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Técnico Legislativo Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello

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Técnico Legislativo

Direito Administrativo

Profª Tatiana Marcello

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Direito Administrativo

Professora Tatiana Marcello

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Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO: Constituição da República Federativa do Brasil. TÍTULO III – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – Capítulo VII – Da Administração Pública – Seção I e Seção II. Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. TÍTULO II – DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO – Capítulo IV – Da Administração Pública – Seção I e Seção II. Estatuto do Funcionário Público Civil do Estado do Rio Grande do Sul. TÍTULO IV – DO REGIME DISCIPLINAR – Capítulo I – Dos Deveres do Servidor. Capítulo II – Das Proibições. Capítulo IV – Das Responsabilidades. Capítulo V – Das Penalidades.

BANCA: FDRH

CARGO: Técnico Legislativo

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Módulo 1

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE AGENTES PÚBLICOS

1. Conceitos introdutórios

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não, com ou sem remuneração.

Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público enquanto as exercita.

Portanto, servidor público será uma das espécies de agente público, como será visto a seguir.

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2. Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

Agentes Públicos

Agentes PolíticosAgentes Administrativos(Servidores Estatais ou Servidores Públicos em

sentido amplo)

Servidores Públicos

(Estatuários)

cargo público

Empregados Públicos

(Celetistas)

emprego público

Servidores Temporários

(Contrato prazo determinado)

função pública

Particulares em colaboração

(Agentes honoríficos)

Agentes Militares(Estatuto/Lei

Específica)

Os agentes públicos podem ser classificados em:

a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da Repú-blica, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parla-mentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado...

b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido amplo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza profissional e remunerada. Dividem-se em:

• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regime estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.

• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime celetista – CLT).

• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem em-prego público, exercendo função pública remunerada e temporária).

Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo” abran-ge essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores tem-porários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor Estatutário. Vejamos o esquema:

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c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:

• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o ser-viço militar);

• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incên-dio e presta socorro);

• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é con-tratado para fazer um parecer);

• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permis-sionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);

• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares) – Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

3. Cargo, Emprego e Função Pública

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Cargo Público

Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submeti-dos ao regime estatutário.

A Lei nº 10.098/1994 define: “Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.”

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis uni-dades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei”.

Emprego Público

Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao regi-me celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar empregos públicos, de natureza essencialmente contra-tual.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista”.

Função Pública

De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e as exer-cidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”

Não há concurso público para preenchimento de função pública.

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Módulo 2

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preen-cham os requisitos estabelecidos em lei, as-sim como aos estrangeiros, na forma da lei;

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com-plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir car-go ou emprego, na carreira;

V – as funções de confiança, exercidas exclu-sivamente por servidores ocupantes de car-go efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos pre-vistos em lei, destinam-se apenas às atribui-ções de direção, chefia e assessoramento;

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei espe-cífica;

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas por-tadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX – a lei estabelecerá os casos de contrata-ção por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional in-teresse público;

X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

XI – a remuneração e o subsídio dos ocu-pantes de cargos, funções e empregos pú-blicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumu-

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lativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Mu-nicípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Execu-tivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribu-nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub-sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procu-radores e aos Defensores Públicos;

XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não po-derão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do ser-viço público;

XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

XV – o subsídio e os vencimentos dos ocu-pantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e so-ciedades controladas, direta ou indireta-mente, pelo poder público;

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áre-as de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das en-tidades mencionadas no inciso anterior, as-sim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alie-nações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa-gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técni-ca e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, atividades essenciais ao funciona-mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prio-ritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de infor-mações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-mativo ou de orientação social, dela não po-

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dendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-toridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de partici-pação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II – o acesso dos usuários a registros admi-nistrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, em-prego ou função na administração pública.

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políti-cos, a perda da função pública, a indisponi-bilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-rio, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de pres-crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem pre-juízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as res-trições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibili-te o acesso a informações privilegiadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da ad-

ministração direta e indireta poderá ser am-pliada mediante contrato, a ser firmado en-tre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, ca-bendo à lei dispor sobre:

I – o prazo de duração do contrato;

II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e respon-sabilidade dos dirigentes;

III – a remuneração do pessoal."

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às em-presas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem re-cursos da União, dos Estados, do Distrito Fe-deral ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune-ração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de li-vre nomeação e exoneração.

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, me-diante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa intei-ros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-sições:

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I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sen-do-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de Vereador, ha-vendo compatibilidade de horários, perce-berá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do car-go eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afasta-mento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para to-dos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão de-terminados como se no exercício estivesse.

Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, inte-grado por servidores designados pelos respecti-vos Poderes.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remu-neratório observará:

I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;

II – os requisitos para a investidura;

III – as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Fede-ral manterão escolas de governo para a for-mação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebra-ção de convênios ou contratos entre os en-tes federados.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requi-sitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acrésci-mo de qualquer gratificação, adicional, abo-no, prêmio, verba de representação ou ou-tra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabele-cer a relação entre a maior e a menor re-muneração dos servidores públicos, obede-cido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju-diciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distri-to Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários pro-venientes da economia com despesas cor-rentes em cada órgão, autarquia e funda-ção, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, moderni-zação, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

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§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe-tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdên-cia de caráter contributivo e solidário, median-te contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equi-líbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo se-rão aposentados, calculados os seus pro-ventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos proporcionais ao tempo de contribui-ção, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença gra-ve, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II – compulsoriamente, com proventos pro-porcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se-tenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-cício no serviço público e cinco anos no car-go efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cin-co anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-mem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respec-tivo servidor, no cargo efetivo em que se

deu a aposentadoria ou que serviu de refe-rência para a concessão da pensão.

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposen-tadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e cri-térios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I – portadores de deficiência;

II – que exerçam atividades de risco;

III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saú-de ou a integridade física.

§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contri-buição serão reduzidos em cinco anos, em rela-ção ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decor-rentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo.

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do bene-fício de pensão por morte, que será igual:

I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo esta-belecido para os benefícios do regime ge-ral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par-cela excedente a este limite, caso aposenta-do à data do óbito; ou

II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o fa-lecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-cia social de que trata o art. 201, acrescido de

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setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos be-nefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme crité-rios estabelecidos em lei.

§ 9º O tempo de contribuição federal, esta-dual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor-respondente para efeito de disponibilidade.

§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribui-ção fictício.

§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, in-clusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proven-tos de inatividade com remuneração de car-go acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regi-me de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.

§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de li-vre nomeação e exoneração bem como de ou-tro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedi-das pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os bene-fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

§ 15. O regime de previdência complemen-tar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executi-vo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência com-plementar, de natureza pública, que ofere-cerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.

§ 16. Somente mediante sua prévia e expres-sa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regi-me de previdência complementar.

§ 17. Todos os valores de remuneração con-siderados para o cálculo do benefício pre-visto no § 3º serão devidamente atualiza-dos, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven-tos de aposentadorias e pensões concedi-das pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-cia social de que trata o art. 201, com per-centual igual ao estabelecido para os servi-dores titulares de cargos efetivos.

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposen-tadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentado-ria compulsória contidas no § 1º, II.

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efeti-vos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, res-salvado o disposto no art. 142, § 3º, X.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste ar-tigo incidirá apenas sobre as parcelas de pro-ventos de aposentadoria e de pensão que su-perem o dobro do limite máximo estabelecido

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para os benefícios do regime geral de pre-vidência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I – em virtude de sentença judicial transita-da em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demis-são do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, re-conduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des-necessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-cional ao tempo de serviço, até seu adequa-do aproveitamento em outro cargo.

§ 4º Como condição para a aquisição da es-tabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DISPOSIÇÕES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...

Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princípios aplicáveis.

Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

LegalidadeImpessoalidadeMoralidadePublicidadeEficiência

1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina.

Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.

Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

1.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.

Esse princípio é visto sob dois aspectos:

a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade;

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b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador.

Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

1.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

1.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Esse princípio é tratado sob dois prismas:

a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;

b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

1.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato.

Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

2. Cargos, empregos e funções públicas

São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.

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3. Exigência de concurso público

A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

Cargo Público

Efetivo

Concurso Público

Estabilidade

Comissão

Livre nomeação e exoneração (direção, chefia

e assessoramento)

Sem estabilidade

4. Prazo de validade do concurso

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual período; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá ser prorrogado por mais 1 ano apenas.

5. Prioridade de nomeação

Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. A regra do Estatuto é mais restritiva, mas não é considerada inconstitucional.

6. Direito à livre associação sindical

É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas ao servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

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7. Direito de greve

O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém, ainda não regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89).

8. Reserva de percentual aos portadores de deficiência

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

9. Fixação e revisão geral da remuneração

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

10. Teto remuneratório

Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito; II – nos Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.

Teto Absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF

Subteto

Agentes Públicos Âmbito Não pode ganhar mais do que

Municipais Geral Prefeito

Estaduais e Distritais

Poder Executivo Governador

Poder Legislativo Deputados Estaduais ou Distritais

Poder Judiciário Desembargadores do TJ

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11. Paridade de Vencimentos

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

 

Executivo  $$$  

Judiciário   Legislativo  

12. Mandato eletivo

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.

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13. Direitos Trabalhistas Aplicáveis aos Servidores Ocupantes de Cargos Públicos

Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

IV – salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas neces-sidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variá-vel;

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro sema-nais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou con-venção coletiva de trabalho;

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XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

14. Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

15. Acumulação de cargos públicos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções, abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém

é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

16. Acumulação de proventos com remuneração

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

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17. Atos de Improbidade Administrativa

Os atos de improbidade administrativa importarão:

a) a suspensão dos direitos políticos,

b) a perda da função pública,

c) a indisponibilidade dos bens,

d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,

e) sem prejuízo da ação penal cabível.

18. Responsabilidade por danos

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem responde pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

19. Obrigatoriedade de regime jurídico único

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o regime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais.

20. Estabilidade

São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:

a) aprovação em concurso público;

b) nomeação para cargo público efetivo;

c) 3 anos de efetivo exercício;

d) avaliação especial de desempenho.

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A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo:

I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limite de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências:

a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança;

b) exoneração dos servidores não estáveis;

c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

21. Reintegração

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

22. Disponibilidade

Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (Obs.: de acordo com o Estatuto do RS, o servidor posto em disponibilidade receberá provento igual ao vencimento do cargo, acrescido de vantagens permanentes).

23. Aposentadoria

Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para a aposentadoria.

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Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT.

Os servidores abrangidos pelo Regime Próprio de Previdência Social (os servidores de cargos efetivos) serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar;

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição, se mulher;

b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

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Questões

1. (FCC – ANALISTA)

Os princípios constitucionais expressos da Administração pública relacionados no art. 37 da Constituição Federal dizem respeito a:

a) legalidade, irreversibilidade, moralida-de, publicidade e executoriedade.

b) legitimidade, imperatividade, modici-dade, pluralidade e efetividade.

c) autoaplicabilidade, imperatividade, mo-ralidade, pluralidade e eficácia.

d) legalidade, impessoalidade, moralida-de, publicidade e eficiência.

e) legitimidade, legalidade, modicidade, pluralidade e executoriedade.

2. (CESPE – TÉCNICO – TRE-GO)

No que se refere ao regime jurídico-admi-nistrativo brasileiro e aos princípios regen-tes da administração pública, julgue os pró-ximos itens. O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma explícita.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (CESPE – AUDITOR – TCU)

No que se refere a ato administrativo, agen-te público e princípios da administração pú-blica, julgue os próximos itens. O princípio da eficiência, considerado um dos princí-pios inerentes à administração pública, não consta expressamente na CF.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (VUNESP – SUPERIOR)

O padrão que define que a conduta ética dos servidores públicos não pode ir de en-contro ao padrão ético mais geral da socie-

dade, segundo a Constituição Federal, é o princípio da Administração Pública denomi-nado

a) subsidiariedade.b) impessoalidade.c) moralidade.d) publicidade.e) eficiência.

5. (CESPE – ANALISTA – TRE-GO)

Acerca da administração pública, da organi-zação dos poderes e da organização do Es-tado, julgue os itens que se seguem. Caso preencha os requisitos de idade e contri-buição, o indivíduo que trabalhe por vários anos em determinado Tribunal Regional Eleitoral ocupando, exclusivamente, cargo em comissão terá direito à aposentadoria estatutária se decidir se aposentar volunta-riamente.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (CESPE – TÉCNICO – TRE-GO)

A respeito dos Poderes Legislativo e Execu-tivo e do regime constitucional da adminis-tração pública, julgue os itens a seguir. Con-sidere que Afonso seja servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás e te-nha sido eleito como deputado estadual. Nessa situação, se houver compatibilidade de horário entre suas atividades no tribunal e sua atuação como deputado, Afonso pode acumular os dois cargos e receber as vanta-gens e as remunerações a eles referentes.

( ) Certo   ( ) Errado

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7. (CESPE – TÉCNICO)

Com relação aos servidores públicos, julgue os próximos itens, de acordo com a Consti-tuição Federal de 1988. O servidor público da administração direta que for investido no mandato de vereador deverá optar entre a remuneração da vereança e a de seu cargo público.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (CESPE – TÉCNICO)

No que se refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens. A veda-ção ao acúmulo remunerado de cargos, em-pregos ou funções públicas não se estende aos empregados das sociedades de econo-mia mista.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (CESPE – TÉCNICO – Fundação Universida-de de Brasília)

No que se refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens. O prazo de validade de concurso público é de até dois anos, podendo ele ser prorrogado en-quanto houver candidatos aprovados no ca-dastro de reserva.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (CESGRANRIO – TÉCNICO)

Um dos grandes temas tratados na Consti-tuição Federal é o do acesso facilitado aos cargos públicos. Dentre as inovações cons-tantes da Constituição Federal em vigor, encontra-se a possibilidade de a lei estabe-lecer percentual dos cargos e empregos pú-blicos para as pessoas

a) menores de dezoito anosb) estrangeiras em situação de riscoc) consideradas de menor rendimento

econômicod) portadoras de deficiênciae) moradoras em locais considerados peri-

gosos

11. (CESPE – ANALISTA – Controladoria Geral do Estado – PI)

No que se refere às disposições gerais rela-cionadas aos servidores públicos, julgue os itens a seguir. De acordo com a CF, os ser-vidores nomeados para cargo de provimen-to efetivo em virtude de concurso público adquirem a estabilidade após dois anos de efetivo exercício.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (CESPE – ANALISTA)

No que se refere à administração pública, aos direitos políticos e às comissões parla-mentares de inquérito (CPIs), julgue os itens que se seguem. Os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em vir-tude de concurso público são estáveis após dois anos de efetivo exercício.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Errado 4. C 5. Errado 6. Errado 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. D 11. Errado  12. Errado

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Módulo 3

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL

CAPÍTULO IVDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 19. A administração pública direta e indi-reta de qualquer dos Poderes do Estado e dos municípios, visando à promoção do bem públi-co e à prestação de serviços à comunidade e aos indivíduos que a compõe, observará os princí-pios da legalidade, da moralidade, da impesso-alidade, da publicidade, da legitimidade, da par-ticipação, da razoabilidade, da economicidade, da motivação e o seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 7, de 28/06/95)

I – os cargos e funções públicos, criados por lei em número e com atribuições e remune-ração certos, são acessíveis a todos os bra-sileiros que preencham os requisitos legais;

II – a lei especificará os cargos e funções cujos ocupantes, ao assumi-los e ao deixá--los, devem declarar os bens que compõem seu patrimônio, podendo estender esta exi-gência aos detentores de funções diretivas e empregos na administração indireta;

III – a administração pública será organizada de modo a aproximar os serviços disponí-veis de seus beneficiários ou destinatários;

IV – a lei estabelecerá os casos de contra-tação de pessoal por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

V – a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas porta-

doras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras e serviços, e as campanhas dos órgãos e entidades da administração pública, ainda que não custeadas diretamente por esta, deverão ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, nelas não podendo constar símbolos, expressões, nomes, “slo-gans” ideológicos político-partidários ou imagens que caracterizem promoção pesso-al de autoridade ou de servidores públicos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 26, de 30/06/99)

§ 2º A ação político-administrativa do Esta-do será acompanhada e avaliada, através de mecanismos estáveis, por Conselhos Popu-lares, na forma da lei.

Art. 20. A investidura em cargo ou emprego pú-blico assim como a admissão de empregados na administração indireta e empresas subsidiárias dependerão de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressal-vadas as nomeações para cargos de provimento em comissão, declarados em lei de livre nomea-ção e exoneração.

§ 1º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo.

§ 2º Os pontos correspondentes aos títulos não poderão somar mais de vinte e cinco por cento do total dos pontos do concurso.

§ 3º A não-observância do disposto neste artigo acarretará a nulidade do ato e a puni-ção da autoridade responsável.

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§ 4º Os cargos em comissão destinam-se à transmissão das diretrizes políticas para a execução administrativa e ao assessora-mento. (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 12, de 14/12/95) (Vide ADI nº 1521/STF)

§ 5º Os cargos em comissão não podem ser ocupados por cônjuges ou companhei-ros e parentes, consangüíneos, afins ou por adoção, até o segundo grau: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95) (Vide ADI nº 1521/STF)

I – do Governador, do Vice-Governador, do Procurador-Geral do Estado, do Defensor Público- Geral do Estado e dos Secretários de Estado, ou titulares de cargos que lhes sejam equiparados, no âmbito da adminis-tração direta do Poder Executivo; (Incluí-do pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95)

II – dos Desembargadores e Juízes de 2.o grau, no âmbito do Poder Judiciário; (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95)

III – dos Deputados Estaduais, no âmbito da Assembléia Legislativa; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95)

IV – dos Procuradores de Justiça, no âmbi-to da Procuradoria-Geral de Justiça; (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95)

V – dos Conselheiros e Auditores Substitu-tos de Conselheiros, no âmbito do Tribunal de Contas do Estado; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95)

VI – dos Presidentes, Diretores-Gerais, ou titulares de cargos equivalentes, e dos Vice- Presidentes, ou equivalentes, no âmbito da respectiva autarquia, fundação instituída ou mantida pelo Poder Público, empresa públi-ca ou sociedade de economia mista. (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95)

Art. 21. Integram a administração indireta as autarquias, sociedades de economia mista, em-presas públicas e fundações instituídas ou man-tidas pelo Estado.

§ 1º Às empresas públicas aplicam-se as normas pertinentes às sociedades de eco-nomia mista.

§ 2º As fundações públicas ou de direito pú-blico instituídas pelo Estado são equipara-das às autarquias, regendo-se por todas as normas a estas aplicáveis.

Art. 22. Dependem de lei específica, mediante aprovação por maioria absoluta dos membros da Assembléia Legislativa: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 2, de 30/04/92)

I – a criação, extinção, fusão, incorporação ou cisão de qualquer entidade da adminis-tração indireta;

II – a alienação do controle acionário de so-ciedade de economia mista.

§ 1º A criação de subsidiárias das entida-des mencionadas neste artigo assim como a participação delas em empresa privada de-penderão de autorização legislativa. (Renu-merado pela Emenda Constitucional nº 31, de 18/06/02)

§ 2º Especialmente no caso das Socieda-des de Economia Mista Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A. e Companhia Riograndense de Saneamento a alienação ou transferência do seu controle acionário, bem como a sua extinção, fusão, incorpora-ção ou cisão dependerá de consulta popu-lar, sob a forma de plebiscito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 31, de 18/06/02)

§ 3º Nas sociedades de economia mista, em que possuir o controle acionário, o Estado fica obrigado a manter o poder de gestão, exercendo o direito de maioria de votos na assembléia geral, de eleger a maioria dos administradores da companhia, de dirigir as atividades sociais e de orientar o funcio-namento dos órgãos da companhia, sendo

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vedado qualquer tipo de acordo ou avença que implique em abdicar ou restringir seus direitos. (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 31, de 18/06/02)

§ 4º A alienação, transferência do controle acionário, cisão, incorporação, fusão ou ex-tinção da Companhia Estadual de Energia Elétrica – CEEE –, Companhia Rio-grandense de Mineração – CRM – e da Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul – SUL-GÁS – somente poderão ser realizadas após manifestação favorável da população ex-pressa em consulta plebiscitária. (Redação dada pela Emenda Constitucional no 71, de 23/02/16)

§ 5º A alienação ou transferência do contro-le acionário, bem como a extinção, fusão, incorporação ou cisão da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul – PROCERGS -, dependerá de manifestação favorável da população, sob forma de plebiscito. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 47, de 16/12/04)

§ 6º O disposto no § 4º não será aplicável relativamente à reestruturação societária da Companhia Estadual de Energia Elétri-ca – CEEE –, que venha a ser procedida para atender ao que estabelece a Lei Federal no 10.848, de 15 de março de 2004, no que se refere à necessidade de segregação das ativi-dades de distribuição de energia elétrica das demais atividades por ela exercidas, deven-do ser observado o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 12/09/06)

I – o Estado do Rio Grande do Sul deverá, obrigatoriamente, manter o controle acio-nário e o poder direto de gestão das em-presas resultantes da reestruturação que venha a ser procedida, conservando, no mí-nimo, 51% (cinqüenta e um por cento) do total do capital votante e 51% (cinqüenta e um por cento) do total do capital social, em cada uma das empresas, de forma direta na empresa controladora e através desta, nas controladas; (Incluído pela Emenda Consti-tucional nº 53, de 12/09/06)

II – fica vedada à delegação da gestão a pessoa jurídica em qualquer das empresas referidas no inciso anterior; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 12/09/06)

III – as empresas resultantes, sucessoras ou remanescentes da segregação das ati-vidades da CEEE ficarão sujeitas à consulta plebiscitária prevista no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 12/09/06)

Art. 23. Todas as pessoas têm direito, indepen-dentemente de pagamento de qualquer nature-za, à informação sobre o que consta a seu res-peito, a qualquer título, nos registros ou bancos de dados das entidades governamentais ou de caráter público.

§ 1º Os registros e bancos de dados não po-derão conter informações referentes a con-vicção política, filosófica ou religiosa.

§ 2º Qualquer pessoa poderá exigir, por via administrativa, em processo sigiloso ou não, a retificação ou a atualização das informa-ções a seu respeito e de seus dependentes.

Art. 24. Será publicado no Diário Oficial do Es-tado, em observância aos princípios estabeleci-dos no art. 19, além de outros atos, o seguinte: (Vide Lei nº 11.454/00)

I – as conclusões de todas as sindicâncias e auditorias instaladas em órgãos da adminis-tração direta e indireta;

II – mensalmente:

a) o resumo da folha de pagamento do pes-soal da administração direta e indireta e a contribuição do Estado para despesas com pessoal de cada uma das entidades da ad-ministração indireta, especificando-se as parcelas correspondentes a ativos, inativos e pensionistas, e os valores retidos a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e de contribuições previ-denciárias;

b) o balancete econômico-financeiro, refe-rente ao mês anterior, do órgão de previ-dência do Estado;

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III – anualmente, relatório pormenorizado das despesas mensais realizadas pelo Esta-do e pelas entidades da administração indi-reta na área de comunicação, especialmen-te em propaganda e publicidade;

IV – no primeiro dia útil dos meses de fe-vereiro e agosto, o quadro de pessoal dos órgãos e entidades da administração direta e indireta e das subsidiárias destas relativo ao último dia do semestre civil anterior, re-lacionando também o número de admitidos e excluídos no mesmo período, distribuídos por faixa de remuneração, e quadro de-monstrativo dos empregados contratados;

V – os contratos firmados pelo poder públi-co estadual nos casos e condições discipli-nados em lei. (Vide Lei Complementar nº 11.299/98)

Art. 25. As empresas sob controle do Estado e as fundações por ele instituídas terão, na res-pectiva diretoria, no mínimo, um representante dos empregados, eleito diretamente por estes.

§ 1º É garantida a estabilidade aos repre-sentantes mencionados neste artigo a partir do registro da candidatura até um ano após o término do mandato.

§ 2º É assegurada a eleição de, no mínimo, um delegado sindical em cada uma das enti-dades mencionadas no “caput”.

Art. 26. Os servidores públicos e empregados da administração direta e indireta, quando assumi-rem cargo eletivo público, não poderão ser de-mitidos no período do registro de sua candida-tura até um ano depois do término do mandato, nem ser transferidos do local de trabalho sem o seu consentimento.

Parágrafo único. Enquanto durar o manda-to, o órgão empregador recolherá mensal-mente as obrigações sociais e garantirá ao servidor ou empregado os serviços médicos e previdenciários dos quais era beneficiário antes de se eleger. (Vide Lei nº 10.208/94)

Art. 27. É assegurado:

I – aos sindicatos e associações dos servido-res da administração direta ou indireta:

a) participar das decisões de interesse da categoria;

b) descontar em folha de pagamento as mensalidades de seus associados e demais parcelas, a favor da entidade, desde que aprovadas em assembléia geral; c) eleger delegado sindical;

II – aos representantes das entidades men-cionadas no inciso anterior, nos casos pre-vistos em lei, o desempenho, com dispensa de suas atividades funcionais, de mandato em confederação, federação, sindicato e as-sociação de servidores públicos, sem qual-quer prejuízo para sua situação funcional ou remuneratória, exceto promoção por mere-cimento;

III – aos servidores públicos e empregados da administração indireta, estabilidade a partir do registro da candidatura até um ano após o término do mandato sindical, salvo demissão precedida de processo ad-ministrativo disciplinar ou judicial.

§ 1º Ao Estado e às entidades de sua admi-nistração indireta é vedado qualquer ato de discriminação sindical em relação a seus servidores e empregados, bem como influ-ência nas respectivas organizações.

§ 2º O órgão estadual encarregado da for-mulação da política salarial contará com a participação paritária de representantes dos servidores públicos e empregados da administração pública, na forma da lei.

Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Art. 29. São direitos dos servidores públicos ci-vis do Estado, além de outros previstos na Cons-tituição Federal, nesta Constituição e nas leis:

I – vencimento básico ou salário básico nunca inferior ao salário mínimo fixado pela União para os trabalhadores urbanos e rurais;

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II – irredutibilidade de vencimentos ou sa-lários;

III – décimo terceiro salário ou vencimen-to igual à remuneração integral ou no valor dos proventos de aposentadoria;

IV – remuneração do trabalho noturno su-perior à do diurno;

V – salário-família ou abono familiar para seus dependentes;

VI – duração do trabalho normal não supe-rior a oito horas diárias e quarenta sema-nais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada conforme o estabe-lecido em lei;

VII – repouso semanal remunerado, prefe-rencialmente aos domingos;

VIII – remuneração do serviço extraordiná-rio, superior, no mínimo em cinqüenta por cento, à do normal;

IX – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a remuneração normal, e pagamento ante-cipado;

X – licença à gestante, sem prejuízo do em-prego e da remuneração, com a duração de cento e vinte dias;

XI – licença-paternidade, nos termos fixa-dos em lei;

XII – redução dos riscos inerentes ao traba-lho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XIII – adicional de remuneração para as ati-vidades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XIV – proibição de diferenças de remunera-ção, de exercício de funções e de critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XV – auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor

em atividade para seu local de trabalho, nos termos da legislação federal.

Parágrafo único. O adicional de remune-ração de que trata o inciso XIII deverá ser calculado exclusivamente com base nas ca-racterísticas do trabalho e na área e grau de exposição ao risco, na forma da lei.

Art. 30. O regime jurídico dos servidores públi-cos civis do Estado, das autarquias e fundações públicas será único e estabelecido em estatu-to, através de lei complementar, observados os princípios e os as normas da Constituição Fede-ral e desta Constituição. (Vide Leis Complemen-tares nos 10.098/94 e 10.842/96)

Art. 31. Lei complementar estabelecerá os cri-térios objetivos de classificação dos cargos pú-blicos de todos os Poderes, de modo a garantir isonomia de vencimentos.

§ 1º Os planos de carreira preverão tam-bém:

I – as vantagens de caráter individual;

II – as vantagens relativas à natureza e ao local de trabalho;

III – os limites máximo e mínimo de remu-neração e a relação entre esses limites, sen-do aquele o valor estabelecido de acordo com o art. 37, XI, da Constituição Federal.

§ 2º As carreiras, em qualquer dos Poderes, serão organizadas de modo a favorecer o acesso generalizado aos cargos públicos.

§ 3º As promoções de grau a grau, nos car-gos organizados em carreiras, obedecerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, e a lei estabelecerá nor-mas que assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.

§ 4º A lei poderá criar cargo de provimento efetivo isolado quando o número, no res-pectivo quadro, não comportar a organiza-ção em carreira.

§ 5º Aos cargos isolados aplicar-se-á o dis-posto no “caput”.

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Art. 32. Os cargos em comissão, criados por lei em número e com remuneração certos e com atribuições definidas de direção, chefia ou as-sessoramento, são de livre nomeação e exone-ração, observados os requisitos gerais de pro-vimento em cargos estaduais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95) (Vide Lei Complementar nº 10.842/96) (Vide ADI nº 1521/STF)

§ 1º Os cargos em comissão não serão orga-nizados em carreira.

§ 2º A lei poderá estabelecer, a par dos ge-rais, requisitos específicos de escolaridade, habilitação profissional, saúde e outros para investidura em cargos em comissão.

Art. 33. Os vencimentos dos cargos do Poder Le-gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

§ 1º A remuneração dos servidores públi-cos do Estado e os subsídios dos membros de qualquer dos Poderes, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, dos Procura-dores, dos Defensores Públicos, dos deten-tores de mandato eletivo e dos Secretários de Estado, estabelecidos conforme o § 4º do art. 39 da Constituição Federal, somen-te poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, sendo assegurada através de lei de iniciativa do Poder Executivo a re-visão geral anual da remuneração de todos os agentes públicos, civis e militares, ativos, inativos e pensionistas, sempre na mesma data e sem distinção de índices. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 57, de 21/05/08) (Vide ADI-O nº 70020452413/TJ, DJE de 15/07/08)

§ 2º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao necessário para repor seu poder aquisitivo.

§ 3º As gratificações e adicionais por tempo de serviço serão assegurados a todos os ser-vidores estaduais e reger-se-ão por critérios uniformes quanto à incidência, ao número e às condições de aquisição, na forma da lei.

§ 4º A lei assegurará ao servidor que, por um qüinqüênio completo, não houver inter-rompido a prestação de serviço ao Estado e revelar assiduidade, licença-prêmio de três meses, que pode ser convertida em tem-po dobrado de serviço, para os efeitos nela previstos. (Vide Lei nº 9.075/90)

§ 5º Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer gratificação de equivalência superior à remuneração fi-xada para os cargos ou funções de confian-ça criados em lei.

§ 6º É vedada a participação dos servido-res públicos no produto da arrecadação de multas, inclusive da dívida ativa.

§ 7º Para fins do disposto no art. 37, § 12, da Constituição Federal, fica fixado como li-mite único, no âmbito de qualquer dos Po-deres, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, o subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justi-ça do Estado do Rio Grande do Sul, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais. (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 57, de 21/05/08)

Art. 34. Os servidores estaduais somente serão indicados para participar em cursos de especia-lização ou capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com custos para o Poder Público, quando houver correlação en-tre o conteúdo programático de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

Parágrafo único. Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de curso que não guarde correlação direta e imedia-ta com as atribuições do cargo exercido.

Art. 35. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das autar-quias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado. (Vide ADI nº 657/STF, DJ de 28/09/01)

Parágrafo único. O pagamento da gratifica-ção natalina, também denominada décimo

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terceiro salário, será efetuado até o dia 20 de dezembro. (Vide ADI nº 657/STF, DJ de 28/09/01)

Art. 36. As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para com os seus servidores ativos e inativos ou pensionis-tas não cumpridas até o último dia do mês da aquisição do direito deverão ser liquidadas com valores atualizados pelos índices aplicados para a revisão geral da remuneração dos servidores públicos do Estado.

Art. 37. O tempo de serviço público federal, es-tadual e municipal prestado à administração pú-blica direta e indireta, inclusive fundações públi-cas, será computado integralmente para fins de gratificações e adicionais por tempo de serviço, aposentadoria e disponibilidade.

Parágrafo único. O tempo em que o servi-dor houver exercido atividade em serviços transferidos para o Estado será computado como de serviço público estadual.

Art. 38. O servidor público será aposentado:

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos integrais quando decorrente de aci-dente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, es-pecificadas em lei, e proporcionais nos de-mais casos;

II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se ho-mem, e aos trinta, se mulher, com proven-tos integrais;

b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e cinco, se professora, com proventos inte-grais; (Vide Lei nº 9.841/93)

c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de ser-viço.

§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, alíneas a e c, no caso de exercício de atividades con-sideradas penosas, insalubres ou perigosas.

§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários.

§ 3º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remune-ração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, in-clusive quando decorrentes da transforma-ção ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

§ 5º As aposentadorias dos servidores pú-blicos estaduais, inclusive membros do Po-der Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado serão custea-dos com recursos provenientes do Tesouro do Estado e das contribuições dos servido-res, na forma da lei complementar. (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 9, de 12/07/95) (Vide Leis Complementares nos 13.757/11 e 13.758/11)

§ 6º As aposentadorias dos servidores das autarquias estaduais e das fundações pú-blicas serão custeados com recursos prove-nientes da instituição correspondente e das contribuições de seus servidores, na forma da lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 12/07/95)

§ 7º Na hipótese do parágrafo anterior, caso a entidade não possua fonte própria de re-ceita, ou esta seja insuficiente, os recursos necessários serão complementados pelo Tesouro do Estado, na forma da lei comple-mentar. (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 9, de 12/07/95)

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§ 8º Os recursos provenientes das contri-buições de que tratam os parágrafos ante-riores serão destinados exclusivamente a integralizar os proventos de aposentadoria, tendo o acompanhamento e a fiscalização dos servidores na sua aplicação, na forma da lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 12/07/95)

Art. 39. O professor ou professora que trabalhe no atendimento de excepcionais poderá, a pe-dido, após vinte e cinco anos ou vinte anos, res-pectivamente, de efetivo exercício em regência de classe, completar seu tempo de serviço em outras atividades pedagógicas no ensino públi-co estadual, as quais serão consideradas como de efetiva regência.

Parágrafo único. A gratificação concedida ao servidor público estadual designado ex-clusivamente para exercer atividades no atendimento a deficientes, superdotados ou talentosos será incorporada ao venci-mento após percebida por cinco anos con-secutivos ou dez intercalados.

Art. 40. Decorridos trinta dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da apo-sentadoria, o servidor público será considerado em licença especial, podendo afastar-se do ser-viço, salvo se antes tiver sido cientificado do in-deferimento do pedido.

Parágrafo único. No período da licença de que trata este artigo, o servidor terá direito à totalidade da remuneração, computando--se o tempo como de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

Art. 41. O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência à saúde para seus servidores e dependentes, mediante contribui-ção, na forma da lei previdenciária própria. (Re-dação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 21/05/97) (Vide Leis Complementares nos 12.134/04, 13.757/11 e 13.758/11)

§ 1º A direção do órgão ou entidade a que se refere o “caput” será composta paritaria-mente por representantes dos segurados e do Estado, na forma da lei a que se refere

este artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 21/05/97)

§ 2º Os recursos devidos ao órgão ou enti-dade de previdência deverão ser repassa-dos: (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 16, de 21/05/97)

I – no mesmo dia e mês do pagamento, de forma automática, quando se tratar da con-tribuição dos servidores, descontada em folha de pagamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 21/05/97)

II – até o dia quinze do mês seguinte ao de competência, quando se tratar de parcela devida pelo Estado e pelas entidades conve-niadas. (Redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 16, de 21/05/97)

§ 3º O benefício da pensão por morte cor-responderá a totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei previdenciária própria, observadas as disposições do pa-rágrafo 3.o do artigo 38 desta Constituição e do inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 16, de 21/05/97) (Vide Lei nº 9.127/90) (Vide ADI nº 1630/STF, DJ de 30/05/03)

§ 4º O valor da pensão por morte será rate-ado, na forma de lei previdenciária própria, entre os dependentes do servidor falecido, extinguindo-se a cota individual de pensão com a perda da qualidade de pensionista. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 21/05/97) (Vide ADI nº 1630/STF, DJ de 30/05/03)

§ 5º O órgão ou entidade a que se refere o “caput” não poderá retardar o início do pa-gamento de benefícios por mais de quaren-ta dias após o protocolo de requerimento, comprovada a evidência do fato gerador.

§ 6º O benefício da pensão por morte de segurado do Estado não será retirado de seu cônjuge ou companheiro em função de nova união ou casamento destes, vedada

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a acumulação de percepção do benefício, mas facultada a opção pela pensão mais conveniente, no caso de ter direito a mais de uma. (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 16, de 21/05/97)

Art. 42. Ao servidor público, quando adotante, ficam estendidos os direitos que assistem ao pai e à mãe naturais, na forma a ser regulada por lei.

Art. 43. É assegurado aos servidores da admi-nistração direta e indireta o atendimento gratui-to de seus filhos e dependentes de zero a seis anos em creches e pré-escolas, na forma da lei.

Art. 44. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que realizem qual-quer modalidade de contrato com o Estado, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 45. O servidor público processado, civil ou criminalmente, em razão de ato praticado no exercício regular de suas funções terá direito a assistência judiciária pelo Estado. (Vide ADI nº 3022/STF, DJ de 04/03/05)

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Módulo 4

LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 10.098/94

TÍTULO IV

Do Regime Disciplinar

CAPÍTULO IDOS DEVERES DO SERVIDOR

Art. 177. São deveres do servidor:

I – ser assíduo e pontual ao serviço;

II – tratar com urbanidade as partes, aten-dendo-as sem preferências pessoais;

III – desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições;

IV – ser leal às instituições a que servir;

V – observar as normas legais e regulamen-tares;

VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

VII – manter conduta compatível com a mo-ralidade administrativa;

VIII – atender com presteza:

a) o público em geral, prestando as informa-ções requeridas que estiverem a seu alcan-ce, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para defesa da Fazenda Pú-blica;

IX – representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo;

X – zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimô-nio público;

XI – observar as normas de segurança e me-dicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de pro-teção individual (EPI) que lhe forem confia-dos;

XII – providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de fa-mília;

XIII – manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho;

XIV – representar contra ilegalidade, omis-são ou abuso de poder.

§ 1º A representação de que trata o inciso XIV será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

§ 2º Será considerado como co-autor o su-perior hierárquico que, recebendo denún-cia ou representação a respeito de irregula-ridades no serviço ou de falta cometida por servidor, seu subordinado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração.

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CAPÍTULO II DAS PROIBIÇÕES

Art. 178. Ao servidor é proibido:

I – referir-se, de modo depreciativo, em in-formação, parecer ou despacho, às auto-ridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho as-sinado, criticá-los do ponto de vista doutri-nário ou da organização do serviço;

II – retirar, modificar ou substituir, sem pré-via permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição;

III – ausentar-se do serviço durante o ex-pediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

IV – ingerir bebidas alcoólicas durante o ho-rário de trabalho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço;

V – atender pessoas na repartição para tra-tar de interesses particulares, em prejuízo de suas atividades;

VI – participar de atos de sabotagem contra o serviço público;

VII – entregar-se a atividades político-parti-dárias nas horas e locais de trabalho;

VIII – opor resistência injustificada ao anda-mento de documento e processo ou execu-ção de serviço;

IX – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

X – exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das defi-nidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encar-gos de chefia e as comissões legais;

XI – celebrar contrato de natureza comer-cial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem;

XII – participar de gerência ou administra-ção de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão;

XIII – exercer, mesmo fora do horário de ex-pediente, emprego ou função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em ma-téria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado;

XIV – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267;

XV – cometer, a pessoas estranhas à repar-tição, fora dos casos previstos em lei, o de-sempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados;

XVI – coagir ou aliciar subordinados no sen-tido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-parti-dários;

XVII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas;

XVIII – praticar usura, sob qualquer das suas formas;

XIX – aceitar representação, comissão, em-prego ou pensão de país estrangeiro;

XX – valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detri-mento da dignidade do serviço público;

XXI – atuar, como procurador, ou intermedi-ário junto a repartição pública, salvo quan-do se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge;

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XXII – receber propinas, comissões, presen-tes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XXIII – valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indireta-mente, qualquer proveito;

XXIV – ceder de forma desidiosa;

XXV – exercer quaisquer atividades que se-jam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.

§ 1º Não está compreendida na proibição dos incisos XII e XIII deste artigo a participa-ção do servidor na presidência de associa-ção, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.

§ 2º Na hipótese de violação do disposto no inciso IV, por comprovado motivo de depen-dência, o servidor deverá, obrigatoriamen-te, ser encaminhado a tratamento médico especializado.

CAPÍTULO IVDAS RESPONSABILIDADES

Art. 183. Pelo exercício irregular de suas atribui-ções, o servidor responde civil, penal e adminis-trativamente.

Art. 184. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.

§ 1º A indenização de prejuízo causado ao erário somente será liquidada na forma pre-vista no artigo 82, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a tercei-ros, responderá o servidor perante a Fazen-da Pública, em ação regressiva.

§ 3º A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servi-dor nesta qualidade.

Art. 185. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 186. As sanções civis, penais e administrati-vas poderão acumular-se, sendo umas e outras

independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administrativa.

CAPÍTULO V DAS PENALIDADES

Art. 187. São penas disciplinares: (Vide Lei Com-plementar nº 11.487/00)

I – repreensão;

II – suspensão; (Redação dada pela Lei Com-plementar nº 11.928/03)

III – demissão;

IV – cassação de disponibilidade;

V – cassação de aposentadoria;

VI – multa; (Incluído pela Lei Complementar nº 11.928/03)

VII – destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Inclu-ído pela Lei Complementar nº 14.821/15)

§ 1º Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravida-de da infração e os danos delas resultantes para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os anteceden-tes funcionais.

§ 2º Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza e reduzida gravidade, não demande aplicação das penas previstas neste artigo, será o servidor advertido parti-cular e verbalmente.

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§ 3º A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de opor-tunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional. (Incluído pela Lei Complementar nº 14.821/15)

Art. 188. A repreensão será aplicada por escrito, na falta do cumprimento do dever funcional ou quando ocorrer procedimento público inconve-niente.

Art. 189. A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias, implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:

I – na violação das proibições consignadas nesta lei;

II – nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão;

III – quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;

IV – como gradação de penalidade mais gra-ve, tendo em vista circunstância atenuante;

V – que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou receber a retribuição correspondente a tra-balho não realizado;

VI – que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário; VII – responsável pelo retardamento em proces-so sumário;

VIII – que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo dis-ciplinar;

IX – que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determi-nada pela autoridade competente, cessan-do os efeitos da penalidade uma vez cum-prida a determinação.

§ 1º A suspensão não será aplicada enquan-to o servidor estiver afastado por motivo de gozo de férias regulamentares ou em licen-ça por qualquer dos motivos previstos no artigo 128.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% (cin-qüenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

§ 3º Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão alterados, mesmo que ao servidor seja assegurado afastamento legal remunerado durante o respectivo período.

§ 4º A multa não acarretará prejuízo na con-tagem do tempo de serviço, exceto para fins de concessão de avanços, gratificações adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) e licença-prêmio.

Art. 190. Os registros funcionais de advertência, repreensão, suspensão e multa serão automati-camente cancelados após 10 (dez) anos, desde que, neste período, o servidor não tenha prati-cado nenhuma nova infração.

Parágrafo único. O cancelamento do regis-tro, na forma deste artigo, não gerará ne-nhum direito para fins de concessão ou re-visão de vantagens.

Art. 191. O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de: (Vide Lei Comple-mentar nº 10.981/97)

I – ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilida-de de readaptação;

II – indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;

III – ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima de-fesa própria ou de terceiros;

IV – abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta) faltas consecutivas;

V – ausências excessivas ao serviço em nú-mero superior a 60 (sessenta) dias, interca-lados, durante um ano;

VI – improbidade administrativa;

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VII – transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, consi-derada a sua gravidade, efeito ou reincidên-cia;

VIII – falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;

IX – incontinência pública e conduta escan-dalosa na repartição;

X – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XI – aplicação irregular de dinheiro público;

XII – reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;

XIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;

XIV – revelação de segredo, do qual se apro-priou em razão do cargo, ou de fato ou in-formação de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar;

XV – corrupção passiva nos termos da lei penal;

XVI – exercer advocacia administrativa;

XVII – prática de outros crimes contra a ad-ministração pública.

Parágrafo único. A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, in-correr na perda da função pública na forma da lei penal.

Art. 192. O ato que demitir o servidor mencio-nará sempre o dispositivo legal em que se fun-damentar.

Art. 193. Atendendo à gravidade da falta, a de-missão poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”, a qual constará sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a XIV do artigo 191.

Art. 194. Uma vez submetido a inquérito admi-nistrativo, o servidor só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado voluntariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido reconhecida sua inocência.

Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo o servidor estável processado por abandono de cargo ou por ausências ex-cessivas ao serviço.

Art. 195. Será cassada a aposentadoria ou a dis-ponibilidade do servidor que:

I – houver praticado, na atividade, falta pu-nível com a pena de demissão;

II – infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158;

III – incorrer na hipótese do artigo 53.

Parágrafo único. Consideradas as circunstân-cias previstas no § 1º do artigo 187, a pena de cassação de aposentadoria poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin-qüenta por cento) por dia de provento, até o máximo de 90 (noventa) dias-multa. (Incluí-do pela Lei Complementar nº 11.928/03)

Art. 196. Para a aplicação das penas disciplina-res são competentes:

I – o Governador do Estado em qualquer caso;

II – os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e de fundações de direito pú-blico e os titulares de órgãos diretamente subordinados ao Governador, até a de sus-pensão e multa limitada ao máximo de 30 (trinta) dias;

III – os titulares de órgãos diretamente su-bordinados aos Secretários de Estado, diri-gentes de autarquias e de fundações de di-reito público até suspensão por 10 (dez) dias;

IV – os titulares de órgãos em nível de su-pervisão e coordenação, até suspensão por 5 (cinco) dias;

V – as demais chefias, em caso de repreensão.

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REGIME DISCIPLINAR

1. O art. 177 elenca quais são os deveres do servidor.

São deveres do servidor:

I – ser assíduo e pontual ao serviço;

II – tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem preferências pessoais;

III – desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições;

IV – ser leal às instituições a que servir;

V – observar as normas legais e regulamentares.

VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

VII – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

VIII – atender com presteza:d) o público em geral, prestando as informações requeridas que estiverem a seu alcance, ressalvadas as protegidas por sigilo;e) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;f) às requisições para defesa da Fazenda Pública;

IX – representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo;

X – zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimônio público;

XI – observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe forem confiados;

XII – providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de família;

XIII – manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho

XIV – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder

2. O art. 178 traz a lista das proibições ao servidor.

Ao servidor é proibido:

I – referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às autoridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço;

II – retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição;

III – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

IV – ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço; (Obs.: se comprovado que a violação se deu por motivo de dependência, o servidor deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a tratamento médico especializado).

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V – atender pessoas na repartição para tratar de interesses particulares, em prejuízo de suas atividades;

VI – participar de atos de sabotagem contra o serviço público;

VII – entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e locais de trabalho;

VIII – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

IX – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

X – exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das definidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e as comissões legais

XI – celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem;

XII – participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão; (Obs.: exceto a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.)

XIII – exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego ou função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em matéria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado; (Obs.: exceto a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.)

XIV – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267;

XV – cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados;

XVI – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-partidários;

XVII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas;

XVIII – praticar usura, sob qualquer das suas formas;

XIX – aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de país estrangeiro;

XX – valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público

XXI – atuar, como procurador, ou intermediário junto a repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge

XXII – receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições

XXIII – valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito

XXIV – ceder de forma desidiosa

XXV – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho

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3. Das Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servido responde civil, penal e administrativa-mente.

Responsabilidade civil – decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiro. Se o servidor causar danos a terceiros, responderá perante a Fazenda Pública mediante ação regressiva (ex.: se o servidor que exerce função de motorista, por imprudência, bate o veículo em um muro de um terceiro, este certamente vai entrar com ação contra o Poder Público, que terá o dever de indenizar; porém, a Fazenda Pública poderá buscar ressarcimento do servidor que culposamente causou o dano). A responsabilidade civil estende-se aos sucessores, até o limite do valor da herança recebida.

Responsabilidade penal (criminal) – abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Responsabilidade administrativa – a responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omis-sivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Independência das instâncias – Regra: as sanções civis, penais e administrativas poderão cumu-lar-se, sendo independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administrativa.

4. Penalidades

São penalidades disciplinares:

I – repreensão;

II – suspensão;

III – demissão;

IV – cassação de aposentadoria;

V – cassação de disponibilidade;

V – multa;

VI – destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.

Obs.: advertência não é considerada penalidade, mas ficará registrada.

Ao aplicar as penalidades, serão consideradas:

a) a natureza e a gravidade da infração cometida,

b) os danos delas resultantes para o serviço público,

c) as circunstâncias agravantes ou atenuantes,

d) os antecedentes funcionais.

O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

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A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional.

A ação disciplinar prescreverá:

I – em 12 meses, a de repreensão;

II – em 24 meses, meses, as de suspensão, de multa, de demissão por abandono de cargo e por ausências sucessivas ao serviço;

III – em 5 anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.

O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido, por supe-rior hierárquico.

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Penalidade Detalhes Prescrição

Repreensão

Aplicada por escrito;

Hipóteses:

I – falta do cumprimento do dever funcional; ou

II – quando ocorrer procedimento público inconveniente.

Deve ter o registro cancelado em 10 anos.

12 meses

Suspensão

A suspensão implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:

I – na violação das proibições consignadas nesta lei;II – nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão;III – quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;IV – como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstância atenuante;V – que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou receber a retribuição corres-pondente a trabalho não realizado;VI – que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;VII – responsável pelo retardamento em processo sumário;VIII – que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo disciplinar;IX – que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade compe-tente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumpri-da a determinação.Não pode exceder 90 dias.Quando houver conveniência para o serviço, pode ser convertida em multa de 50% por dia de remuneração, obrigando o servidor a permanecer no serviço.Deve ter o registro cancelado em 10 anos.

24 meses

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Demissão

O servidor será punido com pena de demissão nas hipó-teses de:I – ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilidade de readaptação;II – indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;III – ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima defesa própria ou de terceiros;IV – abandono de cargo em decorrência de mais de 30 faltas consecutivas;V – ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 dias, intercalados, durante um ano;VI – improbidade administrativa;VII – transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, considerada a sua gravidade, efeito ou reincidência;VIII – falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;IX – incontinência pública e conduta escandalosa na re-partição;X – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;XI – aplicação irregular de dinheiro público;XII – reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;XIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-nio estadual;

XIV – revelação de segredo, do qual se apropriou em ra-zão do cargo, ou de fato ou informação de natureza sigi-losa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou adminis-trativo-disciplinar;

XV – corrupção passiva nos termos da lei penal;

XVI – exercer advocacia administrativa;

XVII – prática de outros crimes contra a administração pú-blica.

A demissão será aplicada, também, ao servidor que, con-denado por decisão judicial transitada em julgado, incor-rer na perda da função pública na forma da lei penal

5 anos(exceto incisos

IV e V, que prescrevem em

24 meses)

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Cassação de aposentadoria

ou disponibilidade

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do ser-vidor que:

I – houver praticado, na atividade, falta punível com a pena de demissão;

II – infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158 (Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das moléstias tipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício de outra atividade pública remunerada, sob pena de cassação de sua aposentadoria);

III – incorrer na hipótese do artigo 53 (Salvo doença com-provada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servi-dor não entrar em exercício no prazo de 30 dias).

5 anos

Multa

Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

24 meses

Destituição de cargo em comis-são ou de função

gratificada ou equivalente

A destituição de cargo em comissão ou de função gratifi-cada, por critérios de oportunidade e conveniência, inde-pende da apuração de falta funcional

5 anos