Direito Administrativo – Parte 2 Profª Tatiana Marcello · de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a ... Processo Administrativo

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Tcnico Judicirio rea Administrativa

Direito Administrativo Parte 2

Prof Tatiana Marcello

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Direito Administrativo

Professora Tatiana Marcello

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Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO: 1. Administrao pblica: princpios bsicos. 2. Poderes adminis-trativos: poder hierrquico e poder disciplinar. 4. Ato administrativo: conceito, requisitos e atri-butos; anulao, revogao e convalidao; discricionariedade e vinculao. 11. Lei n 8.429/92 Lei de Improbidade Administrativa: das disposies gerais; dos atos de improbidade adminis-trativa.

Banca: FGV

Cargo: Tcnico Judicirio rea Administrativa

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Direito Administrativo

PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

Supraprincpios do Direito Administrativo

Os chamados supraprincpios so aqueles considerados centrais, dos quais decorrem todos os demais. Segundo a doutrina, so dois:

Princpio da Supremacia do Interesse Pblico

Chamado de Supraprincpio, o Princpio da Supremacia do Interesse Pblico sobre o privado, ainda implcito na ordem jurdica, significa que os interesses da coletividade so mais importantes que o os interesses individuais, portanto, a Administrao Pblica tem poderes especiais, no conferidos aos particulares. A Administrao Pblica est em uma posio de superioridade em relao aos partiulares.

Princpio da Indisponibilidade do Interesse Pblico

Tambm considerado um Supraprincpio, o Princpio da Indisponibilidade do Interesse Pblico prev que os agentes pblicos no so os donos do interesse por eles defendidos, de forma que no podem dispor desses interesses. Os agentes, no exerccio da funo administrativa, esto obrigados a atuar conforme o determinado em lei e no de acordo com a vontade prpria. Decorre desse princpio a vedao de que o agente pblico renuncie aos poderes que lhe foram legalmente conferidos.

Princpios Constitucionais Bsicos Explcitos

Art. 37. A administrao pblica direta e indireta de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia...

Trata-se dos princpios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que h outros princpios aplicveis.

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Para memoriz-los, usa-se o macete do LIMPE:

LegalidadeImpessoalidadeMoralidadePublicidadeEficincia

PRINCPIO DA LEGALIDADE

A administrao pblica s pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atuao. Assim, a eficcia da atividade da administrao pblica est condicionada ao que a lei permite ou determina.

Enquanto no mbito dos particulares, o princpio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei no proba, no mbito da administrao pblica esse princpio significa que o administrador s pode fazer o que a lei autorize ou determine.

Esse princpio o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador pblico no pode agir de acordo com sua prpria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em ltima instncia, as leis so feitas pelo povo, atravs de seus representantes, pressupe-se que esto de acordo com o interesse pblico.

PRINCPIO DA IMPESSOALIDADE

O administrador pblico deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfao do intere interesse pblico, no podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.

Esse princpio visto sob dois aspectos:

a) como determinante da finalidade de toda atuao administrativa inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefcios ou prejuzos a algum, porm, a atuao do administrador deve visar ao interesse pblico, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade;

b) como vedao a que o agente pblico valha-se das atividades desenvolvidas pela administrao para obter benefcio ou promoo pessoal vedado a promoo pessoal do agente pblico pela sua atuao como administrador.

Como exemplos de aplicao do princpio da impessoalidade, podemos citar a imposio de concurso pblico como condio para ingresso em cargo efetivo ou emprego pblico e a exigncia de licitaes pblicas para contrataes pela administrao.

PRINCPIO DA MORALIDADE

A moral administrativa est ligada ideia de tica, probidade e de boa-f. No basta que a atuao do administrador pblico seja legal, precisa ser moral tambm, j que nem tudo que legal honesto.

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Ato contrrio a moral no apenas inoportuno ou inconveniente, considerado nulo.

PRINCPIO DA PUBLICIDADE

Esse princpio tratado sob dois prismas:

a) exigncia de publicao em rgo oficial como requisito de eficcia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimnio pblico enquanto no for publicado, o ato no pode produzir efeitos;

b) exigncia de transparncia da atuao administrativa finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possvel, controle da administrao pblica pelo povo.

PRINCPIO DA EFICINCIA

O princpio da eficincia foi inserido o caput do art. 37 atravs da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestao dos servios, de modo mais simples, rpido e econmico, melhorando a relao custo/benefcio da atividade da administrao pblica. O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor soluo para atingir a finalidade e interesse pblico do ato.

Esse princpio, porm, no tem um carter absoluto, j que no possvel afastar os outros princpios da administrao sob o argumento de dar maior eficincia ao ato. Por exemplo, no se pode afastar as etapas legais (princpio da legalidade) de um procedimento licitatrio a fim de ter maior eficincia.

Demais Princpios norteadores da Administrao Pblica

Princpio do Contraditrio

Princpio previsto expressamente no art. 5, LV da CF e tambm na Lei n 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), preconiza que os interessados tm o direito de manifestao antes das decises administrativas, ou seja, a Administrao deve oportunizar que os afetados pela deciso sejam ouvidos antes do final do processo.

Princpio da Ampla Defesa

O Princpio da Ampla Defesa, tambm previsto expressamente no art. 5, LV da CF e na Lei n 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal), assegura aos litigantes (em processo judicial ou administrativo) a produo de todos os meios de provas, recursos e instrumentos necessrios para sua defesa. Desse princpio decorre o chamado Princpio do Duplo Grau de Jurisdio, pelo qual o interessado tem o direito de recorrer das decises que lhe sejam desfavorveis.

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Princpio da Autotutela

O Princpio da Autotutela significa que a Administrao Pblica no necessita do poder Judicirio para rever seus prprios atos. Desse princpio decorre a regra prevista na Lei 9.784/1999: A Administrao deve anular seus prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Princpio da Motivao

O Princpio da Motivao, tambm presente na Lei n 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo Federal) preconiza a necessidade de indicao dos pressupostos de fato e de direito que determinam a deciso. Diferentemente do motivo que o fato concreto que autoriza o ato, a motivao a exposio do motivo.

Princpio da Finalidade

Trata-se do atendimento a fins de interesse geral, vedada a renncia total ou parcial de poderes ou competncias, salvo autorizao em lei (Lei n 9.784/1999). Ou seja, proibido o manejo de prerrogativas da funo administrativa para alcanar objetivos diferentes do definido em lei (pois a lei visa ao interesse pblico).

Princpio da Razoabilidade e da Proporcionalidade

Implcitos na CF, esses princpios trazem a ideia de adequao entre meios e fins, vedada a imposio de obrigaes, restries e sanes em medida superior quelas estritamente necessrias ao atendimento do interesse pblico. O agente deve realizar suas funes com equilbrio, coerncia e bom senso. Exemplo atual de aplicabilidade desses princpios foi a deciso do STF de que a existncia de tatuagem no pode impedir um aprovado em concurso pblico de tomar posse, pois se trata de uma exigncia desproporcional, sem razoabilidade.

Princpio da Hierarquia

Esse princpio estabelece as relao de coordenao e subordinao entre rgos da Administrao Pblica Direta. Subordinao hierarquia tpico da funes administrativas.

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ATOS ADMINISTRATIVOS

1. Conceito

Segundo Hely Lopes Meirelles, ato administrativo toda manifestao unilateral de vontade da Administrao Pblica que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigaes aos administrados ou a si prpria.

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro: declarao do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurdicos imediatos, com observncia da lei, sob regime jurdico de direito pblico e sujeito a controle pelo Poder Judicirio.

Detalhes:

A lei deve obedecer a CF, e o ato administrativo deve obedecer a lei (norma infra legal est abaixo da lei).

Ao praticar o ato administrativo, o Estado age com prerrogativas especiais/privilgios (Estado est acima do privado relao de verticalidade), exceto se praticar atos tpicos de direito privado (ex.: locao de um imvel), em que ser um ato da administrao.

Ato da administrao (gnero):

Atos administrativos propriamente ditos; Atos tpicos de direito privado; Contratos Administrativos.

Quem emite atos administrativos?Poder Executivo como funo tpica;Poder Judicirio como funo atpica (ex.: conceder frias aos servidores);Poder Legislativo como funo atpica (ex.: fazer um regimento interno);Particulares que faam as vezes de Estado (ex.: concessionria).

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2. Requisitos

Segundo a corrente clssica, defendida por Hely Lopes Meirelles e mais aplicada em concursos pblicos, os requisitos (tambm chamados de elementos) so trazidos pela Lei n 4.717/65, art. 2, segundo o qual, so nulos os atos lesivos ao patrimnio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:

a) incompetncia; b) vcio de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistncia dos motivos; e) desvio de finalidade.

Portanto, os requisitos do ato administrativo so: COM FIN FOR MOB

COMPETNCIAFINALIDADEFORMAMOTIVOOBJETO

Competncia (quem?)

O agente que pratica o ato deve ter poder legal para tal.

A competncia irrenuncivel (se a lei deu, no posso abrir mo), imodificvel (se a lei determinou, s a lei modifica), imprescritvel (no se perde com a passagem do tempo), intransfervel (mesmo quando se delega ou avoca, se trata de transferncia de exerccio daquela atribuio, mas no da competncia).

Delegao regra que posso delegar. Exceo: No podem ser objeto de delegao (Lei 9784/99):

I a edio de atos de carter normativo;

II a deciso de recursos administrativos;

III as matrias de competncia exclusiva do rgo ou autoridade.

Se extrapolar a competncia, ocorre o excesso de poder (ex.: tinha poder para aplicar suspenso, mas demitiu a demisso no ser vlida por vcio de competncia).

Finalidade (para qu)

o objetivo do ato, que deve buscar o interesse pblico.

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Se no atender a finalidade, haver desvio de finalidade, tornando o ato invlido (ex.: sou eleito prefeito e meu primeiro ato desapropriar imvel do meu inimigo poltico; ex.: remoo de ofcio como forma de punio).

Forma (como?)

o revestimento do ato, que tem que obedecer a forma prescrita em lei;

Em regra, a forma a escrita, mas excepcionalmente existem outras formas, como por exemplo, forma verbal, sinalizao de trnsito, etc.

Motivo (por que?)

Situao de fato ou de direito que determina ou autoriza a realizao do ato administrativo.

Motivo diferente de motivao.

Ex.: servidora ficou grvida e tenho que conceder licena gestante; o motivo do ato a gravidez.

Ex.: servidor praticou uma conduta que levou aplicao de pena de demisso; o motivo do ato a infrao.

Objeto (o que?)

o contedo do ato, que tem por objeto a criao, modificao ou comprovao de situaes concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas ao do Poder Pblico. aquilo que quero alcanar quando pratico o ato administrativo.

Ex.: servidora ficou grvida e tenho que conceder licena gestante; o motivo do ato a gravidez; o objeto do ato a licena.

Ex.: servidor praticou um ato que levou aplicao de pena de demisso; o motivo do ato a infrao; o objeto do ato a pena.

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3. Mrito do Ato Administrativo

a possibilidade de escolha do administrador, mediante a anlise de convenincia e oportunidade.

S existe mrito em ato discricionrio (no existe mrito em ato vinculado).

S existe mrito em relao ao motivo + objeto.

Judicirio no pode analisar mrito!

4. Atributos

Os atributos do ato decorrem do direito, sendo necessrios para o bom desempenho da atividade administrativa. So eles:

Presuno de Legitimidade (e de regularidade) o ato vlido at que se prove o contrrio.

Autoexecutoriedade execuo material que desconstitui a ilegalidade.

Imperatividade o ato cria unilateralmente obrigao ao particular.

Tipicidade respeito s finalidades especficas.

ATRIBUTOS (PATI)

Presuno de Legitimidade/Legalidade - o ato vlido (e legtimo) e deve sercumprido at que se prove o contrrio (presuno relativa); presente em todos osatos.

Autoexecutoriedade o Estado pode executar seus atos sem precisar demanifestao prvia do Judicirio (ex.: apreenso de mercadoria, interdio deestabelecimento, aplicao de multa...); mas, posteriormente o Judicirio podeanalisar legalidade do ato. Obs.: a Administrao pode aplicar multa, mas paracobrar tem que ser no Judicirio.

Tipicidade respeito s finalidades especificadas em lei; ato no lei, mas tem porbase uma lei, ento deve atender a figuras definidas previamente pela lei.

Imperatividade o ato cria unilateralmente obrigao ao particular; o Estado impecoercitivamente o ato e tem que ser respeitado, concordando ou no.

5. Invalidao (anulao, revogao e convalidao dos atos)

A Lei n 9.784/99 (regula o processo administrativo no mbito Federal) prev que:

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Art. 53. A Administrao deve anular seus prprios atos, quando eivados de vcio de legalidade, e pode revog-los por motivo de convenincia ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Art. 55. Em deciso na qual se evidencie no acarretarem leso ao interesse pblico nem prejuzo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanveis podero ser convalidados pela prpria Administrao.

Art. 50. Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando:

VIII importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.

Anulao e revogao: decorrem do Princpio da Autotutela.

Revogao a invalidao de ato legal e eficaz, que pode ser realizado apenas pela Administrao, quando entender que o mesmo inconveniente ou inoportuno (mrito), com efeitos no retroativos (ex nunc).

Anulao a invalidao de um ato ilegtimo, que poder se dar pela Administrao ou pelo Poder Judicirio (efeitos retroativos ex tunc).

Desses dispositivos conclui-se que, em relao aos atos, a Administrao pode ANULAR ou REVOGAR, porm, o Poder Judicirio pode apenas ANULAR.

INVALIDAO DOS ATOS

ADMINISTRAO ANULAR quando ILEGAIS REVOGAR quando INCONVENIENTES OU INOPORTUNOS

PODER JUDICIRIO ANULAR quando ILEGAIS

O direito da Administrao de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favorveis para os destinatrios decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada m-f (princpio da segurana jurdica).

O direito de revogar ato administrativo no tem limitao temporal.

Em deciso na qual se evidencie no acarretarem leso ao interesse pblico nem prejuzo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanveis podero ser convalidados pela prpria Administrao.

Outras formas de extino de ato:

Cassao quando h vcio na execuo do ato (ex.: servidor fez alguma prtica punvel com demisso e logo aps se aposentou; aps a apurao, ser cassada a aposentadoria).

Caducidade quando uma nova legislao passa a no permitir o que antes era permitido (ex.: havia lei permitindo fiscal da receita a porta arma; vem outra lei proibindo; ento ocorre a extino por caducidade).

Contraposio quando so praticados atos com efeitos opostos (ex.: nomeao e exonerao de servidor; a exonerao extingue o ato de nomeao).

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Lei 9784/99 Os atos administrativos devero ser motivados, com indicao dos fatos e dos fundamentos jurdicos, quando: importem anulao, revogao, suspenso ou convalidao de ato administrativo.

6. Classificao

So diversas as classificaes trazidas pela doutrina, porm vamos analisar as mais pedidas em concursos:

I Quanto a liberdade de ao:

a) Ato Vinculado (tem que fazer) quando a lei estabelece os requisitos e condies de sua realizao, no sobrando margem para liberdade do administrador, pois o ato somente ser vlido se obedecidas as imposies legais (ex.: aposentadoria compulsria; lanamento tributrio, anulao de ato ilegal, etc.).

b) Ato Discricionrio (pode fazer) quando a Administrao tem liberdade de escolha quanto ao seu destinatrio, seu contedo, sua oportunidade e modo de realizao (ex.: uma autorizao para instalar um circo em rea pblica, ou mesmo a revogao de ato, que se d por convenincia ou oportunidade, ou seja, atuao discricionria, que no se confunde com arbitrria, que seria em desacordo com a lei ex.: suspenso).

Ato Vinculado Ato Discricionrio

- Sem margem de liberdade - Com margem de liberdade

- No tem mrito - Tem mrito

- Administrao pode anular, mas nopode revogar

- Administrao pode anular ou revogar

- Sofre controle Judicial - Sofre controle judicial, exceto quanto ao mrito

- Ex.: aposentadoria compulsria; lanamento tributrio.

- Ex.: Reverso pedido, Autorizao, permisso

II Quanto ao alcance dos atos:

a) Ato Interno produzem efeitos dentro da prpria Administrao Pblica, atingindo os rgos e agentes que o expediram, afastando sua incidncia em relao a terceiros (ex.: os servidores x devem vir uniformizados; os atos devem ser praticados com caneta preta, etc.)

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b) Ato Externo so os que produzem efeitos tambm para fora da Administrao, repercutindo no interesse da coletividade, ou seja, interessam no apenas a quem trabalha internamente na repartio, mas tambm aos que esto fora da Administrao Pblica; devem, portanto, ser publicados em rgo oficial par que tenham vigncia (ex.: ato de naturalizao de estrangeiro; horrio de atendimento em um rgo, etc.)

III Quanto ao objeto:

a) Atos de Imprio praticados com supremacia sobre o particular ou o servidor, impondo seu cumprimento (atributo da imperatividade ex.: multa de trnsito, interdio de estabelecimento).

b) Atos de Gesto praticados em relao de igualdade com os particulares, sem usar de suas prerrogativas especiais (ex.: alienao de bens pblicos, locao de imvel).

c) Atos de Expediente praticados rotineiramente pela Administrao, a fim de dar andamento a servios internos da repartio (ex.: ordem de servio, circular, numerao dos autos de um processo...).

IV Quanto a formao:

a) Ato Simples nasce atravs da manifestao de vontade de um rgo.

b) Ato Composto nasce atravs da manifestao de vontade de um rgo, mas depende da ratificao, visto, aprovao, anuncia o homologao de outro rgo, para que tenha exequibilidade (ex.: auto de infrao lavrado por fiscal, mas que precisa ser aprovado pela chefia).

c) Ato Complexo necessria a manifestao de vontade de mais de um rgo para que tenha existncia (ex.: investidura de servidor, quando a nomeao feita pelo chefe do Executivo, mas a posse dada pelo chefe da repartio).

7. Espcies

I Atos Normativos: so os atos de comando gerais do executivo, que visam explicitar as normas legais.

Ex.: decreto; instruo normativa; regimentos; resolues; deliberaes.

II Atos Ordinatrios: decorrentes do poder hierrquico da Administrao, visam disciplinar o funcionamento em relao aos seus rgos e agentes.

Ex.: instrues; circulares; aviso; portarias; ordens de servio; provimento; ofcios; despachos.

III Atos Negociais: visam concretizar negcios pblicos ou conceder algum benefcio ou direito a um particular, atravs de uma manifestao de vontade coincidente com a do particular.

Ex.: licena; permisso; autorizao; aprovao; homologao; admisso; visto; dispensa; renncia; protocolo administrativo.

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IV Atos Enunciativos: aqueles que atestam, certificam ou emitem opinies sobre algum assunto.

Ex.: certides; atestados; pareceres; apostilas.

V Atos punitivos: buscam punir ou reprimir infraes administrativas ou condutas irregulares de servidores ou administrados

Ex.: advertncia, suspenso, demisso, multa de trnsito, interdio de atividades, etc.

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PODERES DA ADMINISTRAO

1. Disposies Gerais

O Estado age por meio de seus agentes pblicos, aos quais so conferidas prerrogativas diferenciadas, a serem utilizadas para o alcanas os seus fins: a satisfao dos interesses pblicos. Esse conjunto de prerrogativas denomina-se Poderes Administrativos, ou seja, so instrumentos conferidos Administrao para o atendimento do interesse pblico.

Por outro lado, por tutelarem interesses coletivos, so impostos aos agentes pblicos alguns Deveres Administrativos.

H hipteses e que os Poderes se convertem em verdadeiros Deveres, pois enquanto na esfera privada o Poder mera faculdade daquele que o detm, na esfera pblica representa um Dever do administrador para com os administrados. Segundo a doutrina, trata-se do chamado Poder-dever de agir, de forma que se o agente no agir, poder responder por omisso.

Poder-dever de Agir:

O administrador pblico no tem apenas o poder, mas tambm o dever de agir, ou seja, ele tem por obrigao exercitar esse poder em benefcio da coletividade, sendo esse poder irrenuncivel.

Segundo Hely Lopes Meirelles: Se para o particular o poder de agir uma faculdade, para o administrador pblico uma obrigao de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercit-lo em benefcio da comunidade. que o Direito Pblico ajunta ao poder do administrador o dever de administrar.

Em sendo um poder-dever, a omisso da autoridade ou o silncio administrativo resultar em responsabilizao do agente omisso.

2. Deveres do Administrador Pblico

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Dever de Probidade

O dever de probidade considerado um dos mais importantes. Significa que a conduta do agente, alm de estar pautada na Lei, deve ser honesta, respeitando a noo de moral administrativa e tambm da prpria sociedade.

A prpria Constituio faz referncia probidade no 4, art. 37: Os atos de improbi-dade importaro a suspenso dos direitos polticos, a perda da funo pblica, a indis-ponibilidade dos bens e o ressarcimento ao errio, na forma e gradao previstas em lei, sem prejuzo da ao penal cabvel.

Lei 8.429/92 (chamada Lei de Improbidade Administrativa) dispe sobre atos de improbidade administrativa.

Dever de Prestar Contas

O administrador faz a gesto de bens e interesses alheios (bens e interesses pblicos), tendo, portanto, o dever de prestar contas do que realizou a toda coletividade. Esse dever abrange no apenas os agentes pblicos, mas a todos que tenham sob sua responsabilidade dinheiros, bens, ou interesses pblicos, independentemente de serem ou no administradores pblicos.

Segundo Hely Lopes Meirelles: a regra universal: quem gere dinheiro pblico ou administra bens ou interesses da comunidade deve contas ao rgo competente para a fiscalizao.

Dever de Eficincia

A Eficincia foi elevada a categoria de Princpio Constitucional de Administrao Pblica com a Emenda Constitucional 19/1998, impondo que cabe ao agente pblico realizar suas atribuies com presteza, celeridade, perfeio e rendimento funcional.

O administrador deve buscar, alm da quantidade, a qualidade.

3. Poderes do Administrador Pblico

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Poder Hierrquico

A hierarquia inerente ao Poder Executivo. No mbito do Poder Legislativo ou Judicirio, onde ocorra o desempenho de funo

administrativa (atividade atpica desses poderes), poder haver hierarquia; porm, em relao s funes tpicas exercidas pelos membros desses dois poderes (legislativa e jurisdicional) no h hierarquia entre seus membros (parlamentares e membros da magistratura).

O poder hierrquico tem ntima relao com o poder disciplinar e objetiva ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas no mbito interno da Administrao. atravs do poder hierrquico que a Administrao escalona a funo de seus rgos, rev a atuao de seus agentes e estabelece a relao de subordinao entre seus servidores. Nas relaes hierrquicas h vnculo de subordinao entre rgos e agentes.

Poder Disciplinar

O Poder Disciplinar o exercido pela Administrao para apurar as infraes dos servidores e das demais pessoas que ficarem sujeitas disciplina administrativa. Decorre do escalonamento hierrquico visto anteriormente, ou seja, se ao superior dado poder de fiscalizar os atos dos seus subordinados, por bvio que, verificando o descumprimento de ordens ou normas, tenha a possibilidade de impor as devidas sanes previstas para aquela conduta.

Portanto, o Poder Disciplinar afeta a estrutura interna da Administrao. Hely Lopes Meirelles conceitua o Poder Disciplinar como faculdade de punir

internamente as infraes funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas disciplina dos rgos e servios da Administrao.

Muito embora Hely se refira a poder como uma faculdade, importante salientar que no se trata de uma deciso discricionria da autoridade, j que diante de uma irregularidade, o agente tem o poder-dever de agir, ou seja, obrigado a apurar e apenas o infrator.

Exemplificando, estabelece o art. 143 da Lei 8.112/90: A autoridade que tiver cincia de irregularidade no servio pblico obrigada a promover sua apurao imediata..... J em relao penalidade a ser aplicada, em razo de adotarmos a chamada tipicidade aberta, h uma margem discricionria para que a Administrao decida, de acordo com as circunstncias, natureza ou gravidade de cada infrao, a pena que ir aplicar, desde que observando o princpio da adequao punitiva (que seja aplicada uma pena adequada para a infrao).

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LEI N 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992

Dispe sobre as sanes aplicveis aos agentes pblicos nos casos de enriquecimento ilcito no exerccio de mandato, cargo, emprego ou fun-o na administrao pblica direta, indireta ou fundacional e d outras providncias.

O PRESIDENTE DA REPBLICA, Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPTULO IDAS DISPOSIES GERAIS

Art. 1 Os atos de improbidade praticados por qualquer agente pblico, servidor ou no, con-tra a administrao direta, indireta ou funda-cional de qualquer dos Poderes da Unio, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municpios, de Territrio, de empresa incorporada ao patri-mnio pblico ou de entidade para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou concorra com mais de cinquenta por cento do patrim-nio ou da receita anual, sero punidos na forma desta lei.

Pargrafo nico. Esto tambm sujeitos s penalidades desta lei os atos de improbida-de praticados contra o patrimnio de enti-dade que receba subveno, benefcio ou incentivo, fiscal ou creditcio, de rgo p-blico bem como daquelas para cuja criao ou custeio o errio haja concorrido ou con-corra com menos de cinquenta por cento do patrimnio ou da receita anual, limitan-do-se, nestes casos, a sano patrimonial repercusso do ilcito sobre a contribuio dos cofres pblicos.

Art. 2 Reputa-se agente pblico, para os efei-tos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo,

mandato, cargo, emprego ou funo nas entida-des mencionadas no artigo anterior.

Art. 3 As disposies desta lei so aplicveis, no que couber, quele que, mesmo no sendo agente pblico, induza ou concorra para a pr-tica do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Art. 4 Os agentes pblicos de qualquer nvel ou hierarquia so obrigados a velar pela estrita ob-servncia dos princpios de legalidade, impesso-alidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe so afetos.

Art. 5 Ocorrendo leso ao patrimnio pbli-co por ao ou omisso, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se- o integral ressar-cimento do dano.

Art. 6 No caso de enriquecimento ilcito, per-der o agente pblico ou terceiro beneficirio os bens ou valores acrescidos ao seu patrim-nio.

Art. 7 Quando o ato de improbidade causar le-so ao patrimnio pblico ou ensejar enrique-cimento ilcito, caber a autoridade administra-tiva responsvel pelo inqurito representar ao Ministrio Pblico, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Pargrafo nico. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recair sobre bens que assegurem o integral ressarcimen-to do dano, ou sobre o acrscimo patrimo-nial resultante do enriquecimento ilcito.

Art. 8 O sucessor daquele que causar leso ao patrimnio pblico ou se enriquecer ilicitamen-te est sujeito s cominaes desta lei at o li-mite do valor da herana.

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CAPTULO IIDOS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA

Seo IDOS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILCITO

Art. 9 Constitui ato de improbidade administra-tiva importando enriquecimento ilcito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razo do exerccio de cargo, mandato, funo, emprego ou atividade nas entidades menciona-das no art. 1 desta lei, e notadamente:

I receber, para si ou para outrem, dinhei-ro, bem mvel ou imvel, ou qualquer outra vantagem econmica, direta ou indireta, a ttulo de comisso, percentagem, gratifica-o ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ao ou omisso decorrente das atribuies do agente pblico;

II perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a aquisio, per-muta ou locao de bem mvel ou imvel, ou a contratao de servios pelas entida-des referidas no art. 1 por preo superior ao valor de mercado;

III perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a alienao, per-muta ou locao de bem pblico ou o for-necimento de servio por ente estatal por preo inferior ao valor de mercado;

IV utilizar, em obra ou servio particular, veculos, mquinas, equipamentos ou ma-terial de qualquer natureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, bem como o trabalho de servidores pblicos, emprega-dos ou terceiros contratados por essas enti-dades;

V receber vantagem econmica de qual-quer natureza, direta ou indireta, para to-

lerar a explorao ou a prtica de jogos de azar, de lenocnio, de narcotrfico, de con-trabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilcita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI receber vantagem econmica de qual-quer natureza, direta ou indireta, para fazer declarao falsa sobre medio ou avaliao em obras pblicas ou qualquer outro ser-vio, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterstica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entida-des mencionadas no art. 1 desta lei;

VII adquirir, para si ou para outrem, no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo pblica, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pbli-co;

VIII aceitar emprego, comisso ou exercer atividade de consultoria ou assessoramen-to para pessoa fsica ou jurdica que tenha interesse suscetvel de ser atingido ou am-parado por ao ou omisso decorrente das atribuies do agente pblico, durante a ati-vidade;

IX perceber vantagem econmica para in-termediar a liberao ou aplicao de verba pblica de qualquer natureza;

X receber vantagem econmica de qual-quer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofcio, providncia ou de-clarao a que esteja obrigado;

XI incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimnio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti-dades mencionadas no art. 1 desta lei;

XII usar, em proveito prprio, bens, ren-das, verbas ou valores integrantes do acer-vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei.

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Seo IIDOS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM PREJUZO AO ERRIO

Art. 10. Constitui ato de improbidade adminis-trativa que causa leso ao errio qualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje per-da patrimonial, desvio, apropriao, malbarata-mento ou dilapidao dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1 desta lei, e nota-damente:

I facilitar ou concorrer por qualquer for-ma para a incorporao ao patrimnio par-ticular, de pessoa fsica ou jurdica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencio-nadas no art. 1 desta lei;

II permitir ou concorrer para que pessoa fsica ou jurdica privada utilize bens, ren-das, verbas ou valores integrantes do acer-vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares apli-cveis espcie;

III doar pessoa fsica ou jurdica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistncias, bens, rendas, verbas ou valores do patrimnio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, sem observncia das for-malidades legais e regulamentares aplic-veis espcie;

IV permitir ou facilitar a alienao, permu-ta ou locao de bem integrante do patri-mnio de qualquer das entidades referidas no art. 1 desta lei, ou ainda a prestao de servio por parte delas, por preo inferior ao de mercado;

V permitir ou facilitar a aquisio, permu-ta ou locao de bem ou servio por preo superior ao de mercado;

VI realizar operao financeira sem obser-vncia das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidnea;

VII conceder benefcio administrativo ou fiscal sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis esp-cie;

VIII frustrar a licitude de processo licitat-rio ou de processo seletivo para celebrao de parcerias com entidades sem fins lucrati-vos, ou dispens-los indevidamente; (Reda-o dada pela Lei n 13.019, de 2014)

IX ordenar ou permitir a realizao de despesas no autorizadas em lei ou regula-mento;

X agir negligentemente na arrecadao de tributo ou renda, bem como no que diz res-peito conservao do patrimnio pblico;

XI liberar verba pblica sem a estrita ob-servncia das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicao ir-regular;

XII permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriquea ilicitamente;

XIII permitir que se utilize, em obra ou servio particular, veculos, mquinas, equi-pamentos ou material de qualquer nature-za, de propriedade ou disposio de qual-quer das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, bem como o trabalho de servidor pblico, empregados ou terceiros contrata-dos por essas entidades.

XIV celebrar contrato ou outro instrumen-to que tenha por objeto a prestao de ser-vios pblicos por meio da gesto associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV celebrar contrato de rateio de consr-cio pblico sem suficiente e prvia dotao oramentria, ou sem observar as formali-dades previstas na lei.

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XVI facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporao, ao patrimnio particular de pessoa fsica ou jurdica, de bens, rendas, verbas ou valores pblicos transferidos pela administrao pblica a entidades privadas mediante celebrao de parcerias, sem a observncia das formali-dades legais ou regulamentares aplicveis espcie; (Includo pela Lei n 13.019, de 2014)

XVII permitir ou concorrer para que pes-soa fsica ou jurdica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores pblicos transfe-ridos pela administrao pblica a entidade privada mediante celebrao de parcerias, sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie; (In-cludo pela Lei n 13.019, de 2014)

XVIII celebrar parcerias da administrao pblica com entidades privadas sem a ob-servncia das formalidades legais ou regu-lamentares aplicveis espcie; (Includo pela Lei n 13.019, de 2014)

XIX agir negligentemente na celebrao, fiscalizao e anlise das prestaes de con-tas de parcerias firmadas pela administra-o pblica com entidades privadas; (Inclu-do pela Lei n 13.019, de 2014)

XX liberar recursos de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas sem a estrita observncia das nor-mas pertinentes ou influir de qualquer for-ma para a sua aplicao irregular. (Includo pela Lei n 13.019, de 2014)

XXI liberar recursos de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas sem a estrita observncia das nor-mas pertinentes ou influir de qualquer for-ma para a sua aplicao irregular. (Includo pela Lei n 13.019, de 2014)

Seo II-A(Includo pela

Lei Complementar n 157, de 2016)

DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DECORRENTES DE CONCESSO OU APLICAO

INDEVIDA DE BENEFCIO FINANCEIRO OU TRIBUTRIO

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade admi-nistrativa qualquer ao ou omisso para con-ceder, aplicar ou manter benefcio financeiro ou tributrio contrrio ao que dispem o caput e o 1 do art. 8-A da Lei Complementar n 116, de 31 de julho de 2003. (Includo pela Lei Com-plementar n 157, de 2016)

Seo IIIDOS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCPIOS DA ADMINISTRAO PBLICA

Art. 11. Constitui ato de improbidade adminis-trativa que atenta contra os princpios da admi-nistrao pblica qualquer ao ou omisso que viole os deveres de honestidade, imparcialida-de, legalidade, e lealdade s instituies, e no-tadamente:

I praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previs-to, na regra de competncia;

II retardar ou deixar de praticar, indevida-mente, ato de ofcio;

III revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e que deva permanecer em segredo;

IV negar publicidade aos atos oficiais;

V frustrar a licitude de concurso pblico;

VI deixar de prestar contas quando esteja obrigado a faz-lo;

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VII revelar ou permitir que chegue ao co-nhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de afetar o preo de mercadoria, bem ou servio.

VIII descumprir as normas relativas ce-lebrao, fiscalizao e aprovao de contas de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas. (Redao dada pela Lei n 13.019, de 2014)

IX deixar de cumprir a exigncia de requi-sitos de acessibilidade previstos na legisla-o. (Includo pela Lei n 13.146, de 2015)

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CONSIDERAES SOBRE A LEI FEDERAL N 8.429/1992 (LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA)

1. Disposies Gerais

A Lei n 8.429/1992 a chamada Lei de Improbidade Administrativa e dispe sobre as sanes aplicveis aos agentes pblicos nos casos de enriquecimento ilcito no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo na administrao pblica direta, indireta ou fundacional e d outras providncias.

A improbidade administrativa uma imoralidade qualificada pelo dano ao errio, trazendo vantagem para o mprobo ou a outrem. O agente pblico deve agir com honestidade e boa-f, no se valendo dos poderes e facilidade do cargo para obter vantagem pessoal ou para favore-cer terceiros (Jos Afonso da silva).

O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na Lei de Im-probidade exemplificativo (no taxativo), j que outras condutas no previstas expressamen-te nessa Lei podem ser consideradas atos de improbidade.

A Lei aplica-se a todos os agentes pblicos, servidores ou no, inclusive quele que, mesmo no sendo agente pblico, induza ou concorra para a prtica do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Para efeitos da lei, agente pblico todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remunerao, por eleio, nomeao, designao, contratao ou qualquer outra forma de investidura ou vnculo, mandato, cargo, emprego ou funo.

Ato de Improbidade

Sujeito Passivo Administrao Pblica (Art. 1)

Sujeito AtivoAgente Pblico

ou Particular em conluio (Art. 2)

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Os agentes pblicos de qualquer nvel ou hierarquia so obrigados a velar pela estrita observncia dos princpios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe so afetos.

Ocorrendo leso ao patrimnio pblico por ao ou omisso, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se- o integral ressarcimento do dano. No caso de enriquecimento ilcito, per-der o agente pblico ou terceiro beneficirio os bens ou valores acrescidos ao seu patrimnio.

Quando o ato de improbidade causar leso ao patrimnio pblico ou ensejar enriquecimento ilcito, caber a autoridade administrativa responsvel pelo inqurito representar ao MP, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Ateno: O sucessor daquele que causar leso ao patrimnio pblico ou se enriquecer ilicita-mente est sujeito s cominaes desta lei at o limite do valor da herana.

Atos de Improbidade Administrativa (rol exemplificativo)

A.I.

Atos que Importam Enriquecimento Ilcito

(dolo)

Ideia de que o agente se beneficiou

Atos que Causam Prejuzo ao Errio

(dolo ou culpa)

Ideia de que algum se beneficiou

Atos que Atentam Contra os Princpios da Administrao Pblica

(dolo)

Ideia de subsidiariedade

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2. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilcito

Art. 9 Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilcito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razo do exerccio de cargo,

mandato, funo, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1 desta lei, e notadamente:

I receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem mvel ou imvel, ou qualquer outra vantagem econmica, direta ou indireta, a ttulo de comisso, percentagem, gratificao ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ao ou omisso decor-rente das atribuies do agente pblico;

II perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a aquisio, permuta ou locao de bem mvel ou imvel, ou a contratao de servios pelas entidades referidas no art. 1 por preo superior ao valor de mercado;

III perceber vantagem econmica, direta ou indireta, para facilitar a alienao, permuta ou locao de bem pblico ou o fornecimento de servio por ente estatal por preo inferior ao valor de mercado;

IV utilizar, em obra ou servio particular, veculos, mquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, bem como o trabalho de servidores pblicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

V receber vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a explorao ou a prtica de jogos de azar, de lenocnio, de narcotrfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilcita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI receber vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declarao falsa sobre medio ou avaliao em obras pblicas ou qualquer outro servio, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou caracterstica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1 desta lei;

VII adquirir, para si ou para outrem, no exerccio de mandato, cargo, emprego ou funo pblica, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional evoluo do patrimnio ou renda do agente pblico;

VIII aceitar emprego, comisso ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa fsica ou jurdica que tenha interesse suscetvel de ser atingido ou amparado por ao ou omisso decorrente das atribuies do agente pblico, durante a atividade;

IX perceber vantagem econmica para intermediar a liberao ou aplicao de verba pblica de qualquer natureza;

X receber vantagem econmica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofcio, providncia ou declarao a que esteja obrigado;

XI incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimnio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei;

XII usar, em proveito prprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei.

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3. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuzo ao Errio

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa leso ao errio qualquer ao ou omisso, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriao, malbaratamento ou dilapidao dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1

desta lei, e notadamente:

I facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporao ao patrimnio particular, de pessoa fsica ou jurdica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei;

II permitir ou concorrer para que pessoa fsica ou jurdica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, sem a ob-servncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie;

III doar pessoa fsica ou jurdica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistncias, bens, rendas, verbas ou valores do patrimnio de qualquer das entidades mencio-nadas no art. 1 desta lei, sem observncia das formalidades legais e regulamentares aplicveis espcie;

IV permitir ou facilitar a alienao, permuta ou locao de bem integrante do patrimnio de qual-quer das entidades referidas no art. 1 desta lei, ou ainda a prestao de servio por parte delas, por preo inferior ao de mercado;

V permitir ou facilitar a aquisio, permuta ou locao de bem ou servio por preo superior ao de mercado;

VI realizar operao financeira sem observncia das normas legais e regulamentares ou aceitar ga-rantia insuficiente ou inidnea;

VII conceder benefcio administrativo ou fiscal sem a observncia das formalidades legais ou regu-lamentares aplicveis espcie;

VIII frustrar a licitude de processo licitatrio ou de processo seletivo para celebrao de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispens-los indevidamente;

IX ordenar ou permitir a realizao de despesas no autorizadas em lei ou regulamento;

X agir negligentemente na arrecadao de tributo ou renda, bem como no que diz respeito con-servao do patrimnio pblico;

XI liberar verba pblica sem a estrita observncia das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicao irregular;

XII permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriquea ilicitamente;

XIII permitir que se utilize, em obra ou servio particular, veculos, mquinas, equipamentos ou ma-terial de qualquer natureza, de propriedade ou disposio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1 desta lei, bem como o trabalho de servidor pblico, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestao de servios pblicos por meio da gesto associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV celebrar contrato de rateio de consrcio pblico sem suficiente e prvia dotao oramentria, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

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XVI facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporao, ao patrimnio particular de pessoa fsica ou jurdica, de bens, rendas, verbas ou valores pblicos transferidos pela administrao pblica a entidades privadas mediante celebrao de parcerias, sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie;

XVII permitir ou concorrer para que pessoa fsica ou jurdica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores pblicos transferidos pela administrao pblica a entidade privada mediante celebrao de parcerias, sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie;

XVIII celebrar parcerias da administrao pblica com entidades privadas sem a observncia das formalidades legais ou regulamentares aplicveis espcie

XIX agir negligentemente na celebrao, fiscalizao e anlise das prestaes de contas de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas;

XX liberar recursos de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas sem a estrita observncia das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicao irregular

XXI liberar recursos de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas sem a estrita observncia das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicao irregular.

4. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princpios da Administrao Pblica

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princpios da administrao pblica qualquer ao ou omisso que viole os deveres de honestidade,

imparcialidade, legalidade, e lealdade s instituies, e notadamente:

I praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competncia;

II retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofcio;

III revelar fato ou circunstncia de que tem cincia em razo das atribuies e que deva permanecer em segredo;

IV negar publicidade aos atos oficiais;

V frustrar a licitude de concurso pblico;

VI deixar de prestar contas quando esteja obrigado a faz-lo;

VII revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgao oficial, teor de medida poltica ou econmica capaz de afetar o preo de mercadoria, bem ou servio.

VIII descumprir as normas relativas celebrao, fiscalizao e aprovao de contas de parcerias firmadas pela administrao pblica com entidades privadas.

IX deixar de cumprir a exigncia de requisitos de acessibilidade previstos na legislao.

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5. Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concesso ou Aplicao Indevida de Benefcio Financeiro ou Tributrio

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ao ou omisso para conceder, aplicar ou manter benefcio financeiro ou tributrio contrrio ao que dispem o caput e o 1 do art. 8-A da Lei Complementar n 116, de 31 de julho de 2003. Obs.: Art. 8-A. A alquota mnima do Imposto sobre Servios de Qualquer Natureza de 2% (dois por cento).

Esse dispositivo foi inserido em 2016 na Lei de Improbidade, com a finalidade de evitar a chamada guerra fiscal entre municpios, definindo alquota mnima de 2% para ISSQN e definindo como improbidade administrativa a concesso ou aplicao indevida de benefcio financeiro ou tributrio.

Tal medida surtir efeitos a partir de dezembro de 2017, mas como j est em vigor, pode ser cobrado em prova desde j.

Penas: perda da funo pblica, suspenso dos direitos polticos de 5 a 8 anos e multa civil de at 3 vezes o valor do benefcio financeiro ou tributrio concedido.