Upload
lamcong
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
0
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
LUCIANO DA SILVA COSTA
DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO DE AULAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO: O QUE DIZEM OS
PROFESSORES DE BIOLOGIA?
BEBERIBE – CEARÁ
2013
0
LUCIANO DA SILVA COSTA
DIFICULDADES NO DESENVOLVIMENTO DE AULAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO: O QUE DIZEM OS PROFESSORES DE
BIOLOGIA?
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Ciências Biológicas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Estadual do Ceará, como requisito parcial para obtenção do Título de Licenciado em Ciências Biológicas. Orientador: Profa. Ms. Maria Márcia Melo de Castro Martins
BEBERIBE – CE
2013
0
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Estadual do Ceará
Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho
Bibliotecária Responsável – Leila Sátiro – CRB-3 / 544
C837d Costa, Luciano da Silva. Dificuldades no desenvolvimento de aulas práticas de laboratório: o
que dizem os professores de biologia?/ Luciano da Silva Costa. — 2013. CD-ROM :47f. il. (algumas color.) ; 4 ¾ pol. ―CD-ROM contendo o arquivo no formato PDF do trabalho
acadêmico, acondicionado em caixa de DVD Slin (19 x 14 cm x 7 mm)‖. Monografia (Graduação) – Universidade Estadual do Ceará, Centro
de Ciências da Saúde, Curso de Ciências Biológicas à Distância, Fortaleza, 2013.
Orientação: Profª. Ms. Maria Márcia Melo de Castro Martins. 1. Aula de laboratório. 2. Ensino de biologia. 3. Dificuldades. I.
Título.
CDD: 574.07
0
0
“A ideia que não procura converter-se em palavra é uma má ideia, e a palavra que não procura converter-se em ação é uma má palavra.”
(Chesterton)
0
Este trabalho é dedicado aos meus pais, irmãos que me deram forças nas horas em que mais precisei, e todos aqueles que influenciaram direta ou
indiretamente para a construção do mesmo.
0
AGRADECIMENTOS
A Deus, por tudo que me concede. Aos meus pais João Marcelo e Célia Maria, razão da minha caminhada para está formação. À minha irmã Tarciana, pela paciência que teve comigo nestes quatro anos de curso. A meu amigo Lucindo, por sua amizade, paciência e apoio. À Profa. Ms. Márcia Melo pela orientação, paciência e estimulo à realização desse trabalho. Aos professores Flávia Roldan e Ivo Conde pelas contribuições para o aprimoramento deste trabalho. Ao Prof. Edson Ponte, pelas valiosas sugestões. Às tutoras Edjane e Lydia, pelas opiniões e esclarecimentos sugeridos. Ao CVT de Beberibe, que sempre esteve de portas abertas para mim acolher. À Universidade Aberta do Brasil e UECE, onde defendo este Trabalho de Conclusão de Curso. Aos professores entrevistados, por partilharem experiências para construção deste trabalho.
0
RESUMO
Este trabalho trata da utilização/não utilização de aulas de laboratório no ensino de Biologia em uma escola da rede pública Estadual, no município de Beberibe-CE, a qual denominamos Escola verde. Tem por objetivo identificar as dificuldades no desenvolvimento de aulas de laboratório no ensino de Biologia na referida escola, analisar a estrutura do laboratório didático de Biologia; as dificuldades relacionadas à sua utilização e perceber a importância atribuída à essa modalidade de aula pelos professores em sua prática docente. Caracteriza-se como uma pesquisa do tipo Estudo de Caso, exploratória, de abordagem qualitativa. A coleta dos dados se deu por meio da aplicação de dois questionários (um de sondagem e outro de aprofundamento) a dois professores de Biologia da Escola Verde, sujeitos da pesquisa. A análise dos dados revelou que, para os professores, o maior problema para a não realização de aulas práticas é a estrutura do laboratório, onde alegam ser um ambiente pequeno que não comporta todos os alunos de uma turma. A análise dos dados também revelou que há dificuldades em materiais e substâncias para realização de práticas de laboratório.
Palavras-Chave: Ensino de Biologia; Aula de laboratório; Dificuldades.
0
ABSTRACT
This work deals with the use or not use of laboratory classes in biology teaching in a school of state public network, in the county of Beberibe-CE, which we called green School. Goals to identify the difficulties in the development of laboratory classes in the teaching of biology in the school, analyze the structure of didactic laboratory of biology; the difficulties related to their use and understand the importance attributed to this type of classroom by the teachers in their teaching practice. It is characterized as a research Case Study, exploratory, qualitative approach. The collection of data was taken through the application of two questionnaires (a sampling and another of deepening) the two teachers of biology of Green School, research subjects. The analysis of the data revealed that, for the teachers, the greatest problem for the non-completion of practical classes and the structure of the laboratory, where they claim is a smaller environment that does not involve all the students in a class. The data analysis also revealed that there are difficulties in materials and substances for completion of laboratory practice. Key Words: Biology teaching; Classroom laboratory; Difficulties.
0
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Laboratório de ciências da Escola Verde............................................................. 44
Figura 2 Substâncias para práticas laboratoriais................................................................ 44
Figura 3 Vidraria do laboratório (parte superior da bancada)............................................. 45
Figura 4
Jogos didáticos. Em destaque, o Ábaco (nas cores vermelha, azul, amarelo e
verde)....................................................................................................................
00
45
Figura 5
Da esquerda para a direita: aquecedor elétrico; modelo molécula
tridimensional, estufa, e bandeja com reagentes.................................................
00
46
Figura 6
Representações das fases do processo de mitose e meiose (ao fundo) lupa (à
(frente, central). Modelo representativo da molécula de DNA (à frente, no canto
direito da foto).......................................................................................................
00
00
46
Figura 7 Da esquerda para a direita: mapa político de Beberibe, mapa político do Ceará
e Mapa político do Brasil......................................................................................
00
47
0
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 (Não) utilização do laboratório de ciência da Escola Verde..................... 26
Quadro 2 Preparação para o desenvolvimento de aulas práticas de laboratório... 26
Quadro 3 Carga horária destinada às aulas práticas de laboratório...................... 27
Quadro 4 Incentivo da gestão ao desenvolvimento de aula prática de laboratório 27
Quadro 5 Outras atividades práticas distintas das de laboratório............................ 28
Quadro 6
Importância das aulas práticas de laboratório na concepção dos
sujeitos.....................................................................................................
00
28
Quadro 7
Sugestões dos sujeitos quanto à utilização do laboratório das
disciplinas de ciências e Biologia.............................................................
00
29
Quadro 8
Procedimentos adotados pelos sujeitos na construção das aulas
práticas.....................................................................................................
00
30
Quadro 9 Dificuldades no desenvolvimento das aulas práticas............................... 30
Quadro 10
Inserção das aulas práticas no planejamento das disciplinas de
Biologia.....................................................................................................
00
30
Quadro 11
Séries em que as aulas práticas e de laboratório são
desenvolvidas...........................................................................................
00
31
1
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................... 08
LISTA DE QUADROS....................................................................................................... 09
1. INTRODUÇÃO................................................................................................... 11
2. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................. 15
3. METODOLOGIAS............................................................................................. 21
4. RESULTADOS e DISCUSSÃO.................................................................................... 23
4.1 Caracterização do(a)s sujeitos..................................................................................... 23
4.2 Estrutura e recursos do laboratório.............................................................................. 23
4.3 Análise e discussão dos dados................................................................................... 25
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 33
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 35
APENDICE A..................................................................................................................... 39
APÊNDICE B .................................................................................................................... 42
APENDICE C.....................................................................................................................
ANEXO..............................................................................................................................
43
44
11
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, as atividades práticas são consideradas uma forma de favorecer a
consecução dos objetivos propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o
ensino de Ciências.
Os PCN de Ciências Naturais indicam que são procedimentos fundamentais
para o ensino da área aqueles que permitem a investigação, a comunicação e o debate de
fatos e ideias, possibilitados pela observação, experimentação, comparação,
estabelecimento de relações entre fatos ou fenômenos. Do mesmo modo, os PCN valorizam
atitudes que, na ótica do presente estudo, podem ser trabalhadas nas atividades práticas,
como: o incentivo à curiosidade, o respeito à diversidade de opiniões, a persistência na
busca de informações e de provas obtidas por meio de investigação (BRASIL, 2000).
A observação e a experimentação são indicadas pelos PCN como estratégias
didáticas que auxiliam na obtenção de informação, as quais devem contemplar fontes
variadas, como a leitura de textos informativos e projetos desenvolvidos preferencialmente
em um contexto de problematização. Em relação ao ensino de Ciências, as aulas práticas
de laboratório situam-se nesse contexto, uma vez que:
[...] Utilizados por professores para o ensino dos conceitos presentes em diferentes campos do conhecimento científico, os laboratórios são considerados espaços importantes no processo de ensino e aprendizagem. Tal importância revela-se no fato de o Conselho estadual de educação exigir a existência dos laboratórios como condição para o reconhecimento da oferta do ensino Médio nos estabelecimentos escolares e de que as propostas pedagógicas referentes à sua utilização devam estar presentes nos projetos políticos pedagógicos dos estabelecimentos de ensino. (CARVALHO; PEIXE, 2009, p. 33).
As principais funções das aulas práticas são: estimular a curiosidade científica
de alunos, mesmo sendo em diferentes cursos de graduação e pós-graduação e etc.,
envolvê-los em investigações científicas, desenvolver a capacidade de resolver problemas,
compreender conceitos básicos e desenvolver habilidades de modo a permitir que tenham
contato direto com fenômenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando
organismos. Além disso, somente nas aulas práticas os alunos enfrentam os resultados não
previstos, cuja interpretação desafia sua imaginação e raciocínio.
Percebe-se, então, que as atividades práticas devem estar situadas em um contexto de ensino e aprendizagem em que se desenvolvem tarefas de compreensão, interpretação e reflexão. Quando em um ensino menos diretivo, as atividades práticas podem envolver os alunos em todas as fases, até no planejamento experimental, tendo um caráter investigativo ao incentivar a elaboração e criação de hipóteses, de estratégias e de soluções
12
para problemas. Esta forma de utilizar e compreender as atividades práticas questiona o uso da prática descontextualizada e reprodutiva, tornando-se momento de aprendizagem repleto de raciocínio e criação. (CAMPANÁRIO; MOYA, 1999, p. 181).
A importância das aulas práticas no ensino de Biologia inspirou o tema desta
investigação, o qual foi selecionado a partir de minha própria experiência quando aluno do
Ensino Médio de uma escola que vou identificá-la como Escola Verde, que é a escola onde
a pesquisa foi desenvolvida.
Nos três anos que passei no Ensino Médio, como aluno da Escola Verde, tive
muitas dificuldades na disciplina de Biologia, pois a disciplina era toda teórica, sem
nenhuma atividade prática. Não se fazia nenhum tipo de experimento para aprimorar o
conhecimento dos alunos em relação ao conteúdo explicado.
Ao voltar àquela escola, após três anos, como aluno de licenciatura em Ciências
Biológicas, pude verificar em minha vivência de estágio supervisionado na Escola Verde
que, apesar da escolar dispor de laboratório de ciências não são desenvolvidas aulas
práticas e a partir de interpelação de conversas com alunos, fui informado que a frequência
do laboratório é mínima. Isto faz com que os alunos tenham a Biologia como uma disciplina
de conteúdo abstrato, que não podemos ver o que esta sendo estudado, o que não deveria
ser assim.
Neste sentido, uma das possibilidades apontadas é buscar um ensino mais
baseado nos acontecimentos do dia-a-dia, para que possamos fazer interessar os alunos
pela disciplina. O que envolve vários fatores, desde a formação do professor às condições
de desenvolvimento desse tipo de aula na escola.
O desenvolvimento de aulas práticas é algo complexo, pois requer domínio do
conteúdo e de uma proximidade com a dimensão prática de sua abordagem, incluindo a
utilização de laboratório, visto que a formação dos professores, segundo Werthein e Cunha
(2005), é um grave problema que se reflete em sala de aula, pois estes educadores, em sua
maioria, não dominam os conteúdos a serem ministrados em sala de aula. Essa situação
está bem registrada em indicadores nacionais de Avaliação. Resultados negativos mostram
muito mais do que a formação de uma geração de professores e estudantes: evidenciam o
pouco valor dado ao conhecimento científico e a Ignorância em que se encontra a
esmagadora maioria da população.
Diante da realidade apontada pelos referidos autores, o sistema de ensino no
Brasil necessita ser reestruturado a fim de se desenvolver as competências e habilidades
13
dos alunos. No entanto, a má formação dos professores tem sido um dos fatores principais
na difícil tarefa de se tornar a escola um ambiente estimulante (ALVES, 1998).
Nesse contexto, a Biologia tem sido uma das disciplinas apresentadas aos
alunos como uma matéria maçante e a escola pode ser um dos ambientes propícios para
começar a reverter essa prática que ainda é recorrente sobre o ensino de Biologia. De
acordo com Rosa e Rossi (2008), o professor bem formado, crítico e consciente pode ajudar
e muito a mudar essa imagem, colaborando com discussões de questões atuais em sala de
aula, baseando-se em conceitos biológicos, discutidos com propriedade e correção científica
adequada para subsidiar a formação de opiniões.
Além da formação dos professores para o desenvolvimento de aulas práticas de
Biologia, faz-se necessário pensar sobre as condições para sua realização, particularmente
quando se trata de aulas de laboratório, pois:
[...] Essas condições passam pela adequação do espaço físico, pelos recursos materiais disponibilizados e pela garantia de organização e manutenção. A segurança implica a definição dos materiais escolhidos para a construção dos laboratórios, que precisam ser laváveis, duráveis e resistentes a produtos químicos e à ação do fogo; nos cuidados com o manuseio de vidrarias e equipamentos em geral; no trato com substâncias químicas; nos cuidados com os seres vivos; e com a prática fora dos laboratórios, sejam em outras dependências escolares ou em casa. (CARVALHO; PEIXE, 2009, p. 38).
As dificuldades como aluno do Ensino Médio em relação à disciplina de Biologia,
sobretudo sobre a falta de aulas práticas/laboratório, me estimularam a pesquisar as
dificuldades dos educadores para o desenvolvimento desse tipo de atividade, uma vez que a
escola dispõe desse espaço.
No intuito de contribuir para uma boa formação dos atuais e próximos alunos que
frequentarão a Escola Verde, buscamos: conhecer o (s) porquê(s) da não utilização desse
espaço; identificar as possíveis dificuldades encontradas pelos docentes para a realização
de aulas práticas de Biologia no laboratório; verificar a estrutura deste espaço e identificar
os equipamentos que o laboratório disponibiliza no momento, pois entendemos que este
espaço pode se constituir numa rica oportunidade para promover o processo de
aprendizagem das ciências, dentre as quais a Biologia.
Nesse sentido, procedemos, primeiramente, a um levantamento bibliográfico que
nos orientasse quanto à necessidade de envolvimento do aluno com as atividades práticas
para a construção do conhecimento, a partir de atuações concretas. Encontramos essa
orientação em Krasilchik (1987), Demczuk, Amorim e Rosa (2005). Estes discutem os
problemas enfrentados pelos professores que os impedem de realizar experiências
14
biológicas. Contribuem ainda para essa discussão, Krasilchik (2008); Delizoicov (2007) e
Angotti (2009) entre vários outros pesquisadores, os quais subsidiaram a realização de
nosso trabalho.
Considerando os aspectos citados sobre as aulas práticas, desenvolvemos
nossa pesquisa na Escola Verde, na qual entrevistamos dois professores sobre o
desenvolvimento/não desenvolvimento das aulas práticas de laboratório na disciplina
Biologia.
O trabalho está organizado em quatro capítulos. O primeiro capítulo é a
introdução que acabamos de apresentar. O segundo capítulo diz do referencial teórico
adotado, destinado a problematizar aspectos relacionados a práticas laboratoriais que vão
contra ou a favor dos sujeitos pesquisados, ao uso dos laboratórios didáticos de Biologia no
Ensino Médio e a utilização deste recurso pelo professor da disciplina. O terceiro capítulo é
dedicado à metodologia que seguimos para a realização trabalho e o quarto é destinado à
apresentação dos os resultados e discussões, a este se seguem às Considerações Finais,
Referências e Apêndices. Passemos ao segundo capítulo.
15
2. REFERENCIAL TEÓRICO
O uso de atividades práticas no ensino não é recente, percebendo-se, porém
grande variação no modo de fazê-lo nas diferentes tendências e movimentos dos últimos
anos. No início do século XIX, o principal objetivo do trabalho prático no laboratório era o de
confirmar uma teoria que já havia sido ensinada e estas atividades eram desenvolvidas
dentro de uma perspectiva demonstrativa. No século XX, o objetivo ainda era o mesmo, mas
as atividades práticas eram separadas das demonstrações do professor (BARRETO FILHO,
2002; QUEVEDO JESUS, 2002 apud ARAGÃO, 2010).
Um destes estudos é o de Demczuk, Amorim e Rosa (2005), e se refere à
necessidade de envolvimento do aluno com a atividade proposta, para que o conhecimento
possa ser construído, a partir de atuações concretas. Souza et al. (2005), por sua vez,
concordam que as aulas de laboratório possibilitam, ao aluno, construir conhecimentos e
realizar a mudança conceitual.
É relevante situar o laboratório na perspectiva dos alunos. A proposta de aula
prática, normalmente, é bem recebida pelos alunos, tanto do ensino fundamental quanto no
ensino médio, como ambiente que desperta curiosidade. Ao contrário de outros ambientes
na escola, tais como quadra esportiva, bibliotecas, auditórios, refeitórios, o laboratório está
sempre fechado. No imaginário dos estudantes ele encerra muitas possibilidades. É o
espaço de vidrarias, de reagentes, de instrumentos e materiais desconhecidos, do esqueleto
e seres biológicos em vidros. É um espaço onde ele é ―um participante ativo do processo de
ensino, onde pode questionar sem restrições o professor, os colegas e a si mesmo, porque
é espaço de exploração do desconhecido‖ (CARVALHO; PEIXE, 2009, p. 37). Nessa
direção acrescenta Giordann (1999, p.43):
O fato de a experimentação despertar forte interesse entre alunos de diversos níveis de escolarização. Em seus depoimentos, os alunos também costumam atribuir à experimentação um caráter motivador, lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos.
Mesmo em aulas práticas demonstrativas, devido às condições adversas, como
falta de tempo, falta de materiais necessários, ou devido ao grande número de alunos, é
possível seguir o modelo alternativo de ensino, desde que o professor solicite que os
estudantes apresentem expectativas de resultados, expliquem aqueles obtidos e os
compare aos esperados, sempre orientando discussões e levantando problemas
(MOREIRA; DINIZ, 2002).
Sobre as experimentações nos diz GIOPPO et al. (1998, p.44):
16
As experimentações, no entanto, não requerem um local especial para sua realização. É possível realizar experimentos em diversos ambientes no espaço escolar, ou seja: é possível adequar a um só tempo: experimentos, ambientes escolares e o conhecimento a ser ensinado, no entanto, É sem dúvida interessante dispor-se na escola de uma sala reservada para as aulas práticas. A existência desse espaço permite o acondicionamento, com segurança, do material específico, bem como daquele construído pelos alunos, assegura a preservação dos experimentos que requerem acompanhamento durante vários dias ou semanas e aumenta o leque de opções no planejamento das experiências.
Ainda sobre o espaço da aula de laboratório, afirma Krasilchik (2005, p.121) que
―o ambiente no qual os alunos trabalham é um dos elementos na transmissão das ideias da
escola sobre currículo e sobre o processo ensino-aprendizagem‖. Portanto, disponibilizar
para alunos e professores um espaço adequado para aulas de laboratório é investir em
melhoria na qualidade de ensino. Nessa direção, aponta esta autora:
As aulas de laboratórios têm um lugar insubstituível nos cursos de Biologia, pois desempenha funções únicas: permitem que os alunos tenham contato direto com os fenômenos, manipulando os matérias e equipamentos e
observando nos organismo. (2008, p.86)
É necessário rever as práticas e teorias. Pesquisando novos estudos que
produzam novos conhecimentos para a teoria e a prática de ensino (DELIZOICOV et al,
2009).
Embora a importância das aulas práticas de Biologia seja reconhecida, nem
sempre são desenvolvidas, com isto temos que rever onde está o problema para a não
utilização dessa modalidade de aula, pois identificamos iniciativas do governo do nosso
Estado em dispor recursos para aprimorar esta prática docente.
O Governo do Estado do Ceará aposta no ensino teórico aliado a prática. Com isso, foram entregues na manhã da terça-feira do dia 02 de Setembro de 2003, equipamentos para 131 escolas públicas estaduais montarem laboratórios de ciências, no qual as disciplinas de Física, Química, Biologia e Matemática costumam ser disciplinas rejeitadas pelos alunos, e o objetivo do Governo do Estado do Ceará é mudar esta realidade. Os recursos são oriundos do Projeto Alvorada 2001, do Governo Federal. A secretária de Educação Básica afirmou que até 2007 mais de 400 escolas serão beneficiadas, e os equipamentos dos laboratórios contribuirão para a qualidade do ensino que é o maior desafio. A entrega do material é um gesto prático e objetivo para demonstrar o interesse do Governo em trabalhar pela melhoria da qualidade de ensino. A questão da educação tem recebido atenção especial. Além de disponibilizarem o aspecto material, os professores serão ou são habilitados para ministrar essas disciplinas (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ, 2003 apud SANTOS, 2010, p. 16).
17
De acordo com Capaletto (1992 apud ARAGÃO, 2010), não são necessários
aparelhos e equipamentos caros e sofisticados. Na falta deles, é possível, de acordo com a
realidade de cada escola, que o professor realize adaptações nas suas aulas práticas a
partir do material existente e, ainda, utilize materiais de baixo custo e de fácil acesso.
No contexto citado, anteriormente, e visando dar uma orientação para o
desenvolvimento das aulas práticas, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de
Ciências Naturais evidenciam alguns tópicos relevantes e imprescindíveis para uma boa
atividade experimental. Segundo esse documento:
[...] é muito importante que as atividades não se limitem a nomeações e manipulações de vidrarias e reagentes, fora do contexto experimental. É fundamental que as atividades práticas tenham garantido o espaço de reflexão, desenvolvimento e construção de ideias, ao lado de conhecimentos de procedimentos e atitudes. Como nos demais modos de busca de informações, sua interpretação e proposição são dependentes do referencial teórico previamente conhecido pelo professor e que está em processo de construção pelo aluno. Portanto, também durante a experimentação, a problematizarão é essencial para que os estudantes sejam guiados em suas observações. BRASIL (1998 apud MOREIRA; DIZIN, 2002, p. 295):
As aulas de laboratório são importantes tanto no Ensino Fundamental como no
Ensino Médio, pois através dessa modalidade, os alunos se permitem buscar experiências
novas. Borges (1998 apud MOREIRA; DIZIN, 2002, p. 296) aponta cinco caracteres ou
valores que o experimento construtivista possibilita: ―valorizar a compreensão; incentivar as
atitudes questionadoras; promover a autonomia dos alunos; valorizar a cooperação e o
trabalho em grupo; promover a atitude de pesquisa”.
Os problemas nem sempre estão na estrutura dos laboratórios, na ausência de
materiais a serem utilizados, e sim na falta de preparo do docente para mobilizar este
recurso didático. Nessa direção, Raboni (2002) afirma que, muitas vezes, as aulas práticas
não acontecem por falta de conhecimento dos docentes, que estas práticas exigem.
Esta modalidade de aula deve ser desenvolvida não somente para dar as
respostas que os alunos costumeiramente solicitam, mas também para coordenar as falas
dos alunos e torná-las produtivas no sentido de subsidiarem a construção de conhecimento.
As aulas práticas tendem a abrir as discussões, a menos que as atividades sejam
organizadas de modo que os alunos sigam apenas instruções detalhadas para encontrar as
respostas certas e não para resolver problemas, reduzindo o trabalho de laboratório a uma
simples atividade manual (KRASILCHIK, 1996).
Evidência disso é o fato de que mesmo em escolas que contam com a infra-
estrutura necessária para o desenvolvimento de aulas experimentais, com laboratórios bem
18
montados, mesmo assim não obtêm aos resultados esperados (BARBERÁ; VALDÉS, 1996
apud RABONI, 2002).
Sabemos que aula de laboratório ideal é difícil de acontecer, pois depende de
vários fatores, do professor e também do aluno, os quais devem estar motivados, para que
possa ser realizada com ótimos resultados, gerando assim um aprendizado significativo
através das substâncias analisadas. Além disso, as aulas de laboratório, inicialmente,
necessitam de preparo das atividades experimentais e que o professor esteja familiarizado
com o laboratório e conteúdo da aula a ser realizada (POSSOBOM et al, 2007). Além
destas, outras dificuldades são identificadas, segundo Rezende e Lopes et al. (2004, p.192):
A maioria dos professores relata a dificuldade que têm para adotar um livro, pois os alunos não têm condições para comprá-lo. Um professor mencionou que, como os alunos não compram o livro, ele tem de colocar todo o seu conteúdo no quadro negro. Além disso, o livro-texto é considerado, muitas vezes insuficiente, principalmente quando é o único material educativo utilizado. Os experimentos acabam sendo dificultados por falta de acompanhamento pelo material didático. Os alunos perdem o pouco tempo precioso em sala de aula copiando alguma orientação para o manuseio e realização dos experimentos.
Moreira e Diniz et al, (2002) afirmam que a grande maioria das escolas públicas
de São Paulo possui espaços físicos destinados a atividades experimentais, mas
invariavelmente, os mesmos acabam funcionando como salas de aula comuns, quando não
são utilizados para depósitos.
E no nosso Estado será que ocorrem as mesmas situações? No que pude
perceber na escola, locus de nossa pesquisa, quando atuava como estagiário, o laboratório
de Biologia estava sendo utilizado como um local para depositar objetos para a reforma do
prédio.
Como apresentado neste texto, as aulas de laboratório de Biologia nos
possibilitam uma aprendizagem de atividades práticas que investigam e questionam as
ideias prévias dos educados sobre determinados conceitos científicos. Tais atividades
podem favorecer a mudança conceitual, contribuindo para a construção de conceitos,
embora este processo de mudança nem sempre ocorra no sujeito, e existam diferentes
acepções sobre a gênese e desenvolvimento conceitual.
Além disto, a compreensão de um só conceito não dá conta de explicar a
complexidade e riqueza de fenômenos naturais estudados, e a atividade prática permite
explorar outros conceitos envolvidos no fenômeno, assim como relacionar áreas do
conhecimento, promovendo a interdisciplinaridade.
19
Segundo Cachapuz et al. (2005), as atividades práticas podem favorecer, entre
os estudantes, modos de pensar, atitudes e até interconexões entre Ciência, tecnologia,
ambiente e sociedade. Assim, tais atividades podem aproximar o ensino à Ciência. Esta
costuma ser apresentada nas aulas com uma visão deformada. Nesse sentido, esclarece
Cachapuz et al (2005, p.96) que o ensino de ciências deve:
Possibilitar o aluno a apreender a atividade científica enquanto atividade humana investigativa do mundo natural, entremeada pelos aspectos psicossociais e paradigmáticos desta investigação, como indicado por Kuhn (1979), não é um propósito possível enquanto as aulas se absterem de criar um contexto em que a prática seja vista como parte dos caminhos que a Ciência trilha para progredir. Além disso, atividades práticas possivelmente incentivam o gosto pela área, sendo comum a satisfação dos estudantes em participarem delas.
Desse modo as aulas práticas assumem um papel relevante no ensino de
ciências, devendo-se, contudo considerar cuidadosamente sua condução, pois segundo
LIMA et al. (1999), a aula prática com caráter meramente ilustrativo materializa-se numa
sequência de procedimentos em que o professor, depois de expor e apresentar uma ―teoria‖,
conduz seus alunos ao laboratório, para que eles possam ―confirmar‖ na prática a verdade
daquilo que lhes foi ensinado, limitando ao ensino experimental o papel de um recurso
auxiliar, capaz de assegurar uma transmissão eficaz de conhecimento científico, o que
segue a perspectiva verificacionista/demonstrativista citada por Arruda e Laburú (1998) e
Moraes (1998).
O molde educacional que tem por objetivo formar cidadãos, necessariamente,
precisa ter em conta não apenas o desenvolvimento de conceitos científicos, mas também a
reflexão, as atitudes desejáveis, os valores socialmente orientados e a capacidade de
reflexão.
A possibilidade de investigar, trocar, experimentar, comparar, ler, discutir e
organizar, sob a mediação do professor, pode facultar ao aluno esses desenvolvimentos.
Dessa forma, no ensino de Ciências não devem ser priorizadas as definições ou mesmo
apenas a compreensão de conceitos científicos, mas, sim, colocá-los em prática
(QUEVEDO JESUS et al., 2002).
Segundo Lima et al. (1999 apud RABONI, 2002, p.8), ―a experimentação inter-
relaciona o aprendiz e os objetos. Além ser um local de aprendizagem, o laboratório é um
local de desenvolvimento do aluno como um todo‖.
Capeletto (1992) assegura que existe uma fundamentação psicológica e
pedagógica que sustenta a oportunidade de exercitar habilidades como cooperação,
20
concentração, organização, manipulação de equipamentos e, por outro, vivenciar o método
científico, o registro sistematizado de dados, a formulação e o teste de hipóteses e a
inferência de conclusões.
Ainda sobre a importância do desenvolvimento de aulas práticas, Capeletto
(1992) afirma que existe uma fundamentação psicológica e pedagógica que sustenta a
necessidade de proporcionar à criança e ao adolescente a oportunidade de, por um lado,
exercitar habilidades como cooperação, concentração, organização, manipulação de
equipamentos e, por outro, vivenciar o método científico, entendendo como tal a observação
de fenômenos, o registro sistematizado de dados, a formulação e o teste de hipóteses e a
inferência de conclusões.
Com base no referencial teórico que apresentamos, nos foi possível reafirmar a
necessidade do desenvolvimento de aulas práticas de laboratório no tocante à
aprendizagem os conceitos científicos. Nesse sentido, nossa pesquisa foi desenvolvida no
intuito de perceber as dificuldades na utilização dessa modalidade de aula e discutir a
necessidade de utilizar os laboratórios mais frequentemente nas aulas de Biologia.
Passemos nesse momento à metodologia utilizada para o desenvolvimento deste estudo.
21
3 METODOLOGIAS
A pesquisa trata-se de uma abordagem qualitativa e tem por método o Estudo de
Caso, uma vez que as pesquisas que utilizam esse tipo de abordagem, segundo Silva e
Silveira (2007) têm como objetivo as situações complexas ou estritamente particulares,
próximos da lógica real, caracterizando-se, portanto mais adequada a este estudo. A
pesquisa visa conhecer as dificuldades encontradas por professores na utilização de aulas
práticas de laboratório, verificando se sua formação contribuiu para esta situação.
O Estudo de Caso, de acordo com Dezin e Lincon (2006, p. 17), ―[...] descreve
momentos e significados rotineiros e problemáticos na vida dos indivíduos‖ Nessa direção,
buscamos ouvir professores de Ciências e Biologia sobre sua prática docente,
especificamente sobre o desenvolvimento de aulas práticas de laboratório.
O locus de nossa investigação é uma escola pública de Ensino Médio, localizada
no município de Beberibe-CE, mas precisamente o laboratório de didático de Biologia da
referida escola, a qual denominamos de Escola Verde.
A escolha dessa escola deu-se à nossa vivência neste espaço como aluno do
ensino médio, onde destacamos muitas dificuldades na disciplina de Biologia como o uso só
da teoria e escassez de aulas práticas. Não identificamos, à época, nenhum tipo de
experimento para aprimorar o conhecimento dos alunos em relação ao conteúdo abordado.
Daí, nosso desejo de investigar as razões da (não) utilização do laboratório de Biologia da
Escola Verde.
A coleta de dados se deu por meio da aplicação de dois questionários (um de
sondagem, com questões abertas e fechadas, e outro de aprofundamento, apenas com
questões abertas) a dois professores de Biologia da Escola Verde, sujeitos dessa pesquisa.
Nestes, buscamos saber da (não) realização de aulas práticas de laboratório de Biologia e
das dificuldades que envolvem a (não) utilização dessas aulas pelos docentes.
De acordo com Parasuraman (1991), um questionário é um conjunto de
questões, elaboradas para gerar os dados necessários para se atingir os objetivos de um
projeto de pesquisa.
Optamos pelo questionário, pois segundo D'ávila (1999 apud SANTOS, 2010, p.
26)―[...] pode conter questões ―abertas‖ ou ―fechadas‖, que fornecem dados qualitativos e
quantitativos, bem como, comentários, novos ou inesperados‖. O questionário foi elaborado
22
tomando por base os conhecimentos adquiridos sobre laboratório didático de Biologia e sua
importância.
Realizamos, inicialmente, um levantamento bibliográfico sobre o assunto em
questão. Após isso, solicitamos aos sujeitos que respondessem ao questionário de
sondagem, inicialmente, e depois ao questionário de aprofundamento, elaborado a partir dos
dados obtidos no questionário de sondagem.
O questionário de sondagem aplicado aos professores foi constituído de nove
perguntas, sendo quatro abertas e cinco fechadas. A primeira parte do questionário se
refere ao perfil dos sujeitos, sua formação, tempo de magistério na disciplina Biologia, etc.
Em seguida, damos início às perguntas para identificarmos os problemas que
ocorrem para que impedem a realização de aulas práticas de Biologia no laboratório. As
perguntas buscam identificar o porquê da não utilização do laboratório, questionam sobre a
posição da gestão escola na utilização deste espaço e indagam sobre o que os docentes
pensam sobre as aulas de laboratório, particularmente sobre sua importância para a
formação dos alunos. A partir das respostas dos sujeitos, sentimos a necessidade de aplicar
um segundo questionário (de aprofundamento) para compreendermos melhor a situação em
questão.
Ainda utilizamos como forma de registro: Diário de campo para fazer anotações
importantes a respeito do estudo; maquina fotográfica para registrar o local e trena métrica
para a medição do ambiente da pesquisa1, uma vez que também intentávamos conhecer a
estrutura do laboratório de Biologia da Escola Verde.
Dito isto, passemos aos achados e discussão dos dados de nossa investigação.
1 Ambiente da pesquisa - Laboratório
23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Neste capítulo trazemos os resultados de nosso estudo apresentando os sujeitos
da pesquisa e em seguida, a estrutura do laboratório da Escola Verde2 como: vidrarias,
substâncias, equipamentos e a estrutura física desse ambiente. Por fim, apresentamos os
achados das entrevistas.
4.1 Caracterização dos sujeitos:
Apresentamos os resultados, caracterizando os professores pesquisados: seu
perfil, nome fictício, sexo, idade, séries em que atuam, turnos em que desenvolvem a
docência na escola, qual sua formação, e quanto tempo lecionam as disciplina de ciências
e/ou Biologia.
Entrevistamos dois professores licenciados em Ciências Biológicas, sendo um
professor e uma professora. A Escola Verde, locus de nossa investigação, tem 66 anos de
existência, atualmente tem cerca de 1.011 alunos matriculados, uma média de trinta e cinco
a quarenta alunos por sala de aula.
Identificamos o professor pela letra X e a professora pela letra Y. A idade do
professor X é 42 anos, e atua nos 1º, 2º e 3º séries do Ensino Médio, nos três turnos, é
licenciado em Biologia e atua nesta área há onze anos. Já a professora Y tem 26 anos,
atua nos 1º e 2º anos, nos turnos manhã e tarde. Também é licenciada em Biologia, e
leciona essa disciplina há oito anos.
4.2 Estrutura do laboratório.
O laboratório da Escola Verde mede seis metros de largura e dez de
comprimento. Possui duas bancadas; armários embutidos; bancos de madeira; estufas de
secagem; microscópio estereoscópico (lupa); mapas. Há ainda alguns objetos que não são
mais utilizados, como carrinho de mão para transportar substâncias, entre outros. Contudo
não há pia no laboratório, o que inviabiliza a realização de algumas práticas, a limpeza das
vidrarias e compromete a segurança dos seus usuários. Krasilchik (2008) aconselha uma
relação de uma pia para cada grupo de oito alunos.
2Conferir fotos no Apêndice.
24
O espaço físico do laboratório é pequeno para a demanda de alunos, isto
dificulta a realização de práticas, afirmam os sujeitos pesquisados. Nesse sentido, afirma
Krasilchik (2008) que o ideal é que cada aluno disponha de um espaço no laboratório de, em
média, 3m2. Considerando que cada turma desta escola apresenta uma média de 35 a 40
alunos por turma, cada grupo presente no laboratório poderia ser composto de
aproximadamente 10 a 12 alunos.
a) Vidrarias
Identificamos as seguintes virarias no laboratório: almofariz com pistilo, vários
tipos de balões; Becker; bureta; cadinho; cápsula de porcelana; condensador; dessecador;
erlenmeyer; funil de buchner; funil de decantação; funil de vidro; kitassato; pipeta graduada;
pipeta volumétrica; proveta; tubo de ensaio, e alguns outros.
Em relação às vidrarias, percebemos que há vários tipos, porém temos que
atentar para o tamanho de cada uma. Krasichik e Capaletto (apud SANTOS, 2009) sugerem
que é preciso observar que as vidrarias devem possuir um tamanho padrão e uma qualidade
adequada para a formação de grupos (sendo em média, cinco grupos por atividade), desta
maneira é necessário verificar as vidrarias, constantemente, para que seja feita e reposição,
caso seja necessário, evitando assim a interrupção por falta de materiais para serem
utilizados nas experiências de Biologia nesta escola.
b) Materiais didáticos
Os materiais didáticos encontrados no laboratório foram os jogos, os quais estão
relacionados a cálculos, à exemplo do ábaco, porém estão incompletos, faltado peças,
inviabilizando a utilização dos mesmos pelos alunos.
Os jogos didáticos têm um grande potencial para promover a aprendizagem.
Esta, segundo Ausubel (1980) significa a organização e integração dos conteúdos na
estrutura cognitiva do aprendiz, ou seja, os novos conhecimentos e informações são
aprendidas na medida que estes se correlacionam com as informações já aprendidas,
incorporando-se novos conceitos ou tornando as informações já aprendidas mais
elaboradas na estrutura Cognitiva dos alunos. Nessa direção, os jogos didáticos podem
favorecer esse processo, incorporando o aspecto lúdico no movimento do ensinar-aprender.
25
c) Modelos didáticos
Como modelo didático, identificamos uma estrutura de DNA, uma amostra de
como ocorre o processo da mitose e meiose, modelos de grande importância nas práticas
de ensino de Biologia, pois possibilita o processo de ensino aprendizagem, uma vez que são
confeccionados a partir de materiais concretos, de estruturas ou partes de processos
biológicos, como afirmam Justina e Ferla (2006). Nesse sentido, acrescenta Krasichik (2008)
que os modelos didáticos são um dos recursos mais utilizados em aula de Biologia. Os
modelos encontrados no laboratório da Escola Verde foram confeccionados pelos próprios
alunos.
d) Pôsteres
Os pôsteres encontrados foram três mapas políticos, um do país, outro do
Estado e um da cidade da escola3. Não identificamos pôsteres referentes à disciplina de
Biologia. Entendemos que nesse espaço seria interessante a existência de pôsteres das
diversas áreas da Biologia, como botânica, fisiologia humana, zoologia, ciclo de vida,
ecossistemas, entre outros, Como afirma Ostermann (2001 apud SANTOS, 2009), os
pôsteres surgem como o reflexo da carência de materiais didáticos, pois este método
possibilita o estudo de visualização de ideias principais de diversos conteúdos que são
retratados, normalmente, de um modo demasiadamente complexo e abstrato (YAMAZAKI;
YAMAZAKI, 2006 apud SANTOS, 2009).
4.3. Análise e discussão dos dados
Com relação às dificuldades encontradas pelos professores de Biologia na
utilização das aulas práticas de laboratório, apresentamos, em quadros, as respostas dos
professores às perguntas que lhes foram direcionadas e, na medida em que fomos
realizando as análises destas, fomos tecendo as discussões à luz do referencial teórico,
anteriormente citado.
3Beberibe-CE
26
a) Quanto à utilização do laboratório?
O professor X afirmou não desenvolver aulas no laboratório e apontou as
dificuldades que inviabilizam sua utilização. Já a professora Y, nos informou que o utiliza o
espaço e indicou algumas práticas que realiza com os alunos.
Quadro 1 – (não) utilização do laboratório de ciências da Escola Verde.
Professor X
Não utiliza.
Todas as minhas práticas experimentais são realizadas na própria sala
de aula.
Não tem como levar toda uma turma para o laboratório. Não há proveito.
Professora Y
Sim, utiliza. Desenvolve as seguintes práticas:
*Presença de amido, lipídio e vit. C.
*Extração de DNA.
*Construção de modelos de DNA, meiose e mitose.
Fonte: pesquisa do autor
Sobre a utilização de aula práticas de laboratório, Krasilchik (2008) nos diz que
essas aulas têm um lugar insubstituível nos cursos de Biologia, pois desempenham funções
únicas: permitem que os alunos tenham contato direto com os fenômenos, manipulando os
materiais e equipamentos, e observando nos organismos. Para o professor X, a aula prática
no espaço do laboratório é inviável por consta do grande número de alunos, contudo o
referido docente afirma que as desenvolve em sala convencional.
b) Quanto sua formação e preparação para conduzir aulas práticas de laboratório?
Quadro 2 – Preparação para o desenvolvimento de aulas práticas de laboratório.
Professor X Sente-se preparado.
Professora Y Sente-se preparada.
Fonte: pesquisa do autor
Os dois sujeitos pesquisados se acham preparados para desenvolverem aulas
práticas de laboratório, divergindo do que sinaliza Raboni (2002), quando afirma que muitas
vezes falta conhecimento aos docentes para o desenvolvimento dessa modalidade de aula.
27
Sobre as exigências dessa modalidade de aula, Krasilchik (1996) nos diz que
não devem ser promovidas somente para dar as respostas que os alunos costumeiramente
solicitam, mas também para coordenar as falas dos alunos e torná-las produtivas no sentido
de subsidiarem a construção de conhecimento. Isso ocorre, porque as atividades tendem a
abrir as discussões, a menos que as atividades sejam organizadas de modo que os alunos
sigam apenas instruções detalhadas para encontrar as respostas certas e não para resolver
problemas, reduzindo o trabalho de laboratório a uma simples atividade manual.
Acreditamos que esse não deva ser objetivo da aula prática, mas que desperte a
curiosidade, o espírito crítico, a criatividade, e o desejo de aprender mais.
c) Quanto à carga horária, buscamos saber se a escola destina algum tempo para essa
modalidade de aula, ao que nos responderam:
Quadro 3 – Carga horária destinada às aulas práticas.
Professor X Sim. 2 horas aulas semanalmente.
Professora Y Sim. 2 horas aulas semanalmente.
Fonte: pesquisa do autor
Conforme apontam os sujeitos, há uma carga-horária destinada para aulas
práticas, mas não, necessariamente, destinadas ao laboratório.
d) Também nos interessou saber se a gestão escolar incentiva a utilização do laboratório de
ciências, ao que nos responderam:
Quadro 4 – Incentivo da gestão ao desenvolvimento de aulas práticas de laboratório.
Professor X
A escola na sua ação reserva 25% das aulas mensais para práticas,
já está fazendo isto, porém, ela não obriga que seja no laboratório.
Professora Y Cobra o horário reservado para aula prática.
Fonte: pesquisa do autor
Como afirma (KRASILCHIK, 2002), embora a importância das aulas práticas seja
amplamente reconhecida, na realidade, elas formam uma parcela muito pequena dos cursos
de Biologia, porque segundo os professores, não há tempo suficiente para preparação do
material. Fato este vivenciado pelos professores da Escola Verde.
28
e) Buscamos identificar o desenvolvimento de outras atividades, além de aulas de
laboratório, ao que nos informam os sujeitos, no quadro abaixo:
Quadro 5 – Outras atividades práticas distintas das de laboratório.
Professor X
Na verdade as práticas todas são realizadas em sala. Detectar
amido, lipídio, vitamina “C”; construção de modelos celulares,
práticas sobre fotossíntese, observação de algas, fungos, plantas e
extração de DNA.
Professora Y
Data show, com vídeo, ppts, aulas práticas com objetos que eles
trazem, aula de campo, clube de ciências e monitoria.
Fonte: pesquisa do autor
O laboratório não é o único espaço para o desenvolvimento de aulas práticas
e/ou experimentos e segundo (GIOPPO et al., 1998, p.44):
[...] as experimentações [...] não requerem um local especial para sua realização. É possível realizar experimentos em diversos ambientes no espaço escolar, ou seja: é possível adequar a um só tempo: experimentos, ambientes escolares e o conhecimento a ser ensinado, no entanto, É sem dúvida interessante dispor-se na escola de uma sala reservada para as aulas práticas. A existência desse espaço permite o acondicionamento, com segurança, do material específico, bem como daquele construído pelos alunos, assegura a preservação dos experimentos que requerem acompanhamento durante vários dias ou semanas e aumenta o leque de opções no planejamento das experiências.
f) Quanto à importância destas aulas, assim a percebem:
Quadro 6 – Importância das aulas práticas de laboratório na percepção dos sujeitos.
Professor X
Não há ciência sem prática. Na construção do conhecimento,
existem três momentos: observar sem ver; observar vendo; observar
manuseando. O último é o mais importante.
Professor Y
Pois há a necessidade de concretizar aquilo discutido dentro de sala,
além do dinamismo, diversão e a construção do saber.
Fonte: pesquisa do autor
Neste sentido, as falas dos sujeitos vão ao encontro do posicionamento de
Krasilchik e Cachapuz et al.( 2005), quando ressaltam que não há ciências sem práticas.
Para Krasilchik (2008), as aulas práticas de Biologia têm um lugar insubstituível nos cursos
de Biologia, pois desempenham funções únicas: permitem que os alunos tenham contato
29
direto com os fenômenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando
organismos.
Assim, aos professores da Escola Verde, fica o desafio de explorarem mais essa
dimensão do ensino de Biologia, sobretudo o laboratório de ciências existente na escola,
uma vez que os sujeitos também reconhecem que este espaço é importante para a
formação dos estudantes.
g) Solicitamos aos sujeitos algumas sugestões quanto à utilização do laboratório:
Quadro 7 – Sugestões dos sujeitos quanto à utilização do laboratório nas disciplinas de ciências e
Biologia.
Professor X
Faça com que o aluno em algum momento dá construção do
conhecimento chegue até ao laboratório ou laboratório chegue até
ele.
Professora Y
Fazer sempre práticas em sala também trazendo o laboratório para
a sala de aula.
Fonte: pesquisa do autor
Neste caso, os dois sujeitos vão ao encontro do pensamento de Capeletto e
Borges (apud ARAGÃO,2010). Os autores afirmam que não são necessários aparelhos e
equipamentos caros e sofisticados. Na falta destes, é possível, de acordo com a realidade
de cada escola, que o professor realize adaptações nas suas aulas práticas a partir do
material existente e, ainda, utilize materiais de baixo custo e de fácil acesso, e como
acrescenta Gioppo et al. (1998, p.44) ―as experimentações, no entanto, não requerem um
local especial para sua realização‖.
É possível realizar experimentos em diversos ambientes no espaço escolar, ou
seja: é possível adequar a um só tempo: experimentos, ambientes escolares e o
conhecimento a ser ensinado. No entanto, é, sem dúvida, interessante dispor de uma sala
reservada para as aulas práticas na escola.
Conforme mencionamos, anteriormente, traçamos um segundo questionário para
aprofundar/complementar as respostas dos docentes pesquisados ao primeiro questionário.
O aprofundamento desse estudo foi no sentido de conhecer um pouco mais sobre as
práticas desenvolvidas.
30
1) Quais os procedimentos adotados na condução destas aulas?
Quadro 8 – Procedimentos adotados pelos sujeitos na condução das aulas práticas.
Professor X
A prática já é colocada no planejamento mensal. A aula teórica vem
primeiro que a prática. Tudo que for preciso é levado para sala de
aula; seja objetos construídos ou do laboratório.
Professora Y
Apresentação de materiais e nota de aula. Experimento. E
Conclusões.
Fonte: pesquisa do autor
2) Quanto às dificuldades no desenvolvimento das aulas práticas?
Quadro 9 – Dificuldades no desenvolvimento das aulas práticas.
Professor X
Como o número de alunos é muito grande, as práticas são sempre
feitas em sala; temos dificuldades com materiais; o laboratório é a
sala de aula.
Professor Y
Sim, pois o ambiente não suporta a quantidade de alunos, então
dividimos as turmas, quanto ao material, utiliza-se um jeitinho
brasileiro, reciclando, reaproveitando, e quanto à formação nenhum
problema.
Fonte: pesquisa do autor
Aqui são relatadas problemas com a estrutura do laboratório, contudo Barberá e
Valdés (apud RABONI, 2002) apontam que em escolas que contam com a infraestrutura
necessária para o desenvolvimento de aulas experimentais, com laboratórios bem
montados, mesmo assim não levam aos resultados esperados.
Sabemos que aula de laboratório ideal é difícil de acontecer, pois depende do
professor e também do aluno, e ambos devem estar motivados para que possa ser
realizada. Além da motivação, as aulas de laboratório, inicialmente, necessitam de preparo
das atividades experimentais e que o professor esteja familiarizado com o laboratório e
conteúdo da aula a ser realizada (POSSOBOM; OKADA; DINIZ, 2007).
3) As aulas práticas fazem parte do planejamento da disciplina?
Quadro 10 – Inserção das aulas práticas no planejamento da disciplina de Biologia.
Professor X É colocada no planejamento mensal.
31
Professor Y
20% das aulas mensais são obrigatórias ocorrerem no laboratório.
Fonte: pesquisa do autor
O planejamento para as aulas práticas como afirma Krasilchik (1987) é muito
pouco. Mesmo sendo obrigatórios, com afirmam os PCN, os professores não utilizam com
frequência este espaço, como previsto pelo Ministério da Educação. É necessário que seja
acrescentado uma carga horária maior para esta modalidade de aula pois, segundo Lima et
al. (1999 apud RABONI, 2002), a experimentação inter-relaciona o aprendiz e os objetos.
Além de ser um local de aprendizagem, o laboratório é um local de desenvolvimento do
aluno como um todo. E existe uma fundamentação metodológica e pedagógica que sustenta
a oportunidade de exercitar habilidades como cooperação, concentração, organização,
manipulação de equipamentos e, por outro, vivenciar o método científico, o registro
sistematizado de dados, a formulação e o teste de hipóteses e a inferência de conclusões.
4) Quais as séries em que desenvolvem estas aulas?
Além de buscarmos identificar as séries em que as aulas de laboratório e
práticas vinham sendo desenvolvidas, solicitamos que os professores indicassem alunos
que tivessem participado dessas aulas. Não obtivemos a indicação solicitada e assim não
nos foi possível saber dos alunos sua percepção sobre essas aulas, algo que nos instigou a
conhecer, uma vez que em conversas informais, os alunos da Escola Verde não
identificaram a realização destas aulas.
Quadro 11 – Séries em que as aulas práticas e de laboratório são desenvolvidas.
Professor X
Nos primeiros anos: Construções de modelos e experimentos. Nos
segundos anos nos trabalhamos levando amostras de todo o
conteúdo trabalhado.
Obs. o segundo ano não há experimento e sim amostras do material
do conteúdo.
Professora Y As práticas citadas ocorrem com as turmas de 1º ano.
Fonte: pesquisa do autor
Pelo que vimos, as únicas práticas realizadas são no primeiro ano do ensino
médio, e isto limita as demais séries no tocante ao ensino e aprendizagem de Biologia, pois
segundo Cachapuz et al. (2005), as atividades práticas podem favorecer, entre os
estudantes, modos de pensar, atitudes e até interconexões entre Ciência, Tecnologia,
32
Ambiente e Sociedade. Assim, tais atividades podem aproximar o ensino à Ciência, que
costuma ser apresentada em uma visão deformada nas aulas.
Os sujeitos apontam apenas dificuldades relacionadas à incompatibilidade da
quantidade de alunos e materiais para desenvolver aulas de laboratório na Escola Verde,
embora a literatura aponte dificuldades de diversas naturezas, dentre as quais destacamos
a formação do professor para o desenvolvimento e condução dessas aulas.
33
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Retomando os objetivos do trabalho, especificamente em relação ao objetivo
geral, percebemos que as dificuldades no desenvolvimento de aulas de laboratório no
ensino de Biologia na referida escola, segundo os sujeitos, ocorrem por falta de
equipamentos/materiais suficientes para a realização de práticas, e o espaço físico do
laboratório se torna pequeno para as turmas que tem, em média, 35 a 40 alunos.
Já em relação aos objetivos específicos, verificamos que o laboratório da Escola
Verde, de 60m2, possui duas bancadas; armários embutidos; bancos de madeira; estufas de
secagem; microscópio estereoscópico (lupa); mapas. Há ainda alguns objetos que não são
mais utilizados, como carrinho de mão para transportar substâncias, entre outros. Contudo,
não há pia no laboratório, o que inviabiliza a realização de algumas práticas, a limpeza das
vidrarias e compromete a segurança dos seus usuários.
Em reação à importância atribuída às aulas laboratoriais pelos professores em
sua prática docente, os mesmos apontam que são de grande contribuição para a construção
do saber, especialmente em Biologia.
A partir de nosso segundo questionário de aprofundamento aplicado aos
docentes, pudemos concluir que o principal problema encontrado pelos professores da
Escola Verde para a não utilização frequente do laboratório de Biologia é que o laboratório é
pequeno, não comporta a quantidade de alunos por turma. Também pudemos perceber que
este laboratório apresenta uma infraestrutura com algumas precariedades, e necessitaria de
algumas alterações físicas para atender plenamente a escola. Contudo, entendemos que
ainda é subutilizado pelos docentes. Acreditamos que a gestão e os docentes poderiam
pensar estratégias para inserir de forma mais efetiva o laboratório na prática do ensino de
Biologia na Escola Verde. Durante nosso estágio, não identificamos a utilização desse
espaço e em conversa com os alunos, os mesmos também não manifestaram participação
nessa modalidade de aula. Desse modo, entendemos que essas aulas precisam ser
ampliadas na escola e repercutir de forma significativa nas aulas de Biologia e na formação
dos alunos.
Outro problema apontado pelos professores foi a falta de equipamentos,
substâncias para realização das práticas, isso se dá por falta de manutenção do laboratório.
Quando são quebrados objetos, na maioria das vezes, a escola não tem recurso para repô-
los, assim, as aulas vão ficando cada vez mais escassas, o que pode justificar o fato de os
alunos não identificarem a realização dessas aulas.
34
A utilização desse espaço precisa ser revista, pois como citado anteriormente, é
um local importantíssimo no processo de ensino aprendizagem, principalmente nas
disciplinas de ciências e/ou Biologia; o laboratório daquelas escolas apresenta recursos
didáticos, que podem colaborar para aumentar o seu potencial de utilização, além de
permitirem que uma variedade de atividades sejam realizadas com estes materiais
disponíveis. Principalmente se os experimentos forem realizados com material alternativo,
de baixo custo, onde os alunos podem buscar, no meio em que vivem, esse material
disponibilizado na natureza, podendo entender a origem e o processo estrutural dos
experimentos e sua importância.
Outro alusivo compreensível nas concepções dos alunos pode-se constatar que
os mesmos acham as atividades práticas importantes, porém os laboratórios não funcionam,
ou por falta de tempo ou seria pela falta de professores capacitados. Não sabem, e querem
saber por que ainda não funciona frequentemente. A escola dispõe de lugar correspondente,
de materiais, de professores, porém o agravante é que em poucos momentos fizeram uso
do mesmo, só viram alguns experimentos realizados pelos professores em sala de aula.
Com base nos achados e em nossas observações como estagiário da referida
escola, entendemos que algumas atitudes poderiam minimizar este problema que
identificamos em nosso estudo. Recomendamos atividades acessíveis ao laboratório, que
sejam desafiadoras e interessantes, o que poderá colaborar para suprir as necessidades
básicas desse componente essencial à sua formação, o que poderia lhes permitir relacionar
os fatos às soluções de problemas, dando-lhes conveniências de identificar questões para
investigação, elaborarem hipóteses e planejar experimentos para testá-las, organizar e
interpretar dados e, a partir deles, fazer generalizações e inferências, ao permitir que os
alunos aliem a teoria à prática, o que contribui para formação de profissionais competentes
para a exercício da docência em Biologia, diante do atual contexto educacional.
35
REFERÊNCIAS
ALVES, S. B.; ALMEIDA, J. E. M. de; JUNIOR, A. M. & ALVES L.F.A. 1998. Técnicas de laboratório, p.637-711. In S.B. Alves (ed.), Controle microbiano de insetos. Piracicaba, FEALQ, 1163p ANDRADE, D.; ANGOTTI, A. J; PERNAMBUCO, M.M; Ensino de Ciências fundamentos e métodos: Edição 3; São Paulo; Cortez editora, 2009. ARAGÃO, C. P. M. Proposição de roteiro de atividades práticas de Biologia para o liceu de Messejana, Fortaleza-CE. Fortaleza, 2010. 64f. Monografia, (Licenciatura em ciências biológicas). Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, 2010. ARRUDA, S. M.; LABURÚ, C. E. Considerações sobre a função do experimento no ensino de Ciências. In: NARDI, R. (Org.). Questões atuais no ensino de Ciências . Escrituras Editora, 1998. p. 53-60. AUSUBEL, D.P.; NOVAK, J.D.; HANESIAN, J. Psicologia educacional. Rio de Janeiro, Interamericana, 1980. BARRETO FILHO, B. Atividades práticas na 8ª série do Ensino Fundamental: luz numa abordagem regionalizada. 2001. 128f. Tese (Doutorado em Educação) Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001. BRASIL. Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF, 2002. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: ciência da humana e suas tecnologias, 1999. Disponível em:<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/cienciah.pdf>. Acesso em: 24 out.2012. CACHAPUZ, A. et al. (Orgs.). A necessária renovação do ensino das ciências. São Paulo: Cortez, 2005. CAMPANÁRIO, J. M.; MOYA, A. ¿Cómoenseñarciencias? Principalestendencias y propuestas. Enseñanza de lasCiencias, Barcelona, v. 17, n. 2, p. 179-192, 1999.
36
CAPELETTO, A. Biologia e Educação ambiental: roteiros de trabalho. Editora Ática, 1992. p.224 CARVALHO, de A. C; PEIXE, C. B. S; Estudo para diagnóstico dos laboratórios de Biologia, física e química: escolas de ensino médio da rede pública estadual do núcleo regional de Curitiba. Curitiba, v.7, n.1, p.33-50, jun.2009. D`ÁVILA, N. L. R. A, Utilização de Matérias de Baixo Custo no Ensino de Física, Monografia apresentada à Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista. São Paulo. 1999.
DELIZOICOV, M. L. F. Atividades práticas: desafios no Ensino de Ciências na rede pública de ensino. 2007. Relatório de Iniciação Científica/PIBID - ESALQ, Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2007.
DEMCZUK, O. M.; AMORIM, M. A. L.; ROSA, R. T. N. Atividades didáticas baseadas em experimentos no ensino de botânica: o relato de uma experiência. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENSINO DE BIOLOGIA, 1., e ENCONTRO REGIONAL DE ENSINO DE BIOLOGIA, 3., 2005, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, 2005. p. 503-505. DENZIN, N. K. LINCOLN, Y.S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e
abordagens, 2. ed. Porto Alegre: ARTMED, 2006. . GIOPPO, C; SCHEFFER, E. W. O; NEVES, M. C. d. O ensino experimental na escola fundamental: uma reflexão no caso do paraná. In: Educar: revista da editora da UFPR, paraná, n.14, p. 39-57, 1998.
GIORDAN, M. O papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: Química Nova Escola, n° 10, pp. 43-44, 1999.
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ. Secretaria de Educação. Escolas públicas estaduais recebem laboratórios de ciências. 02/09/2003 - < Disponível em: http://www25.ceara.gov.br/noticias/noticias_detalhes.asp?nCodigoNoticia=10242Acesso em: 20 mar. 2013. JUSTINA, A. L. D; FERLA, R. M. A utilização de modelos didáticos no ensino de genética – exemplo de representação de compactação do DNA eucarioto. Arq. Mudi., v. 10, n. 2, p. 35-40, 2006.
37
KRASILCHIK. M. O professor e o currículo das ciências. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1987. ________ Formação de professores e ensino de Ciências: tendências nos anos 90. In: MENEZES, L. C. (org.) Formação Continuada de Professores de Ciências: Nupes, 1996. p. 135-170 ________ Prática de ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: EDUSP, 2004.
_________ Prática de ensino de Biologia. São Paulo: editora da universidade de são Paulo, 2005. ________ Prática de ensino de Biologia. São Paulo: editora da universidade de são Paulo, 2008.
KUHN, T. S. Lógica da descoberta ou psicologia da pesquisa. In: Lakatos, I.;Musgrave, A. (Orgs.).A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo: Cultrix, EDUSP, 1979. p. 5-32.
LIMA, M. E. C. C.; JÚNIOR, O. G. A.; BRAGA, S. A. M. Aprender ciências – um mundo de materiais. Belo Horizonte: Ed. UFMG. 1999. 78p. MOREIRA, M. L; DINIZ, E. R. S; O laboratório de Biologia no ensino médio: infra-estrutura e outros aspectos relevantes. Porto Alegre, v.1, n.1,p.295-305,.2002.Disponível em: <http://unesp.br/prograd/PDFNE2002/olabdeBiologia.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2013 OMORI, M. T. Efetividade nos Jogos Educativos. Londrina, 2010. 48f. Monografia, (Bacharelem Ciências da Computação), Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2010. PARASURAMAN, A. Marketing research. 2. ed.Addison Wesley PublishingCompany, 1991. POSSOBOM, C. C. F; OKADA, K. F; DINIZ, E. R. S. R. Atividades práticas de laboratório no ensino de Biologia e de ciências: relato de uma experiência. FUNDUNESP. Disponível em:<www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/atividadespraticas. acesso em: 20. mar. 2013. QUEVEDO, J; MARILZA, F; et al. existe interesse dos alunos por aulas práticas de Biologia? Universidade Estadual do Oeste do Paraná / Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde-Cascavel – PR, 2007. Disponível em: <cac- php.unioeste.br/eventos/semanadabio2007/resumos/EE_04.pdf > acesso em: 20 mar. 2013.
38
RABONI, P. C. A. Atividades práticas de ciências naturais na formação de professores para as séries iniciais. 2002. 183f. Tese (Doutorado em Educação) Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002. REZENDE, F; LOPES, M. A. A; EGG, J. M; identificação de problemas do currículo, do ensino e da aprendizagem de física e de matemática a partir do discurso de professores. V. 10, n. 2, p. 185-196, jul. 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v10n2/04.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2013. ROSA, M. I. P.; ROSSI, A. V. Educação química no Brasil: memórias, políticas e tendências. Campinas: Atomo, 2008. SANTOS, N. P dos; Os laboratórios didáticos de física nas escolas de ensino médio no município de Maranguape. Fortaleza, 2009. 63f. Monografia, (Graduação em Licenciatura em Física). Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza-CE, 2009. SILVA, M. J. da; SILVEIRA, S. E da. Apresentação de trabalhos acadêmicos: normas e técnicas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.
SOUSA, D. H. de, A Importância da Experimentação no ensino de Biologia. Brasília, 2011. 24f. Monografia, (Bacharel em licenciatura em Biologia). Universidade de Brasília, Brasília-DF, 2011. WERTHEIN, J; CUNHA, C. da. Fundamentos da Nova Educação. Brasília V. 5, n. 1, p. 01-81, fev. 2005. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001297/129766por.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2013.
39
APÊNDICE A- Roteiro da entrevista
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UAB
CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
POLO DE BEBERIBE
Título: DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS PROFESSORES DE BIOLOGIA
NA UTILIZAÇÃO DAS AULAS PRÁTICAS DE LABORATÓRIO.
Meu nome é Luciano Costa. Sou concludente do Curso de Licenciatura em Ciências
Biológicas da Universidade Estadual do Ceará - UECE/UAB/Polo de Beberibe. Nesse
momento estamos realizando o trabalho de campo e nossa pesquisa que versa sobre a
utilização do laboratório didático nas disciplinas Ciências e Biologia na Educação Básica.
Gostaria de agradecê-lo (la) pela disposição em colaborar conosco, respondendo a
este questionário.
1. IDENTIFICAÇÃO e PERFIL DOS SUJEITOS
1.1 Nome: ________________________________________________
1.2 Sexo: ( )F ( )M 1.3 Idade:_______
1.4 e-mail:________________________________________________
1.5 tel:___________________________________________________
1.6 Escola________________________________________________
1.7 Série (s) em que atua____________________
1.8Turno (s) em que desenvolve a docência na escola_______________
1.9 Qual a sua formação? _____________________________________
1.10 Há quanto tempo leciona a(s) disciplina(s) de Ciências e/ou
Biologia?_________________________________
2. Disciplinas de Ciências/Biologia e as aulas práticas de laboratório: limites à prática
docente.
2.1 Nesta escola há laboratório de Biologia. Você costuma desenvolver aulas práticas com
os alunos nesse espaço?
( ) Sim
( ) Não
40
Se sua resposta for sim, pode descrever as práticas que desenvolve com os alunos?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Se sua resposta for não, pode justificar? Quais são as dificuldades?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
2.2. Em seu Curso de formação havia preparação para desenvolver aulas práticas de
Ciências/Biologia na escola?
( )Sim
( )Não
2.3. Para a disciplina Biologia/Ciências, há alguma carga horária destinada ao laboratório?
( )Sim
( )Não
Se sim, quantas horas?_________
2.4. Há alguma iniciativa da gestão da escola em promover a utilização do laboratório?
( ) Sim
( ) Não
Se sua resposta for sim, pode indicar quais são essas iniciativas?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
2.5. Você utiliza alguma atividade prática (não, necessariamente, aulas de laboratório) para
enriquecer suas aulas?
( )Sim
( )Não
41
Se sua resposta for não, pode justificar?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Se sua resposta for sim, pode indicar essas atividades?
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
2.6. Você se sente preparado para conduzir aulas práticas de laboratório?
( )Sim
( )Não
Se sua resposta for não, pode apontar a (s) causa (s)?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
2.7. Você considera importante as aulas de laboratórios no processo de construção do saber
na área da Biologia e das ciências, de forma geral?
( )Sim
( )Não
Por favor, justifique sua resposta:
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
2.8 Gostaria de deixar sugestões em relação à utilização do laboratório para as aulas de
ciências e Biologia? Se sua resposta for sim, pode apontá-las abaixo.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
42
APÊNDICE B – Questionário de aprofundamento.
Professor(a)______________________________________________________
Descreva, brevemente, as práticas, relatando os seguintes aspectos:
a) Quais os procedimentos adotados na condução destas aulas?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
b) Dificuldades no desenvolvimento das aulas práticas (em relação ao número de alunos; à
estrutura da escola; à disponibilidade de materiais; a própria formação docente.)?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
c) As aulas práticas fazem parte do planejamento da disciplina?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
d) em quais séries desenvolve essas aulas e se pode indicar um aluno de cada série que
participaram das aulas práticas, para que possa conversar com eles no intuito de saber
como percebem as aulas práticas em seu processo de aprendizagem?
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
43
APÊNDICE C
TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE IMAGEM E ENTREVISTA
Eu, ___________________________________________residente e domiciliado no
endereço______________________________________, AUTORIZO, a título gratuito o uso
da minha imagem e voz através de gravadores e anotações para os trabalhos relacionados
à pesquisa de Trabalho de conclusão de Curso em Licenciatura em Ciências Biológicas
daUniversidade Estadual do Ceará, intitulado dificuldades no desenvolvimento de aulas
práticas de laboratório: o que dizem os professores de Biologia?, a ser apresentado e/ou
publicado em eventos científicos com fins exclusivamente acadêmicos ou de divulgação em
páginas da internet e afins, cujos responsáveis são: Luciano da Silva Costa e Maria Márcia
Melo de Castro Martins(orientadora) podendo tal trabalho vir a ser publicado ou apresentado
parcial ou integralmente em palestras, eventos científicos, periódicos, livros (sem limite de
tiragem), revistas acadêmicas, anais, revistas, CD-rom ou outro suporte multimídia, ou
qualquer veículo de informação e pesquisa, inclusive a Internet, para todos os fins científicos
e educacionais que aqui não estejam expressamente mencionados. Por esta ser a
expressão da minha vontade, declaro que autorizo o uso acima descrito sem que nada haja
a ser reclamado a título de direitos conexos à minha ou a qualquer outro e assino a presente
autorização.
Como garantia de aceso aos resultados obtidos e aos pesquisadores, e sempre que
considerar necessário tirar dúvidas e acessar informações recorrerei o pesquisador pelo
endereço eletrônico: [email protected]
Sendo assim, consinto participar da pesquisa como está explicado neste documento.
_____________________________________
Beberibe, 19 de Fevereiro de 2013
Testemunha:
Nome_________________________ Assinatura_______
44
ANEXO – Fotos do Laboratório
Figura 1: Laboratório de ciências da Escola Verde. Beberibe – Ceará, 2013. Foto Luciano Costa
Figura 2: Substâncias para práticas laboratoriais. Beberibe – Ceará, 2013. Foto Luciano Costa.
45
Figura 3: Vidrarias do laboratório (parte superior da bancada). Beberibe – Ceará, 2013. Foto Luciano Costa
Figura 4: Jogos didáticos. Em destaque, o ábaco (nas cores vermelha, azul, amarela e verde). Beberibe – Ceará, 2013. Foto Luciano Costa
46
Figura 5: Da esquerda para a direita: aquecedor elétrico, modelo molecular tridimensional, estufa e bandeja com reagentes. Foto Luciano Costa
Figura 6: Representações das fases do processo de mitose e meiose (ao fundo), lupa (à frente, central), modelo representativo da molécula de DNA (à frente, no canto direito da foto). Beberibe – Ceará, 2013. Foto Luciano Costa
47
Figura 7: Da esquerda para a direita: mapa político de Beberibe, mapa político do Ceará e Mapa político do Brasil. Beberibe-Ceará, 2013. Foto Luciano Costa.