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DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS 1 Odânia Cordeiro da Silva 2 Orientador 3 RESUMO: Tendo em vista o quanto não se faz uma distinção conceitual e prática de dificuldades de aprendizagem e de distúrbios de aprendizagem, ocorrendo uma igualização destes termos, e consequentemente implicações nas atuações pedagógicas no cotidiano escolar, mostrando o quanto se faz necessário o conhecimento das causas destes transtornos de aprendizagem, e suas características, de modo a se fazer corretas intervenções profissionais que contribuam com as ações pedagógicas que se intercalam com ações psicopedagógicas nos processos de aquisição de aprendizados na evolução humana. PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; Dificuldades; Distúrbios. INTRODUÇÃO: 1 Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Psicopedagogo. 2 Pedagoga; Curso de Psicopedagogia – Centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto SP, Brasil - Pólo Renascer em Santa Maria. [email protected] . 3 Orientador: Prof. Dr. Silvio Reinod Costa; e-mail: [email protected].

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DIFICULDADES E DISTÚRBIOS DE APRENDIZAGEM: IMPLICAÇÕES PEDAGÓGICAS1

Odânia Cordeiro da Silva2

Orientador3

RESUMO: Tendo em vista o quanto não se faz uma distinção conceitual e prática

de dificuldades de aprendizagem e de distúrbios de aprendizagem, ocorrendo uma

igualização destes termos, e consequentemente implicações nas atuações

pedagógicas no cotidiano escolar, mostrando o quanto se faz necessário o

conhecimento das causas destes transtornos de aprendizagem, e suas

características, de modo a se fazer corretas intervenções profissionais que

contribuam com as ações pedagógicas que se intercalam com ações

psicopedagógicas nos processos de aquisição de aprendizados na evolução

humana.

PALAVRAS-CHAVE: Aprendizagem; Dificuldades; Distúrbios.

INTRODUÇÃO:

Trata o presente artigo do estudo de dificuldades e distúrbios de

aprendizagem e o que eles acarretam para a prática pedagógica do professor.

Partindo do ponto de que existe no meio docente uma complexibilização dos

termos distúrbios de aprendizagem e dificuldades de aprendizagem acarretando

em uma igualização desses problemas distintos.

1 Artigo apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Psicopedagogo.

2 Pedagoga; Curso de Psicopedagogia – Centro Universitário Barão de Mauá – Ribeirão Preto SP, Brasil - Pólo Renascer em Santa Maria. [email protected].

3 Orientador: Prof. Dr. Silvio Reinod Costa; e-mail: [email protected].

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A avaliação feita através de leituras de situações de aprendizagem se faz

necessária para que se perceba a maneira com que os distúrbios e as dificuldades

de aprendizagens trazem implicações pedagógicas nas construções cognitivas na

educação sistemática e assistemática. Onde temos a avaliação Psicopedagogia

como uma modalidade de avaliação que se desenvolve no processo de ensino-

aprendizagem para aprofundar no conhecimento de aspectos pessoais e escolares.

Partindo deste ponto, visar facilitação da permanência de alunos que

apresentam tais transtornos no meio escolar. Visto que a aprendizagem é resultado

de experiências que se tornam concretas numa mudança adquirida de

comportamentos, regidos por condições internas e externas, inerentes ao individuo

movido por interações psicosociológicas e neurológicas.

Diferenciando assim distúrbios de aprendizagem de dificuldades de

aprendizagem, de modo a propiciar uma intervenção pedagógica e ou

psicopedagógica coerentes, incumbindo-se adequadamente profissionais para tais

atendimentos tanto na individualidade como na coletividade, visando um

aprendizado não preconceituoso, um aprendizado que contemple a todos de

maneira igualitária.

DESENVOLVIMENTO:

Os termos dificuldades e distúrbios de aprendizagem têm gerado muita

controvérsia entre profissionais, tanto na área da saúde como da educação, devido

a sintomatologias muito amplas, com uma diversidade de fatores etiológicos que

envolvem o aprendizado, tomando terminologias por vezes diferenciadas por vezes

igualizadas.

As alterações na aprendizagem por conta de enfoques pedagógicos

apresentam nas dinâmicas educativas escolares variações, modificações e/ou

adaptações nas conceituações e caracterizações destas, na tentativa de se poder

revelar a sua presença nas classes escolares, sem deferir rótulos às crianças,

rótulos estes que por vezes prende quem os recebe em um conceito que vem em

prejuízo de suas aquisições do conhecimento, bem como causam temor e

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sentimentos de culpa aos responsáveis por estas. Dentro de um sistema

educacional complexo e dinâmico, onde atualmente e dado uma importância

relevante e significativa aos problemas relacionados à aprendizagem, colocando-os

em lugares privilegiados nos sistemas educacionais, devida em grande parte ao

fato de que cada vez mais a sociedade visa o sucesso pessoal do sujeito,

conectando esse sucesso diretamente ao bom desempenho escolar.

Se a criança não apresenta um desenvolvimento onde a aquisição da

aprendizagem esteja em conformidade com o esperado para suas faixas etárias e

aos conceitos que contemplam o desenvolvimento humano, logo ela tem

problemas.

Na atualidade percebe-se que cresce consideravelmente o numero de

alunos no nosso sistema de ensino, que são avaliados como tendo algum tipo de

dificuldade e ou distúrbio relacionados ao processo de aprender. Pondo-se uma

classificação aos transtornos de aprendizagem, considerando-se as funções

cognitivas afetadas, resultantes de modificações estruturais e funcionais no sistema

nervoso central (SNC). Modificações que ocorrem a partir de um ato motor e

perceptivo que elaborado no córtex cerebral, dão origem a cognição. E aí fica a

questão será que estamos falhando em nossas percepções junto aos alunos e

suas múltiplas faces, histórias, moldes sociais que fazem com que estes exijam

cada vez mais em nossos fazeres pedagógicos, ou realmente devido ao novo

mundo social onde as crianças atuais nascem e desenvolvem ocorre um aumento

significativo de transtornos de aprendizagem afetados pelas condições do meio.

Como o aprender é próprio do ser humano a expectativa é de sucesso

incondicional, porém dificuldades para aprender são inerentes e pertinentes devido

aos múltiplos e complexos fatores envolvidos.

Considerando que a palavra aprendizagem irá compor este documento

variadas vezes, torna-se relevante buscar aqui conceituá-la: Aprendizagem é o

processo pelo qual um sujeito, em sua interação com o meio, incorpora a

informação oferecida por este, segundo suas necessidades e interesses. Bessa

(2010, p.62), reforça a idéia de interação colocando que: “A aprendizagem pode ser

definida como o despertar de processos de desenvolvimento no interior do sujeito

que não ocorreriam sem o seu contato com o ambiente cultural.”. Processos que

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existem levados por dois tipos de condições para a aprendizagem: as externas que

definem o campo do estimulo, e as internas que definem o sujeito.

Bessa (2010, p.10), cita Ferreira (1986), que define aprendizagem como:

“Aprendizado; ato ou efeito de aprender; tomar conhecimento de: reter na memória

mediante o estudo, a observação ou a experiência; tornar-se apto ou capaz de

alguma coisa em conseqüência de estudo [ ]”, reforçando a idéia de que somente

quem estuda adquire algo beneficente.

Seria muito fácil planejar aulas, com as mais vaiadas dinâmicas, que

alavancam a aquisição dos mais diversos conhecimentos previstos nos currículos

escolares, partindo do principio que uma classe de aula, é composta por iguais,

organizadas em turmas e escolas, por faixa etária e localização habitacional, assim

sendo com comportamentos caracterizados pelo meio e pelo período de vida em

que se encontram então a aprendizagem fluiria igualmente para todos, porém

sabe-se que não é bem isso que ocorre,cada ser que constitui uma turma é único,

tem sua própria história evolutiva, construtiva de seu eu, e muitos destes apesar de

um curto período de vida já apresentam déficits de aprendizagem, de causas

diversas que vem a caracterizá-los como portadores de dificuldades e distúrbios de

aprendizagem.

Neste sentido Serra (2009, p. 31) coloca que:

As teorias que embasam o construtivismo também podem ajudar o professor a compreender o conhecimento e a aprendizagem humana como um processo singular. A sala de aula é um espaço dialético, pois, ao mesmo tempo em que aprender é um processo individual, na escola, ele ocorre na coletividade. Cabe ao professor oferecer momentos de individualidade e momentos de coletividade na construção da aprendizagem.

Dificuldades de aprendizagem não se constituem em um fenômeno de fácil

analise, são por vezes confundidas com patologias da aprendizagem. Porém

quando as pistas e sinais são pesquisados nos contextos sociais e escolares se faz

possível identificar e diferenciar possíveis dificuldades de aprendizagem de

distúrbios de aprendizagem, visto que dificuldade de aprendizagem está

relacionada a problemas de ordem pedagógica e/ou sócio culturais, e em uma

perspectiva preventiva e com melhores condições há maiores possibilidades de

atender o sujeito globalmente.

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Distúrbios de aprendizagem sugerem a existência de comprometimento(s)

neurológicos em funções corticais específicas, ocorrendo comprometimento no

processamento de informações devido à existência de disfunções

neuropsicológicas, levando a uma perspectiva clinica e/ou remediativa.

De acordo com a definição estabelecida no de 1981 pelo National Joint

Comitee for Learming Disabilities (Comitê Nacional de Dificuldades de

Aprendizagem). Nos Estados Unidos da América:

Distúrbios de aprendizagem é um termo genérico que se refere a um grupo heterogêneo de alterações manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e uso da audição, fala, leitura, escrita, raciocínio ou habilidades matemáticas. Estas alterações são intrínsecas ao indivíduo e presumivelmente devidas à disfunção do sistema nervoso central. Apesar de um distúrbio de aprendizagem poder ocorrer concomitantemente com outras condições desfavoráveis (por exemplo, alteração sensorial, retardo mental, distúrbio social ou emocional) ou influências ambientais (por exemplo, diferenças culturais, instrução insuficiente/inadequada, fatores psicogênicos), não é resultado direto dessas condições ou influências. (Collares e Moysés, 1992, p.32).

Ainda temos a seguinte definição de distúrbio de aprendizagem:

Etimologicamente, a palavra distúrbio compõen-se do radical turbare e do prefixo dis. O radical turbare significa alteração violenta da ordem natural. O prefixo dis tem como significado alteração com sentido anormal, patológico e possui valor negativo. Ross (2003, p.65).

Nesta perspectiva, a expressão distúrbios de aprendizagem apresenta

significado de anormalidade patológica por alteração violenta na ordem natural da

aprendizagem, portanto distúrbio de aprendizagem remete a um problema ou a

uma doença que acomete o sujeito em nível individual e orgânico.

Os distúrbios de aprendizagem não são óbvios e são vários, ou seja, há

variadas maneiras de se manifestarem e se combinarem. Por exemplo, distúrbios

psicomotores e distúrbios afetivos estão estreitamente ligados se influenciam e se

esforçam mutuamente, indicam perturbações ou falhas na aquisição e utilização de

informações ou na habilidade para a solução de problemas, implica na modificação

dos padrões de assimilação e transformação seja por vias internas ou externas

no/ao individuo. Distúrbios psicomotores são os de ordem física.

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A psicomotricidade sempre leva em conta o individuo como um todo, tendo

como características, além da coexistência de problemas motores de maior ou

menor gravidade, transtornos na área do ritmo, da atenção, do comportamento,

esquema corporal, orientação espacial e temporal, lateralidade e maturação.

Segundo Silva (2009, p.14) a “Educação psicomotora: Abrange todas as

aprendizagens da criança, processando-se por etapas progressivas e específicas

conforme o desenvolvimento geral de cada indivíduo.” Quando docentes se deten

em observações detalhadas dos sintomas percebe-se que estes manifestam-se e

combinam-se de diferentes modos de sujeito a sujeito.

Contribuindo com a importância da psicomotricidade no processo de

aprendizagem e a prevenção dos distúrbios neste, Bessa (2010, p.83), coloca que:

A prática psicomotora na Educação é uma atividade de caráter essencialmente educativo e preventivo. Esta se utiliza do movimento corporal e de atividades lúdicas para estimular o desenvolvimento psicomotor, promover a integração dos aspectos motores, cognitivos e socioafetivos, além de preparar as crianças para aprendizagens futuras, favorecendo consideravelmente a alfabetização e prevenindo distúrbios de aprendizagem.

Refiro-me aos docentes, por ser nos momentos de aprendizagem

sistemática que se percebe com maior clareza as sintomatologias que caracterizam

as dificuldades e os distúrbios que afetam a aquisição das linguagens oral e

escrita, bem como dos conhecimentos matemáticos, conhecidos como: Dislexia,

Disgrafia, Discalculia.

Dislexia: De acordo com a, Internacional Dislexia Associaton, 1994, a

dislexia é um distúrbio de linguagem, de origem constitucional, caracterizado

pela dificuldade de decodificar palavras simples. Mostra uma insuficiência no

processo fonológico (...) a criança falha no processo de aquisição da

linguagem com frequência, incluindo aí os problemas de leitura, aquisição e

capacidade de soletrar.

Disgrafia: É uma deficiência na linguagem escrita, mais precisamente

na qualidade do traçado gráfico, é geralmente associada à dificuldade de

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integração Visio motora e habilidades motoras finas, sem comprometimento

neurológico e/ou intelectual.

Discalculia: É a dificuldade ou a incapacidade de realizar atividades

aritméticas básicas, tais como quantificação, numeração ou cálculo.

É importante frisar que os processos de leitura e de escrita não são natos no

individuo, não são de ordem genética, mas não podem ser separados do processo

de desenvolvimento da espécie humana, e para que façam parte do ser suas

aquisições requerem esforços, dedicações, interesses pelas partes (professor,

aluno, família) envolvidas na aquisição destes processos. Para Vygostsky os

processos mentais não são inatos, mas se originam entre indivíduos, e se

devolvem ao longo do processo de internalização de formas culturais de

comportamentos.

Estudos concebem a linguagem enquanto prática social oferecem elementos para compreender que, apesar da comunicação e da representação constituírem-se como funções da linguagem, elas não definem a sua natureza. Em outras palavras, podemos representar ou comunicar a partir da linguagem. Contudo, a linguagem implica um fenômeno que extrapola tais funções. Concebe-se, portanto, a linguagem como uma atividade constitutiva dos sujeitos, das relações sociais e das formas de organização da sociedade. Berberian, Bergamo (2009, p.15)

Em pesquisa realizada em uma EMEI da rede municipal de Santa Maria /RS,

fora aplicado questionários, como instrumento de pesquisa, aos profissionais da

educação que nesta atuavam, com finalidade de visualizar como os profissionais

da educação desta, compreendem dificuldades e distúrbios de aprendizagem, e

quais ações são tomadas a partir da percepção de que há alunos com

características físicas e mentais que determinam que estes apresentam déficits na

aprendizagem dentro do contexto escolar:

Questões que solicitaram aos entrevistados a colocação do que é mais

comum na escola, se distúrbio, se dificuldades de aprendizagem, que atitudes

professores/escola tomavam quando se deparavam com tais transtornos da

aprendizagem, se existiam na escola profissionais para atendimento

individualizado/especifico a essas crianças.

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As respostas na sua maioria levaram a um contexto único. Apesar de ocorrer

certa homogeneização aos fatos/causas que levam o individuo a apresentar

dificuldades e/ou distúrbios de aprendizagem.

Há quase que um senso comum quando ao papel do professor e da escola,

com pontuações comuns quanto há um envolvimento social não somente da

escola, mas que envolvem família e outros profissionais, em especifico um

educador especial, de que há de se realizar sempre um trabalho conjunto que

englobe na busca por soluções professor, escola, família.

O atendimento se dá de maneira a solucionar/sanar os problemas que

causam prejuízos no desenvolvimento global do aluno.

E quando percebível que não compete aos profissionais que constituem o

quadro da escola, a criança com sintomatologias mais definidas de dificuldades de

aprendizagem, de distúrbios de aprendizagem e outros patologias, são

encaminhadas com conhecimento e consentimento da família para profissionais

adequados. Visto que para se diagnosticar transtornos de aprendizagens é preciso

que o sujeito, a criança seja submetida a uma avaliação multidisciplinar, que

envolve diversos profissionais, tanto da educação como da saúde (neurologistas,

psicólogos, fonodiólogos, pedagogos, psicopedagogos, outros).

Algumas crianças podem apresentar distúrbios neurológicos específicos, cujo

o diagnostico é eminentemente clinico, mas não existem exames específicos para

diagnosticar uma dificuldade escolar, está analise exige do pedagogo em sala de

aula um olhar mais atento, uma real compreensão de fartos/fatores e causa que

levam a criança a apresentar dificuldades em seu processo de aquisição de

conhecimentos e armazenamento destes. E condicionado a isto, está o

encaminhamento para uma ação preventiva conjunta com a família e outros

profissionais, em especial o psicopedagogo que é profissional habilitado a

intervenções dentro do contexto de aprendizagem, de modo a acrescentar

melhoras e evoluções no aprendizado da criança com dificuldades de

aprendizagem.

A Psicopedagogia é uma área de conhecimento e de atuação dirigida para o

processo de aprendizagem humana. Seu objeto de estudo é o aluno com

problemas de aprendizagem tanto orgânicos, como físicos, emocionais,

psicológicos, culturais.

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Serra, (2009, p.5), coloca que:

A Psicopedagogia tem por objetivo estudar, compreender e intervir na aprendizagem humana. Ao contrario do que o senso comum imagina a Psicopedagogia não se restringe ao estudo das dificuldades e dos distúrbios de aprendizagem, mas à aprendizagem de um modo geral, seja no estado normal ou patológico. Além disso, todos os seres humanos, em qualquer faixa etária, podem fazer uso da Psicopedagogia para aprender de forma mais eficaz ou compreender o seu próprio processo de aprendizagem.

Reforçando que a atuação do psicopedagogo é fundamental, tanto nos

momentos de avaliação, quanto no acompanhamento das dificuldades escolares,

por dar suporte onde o distúrbio principal é de natureza psicológica, e auxilia muito

onde as dificuldades maiores são emocionais ou orgânicas, tendo como via final

um rendimento escolar favorável ao aluno.

Não somente na escola pesquisada, quando colocados em pauta

dificuldades de aprendizagem e distúrbios de aprendizagem, logo surge uma

homogeneização relacionada a esses termos, porém não devem ser percebidos de

forma igual ou como sinônimos, pois são de natureza distinta cada um possui

causas próprias, características próprias, diagnósticos próprios e tratamentos

próprios. Estudos recentes colocam que as áreas cerebrais envolvidas são

específicas a cada um dos casos podendo ser simultâneos, como conseqüência

um levando ao outro.

Dificuldades de aprendizagem: é um tipo de desordem de aprendizagem ou

transtorno de aprendizagem, pela qual um indivíduo apresenta dificuldade em

aprender efetivamente. Essa desordem afeta a capacidade do cérebro de receber e

processar informações tornando complicado para o individuo o aprendizado tão

rápido quanto o de outros não afetados por ela, são geralmente identificados na

fase da escolarização. Serra (2009, p.38) refere-se ao termo dificuldades de

aprendizagem como uma desvantagem para aprender, seja uma desvantagem

cognitiva ou social.

As dificuldades de aprendizagem têm origem em uma ampla gama de

problemas que afetam áreas do conhecimento causando déficits no desempenho

acadêmico, raramente atribuídas a uma única causa, pois são muitos os aspectos

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que podem prejudicar o funcionamento intelectual, os ambientes tendem a

estimular determinadas habilidades e/ou dificuldades de aprendizagem, problemas

psicológicos freqüentemente complicados por ambientes domésticos e escolares,

levam a classificar crianças como tendo baixa inteligência, indisciplina, preguiça,

forçando-as a corrigirem-se, esforçarem-se por táticas comuns de recompensa ou

punição.

É comum presenciarmos professores em suas praticas pedagógicas fazendo

uso de material de ensino aprendizagem desestimulantes, desatualizado,

totalmente fora de contexto, desprovido de significado para os alunos, sem levar

em conta as diferenças individuais, os conhecimentos prévios de cada sujeito, o

que de fato estes estão buscando na instituição além de um currículo pré

estabelecido, elaborado por secretarias, e por vezes pelos corpos docentes das

instituições de ensino, mas muito que raramente construído com a participação

e/ou colaboração dos seus maiores executores/ praticantes, os alunos.

Em se tratando de currículos, Vergara (2011, p. 6) coloca que:

o currículo deve estar centrado nas habilidades, nos interesses e nas curiosidades da criança. Certas condições estruturais, como mobiliário, materiais educativos, horários, segurança e higiene do local, também são determinantes. As atividades oferecidas devem ser bem planejadas e ter objetivos concretos, deixando de lado a mera intuição e espontaneidade. (...) permitindo que as crianças se desenvolvam no seu próprio ritmo na aquisição de destrezas importantes, incluindo as de escrita, leitura, ortografia e matemática, ciências naturais, sociais, artes, musica, saúde e atividades físicas. Deve haver uma flexibilidade que permita criar modalidades que compreendam a diversidade de grupos de crianças atendidas, considerando-se cultura o território onde se insere cada programa, o tipo de necessidades e interesses das crianças. (...)

Neste sentido faz-se necessário trabalhar um currículo que estimule o aluno

a buscar a construção de novos conhecimentos, a aquisição de novos

aprendizados, isto ajudaria muito a diminuir as “complicações pedagógicas

causadas por falsas dificuldades de aprendizagem. pois em se tratando de alunos

com dificuldades de aprendizagem, devemos aprender a esperar pelo inesperado,

e nunca presumir que um aluno não tem conhecimento prévio, não importando sua

idade, inteligência, esperteza o progresso é uma questão de tentativas e erros.

Crianças com dificuldades de aprendizagem perdem a motivação por não

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conseguir acompanhar as aulas, passam a usar o tempo para fazerem outras

coisas, dificultando a aquisição de saberes, competências, habilidades intelectuais,

sociais e afetivas de que todos necessitam. Outras por vez lutam com

comportamentos problemáticos como:

Dificuldades para seguir instruções;

Fraco alcance de atenção;

Imaturidade social;

Dificuldades com conversões;

Inflexibilidades;

Fraco planejamento e habilidades organizacionais;

Distração;

Falta de destreza;

Falta de controle dos impulsos;

Inatividade física;

Competitividade;

Desencorajamento a compartilhar idéias e trabalhos;

Inadaptação a escola.

Situações que podem surgir por diversos motivos, como problemas na

proposta pedagógica, capacitação de professores, problemas familiares que levam

o aluno a desenvolver déficits que transgridem as esferas das relações escolares

complicando ainda mais suas vidas acadêmicas. Com freqüência são os ambientes

em que a criança vive, convive com iguais e diferentes, se desenvolve, e suas

relações afetivas familiares e escolares que determinam o impacto da dificuldade.

Como, já colocado, não existem testes neurológicos para dificuldades de

aprendizagem, a constatação deste problema ainda se dá por percepções, por

olhares mais atentos, primeiramente pelos pais dentro do contexto familiar tão logo

a criança passe a frequentar a escola este olhar perceptivo passa a ser executado

pelos professores em coerência com seus olhares avaliativos cotidianos onde um

tratamento afetivo. Um programa de educação apropriado, planejado para abordar

as necessidades especificas de cada individuo, se fazem importante na procurara

por ajuda de profissionais, que trabalhem com a criança no sentido de favorecer

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seu processo de aprendizagem, compreender os aspectos familiares e orientar a

família (pais).

Segundo Serra (2009, p.99), “É na família que a criança tem contato com as

primeiras aprendizagens, as denominadas proto-aprendizagens.” Assim sendo a

criança não chega à escola nua de conhecimentos.

Dificuldade de aprendizagem na infância é uma ferida aberta para a família,

pode ser um sintoma, as crianças precisam pedir ajuda de alguma forma é como se

dissessem estou aqui, me ajudem meninos e meninas que passam por frustrações

pessoais que acarretam em inseguranças (separação dos pais, nascimento de

irmão menor, pais familiares que fazem uso do álcool e outras drogas), carências

afetivas, emocionais, e até mesmo financeiras passam por abalos psicológicos que

tem como conseqüência menor interesses e rendimentos escolares.

Ir mal na escola é uma situação comum em alunos integrantes de famílias

desestruturadas, são alunos também desestruturados emocionalmente que

desejam chamar a atenção sobre si.

Podemos observar que as histórias devida de cada sujeito tem um peso

significativo em seu processo de aprendizagem. Processo que inscreve uma

dinâmica de transmissão da cultura, que constitui a definição da palavra educação,

sendo esta definida por quatro funções interdependentes: função mantenedora da

educação, função socializadora da educação, função repressora da educação e

função transformadora da educação.

As causas mais freqüentes para dificuldades de aprendizagem são fatores

intra escolares como inadequação de currículos, de programas, de sistema de

avaliação, de métodos de ensino, e relacionamento professor – aluno. E entre

outras possíveis causas temos:

Defeitos ou erros na estrutura do cérebro;

Abuso de drogas;

Má nutrição;

Fatores socioeconômicos diversos;

Falta de envolvimento dos pais (família);

Problemas de ordem familiar;

Problemas metodológicos;

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Falta de preparo de quem ensina;

Quantidades incorretas de vários neurotransmissores, ou problemas

de comunicação entre várias partes do cérebro;

Condições precárias de ensino.

Não necessariamente sempre presentes, nem toda dificuldade escolar

corresponde a um distúrbio de aprendizagem. Por outro lado, quando falamos em

distúrbio de aprendizagem há uma referência, mais exata a um transtorno a um

déficit, com características de graus variados, presentes no aprendiz. Isto quer

dizer que, mesmo em condições muito favoráveis, ele pode a vir apresentar

limitações em sua aprendizagem, tendo em vista diferentes razões para uma

mesma manifestação (complicações no aprendizado).

Devemos ter cuidado para distinguir dificuldades escolares dos verdadeiros

distúrbios de aprendizagem, que tem origem de fatores extrínsecos, mas que

igualmente podem limitar o desenvolvimento escolar, tais dificuldades quando mal

interpretadas, caracterizam o que podemos chamar de falsos distúrbios de

aprendizagem.

Falsos distúrbios de aprendizagem são aplicados a crianças que embora

tenham condições gerais favoráveis para aprender, faltaram-lhes principalmente

por ordem social econômica, oportunidade para viverem situações propicia para

novas aquisições principalmente de caráter acadêmico, distinguindo dificuldade de

aprender de falta de oportunidade para aprender, por vezes estar inserido num

núcleo escolar fisicamente não significa que o individuo está de forma igualitária

aos demais tendo a mesma oportunidade de aprender.

As oportunidades dentro de uma instituição devem ser estendidas a todos

que dela necessitam para o aprendizado se fazer homogeneamente no grupo.

Neste sentido Berberian e Bergamo (2009, p.92), colocam que:

(...), sabemos que as crianças desde o nascimento, desenvolvem-se na interação com as pessoas de seu convívio social, entrando em contato com seus valores, crenças e costumes. (...). Algumas crianças desde pequenas tem oportunidade de manusear livros, “ler” diferentes livros, jornais, revistas com o pai e mãe, “escrever” bilhetinhos com os pais, perceber e vivenciar sua função social. Outras crianças, porem, quase não tem material escrito: na sua

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casa não há livros, o jornal tem função de embrulhar coisas, os pais não lêem ou escrevem no seu cotidiano.

A colocação dos autores acima citados torna claro o papel das escolas em

oportunizar a todos alunos o acesso e utilização dos mais variados recursos e

métodos que motivam o aprendizado.

Podemos dividir o desenvolvimento em vários aspectos, como o cognitivo,

afetivo, social, intelectual, comunicativo, motor, quando encontramos dois ou mais

destes aspectos alterados, podemos falar em distúrbios mais globais do

desenvolvimento.

Distúrbios globais de desenvolvimento constituem uma classe variada de

problemas, como as deficiências mentais, o autismo e uma série de outras

alterações que podem vir a provocá-los em graus diversos, dependendo da

gravidade e da extensão das dificuldades encontradas.

Atenção, criança com dificuldade de aprendizagem é diferente de criança

com dificuldades escolares, a ultima faz referencia a incompetência das instituições

educacionais em desempenhar seus papeis sociais não podendo ser considerado

como problema do aluno.

Ao se tratar de transtornos de aprendizagem percebem-se fatores que

apontam para a necessidade de mudanças na postura familiar e nos investimentos

em políticas públicas em educação que inserem nas escolas profissionais

(psicopedagogos) para atender tais necessidades melhorando o acesso ao

aprendizado e a uma qualidade de ensino igualitária a todos os educandos,

redimensionando o olhar e as práticas sobre as dificuldades de aprendizagem e

sobre os distúrbios de aprendizagem.

Chama atenção nas escolas a existência de crianças que apresentam

dificuldade de aprendizagem e que aparentemente não apresentam defeitos

físicos, sensoriais, intelectuais ou emocionais, e que, no entanto são rotuladas com

uma série de síndromes, hipercinética, hiperatividade, autismo, lesão cerebral

mínima, disfunção cerebral mínima, classificadas como portadores de distúrbios de

aprendizagem, sendo que se fosse esclarecido ao corpo docente o que realmente

caracteriza estes transtornos de aprendizagem, um acompanhamento correto com

uma intervenção preventiva, realizada com professores família, psicopedagogos,

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com um programa individualizado que trabalhe o universo sócio afetivo de cada

criança, bastaria para que estas apresentassem o rendimento escolar tão almejado

por pais e professoras.

Uma intervenção pedagógica preventiva que de suporte ao educador pode

favorecer a criança num futuro mais próximo, dando-lhes garantias de melhor

qualidade de vida à medida que suas necessidades especiais são atendidas, antes

que aumentem/evoluem.

Ao mesmo tempo em que seu contexto sócio familiar é também contemplado

por esses serviços, com orientações sobre formas mais apropriadas de lidar com

possíveis barreiras de natureza variada ao pleno desenvolvimento do potencial da

criança. Pois é papel da escola o acolhimento á diversidade, criando condições de

permanência e de progressão dos alunos na instituição, criando situações

mobilizadoras onde não se esgotem os recursos e métodos de estimulação à

permanência destes alunos na escola, ao mesmo tempo em que resgatem e

aproximam as famílias, as integrando ao alcance das metas e objetivos comuns a

todos.

Importante colocar aqui que dificuldades de aprendizagem não se restringem

apenas à criança, visto que surgem devido a condições (físicas, de trabalho,

temporárias, eventuais), fatores físicos e psicológicos (ansiedade, stress,

depressão,...), que podem alterar o curso do desenvolvimento humano, causando

limitações independentemente da faixa etária em que se encontra o individuo.

Cassol, Coradini, Rambo, Pauletto, (2003, p.155) nos colocam que:

O número expressivo de alunos com dificuldades na aprendizagem é preocupante em diversas localidades do país, na zona rural e urbana e em todos os níveis, da educação infantil ao ensino superior. Essas dificuldades não devem ser consideradas como um fator isolado, mas vistas como um conjunto de componentes afetivos, cognitivos e sociais. O desempenho cognitivo não se refere somente ao processo de maturação biológica, mas também ao resultado de uma longa trajetória em que se combinam fatores biológicos e a realidade sociocultural do aluno. (...)

Dando obrigatoriedade ao atendimento de crianças que apresentam

transtornos de aprendizagem; o Ministério da Educação Secretária de Educação

Especial Brasília no ano de 2006 elabora o documento intitulado: Educação Infantil

Dificuldades acentuadas ou limitações no processo de desenvolvimento Saberes e

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práticas da inclusão, contendo orientações pedagógicas que tem como base o

Referencial curricular nacional para a educação infantil (Brasil, 1998), com o

objetivo de adaptar os conteúdos curriculares de modo a dar respostas a todas as

necessidades educacionais de crianças com dificuldades acentuadas de

aprendizagem.

Este trabalho apresenta propostas de organização de serviços de apoio

educacional na educação infantil para crianças com dificuldades acentuadas de

aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento, ou que corram o

risco de vir a tê-las devido à condições que podem alterar o curso do

desenvolvimento, prejudicando o processo de adaptação da criança ao contexto

em que vive, ao mesmo tempo, seu contexto sócio-familiar é também contemplado

por esses serviços com orientações sobre formas mais apropriadas de lidar com

possíveis barreiras de natureza variada ao pleno desenvolvimento do potencial da

criança.

Estas colocações tornam claro que o compromisso da escola e dos

profissionais da educação que integram o corpo docente, é o de garantir a

aprendizagem a todos mesmo que para isto seja necessária a interseção com

profissionais que atuam fora da escola. Todo suporte educacional, social e de

saúde deve ser provido, por meio de observações e interações com a criança para

descobrir como ela pensa, raciocina, como processa sua aprendizagem, bem como

se dá sua aquisição de conhecimentos.

Veja a seguinte colocação:

Queremos que a escola infantil seja um lugar onde as crianças, famílias e profissionais convivam, cresçam e aprendam juntos. Onde todo esse conjunto de experiências, vivencias, relações que a escola infantil proporciona e que conformam a vida cotidiana seja fonte de crescimento e de aprendizagem para toda comunidade educativa. onde todos participemos aprendendo uns com os outros. Onde exista espaço para a estabilidade, mas também para a surpresa, para a novidade como algo normal, para o extraordinário como algo comum. Nós adultos, somos responsáveis por configurar o cenário de vida para a infância. Por isso a equipe de profissionais da escola infantil precisa refletir, repensar planejar o quadro de vida que oferece, conhecer as necessidades e possibilidades das crianças e das famílias para configurar uma vida cotidiana que conte efetivamente com seus protagonistas. É nesses quadros de vida que a infância dota de significado as palavras e as ações, que a comunicação adquire sentido, que expandem as potencialidades do ser humano. (VÉLEZ 2008, p.15).

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Faço aqui das palavras escritas por Vélez, quando coloca “como querermos

viver na escola infantil”, minhas palavras. Esperando que o citado acima não se

restrinja apenas as escolas de educação infantil, mas sim a todo rede de ensino

seja pública ou particular, de educação básica ou superior. Que os papéis

educativos não mais se confundam pondo a outros seus deveres e sim,

intervenham sempre na busca do objetivo final, a aprendizagem.

CONCLUSÃO:

Com este trabalho concluo que a idéia de fracasso escolar ligada ao

insucesso de quem é colocado na posição de aprendente, aquele que não

conseguiu absorver e armazenar os conhecimentos que lhe foram passados, e

então colocados como portadores de algum transtorno de aprendizagem, no caso

aqui denominados como dificuldades de aprendizagem e/ou distúrbios de

aprendizagem, por vezes colocados erroneamente. Para tanto investigar as causas

que levam as dificuldades de aprendizagem e aos distúrbios de aprendizagem, é a

melhor maneira de se percebê-los, e diferenciá-los, dentro de perspectivas de

conhecer e tornar-se ciente de que por de trás de cada individuo que se mostra

com dificuldades e/ou distúrbios de aprendizagem a um conjunto de causas sociais

e orgânicas, que o envolvem, seus familiares, seu meu social, a escola e seus

professores.

Professores, profissionais que atuam diretamente com alunos com

dificuldades de aprendizagem, com distúrbios de aprendizagem, e outras variadas

situações e casos que fogem do programado para aulas sistemáticas, buscando na

coletividade das salas de aula um aprendizado homogêneo, que contemple a

todos, seguindo currículos pré determinados, que não visam propostas inclusivas,

amplamente existentes nos currículos ocultos.

A diversidade humana que compõem as salas de aula, suas reais condições

de aprendizado, e demais fatores que contribuem para que as dificuldades de

aprendizagem e os distúrbios de aprendizagem ocorram, traz para dentro das

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instituições de ensino, além da capacidade dos educadores de possuir um olhar

diferenciado para cada educando e suas especificidades a necessidade da

intersecção de diversos profissionais: educadores especiais, psicólogos,

pedagogos, psicopedagogos, ..., num trabalho único que visa à construção do

conhecimento nos processos de ensino aprendizagem que constituem o ciclo

natural da evolução humana.

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