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mm PASTAI» 28.° anno Aiilynaluras em JLluboa 1 me*.... 300 réis. Annuncios, linha 20 réis. 3mezes.. 900 » Annuncios mundanos, linha Avulso... 10 9 40 réis. Communicados e outros artigos, contractam-se na administração. FUNDADOR: PEDRO CORREIA DA SILVA TELEPHONE N. # 117 Quarta feira 3 de maio de 1899 Editor responsável—José Victorino Cardoso Typographic. e impressão, Empreza Editora, T. da Queimada, 35 Aislftnaturas nas provindas 3 meies, pagamento adiantado 1£150 A correspondência sobre a administração, ao di- rector da Empreza Editora, travessa da Queimada, 35, !.• andar. Numero 9:388 Expediente Prevenimos os nossos es- timáveis assinantes da pro- víncia, de que mandámos pa- ra cobrança ás dillercnlcs es- tações poslaes, os recibos das suas assignaturas em debito, onde se poderão man- dar satisfazer, para não te- rem interrupção na remessa do nosso jornal. Lembramos que a demo- ra no pagamento causa-nos graves transtornos, e obriga a devolução dos recibos que nos vêm augmenlar a despe- za das estampilhas. Carla dos arredores de Lisboa O importante trabalho do le- vantamento da carta dos arredo- res de Lisboa, está confiado aos oflieiaes do corpo de estado-maior os srs. tenentes Lui* Antonio de Carvalho Martins e Ricardo Sola- no de Albuquerque. O primeiro partiu para Mer ceana e o segundo seguiu para Alemquer. Paia rectificar cartas anterior mente levantadas foram nomea dos e seguiram também para os seus destinos os srs. tenentes Amilcar de Castro Abreu e Mot ta e João Pereira Bastos. O trabalho da rectificação da carta itinerária da 3 divisão mi- litar, foi confiado aos srs. capitães Luis Antonio Cesar d'Oliveira, Alberto Hypolito Pereira de Araujo e Antonio José dos San- tos Junior e tenente Annibal Pe- reira de Miranda. Chronica religiosa Na Sé, ás 11, missa do coro por musica. Na freguesia de Santa Crus do Castello, festa da Santa Cruz, seu orago, ás 12, por musica orando o rev. Carlop Fragoso; ás 7, terço de Bemditos. Na ermida do Resgate, ás 11 1|2, missa da repoBição do Laus- perenne por musica. Na Ascensão, terço do Rosario e benção do Santissimo. Nas Mercês, na rua Formosa, ás 7, missa e exposição do San tissimo; ás 5, mez de Maria e re- posição. Devoção do mez de Maria nas egrejas do costume, sendo na ire guesia das Mercês, ás 8 horas da manhã. Batalha das Flores O producto d'esta brilhante fes- ta de caridade, apurada até hon- tem, cleva-se á somma de réis 6:575»>0'J0. Thcalro II. Amelia E' realmente magnifico o pro- gramme do espectáculo de hoje no elegante tbeatro realisado pe- lo grupo de opera lyrica portu- guezi de que é director o bary tono portuguez Francisco de Sou sã: 1.° acto da opera «Falstoff». Rimaoza da mesma opera Quando eu era pagem». Symphonia da opera de Nico lai «As alegres comadres de Win dsor». «Ária das jfias» e romansas pela cantora Aoita Italiano. Os «Palhaços» (i actos). Sociedade de Beneficência Brazilcira em Portugal A favor do crfre d'este utilissi ma e sympathies instituição de caridade cede a empresa do thea- tro da Trindade, o producto da recita de amanhã, quinta feira, em que pela ultima e definitiva v z se representa a magnifica operetta de Offjnbach, a Grã Du- queza de Gerolstein, cujo protogo- ntsta é superiormente representa da pela distinctissima actriz Pal- myra Bastos. As nossas primeiras famílias e muitas da colonia brasileira toma- ram os camarotes e grande nu mero de legares de balcão e fau teuils. Dispensário da Bainha Durante o mes findo receberam tratamento n'este estabelecimento de caridade 1:063 creançat; fjram fornecidas 8:588 formulat; 6:460 refeições; feito» 5:312 curativos; dadae 1:101 consult»*; e vaccina das 97 creuoçat; Manteiga de Nandufe Dinheiro Empresta-ee sobre pedras pre- coisas. Rua do Oiro, entrada pela rua da Victoria, 94, l. n andar . AGUAS DE MONDARIZ Iofalliveis na cura da diabetes gotta, albuminuria, anemia, e de todas as enfermidades do estôma- go, fígado, rins e bexiga. MH—CHIADO Flores de Portugal Perfume da moda de L. T. Pi- ver, de Paris. A' venda unicamen- te na rua dos Retroseiros, 72 e 74. llar«|iieis it Duarte Mau filho A policia acudiu boutem aoa gritos de soccorro dados por Anna Antónia da Silva, residente na rua do Guarda Mór, 29, em con- sequência de seu filho Manuel Go- mes a aggrediu com soccos. A polic a teve de arrombar a porta, porque o mau filho se re- cusou a abril a. O Gomes foi preso. Os madeiros de sobro Os madeiros de sobro que cons- tituíram vários ornatos na deco- ração da batalha das flores na Avenida, foram tffsrecidos á Ca- mara municipal pelo sr. Jsymo Arthur da Costa Pinto. Consta-nos que o sr. engenhei- ro Avellar, oa põa á disposição do sr. Antonio Cordeiro Feio, admi- nistrador do parque do Campo Grande, e quo este zeloso funccio nario, ob vai applicar a dlfferen- tes obras de aformoBeamento tan- to por todo aquelle parque, como no Irndo e inimitável jardim do chalet. CANCIONEIRO POPULAR i quem me dera morrer, Depois da morte ter vida, Tara ver que te lograva, Pren-ta da minha alma querida. 1 tf ... . tf fc I iA^. K ?• ,, % •-V y. ft Aam* v* 1 ' . ~<-í «?»&STV s IL.-ipV * l5f* ~ ? jWl- /& m :i rTti ti í ! * r "§s !fi!i fflfilUi wrnm IiSSS Hl <- m 5 * V-. > m !C VSVN\ imàmà MANTEIGA di; PAREDES DE COERA DE PREÇO iriioji: eh iiitxri; KILO RÉIS 1$100 JERONYMO MARTINS & FILHO CHI A RO A TIRO AOS POMROS Hoje, 3, ás 2 horas da tarde ti ro ordinário. ROCAMBOLE—Pepita não duvidou mais que fosse quem ella esperava (Vide folhetim na3.*pag.) Guilherme Silva & Santos Camiseiros Receberam novidades 109, RUA DE 8. NICOLAU, 111 Dr. Mello £^2: pitaes homoeopathicoB. Consulto rio especial de medicina bomceo pathico; da 1 ás 3 horas. Rua das Chagas, 22. ALFREDO MARTINS MEDICO ConMultorlo na Bua Nova da Trindade» 9, 1.° (esquina do Chiado). Djenças de garganta, naris, ou vidos, bocca e dentes Os nossos folhetins Transviado pagi- na. «Rocambole»—3.' pagi- na. «Sete Peeeados K or taes»—no cimo da 4. 1 pa- gina. Em poucas linhas Nunca o flirt andou tão cultivado em Lisboa, como agora. Sem indiscrições. —De Camões, nas Redondilhas: Por segredo namorado E' certo estar conhecido, Que o mal de ser engeitado Maia atormenta sabido Mil vezes, que suspeitado. Provérbio: « La langue est sans os, on la tourne comme en veut.» —De Feuillet:—«Existe uma cer- ta qualidade de espirito, tranquil- lo e motejador, inaccessivel á ti- midez, que facilmente intimida, e que em toda a parte garante ao que a tem uma especie de predo- mínio e apparencia de superiori- dade.» COSMOPOLITAS. -n* Que militar Antooio aos Santos, soldado 196 da 5 a companhia da guarda fiscal, fji preso pelo cheia da estação dos caminhos de forro de Berofi- ca, por se recusar a satisfazer a passagem e da mulher no com boio, tentando aggredir o dito cbe- com o sabre, sgarrando-se a elle, resultando cahirem ambos no chão, ficando o chefe ferido no rosto e o soldado com duas arra- nhaduras nas orelhas e a manga da farda rasgada. - ' —^——— *— —1. Floricullor Evaristo E' no dia 7 do corrente, como dissemos, que principiam os fes- tejos em Évora em honra de Sua Magestade, que vai ser hospede do digno par do Reino o sr. Fran- cisco Barahona. Parte hoje para alli o honrado fioricultor Evaristo, justificada- mente encarregado das ornamen- tações em casa do sr. Barahona, assim como do theatro Garcia Rezende. Foram dois wagons com magni- ficas plantas decorativas. No domingo do Espirito Santo, tem logar na freguesia de Alde- gallega do Ribatejo a festa da communhão de meninas. Tem 'fitado um pouco doente O auctor do tal Folheto... Mas o Folheto, somente, Não pode ir ao Gato Preto Por não ter capa decente... Bua da Victoria Nova Rclrozaria Com um completo sortimento de artigos de inteira novidade, inau gOra se amanhã na praça de D. Pedro, 104, sob o titulo de Retro- zaria de Lisboa, um estabeleci mento d'este genero e de que é proprietário o sr. J. Marques & C'. A'à nossas leitoras desde re- commendamos uma visita á nova casa Glub dc Lisboa Com uma selecta coocorrencia e por entre estrepitosos applau- sob, decorreu a recita ante hontem realisada n'este club, para as fa- mílias dos socios de numero par. Mais uma vez os diatinctos in- terpretes das finas e chistosas co- medias Gotta d'agua, Duas vezes noivas e Paraizos conjugaes, de- mon8tráram os seus valiosos re- cursos para a arte dramatica e concorreram para o bom nome que está ligado á afamada aggremia- ção recreativa do Caivano, onde as fd8tas, realisadas com frequên- cia, são sempre revestidas d'um brilhantismo pouco vulgar. Frederico Riester Por alma do illustre extincto rezaram ae duas missas na capei- la da Cozinha Económica da Ri- beira Velha: a primeira mandada rezar pela nobre presidenta da benemerita Sociedade,e a segun- da pelo nosso presado amigo o sr. Conselheiro José da Silveira Vianna, como collega na direcção do illustre morto na direcção da sauta instituição de caridade. A espiga de amanha a oito dias, é o dia da espiga nacional, e a roma- ria do nosso povo ás hortas e lo- candas de toda a casta, de toda a especie e situada em todos os pon- tos da cidade e scjb contornos. Quantas dezenas de pipas de vi- nho, de... tortos... entram as poetas Bem pagar os seus direi- tos?!... 85-folhclim do Diário l!lustrado-3-S J J ( J JAYME DE MAGALHAES LIMA TRANSVIADO VI Que podia pois essa alma dilacerada pelo desen- gano, privada de Iodas as alegrias que ambicionara, continuamente retalhada de dôres? Tivesse a cora- gem de anniquillar os restos inúteis do seu corpo. Para que sen ia n'este mundo? 0 pão que o alimen- tava queimava-lhe os lábios como um roubo ao tra- balho dos que eram sãos, vivendo no amor, e o sui- cídio não seria um crime nem uma deserção, era uma obra de caridade livrando a humanidade d'um ser enfermo e esteril, era um acto dc justiça, reco- nhecen 'o e castigando o desvairamento da sua exis- t ncia perdida em sonhos vãos e agora sacrificada á frivolidade d'uma mulher. Uma pesada sombra lhe escurecia então o pensamento e olhava esse abysmo eternamente mysterioso como o mar calmo em que precisava lançar-se para seu repouso, para sua glo- ria, para sua redempção. Nesta febre havia porém remissões. Pela manhã, desde que fallecera a mãe de Cláudio, a casa de Villalva era invariavelmente visitada pelos devedores, pelos rendeiros, pelos muitos que a serviam ou d'el- la dependiam. Vinham regular as suas contas, pedir perdão das dividas em atrazo ou que lhes esperassem pelo pa- gamento das rendas caidas, saber se poderiam con- tar com as terras, o que seria de futuro, a quem per- tenceriam. Era gente rude, vestida de burel, mostrando no peito uma camisa [grosseira, de grandes e toscas bo- tifarras, muitas vezes descalça, tendo deixado á entrada os tamancos ferrados e o cajado. As mulhe- res vinham também; por homenagem ao novo se- nhor traziam-lhe aves que iam levar á cosinba, em pequenas cestas. —Ai, Senhor! Está no ceu, era uma santa; diziam gemendo para que Cláudio ouvisse e se compade- cesse da sua pobreza. Depois entravam, mansamente, e com longos ro- deios, começavam a falar dos seus males, este dos gados que lhe morreram, aquelle das doenças que houvera em casa, est'outro das más colheitas e dos maus preços. Terminavam pedindo alguma cousa. Por alma da senhora sua mãe... rematavam. Cláudio, a essa invocação, que bem sabia ser ba- nal, não tinha coragem de resistir. Era no seu espi- rito uma instantânea resurreição de qualquer cousa sagrada perante a qual ajoelhava submisso e hu- milde. De resto, as horas que passava com os arrendatá- rios, com os devedores e com os creados que vinham receber ordens e dar contas das siias obrigações, eram para a sua alma um refrigério. Ao escutal-os comprehendia quanto a vida e a virtude eram sim- ples. As riquezas do mundo encerravam-se em algu- mas medidas de pão guardadas na arca, em meia dú- zia de varas de panno, fiado pelas encostas, em- quanto o rebanho vae traçando o pasto, e tecido nos serões de inverno á minguada luz d'uma can- deia. Moral, problemas da alma não existem. «Tu co- merás o pão com o suor do teu rosto», é tudo, ura evangelho inteiro. Trabalha, tira da terra o sus- tento que ella nunca recusa ao teu suor, não contes os teus passos, nem as tuas fadigas, trabalha, traba- lha sempre, para ti, para os filhos, para osvisinhos, para os viandantes que passam 110 caminho; não penses para que nem para quem, os necessitados te virão buscar o pão, como nas horas de miséria tu irás também viver do trabalho alheio. A suprema lição era-lhe dada por aquelles que es- molavam e nada pretendiam ensinar. De tanto estu- do e ambição, de todas as suas cogitações e de to- 5 dos os seus loucos anceios de perfeição, recebia alli correctivo. Mas era tarde, era tarde! Considerava o que per- dera n'essa noite em que, creança ainda, pela pri- meira vez deixara Villalva para ir buscar riqueza e saber que tão cedo se converteriam em infortúnio, e a ideia da morte voltava como a única redem- pção. Laura escrevia-lbe longas cartas. Que não sabia ue crimes eram os seus para que assim fosse aban- onada, que todos a estimavam e adoravam, menos elle; que ã inconstância dos homens podia attri- buil-o pois ella, se por alguma cousa peccava, era pelo muito amor que lhe tinha. 0 que diriam, per- guntava, todas aqucllas pessoas com quem convivia ao saber que Cláudio desertara a sua casa quasi completamente? Por certo haviam de o condem- nar. No fundo, essas cartas eram apenas a confirma- ção do que Cláudio por demais conhecia, a vaidade da mulher, a crença nos seus merecimentos alimen- tada pela lisooja banal dos que a cercavam, e uma vontade insaciável, absorvente, de ser senhora de todas as acções do marido. (iContinua).

DIÁRIO ILLU8TRA W - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1899-05-03/j-1244-g_1899-05-03_item2/j... · Na Ascensão, terço do Rosario ... egrejas do costume, sendo na ire guesia das Mercês,

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Page 1: DIÁRIO ILLU8TRA W - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1899-05-03/j-1244-g_1899-05-03_item2/j... · Na Ascensão, terço do Rosario ... egrejas do costume, sendo na ire guesia das Mercês,

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PASTAI»

28.° anno

Aiilynaluras em JLluboa

1 me*.... 300 réis. Annuncios, linha 20 réis.

3mezes.. 900 » Annuncios mundanos, linha

Avulso... 10 9 40 réis.

Communicados e outros artigos, contractam-se

na administração.

FUNDADOR: PEDRO CORREIA DA SILVA

TELEPHONE N.# 117

Quarta feira 3 de maio de 1899

Editor responsável—José Victorino Cardoso

Typographic. e impressão, Empreza Editora, T. da Queimada, 35

Aislftnaturas nas provindas

3 meies, pagamento adiantado 1£150

A correspondência sobre a administração, ao di-

rector da Empreza Editora, travessa da Queimada,

35, !.• andar.

Numero 9:388

Expediente

Prevenimos os nossos es-

timáveis assinantes da pro-

víncia, de que mandámos pa-

ra cobrança ás dillercnlcs es-

tações poslaes, os recibos

das suas assignaturas em

debito, onde se poderão man-

dar satisfazer, para não te-

rem interrupção na remessa

do nosso jornal.

Lembramos que a demo-

ra no pagamento causa-nos

graves transtornos, e obriga

a devolução dos recibos que

nos vêm augmenlar a despe-

za das estampilhas.

Carla dos arredores

de Lisboa

O importante trabalho do le-

vantamento da carta dos arredo-

res de Lisboa, está confiado aos

oflieiaes do corpo de estado-maior

os srs. tenentes Lui* Antonio de

Carvalho Martins e Ricardo Sola-

no de Albuquerque.

O primeiro partiu já para Mer

ceana e o segundo seguiu para

Alemquer.

Paia rectificar cartas anterior

mente levantadas foram nomea

dos e seguiram também para os

seus destinos os srs. tenentes

Amilcar de Castro Abreu e Mot

ta e João Pereira Bastos.

O trabalho da rectificação da

carta itinerária da 3 • divisão mi-

litar, foi confiado aos srs. capitães

Luis Antonio Cesar d'Oliveira,

Alberto Hypolito Pereira de

Araujo e Antonio José dos San-

tos Junior e tenente Annibal Pe-

reira de Miranda.

Chronica religiosa

Na Sé, ás 11, missa do coro por

musica.

Na freguesia de Santa Crus do

Castello, festa da Santa Cruz, seu

orago, ás 12, por musica orando o

rev. Carlop Fragoso; ás 7, terço

de Bemditos.

Na ermida do Resgate, ás 11

1|2, missa da repoBição do Laus-

perenne por musica.

Na Ascensão, terço do Rosario

e benção do Santissimo.

Nas Mercês, na rua Formosa,

ás 7, missa e exposição do San

tissimo; ás 5, mez de Maria e re-

posição.

Devoção do mez de Maria nas

egrejas do costume, sendo na ire

guesia das Mercês, ás 8 horas da

manhã.

Batalha das Flores

O producto d'esta brilhante fes-

ta de caridade, apurada até hon-

tem, cleva-se á somma de réis

6:575»>0'J0.

Thcalro II. Amelia

E' realmente magnifico o pro-

gramme do espectáculo de hoje

no elegante tbeatro realisado pe-

lo grupo de opera lyrica portu-

guezi de que é director o bary

tono portuguez Francisco de Sou

sã:

1.° acto da opera «Falstoff».

Rimaoza da mesma opera

• Quando eu era pagem».

Symphonia da opera de Nico

lai «As alegres comadres de Win

dsor».

«Ária das jfias» e romansas

pela cantora Aoita Italiano.

Os «Palhaços» (i actos).

Sociedade de Beneficência

Brazilcira em Portugal

A favor do crfre d'este utilissi

ma e sympathies instituição de

caridade cede a empresa do thea-

tro da Trindade, o producto da

recita de amanhã, quinta feira,

em que pela ultima e definitiva

v z se representa a magnifica

operetta de Offjnbach, a Grã Du-

queza de Gerolstein, cujo protogo-

ntsta é superiormente representa

da pela distinctissima actriz Pal-

myra Bastos.

As nossas primeiras famílias e

muitas da colonia brasileira toma-

ram já os camarotes e grande nu

mero de legares de balcão e fau

teuils.

Dispensário da Bainha

Durante o mes findo receberam

tratamento n'este estabelecimento

de caridade 1:063 creançat; fjram

fornecidas 8:588 formulat; 6:460

refeições; feito» 5:312 curativos;

dadae 1:101 consult»*; e vaccina

das 97 creuoçat;

Manteiga de Nandufe

Dinheiro

Empresta-ee sobre pedras pre-

coisas. Rua do Oiro, entrada pela

rua da Victoria, 94, l.n andar .

AGUAS DE MONDARIZ

Iofalliveis na cura da diabetes

gotta, albuminuria, anemia, e de

todas as enfermidades do estôma-

go, fígado, rins e bexiga.

MH—CHIADO

Flores de Portugal

Perfume da moda de L. T. Pi-

ver, de Paris. A' venda unicamen-

te na rua dos Retroseiros, 72 e

74.

llar«|iieis it Duarte

Mau filho

A policia acudiu boutem aoa

gritos de soccorro dados por Anna

Antónia da Silva, residente na

rua do Guarda Mór, 29, em con-

sequência de seu filho Manuel Go-

mes a aggrediu com soccos.

A polic a teve de arrombar a

porta, porque o mau filho se re-

cusou a abril a.

O Gomes foi preso.

Os madeiros de sobro

Os madeiros de sobro que cons-

tituíram vários ornatos na deco-

ração da batalha das flores na

Avenida, foram tffsrecidos á Ca-

mara municipal pelo sr. Jsymo

Arthur da Costa Pinto.

Consta-nos que o sr. engenhei-

ro Avellar, oa põa á disposição do

sr. Antonio Cordeiro Feio, admi-

nistrador do parque do Campo

Grande, e quo este zeloso funccio

nario, ob vai applicar a dlfferen-

tes obras de aformoBeamento tan-

to por todo aquelle parque, como

no Irndo e inimitável jardim do

chalet.

CANCIONEIRO POPULAR

i quem me dera morrer,

Depois da morte ter vida, Tara ver que te lograva,

Pren-ta da minha alma querida.

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DE

PREÇO iriioji: eh iiitxri;

KILO RÉIS 1$100

JERONYMO MARTINS & FILHO

CHI A RO I» A 1»

TIRO AOS POMROS

Hoje, 3, ás 2 horas da tarde ti

ro ordinário.

ROCAMBOLE—Pepita não duvidou mais que fosse quem ella esperava

(Vide folhetim na3.*pag.)

Guilherme Silva & Santos

Camiseiros

Receberam novidades

109, RUA DE 8. NICOLAU, 111

Dr. Mello £^2:

pitaes homoeopathicoB. Consulto

rio especial de medicina bomceo

pathico; da 1 ás 3 horas. Rua das

Chagas, 22.

ALFREDO MARTINS

MEDICO

ConMultorlo na Bua

Nova da Trindade» 9,

1.° (esquina do Chiado).

Djenças de garganta, naris, ou

vidos, bocca e dentes

Os nossos folhetins

Transviado — pagi-

na.

«Rocambole»—3.' pagi-

na.

«Sete Peeeados K or

taes»—no cimo da 4.1 pa-

gina.

Em poucas linhas

Nunca o flirt andou tão cultivado

em Lisboa, como agora.

Sem indiscrições.

—De Camões, nas Redondilhas:

Por segredo namorado

E' certo estar conhecido,

Que o mal de ser engeitado

Maia atormenta sabido

Mil vezes, que suspeitado.

— Provérbio: — « La langue est

sans os, on la tourne comme en

veut.»

—De Feuillet:—«Existe uma cer- ta qualidade de espirito, tranquil-

lo e motejador, inaccessivel á ti-

midez, que facilmente intimida, e

que em toda a parte garante ao

que a tem uma especie de predo-

mínio e apparencia de superiori-

dade.»

COSMOPOLITAS.

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Que militar

Antooio aos Santos, soldado 196

da 5 a companhia da guarda fiscal,

fji preso pelo cheia da estação

dos caminhos de forro de Berofi-

ca, por se recusar a satisfazer a

passagem e da mulher no com

boio, tentando aggredir o dito cbe-

fâ com o sabre, sgarrando-se a

elle, resultando cahirem ambos no

chão, ficando o chefe ferido no

rosto e o soldado com duas arra-

nhaduras nas orelhas e a manga

da farda rasgada. - — ■ ' ■ —^———■*—■—1.

Floricullor Evaristo

E' no dia 7 do corrente, como

dissemos, que principiam os fes-

tejos em Évora em honra de Sua

Magestade, que vai ser hospede

do digno par do Reino o sr. Fran-

cisco Barahona.

Parte hoje para alli o honrado

fioricultor Evaristo, justificada-

mente encarregado das ornamen-

tações em casa do sr. Barahona,

assim como do theatro Garcia

Rezende.

Foram dois wagons com magni-

ficas plantas decorativas.

No domingo do Espirito Santo,

tem logar na freguesia de Alde-

gallega do Ribatejo a festa da

communhão de meninas.

Tem 'fitado um pouco doente

O auctor do tal Folheto...

Mas o Folheto, somente,

Não pode ir ao Gato Preto

Por não ter capa decente...

Bua da Victoria

Nova Rclrozaria

Com um completo sortimento de

artigos de inteira novidade, inau •

gOra se amanhã na praça de D.

Pedro, 104, sob o titulo de Retro-

zaria de Lisboa, um estabeleci

mento d'este genero e de que é

proprietário o sr. J. Marques &

C'.

A'à nossas leitoras desde já re-

commendamos uma visita á nova

casa

Glub dc Lisboa •

Com uma selecta coocorrencia

e por entre estrepitosos applau-

sob, decorreu a recita ante hontem

realisada n'este club, para as fa-

mílias dos socios de numero par.

Mais uma vez os diatinctos in-

terpretes das finas e chistosas co-

medias Gotta d'agua, Duas vezes

noivas e Paraizos conjugaes, de-

mon8tráram os seus valiosos re-

cursos para a arte dramatica e

concorreram para o bom nome que

está ligado á afamada aggremia-

ção recreativa do Caivano, onde

as fd8tas, realisadas com frequên-

cia, são sempre revestidas d'um

brilhantismo pouco vulgar.

Frederico Riester

Por alma do illustre extincto

rezaram ae duas missas na capei-

la da Cozinha Económica da Ri-

beira Velha: a primeira mandada

rezar pela nobre presidenta da

benemerita Sociedade,e a segun-

da pelo nosso presado amigo o sr.

Conselheiro José da Silveira

Vianna, como collega na direcção

do illustre morto na direcção da

sauta instituição de caridade.

A espiga

Já de amanha a oito dias, é o

dia da espiga nacional, e a roma-

ria do nosso povo ás hortas e lo-

candas de toda a casta, de toda a

especie e situada em todos os pon-

tos da cidade e scjb contornos.

Quantas dezenas de pipas de vi-

nho, de... tortos... entram as

poetas Bem pagar os seus direi-

tos?!...

85-folhclim do Diário l!lustrado-3-SJJ(J

JAYME DE MAGALHAES LIMA

TRANSVIADO

VI

Que podia pois essa alma dilacerada pelo desen-

gano, privada de Iodas as alegrias que ambicionara,

continuamente retalhada de dôres? Tivesse a cora-

gem de anniquillar os restos inúteis do seu corpo.

Para que sen ia n'este mundo? 0 pão que o alimen-

tava queimava-lhe os lábios como um roubo ao tra-

balho dos que eram sãos, vivendo no amor, e o sui-

cídio não seria um crime nem uma deserção, era

uma obra de caridade livrando a humanidade d'um

ser enfermo e esteril, era um acto dc justiça, reco-

nhecen 'o e castigando o desvairamento da sua exis-

t ncia perdida em sonhos vãos e agora sacrificada á

frivolidade d'uma mulher. Uma pesada sombra lhe

escurecia então o pensamento e olhava esse abysmo

eternamente mysterioso como o mar calmo em que

precisava lançar-se para seu repouso, para sua glo-

ria, para sua redempção.

Nesta febre havia porém remissões. Pela manhã,

desde que fallecera a mãe de Cláudio, a casa de

Villalva era invariavelmente visitada pelos devedores,

pelos rendeiros, pelos muitos que a serviam ou d'el-

la dependiam.

Vinham regular as suas contas, pedir perdão das

dividas em atrazo ou que lhes esperassem pelo pa-

gamento das rendas caidas, saber se poderiam con-

tar com as terras, o que seria de futuro, a quem per-

tenceriam.

Era gente rude, vestida de burel, mostrando no

peito uma camisa [grosseira, de grandes e toscas bo-

tifarras, muitas vezes descalça, tendo deixado á

entrada os tamancos ferrados e o cajado. As mulhe-

res vinham também; por homenagem ao novo se-

nhor traziam-lhe aves que iam levar á cosinba, em

pequenas cestas.

—Ai, Senhor! Está no ceu, era uma santa; diziam

gemendo para que Cláudio ouvisse e se compade-

cesse da sua pobreza.

Depois entravam, mansamente, e com longos ro-

deios, começavam a falar dos seus males, este dos

gados que lhe morreram, aquelle das doenças que

houvera em casa, est'outro das más colheitas e dos

maus preços. Terminavam pedindo alguma cousa.

Por alma da senhora sua mãe... rematavam.

Cláudio, a essa invocação, que bem sabia ser ba-

nal, não tinha coragem de resistir. Era no seu espi-

rito uma instantânea resurreição de qualquer cousa

sagrada perante a qual ajoelhava submisso e hu-

milde.

De resto, as horas que passava com os arrendatá-

rios, com os devedores e com os creados que vinham

receber ordens e dar contas das siias obrigações,

eram para a sua alma um refrigério. Ao escutal-os

comprehendia quanto a vida e a virtude eram sim-

ples. As riquezas do mundo encerravam-se em algu-

mas medidas de pão guardadas na arca, em meia dú-

zia de varas de panno, fiado pelas encostas, em-

quanto o rebanho vae traçando o pasto, e tecido

nos serões de inverno á minguada luz d'uma can-

deia.

Moral, problemas da alma não existem. «Tu co-

merás o pão com o suor do teu rosto», é tudo, ura

evangelho inteiro. Trabalha, tira da terra o sus-

tento que ella nunca recusa ao teu suor, não contes

os teus passos, nem as tuas fadigas, trabalha, traba-

lha sempre, para ti, para os filhos, para osvisinhos,

para os viandantes que passam 110 caminho; não

penses para que nem para quem, os necessitados

te virão buscar o pão, como nas horas de miséria tu

irás também viver do trabalho alheio.

A suprema lição era-lhe dada por aquelles que es-

molavam e nada pretendiam ensinar. De tanto estu-

do e ambição, de todas as suas cogitações e de to-

5

dos os seus loucos anceios de perfeição, recebia alli

correctivo.

Mas era tarde, era tarde! Considerava o que per-

dera n'essa noite em que, creança ainda, pela pri-

meira vez deixara Villalva para ir buscar riqueza e

saber que tão cedo se converteriam em infortúnio,

e a ideia da morte voltava como a única redem-

pção.

Laura escrevia-lbe longas cartas. Que não sabia

ue crimes eram os seus para que assim fosse aban-

onada, que todos a estimavam e adoravam, menos

elle; que só ã inconstância dos homens podia attri-

buil-o pois ella, se por alguma cousa peccava, era

pelo muito amor que lhe tinha. 0 que diriam, per-

guntava, todas aqucllas pessoas com quem convivia

ao saber que Cláudio desertara a sua casa quasi

completamente? Por certo haviam de o condem-

nar.

No fundo, essas cartas eram apenas a confirma-

ção do que Cláudio por demais conhecia, a vaidade

da mulher, a crença nos seus merecimentos alimen-

tada pela lisooja banal dos que a cercavam, e uma

vontade insaciável, absorvente, de ser senhora de

todas as acções do marido.

(iContinua).

Page 2: DIÁRIO ILLU8TRA W - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1899-05-03/j-1244-g_1899-05-03_item2/j... · Na Ascensão, terço do Rosario ... egrejas do costume, sendo na ire guesia das Mercês,

DIÁRIO ILLU8TRA W

0 Governo e o Monte-pio

Geral

Passou-se hontem um facto na camara dos senhores deputa-

dos, antes da ordem do dia, facto que parecendo muito simples,

tem no entanto uma altíssima significação, como testimunhativo de

que o povo portuguez está sendo administrado como o era em tem-

po do absolutismo, em que aliaz os costumes ecam mais puros: em

segredo.

Perguntas dirigidas ao sr. Espregueira ficam sempre sem res-

posta. Ou se cala, ou recorre a sofisteirices reles que ainda mais o

compromettem, sendo ao mesmo tempo deprimentes para o regi-

men parlamentar.

E' o caso.

0 sr. Luciano Monteiro, muito singelamente e no uso do seu

direito, notando que o governo se gabava de estar abarrotado de

dinheiro, perguntou o que havia de verdade ao boato que corria no

publico, de ter nos últimos dias recorrido ao Monte-pio Geral, le-

vantando quantiosas eommas, que, chegava a aflirmar-se, attin-

giam a totalidade de 2:000 contos.

Levantou-8e o sr. Espregueira, e quando todo3 esperavam que

respondesse—é verdade, não é verdade, sim ou não, levantei esta

ou aquella quantia, não aconteceu assim. Deitou-se a tergiversar,

em guiza de advogado rabula e finorio, dizendo que sempre hou-

vera conta corrente com o Monte-pio, phrase qne depois emendou

para divida fluctuante.

Como se vé, não era resposta, porque o que se lhe pergunta-

va era se nos últimos dias tinha recorrido áquelle estabelecimento

pela quantia referida.

Não respondeu, mas seutando-se teve um sorriso intencional

para o seu collega da Justiça, sorriso qne teve o castigo merecido,

e de que adiante se fará chronica.

Pouco depois coube a palavra ao sr. Teixeira de Sousa, e o il-

lustre deputado, cheio de razão, verberou o inqualificável procedi-

mento, que não era fórma de responder no parlamento. Por muitas

vezes o Monte-pio figurara como credor do Estado em divida flu-

ctuante; mas sabia-sc, e agora, quando se pretendia saber, não se

ficava sabendo nada.

Ergueu-se o ministro, mas foi como se erguesse por molas o

manequim d'um financeiro. Ergueu-se, não para informar o parla-

mento, o paiz, para dizer a verdade, para dar conta dos seus actos,

mas para rectificar apenas que não fallara em conta corrente, mas

em divida fluctuante.

Chega então a vez do tal sorriso receber o correctivo devido,

infringido por quem, justificadamente, se sentira magoado porelle,

o sr. Luciano Monteiro, que levantára o incidente sem acrimonia,

perguntando, desejando saber a verdade sobre factos que tanto in-

teressam o paiz

Esse sorriso, que toda a camara viu, interpretara-o como sen-

do de intenções de disfructe; como quem dizia para o seu collega

Alpoim:—Comi-o.

Ora não lhe consentia, pessoalmente esse3 diefructes, e como

deputado não queria espertezas, queria verdades...

N'este ponto a presidência nota que chegou a hora de se pas-

sar á ordem do dia.

O orador:

—Continuaremos ámanhã. •

E quanto pediu o governo ultimamente, elle que blasona de

possuir todos os meios para os encargos da divida publica, quanto

pediu ao Monte-pio Geral? Quinhentos, mil, dois mil contos?

Não se sabe nada, e como o preoccupado silencio ministerial

certifica uma operação extraordinária, tal silencio pôde, pela des-

confiança, affectar o thesouro e o acreditado estabelecimento.

E' esta a resultante final da pretendida esperteza do sr. minis-

tro da Fazenda!

Pela politica

e pela administração

Câmbios c colações.—Lon-

dres, cheque (comprador), 35 31i32;

(vend.), 35 29i32; Londres, 90 d|v (comprador), 36 3] 16; Paris, che-

íe (comprad.j, 795; (vended.),

7;AIlemanha,chegue (comp.), 326;

endedor), 327; flollanda cheque

omp.) 549; (vendedor), 551: Madrid

leque (comp.) 1100; (vend.) 1110;

0 sjLondres, 7 15]32.

#

IlolNAN portuguezas

Official

Acções:

Da Companhia dos Phosphoros,

ira Maio, 73£800. Obrigações:

Do Caminho de Ferro, para o fim

> mez, 21 £900 c 21 £800; de 4 0)0,

188, 10£500 e 16£650: da Compa-

íia das Aguas, 77£300, 77£400 e

£500- Inscripções; coupons, 33 0|0.

Commercial

Aocops*

Do* Banco de Portugal, 126£500;

1 Companhia dos Phosphoros, réis

£400; da Companhia de Moçam-

que, 19£500; da Companhia dos

LDaCOS, 97£700.

DcT'canflnho de Ferro, 1.° gráo,

£500; do Caminho de Ferro, 2.°

■áo, 22£000; de 4 0j0, 1888, réis

£500; de 4 l]2 0]0, assentamento,

£500; da Companhia das Aguas,

£900

Inscripções: coupons, 33,85; de

sentamento, 33,95.

Libras: 6£620.

Temos em perspectiva uma

companhia africana — genero dae

companhias dos portos de Marro-

cos, de que fala Zola—, ainda

mesmo 8ntes do decreto travão

ter sido derrogado.

Já celebraram para ahi algures

umso reuniões preparatórias, em

que algutm, de relações líliáaeB

não podendo ser director, decla

rou que se substituía... pelo seu

futuro successor.

—O sr. deputado Ferreira de

Almeida foi hontem procurado na

camara por uma commissão de

sargentos da armada, que lhe foi

agradecer o cuidado com que s.

ex.- tem defendido os seus iote

re88e8.

—O Diário publica amanhã a

seguinte nota dos depósitos á or-

dem da Junta de Credito Publi-

co, em 28 de Abril ultimo: Banco

de Portugal, 2.889:830£291 réis;

Baring Brothers & C.-, Londres,

9:000,0,7 librai; Credit Lyonnais,

Paris, 1.782,340,92francos; Banck

fur Handel & Industrie, Berlim,

1.857,420,48 marcos.

—O sr. Joeé Luciano—das al-

mas grandes a generosidade é

esta! —já esqueceu a famosa epis-

toia sobre os destinoB municipaes

da Palhaça.

Prova: ccmo sendo o seu se

gundo eu, o illustre Presidente

do Conselho indigita para relator

das celebradas reformecas politi

cas o ar. dr Birboaa de Maga-

lhães.

—Roalisa ee no proximo eab-

bado o novo concurso para a com

pra de 15:000 libras, que serão

destinadas ao pagamento do cou

Son 3 p c. externo a vencer em

ulbo proximo.

—Hontem houve recnpção di-

plomática no ministério dos Ei-

traogeiros.

Estiveram os srs. ministros da

Frsnç*, Italia, Suécia e Hollands.

Equivoco parlamentar?

Hontem, antes de ser votada a

acta da sessão anterior, houve

larga discuefào, cm que tomarr.m

parte os srs. Teixeira de Souoa,

João Arroyo, Ressano Garcia,

Kendall e o sr. presidente, fatian-

do o primeiro três vezes.

Fôra o caso que o sr. Teixeira

de Sousa, quando entrára na dis-

cussão do projecto dos cominhos

de ferro, propos que no prr jecto

fosse incluida a conetrucçâj da

linha ferrea da Régua a Chaves,

marcando-se, porém, um certo pra-

ao para o actual concessionário

começar os trabalhos, visto não

haver praro na lei conforme a

concr8são.

Tendo o sr. ministro das Obras

Publicas declarado na sessão de

ante-hontem que acceitava uma

proposta do sr. relator, que conti

nha a proposta do sr. Teixeira de

Sousa, é certo que na acta appa-

receu a proposta votada a qual

apenas dava preferencia á linha

da Régua a Chaves depois de

construídas as constantes do pro-

jecto. O sr. Teixeira de Sousa le

vantou a questão, mostraudo com

a leitura do summario da sessão,

que as declarações do sr ministro

brigavam com a proposta do sr.

relator, que por equivoco decerto

fôra redigida por maneira contra-

ria.

Da discussão apurou se que

houve equivoco por parte do rela-

tor, que a cumaru votára a pro-

posta, a:b as declarações do sr.

ministro das Obras Publicas, de

que ella continha a do sr. Teixei-

ra de Sousa. Ass^ntcu-je por fim

em que, ua ultima roaacção do

projecto se esclarecesse o caso,

estabelecendo a inteira exactidão

do que se passára.

A discussão terminou por um

requerimento do sr. Teixeira de

S usa, ped.ndo as notas tacbygra

phicas da discussão nc pnjecto

dos caminhos de ferro, antes de

-lerem revistas pelos respectivos

oradores, para assim se lerem com

authenticidode as palavras do sr

ministro das Obras Publicas e do

sr relator.

0 projecto do nickel

Lá continuou hontem a discus-

são.

O sr. Teixeira de Sousa con

cluiu o seu diseurs •, respondeu-

ihe o sr. Augusto Joté da Cunhi.

(relator), seguiu se o sr. CLndt

Je Burufay, » quom respondeu c

at Qaeiros Ribeiro, que ficou com

á palavra reservada.

Conclusão geral: o governo c

que trata ó de trraojar mais al-

gumas centenas de c.ntos pela re-

tirada de parte da prata e ciicu-

laçào do nukel.

Noticias do parlamento

Camara dos deputados

O sr. Reesuno Garcia requereu

vários esclarecimentos pelo mi

□isterio das Obras Publicas com

relação a um prcjecto de lei apre.

sentado pelo sr. Bernardo Hj-

mem, em que é concedido um edi-

fício na rua do Assacar ao sbylo

D. Luiz I.

—O sr Joãj Franco perguntou

ao sr. ministro da Fazenda sr

tenciona mandar á camara uma

copia do relatório que lhe foi re

mettido pela direcção respectiva

com releção á cobrança em atra

so do imposto de rendimento por

parte de companhias ou socieda

des anonymas.

O sr. Espregueira pediu part

addiur a sua resposta por não ter

ainda peifeito conhecimento di

relatório em questão.

—O sr. Conde da Serra da Tou

rega pediu providencias contra

os abuses praticados pela C mpa

nhia des Phosphoros, quo está

sendo um verdadeiro estado no

estado.

Respondeu lhe o sr. ministro da

Fazenda.

—O sr. major Machado rtfe

riu-se, também, aos abusos da

mesma Companhia, padindo ener

gicas medidas da parte do gover

ao para a fazer entrar na ordem

—O sr. Chaves Mazziotti cha

mou a attenção do sr. ministro da

Marinha para a fórma por que es

tão procedendo algumas socieda-

des anonymôs que lêm negócios

para Africa e não eumprem com

OB deveres a que são obrigadas

—O sr. Casimiro Ferreira man-

dou para a mesa uma representa

ção da Associação Commercial de

Santarém, pedindo que se estabe

kça uma disposição legal pela

qual seja summario o procedo pa

ra a cobrança de pequenas divi-

das coinmerciaes.

—O sr. Teixeira de Vaaconcel

los requereu vários esclarecimen

tos com relação a contractos de

sub emphyteuse.

—O sr. Frederico Ramires man-

dou para a coesa duas propostas,

uma concedendo á camara muni

cipal de Castro Marim o Castello,

forte do S. Sebastião e baluartes

annexos de Santo Antonio e do

registo, bem como o terreno das

suas respectivas esplanadas, e

outra auctorisando a camara mu-

nicipal do Villa Real de Santo

Antonio a applioar nos Paços do

Concelho uma determinada quan-

ta.

ri

V, ff

Â

:

A festa dos estudantes em

S. Carlos

Casa completamente cheia. O

piogramma executado com toda a

maestria, lamentando se apenas

que Taborda e Victor Hussla, não

podessem comparecer por motivo

de doença.

Lopiccolo cantou magistral-

mente tree engraçadíssimas can

çouetaa, Valle diase o seu impa

gavel Aldighieri Junior, a tuna,

delici u nos com trechos encanta-

dores.

Delicioso um dialogo do ar.

Luiz Moraes de Carvalho, intitu-

lado O cão< pelos alumnos Curado

e Motta R beiro, que imitaram

perfeitamente Rosa Damasceno e

Augusto Rosa.

A hora a que terminou o espe-

ctáculo, 1 e meia da noite, não

nos permitte falar da rapazia-

da A soirée do Gaudêncio, de

Schwalbach, uma charge impagá-

vel, cheia de pilhas de graça e

que agradou immenso.

Novos artistas

Para o theatro de D. Amelia,

vem escripturado um grupo de

bons cantores italianos, que alli

darão varias operas, das quaes

fará parte o excellente baiytono o

sr. D. Francisco de Sousa Couti

nho (Redondo).

Doenças das vias urinarias

Consultas das 2 ás 5, por J.

M. Ribeiro, medico cirurgiâo.Cal-

çada do Carmo, (Rocio) 6,1.*.

Suas Magestades e o Senhor In-

fante D. AfTonso assistiram ao es-

pectáculo de hontem em S. Carlos.

• •

Fazem amauhã annos as sr.":

Baroneza de Alcantarilha.

D. Maria Magdalena de Azevedo

Teixeira de Aguilar (Samodães).

D. Maria Magdalena Gouveia.

D. Maria Rosa S. Miguel Espre-

gueira.

D. Henriqueta de Seabra de Cas-

tro.

D. Maria José de Azevedo Couti-

nho.

D. Emitia Champalimaud.

D. Julia Ribeiro de Sousa Finto.

D. Virginia Vaz Nápoles.

D. Custina de Araujo.

D. Maria de Oliveira Soares.

D. Rita Amalia de Meyrelles.

D. Zulmira Borges Carrôlo.

D. Augusta Peile da Costa.

D. Deolinda Adélia Augusta Con-

ceição Alves Vellez.

D. Hortense Silva.

D. Maria Henriqueta Pires da Guer-

ra.

D. Olivia Beatriz Vinagre.

D. Senhorinha Marçal Cary Cal-

deira.

C os srs.:

D. Ruv de Mello.

Francisco d'Assis Maria d'Olivei-

ra Calheiros (Guarda).

Alvaro Candido Furtado d'Antas.

Francisco Ribeiro da Cunha.

João da Cama Berquó.

Dr. Antonio José Rodrigues Lou-

reiro.

Antonio Joaquim de Sousa.

José Thomaz de Caceres Moraes.

Augusto Sebastião de Castro Gue-

des Vieira.

Antonio Augusto d'Oliveira Ma-

chado.

Godofredo Munoz Bastos da Fon-

seca.

Sebastião da Motta Cerveira.

Francisco Henriques d'Aguiar.

Antonio Emilio Antunes de Vas-

concelios.

Theophilo RusseU.

Xavier da Silva.

Está em Lisboa o sr. Visconde de

Taveiro, que habitualmente reside

na Figueira da Foz.

—Partiram hontem para Paris no

Sud-Express os srs. Paul Cliapuy,

director da Companhia Real, e Vi-

ctorino Vaz Junior, administrador.

Na gare da estação da Avenida

vimos, entre outros cavalheiros, os

srs:

Conselheiro Antonio Maria Perei-

ra Carrilho, Raoul Bayart, dr. Ma-

nuel Paes de Villas-Boas, Diogo Pa-

trone Junior, Manuel Francisco de

Vargas, Charles Bayart, Julio d'An-

drade, Antonio Coelho Vasconcellos

Porto, Luciano Simões de Carva-

lho. Antonio Bossa, Candido Freire,

João Ferreira de Mesquita, Arthur

Perdigão, Antonio de Sousa e Vas-

concellos, Alfredo Ferreira, Castão

de Sousa Vasconcellos, J. Rocca,

etc.

—Partiu hontem para Biarritz no

Sud-Express o sr. Conde de Bois

d'Aiche.

—Partiu para Paris a sr.- Viscon-

dessa de Monserrate.

—Regressou de Roma o sr. Al

berto Bramão, nosso collega da

Tarde.

—Partiu para Paris o sr. Joaquim

José Teixeira.

—E' esperado em Lisboa na pró-

xima sexta feira uin Principe rus-

so, que se destina á ilha da Madei-

ra.

—Partiu para Paris o sr. Silveira

Vianna.

—Acompanhado de sua esposa,

partiu hontem no Sud-Express o

sr. Williams Harts, banqueiro.

—Partiu para França o sr. José

Braamcamp de Mattos.

—Regressou da villa da Feira ao

Porto o sr. dr. Roberto Alves de

Sousa Ferreira, lente da Academia

Polytechnica d'aquella cidade.

—Regressou a Bragança o sr. dr.

Carlos Lopo de Athaydc e Sepul

veda.

A sr.a D. Anna de Serpa Pimen-

tel previne as pessoas das suas re-

lações que terminou as suas rece-

pções.

0 sr. José M. de Proença Vieira,

secretario de Sua Magestaac a Bai-

nha D. Maria Pia, foi agraciado com

a commenda da Ordem de Izabel a

Catholica.

Foi pedida em casamento pelo

sr. Conde da Serra da Tourega, pa-

ra o sr. Gaspar A. de Sousa Mar-

tins, a sr.- D. Maria Augusta de Al-

meida Santos.

#

» #

Esteve animadíssima a soirée de

segunda feira em casa dos srs.!

Maior). D. Maria Domingas da Ca-

mara (Belmonte). D. Amalia de Sou-

sa Coufi.nho (Linhares), I). Eugenia

de Mello Brevner (Mafra) e filhas,

D. Marianna da Cunha (Ribeira) e

(ilhas, D. Victoria Perestrello, D.

Felicia Breton y Védra, D. Maria

Rita, D. Carlota e(D. Leonor de Noro-

nha, 1). Maria Carlota de Bragança,

D. Maria Thereza de Lencastre, D.

Maria José de Noronha, D. Anna da

Fonseca, D. Maria Perestrello de

Vasconcellos, D. Eugenia de Mello

(Murça), D. Leonor de Saldanha e

filhas, D. Maria Mousinho de. Albu-

querque, etc.

E os srs.:

Condes de Avila, de Bertiandos,

Visconde de Santarém, major Mou-

sinho de Albuquerque, D. Caetano

e D. Joaquim Henriques de Lencas-

tre (Alcáçovas), D. Antonio Pereira

da Cunha Lobo e Castro, D. Fernan-

do e D. José de Serpa, D. João, I).

Joaquim e D. Luiz de Carvalho Daiin

e Lorena (Pombal), D. Luiz Bretón

y Védra, I). José de Saldanha Oli-

veira e Sousa (Rio Maior), D. José

do Carmo Zarco da Camara (Ribei-

ra) e irmão, D. José e D. Luiz da

Cunha e Menezes (Lumiares), Au-

gusto Bandeira, José Bruno de Ca-

bedo e Vasconcellos (Zambujal), Pe-

dro de Castro, Eduardo Perestrello,

Carlos Bobone, Lima, etc.

#

# ft

D'entre a escolhida assistência de

hontem, á recita realisada no Club

de Lisboa, ao Calvario, consegui-

mos tomar nota das seguintes pes-

soas:

D. Gertrudes Junqueira, D. Can-

dida Paes, D. Eaher de Carvalho

Pereira, D. Germana Maneschi da

Silva, D. Marietta Diniz, D. Amelia

Galhardo e filhas, D. Anna de Vas-

concellos Cordeiro, D. Estephania

Diniz .Sampaio e filha, D. Olympia

de Azevedo, D. Anna Posser, Vis-

condessa de Camarate e filha. D.

Alda e D. Julia Fragoso, D. Maria

do Carmo Fernandes, D. Candida

d'Andrade, D. Alexandrina Montez,

D. Carlota Murinello e filhas, D. Al-

da Lupi, D Hedwigcs Cardoso. Mad.

Honorato de Mendonça, I). Emilia

Sequeira Chateauneuf, D. Olympia

Ribeiro e filha. Mad. Chaigneau, D.

Maria de Alarcão, D. Henriqueta

Freitas de Oliveira e filhas, D. Ma-

ria Matzener, D. Maria da Madre de

Deus Diniz, D. Elvira Dias, D. Hen-

riqueta Lamare, Mad. Debonnairé e

Ilibas D. Isaura e D. Alda de Carva

lho, D. Emilia Comes de Campos,

D. Maria Ribeiro de Almeida, D.

Virginia Moreira, D. Maria José

Marques, D. Luiza Sousa Sampaio,

D. Georgina Blanc, D. Iguez Morris

Doria, Mad. Camara Leme, D. Caro-

lina Paes, D. Emilia Duarte Pereira,

I). Maria do Carmo Nunes da Silva,

Mad. Sousa Sampaio e filha, major

Bastos e esposa, Carlos Mauritty

Reis e famil a, tenente Alberto Bo-

telho e esposa, José d'Almeida Ba-

ptista e esposa, Alfredo Pinheiro

Furtado e família, general Silvano

e esposa, Guilherme Gomes e es-

osa, Joaquim Heliodoro Callado

respo e família, Cavalleiro Basto

e esposa, José Thomaz Ribeiro e

esposa, capitão Rocha de Sá e fa-

mília, Joaquim Eugénio Rodrigues

e esposa, contra-almirante Adrião

e esposa, tenente Magalhães Corrêa

e irmã, dr. Anacleto de Oliveira e

família, tenente Fragoso Pereira e

esposa, Chrysostomo Vieira e fa-

mília, alferes Mendonça e espo-

sa, Gregorio Borja Araujo, dr.

Vasconcellos de Moraes,

general Eusébio Leitão, João Bush-

ráann Alfredo Ferreira, coronel

Lamare. João Xavier da Fonseca,

Fernando Heitor Ribeiro, Mario Lu-

pi, coronel Monteiro, Eduardo Au-

gusto Gonçalves, João Pereira, ca-

itão-tenente Nunes da Silva, dr.

Ferraz de Macedo, capitão de fra-

gata Elesbão Sampaio, Manuel Da-

maso Antunes, alferes Abreu p Sou- sa, Antonio Duarte Pereira, Frede-

rico Camara Leme, coronel Hono-

rato de Mend nça, Luiz Antonio

dos Beis, tenente Villalobos, Carlos

Sobral, vice-almirante Sousa Sam-

paio, Alfredo Aicobia, João Ferraz

de Sequeira, Caetano Monteiro de

Macedo, João Xavier da Fonseca,

Kaul Cordeiro, alferes Ribeiro de

Almeida, João Chaves, Feliciano

José Dias, José da Costa lieis, Car-

los Aranha, Porphyrio dos Santos,

Joaquim dos Santos Callado, Dioní-

sio Guilherme da Silva, etc.

Assistência elegante de hontem

em S. Carlos:

Condessa de Figueiró, Marqueza

de Bellas, D. Angelina Pinto Leite e

sobrinhas, condessa de Alto Mca-

rim, D. Maria Luiza Alto Mearim,

D. Perpetua Mendes Monteiro, D. Ra-

chel Polier Monteiro, D. Maria Au- gusta Monteiro de Almeida, D. Ma-

ria Izabel O'Neill, D. Maria Thereza

O'Neill de Avilez, D. Regina Pacini, D. Constança Pacini da Camara,

Madame Silva Amado, etc.

Está doente, felizmente sem gra-

vidade, o illustre parlamentar sr.

João Adolpho de Mello e Sousa.

Muito desejamos as suas prom-

ptas melhoras.

E

P

SIOGHEIRÂ

Condes de Tarouca, para lestejar o

anniversario natalício da nobre e

illustre sr.a Marqueza de Penalva. \

Suas ex." e suas interessantes fi-

lhas foram da mais captivante ama-

bilidade com os seus convidados.

Leinbra-nos ter visto as seguin-

tes senhoras:

Duqueza de Avila e de Bolama, j

Condessas de Villa Real e filha, de ■ Sabugal e (ilha, de Bertiandos e so-

brinha, das Alcáçovas e filhas, de '

Azinhaga e sobrinha, de Bobone,'

de Cintra, Viscondessas de Villa No- i

va da Bainha e filha, de Barcelli-

nlios e filhas, I). Maria Asseca de Serpa e (ilhas, D. Izabel de Sousa

Coutinho (Linhares), D. Thereza de j

Saldanha Oliveira e Sousa (Rio

J áo Gagliardi, tendo de sabir

de Lisboa do proximo sabbado,

vem p t esta meio prevenir os

seus aiacipulos e amigos e Des-

toas de suas relações que a sua

e-cola oe equitação se acha fe

chada pelo espaço de seis dias, e

( ff' uece o séu préstimo em Sevi-

lha durante a sua estada alli.

Lisbon, 2 de maio de 1899.

João Gagliardi.

Arrombamento

A policia capturou hontem Au

nibal Jorge da Fonseca, morador

na travessa da Gloria, 28, p^r ar-

rombar a porta da residência de

Maria da Conceição, moradora na

travessa da Boa Hora, 57, 1.° com

o fim de a roub.tr.

Dr. Alumiei Bento de Sousa

Foi imponente o funeral do il

lustre homem de sciencia o sr. dr

Msnuel Bento de Sousa.

Em frente da casa do fullecido

na praça do Principe Real, viam-

se alli, antes da sabida do feretro,

todos os operários da fabrica de

lanifícios do Campo Graude e da

fabrica Vulcano, asylados dl Al

borgue dos Iavalidos do Traba-

lho, otc.

O vestíbulo da casa de Manuel

Bento de Sousa e corredor que

dava accesso para a camara mor

tuaria estavam armados de preto,

vendo se no primeiro duas mezas

para a inscripção de nomes dos

convidados.

O cortcj > 8®hiu á 1 3,4 horas da

tarde, sendo a urna funerária

transportada para o cemitério

Occidental, n'uin carro fanerario

tirado a duas pareh as, seguido

da carruagem conduzindo o sr.

dr. Ga'cia Dinis, prior da E^car

nação e um acolyto.

Sobrojoathaude foi deposta um»

cruz do flores naturaes e uma co

íôi de violetas, martyrios, rosas

de chá e folhagem, com fitas ro

xás tendo a teguinte dedicatória:

• A' saudosa memoria do meu bom

smigo Manuel Bjnto de Sonsa—

J L Simões - 2 5 99».

O acompanhamento foi a pé.

iodo apÓ3 do coche os srs drs

Bettencourt Pitta, director da es

chola medico cirurgica e os len

te* da mesma escbola s;s. Au-

gusto de Vasconcellos, B-aocc

Gentil, Olivoira Feijão, Miguel

Bombarda, Carlos Monis T*va

res, Curry da Camara Cabral,

Silva Amado, J sé Antonio Ser

rauo, Sabino Coelha, Eduardo

Motta, Ferra* de Macedo, Bst

'encourt R»poso, Custodio Cabe

ça e Camara Pestana, todos tra

jando béca.

E itre os convidados vimos os

srs.:

Conselheiros Hiotxe Ribeiro e

José Dias Ferreira; J-yma Ar-

thur da Cista Pinto, Joaé Ribeiro

Jh Cunha, Duque de Palmells,

Conde de Sabugosa, Conselheiro

Veiga Beirão, VLconde de Asse

•a, dr. Cunha Bollem, D. João de

Lencastre. Conde de Bracial, Sá

Nogueira Balsemão, D Fernando

ie Angeja, Simões Murgiochi, dr

Carvalho M mteiro, José Tedea

chi, Alfredo Lecocq, Visconde de

Lançada, Marque* do Fayal, D

Antonio de Lencastre, Sjusb Tel

les, Arthur Libo de Avila, Peres

trello de Vasconcellos, Ayres de

Gouveia, Soares de Albergaria,

Tasso de Figueiredo, espitâo de

fragata; Gomes Netto, Visconde

de Faro e Oliveira, Barbosa Cj

lea, Conde de S. Valentim, Ar

thur Hinfze R bairo, Luis Cane

do, dr. B iojamim Arrobas, José

Maria dos Santos, Reis Formigai,

Justino Freire, S:Iva Carva-

Ih», Bordallo Pinheiro, Mattos

Chaves, Henrique Schindler, Au

gusto Cardoso, Miguel Brege,

Mariauoo de Carvalho, Manuel

Nunes Corrêa, Luiz da Cunha

Mancellos, Castanheira das Ne

vea J sé Antonio de Freitas, dr

Carlos França, Abreu Gouveia,

Teixeira de Queiroz, Meneies de

Vasconcellos, dr. Cupertino Ri-

beiro, José Aogusto de Abreu,

Perfeito de Magalhães, Mendes

Guerreiro, Conselheiro Aagoeto

Gomes de Araujo, Libanio Fia

lho, Alberto O'Neill, Hygino de

Souea, Luiz O'Neill, dr. Mello

Breyner, Carlos Campos, Motta

Prego, dr. Bettencourt Ferreira,

Sautoa Crespo, dr Amor de Mel

lo, Manuel Castanheira do Al

uieida, dr. Carlos Tavares, dr.

R'drigues Pioto, dr José de Li-

ccrda, dr. JoS j Chave#, dr. Al

fiedo Luiz L pes, Alberto Gi

rard, Conselheiro Carlos Joeé de

Oliveira, Homem de Macedo, dr.

José Luiz Rangel de Q isdros

J yce, dr. Ricardo S>uto, dr Af

fonso de Lemos, dr. Maiquc?, dr

Eduardo Burnay, dr. Fernanio

Pedroso, dr. Mauperrin Santoj,

D. José Peseanh», dr M'guel

Solano, Oriul Peaa, dr Arihur

Rivara, Freitas Rego, dr Rebel

lo, J-ymo R beiro, etc., otc

No cortejo enuorpor ram so,

também, quasi todos os estudan-

tes da Escola Medica

Quando o ferefro passou em

frente da Escola Polytechnica cs

alumnos d'etre estabelecimento

poataram-se nas ercadas e desco-

briram so respeitosamente.

Também, em signal de senti

menti, esteve cerrada a meia por

ta do edifhio.

O feretro chfgou ao ceroiteri

ás 2 horas e 55 minutos da tarde.

A' porta estava a fanfarra do

Campo Grande, que executou uma

marcha fuaebro

Da porti* do cemitério para a

Capella c.ganisarom se dois tur-

nos, tomando parte no primeiro

cs srs. Conselheiros Hiotze Ri

beiro e Joté Dias Ferreira, dr.

Eduardo Burnay, dr. Cunha Bel-

lem, dr. ^Carlos Tavares, Conse-

lheiro Carlos José do Oliveira,

José Tedescbi e Alvares Pereira,

director do Instituto de Agrcno

mia e Veterinária, e no segundo

os srs. dr. Serrano, dr Silva Ama

do, dr. Eduardo Motta, Couso

lheiro Veiga Beirão, dr. Cuperti

no Ribeiro, dr. Ilygino de Sousa,

dr. Curry Cabral e dr. Alfredo

Luiz Lopes

Da capolla para o jazigo os

turnos foram os seguintes:

uarvaino Monteiro, Homem de

Macedo, Raph&el Meldonado, J.

L Simões, José Monteiro, dr. An-

tonio .Candido das Neves e Car-

los Campos.

2.*—Dr. Battencourt Pitta, dr.

tíduardo Motta, dr Curry Cabral,

dr. Silva Amado e os estudantes

da Escola Medica, Braga, Fortes,

Graça e Felix

3 °—Dr. Miguel Bombarda, dr.

Oliveira Feijão, dr. Ferra* de

Macedo, dr. Camara Pestana e os

(8tudaoto8 da Eâcola Medica, Ma-

rio Moutinho, Vasconcellos, Bello

Grave o Archer.

Junto do aarcopbago usaram da

palavra oa ara : dr. Bettencourt

Pitta, em nomo do corpo docente

la Escola Medica; dr. Curry Ca-

bral, em nome da Sociedade das

ScieuciaB Medicas; dr. Silva Ama-

do, dr. Serrano e dr. Hygino de

SuU88, em nome da Associação

Jos Medicos Portugueses, e dr.

Carlos Tavares, os quaes caalte-

ceram em termos eloquentes as

qualidades do seu saudoso mes-

tre Manuel Bento de Sousa, como

medico, como professor, como ho-

mem do lettras, como agricultor

e como cidadão, accentuaudo que

a sua morte representa uma ver-

dadeira perda nacional

O cadaver de Manuel Beuto de

Sousa ficou depositado no jazigo

da família Tarujo Formigai, a

que pertencia a esposa do nota-

biliseimo professor, fallecida ain-

da ha poucas semanas.

»

Cinira 1'olonio

Esteve bastante concorrida a

festa artisíica d'esta actriz que

pelo seu incontestável mérito con-

ta entre dój um graúdo numero

de admiradores

A sua fiesta de hontem realisa-

da no theatro do Principe ^Real

esteve completamente ao nível

ics créditos de que gesa Cinira

Polcnio e que no drama «Marian-

as» de Echegaray com que ee es-

treiou n'este genero p.-cveu maia

uma ve* os conhecimentos quo

possue da arte obtendo pela fjr-

ma cbmo desempenhou o papel da

protogonièta geraes applausos de

todos quantos a ella assistiram

D.4 peça já largamente nos cc-

cupámos por essa occasião e por

ultimo quando fii desempenhada

pela companhia da actriz Maria

Guerrero.

Forem inoumeras a9 evações

que Cioira Polooio recebeu.

Saudada logo ai entrar om ace-

na seguiram se nos fiuaes dos

actos as chamadas succnssivas,

sendo em todas muito palmeada.

Nd camarim de Cinira Poluuio

viam se muitos brindes e bilhetes

de felicitações.

Mocidade Catholica

Apesar de pouco annunciada,

esteve muito concorrida a confe-

rencia de hontem

Presidiu o Nuncio de Sua San-

tidade e fJ conferente o prior da

egrej* do Sacramento, sr. Fernan-

des Nogueira.

O assumpto da conferencia foi

tfiirmar que á fé devemos oacaa

paginas brilhante! da nossa his-

torie, tio cantadas pelo poeta o

tã> tffirmadbs em mouumentos.

O illustre conferente terminou

por um uppello á mocidade para

que inspirando ee na fé continue

na obra gloriosa dos seus maiores.

N > mesma ordem do idéas ful-

lou, brilhantemente, o sr. D. Tho-

maz de Vilhena, president) da

associação

0 mercado no campo

Eitove sem concorrência algu-

ma hontecn o mercado mensal ne

Campo Grande. E' sempre chocho

quando se Begue ao dia d'«ima fei-

ra de anno, como antes de hontem

foi, e ainda é bojo na Agualva.

No emtanto lá estava no campo a

barraca do bacalhau albardado e

do refrigerante torriano.

NE0K0L0I.I4

Ealleceu hontem o sr. José Joa-

quim de Azevedo Almeida. O seu

funeral realisa se hoje pelas 5 ho-

ras da tarde, sabindo o préstito

fúnebre da sua cnsa na rua da

Bella Vista á Lapa 43.

Condecorações

Maquia Àagosto da Costa

r/LBRiCAWTI

ifor/ieeetíor exelaslve

rio Ministério dos Ntc

goAloft Eatraaxelras,

ttocledade de GeogrA*

phla. et«,

Com efikiíia na rua d? S.

Juliao, HO. 3,°, oade le® sa

çompieto sortimento ti sei

genero e para onde deve ser

dirigida Ioda a eorrespoEdoi-

;ia.

Succurssl no Porto, m

das flores, 204 a 203. asa

de ilãiuo Coutinho.

Page 3: DIÁRIO ILLU8TRA W - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1899-05-03/j-1244-g_1899-05-03_item2/j... · Na Ascensão, terço do Rosario ... egrejas do costume, sendo na ire guesia das Mercês,

UlAHiO LLUHTKADO

Peio estrangeiro

TRLEGRANMAS

MADRID, 1, m.

Houve boje um grande motim

popular em Albuquerque, na pro-

víncia de Badajoz. Está preso já o

professor de instrucção primaria,

que era quem commandava os amo-

tinados.

Foi logo enviado para Albuquer- que um esquadrão ae cavai laria, a

fim de manter a ordem publica.

0 sr. Sagasta calcula que o par-

tido liberal terá no senado 110 vo-

tos.

Os socialistas de Barcelona fize-

ram hoje alli um comício, no qual

Erotestaram contra a reacção actual,

ão occorreu nenhum incidente.

Em consequência da secca per-

sistente, estão arriscadas as colhei

tas em grande parte da Hespanha.

A colheita de cevada acha-se já

Çerdida nas províncias de Madrid c

oledo.

t

WASHINGTON, 1, n.

O sr. Hay, secretario d'Estado,

entregou hoje ao sr. Julio Cambon,

embaixador da Republica France-

za, quatro cheques de 5 milhões

de dollars cada um, paeaveis em

New York, á ordem da Hespanha,

como preço da cessão das ilhas Fi-

onas.

sr. Cambon passou o compe-

tente recibo.

Diz um despacho do almirante

Dewey constar por informações fi-

dedignas que um tenente da arma-

da americana e 10 marinheiros que

tripulavam uma lancha da canho-

neira «Yorktown«, estão prisionei-

ros no quartel-gencral uos rebel-

des íilippmos.

LONDRES, 1, n.

0 Marquez de Salisbury, primei-

ro ministro, e o sr. Arthur Balfour,

primeiro lord da thesouraria, de-

clararam hoje, aquelle na camara

dos Lords, e este na camara dos

deputados, que os russos e os in-

glezes não se obrigam a fomentar

construcções de caminhos de ferro

nas suas respectivas espheras de

inlluencia na China senão as em-

Erehendidas pelos seus nacionaes.

accordo indica os bons senti-

mentos recíprocos das duas nações,

e ha de impedir collisões.

PARIS, 1, m.

Os telegrammas recebidos das

rovincias assignalam que o dia de

oje correu socegado em toda a

parte. I

WASHINGTON, 2, m.

0 ministério d'Estado declara que

a proclamação aos fllippinos, pu-

blicada no começo da campanha,

contém o maximó das concessões

que lhes serão feitas; entretanto o

governo dos Estados-Unidos sente-

se disposto a experimentar a ca-

pacidade dos indígenas para se go-

vernarem.

BUENOS-AYRES, t, n.

A mensagem do presidente Julio

Roca ao parlamento argentino diz

que a resolução amigavel da ques-

tão territorial, assegurando a paz,

permittirá que se trabalhe no de-

senvolvimento dos recursos do

paiz e na colonisação da Patagonia;

accrescenta que o governo obser-

vará severa economia, e prepara-

rá a conversão lenta do papel-moe-

da; precouisa a conversão gradual

da divida pub ica; e aconselha a

formação d uma forte reserva me-

tallica no Banco da Nação.

(Havas).

A' ultima hora

CHAKLEROI. 2, t.

0 numero dos mineiros grevistas

d'esta região auginentou hoje em

2:000.

PTETORIA, 1, n.

0 presidente Kruger, abrindo

hoje o «volksraad», disse qne con

tinúa a correspondência relativa á

posição internacional da republica

Sul-africana e da Inglaterra, e cllc

espera uma solução satisfatória.

CONSTANTINOPLA, 2, t.

Falleceu o Patriarcha aruienio

catholico Azarian.

NICE, 2, t.

A Rainha Victoria partiu hoje ao

meio dia para Inglaterra.

MADRID, 2, t.

A Bolsa de Madrid esteve hoje fe-

chada por ser dia de festa nacio-

nal.

No Bolsim a divida interna foi

cotada a 93,90.

PARIS, 2, m

0 «Figaro» publica hoje o depoi-

mento do coronel Dupaly de Ciam

em 29 de abril e a sua resposta ao

depoimento do copitão Cnignet; diz

que procedeu sempre segundo as or-

dens dos seus chefes; declara que

o general Gonse lhe expoz a neces-

sidade de salvar o major Esterha-

zy afim de se evitarem complica-

ções diplomáticas que podiam tra-

zer apoz si a guerra, porque a

França não estava prompta para

ella; accrescenta que. quando quiz

communicar ao sr. Cavaignac, an-

tes da interpellação do deputado

Castelin. as suas duvidas sobre o

documento falso apresentado pelo

coronel Henry, o sr. Cavaignac rcs-

pondeu-lhe que se occupasse dos

seus negocios.

0 «Figaro» annuncia que em vis-

ta do alvorhço causado por esta

declaração e a pedido do coronel

Dupaty de Ciam o Tribunal de Cas-

sação decidiu que a declaração não

figurasse no auto.

MADRID, 2 t.

0 anniversario da sublevação da

Hespanha contra Napoleão I foi ho-

je festejado em Madrid com a pom-

pa habitual. A guarnição formou

alas nas ruas do transito da procis-

são cívica, que se dirigiu ao Pra lo,

oude repousam as victimas da in-

dependência.

Debutou agora na praça de tou-

ros de Madrid o toun iro francez

Feliz Robert, tendo por c adrinho

um toureiro hespannol. E' a pri- 1

meira vez que um toureiro extran- I

geiro se apresenta deante do pu- ]

blico hespanhol. j

PARIS, 2 t ;

A camara dos deputados reabriu

í hoje as suas ses ões em perfeito 1 eocego. A pedido do sr. Dupuy, pre-

sidente do conselho, iodas as inter-

nePações sot re o processo Dreyfus

foram addiadas para depois da de-

cisão do supremo tribunal de justi-

ça.

(Havas).

Festa de caridade

Destinada á acqnisçào do enxo-

val necessário pêra a entrada de

duas desventuradas meniuad no

eollegio do Santíssimo Sacramen

to em Alcantara e promovida por

ama cemmiesão comp ata das sr.aa

Marquesa da R-beira Grande,

Condessa da Ribeira Grande (D.

Maria da Pureza), D. Maria Anua

Mcyrelles do Cauto e Cietro Bee-

«one Bisto, D. Catolina Hoarn d*

Cunha e Menezes e D. Leopoldi

na Maria Bessoue, realisa se esta

noite no theatro da Rua do9 Con-

des uma recita de caridade, su

bindo á scena o Commis8ario de

Policia.

O distincto actor Taborda fará

orna seena cómica e a actriz Lo

picc lo recitará, diversas eançono

tas

E' uma festa altamente syoopa

tbica, olhando ao fim protector a

que ella tende.

/ licitada

M*ria da C nceiçao, moradora

no beco da Gdlheta, 8, loja, foi

honcem detida por dar indícios de

alienação mental.

No governo civil Li ex.minada

pelos sub-delegados do saúde drs.

Joyce o Pinto, e em seguida in

tornada no manicomio de Rilha-

LUes. _

Abuso de confiança

Joaquim Duarte, foi preso na

rua da Btrrocs, p>rque tendo re-

ceb do de Francisco Joaquim, sol

dado n.° 44 do 2.® esquadrão de

cavallaria da guarda municipal,

uma mala com roupa na imp r-

ta .cia do 14*5000 réis e uma nota

de 5#000 tés para l« vf.r a cas*

do queixoso, foi por trea vezes

empenhar os objectos na casa de

penhores da rua da Rosa, sendo

estes objectos spprebendidos.

Emquaato á nota de 5£000 réis

declarou tel a dado a gu&rdar a

Antonio dos Aojos, residente na

rua de S. B ventura, 87, o qual

nega que recebeu tal importan

cia

VIDA LOCAL

AVIZ

Não tenho animo nem vontade

para lhe descrever festas, etc.,

porque a falta de agua traz nos

tidos desanimados.

Oxalá que a providencia divina

se digne beneficiar os campos,

aliás estamos na espectativa de

um anno mau.

Já se fala em ir buscar eco pro-

cissão de penitencia á sua egreja

a Senhora Mãe dos Homens para

esta villa com a qual estes povos

têm grande devoção.

Devoção na verdade justificada

pois é verdade que sempre que ee

tem recorrido á Virgem Santíssi-

ma sempre temos sido attendides,

com o beneficio das aguas.

A' procissão de penitencia cos-

tuma vir muita crente da Fi

gueira, Ervedal, Galveias, Casa

Branca, Souzel, Val de Freixo,

Santa Margarida, Valongo, Mura*

chae, etc

(Correspondente)

Alropellamenlo

José Nunes da Costa, cocheiro,

foi hontem preso na rua Saraivs

de Carvalho, por atropellar com o

trem que guiava, Eduardo Soaree.

morador na rua dos Remédios 179

de que resultou dois grandes feri

mentos na cabeça e outro no so-

br'olho direito, tendo de ir recc

ber curativo ao hospital da S.

José.

Em Portugal não pe po<?e dar

execução á bulla do Papa Leão

XIII, com referencia ás cptbções

nas Ordens 3 a' por não ter o

benaplacito Régio.

Espectáculos

A's 8 1]2—D. MARIA.

Peraltas e Secias.

A volta de João.

A's 8 1|2.— D. AMELIA.

Palhaços.

Falstaff, 1.® acto.

Aria das jóias.

A's 8 1j2—TRINDADE.

Beneficio.

Tini tim por tini-tini.

A's 8 1-j2—GYMNAblu.

Casa de Boneca. A's 8i|2—RUA DOS CONDES*.

Beneficio.

Commissario de Policia.

A's 8 1]2.—AVENIDA.

Beneficio. O Grão-duque de Wortcheskoff.

EXPOSIÇÃO PORTUGUEZA—Aveni-

da da Liberdade.—Hotel Matta.

Modo de tratar tísicos.

Dit. José Augusto da Costa

Palmeira.

ATTENÇAQ

JÓIAS ANTIGAS

QUEM tiver objectos de ouro,

prata, jóias antigas, brilhan-

tes e pedraria não as venda a pes-

soa alguma sem ir á ourivesaria

da rua do Ouro, 199 e 201, pois

n'esta grande joalheria se pagam

estes objectos, melhor do que em

parte alguma.

Retrozaria de Lisboa

Praça fi. Pedro, 104

Inaugurada cm 4 de maio.

Pontualidade no expediente para

a província.

V

No tratamento da tis* ca, o que merece maior consideração

deve ser o dar ao doente forças e vitalidade. Naturalmente

ha muitas phases em cada caso de tisica, que são estudadas pelo

medico, e cada phase tem o seu especial efFeito sobre a vida do

doente, mas a mais importante de todas é a da vitalidade.

Quando se receita a Emulsão de Scott para doentes tísicos, o

Doutor sabe que este remedio tem muitos empregos, e de facto,

ella desfaz o effeito de cada phase

da doença, mas, se considerarmos

o maior beneficio que o doente

tira d'esta preparação, deveremos

dizer sem hesitação que elle está

na força vital e poder de resis-

tência que a Emulsão de Scott dá.

A-Emulsão de Scott é a mais

agradavel ao paladar, e a mais

efficaz forma d'Oleo de Figado de

Racalhao combinado com Hypo-

phosphatos de Cal e Soda. Na

Emulsão de Scott, portanto,

achamos um especifico directo

para alliviar as membranas inflam-

mtidas, tornando a tosse mais

fácil, e curando as manifestações

locaes da doença. Mas temos

mais do que isto na Emulsão de

Scott, pois a Emulsão de Scott

dá ao doente a força vital necessária para combater a

doença, e também manda para os pulmões sangue rico

d'alimento e de força resistente.

Temos prazer em apresentar-vos para vossa consideração a

seguinte certidão d'um medico bem conhecido.

JOSE AUGUSTO I)A COSTA PA LM ET KA, bacharel formado om

Medicina e Cirurgia, pola Universidado do Coimbra, Facultativo

do Hospital de S. Marcos.

Attesto que tendo empregado na clinica civil o Hospitalar a

Emulsão de Scott, tenho sempre colhido resultados satisfactorios nos

casos do tuberculose pulmonar incipionte, rachitismo c fraqueza geral

das creanças, tondo alem d'isto a vantagem de ser bem recebida pelos

doentes.

JOSÉ AUGUSTO DA COSTA 1'AI,MEIRA.

Braga, 28 dc Janeiro de 1897.

Retrozaria de Lisboa

Fraça fi Pedro. MM

Inauguração quint ft foi ia

J. Marques & C.ta participam que

já receberam quasi todo o sorti-

mento em artigos do seu commcr-

cio, nacionaes e estrangeiros, po-

dendo allirmar que são de comple-

tas novidades como é natural em

um estabelecimento novo.

Toda a coadjuvação com que o

publico possa hourar-nos, agrade-

cemos e será correspondida com a

maior seriedade.

José Joaquim

d'Azevedo

Almeida

FALfcECEtJ

Manuel José d'Azevedo

Almeida (ausente), José Joa-

quim d'llmcida, Leopoldina

da Piedade Ferreira Rego,

José Antonio Aspcr do Re-

go, participam a iodos os

seus parentes, amigos e pes-

soas das suas relações, que

foi Deus servido chamar á

sua presença o seu muito

pre; ado pac e sogro, o e\.n,°

sr. José Joaquim d'Azevedo

Almeida c que o gru funeral

teiá logar hoje. 3 do correu-

tc, pelas 5 horas da tarde,

sahindo o préstito fúnebre

de sua residência, rua da

Relia Vista, á Lapa, u.° A3.

Nâo se fazem convites

especiaes.

Âgtsss cbSoretadas

h Amieira

[odista

p(INFECCIONA chapéos a 4C0 réis,

^ toma conta ae encommen-

das. Rua de b. Julião, n.° 23, 4.°

esquerdo.

u uia iv nv ...~io, ct'*)erturi

do estabelecimento .jalnea?

oem como o Hotel.

JN'

Os exceilentes resultados obticks

com a ao dl* .cação d'estas aguas,

jiLSti'Vam «o succf£?úro r 'emente

no seu consumo.

Usam-se no tratamento da escro

Dhulose, rheumatismo, moléstias de

pelle, ainda as mais rebeldes, sy-

phylis padecimentos do estômago,

ngado, e baçoL inflammações de

quaes querorgaos útero, ovário, in-

testinos, leucorrheas, anemia eclilo-

rose.

DEPÓSITOS — No eserptorio da

companhia, rua dc S. Julião, 142,

l.®; pharmacia Azevedo, Rocio:

José leliciauo Alves d'Azevedo; R

do Principe, 32 a 37.

Cavallos

I"\UAS boas parelhas, uma dc u cavallos liespanboes e uma

de bonitas éguas inglezas. Cruz

das Almas. 43, Campolide.

Batalha das flores

( \S modelos de chapéos d'esta

casa que mais se salientaram

n aquella festa, estão sendo repro-

duzidos.

278. Rua Augusta. 280

LOJA DA FAMA

-i u

Finíssima manteiga * V

DA

Fructuaria de Nandufe

Conceito» dc Tondrlla

pNCONTRA-SE á venda nas principaes

^ casas e mercearias, tanto em Lisboa,

como nas principaes praias e thermas de Cascaes, Paço d'Arcos, Caldas

da Rainha, Figueira da Foz, etc., etc.

Manteiga preparada para Africa e Brazil.

Requisições para revenda feitas ao representante d'esta fabrica em

Lisboa.

ARTHUR BENARUS —A. Foço do Borralem--2.°

TELFIMIOAE 1M.® I»

Rendez-vous des Gourmets

rJ 0DAS as pessoas que forem passar para o campo a temporada de

* verão, não devem deixar de ir primeiro visitar o RENDEZ-VOUS

DES GOURMETS.

N'este estabelecimento encontrarão um variado sortimento cm con-

servas próprias para PIC-NICS, jantares no campo, viagens, etc.

Grande novidade

Latas portáteis com conservas para almoços de bicyclistas, deno- minadas "INDISPENSÁVEIS".

Todos os dias GLACES diversos parfums, etc.

RENDEZ VOUS DES GOURMETS

KUA DO OURO. 135 e 139

BIARRITZ

HOTEL D'ANGLETRRE

Marcel Champagne, proprietário

SITUAÇÃO esplendida em pleno meio-dia da França.—Ponto de visla

magnifica para o mar.—Vastos jardins.—Jnslallações confortá-

veis.—Ascensores e telephone— illuminação eléctrica.—Ranhos e dou-

ches no proprio hotel.—Cosinha de merecido renome.—Pessoal corre-

ctíssimo.

Os srs. viajantes podem marcar os quartos antecipadamente na

Ageneia Kadonal, rua Áureo, I9K-LIKIIOA.

Agradecimento

Conde da Azariijinha c

Raoiil Bayart. agradecem mui-

to reconhecidos a todas as

pessoas que se dignaram as-

sistir ao funeral do ex.m0 sr.

Jacques Martin de Carignan

Junior, e acompanharam o

préstito fúnebre ao cemitério,

c bem assim áquellas que

assistiram ft missa do 7.°

dia. a lodos protestam o seu

reconhecimento.

h"a.

DECEBI. No dia da partida dei-

xa-me cartões, pois não é

certo veres me de dia, c só as&iin

é, que tenho a certeza que partes.

Responde já, sim! Mil e mil sau-

dades.

Cintra

A RRENDA-SE, mobilado, o cha- rlei Ouguella, no Caminho das

Murtas. Para o contracto de arren-

damento, rua Nova do Almada, 11G,

sobre-joja.

Plymonth e Londres

O paquete

VERMÍFUGO

R. V.

DE

Faline*tock

n PROPRIETÁRIO d'este remedio

sem igual, coin a experiência

í quasi toda a sua vida na Drena-

do

Lismore Castio

Espera se a 6 de maio.

Para carga e passagens trata-se

no Caes do Sodrè, 64, 1.® andar 0 agentes,

JÇ. Pinto Basto <£ C.a

de quasi loaa a sua viua na prepa-

ração do VERMÍFUGO, pôde confia-

damente recommendar ao publico

este artigo, como o destruidor mais

efficaz dás lombrigas.

Sendo difierente das mais pre-

parações que existem a maior parte

das quaes são imitações muito in-

feriores, cujo fim é enganar o pu-

blico, este Vermífugo tem passado

pela prova do tempo, realisando in-

variavelmente tudo o que se lhe at-

tribue. Suave na sua operação, a sua

eftlcacia é sempre a mesma, podendo

usar-se sem receio sempre que haja

lombrigas, seia o doente novo ou

velho. Se não houver lombrigas, os

seus effeitos são os mesmos que um

purgante suave, impando o sangue.

0 proprietário, estando inteiramen-

te convencido da impossibilidade de

que elle falhe, esta prompto a de-

volver o dinheiro a todas as pes-

soas em quem o remedio não faça

effeito quando o doente tenha lom-

brigas e seguir exactamente as ins-

trucções.

Deposito — JAMES CASSELS & C.a

Rua do Mousinho da Silveira, 85—

Po rim

Doenças dos paizes

quentes

Annibal Nailer Cid

Medico com loDga pratica do

dii i a eco Africa Consultas to-

dos i 8 dias, excepto domingos,

-as 12 ás 4 da tarde.

R. do Ouro, 127. L°. E.

Callista

riaston Piei, cx-pcdicuro do

^Grand Hotel de I Atheneé et du

Rhin de Paris, participa que mudou

o seu consultório para a rua Nova

do Carmo, 91, i.° andar, aonde po-

de ser procurado todos os dias, das

8 ás 11 horas da manhã e (la 1 ás

5 horas da 'arde.

460 —Folhetim do Diário Illaslrado — 3 5-1899

oS UHAKAS QE PAfiíS

ROCAMBOLE

DB

Ponson do TerrAll

QUARTA PARTE

DESFORRA DE BACCARA1

Em vão fechou os olhos, em vão tentava esque-

cer esse homem triste e resignado; o forçado de aspecto

nobre e distincto estava sempre presente na sua memo-

ria.

—Mas, disse ella comsigo mesma repetidas vezes, ad-

mittindo mesmo que seja verdade tudo quanto aquelle

homem diz, e que esteja innocente, não seria loucura eu,

que amo o meu noivo, que em breve o vou tornar a vér,

pensar constantemente...

A nobre Pepita não ousára nunca confessar completa-

mente a si mesma, o que sentia.

Decorreu o dia, Pépita recordava-se perfeitamente da

entrevista que lhe havia dado a condessa Artoff, e ao

passo que via aproximar-se essa hora, augmentava a

sua impaciência Uma curiosidade invencível a domina-

va, e a essa curiosidade misturava-se algum terror. Esse

terror era devido a que o bilhete que acompanhava o

manuscripto de Baccarat lhe dizia que ella estava sem o

saber envolvida na longa historia que lera durante a noi-

te, apesar do seu nome não ser ali pronunciado, e se-

rem-lhe pessoalmente desconhecidos todos os persona-

gens que n'ella figuravam.

Pepita passou uma parte da noite com sua mãe, e só

depois de que a duqueza se retirou para o seu quarto

foi que se dirigiu para o terrasso que deitava sobre o

mar.

. A eondesssa Artoff, disfarçada em cadete russo, disse-

ra-lhe no baile, perto da meia noite:

—A'manhã a esta hora esteja no terrasso da villa em

que habita.

Eram mais de onze horas quando Pepita deixou sua

mãe, e já toda a gente dormia na villa. A noite tinha essa

obscuridade luminosa, perdoem-nos a definição singular,

que só se encontra no Meio-dia.

Pepita sentou-se nos degraus da escada que descia

para o mar e esperou. Esperou dominada por uma ancie-

dade que não sabia explicar, mas que a obrigava a con-

tar os minutos como se contasse horas. Com o olhar vol-

tado para Cadiz, que ella não via mas que adivinhava ao

longe, prestando o ouvido ao mais ligeiro rumor, esperou

por muito tempo, tentando agarrar-se á memoria de Ro-

cambole, e mau grado seu, pensando n'esse forçado mys-.

terioso de quem ella queria absolutamente saber a histo-

ria. Finalmente ao longe, atravez da escuridão da noite,

pareceu-lhe ouvir o rumor de remos que cortavam a agua

com a sua cadencia monotona.

Pepita sentiu bater-lhe o coração com violência, e ape-

nas teve forças de levantar-se para vêr.

0 rumor dos remos ao principio fraco e confuso, não

tardou em augmentar; depois o olhar da hespanhola

descobriu um ponto negro que avançava rapidamen-

te.

Pepita não duvidou mais que fosse quem ella espera-

va.

A embarcação aproou á villa, e d ella saltou para o

primeiro degrau da escada, um homem que a amarrou á

argola de ferro. Depois deu a mão a uma senhora que

saltou com ligeireza para a escada, e começou a subil-a.

Pepita refugiára-se na ultima extremidade do terrasso,

obedecendo a uma especie de timidez súbita. Todavia, se

não se atrevia a vir ao encontro da senhora que saltára

da embarcação, não deixava de olhar para todos os seus

movimentos, e o seu espanto foi grande quando viu

aquella mulher subir sósinha para o terrasso, e o homem

ficar na embarcação. (Vide gr av. na 1pag.)

A mulher trazia na mão um objecto redondo e com-

prido, que chamou a attençáo da menina de Sallandre-

ra.

Pepita foi ao seu encontro e as duas senhoras cumpri-

mentaram se.

—E' a senhora? perguntou uma voz que Pepita reco-

nheceu immediataraente ser a de Baccarat.

. -—Sim, condessa, respondeu Pepita.

—Está só?

—Completamente só, a mamã já está deitada.

—Também eu estou só, disse a condessa Artoff.

Pepita estremeceu.

—Mas, disse ella, aquelle homem que lã está em bai-

xo...

E com o dedo designou o barco.

—Oh! aquelle, respondeu a condessa Artoff, é um sim-

ples marinheiro do porto.

—Ah! replicou Pepita com um despeito súbito.

—Imagine, minha senhora, proseguiu a condessa pe-

gando na mão de Pepita, e fazendo a sentar no parapeito

do terrasso, que trazia comigo Zampa.

—Ah! disse Pepita lembrando-se de repente do seu en-

contro na vespera com o portuguez, conhece-o?

—Certamente, e ello devia acompanhar-me aqui esta

noite.

—E então?

—Esperei por elle até ãs onze horas e meia, e foi en-

tão que me decidi a embarcar no barco d'um marinheiro

do porto.

—Necessitava pois de Zampa? perguntou Pepita.

—Sim, minha senhora.

—Para que?

—Porque Zampa sabe muitas coisas que a interessam

c ter-lh'as-ia contado melhor do que eu.

Pepita estremeceu de novo.

—Vai ainda failar-me do sr. de Chateau-Mailly? per-

guntou ella inquieta e com utaa especie de aversão.

—Talvez...

—0' meu Deus! senhora condessa, murmurou a meni-

na de Sallandrera, permitta-me uma única palavra.

—Falie, disse a condessa.

—Segundo parece o duque de Chateau-Mailly morreu

envenenado. Lastimo o de todo o meu coração, mas no

Fim de contas não sou obrigada a derramar abundantes

lagrimas por um homem que para chegar até mim e

obter a minha mão, empregára meios e artifícios menos

dignos.

Baccarat esperava aquellas palavras de Peoita.

—Perdão, minha senhora, disse ella, é exactamente

para derramar alguma luz sobre essa intriga, que eu que-

ria trazer-lhe Zampa, o antigo creado de quarto de D.

José, e do sr. de Chateau-Mailly.

Pepita lembrou-se. então do interesse que a condessa

Artoff dedicára ao duque de Chateau-Mailly.

(Çontinva).

Page 4: DIÁRIO ILLU8TRA W - purl.ptpurl.pt/14328/1/j-1244-g_1899-05-03/j-1244-g_1899-05-03_item2/j... · Na Ascensão, terço do Rosario ... egrejas do costume, sendo na ire guesia das Mercês,

DIÁRIO ILLUSTKADO

437-Folhetim do Diário Illastrado—3-4-9'J

DB

EUGENIO SUE

FREDERICO BASTIEN

III

Aqui, erguiam-se bananeiras de todos os tamanhos e

variedades, desde os musa anões, carregadas de fructos,

até aos paradisíaca que se elevavam até trinta pés, e cu-

jas folhas tinham mais de tres metros de comprimento;

mais adiante os leques verdes das palmeiras e dos tama-

rindos misturavam-se com as hastes deserapenadas das

cannas de assucar e dos bamhús; emquanto que na agua

limp da d'um tanque de mármore, situado no meio da

estufa, se reflectiam as mais bellas plantas aquaticas:

arodeias da Índia com folhas enormes e redondas como

escudos, cypirus de penachos ondulantes, lodãos do Nilo

de grandes flores de azul celeste cujo perfume é tão ene-

britante.

Era um mixto maravilhoso de vegetação de todas as

formas, de todos os comprimentos, de todas as còres,

desde o verde pallido e betado das begonias até ás riscas

alternadamente macias e carregadas das marantba, fo-

lhas admiráveis, velludo verde por cima, setim purpureo

debaixo; aqui, os grandes íicus negros e carnudos con-

trastavam com os fetos do Cabo, de folhagem tão delica-

da, de ramos tão destacados, que se diriam fios de seda

côr de violeta amparando umas rendas verdes; ali o stre-

lizia, cuja flôr se parece com um passaro de azas côr de

laranja e de crista azul, competia em riqueza e explendor

com a estrapea, com o seu enorme penacho cotade cer-

veja mosqueado com um amarello doirado; emfim, n'al-

guns sitios, as iramensas folhas das bananeiras, forman-

do uma aboboda de verdura natural de arcos frágeis e

transparentes, occultavam tão completamente a vidraça

da rotunda, que se podia uma pessoa julgar transportada

às regiões tropicaes.

Ao ver essa maravilhosa vegetação, Maria Bastien e

Frederico soltavam a cada instante exclamações de sur-

presa e de admiração.

—Não achas, Frederico, que é uma satisfação vér, to-

car emfim n'estas bananeiras, n'estas palmeiras, cuja

discripção nós lemo3 tantas vezes nos livros dos viajan-

tes! .. .—exclamou Maria.

—Mamã, mamã,—dizia por sua vez Frederico mos-

trando á senhora Bastien um arbusto de folhas denticula-

das e d'um verde esmeralda,—aqui tem o cafezeiro, e

acolá, aquella planta de folhas tão grossas, que trepa ao

longo d'aquella columna, é baunilha.

Frederico, olha para estas immensas folhas da palmei-

ra: como se coraprehende bem que na índia, cinco a seis

folhas d'estas bastem para cobrir um i cabana!

—Mamã, olhe para aqui: veja estas lindas grenadilhas

de que falia o capitão Cook.

Reconheci-as immediatamente pelas suas floras: pare-

cem cestinhos de porcelana arrendada; e nós que accu-

savamos esse pobre capitão d'inventar flores impossí-

veis!

—Deus meu! ó senhor,—disse Maria Bastien ao chefe

das culturas,—o sr. marquez, quando está cá, não deixa

naturalmente este jardim encantado.

—0 sr. marquez ô como seu defunto pae,—respondeu

o jardineiro suspirando,—não é amador; prefere o canil

e a cavalariça.

Maria Bastien e seu filho olharam estupefactos um para

o outro.

—Mas então,—tornou ingenuamente a joven senhora,

—para que tem elle estas soberbas estufas?

—Porque não ha palacio verdadeiro sem estufas, mi-

nha senhora,—respondeu altivamente o senhor chefe

das culturas:—é um luxo que um verdadeiro fidalgo de-

ve a si proprio.

—Aqui tem o que è o respeito da humanidade!—disse

Maria em voz baixa em a seu filho com um sorriso

docemente zombeteiro.

—Vês, Frederico, a dignidade obriga os a possuir es-

tas maravilhas.

Depois accrescentou ao ouvido de seu filho:

—Ora dize-me cá, meu anjo, que deliciosas horas se

não passavam aqui no inverno quando os dias são tão

pequenos e cabe neve, a zombar da geada!...

0 doutor teve que vir arrancar a joven mãe e seu filho

á sua admiração insaciável.

—Minha querida senhora Bastien, tiuhamos que gas-

tar dois dias nesta estufa se quizessemos ver tudo mi-

nuciosamente.

—E' verdade, m u bom doutor, é verdade,—respon-

deu a senhora Bastien.

—Vamos,—accrescentou ella sorrindo e suspirando de

saudade,—deixemos os tropicoí te vamos decerto para

outra parte do mundo, porque diz o nosso doutor, isto

aqui é o paiz das maravilhas.

—Diz isso brincando? pois olhe! se tiver juizo,—disse

o doutor sorrindo,—levo-a d'aqui a boccado á Chi-

na.

—A' China! meu bom doutor, é possível?

Muito possível, e, se nos restar um quarto d'hora, pa-

lavra que iremos depois fazer uma viagemsita... ú Suis-

sa.

—Também à Suissa?—exclamou Frederico.

—A plena Suissa.

Mas, antes, havemos de visitar o Castello, e então ahi

é que é bom!

—0 que é então, doutor?

—Oh! ali não são paizes differente3 que percorremos,

são épocas, desde a era gothica ate ao século de Luiz XV

e tudo isto n'uma hora o máximo.

—Acredito-o, doutor; estou resolvida a não me admi-

rar de mais nada,—respondeu a senhora Bastien,—por-

que estamos aqui no paiz das fadas!

Vens, Frederico?

E os visitantes seguiram o senhor chefe das culturas,

que, com uma certa posição zombeteira, sorria-se para

si do espanto burguez «los amigos do doutor Du-

four.

(Continua\

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Lisboa, 20 de abril de 1899.

0 director-geral—Chapuy.