) e Tangibilidade (p-valor = 0,0182)

apresentaram associação significativa (negativa) com o retorno sobre o ativo. Logo os

indicadores Grau de Endividamento (p-valor = 0,0310) e Imobilização dos Recursos

Não-Correntes (p-valor = 0,0173) apresentaram associação significativa (positiva)

com o retorno sobre o ativo. Os achados de Custo da Dívida e Tangibilidade

corroboram novamente com a literatura. Assim como o indicador de imobilização do

Patrimônio Líquido. Logo o resultados significativos e positivos dos indicadores Grau

de Endividamento e Imobilização dos Recursos Não-Correntes, pode revelar uma

estratégia da empresa, possuir uma estrutura de capital, composta principalmente por

capital de terceiros.

Os resultados confirmados pelo terceiro modelo de regressão linear múltipla

demonstraram que os indicadores de Margem Bruta (p-valor = 0,0258) apresentou

associação significativa (negativa) com o retorno sobre o ativo, indicando um resultado

não vai de acordo com a literatura. Logo os indicadores Giro do Ativo (p-valor =

0,0096) e Margem Líquida (p-valor = 0,0000) apresentaram associação significativa

(positiva) com o retorno sobre o ativo, evidenciando que a firma aumenta seus

recursos, aumentando suas vendas líquidas e o saldo de lucro após deduzir custos e

despesas.

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Os resultados admitidos pelo quarto modelo de regressão linear múltipla

demonstraram que os indicadores Prazo Médio de Recebimento (p-valor = 0,0677),

Prazo Médio de Pagamento (p-valor = 0,0176) e Custo da Dívida (p-valor = 0,0000)

apresentaram associação significativa (negativa) com o retorno sobre o ativo. Logo os

indicadores Prazo Médio de Estocagem (p-valor = 0,0017) e Cash (p-valor = 0,0150)

apresentaram associação significativa (positiva) com o retorno sobre o ativo. Os

únicos achados que diverge da literatura, são o coeficiente negativo do Prazo Médio

de Pagamento e Coeficiente positivo de Prazo Médio de Estocagem. Em relação ao

prazo médio de estocagem, deve-se ressalvar que a firma pode apresentar grandes

estoques que são mantidos por longos períodos, sendo uma característica do setor.

Os resultados obtidos pelo quinto e último modelo de regressão linear múltipla

demonstraram que os indicadores Custo da Dívida (p-valor = 0,0116), Liquidez

Imediata (p-valor = 0,0960), Liquidez Seca (p-valor = 0,0011), Imobilização do

Patrimônio Líquido (p-valor = 0,0006), Prazo Médio de Estocagem (p-valor = 0,0360)

e Prazo Médio de Pagamento (p-valor = 0,0367) apresentaram associação

significativa (negativa) com o retorno sobre o ativo. Logo os indicadores Liquidez

Corrente (p-valor = 0,0000), Composição de Endividamento (p-valor = 0,0000), Grau

de Endividamento (p-valor = 0,0061), Imobilização dos Recursos Não-Correntes (p-

valor = 0,0381) e Margem Líquida (p-valor = 0,0000) apresentaram associação

significativa (positiva) com o retorno sobre o ativo. Complementando os achados

anteriores que a capacidade de pagamento sem a realização de estoques e somente

com a disponibilidade imediatas indicam diminuição dos o quocientes de retorno. No

entanto a medida que a firma mantêm suas obrigações no curto prazo liquidadas, gera

efeitos positivos nos retorno. Além das métricas de estrutura de capital, que

evidenciam que essa política de utilização de capital de terceiros aumenta seus lucros,

além de que possuir obrigações na sua maioria no longo prazo também subsidia o

crescimento da firma.

Por fim considera-se todos os achados, todos os modelos apresentaram

significância elevada, onde Prob.>F = 0,0000, portanto rejeitando a hipótese nula e

aceitando a hipótese H1: As métricas contábeis fundamentalistas de análise financeira

são significantes para explicar e determinar o desempenho econômico-financeiro da

firma brasileira Fibria Celulose S.A., além das sub hipóteses H1.1., H1.2., H1.3., H1.4 e H1.2.2,

H1.2.3, H1.3.1, H1.3.2, H1.3.3 e H1.4.3.

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Propõe-se para estudos futuros, utilizar todas as empresas do um mesmo setor,

ou todas as empresas do mercado brasileiro listadas na B3. Além de utilizar outros

indicadores de rentabilidade para medir o desempenho e adicionar outros indicadores

com o intuito de explicar o retorno. Este estudo tem limitações de algumas variáveis

que poderiam ser adicionadas, mas devido à falta de disponibilização, não foram

inseridas no trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ANEXOS E APÊNDICES

Quadro 2 – Resumo dos Resultados achados no Estudo

Hipóteses ( H ) Resultado

H1.1. O Grupo de indicadores Financeiros de Liquidez é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.1.1 O indicador Financeiro de Liquidez Geral é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Rejeita-se H1

H1.1.2 O indicador Financeiro de Liquidez Imediata é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Rejeita-se H1

H1.1.3 O indicador Financeiro de Liquidez Seca é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Rejeita-se H1

H1.1.4 O indicador Financeiro de Liquidez Corrente é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Rejeita-se H1

H1.2. O Grupo de indicadores Financeiros de Estrutura de Capital é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.2.1 O indicador Financeiro de Composição de Endividamento é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Rejeita-se H1

H1.2.2 O indicador Financeiro de Grau de Endividamento é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.2.3 O indicador Financeiro de Imobilização do Patrimônio Líquido é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.2.4 O indicador Financeiro de Imobilização dos Recurso Não-Correntes é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Rejeita-se H1

H1.3. O Grupo de indicadores Financeiros de Rentabilidade é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.3.1 O indicador Financeiro de Giro do Ativo é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.3.2 O indicador Financeiro de Margem Bruta é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.3.3 O Grupo de indicadores Financeiros de Margem Líquida é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.4 O Grupo de indicadores Financeiros de Atividade é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

H1.4.1 O indicador Financeiro de Prazo Médio de Estocagem é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Rejeita-se H1

H1.4.2 O indicador Financeiro de Prazo Médio de Recebimento é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Rejeita-se H1

H1.4.3 O indicador Financeiro de Prazo Médio de Pagamento é significante para explicar o Retorno sobre o Ativo na Firma Fibria Celulose S.A.

Aceita-se H1

Fonte: Elaborado pelo Autor.