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Direito Administrativo e Estatuto dos Servidores Profª Tatiana Marcello

Direito Administrativo e Estatuto dos Servidores Profª Tatiana … · 2017-01-25 · DIREITO ADMINISTRATIVO: Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriqueci-mento

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Direito Administrativo e Estatuto dos Servidores

Profª Tatiana Marcello

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Direito Administrativo e Estatuto dos Servidores

Professora Tatiana Marcello

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Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO: Sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriqueci-mento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública di-reta, indireta ou fundacional.

ESTATUTO DOS SERVIDORES: Estatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul.

DIREITO CONSTITUCIONAL: Constituição Federal de 1988. (Artigos 37 ao 43, CF). Constituição do Estado do Rio Grande do Sul, texto constitucional de 3 de outubro de 1989. (Artigos 19 ao 48)

BANCA: Fundação La Salle

CARGO: Agente Penitenciário e Agente Penitenciário Administrativo

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Direito Administrativo e Estatuto dos Servidores

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE AGENTES PÚBLICOS

1. Conceitos introdutórios

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não, com ou sem remuneração.

Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público enquanto as exercita.

Portanto, servidor público será uma das espécies de agente público, como será visto a seguir.

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2. Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

Agentes Públicos

Agentes PolíticosAgentes Administrativos(Servidores Estatais ou Servidores Públicos em

sentido amplo)

Servidores Públicos

(Estatuários)

cargo público

Empregados Públicos

(Celetistas)

emprego público

Servidores Temporários

(Contrato prazo determinado)

função pública

Particulares em colaboração

(Agentes honoríficos)

Agentes Militares(Estatuto/Lei

Específica)

Os agentes públicos podem ser classificados em:

a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da Re-pública, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parlamentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado...

b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido amplo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza profis-sional e remunerada. Dividem-se em:

• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regime estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.

• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime celetista – CLT)

• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem em-prego público, exercendo função pública remunerada e temporária).

Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo” abran-ge essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores tem-porários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor Estatutário. Vejamos o esquema:

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c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso Antô-nio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:

• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o ser-viço militar);

• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incên-dio e presta socorro);

• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é con-tratado para fazer um parecer);

• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permis-sionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);

• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares) – Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

3. Cargo, Emprego e Função Pública

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Cargo Público

Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submeti-dos ao regime estatutário.

A Lei nº 10.098/1994 define: “Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.”

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis uni-dades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei”.

Emprego Público

Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao regi-me celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar empregos públicos, de natureza essencialmente contra-tual.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista”.

Função Pública

De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e as exer-cidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”

Não há concurso público para preenchimento de função pública.

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

(...)

CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preen-cham os requisitos estabelecidos em lei, as-sim como aos estrangeiros, na forma da lei;

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com-plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-

vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir car-go ou emprego, na carreira;

V – as funções de confiança, exercidas ex-clusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de car-reira nos casos, condições e percentuais mí-nimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assesso-ramento;

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei espe-cífica;

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas por-tadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX – a lei estabelecerá os casos de contrata-ção por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional in-teresse público;

X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

XI – a remuneração e o subsídio dos ocu-pantes de cargos, funções e empregos pú-blicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumu-lativamente ou não, incluídas as vantagens

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pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Mu-nicípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Execu-tivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribu-nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub-sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procu-radores e aos Defensores Públicos;

XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não po-derão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do ser-viço público;

XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

XV – o subsídio e os vencimentos dos ocu-pantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e so-ciedades controladas, direta ou indireta-mente, pelo poder público;

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áre-as de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das en-tidades mencionadas no inciso anterior, as-sim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegu-re igualdade de condições a todos os con-correntes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as con-dições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indis-pensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão re-cursos prioritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, in-clusive com o compartilhamento de cadas-

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tros e de informações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-mativo ou de orientação social, dela não po-dendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-toridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos in-cisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos ter-mos da lei.

§ 3º A lei disciplinará as formas de partici-pação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II – o acesso dos usuários a registros admi-nistrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração públi-ca.

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políti-cos, a perda da função pública, a indisponi-bilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-rio, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de pres-crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem pre-juízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de servi-ços públicos responderão pelos danos que

seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou empre-go da administração direta e indireta que possibilite o acesso a informações privile-giadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da ad-ministração direta e indireta poderá ser am-pliada mediante contrato, a ser firmado en-tre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, ca-bendo à lei dispor sobre:

I – o prazo de duração do contrato;

II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e respon-sabilidade dos dirigentes;

III – a remuneração do pessoal."

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de eco-nomia mista, e suas subsidiárias, que rece-berem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pa-gamento de despesas de pessoal ou de cus-teio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune-ração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de li-vre nomeação e exoneração.

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Esta-

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dos e ao Distrito Federal fixar, em seu âm-bito, mediante emenda às respectivas Cons-tituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se apli-cando o disposto neste parágrafo aos sub-sídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-sições:

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sen-do-lhe facultado optar pela sua remunera-ção;

III – investido no mandato de Vereador, ha-vendo compatibilidade de horários, perce-berá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibili-dade, será aplicada a norma do inciso ante-rior;

IV – em qualquer caso que exija o afasta-mento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para to-dos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estives-se.

Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, inte-grado por servidores designados pelos respecti-vos Poderes.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remu-neratório observará:

I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;

II – os requisitos para a investidura;

III – as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Fede-ral manterão escolas de governo para a for-mação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebra-ção de convênios ou contratos entre os en-tes federados.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requi-sitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acrésci-mo de qualquer gratificação, adicional, abo-no, prêmio, verba de representação ou ou-tra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

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§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabele-cer a relação entre a maior e a menor re-muneração dos servidores públicos, obede-cido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju-diciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distri-to Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários pro-venientes da economia com despesas cor-rentes em cada órgão, autarquia e funda-ção, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, moderni-zação, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe-tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdên-cia de caráter contributivo e solidário, median-te contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo se-rão aposentados, calculados os seus pro-ventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos proporcionais ao tempo de contri-buição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença

grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II – compulsoriamente, com proventos pro-porcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se-tenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-cício no serviço público e cinco anos no car-go efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cin-co anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-mem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respec-tivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refe-rência para a concessão da pensão.

§ 3º Para o cálculo dos proventos de apo-sentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utili-zadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e cri-térios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I – portadores de deficiência;

II – que exerçam atividades de risco;

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III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saú-de ou a integridade física.

§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decor-rentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo.

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do bene-fício de pensão por morte, que será igual:

I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo esta-belecido para os benefícios do regime ge-ral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par-cela excedente a este limite, caso aposenta-do à data do óbito; ou

II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabe-lecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos be-nefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme crité-rios estabelecidos em lei.

§ 9º O tempo de contribuição federal, esta-dual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor-respondente para efeito de disponibilidade.

§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribui-ção fictício.

§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumula-ção de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contri-buição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remune-ração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regi-me de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.

§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamen-te, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previ-dência social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedi-das pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os bene-fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

§ 15. O regime de previdência complemen-tar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executi-vo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência com-plementar, de natureza pública, que ofere-cerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.

§ 16. Somente mediante sua prévia e ex-pressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15

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poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do corres-pondente regime de previdência comple-mentar.

§ 17. Todos os valores de remuneração con-siderados para o cálculo do benefício pre-visto no § 3º serão devidamente atualiza-dos, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven-tos de aposentadorias e pensões concedi-das pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-cia social de que trata o art. 201, com per-centual igual ao estabelecido para os servi-dores titulares de cargos efetivos.

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para apo-sentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em ativi-dade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efeti-vos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, res-salvado o disposto no art. 142, § 3º, X.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo es-tabelecido para os benefícios do regime ge-

ral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiá-rio, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso pú-blico.

§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I – em virtude de sentença judicial transita-da em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a de-missão do servidor estável, será ele reinte-grado, e o eventual ocupante da vaga, se es-tável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com re-muneração proporcional ao tempo de ser-viço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des-necessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-cional ao tempo de serviço, até seu adequa-do aproveitamento em outro cargo.

§ 4º Como condição para a aquisição da es-tabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

(...)

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Considerações sobre as Disposições da Constituição Federal

1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-ralidade, publicidade e eficiência...

Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princí-pios aplicáveis.

Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Publicidade

Eficiência

1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atu-ação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina.

Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o admi-nistrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.

Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador pú-blico não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

1.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.

Esse princípio é visto sob dois aspectos:

a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente, deter-minados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser consi-derado nulo por desvio de finalidade;

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b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela administra-ção para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador.

Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exi-gência de licitações públicas para contratações pela administração.

1.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

1.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Esse princípio é tratado sob dois prismas:

a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;

b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

1.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melho-rando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato.

Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

2. Cargos, empregos e funções públicas

São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei).

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3. Exigência de concurso público

A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

4. Prazo de validade do concurso

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual período; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá ser prorrogado por mais 1 ano apenas.

5. Prioridade de nomeação

Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. (Obs.: Lei 10.098/04, art. 14, parágrafo único Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo). A regra do Estatuto é mais restritiva, mas não é considerada inconstitucional.

6. Direito à livre associação sindical

É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas ao servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

7. Direito de greve

O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém, ainda não regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89). Vedado aos militares fazerem greve (art. 142, § 3º, IV, CF).

8. Reserva de percentual aos portadores de deficiência

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

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9. Fixação e revisão geral da remuneração

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

10. Teto remuneratório

Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito; II – nos Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.

Teto Absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF

Subteto

Agentes Públicos Âmbito Não pode ganhar mais do que

Municipais Geral Prefeito

Estaduais e Distritais

Poder Executivo Governador

Poder Legislativo Deputados Estaduais ou Distritais

Poder Judiciário Desembargadores do TJ

11. Paridade de vencimentos

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

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Executivo$$$

Legislativo Judiciário

12. Mandato eletivo

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de manda-to eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determi-nados como se no exercício estivesse.

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Mandato eletivo

• Ao servidor da administração direta, autárquica e fundacional, investido em mandatoeletivo, aplicam-se as seguintes disposições:mandato federal, estadual ou distrital

ficará afastado do cargo, recebendo $ do mandato.

mandato de Prefeito será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela remuneração do cargo ou a do mandato;

mandato de vereador: havendo compatibilidade de horários, perceberá a remuneração do cargo + a do mandato (acumulará);

não havendo compatibilidade de horários, será afastado e poderá optar pela remuneração do cargo ou a do mandato (regra do Prefeito).

13. Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irre-dutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

14. Acumulação de cargos públicos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções, abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários, ob-servado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regula-mentadas.

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15. Acumulação de proventos com remuneração

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

16. Atos de Improbidade Administrativa

Os atos de improbidade administrativa importarão:

a) a suspensão dos direitos políticos,

b) a perda da função pública,

c) a indisponibilidade dos bens,

d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,

e) sem prejuízo da ação penal cabível.

17. Responsabilidade por danos

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem respon-de pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

18. Obrigatoriedade de regime jurídico único

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o regime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais.

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19. Estabilidade

São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:

a) aprovação em concurso público;

b) nomeação para cargo público efetivo;

c) 3 anos de efetivo exercício;

d) avaliação especial de desempenho.

A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo:

I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limite de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências: a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança; b) exoneração dos servidores não estáveis; c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

20. Reintegração

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

21. Disponibilidade

Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (Obs.: de acordo com o Estatuto do RS, o servidor posto em disponibilidade receberá provento igual ao vencimento do cargo, acrescido de vantagens permanentes).

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22. Aposentadoria

Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para a aposentadoria.

Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT.

Os servidores abrangidos pelo Regime Próprio de Previdência Social (os servidores de cargos efetivos) serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar;

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição, se mulher;

b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

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Questões

1. (FCC – 2015 – ANALISTA) Os princípios cons-titucionais expressos da Administração pú-blica relacionados no art. 37 da Constitui-ção Federal dizem respeito a:

a) legalidade, irreversibilidade, moralida-de, publicidade e executoriedade.

b) legitimidade, imperatividade, modicida-de, pluralidade e efetividade.

c) autoaplicabilidade, imperatividade, mo-ralidade, pluralidade e eficácia.

d) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.

e) legitimidade, legalidade, modicidade, pluralidade e executoriedade.

2. (CESPE – 2015 – TECNICO – TRE-GO) No que se refere ao regime jurídico-administrativo brasileiro e aos princípios regentes da admi-nistração pública, julgue os próximos itens. O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma explícita.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (CESPE – 2015 – AUDITOR-TCU) No que se refere a ato administrativo, agente público e princípios da administração pública, julgue os próximos itens. O princípio da eficiência, considerado um dos princípios inerentes à administração pública, não consta expressa-mente na CF.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (VUNESP – 2014 – SUPERIOR) O padrão que define que a conduta ética dos servidores públicos não pode ir de encontro ao padrão ético mais geral da sociedade, segundo a Constituição Federal, é o princípio da Admi-nistração Pública denominado

a) subsidiariedade.

b) impessoalidade.

c) moralidade.

d) publicidade.

e) eficiência.

5. (CESPE – 2015 – ANALISTA – TRE-GO) Acer-ca da administração pública, da organização dos poderes e da organização do Estado, jul-gue os itens que se seguem. Caso preencha os requisitos de idade e contribuição, o indi-víduo que trabalhe por vários anos em de-terminado Tribunal Regional Eleitoral ocu-pando, exclusivamente, cargo em comissão terá direito à aposentadoria estatutária se decidir se aposentar voluntariamente.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (CESPE – 2015 – TECNICO – TRE-GO) A res-peito dos Poderes Legislativo e Executivo e do regime constitucional da administração pública, julgue os itens a seguir. Considere que Afonso seja servidor do Tribunal Regio-nal Eleitoral do Estado de Goiás e tenha sido eleito como deputado estadual. Nessa situ-ação, se houver compatibilidade de horário entre suas atividades no tribunal e sua atua-ção como deputado, Afonso pode acumular os dois cargos e receber as vantagens e as remunerações a eles referentes.

( ) Certo   ( ) Errado

7. (CESPE – 2015 – TECNICO) Com relação aos servidores públicos, julgue os próximos itens, de acordo com a Constituição Federal de 1988. O servidor público da administra-ção direta que for investido no mandato de

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vereador deverá optar entre a remuneração da vereança e a de seu cargo público.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (CESPE – 2015 – TÉCNICO) No que se refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens. A vedação ao acúmulo re-munerado de cargos, empregos ou funções públicas não se estende aos empregados das sociedades de economia mista.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (CESPE – 2015 – TÉCNICO – Fundação Uni-versidade de Brasília) No que se refere aos princípios e conceitos da administração pú-blica e aos servidores públicos, julgue os próximos itens. O prazo de validade de con-curso público é de até dois anos, podendo ele ser prorrogado enquanto houver candi-datos aprovados no cadastro de reserva.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (CESGRANRIO – 2014 – TÉCNICO) Um dos grandes temas tratados na Constituição Federal é o do acesso facilitado aos cargos públicos. Dentre as inovações constantes da Constituição Federal em vigor, encontra-se a possibilidade de a lei estabelecer percen-tual dos cargos e empregos públicos para as pessoas

a) menores de dezoito anosb) estrangeiras em situação de riscoc) consideradas de menor rendimento eco-

nômicod) portadoras de deficiênciae) moradoras em locais considerados peri-

gosos

11. (CESPE – 2015 – ANALISTA – Controladoria Geral do Estado – PI) No que se refere às disposições gerais relacionadas aos servi-dores públicos, julgue os itens a seguir. De acordo com a CF, os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtu-de de concurso público adquirem a estabili-dade após dois anos de efetivo exercício.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (CESPE – 2015 – ANALISTA) No que se re-fere à administração pública, aos direitos políticos e às comissões parlamentares de inquérito (CPIs), julgue os itens que se se-guem. Os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de con-curso público são estáveis após dois anos de efetivo exercício.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Errado 4. C 5. Errado 6. Errado 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. D 11. Errado  12. Errado

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL DO RS

CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Texto constitucional de 3 de outubro de 1989 com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais de nº 1, de 1991, a 72, de 2016.

(...)

CAPÍTULO IVDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 19. A administração pública direta e indire-ta de qualquer dos Poderes do Estado e dos mu-nicípios, visando à promoção do bem público e à prestação de serviços à comunidade e aos in-divíduos que a compõe, observará os princípios da legalidade, da moralidade, da impessoalida-de, da publicidade, da legitimidade, da partici-pação, da razoabilidade, da economicidade, da motivação e o seguinte:

I – os cargos e funções públicos, criados por lei em número e com atribuições e remune-ração certos, são acessíveis a todos os bra-sileiros que preencham os requisitos legais;

II – a lei especificará os cargos e funções cujos ocupantes, ao assumi-los e ao deixá--los, devem declarar os bens que compõem seu patrimônio, podendo estender esta exi-gência aos detentores de funções diretivas e empregos na administração indireta;

III – a administração pública será organizada de modo a aproximar os serviços disponí-veis de seus beneficiários ou destinatários;

IV – a lei estabelecerá os casos de contra-tação de pessoal por tempo determinado, para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público;

V – a lei reservará percentual de cargos e empregos públicos para as pessoas porta-doras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

(...)

Art. 20. A investidura em cargo ou emprego pú-blico assim como a admissão de empregados na administração indireta e empresas subsidiárias dependerão de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, ressal-vadas as nomeações para cargos de provimento em comissão, declarados em lei de livre nomea-ção e exoneração.

§ 1º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo.

§ 2º Os pontos correspondentes aos títulos não poderão somar mais de vinte e cinco por cento do total dos pontos do concurso.

§ 3º A não-observância do disposto neste artigo acarretará a nulidade do ato e a puni-ção da autoridade responsável.

§ 4º Os cargos em comissão destinam-se à transmissão das diretrizes políticas para a execução administrativa e ao assessora-mento.

§ 5º Os cargos em comissão não podem ser ocupados por cônjuges ou companheiros e parentes, consangüíneos, afins ou por ado-ção, até o segundo grau:

I – do Governador, do Vice-Governador, do Procurador-Geral do Estado, do Defensor Público-Geral do Estado e dos Secretários de Estado, ou titulares de cargos que lhes sejam equiparados, no âmbito da adminis-tração direta do Poder Executivo;

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II – dos Desembargadores e Juízes de 2º grau, no âmbito do Poder Judiciário;

III – dos Deputados Estaduais, no âmbito da Assembléia Legislativa;

IV – dos Procuradores de Justiça, no âmbito da Procuradoria-Geral de Justiça;

V – dos Conselheiros e Auditores Substitu-tos de Conselheiros, no âmbito do Tribunal de Contas do Estado;

VI – dos Presidentes, Diretores-Gerais, ou titulares de cargos equivalentes, e dos Vice--Presidentes, ou equivalentes, no âmbito da respectiva autarquia, fundação instituída ou mantida pelo Poder Público, empresa públi-ca ou sociedade de economia mista.

Art. 21. Integram a administração indireta as autarquias, sociedades de economia mista, em-presas públicas e fundações instituídas ou man-tidas pelo Estado.

§ 1º Às empresas públicas aplicam-se as normas pertinentes às sociedades de eco-nomia mista.

§ 2º As fundações públicas ou de direito pú-blico instituídas pelo Estado são equipara-das às autarquias, regendo-se por todas as normas a estas aplicáveis.

(...)

Art. 24. Será publicado no Diário Oficial do Estado, em observância aos princípios esta-belecidos no art. 19, além de outros atos, o seguinte:

I – as conclusões de todas as sindicâncias e auditorias instaladas em órgãos da adminis-tração direta e indireta;

II – mensalmente:

a) o resumo da folha de pagamento do pes-soal da administração direta e indireta e a contribuição do Estado para despesas com pessoal de cada uma das entidades da ad-ministração indireta, especificando-se as parcelas correspondentes a ativos, inativos

e pensionistas, e os valores retidos a título de imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e de contribuições previ-denciárias;

b) o balancete econômico-financeiro, refe-rente ao mês anterior, do órgão de previ-dência do Estado;

III – anualmente, relatório pormenorizado das despesas mensais realizadas pelo Esta-do e pelas entidades da administração indi-reta na área de comunicação, especialmen-te em propaganda e publicidade;

IV – no primeiro dia útil dos meses de fe-vereiro e agosto, o quadro de pessoal dos órgãos e entidades da administração direta e indireta e das subsidiárias destas relativo ao último dia do semestre civil anterior, re-lacionando também o número de admitidos e excluídos no mesmo período, distribuídos por faixa de remuneração, e quadro de-monstrativo dos empregados contratados;

V – os contratos firmados pelo poder pú-blico estadual nos casos e condições disci-plinados em lei. Art. 25. As empresas sob controle do Estado e as fundações por ele instituídas terão, na respectiva diretoria, no mínimo, um representante dos emprega-dos, eleito diretamente por estes.

§ 1º É garantida a estabilidade aos repre-sentantes mencionados neste artigo a partir do registro da candidatura até um ano após o término do mandato.

§ 2º É assegurada a eleição de, no mínimo, um delegado sindical em cada uma das enti-dades mencionadas no “caput”.

Art. 26. Os servidores públicos e empre-gados da administração direta e indireta, quando assumirem cargo eletivo público, não poderão ser demitidos no período do registro de sua candidatura até um ano de-pois do término do mandato, nem ser trans-feridos do local de trabalho sem o seu con-sentimento.

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Parágrafo único. Enquanto durar o manda-to, o órgão empregador recolherá mensal-mente as obrigações sociais e garantirá ao servidor ou empregado os serviços médicos e previdenciários dos quais era beneficiário antes de se eleger.

Art. 27. É assegurado:

I – aos sindicatos e associações dos servido-res da administração direta ou indireta:

a) participar das decisões de interesse da categoria;

b) descontar em folha de pagamento as mensalidades de seus associados e demais parcelas, a favor da entidade, desde que aprovadas em assembléia geral;

c) eleger delegado sindical;

II – aos representantes das entidades men-cionadas no inciso anterior, nos casos pre-vistos em lei, o desempenho, com dispensa de suas atividades funcionais, de mandato em confederação, federação, sindicato e as-sociação de servidores públicos, sem qual-quer prejuízo para sua situação funcional ou remuneratória, exceto promoção por mere-cimento;

III – aos servidores públicos e empregados da administração indireta, estabilidade a partir do registro da candidatura até um ano após o término do mandato sindical, salvo demissão precedida de processo ad-ministrativo disciplinar ou judicial.

§ 1º Ao Estado e às entidades de sua admi-nistração indireta é vedado qualquer ato de discriminação sindical em relação a seus servidores e empregados, bem como influ-ência nas respectivas organizações.

§ 2º O órgão estadual encarregado da for-mulação da política salarial contará com a participação paritária de representantes dos servidores públicos e empregados da administração pública, na forma da lei.

Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Art. 29. São direitos dos servidores públicos ci-vis do Estado, além de outros previstos na Cons-tituição Federal, nesta Constituição e nas leis:

I – vencimento básico ou salário básico nun-ca inferior ao salário mínimo fixado pela União para os trabalhadores urbanos e ru-rais;

II – irredutibilidade de vencimentos ou sa-lários;

III – décimo terceiro salário ou vencimen-to igual à remuneração integral ou no valor dos proventos de aposentadoria;

IV – remuneração do trabalho noturno su-perior à do diurno;

V – salário-família ou abono familiar para seus dependentes;

VI – duração do trabalho normal não supe-rior a oito horas diárias e quarenta sema-nais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada conforme o estabe-lecido em lei;

VII – repouso semanal remunerado, prefe-rencialmente aos domingos;

VIII – remuneração do serviço extraordiná-rio, superior, no mínimo em cinqüenta por cento, à do normal;

IX – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a remuneração normal, e pagamento ante-cipado;

X – licença à gestante, sem prejuízo do em-prego e da remuneração, com a duração de cento e vinte dias;

XI – licença-paternidade, nos termos fixa-dos em lei;

XII – redução dos riscos inerentes ao traba-lho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

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XIII – adicional de remuneração para as ati-vidades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XIV – proibição de diferenças de remunera-ção, de exercício de funções e de critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XV – auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em atividade para seu local de trabalho, nos termos da legislação federal.

Parágrafo único. O adicional de remune-ração de que trata o inciso XIII deverá ser calculado exclusivamente com base nas ca-racterísticas do trabalho e na área e grau de exposição ao risco, na forma da lei.

Art. 30. O regime jurídico dos servidores públi-cos civis do Estado, das autarquias e fundações públicas será único e estabelecido em estatu-to, através de lei complementar, observados os princípios e as normas da Constituição Federal e desta Constituição.

Art. 31. Lei complementar estabelecerá os cri-térios objetivos de classificação dos cargos pú-blicos de todos os Poderes, de modo a garantir isonomia de vencimentos.

§ 1º Os planos de carreira preverão tam-bém:

I – as vantagens de caráter individual;

II – as vantagens relativas à natureza e ao local de trabalho;

III – os limites máximo e mínimo de remu-neração e a relação entre esses limites, sen-do aquele o valor estabelecido de acordo com o art. 37, XI, da Constituição Federal.

§ 2º As carreiras, em qualquer dos Poderes, serão organizadas de modo a favorecer o acesso generalizado aos cargos públicos.

§ 3º As promoções de grau a grau, nos car-gos organizados em carreiras, obedecerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, e a lei estabelecerá nor-

mas que assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.

§ 4º A lei poderá criar cargo de provimento efetivo isolado quando o número, no res-pectivo quadro, não comportar a organiza-ção em carreira.

§ 5º Aos cargos isolados aplicar-se-á o dis-posto no “caput”.

Art. 32. Os cargos em comissão, criados por lei em número e com remuneração certos e com atribuições definidas de direção, chefia ou as-sessoramento, são de livre nomeação e exone-ração, observados os requisitos gerais de provi-mento em cargos estaduais.

§ 1º Os cargos em comissão não serão orga-nizados em carreira.

§ 2º A lei poderá estabelecer, a par dos ge-rais, requisitos específicos de escolaridade, habilitação profissional, saúde e outros para investidura em cargos em comissão.

Art. 33. Os vencimentos dos cargos do Poder Le-gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

§ 1º A remuneração dos servidores públi-cos do Estado e os subsídios dos membros de qualquer dos Poderes, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, dos Procura-dores, dos Defensores Públicos, dos deten-tores de mandato eletivo e dos Secretários de Estado, estabelecidos conforme o § 4º do art. 39 da Constituição Federal, somen-te poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, sendo assegurada através de lei de iniciativa do Poder Executivo a re-visão geral anual da remuneração de todos os agentes públicos, civis e militares, ativos, inativos e pensionistas, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

§ 2º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao necessário para repor seu poder aquisitivo.

§ 3º As gratificações e adicionais por tempo de serviço serão assegurados a todos os ser-

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vidores estaduais e reger-se-ão por critérios uniformes quanto à incidência, ao número e às condições de aquisição, na forma da lei.

§ 4º A lei assegurará ao servidor que, por um qüinqüênio completo, não houver inter-rompido a prestação de serviço ao Estado e revelar assiduidade, licença-prêmio de três meses, que pode ser convertida em tem-po dobrado de serviço, para os efeitos nela previstos.

§ 5º Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer gratificação de equivalência superior à remuneração fi-xada para os cargos ou funções de confian-ça criados em lei.

§ 6º É vedada a participação dos servido-res públicos no produto da arrecadação de multas, inclusive da dívida ativa.

§ 7º Para fins do disposto no art. 37, § 12, da Constituição Federal, fica fixado como li-mite único, no âmbito de qualquer dos Po-deres, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, o subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justi-ça do Estado do Rio Grande do Sul, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais.

Art. 34. Os servidores estaduais somente serão indicados para participar em cursos de especia-lização ou capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com custos para o Poder Público, quando houver correlação en-tre o conteúdo programático de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

Parágrafo único. Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de curso que não guarde correlação direta e imedia-ta com as atribuições do cargo exercido.

Art. 35. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das autar-quias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado.

Parágrafo único. O pagamento da gratifica-ção natalina, também denominada décimo

terceiro salário, será efetuado até o dia 20 de dezembro.

Art. 36. As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para com os seus servidores ativos e inativos ou pensionis-tas não cumpridas até o último dia do mês da aquisição do direito deverão ser liquidadas com valores atualizados pelos índices aplicados para a revisão geral da remuneração dos servidores públicos do Estado.

Art. 37. O tempo de serviço público federal, es-tadual e municipal prestado à administração pú-blica direta e indireta, inclusive fundações públi-cas, será computado integralmente para fins de gratificações e adicionais por tempo de serviço, aposentadoria e disponibilidade.

Parágrafo único. O tempo em que o servi-dor houver exercido atividade em serviços transferidos para o Estado será computado como de serviço público estadual.

Art. 38. O servidor público será aposentado:

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos integrais quando decorrente de aci-dente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, es-pecificadas em lei, e proporcionais nos de-mais casos;

II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se ho-mem, e aos trinta, se mulher, com proven-tos integrais;

b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e cinco, se professora, com proventos inte-grais;

c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

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d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de ser-viço.

§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, alíneas a e c, no caso de exercício de atividades con-sideradas penosas, insalubres ou perigosas.

§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários.

§ 3º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remune-ração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, in-clusive quando decorrentes da transforma-ção ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

§ 5º As aposentadorias dos servidores pú-blicos estaduais, inclusive membros do Po-der Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado serão custea-dos com recursos provenientes do Tesouro do Estado e das contribuições dos servido-res, na forma da lei complementar.

§ 6º As aposentadorias dos servidores das autarquias estaduais e das fundações pú-blicas serão custeados com recursos prove-nientes da instituição correspondente e das contribuições de seus servidores, na forma da lei complementar. )

§ 7º Na hipótese do parágrafo anterior, caso a entidade não possua fonte própria de re-ceita, ou esta seja insuficiente, os recursos necessários serão complementados pelo Tesouro do Estado, na forma da lei comple-mentar.

§ 8º Os recursos provenientes das contri-buições de que tratam os parágrafos ante-riores serão destinados exclusivamente a integralizar os proventos de aposentadoria, tendo o acompanhamento e a fiscalização

dos servidores na sua aplicação, na forma da lei complementar.

Art. 39. O professor ou professora que trabalhe no atendimento de excepcionais poderá, a pe-dido, após vinte e cinco anos ou vinte anos, res-pectivamente, de efetivo exercício em regência de classe, completar seu tempo de serviço em outras atividades pedagógicas no ensino públi-co estadual, as quais serão consideradas como de efetiva regência.

Parágrafo único. A gratificação concedida ao servidor público estadual designado ex-clusivamente para exercer atividades no atendimento a deficientes, superdotados ou talentosos será incorporada ao venci-mento após percebida por cinco anos con-secutivos ou dez intercalados.

Art. 40. Decorridos trinta dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da apo-sentadoria, o servidor público será considerado em licença especial, podendo afastar-se do ser-viço, salvo se antes tiver sido cientificado do in-deferimento do pedido.

Parágrafo único. No período da licença de que trata este artigo, o servidor terá direito à totalidade da remuneração, computando--se o tempo como de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

Art. 41. O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência à saúde para seus ser-vidores e dependentes, mediante contribuição, na forma da lei previdenciária própria.

§ 1º A direção do órgão ou entidade a que se refere o “caput” será composta paritaria-mente por representantes dos segurados e do Estado, na forma da lei a que se refere este artigo.

§ 2º Os recursos devidos ao órgão ou enti-dade de previdência deverão ser repassa-dos:

I – no mesmo dia e mês do pagamento, de forma automática, quando se tratar da con-tribuição dos servidores, descontada em fo-lha de pagamento;

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II – até o dia quinze do mês seguinte ao de competência, quando se tratar de parcela devida pelo Estado e pelas entidades conve-niadas.

§ 3º O benefício da pensão por morte cor-responderá a totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei previdenciária própria, observadas as disposições do pa-rágrafo 3º do artigo 38 desta Constituição e do inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal. )

§ 4º O valor da pensão por morte será rate-ado, na forma de lei previdenciária própria, entre os dependentes do servidor falecido, extinguindo-se a cota individual de pensão com a perda da qualidade de pensionista.

§ 5º O órgão ou entidade a que se refere o “caput” não poderá retardar o início do pa-gamento de benefícios por mais de quaren-ta dias após o protocolo de requerimento, comprovada a evidência do fato gerador.

§ 6º O benefício da pensão por morte de segurado do Estado não será retirado de

seu cônjuge ou companheiro em função de nova união ou casamento destes, vedada a acumulação de percepção do benefício, mas facultada a opção pela pensão mais conveniente, no caso de ter direito a mais de uma.

Art. 42. Ao servidor público, quando adotante, ficam estendidos os direitos que assistem ao pai e à mãe naturais, na forma a ser regulada por lei.

Art. 43. É assegurado aos servidores da admi-nistração direta e indireta o atendimento gratui-to de seus filhos e dependentes de zero a seis anos em creches e pré-escolas, na forma da lei.

Art. 44. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que realizem qual-quer modalidade de contrato com o Estado, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 45. O servidor público processado, civil ou criminalmente, em razão de ato praticado no exercício regular de suas funções terá direito a assistência judiciária pelo Estado.

ESTATUTO E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL

Nº 10.098/94, COM ALTERAÇÕES SUPERVENIENTES)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Gabinete de Consultoria Legislativa

LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098, DE 3 DE FEVEREIRO DE 1994

(atualizada até a Lei Complementar nº 14.821, de 30 de dezembro de 2015)

Dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul.

TÍTULO I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta lei dispõe sobre o estatuto e o re-gime jurídico dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, excetuadas as ca-tegorias que, por disposição constitucional, de-vam reger-se por estatuto próprio.

Art. 2º Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo públi-co.

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Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em nú-mero certo, com denominação própria, consis-tindo em conjunto de atribuições e responsa-bilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públi-cos.

Art. 4º Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requi-sitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma da Lei Complementar, são de provi-mento efetivo e em comissão.

§ 1º Os cargos em comissão, de livre nome-ação e exoneração, não serão organizados em carreira.

§ 2º Os cargos em comissão, preferencial-mente, e as funções gratificadas, com atri-buições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servi-dores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos em lei.

Art. 5º Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios al-ternados de merecimento e antigüidade.

Parágrafo único. Poderão ser criados cargos isolados quando o número não comportar a organização em carreira.

Art. 6º A investidura em cargo público de pro-vimento efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Parágrafo único. A investidura de que trata este artigo ocorrerá com a posse.

Art. 7º São requisitos para ingresso no serviço público:

I – possuir a nacionalidade brasileira;

II – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

III – ter idade mínima de dezoito anos;

IV – possuir aptidão física e mental;

V – estar em gozo dos direitos políticos;

VI – ter atendido às condições prescritas para o cargo.

§ 1º De acordo com as atribuições peculia-res do cargo, poderão ser exigidos outros requisitos a serem estabelecidos em lei.

§ 2º A comprovação de preenchimento dos requisitos mencionados no “caput” dar-se- á por ocasião da posse.

§ 3º Para efeitos do disposto no inciso IV do “caput” deste artigo será permitido o in-gresso no serviço público estadual de candi-datos portadores das doenças referidas no § 1º, do artigo 158 desta Lei, desde que:

I – apresentem capacidade para o exercício da função pública para a qual foram selecio-nados, no momento da avaliação médico--pericial;

II – comprovem, por ocasião da avaliação para ingresso e no curso do estágio proba-tório, acompanhamento clínico e adesão ao tratamento apropriado nos padrões de indicação científica aprovados pelas autori-dades de saúde.

Art. 8º Precederá sempre, ao ingresso no servi-ço público estadual, a inspeção médica realiza-da pelo órgão de perícia oficial.

§ 1º Poderão ser exigidos exames suple-mentares de acordo com a natureza de cada cargo, nos termos da lei.

§ 2º Os candidatos julgados temporaria-mente inaptos poderão requerer nova ins-peção médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data que dela tiverem ciência.

Art. 9º Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psicológico, que terá caráter informativo.

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TÍTULO II

Do Provimento, Promoção, Vacância, Remoção e Redistribuição

CAPÍTULO IDO PROVIMENTO

Art. 10. São formas de provimento de cargo pú-blico:

I – nomeação;

II – readaptação;

III – reintegração;

IV – reversão;

V – aproveitamento;

VI – recondução.

CAPÍTULO IIDO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 11. O recrutamento é geral e destina-se a selecionar candidatos, através de concurso pú-blico para preenchimento de vagas existentes no quadro de lotação de cargos dos órgãos inte-grantes da estrutura organizacional do Estado.

Seção IIDO CONCURSO PÚBLICO

Art. 12. O concurso público tem como objetivo selecionar candidatos à nomeação em cargos de provimento efetivo, podendo ser de provas ou de provas e títulos, na forma do regulamento.

§ 1º As condições para a realização do con-curso serão fixadas em edital, que será pu-blicado no Diário Oficial do Estado e em jor-nal de grande circulação.

§ 2º Não ficarão sujeitos a limite de idade os ocupantes de cargos públicos estaduais de provimento efetivo.

§ 3º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo.

§ 4º Serão considerados como títulos so-mente os cursos ou atividades desempe-nhadas pelos candidatos, se tiverem relação direta com as atribuições do cargo pleitea-do, sendo que os pontos a eles correspon-dentes não poderão somar mais de vinte e cinco por cento do total dos pontos do con-curso.

§ 5º Os componentes da banca examina-dora deverão ter qualificação, no mínimo, igual à exigida dos candidatos, e sua compo-sição deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado.

Art. 13. O desempate entre candidatos apro-vados no concurso em igualdade de condições, obedecerá aos seguintes critérios:

I – maior nota nas provas de caráter elimi-natório, considerando o peso respectivo;

II – maior nota nas provas de caráter clas-sificatório, se houver, prevalecendo a que tiver maior peso;

III – sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização.

Art. 14. O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período, no interesse da Administração.

Parágrafo único. Enquanto houver candi-datos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condi-ções de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo.

Art. 15. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de concorrer nos concur-sos públicos para provimento de cargos, cujas

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atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras.

Parágrafo único. A lei reservará percentual de cargos e definirá critérios de admissão das pessoas nas condições deste artigo.

CAPÍTULO III DA NOMEAÇÃO

Art. 16. A nomeação far-se-á:

I – em caráter efetivo, quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para provimento em cargo efetivo de carrei-ra ou isolado;

II – em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de livre exoneração.

Parágrafo único. A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última chamada.

CAPÍTULO IV DA LOTAÇÃO

Art. 17. Lotação é a força de trabalho qualitativa e quantitativa de cargos nos órgãos em que, efe-tivamente, devam ter exercício os servidores, observados os limites fixados para cada reparti-ção ou unidade de trabalho.

§ 1º A indicação do órgão, sempre que pos-sível, observará a relação entre as atribui-ções do cargo, as atividades específicas da repartição e as características individuais apresentadas pelo servidor.

§ 2º Tanto a lotação como a relotação pode-rão ser efetivadas a pedido ou “ex-officio”, atendendo ao interesse da Administração.

§ 3º Nos casos de nomeação para cargos em comissão ou designação para funções gratificadas, a lotação será compreendida no próprio ato.

CAPÍTULO V DA POSSE

Art. 18. Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a assinatura do termo no pra-zo de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do inte-ressado.

§ 1º Quando se tratar de servidor legalmen-te afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do tér-mino do afastamento.

§ 2º A posse poderá dar-se mediante procu-ração específica.

§ 3º No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

Art. 19. A autoridade a quem couber dar posse verificará, sob pena de responsabilidade, se fo-ram cumpridas as formalidades legais prescritas para o provimento do cargo.

Art. 20. Se a posse não se der no prazo referido no artigo 18, será tornada sem efeito a nomea-ção.

Art. 21. São competentes para dar posse:

I – o Governador do Estado, aos titulares de cargos de sua imediata confiança;

II – os Secretários de Estado e os dirigen-tes de órgão diretamente ligados ao chefe do Poder Executivo, aos seus subordinados hierárquicos.

CAPÍTULO VI DO EXERCÍCIO

Art. 22. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da posse.

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§ 1º Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não entrar em exercício no prazo estabelecido neste artigo.

§ 2º Compete à chefia imediata da unidade administrativa onde for lotado o servidor, dar-lhe exercício e providenciar nos ele-mentos necessários à complementação de seus assentamentos individuais.

§ 3º A readaptação e a recondução, bem como a nomeação em outro cargo, com a conseqüente exoneração do anterior, não interrompem o exercício.

§ 4º O prazo de que trata este artigo, para os casos de reintegração, reversão e apro-veitamento, será contado a partir da publi-cação do ato no Diário Oficial do Estado.

Art. 23. O servidor removido ou redistribuído “ex-officio”, que deva ter exercício em outra lo-calidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo neces-sário ao deslocamento para a nova sede.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor encontrar-se afastado do exercício do cargo, o prazo a que se refere este artigo será con-tado a partir do término do afastamento.

Art. 24. A efetividade do servidor será comuni-cada ao órgão competente mensalmente, por escrito, na forma do regulamento.

Parágrafo único. A aferição da freqüência do servidor, para todos os efeitos, será apu-rada através do ponto, nos termos do regu-lamento.

Art. 25. O servidor poderá afastar-se do exercí-cio das atribuições do seu cargo no serviço pú-blico estadual, mediante autorização do Gover-nador, nos seguintes casos:

I – colocação à disposição;

II – estudo ou missão científica, cultural ou artística;

III – estudo ou missão especial de interesse do Estado.

§ 1º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outros órgãos da administra-ção direta, autarquias ou fundações de di-reito público do Estado, para exercer função de confiança.

§ 2º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outras entidades da admi-nistração indireta do Estado ou de outras esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função de confiança.

§ 3º Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo ou função de confiança, prevista nos parágrafos anteriores:

I – os afastamentos de servidores para o Sis-tema Único de Saúde;

II – os afastamentos nos casos em que haja necessidade comprovada e inadiável do ser-viço, para o exercício de funções correlatas às atribuições do cargo, desde que haja pre-visão em convênio.

§ 4º Do pedido de afastamento do servidor deverá constar expressamente o objeto do mesmo, o prazo de sua duração e, conforme o caso, se é com ou sem ônus para a origem.

Art. 26. Salvo nos casos previstos nesta lei, o servidor que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos será demitido por abandono de cargo, com base em resultado apurado em inquérito administrativo.

Art. 27. O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime comum ou fun-cional será considerado afastado do exercício do cargo, observado o disposto no inciso IV do ar-tigo 80.

§ 1º Absolvido, terá considerado este tem-po como de efetivo exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fizer jus.

§ 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza que determine a demissão, continuará afastado até o cumprimento to-tal da pena.

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CAPÍTULO VIIDO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 28. Estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em ca-ráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:

I – disciplina;

II – eficiência;

III – responsabilidade;

IV – produtividade;

V – assiduidade.

Parágrafo único. Os requisitos estabeleci-dos neste artigo, os quais poderão ser des-dobrados em outros, serão apurados na for-ma do regulamento.

Art. 29. A aferição dos requisitos do estágio pro-batório processar-se-á no período máximo de até 20 (vinte) meses, a qual será submetida à avaliação da autoridade competente, servindo o período restante para aferição final, nos termos do regulamento.

§ 1º O servidor que apresente resultado in-satisfatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa-do, observado o disposto no parágrafo úni-co do artigo 54.

§ 2º Antes da formalização dos atos de que trata o § 1º, será dada ao servidor vista do processo correspondente, pelo prazo de 5 (cinco) dias, para, querendo, apresentar sua defesa, que será submetida, em igual prazo, à apreciação do órgão competente.

§ 3º Em caso de recusa do servidor em ser cientificado, a autoridade poderá valer-se de testemunhas do próprio local de traba-lho ou, em caso de inassiduidade, a cienti-ficação poderá ser por correspondência re-gistrada.

CAPÍTULO VIII DA ESTABILIDADE

Art. 30. O servidor nomeado em virtude de con-curso, na forma do artigo 12, adquire estabilida-de no serviço público, após dois anos de efetivo exercício, cumprido o estágio probatório.

Art. 31. O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou mediante processo administra-tivo em que lhe tenha sido assegurada ampla defesa.

CAPÍTULO IXDO REGIME DE TRABALHO

Art. 32. O Governador do Estado determinará, quando não discriminado em lei ou regulamen-to, o horário de trabalho dos órgãos públicos es-taduais.

Art. 33. Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cumprir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador.

§ 1º Consideram-se extraordinárias as ho-ras de trabalho realizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o res-pectivo cargo.

§ 2º O horário extraordinário de que trata este artigo não poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor.

§ 3º Pelo serviço prestado em horário ex-traordinário, o servidor terá direito a remu-neração, facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei.

Art. 34. Considera-se serviço noturno o realiza-do entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte, observado o previsto no artigo 113.

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Parágrafo único. A hora de trabalho notur-no será computada como de cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.

CAPÍTULO X DA PROMOÇÃO

Art. 35. Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcional.

Art. 36. As promoções de grau a grau, nos car-gos organizados em carreira, obedecerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alter-nadamente, na forma da lei, que deverá asse-gurar critérios objetivos na avaliação do mere-cimento.

Art. 37. Somente poderá concorrer à promoção o servidor que:

I – preencher os requisitos estabelecidos em lei;

II – não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão, con-vertida, ou não em multa.

Art. 38. Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o ato que formalizou indevidamente a promoção.

Parágrafo único. O servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribui-ção a que tiver direito.

CAPÍTULO XIDA READAPTAÇÃO

Art. 39. Readaptação é a forma de investidu-ra do servidor estável em cargo de atribuições e responsabilidades mais compatíveis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, podendo ser processada a pedido ou “ex- officio”.

§ 1º A readaptação será efetivada, sempre que possível, em cargo compatível com a aptidão do servidor, observada a habilita-ção e a carga horária exigidas para o novo cargo.

§ 2º A verificação de que o servidor tornou--se inapto para o exercício do cargo ocupa-do, em virtude de modificações em sua ap-tidão vocacional ou no seu estado físico ou psíquico, será realizada pelo órgão central de recursos humanos do Estado que à vista de laudo médico, estudo social e psicológi-co, indicará o cargo em que julgar possível a readaptação.

§ 3º Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribuições ao servidor em es-tágio experimental, pelo órgão competente, por prazo não inferior a 90 (noventa) dias, o que poderá ser realizado na mesma repar-tição ou em outra, atendendo, sempre que possível, às peculiaridades do caso, median-te acompanhamento sistemático.

§ 4º No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do car-go indicado, até que se disponha deste para o regular provimento.

Art. 40. Se o resultado da inspeção médica con-cluir pela incapacidade para o serviço público, será determinada a aposentadoria do readap-tando.

Art. 41. Em nenhuma hipótese poderá a rea-daptação acarretar aumento ou diminuição da remuneração do servidor, exceto quando se tra-tar da percepção de vantagens cuja natureza é inerente ao exercício do novo cargo.

Parágrafo único. Realizando-se a readap-tação em cargo de padrão de vencimento inferior, ficará assegurada ao servidor a re-muneração correspondente à do cargo que ocupava anteriormente.

Art. 42. Verificada a adaptabilidade do servidor no cargo e comprovada sua habilitação será for-malizada sua readaptação, por ato de autorida-de competente.

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Parágrafo único. O órgão competente po-derá indicar a delimitação de atribuições no novo cargo ou no cargo anterior, apontando aquelas que não podem ser exercidas pelo servidor e, se necessário, a mudança de lo-cal de trabalho.

CAPÍTULO XII DA REINTEGRAÇÃO

Art. 43. Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em conse-qüência de decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento.

§ 1º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao car-go de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.

§ 2º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, obser-vado o disposto nos artigos 51 a 53.

§ 3º O servidor reintegrado será submetido à inspeção médica e, verificada a incapaci-dade para o serviço público, será aposenta-do.

CAPÍTULO XIII DA REVERSÃO

Art. 44. Reversão é o retorno à atividade do ser-vidor aposentado por invalidez, quando verifica-da, por junta médica oficial, a insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria.

§ 1º O servidor que reverter terá assegura-da a retribuição correspondente à situação funcional que detinha anteriormente à apo-sentadoria.

§ 2º Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos artigos 18 e 22, relativas à posse e ao exercício, respectivamente.

Art. 45. A reversão far-se-á, a pedido ou “ex--officio”, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

Art. 46. O servidor com mais de 60 (sessenta) anos não poderá ter processada a sua reversão.

Art. 47. O servidor que reverter não poderá ser aposentado antes de decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, salvo se sobrevier outra moléstia que o incapacite definitivamente ou for invalidado em conseqüência de acidente ou de agressão não-provocada no exercício de suas atribuições.

Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não será computado o tempo em que o ser-vidor, após a reversão, tenha se licenciado em razão da mesma moléstia.

Art. 48. O tempo em que o servidor esteve apo-sentado será computado, na hipótese de rever-são, exclusivamente para fins de nova aposen-tadoria.

CAPÍTULO XIVDA DISPONIBILIDADE E DO

APROVEITAMENTO

Seção IDA DISPONIBILIDADE

Art. 49. A disponibilidade decorrerá da extinção do cargo ou da declaração da sua desnecessida-de.

Parágrafo único. O servidor estável ficará em disponibilidade até seu aproveitamento em outro cargo.

Art. 50. O provento da disponibilidade será igual ao vencimento do cargo, acrescido das vanta-gens permanentes.

Parágrafo único. O servidor em disponibili-dade será aposentado se, submetido à ins-peção médica, for declarado inválido para o serviço público.

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Seção IIDO APROVEITAMENTO

Art. 51. Aproveitamento é o retorno à ativida-de do servidor em disponibilidade e far- se-á, obrigatoriamente, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 52. O órgão central de recursos humanos poderá indicar o aproveitamento do servidor em disponibilidade, em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pú-blica estadual, na forma do regulamento.

Art. 53. Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o apro-veitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar em exercício no prazo de 30 (trinta) dias.

CAPÍTULO XV DA RECONDUÇÃO

Art. 54. Recondução é o retorno do servidor es-tável ao cargo anteriormente ocupado e decor-rerá de:

I – obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório relativo a outro cargo;

II – reintegração do anterior ocupante do cargo.

Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveita-do em outro, com a natureza e vencimento compatíveis com o que ocupara, observado o disposto no artigo 52. (Vetado pelo Gover-nador e mantido pela Assembleia Legislati-va, conforme DOE nº 66, de 08/04/94)

CAPÍTULO XVI DA VACÂNCIA

Art. 55. A vacância do cargo decorrerá de:

I – exoneração;

II – demissão;

III – readaptação;

IV – aposentadoria;

V – recondução;

IV – falecimento.

Parágrafo único. A abertura da vaga ocorre-rá na data da publicação da lei que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer das hipóteses previstas neste artigo.

Art. 56. A exoneração dar-se-á:

I – a pedido do servidor;

II – “ex-officio”, quando:

a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade competente;

b) não forem satisfeitas as condições do es-tágio probatório.

Art. 57. A demissão decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma prevista em lei.

CAPÍTULO XVIIDA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO

Seção I DA REMOÇÃO

Art. 58. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou “ex-officio”, com ou sem mudança de sede:

I – de uma repartição para outra;

II – de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma repartição.

§ 1º Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remoção, a pedido, por mo-tivo de saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante prévia verifica-ção da existência de vaga.

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§ 2º Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor esta-dual; não sendo possível, observar-se-á o disposto no artigo 147.

Art. 59. A remoção por permuta será processa-da a pedido de ambos os interessados, ouvidas, previamente, as chefias envolvidas.

Seção IIDA REDISTRIBUIÇÃO

Art. 60. Redistribuição é o deslocamento do ser-vidor com o respectivo cargo, de um quadro de pessoal ou entidade para outro do mesmo Po-der, cujos planos de cargos e vencimentos se-jam idênticos.

§ 1º Dar-se-á, exclusivamente, a redistribui-ção, para ajustamento de quadros de pes-soal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade, na forma da lei.

§ 2º Nos casos de extinção de órgão ou en-tidade, os servidores estáveis que não pu-derem ser redistribuídos, nos termos deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma do artigo 51.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos cargos definidos em lei como de lotação privativa. (Vetado pelo Governador e man-tido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94)

CAPÍTULO XVIII DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 61. Os servidores investidos em cargos em comissão ou funções gratificadas terão substitu-tos, durante seus afastamentos ou impedimen-tos eventuais, previamente designados pela au-toridade competente.

Parágrafo único. O substituto fará jus ao vencimento do cargo ou função na propor-ção dos dias de efetiva substituição iguais ou superiores a 10 (dez) dias consecutivos, computáveis para os efeitos dos artigos 102 e 103 desta lei.

TÍTULO III

Dos Direitos e Vantagens

CAPÍTULO IDO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 62. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em anos, considerados estes como período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

Art. 63. Os dias de efetivo exercício serão com-putados à vista dos comprovantes de pagamen-to, ou dos registros funcionais.

Art. 64. São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de

I – férias;

II – casamento, até 8 (oito) dias consecuti-vos;

III – falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, en-teado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;

IV – doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação;

V – exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

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VII – desempenho de mandato eletivo fede-ral, estadual ou municipal, exceto para pro-moção por merecimento;

VIII – missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária;

IX – deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;

X – realização de provas, na forma do artigo 123;

XI – assistência a filho excepcional, na for-ma do artigo 127;

XII – prestação de prova em concurso públi-co;

XIII – participação em programas de treina-mento regularmente instituído, correlacio-nado às atribuições do cargo;

XIV – licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração;

c) prêmio por assiduidade;

d) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profis-sional;

e) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal;

f) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por mere-cimento;

g) para participar de cursos, congressos e si-milares, sem prejuízo da retribuição;

XV – moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à che-fia imediata;

XVI – participação de assembléias e ativida-des sindicais.

Parágrafo único. Constitui tempo de servi-ço, para todos os efeitos legais, o anterior-mente prestado ao Estado pelo servidor que tenha ingressado sob a forma de con-tratação, admissão, nomeação, ou qualquer outra, desde que comprovado o vínculo re-gular.

Art. 65. Computar-se-á integralmente, para efei-to de aposentadoria e disponibilidade o tempo:

I – de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo público federal, estadual ou municipal;

II – de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares prestado durante a paz, compu-tando-se em dobro o tempo em operação de guerra, na forma da lei;

III – correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou muni-cipal, anterior ao ingresso no serviço públi-co estadual;

IV – de serviço prestado em atividade pri-vada, vinculada à previdência social, obser-vada a compensação financeira entre os di-versos sistemas previdenciários segundo os critérios estabelecidos em lei;

V – em que o servidor:

a) esteve em disponibilidade;

b) já esteve aposentado, quando se tratar de reversão.

Art. 66. É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, mu-nicípios, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.

CAPÍTULO II DAS FÉRIAS

Art. 67. O servidor gozará, anualmente, 30 (trin-ta) dias de férias.

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§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2º É vedado levar à conta de férias qual-quer falta ao serviço.

§ 3º É facultado o gozo de férias em dois pe-ríodos, não inferiores a 10 (dez) dias conse-cutivos.

Art. 68. Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago anteci-padamente.

§ 1º O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acrésci-mo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do referido período.

§ 2º Na hipótese de férias parceladas pode-rá o servidor indicar em qual dos períodos utilizará a faculdade de que trata este arti-go.

Art. 69. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício.

Art. 70. O servidor que opere direta e perma-nentemente com Raios X ou substâncias ra-dioativas, próximas a fontes de irradiação, terá direito, quando no efetivo exercício de suas atri-buições, a 20 (vinte) dias consecutivos de férias por semestre, não acumuláveis e intransferíveis.

Art. 71. Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de dois períodos anuais.

Art. 72. As férias somente poderão ser inter-rompidas por motivos de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse pú-blico.

Art. 73. Se o servidor vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que lhe as-

segure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas corres-pondentes à antecipação, será paga aos depen-dentes legalmente constituídos.

Art. 74. O servidor exonerado fará jus ao paga-mento da remuneração de férias proporcional-mente aos meses de efetivo exercício, desconta-das eventuais parcelas já fruídas.

Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o ser-vidor na forma prevista no artigo 69, desta lei, relativa ao mês em que a exoneração for efetivada.

Art. 75. O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de interesses particulares ou para acompanhar o cônjuge, so-mente após um ano de efetivo exercício conta-do da data da apresentação fará jus a férias.

Art. 76. Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deve-ria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de fal-tas não justificadas ao serviço.

Art. 77. O servidor readaptado, relotado, remo-vido ou reconduzido, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se antes de con-cluí-las.

CAPÍTULO IIIDO VENCIMENTO E DA

REMUNERAÇÃO

Art. 78. Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício do car-go, correspondente ao padrão fixado em lei.

Parágrafo único. Nenhum servidor recebe-rá, a título de vencimento básico, importân-cia inferior ao salário mínimo.

Art. 79. Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias estabeleci-das em lei.

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§ 1º O vencimento do cargo efetivo, acres-cido das vantagens de caráter permanente, é irredutível, sendo vedada vinculação ou equiparação para efeitos de remuneração de pessoal.

Art. 80. O servidor perderá:

I – a remuneração relativa aos dias em que faltar ao serviço;

II – a parcela da remuneração diária, pro-porcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (ses-senta) minutos;

III – a metade da remuneração, na hipóte-se de conversão da pena de suspensão em multa;

IV – um terço de sua remuneração durante o afastamento do exercício do cargo, nas hi-póteses previstas no artigo 27.

Parágrafo único. No caso de faltas sucessi-vas, serão computados para efeito de des-conto os períodos de repouso intercalados.

Art. 81. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a re-muneração ou provento.

Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em fo-lha de pagamento a favor de terceiros, a cri-tério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento.

Art. 82. As reposições e indenizações ao erário serão descontadas em parcelas mensais não excedentes à quinta parte da remuneração ou provento.

Art. 83. Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar eventuais débitos com o erário, o servi-dor que for demitido ou exonerado.

Parágrafo único. A não-quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição na dívida ativa.

Art. 84. O vencimento, a remuneração e o pro-vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou

penhora, exceto nos casos de prestação de ali-mentos resultantes de decisão judicial.

CAPÍTULO IV DAS VANTAGENS

Art. 85. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

I – indenizações;

II – avanços;

III – gratificações e adicionais;

IV – honorários e jetons.

Art. 86. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pe-cuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Art. 87. Salvo os casos previstos nesta lei, o ser-vidor não poderá receber a qualquer título, seja qual for o motivo ou a forma de pagamento, ne-nhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas, em razão de seu cargo, nas quais tenha sido mandado servir.

Art. 88. As vantagens de que trata o artigo 85 não são incorporadas ao vencimento, em ati-vidade, excetuando-se os avanços, o adicional por tempo de serviço, a gratificação por exercí-cio de função, a gratificação de representação e a gratificação de permanência em serviço, nos termos da lei.

§ 1º A gratificação de representação por exercício de função integra o valor desta para os efeitos de incorporação aos venci-mentos em atividade, de incorporação aos proventos de aposentadoria e para cálculo de vantagens decorrentes do tempo de ser-viço.

§ 2º Aos titulares de cargos de confiança optantes por gratificação por exercício de função já incorporadas nos termos da lei, é

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facultada a opção pela percepção da gratifi-cação de representação correspondente às atribuições da função titulada.

§ 3º Os servidores que incorporaram gratifi-cação por exercício de função em atividade e os servidores inativos terão seus venci-mentos e proventos revistos na forma esta-belecida neste artigo.

Seção IDAS INDENIZAÇÕES

Art. 89. Constituem indenizações ao servidor:

I – ajuda de custo;

II – diárias;

III – transporte.

Subseção IDA AJUDA DE CUSTO

Art. 90. A ajuda de custo destina-se a compen-sar as despesas de instalações do servidor que, no interesse do serviço, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em cará-ter permanente.

Parágrafo único. Correm por conta da Ad-ministração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais.

Art. 91. A ajuda de custo é calculada sobre a re-muneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a im-portância correspondente a 3 (três) meses de remuneração.

Art. 92. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi--lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 93. Será concedida ajuda de custo ao ser-vidor efetivo do Estado que for nomeado para cargo em comissão ou designado para função gratificada, com mudança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento para exer-cício de cargo em comissão, em outro órgão

ou entidade da União, do Distrito Federal, dos estados ou dos municípios, o servidor não receberá ajuda de custo do Estado.

Art. 94. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede, no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção II DAS DIÁRIAS

Art. 95. O servidor que se afastar temporaria-mente da sede, em objeto de serviço, fará jus, além das passagens de transporte, também a diárias destinadas à indenização das despesas de alimentação e pousada.

§ 1º Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver em exercício em caráter permanente.

§ 2º A diária será concedida por dia de afas-tamento, sendo devida pela metade quan-do o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.

§ 3º Não serão devidas diárias nos casos de remoção a pedido, nem nas hipóteses em que o deslocamento da sede se constituir em exigência permanente do serviço.

Art. 96. O servidor que receber diárias e, por qualquer motivo não se afastar da sede, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebidas em excesso, no período previsto no “caput”.

Art. 97. As diárias, que deverão ser pagas antes do deslocamento, serão calculadas sobre o va-lor básico fixado em lei e serão percebidas pelo servidor que a elas fizer jus, na forma do regula-mento.

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Subseção IIIDA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE

Art. 98. Será concedida indenização de trans-porte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção, para execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme previs-to em regulamento.

Seção II DOS AVANÇOS

Art. 99. Por triênio de efetivo exercício no servi-ço público, o servidor terá concedido automati-camente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avanço, calculado na forma da lei.

§ 1º O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de serviço público em que permanecer em atividade, computado na forma dos artigos 116 e 117.

§ 2º O disposto no “caput” e no parágrafo anterior não se aplica ao servidor cuja pri-meira investidura no serviço público estadu-al ocorra após 30 de junho de 1995, hipó-tese em que será observado o disposto no parágrafo seguinte.

§ 3º Por triênio de efetivo exercício no servi-ço público, ao servidor será concedido auto-maticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, calculado, na forma da lei.

Seção IIIDAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

Art. 100. Serão deferidos ao servidor as seguin-tes gratificações e adicionais por tempo de ser-viço e outras por condições especiais de traba-lho:

I – gratificação por exercício de função;

II – gratificação natalina;

III – gratificação por regime especial de tra-balho, na forma da lei;

IV – gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas;

V – gratificação por exercício de serviço ex-traordinário;

VI – gratificação de representação, na forma da lei;

VII – gratificação por serviço noturno;

VIII – adicional por tempo de serviço;

IX – gratificação de permanência em servi-ço;

X – abono familiar;

XI – outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei.

Subseção IDA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO

DE FUNÇÃO

Art. 101. A função gratificada será percebida pelo exercício de chefia, assistência ou assesso-ramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.

Art. 102. O servidor efetivo que contar com 18 (dezoito) anos de tempo de serviço computável à aposentadoria, se do sexo masculino ou 15 (quinze) anos, se do sexo feminino, e que hou-ver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por 2 (dois) anos completos, terá incorporada, ao vencimento do cargo, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da função gratificada, a cada 2 (dois) anos, até o li-mite máximo de 100% (cem por cento), na for-ma da lei.

§ 1º Quando mais de uma função gratifica-da ou cargo em comissão houver sido exer-cido no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por 1 (um) ano, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo.

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§ 2º O funcionário que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado, fará jus à incorporação do valor equivalente à grati-ficação de representação correspondente, na proporção estabelecida pelo “caput”, ressalvado o período mínimo de que trata o parágrafo anterior, que será de 2 (dois) anos para esta situação.

§ 3º O disposto no “caput” e nos parágrafos anteriores não se aplica ao servidor que não houver exercido cargo em comissão, inclusi-ve sob a forma de função gratificada, até 30 de junho de 1995, hipótese em que será ob-servado o disposto no parágrafo seguinte.

§ 4º O servidor efetivo que contar com de-zoito (18) anos de tempo computável à apo-sentadoria e que houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por dois (02) anos completos, terá incorporada ao vencimento do car-go, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da função gratificada.

I – Quando mais de uma função gratificada ou cargo em comissão houver sido exerci-do no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por dois (02) anos, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo;

II – O servidor que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado fará jus à incorpo-ração do valor equivalente à gratificação de representação correspondente, nas condi-ções estabelecidas neste artigo;

III – A cada dois (02) anos completos de exercício de função gratificada, que exce-derem a dois iniciais, corresponderá novo acréscimo de 20% (vinte por cento) até o limite de 100% (cem por cento), observada a seguinte correspondência com o tempo computável à aposentadoria:

a) 20 anos, máximo de 40% (quarenta por cento) do valor;

b) 22 anos, máximo de 60% (sessenta por cento) do valor;

c) 24 anos, máximo de 80% (oitenta por cento) do valor;

d) 26 anos, 100% (cem por cento) do valor.

IV – A vantagem de que trata o “caput” des-te parágrafo, bem como os seus incisos an-teriores, somente será paga a partir da data em que o funcionário retornar ao exercício de cargo de provimento efetivo ou, perma-necendo no cargo em comissão ou função gratificada, optar pelos vencimentos e van-tagens do cargo de provimento efetivo, ou ainda, for inativado.

V – O funcionário no gozo da vantagem pessoal de que trata esta Lei, investido em cargo em comissão ou função gratificada, perderá a vantagem enquanto durar a in-vestidura, salvo se optar pelas vantagens do cargo efetivo;

VI – Na hipótese do inciso anterior, ocorra ou não a percepção da vantagem, terá con-tinuidade o cômputo dos anos de serviço para efeito de percepção dos vinte por cen-to a que se refere este parágrafo;

VII – O cálculo da vantagem pessoal de que trata este parágrafo terá sempre em conta os valores atualizados dos vencimentos e as gratificações adicionais e, se for o caso, os avanços trienais e qüinqüenais;

VIII – O disposto neste parágrafo aplica-se, igualmente, às gratificações previstas no ar-tigo 3º da Lei Complementar nº 10.248, de 30 de agosto de 1994, atribuídas a servido-res efetivos ou estáveis.

Art. 103. A função gratificada será incorporada integralmente ao provento do servidor que a tiver exercido, mesmo sob forma de cargo em comissão, por um período mínimo de 5 (cinco) anos consecutivos ou 10 (dez) intercalados, an-teriormente à aposentadoria, observado o dis-posto no § 1º do artigo anterior.

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Subseção IIDA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 104. Será concedida ao servidor que esteja no desempenho de suas funções uma gratifica-ção natalina correspondente a sua remuneração integral devida no mês de dezembro.

§ 1º A gratificação de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o servidor, no mês de dezembro, por mês de efetivo exer-cício, considerando-se as frações iguais ou superiores a 15 (quinze) dias como mês in-tegral.

§ 2º O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada exercício.

§ 3º A gratificação natalina é devida ao ser-vidor afastado de suas funções, sem prejuí-zo da remuneração e demais vantagens.

§ 4º O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumprimento do prazo de pa-gamento das obrigações pecuniárias rela-tivas à gratificação natalina, cuja base de cálculo será o valor desta, deduzidos os descontos legais. (Incluído pela Lei Com-plementar nº 12.021/03) (Vide Leis Com-plementares nºs 12.176/04, 12.392/05, 12.665/06 e 12.860/07) (Vide arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº 14.789/15)

§ 5º A indenização de que trata o § 4º será calculada com base na variação da Letra Financeira do Tesouro – LFT – acrescida de 0,8118% (oito mil cento e dezoito décimos de milésimo de um inteiro por cento) ao mês, “pro-rata die”, e paga juntamente com o valor total ou parcial da referida gratifica-ção. (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.789/15) (Vide art. 3º da Lei Comple-mentar nº 14.789/15)

Art. 105. O servidor exonerado terá direito à gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada na forma do § 1º

do artigo anterior, sobre a remuneração do mês da exoneração.

Art. 106. É extensiva aos inativos a percepção da gratificação natalina, cujo cálculo incidirá so-bre as parcelas que compõem seu provento.

Subseção IIIDA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO

DE ATIVIDADES INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS

Art. 107. Os servidores que exerçam suas atri-buições com habitualidade em locais insalubres ou em contato com substâncias tóxicas radioati-vas ou com risco de vida, fazem jus a uma grati-ficação sobre o vencimento do respectivo cargo na classe correspondente, nos termos da lei.

§ 1º O servidor que fizer jus às gratificações de insalubridade, periculosidade ou penosi-dade deverá optar por uma delas nas condi-ções previstas na lei.

§ 2º O direito às gratificações previstas nes-te artigo cessa com a eliminação das condi-ções ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 108. Haverá permanente controle da ativi-dade de servidores em operações ou locais con-siderados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durarem a gestação e a lactação, das operações e lo-cais previstos neste artigo, passando a exer-cer suas atividades em local salubre e em serviço compatível com suas condições.

Art. 109. Os locais de trabalho e os servidores que operem com Raios X ou substâncias radio-ativas serão mantidos sob controle permanen-te, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na le-gislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se re-fere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses de exercício.

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Subseção IVDA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE

SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

Art. 110. O serviço extraordinário será remune-rado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cen-to) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 111. A gratificação de que trata o artigo an-terior somente será atribuída ao servidor para atender às situações excepcionais e temporá-rias, respeitado o limite máximo previsto no § 2º do artigo 33.

Art. 112. O valor da hora de serviço extraordiná-rio, prestado em horário noturno, será acresci-do de mais 20% (vinte por cento).

Subseção VDA GRATIFICAÇÃO POR

SERVIÇO NOTURNO

Art. 113. O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (vinte por cento), observado o disposto no artigo 34.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não se aplicam quando o serviço noturno corresponder ao horário normal de traba-lho.

Subseção VIDA GRATIFICAÇÃO DE

PERMANÊNCIA EM SERVIÇO

Art. 114 Ao servidor que adquirir direito à apo-sentadoria voluntária com proventos integrais e cuja permanência no desempenho de suas fun-ções for julgada conveniente e oportuna para o serviço público estadual poderá ser deferida, por ato do Governador, uma gratificação de per-manência em serviço de valor correspondente a 50% (cinquenta por cento) do seu vencimento básico.

§ 1º Fica assegurado o valor corresponden-te ao do vencimento básico do Padrão 16 do Quadro Geral dos Funcionários Públicos do Estado, proporcional à carga horária, quan-

do a aplicação do disposto no “caput” deste artigo resultar em um valor de gratificação inferior ao desse vencimento básico.

§ 2º A gratificação de que trata este artigo tem natureza precária e transitória e não servirá de base de cálculo para nenhuma vantagem, nem será incorporada aos venci-mentos ou proventos da inatividade.

§ 3º A gratificação de que trata este artigo será deferida por um período máximo de dois anos, sendo admitidas renovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor, ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou entidade, e juízo de conveniência e oportu-nidade do Governador.

§ 4º O servidor, a quem for deferida a grati-ficação de que trata o “caput” deste artigo, poderá ser chamado a prestar serviço em local diverso de sua lotação durante o perí-odo da concessão da gratificação de perma-nência em serviço.

Subseção VIIDO ADICIONAL POR TEMPO

DE SERVIÇO

Art. 115. O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço público, con-tados na forma desta lei, passará a perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) cal-culados na forma da lei.

Parágrafo único. A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento), anteriormente concedido.

Art. 116. Para efeito de concessão dos adicio-nais será computado o tempo de serviço fede-ral, estadual ou municipal, prestado à adminis-tração direta, autarquias e fundações de direito público.

Parágrafo único. Compreende-se, também, como serviço estadual o tempo em que o

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servidor tiver exercido serviços transferidos para o Estado.

Art. 117. Na acumulação remunerada, será con-siderado, para efeito de adicional, o tempo de serviço prestado a cada cargo isoladamente.

Subseção VIII DO ABONO FAMILIAR

Art. 118. Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razão de 10% (dez por cento) do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes:

I – filho menor de 18 (dezoito) anos;

II – filho inválido ou excepcional de qual-quer idade, que seja comprovadamente in-capaz;

III – filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos;

IV – cônjuge inválido, comprovadamente in-capaz, que não perceba remuneração.

§ 1º Quando se tratar de dependente invá-lido ou excepcional, o abono será pago pelo triplo.

§ 2º Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados, aos tutelados e aos menores que, mediante autorização judicial, estejam submetidos a sua guarda.

§ 3º São condições para percepção do abo-no familiar que:

I – os dependentes relacionados neste arti-go vivam efetivamente às expensas do ser-vidor ou inativo;

II – a invalidez de que tratam os incisos II e IV do “caput” deste artigo seja comprova-da mediante inspeção médica, pelo órgão competente do Estado.

§ 4º No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, o direito de um não ex-clui o do outro.

Art. 119. Por cargo exercido em acúmulo no Es-tado, não será devido o abono familiar.

Art. 120. A concessão do abono terá por base as declarações do servidor, sob as penas da lei.

Parágrafo único. As alterações que resul-tem em exclusão de abono deverão ser co-municadas no prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência.

Seção IVDOS HONORÁRIOS E JETONS

Art. 121. O servidor fará jus a honorários quan-do designado para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, as funções de:

I – membro de banca de concurso;

II – gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso;

III – treinamento de pessoal;

IV – professor, em cursos legalmente insti-tuídos.

Art. 122. O servidor, no desempenho do encar-go de membro de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído, receberá jeton, a título de representação na forma da lei.

CAPÍTULO V DAS CONCESSÕES

Seção IDAS VANTAGENS AO SERVIDOR

ESTUDANTE OU PARTICIPANTE DE CURSOS, CONGRESSOS E SIMILARES

Art. 123. É assegurado o afastamento do servi-dor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos:

I – durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus;

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II – durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.

Parágrafo único. O servidor, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá comprovar perante a chefia imediata as da-tas em que se realizarão as diversas provas e seu comparecimento.

Art. 124. O servidor somente será indicado para participar de cursos de especialização ou capa-citação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado, quan-do houver correlação direta e imediata entre o conteúdo programático de tais cursos e as atri-buições do cargo ou função exercidos.

Art. 125. Ao servidor poderá ser concedida li-cença para freqüência a cursos, seminários, congressos, encontros e similares, inclusive fora do Estado e no exterior, sem prejuízo da remu-neração e demais vantagens, desde que o con-teúdo programático esteja correlacionado às atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser regulamentada.

Parágrafo único. Fica vedada a concessão de exoneração ou licença para tratamento de interesses particulares ao servidor bene-ficiado pelo disposto neste artigo, ressalva-da a hipótese de ressarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao do afastamento.

Art. 126. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração, é assegu-rada, na localidade da nova residência ou mais próxima, matrícula em instituição congênere do Estado, em qualquer época, independentemen-te de vaga.

Parágrafo único. O disposto neste artigo es-tende-se ao cônjuge, aos filhos ou enteados do servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

Seção IIDA ASSISTÊNCIA A FILHO

EXCEPCIONAL

Art. 127. O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental, em tratamen-to, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% (cinqüenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei.

CAPÍTULO VI DAS LICENÇAS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 128. Será concedida, ao servidor, licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por acidente em serviço;

III – por motivo de doença em pessoa da fa-mília;

IV – à gestante, à adotante e à paternidade;

V – para prestação de serviço militar;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para acompanhar o cônjuge;

VIII – para o desempenho de mandato clas-sista;

IX – prêmio por assiduidade;

X – para concorrer a mandato público ele-tivo;

XI – para o exercício de mandato eletivo;

XII – especial, para fins de aposentadoria.

§ 1º O servidor não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e qua-tro) meses, salvo nos casos dos incisos VII, VIII e XI deste artigo.

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§ 2º Ao servidor nomeado em comissão somente será concedida licença para trata-mento de saúde, desde que haja sido sub-metido à inspeção médica para ingresso e julgado apto e nos casos dos incisos II, III, IV, IX e XII.

Art. 129. A inspeção será feita por médicos do órgão competente, nas hipóteses de licença para tratamento de saúde, por motivo de do-ença em pessoa da família e à gestante, e por junta oficial, constituída de 3 (três) médicos nos demais casos.

Seção IIDA LICENÇA PARA

TRATAMENTO DE SAÚDE

Art. 130. Será concedida, ao servidor, licença para tratamento de saúde, a pedido ou “ex-offi-cio”, precedida de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, sediada na Capital ou no interior, sem prejuízo da remu-neração a que fizer jus.

§ 1º Sempre que necessário, a inspeção mé-dica poderá ser realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2º Poderá, excepcionalmente, ser admiti-do atestado médico particular, quando ficar comprovada a impossibilidade absoluta de realização de exame por órgão oficial da lo-calidade.

§ 3º O atestado referido no parágrafo ante-rior somente surtirá efeito após devidamen-te examinado e validado pelo órgão de perí-cia médica competente.

§ 4º O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob pena de ser sustado o pagamento de sua remuneração até que seja cumprida essa formalidade.

§ 5º No caso de o laudo registrar pareceres contrários à concessão da licença, as faltas ao serviço correrão sob a responsabilidade exclusiva do servidor.

§ 6º O resultado da inspeção será comuni-cado imediatamente ao servidor, logo após a sua realização, salvo se houver necessi-dade de exames complementares, quando, então, ficará à disposição do órgão de perí-cia médica.

Art. 131. Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, sal-vo prorrogação ou determinação constante do laudo.

Parágrafo único. A infringência ao disposto neste artigo implicará perda da remunera-ção, sujeitando o servidor à demissão, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, observa-do o disposto no artigo 26.

Art. 132. Nas licenças por períodos prolonga-dos, antes de se completarem 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, deverá o órgão de perícia médica pronunciar-se sobre a natureza da do-ença, indicando se o caso é de:

I – concessão de nova licença ou de prorro-gação;

II – retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação de tarefas;

III – readaptação, com ou sem limitação de tarefas.

Parágrafo único. As licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como pror-rogação.

Art. 133. O atestado e o laudo da junta médi-ca não se referirão ao nome ou à natureza da doença, devendo, porém, esta ser especificada através do respectivo código (CID).

Parágrafo único. Para a concessão de licen-ça a servidor acometido de moléstia profis-sional, o laudo médico deverá estabelecer sua rigorosa caracterização.

Art. 134. O servidor em licença para tratamento de saúde deverá abster-se do exercício de ativi-dade remunerada ou incompatível com seu es-

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tado, sob pena de imediata suspensão da mes-ma.

Seção IIIDA LICENÇA POR ACIDENTE

EM SERVIÇO

Art. 135. O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu to-tal restabelecimento.

Art. 136. Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, des-de que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo.

Parágrafo único. Equipara-se a acidente em serviço o dano:

I – decorrente de agressão sofrida e não--provocada pelo servidor no exercício das atribuições do cargo;

II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 137. O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado.

Art. 138. Para concessão de licença e tratamen-to ao servidor, em razão de acidente em serviço ou agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, é indispensável a comprovação de-talhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias da ocorrência, mediante processo “ex- officio”.

Parágrafo único. O tratamento recomen-dado por junta médica não oficial constitui medida de exceção e somente será admis-sível quando inexistirem meios e recursos necessários adequados, em instituições pú-blicas ou por ela conveniadas.

Seção IVDA LICENÇA POR MOTIVO DE

DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA

Art. 139. O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral consangüí-neo, até o 2º grau, desde que comprove ser in-

dispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.

Parágrafo único. A doença será comprova-da através de inspeção de saúde, a ser pro-cedida pelo órgão de perícia médica compe-tente.

Art. 140. A licença de que trata o artigo anterior será concedida:

I – com a remuneração total até 90 (noven-ta) dias;

II – com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias;

III – com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e sessen-ta e cinco) dias;

IV – sem remuneração, no período que ex-ceder a 365 (trezentos e sessenta e cinco) até o máximo de 730 (setecentos e trinta) dias.

Parágrafo único. Para os efeitos deste arti-go, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Seção VDA LICENÇA À GESTANTE, À

ADOTANTE E À PATERNIDADE

Art. 141. À servidora gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença de 180 (cen-to e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. No caso de natimorto, de-corridos 30 (trinta) dias do evento, a servi-dora será submetida a inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá o exercício do cargo.

Art. 143. À servidora adotante será concedida li-cença a partir da concessão do termo de guarda ou da adoção, proporcional à idade do adotado:

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I – de zero a dois anos, 180 (cento e oitenta) dias;

II – de mais de dois até quatro anos, 150 (cento e cinqüenta) dias;

III – de mais de quatro até seis anos, 120 (cento e vinte) dias;

IV – de mais de seis anos, desde que menor, 90 (noventa) dias.

Art. 144. Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá direito à licença- paternidade de 15 (quinze) dias consecutivos.

Seção VIDA LICENÇA PARA PRESTAÇÃO DE

SERVIÇO MILITAR

Art. 145. Ao servidor convocado para a presta-ção de serviço militar será concedida licença, nos termos da legislação específica.

§ 1º Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente, sob pena da perda de vencimento e, se a ausência exce-der a 30 (trinta) dias, de demissão por aban-dono do cargo, observado o disposto no ar-tigo 26.

§ 2º Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para apresentação será de 10 (dez) dias.

Seção VIIDA LICENÇA PARA TRATAR DE

INTERESSES PARTICULARES

Art. 146. Ao servidor detentor de cargo de pro-vimento efetivo, estável, poderá ser concedida licença para tratar de interesses particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração.

§ 1º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço.

§ 2º O servidor deverá aguardar em exercí-cio a concessão da licença, salvo hipótese

de imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver su-bordinado, considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.

§ 3º O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.

§ 4º Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior, contados desde a data em que te-nha reassumido o exercício do cargo.

Seção VIIIDA LICENÇA PARA ACOMPANHAR

O CÔNJUGE

Art. 147. O servidor detentor de cargo de pro-vimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemen-te de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Po-deres Executivo e Legislativo Federal, estadual ou municipal.

§ 1º A licença será concedida mediante pe-dido do servidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 (dois) anos.

§ 2º O período de licença, de que trata este artigo, não será computável como tempo de serviço para qualquer efeito.

§ 3º À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no do-micílio do cônjuge.

Art. 148. O servidor poderá ser lotado, proviso-riamente, na hipótese da transferência de que trata o artigo anterior, em repartição da Admi-nistração Estadual Direta, Autárquica ou Funda-cional, desde que para o exercício de atividade compatível com seu cargo.

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Seção IXDA LICENÇA PARA O DESEMPENHO

DE MANDATO CLASSISTA

Art. 149. É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato clas-sista em central sindical, em confederação, fe-deração, sindicato, núcleos ou delegacias, as-sociação de classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo, observado o disposto no artigo 64, inciso XIV, alínea “f”.

Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será concedida nos termos da lei.

Seção XDA LICENÇA-PRÊMIO POR

ASSIDUIDADE

Art. 150. O servidor que, por um qüinqüênio ininterrupto, não se houver afastado do exer-cício de suas funções terá direito à concessão automática de 3 (três) meses de licença-prêmio por assiduidade, com todas as vantagens do car-go, como se nele estivesse em exercício.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, não serão considerados interrupção da prestação de serviço os afastamentos previstos no artigo 64, incisos I a XV, desta lei.

§ 2º Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alínea “b”, e XV do artigo 64, somente serão computados, como de efe-tivo exercício, para os efeitos deste artigo, um período máximo de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor, de 2 (dois) meses, por motivo de doença em pessoa de sua família e de 20 (vinte) dias, no caso de moléstia do servidor, tudo por qüinqüênio de serviço público prestado ao Estado.

§ 3º O servidor que à data de vigência des-ta Lei Complementar detinha a condição de estatutário há, no mínimo, 1095 (um mil e noventa e cinco) dias, terá desconsideradas, como interrupção do tempo de serviço pú-

blico prestado ao Estado, até 3 (três) faltas não justificadas verificadas no período aqui-sitivo limitado a 31 de dezembro de 1993.

Art. 151. A pedido do servidor, a licença-prêmio poderá ser:

I – gozada, no todo ou em parcelas não in-feriores a 1 (um) mês, com a aprovação da chefia, considerada a necessidade do servi-ço;

II – contada em dobro, como tempo de ser-viço para os efeitos de aposentadoria, avan-ços e adicionais, vedada a desconversão.

Parágrafo único. Ao entrar em gozo de li-cença-prêmio, o servidor terá direito, a pe-dido, a receber a sua remuneração do mês de fruição antecipadamente.

Art. 152. A apuração do tempo de serviço nor-mal, para efeito da formação do qüinqüênio, ge-rador do direito da licença-prêmio, será feita na forma do artigo 62 desta lei.

Art. 153. O número de servidores em gozo si-multâneo de licença-prêmio não poderá ser su-perior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativa de trabalho.

Seção XIDA LICENÇA PARA CONCORRER A

MANDATO PÚBLICO ELETIVO E EXERCÊ-LO

Art. 154. O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da le-gislação eleitoral.

Art. 155. Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse.

Art. 156. Ao servidor investido em mandato ele-tivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato federal, estadu-al ou distrital, ficará afastado do cargo;

II – investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado op-tar pela sua remuneração;

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III – investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário per-ceberá as vantagens do seu cargo, sem pre-juízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor continuará contribuindo para o ór-gão da previdência e assistência do Estado, como se em exercício estivesse.

§ 2º O servidor investido em mandato eleti-vo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído “ex-officio” para localidade di-versa daquela onde exerce o mandato.

Seção XIIDA LICENÇA ESPECIAL PARA FINS

DE APOSENTADORIA

Art. 157. Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar--se do exercício de suas atividades, salvo se an-tes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.

§ 1º O pedido de aposentadoria de que trata este artigo somente será considerado após terem sido averbados todos os tempos computáveis para esse fim.

§ 2º O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

CAPÍTULO VIIDA APOSENTADORIA

Art. 158. O servidor será aposentado:

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos integrais, quando decorrente de aci-dente em serviço, moléstia profissional ou

doença grave, contagiosa ou incurável, es-pecificadas em lei, e proporcionais nos de-mais casos;

II – compulsoriamente, aos 70 (setenta) anos de idade, com proventos proporcio-nais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:

a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta), se mulher, com proventos integrais;

b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e 25 (vinte e cinco), se professora, com pro-ventos integrais;

c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se ho-mem, e aos 25 (vinte e cinco), se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem e aos 60 (sessenta), se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de serviço.

§ 1º Consideram-se doenças graves, con-tagiosas ou incuráveis, a que se refere o inciso I deste artigo, se incapacitantes para o exercício da função pública, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múlti-pla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkison, pa-ralisia irreversível e incapacitante, espon-diloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte deformante), Síndrome de Imunodeficiên-cia Adquirida – AIDS, e outros que a lei in-dicar, com base na medicina especializada.

§ 2º Ao servidor aposentado em decorrên-cia de qualquer das moléstias tipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício de outra atividade pública remunerada, sob pena de cassação de sua aposentadoria.

§ 3º Nos casos de exercício de atividades previstas no artigo 107, a aposentadoria de

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que trata o inciso III, alíneas “a” e “c”, obser-vará o disposto em lei específica.

§ 4º Se o servidor for aposentado com me-nos de 25 (vinte e cinco) anos de serviço e menos de 60 (sessenta) anos de idade, a aposentadoria estará sujeita a confirmação mediante nova inspeção de saúde, após o decurso de 24 (vinte e quatro) meses conta-dos da data do ato de aposentadoria.

Art. 159. A aposentadoria de que trata o inciso II do artigo anterior, será automática e declara-da por ato, com vigência a partir do dia em que o servidor atingir a idade limite de permanência no serviço ativo.

Art. 160. A aposentadoria voluntária ou por in-validez vigorará a partir da data da publicação do respectivo ato.

§ 1º A aposentadoria por invalidez será pre-cedida por licença para tratamento de saú-de, num período não superior a 24 (vinte e quatro) meses.

§ 2º Expirado o período de licença e não es-tando em condições de reassumir o exercí-cio do cargo, ou de se proceder à sua rea-daptação, será o servidor aposentado.

§ 3º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.

Art. 161. O provento da aposentadoria será re-visto na mesma proporção e na mesma data em que se modificar a remuneração dos servidores em atividade.

Parágrafo único. São estendidos aos inati-vos quaisquer benefícios ou vantagens pos-teriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando decorrente da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

Art. 162. O servidor aposentado com provento proporcional ao tempo de serviço, se acometi-do de qualquer das moléstias especificadas no

§ 1º do artigo 158, passará a perceber provento integral.

Art. 163. Com prevalência do que conferir maior vantagem, quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior:

I – ao salário mínimo, observada a redução da jornada de trabalho a que estava sujeito o servidor;

II – a 1/3 (um terço) da remuneração da ati-vidade nos demais casos.

Art. 164. O servidor em estágio probatório so-mente terá direito à aposentadoria quando invalidado por acidente em serviço, agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, acometido de moléstia profissional ou nos ca-sos especificados no § 1º do artigo 158 desta lei.

Art. 165. As disposições relativas à aposentado-ria aplicam-se ao servidor nomeado em comis-são, o qual contar com mais de 5 (cinco) anos de efetivo e ininterrupto exercício em cargos de provimento dessa natureza.

Parágrafo único. Aplicam-se as disposições deste artigo, independentemente de tempo de serviço, ao servidor provido em comis-são, quer titular de cargo de provimento efetivo, quer não, quando invalidado em conseqüência das moléstias enumeradas no § 1º do artigo 158, desde que tenha se sub-metido, antes do seu ingresso ou retorno ao serviço público, à inspeção médica prevista nesta lei, para provimento de cargos públi-cos em geral.

Art. 166. O servidor, vinculado à previdência so-cial federal, que não tiver nesta feito jus ao be-nefício da aposentadoria, será aposentado pelo Estado, na forma garantida por esta lei, perma-necendo como segurado obrigatório daquele órgão previdenciário, até a implementação das condições de aposentadoria, caso em que cabe-rá ao Estado pagar somente a diferença, se hou-ver.

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CAPÍTULO VIIIDO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 167. É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou legítimo in-teresse próprio.

Art. 168. O requerimento será dirigido à autori-dade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediata-mente subordinado o requerente.

Art. 169. Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a pri-meira decisão ou praticado o ato.

§ 1º O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas susce-tíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato.

§ 2º O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 170. Caberá recurso, como última instância administrativa, do indeferimento do pedido de reconsideração.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão ou expedido o ato.

§ 2º O recurso será encaminhado por inter-médio da autoridade a que estiver imedia-tamente subordinado o requerente.

§ 3º Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, quando o prolator do des-pacho, decisão ou ato, houver sido o Gover-nador.

§ 4º A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

Art. 171. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trin-ta) dias, contados a partir da data da publicação da decisão recorrida ou da data da ciência, pelo

interessado, quando o despacho não for publi-cado.

Parágrafo único. Em caso de provimento de pedido de reconsideração ou de recurso, o efeito da decisão retroagirá à data do ato impugnado.

Art. 172. O direito de requerer prescreve em:

I – 5 (cinco) anos, quanto aos atos de de-missão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das rela-ções de trabalho;

II – 120 (cento e vinte) dias nos demais ca-sos, salvo quando, por prescrição legal, for fixado outro prazo.

§ 1º O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

§ 2º O pedido de reconsideração e o de recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição administrativa.

Art. 173. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Administração.

Art. 174. A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se a solução não for de sua alçada, a encaminhará a quem de direito.

§ 1º Se não for dado andamento à repre-sentação, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessi-vamente às chefias superiores.

§ 2º A representação está isenta de paga-mento de taxa de expediente.

Art. 175. Para o exercício do direito de petição é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 176. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado.

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Parágrafo único. Entende-se por força maior, para efeitos do artigo, a ocorrência de fatos impeditivos da vontade do interes-sado ou da autoridade competente para de-cidir.

TÍTULO IV

Do Regime Disciplinar

CAPÍTULO I

DOS DEVERES DO SERVIDOR

Art. 177. São deveres do servidor:

I – ser assíduo e pontual ao serviço;

II – tratar com urbanidade as partes, aten-dendo-as sem preferências pessoais;

III – desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições;

IV – ser leal às instituições a que servir;

V – observar as normas legais e regulamen-tares;

VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

VII – manter conduta compatível com a mo-ralidade administrativa;

VIII – atender com presteza:

a) o público em geral, prestando as informa-ções requeridas que estiverem a seu alcan-ce, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para defesa da Fazenda Pú-blica;

IX – representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em

que servir, em razão das atribuições do seu cargo;

X – zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimô-nio público;

XI – observar as normas de segurança e me-dicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de pro-teção individual (EPI) que lhe forem confia-dos;

XII – providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de fa-mília;

XIII – manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho;

XIV – representar contra ilegalidade, omis-são ou abuso de poder.

§ 1º A representação de que trata o inciso XIV será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

§ 2º Será considerado como co-autor o su-perior hierárquico que, recebendo denún-cia ou representação a respeito de irregula-ridades no serviço ou de falta cometida por servidor, seu subordinado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração.

CAPÍTULO II DAS PROIBIÇÕES

Art. 178. Ao servidor é proibido:

I – referir-se, de modo depreciativo, em in-formação, parecer ou despacho, às auto-ridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho as-sinado, criticá-los do ponto de vista doutri-nário ou da organização do serviço;

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II – retirar, modificar ou substituir, sem pré-via permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição;

III – ausentar-se do serviço durante o ex-pediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

IV – ingerir bebidas alcoólicas durante o ho-rário de trabalho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço;

V – atender pessoas na repartição para tra-tar de interesses particulares, em prejuízo de suas atividades;

VI – participar de atos de sabotagem contra o serviço público;

VII – entregar-se a atividades político-parti-dárias nas horas e locais de trabalho;

VIII – opor resistência injustificada ao anda-mento de documento e processo ou execu-ção de serviço;

IX – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

X – exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das defi-nidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encar-gos de chefia e as comissões legais;

XI – celebrar contrato de natureza comer-cial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem;

XII – participar de gerência ou administra-ção de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão;

XIII – exercer, mesmo fora do horário de ex-pediente, emprego ou função em empresa,

estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em ma-téria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado;

XIV – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267;

XV – cometer, a pessoas estranhas à repar-tição, fora dos casos previstos em lei, o de-sempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados;

XVI – coagir ou aliciar subordinados no sen-tido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-parti-dários;

XVII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas;

XVIII – praticar usura, sob qualquer das suas formas;

XIX – aceitar representação, comissão, em-prego ou pensão de país estrangeiro;

XX – valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detri-mento da dignidade do serviço público;

XXI – atuar, como procurador, ou intermedi-ário junto a repartição pública, salvo quan-do se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge;

XXII – receber propinas, comissões, presen-tes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XXIII – valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indireta-mente, qualquer proveito;

XXIV – ceder de forma desidiosa;

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XXV – exercer quaisquer atividades que se-jam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.

§ 1º Não está compreendida na proibição dos incisos XII e XIII deste artigo a participa-ção do servidor na presidência de associa-ção, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.

§ 2º Na hipótese de violação do disposto no inciso IV, por comprovado motivo de depen-dência, o servidor deverá, obrigatoriamen-te, ser encaminhado a tratamento médico especializado.

CAPÍTULO III DA ACUMULAÇÃO

Art. 179. É vedada a acumulação remunera-da de cargos públicos, excetuadas as hipóteses previstas em dispositivo constitucional.

Art. 180. A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, em-presas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público.

Art. 181. O servidor detentor de cargo de pro-vimento efetivo quando investido em cargo em comissão ficará afastado do cargo efetivo, ob-servado o disposto no artigo anterior. (Vetado pelo Governador e mantido pela Assembleia Le-gislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94)

Art. 182. Verificada a acumulação indevida, o servidor será cientificado para optar por uma das posições ocupadas.

Parágrafo único. Transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias, sem a manifestação optativa do servidor, a Administração sustará o paga-mento da posição de última investidura ou admissão.

CAPÍTULO IVDAS RESPONSABILIDADES

Art. 183. Pelo exercício irregular de suas atribui-ções, o servidor responde civil, penal e adminis-trativamente.

Art. 184. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.

§ 1º A indenização de prejuízo causado ao erário somente será liquidada na forma pre-vista no artigo 82, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a tercei-ros, responderá o servidor perante a Fazen-da Pública, em ação regressiva.

§ 3º A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servi-dor nesta qualidade.

Art. 185. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 186. As sanções civis, penais e administrati-vas poderão acumular-se, sendo umas e outras independentes entre si, assim como as instân-cias civil, penal e administrativa.

CAPÍTULO V DAS PENALIDADES

Art. 187. São penas disciplinares:

I – repreensão;

II – suspensão;

III – demissão;

IV – cassação de disponibilidade;

V – cassação de aposentadoria;

VI – multa;

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VII – destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Inclu-ído pela Lei Complementar nº 14.821/15)

§ 1º Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravida-de da infração e os danos delas resultantes para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os anteceden-tes funcionais.

§ 2º Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza e reduzida gravidade, não demande aplicação das penas previstas neste artigo, será o servidor advertido parti-cular e verbalmente.

§ 3º A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de opor-tunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional. (Incluído pela Lei Complementar nº 14.821/15)

Art. 188. A repreensão será aplicada por escrito, na falta do cumprimento do dever funcional ou quando ocorrer procedimento público inconve-niente.

Art. 189. A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias, implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:

I – na violação das proibições consignadas nesta lei;

II – nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão;

III – quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;

IV – como gradação de penalidade mais gra-ve, tendo em vista circunstância atenuante;

V – que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou receber a retribuição correspondente a tra-balho não realizado;

VI – que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;

VII – responsável pelo retardamento em processo sumário;

VIII – que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo dis-ciplinar;

IX – que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determi-nada pela autoridade competente, cessan-do os efeitos da penalidade uma vez cum-prida a determinação.

§ 1º A suspensão não será aplicada enquan-to o servidor estiver afastado por motivo de gozo de férias regulamentares ou em licen-ça por qualquer dos motivos previstos no artigo 128.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% (cin-qüenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

§ 3º Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão alterados, mesmo que ao servidor seja assegurado afastamento legal remunerado durante o respectivo pe-ríodo.

§ 4º A multa não acarretará prejuízo na con-tagem do tempo de serviço, exceto para fins de concessão de avanços, gratificações adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) e licença-prêmio.

Art. 190. Os registros funcionais de advertência, repreensão, suspensão e multa serão automati-camente cancelados após 10 (dez) anos, desde que, neste período, o servidor não tenha prati-cado nenhuma nova infração.

Parágrafo único. O cancelamento do regis-tro, na forma deste artigo, não gerará ne-nhum direito para fins de concessão ou re-visão de vantagens.

Art. 191. O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de:

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I – ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilida-de de readaptação;

II – indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;

III – ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima de-fesa própria ou de terceiros;

IV – abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta) faltas consecutivas;

V – ausências excessivas ao serviço em nú-mero superior a 60 (sessenta) dias, interca-lados, durante um ano;

VI – improbidade administrativa;

VII – transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, consi-derada a sua gravidade, efeito ou reincidên-cia;

VIII – falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;

IX – incontinência pública e conduta escan-dalosa na repartição;

X – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XI – aplicação irregular de dinheiro público;

XII – reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;

XIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;

XIV – revelação de segredo, do qual se apro-priou em razão do cargo, ou de fato ou in-formação de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar;

XV – corrupção passiva nos termos da lei penal;

XVI – exercer advocacia administrativa;

XVII – prática de outros crimes contra a ad-ministração pública.

Parágrafo único. A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, in-correr na perda da função pública na forma da lei penal.

Art. 192. O ato que demitir o servidor mencio-nará sempre o dispositivo legal em que se fun-damentar.

Art. 193. Atendendo à gravidade da falta, a de-missão poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”, a qual constará sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a XIV do artigo 191.

Art. 194. Uma vez submetido a inquérito admi-nistrativo, o servidor só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado voluntariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido reconhecida sua inocência.

Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo o servidor estável processado por abandono de cargo ou por ausências ex-cessivas ao serviço.

Art. 195. Será cassada a aposentadoria ou a dis-ponibilidade do servidor que:

I – houver praticado, na atividade, falta pu-nível com a pena de demissão;

II – infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158;

III – incorrer na hipótese do artigo 53.

Parágrafo único. Consideradas as circuns-tâncias previstas no § 1º do artigo 187, a pena de cassação de aposentadoria poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta por cento) por dia de provento, até o máximo de 90 (noventa) dias-multa.

Art. 196. Para a aplicação das penas disciplina-res são competentes:

I – o Governador do Estado em qualquer caso;

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II – os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e de fundações de direito pú-blico e os titulares de órgãos diretamente subordinados ao Governador, até a de sus-pensão e multa limitada ao máximo de 30 (trinta) dias;

III – os titulares de órgãos diretamente su-bordinados aos Secretários de Estado, di-rigentes de autarquias e de fundações de direito público até suspensão por 10 (dez) dias;

IV – os titulares de órgãos em nível de su-pervisão e coordenação, até suspensão por 5 (cinco) dias;

V – as demais chefias, em caso de repreen-são.

Art. 197. A aplicação das penas referidas no ar-tigo 187 prescreve nos seguintes prazos:

I – em 12 (doze) meses, a de repreensão; (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

II – em 24 (vinte e quatro) meses, as de sus-pensão, de multa, de demissão por abando-no de cargo e por ausências sucessivas ao serviço; (Redação dada pela Lei Comple-mentar nº 14.821/15)

III – em 5 (cinco) anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Redação dada pela Lei Com-plementar nº 14.821/15)

§ 1º O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data do conhecimento do fato, por superior hierárquico.

§ 2º Para o abandono de cargo e para a inassiduidade, o prazo de prescrição come-ça a fluir a partir da data em que o servidor reassumir as suas funções ou cessarem as faltas ao serviço.

§ 3º Quando as faltas constituírem, tam-bém, crime ou contravenção, a prescrição será regulada pela lei penal.

§ 4º A prescrição da pretensão punitiva será objeto de: (Redação dada pela Lei Comple-mentar nº 14.821/15)

I – interrupção, começando o prazo a correr por inteiro, a partir: (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

a) da instauração do processo administra-tivo-disciplinar; e (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

b) da emissão do relatório de que trata o art. 245, pela autoridade processante; (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

II – suspensão, continuando o prazo a cor-rer, no seu restante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

a) enquanto não resolvida, em outro pro-cesso de qualquer natureza, inclusive judi-cial, questão de que dependa o reconheci-mento da transgressão; (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

b) a partir da instauração de sindicância até a decisão final pela autoridade competente. (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

§ 5º A prescrição da pretensão executória é a mesma da punitiva, aplicando-se-lhe a causa suspensiva constante do inciso II, alí-nea “a”, do § 4º deste artigo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

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TÍTULO V

DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 198. A autoridade que tiver ciência de irre-gularidade no serviço público estadual ou práti-ca de infração funcional é obrigada a promover sua apuração imediata, mediante meios sumá-rios ou processo administrativo disciplinar, no prazo de 10 (dez) dias, sob pena de se tornar co--responsável, assegurada ampla defesa ao acu-sado.

Art. 199. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de averiguação, desde que conte-nham a identidade do denunciante e sejam for-muladas por escrito, para fins de confirmação da autenticidade.

Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia deverá ser arqui-vada por falta de objeto material passível de ensejar qualquer punição consignada nesta lei.

Art. 200. As irregularidades e as infrações fun-cionais serão apuradas por meio de:

I – sindicância, quando os dados forem in-suficientes para sua determinação ou para apontar o servidor faltoso ou, sendo este determinado, não for a falta confessada, documentalmente provada ou manifesta-mente evidente;

II – inquérito administrativo, quando a gra-vidade da ação ou omissão torne o autor passível das penas disciplinares de suspen-são por mais de 30 (trinta) dias, demissão, cassação de aposentadoria ou de disponibi-lidade, ou ainda, quando na sindicância fi-car comprovada a ocorrência de irregulari-

dades ou falta funcional grave, mesmo sem indicação de autoria.

CAPÍTULO II DA SINDICÂNCIA

Art. 201. Toda autoridade estadual é competen-te para, no âmbito da jurisdição do órgão sob sua chefia, determinar a realização de sindicân-cia, de forma sumária, a qual deverá ser conclu-ída no prazo máximo de 30 (trinta) dias úteis, podendo ser prorrogado por até igual período.

§ 1º A sindicância será sempre cometida a servidor de hierarquia igual ou superior à do implicado, se houver.

§ 2º O sindicante desenvolverá o encargo em tempo integral, ficando dispensado de suas atribuições normais até a apresenta-ção do relatório final, no prazo estabelecido neste artigo.

Art. 202. O sindicante efetuará diligências ne-cessárias ao esclarecimento da ocorrência e indicação do responsável, ouvido, preliminar-mente, o autor da representação e o servidor implicado, se houver.

§ 1º Reunidos os elementos coletados, o sindicante traduzirá no relatório as suas conclusões gerais, indicando, se possível, o provável culpado, qual a irregularidade ou transgressão praticada e o seu enquadra-mento nas disposições da lei reguladora da matéria.

§ 2º Somente poderá ser sugerida a instau-ração de inquérito administrativo quando, comprovadamente, os fatos apurados na sindicância a tal conduzirem, na forma do inciso II do artigo 200.

§ 3º Se a sindicância concluir pela culpabili-dade do servidor, será este notificado para apresentar defesa, querendo, no prazo de 3 (três) dias úteis.

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Art. 203. A autoridade, de posse do relatório do sindicante, acompanhado dos elementos que instruírem o processo, decidirá pelo arquiva-mento do processo, pela aplicação da penalida-de cabível de sua competência, ou pela instau-ração de inquérito administrativo, se estiver na sua alçada.

Parágrafo único. Quando a aplicação da penalidade ou a instauração de inquérito for de autoridade de outra alçada ou com-petência, a esta deverá ser encaminhada a sindicância para apreciação das medidas propostas.

CAPÍTULO IIIDO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 204. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade ou infração funcional, a autori-dade instauradora do processo administrativo disciplinar poderá determinar o afastamento preventivo do exercício das atividades do seu cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual período, findo o qual cessarão definitivamente os seus efeitos, mesmo que o processo administrativo disci-plinar ainda não tenha sido concluído.

CAPÍTULO IVDO PROCESSO ADMINISTRATIVO

DISCIPLINAR EM ESPÉCIE

Art. 205. O processo administrativo disciplinar é o instrumento utilizado no Estado para apu-rar responsabilidade de servidor por irregulari-dade ou infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação direta com o exercício do cargo em que se encontre efetiva-mente investido.

Art. 206. O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão composta de 3 (três) servidores estáveis, com formação supe-rior, sendo pelo menos um com titulação em Ciências Jurídicas e Sociais, designados pela au-toridade competente, que indicará, dentre eles, o seu presidente.

§ 1º O presidente da comissão designará, para secretariá-la, um servidor que não po-derá ser escolhido entre os componentes da mesma.

§ 2º Os membros da comissão não deverão ser de hierarquia inferior à do indiciado, nem estarem ligados ao mesmo por qual-quer vínculo de subordinação.

§ 3º Não poderá integrar a comissão, nem exercer a função de secretário, o servidor que tenha feito a denúncia de que resultar o processo disciplinar, bem como o cônjuge ou parente do acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até 3º grau.

§ 4º Nos casos em que a decisão final for da alçada exclusiva do Governador do Esta-do ou de dirigente máximo de autarquia ou fundação pública, o processo administrati-vo- disciplinar será conduzido por Procura-dor do Estado, na condição de Autoridade Processante, observando-se, no que couber, as demais normas do procedimento. (Incluí-do pela Lei Complementar nº 10.902/96)

§ 5º Na hipótese anterior, será coletivo o parecer previsto no inciso IV do artigo 115 da Constituição Estadual, que deverá ser emitido também nos casos em que o pro-cesso for encaminhado à decisão final de dirigente máximo de autarquia ou fundação pública.

Art. 207. A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, assegu-rando o sigilo absoluto e necessário à elucida-ção do fato, ou exigido pelo interesse da Admi-nistração.

Parágrafo único. As reuniões e as audiên-cias das comissões terão caráter reservado.

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Art. 208. O servidor poderá fazer parte, simulta-neamente, de mais de uma comissão, podendo esta ser incumbida de mais de um processo dis-ciplinar.

Art. 209. O membro da comissão ou o servidor designado para secretariá-la não poderá fazer parte do processo na qualidade de testemunha, tanto da acusação como da defesa.

Art. 210. A comissão somente poderá deliberar com a presença absoluta de todos os seus mem-bros.

Parágrafo único. A ausência, sem motivo justificado, por mais de duas sessões, de qualquer dos membros da comissão ou de seu secretário, determinará, de imediato, a substituição do faltoso, sem prejuízo de ser passível de punição disciplinar por falta de cumprimento do dever funcional.

Art. 211. O processo administrativo disciplinar se desenvolverá, necessariamente, nas seguin-tes fases:

I – instauração, ocorrendo a partir do ato que constituir a comissão;

II – processo administrativo disciplinar, pro-priamente dito, compreendendo a instru-ção, defesa e relatório;

III – julgamento.

Art. 212. O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não poderá exceder a 60 (sessenta) dias, contados da data da publica-ção do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual período, quando as circunstâncias de cunho excepcional assim o exigirem.

§ 1º Sempre que necessário, a comissão desenvolverá seus trabalhos em tempo in-tegral, ficando seus membros e respectivo secretário, dispensados de suas atividades normais, até a entrega do relatório final.

§ 2º As reuniões da comissão serão regis-tradas em atas, detalhando as deliberações adotadas.

Art. 213. O processo administrativo disciplinar, instaurado pela autoridade competente para aplicar a pena disciplinar, deverá ser iniciado no prazo de 5 (cinco) dias úteis, contados da data em que for publicada a designação dos mem-bros da comissão.

Art. 214. Todos os termos lavrados pelo secre-tário da comissão, tais como, autuação, juntada, intimação, conclusão, data, vista, recebimento de certidões, compromissos, terão formas pro-cessuais, resumindo-se tanto quanto possível.

Art. 215. Será feita por ordem cronológica de apresentação toda e qualquer juntada aos au-tos, devendo o presidente rubricar as folhas acrescidas.

Art. 216. Figurará sempre, nos autos do proces-so, a folha de antecedentes do indiciado.

Art. 217. No processo administrativo disciplinar, poderá ser argüida suspeição, que se regerá pe-las normas da legislação comum.

Art. 218. Quando ao servidor se imputar crime praticado na esfera administrativa, a autoridade que determinar a instauração do processo ad-ministrativo disciplinar providenciará para que se instaure, simultaneamente, o inquérito poli-cial.

Parágrafo único. Idêntico procedimento compete à autoridade policial quando se tratar de crime praticado fora da esfera ad-ministrativa.

Art. 219. As autoridades administrativas e poli-ciais se auxiliarão, mutuamente, para que am-bos os inquéritos se concluam dentro dos pra-zos fixados nesta lei.

Art. 220. A absolvição do processo crime, a que for submetido o servidor, não implicará na per-manência ou retorno do mesmo ao serviço pú-blico se, em processo administrativo disciplinar regular, tiver sido demitido em virtude de prá-tica de atos que o inabilitem moralmente para aquele serviço.

Art. 221. Acarretarão a nulidade do processo:

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a) a determinação de instauração por auto-ridade incompetente;

b) a falta de citação ou notificação, na for-ma determinada nesta lei;

c) qualquer restrição à defesa do indiciado;

d) a recusa injustificada de promover a rea-lização de perícias ou quaisquer outras dili-gências convenientes ao esclarecimento do processo;

e) os atos da comissão praticados apenas por um dos seus membros;

f) acréscimos ao processo depois de elabo-rado o relatório da comissão sem nova vista ao indiciado;

g) rasuras e emendas não ressalvadas em parte substancial do processo.

Art. 222. As irregularidades processuais que não constituírem vícios substanciais insanáveis, suscetíveis de influírem na apuração da verdade ou decisão do processo, não determinarão a sua nulidade.

Art. 223. A nulidade poderá ser argüida durante ou após a formação da culpa, devendo fundar--se a sua argüição em texto legal, sob pena de ser considerada inexistente.

CAPÍTULO VDO INQUÉRITO ADMINISTRATIVO

Seção IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 224. O inquérito administrativo obedece-rá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização de to-dos os meios de prova em direito admitidos, podendo as mesmas serem produzidas “ex-offi-cio”, pelo denunciante ou pelo acusado, se hou-ver, ou a requerimento da parte com legitimida-de para tanto.

Art. 225. Quando o inquérito administrativo for precedido de sindicância, o relatório desta inte-grará a instrução do processo como peça infor-mativa.

Parágrafo único. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração pra-ticada consta capitulada como ilícito penal, a autoridade competente providenciará no encaminhamento de cópias dos autos ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo discipli-nar.

Art. 226. Na fase do inquérito, a comissão pro-moverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando neces-sário, a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos.

§ 1º A designação dos peritos deverá obe-decer ao critério da capacidade técnica especializada, observadas as provas de ha-bilitação estabelecidas em lei, e só poderá recair em pessoas estranhas ao serviço pú-blico estadual, na falta de servidores aptos a prestarem assessoramento técnico.

§ 2º Para os exames de laboratório, porven-tura necessários, recorrer-se-á aos estabe-lecimentos particulares somente quando inexistirem oficiais ou quando os laudos fo-rem insatisfatórios ou incompletos.

Art. 227. É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por intermédio de procurador habilitado, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e con-traprovas e formular quesitos, quando se tratar de provas periciais.

§ 1º Só será admitida a intervenção de procurador, no processo disciplinar, após a apresentação do respectivo mandato, re-vestido das formalidades legais.

§ 2º O presidente da comissão poderá de-negar pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para os esclarecimentos dos fatos.

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§ 3º Será indeferido o pedido de prova pe-ricial, quando a comprovação do fato inde-pender de conhecimentos especializados de peritos.

Seção IIDOS ATOS E TERMOS PROCESSUAIS

Art. 228. O presidente da comissão, ao instalar os trabalhos, autuará portaria e demais peças existentes e designará dia, hora e local para a audiência inicial, citando o indiciado, se houver, para interrogatório e acompanhamento do pro-cesso.

§ 1º A citação do indiciado será feita, pes-soalmente ou por via postal, com antece-dência mínima de 5 (cinco) dias úteis da data marcada para audiência, e conterá dia, hora, local, sua qualificação e a tipificação da infração que lhe é imputada.

§ 2º Caso o indiciado se recuse a receber a citação, deverá o fato ser certificado, à vista de, no mínimo, 2 (duas) testemunhas.

§ 3º Achando-se o indiciado em lugar in-certo e não sabido, a citação será feita por edital, publicada no órgão oficial por 3 (três) vezes, com prazo de 15 (quinze) dias úteis, contados a partir da primeira publicação, juntando-se comprovante ao processo.

§ 4º Quando houver fundada suspeita de ocultação do indiciado, proceder-se-á à ci-tação por hora certa, na forma dos arts. 227 a 229 do Código de Processo Civil.

§ 5º Estando o indiciado afastado do seu domicílio e conhecido o seu endereço em outra localidade, a citação será feita por via postal, em carta registrada, juntando-se ao processo o comprovante do registro e o avi-so de recebimento.

§ 6º A citação pessoal, as intimações e as notificações serão feitas pelo secretário da comissão, apresentando ao destinatário o instrumento correspondente em duas vias para que, retendo uma delas, passe recibo devidamente datado na outra.

§ 7º Quando o indiciado comparecer vo-luntariamente junto à comissão, será dado como citado.

§ 8º Não havendo indiciado, a comissão in-timará as pessoas, servidores, ou não, que, presumivelmente, possam esclarecer a ocorrência, objeto do inquérito.

Art. 229. Na hipótese de a comissão entender que os elementos do processo são insuficientes para bem caracterizar a ocorrência, poderá ou-vir previamente a vítima ou o denunciante da irregularidade ou infração funcional.

Art. 230. Feita a citação e não comparecendo o indiciado, o processo prosseguirá à revelia, com defensor dativo designado pelo presidente da comissão, procedendo-se da mesma forma com relação ao que se encontre em lugar incerto e não sabido ou afastado da localidade de seu do-micílio.

Art. 231. O indiciado tem o direito, pessoalmen-te ou por intermédio de defensor, a assistir aos atos probatórios que se realizarem perante a comissão, requerendo medidas que julgar con-venientes.

Parágrafo único. O indiciado poderá reque-rer ao presidente da comissão a designação de defensor dativo, caso não o possuir.

Art. 232. O indiciado, dentro do prazo de 5 (cin-co) dias úteis após o interrogatório, poderá re-querer diligência, produzir prova documental e arrolar testemunhas, até o máximo de 8 (oito).

§ 1º Se as testemunhas de defesa não forem encontradas e o indiciado, dentro do prazo de 3 (três) dias úteis, não indicar outras em substituição, prosseguir-se-á nos demais termos do processo.

§ 2º No caso de mais de um indiciado, cada um deles será ouvido separadamente, po-dendo ser promovida acareação, sempre que divergirem em suas declarações.

Art. 233. As testemunhas serão intimadas a de-por mediante mandado expedido pelo presi-dente da comissão, devendo apor seus cientes

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na segunda via, a qual será anexada ao proces-so.

Parágrafo único. Se a testemunha for servi-dor público, a expedição do mandado será remetida ao chefe da repartição onde ser-vir, com a indicação do dia, hora e local em que procederá à inquirição.

Art. 234. Serão assegurados transporte e diá-rias:

I – ao servidor convocado para prestar de-poimento, fora da sede de sua repartição, na condição de denunciante, indiciado ou testemunha;

II – aos membros da comissão e ao secretá-rio da mesma, quando obrigados a se deslo-carem da sede dos trabalhos para a realiza-ção de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.

Art. 235. O depoimento será prestado oralmen-te e reduzido a termo, não sendo lícito à teste-munha trazê-lo por escrito, sendo-lhe, porém, facultada breve consulta a apontamentos.

§ 1º As testemunhas serão inquiridas sepa-radamente, se possível no mesmo dia, ou-vindo-se previamente, as apresentadas pelo denunciante; a seguir, as indicadas pela co-missão e, por último, as arroladas pelo indi-ciado.

§ 2º Na hipótese de depoimentos contradi-tórios ou divergentes entre si, proceder-se--á à acareação dos depoentes.

§ 3º Antes de depor, a testemunha será qualificada, declarando o nome, estado ci-vil, profissão, se é parente, e em que grau, de alguma das partes, ou quais suas rela-ções com qualquer delas.

Art. 236. Ao ser inquirida uma testemunha, as demais não poderão estar presentes, a fim de evitar-se que uma ouça o depoimento da outra.

Art. 237. O procurador do acusado poderá as-sistir ao interrogatório, bem como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir

nas perguntas e respostas, facultando-se- lhe, porém, reinquiri-las, por intermédio do presi-dente da comissão.

Art. 238. A testemunha somente poderá eximir--se de depor nos casos previstos em lei penal.

§ 1º Se arrolados como testemunha, o Go-vernador do Estado, os Secretários, os diri-gentes máximos de autarquias, bem como outras autoridades federais, estaduais ou municipais de níveis hierárquicos a eles as-semelhados, o depoimento será colhido em dia, hora e local previamente ajustados en-tre o presidente da comissão e a autorida-de.

§ 2º Os servidores estaduais arrolados como testemunhas serão requisitados jun-to às respectivas chefias e, os federais e os municipais, bem como os militares, serão notificados por intermédio das repartições ou unidades a que servirem.

§ 3º No caso em que as pessoas estranhas ao serviço público se recusem a depor pe-rante a comissão, o presidente poderá soli-citar à autoridade policial competente, pro-vidências no sentido de serem elas ouvidas na polícia, encaminhando, para tanto, àque-la autoridade, a matéria reduzida a itens, sobre a qual devam ser ouvidas.

Art. 239. Quando houver dúvida sobre a sani-dade mental do acusado, a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual parti-cipe, pelo menos, um médico psiquiatra.

Parágrafo único. O incidente de sanidade mental será processado em autos aparta-dos e apensos ao processo principal, após expedição do laudo pericial.

Art. 240. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o local onde será encontrado.

Art. 241. Durante o curso do processo, a comis-são promoverá as diligências que se fizerem ne-cessárias à elucidação do objeto do inquérito,

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podendo, inclusive, recorrer a técnicos e peri-tos.

Parágrafo único. Os órgãos estaduais aten-derão com prioridade às solicitações da co-missão.

Art. 242. Compete à comissão tomar conheci-mento de novas imputações que surgirem, du-rante o curso do processo, contra o indiciado, caso em que este poderá produzir novas provas objetivando sua defesa.

Art. 243. Na formação material do processo, todos os termos lavrados pelo secretário terão forma sucinta e, quando possível, padronizada.

§ 1º A juntada de documentos será feita pela ordem cronológica de apresentação mediante despacho do presidente da co-missão.

§ 2º A cópia da ficha funcional deverá inte-grar o processo desde a indiciação do servi-dor, bem como, após despacho do presiden-te, o mandato, revestido das formalidades legais que permita a intervenção de procu-rador, se for o caso.

Art. 244. Ultimada a instrução do processo, intimar-se-á o indiciado, ou seu defensor legal-mente constituído, para, no prazo de 10 (dez) dias, contados da data da intimação, apresentar defesa por escrito, sendo-lhe facultada vista aos autos na forma da lei.

§ 1º Havendo 2 (dois) ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.

§ 2º O prazo de defesa, excepcionalmente, poderá ser suprimido, a critério da comis-são, quando esta a julgar desnecessária, face à inconteste comprovação da inocência do indiciado.

Art. 245. Esgotado o prazo de defesa, a comis-são apresentará, dentro de 10 (dez) dias, minu-cioso relatório, resumindo as peças essenciais dos autos e mencionando as provas principais em que se baseou para formular sua convicção.

§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do sindicado.

§ 2º Se a defesa tiver sido dispensada ou apresentada antes da fluência do prazo, contar-se-á o destinado à feitura do relató-rio a partir do dia seguinte ao da dispensa da apresentação.

§ 3º No relatório, a comissão apreciará em relação a cada indiciado, separadamente, as irregularidades, objeto de acusação, as pro-vas que instruírem o processo e as razões de defesa, propondo, justificadamente, a absolvição ou a punição, sugerindo, nesse caso, a pena que couber.

§ 4º Deverá, também, a comissão, em seu relatório, sugerir providências tendentes a evitar a reprodução de fatos semelhan-tes ao que originou o processo, bem como quaisquer outras que lhe pareçam de inte-resse do serviço público estadual.

Art. 246. O relatório da comissão será encami-nhado à autoridade que determinou a sua ins-tauração para apreciação final no prazo de 30 (trinta) dias.

§ 1º Apresentado o relatório, a comissão fi-cará à disposição da autoridade que houver instaurado o inquérito para qualquer escla-recimento ou providência julgada necessá-ria.

§ 2º Quando não for da alçada da autorida-de a aplicação das penalidades e das provi-dências indicadas, estas serão propostas a quem de direito competir, no prazo marca-do para julgamento.

§ 3º Na hipótese do parágrafo anterior, o prazo para julgamento final será de 20 (vin-te) dias.

§ 4º A autoridade julgadora promoverá a publicação em órgão oficial, no prazo de 8 (oito) dias, da decisão que proferir, expedi-rá os atos decorrentes do julgamento e de-

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terminará as providências necessárias a sua execução.

§ 5º Cumprido o disposto no parágrafo ante-rior, dar-se-á ciência da solução do processo ao autor da representação e à comissão, procedendo-se, após, ao seu arquivamento.

§ 6º Se o processo não for encaminhado à autoridade competente no prazo de 30 (trinta) dias, ou julgado no prazo determi-nado no § 3º, o indiciado poderá reassumir, automaticamente, o exercício do seu cargo, onde aguardará o julgamento.

CAPÍTULO VIDO PROCESSO POR ABANDONO DE CARGO OU POR AUSÊNCIAS

EXCESSIVAS AO SERVIÇO

Art. 247. É dever do chefe imediato conhecer os motivos que levam o servidor a faltar consecuti-va e freqüentemente ao serviço.

Parágrafo único. Constatadas as primeiras faltas, deverá o chefe imediato, sob pena de se tornar co-responsável, comunicar o fato ao órgão de apoio administrativo da repar-tição que promoverá as diligências necessá-rias à apuração da ocorrência.

Art. 248. Quando o número de faltas não justi-ficadas ultrapassar a 30 (trinta) consecutivas ou 60 (sessenta) intercaladas durante um ano, a repartição onde o servidor estiver em exercício promoverá sindicância e, à vista do resultado nela colhido, proporá:

I – a solução, se ficar provada a existência de força maior, coação ilegal ou circunstân-cia ligada ao estado físico ou psíquico do servidor, que contribua para não caracteri-zar o abandono do cargo ou que possa de-terminar a justificabilidade das faltas;

II – a instauração de inquérito administrati-vo se inexistirem provas das situações men-

cionadas no inciso anterior, ou existindo, fo-rem julgadas insatisfatórias.

§ 1º No caso de ser proposta a demissão, o servidor terá o prazo de 5 (cinco) dias para apresentar defesa.

§ 2º Para aferição do número de faltas, as horas serão convertidas em dias, quando o servidor estiver sujeito a regime de plan-tões.

§ 3º Salvo em caso de ficar caracterizada, desde logo, a intenção do faltoso em aban-donar o cargo, ser-lhe-á permitido continu-ar em exercício, a título precário, sem preju-ízo da conclusão do processo.

§ 4º É facultado ao indiciado, por abando-no de cargo ou por ausências excessivas ao serviço, no decurso do correspondente pro-cesso administrativo disciplinar, requerer sua exoneração, a juízo da autoridade com-petente.

CAPÍTULO VIIDA REVISÃO DO PROCESSO

Art. 249. O processo administrativo disciplinar poderá ser revisto, uma única vez, a qualquer tempo ou “ex-officio”, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência ou inadequação da penalidade apli-cada.

§ 1º O pedido da revisão não tem efeito sus-pensivo e nem permite agravação da pena.

§ 2º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa de sua família poderá requerer revi-são do processo.

§ 3º No caso de incapacidade mental, a re-visão poderá ser requerida pelo respectivo curador.

Art. 250. No processo revisional, o ônus da pro-va cabe ao requerente.

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Art. 251. O requerimento de revisão do proces-so será dirigido ao Secretário de Estado ou au-toridade equivalente que, se a autorizar, enca-minhará o pedido ao órgão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.

Art. 252. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias de prazo para a conclusão dos trabalhos.

Art. 253. O julgamento caberá à autoridade que aplicou a penalidade nos termos do artigo 246, no prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebi-mento do processo, durante o qual poderá de-terminar as diligências que julgar necessárias.

Art. 254. Julgada procedente a revisão, será de-clarada sem efeito a penalidade aplicada, resta-belecendo-se todos os direitos do servidor.

TÍTULO VI

Da Previdência e Assistência ao Servidor

Art. 255. O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência médica, odontoló-gica e hospitalar para seus servidores e depen-dentes, mediante contribuição, nos termos da lei.

Art. 256. Caberá, especialmente ao Estado, a concessão dos seguintes benefícios, na forma prevista nesta lei:

I – abono familiar;

II – licença para tratamento de saúde;

III – licença-gestante, à adotante e licença--paternidade;

IV – licença por acidente em serviço;

V – aposentadoria;

VI – auxílio-funeral;

VII – complementação de pensão.

§ 1º Além das concessões de que trata este artigo, será devido o auxílio-transporte, cor-respondente à necessidade de deslocamen-

to do servidor em atividade para seu local de trabalho e vice-versa, nos termos da lei.

§ 2º O Estado concederá o auxílio-refeição, na forma da lei.

§ 3º A lei regulará o atendimento gratuito de filhos e dependentes de servidores, de zero a seis anos, em creches e pré-escola.

Art. 257. O auxílio-funeral é a importância devi-da à família do servidor falecido, ativo ou inati-vo, em valor equivalente:

I – a um mês de remuneração ou provento que perceberia na data do óbito, considera-dos eventuais acúmulos legais;

II – ao montante das despesas realizadas, respeitando o limite fixado no inciso ante-rior, quando promovido por terceiros.

Parágrafo único. O processo de concessão de auxílio-funeral obedecerá a rito sumário e concluir-se-á no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da prova do óbito, subordinan-do-se o pagamento à apresentação dos comprovantes da despesa.

Art. 258. Em caso de falecimento de servidor ocorrido quando no desempenho de suas fun-ções, fora do local de trabalho, inclusive em ou-tro Estado ou no exterior, as despesas de trans-porte do corpo correrão à conta de recursos do Estado, autarquia ou fundação de direito públi-co.

Art. 259. Ao cônjuge ou dependente do servidor falecido em conseqüência de acidente em servi-ço ou agressão não-provocada, no exercício de suas atribuições, será concedida complementa-ção da pensão que, somada à que perceber do órgão de Previdência do Estado, perfaça a tota-lidade da remuneração percebida pelo servidor, quando em atividade.

Art. 260. Caberá ao Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul a concessão de be-nefícios e serviços, na forma prevista em lei es-pecífica.

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Parágrafo único. Todo servidor abrangido por esta lei deverá, obrigatoriamente, ser contribuinte do órgão previdenciário de que trata este artigo.

TÍTULO VII

DA CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO

Art. 261. Para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, a Administra-ção estadual poderá efetuar contratações de pessoal, por prazo determinado, na forma da lei.

Parágrafo único. Para os fins previstos nes-te artigo, consideram-se como necessidade temporária de excepcional interesse públi-co as contratações destinadas a:

I – combater surtos epidêmicos;

II – atender situações de calamidade públi-ca;

III – atender a outras situações de urgência que vierem a ser definidas em lei.

TÍTULO VIII

Das Disposições Gerais, Transitórias e Finais

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 262. O dia 28 de outubro é consagrado ao servidor público estadual.

Art. 263. Poderão ser conferidos, no âmbito da administração estadual, autarquia e fundações de direito público, prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que possibili-tem o aumento da produtividade e a redução de custos operacionais, bem como concessão

de medalhas, diploma de honra ao mérito, con-decoração e louvor, na forma do regulamento.

Art. 264. Os prazos previstos nesta lei serão contados em dias corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do vencimento, fi-cando prorrogado, para o primeiro dia útil se-guinte, o prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Parágrafo único. Os avanços e os adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) serão pagos a partir do pri-meiro dia do mês em que for completado o período de concessão.

Art. 265. Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus direi-tos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem eximir-se do cumprimento de seus deve-res.

Art. 266. Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento, como próprio do seu cargo ou função, não de-corre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as comissões legais.

Art. 267. É vedado às chefias manterem sob suas ordens cônjuges e parentes até segundo grau, salvo quando se tratar de função de ime-diata confiança e livre escolha, não podendo, porém, exceder de dois o número de auxiliares nessas condições.

Art. 268. Serão assegurados ao servidor públi-co civil os direitos de associação profissional ou sindical.

Art. 269. Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem no seu assen-tamento individual.

Parágrafo único. Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro que compro-ve união estável como entidade familiar.

Art. 270. A atribuição de qualquer direito e vantagem, cuja concessão dependa de ato ou portaria do Governador do Estado, ou de outra

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autoridade com competência para tal, somente produzirá efeito a partir da data da publicação no órgão oficial.

Art. 271. Os servidores estaduais, no exercício de suas atribuições, não estão sujeitos a san-ções disciplinares por crítica irrogada em quais-quer escritos de natureza administrativa.

Parágrafo único. A requerimento do inte-ressado, poderá a autoridade suprimir as críticas irrogadas.

Art. 272. O servidor que esteja sujeito à fisca-lização de órgão profissional e for suspenso do exercício da profissão, enquanto durar a medi-da, não poderá desempenhar atividade que en-volva responsabilidade técnico-profissional.

Art. 273. O Poder Executivo regulará as condi-ções necessárias à perfeita execução desta lei, observados os princípios gerais nela consigna-dos.

Art. 274. O disposto nesta lei é extensivo às au-tarquias e às fundações de direito público, res-peitada, quanto à prática de atos administrati-vos, a competência dos respectivos titulares.

Art. 275, Os dirigentes máximos das autarquias e fundações de direito público poderão praticar atos administrativos de competência do Gover-nador, salvo os indelegáveis, nas áreas de suas respectivas atuações.

CAPÍTULO IIDAS DISPOSIÇÕES

TRANSITÓRIAS E FINAIS

Art. 276. Ficam submetidos ao regime jurídico instituído por esta lei, na qualidade de servido-res públicos, os servidores estatutários da Ad-ministração Direta, das autarquias e das funda-ções de direito público, inclusive os interinos e extranumerários, bem como os servidores esta-bilizados vinculados à Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio de 1943.

§ 1º Os servidores celetistas de que trata o “caput” deverão manifestar, formalmente, no prazo de 90 (noventa) dias após a pro-mulgação desta lei, a opção de não integra-rem o regime jurídico por esta estabelecido.

§ 2º Os cargos ocupados pelos nomeados interinamente e as funções corresponden-tes aos extranumerários e contratados de que trata este artigo, ficam transformados em cargos de provimento efetivo, em clas-se inicial, em número certo, operando-se automaticamente a transposição dos seus ocupantes, observada a identidade de de-nominação e equivalência das atribuições com cargos correspondentes dos respecti-vos quadros de pessoal.

§ 3º Nos órgãos em que já exista sistema de promoção para servidores celetistas, a transformação da respectiva função será para o cargo de provimento efetivo em clas-se correspondente.

§ 4º Os cargos de provimento efetivo re-sultantes das disposições deste artigo, ex-cetuados os providos na forma do artigo 6º, terão carreira de promoção própria, extinguindo-se à medida que vagarem, res-salvados os Quadros próprios, criados por lei, cujos cargos são providos no sistema de carreira, indistintamente, por servidores ce-letistas e estatutários.

§ 5º Para efeitos de aplicação deste artigo, não serão consideradas as situações de fato em desvio de função.

§ 6º Os contratados por prazo determinado terão seus contratos extintos, após o venci-mento do prazo de vigência.

§ 7º Excepcionada a situação prevista no parágrafo 3º deste artigo, fica assegurada ao servidor, a título de vantagem pessoal, como parcela autônoma, nominalmente identificável, a diferença resultante entre a remuneração básica da função anterior-mente desempenhada sob o regime da Consolidação das Leis do Trabalho e a do

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cargo da classe inicial da categoria funcional para a qual foi transposto.

Art. 277. São considerados extintos os contratos individuais de trabalho dos servidores que pas-sarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei, ficando-lhes assegurada a contagem do tempo anterior de serviço público estadual para todos os efeitos, exceto para os fins previstos no inciso I do artigo 151, na forma da lei.

§ 1º O servidor que houver implementado o período aquisitivo que lhe assegure o direi-to a férias no regime anterior, será obrigado a gozá-las, imediatamente, aplicando-se ao período restante o disposto no § 2º deste artigo.

§ 2º Para integralizar o período aquisitivo de férias regulamentares de que trata o § 1º do artigo 67, será computado 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício no regime anterior.

§ 3º O servidor que, até 31 de dezembro de 1993, não tenha completado o qüinqüênio de que trata o artigo 150 desta Lei Comple-mentar, terá assegurado o cômputo desse período para fins de concessão de licença--prêmio, inclusive para os efeitos do inciso I do artigo 151 da mesma Lei.

Art. 278. Os saldos das contas vinculadas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, dos servidores celetistas que passarem a integrar o regime jurídico na forma do artigo 276, desta lei, poderão ser sacados nas hipóteses previstas pela legislação federal vigente sobre a matéria.

Parágrafo único. O saldo da conta indivi-dualizada de servidores não optantes pelo FGTS reverterá em favor do Estado ou da entidade depositante.

Art. 279. Aplicam-se as disposições desta lei aos integrantes do Plano de Carreira do Magistério Público Estadual, na forma prevista no art. 154 da Lei nº 6.672, de 22 de abril de 1974.

Art. 280. As disposições da Lei nº 7.366, de 29 de março de 1980, que não conflitarem com os princípios estabelecidos por esta lei, permane-cerão em vigor até a edição de lei complemen-tar, prevista no art. 134 da Constituição do Esta-do do Rio Grande do Sul.

Art. 281. A exceção de que trata o artigo 1º se estende aos empregados portuários e hidrovi-ários, vinculados à entidade responsável pela administração de portos de qualquer natureza, hidrovias e obras de proteção e regularização, que continuarão a adotar o regime da Lei nº 4.860/65, a legislação trabalhista, a legislação portuária federal e a política nacional de salá-rios, observado o quadro de pessoal próprio.

Art. 282. A diferença de proventos, instituí-da pelo Decreto-Lei nº 1.145/46, estendida às autarquias pela Lei nº 1.851/52 e Ato 206/76 – DEPREC, aplica-se ao pessoal contratado dire-tamente sob regime jurídico trabalhista do De-partamento Estadual de Portos, Rios e Canais, vinculado à Previdência Social Federal.

Parágrafo único. A diferença de proventos será concedida somente quando o empre-gado satisfizer os requisitos da aposentado-ria pela legislação estadual em vigor e que sejam estáveis no serviço público, a teor do art. 19 do Ato das Disposições Transitórias da Constituição Federal.

Art. 283. Os graus relativos aos cargos organiza-dos em carreira a que se refere esta lei, enquan-to não editada a lei complementar de que trata o art. 31 da Constituição do Estado, correspon-dem as atuais classes.

Art. 284. Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da Constituição Federal e da Consti-tuição Estadual, o direito à livre organização sin-dical e os seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

a) de ser representado pelo sindicato, inclu-sive como substituto processual;

b) de inamovibilidade do dirigente sindical, até 01 (um) ano após o final do mandato, exceto se a pedido;

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c) de descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas em assembléia geral da categoria.

Art. 285. No prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar da data da promulgação desta lei, o Po-der Executivo deverá encaminhar ao Poder Le-gislativo, projeto de lei que trate do quadro de carreira dos funcionários de escola.

Art. 286. As despesas decorrentes da aplicação desta lei correrão à conta de dotações orçamen-tárias próprias.

Art. 287. Fica o Executivo autorizado a abrir cré-ditos suplementares necessários à cobertura das despesas geradas por esta lei.

Art. 288. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo seus efeitos a contar de 1º de janeiro de 1994.

Art. 289. Ressalvados os direitos adquiridos, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, são revo-gadas as disposições em contrário.

PALÁCIO PIRATINI, em Porto Alegre, 3 de feve-reiro de 1994.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI nº 10.098/1994

A Lei nº 10.098/1994 estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul. Ou seja, é o Estatuto do servidor do RS. Obs.: os servidores municipais terão estatutos próprios.

1. DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Servidor – pessoa legalmente investida em cargo público.

Cargo público – conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.

Os cargos públicos estaduais são:

a) criados por lei;

b) em número certo;

c) denominação própria;

d) acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma da Lei Complementar;

e) de provimento efetivo e em comissão.

É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei (ex.: a lei permite que o mesário preste serviços de forma gratuita).

Cargo em Comissão (CCs) – Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, não serão organizados em carreira. Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções gratificadas, com atribuições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servidores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos em lei.

Cargo efetivo – Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios alternados de merecimento e antiguidade.

A investidura em cargo público de provimento efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Importante: A investidura em cargo de provimento efetivo ocorrerá com a posse.

Requisitos para ingresso no serviço público:

I – possuir a nacionalidade brasileira;

II – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

III – ter idade mínima de 18 anos;

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IV – possuir aptidão física e mental;

V – estar em gozo dos direitos políticos;

VI – ter atendido às condições prescritas para o cargo.

A comprovação do preenchimento dos requisitos ocorrerá no momento da posse.

Exames médicos – Precederá sempre, ao ingresso no serviço público estadual, a inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial. Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo com a natureza de cada cargo. Candidatos julgados temporariamente inaptos poderão requerer nova inspeção médica, no prazo de 30 dias, a contar da data que dela tiverem ciência. Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psicológico, que terá caráter informativo.

2. PROVIMENTO

Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública ou a um novo cargo, para prestação de um serviço.

2.1. Formas de provimento de cargo público: NAR4

NomeaçãoAproveitamentoReadaptaçãoReversãoReintegraçãoRecondução

2.2. Classificação das formas de provimento:

a) Provimento Originário – quando não existe um vínculo anterior entre o servidor e a Administração Publica (obs.: a nomeação é a única e sempre forma de provimento originário)

b) Provimento Derivado – quando há um vínculo anterior entre o servidor e a Administração Pública (todas as demais formas de provimento).

2.3. Nomeação

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Nomeação é forma originária de provimento de cargo público por pessoa física e pode ser:

a) Nomeação em caráter efetivo – quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para provimento em cargo efetivo de carreira ou isolado;

b) Nomeação em comissão – quando se tratar de cargo de confiança (de livre nomeação e exoneração).

A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última chamada.

Concurso Público – será de provas ou de provas e títulos. Validade de até 2 anos, prorrogáveis uma única vez, por igual período, no interesse da Administração. Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo. O desempate entre candidatos aprovados no concurso em igualdade de condições, obedecerá aos seguintes critérios:

I – maior nota nas provas de caráter eliminatório, considerando o peso respectivo;

II – maior nota nas provas de caráter classificatório, se houver, prevalecendo a que tiver maior peso;

III – sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização.

Posse – Posse é a aceitação expressa do cargo. Aprovada em concurso público e nomeada, a pessoa terá direito subjetivo à posse, que dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no prazo de 15 dias contados da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado. Não tomando posso no prazo, será tornado sem efeito a nomeação. Em se tratando de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do término do afastamento. A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Exercício – é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. O servidor deverá entrar em exercício em até 30 dias contados da posse, sob pena de tornar-se sem efeito sua nomeação.

Estágio Probatório – segundo expresso no Estatuto (Art. 28), estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo. No entanto, ATENÇÃO, esse prazo é inconstitucional, já que após a Medida Provisória 19/98, o prazo de estágio probatório seria equivalente aos 3 anos da estabilidade (CF Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público). Além disso, o Decreto nº 44376/2006 institui que:

Art. 1º Estágio Probatório é o período de três anos de exercício do servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo, durante o qual será verificada a conveniência ou não da sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes Fatores: (macete: P.E.R.D.A)

I – Disciplina: verifica a integração às regras, normas e procedimentos estabelecidos para o bom andamento do serviço, bem como a forma com que se relaciona no ambiente de trabalho.

II – Eficiência: avalia o grau de conhecimento, o modo como utiliza e mantém o material e equipamentos, o modo como executa suas atividades e o grau de iniciativa para solucionar problemas.

III – Responsabilidade: analisa como cumpre suas obrigações, o interesse e a disposição na execução de suas atividades.

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IV – Produtividade: avalia a qualidade na apresentação do trabalho, a capacidade em assimilar e aplicar os ensinamentos na execução de suas atividades.

V – Assiduidade: avalia a frequência e o cumprimento do horário de trabalho.

Portanto, se a prova perguntar sobre o texto “expresso” ou “literal” do Estatuto, são os 2 anos, mas se perguntar sobre o período do estágio probatório em sentido geral, são 3 anos. O servi-dor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. (Obs.: em regra, se mudar de cargo, haverá novo estágio probatório)

Estabilidade – Aprovado no estágio probatório, o servidor adquirirá estabilidade e só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Promoção – Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcional. Ocorre apenas nos cargos que possuem planos de carreira, sendo que os critérios para a promoção são merecimento e antiguidade, alternada-mente.

Somente poderá concorrer à promoção o servidor que:

I – preencher os requisitos estabelecidos em lei;

II – não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão, convertida, ou não em multa.

Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o ato que formalizou indevi-damente a promoção, sendo que o servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribuição a que tiver direito.

Concurso Nomeação Posse Exercício Estágio Probatório

Estabilidade Promoção

15 dias(+ 15) Até 30 dias

3 anos“PERDA”

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2.4. Readaptação

Readaptação é a forma de investidura do servidor estável em cargo de atribuições e responsa-bilidades mais compatíveis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, podendo ser processada a pedido ou “ex-officio”.

A readaptação será efetivada, sempre que possível, em cargo compatível com a aptidão do ser-vidor, observada a habilitação e a carga horária exigidas para o novo cargo.

Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribuições ao servidor em estágio experi-mental, pelo órgão competente, por prazo não inferior a 90 dias, o que poderá ser realizado na mesma repartição ou em outra, atendendo, sempre que possível, às peculiaridades do caso, mediante acompanhamento sistemático.

No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do cargo indicado, até que se disponha deste para o regular provimento.

2.5. Reintegração

Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resul-tante de sua transformação, em consequência de decisão administrativa ou judicial, com res-sarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento.

Ex.: servidor foi demitido, mas ingressa com ação judicial alegando ilegalidade e o Judiciário de-termina seu retorno (reintegração), com o recebimento de tudo o que deixou de ganhar após a demissão.

Se o cargo tiver sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade. Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

2.6. Reversão

É o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando verificada, por junta mé-dica oficial, a insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria.

O servidor que reverter terá assegurada a retribuição correspondente à situação funcional que detinha anteriormente à aposentadoria e far-se-á, a pedido ou “ex-officio”, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos artigos 18 e 22, relativas à posse e ao exercício, respectivamente.

O servidor com mais de 60 anos não poderá ter processada a sua reversão.

2.7. Recondução

É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Ocorrerá em 2 hipóteses:

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a) obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório relativo a outro cargo (ex.: era estável no cargo de técnico do TJ, posteriormente foi aprovado no concurso para ana-lista do TJ, mas não foi aprovado no estágio probatório deste; então será “reconduzido” ao cargo de técnico que ocupava antes).

b) Reintegração do anterior ocupante (ex.: “A” ocupava determinado cargo, foi demitido e, por determinação judicial, acabou sendo reintegrado; “B” que estava ocupando seu cargo poderá “reconduzido” ao cargo que ocupava anteriormente).

Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor reconduzido será aproveitado em outro, com a natureza e vencimento compatíveis com o que ocupara.

2.8. Aproveitamento

É o retorno à atividade de servidor estável que estava em disponibilidade. Será efetivado, obri-gatoriamente, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocu-pado.

O servidor ficará em disponibilidade quando o cargo é declarado desnecessário ou for extinto, recebendo a remuneração do cargo + vantagens permanentes, até seu adequado aproveita-mento em outro cargo. (art. 41, § 3º, CF). Ex.: a pessoa ocupava o cargo de datilógrafo, o qual foi extinto; nesse caso, o servidor ficará em disponibilidade, então, poderá ser “aproveitado” em outro cargo.

O aproveitamento pode se dar em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Adminis-tração Pública estadual.

Funk do Provimento

N de Nomeação, é por aí que eu to dentroSe ficar disponível, vai ter Aproveitamento

R de Reversão, retornou o aposentadoFez Readaptação, porque ficou bem limitado

Na Reintegração, foi demitido injustamenteE na Recondução, rodou no estágio, minha gente?!

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3. REGIME DE TRABALHO

O Governador do Estado determinará, quando não discriminado em lei ou regulamento, o ho-rário de trabalho dos órgãos públicos estaduais.

Hora-extra – Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cum-prir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador. Consideram--se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o respectivo cargo, não podendo exceder a 25% da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor. Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito a re-muneração, facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei.

Horário noturno – Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. A hora de trabalho noturno será computada como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

4. VACÂNCIA

Vacância é o ato administrativo que desfaz o vínculo da pessoa física com a Administração Pú-blica ou com o cargo anteriormente ocupado pelo servidor.

4.1. A vacância do cargo público decorrerá de:

• exoneração;

• demissão;

• readaptação;

• aposentadoria;

• recondução;

• falecimento.

4.1.1. Exoneração – ato que gera o desligamento do servidor sem caráter de penalidade.

• Exoneração de cargo efetivo: poderá ser a pedido do servidor; ou de oficio quando a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade competente; ou quando b) não forem satisfeitas as condições do estágio probatório.

4.1.2. Demissão – ato que gera o desligamento do servidor com caráter de penalidade, ou seja, decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma prevista em lei.

4.1.3. Readaptação – quando o servidor é readaptado a outro cargo, ocorre a vacância do que ocupava.

4.1.4. Aposentadoria – é o direito à inatividade remunerada, gerando a vacância do cargo que o servidor ocupava.

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4.1.5. Recondução – ao ser reconduzido a outro cargo, o que estava ficará vago.

4.1.6. Falecimento – com a morte do servidor, obviamente, ocorrerá a vacância do seu cargo.

Obs.: A Readaptação e Recondução caracterizam-se como formas de Provimento e também de Vacância.

5. REMOÇÃO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO

5.1. Remoção

A remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, com ou sem mudança de sede:

I – de uma repartição para outra;

II – de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma repartição.

Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remoção, a pedido, por motivo de saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante prévia verificação da existência de vaga.

Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor estadual; não sendo possível, observar-se-á o disposto no artigo 147 (Li-cença para acompanhar o cônjuge).

A remoção por permuta será processada a pedido de ambos os interessados, ouvidas, previa-mente, as chefias envolvidas.

5.2. Redistribuição

Redistribuição é o deslocamento do servidor com o respectivo cargo, de um quadro de pes-soal ou entidade para outro do mesmo Poder, cujos planos de cargos e vencimentos sejam idênticos.

Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajustamento de quadros de pessoal às neces-sidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade, na forma da lei.

Se o servidor não for redistribuído junto com o cargo, ficará em disponibilidade ou desempe-nhará provisoriamente suas atividades em outro órgão ou entidade, até seu adequado aprovei-tamento.

Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores estáveis que não puderem ser redis-tribuídos, nos termos deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamen-to.

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5.3. Substituição

Os servidores investidos em cargos em comissão ou funções gratificadas terão substitutos, du-rante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente designados pela autoridade competente.

O substituto fará jus ao vencimento do cargo ou função na proporção dos dias de efetiva subs-tituição iguais ou superiores a 10 dias consecutivos.

6. DOS DIREITOS E VANTAGENS DO SERVIDOR

6.1. Vencimento, Remuneração e Subsídio

Vencimento É a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício de cargo, com valor fixado em lei (básico).

Remuneração É o vencimento básico + vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.

Subsídio

É a parcela única recebida pelo servidor, sem o acréscimo de qualquer outra verba remuneratória. Art. 39, § 4º, CF: Membros de Poder (ex.: Juízes de Direito), detentores de mandato eletivo (ex.: Deputado Federal), Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais, e servidores públicos policiais são remunerados obrigatoriamente por subsídios.

Proventos É a “remuneração” do servidor inativo (aposentado ou em disponibilidade). Quem está na ativa recebe remuneração; quem está inativo recebe proventos.

6.2. Vantagens do Servidor

Além dos vencimentos, poderão ser pagos ao servidor as seguintes vantagens:

a) Indenizações

b) Avanços

c) Gratificações e Adicionais

d) Honorários e Jetons

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Indenizações

• Ajuda de CustoDestina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

• Diárias

Destinam-se a compensar as despesas com deslocamentos eventuais ou transitórios do servidor para outros pontos do território nacional ou para o exterior (ex.: pousada, alimentação, locomoção...); fará jus a passagens + diárias.

• TransportesDestina-se a compensar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo (ex.: policial que utiliza o carro próprio para uma investigação).

Avanços Acréscimo

Investidos até 30/06/1995 5% a cada triênio de exercício (3 anos)

Investidos após 30/06/1995 3% a cada triênio de exercício (3 anos)

Gratificações

Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento (FG)

• Vantagem conferida ao servidor pelo exercício de chefia, assistência ou assessoramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.

Gratificação natalina

• Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.

• Será paga até o dia 20 de dezembro de cada ano. (Na prática, equivale ao “décimo terceiro”).

Gratificação por regime especial de trabalho, na forma da lei

Pelo regime especial de trabalho, o servidor poderá fazer jus à gratificação, na forma da lei.

Gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas

Devido ao servidor que trabalhe com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas radioativas ou com risco de vida. Insalubre é o serviço prejudicial à saúde do servidor; perigoso é o que cria risco a sua vida; penoso é o trabalho em área de fronteira. Havendo mais de um adicional, o servidor deve optar por um deles.

Gratificação por exercício de serviço extraordinário

O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho.

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Gratificação de representação, na forma da lei

Gratificação devida por representação, na forma da lei.

Gratificação por serviço noturno

O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (serviço noturno é o realizado entre as 22h e as 5h dia seguinte).

Adicional por tempo de serviço

• Adicional de 15% ao completar 15 anos de serviço público; • Adicional de 25% ao completar 25 anos de serviço público.

Ao fazer jus ao de 25, cessa o pagamento do de 15.

Gratificação de permanência em serviço

Poderá ser deferida, por ato do Governador, quando for considerado conveniente e oportuna a permanência de servidor que já tiver o direito de se aposentar voluntariamente com proventos integrais. O valor será o equivalente a 50% do seu vencimento básico.

Abono familiar

Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razão de 10% do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes:

I – filho menor de 18 anos;

II – filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja comprova-damente incapaz;

III – filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 anos;

IV – cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não perceba re-muneração.

Quando se tratar de dependente inválido ou excepcional, o abono será pago pelo triplo.

Outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei

Como a lista não é exaustiva, poderão ter outras gratificações que não as expressamente previstas no Estatuto, na forma da lei.

Honorários e Jetons

O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, as funções de:

I – membro de banca de concurso;

II – gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso;

III – treinamento de pessoal;

IV – professor, em cursos legalmente instituídos.

O servidor receberá jeton, a título de representação na forma da lei:

Quando no desempenho do encargo de membro de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído (órgão colegiado).

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6.3. FÉRIAS

O servidor gozará, anualmente, 30 dias de férias, podendo ser acumuladas até o máximo de 2 períodos anuais.

Regra – 30 dias por ano

Operadores de Raio X – 20 dias por semestre (o servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas, próximas a fontes de irradiação gozará 20 dias consecu-tivos de férias, por semestre de atividade profissional, não acumuláveis e intransferíveis).

Para o primeiro período aquisitivo de férias são exigidos 12 meses de exercício, mas para os demais, não será necessário completar os 12 meses.

É facultado o gozo de férias em 2 períodos, não inferiores a 10 dias consecutivos.

Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se esti-vesse em exercício.

Obs. 1: férias não podem ser convertidas em pecúnia, ou seja, servidor público não pode “ven-der férias”.

Obs. 2: faltas ao serviço não serão levadas à conta de férias, o seja, não podem ser descontados das férias as faltas do servidor.

Adicional de férias – O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3, antes do início do referido período.

6.4. DO TEMPO DE SERVIÇO (Efetivo Exercício)

A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em anos, consi-derados estes como período de 365 dias. Os dias de efetivo exercício serão computados à vista dos comprovantes de pagamento, ou dos registros funcionais.

É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, municípios, au-tarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.

São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de

I – férias;

II – casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;

III – falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;

IV – doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação;

V – exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

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VII – desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, exceto para promoção por merecimento;

VIII – missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária;

IX – deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;

X – realização de provas, na forma do artigo 123;

XI – assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127;

XII – prestação de prova em concurso público;

XIII – participação em programas de treinamento regularmente instituído, correlacionado às atribuições do cargo;

XIX – licença:h) à gestante, à adotante e à paternidade;i) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração;j) prêmio por assiduidade;k) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profissional;l) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal;m) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por merecimento;n) para participar de cursos, congressos e similares, sem prejuízo da retribuição;

XV – moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata;

XVI – participação de assembléias e atividades sindicais.

6.5. CONCESSÕES

6.5.1. Das Vantagens ao Servidor Estudante ou Participante de Cursos, Congressos e Similares

É assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguin-tes casos:

I – durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus;

II – durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.

6.5.2. Da Assistência a Filho Excepcional

O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental, em tratamento, fica au-torizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% (cin-quenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei

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6.6. LICENÇAS

Será concedida, ao servidor, licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por acidente em serviço;

III – por motivo de doença em pessoa da família;

IV – à gestante, à adotante e à paternidade;

V – para prestação de serviço militar;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para acompanhar o cônjuge;

VIII – para o desempenho de mandato classista;

IX – prêmio por assiduidade;

X – para concorrer a mandato público eletivo;

XI – para o exercício de mandato eletivo;

XII – especial, para fins de aposentadoria.

6.6.1. Licença para tratamento de saúde (do servidor)

Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do laudo.

6.6.2. Licença por acidente em serviço

O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu total res-tabelecimento. Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, desde que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo. O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado.

6.6.3. Licença por motivo de doença em pessoa da família

O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descenden-te, enteado e colateral consanguíneo, até o 2º grau, desde que comprove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.

6.6.4. Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade

Gestante terá 180 dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. Pelo nascimento ou ado-ção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 15 dias consecutivos. À servidora que adotar será concedida licença conforme a idade do adotado: de 1 a 2 anos – 180 dias; mais

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de 2 e até 4 anos – 150 dias; mais de 4 até 6 anos – 120 dias; mais de 6 anos e menor de idade – 90 dias.

6.6.5. Licença para prestar serviço militar

Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições pre-vistas na legislação específica. Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamen-te. Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para apresenta-ção será de 10 dias.

6.6.6. Licença para tratar de interesses particulares

A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo e estável, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até 2 anos consecutivos, sem remuneração. A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do car-go. Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 anos do término da anterior, contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.

6.6.7. Licença para acompanhar o cônjuge

O servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem remu-neração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de so-licitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo Federal, estadual ou muni-cipal. A licença será concedida mediante pedido do servidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 anos. À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir per-manecer no domicílio do cônjuge. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.

6.6.8. Licença para desempenho de mandato classista

É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato classista em cen-tral sindical, em confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de clas-se ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo.

6.6.9. Licença-Prêmio por Assiduidade

O servidor que, por um quinquênio (5 anos) ininterrupto, não se houver afastado do exercício de suas funções terá direito à concessão automática de 3 meses de licença-prêmio por assidui-dade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse em exercício.

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6.6.10. Licença para concorrer a mandato público eletivo e exercê-lo

O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da legislação elei-toral. Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse. Ao servidor in-vestido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

6.6.11. Licença especial para fins de aposentadoria

Decorridos 30 dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar-se do exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido. O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

7. REGIME DISCIPLINAR

7.1. O art. 177 elenca quais são os deveres do servidor.

São deveres do servidor:

I – ser assíduo e pontual ao serviço;

II – tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem preferências pessoais;

III – desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições;

IV – ser leal às instituições a que servir;

V – observar as normas legais e regulamentares.

VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

VII – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

VIII – atender com presteza:d) o público em geral, prestando as informações requeridas que estiverem a seu alcance, ressalvadas as protegidas por sigilo;e) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;f) às requisições para defesa da Fazenda Pública;

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IX – representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo;

X – zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimônio público;

XI – observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe forem confiados;

XII – providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de família;

XIII – manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho;

XIV – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

7.2. O art. 178 traz a lista das proibições ao servidor.

Ao servidor é proibido:

I – referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às autoridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço;

II – retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição;

III – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

IV – ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço; (Obs.: se comprovado que a violação se deu por motivo de dependência, o servidor deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a tratamento médico especializado).

V – atender pessoas na repartição para tratar de interesses particulares, em prejuízo de suas atividades;

VI – participar de atos de sabotagem contra o serviço público;

VII – entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e locais de trabalho;

VIII – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

IX – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

X – exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das definidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e as comissões legais

XI – celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem;

XII – participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão; (Obs.: exceto a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.)

XIII – exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego ou função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em matéria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado; (Obs.: exceto a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.)

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XIV – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267;

XV – cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados;

XVI – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-partidários;

XVII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas;

XVIII – praticar usura, sob qualquer das suas formas;

XIX – aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de país estrangeiro;

XX – valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público

XXI – atuar, como procurador, ou intermediário junto a repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge

XXII – receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições

XXIII – valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito

XXIV – ceder de forma desidiosa

XXV – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho

7.3. Acumulação

Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos.

Legislação correlata: Constituição Federal, art. 37, XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qual-quer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regula-mentadas.

A proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações mantidas pelo Poder Público.

Mesmo nos casos em que a acumulação é permitida, fica condicionada à comprovação da com-patibilidade de horários.

Verificada a acumulação indevida, o servidor será cientificado para optar por uma das posições ocupadas.

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7.4. Das Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servido responde civil, penal e administrativa-mente.

Responsabilidade civil – decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiro. Se o servidor causar danos a terceiros, responderá perante a Fazenda Pública mediante ação regressiva (ex.: se o servidor que exerce função de motorista, por imprudência, bate o veículo em um muro de um terceiro, este certamente vai entrar com ação contra o Poder Público, que terá o dever de indenizar; porém, a Fazenda Pública poderá buscar ressarcimento do servidor que culposamente causou o dano).

Responsabilidade penal (criminal) – abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Responsabilidade administrativa – a responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omis-sivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Independência das instâncias – Regra: as sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administrati-va.

7.5. Penalidades

São penalidades disciplinares:

I – repreensão;

II – suspensão;

III – demissão;

IV – cassação de aposentadoria;

V – cassação de disponibilidade;

V – multa;

VI – destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.

Obs.: advertência não é considerada penalidade, mas ficará registrada.

Ao aplicar as penalidades, serão consideradas:

a) a natureza e a gravidade da infração cometida,

b) os danos delas resultantes para o serviço público,

c) as circunstâncias agravantes ou atenuantes,

d) os antecedentes funcionais.

O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

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A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional.

A ação disciplinar prescreverá:

I – em 12 meses, a de repreensão;

II – em 24 meses, meses, as de suspensão, de multa, de demissão por abandono de cargo e por ausências sucessivas ao serviço;

III – em 5 anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.

O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido, por supe-rior hierárquico.

Penalidade Detalhes Prescrição

Repreensão

• Aplicada por escrito; • Hipóteses: I – falta do cumprimento do dever funcional; ou II

– quando ocorrer procedimento público inconveniente. • Deve ter o registro cancelado em 10 anos.

12 meses

Suspensão

• A suspensão implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:

I – na violação das proibições consignadas nesta lei;II – nos casos de reicidência em infração já punida com repreensão;III – quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;IV – como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstância atenuante;V – que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou receber a retribuição correspondente a trabalho não realizado;VI – que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;VII – responsável pelo retardamento em processo sumário;VIII – que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo disciplinar;IX – que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.

• Não pode exceder 90 dias. • Quando houver conveniência para o serviço, pode ser

convertida em multa de 50% por dia de remuneração, obrigando o servidor a permanecer no serviço.

• Deve ter o registro cancelado em 10 anos.

24 meses

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Demissão

O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de:I – ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilidade de readaptação;II – indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;III – ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima defesa própria ou de terceiros;IV – abandono de cargo em decorrência de mais de 30 faltas consecutivas;V – ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 dias, intercalados, durante um ano;VI – improbidade administrativa;VII – transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, considerada a sua gravidade, efeito ou reincidência;VIII – falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;IX – incontinência pública e conduta escandalosa na repartição;X – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;XI – aplicação irregular de dinheiro público;XII – reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;XIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;XIV – revelação de segredo, do qual se apropriou em razão do cargo, ou de fato ou informação de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar;XV – corrupção passiva nos termos da lei penal;XVI – exercer advocacia administrativa;XVII – prática de outros crimes contra a administração pública.A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, incorrer na perda da função pública na forma da lei penal

5 anos (exceto incisos

IV e V, que prescrevem

em 24 meses)

Cassação de aposentadoria

ou disponibilidade

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do servidor que:I – houver praticado, na atividade, falta punível com a pena de demissão;II – infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158 (Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das moléstias tipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício de outra atividade pública remunerada, sob pena de cassação de sua aposentadoria);III – incorrer na hipótese do artigo 53 (Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar em exercício no prazo de 30 dias).

5 anos

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Multa

Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

24 meses

Destituição de cargo em comissão ou

de função gratificada ou equivalente

A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional

5 anos

8. DISPOSIÇÕES GERAIS

Do exercício de encargos ou serviços diferentes dos definidos em lei ou regulamento, como próprio do seu cargo ou função, não decorre nenhum direito ao servidor, ressalvadas as comissões legais.

É vedado às chefias manterem sob suas ordens cônjuges e parentes até 2º grau, salvo quando se tratar de função de imediata confiança e livre escolha, não podendo, porém, exceder de dois o número de auxiliares nessas condições.

Consideram-se da família do servidor, além do cônjuge e filhos, quaisquer pessoas que vivam às suas expensas e constem no seu assentamento individual. Equipara-se ao cônjuge, a companheira ou companheiro que comprove união estável como entidade familiar.

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Questões

1. (SUSEPE – 2014) O estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efetivo,= ficará em ob-servação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo. Qual alternativa NÃO é prevista como requisito de apuração?

a) Disciplina. b) Eficiência. c) Produtividade. d) Economia. e) Assiduidade.

2. (SUSEPE – 2014) O retorno do servidor de-mitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em consequência de decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de prejuízos de-correntes do afastamento, é considerado:

a) Recondução. b) Reversão. c) Readaptação. d) Reintegração.e) Aproveitamento.

3. (SUSEPE – 2014) É INCORRETO considerar efetivo exercício o afastamento do serviço em virtude de:

a) Falecimento do cônjuge, até 30 dias. b) Participação em programas de treina-

mento regularmente instituído, correla-cionado às atribuições do cargo.

c) Doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação.

d) Casamento, até 8 (oito) dias consecutivos. e) Férias.

4. (SUSEPE – 2014) No que diz respeito às fé-rias do servidor público estadual, é INCOR-RETO afirmar que:

a) Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

b) Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício.

c) Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicita-ção, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente.

d) É facultado o gozo de férias em dois períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecutivos.

e) A falta ao serviço será levada à conta de férias.

5. (QUESTÕES – ESTATUTO) Considere as afir-mações a seguir, tendo em vista as disposi-ções da Lei Complementar nº 10.098/94.

I – Exercício é o efetivo desempenho das atri-buições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da posse.

II – O servidor removido ou redistribuído “ex officio” que deva ter exercício em outra localidade terá 20 (vinte) dias para entrar em exercício, incluído, neste prazo, o tem-po necessário ao deslocamento para a nova sede.

III – Não será admitida a posse mediante procuração.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.

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e) I, II e III.

6. (QUESTÕES – ESTATUTO) Conforme a Lei Complementar nº 10.098/94, assinale a al-ternativa que NÃO contempla situação de afastamento de serviço considerada de efeti-vo exercício do cargo.

a) Férias. b) Falecimento de cônjuge, ascendente,

descendente, sogros, irmãos, compa-nheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias.

c) Doação de sangue, 2 (dois) dias por mês.

d) Licença prêmio por assiduidade.e) Moléstia, devidamente comprovada

por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata.

7. (QUESTÕES – ESTATUTO) Considere as afir-mações a seguir, tendo em vista as disposi-ções da Lei Complementar nº 10.098/94.

I – O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de inte-resses particulares ou para acompanhar o cônjuge, somente após um ano de efetivo exercício contado da data da apresentação fará jus a férias.

II – Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deveria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de fal-tas não justificadas ao serviço.

III – O servidor readaptado, relotado, remo-vido ou reconduzido, quando em gozo de férias, é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las.

Quais estão corretas?

a) Apenas I. b) Apenas II.c) Apenas III. d) Apenas I e II.e) I, II e III.

8. (QUESTÕES – ESTATUTO) Considere as afir-mações a seguir, tendo em vista as disposi-ções da Lei Complementar nº 10.098/94.

I – Pelo exercício irregular de suas atribui-ções, o servidor responde civil, penal e ad-ministrativamente.

II – A responsabilidade penal abrange os cri-mes e contravenções imputadas ao servidor nesta qualidade.

III – A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadu-al ou a terceiros.

Quais estão corretas?

a) Apenas I. b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

9. (QUESTÕES – ESTATUTO) Considere as afir-mações a seguir, tendo em vista as dispo-sições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94.

I – A readmissão constitui uma das formas de provimento de cargo público.

II – A nomeação em caráter efetivo obede-cerá, sempre que possível, à ordem de clas-sificação dos aprovados, não sendo admi-tida a hipótese de opção do candidato por última chamada.

III – Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da nome-ação, prorrogável por igual período a pedi-do do interessado.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II. c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

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10. (QUESTÕES – ESTATUTO) Sobre a ajuda de custo, considere as afirmações abaixo, ten-do em vista as disposições da Lei Comple-mentar Estadual nº 10.098/94.

I – A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço ou próprio, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

II – No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outro órgão ou entidade da União, do Distrito Federal, dos Estados ou dos Municípios, o servidor receberá aju-da de custo do Estado.

III – O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Quais estão corretas?

a) Apenas I. b) Apenas II.c) Apenas III. d) Apenas I e III. e) I, II e III.

11. (QUESTÕES – ESTATUTO) Tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94, considere as afirmações abai-xo.

I – É dever do servidor atender com pres-teza o público em geral, prestando as infor-mações requeridas que estiverem a seu al-cance, inclusive as protegidas por sigilo.

II – É dever do servidor atender com pres-teza às requisições para defesa da Fazenda Pública.

III – É dever do servidor zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela con-servação do patrimônio público.

IV – É dever do servidor desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, ainda que fora de suas atribui-ções.

Quais estão corretas?

a) Apenas I e II.b) Apenas I e IV.c) Apenas II e III.d) Apenas III e IV. e) I, II, III e IV.

12. (QUESTÕES – ESTATUTO) Considere as afir-mações a seguir, tendo em vista as dispo-sições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94.

I – Os servidores investidos em cargo em comissão ou funções gratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente de-signados pela autoridade competente.

II – Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja le-gislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de três períodos anuais.

III – Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias esta-belecidas em lei ou decreto.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

13. (QUESTÕES – ESTATUTO) Com base na Lei Complementar Estadual nº 10.098/94, con-sidere as seguintes afirmações.

I – O servidor perderá um terço da remune-ração, na hipótese de conversão da pena de suspensão em multa.

II – O servidor perderá a metade da remu-neração, durante o afastamento no exer-cício do cargo, na hipótese de prisão para perquirição de sua responsabilidade em cri-me comum ou funcional.

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III – O servidor perderá a parcela da remu-neração diária, proporcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III. d) Apenas II e III.e) I, II e III.

14. (QUESTÕES – ESTATUTO) Com base na Lei Complementar Estadual n.° 10.098/94, considere as seguintes afirmações.

I – Ao servidor é proibido opor resistência justificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço.

II – Ao servidor é proibido promover mani-festação de apreço ou desapreço no recinto da repartição.

III – Ao servidor é proibido utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em ati-vidades particulares ou políticas, salvo se autorizado por superior hierárquico.

IV – Ao servidor é proibido atuar como pro-curador ou intermediário junto à repartição pública, salvo quando se tratar de benefí-cios previdenciários ou assistenciais de pa-rentes até o segundo grau e do cônjuge.

Quais estão corretas?

a) Apenas I e II. b) Apenas I e III.c) Apenas II e IV. d) Apenas III e IV.e) I, II, III e IV.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. E 5. A 6. C 7. D 8. E 9. C 10. C 11. C 12. A 13. C 14. C

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LEI Nº 8.429, DE 2 DE JUNHO DE 1992.

Dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou fun-ção na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, con-tra a administração direta, indireta ou funda-cional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patri-mônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento do patrimô-nio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os atos de improbida-de praticados contra o patrimônio de enti-dade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão pú-blico bem como daquelas para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou con-corra com menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual, limitan-do-se, nestes casos, a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

Art. 2º Reputa-se agente público, para os efei-tos desta lei, todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,

mandato, cargo, emprego ou função nas entida-des mencionadas no artigo anterior.

Art. 3º As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prá-tica do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Art. 4º Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita ob-servância dos princípios de legalidade, impesso-alidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Art. 5º Ocorrendo lesão ao patrimônio públi-co por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressar-cimento do dano.

Art. 6º No caso de enriquecimento ilícito, per-derá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimô-nio.

Art. 7º Quando o ato de improbidade causar le-são ao patrimônio público ou ensejar enrique-cimento ilícito, caberá a autoridade administra-tiva responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Parágrafo único. A indisponibilidade a que se refere o caput deste artigo recairá sobre bens que assegurem o integral ressarcimen-to do dano, ou sobre o acréscimo patrimo-nial resultante do enriquecimento ilícito.

Art. 8º O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamen-te está sujeito às cominações desta lei até o li-mite do valor da herança.

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CAPÍTULO IIDOS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA

Seção IDOS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA QUE IMPORTAM ENRIQUECIMENTO ILÍCITO

Art. 9º Constitui ato de improbidade adminis-trativa importando enriquecimento ilícito aufe-rir qualquer tipo de vantagem patrimonial inde-vida em razão do exercício de cargo, mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamen-te:

I – receber, para si ou para outrem, dinhei-ro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratifica-ção ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público;

II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, per-muta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entida-des referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;

III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, per-muta ou locação de bem público ou o for-necimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, emprega-dos ou terceiros contratados por essas enti-dades;

V – receber vantagem econômica de qual-quer natureza, direta ou indireta, para to-lerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de con-trabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI – receber vantagem econômica de qual-quer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro ser-viço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entida-des mencionadas no art. 1º desta lei;

VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente públi-co;

VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramen-to para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou am-parado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a ati-vidade;

IX – perceber vantagem econômica para in-termediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X – receber vantagem econômica de qual-quer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou de-claração a que esteja obrigado;

XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das enti-dades mencionadas no art. 1º desta lei;

XII – usar, em proveito próprio, bens, ren-das, verbas ou valores integrantes do acer-vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.

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Seção IIDOS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA QUE CAUSAM PREJUÍZO AO ERÁRIO

Art. 10. Constitui ato de improbidade adminis-trativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje per-da patrimonial, desvio, apropriação, malbarata-mento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei, e nota-damente:

I – facilitar ou concorrer por qualquer for-ma para a incorporação ao patrimônio par-ticular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencio-nadas no art. 1º desta lei;

II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, ren-das, verbas ou valores integrantes do acer-vo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares apli-cáveis à espécie;

III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem observância das for-malidades legais e regulamentares aplicá-veis à espécie;

IV – permitir ou facilitar a alienação, permu-ta ou locação de bem integrante do patri-mônio de qualquer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V – permitir ou facilitar a aquisição, permu-ta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI – realizar operação financeira sem obser-vância das normas legais e regulamentares ou aceitar garantia insuficiente ou inidônea;

VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espé-cie;

VIII – frustrar a licitude de processo licitató-rio ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrati-vos, ou dispensá-los indevidamente; (Reda-ção dada pela Lei nº 13.019, de 2014)

IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regula-mento;

X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz res-peito à conservação do patrimônio público;

XI – liberar verba pública sem a estrita ob-servância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação ir-regular;

XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equi-pamentos ou material de qualquer nature-za, de propriedade ou à disposição de qual-quer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contrata-dos por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumen-to que tenha por objeto a prestação de ser-viços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consór-cio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formali-dades previstas na lei.

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XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formali-dades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

XVII – permitir ou concorrer para que pes-soa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transfe-ridos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie; (In-cluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a ob-servância das formalidades legais ou regu-lamentares aplicáveis à espécie; (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de con-tas de parcerias firmadas pela administra-ção pública com entidades privadas; (Incluí-do pela Lei nº 13.019, de 2014)

XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-mas pertinentes ou influir de qualquer for-ma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das nor-mas pertinentes ou influir de qualquer for-ma para a sua aplicação irregular. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014)

Seção II-A(Incluído pela Lei Complementar nº 157,

de 2016)

DOS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA DECORRENTES DE CONCESSÃO OU APLICAÇÃO

INDEVIDA DE BENEFÍCIO FINANCEIRO OU TRIBUTÁRIO

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade admi-nistrativa qualquer ação ou omissão para con-ceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. (Incluído pela Lei Com-plementar nº 157, de 2016)

Seção IIIDOS ATOS DE IMPROBIDADE

ADMINISTRATIVA QUE ATENTAM CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Art. 11. Constitui ato de improbidade adminis-trativa que atenta contra os princípios da admi-nistração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialida-de, legalidade, e lealdade às instituições, e no-tadamente:

I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previs-to, na regra de competência;

II – retardar ou deixar de praticar, indevida-mente, ato de ofício;

III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;

IV – negar publicidade aos atos oficiais;

V – frustrar a licitude de concurso público;

VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

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VII – revelar ou permitir que chegue ao co-nhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

VIII – descumprir as normas relativas à ce-lebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas. (Redação dada pela Lei nº 13.019, de 2014)

IX – deixar de cumprir a exigência de requi-sitos de acessibilidade previstos na legisla-ção. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)

CAPÍTULO IIIDAS PENAS

Art. 12. Independentemente das sanções pe-nais, civis e administrativas previstas na legis-lação específica, está o responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativa-mente, de acordo com a gravidade do fato:

I – na hipótese do art. 9º, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao pa-trimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Públi-co ou receber benefícios ou incentivos fis-cais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos;

II – na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valo-res acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função pública, suspensão dos direitos po-líticos de cinco a oito anos, pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e proibição de contratar com o Poder Públi-

co ou receber benefícios ou incentivos fis-cais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;

III – na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da fun-ção pública, suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remunera-ção percebida pelo agente e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou credití-cios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

IV – na hipótese prevista no art. 10-A, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 (cinco) a 8 (oito) anos e mul-ta civil de até 3 (três) vezes o valor do be-nefício financeiro ou tributário concedido. (Incluído pela Lei Complementar nº 157, de 2016)

Parágrafo único. Na fixação das penas pre-vistas nesta lei o juiz levará em conta a ex-tensão do dano causado, assim como o pro-veito patrimonial obtido pelo agente.

CAPÍTULO IVDA DECLARAÇÃO DE BENS

Art. 13. A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de decla-ração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

§ 1º A declaração compreenderá imóveis, móveis, semoventes, dinheiro, títulos, ações, e qualquer outra espécie de bens e valores patrimoniais, localizado no País ou no exterior, e, quando for o caso, abrange-rá os bens e valores patrimoniais do cônju-ge ou companheiro, dos filhos e de outras pessoas que vivam sob a dependência eco-

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nômica do declarante, excluídos apenas os objetos e utensílios de uso doméstico.

§ 2º A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente pú-blico deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

§ 3º Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente públi-co que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

§ 4º O declarante, a seu critério, poderá en-tregar cópia da declaração anual de bens apresentada à Delegacia da Receita Federal na conformidade da legislação do Impos-to sobre a Renda e proventos de qualquer natureza, com as necessárias atualizações, para suprir a exigência contida no caput e no § 2º deste artigo .

CAPÍTULO VDO PROCEDIMENTO

ADMINISTRATIVO E DO PROCESSO JUDICIAL

Art. 14. Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

§ 1º A representação, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qua-lificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

§ 2º A autoridade administrativa rejeitará a representação, em despacho fundamenta-do, se esta não contiver as formalidades es-tabelecidas no § 1º deste artigo. A rejeição não impede a representação ao Ministério Público, nos termos do art. 22 desta lei.

§ 3º Atendidos os requisitos da represen-tação, a autoridade determinará a imedia-ta apuração dos fatos que, em se tratando de servidores federais, será processada na forma prevista nos arts. 148 a 182 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990 e, em se tratando de servidor militar, de acordo com os respectivos regulamentos disciplinares.

Art. 15. A comissão processante dará conheci-mento ao Ministério Público e ao Tribunal ou Conselho de Contas da existência de procedi-mento administrativo para apurar a prática de ato de improbidade.

Parágrafo único. O Ministério Público ou Tribunal ou Conselho de Contas poderá, a requerimento, designar representante para acompanhar o procedimento administrati-vo.

Art. 16. Havendo fundados indícios de respon-sabilidade, a comissão representará ao Minis-tério Público ou à procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação do seqüestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público.

§ 1º O pedido de seqüestro será processa-do de acordo com o disposto nos arts. 822 e 825 do Código de Processo Civil.

§ 2º Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações financeiras mantidas pelo indiciado no exterior, nos ter-mos da lei e dos tratados internacionais.

Art. 17. A ação principal, que terá o rito ordi-nário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de trin-ta dias da efetivação da medida cautelar.

§ 1º É vedada a transação, acordo ou conci-liação nas ações de que trata o caput.

§ 2º A Fazenda Pública, quando for o caso, promoverá as ações necessárias à comple-mentação do ressarcimento do patrimônio público.

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§ 3º No caso de a ação principal ter sido proposta pelo Ministério Público, aplica-se, no que couber, o disposto no § 3º do art. 6º da Lei nº 4.717, de 29 de junho de 1965.

§ 4º O Ministério Público, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoria-mente, como fiscal da lei, sob pena de nu-lidade.

§ 5º A propositura da ação prevenirá a ju-risdição do juízo para todas as ações poste-riormente intentadas que possuam a mes-ma causa de pedir ou o mesmo objeto.

§ 6º A ação será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios sufi-cientes da existência do ato de improbidade ou com razões fundamentadas da impossi-bilidade de apresentação de qualquer des-sas provas, observada a legislação vigente, inclusive as disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do Código de Processo Civil.

§ 7º Estando a inicial em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a notifi-cação do requerido, para oferecer manifes-tação por escrito, que poderá ser instruída com documentos e justificações, dentro do prazo de quinze dias.

§ 8º Recebida a manifestação, o juiz, no pra-zo de trinta dias, em decisão fundamentada, rejeitará a ação, se convencido da inexistên-cia do ato de improbidade, da improcedên-cia da ação ou da inadequação da via eleita.

§ 9º Recebida a petição inicial, será o réu ci-tado para apresentar contestação.

§ 10. Da decisão que receber a petição ini-cial, caberá agravo de instrumento.

§ 11. Em qualquer fase do processo, reco-nhecida a inadequação da ação de improbi-dade, o juiz extinguirá o processo sem julga-mento do mérito.

§ 12. Aplica-se aos depoimentos ou inqui-rições realizadas nos processos regidos por esta Lei o disposto no art. 221, caput e § 1º, do Código de Processo Penal.

§ 13. Para os efeitos deste artigo, também se considera pessoa jurídica interessada o ente tributante que figurar no polo ativo da obrigação tributária de que tratam o § 4º do art. 3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003.

Art. 18. A sentença que julgar procedente ação civil de reparação de dano ou decretar a perda dos bens havidos ilicitamente determinará o pagamento ou a reversão dos bens, conforme o caso, em favor da pessoa jurídica prejudicada pelo ilícito.

CAPÍTULO VIDAS DISPOSIÇÕES PENAIS

Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou ter-ceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.

Pena: detenção de seis a dez meses e mul-ta.

Parágrafo único. Além da sanção penal, o denunciante está sujeito a indenizar o de-nunciado pelos danos materiais, morais ou à imagem que houver provocado.

Art. 20. A perda da função pública e a suspen-são dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Parágrafo único. A autoridade judicial ou administrativa competente poderá deter-minar o afastamento do agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à instrução processual.

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:

I – da efetiva ocorrência de dano ao patri-mônio público, salvo quanto à pena de res-sarcimento;

II – da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tri-bunal ou Conselho de Contas.

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Art. 22. Para apurar qualquer ilícito previsto nesta lei, o Ministério Público, de ofício, a re-querimento de autoridade administrativa ou mediante representação formulada de acordo com o disposto no art. 14, poderá requisitar a instauração de inquérito policial ou procedi-mento administrativo.

CAPÍTULO VIIDA PRESCRIÇÃO

Art. 23. As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propos-tas:

I – até cinco anos após o término do exercí-cio de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efe-tivo ou emprego.

III – até cinco anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no pa-rágrafo único do art. 1º desta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.019, de 2014) (Vigência)

CAPÍTULO VIIIDAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 24. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 25. Ficam revogadas as Leis nºs 3.164, de 1º de junho de 1957, e 3.502, de 21 de dezembro de 1958 e demais disposições em contrário.

Rio de Janeiro, 2 de junho de 1992; 171º da In-dependência e 104º da República.

FERNANDO COLLORCélio Borja

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI FEDERAL Nº 8.429/1992 (LEI DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA)

1. Disposições Gerais

A Lei nª 8.429/1992 é a chamada Lei de Improbidade Administrativa e dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras providências.

A improbidade administrativa é uma imoralidade qualificada pelo dano ao erário, trazendo vantagem para o ímprobo ou a outrem. O agente público deve agir com honestidade e boa-fé, não se valendo dos poderes e facilidade do cargo para obter vantagem pessoal ou para favore-cer terceiros (José Afonso da silva).

O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade administrativa constante na Lei de Im-probidade é exemplificativo (não taxativo), já que outras condutas não previstas expressamen-te nessa Lei podem ser consideradas atos de improbidade.

A Lei aplica-se a todos os agentes públicos, servidores ou não, inclusive àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Para efeitos da lei, agente público é todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função.

Ato de Improbidade

Sujeito Passivo Administração Pública (Art. 1º)

Sujeito AtivoAgente Público

ou Particular em conluio (Art. 2º)

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Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos.

Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano. No caso de enriquecimento ilícito, per-derá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

Quando o ato de improbidade causar lesão ao patrimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá a autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao MP, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

Atenção: O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicita-mente está sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança.

Atos de Improbidade Administrativa (rol exemplificativo)

A.I.

Atos que Importam Enriquecimento Ilícito

(dolo)

Ideia de que o agente se beneficiou

Atos que Causam Prejuízo ao Erário

(dolo ou culpa)

Ideia de que alguém se beneficiou

Atos que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública

(dolo)

Ideia de subsidiariedade

2. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Importam Enriquecimento Ilícito

Art. 9º Constitui ato de improbidade administrativa importando enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,

mandato, função, emprego ou atividade nas entidades mencionadas no art. 1º desta lei, e notadamente:

I – receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por ação ou omissão decor-rente das atribuições do agente público;

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II – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas no art. 1º por preço superior ao valor de mercado;

III – perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por preço inferior ao valor de mercado;

IV – utilizar, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou material de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidores públicos, empregados ou terceiros contratados por essas entidades;

V – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;

VI – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida, qualidade ou característica de mercadorias ou bens fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

VII – adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público;

VIII – aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de consultoria ou assessoramento para pessoa física ou jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das atribuições do agente público, durante a atividade;

IX – perceber vantagem econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer natureza;

X – receber vantagem econômica de qualquer natureza, direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício, providência ou declaração a que esteja obrigado;

XI – incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

XII – usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei.

Penas: • perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;

• ressarcimento integral do dano, quando houver;

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos de 8 a 10 anos;

• pagamento de multa civil de até 3 vezes o valor do acréscimo patrimonial;

• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 10 anos.

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3. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Causam Prejuízo ao Erário

Art. 10. Constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades referidas no art. 1º

desta lei, e notadamente:

I – facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei;

II – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, sem a ob-servância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

III – doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente despersonalizado, ainda que de fins educativos ou assistências, bens, rendas, verbas ou valores do patrimônio de qualquer das entidades mencio-nadas no art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais e regulamentares aplicáveis à espécie;

IV – permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação de bem integrante do patrimônio de qual-quer das entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a prestação de serviço por parte delas, por preço inferior ao de mercado;

V – permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;

VI – realizar operação financeira sem observância das normas legais e regulamentares ou aceitar ga-rantia insuficiente ou inidônea;

VII – conceder benefício administrativo ou fiscal sem a observância das formalidades legais ou regu-lamentares aplicáveis à espécie;

VIII – frustrar a licitude de processo licitatório ou de processo seletivo para celebração de parcerias com entidades sem fins lucrativos, ou dispensá-los indevidamente;

IX – ordenar ou permitir a realização de despesas não autorizadas em lei ou regulamento;

X – agir negligentemente na arrecadação de tributo ou renda, bem como no que diz respeito à con-servação do patrimônio público;

XI – liberar verba pública sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular;

XII – permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se enriqueça ilicitamente;

XIII – permitir que se utilize, em obra ou serviço particular, veículos, máquinas, equipamentos ou ma-terial de qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer das entidades mencionadas no art. 1º desta lei, bem como o trabalho de servidor público, empregados ou terceiros contratados por essas entidades.

XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha por objeto a prestação de serviços públicos por meio da gestão associada sem observar as formalidades previstas na lei;

XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem observar as formalidades previstas na lei.

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XVI – facilitar ou concorrer, por qualquer forma, para a incorporação, ao patrimônio particular de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidades privadas mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVII – permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica privada utilize bens, rendas, verbas ou valores públicos transferidos pela administração pública a entidade privada mediante celebração de parcerias, sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;

XVIII – celebrar parcerias da administração pública com entidades privadas sem a observância das formalidades legais ou regulamentares aplicáveis à espécie

XIX – agir negligentemente na celebração, fiscalização e análise das prestações de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas;

XX – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular

XXI – liberar recursos de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas sem a estrita observância das normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular.

Penas: • perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta

circunstância;

• ressarcimento integral do dano;

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos;

• pagamento de multa civil de até 2 vezes o valor do dano;

• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 5 anos.

4. Dos Atos de Improbidade Administrativa que Atentam Contra os Princípios da Administração Pública

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,

imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e notadamente:

I – praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

II – retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício;

III – revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo;

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IV – negar publicidade aos atos oficiais;

V – frustrar a licitude de concurso público;

VI – deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo;

VII – revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de medida política ou econômica capaz de afetar o preço de mercadoria, bem ou serviço.

VIII – descumprir as normas relativas à celebração, fiscalização e aprovação de contas de parcerias firmadas pela administração pública com entidades privadas.

IX – deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade previstos na legislação.

Penas: • ressarcimento integral do dano, quando houver;

• perda da função pública;

• suspensão dos direitos políticos de 3 a 5 anos;

• pagamento de multa civil de até 100 vezes o valor da remuneração percebida pelo agente;

• proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 3 anos.

5. Dos Atos de Improbidade Administrativa Decorrentes de Concessão ou Aplicação Indevida de Benefício Financeiro ou Tributário

Art. 10-A. Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder, aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem o caput e o § 1º do art. 8º-A da Lei Complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. Obs.: Art. 8º-A. A alíquota mínima do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza é de 2% (dois por cento).

Esse dispositivo foi inserido em 2016 na Lei de Improbidade, com a finalidade de evitar a chamada “guerra fiscal” entre municípios, definindo alíquota mínima de 2% para ISSQN e definindo como improbidade administrativa a concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário.

Tal medida surtirá efeitos a partir de dezembro de 2017, mas como já está em vigor, pode ser cobrado em prova desde já.

Penas: perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos e multa civil de até 3 vezes o valor do benefício financeiro ou tributário concedido.

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6. Penas

Penas

perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio;ressarcimento integral do dano, quando houver;perda da função pública;suspensão dos direitos políticos;*pagamento de multa civil;*proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos

fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoajurídica da qual seja sócio majoritário.*

PenasAI Suspensão dos

direitos políticos

Multa Civil Proibição de contratar ou

receber incentivopúblico

Enriquecimento Ilícito (9º)

8 a 10 anos Até 3x o $ acrescido 10 anos

Lesão ao Erário (10)Concessão ou aplicação indevida de benefício (10-A)

5 a 8 anos

5 a 8 anos

Até 2x o $ do dano

Até 3x o $ do benefício

5 anos

---------

Atenta contra Princípios (11)

3 a 5 anos Até 100x valor da remuneração.

3 anos

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7. Da Declaração de Bens

A posse e o exercício de agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de pessoal competente.

A declaração de bens será anualmente atualizada e na data em que o agente público deixar o exercício do mandato, cargo, emprego ou função.

Será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa.

8. Do Procedimento Administrativo e do Processo Judicial

Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade, que será escrita ou reduzida a termo e assinada, conterá a qualificação do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha conhecimento.

A ação principal, que terá o rito ordinário, será proposta pelo Ministério Público ou pela pessoa jurídica interessada, dentro de 30 dias da efetivação da medida cautelar.

O MP, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente, como fiscal da lei, sob pena de nulidade.

Obs.: Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente. Pena: detenção de seis a dez meses e multa. Não se trata de “crime” por improbidade e sim de denunciação caluniosa feita contra quem não praticou ato de improbidade.

9. Da prescrição

As ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas nesta lei podem ser propostas:

I – até 5 anos após o término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança;

II – dentro do prazo prescricional previsto em lei específica para faltas disciplinares puníveis com demissão a bem do serviço público, nos casos de exercício de cargo efetivo ou emprego.

III – até 5 anos da data da apresentação à administração pública da prestação de contas final pelas entidades referidas no parágrafo único do art. 1o desta Lei.

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Questões

1. (SUSEPE – 2014) Com base na legislação atinente às sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilíci-to no exercício do mandato, cargo, emprego ou função na administração pública dire-ta, indireta ou fundacional (Lei Federal nº 8.429/92), analise as seguintes assertivas.

I – Revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva permanecer em segredo, não constitui ato de improbidade administrativa.

II – O agente público que se recusar a pres-tar declaração dos bens, dentro do prazo determinado, ou que a prestar falsa, será punido com a pena de demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de outras san-ções cabíveis.

III – Qualquer pessoa poderá representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas I e II.c) Apenas I e III.d) Apenas II e III.e) I, II e III.

2. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Com base nas Leis nº 8.112/1990 e nº 8.429/1992, julgue os itens a seguir. O agente público que, no exercício de suas funções, enriquece ilicita-mente deve perder os bens acrescidos irre-gularmente ao seu patrimônio.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Em relação a improbidade administrativa e responsabili-dade civil do servidor público federal, julgue

os itens subsequentes. O rol de condutas tipificadas como atos de improbidade admi-nistrativa constante na Lei de Improbidade (Lei nº 8.429/1992) é taxativo.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (CESPE – 2015 – MÉDIO) No que diz respei-to aos atos de improbidade administrativa, julgue os itens a seguir. O servidor indicia-do, uma vez julgado e punido na esfera pe-nal, também poderá sofrer as cominações da lei de improbidade administrativa.

( ) Certo   ( ) Errado

5. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Tendo como referência as disposições do Código de Ética Profissional do Servidor Público Ci-vil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994), da Lei nº 8.112/1990 e alte-rações e da Lei nº 8.429/1992, julgue os próximos itens. Ao negar publicidade a ato oficial, o servidor público comete ato de im-probidade administrativa que atenta contra os princípios da administração pública.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Tendo como referência as disposições do Código de Ética Profissional do Servidor Público Ci-vil do Poder Executivo Federal (Decreto nº 1.171/1994), da Lei nº 8.112/1990 e altera-ções e da Lei nº 8.429/1992, julgue os pró-ximos itens. As sanções decorrentes de pre-juízos ao erário causados por servidor que se tenha enriquecido ilicitamente podem recair a seu sucessor, até o limite do valor da herança.

( ) Certo   ( ) Errado

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7. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Com base na Lei nº 8.429/1992, que trata de improbida-de administrativa, julgue os próximos itens. As sanções decorrentes de prática de atos de improbidade administrativa podem ser aplicadas aos agentes públicos e aos parti-culares.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Com base na Lei nº 8.429/1992, que trata de improbida-de administrativa, julgue os próximos itens. As cominações da lei de improbidade admi-nistrativa alcançam os sucessores daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Julgue os itens que se seguem acerca de improbidade ad-ministrativa. O enquadramento de ato como atentatório à probidade administrati-va parte de uma concepção restrita da lega-lidade, o que resultou em enumeração taxa-tiva de condutas no texto legal.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Com base nas disposições contidas nas Leis nº 8.112/1990 e nº 8.429/1992, julgue os itens subsequen-tes. Suponha que determinado servidor público federal tenha permitido, de forma culposa, a realização de despesas não auto-rizadas em lei. Nessa hipótese, embora te-nha sido cometido ato de improbidade ad-ministrativa que causou prejuízo ao erário, nos termos da lei, não se exige o ressarci-mento integral do dano, haja vista a inexis-tência de dolo na conduta do servidor.

( ) Certo   ( ) Errado

11. (CESPE – 2015 – MÉDIO) De acordo com as disposições da Lei nº 8.429/1992 e do Estatuto da UnB, julgue os itens 32 e 33. O servidor público que praticar ato de im-probidade administrativa que implique em enriquecimento ilícito estará sujeito à perda de bens ou valores acrescidos ao seu patri-mônio. Em caso de óbito do agente público autor da improbidade, esse ônus não será extensível aos seus sucessores.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Com base nas disposições da Lei nº 8.429/1992 e nos pre-ceitos de ética, moral e cidadania, julgue os itens seguintes. Em razão do caráter mera-mente exemplificativo do rol de condutas que caracterizam os atos de improbidade administrativa, poderá ser cometido ato de improbidade ainda que a infração praticada pelo agente público não esteja descrita na Lei de Improbidade Administrativa.

( ) Certo   ( ) Errado

13. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Com referên-cia a improbidade administrativa, julgue os itens que se seguem. A condenação por improbidade administrativa em caso de ili-citude em concurso público inclui o ressar-cimento integral do dano causado pelo can-celamento do certame.

( ) Certo   ( ) Errado

14. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) Considerando as disposições da Lei de Improbidade Admi-nistrativa, julgue o próximo item. Os sujei-tos ativos do ato de improbidade adminis-trativa restringem-se aos agentes públicos que concorram para a prática da conduta de improbidade perpetrada contra a adminis-tração ou a induzam.

( ) Certo   ( ) Errado

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15. (CESPE – 2015 – SUPERIOR) No que tange à improbidade administrativa e ao proces-so administrativo federal, julgue os seguin-tes itens. Em inquéritos que apurem crime de improbidade administrativa, é vedado à autoridade administrativa responsável pelo inquérito decretar a indisponibilidade dos bens do indiciado, pois a presunção de inocência é um direito constitucionalmente protegido.

( ) Certo   ( ) Errado

16. (CESPE – 2015 – MÉDIO) Com relação ao que dispõe a Lei nº 8.429/1992, julgue os próximos itens. Constituem atos de impro-bidade administrativa a permissão, a faci-litação e a concorrência para o enriqueci-mento ilícito de terceiros.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Errado 4. Certo 5. Certo 6. Certo 7. Certo 8. Certo 9. Errado 10. Errado 11. Errado  12. Certo 13. Certo 14. Errado 15. Errado 16. Certo