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Oficial de Justiça Estatuto e Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello

Estatuto e Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello · De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis uni - dades de competência

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Oficial de Justiça

Estatuto e Direito Administrativo

Profª Tatiana Marcello

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Estatuto e Direito Administrativo

Professora Tatiana Marcello

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Edital

ESTATUTO E DIREITO ADMINISTRATIVO: Lei Complementar Estadual nº 10.098/94 (Regime Jurídico Único dos Servidores Civis do Estado do RS): arts. 10, 16, 18, 22 a 27, 62 a 66, 67 a 77, 85 a 157, 167 a 176, 177 a 178, 183 a 197. Constituição Federal: Da administração pública: arts. 37 a 43; Constituição Estadual: Da administração pública: Dos servidores públicos civis: arts. 29 a 45;

BANCA: FAURGS

CARGO: Oficial de Justiça

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Estatuto e Direito Administrativo

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE AGENTES PÚBLICOS

1. Conceitos introdutórios

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não, com ou sem remuneração.

Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público enquanto as exercita.

Portanto, servidor público será uma das espécies de agente público, como será visto a seguir.

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2. Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

Agentes Públicos

Agentes PolíticosAgentes Administrativos(Servidores Estatais ou Servidores Públicos em

sentido amplo)

Servidores Públicos

(Estatuários)

cargo público

Empregados Públicos

(Celetistas)

emprego público

Servidores Temporários

(Contrato prazo determinado)

função pública

Particulares em colaboração

(Agentes honoríficos)

Agentes Militares(Estatuto/Lei

Específica)

Os agentes públicos podem ser classificados em:

a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da Repú-blica, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parla-mentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado...

b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido amplo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza profissional e remunerada. Dividem-se em:

• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regime estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.

• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime celetista – CLT)

• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem em-prego público, exercendo função pública remunerada e temporária).

Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo” abran-ge essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores tem-porários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor Estatutário. Vejamos o esquema:

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c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:

• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o ser-viço militar);

• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incên-dio e presta socorro);

• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é con-tratado para fazer um parecer);

• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permis-sionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);

• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares) – Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

3. Cargo, Emprego e Função Pública

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Cargo Público

Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submeti-dos ao regime estatutário.

A Lei nº 10.098/1994 define: “Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.”

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis uni-dades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei”.

Emprego Público

Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao regi-me celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar empregos públicos, de natureza essencialmente contra-tual.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista”.

Função Pública

De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e as exer-cidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”

Não há concurso público para preenchimento de função pública.

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ESTATUTO E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL

Nº 10.098/94, COM ALTERAÇÕES SUPERVENIENTES)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Gabinete de Consultoria Legislativa

LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098, DE 3 DE FEVEREIRO DE 1994

(atualizada até a Lei Complementar nº 14.821, de 30 de dezembro de 2015)

Dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul.

TÍTULO I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta lei dispõe sobre o estatuto e o re-gime jurídico dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, excetuadas as ca-tegorias que, por disposição constitucional, de-vam reger-se por estatuto próprio.

Art. 2º Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo público.

Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em nú-mero certo, com denominação própria, consis-tindo em conjunto de atribuições e responsa-bilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públi-cos.

Art. 4º Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requi-sitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma da Lei Complementar, são de provi-mento efetivo e em comissão.

§ 1º Os cargos em comissão, de livre nome-ação e exoneração, não serão organizados em carreira.

§ 2º Os cargos em comissão, preferencial-mente, e as funções gratificadas, com atri-buições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servi-dores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos em lei.

Art. 5º Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios al-ternados de merecimento e antigüidade.

Parágrafo único. Poderão ser criados cargos isolados quando o número não comportar a organização em carreira.

Art. 6º A investidura em cargo público de pro-vimento efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Parágrafo único. A investidura de que trata este artigo ocorrerá com a posse.

Art. 7º São requisitos para ingresso no serviço público:

I – possuir a nacionalidade brasileira;

II – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

III – ter idade mínima de dezoito anos;

IV – possuir aptidão física e mental;

V – estar em gozo dos direitos políticos;

VI – ter atendido às condições prescritas para o cargo.

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§ 1º De acordo com as atribuições peculia-res do cargo, poderão ser exigidos outros requisitos a serem estabelecidos em lei.

§ 2º A comprovação de preenchimento dos requisitos mencionados no “caput” dar-se- á por ocasião da posse.

TÍTULO II

Do Provimento, Promoção, Vacância, Remoção e Redistribuição

CAPÍTULO IDO PROVIMENTO

Art. 10. São formas de provimento de cargo pú-blico:

I – nomeação;

II – readaptação;

III – reintegração;

IV – reversão;

V – aproveitamento;

VI – recondução.

CAPÍTULO III DA NOMEAÇÃO

Art. 16. A nomeação far-se-á:

I – em caráter efetivo, quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para provimento em cargo efetivo de carrei-ra ou isolado;

II – em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de livre exoneração.

Parágrafo único. A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última chamada.

CAPÍTULO V DA POSSE

Art. 18. Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a assinatura do termo no pra-zo de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do inte-ressado.

§ 1º Quando se tratar de servidor legalmen-te afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do tér-mino do afastamento.

§ 2º A posse poderá dar-se mediante procu-ração específica.

§ 3º No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

CAPÍTULO VI DO EXERCÍCIO

Art. 22. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da posse.

§ 1º Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não entrar em exercício no prazo estabelecido neste artigo.

§ 2º Compete à chefia imediata da unidade administrativa onde for lotado o servidor, dar-lhe exercício e providenciar nos ele-mentos necessários à complementação de seus assentamentos individuais.

§ 3º A readaptação e a recondução, bem como a nomeação em outro cargo, com a conseqüente exoneração do anterior, não interrompem o exercício.

§ 4º O prazo de que trata este artigo, para os casos de reintegração, reversão e apro-veitamento, será contado a partir da publi-cação do ato no Diário Oficial do Estado.

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Art. 23. O servidor removido ou redistribuído “ex-officio”, que deva ter exercício em outra lo-calidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo neces-sário ao deslocamento para a nova sede.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor encontrar-se afastado do exercício do cargo, o prazo a que se refere este artigo será con-tado a partir do término do afastamento.

Art. 24. A efetividade do servidor será comuni-cada ao órgão competente mensalmente, por escrito, na forma do regulamento.

Parágrafo único. A aferição da freqüência do servidor, para todos os efeitos, será apu-rada através do ponto, nos termos do regu-lamento.

Art. 25. O servidor poderá afastar-se do exercí-cio das atribuições do seu cargo no serviço pú-blico estadual, mediante autorização do Gover-nador, nos seguintes casos:

I – colocação à disposição;

II – estudo ou missão científica, cultural ou artística;

III – estudo ou missão especial de interesse do Estado.

§ 1º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outros órgãos da administra-ção direta, autarquias ou fundações de di-reito público do Estado, para exercer função de confiança.

§ 2º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outras entidades da admi-nistração indireta do Estado ou de outras esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função de confiança.

§ 3º Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo ou função de confiança, prevista nos parágrafos anteriores:

I – os afastamentos de servidores para o Sis-tema Único de Saúde;

II – os afastamentos nos casos em que haja necessidade comprovada e inadiável do ser-viço, para o exercício de funções correlatas às atribuições do cargo, desde que haja pre-visão em convênio.

§ 4º Do pedido de afastamento do servidor deverá constar expressamente o objeto do mesmo, o prazo de sua duração e, conforme o caso, se é com ou sem ônus para a origem.

Art. 26. Salvo nos casos previstos nesta lei, o servidor que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos será demitido por abandono de cargo, com base em resultado apurado em inquérito administrativo.

Art. 27. O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime comum ou fun-cional será considerado afastado do exercício do cargo, observado o disposto no inciso IV do ar-tigo 80.

§ 1º Absolvido, terá considerado este tem-po como de efetivo exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fizer jus.

§ 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza que determine a demissão, continuará afastado até o cumprimento to-tal da pena.

TÍTULO III

Dos Direitos e Vantagens

CAPÍTULO IDO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 62. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em anos, considerados estes como período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

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Art. 63. Os dias de efetivo exercício serão com-putados à vista dos comprovantes de pagamen-to, ou dos registros funcionais.

Art. 64. São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de

I – férias;

II – casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;

III – falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, en-teado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;

IV – doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação;

V – exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII – desempenho de mandato eletivo fede-ral, estadual ou municipal, exceto para pro-moção por merecimento;

VIII – missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária;

IX – deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;

X – realização de provas, na forma do artigo 123;

XI – assistência a filho excepcional, na for-ma do artigo 127;

XII – prestação de prova em concurso públi-co;

XIII – participação em programas de treina-mento regularmente instituído, correlacio-nado às atribuições do cargo;

XIV – licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração;

c) prêmio por assiduidade;

d) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profis-sional;

e) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal;

f) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por mere-cimento;

g) para participar de cursos, congressos e si-milares, sem prejuízo da retribuição;

XV – moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à che-fia imediata;

XVI – participação de assembléias e ativida-des sindicais.

Parágrafo único. Constitui tempo de servi-ço, para todos os efeitos legais, o anterior-mente prestado ao Estado pelo servidor que tenha ingressado sob a forma de con-tratação, admissão, nomeação, ou qualquer outra, desde que comprovado o vínculo re-gular.

Art. 65. Computar-se-á integralmente, para efei-to de aposentadoria e disponibilidade o tempo:

I – de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo público federal, estadual ou municipal;

II – de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares prestado durante a paz, compu-tando-se em dobro o tempo em operação de guerra, na forma da lei;

III – correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou muni-cipal, anterior ao ingresso no serviço públi-co estadual;

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IV – de serviço prestado em atividade pri-vada, vinculada à previdência social, obser-vada a compensação financeira entre os di-versos sistemas previdenciários segundo os critérios estabelecidos em lei;

V – em que o servidor:

a) esteve em disponibilidade;

b) já esteve aposentado, quando se tratar de reversão.

Art. 66. É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, mu-nicípios, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.

CAPÍTULO IIDAS FÉRIAS

Art. 67. O servidor gozará, anualmente, 30 (trin-ta) dias de férias.

§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2º É vedado levar à conta de férias qual-quer falta ao serviço.

§ 3º É facultado o gozo de férias em dois pe-ríodos, não inferiores a 10 (dez) dias conse-cutivos.

Art. 68. Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago anteci-padamente.

§ 1º O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acrésci-mo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do referido período.

§ 2º Na hipótese de férias parceladas poderá o servidor indicar em qual dos períodos utili-zará a faculdade de que trata este artigo.

Art. 69. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício.

Art. 70. O servidor que opere direta e perma-nentemente com Raios X ou substâncias ra-dioativas, próximas a fontes de irradiação, terá direito, quando no efetivo exercício de suas atri-buições, a 20 (vinte) dias consecutivos de férias por semestre, não acumuláveis e intransferíveis.

Art. 71. Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de dois períodos anuais.

Art. 72. As férias somente poderão ser inter-rompidas por motivos de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse pú-blico.

Art. 73. Se o servidor vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que lhe as-segure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas corres-pondentes à antecipação, será paga aos depen-dentes legalmente constituídos.

Art. 74. O servidor exonerado fará jus ao paga-mento da remuneração de férias proporcional-mente aos meses de efetivo exercício, desconta-das eventuais parcelas já fruídas.

Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o ser-vidor na forma prevista no artigo 69, desta lei, relativa ao mês em que a exoneração for efetivada.

Art. 75. O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de interesses particulares ou para acompanhar o cônjuge, so-mente após um ano de efetivo exercício conta-do da data da apresentação fará jus a férias.

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Art. 76. Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deve-ria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de fal-tas não justificadas ao serviço.

Art. 77. O servidor readaptado, relotado, remo-vido ou reconduzido, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se antes de con-cluí-las.

CAPÍTULO IVDAS VANTAGENS

Art. 85. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

I – indenizações;

II – avanços;

III – gratificações e adicionais;

IV – honorários e jetons.

Art. 86. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pe-cuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Art. 87. Salvo os casos previstos nesta lei, o ser-vidor não poderá receber a qualquer título, seja qual for o motivo ou a forma de pagamento, ne-nhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas, em razão de seu cargo, nas quais tenha sido mandado servir.

Art. 88. As vantagens de que trata o artigo 85 não são incorporadas ao vencimento, em ati-vidade, excetuando-se os avanços, o adicional por tempo de serviço, a gratificação por exercí-cio de função, a gratificação de representação e a gratificação de permanência em serviço, nos termos da lei. (Redação dada pela Lei Comple-mentar nº 10.530/95)

§ 1º A gratificação de representação por exercício de função integra o valor desta para os efeitos de incorporação aos venci-

mentos em atividade, de incorporação aos proventos de aposentadoria e para cálculo de vantagens decorrentes do tempo de ser-viço. (Redação dada pela Lei Complementar nº 10.530/95)

§ 2º Aos titulares de cargos de confiança optantes por gratificação por exercício de função já incorporadas nos termos da lei, é facultada a opção pela percepção da grati-ficação de representação correspondente às atribuições da função titulada. (Redação dada pela Lei Complementar nº 10.530/95)

§ 3º Os servidores que incorporaram gratifi-cação por exercício de função em atividade e os servidores inativos terão seus venci-mentos e proventos revistos na forma esta-belecida neste artigo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 10.530/95)

Seção IDAS INDENIZAÇÕES

Art. 89. Constituem indenizações ao servidor:

I – ajuda de custo;

II – diárias;

III – transporte.

Subseção IDA AJUDA DE CUSTO

Art. 90. A ajuda de custo destina-se a compen-sar as despesas de instalações do servidor que, no interesse do serviço, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em cará-ter permanente.

Parágrafo único. Correm por conta da Ad-ministração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais.

Art. 91. A ajuda de custo é calculada sobre a re-muneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a im-portância correspondente a 3 (três) meses de remuneração.

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Art. 92. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi--lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 93. Será concedida ajuda de custo ao ser-vidor efetivo do Estado que for nomeado para cargo em comissão ou designado para função gratificada, com mudança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento para exer-cício de cargo em comissão, em outro órgão ou entidade da União, do Distrito Federal, dos estados ou dos municípios, o servidor não receberá ajuda de custo do Estado.

Art. 94. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede, no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção II DAS DIÁRIAS

Art. 95. O servidor que se afastar temporaria-mente da sede, em objeto de serviço, fará jus, além das passagens de transporte, também a diárias destinadas à indenização das despesas de alimentação e pousada.

§ 1º Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver em exercício em caráter permanente.

§ 2º A diária será concedida por dia de afas-tamento, sendo devida pela metade quan-do o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.

§ 3º Não serão devidas diárias nos casos de remoção a pedido, nem nas hipóteses em que o deslocamento da sede se constituir em exigência permanente do serviço.

Art. 96. O servidor que receber diárias e, por qualquer motivo não se afastar da sede, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, deverá

restituir as diárias recebidas em excesso, no período previsto no “caput”.

Art. 97. As diárias, que deverão ser pagas antes do deslocamento, serão calculadas sobre o va-lor básico fixado em lei e serão percebidas pelo servidor que a elas fizer jus, na forma do regula-mento. (Redação dada pela Lei Complementar nº 10.530/95)

Subseção IIIDA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE

Art. 98. Será concedida indenização de trans-porte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção, para execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme previs-to em regulamento.

Seção II DOS AVANÇOS

Art. 99. Por triênio de efetivo exercício no servi-ço público, o servidor terá concedido automati-camente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avanço, calculado na forma da lei. (Vide Lei Complementar nº 10.795/96)

§ 1º O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de serviço público em que permanecer em atividade, computado na forma dos artigos 116 e 117. (Renume-rado pela Lei Complementar nº 10.530/95)

§ 2º O disposto no “caput” e no parágrafo anterior não se aplica ao servidor cuja pri-meira investidura no serviço público estadu-al ocorra após 30 de junho de 1995, hipó-tese em que será observado o disposto no parágrafo seguinte. (Incluído pela Lei Com-plementar nº 10.530/95)

§ 3º Por triênio de efetivo exercício no servi-ço público, ao servidor será concedido auto-maticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, calculado, na forma da lei. (Incluído pela Lei Complemen-tar nº 10.530/95)

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Seção IIIDAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

Art. 100. Serão deferidos ao servidor as seguintes gratificações e adicionais por tempo de serviço e outras por condições especiais de trabalho:

I – gratificação por exercício de função;

II – gratificação natalina;

III – gratificação por regime especial de tra-balho, na forma da lei;

IV – gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas;

V – gratificação por exercício de serviço ex-traordinário;

VI – gratificação de representação, na forma da lei; VII – gratificação por serviço noturno;

VIII – adicional por tempo de serviço;

IX – gratificação de permanência em servi-ço;

X – abono familiar;

XI – outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei.

Subseção IDA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE FUNÇÃO

Art. 101. A função gratificada será percebida pelo exercício de chefia, assistência ou assesso-ramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.

Art. 102. O servidor efetivo que contar com 18 (dezoito) anos de tempo de serviço computável à aposentadoria, se do sexo masculino ou 15 (quinze) anos, se do sexo feminino, e que hou-ver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por 2 (dois) anos completos, terá incorporada, ao vencimento do cargo, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do valor

da função gratificada, a cada 2 (dois) anos, até o limite máximo de 100% (cem por cento), na forma da lei. (Vetado pelo Governador e man-tido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94) (Vide Leis Complementares nºs 10.530/95 e 10.845/96)

§ 1º Quando mais de uma função gratifica-da ou cargo em comissão houver sido exer-cido no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por 1 (um) ano, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo. (Vide Lei Complementar nº 10.248/94)

§ 2º O funcionário que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado, fará jus à incorporação do valor equivalente à grati-ficação de representação correspondente, na proporção estabelecida pelo “caput”, ressalvado o período mínimo de que trata o parágrafo anterior, que será de 2 (dois) anos para esta situação. (Vetado pelo Governa-dor e mantido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94) (Vide Lei Complementar nº 10.257/94)

§ 3º O disposto no “caput” e nos parágra-fos anteriores não se aplica ao servidor que não houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, até 30 de junho de 1995, hipótese em que será observado o disposto no parágrafo se-guinte. (Incluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

§ 4º O servidor efetivo que contar com de-zoito (18) anos de tempo computável à apo-sentadoria e que houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por dois (02) anos completos, terá incorporada ao vencimento do car-go, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do va-lor da função gratificada. (Incluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

I – Quando mais de uma função gratificada ou cargo em comissão houver sido exerci-

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do no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por dois (02) anos, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo; (In-cluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

II – O servidor que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado fará jus à incorpo-ração do valor equivalente à gratificação de representação correspondente, nas condi-ções estabelecidas neste artigo; (Incluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

III – A cada dois (02) anos completos de exercício de função gratificada, que exce-derem a dois iniciais, corresponderá novo acréscimo de 20% (vinte por cento) até o limite de 100% (cem por cento), observada a seguinte correspondência com o tempo computável à aposentadoria: (Incluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

a) 20 anos, máximo de 40% (quarenta por cento) do valor; (Incluído pela Lei Comple-mentar nº 10.530/95)

b) 22 anos, máximo de 60% (sessenta por cento) do valor; (Incluído pela Lei Comple-mentar nº 10.530/95)

c) 24 anos, máximo de 80% (oitenta por cento) do valor; (Incluído pela Lei Comple-mentar nº 10.530/95)

d) 26 anos, 100% (cem por cento) do va-lor. (Incluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

IV – A vantagem de que trata o “caput” des-te parágrafo, bem como os seus incisos an-teriores, somente será paga a partir da data em que o funcionário retornar ao exercício de cargo de provimento efetivo ou, perma-necendo no cargo em comissão ou função gratificada, optar pelos vencimentos e van-tagens do cargo de provimento efetivo, ou ainda, for inativado. (Incluído pela Lei Com-plementar nº 10.530/95)

V – O funcionário no gozo da vantagem pessoal de que trata esta Lei, investido em cargo em comissão ou função gratificada, perderá a vantagem enquanto durar a in-vestidura, salvo se optar pelas vantagens do cargo efetivo; (Incluído pela Lei Comple-mentar nº 10.530/95) VI – Na hipótese do inciso anterior, ocorra ou não a percepção da vantagem, terá continuidade o cômputo dos anos de serviço para efeito de percep-ção dos vinte por cento a que se refere este parágrafo; (Incluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

VII – O cálculo da vantagem pessoal de que trata este parágrafo terá sempre em conta os valores atualizados dos vencimentos e as gratificações adicionais e, se for o caso, os avanços trienais e qüinqüenais; (Incluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

VIII – O disposto neste parágrafo aplica-se, igualmente, às gratificações previstas no ar-tigo 3º da Lei Complementar nº 10.248, de 30 de agosto de 1994, atribuídas a servido-res efetivos ou estáveis. (Incluído pela Lei Complementar nº 10.530/95)

Art. 103. A função gratificada será incorporada integralmente ao provento do servidor que a tiver exercido, mesmo sob forma de cargo em comissão, por um período mínimo de 5 (cinco) anos consecutivos ou 10 (dez) intercalados, an-teriormente à aposentadoria, observado o dis-posto no § 1º do artigo anterior. (Vide Lei Com-plementar nº 10.248/94)

Subseção IIDA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 104. Será concedida ao servidor que esteja no desempenho de suas funções uma gratifica-ção natalina correspondente a sua remuneração integral devida no mês de dezembro.

§ 1º A gratificação de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o servidor, no mês de dezembro, por mês de efetivo exer-cício, considerando-se as frações iguais ou

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superiores a 15 (quinze) dias como mês in-tegral.

§ 2º O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada exercício.

§ 3º A gratificação natalina é devida ao ser-vidor afastado de suas funções, sem prejuí-zo da remuneração e demais vantagens.

§ 4º O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumprimento do prazo de pa-gamento das obrigações pecuniárias rela-tivas à gratificação natalina, cuja base de cálculo será o valor desta, deduzidos os descontos legais. (Incluído pela Lei Com-plementar nº 12.021/03) (Vide Leis Com-plementares nºs 12.176/04, 12.392/05, 12.665/06 e 12.860/07) (Vide arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº 14.789/15)

§ 5º A indenização de que trata o § 4º será calculada com base na variação da Letra Financeira do Tesouro – LFT – acrescida de 0,8118% (oito mil cento e dezoito décimos de milésimo de um inteiro por cento) ao mês, “pro-rata die”, e paga juntamente com o valor total ou parcial da referida gratifica-ção. (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.789/15) (Vide art. 3º da Lei Comple-mentar nº 14.789/15)

Art. 105. O servidor exonerado terá direito à gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada na forma do § 1º do artigo anterior, sobre a remuneração do mês da exoneração.

Art. 106. É extensiva aos inativos a percepção da gratificação natalina, cujo cálculo incidirá so-bre as parcelas que compõem seu provento.

Subseção IIIDA GRATIFICAÇÃO POR

EXERCÍCIO DE ATIVIDADES INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS

Art. 107. Os servidores que exerçam suas atri-buições com habitualidade em locais insalubres

ou em contato com substâncias tóxicas radio-ativas ou com risco de vida, fazem jus a uma gratificação sobre o vencimento do respectivo cargo na classe correspondente, nos termos da lei. (Vetado pelo Governador e mantido pela As-sembleia Legislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94)

§ 1º O servidor que fizer jus às gratificações de insalubridade, periculosidade ou penosi-dade deverá optar por uma delas nas condi-ções previstas na lei.

§ 2º O direito às gratificações previstas nes-te artigo cessa com a eliminação das condi-ções ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 108. Haverá permanente controle da ativi-dade de servidores em operações ou locais con-siderados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durarem a gestação e a lactação, das operações e lo-cais previstos neste artigo, passando a exer-cer suas atividades em local salubre e em serviço compatível com suas condições.

Art. 109. Os locais de trabalho e os servidores que operem com Raios X ou substâncias radio-ativas serão mantidos sob controle permanen-te, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na le-gislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se re-fere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses de exercício.

Subseção IVDA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO

DE SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

Art. 110. O serviço extraordinário será remune-rado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cen-to) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 111. A gratificação de que trata o artigo an-terior somente será atribuída ao servidor para atender às situações excepcionais e temporá-

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rias, respeitado o limite máximo previsto no § 2º do artigo 33.

Art. 112. O valor da hora de serviço extraordiná-rio, prestado em horário noturno, será acresci-do de mais 20% (vinte por cento).

Subseção VDA GRATIFICAÇÃO

POR SERVIÇO NOTURNO

Art. 113. O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (vinte por cento), observado o disposto no artigo 34.

Parágrafo único. As disposições deste arti-go não se aplicam quando o serviço noturno corresponder ao horário normal de trabalho.

Subseção VIDA GRATIFICAÇÃO DE

PERMANÊNCIA EM SERVIÇO

Art. 114. Ao servidor que adquirir direito à apo-sentadoria voluntária com proventos integrais e cuja permanência no desempenho de suas fun-ções for julgada conveniente e oportuna para o serviço público estadual poderá ser deferida, por ato do Governador, uma gratificação de per-manência em serviço de valor correspondente a 50% (cinquenta por cento) do seu vencimento básico. (Redação dada pela Lei Complementar nº 13.925/12)

§ 1º Fica assegurado o valor corresponden-te ao do vencimento básico do Padrão 16 do Quadro Geral dos Funcionários Públicos do Estado, proporcional à carga horária, quando a aplicação do disposto no “caput” deste artigo resultar em um valor de gratifi-cação inferior ao desse vencimento básico. (Redação dada pela Lei Complementar nº 13.925/12)

§ 2º A gratificação de que trata este artigo tem natureza precária e transitória e não servirá de base de cálculo para nenhuma vantagem, nem será incorporada aos ven-cimentos ou proventos da inatividade.

(Redação dada pela Lei Complementar nº 13.925/12)

§ 3º A gratificação de que trata este artigo será deferida por um período máximo de dois anos, sendo admitidas renovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor, ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou entidade, e juízo de conveniência e oportu-nidade do Governador. (Redação dada pela Lei Complementar nº 13.925/12)

§ 4º O servidor, a quem for deferida a grati-ficação de que trata o “caput” deste artigo, poderá ser chamado a prestar serviço em local diverso de sua lotação durante o perí-odo da concessão da gratificação de perma-nência em serviço. (Redação dada pela Lei Complementar nº 13.925/12)

Subseção VIIDO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO

Art. 115. O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço público, con-tados na forma desta lei, passará a perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) cal-culados na forma da lei. (Vide Lei Complemen-tar nº 10.795/96)

Parágrafo único. A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará ces-sar o de 15% (quinze por cento), anterior-mente concedido. (Dispositivo restaurado em virtude de declaração de inconstitucio-nalidade da Lei nº 10.795/96 nas ADIs nºs 596161109 e 596103739)

Art. 116. Para efeito de concessão dos adicionais será computado o tempo de serviço federal, es-tadual ou municipal, prestado à administração direta, autarquias e fundações de direito público.

Parágrafo único. Compreende-se, também, como serviço estadual o tempo em que o servidor tiver exercido serviços transferidos para o Estado.

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Art. 117. Na acumulação remunerada, será con-siderado, para efeito de adicional, o tempo de serviço prestado a cada cargo isoladamente.

Subseção VIII DO ABONO FAMILIAR

Art. 118. Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razão de 10% (dez por cento) do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes:

I – filho menor de 18 (dezoito) anos;

II – filho inválido ou excepcional de qual-quer idade, que seja comprovadamente in-capaz;

III – filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos;

IV – cônjuge inválido, comprovadamente in-capaz, que não perceba remuneração.

§ 1º Quando se tratar de dependente invá-lido ou excepcional, o abono será pago pelo triplo.

§ 2º Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados, aos tutelados e aos menores que, mediante autorização judicial, estejam submetidos a sua guarda.

§ 3º São condições para percepção do abo-no familiar que:

I – os dependentes relacionados neste arti-go vivam efetivamente às expensas do ser-vidor ou inativo;

II – a invalidez de que tratam os incisos II e IV do “caput” deste artigo seja comprova-da mediante inspeção médica, pelo órgão competente do Estado.

§ 4º No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, o direito de um não ex-clui o do outro.

Art. 119. Por cargo exercido em acúmulo no Es-tado, não será devido o abono familiar.

Art. 120. A concessão do abono terá por base as declarações do servidor, sob as penas da lei.

Parágrafo único. As alterações que resul-tem em exclusão de abono deverão ser co-municadas no prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência.

Seção IVDOS HONORÁRIOS E JETONS

Art. 121. O servidor fará jus a honorários quan-do designado para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, as funções de:

I – membro de banca de concurso;

II – gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso;

III – treinamento de pessoal;

IV – professor, em cursos legalmente insti-tuídos.

Art. 122. O servidor, no desempenho do encar-go de membro de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído, receberá jeton, a título de representação na forma da lei.

CAPÍTULO V DAS CONCESSÕES

Seção IDAS VANTAGENS AO SERVIDOR

ESTUDANTE OU PARTICIPANTE DE CURSOS, CONGRESSOS E SIMILARES

Art. 123. É assegurado o afastamento do servi-dor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos:

I – durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus;

II – durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.

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Parágrafo único. O servidor, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá comprovar perante a chefia imediata as da-tas em que se realizarão as diversas provas e seu comparecimento.

Art. 124. O servidor somente será indicado para participar de cursos de especialização ou capa-citação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado, quan-do houver correlação direta e imediata entre o conteúdo programático de tais cursos e as atri-buições do cargo ou função exercidos.

Art. 125. Ao servidor poderá ser concedida li-cença para freqüência a cursos, seminários, congressos, encontros e similares, inclusive fora do Estado e no exterior, sem prejuízo da remu-neração e demais vantagens, desde que o con-teúdo programático esteja correlacionado às atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser regulamentada.

Parágrafo único. Fica vedada a concessão de exoneração ou licença para tratamento de interesses particulares ao servidor bene-ficiado pelo disposto neste artigo, ressalva-da a hipótese de ressarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao do afastamento.

Art. 126. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração, é assegu-rada, na localidade da nova residência ou mais próxima, matrícula em instituição congênere do Estado, em qualquer época, independentemen-te de vaga.

Parágrafo único. O disposto neste artigo es-tende-se ao cônjuge, aos filhos ou enteados do servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

Seção IIDA ASSISTÊNCIA

A FILHO EXCEPCIONAL

Art. 127. O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental, em tratamen-

to, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% (cinqüenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei.

CAPÍTULO VI DAS LICENÇAS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 128. Será concedida, ao servidor, licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por acidente em serviço;

III – por motivo de doença em pessoa da fa-mília;

IV – à gestante, à adotante e à paternidade;

V – para prestação de serviço militar;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para acompanhar o cônjuge;

VIII – para o desempenho de mandato clas-sista;

IX – prêmio por assiduidade;

X – para concorrer a mandato público ele-tivo;

XI – para o exercício de mandato eletivo;

XII – especial, para fins de aposentadoria.

§ 1º O servidor não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e qua-tro) meses, salvo nos casos dos incisos VII, VIII e XI deste artigo.

§ 2º Ao servidor nomeado em comissão somente será concedida licença para trata-mento de saúde, desde que haja sido sub-metido à inspeção médica para ingresso e julgado apto e nos casos dos incisos II, III, IV, IX e XII.

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Art. 129. A inspeção será feita por médicos do órgão competente, nas hipóteses de licença para tratamento de saúde, por motivo de do-ença em pessoa da família e à gestante, e por junta oficial, constituída de 3 (três) médicos nos demais casos.

Seção IIDA LICENÇA PARA

TRATAMENTO DE SAÚDE

Art. 130. Será concedida, ao servidor, licença para tratamento de saúde, a pedido ou “ex-offi-cio”, precedida de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, sediada na Capital ou no interior, sem prejuízo da remu-neração a que fizer jus.

§ 1º Sempre que necessário, a inspeção mé-dica poderá ser realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2º Poderá, excepcionalmente, ser admiti-do atestado médico particular, quando ficar comprovada a impossibilidade absoluta de realização de exame por órgão oficial da lo-calidade.

§ 3º O atestado referido no parágrafo ante-rior somente surtirá efeito após devidamen-te examinado e validado pelo órgão de perí-cia médica competente.

§ 4º O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob pena de ser sustado o pagamento de sua remuneração até que seja cumprida essa formalidade.

§ 5º No caso de o laudo registrar pareceres contrários à concessão da licença, as faltas ao serviço correrão sob a responsabilidade exclusiva do servidor.

§ 6º O resultado da inspeção será comuni-cado imediatamente ao servidor, logo após a sua realização, salvo se houver necessi-dade de exames complementares, quando, então, ficará à disposição do órgão de perí-cia médica.

Art. 131. Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, sal-vo prorrogação ou determinação constante do laudo.

Parágrafo único. A infringência ao disposto neste artigo implicará perda da remunera-ção, sujeitando o servidor à demissão, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, observa-do o disposto no artigo 26.

Art. 132. Nas licenças por períodos prolonga-dos, antes de se completarem 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, deverá o órgão de perícia médica pronunciar-se sobre a natureza da do-ença, indicando se o caso é de:

I – concessão de nova licença ou de prorro-gação;

II – retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação de tarefas;

III – readaptação, com ou sem limitação de tarefas.

Parágrafo único. As licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como pror-rogação.

Art. 133. O atestado e o laudo da junta médi-ca não se referirão ao nome ou à natureza da doença, devendo, porém, esta ser especificada através do respectivo código (CID).

Parágrafo único. Para a concessão de licen-ça a servidor acometido de moléstia profis-sional, o laudo médico deverá estabelecer sua rigorosa caracterização.

Art. 134. O servidor em licença para tratamento de saúde deverá abster-se do exercício de ativi-dade remunerada ou incompatível com seu es-tado, sob pena de imediata suspensão da mes-ma.

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Seção IIIDA LICENÇA POR

ACIDENTE EM SERVIÇO

Art. 135. O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu to-tal restabelecimento.

Art. 136. Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, des-de que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo.

Parágrafo único. Equipara-se a acidente em serviço o dano:

I – decorrente de agressão sofrida e não--provocada pelo servidor no exercício das atribuições do cargo;

II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 137. O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado.

Art. 138. Para concessão de licença e tratamen-to ao servidor, em razão de acidente em serviço ou agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, é indispensável a comprovação de-talhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias da ocorrência, mediante processo “ex- officio”.

Parágrafo único. O tratamento recomen-dado por junta médica não oficial constitui medida de exceção e somente será admis-sível quando inexistirem meios e recursos necessários adequados, em instituições pú-blicas ou por ela conveniadas.

Seção IVDA LICENÇA POR MOTIVO DE

DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA

Art. 139. O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral consangüí-neo, até o 2º grau, desde que comprove ser in-dispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.

Parágrafo único. A doença será comprova-da através de inspeção de saúde, a ser pro-cedida pelo órgão de perícia médica compe-tente.

Art. 140. A licença de que trata o artigo anterior será concedida:

I – com a remuneração total até 90 (noven-ta) dias;

II – com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias;

III – com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e sessen-ta e cinco) dias;

IV – sem remuneração, no período que ex-ceder a 365 (trezentos e sessenta e cinco) até o máximo de 730 (setecentos e trinta) dias.

Parágrafo único. Para os efeitos deste arti-go, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Seção VDA LICENÇA À GESTANTE, À

ADOTANTE E À PATERNIDADE

Art. 141. À servidora gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença de 180 (cen-to e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 13.117/09)

Parágrafo único. No caso de natimorto, de-corridos 30 (trinta) dias do evento, a servi-dora será submetida a inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá o exercício do cargo.

Art. 143. À servidora adotante será concedida li-cença a partir da concessão do termo de guarda ou da adoção, proporcional à idade do adotado:

I – de zero a dois anos, 180 (cento e oitenta) dias; (Redação dada pela Lei nº 13.117/09)

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II – de mais de dois até quatro anos, 150 (cento e cinqüenta) dias; (Redação dada pela Lei nº 13.117/09)

III – de mais de quatro até seis anos, 120 (cento e vinte) dias; (Redação dada pela Lei nº 13.117/09)

IV – de mais de seis anos, desde que menor, 90 (noventa) dias. (Redação dada pela Lei nº 13.117/09)

Art. 144. Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá direito à licença- paternidade de 15 (quinze) dias consecutivos. (Redação dada pela Lei nº 13.117/09)

Seção VIDA LICENÇA PARA

PRESTAÇÃO DE SERVIÇO MILITAR

Art. 145. Ao servidor convocado para a presta-ção de serviço militar será concedida licença, nos termos da legislação específica.

§ 1º Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente, sob pena da perda de vencimento e, se a ausência exce-der a 30 (trinta) dias, de demissão por aban-dono do cargo, observado o disposto no ar-tigo 26.

§ 2º Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para apresentação será de 10 (dez) dias.

Seção VIIDA LICENÇA PARA TRATAR DE

INTERESSES PARTICULARES

Art. 146. Ao servidor detentor de cargo de pro-vimento efetivo, estável, poderá ser concedida licença para tratar de interesses particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração.

§ 1º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço.

§ 2º O servidor deverá aguardar em exercí-cio a concessão da licença, salvo hipótese de imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver su-bordinado, considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.

§ 3º O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.

§ 4º Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior, contados desde a data em que te-nha reassumido o exercício do cargo.

Seção VIIIDA LICENÇA PARA

ACOMPANHAR O CÔNJUGE

Art. 147. O servidor detentor de cargo de pro-vimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemen-te de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Po-deres Executivo e Legislativo Federal, estadual ou municipal.

§ 1º A licença será concedida mediante pe-dido do servidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 (dois) anos.

§ 2º O período de licença, de que trata este artigo, não será computável como tempo de serviço para qualquer efeito.

§ 3º À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no do-micílio do cônjuge.

Art. 148. O servidor poderá ser lotado, proviso-riamente, na hipótese da transferência de que trata o artigo anterior, em repartição da Admi-nistração Estadual Direta, Autárquica ou Funda-cional, desde que para o exercício de atividade compatível com seu cargo.

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Seção IXDA LICENÇA PARA O DESEMPENHO

DE MANDATO CLASSISTA

Art. 149. É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato clas-sista em central sindical, em confederação, fe-deração, sindicato, núcleos ou delegacias, as-sociação de classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo, observado o disposto no artigo 64, inciso XIV, alínea “f”.

Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será concedida nos termos da lei.

Seção XDA LICENÇA-PRÊMIO

POR ASSIDUIDADE

Art. 150. O servidor que, por um qüinqüênio ininterrupto, não se houver afastado do exer-cício de suas funções terá direito à concessão automática de 3 (três) meses de licença-prêmio por assiduidade, com todas as vantagens do car-go, como se nele estivesse em exercício.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, não serão considerados interrupção da prestação de serviço os afastamentos previstos no artigo 64, incisos I a XV, desta lei.

§ 2º Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alínea “b”, e XV do artigo 64, somente serão computados, como de efe-tivo exercício, para os efeitos deste artigo, um período máximo de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor, de 2 (dois) meses, por motivo de doença em pessoa de sua família e de 20 (vinte) dias, no caso de moléstia do servidor, tudo por qüinqüênio de serviço público prestado ao Estado. (Redação dada pela Lei Comple-mentar nº 10.248/94)

§ 3º O servidor que à data de vigência des-ta Lei Complementar detinha a condição de estatutário há, no mínimo, 1095 (um mil e noventa e cinco) dias, terá desconsidera-

das, como interrupção do tempo de servi-ço público prestado ao Estado, até 3 (três) faltas não justificadas verificadas no perío-do aquisitivo limitado a 31 de dezembro de 1993. (Incluído pela Lei Complementar nº 10.248/94)

Art. 151. A pedido do servidor, a licença-prêmio poderá ser:

I – gozada, no todo ou em parcelas não in-feriores a 1 (um) mês, com a aprovação da chefia, considerada a necessidade do servi-ço;

II – contada em dobro, como tempo de ser-viço para os efeitos de aposentadoria, avan-ços e adicionais, vedada a desconversão.

Parágrafo único. Ao entrar em gozo de li-cença-prêmio, o servidor terá direito, a pe-dido, a receber a sua remuneração do mês de fruição antecipadamente.

Art. 152. A apuração do tempo de serviço nor-mal, para efeito da formação do qüinqüênio, ge-rador do direito da licença-prêmio, será feita na forma do artigo 62 desta lei.

Art. 153. O número de servidores em gozo si-multâneo de licença-prêmio não poderá ser su-perior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativa de trabalho.

Seção XIDA LICENÇA PARA

CONCORRER A MANDATO PÚBLICO ELETIVO E EXERCÊ-LO

Art. 154. O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da le-gislação eleitoral.

Art. 155. Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse.

Art. 156. Ao servidor investido em mandato ele-tivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato federal, estadu-al ou distrital, ficará afastado do cargo;

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II – investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado op-tar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário per-ceberá as vantagens do seu cargo, sem pre-juízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor continuará contribuindo para o ór-gão da previdência e assistência do Estado, como se em exercício estivesse.

§ 2º O servidor investido em mandato eleti-vo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído “ex-officio” para localidade di-versa daquela onde exerce o mandato.

Seção XIIDA LICENÇA ESPECIAL

PARA FINS DE APOSENTADORIA

Art. 157. Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar--se do exercício de suas atividades, salvo se an-tes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.

§ 1º O pedido de aposentadoria de que trata este artigo somente será considerado após terem sido averbados todos os tempos computáveis para esse fim.

§ 2º O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

CAPÍTULO VIIIDO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 167. É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou legítimo in-teresse próprio.

Art. 168. O requerimento será dirigido à autori-dade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediata-mente subordinado o requerente.

Art. 169. Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a pri-meira decisão ou praticado o ato.

§ 1º O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas susce-tíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato.

§ 2º O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 170. Caberá recurso, como última instância administrativa, do indeferimento do pedido de reconsideração.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão ou expedido o ato.

§ 2º O recurso será encaminhado por inter-médio da autoridade a que estiver imedia-tamente subordinado o requerente.

§ 3º Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, quando o prolator do des-pacho, decisão ou ato, houver sido o Gover-nador.

§ 4º A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

Art. 171. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, contados a partir da data da publicação da decisão recorrida ou da data da ciência, pelo in-teressado, quando o despacho não for publicado.

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Parágrafo único. Em caso de provimento de pedido de reconsideração ou de recurso, o efeito da decisão retroagirá à data do ato impugnado.

Art. 172. O direito de requerer prescreve em:

I – 5 (cinco) anos, quanto aos atos de de-missão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das rela-ções de trabalho;

II – 120 (cento e vinte) dias nos demais ca-sos, salvo quando, por prescrição legal, for fixado outro prazo.

§ 1º O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

§ 2º O pedido de reconsideração e o de recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição administrativa.

Art. 173. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Administração.

Art. 174. A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se a solução não for de sua alçada, a encaminhará a quem de direito.

§ 1º Se não for dado andamento à repre-sentação, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessi-vamente às chefias superiores.

§ 2º A representação está isenta de paga-mento de taxa de expediente.

Art. 175. Para o exercício do direito de petição é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 176. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado.

Parágrafo único. Entende-se por força maior, para efeitos do artigo, a ocorrência de fatos impeditivos da vontade do interessado ou da autoridade competente para decidir.

TÍTULO IV

Do Regime Disciplinar

CAPÍTULO IDOS DEVERES DO SERVIDOR

Art. 177. São deveres do servidor:

I – ser assíduo e pontual ao serviço;

II – tratar com urbanidade as partes, aten-dendo-as sem preferências pessoais;

III – desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições;

IV – ser leal às instituições a que servir;

V – observar as normas legais e regulamen-tares;

VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

VII – manter conduta compatível com a mo-ralidade administrativa;

VIII – atender com presteza:

a) o público em geral, prestando as informa-ções requeridas que estiverem a seu alcan-ce, ressalvadas as protegidas por sigilo;

b) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;

c) às requisições para defesa da Fazenda Pú-blica;

IX – representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo;

X – zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimô-nio público;

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XI – observar as normas de segurança e me-dicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de pro-teção individual (EPI) que lhe forem confia-dos;

XII – providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de fa-mília;

XIII – manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho;

XIV – representar contra ilegalidade, omis-são ou abuso de poder.

§ 1º A representação de que trata o inciso XIV será encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla defesa.

§ 2º Será considerado como co-autor o su-perior hierárquico que, recebendo denún-cia ou representação a respeito de irregula-ridades no serviço ou de falta cometida por servidor, seu subordinado, deixar de tomar as providências necessárias a sua apuração.

CAPÍTULO II DAS PROIBIÇÕES

Art. 178. Ao servidor é proibido:

I – referir-se, de modo depreciativo, em in-formação, parecer ou despacho, às auto-ridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho as-sinado, criticá-los do ponto de vista doutri-nário ou da organização do serviço;

II – retirar, modificar ou substituir, sem pré-via permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição;

III – ausentar-se do serviço durante o ex-pediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

IV – ingerir bebidas alcoólicas durante o ho-rário de trabalho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço;

V – atender pessoas na repartição para tra-tar de interesses particulares, em prejuízo de suas atividades;

VI – participar de atos de sabotagem contra o serviço público;

VII – entregar-se a atividades político-parti-dárias nas horas e locais de trabalho;

VIII – opor resistência injustificada ao anda-mento de documento e processo ou execu-ção de serviço;

IX – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

X – exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das defi-nidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encar-gos de chefia e as comissões legais;

XI – celebrar contrato de natureza comer-cial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem;

XII – participar de gerência ou administra-ção de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão;

XIII – exercer, mesmo fora do horário de ex-pediente, emprego ou função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em ma-téria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado;

XIV – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267;

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XV – cometer, a pessoas estranhas à repar-tição, fora dos casos previstos em lei, o de-sempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados;

XVI – coagir ou aliciar subordinados no sen-tido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-parti-dários;

XVII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas;

XVIII – praticar usura, sob qualquer das suas formas;

XIX – aceitar representação, comissão, em-prego ou pensão de país estrangeiro;

XX – valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detri-mento da dignidade do serviço público;

XXI – atuar, como procurador, ou intermedi-ário junto a repartição pública, salvo quan-do se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge;

XXII – receber propinas, comissões, presen-tes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições;

XXIII – valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indireta-mente, qualquer proveito;

XXIV – ceder de forma desidiosa;

XXV – exercer quaisquer atividades que se-jam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.

§ 1º Não está compreendida na proibição dos incisos XII e XIII deste artigo a participa-ção do servidor na presidência de associa-ção, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.

§ 2º Na hipótese de violação do disposto no inciso IV, por comprovado motivo de depen-

dência, o servidor deverá, obrigatoriamen-te, ser encaminhado a tratamento médico especializado.

CAPÍTULO IVDAS RESPONSABILIDADES

Art. 183. Pelo exercício irregular de suas atribui-ções, o servidor responde civil, penal e adminis-trativamente.

Art. 184. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadual ou a terceiros.

§ 1º A indenização de prejuízo causado ao erário somente será liquidada na forma pre-vista no artigo 82, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a tercei-ros, responderá o servidor perante a Fazen-da Pública, em ação regressiva.

§ 3º A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao servi-dor nesta qualidade.

Art. 185. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 186. As sanções civis, penais e administrati-vas poderão acumular-se, sendo umas e outras

independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administrativa.

CAPÍTULO V DAS PENALIDADES

Art. 187. São penas disciplinares: (Vide Lei Com-plementar nº 11.487/00)

I – repreensão;

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II – suspensão; (Redação dada pela Lei Com-plementar nº 11.928/03)

III – demissão;

IV – cassação de disponibilidade;

V – cassação de aposentadoria;

VI – multa; (Incluído pela Lei Complementar nº 11.928/03)

VII – destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Inclu-ído pela Lei Complementar nº 14.821/15)

§ 1º Na aplicação das penas disciplinares, serão consideradas a natureza e a gravida-de da infração e os danos delas resultantes para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os anteceden-tes funcionais.

§ 2º Quando se tratar de falta funcional que, por sua natureza e reduzida gravidade, não demande aplicação das penas previstas neste artigo, será o servidor advertido parti-cular e verbalmente.

§ 3º A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de opor-tunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional. (Incluído pela Lei Complementar nº 14.821/15)

Art. 188. A repreensão será aplicada por escrito, na falta do cumprimento do dever funcional ou quando ocorrer procedimento público inconve-niente.

Art. 189. A suspensão, que não poderá exceder a 90 (noventa) dias, implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:

I – na violação das proibições consignadas nesta lei;

II – nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão;

III – quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;

IV – como gradação de penalidade mais gra-ve, tendo em vista circunstância atenuante;

V – que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou receber a retribuição correspondente a tra-balho não realizado;

VI – que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário; VII – responsável pelo retardamento em proces-so sumário;

VIII – que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo dis-ciplinar;

IX – que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determi-nada pela autoridade competente, cessan-do os efeitos da penalidade uma vez cum-prida a determinação.

§ 1º A suspensão não será aplicada enquan-to o servidor estiver afastado por motivo de gozo de férias regulamentares ou em licen-ça por qualquer dos motivos previstos no artigo 128.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% (cin-qüenta por cento) por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

§ 3º Os efeitos da conversão da suspensão em multa não serão alterados, mesmo que ao servidor seja assegurado afastamento legal remunerado durante o respectivo período.

§ 4º A multa não acarretará prejuízo na con-tagem do tempo de serviço, exceto para fins de concessão de avanços, gratificações adicionais de 15% (quinze por cento) e 25% (vinte e cinco por cento) e licença-prêmio.

Art. 190. Os registros funcionais de advertência, repreensão, suspensão e multa serão automati-camente cancelados após 10 (dez) anos, desde que, neste período, o servidor não tenha prati-cado nenhuma nova infração.

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Parágrafo único. O cancelamento do regis-tro, na forma deste artigo, não gerará ne-nhum direito para fins de concessão ou re-visão de vantagens.

Art. 191. O servidor será punido com pena de demissão nas hipóteses de: (Vide Lei Comple-mentar nº 10.981/97)

I – ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilida-de de readaptação;

II – indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;

III – ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima de-fesa própria ou de terceiros;

IV – abandono de cargo em decorrência de mais de 30 (trinta) faltas consecutivas;

V – ausências excessivas ao serviço em nú-mero superior a 60 (sessenta) dias, interca-lados, durante um ano;

VI – improbidade administrativa;

VII – transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, consi-derada a sua gravidade, efeito ou reincidên-cia;

VIII – falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;

IX – incontinência pública e conduta escan-dalosa na repartição;

X – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;

XI – aplicação irregular de dinheiro público;

XII – reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;

XIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio estadual;

XIV – revelação de segredo, do qual se apro-priou em razão do cargo, ou de fato ou in-

formação de natureza sigilosa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou administrativo-disciplinar;

XV – corrupção passiva nos termos da lei penal;

XVI – exercer advocacia administrativa;

XVII – prática de outros crimes contra a ad-ministração pública.

Parágrafo único. A demissão será aplicada, também, ao servidor que, condenado por decisão judicial transitada em julgado, in-correr na perda da função pública na forma da lei penal.

Art. 192. O ato que demitir o servidor mencio-nará sempre o dispositivo legal em que se fun-damentar.

Art. 193. Atendendo à gravidade da falta, a de-missão poderá ser aplicada com a nota “a bem do serviço público”, a qual constará sempre no ato de demissão fundamentado nos incisos X a XIV do artigo 191.

Art. 194. Uma vez submetido a inquérito admi-nistrativo, o servidor só poderá ser exonerado, a pedido, ou aposentado voluntariamente, depois da conclusão do processo, no qual tenha sido reconhecida sua inocência.

Parágrafo único. Excetua-se do disposto neste artigo o servidor estável processado por abandono de cargo ou por ausências ex-cessivas ao serviço.

Art. 195. Será cassada a aposentadoria ou a dis-ponibilidade do servidor que:

I – houver praticado, na atividade, falta pu-nível com a pena de demissão;

II – infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158;

III – incorrer na hipótese do artigo 53.

Parágrafo único. Consideradas as circunstân-cias previstas no § 1º do artigo 187, a pena

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de cassação de aposentadoria poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cin-qüenta por cento) por dia de provento, até o máximo de 90 (noventa) dias-multa. (Incluí-do pela Lei Complementar nº 11.928/03)

Art. 196. Para a aplicação das penas disciplina-res são competentes:

I – o Governador do Estado em qualquer caso;

II – os Secretários de Estado, dirigentes de autarquias e de fundações de direito pú-blico e os titulares de órgãos diretamente subordinados ao Governador, até a de sus-pensão e multa limitada ao máximo de 30 (trinta) dias;

III – os titulares de órgãos diretamente su-bordinados aos Secretários de Estado, diri-gentes de autarquias e de fundações de di-reito público até suspensão por 10 (dez) dias;

IV – os titulares de órgãos em nível de su-pervisão e coordenação, até suspensão por 5 (cinco) dias;

V – as demais chefias, em caso de repreensão.

Art. 197. A aplicação das penas referidas no ar-tigo 187 prescreve nos seguintes prazos: (Reda-ção dada pela Lei Complementar nº 11.928/03)

I – em 12 (doze) meses, a de repreensão; (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

II – em 24 (vinte e quatro) meses, as de sus-pensão, de multa, de demissão por abando-no de cargo e por ausências sucessivas ao serviço; (Redação dada pela Lei Comple-mentar nº 14.821/15)

III – em 5 (cinco) anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente. (Redação dada pela Lei Com-plementar nº 14.821/15)

§ 1º O prazo de prescrição começa a fluir a partir da data do conhecimento do fato, por

superior hierárquico. (Redação dada pela Lei Complementar nº 11.928/03)

§ 2º Para o abandono de cargo e para a inas-siduidade, o prazo de prescrição começa a fluir a partir da data em que o servidor reas-sumir as suas funções ou cessarem as faltas ao serviço. (Redação dada pela Lei Comple-mentar nº 11.928/03)

§ 3º Quando as faltas constituírem, tam-bém, crime ou contravenção, a prescrição será regulada pela lei penal. (Redação dada pela Lei Complementar nº 11.928/03)

§ 4º A prescrição da pretensão punitiva será objeto de: (Redação dada pela Lei Comple-mentar nº 14.821/15)

I – interrupção, começando o prazo a correr por inteiro, a partir: (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

a) da instauração do processo administra-tivo-disciplinar; e (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

b) da emissão do relatório de que trata o art. 245, pela autoridade processante; (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

II – suspensão, continuando o prazo a cor-rer, no seu restante: (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

a) enquanto não resolvida, em outro pro-cesso de qualquer natureza, inclusive judi-cial, questão de que dependa o reconheci-mento da transgressão; (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

b) a partir da instauração de sindicância até a decisão final pela autoridade competente. (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

§ 5º A prescrição da pretensão executória é a mesma da punitiva, aplicando-se-lhe a causa suspensiva constante do inciso II, alínea “a”, do § 4.º deste artigo. (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.821/15)

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 10.098/1994

A Lei nº 10.098/1994 estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Esta-do do Rio Grande do Sul. Ou seja, é o Estatuto do servidor do RS. Obs.: os servidores municipais terão estatutos próprios.

1. Disposições Preliminares

Servidor – pessoa legalmente investida em cargo público.

Cargo público – conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.

Os cargos públicos estaduais são:

a) criados por lei;

b) em número certo;

c) denominação própria;

d) acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma da Lei Complementar;

e) de provimento efetivo e em comissão.

É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei (ex.: a lei permite que o mesário preste serviços de forma gratuita).

Cargo em Comissão (CCs) – Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, não serão organizados em carreira. Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções gratificadas, com atribuições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servidores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos em lei.

Cargo efetivo – Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios alternados de merecimento e antiguidade.

A investidura em cargo público de provimento efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Importante: A investidura em cargo de provimento efetivo ocorrerá com a posse.

Requisitos para ingresso no serviço público:

I – possuir a nacionalidade brasileira;

II – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

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III – ter idade mínima de 18 anos;

IV – possuir aptidão física e mental;

V – estar em gozo dos direitos políticos;

VI – ter atendido às condições prescritas para o cargo.

A comprovação do preenchimento dos requisitos ocorrerá no momento da posse.

2. Provimento

Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública ou a um novo cargo, para prestação de um serviço.

2.1. Formas de provimento de cargo público: NAR4

NomeaçãoAproveitamentoReadaptaçãoReversãoReintegraçãoRecondução

2.2. Nomeação

Nomeação é forma originária de provimento de cargo público por pessoa física e pode ser:

a) Nomeação em caráter efetivo – quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para provimento em cargo efetivo de carreira ou isolado;

b) Nomeação em comissão – quando se tratar de cargo de confiança (de livre nomeação e exoneração).

A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última chamada.

Concurso Público – será de provas ou de provas e títulos. Validade de até 2 anos, prorrogáveis uma única vez, por igual período, no interesse da Administração.

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Posse – Posse é a aceitação expressa do cargo. Aprovada em concurso público e nomeada, a pessoa terá direito subjetivo à posse, que dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no prazo de 15 dias contados da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado. Não tomando posso no prazo, será tornado sem efeito a nomeação. Em se tratando de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do término do afastamento. A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Exercício – é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. O servidor deverá entrar em exercício em até 30 dias contados da posse, sob pena de tornar-se sem efeito sua nomeação.

Estágio Probatório – segundo expresso no Estatuto (Art. 28), estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo. No entanto, ATENÇÃO, esse prazo é inconstitucional, já que após a Medida Provisória 19/98, o prazo de estágio probatório seria equivalente aos 3 anos da estabilidade (CF Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público).

Estabilidade – Aprovado no estágio probatório, o servidor adquirirá estabilidade e só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Promoção – Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcional. Ocorre apenas nos cargos que possuem planos de carreira, sendo que os critérios para a promoção são merecimento e antiguidade, alternada-mente.

Concurso Nomeação Posse Exercício Estágio Probatório

Estabilidade Promoção

15 dias(+ 15) Até 30 dias

3 anos“PERDA”

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3. Dos Direitos E Vantagens Do Servidor

3.1. Vantagens do Servidor

Além dos vencimentos, poderão ser pagos ao servidor as seguintes vantagens:

a) Indenizações;

b) Avanços;

c) Gratificações e adicionais;

d) Honorários e jetons.

Indenizações

Ajuda de CustoDestina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

DiáriasDestinam-se a compensar as despesas com deslocamentos eventuais ou transitórios do servidor para outros pontos do território nacional ou para o exterior (ex.: pousada, alimentação, locomoção...); fará jus a passagens e diárias..

TransporteDestina-se a compensar despesas com a utilização de meio próprio de loco-moção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo (ex.: policial que utiliza o carro próprio para uma investigação).

Avanços Acréscimo

Investidos até 30/06/1995 5% a cada triênio de exercício (3 anos)

Investidos após 30/06/1995 3% a cada triênio de exercício (3 anos)

Retribuição e Gratificações

Retribuição pelo exercício de função de direção,

chefia e assessoramento

Vantagem conferida ao servidor pelo exercício de chefia, assistên-cia ou assessoramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.

Gratificação natalina

Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. Será paga até o dia 20 de dezembro de cada ano. (Na prática, é o décimo terceiro salário). (Extensiva aos inativos).

Gratificação por regime especial de trabalho, na

forma da lei

Pelo regime especial de trabalho, o servidor poderá fazer jus à gra-tificação, na forma da lei.

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Gratificação por exercício de atividades insalubres,

penosas ou perigosas

Devido ao servidor que trabalhe com habitualidade em locais in-salubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas ra-dioativas ou com risco de vida. Insalubre é o serviço prejudicial à saúde do servidor; perigoso é o que cria risco a sua vida; penoso é o trabalho em área de fronteira. Havendo mais de um adicional, o servidor deve optar por um deles.

Gratificação por exercício de serviço extraordinário

O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho. (Para atender às situações excepcionais e temporárias)

Gratificação de representação, na

forma da leiGratificação devida por representação, na forma da lei.

Gratificação por serviço noturno

O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (serviço no-turno é o realizado entre as 22h e as 5h dia seguinte).Não haverá gratificação quando o serviço noturno corresponder ao horário normal de trabalho.

Adicional por tempo de serviço

Adicional de 15% ao completar 15 anos de serviço público;Adicional de 25% ao completar 25 anos de serviço público.Ao fazer jus ao de 25, cessa o pagamento do de 15.

Gratificação de permanência em serviço

Poderá ser deferida, por ato do Governador, quando for considera-do conveniente e oportuna a permanência de servidor que já tiver o direito de se aposentar voluntariamente com proventos integrais. O valor será o equivalente a 50% do seu vencimento básico.

Abono familiar

Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razão de 10% do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes:I – filho menor de 18 anos;II – filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja com-provadamente incapaz;III – filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 anos;IV – cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não perceba remuneração.

Quando se tratar de dependente inválido ou excepcional, o abono será pago pelo triplo.

Outras gratificações, relativas ao local ou à

natureza do trabalho, na forma da lei

Como a lista não é exaustiva, poderão ter outras gratificações que não as expressamente previstas no Estatuto, na forma da lei.

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Honorários e Jetons

O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, as funções de:

I – membro de banca de concurso;

II – gerência, planejamento, execução ou ativida-de auxiliar de concurso;

III – treinamento de pessoal;

IV – professor, em cursos legalmente instituídos.

O servidor receberá jeton, a título de representa-ção na forma da lei:

Quando no desempenho do encargo de membro de órgão de deliberação coletiva legalmente ins-tituído (órgão colegiado).

3.2. FÉRIAS

O servidor gozará, anualmente, 30 dias de férias, podendo ser acumuladas até o máximo de 2 períodos anuais.

Regra – 30 dias por ano

Operadores de Raio-X – 20 dias por semestre (o servidor que opera direta e permanentemen-te com raios X ou substâncias radioativas, próximas a fontes de irradiação gozará 20 dias con-secutivos de férias, por semestre de atividade profissional, não acumuláveis e intransferíveis).

Para o primeiro período aquisitivo de férias, são exigidos 12 meses de exercício, mas, para os demais, não será necessário completar os 12 meses.

É facultado o gozo de férias em dois períodos, não inferiores a 10 dias consecutivos.

Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se esti-vesse em exercício.

Obs.: servidor público não pode “vender férias”, nem podem ser descontados das férias as fal-tas do servidor.

Adicional de férias – o pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3, antes do início do referido período.

As férias somente poderão ser interrompidas por:

a) motivo de calamidade pública;

b) comoção interna;

c) convocação para júri;

d) serviço militar ou eleitoral, ou

e) superior interesse público.

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3.3. DO TEMPO DE SERVIÇO

A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em anos, consi-derados estes como período de 365 dias. Os dias de efetivo exercício serão computados à vista dos comprovantes de pagamento, ou dos registros funcionais.

É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, municípios, au-tarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.

São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de:

I – férias;

II – casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;

III – falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;

IV – doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação;

V – exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII – desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, exceto para promoção por merecimento

VIII – missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamento hou-ver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária;

IX – deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;

X – realização de provas, na forma do artigo 123;

XI – assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127;

XII – prestação de prova em concurso público;

XIII – participação em programas de treinamento regularmente instituído, correlacionado às atribui-ções do cargo;

XIX – licença:

h) à gestante, à adotante e à paternidade;i) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração;j) prêmio por assiduidade;k) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profissional;l) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal;m) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por merecimento;n) para participar de cursos, congressos e similares, sem prejuízo da retribuição;

XV – moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata;

XVI – participação de assembléias e atividades sindicais.

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3.4. CONCESSÕES

3.4.1. Das vantagens ao servidor estudante ou participante de cursos, congressos e similares – é assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos: I – durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus; II – durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.

3.4.2. Da assistência a filho excepcional – o servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental, em tratamento, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei.

3.5. LICENÇAS

Será concedida, ao servidor, licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por acidente em serviço;

III – por motivo de doença em pessoa da família;

IV – à gestante, à adotante e à paternidade;

V – para prestação de serviço militar;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para acompanhar o cônjuge;

VIII – para o desempenho de mandato classista;

IX – prêmio por assiduidade;

X – para concorrer a mandato público eletivo;

XI – para o exercício de mandato eletivo;

XII – especial, para fins de aposentadoria.

3.6.1. Licença para tratamento de saúde (do servidor) – será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do laudo.

3.6.2. Licença por acidente em serviço – o servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu total restabelecimento. Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, desde que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo. O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado.

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3.6.3. Licença por motivo de doença em pessoa da família – o servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral consanguíneo, até o 2º grau, desde que comprove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.

3.6.4. Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade – gestante terá 180 dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 15 dias consecutivos. À servidora que adotar será concedida licença conforme a idade do adotado: de 1 a 2 anos – 180 dias; mais de 2 e até 4 anos – 150 dias; mais de 4 até 6 anos – 120 dias; mais de 6 anos e menor de idade – 90 dias.

3.6.5. Licença para prestar serviço militar – ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições previstas na legislação específica. Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente. Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para apresentação será de 10 dias.

3.6.6. Licença para tratar de interesses particulares – a critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo e estável, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até 2 anos consecutivos, sem remuneração. A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço . O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo. Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 anos do término da anterior, contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.

3.6.7. Licença para acompanhar o cônjuge – o servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Exe-cutivo e Legislativo Federal, estadual ou municipal. A licença será concedida mediante pedido do servidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 anos. À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no domicílio do cônjuge. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.

3.6.8. Licença para desempenho de mandato classista – é assegurado ao servidor o di-reito à licença para o desempenho de mandato classista em central sindical, em confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo.

3.6.9. Licença-prêmio por assiduidade – o servidor que, por um quinquênio (5 anos) inin-terrupto, não se houver afastado do exercício de suas funções terá direito à concessão automá-tica de 3 meses de licença-prêmio por assiduidade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse em exercício.

3.6.10. Licença para concorrer a mandato público eletivo e exercê-lo – o servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da legislação eleitoral. Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse. Ao servidor investido em man-dato eletivo aplicam-se as seguintes disposições: I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo; II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração; III – investido no mandato de vereador:

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a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo; b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

3.5.11. Licença especial para fins de aposentadoria – Decorridos 30 dias da data em que ti-ver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar-se do exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido. O período de duração dessa licença será conside-rado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

3.6. DIREITO DE PETIÇÃO

É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou legítimo interesse próprio.

O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a primeira decisão ou praticado o ato. O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas suscetíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato; o pedido deverá ser decidido dentro de 30 dias.

O direito de requerer prescreve em:

• 5 anos, quanto aos atos de demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das relações de trabalho;

• 120 dias nos demais casos, salvo quando, por prescrição legal, for fixado outro prazo.

O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

A representação está isenta de pagamento de taxa de expediente.

4. Regime Disciplinar

4.1. O art. 177 elenca quais são os deveres do servidor.

São deveres do servidor:

I – ser assíduo e pontual ao serviço;

II – tratar com urbanidade as partes, atendendo-as sem preferências pessoais;

III – desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, dentro de suas atribuições;

IV – ser leal às instituições a que servir;

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V – observar as normas legais e regulamentares.

VI – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;

VII – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

VIII – atender com presteza:d) o público em geral, prestando as informações requeridas que estiverem a seu alcance, ressalvadas as protegidas por sigilo;e) à expedição de certidões requeridas, para defesa de direito ou esclarecimento de situações de interesse pessoal;f) às requisições para defesa da Fazenda Pública;

IX – representar ou levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver conhecimento, no órgão em que servir, em razão das atribuições do seu cargo;

X – zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela conservação do patrimônio público;

XI – observar as normas de segurança e medicina do trabalho estabelecidas, bem como o uso obrigatório dos equipamentos de proteção individual (EPI) que lhe forem confiados;

XII – providenciar para que esteja sempre em dia no seu assentamento individual, seu endereço residencial e sua declaração de família;

XIII – manter espírito de cooperação com os colegas de trabalho

XIV – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder

4.2. O art. 178 traz a lista das proibições ao servidor.

Ao servidor é proibido:

I – referir-se, de modo depreciativo, em informação, parecer ou despacho, às autoridades e a atos da administração pública estadual, podendo, porém, em trabalho assinado, criticá-los do ponto de vista doutrinário ou da organização do serviço;

II – retirar, modificar ou substituir, sem prévia permissão da autoridade competente, qualquer documento ou objeto existente na repartição;

III – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato;

IV – ingerir bebidas alcoólicas durante o horário de trabalho ou drogar-se, bem como apresentar-se em estado de embriaguez ou drogado ao serviço; (Obs.: se comprovado que a violação se deu por motivo de dependência, o servidor deverá, obrigatoriamente, ser encaminhado a tratamento médico especializado).

V – atender pessoas na repartição para tratar de interesses particulares, em prejuízo de suas atividades;

VI – participar de atos de sabotagem contra o serviço público;

VII – entregar-se a atividades político-partidárias nas horas e locais de trabalho;

VIII – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço;

IX – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;

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X – exercer ou permitir que subordinado seu exerça atribuições diferentes das definidas em lei ou regulamento como próprias do cargo ou função, ressalvados os encargos de chefia e as comissões legais

XI – celebrar contrato de natureza comercial, industrial ou civil de caráter oneroso, com o Estado, por si ou como representante de outrem;

XII – participar de gerência ou administração de empresa privada, de sociedade civil ou exercer comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário, salvo quando se tratar de função de confiança de empresa, da qual participe o Estado, caso em que o servidor será considerado como exercendo cargo em comissão; (Obs.: exceto a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.)

XIII – exercer, mesmo fora do horário de expediente, emprego ou função em empresa, estabelecimento ou instituição que tenha relações industriais com o Estado em matéria que se relacione com a finalidade da repartição em que esteja lotado; (Obs.: exceto a participação do servidor na presidência de associação, na direção ou gerência de cooperativas e entidades de classe, ou como sócio.)

XIV – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge ou parente até o segundo grau civil, ressalvado o disposto no artigo 267;

XV – cometer, a pessoas estranhas à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de encargos que competirem a si ou a seus subordinados;

XVI – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se à associação profissional ou sindical, ou com objetivos político-partidários;

XVII – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em atividades particulares ou políticas;

XVIII – praticar usura, sob qualquer das suas formas;

XIX – aceitar representação, comissão, emprego ou pensão de país estrangeiro;

XX – valer-se do cargo ou função para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade do serviço público

XXI – atuar, como procurador, ou intermediário junto a repartição pública, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau e do cônjuge

XXII – receber propinas, comissões, presentes ou vantagens de qualquer espécie, em razão de suas atribuições

XXIII – valer-se da condição de servidor para desempenhar atividades estranhas às suas funções ou para lograr, direta ou indiretamente, qualquer proveito

XXIV – ceder de forma desidiosa

XXV – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho

4.3. Das Responsabilidades

Pelo exercício irregular de suas atribuições, o servido responde civil, penal e administrativa-mente.

Responsabilidade civil – decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiro. Se o servidor causar danos a terceiros, responderá perante a Fazenda Pública mediante ação regressiva (ex.: se o servidor que exerce função de motorista,

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por imprudência, bate o veículo em um muro de um terceiro, este certamente vai entrar com ação contra o Poder Público, que terá o dever de indenizar; porém, a Fazenda Pública poderá buscar ressarcimento do servidor que culposamente causou o dano). A responsabilidade civil estende-se aos sucessores, até o limite do valor da herança recebida.

Responsabilidade penal (criminal) – abrange os crimes e contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Responsabilidade administrativa – a responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omis-sivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Independência das instâncias – Regra: as sanções civis, penais e administrativas poderão cumu-lar-se, sendo independentes entre si, assim como as instâncias civil, penal e administrativa.

4.4. Penalidades

São penalidades disciplinares:

I – repreensão;

II – suspensão;

III – demissão;

IV – cassação de aposentadoria;

V – cassação de disponibilidade;

V – multa;

VI – destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.

Obs.: advertência não é considerada penalidade, mas ficará registrada.

Ao aplicar as penalidades, serão consideradas:

a) a natureza e a gravidade da infração cometida,

b) os danos delas resultantes para o serviço público,

c) as circunstâncias agravantes ou atenuantes,

d) os antecedentes funcionais.

O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

A destituição de cargo em comissão ou de função gratificada, por critérios de oportunidade e conveniência, independe da apuração de falta funcional.

A ação disciplinar prescreverá:

I – em 12 meses, a de repreensão;

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II – em 24 meses, meses, as de suspensão, de multa, de demissão por abandono de cargo e por ausências sucessivas ao serviço;

III – em 5 anos, a de demissão, de cassação de aposentadoria, de cassação de disponibilidade, e de destituição de cargo em comissão ou de função gratificada ou equivalente.

O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se tornou conhecido, por supe-rior hierárquico.

Penalidade Detalhes Prescrição

Repreensão

Aplicada por escrito;

Hipóteses:

I – falta do cumprimento do dever funcional; ou

II – quando ocorrer procedimento público inconveniente.

Deve ter o registro cancelado em 10 anos.

12 meses

Suspensão

A suspensão implicará a perda de todas as vantagens e direitos decorrentes do exercício do cargo e aplicar-se-á ao servidor:

I – na violação das proibições consignadas nesta lei;II – nos casos de reincidência em infração já punida com repreensão;III – quando a infração for intencional ou se revestir de gravidade;IV – como gradação de penalidade mais grave, tendo em vista circunstância atenuante;V – que atestar falsamente a prestação de serviço, bem como propuser, permitir, ou receber a retribuição corres-pondente a trabalho não realizado;VI – que se recusar, sem justo motivo, à prestação de serviço extraordinário;VII – responsável pelo retardamento em processo sumário;VIII – que deixar de atender notificação para prestar depoimento em processo disciplinar;IX – que, injustificadamente, se recusar a ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade compe-tente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumpri-da a determinação.Não pode exceder 90 dias.Quando houver conveniência para o serviço, pode ser convertida em multa de 50% por dia de remuneração, obrigando o servidor a permanecer no serviço.Deve ter o registro cancelado em 10 anos.

24 meses

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Demissão

O servidor será punido com pena de demissão nas hipó-teses de:I – ineficiência ou falta de aptidão para o serviço, quando verificada a impossibilidade de readaptação;II – indisciplina ou insubordinação grave ou reiterada;III – ofensa física contra qualquer pessoa, cometida em serviço, salvo em legítima defesa própria ou de terceiros;IV – abandono de cargo em decorrência de mais de 30 faltas consecutivas;V – ausências excessivas ao serviço em número superior a 60 dias, intercalados, durante um ano;VI – improbidade administrativa;VII – transgressão de quaisquer proibições dos incisos XVII a XXIV do artigo 178, considerada a sua gravidade, efeito ou reincidência;VIII – falta de exação no desempenho das atribuições, de tal gravidade que resulte em lesões pessoais ou danos de monta;IX – incontinência pública e conduta escandalosa na re-partição;X – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;XI – aplicação irregular de dinheiro público;XII – reincidência na transgressão prevista no inciso V do artigo 189;XIII – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimô-nio estadual;

XIV – revelação de segredo, do qual se apropriou em ra-zão do cargo, ou de fato ou informação de natureza sigi-losa de que tenha conhecimento, salvo quando se tratar de depoimento em processo judicial, policial ou adminis-trativo-disciplinar;

XV – corrupção passiva nos termos da lei penal;

XVI – exercer advocacia administrativa;

XVII – prática de outros crimes contra a administração pú-blica.

A demissão será aplicada, também, ao servidor que, con-denado por decisão judicial transitada em julgado, incor-rer na perda da função pública na forma da lei penal

5 anos(exceto incisos

IV e V, que prescrevem em

24 meses)

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Cassação de aposentadoria

ou disponibilidade

Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do ser-vidor que:

I – houver praticado, na atividade, falta punível com a pena de demissão;

II – infringir a vedação prevista no § 2º do artigo 158 (Ao servidor aposentado em decorrência de qualquer das moléstias tipificadas no parágrafo anterior, fica vedado o exercício de outra atividade pública remunerada, sob pena de cassação de sua aposentadoria);

III – incorrer na hipótese do artigo 53 (Salvo doença com-provada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade, se o servi-dor não entrar em exercício no prazo de 30 dias).

5 anos

Multa

Quando houver conveniência para o serviço, a pena de suspensão poderá ser convertida em multa na base de 50% por dia de remuneração, obrigando-se o servidor a permanecer em exercício durante o cumprimento da pena.

24 meses

Destituição de cargo em comis-são ou de função

gratificada ou equivalente

A destituição de cargo em comissão ou de função gratifi-cada, por critérios de oportunidade e conveniência, inde-pende da apuração de falta funcional

5 anos

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Questões

1. É INCORRETO considerar efetivo exercício o afastamento do serviço em virtude de:

a) Falecimento do cônjuge, até 30 dias.b) Participação em programas de treina-

mento regularmente instituído, correla- cionado às atribuições do cargo.

c) Doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação.

d) Casamento, até 8 (oito) dias consecuti-vos.

e) Férias.

2. No que diz respeito às férias do servidor pú- blico estadual, é INCORRETO afirmar que:

a) Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

b) Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício.

c) Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicita- ção, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente.

d) É facultado o gozo de férias em dois períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecutivos.

e) A falta ao serviço será levada à conta de férias.

3. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar nº 10.098/94.

I – Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da pos- se.

II – O servidor removido ou redistribuído “ex officio” que deva ter exercício em outra

localidade terá 20 (vinte) dias para entrar em exercício, incluído, neste prazo, o tem- po necessário ao deslocamento para a nova sede.

III – Não será admitida a posse mediante procuração.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) I, II e III.

4. Conforme a Lei Complementar nº 10.098/94, assinale a alternativa que NÃO contempla si- tuação de afastamento de serviço considera- da de efetivo exercício do cargo.

a) Férias.b) Falecimento de cônjuge, ascendente,

descendente, sogros, irmãos, compa- nheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias.

c) Doação de sangue, 2 (dois) dias por mês.

d) Licença prêmio por assiduidade.e) Moléstia, devidamente comprovada

por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata.

5. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar nº 10.098/94.

I – O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de inte- resses particulares ou para acompanhar o cônjuge, somente após um ano de efetivo

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exercício contado da data da apresentação fará jus a férias.

II – Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deveria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de fal- tas não justificadas ao serviço.

III – O servidor readaptado, relotado, remo- vido ou reconduzido, quando em gozo de férias, é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) I, II e III.

6. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar nº 10.098/94.

I – Pelo exercício irregular de suas atribui- ções, o servidor responde civil, penal e ad- ministrativamente.

II – A responsabilidade penal abrange os cri- mes e contravenções imputadas ao servidor nesta qualidade.

III – A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culposo, que importe em prejuízo à Fazenda Estadu- al ou a terceiros.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

7. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94.

I – A readmissão constitui uma das formas de provimento de cargo público.

II – A nomeação em caráter efetivo obede- cerá, sempre que possível, à ordem de clas- sificação dos aprovados, não sendo admi- tida a hipótese de opção do candidato por última chamada.

III – Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da nome- ação, prorrogável por igual período a pedi- do do interessado.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

8. Sobre a ajuda de custo, considere as afir- mações abaixo, tendo em vista as dispo- sições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94.

I – A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço ou próprio, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

II – No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outro órgão ou entidade da União, do Distrito Federal, dos Estados ou dos Municípios, o servidor receberá aju- da de custo do Estado.

III – O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

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9. Tendo em vista as disposições da Lei Com- plementar Estadual nº 10.098/94, conside- re as afirmações abaixo.

I – É dever do servidor atender com pres- teza o público em geral, prestando as infor- mações requeridas que estiverem a seu al- cance, inclusive as protegidas por sigilo.

II – É dever do servidor atender com pres- teza às requisições para defesa da Fazenda Pública.

III – É dever do servidor zelar pela economia do material que lhe for confiado e pela con- servação do patrimônio público.

IV – É dever do servidor desempenhar com zelo e presteza os encargos que lhe forem incumbidos, ainda que fora de suas atribui- ções.

Quais estão corretas?

a) Apenas I e II.b) Apenas I e IV.c) Apenas II e III.d) Apenas III e IV.e) I, II, III e IV.

10. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94.

I – Os servidores investidos em cargo em comissão ou funções gratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente de- signados pela autoridade competente.

II – Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja le- gislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de três períodos anuais.

III – Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias esta- belecidas em lei ou decreto.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.

b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

11. Com base na Lei Complementar Estadual nº 10.098/94, considere as seguintes afirma- ções.

I – O servidor perderá um terço da remune- ração, na hipótese de conversão da pena de suspensão em multa.

II – O servidor perderá a metade da remu- neração, durante o afastamento no exer- cício do cargo, na hipótese de prisão para perquirição de sua responsabilidade em cri- me comum ou funcional.

III – O servidor perderá a parcela da remu- neração diária, proporcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas II e III.e) I, II e III.

12. Com base na Lei Complementar Estadual nº 10.098/94, considere as seguintes afirma- ções.

I – Ao servidor é proibido opor resistência justificada ao andamento de documento e processo ou execução de serviço.

II – Ao servidor é proibido promover mani- festação de apreço ou desapreço no recinto da repartição.

III – Ao servidor é proibido utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em ati- vidades particulares ou políticas, salvo se autorizado por superior hierárquico.

IV – Ao servidor é proibido atuar como pro- curador ou intermediário junto à repartição pública, salvo quando se tratar de benefí-

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cios previdenciários ou assistenciais de pa- rentes até o segundo grau e do cônjuge.

Quais estão corretas?

a) Apenas I e II.b) Apenas I e III.c) Apenas II e IV.d) Apenas III e IV.e) I, II, III e IV.

Gabarito: 1. A 2. E 3. A 4. C 5. D 6. E 7. C 8. C 9. C 10. A 11. C 12. C

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Presidência da RepúblicaCasa CivilSubchefia para Assuntos Jurídicos

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988

CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:

I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preen-cham os requisitos estabelecidos em lei, as-sim como aos estrangeiros, na forma da lei;

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a com-plexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

III – o prazo de validade do concurso público será de até dois anos, prorrogável uma vez, por igual período;

IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de pro-vas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir car-go ou emprego, na carreira;

V – as funções de confiança, exercidas exclu-sivamente por servidores ocupantes de car-

go efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos pre-vistos em lei, destinam-se apenas às atribui-ções de direção, chefia e assessoramento;

VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

VII – o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei espe-cífica;

VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas por-tadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

IX – a lei estabelecerá os casos de contrata-ção por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional in-teresse público;

X – a remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices;

XI – a remuneração e o subsídio dos ocu-pantes de cargos, funções e empregos pú-blicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumu-lativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Mu-nicípios, o subsídio do Prefeito, e nos Esta-dos e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Execu-tivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e

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Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsidio dos Desembargadores do Tribu-nal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do sub-sídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procu-radores e aos Defensores Públicos;

XII – os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não po-derão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo;

XIII – é vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de remuneração de pessoal do ser-viço público;

XIV – os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos ulteriores;

XV – o subsídio e os vencimentos dos ocu-pantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, ressalvado o disposto nos inci-sos XI e XIV deste artigo e nos arts. 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;

XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI:

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas;

XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e so-ciedades controladas, direta ou indireta-mente, pelo poder público;

XVIII – a administração fazendária e seus servidores fiscais terão, dentro de suas áre-

as de competência e jurisdição, precedência sobre os demais setores administrativos, na forma da lei;

XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de eco-nomia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação;

XX – depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das en-tidades mencionadas no inciso anterior, as-sim como a participação de qualquer delas em empresa privada;

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alie-nações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pa-gamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técni-ca e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

XXII – as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Mu-nicípios, atividades essenciais ao funciona-mento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prio-ritários para a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de infor-mações fiscais, na forma da lei ou convênio.

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, infor-mativo ou de orientação social, dela não po-dendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de au-toridades ou servidores públicos.

§ 2º A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

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§ 3º A lei disciplinará as formas de partici-pação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente:

I – as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços;

II – o acesso dos usuários a registros admi-nistrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII;

III – a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, em-prego ou função na administração pública.

§ 4º Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políti-cos, a perda da função pública, a indisponi-bilidade dos bens e o ressarcimento ao erá-rio, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

§ 5º A lei estabelecerá os prazos de pres-crição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem pre-juízos ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento.

§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a tercei-ros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

§ 7º A lei disporá sobre os requisitos e as res-trições ao ocupante de cargo ou emprego da administração direta e indireta que possibili-te o acesso a informações privilegiadas.

§ 8º A autonomia gerencial, orçamentária e financeira dos órgãos e entidades da ad-ministração direta e indireta poderá ser am-pliada mediante contrato, a ser firmado en-tre seus administradores e o poder público, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade, ca-bendo à lei dispor sobre:

I – o prazo de duração do contrato;

II – os controles e critérios de avaliação de desempenho, direitos, obrigações e respon-sabilidade dos dirigentes;

III – a remuneração do pessoal."

§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às em-presas públicas e às sociedades de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem re-cursos da União, dos Estados, do Distrito Fe-deral ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remune-ração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de li-vre nomeação e exoneração.

§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.

§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, me-diante emenda às respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa intei-ros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais e Distritais e dos Vereadores.

Art. 38. Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes dispo-sições:

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sen-do-lhe facultado optar pela sua remuneração;

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III – investido no mandato de Vereador, ha-vendo compatibilidade de horários, perce-berá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do car-go eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afasta-mento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para to-dos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão de-terminados como se no exercício estivesse.

Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOS

(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas.

Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de administração e remuneração de pessoal, inte-grado por servidores designados pelos respecti-vos Poderes.

§ 1º A fixação dos padrões de vencimento e dos demais componentes do sistema remu-neratório observará:

I – a natureza, o grau de responsabilidade e a complexidade dos cargos componentes de cada carreira;

II – os requisitos para a investidura;

III – as peculiaridades dos cargos.

§ 2º A União, os Estados e o Distrito Fede-ral manterão escolas de governo para a for-mação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebra-

ção de convênios ou contratos entre os en-tes federados.

§ 3º Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requi-sitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

§ 4º O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e Municipais serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, vedado o acrésci-mo de qualquer gratificação, adicional, abo-no, prêmio, verba de representação ou ou-tra espécie remuneratória, obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI.

§ 5º Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderá estabele-cer a relação entre a maior e a menor re-muneração dos servidores públicos, obede-cido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, XI. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 6º Os Poderes Executivo, Legislativo e Ju-diciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

§ 7º Lei da União, dos Estados, do Distri-to Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários pro-venientes da economia com despesas cor-rentes em cada órgão, autarquia e funda-ção, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, moderni-zação, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.

§ 8º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira poderá ser fixada nos termos do § 4º.

Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efe-tivos da União, dos Estados, do Distrito Federal

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e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdên-cia de caráter contributivo e solidário, median-te contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

§ 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo se-rão aposentados, calculados os seus pro-ventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos proporcionais ao tempo de contribui-ção, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença gra-ve, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II – compulsoriamente, com proventos pro-porcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (se-tenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar;

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exer-cício no serviço público e cinco anos no car-go efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta e cin-co anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;

b) sessenta e cinco anos de idade, se ho-mem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

§ 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respec-tivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de refe-rência para a concessão da pensão.

§ 3º Para o cálculo dos proventos de aposen-tadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor

aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei.

§ 4º É vedada a adoção de requisitos e cri-térios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I – portadores de deficiência;

II – que exerçam atividades de risco;

III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saú-de ou a integridade física.

§ 5º Os requisitos de idade e de tempo de contri-buição serão reduzidos em cinco anos, em rela-ção ao disposto no § 1º, III, "a", para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio.

§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decor-rentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo.

§ 7º Lei disporá sobre a concessão do bene-fício de pensão por morte, que será igual:

I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo esta-belecido para os benefícios do regime ge-ral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da par-cela excedente a este limite, caso aposenta-do à data do óbito; ou

II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o fa-lecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-cia social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito.

§ 8º É assegurado o reajustamento dos be-nefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme crité-rios estabelecidos em lei.

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§ 9º O tempo de contribuição federal, esta-dual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço cor-respondente para efeito de disponibilidade.

§ 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribui-ção fictício.

§ 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, in-clusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proven-tos de inatividade com remuneração de car-go acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo.

§ 12. Além do disposto neste artigo, o regi-me de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social.

§ 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de li-vre nomeação e exoneração bem como de ou-tro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social.

§ 14. A União, os Estados, o Distrito Fede-ral e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedi-das pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os bene-fícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201.

§ 15. O regime de previdência complemen-tar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executi-vo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência com-plementar, de natureza pública, que ofere-cerão aos respectivos participantes planos

de benefícios somente na modalidade de contribuição definida.

§ 16. Somente mediante sua prévia e expres-sa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regi-me de previdência complementar.

§ 17. Todos os valores de remuneração con-siderados para o cálculo do benefício pre-visto no § 3º serão devidamente atualiza-dos, na forma da lei.

§ 18. Incidirá contribuição sobre os proven-tos de aposentadorias e pensões concedi-das pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdên-cia social de que trata o art. 201, com per-centual igual ao estabelecido para os servi-dores titulares de cargos efetivos.

§ 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposen-tadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentado-ria compulsória contidas no § 1º, II.

§ 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efeti-vos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, res-salvado o disposto no art. 142, § 3º, X.

§ 21. A contribuição prevista no § 18 deste ar-tigo incidirá apenas sobre as parcelas de pro-ventos de aposentadoria e de pensão que su-perem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de pre-vidência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.

Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público.

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§ 1º O servidor público estável só perderá o cargo:

I – em virtude de sentença judicial transita-da em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demis-são do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, re-conduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

§ 3º Extinto o cargo ou declarada a sua des-necessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração propor-cional ao tempo de serviço, até seu adequa-do aproveitamento em outro cargo.

§ 4º Como condição para a aquisição da es-tabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.

Seção IIIDOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS

TERRITÓRIOS (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 18, de 1998)

Art. 42 Os membros das Polícias Militares e Cor-pos de Bombeiros Militares, instituições organi-zadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios. (Redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 18, de 1998)

§ 1º Aplicam-se aos militares dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios, além do que vier a ser fixado em lei, as disposi-ções do art. 14, § 8º; do art. 40, § 9º; e do art. 142, §§ 2º e 3º, cabendo a lei estadual específica dispor sobre as matérias do art. 142, § 3º, inciso X, sendo as patentes dos

oficiais conferidas pelos respectivos gover-nadores. (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 20, de 15/12/98)

§ 2º Aos pensionistas dos militares dos Es-tados, do Distrito Federal e dos Territórios aplica-se o que for fixado em lei específica do respectivo ente estatal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)

Seção IVDAS REGIÕES

Art. 43. Para efeitos administrativos, a União po-derá articular sua ação em um mesmo complexo geoeconômico e social, visando a seu desenvolvi-mento e à redução das desigualdades regionais.

§ 1º Lei complementar disporá sobre:

I – as condições para integração de regiões em desenvolvimento;

II – a composição dos organismos regionais que executarão, na forma da lei, os planos regionais, integrantes dos planos nacionais de desenvolvimento econômico e social, aprovados juntamente com estes.

§ 2º Os incentivos regionais compreende-rão, além de outros, na forma da lei:

I – igualdade de tarifas, fretes, seguros e ou-tros itens de custos e preços de responsabi-lidade do Poder Público;

II – juros favorecidos para financiamento de atividades prioritárias;

III – isenções, reduções ou diferimento tem-porário de tributos federais devidos por pessoas físicas ou jurídicas;

IV – prioridade para o aproveitamento eco-nômico e social dos rios e das massas de água represadas ou represáveis nas regiões de baixa renda, sujeitas a secas periódicas.

§ 3º Nas áreas a que se refere o § 2º, IV, a União incentivará a recuperação de terras áridas e cooperará com os pequenos e mé-dios proprietários rurais para o estabeleci-mento, em suas glebas, de fontes de água e de pequena irrigação.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE AS DISPOSIÇÕES DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência...

Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princípios aplicáveis.

Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

LegalidadeImpessoalidadeMoralidadePublicidadeEficiência

1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atuação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina.

Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.

Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

1.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.

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Esse princípio é visto sob dois aspectos:

a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente, determinados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atuação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade;

b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela administração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal do agente público pela sua atuação como administrador.

Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

1.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

1.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Esse princípio é tratado sob dois prismas:

a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;

b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

1.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador deve ter planejamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato.

Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

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2. Cargos, empregos e funções públicas

São acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei; (Obs.: Lei 8.112/90, art. 5º, § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei).

3. Exigência de concurso público

A regra é que a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

4. Prazo de validade do concurso

O prazo de validade do concurso público será de até 2 anos, prorrogável uma vez, por igual período; ou seja, o prazo pode ser menor do que 2 anos; assim, se o prazo for de 1 ano, poderá ser prorrogado por mais 1 ano apenas.

5. Prioridade de nomeação

Durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira. (Obs.: Lei 10.098/04, art. 14, parágrafo único Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo). A regra do Estatuto é mais restritiva, mas não é considerada inconstitucional.

6. Direito à livre associação sindical

É garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical, regra aplicável apenas ao servidores públicos civis, já que a CF veda a aplicação aos militares (art. 142, § 3º, IV, CF).

7. Direito de greve

O direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica; porém, ainda não regulamentação legal, o que fez com que o STF decidisse pela aplicação da lei que regulamenta o direito de greve do empregado na iniciativa privada (Lei nº 7783/89).

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8. Reserva de percentual aos portadores de deficiência

A lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.

9. Fixação e revisão geral da remuneração

A remuneração dos servidores públicos e o subsídio de que trata o § 4º do art. 39 somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, assegurada revisão geral anual, sempre na mesma data e sem distinção de índices.

10. Teto remuneratório

Agentes públicos não podem receber remuneração maior do que o subsídio mensal pago aos Ministros do Supremo Tribunal Federal (é o chamado teto absoluto). Há também o chamado subteto: I – nos Municípios, nenhum servidor poderá ganhar mais do que o prefeito; II – nos Estados e Distrito Federal, se Poder Executivo, nenhum servidor pode ganhar mais do que o Governador, se Poder Legislativo, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Deputados Estaduais ou Distritais, se Poder Judiciário, nenhum servidor pode ganhar mais do que os Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça.

Teto Absoluto Nenhum agente público pode receber remuneração maior do que Ministro do STF

Subteto

Agentes Públicos Âmbito Não pode ganhar mais do que

Municipais Geral Prefeito

Estaduais e Distritais Poder Executivo Governador

Poder Legislativo Deputados Estaduais ou Distritais

Poder Judiciário Desembargadores do TJ

11. Paridade de Vencimentos

Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

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Executivo  $$$  

Judiciário   Legislativo  

12. Mandato eletivo

Ao servidor público da administração direta, autárquica e fundacional, no exercício de mandato eletivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato eletivo federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, emprego ou função, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de Vereador, havendo compatibilidade de horários, perceberá as vantagens de seu cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo, e, não havendo compatibilidade, será aplicada a norma do inciso anterior;

IV – em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;

V – para efeito de benefício previdenciário, no caso de afastamento, os valores serão determinados como se no exercício estivesse.

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13. Direitos Trabalhistas Aplicáveis aos Servidores Ocupantes de Cargos Públicos

Aplica-se aos servidores ocupantes de cargo público o disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

IV – salário mínimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas neces-sidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

VII – garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variá-vel;

VIII – décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;

IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

XII – salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

XIII – duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro sema-nais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou con-venção coletiva de trabalho;

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XV – repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

XVI – remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do normal;

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;

XVIII – licença à gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e vinte dias;

XIX – licença-paternidade, nos termos fixados em lei;

XX – proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;

XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

14. Irredutibilidade de vencimentos e subsídios

Em regra, o subsídio e os vencimentos dos ocupantes de cargos e empregos públicos são irredutíveis, respeitando-se o teto tratado acima.

15. Acumulação de cargos públicos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, bem como de empregos e funções, abrangendo autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; porém

é permitida a acumulação, excepcionalmente, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI (teto):

a) a de dois cargos de professor;

b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;

c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.

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16. Acumulação de proventos com remuneração

É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria (art. 40, art. 42 e 142, CF) com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração.

17. Atos de Improbidade Administrativa

Os atos de improbidade administrativa importarão:

a) a suspensão dos direitos políticos,

b) a perda da função pública,

c) a indisponibilidade dos bens,

d) e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei,

e) sem prejuízo da ação penal cabível.

18. Responsabilidade por danos

As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Portanto, quem responde pelos danos causados a terceiros por agentes públicos são as respectivas pessoas jurídicas; porém, se houver culpa ou dolo do agente, o Poder Público poderá cobrá-lo o ressarcimento.

19. Obrigatoriedade de regime jurídico único

A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. Cada ente da Federação deve definir se o regime de todos os seus servidores (em sentido amplo) será celetista ou estatutário. Essa regra foi alterada pela EC 19/1998, eliminando o regime único. Porém, o STF suspendeu a eficácia da nova redação, passando a constar novamente a redação original (de regime jurídico único). Por exemplo, a Lei nº 8.112/1990 institui o regime estatutário para todos os servidores civis da União, autarquias e fundações públicas Federais.

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20. Estabilidade

São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público + avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade. Portanto, são requisitos para aquisição da estabilidade:

a) aprovação em concurso público;

b) nomeação para cargo público efetivo;

c) 3 anos de efetivo exercício;

d) avaliação especial de desempenho.

A estabilidade é a garantia de permanência do servidor no serviço público, mas não é absoluta, sendo que a própria CF prevê que o servidor público estável só perderá o cargo:

I – em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II – mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa;

III – mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa.

Também poderá perder o cargo em caso de despesa de pessoal acima dos limites legais (art. 169, CF). A Lei complementar n. 101/200 (Lei de Responsabilidade Fiscal) estabelece que o limite de despesa com pessoal da União é de 50% da receita líquida, enquanto dos Estados e Municípios é de 60%. Ultrapassados esses limites, o ente deverá tomar as seguintes providências:

a) reduzir em pelo menos 20% as despesas com cargos em comissão e funções de confiança;

b) exoneração dos servidores não estáveis;

c) se ainda assim ficar fora dos limites legais, o servidor estável poderá perder o cargo.

21. Reintegração

Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço.

22. Disponibilidade

Extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo (Obs.: de acordo com o Estatuto do RS, o servidor posto em disponibilidade receberá provento igual ao vencimento do cargo, acrescido de vantagens permanentes).

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23. Aposentadoria

Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência (Regime Próprio de Previdência Social – RPPS) de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. Obs.: O Estatuto trará as regras para a aposentadoria.

Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o Regime Geral de Previdência Social (RGPS), ou seja, o regime geral aplicável aos trabalhadores da iniciativa provada regidos pela CLT.

Os servidores abrangidos pelo Regime Próprio de Previdência Social (os servidores de cargos efetivos) serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17:

I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei;

II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar;

III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições:

a) 60 anos de idade e 35 de contribuição, se homem, e 55 anos de idade e 30 de contribuição, se mulher;

b) 65 anos de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

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Questões

1. (FCC – 2015 – ANALISTA)

Os princípios constitucionais expressos da Administração pública relacionados no art. 37 da Constituição Federal dizem respeito a:

a) legalidade, irreversibilidade, moralida- de, publicidade e executoriedade.

b) legitimidade, imperatividade, modici- dade, pluralidade e efetividade.

c) autoaplicabilidade, imperatividade, mo- ralidade, pluralidade e eficácia.

d) legalidade, impessoalidade, moralida- de, publicidade e eficiência.

e) legitimidade, legalidade, modicidade, pluralidade e executoriedade.

2. (CESPE – 2015 – TECNICO – TRE-GO)

No que se refere ao regime jurídico- administrativo brasileiro e aos princípios regentes da administração pública, julgue os próximos itens. O princípio da eficiência está previsto no texto constitucional de forma explícita.

( ) Certo   ( ) Errado

3. (CESPE – 2015 – AUDITOR-TCU)

No que se refere a ato administrativo, agen- te público e princípios da administração pú- blica, julgue os próximos itens. O princípio da eficiência, considerado um dos princí- pios inerentes à administração pública, não consta expressamente na CF.

( ) Certo   ( ) Errado

4. (VUNESP – 2014 – SUPERIOR)

O padrão que define que a conduta ética dos servidores públicos não pode ir de en- contro ao padrão ético mais geral da

sociedade, segundo a Constituição Federal, é o princípio da Administração Pública denomi- nado

a) subsidiariedade.b) impessoalidade.c) moralidade.d) publicidade.e) eficiência.

5. (CESPE – 2015 – ANALISTA – TRE-GO)

Acerca da administração pública, da organi- zação dos poderes e da organização do Es- tado, julgue os itens que se seguem. Caso preencha os requisitos de idade e contri- buição, o indivíduo que trabalhe por vários anos em determinado Tribunal Regional Eleitoral ocupando, exclusivamente, cargo em comissão terá direito à aposentadoria estatutária se decidir se aposentar volunta- riamente.

( ) Certo   ( ) Errado

6. (CESPE – 2015 – TECNICO – TRE-GO)

A respeito dos Poderes Legislativo e Execu- tivo e do regime constitucional da adminis- tração pública, julgue os itens a seguir. Con- sidere que Afonso seja servidor do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Goiás e te- nha sido eleito como deputado estadual. Nessa situação, se houver compatibilidade de horário entre suas atividades no tribunal e sua atuação como deputado, Afonso pode acumular os dois cargos e receber as vanta- gens e as remunerações a eles referentes.

( ) Certo   ( ) Errado

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7. (CESPE – 2015 – TECNICO)

Com relação aos servidores públicos, julgue os próximos itens, de acordo com a Consti- tuição Federal de 1988. O servidor público da administração direta que for investido no mandato de vereador deverá optar entre a remuneração da vereança e a de seu cargo público.

( ) Certo   ( ) Errado

8. (CESPE – 2015 – TÉCNICO)

No que se refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens. A veda- ção ao acúmulo remunerado de cargos, em- pregos ou funções públicas não se estende aos empregados das sociedades de econo- mia mista.

( ) Certo   ( ) Errado

9. (CESPE – 2015 – TÉCNICO – Fundação Uni- versidade de Brasília)

No que se refere aos princípios e conceitos da administração pública e aos servidores públicos, julgue os próximos itens. O prazo de validade de concurso público é de até dois anos, podendo ele ser prorrogado en- quanto houver candidatos aprovados no ca- dastro de reserva.

( ) Certo   ( ) Errado

10. (CESGRANRIO – 2014 – TÉCNICO)

Um dos grandes temas tratados na Consti- tuição Federal é o do acesso facilitado aos cargos públicos. Dentre as inovações cons- tantes da Constituição Federal em vigor, encontra-se a possibilidade de a lei estabe- lecer percentual dos cargos e empregos pú- blicos para as pessoas

a) menores de dezoito anosb) estrangeiras em situação de riscoc) consideradas de menor rendimento

econômicod) portadoras de deficiênciae) moradoras em locais considerados peri-

gosos

11. (CESPE – 2015 – ANALISTA – Controladoria Geral do Estado – PI)

No que se refere às disposições gerais rela- cionadas aos servidores públicos, julgue os itens a seguir. De acordo com a CF, os ser- vidores nomeados para cargo de provimen- to efetivo em virtude de concurso público adquirem a estabilidade após dois anos de efetivo exercício.

( ) Certo   ( ) Errado

12. (CESPE – 2015 – ANALISTA)

No que se refere à administração pública, aos direitos políticos e às comissões parla- mentares de inquérito (CPIs), julgue os itens que se seguem. Os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em vir- tude de concurso público são estáveis após dois anos de efetivo exercício.

( ) Certo   ( ) Errado

Gabarito: 1. D 2. Certo 3. Errado 4. C 5. Errado 6. Errado 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. D 11. Errado  12. Errado

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CONSTITUIÇÃO ESTADUAL

Seção IIDOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS

Art. 29. São direitos dos servidores públicos ci-vis do Estado, além de outros previstos na Cons-tituição Federal, nesta Constituição e nas leis:

I – vencimento básico ou salário básico nunca inferior ao salário mínimo fixado pela União para os trabalhadores urbanos e rurais;

II – irredutibilidade de vencimentos ou sa-lários;

III – décimo terceiro salário ou vencimen-to igual à remuneração integral ou no valor dos proventos de aposentadoria;

IV – remuneração do trabalho noturno su-perior à do diurno;

V – salário-família ou abono familiar para seus dependentes;

VI – duração do trabalho normal não supe-rior a oito horas diárias e quarenta sema-nais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada conforme o estabe-lecido em lei;

VII – repouso semanal remunerado, prefe-rencialmente aos domingos;

VIII – remuneração do serviço extraordiná-rio, superior, no mínimo em cinqüenta por cento, à do normal;

IX – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que a remuneração normal, e pagamento ante-cipado;

X – licença à gestante, sem prejuízo do em-prego e da remuneração, com a duração de cento e vinte dias;

XI – licença-paternidade, nos termos fixa-dos em lei;

XII – redução dos riscos inerentes ao traba-lho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

XIII – adicional de remuneração para as ati-vidades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei;

XIV – proibição de diferenças de remunera-ção, de exercício de funções e de critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil;

XV – auxílio-transporte, correspondente à necessidade de deslocamento do servidor em atividade para seu local de trabalho, nos termos da legislação federal.

Parágrafo único. O adicional de remune-ração de que trata o inciso XIII deverá ser calculado exclusivamente com base nas ca-racterísticas do trabalho e na área e grau de exposição ao risco, na forma da lei.

Art. 30. O regime jurídico dos servidores públi-cos civis do Estado, das autarquias e fundações públicas será único e estabelecido em estatu-to, através de lei complementar, observados os princípios e os as normas da Constituição Fede-ral e desta Constituição. (Vide Leis Complemen-tares nos 10.098/94 e 10.842/96)

Art. 31. Lei complementar estabelecerá os cri-térios objetivos de classificação dos cargos pú-blicos de todos os Poderes, de modo a garantir isonomia de vencimentos.

§ 1º Os planos de carreira preverão tam-bém:

I – as vantagens de caráter individual;

II – as vantagens relativas à natureza e ao local de trabalho;

III – os limites máximo e mínimo de remu-neração e a relação entre esses limites, sen-

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do aquele o valor estabelecido de acordo com o art. 37, XI, da Constituição Federal.

§ 2º As carreiras, em qualquer dos Poderes, serão organizadas de modo a favorecer o acesso generalizado aos cargos públicos.

§ 3º As promoções de grau a grau, nos car-gos organizados em carreiras, obedecerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alternadamente, e a lei estabelecerá nor-mas que assegurem critérios objetivos na avaliação do merecimento.

§ 4º A lei poderá criar cargo de provimento efetivo isolado quando o número, no res-pectivo quadro, não comportar a organiza-ção em carreira.

§ 5º Aos cargos isolados aplicar-se-á o dis-posto no “caput”.

Art. 32. Os cargos em comissão, criados por lei em número e com remuneração certos e com atribuições definidas de direção, chefia ou as-sessoramento, são de livre nomeação e exone-ração, observados os requisitos gerais de pro-vimento em cargos estaduais. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 12, de 14/12/95) (Vide Lei Complementar nº 10.842/96) (Vide ADI nº 1521/STF)

§ 1º Os cargos em comissão não serão orga-nizados em carreira.

§ 2º A lei poderá estabelecer, a par dos ge-rais, requisitos específicos de escolaridade, habilitação profissional, saúde e outros para investidura em cargos em comissão.

Art. 33. Os vencimentos dos cargos do Poder Le-gislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores aos pagos pelo Poder Executivo.

§ 1º A remuneração dos servidores públi-cos do Estado e os subsídios dos membros de qualquer dos Poderes, do Tribunal de Contas, do Ministério Público, dos Procura-dores, dos Defensores Públicos, dos deten-tores de mandato eletivo e dos Secretários de Estado, estabelecidos conforme o § 4º do art. 39 da Constituição Federal, somen-

te poderão ser fixados ou alterados por lei específica, observada a iniciativa privativa em cada caso, sendo assegurada através de lei de iniciativa do Poder Executivo a re-visão geral anual da remuneração de todos os agentes públicos, civis e militares, ativos, inativos e pensionistas, sempre na mesma data e sem distinção de índices. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 57, de 21/05/08) (Vide ADI-O nº 70020452413/TJ, DJE de 15/07/08)

§ 2º O índice de reajuste dos vencimentos dos servidores não poderá ser inferior ao necessário para repor seu poder aquisitivo.

§ 3º As gratificações e adicionais por tempo de serviço serão assegurados a todos os ser-vidores estaduais e reger-se-ão por critérios uniformes quanto à incidência, ao número e às condições de aquisição, na forma da lei.

§ 4º A lei assegurará ao servidor que, por um qüinqüênio completo, não houver inter-rompido a prestação de serviço ao Estado e revelar assiduidade, licença-prêmio de três meses, que pode ser convertida em tem-po dobrado de serviço, para os efeitos nela previstos. (Vide Lei nº 9.075/90)

§ 5º Fica vedado atribuir aos servidores da administração pública qualquer gratificação de equivalência superior à remuneração fi-xada para os cargos ou funções de confian-ça criados em lei.

§ 6º É vedada a participação dos servido-res públicos no produto da arrecadação de multas, inclusive da dívida ativa.

§ 7º Para fins do disposto no art. 37, § 12, da Constituição Federal, fica fixado como li-mite único, no âmbito de qualquer dos Po-deres, do Ministério Público e do Tribunal de Contas, o subsídio mensal, em espécie, dos Desembargadores do Tribunal de Justi-ça do Estado do Rio Grande do Sul, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados Estaduais. (Reda-ção dada pela Emenda Constitucional nº 57, de 21/05/08)

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Art. 34. Os servidores estaduais somente serão indicados para participar em cursos de especia-lização ou capacitação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com custos para o Poder Público, quando houver correlação en-tre o conteúdo programático de tais cursos e as atribuições do cargo ou função exercidos.

Parágrafo único. Não constituirá critério de evolução na carreira a realização de curso que não guarde correlação direta e imedia-ta com as atribuições do cargo exercido.

Art. 35. O pagamento da remuneração mensal dos servidores públicos do Estado e das autar-quias será realizado até o último dia útil do mês do trabalho prestado. (Vide ADI nº 657/STF, DJ de 28/09/01)

Parágrafo único. O pagamento da gratifica-ção natalina, também denominada décimo terceiro salário, será efetuado até o dia 20 de dezembro. (Vide ADI nº 657/STF, DJ de 28/09/01)

Art. 36. As obrigações pecuniárias dos órgãos da administração direta e indireta para com os seus servidores ativos e inativos ou pensionis-tas não cumpridas até o último dia do mês da aquisição do direito deverão ser liquidadas com valores atualizados pelos índices aplicados para a revisão geral da remuneração dos servidores públicos do Estado.

Art. 37. O tempo de serviço público federal, es-tadual e municipal prestado à administração pú-blica direta e indireta, inclusive fundações públi-cas, será computado integralmente para fins de gratificações e adicionais por tempo de serviço, aposentadoria e disponibilidade.

Parágrafo único. O tempo em que o servi-dor houver exercido atividade em serviços transferidos para o Estado será computado como de serviço público estadual.

Art. 38. O servidor público será aposentado:

I – por invalidez permanente, sendo os pro-ventos integrais quando decorrente de aci-dente em serviço, moléstia profissional ou

doença grave, contagiosa ou incurável, es-pecificadas em lei, e proporcionais nos de-mais casos;

II – compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de serviço;

III – voluntariamente:

a) aos trinta e cinco anos de serviço, se ho-mem, e aos trinta, se mulher, com proven-tos integrais;

b) aos trinta anos de efetivo exercício em funções de magistério, se professor, e vinte e cinco, se professora, com proventos inte-grais; (Vide Lei nº 9.841/93)

c) aos trinta anos de serviço, se homem, e aos vinte e cinco, se mulher, com proventos proporcionais a esse tempo;

d) aos sessenta e cinco anos de idade, se homem, e aos sessenta, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de ser-viço.

§ 1º Lei complementar poderá estabelecer exceções ao disposto no inciso III, alíneas a e c, no caso de exercício de atividades con-sideradas penosas, insalubres ou perigosas.

§ 2º A lei disporá sobre a aposentadoria em cargos ou empregos temporários.

§ 3º Os proventos da aposentadoria serão revistos, na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a remune-ração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em atividade, in-clusive quando decorrentes da transforma-ção ou reclassificação do cargo ou função em que se deu a aposentadoria.

§ 5º As aposentadorias dos servidores pú-blicos estaduais, inclusive membros do Po-der Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas do Estado serão custea-dos com recursos provenientes do Tesouro

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do Estado e das contribuições dos servido-res, na forma da lei complementar. (Inclu-ído pela Emenda Constitucional nº 9, de 12/07/95) (Vide Leis Complementares nos 13.757/11 e 13.758/11)

§ 6º As aposentadorias dos servidores das autarquias estaduais e das fundações pú-blicas serão custeados com recursos prove-nientes da instituição correspondente e das contribuições de seus servidores, na forma da lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 12/07/95)

§ 7º Na hipótese do parágrafo anterior, caso a entidade não possua fonte própria de re-ceita, ou esta seja insuficiente, os recursos necessários serão complementados pelo Tesouro do Estado, na forma da lei comple-mentar. (Incluído pela Emenda Constitucio-nal nº 9, de 12/07/95)

§ 8º Os recursos provenientes das contri-buições de que tratam os parágrafos ante-riores serão destinados exclusivamente a integralizar os proventos de aposentadoria, tendo o acompanhamento e a fiscalização dos servidores na sua aplicação, na forma da lei complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 9, de 12/07/95)

Art. 39. O professor ou professora que trabalhe no atendimento de excepcionais poderá, a pe-dido, após vinte e cinco anos ou vinte anos, res-pectivamente, de efetivo exercício em regência de classe, completar seu tempo de serviço em outras atividades pedagógicas no ensino públi-co estadual, as quais serão consideradas como de efetiva regência.

Parágrafo único. A gratificação concedida ao servidor público estadual designado ex-clusivamente para exercer atividades no atendimento a deficientes, superdotados ou talentosos será incorporada ao venci-mento após percebida por cinco anos con-secutivos ou dez intercalados.

Art. 40. Decorridos trinta dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da apo-sentadoria, o servidor público será considerado

em licença especial, podendo afastar-se do ser-viço, salvo se antes tiver sido cientificado do in-deferimento do pedido.

Parágrafo único. No período da licença de que trata este artigo, o servidor terá direito à totalidade da remuneração, computando--se o tempo como de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

Art. 41. O Estado manterá órgão ou entidade de previdência e assistência à saúde para seus servidores e dependentes, mediante contribui-ção, na forma da lei previdenciária própria. (Re-dação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 21/05/97) (Vide Leis Complementares nos 12.134/04, 13.757/11 e 13.758/11)

§ 1º A direção do órgão ou entidade a que se refere o “caput” será composta paritaria-mente por representantes dos segurados e do Estado, na forma da lei a que se refere este artigo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 21/05/97)

§ 2º Os recursos devidos ao órgão ou enti-dade de previdência deverão ser repassa-dos: (Redação dada pela Emenda Constitu-cional nº 16, de 21/05/97)

I – no mesmo dia e mês do pagamento, de forma automática, quando se tratar da con-tribuição dos servidores, descontada em folha de pagamento; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 21/05/97)

II – até o dia quinze do mês seguinte ao de competência, quando se tratar de parcela devida pelo Estado e pelas entidades conve-niadas. (Redação dada pela Emenda Consti-tucional nº 16, de 21/05/97)

§ 3º O benefício da pensão por morte cor-responderá a totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei previdenciária própria, observadas as disposições do pa-rágrafo 3.o do artigo 38 desta Constituição e do inciso XI do artigo 37 da Constituição Federal. (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 16, de 21/05/97) (Vide Lei

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nº 9.127/90) (Vide ADI nº 1630/STF, DJ de 30/05/03)

§ 4º O valor da pensão por morte será rate-ado, na forma de lei previdenciária própria, entre os dependentes do servidor falecido, extinguindo-se a cota individual de pensão com a perda da qualidade de pensionista. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 16, de 21/05/97) (Vide ADI nº 1630/STF, DJ de 30/05/03)

§ 5º O órgão ou entidade a que se refere o “caput” não poderá retardar o início do pa-gamento de benefícios por mais de quaren-ta dias após o protocolo de requerimento, comprovada a evidência do fato gerador.

§ 6º O benefício da pensão por morte de segurado do Estado não será retirado de seu cônjuge ou companheiro em função de nova união ou casamento destes, vedada a acumulação de percepção do benefício, mas facultada a opção pela pensão mais conveniente, no caso de ter direito a mais de uma. (Redação dada pela Emenda Cons-titucional nº 16, de 21/05/97)

Art. 42. Ao servidor público, quando adotante, ficam estendidos os direitos que assistem ao pai e à mãe naturais, na forma a ser regulada por lei.

Art. 43. É assegurado aos servidores da admi-nistração direta e indireta o atendimento gratui-to de seus filhos e dependentes de zero a seis anos em creches e pré-escolas, na forma da lei.

Art. 44. Nenhum servidor poderá ser diretor ou integrar conselho de empresas fornecedoras ou prestadoras de serviços ou que realizem qual-quer modalidade de contrato com o Estado, sob pena de demissão do serviço público.

Art. 45. O servidor público processado, civil ou criminalmente, em razão de ato praticado no exercício regular de suas funções terá direito a assistência judiciária pelo Estado. (Vide ADI nº 3022/STF, DJ de 04/03/05)