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1º SEMINÁRIO SOBRE DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA Mirthes Polianna Oliveira 1

DIP - DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA

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Page 1: DIP - DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA

1º SEMINÁRIOSOBRE DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA

Mirthes Polianna Oliveira

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Definição

• A DIP é uma síndrome clínica caracterizada por processo inflamatório do trato genital feminino superior atribuída à ascensão de microorganismos do trato genital inferior (cérvix e vagina).

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Etiologia

• Polimicrobiana:

– Agentes Sexualmente TransmissíveisNeisseria gonorrhoeae (gonorréia) e a Chlamydia trachomatis (clamídia).

– Flora VaginalAnaeróbios como Gardnerella vaginalis (bacteriose vaginal), Streptococcus agalactiae, bacilos Gram negativos e outros.

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Fisiopatologia

• De maneira geral, o processo é iniciado pelos agentes sexualmente transmissíveis. Os microorganismos disseminam-se por via canalicular ascendente para o trato genital superior e se instalam no endométrio, passando para as tubas e ovários, onde exercem o seu papel patogênico. Havendo extravasamento de material purulento para a cavidade pélvica ocasionará peritonite.

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Fatores de Risco

• DSTs prévias ou atuais;• Ser adolescente ou adulta jovem;• Ter múltiplos parceiros sexuais ou parceiro

recente;• Usar Dispositivo Intra-Uterino (DIU);• Já ter tido DIP;• Ter parceiro sexual portador de uretrite com

pouco ou nenhum sintoma;• Manipular inadequadamente o trato genital.

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Classificação

• ESTÁGIO I (Leve)

• ESTÁGIO II (Moderada sem Abscesso)

• ESTÁGIO III (Moderada com Abscesso)

• ESTÁGIO IV (Grave)

• Observações:– Usuárias de DIU– Pacientes HIV positivo

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Diagnóstico Clínico

É necessário a presença de:

• três critérios maiores mais um critério menor; ou

• um critério elaborado.

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Quadro 1 - Critérios para diagnóstico da DIP

Critérios maiores:Dor abdominal/ pélvicaDor à palpação dos anexosDor à mobilização do colo uterinoCritérios menores:Temperatura axilar maior que 37,8 ºCCorrimento cervical ou vaginal anormalHemograma com sinais infecciosos ( leucocitose com desvio à esquerda)Outras provas laboratoriais sugerindo infecção (VHS, proteina C reativa)Comprovação laboratorial de clamídia ou gonococo na cérvixCritérios elaborados:Evidência histológica de endometriteEcografia ou tomografia evidenciando abscesso tubo-ovarianoLaparoscopia evidenciando DIP

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Exames Complementares

• Ultra-sonografia• Radiografia simples do abdome• Hemograma completo• Proteína C reativa• Bacterioscopia• Sumário de Urina e Urocultura• Teste de Gravidez (hCG)• Sorologia para HIV, sífilis e hepatites• Laparoscopia

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Diagnóstico Diferencial

• Apendicite Aguda• Gravidez Ectópica

– Infecção do Trato Urinário– Litíase Ureteral– Torção de Tumor Cístico de Ovário– Torção de Mioma Uterino– Rotura de Cisto Ovariano– Endometriose

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Tipos de Tratamento

AMBULATORIAL

– Quadro clínico leve;

– Exame abdominal e ginecológico sem sinais de pelviperitonite.

HOSPITALAR

– Quadro grave;

– Emergência cirúrgica;

– Gestante;

– Paciente imunodeficiente;

– Fracasso do tratamento ambulatorial;

– Incapacidade de aderir ao tratamento ambulatorial.

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Objetivos do Tratamento

• Estágio I: Cura da infecção.

• Estágio II: Preservação da função tubária.

• Estágio III: Preservação da função ovariana.

• Estágio IV: Preservação da vida da paciente.

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Tratamento

• ESTÁGIO I

Medidas Gerais– Repouso, abstinência sexual, retirar o DIU se

usuária (após pelo menos 6h de cobertura com antibiótico), tratamento sintomático (analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios não hormonais).

Antibioticoterapia15

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ESTÁGIO I – Esquema de Antibioticoterapia

Ceftriaxona 250 mg,, IM, dose única + Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas por 14 dias;

Cefoxitina 2g, IM, dose única + Probenecide 1g, VO, dose única + Doxiciclina 100 mg, VO, 12/12 horas por 14 dias;

Ofloxacina 400 mg, VO, de 12/12 horas + Metronidazol 500 mg VO de 12/12 horas por 14 dias;

Ofloxacina 400 mg, VO, de 12/12 horas, por 14 dias + Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas, por 14 dias + Metronidazol 500 mg, VO, de 12/12 horas, por 14 dias;

Ampicilina 3,5 g, VO, dose única, antecedida em meia hora por Probenecide 1g, VO, dose única + Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas, por 14 dias + Metronidazol 500 mg, VO, de 12/12 horas por 14 dias. 16

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Tratamento

• ESTÁGIO II

Medidas Gerais– Repouso, hidratação e tratamento

sintomático (analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios não hormonais).

Antibioticoterapia

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ESTÁGIO II – Esquema de Antibioticoterapia

Gentamicina 60-80mg, EV, 8/8horas + Penicilina G Cristalina 5 milhões UI, EV, 4/4horas;

Gentamicina 60-80mg, EV, 8/8horas + Clindamicina 600-900mg, EV, de 8/8horas;

Gentamicina 60-80mg, EV, de 8/8horas + Metronidazol 500mg, EV, de 8/8horas;

Superada a fase aguda, iniciar tratamento ambulatorial: Doxiciclina 100 mg, VO, de 12/12 horas por 10 dias.

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Tratamento

• ESTÁGIO III

Medidas Gerais– Repouso, hidratação e tratamento

sintomático (analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios não hormonais).

Antibioticoterapia

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ESTÁGIO III – Esquema de AntibioticoterapiaGentamicina 60-80mg, EV, 8/8horas + Clindamicina 600-900mg, EV, de 8/8horas + Penicilina G Cristalina 5 milhões UI, EV, 4/4horas;

Gentamicina 60-80mg, EV, de 8/8horas + Metronidazol 500mg, EV, de 8/8horas + Penicilina G Cristalina 5 milhões UI, EV, 4/4horas;

Gentamicina 60-80mg, EV, de 8/8horas + Tianfenicol 750mg, EV, de 8/8horas + Penicilina G Cristalina 5 milhões UI, EV, 4/4horas;

Superada a fase aguda, iniciar tratamento ambulatorial: Ofloxacina 400 mg, VO, de 12/12 horas por 10 dias.

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Tratamento

• ESTÁGIO IV

Realizar esquema tríplice de antibióticos igual ao estágio III mais a cirurgia.

INDICAÇÕES DO TRATAMENTO CIRÚRGICO:– Abscesso de fundo de saco de Douglas;– Falha do tratamento clínico;– Presença de massa pélvica que persiste ou

aumenta, apesar do tratamento clínico;– Sangramento Intraperitoneal;– Suspeita de rotura de abscesso tubo-ovariano.

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Tratamento

• OBSERVAÇÔES:

– Nos casos mais graves ou de resposta inadequada, deve-se avaliar a necessidade de associar outro antibiótico.

– Reavaliar a paciente a cada 3 meses durante o primeiro ano.

– Tratar todos os parceiros com Azitromicina 1g, VO, dose única mais Ofloxacina 400 mg, VO, dose única.

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Complicações

• Dor Pélvica Crônica

• Gravidez Ectópica

• Infertilidade

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Prevenção

• Comportamento sexual seguro;

• Higiene antes e após relação sexual;

• Realizar exames pélvicos anualmente, incluindo testes para infecção;

• Uso de preservativo e anticoncepção segura.

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Papel da Enfermagem

• EDUCAÇÃO EM SAÚDE

• ANAMNESE

• EXAME FÍSICO

• PRESERVATIVOS

• ACONSELHAR

• OFERECER VDRL E ANTI-HIV

• CONVOCAR PARCEIRO(S)

• NOTIFICAR

• AGENDAR RETORNO 25

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Considerações Finais

• A doença inflamatória pélvica (DIP) é doença de extrema importância que afeta as mulheres, principalmente jovens, levando a taxas significativas de complicações. Além de todo o desconforto que causa às pacientes acometidas, são também importantes os custos econômicos da DIP, relacionados ao tratamento com antimicrobianos, internações hospitalares e absenteísmo ao trabalho.

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Referências

• BRASIL, Ministério da Saúde. Coordenação de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. 3ª ed. Brasília: Ministério da Saúde, 1999. 142 p.

• FEBRASGO, Linhares, I. M. et al. DST/AIDS Manual de Orientação. São Paulo: Ponto, 2004. 179 p.

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Reflexão

"O futuro tem muitos nomes: para os fracos, ele é inatingível; para os

temerosos, ele é desconhecido; para os corajosos, ele é a chance..."

Victor Hugo

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