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Escrivão de Polícia Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello

Direito Administrativo Profª Tatiana Marcello · De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis uni - dades de competência a serem

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Escrivão de Polícia

Direito Administrativo

Profª Tatiana Marcello

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Direito Administrativo

Professora Tatiana Marcello

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Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO: Direito Administrativo: conceitos e fontes. Administração Pública: conceito, órgãos públicos. Agentes públicos: conceito, classificação, direitos, deveres, responsa-bilidade civil, penal e administrativa. Princípios da Administração Pública. Poderes da Adminis-tração Pública: hierárquico, disciplinar, regulamentar, de polícia. Atos administrativos: conceito, requisitos, atributos, classificação, revogação e invalidação. Licitações e contratos administra-tivos (Lei federal nº 8.666/93 e Lei federal nº 10.520/02). Serviços Públicos: princípios gerais. Processo Administrativo: conceito, princípios, Processo Administrativo Disciplinar, Sindicância. Responsabilidade Civil do Estado.

LEGISLAÇÃO ESTATUTÁRIA: Servidores Públicos (Lei Complementar Estadual nº 10.098/94 - Es-tatuto e Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Estado do Rio Grande do Sul: Tí-tulo II - do provimento, promoção, vacância, remoção e redistribuição; e Título III - dos direitos e vantagens).

BANCA: FUNDATEC

CARGO: Escrivão de Polícia

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Direito Administrativo

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS SOBRE AGENTES PÚBLICOS

1. Conceitos introdutórios

Agente público é toda pessoa que desempenha atividade administrativa, temporária ou não, com ou sem remuneração.

Agente Público é a expressão mais ampla para designar de forma genérica aqueles sujeitos que exercem funções públicas. Quem quer que desempenhe funções estatais é um agente público enquanto as exercita.

Portanto, servidor público será uma das espécies de agente público, como será visto a seguir.

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2. Classificação/Espécies dos Agentes Públicos

Agentes Públicos

Agentes PolíticosAgentes Administrativos(Servidores Estatais ou Servidores Públicos em

sentido amplo)

Servidores Públicos

(Estatuários)

cargo público

Empregados Públicos

(Celetistas)

emprego público

Servidores Temporários

(Contrato prazo determinado)

função pública

Particulares em colaboração

(Agentes honoríficos)

Agentes Militares(Estatuto/Lei

Específica)

Os agentes públicos podem ser classificados em:

a) Agentes Políticos – Exercem função pública de alta direção do Estado. Em regra, ingressam por meio de eleição, com mandatos fixos, ao término dos quais a relação com o Estado desaparece automaticamente. Exemplos: Chefes do Poder Executivo (Presidente da Repú-blica, Governadores dos Estados e Prefeitos Municipais, com seus respectivos vices), Parla-mentares (Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores), Ministros de Estado...

b) Servidores Estatais (ou Agentes Administrativos ou Servidores Públicos em sentido amplo) – São as pessoas que prestam serviço público para a Administração, com natureza profissional e remunerada. Dividem-se em:

• Servidores Públicos Estatutários (são os ocupantes de cargos públicos e submetidos a regime estatutário). Em sentido estrito, “servidor público” é apenas o estatutário.

• Empregados Públicos (são os ocupantes de emprego público e submetidos a regime celetista – CLT)

• Servidores Temporários (aqueles contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público, não tendo cargo nem em-prego público, exercendo função pública remunerada e temporária).

Obs.: Há doutrina e questões que entendem que “Servidor Público em sentido amplo” abran-ge essas 3 espécies (servidores públicos estatutários, empregados públicos e servidores tem-porários), enquanto “Servidor Público em sentido estrito” seria apenas o Servidor Estatutário. Vejamos o esquema:

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c) Particulares em colaboração com o Estado – são os que desempenham função pública sem vínculo com o Estado, também chamados de “agentes honoríficos”. Segundo Celso Antônio Bandeira de Mello, essa categoria é composta por:

• Requisitados de serviço (mesários, jurados do Tribunal do Juri, convocados para o ser-viço militar);

• Gestores de negócios públicos (pessoas que atuam em situações emergenciais quando o Estado não está presente, como alguém que chega antes dos bombeiros a um incên-dio e presta socorro);

• Contratados por locação civil de serviços (a exemplo de um jurista famoso que é con-tratado para fazer um parecer);

• Concessionários e permissionários (os que trabalham nas concessionárias e permis-sionárias de serviço público, exercendo função pública por delegação estatal);

• Delegados de função ou ofício público (é o caso dos que exercem serviços notariais).

d) Agentes Militares (Forças Armadas, Policiais Militares e Corpos de Bombeiros Militares) – Quem compõe os quadros permanentes das forças militares possui vínculo Estatutário especial, ou seja, seu regime jurídico é regido por lei específica, não se confundindo com os Estatutos aplicáveis aos servidores públicos civis.

3. Cargo, Emprego e Função Pública

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Cargo Público

Os cargos públicos são ocupados por servidores públicos, efetivos e comissionados, submeti-dos ao regime estatutário.

A Lei nº 10.098/1994 define: “Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em número certo, com denominação própria, consistindo em conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.”

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Cargos são as mais simples e indivisíveis uni-dades de competência a serem expressadas por um agente, previstas em número certo, com denominação própria, retribuídas por pessoas jurídicas de direito público e criadas por lei”.

Emprego Público

Os empregos públicos são ocupados por empregados públicos, os quais se submetem ao regi-me celetista (Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT). Os empregados públicos ingressam por meio de concurso público para ocupar empregos públicos, de natureza essencialmente contra-tual.

De acordo com Celso Antônio Bandeira de Mello: “Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação trabalhista”.

Função Pública

De acordo com Maia Sylvia Di Pietro: “São funções públicas as funções de confiança e as exer-cidas pelos agentes públicos contratados por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (CF, art. 37, IX).”

Não há concurso público para preenchimento de função pública.

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ESTATUTO E REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS CIVIS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL

Nº 10.098/94, COM ALTERAÇÕES SUPERVENIENTES)

ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Gabinete de Consultoria Legislativa

LEI COMPLEMENTAR Nº 10.098, DE 3 DE FEVEREIRO DE 1994

(atualizada até a Lei Complementar nº 14.821, de 30 de dezembro de 2015)

Dispõe sobre o estatuto e regime jurídico único dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul.

TÍTULO I

Das Disposições Preliminares

Art. 1º Esta lei dispõe sobre o estatuto e o re-gime jurídico dos servidores públicos civis do Estado do Rio Grande do Sul, excetuadas as ca-tegorias que, por disposição constitucional, de-vam reger-se por estatuto próprio.

Art. 2º Para os efeitos desta lei, servidor público é a pessoa legalmente investida em cargo público.

Art. 3º Cargo público é o criado por lei, em nú-mero certo, com denominação própria, consis-tindo em conjunto de atribuições e responsa-bilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públi-cos.

Art. 4º Os cargos públicos estaduais, acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requi-sitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma da Lei Complementar, são de provi-mento efetivo e em comissão.

§ 1º Os cargos em comissão, de livre nome-ação e exoneração, não serão organizados em carreira.

§ 2º Os cargos em comissão, preferencial-mente, e as funções gratificadas, com atri-buições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servi-dores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos em lei.

Art. 5º Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios al-ternados de merecimento e antigüidade.

Parágrafo único. Poderão ser criados cargos isolados quando o número não comportar a organização em carreira.

Art. 6º A investidura em cargo público de pro-vimento efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Parágrafo único. A investidura de que trata este artigo ocorrerá com a posse.

Art. 7º São requisitos para ingresso no serviço público:

I – possuir a nacionalidade brasileira;

II – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

III – ter idade mínima de dezoito anos;

IV – possuir aptidão física e mental;

V – estar em gozo dos direitos políticos;

VI – ter atendido às condições prescritas para o cargo.

§ 1º De acordo com as atribuições peculia-res do cargo, poderão ser exigidos outros requisitos a serem estabelecidos em lei.

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§ 2º A comprovação de preenchimento dos requisitos mencionados no “caput” dar-se- á por ocasião da posse.

§ 3º Para efeitos do disposto no inciso IV do “caput” deste artigo será permitido o in-gresso no serviço público estadual de candi-datos portadores das doenças referidas no § 1º, do artigo 158 desta Lei, desde que:

I – apresentem capacidade para o exercício da função pública para a qual foram selecio-nados, no momento da avaliação médico--pericial;

II – comprovem, por ocasião da avaliação para ingresso e no curso do estágio proba-tório, acompanhamento clínico e adesão ao tratamento apropriado nos padrões de indicação científica aprovados pelas autori-dades de saúde.

Art. 8º Precederá sempre, ao ingresso no servi-ço público estadual, a inspeção médica realiza-da pelo órgão de perícia oficial.

§ 1º Poderão ser exigidos exames suple-mentares de acordo com a natureza de cada cargo, nos termos da lei.

§ 2º Os candidatos julgados temporaria-mente inaptos poderão requerer nova ins-peção médica, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data que dela tiverem ciência.

Art. 9º Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psicológico, que terá caráter informativo.

TÍTULO II

Do Provimento, Promoção, Vacância, Remoção e Redistribuição

CAPÍTULO IDO PROVIMENTO

Art. 10. São formas de provimento de cargo pú-blico:

I – nomeação;

II – readaptação;

III – reintegração;

IV – reversão;

V – aproveitamento;

VI – recondução.

CAPÍTULO IIDO RECRUTAMENTO E SELEÇÃO

Seção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 11. O recrutamento é geral e destina-se a selecionar candidatos, através de concurso pú-blico para preenchimento de vagas existentes no quadro de lotação de cargos dos órgãos inte-grantes da estrutura organizacional do Estado.

Seção IIDO CONCURSO PÚBLICO

Art. 12. O concurso público tem como objetivo selecionar candidatos à nomeação em cargos de provimento efetivo, podendo ser de provas ou de provas e títulos, na forma do regulamento.

§ 1º As condições para a realização do con-curso serão fixadas em edital, que será pu-blicado no Diário Oficial do Estado e em jor-nal de grande circulação.

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§ 2º Não ficarão sujeitos a limite de idade os ocupantes de cargos públicos estaduais de provimento efetivo.

§ 3º As provas deverão aferir, com caráter eliminatório, os conhecimentos específicos exigidos para o exercício do cargo.

§ 4º Serão considerados como títulos so-mente os cursos ou atividades desempe-nhadas pelos candidatos, se tiverem relação direta com as atribuições do cargo pleitea-do, sendo que os pontos a eles correspon-dentes não poderão somar mais de vinte e cinco por cento do total dos pontos do con-curso.

§ 5º Os componentes da banca examina-dora deverão ter qualificação, no mínimo, igual à exigida dos candidatos, e sua compo-sição deverá ser publicada no Diário Oficial do Estado.

Art. 13. O desempate entre candidatos apro-vados no concurso em igualdade de condições, obedecerá aos seguintes critérios:

I – maior nota nas provas de caráter elimi-natório, considerando o peso respectivo;

II – maior nota nas provas de caráter clas-sificatório, se houver, prevalecendo a que tiver maior peso;

III – sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização.

Art. 14. O prazo de validade do concurso será de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado, uma única vez, por igual período, no interesse da Administração.

Parágrafo único. Enquanto houver candi-datos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condi-ções de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo.

Art. 15. Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de concorrer nos concur-sos públicos para provimento de cargos, cujas

atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras.

Parágrafo único. A lei reservará percentual de cargos e definirá critérios de admissão das pessoas nas condições deste artigo.

CAPÍTULO III DA NOMEAÇÃO

Art. 16. A nomeação far-se-á:

I – em caráter efetivo, quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para provimento em cargo efetivo de carrei-ra ou isolado;

II – em comissão, quando se tratar de cargo de confiança de livre exoneração.

Parágrafo único. A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última chamada.

CAPÍTULO IV DA LOTAÇÃO

Art. 17. Lotação é a força de trabalho qualitativa e quantitativa de cargos nos órgãos em que, efe-tivamente, devam ter exercício os servidores, observados os limites fixados para cada reparti-ção ou unidade de trabalho.

§ 1º A indicação do órgão, sempre que pos-sível, observará a relação entre as atribui-ções do cargo, as atividades específicas da repartição e as características individuais apresentadas pelo servidor.

§ 2º Tanto a lotação como a relotação pode-rão ser efetivadas a pedido ou “ex-officio”, atendendo ao interesse da Administração.

§ 3º Nos casos de nomeação para cargos em comissão ou designação para funções gratificadas, a lotação será compreendida no próprio ato.

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CAPÍTULO V DA POSSE

Art. 18. Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a assinatura do termo no pra-zo de 15 (quinze) dias, a contar da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do inte-ressado.

§ 1º Quando se tratar de servidor legalmen-te afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do tér-mino do afastamento.

§ 2º A posse poderá dar-se mediante procu-ração específica.

§ 3º No ato da posse, o servidor deverá apresentar declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

Art. 19. A autoridade a quem couber dar posse verificará, sob pena de responsabilidade, se fo-ram cumpridas as formalidades legais prescritas para o provimento do cargo.

Art. 20. Se a posse não se der no prazo referido no artigo 18, será tornada sem efeito a nomea-ção.

Art. 21. São competentes para dar posse:

I – o Governador do Estado, aos titulares de cargos de sua imediata confiança;

II – os Secretários de Estado e os dirigen-tes de órgão diretamente ligados ao chefe do Poder Executivo, aos seus subordinados hierárquicos.

CAPÍTULO VI DO EXERCÍCIO

Art. 22. Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da posse.

§ 1º Será tornada sem efeito a nomeação do servidor que não entrar em exercício no prazo estabelecido neste artigo.

§ 2º Compete à chefia imediata da unidade administrativa onde for lotado o servidor, dar-lhe exercício e providenciar nos ele-mentos necessários à complementação de seus assentamentos individuais.

§ 3º A readaptação e a recondução, bem como a nomeação em outro cargo, com a conseqüente exoneração do anterior, não interrompem o exercício.

§ 4º O prazo de que trata este artigo, para os casos de reintegração, reversão e apro-veitamento, será contado a partir da publi-cação do ato no Diário Oficial do Estado.

Art. 23. O servidor removido ou redistribuído “ex-officio”, que deva ter exercício em outra lo-calidade, terá 15 (quinze) dias para entrar em exercício, incluído neste prazo, o tempo neces-sário ao deslocamento para a nova sede.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor encontrar-se afastado do exercício do cargo, o prazo a que se refere este artigo será con-tado a partir do término do afastamento.

Art. 24. A efetividade do servidor será comuni-cada ao órgão competente mensalmente, por escrito, na forma do regulamento.

Parágrafo único. A aferição da freqüência do servidor, para todos os efeitos, será apu-rada através do ponto, nos termos do regu-lamento.

Art. 25. O servidor poderá afastar-se do exercí-cio das atribuições do seu cargo no serviço pú-blico estadual, mediante autorização do Gover-nador, nos seguintes casos:

I – colocação à disposição;

II – estudo ou missão científica, cultural ou artística;

III – estudo ou missão especial de interesse do Estado.

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§ 1º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outros órgãos da administra-ção direta, autarquias ou fundações de di-reito público do Estado, para exercer função de confiança.

§ 2º O servidor somente poderá ser posto à disposição de outras entidades da admi-nistração indireta do Estado ou de outras esferas governamentais, para o exercício de cargo ou função de confiança.

§ 3º Ficam dispensados da exigência do exercício de cargo ou função de confiança, prevista nos parágrafos anteriores:

I – os afastamentos de servidores para o Sis-tema Único de Saúde;

II – os afastamentos nos casos em que haja necessidade comprovada e inadiável do ser-viço, para o exercício de funções correlatas às atribuições do cargo, desde que haja pre-visão em convênio.

§ 4º Do pedido de afastamento do servidor deverá constar expressamente o objeto do mesmo, o prazo de sua duração e, conforme o caso, se é com ou sem ônus para a origem.

Art. 26. Salvo nos casos previstos nesta lei, o servidor que interromper o exercício por mais de 30 (trinta) dias consecutivos será demitido por abandono de cargo, com base em resultado apurado em inquérito administrativo.

Art. 27. O servidor preso para perquirição de sua responsabilidade em crime comum ou fun-cional será considerado afastado do exercício do cargo, observado o disposto no inciso IV do ar-tigo 80.

§ 1º Absolvido, terá considerado este tem-po como de efetivo exercício, sendo-lhe ressarcidas as diferenças pecuniárias a que fizer jus.

§ 2º No caso de condenação, e se esta não for de natureza que determine a demissão, continuará afastado até o cumprimento to-tal da pena.

CAPÍTULO VIIDO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 28. Estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em ca-ráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes requisitos:

I – disciplina;

II – eficiência;

III – responsabilidade;

IV – produtividade;

V – assiduidade.

Parágrafo único. Os requisitos estabeleci-dos neste artigo, os quais poderão ser des-dobrados em outros, serão apurados na for-ma do regulamento.

Art. 29. A aferição dos requisitos do estágio pro-batório processar-se-á no período máximo de até 20 (vinte) meses, a qual será submetida à avaliação da autoridade competente, servindo o período restante para aferição final, nos termos do regulamento.

§ 1º O servidor que apresente resultado in-satisfatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupa-do, observado o disposto no parágrafo úni-co do artigo 54.

§ 2º Antes da formalização dos atos de que trata o § 1º, será dada ao servidor vista do processo correspondente, pelo prazo de 5 (cinco) dias, para, querendo, apresentar sua defesa, que será submetida, em igual prazo, à apreciação do órgão competente.

§ 3º Em caso de recusa do servidor em ser cientificado, a autoridade poderá valer-se de testemunhas do próprio local de traba-lho ou, em caso de inassiduidade, a cienti-ficação poderá ser por correspondência re-gistrada.

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CAPÍTULO VIII DA ESTABILIDADE

Art. 30. O servidor nomeado em virtude de con-curso, na forma do artigo 12, adquire estabilida-de no serviço público, após dois anos de efetivo exercício, cumprido o estágio probatório.

Art. 31. O servidor público estável só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado, ou mediante processo administra-tivo em que lhe tenha sido assegurada ampla defesa.

CAPÍTULO IXDO REGIME DE TRABALHO

Art. 32. O Governador do Estado determinará, quando não discriminado em lei ou regulamen-to, o horário de trabalho dos órgãos públicos es-taduais.

Art. 33. Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cumprir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador.

§ 1º Consideram-se extraordinárias as ho-ras de trabalho realizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o res-pectivo cargo.

§ 2º O horário extraordinário de que trata este artigo não poderá exceder a 25% (vinte e cinco por cento) da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor.

§ 3º Pelo serviço prestado em horário ex-traordinário, o servidor terá direito a remu-neração, facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei.

Art. 34. Considera-se serviço noturno o realiza-do entre as 22 (vinte e duas) horas de um dia e as 5 (cinco) horas do dia seguinte, observado o previsto no artigo 113.

Parágrafo único. A hora de trabalho notur-no será computada como de cinqüenta e dois minutos e trinta segundos.

CAPÍTULO X DA PROMOÇÃO

Art. 35. Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcional.

Art. 36. As promoções de grau a grau, nos car-gos organizados em carreira, obedecerão aos critérios de merecimento e antigüidade, alter-nadamente, na forma da lei, que deverá asse-gurar critérios objetivos na avaliação do mere-cimento.

Art. 37. Somente poderá concorrer à promoção o servidor que:

I – preencher os requisitos estabelecidos em lei;

II – não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão, con-vertida, ou não em multa.

Art. 38. Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o ato que formalizou indevidamente a promoção.

Parágrafo único. O servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribui-ção a que tiver direito.

CAPÍTULO XIDA READAPTAÇÃO

Art. 39. Readaptação é a forma de investidu-ra do servidor estável em cargo de atribuições e responsabilidades mais compatíveis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, podendo ser processada a pedido ou “ex- officio”.

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§ 1º A readaptação será efetivada, sempre que possível, em cargo compatível com a aptidão do servidor, observada a habilita-ção e a carga horária exigidas para o novo cargo.

§ 2º A verificação de que o servidor tornou--se inapto para o exercício do cargo ocupa-do, em virtude de modificações em sua ap-tidão vocacional ou no seu estado físico ou psíquico, será realizada pelo órgão central de recursos humanos do Estado que à vista de laudo médico, estudo social e psicológi-co, indicará o cargo em que julgar possível a readaptação.

§ 3º Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribuições ao servidor em es-tágio experimental, pelo órgão competente, por prazo não inferior a 90 (noventa) dias, o que poderá ser realizado na mesma repar-tição ou em outra, atendendo, sempre que possível, às peculiaridades do caso, median-te acompanhamento sistemático.

§ 4º No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do car-go indicado, até que se disponha deste para o regular provimento.

Art. 40. Se o resultado da inspeção médica con-cluir pela incapacidade para o serviço público, será determinada a aposentadoria do readap-tando.

Art. 41. Em nenhuma hipótese poderá a rea-daptação acarretar aumento ou diminuição da remuneração do servidor, exceto quando se tra-tar da percepção de vantagens cuja natureza é inerente ao exercício do novo cargo.

Parágrafo único. Realizando-se a readap-tação em cargo de padrão de vencimento inferior, ficará assegurada ao servidor a re-muneração correspondente à do cargo que ocupava anteriormente.

Art. 42. Verificada a adaptabilidade do servidor no cargo e comprovada sua habilitação será for-malizada sua readaptação, por ato de autorida-de competente.

Parágrafo único. O órgão competente po-derá indicar a delimitação de atribuições no novo cargo ou no cargo anterior, apontando aquelas que não podem ser exercidas pelo servidor e, se necessário, a mudança de lo-cal de trabalho.

CAPÍTULO XII DA REINTEGRAÇÃO

Art. 43. Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em conse-qüência de decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento.

§ 1º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao car-go de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade.

§ 2º Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, obser-vado o disposto nos artigos 51 a 53.

§ 3º O servidor reintegrado será submetido à inspeção médica e, verificada a incapaci-dade para o serviço público, será aposenta-do.

CAPÍTULO XIII DA REVERSÃO

Art. 44. Reversão é o retorno à atividade do ser-vidor aposentado por invalidez, quando verifica-da, por junta médica oficial, a insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria.

§ 1º O servidor que reverter terá assegura-da a retribuição correspondente à situação funcional que detinha anteriormente à apo-sentadoria.

§ 2º Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos artigos 18 e 22, relativas à posse e ao exercício, respectivamente.

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Art. 45. A reversão far-se-á, a pedido ou “ex--officio”, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

Art. 46. O servidor com mais de 60 (sessenta) anos não poderá ter processada a sua reversão.

Art. 47. O servidor que reverter não poderá ser aposentado antes de decorridos 5 (cinco) anos de efetivo exercício, salvo se sobrevier outra moléstia que o incapacite definitivamente ou for invalidado em conseqüência de acidente ou de agressão não-provocada no exercício de suas atribuições.

Parágrafo único. Para efeito deste artigo, não será computado o tempo em que o ser-vidor, após a reversão, tenha se licenciado em razão da mesma moléstia.

Art. 48. O tempo em que o servidor esteve apo-sentado será computado, na hipótese de rever-são, exclusivamente para fins de nova aposen-tadoria.

CAPÍTULO XIVDA DISPONIBILIDADE E DO

APROVEITAMENTO

Seção IDA DISPONIBILIDADE

Art. 49. A disponibilidade decorrerá da extinção do cargo ou da declaração da sua desnecessida-de.

Parágrafo único. O servidor estável ficará em disponibilidade até seu aproveitamento em outro cargo.

Art. 50. O provento da disponibilidade será igual ao vencimento do cargo, acrescido das vanta-gens permanentes.

Parágrafo único. O servidor em disponibili-dade será aposentado se, submetido à ins-peção médica, for declarado inválido para o serviço público.

Seção IIDO APROVEITAMENTO

Art. 51. Aproveitamento é o retorno à ativida-de do servidor em disponibilidade e far- se-á, obrigatoriamente, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 52. O órgão central de recursos humanos poderá indicar o aproveitamento do servidor em disponibilidade, em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pú-blica estadual, na forma do regulamento.

Art. 53. Salvo doença comprovada por junta médica oficial, será tornado sem efeito o apro-veitamento e cassada a disponibilidade, se o servidor não entrar em exercício no prazo de 30 (trinta) dias.

CAPÍTULO XV DA RECONDUÇÃO

Art. 54. Recondução é o retorno do servidor es-tável ao cargo anteriormente ocupado e decor-rerá de:

I – obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório relativo a outro cargo;

II – reintegração do anterior ocupante do cargo.

Parágrafo único. Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor será aproveita-do em outro, com a natureza e vencimento compatíveis com o que ocupara, observado o disposto no artigo 52. (Vetado pelo Gover-nador e mantido pela Assembleia Legislati-va, conforme DOE nº 66, de 08/04/94)

CAPÍTULO XVI DA VACÂNCIA

Art. 55. A vacância do cargo decorrerá de:

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I – exoneração;

II – demissão;

III – readaptação;

IV – aposentadoria;

V – recondução;

IV – falecimento.

Parágrafo único. A abertura da vaga ocorre-rá na data da publicação da lei que criar o cargo ou do ato que formalizar qualquer das hipóteses previstas neste artigo.

Art. 56. A exoneração dar-se-á:

I – a pedido do servidor;

II – “ex-officio”, quando:

a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade competente;

b) não forem satisfeitas as condições do es-tágio probatório.

Art. 57. A demissão decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma prevista em lei.

CAPÍTULO XVIIDA REMOÇÃO E DA REDISTRIBUIÇÃO

Seção I DA REMOÇÃO

Art. 58. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou “ex-officio”, com ou sem mudança de sede:

I – de uma repartição para outra;

II – de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma repartição.

§ 1º Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remoção, a pedido, por mo-tivo de saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante prévia verifica-ção da existência de vaga.

§ 2º Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor esta-dual; não sendo possível, observar-se-á o disposto no artigo 147.

Art. 59. A remoção por permuta será processa-da a pedido de ambos os interessados, ouvidas, previamente, as chefias envolvidas.

Seção IIDA REDISTRIBUIÇÃO

Art. 60. Redistribuição é o deslocamento do ser-vidor com o respectivo cargo, de um quadro de pessoal ou entidade para outro do mesmo Po-der, cujos planos de cargos e vencimentos se-jam idênticos.

§ 1º Dar-se-á, exclusivamente, a redistribui-ção, para ajustamento de quadros de pes-soal às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade, na forma da lei.

§ 2º Nos casos de extinção de órgão ou en-tidade, os servidores estáveis que não pu-derem ser redistribuídos, nos termos deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento na forma do artigo 51.

§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos cargos definidos em lei como de lotação privativa. (Vetado pelo Governador e man-tido pela Assembleia Legislativa, conforme DOE nº 66, de 08/04/94)

CAPÍTULO XVIII DA SUBSTITUIÇÃO

Art. 61. Os servidores investidos em cargos em comissão ou funções gratificadas terão substitu-tos, durante seus afastamentos ou impedimen-tos eventuais, previamente designados pela au-toridade competente.

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Parágrafo único. O substituto fará jus ao vencimento do cargo ou função na propor-ção dos dias de efetiva substituição iguais ou superiores a 10 (dez) dias consecutivos, computáveis para os efeitos dos artigos 102 e 103 desta lei.

TÍTULO III

Dos Direitos e Vantagens

CAPÍTULO IDO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 62. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em anos, considerados estes como período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias.

Art. 63. Os dias de efetivo exercício serão com-putados à vista dos comprovantes de pagamen-to, ou dos registros funcionais.

Art. 64. São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de

I – férias;

II – casamento, até 8 (oito) dias consecuti-vos;

III – falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, en-teado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;

IV – doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação;

V – exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

VII – desempenho de mandato eletivo fede-ral, estadual ou municipal, exceto para pro-moção por merecimento;

VIII – missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária;

IX – deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;

X – realização de provas, na forma do artigo 123;

XI – assistência a filho excepcional, na for-ma do artigo 127;

XII – prestação de prova em concurso públi-co;

XIII – participação em programas de treina-mento regularmente instituído, correlacio-nado às atribuições do cargo;

XIV – licença:

a) à gestante, à adotante e à paternidade;

b) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração;

c) prêmio por assiduidade;

d) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profis-sional;

e) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal;

f) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por mere-cimento;

g) para participar de cursos, congressos e si-milares, sem prejuízo da retribuição;

XV – moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à che-fia imediata;

XVI – participação de assembléias e ativida-des sindicais.

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Parágrafo único. Constitui tempo de servi-ço, para todos os efeitos legais, o anterior-mente prestado ao Estado pelo servidor que tenha ingressado sob a forma de con-tratação, admissão, nomeação, ou qualquer outra, desde que comprovado o vínculo re-gular.

Art. 65. Computar-se-á integralmente, para efei-to de aposentadoria e disponibilidade o tempo:

I – de serviço prestado pelo servidor em função ou cargo público federal, estadual ou municipal;

II – de serviço ativo nas forças armadas e auxiliares prestado durante a paz, compu-tando-se em dobro o tempo em operação de guerra, na forma da lei;

III – correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou muni-cipal, anterior ao ingresso no serviço públi-co estadual;

IV – de serviço prestado em atividade pri-vada, vinculada à previdência social, obser-vada a compensação financeira entre os di-versos sistemas previdenciários segundo os critérios estabelecidos em lei;

V – em que o servidor:

a) esteve em disponibilidade;

b) já esteve aposentado, quando se tratar de reversão.

Art. 66. É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, mu-nicípios, autarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.

CAPÍTULO II DAS FÉRIAS

Art. 67. O servidor gozará, anualmente, 30 (trin-ta) dias de férias.

§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

§ 2º É vedado levar à conta de férias qual-quer falta ao serviço.

§ 3º É facultado o gozo de férias em dois pe-ríodos, não inferiores a 10 (dez) dias conse-cutivos.

Art. 68. Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicitação, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago anteci-padamente.

§ 1º O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acrésci-mo constitucional de 1/3 (um terço), antes do início do referido período.

§ 2º Na hipótese de férias parceladas pode-rá o servidor indicar em qual dos períodos utilizará a faculdade de que trata este arti-go.

Art. 69. Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício.

Art. 70. O servidor que opere direta e perma-nentemente com Raios X ou substâncias ra-dioativas, próximas a fontes de irradiação, terá direito, quando no efetivo exercício de suas atri-buições, a 20 (vinte) dias consecutivos de férias por semestre, não acumuláveis e intransferíveis.

Art. 71. Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja legislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de dois períodos anuais.

Art. 72. As férias somente poderão ser inter-rompidas por motivos de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por superior interesse pú-blico.

Art. 73. Se o servidor vier a falecer, quando já implementado o período de um ano, que lhe as-

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segure o direito a férias, a retribuição relativa ao período, descontadas eventuais parcelas corres-pondentes à antecipação, será paga aos depen-dentes legalmente constituídos.

Art. 74. O servidor exonerado fará jus ao paga-mento da remuneração de férias proporcional-mente aos meses de efetivo exercício, desconta-das eventuais parcelas já fruídas.

Parágrafo único. O pagamento de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que fizer jus o ser-vidor na forma prevista no artigo 69, desta lei, relativa ao mês em que a exoneração for efetivada.

Art. 75. O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de interesses particulares ou para acompanhar o cônjuge, so-mente após um ano de efetivo exercício conta-do da data da apresentação fará jus a férias.

Art. 76. Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deve-ria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de fal-tas não justificadas ao serviço.

Art. 77. O servidor readaptado, relotado, remo-vido ou reconduzido, quando em gozo de férias, não é obrigado a apresentar-se antes de con-cluí-las.

CAPÍTULO IIIDO VENCIMENTO E DA

REMUNERAÇÃO

Art. 78. Vencimento é a retribuição pecuniária devida ao servidor pelo efetivo exercício do car-go, correspondente ao padrão fixado em lei.

Parágrafo único. Nenhum servidor recebe-rá, a título de vencimento básico, importân-cia inferior ao salário mínimo.

Art. 79. Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias estabeleci-das em lei.

§ 1º O vencimento do cargo efetivo, acres-cido das vantagens de caráter permanente, é irredutível, sendo vedada vinculação ou equiparação para efeitos de remuneração de pessoal.

Art. 80. O servidor perderá:

I – a remuneração relativa aos dias em que faltar ao serviço;

II – a parcela da remuneração diária, pro-porcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (ses-senta) minutos;

III – a metade da remuneração, na hipóte-se de conversão da pena de suspensão em multa;

IV – um terço de sua remuneração durante o afastamento do exercício do cargo, nas hi-póteses previstas no artigo 27.

Parágrafo único. No caso de faltas sucessi-vas, serão computados para efeito de des-conto os períodos de repouso intercalados.

Art. 81. Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a re-muneração ou provento.

Parágrafo único. Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em fo-lha de pagamento a favor de terceiros, a cri-tério da administração e com reposição de custos, na forma definida em regulamento.

Art. 82. As reposições e indenizações ao erário serão descontadas em parcelas mensais não excedentes à quinta parte da remuneração ou provento.

Art. 83. Terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar eventuais débitos com o erário, o servi-dor que for demitido ou exonerado.

Parágrafo único. A não-quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição na dívida ativa.

Art. 84. O vencimento, a remuneração e o pro-vento não serão objeto de arresto, seqüestro ou

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penhora, exceto nos casos de prestação de ali-mentos resultantes de decisão judicial.

CAPÍTULO IV DAS VANTAGENS

Art. 85. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:

I – indenizações;

II – avanços;

III – gratificações e adicionais;

IV – honorários e jetons.

Art. 86. As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos pe-cuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

Art. 87. Salvo os casos previstos nesta lei, o ser-vidor não poderá receber a qualquer título, seja qual for o motivo ou a forma de pagamento, ne-nhuma outra vantagem pecuniária dos órgãos da Administração Direta ou Indireta, ou outras organizações públicas, em razão de seu cargo, nas quais tenha sido mandado servir.

Art. 88. As vantagens de que trata o artigo 85 não são incorporadas ao vencimento, em ati-vidade, excetuando-se os avanços, o adicional por tempo de serviço, a gratificação por exercí-cio de função, a gratificação de representação e a gratificação de permanência em serviço, nos termos da lei.

§ 1º A gratificação de representação por exercício de função integra o valor desta para os efeitos de incorporação aos venci-mentos em atividade, de incorporação aos proventos de aposentadoria e para cálculo de vantagens decorrentes do tempo de ser-viço.

§ 2º Aos titulares de cargos de confiança optantes por gratificação por exercício de função já incorporadas nos termos da lei, é

facultada a opção pela percepção da gratifi-cação de representação correspondente às atribuições da função titulada.

§ 3º Os servidores que incorporaram gratifi-cação por exercício de função em atividade e os servidores inativos terão seus venci-mentos e proventos revistos na forma esta-belecida neste artigo.

Seção IDAS INDENIZAÇÕES

Art. 89. Constituem indenizações ao servidor:

I – ajuda de custo;

II – diárias;

III – transporte.

Subseção IDA AJUDA DE CUSTO

Art. 90. A ajuda de custo destina-se a compen-sar as despesas de instalações do servidor que, no interesse do serviço, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em cará-ter permanente.

Parágrafo único. Correm por conta da Ad-ministração as despesas de transporte do servidor e de sua família, compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais.

Art. 91. A ajuda de custo é calculada sobre a re-muneração do servidor, conforme se dispuser em regulamento, não podendo exceder a im-portância correspondente a 3 (três) meses de remuneração.

Art. 92. Não será concedida ajuda de custo ao servidor que se afastar do cargo, ou reassumi--lo, em virtude de mandato eletivo.

Art. 93. Será concedida ajuda de custo ao ser-vidor efetivo do Estado que for nomeado para cargo em comissão ou designado para função gratificada, com mudança de domicílio.

Parágrafo único. No afastamento para exer-cício de cargo em comissão, em outro órgão

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ou entidade da União, do Distrito Federal, dos estados ou dos municípios, o servidor não receberá ajuda de custo do Estado.

Art. 94. O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede, no prazo de 30 (trinta) dias.

Subseção II DAS DIÁRIAS

Art. 95. O servidor que se afastar temporaria-mente da sede, em objeto de serviço, fará jus, além das passagens de transporte, também a diárias destinadas à indenização das despesas de alimentação e pousada.

§ 1º Entende-se por sede a localidade onde o servidor estiver em exercício em caráter permanente.

§ 2º A diária será concedida por dia de afas-tamento, sendo devida pela metade quan-do o deslocamento não exigir pernoite fora da sede.

§ 3º Não serão devidas diárias nos casos de remoção a pedido, nem nas hipóteses em que o deslocamento da sede se constituir em exigência permanente do serviço.

Art. 96. O servidor que receber diárias e, por qualquer motivo não se afastar da sede, fica obrigado a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Na hipótese de o servidor retornar à sede, em prazo menor do que o previsto para o seu afastamento, deverá restituir as diárias recebidas em excesso, no período previsto no “caput”.

Art. 97. As diárias, que deverão ser pagas antes do deslocamento, serão calculadas sobre o va-lor básico fixado em lei e serão percebidas pelo servidor que a elas fizer jus, na forma do regula-mento.

Subseção IIIDA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE

Art. 98. Será concedida indenização de trans-porte ao servidor que realizar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção, para execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo, conforme previs-to em regulamento.

Seção II DOS AVANÇOS

Art. 99. Por triênio de efetivo exercício no servi-ço público, o servidor terá concedido automati-camente um acréscimo de 5% (cinco por cento), denominado avanço, calculado na forma da lei.

§ 1º O servidor fará jus a tantos avanços quanto for o tempo de serviço público em que permanecer em atividade, computado na forma dos artigos 116 e 117.

§ 2º O disposto no “caput” e no parágrafo anterior não se aplica ao servidor cuja pri-meira investidura no serviço público estadu-al ocorra após 30 de junho de 1995, hipó-tese em que será observado o disposto no parágrafo seguinte.

§ 3º Por triênio de efetivo exercício no servi-ço público, ao servidor será concedido auto-maticamente um acréscimo de 3% (três por cento), denominado avanço, calculado, na forma da lei.

Seção IIIDAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

Art. 100. Serão deferidos ao servidor as seguin-tes gratificações e adicionais por tempo de ser-viço e outras por condições especiais de traba-lho:

I – gratificação por exercício de função;

II – gratificação natalina;

III – gratificação por regime especial de tra-balho, na forma da lei;

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IV – gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas;

V – gratificação por exercício de serviço ex-traordinário;

VI – gratificação de representação, na forma da lei;

VII – gratificação por serviço noturno;

VIII – adicional por tempo de serviço;

IX – gratificação de permanência em servi-ço;

X – abono familiar;

XI – outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei.

Subseção IDA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE FUNÇÃO

Art. 101. A função gratificada será percebida pelo exercício de chefia, assistência ou assesso-ramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.

Art. 102. O servidor efetivo que contar com 18 (dezoito) anos de tempo de serviço computável à aposentadoria, se do sexo masculino ou 15 (quinze) anos, se do sexo feminino, e que hou-ver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por 2 (dois) anos completos, terá incorporada, ao vencimento do cargo, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da função gratificada, a cada 2 (dois) anos, até o li-mite máximo de 100% (cem por cento), na for-ma da lei.

§ 1º Quando mais de uma função gratifica-da ou cargo em comissão houver sido exer-cido no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por 1 (um) ano, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo.

§ 2º O funcionário que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado, fará jus à incorporação do valor equivalente à grati-ficação de representação correspondente, na proporção estabelecida pelo “caput”, ressalvado o período mínimo de que trata o parágrafo anterior, que será de 2 (dois) anos para esta situação.

§ 3º O disposto no “caput” e nos parágrafos anteriores não se aplica ao servidor que não houver exercido cargo em comissão, inclusi-ve sob a forma de função gratificada, até 30 de junho de 1995, hipótese em que será ob-servado o disposto no parágrafo seguinte.

§ 4º O servidor efetivo que contar com de-zoito (18) anos de tempo computável à apo-sentadoria e que houver exercido cargo em comissão, inclusive sob a forma de função gratificada, por dois (02) anos completos, terá incorporada ao vencimento do car-go, como vantagem pessoal, a importância equivalente a 20% (vinte por cento) do valor da função gratificada.

I – Quando mais de uma função gratificada ou cargo em comissão houver sido exerci-do no período, será incorporado aquele de maior valor, desde que desempenhado, no mínimo, por dois (02) anos, ou quando não ocorrer tal hipótese, o valor da função que tenha desempenhado por mais tempo;

II – O servidor que tenha exercido o cargo de Secretário de Estado fará jus à incorpo-ração do valor equivalente à gratificação de representação correspondente, nas condi-ções estabelecidas neste artigo;

III – A cada dois (02) anos completos de exercício de função gratificada, que exce-derem a dois iniciais, corresponderá novo acréscimo de 20% (vinte por cento) até o limite de 100% (cem por cento), observada a seguinte correspondência com o tempo computável à aposentadoria:

a) 20 anos, máximo de 40% (quarenta por cento) do valor;

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b) 22 anos, máximo de 60% (sessenta por cento) do valor;

c) 24 anos, máximo de 80% (oitenta por cento) do valor;

d) 26 anos, 100% (cem por cento) do valor.

IV – A vantagem de que trata o “caput” des-te parágrafo, bem como os seus incisos an-teriores, somente será paga a partir da data em que o funcionário retornar ao exercício de cargo de provimento efetivo ou, perma-necendo no cargo em comissão ou função gratificada, optar pelos vencimentos e van-tagens do cargo de provimento efetivo, ou ainda, for inativado.

V – O funcionário no gozo da vantagem pessoal de que trata esta Lei, investido em cargo em comissão ou função gratificada, perderá a vantagem enquanto durar a in-vestidura, salvo se optar pelas vantagens do cargo efetivo;

VI – Na hipótese do inciso anterior, ocorra ou não a percepção da vantagem, terá con-tinuidade o cômputo dos anos de serviço para efeito de percepção dos vinte por cen-to a que se refere este parágrafo;

VII – O cálculo da vantagem pessoal de que trata este parágrafo terá sempre em conta os valores atualizados dos vencimentos e as gratificações adicionais e, se for o caso, os avanços trienais e qüinqüenais;

VIII – O disposto neste parágrafo aplica-se, igualmente, às gratificações previstas no ar-tigo 3º da Lei Complementar nº 10.248, de 30 de agosto de 1994, atribuídas a servido-res efetivos ou estáveis.

Art. 103. A função gratificada será incorporada integralmente ao provento do servidor que a tiver exercido, mesmo sob forma de cargo em comissão, por um período mínimo de 5 (cinco) anos consecutivos ou 10 (dez) intercalados, an-teriormente à aposentadoria, observado o dis-posto no § 1º do artigo anterior.

Subseção IIDA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 104. Será concedida ao servidor que esteja no desempenho de suas funções uma gratifica-ção natalina correspondente a sua remuneração integral devida no mês de dezembro.

§ 1º A gratificação de que trata este artigo corresponderá a 1/12 (um doze avos) da re-muneração a que fizer jus o servidor, no mês de dezembro, por mês de efetivo exercício, considerando-se as frações iguais ou supe-riores a 15 (quinze) dias como mês integral.

§ 2º O pagamento da gratificação natalina será efetuado até o dia 20 (vinte) do mês de dezembro de cada exercício.

§ 3º A gratificação natalina é devida ao ser-vidor afastado de suas funções, sem prejuí-zo da remuneração e demais vantagens.

§ 4º O Estado indenizará o servidor pelo eventual descumprimento do prazo de pa-gamento das obrigações pecuniárias rela-tivas à gratificação natalina, cuja base de cálculo será o valor desta, deduzidos os descontos legais. (Incluído pela Lei Com-plementar nº 12.021/03) (Vide Leis Com-plementares nºs 12.176/04, 12.392/05, 12.665/06 e 12.860/07) (Vide arts. 3º e 4º da Lei Complementar nº 14.789/15)

§ 5º A indenização de que trata o § 4º será calculada com base na variação da Letra Financeira do Tesouro – LFT – acrescida de 0,8118% (oito mil cento e dezoito décimos de milésimo de um inteiro por cento) ao mês, “pro-rata die”, e paga juntamente com o valor total ou parcial da referida gratifica-ção. (Redação dada pela Lei Complementar nº 14.789/15) (Vide art. 3º da Lei Comple-mentar nº 14.789/15)

Art. 105. O servidor exonerado terá direito à gratificação natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada na forma do § 1º do artigo anterior, sobre a remuneração do mês da exoneração.

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Art. 106. É extensiva aos inativos a percepção da gratificação natalina, cujo cálculo incidirá so-bre as parcelas que compõem seu provento.

Subseção IIIDA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO

DE ATIVIDADES INSALUBRES, PERIGOSAS OU PENOSAS

Art. 107. Os servidores que exerçam suas atri-buições com habitualidade em locais insalubres ou em contato com substâncias tóxicas radioati-vas ou com risco de vida, fazem jus a uma grati-ficação sobre o vencimento do respectivo cargo na classe correspondente, nos termos da lei.

§ 1º O servidor que fizer jus às gratificações de insalubridade, periculosidade ou penosi-dade deverá optar por uma delas nas condi-ções previstas na lei.

§ 2º O direito às gratificações previstas nes-te artigo cessa com a eliminação das condi-ções ou dos riscos que deram causa a sua concessão.

Art. 108. Haverá permanente controle da ativi-dade de servidores em operações ou locais con-siderados penosos, insalubres ou perigosos.

Parágrafo único. A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durarem a gestação e a lactação, das operações e lo-cais previstos neste artigo, passando a exer-cer suas atividades em local salubre e em serviço compatível com suas condições.

Art. 109. Os locais de trabalho e os servidores que operem com Raios X ou substâncias radio-ativas serão mantidos sob controle permanen-te, de modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível máximo previsto na le-gislação própria.

Parágrafo único. Os servidores a que se re-fere este artigo serão submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses de exercício.

Subseção IVDA GRATIFICAÇÃO POR EXERCÍCIO DE

SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

Art. 110. O serviço extraordinário será remune-rado com acréscimo de 50% (cinqüenta por cen-to) em relação à hora normal de trabalho.

Art. 111. A gratificação de que trata o artigo an-terior somente será atribuída ao servidor para atender às situações excepcionais e temporá-rias, respeitado o limite máximo previsto no § 2º do artigo 33.

Art. 112. O valor da hora de serviço extraordiná-rio, prestado em horário noturno, será acresci-do de mais 20% (vinte por cento).

Subseção VDA GRATIFICAÇÃO POR

SERVIÇO NOTURNO

Art. 113. O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (vinte por cento), observado o disposto no artigo 34.

Parágrafo único. As disposições deste artigo não se aplicam quando o serviço noturno corresponder ao horário normal de traba-lho.

Subseção VIDA GRATIFICAÇÃO DE

PERMANÊNCIA EM SERVIÇO

Art. 114 Ao servidor que adquirir direito à apo-sentadoria voluntária com proventos integrais e cuja permanência no desempenho de suas fun-ções for julgada conveniente e oportuna para o serviço público estadual poderá ser deferida, por ato do Governador, uma gratificação de per-manência em serviço de valor correspondente a 50% (cinquenta por cento) do seu vencimento básico.

§ 1º Fica assegurado o valor corresponden-te ao do vencimento básico do Padrão 16 do Quadro Geral dos Funcionários Públicos do Estado, proporcional à carga horária, quan-

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do a aplicação do disposto no “caput” deste artigo resultar em um valor de gratificação inferior ao desse vencimento básico.

§ 2º A gratificação de que trata este artigo tem natureza precária e transitória e não servirá de base de cálculo para nenhuma vantagem, nem será incorporada aos venci-mentos ou proventos da inatividade.

§ 3º A gratificação de que trata este artigo será deferida por um período máximo de dois anos, sendo admitidas renovações por igual período, mediante iniciativa da chefia imediata do servidor, ratificada pelo Titular da Pasta a que estiver vinculado o órgão ou entidade, e juízo de conveniência e oportu-nidade do Governador.

§ 4º O servidor, a quem for deferida a grati-ficação de que trata o “caput” deste artigo, poderá ser chamado a prestar serviço em local diverso de sua lotação durante o perí-odo da concessão da gratificação de perma-nência em serviço.

Subseção VIIDO ADICIONAL POR TEMPO

DE SERVIÇO

Art. 115. O servidor, ao completar 15 (quinze) e 25 (vinte e cinco) anos de serviço público, con-tados na forma desta lei, passará a perceber, respectivamente, o adicional de 15% (quinze por cento) ou 25% (vinte e cinco por cento) cal-culados na forma da lei.

Parágrafo único. A concessão do adicional de 25% (vinte e cinco por cento) fará cessar o de 15% (quinze por cento), anteriormente concedido.

Art. 116. Para efeito de concessão dos adicio-nais será computado o tempo de serviço fede-ral, estadual ou municipal, prestado à adminis-tração direta, autarquias e fundações de direito público.

Parágrafo único. Compreende-se, também, como serviço estadual o tempo em que o

servidor tiver exercido serviços transferidos para o Estado.

Art. 117. Na acumulação remunerada, será con-siderado, para efeito de adicional, o tempo de serviço prestado a cada cargo isoladamente.

Subseção VIII DO ABONO FAMILIAR

Art. 118. Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razão de 10% (dez por cento) do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes:

I – filho menor de 18 (dezoito) anos;

II – filho inválido ou excepcional de qual-quer idade, que seja comprovadamente in-capaz;

III – filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 (vinte e quatro) anos;

IV – cônjuge inválido, comprovadamente in-capaz, que não perceba remuneração.

§ 1º Quando se tratar de dependente invá-lido ou excepcional, o abono será pago pelo triplo.

§ 2º Estendem-se os benefícios deste artigo aos enteados, aos tutelados e aos menores que, mediante autorização judicial, estejam submetidos a sua guarda.

§ 3º São condições para percepção do abo-no familiar que:

I – os dependentes relacionados neste arti-go vivam efetivamente às expensas do ser-vidor ou inativo;

II – a invalidez de que tratam os incisos II e IV do “caput” deste artigo seja comprova-da mediante inspeção médica, pelo órgão competente do Estado.

§ 4º No caso de ambos os cônjuges serem servidores públicos, o direito de um não ex-clui o do outro.

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Art. 119. Por cargo exercido em acúmulo no Es-tado, não será devido o abono familiar.

Art. 120. A concessão do abono terá por base as declarações do servidor, sob as penas da lei.

Parágrafo único. As alterações que resul-tem em exclusão de abono deverão ser co-municadas no prazo de 15 (quinze) dias da data da ocorrência.

Seção IVDOS HONORÁRIOS E JETONS

Art. 121. O servidor fará jus a honorários quan-do designado para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, as funções de:

I – membro de banca de concurso;

II – gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso;

III – treinamento de pessoal;

IV – professor, em cursos legalmente insti-tuídos.

Art. 122. O servidor, no desempenho do encar-go de membro de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído, receberá jeton, a título de representação na forma da lei.

CAPÍTULO V DAS CONCESSÕES

Seção IDAS VANTAGENS AO SERVIDOR

ESTUDANTE OU PARTICIPANTE DE CURSOS, CONGRESSOS E SIMILARES

Art. 123. É assegurado o afastamento do servi-dor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguintes casos:

I – durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus;

II – durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.

Parágrafo único. O servidor, sob pena de ser considerado faltoso ao serviço, deverá comprovar perante a chefia imediata as da-tas em que se realizarão as diversas provas e seu comparecimento.

Art. 124. O servidor somente será indicado para participar de cursos de especialização ou capa-citação técnica profissional no Estado, no País ou no exterior, com ônus para o Estado, quan-do houver correlação direta e imediata entre o conteúdo programático de tais cursos e as atri-buições do cargo ou função exercidos.

Art. 125. Ao servidor poderá ser concedida li-cença para freqüência a cursos, seminários, congressos, encontros e similares, inclusive fora do Estado e no exterior, sem prejuízo da remu-neração e demais vantagens, desde que o con-teúdo programático esteja correlacionado às atribuições do cargo que ocupar, na forma a ser regulamentada.

Parágrafo único. Fica vedada a concessão de exoneração ou licença para tratamento de interesses particulares ao servidor bene-ficiado pelo disposto neste artigo, ressalva-da a hipótese de ressarcimento da despesa havida antes de decorrido período igual ao do afastamento.

Art. 126. Ao servidor estudante que mudar de sede no interesse da Administração, é assegu-rada, na localidade da nova residência ou mais próxima, matrícula em instituição congênere do Estado, em qualquer época, independentemen-te de vaga.

Parágrafo único. O disposto neste artigo es-tende-se ao cônjuge, aos filhos ou enteados do servidor, que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização judicial.

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Seção IIDA ASSISTÊNCIA A FILHO

EXCEPCIONAL

Art. 127. O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental, em tratamen-to, fica autorizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% (cinqüenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei.

CAPÍTULO VI DAS LICENÇAS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 128. Será concedida, ao servidor, licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por acidente em serviço;

III – por motivo de doença em pessoa da fa-mília;

IV – à gestante, à adotante e à paternidade;

V – para prestação de serviço militar;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para acompanhar o cônjuge;

VIII – para o desempenho de mandato clas-sista;

IX – prêmio por assiduidade;

X – para concorrer a mandato público ele-tivo;

XI – para o exercício de mandato eletivo;

XII – especial, para fins de aposentadoria.

§ 1º O servidor não poderá permanecer em licença por prazo superior a 24 (vinte e qua-tro) meses, salvo nos casos dos incisos VII, VIII e XI deste artigo.

§ 2º Ao servidor nomeado em comissão somente será concedida licença para trata-mento de saúde, desde que haja sido sub-metido à inspeção médica para ingresso e julgado apto e nos casos dos incisos II, III, IV, IX e XII.

Art. 129. A inspeção será feita por médicos do órgão competente, nas hipóteses de licença para tratamento de saúde, por motivo de do-ença em pessoa da família e à gestante, e por junta oficial, constituída de 3 (três) médicos nos demais casos.

Seção IIDA LICENÇA PARA

TRATAMENTO DE SAÚDE

Art. 130. Será concedida, ao servidor, licença para tratamento de saúde, a pedido ou “ex-offi-cio”, precedida de inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial do Estado, sediada na Capital ou no interior, sem prejuízo da remu-neração a que fizer jus.

§ 1º Sempre que necessário, a inspeção mé-dica poderá ser realizada na residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se encontrar internado.

§ 2º Poderá, excepcionalmente, ser admiti-do atestado médico particular, quando ficar comprovada a impossibilidade absoluta de realização de exame por órgão oficial da lo-calidade.

§ 3º O atestado referido no parágrafo ante-rior somente surtirá efeito após devidamen-te examinado e validado pelo órgão de perí-cia médica competente.

§ 4º O servidor não poderá recusar-se à inspeção médica, sob pena de ser sustado o pagamento de sua remuneração até que seja cumprida essa formalidade.

§ 5º No caso de o laudo registrar pareceres contrários à concessão da licença, as faltas ao serviço correrão sob a responsabilidade exclusiva do servidor.

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§ 6º O resultado da inspeção será comuni-cado imediatamente ao servidor, logo após a sua realização, salvo se houver necessi-dade de exames complementares, quando, então, ficará à disposição do órgão de perí-cia médica.

Art. 131. Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, sal-vo prorrogação ou determinação constante do laudo.

Parágrafo único. A infringência ao disposto neste artigo implicará perda da remunera-ção, sujeitando o servidor à demissão, se a ausência exceder a 30 (trinta) dias, observa-do o disposto no artigo 26.

Art. 132. Nas licenças por períodos prolonga-dos, antes de se completarem 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, deverá o órgão de perícia médica pronunciar-se sobre a natureza da do-ença, indicando se o caso é de:

I – concessão de nova licença ou de prorro-gação;

II – retorno ao exercício do cargo, com ou sem limitação de tarefas;

III – readaptação, com ou sem limitação de tarefas.

Parágrafo único. As licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como pror-rogação.

Art. 133. O atestado e o laudo da junta médi-ca não se referirão ao nome ou à natureza da doença, devendo, porém, esta ser especificada através do respectivo código (CID).

Parágrafo único. Para a concessão de licen-ça a servidor acometido de moléstia profis-sional, o laudo médico deverá estabelecer sua rigorosa caracterização.

Art. 134. O servidor em licença para tratamento de saúde deverá abster-se do exercício de ativi-dade remunerada ou incompatível com seu es-

tado, sob pena de imediata suspensão da mes-ma.

Seção IIIDA LICENÇA POR

ACIDENTE EM SERVIÇO

Art. 135. O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu to-tal restabelecimento.

Art. 136. Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, des-de que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo.

Parágrafo único. Equipara-se a acidente em serviço o dano:

I – decorrente de agressão sofrida e não--provocada pelo servidor no exercício das atribuições do cargo;

II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

Art. 137. O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado.

Art. 138. Para concessão de licença e tratamen-to ao servidor, em razão de acidente em serviço ou agressão não-provocada no exercício de suas atribuições, é indispensável a comprovação de-talhada do fato, no prazo de 10 (dez) dias da ocorrência, mediante processo “ex- officio”.

Parágrafo único. O tratamento recomen-dado por junta médica não oficial constitui medida de exceção e somente será admis-sível quando inexistirem meios e recursos necessários adequados, em instituições pú-blicas ou por ela conveniadas.

Seção IVDA LICENÇA POR MOTIVO DE

DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA

Art. 139. O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descendente, enteado e colateral consangüí-neo, até o 2º grau, desde que comprove ser in-

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dispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.

Parágrafo único. A doença será comprova-da através de inspeção de saúde, a ser pro-cedida pelo órgão de perícia médica compe-tente.

Art. 140. A licença de que trata o artigo anterior será concedida:

I – com a remuneração total até 90 (noven-ta) dias;

II – com 2/3 (dois terços) da remuneração, no período que exceder a 90 (noventa) e não ultrapassar 180 (cento e oitenta) dias;

III – com 1/3 (um terço) da remuneração, no período que exceder a 180 (cento e oitenta) e não ultrapassar a 365 (trezentos e sessen-ta e cinco) dias;

IV – sem remuneração, no período que ex-ceder a 365 (trezentos e sessenta e cinco) até o máximo de 730 (setecentos e trinta) dias.

Parágrafo único. Para os efeitos deste arti-go, as licenças, pela mesma moléstia, com intervalos inferiores a 30 (trinta) dias, serão consideradas como prorrogação.

Seção VDA LICENÇA À GESTANTE, À

ADOTANTE E À PATERNIDADE

Art. 141. À servidora gestante será concedida, mediante inspeção médica, licença de 180 (cen-to e oitenta) dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo único. No caso de natimorto, de-corridos 30 (trinta) dias do evento, a servi-dora será submetida a inspeção médica e, se julgada apta, reassumirá o exercício do cargo.

Art. 143. À servidora adotante será concedida li-cença a partir da concessão do termo de guarda ou da adoção, proporcional à idade do adotado:

I – de zero a dois anos, 180 (cento e oitenta) dias;

II – de mais de dois até quatro anos, 150 (cento e cinqüenta) dias;

III – de mais de quatro até seis anos, 120 (cento e vinte) dias;

IV – de mais de seis anos, desde que menor, 90 (noventa) dias.

Art. 144. Pelo nascimento ou adoção de filho, o servidor terá direito à licença- paternidade de 15 (quinze) dias consecutivos.

Seção VIDA LICENÇA PARA PRESTAÇÃO

DE SERVIÇO MILITAR

Art. 145. Ao servidor convocado para a presta-ção de serviço militar será concedida licença, nos termos da legislação específica.

§ 1º Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamente, sob pena da perda de vencimento e, se a ausência exce-der a 30 (trinta) dias, de demissão por aban-dono do cargo, observado o disposto no ar-tigo 26.

§ 2º Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para apresentação será de 10 (dez) dias.

Seção VIIDA LICENÇA PARA TRATAR DE

INTERESSES PARTICULARES

Art. 146. Ao servidor detentor de cargo de pro-vimento efetivo, estável, poderá ser concedida licença para tratar de interesses particulares, pelo prazo de até 2 (dois) anos consecutivos, sem remuneração.

§ 1º A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço.

§ 2º O servidor deverá aguardar em exercí-cio a concessão da licença, salvo hipótese

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de imperiosa necessidade, devidamente comprovada à autoridade a que estiver su-bordinado, considerando-se como faltas os dias de ausência ao serviço, caso a licença seja negada.

§ 3º O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do cargo.

§ 4º Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 (dois) anos do término da anterior, contados desde a data em que te-nha reassumido o exercício do cargo.

Seção VIIIDA LICENÇA PARA

ACOMPANHAR O CÔNJUGE

Art. 147. O servidor detentor de cargo de pro-vimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem remuneração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemen-te de solicitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Po-deres Executivo e Legislativo Federal, estadual ou municipal.

§ 1º A licença será concedida mediante pe-dido do servidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 (dois) anos.

§ 2º O período de licença, de que trata este artigo, não será computável como tempo de serviço para qualquer efeito.

§ 3º À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir permanecer no do-micílio do cônjuge.

Art. 148. O servidor poderá ser lotado, proviso-riamente, na hipótese da transferência de que trata o artigo anterior, em repartição da Admi-nistração Estadual Direta, Autárquica ou Funda-cional, desde que para o exercício de atividade compatível com seu cargo.

Seção IXDA LICENÇA PARA O DESEMPENHO

DE MANDATO CLASSISTA

Art. 149. É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato clas-sista em central sindical, em confederação, fe-deração, sindicato, núcleos ou delegacias, as-sociação de classe ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo, observado o disposto no artigo 64, inciso XIV, alínea “f”.

Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será concedida nos termos da lei.

Seção XDA LICENÇA-PRÊMIO

POR ASSIDUIDADE

Art. 150. O servidor que, por um qüinqüênio ininterrupto, não se houver afastado do exer-cício de suas funções terá direito à concessão automática de 3 (três) meses de licença-prêmio por assiduidade, com todas as vantagens do car-go, como se nele estivesse em exercício.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, não serão considerados interrupção da prestação de serviço os afastamentos previstos no artigo 64, incisos I a XV, desta lei.

§ 2º Nos casos dos afastamentos previstos nos incisos XIV, alínea “b”, e XV do artigo 64, somente serão computados, como de efe-tivo exercício, para os efeitos deste artigo, um período máximo de 4 (quatro) meses, para tratamento de saúde do servidor, de 2 (dois) meses, por motivo de doença em pessoa de sua família e de 20 (vinte) dias, no caso de moléstia do servidor, tudo por qüinqüênio de serviço público prestado ao Estado.

§ 3º O servidor que à data de vigência des-ta Lei Complementar detinha a condição de estatutário há, no mínimo, 1095 (um mil e noventa e cinco) dias, terá desconsideradas, como interrupção do tempo de serviço pú-

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blico prestado ao Estado, até 3 (três) faltas não justificadas verificadas no período aqui-sitivo limitado a 31 de dezembro de 1993.

Art. 151. A pedido do servidor, a licença-prêmio poderá ser:

I – gozada, no todo ou em parcelas não in-feriores a 1 (um) mês, com a aprovação da chefia, considerada a necessidade do servi-ço;

II – contada em dobro, como tempo de ser-viço para os efeitos de aposentadoria, avan-ços e adicionais, vedada a desconversão.

Parágrafo único. Ao entrar em gozo de li-cença-prêmio, o servidor terá direito, a pe-dido, a receber a sua remuneração do mês de fruição antecipadamente.

Art. 152. A apuração do tempo de serviço nor-mal, para efeito da formação do qüinqüênio, ge-rador do direito da licença-prêmio, será feita na forma do artigo 62 desta lei.

Art. 153. O número de servidores em gozo si-multâneo de licença-prêmio não poderá ser su-perior a 1/3 (um terço) da lotação da respectiva unidade administrativa de trabalho.

Seção XIDA LICENÇA PARA CONCORRER A

MANDATO PÚBLICO ELETIVO E EXERCÊ-LO

Art. 154. O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da le-gislação eleitoral.

Art. 155. Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse.

Art. 156. Ao servidor investido em mandato ele-tivo, aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato federal, estadu-al ou distrital, ficará afastado do cargo;

II – investido no mandato de prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado op-tar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário per-ceberá as vantagens do seu cargo, sem pre-juízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor continuará contribuindo para o ór-gão da previdência e assistência do Estado, como se em exercício estivesse.

§ 2º O servidor investido em mandato eleti-vo ou classista não poderá ser removido ou redistribuído “ex-officio” para localidade di-versa daquela onde exerce o mandato.

Seção XIIDA LICENÇA ESPECIAL PARA FINS DE APOSENTADORIA

Art. 157. Decorridos 30 (trinta) dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar--se do exercício de suas atividades, salvo se an-tes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido.

§ 1º O pedido de aposentadoria de que trata este artigo somente será considerado após terem sido averbados todos os tempos computáveis para esse fim.

§ 2º O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

CAPÍTULO VIIIDO DIREITO DE PETIÇÃO

Art. 167. É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou legítimo in-teresse próprio.

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Art. 168. O requerimento será dirigido à autori-dade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediata-mente subordinado o requerente.

Art. 169. Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a pri-meira decisão ou praticado o ato.

§ 1º O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas susce-tíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato.

§ 2º O pedido de reconsideração deverá ser decidido dentro de 30 (trinta) dias.

Art. 170. Caberá recurso, como última instância administrativa, do indeferimento do pedido de reconsideração.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que tiver proferido a decisão ou expedido o ato.

§ 2º O recurso será encaminhado por inter-médio da autoridade a que estiver imedia-tamente subordinado o requerente.

§ 3º Terá caráter de recurso, o pedido de reconsideração, quando o prolator do des-pacho, decisão ou ato, houver sido o Gover-nador.

§ 4º A decisão sobre qualquer recurso será dada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias.

Art. 171. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trin-ta) dias, contados a partir da data da publicação da decisão recorrida ou da data da ciência, pelo interessado, quando o despacho não for publi-cado.

Parágrafo único. Em caso de provimento de pedido de reconsideração ou de recurso, o efeito da decisão retroagirá à data do ato impugnado.

Art. 172. O direito de requerer prescreve em:

I – 5 (cinco) anos, quanto aos atos de de-missão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das rela-ções de trabalho;

II – 120 (cento e vinte) dias nos demais ca-sos, salvo quando, por prescrição legal, for fixado outro prazo.

§ 1º O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

§ 2º O pedido de reconsideração e o de recurso, quando cabíveis, interrompem a prescrição administrativa.

Art. 173. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela Administração.

Art. 174. A representação será dirigida ao chefe imediato do servidor que, se a solução não for de sua alçada, a encaminhará a quem de direito.

§ 1º Se não for dado andamento à repre-sentação, dentro do prazo de 5 (cinco) dias, poderá o servidor dirigi-la direta e sucessi-vamente às chefias superiores.

§ 2º A representação está isenta de paga-mento de taxa de expediente.

Art. 175. Para o exercício do direito de petição é assegurada vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.

Art. 176. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste capítulo, salvo motivo de força maior, devidamente comprovado.

Parágrafo único. Entende-se por força maior, para efeitos do artigo, a ocorrência de fatos impeditivos da vontade do interes-sado ou da autoridade competente para de-cidir.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE A LEI Nº 10.098/1994

A Lei nº 10.098/1994 estabelece o Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis do Esta-do do Rio Grande do Sul. Ou seja, é o Estatuto do servidor do RS. Obs.: os servidores municipais terão estatutos próprios.

1. Disposições Preliminares

Servidor – pessoa legalmente investida em cargo público.

Cargo público – conjunto de atribuições e responsabilidades cometidas a um servidor, mediante retribuição pecuniária paga pelos cofres públicos.

Os cargos públicos estaduais são:

a) criados por lei;

b) em número certo;

c) denominação própria;

d) acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos legais para a investidura e aos estrangeiros na forma da Lei Complementar;

e) de provimento efetivo e em comissão.

É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei (ex.: a lei permite que o mesário preste serviços de forma gratuita).

Cargo em Comissão (CCs) – Os cargos em comissão, de livre nomeação e exoneração, não serão organizados em carreira. Os cargos em comissão, preferencialmente, e as funções gratificadas, com atribuições definidas de chefia, assistência e assessoramento, serão exercidos por servidores do quadro permanente, ocupantes de cargos técnicos ou profissionais, nos casos e condições previstos em lei.

Cargo efetivo – Os cargos de provimento efetivo serão organizados em carreira, com promoções de grau a grau, mediante aplicação de critérios alternados de merecimento e antiguidade.

A investidura em cargo público de provimento efetivo dependerá de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos.

Importante: A investidura em cargo de provimento efetivo ocorrerá com a posse.

Requisitos para ingresso no serviço público:

I – possuir a nacionalidade brasileira;

II – estar quite com as obrigações militares e eleitorais;

III – ter idade mínima de 18 anos;

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IV – possuir aptidão física e mental;

V – estar em gozo dos direitos políticos;

VI – ter atendido às condições prescritas para o cargo.

A comprovação do preenchimento dos requisitos ocorrerá no momento da posse.

Exames médicos – Precederá sempre, ao ingresso no serviço público estadual, a inspeção médica realizada pelo órgão de perícia oficial. Poderão ser exigidos exames suplementares de acordo com a natureza de cada cargo. Candidatos julgados temporariamente inaptos poderão requerer nova inspeção médica, no prazo de 30 dias, a contar da data que dela tiverem ciência. Integrará a inspeção médica de que trata o artigo anterior, o exame psicológico, que terá caráter informativo.

2. Provimento

Provimento é o ato administrativo pelo qual a pessoa física vincula-se à Administração Pública ou a um novo cargo, para prestação de um serviço.

2.1. Formas de provimento de cargo público: NAR4

NomeaçãoAproveitamentoReadaptaçãoReversãoReintegraçãoRecondução

2.2. Classificação das formas de provimento:

a) Provimento Originário – quando não existe um vínculo anterior entre o servidor e a Administração Publica (obs.: a nomeação é a única e sempre forma de provimento originário)

b) Provimento Derivado – quando há um vínculo anterior entre o servidor e a Administração Pública (todas as demais formas de provimento).

2.3. Nomeação

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Nomeação é forma originária de provimento de cargo público por pessoa física e pode ser:

a) Nomeação em caráter efetivo – quando se tratar de candidato aprovado em concurso público para provimento em cargo efetivo de carreira ou isolado;

b) Nomeação em comissão – quando se tratar de cargo de confiança (de livre nomeação e exoneração).

A nomeação em caráter efetivo obedecerá rigorosamente à ordem de classificação dos aprovados, ressalvada a hipótese de opção do candidato por última chamada.

Concurso Público – será de provas ou de provas e títulos. Validade de até 2 anos, prorrogáveis uma única vez, por igual período, no interesse da Administração. Enquanto houver candidatos aprovados em concurso público com prazo de validade não expirado, em condições de serem nomeados, não será aberto novo concurso para o mesmo cargo. O desempate entre candidatos aprovados no concurso em igualdade de condições, obedecerá aos seguintes critérios:

I – maior nota nas provas de caráter eliminatório, considerando o peso respectivo;

II – maior nota nas provas de caráter classificatório, se houver, prevalecendo a que tiver maior peso;

III – sorteio público, que será divulgado através de edital publicado na imprensa, com antecedência mínima de 3 (três) dias úteis da sua realização.

Posse – Posse é a aceitação expressa do cargo. Aprovada em concurso público e nomeada, a pessoa terá direito subjetivo à posse, que dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no prazo de 15 dias contados da nomeação, prorrogável por igual período a pedido do interessado. Não tomando posso no prazo, será tornado sem efeito a nomeação. Em se tratando de servidor legalmente afastado do exercício do cargo, o prazo para a posse começará a fluir a partir do término do afastamento. A posse poderá dar-se mediante procuração específica.

Exercício – é o efetivo desempenho das atribuições do cargo. O servidor deverá entrar em exercício em até 30 dias contados da posse, sob pena de tornar-se sem efeito sua nomeação.

Estágio Probatório – segundo expresso no Estatuto (Art. 28), estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em caráter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo. No entanto, ATENÇÃO, esse prazo é inconstitucional, já que após a Medida Provisória 19/98, o prazo de estágio probatório seria equivalente aos 3 anos da estabilidade (CF Art. 41. São estáveis após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público). Além disso, o Decreto nº 44376/2006 institui que:

Art. 1º Estágio Probatório é o período de três anos de exercício do servidor nomeado para o cargo de provimento efetivo, durante o qual será verificada a conveniência ou não da sua confirmação no cargo, mediante a apuração dos seguintes Fatores: (macete: P.E.R.D.A)

I – Disciplina: verifica a integração às regras, normas e procedimentos estabelecidos para o bom andamento do serviço, bem como a forma com que se relaciona no ambiente de trabalho.

II – Eficiência: avalia o grau de conhecimento, o modo como utiliza e mantém o material e equipamentos, o modo como executa suas atividades e o grau de iniciativa para solucionar problemas.

III – Responsabilidade: analisa como cumpre suas obrigações, o interesse e a disposição na execução de suas atividades.

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IV – Produtividade: avalia a qualidade na apresentação do trabalho, a capacidade em assimilar e aplicar os ensinamentos na execução de suas atividades.

V – Assiduidade: avalia a frequência e o cumprimento do horário de trabalho.

Portanto, se a prova perguntar sobre o texto “expresso” ou “literal” do Estatuto, são os 2 anos, mas se perguntar sobre o período do estágio probatório em sentido geral, são 3 anos. O servi-dor não aprovado no estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. (Obs.: em regra, se mudar de cargo, haverá novo estágio probatório)

Estabilidade – Aprovado no estágio probatório, o servidor adquirirá estabilidade e só perderá o cargo em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou de processo administrativo no qual lhe seja assegurada ampla defesa.

Promoção – Promoção é a passagem do servidor de um grau para o imediatamente superior, dentro da respectiva categoria funcional. Ocorre apenas nos cargos que possuem planos de carreira, sendo que os critérios para a promoção são merecimento e antiguidade, alternada-mente.

Somente poderá concorrer à promoção o servidor que:

I – preencher os requisitos estabelecidos em lei;

II – não tiver sido punido nos últimos 12 (doze) meses com pena de suspensão, convertida, ou não em multa.

Será anulado, em benefício do servidor a quem cabia por direito, o ato que formalizou indevi-damente a promoção, sendo que o servidor a quem cabia a promoção receberá a diferença de retribuição a que tiver direito.

Concurso Nomeação Posse Exercício Estágio Probatório

Estabilidade Promoção

15 dias(+ 15) Até 30 dias

3 anos“PERDA”

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2.4. Readaptação

Readaptação é a forma de investidura do servidor estável em cargo de atribuições e responsa-bilidades mais compatíveis com sua vocação ou com as limitações que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, podendo ser processada a pedido ou “ex-officio”.

A readaptação será efetivada, sempre que possível, em cargo compatível com a aptidão do ser-vidor, observada a habilitação e a carga horária exigidas para o novo cargo.

Definido o cargo, serão cometidas as respectivas atribuições ao servidor em estágio experi-mental, pelo órgão competente, por prazo não inferior a 90 dias, o que poderá ser realizado na mesma repartição ou em outra, atendendo, sempre que possível, às peculiaridades do caso, mediante acompanhamento sistemático.

No caso de inexistência de vaga, serão cometidas ao servidor as atribuições do cargo indicado, até que se disponha deste para o regular provimento.

2.5. Reintegração

Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resul-tante de sua transformação, em consequência de decisão administrativa ou judicial, com res-sarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento.

Ex.: servidor foi demitido, mas ingressa com ação judicial alegando ilegalidade e o Judiciário de-termina seu retorno (reintegração), com o recebimento de tudo o que deixou de ganhar após a demissão.

Se o cargo tiver sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade. Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade.

2.6. Reversão

É o retorno à atividade do servidor aposentado por invalidez, quando verificada, por junta mé-dica oficial, a insubsistência dos motivos determinantes da aposentadoria.

O servidor que reverter terá assegurada a retribuição correspondente à situação funcional que detinha anteriormente à aposentadoria e far-se-á, a pedido ou “ex-officio”, no mesmo cargo ou no resultante de sua transformação.

Ao servidor que reverter, aplicam-se as disposições dos artigos 18 e 22, relativas à posse e ao exercício, respectivamente.

O servidor com mais de 60 anos não poderá ter processada a sua reversão.

2.7. Recondução

É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Ocorrerá em 2 hipóteses:

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a) obtenção de resultado insatisfatório em estágio probatório relativo a outro cargo (ex.: era estável no cargo de técnico do TJ, posteriormente foi aprovado no concurso para ana-lista do TJ, mas não foi aprovado no estágio probatório deste; então será “reconduzido” ao cargo de técnico que ocupava antes).

b) Reintegração do anterior ocupante (ex.: “A” ocupava determinado cargo, foi demitido e, por determinação judicial, acabou sendo reintegrado; “B” que estava ocupando seu cargo poderá “reconduzido” ao cargo que ocupava anteriormente).

Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor reconduzido será aproveitado em outro, com a natureza e vencimento compatíveis com o que ocupara.

2.8. Aproveitamento

É o retorno à atividade de servidor estável que estava em disponibilidade. Será efetivado, obri-gatoriamente, em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocu-pado.

O servidor ficará em disponibilidade quando o cargo é declarado desnecessário ou for extinto, recebendo a remuneração do cargo + vantagens permanentes, até seu adequado aproveita-mento em outro cargo. (art. 41, § 3º, CF). Ex.: a pessoa ocupava o cargo de datilógrafo, o qual foi extinto; nesse caso, o servidor ficará em disponibilidade, então, poderá ser “aproveitado” em outro cargo.

O aproveitamento pode se dar em vaga que vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Adminis-tração Pública estadual.

Funk do Provimento

N de Nomeação, é por aí que eu to dentroSe ficar disponível, vai ter Aproveitamento

R de Reversão, retornou o aposentadoFez Readaptação, porque ficou bem limitado

Na Reintegração, foi demitido injustamenteE na Recondução, rodou no estágio, minha gente?!

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3. Regime de Trabalho

O Governador do Estado determinará, quando não discriminado em lei ou regulamento, o ho-rário de trabalho dos órgãos públicos estaduais.

Hora-extra – Por necessidade imperiosa de serviço, o servidor poderá ser convocado para cum-prir serviço extraordinário, desde que devidamente autorizado pelo Governador. Consideram--se extraordinárias as horas de trabalho realizadas além das normais estabelecidas por jornada diária para o respectivo cargo, não podendo exceder a 25% da carga horária diária a que estiver sujeito o servidor. Pelo serviço prestado em horário extraordinário, o servidor terá direito a re-muneração, facultada a opção em pecúnia ou folga, nos termos da lei.

Horário noturno – Considera-se serviço noturno o realizado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte. A hora de trabalho noturno será computada como de cinquenta e dois minutos e trinta segundos.

4. Vacância

Vacância é o ato administrativo que desfaz o vínculo da pessoa física com a Administração Pú-blica ou com o cargo anteriormente ocupado pelo servidor.

4.1. A vacância do cargo público decorrerá de:

• exoneração;

• demissão;

• readaptação;

• aposentadoria;

• recondução;

• falecimento.

4.1.1. Exoneração – ato que gera o desligamento do servidor sem caráter de penalidade.

• Exoneração de cargo efetivo: poderá ser a pedido do servidor; ou de oficio quando a) se tratar de cargo em comissão, a critério da autoridade competente; ou quando b) não forem satisfeitas as condições do estágio probatório.

4.1.2. Demissão – ato que gera o desligamento do servidor com caráter de penalidade, ou seja, decorrerá de aplicação de pena disciplinar na forma prevista em lei.

4.1.3. Readaptação – quando o servidor é readaptado a outro cargo, ocorre a vacância do que ocupava.

4.1.4. Aposentadoria – é o direito à inatividade remunerada, gerando a vacância do cargo que o servidor ocupava.

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4.1.5. Recondução – ao ser reconduzido a outro cargo, o que estava ficará vago.

4.1.6. Falecimento – com a morte do servidor, obviamente, ocorrerá a vacância do seu cargo.

Obs.: A Readaptação e Recondução caracterizam-se como formas de Provimento e também de Vacância.

5. Remoção, Redistribuição e Substituição

5.1. Remoção

A remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, com ou sem mudança de sede:

I – de uma repartição para outra;

II – de uma unidade de trabalho para outra, dentro da mesma repartição.

Deverá ser sempre comprovada por junta médica, a remoção, a pedido, por motivo de saúde do servidor, do cônjuge deste ou dependente, mediante prévia verificação da existência de vaga.

Sendo o servidor removido da sede, dar-se-á, sempre que possível, a remoção do cônjuge, que for também servidor estadual; não sendo possível, observar-se-á o disposto no artigo 147 (Li-cença para acompanhar o cônjuge).

A remoção por permuta será processada a pedido de ambos os interessados, ouvidas, previa-mente, as chefias envolvidas.

5.2. Redistribuição

Redistribuição é o deslocamento do servidor com o respectivo cargo, de um quadro de pes-soal ou entidade para outro do mesmo Poder, cujos planos de cargos e vencimentos sejam idênticos.

Dar-se-á, exclusivamente, a redistribuição, para ajustamento de quadros de pessoal às neces-sidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade, na forma da lei.

Nos casos de extinção de órgão ou entidade, os servidores estáveis que não puderem ser redis-tribuídos, nos termos deste artigo, serão colocados em disponibilidade, até seu aproveitamento.

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5.3. Substituição

Os servidores investidos em cargos em comissão ou funções gratificadas terão substitutos, du-rante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente designados pela autoridade competente.

O substituto fará jus ao vencimento do cargo ou função na proporção dos dias de efetiva subs-tituição iguais ou superiores a 10 dias consecutivos.

6. Dos Direitos e Vantagens do Servidor

6.1. Vencimento, Remuneração e Subsídio

Vencimento É a retribuição pecuniária pelo efetivo exercício de cargo, com valor fixado em lei (básico).

Remuneração É o vencimento básico + vantagens pecuniárias estabelecidas em lei.

Subsídio

É a parcela única recebida pelo servidor, sem o acréscimo de qualquer outra verba remuneratória. Art. 39, § 4º, CF: Membros de Poder (ex.: Juízes de Direito), detentores de mandato eletivo (ex.: Deputado Federal), Ministros de Estado, Secretários Estaduais e Municipais, e servidores públicos policiais são remunerados obrigatoriamente por subsídios.

Proventos É a “remuneração” do servidor inativo (aposentado ou em disponibilidade). Quem está na ativa recebe remuneração; quem está inativo recebe proventos.

6.2. Vantagens do Servidor

Além dos vencimentos, poderão ser pagos ao servidor as seguintes vantagens:

a) Indenizações

b) Avanços

c) Gratificações e Adicionais

d) Honorários e Jetons

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Indenizações

• Ajuda de CustoDestina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço, passa a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

• Diárias

Destinam-se a compensar as despesas com deslocamentos eventuais ou transitórios do servidor para outros pontos do território nacional ou para o exterior (ex.: pousada, alimentação, locomoção...); fará jus a passagens + diárias.

• TransportesDestina-se a compensar despesas com a utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força das atribuições próprias do cargo (ex.: policial que utiliza o carro próprio para uma investigação).

Avanços Acréscimo

Investidos até 30/06/1995 5% a cada triênio de exercício (3 anos)

Investidos após 30/06/1995 3% a cada triênio de exercício (3 anos)

Gratificações e Retribuição

Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento (FG)

• Vantagem conferida ao servidor pelo exercício de chefia, assistência ou assessoramento, cumulativamente ao vencimento do cargo de provimento efetivo.

Gratificação natalina

• Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.

• Será paga até o dia 20 de dezembro de cada ano. (Na prática, equivale ao “décimo terceiro”).

Gratificação por regime especial de trabalho, na forma da lei

Pelo regime especial de trabalho, o servidor poderá fazer jus à gratificação, na forma da lei.

Gratificação por exercício de atividades insalubres, penosas ou perigosas

Devido ao servidor que trabalhe com habitualidade em locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas radioativas ou com risco de vida. Insalubre é o serviço prejudicial à saúde do servidor; perigoso é o que cria risco a sua vida; penoso é o trabalho em área de fronteira. Havendo mais de um adicional, o servidor deve optar por um deles.

Gratificação por exercício de serviço extraordinário

O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal de trabalho.

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Gratificação de representação, na forma da lei

Gratificação devida por representação, na forma da lei.

Gratificação por serviço noturno

O serviço noturno terá o valor-hora acrescido de 20% (serviço noturno é o realizado entre as 22h e as 5h dia seguinte).

Adicional por tempo de serviço

• Adicional de 15% ao completar 15 anos de serviço público; • Adicional de 25% ao completar 25 anos de serviço público.

Ao fazer jus ao de 25, cessa o pagamento do de 15.

Gratificação de permanência em serviço

Poderá ser deferida, por ato do Governador, quando for considerado conveniente e oportuna a permanência de servidor que já tiver o direito de se aposentar voluntariamente com proventos integrais. O valor será o equivalente a 50% do seu vencimento básico.

Abono familiar

Ao servidor ativo ou ao inativo será concedido abono familiar na razão de 10% do menor vencimento básico inicial do Estado, pelos seguintes dependentes:

I – filho menor de 18 anos;

II – filho inválido ou excepcional de qualquer idade, que seja comprova-damente incapaz;

III – filho estudante, desde que não exerça atividade remunerada, até a idade de 24 anos;

IV – cônjuge inválido, comprovadamente incapaz, que não perceba re-muneração.

Quando se tratar de dependente inválido ou excepcional, o abono será pago pelo triplo.

Outras gratificações, relativas ao local ou à natureza do trabalho, na forma da lei

Como a lista não é exaustiva, poderão ter outras gratificações que não as expressamente previstas no Estatuto, na forma da lei.

Honorários e Jetons

O servidor fará jus a honorários quando designado para exercer, fora do horário do expediente a que estiver sujeito, as funções de:

I – membro de banca de concurso;

II – gerência, planejamento, execução ou atividade auxiliar de concurso;

III – treinamento de pessoal;

IV – professor, em cursos legalmente instituídos.

O servidor receberá jeton, a título de representação na forma da lei:

Quando no desempenho do encargo de membro de órgão de deliberação coletiva legalmente instituído (órgão colegiado).

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6.3. FÉRIAS

O servidor gozará, anualmente, 30 dias de férias, podendo ser acumuladas até o máximo de 2 períodos anuais.

Regra – 30 dias por ano

Operadores de Raio X – 20 dias por semestre (o servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas, próximas a fontes de irradiação gozará 20 dias consecu-tivos de férias, por semestre de atividade profissional, não acumuláveis e intransferíveis).

Para o primeiro período aquisitivo de férias são exigidos 12 meses de exercício, mas para os demais, não será necessário completar os 12 meses.

É facultado o gozo de férias em 2 períodos, não inferiores a 10 dias consecutivos.

Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se esti-vesse em exercício.

Obs. 1: férias não podem ser convertidas em pecúnia, ou seja, servidor público não pode “ven-der férias”.

Obs. 2: faltas ao serviço não serão levadas à conta de férias, o seja, não podem ser descontados das férias as faltas do servidor.

Adicional de férias – O pagamento da remuneração de férias será efetuado antecipadamente ao servidor que o requerer, juntamente com o acréscimo constitucional de 1/3, antes do início do referido período.

6.4. DO TEMPO DE SERVIÇO (Efetivo Exercício)

A apuração do tempo de serviço será feita em dias, os quais serão convertidos em anos, consi-derados estes como período de 365 dias. Os dias de efetivo exercício serão computados à vista dos comprovantes de pagamento, ou dos registros funcionais.

É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de um cargo ou função em órgão ou entidade dos Poderes da União, estados, municípios, au-tarquias, fundações, sociedades de economia mista e empresas públicas.

São considerados de efetivo exercício os afastamentos do serviço em virtude de

I – férias;

II – casamento, até 8 (oito) dias consecutivos;

III – falecimento de cônjuge, ascendente, descendente, sogros, irmãos, companheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias;

IV – doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação;

V – exercício pelo servidor efetivo, de outro cargo, de provimento em comissão, exceto para efeito de promoção por merecimento;

VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;

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VII – desempenho de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, exceto para promoção por merecimento;

VIII – missão ou estudo noutros pontos do território nacional ou no exterior, quando o afastamento houver sido expressamente autorizado pelo Governador do Estado e sem prejuízo da retribuição pecuniária;

IX – deslocamento para nova sede na forma do artigo 58;

X – realização de provas, na forma do artigo 123;

XI – assistência a filho excepcional, na forma do artigo 127;

XII – prestação de prova em concurso público;

XIII – participação em programas de treinamento regularmente instituído, correlacionado às atribuições do cargo;

XIX – licença:h) à gestante, à adotante e à paternidade;i) para tratamento da própria saúde ou de pessoa da família, com remuneração;j) prêmio por assiduidade;k) por motivo de acidente em serviço, agressão não-provocada ou doença profissional;l) para concorrer a mandato eletivo federal, estadual ou municipal;m) para desempenho de mandato classista, exceto para efeito de promoção por merecimento;n) para participar de cursos, congressos e similares, sem prejuízo da retribuição;

XV – moléstia, devidamente comprovada por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata;

XVI – participação de assembléias e atividades sindicais.

6.5. CONCESSÕES

6.5.1. Das Vantagens ao Servidor Estudante ou Participante de Cursos, Congressos e Similares

É assegurado o afastamento do servidor efetivo, sem prejuízo de sua remuneração, nos seguin-tes casos:

I – durante os dias de provas finais do ano ou semestre letivo, para os estudantes de ensino superior, 1º e 2º graus;

II – durante os dias de provas em exames supletivos e de habilitação a curso superior.

6.5.2. Da Assistência a Filho Excepcional

O servidor, pai, mãe ou responsável por excepcional, físico ou mental, em tratamento, fica au-torizado a se afastar do exercício do cargo, quando necessário, por período de até 50% (cin-quenta por cento) de sua carga horária normal cotidiana, na forma da lei

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6.6. LICENÇAS

Será concedida, ao servidor, licença:

I – para tratamento de saúde;

II – por acidente em serviço;

III – por motivo de doença em pessoa da família;

IV – à gestante, à adotante e à paternidade;

V – para prestação de serviço militar;

VI – para tratar de interesses particulares;

VII – para acompanhar o cônjuge;

VIII – para o desempenho de mandato classista;

IX – prêmio por assiduidade;

X – para concorrer a mandato público eletivo;

XI – para o exercício de mandato eletivo;

XII – especial, para fins de aposentadoria.

6.6.1. Licença para tratamento de saúde (do servidor)

Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com base em perícia médica, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus. Findo o período de licença, o servidor deverá reassumir imediatamente o exercício do cargo, sob pena de ser considerado faltoso, salvo prorrogação ou determinação constante do laudo.

6.6.2. Licença por acidente em serviço

O servidor acidentado em serviço será licenciado com remuneração integral até seu total res-tabelecimento. Configura-se acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor, desde que relacionado, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo. O servidor acidentado em serviço terá tratamento integral custeado pelo Estado.

6.6.3. Licença por motivo de doença em pessoa da família

O servidor poderá obter licença por motivo de doença do cônjuge, de ascendente, descenden-te, enteado e colateral consanguíneo, até o 2º grau, desde que comprove ser indispensável a sua assistência e esta não possa ser prestada, simultaneamente, com o exercício do cargo.

6.6.4. Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade

Gestante terá 180 dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. Pelo nascimento ou ado-ção de filhos, o servidor terá direito à licença-paternidade de 15 dias consecutivos. À servidora que adotar será concedida licença conforme a idade do adotado: de 0 a 2 anos – 180 dias; mais

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de 2 e até 4 anos – 150 dias; mais de 4 até 6 anos – 120 dias; mais de 6 anos e menor de idade – 90 dias.

6.6.5. Licença para prestar serviço militar

Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e condições pre-vistas na legislação específica. Concluído o serviço militar, o servidor reassumirá imediatamen-te. Quando a desincorporação se verificar em lugar diverso do da sede, o prazo para apresenta-ção será de 10 dias.

6.6.6. Licença para tratar de interesses particulares

A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo e estável, licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até 2 anos consecutivos, sem remuneração. A licença poderá ser negada, quando o afastamento for inconveniente ao interesse do serviço A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse do serviço. O servidor poderá, a qualquer tempo, reassumir o exercício do car-go. Não se concederá nova licença antes de decorridos 2 anos do término da anterior, contados desde a data em que tenha reassumido o exercício do cargo.

6.6.7. Licença para acompanhar o cônjuge

O servidor detentor de cargo de provimento efetivo, estável, terá direito à licença, sem remu-neração, para acompanhar o cônjuge, quando este for transferido, independentemente de so-licitação própria, para outro ponto do Estado ou do Território Nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo Federal, estadual ou muni-cipal. A licença será concedida mediante pedido do servidor, devidamente instruído, devendo ser renovada a cada 2 anos. À mesma licença terá direito o servidor removido que preferir per-manecer no domicílio do cônjuge. A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.

6.6.8. Licença para desempenho de mandato classista

É assegurado ao servidor o direito à licença para o desempenho de mandato classista em cen-tral sindical, em confederação, federação, sindicato, núcleos ou delegacias, associação de clas-se ou entidade fiscalizadora da profissão, de âmbito estadual ou nacional, com a remuneração do cargo efetivo.

6.6.9. Licença-Prêmio por Assiduidade

O servidor que, por um quinquênio (5 anos) ininterrupto, não se houver afastado do exercício de suas funções terá direito à concessão automática de 3 meses de licença-prêmio por assidui-dade, com todas as vantagens do cargo, como se nele estivesse em exercício.

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6.6.10. Licença para concorrer a mandato público eletivo e exercê-lo

O servidor que concorrer a mandato público eletivo será licenciado na forma da legislação elei-toral. Eleito, o servidor ficará afastado do exercício do cargo a partir da posse. Ao servidor in-vestido em mandato eletivo aplicam-se as seguintes disposições:

I – tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado do cargo;

II – investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III – investido no mandato de vereador:

a) havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

b) não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração.

6.6.11. Licença especial para fins de aposentadoria

Decorridos 30 dias da data em que tiver sido protocolado o requerimento da aposentadoria, o servidor será considerado em licença especial remunerada, podendo afastar-se do exercício de suas atividades, salvo se antes tiver sido cientificado do indeferimento do pedido. O período de duração desta licença será considerado como tempo de efetivo exercício para todos os efeitos legais.

6.7. DIREITO DE PETIÇÃO

É assegurado ao servidor o direito de requerer, pedir reconsideração, recorrer e de representar, em defesa de direito ou legítimo interesse próprio.

O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.

Cabe pedido de reconsideração, que não poderá ser renovado, à autoridade que houver prolatado o despacho, proferido a primeira decisão ou praticado o ato. O pedido de reconsideração deverá conter novos argumentos ou provas suscetíveis de reformar o despacho, a decisão ou o ato; o pedido deverá ser decidido dentro de 30 dias.

O direito de requerer prescreve em:

• 5 anos, quanto aos atos de demissão e cassação de aposentadoria ou de disponibilidade, ou que afetem interesses patrimoniais e créditos resultantes das relações de trabalho;

• 120 dias nos demais casos, salvo quando, por prescrição legal, for fixado outro prazo.

O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

A representação está isenta de pagamento de taxa de expediente.

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Questões

QUESTÕES SOBRE A LEI Nº 10.098/94

1. O estágio probatório é o período de 2 (dois) anos em que o servidor, nomeado em cará-ter efetivo, ficará em observação e durante o qual será verificada a conveniência ou não de sua confirmação no cargo. Qual alterna-tiva NÃO é prevista como requisito de apu-ração?

a) Disciplina. b) Eficiência. c) Produtividade. d) Economia. e) Assiduidade.

2. O retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado, ou ao resultante de sua transformação, em consequência de decisão administrativa ou judicial, com ressarcimento de prejuízos decorrentes do afastamento, é considerado:

a) Recondução. b) Reversão. c) Readaptação. d) Reintegração.e) Aproveitamento.

3. É INCORRETO considerar efetivo exercício o afastamento do serviço em virtude de:

a) Falecimento do cônjuge, até 30 dias. b) Participação em programas de treina-

mento regularmente instituído, correla-cionado às atribuições do cargo.

c) Doação de sangue, 1 (um) dia por mês, mediante comprovação.

d) Casamento, até 8 (oito) dias consecutivos. e) Férias.

4. No que diz respeito às férias do servidor pú-blico estadual, é INCORRETO afirmar que:

a) Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.

b) Durante as férias, o servidor terá direito a todas as vantagens inerentes ao cargo como se estivesse em exercício.

c) Será pago ao servidor, por ocasião das férias, independentemente de solicita-ção, o acréscimo constitucional de 1/3 (um terço) da remuneração do período de férias, pago antecipadamente.

d) É facultado o gozo de férias em dois períodos, não inferiores a 10 (dez) dias consecutivos.

e) A falta ao serviço será levada à conta de férias.

5. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar nº 10.098/94.

I – Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo e dar-se-á no prazo de até 30 (trinta) dias contados da data da pos-se.

II – O servidor removido ou redistribuído “ex officio” que deva ter exercício em outra localidade terá 20 (vinte) dias para entrar em exercício, incluído, neste prazo, o tem-po necessário ao deslocamento para a nova sede.

III – Não será admitida a posse mediante procuração.

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Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e II.e) I, II e III.

6. Conforme a Lei Complementar nº 10.098/94, assinale a alternativa que NÃO contempla si-tuação de afastamento de serviço considera-da de efetivo exercício do cargo.

a) Férias. b) Falecimento de cônjuge, ascendente,

descendente, sogros, irmãos, compa-nheiro ou companheira, madrasta ou padrasto, enteado e menor sob guarda ou tutela, até 8 (oito) dias.

c) Doação de sangue, 2 (dois) dias por mês. d) Licença prêmio por assiduidade.e) Moléstia, devidamente comprovada

por atestado médico, até 3 (três) dias por mês, mediante pronta comunicação à chefia imediata.

7. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar nº 10.098/94.

I – O servidor que tiver gozado mais de 30 (trinta) dias de licença para tratar de inte-resses particulares ou para acompanhar o cônjuge, somente após um ano de efetivo exercício contado da data da apresentação fará jus a férias.

II – Perderá o direito às férias o servidor que, no ano antecedente àquele em que deveria gozá-las, tiver mais de 30 (trinta) dias de fal-tas não justificadas ao serviço.

III – O servidor readaptado, relotado, remo-vido ou reconduzido, quando em gozo de férias, é obrigado a apresentar-se antes de concluí-las.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.

d) Apenas I e II.e) I, II e III.

8. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94.

I – A readmissão constitui uma das formas de provimento de cargo público.

II – A nomeação em caráter efetivo obede-cerá, sempre que possível, à ordem de clas-sificação dos aprovados, não sendo admi-tida a hipótese de opção do candidato por última chamada.

III – Posse é a aceitação expressa do cargo, formalizada com a assinatura do termo no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da nome-ação, prorrogável por igual período a pedi-do do interessado.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

9. Sobre a ajuda de custo, considere as afir-mações abaixo, tendo em vista as dispo-sições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94.

I – A ajuda de custo destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço ou próprio, passe a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.

II – No afastamento para exercício de cargo em comissão, em outro órgão ou entidade da União, do Distrito Federal, dos Estados ou dos Municípios, o servidor receberá aju-da de custo do Estado.

III – O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se apresentar na nova sede no prazo de 30 (trinta) dias.

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Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II. c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

10. Considere as afirmações a seguir, tendo em vista as disposições da Lei Complementar Estadual nº 10.098/94.

I – Os servidores investidos em cargo em comissão ou funções gratificadas terão substitutos, durante seus afastamentos ou impedimentos eventuais, previamente de-signados pela autoridade competente.

II – Por absoluta necessidade de serviço e ressalvadas as hipóteses em que haja le-gislação específica, as férias poderão ser acumuladas até o máximo de três períodos anuais.

III – Remuneração é o vencimento do cargo acrescido das vantagens pecuniárias esta-belecidas em lei ou decreto.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III.d) Apenas I e III.e) I, II e III.

11. Com base na Lei Complementar Estadual nº 10.098/94, considere as seguintes afirma-ções.

I – O servidor perderá um terço da remune-ração, na hipótese de conversão da pena de suspensão em multa.

II – O servidor perderá a metade da remu-neração, durante o afastamento no exer-cício do cargo, na hipótese de prisão para perquirição de sua responsabilidade em cri-me comum ou funcional.

III – O servidor perderá a parcela da remu-neração diária, proporcional aos atrasos, ausências e saídas antecipadas, iguais ou superiores a 60 (sessenta) minutos.

Quais estão corretas?

a) Apenas I.b) Apenas II.c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) I, II e III.

Gabarito: 1. D 2. D 3. A 4. E 5. A 6. C 7. D 8. C 9. C 10. A 11. C

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ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

1. Princípios Constitucionais aplicáveis à Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-ralidade, publicidade e eficiência...

Trata-se dos princípios expressamente trazidos pela CF/88, considerando que há outros princí-pios aplicáveis.

Para memorizá-los, usa-se o macete do “LIMPE”:

LegalidadeImpessoalidadeMoralidadePublicidadeEficiência

1.1. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE

A administração pública só pode agir quando houver lei que determine ou autorize sua atu-ação. Assim, a eficácia da atividade da administração pública está condicionada ao que a lei permite ou determina.

Enquanto no âmbito dos particulares, o princípio da legalidade significa que podem fazer tudo o que a lei não proíba, no âmbito da administração pública esse princípio significa que o administrador só pode fazer o que a lei autorize ou determine.

Esse princípio é o que melhor caracteriza o estado Estado de Direito, pois o administrador público não pode agir de acordo com sua própria vontade e sim de acordo com o interesse do povo, titular do poder. Como, em última instância, as leis são feitas pelo povo, através de seus representantes, pressupõe-se que estão de acordo com o interesse público.

1.2. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE

O administrador público deve ser impessoal, tendo sempre como finalidade a satisfação do intere interesse público, não podendo beneficiar nem prejudicar a si ou determinada pessoa.

Esse princípio é visto sob dois aspectos:

a) como determinante da finalidade de toda atuação administrativa – inevitavelmente, deter-minados atos podem ter por consequencia benefícios ou prejuízos a alguém, porém, a atu-ação do administrador deve visar ao interesse público, sob pena de tal ato ser considerado nulo por desvio de finalidade;

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b) como vedação a que o agente público valha-se das atividades desenvolvidas pela adminis-tração para obter benefício ou promoção pessoal – é vedado a promoção pessoal do agen-te público pela sua atuação como administrador.

Como exemplos de aplicação do princípio da impessoalidade, podemos citar a imposição de concurso público como condição para ingresso em cargo efetivo ou emprego público e a exigência de licitações públicas para contratações pela administração.

1.3. PRINCÍPIO DA MORALIDADE

A moral administrativa está ligada à ideia de ética, probidade e de boa-fé. Não basta que a atuação do administrador público seja legal, precisa ser moral também, já que nem tudo que é legal é honesto.

Ato contrário a moral não é apenas inoportuno ou inconveniente, é considerado nulo.

1.4. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

Esse princípio é tratado sob dois prismas:

a) exigência de publicação em órgão oficial como requisito de eficácia dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou onerem o patrimônio público – enquanto não for publicado, o ato não pode produzir efeitos;

b) exigência de transparência da atuação administrativa – finalidade de possibilitar, de forma mais ampla possível, controle da administração pública pelo povo.

1.5. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA

O princípio da eficiência foi inserido o caput do art. 37 através da EC 19/1998. Visa a atingir os objetivos de boa prestação dos serviços, de modo mais simples, rápido e econômico, melhorando a relação custo/benefício da atividade da administração pública. O administrador deve ter plane-jamento, procurando a melhor solução para atingir a finalidade e interesse público do ato.

Esse princípio, porém, não tem um caráter absoluto, já que não é possível afastar os outros princípios da administração sob o argumento de dar maior eficiência ao ato. Por exemplo, não se pode afastar as etapas legais (princípio da legalidade) de um procedimento licitatório a fim de ter maior eficiência.

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ÓRGÃOS PÚBLICOS

1. Concentração x Desconcentração / Centralização x Descentralização

O DL 200/1967 dispõe sobre a organização da Administração Pública Federal, promovendo uma descentralização e flexibilização administrativa. Porém, é extensível aos demais entes como norma geral.

A Administração Federal compreende:

• Composição da Administração Pública (critério subjetivo ou formal):

ÓRGÃOS + AGENTES PÚBLICOS + ENTIDADES

ÓRGÃO: unidade de atuação integrante da estru-tura da Administração direta e da estrutura da Administração indireta (Lei nº 9.784/94).

ENTIDADE: unidade de atuação dotada de perso-nalidade jurídica (Lei nº 9.784/94).

• Integram a estrutura de uma entidade; • São entidades, pessoas jurídicas.

• Não possui personalidade jurídica (al-guns têm capacidade processual em MS – Presidência, Ministérios, Secretarias);

• Tem personalidade jurídica;

• Não possui patrimônio próprio (alguns têm autonomia funcional, administrativa e orçamentária; ex.: DPE)

• Possui patrimônio próprio.

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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO

1. Disposições Gerais

• O Estado age por meio de seus agentes públicos, aos quais são conferidas prerrogativas diferenciadas, a serem utilizadas para o alcanças os seus fins: a satisfação dos interesses públicos. Esse conjunto de prerrogativas denomina-se Poderes Administrativos, ou seja, são instrumentos conferidos à Administração para o atendimento do interesse público.

• Por outro lado, por tutelarem interesses coletivos, são impostos aos agentes públicos alguns Deveres Administrativos.

• Há hipóteses e que os Poderes se convertem em verdadeiros Deveres, pois enquanto na esfera privada o Poder é mera faculdade daquele que o detém, na esfera pública representa um Dever do administrador para com os administrados. Segundo a doutrina, trata-se do chamado Poder-dever de agir, de forma que se o agente não agir, poderá responder por omissão.

Poder-dever de Agir:

• O administrador público não tem apenas o poder, mas também o dever de agir, ou seja, ele tem por obrigação exercitar esse poder em benefício da coletividade, sendo esse poder irrenunciável.

• Segundo Hely Lopes Meirelles: Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade. É que o Direito Público ajunta ao poder do administrador o dever de administrar.

• Em sendo um poder-dever, a omissão da autoridade ou o silêncio administrativo resultará em responsabilização do agente omisso.

2. Deveres do Administrador Público

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Dever de Probidade

• O dever de probidade é considerado um dos mais importantes. Significa que a conduta do agente, além de estar pautada na Lei, deve ser honesta, respeitando a noção de moral administrativa e também da própria sociedade.

• A própria Constituição faz referência à probidade no § 4º, art. 37: Os atos de improbidade importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível.

• Lei 8.429/92 (chamada Lei de Improbidade Administrativa) dispõe sobre atos de improbidade administrativa.

Dever de Prestar Contas

• O administrador faz a gestão de bens e interesses alheios (bens e interesses públicos), tendo, portanto, o dever de prestar contas do que realizou a toda coletividade. Esse dever abrange não apenas os agentes públicos, mas a todos que tenham sob sua responsabilidade dinheiros, bens, ou interesses públicos, independentemente de serem ou não administradores públicos.

• Segundo Hely Lopes Meirelles: a regra é universal: quem gere dinheiro público ou administra bens ou interesses da comunidade deve contas ao órgão competente para a fiscalização.

Dever de Eficiência

• A Eficiência foi elevada a à categoria de Princípio Constitucional de Administração Pública com a Emenda Constitucional 19/1998, impondo que cabe ao agente público realizar suas atribuições com presteza, celeridade, perfeição e rendimento funcional.

• O administrador deve buscar, além da quantidade, a qualidade.

3. Poderes do Administrador Público

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Poder Vinculado

• Também chamado de regrado, é o poder conferido pela lei à Administração para a prática de ato de sua competência, mas com pré-determinação dos elementos e requisitos necessários a sua formalização, ou seja, é aquele nos quais a liberdade de atuação do agente é mínima ou inexiste.

• Portanto, o poder vinculado difere-se do poder discricionário, pois neste há maior liberdade de atuação da Administração.

• Para alguns autores, a idéia de poder é contraditória nesse caso, já que o administrador está limitado a respeito dos elementos que compõem o ato (competência, finalidade, forma, motivo e objeto), não gozando de liberdade.

Poder Discricionário

• É o poder conferido à Administração que, embora deva estar de acordo com a lei, confere uma maior liberdade ao Administrador, que poderá adotar uma ou outra conduta de acordo com a conveniência e oportunidade, ou seja, a Lei faculta ao administrador a possibilidade de escolher as entre as condutas possíveis, a qual deve estar de acordo com o melhor atendimento do interesse público.

• Não se pode confundir discricionariedade com arbitrariedade ou livre arbítrio, pois a Administração Pública, ao revés dos particulares de modo geral, só pode fazer aquilo que a Lei lhe determina ou autoriza. Arbitrariedade é, para a Administração Pública, sinônimo de ilegalidade; enquanto o livre arbítrio é a possibilidade de fazer o que bem entender, conduta que também não é permitida por estar o administrador restrito à legalidade.

• José dos Santos Carvalho Filho: conveniência e oportunidade são os elementos nucleares do poder discricionário. A primeira indica em que condições vai se conduzir o agente; a segunda diz respeito ao momento em que a atividade deve ser produzida. Registre-se, porém, que essa liberdade de escolha tem que se conformar com o fim colimado na lei”.

Poder Regulamentar (ou Normativo)

• É o poder conferido aos chefes do Executivo para editar decretos e regulamentos com a finalidade de permitir a efetiva implementação da Lei.

• Enquanto as Leis são criadas no âmbito do Poder Legislativo, a Administração Pública poderá criar esses decretos e regulamentos para complementá-las, aos quais não podem contrariar, restringir ou ampliar as disposições da Lei. Incumbe à Administração, então, complementar as Leis, criando os mecanismos para sua efetiva implementação (Ex.: Lei 8.112 x Decreto 5.707).

• De acordo com a “Constituição Federal – Art.84. Compete privativamente ao Presidente da República: IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;”. Em decorrência do princípio da simetria constitucional, os Chefes de Executivos dos Estados possuem a mesma prerrogativa. Outras autoridades, como os Ministros, podem editar atos normativos (inc. II, § único, art. 87, CF), bem como entidades (ex.: agências reguladoras).

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Poder Hierárquico

• A hierarquia é inerente ao Poder Executivo. • No âmbito do Poder Legislativo ou Judiciário, onde ocorra o desempenho de função

administrativa (atividade atípica desses poderes), poderá haver hierarquia; porém, em relação às funções típicas exercidas pelos membros desses dois poderes (legislativa e jurisdicional) não há hierarquia entre seus membros (parlamentares e membros da magistratura).

• O poder hierárquico tem íntima relação com o poder disciplinar e objetiva ordenar, coordenar, controlar e corrigir as atividades administrativas no âmbito interno da Administração. É através do poder hierárquico que a Administração escalona a função de seus órgãos, revê a atuação de seus agentes e estabelece a relação de subordinação entre seus servidores. Nas relações hierárquicas há vínculo de subordinação entre órgãos e agentes.

Poder Disciplinar

• O Poder Disciplinar é o exercido pela Administração para apurar as infrações dos servidores e das demais pessoas que ficarem sujeitas à disciplina administrativa. Decorre do escalonamento hierárquico visto anteriormente, ou seja, se ao superior é dado poder de fiscalizar os atos dos seus subordinados, por óbvio que, verificando o descumprimento de ordens ou normas, tenha a possibilidade de impor as devidas sanções previstas para aquela conduta.

• Portanto, o Poder Disciplinar afeta a estrutura interna da Administração. • Hely Lopes Meirelles conceitua o Poder Disciplinar como “faculdade de punir

internamente as infrações funcionais dos servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da Administração.”

• Muito embora Hely se refira a poder como uma “faculdade”, importante salientar que não se trata de uma decisão discricionária da autoridade, já que diante de uma irregularidade, o agente tem o poder-dever de agir, ou seja, é obrigado a apurar e apenas o infrator.

• Exemplificando, estabelece o art. 143 da Lei 8.112/90: A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover sua apuração imediata....”. Já em relação à penalidade a ser aplicada, em razão de adotarmos a chamada tipicidade aberta, há uma margem discricionária para que a Administração decida, de acordo com as circunstâncias, natureza ou gravidade de cada infração, a pena que irá aplicar, desde que observando o princípio da adequação punitiva (que seja aplicada uma pena adequada para a infração).

Poder de Polícia

• O Código Tributário Nacional – CTN, conceitua Poder de Polícia, dispondo em seu art. 78 que: considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene,

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à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.

• Poder de Polícia, portanto, é a atividade do Estado que limita os direitos individuais em benefício do interesse público, ou seja, é o mecanismo de frenagem de que dispõe a Administração Pública para conter os abusos do direito individual (Hely Lopes Meirelles).

• O interesse público está relacionado com a segurança, moral, saúde, meio ambiente, consumidor, propriedade, patrimônio cultural.

Polícia Administrativa e Judiciária

• O poder de polícia do Estado pode ocorrer em duas áreas:

• na administrativa, feita pelos órgãos administrativos, atuando sobre as atividades do indivíduos (ex.: fiscalização da atividade de comércio);

• na judiciária, executada pelos órgãos de segurança, atuando sobre o indivíduo que poderia cometer algum ilícito penal (ex.: polícia civil de um estado).

• Em regra, a polícia administrativa exerce atividade preventiva, enquanto a polícia judiciária exerce atividade repressiva.

Competência para Exercício

• A princípio, o critério para determinação de competência para o exercício do Poder de Polícia é o que diz respeito ao poder de regular a matéria, o qual, por sua vez, arrima-se no princípio de predominância do interesse.

• Para Hely Lopes Meirelles: os assuntos de interesse nacional ficam sujeitos à regulamentação e policiamento da União; as matérias de interesse regional sujeitam-se às normas e à polícia estadual; os assuntos de interesse local subordinam-se aos regulamentos edilícios e ao policiamento administrativo municipal.

Atributos ou Características

• Os atributos costumeiramente apontados pela doutrina no que se refere aos atos resultantes do exercício regular do poder de polícia são 3:

• discricionariedade (livre escolha de oportunidade e conveniência); • auto-executoriedade (decidir e executar diretamente sua decisão sem a

intervenção do Judiciário); • coercibilidade (imposição coativa das medidas adotas pela Administração).

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Sanções decorrentes do Poder de Polícia

• As sansões são impostas pela própria Administração em procedimentos administrativos compatíveis com as exigências do interesse público, respeitando a legalidade da sanção e a sua proporcionalidade à infração.

• Exemplificando, podemos citar as seguintes sanções administrativas, em decorrência do exercício do Poder de Polícia: as multas, a interdição de atividades, demolição de construções irregulares, inutilização de gêneros, apreensão de objetos.

4. Uso e Abuso de Poder

No Estado Democrático de Direito, a Administração Pública deve agir sempre dentro dos limites de suas atribuições, em consonância com o direito e a moral, com respeito aos direitos dos administrados.

No entanto, se o administrador extrapolar os limites de suas competências ou se utilizar das suas atribuições para fins diversos do interesse público, teremos o chamado abuso de poder.

O abuso de poder pode se manifestar de duas formas:

a) Excesso de Poder – quando o gestor atua fora dos limites de suas competências, exercendo atribuições que não são de sua competência;

b) Desvio de Poder – quando o gestor exerce suas competências, mas para alcançar finalidade diversa da definida em lei.

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ATOS ADMINISTRATIVOS

1. Conceito

Segundo Hely Lopes Meirelles, ato administrativo é “toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”.

Para Maria Sylvia Zanella Di Pietro: “declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e sujeito a controle pelo Poder Judiciário”.

• Detalhes:

A lei deve obedecer a CF, e o ato administrativo deve obedecer a lei (norma infra legal – está abaixo da lei).

Ao praticar o ato administrativo, o Estado age com prerrogativas especiais/privilégios (Estado está acima do privado – relação de verticalidade), exceto se praticar atos típicos de direito privado (ex.: locação de um imóvel), em que será um “ato da administração”.

→ Ato da administração (gênero):

• Atos administrativos propriamente ditos; • Atos típicos de direito privado; • Contratos Administrativos.

• Quem emite atos administrativos?Poder Executivo como função típica;Poder Judiciário como função atípica (ex.: conceder férias aos servidores);Poder Legislativo como função atípica (ex.: fazer um regimento interno);Particulares que façam as vezes de Estado (ex.: concessionária).

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2. Requisitos

Segundo a corrente clássica, defendida por Hely Lopes Meirelles e mais aplicada em concursos públicos, os “requisitos” (também chamados de “elementos”) são trazidos pela Lei n. 4.717/65, art. 2º, segundo o qual, “são nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos de:

a) incompetência; b) vício de forma; c) ilegalidade do objeto; d) inexistência dos motivos; e) desvio de finalidade.

Portanto, os requisitos do ato administrativo são: COM FIN FOR MOB

COMPETÊNCIAFINALIDADEFORMAMOTIVOOBJETO

→ Competência (quem?)

• O agente que pratica o ato deve ter poder legal para tal.

• A competência é irrenunciável (se a lei deu, não posso abrir mão), imodificável (se a lei determinou, só a lei modifica), imprescritível (não se perde com a passagem do tempo), intransferível (mesmo quando se delega ou avoca, se trata de transferência de exercício daquela atribuição, mas não da competência).

• Delegação – regra é que posso delegar. Exceção: Não podem ser objeto de delegação (Lei 9784/99):

I – a edição de atos de caráter normativo;

II – a decisão de recursos administrativos;

III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.

• Se extrapolar a competência, ocorre o “excesso de poder” (ex.: tinha poder para aplicar suspensão, mas demitiu – a demissão não será válida por vício de competência).

→ Finalidade (para quê)

• É o objetivo do ato, que deve buscar o interesse público.

• Se não atender a finalidade, haverá “desvio de finalidade”, tornando o ato inválido (ex.: sou eleito prefeito e meu primeiro ato é desapropriar imóvel do meu inimigo político; ex.: remoção de ofício como forma de punição).

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→ Forma (como?)

• É o revestimento do ato, que tem que obedecer a forma prescrita em lei;

• Em regra, a forma é a escrita, mas excepcionalmente existem outras formas, como por exemplo, forma verbal, sinalização de trânsito, etc.

→ Motivo (por que?)

• Situação de fato ou de direito que determina ou autoriza a realização do ato administrativo.

• Motivo é diferente de motivação.

Ex.: servidora ficou grávida e tenho que conceder licença gestante; o motivo do ato é a gravidez.

Ex.: servidor praticou uma conduta que levou à aplicação de pena de demissão; o motivo do ato é a infração.

→ Objeto (o que?)

• É o conteúdo do ato, que tem por objeto a criação, modificação ou comprovação de situações concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder Público. É aquilo que quero alcançar quando pratico o ato administrativo.

Ex.: servidora ficou grávida e tenho que conceder licença gestante; o motivo do ato é a gravidez; o objeto do ato é a licença.

Ex.: servidor praticou um ato que levou à aplicação de pena de demissão; o motivo do ato é a infração; o objeto do ato é a pena.

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3. Mérito do Ato Administrativo

• É a possibilidade de escolha do administrador, mediante a análise de conveniência e oportunidade.

• Só existe mérito em ato discricionário (não existe mérito em ato vinculado).

• Só existe mérito em relação ao motivo + objeto.

• Judiciário não pode analisar mérito!

4. Atributos

Os atributos do ato decorrem do direito, sendo necessários para o bom desempenho da atividade administrativa. São eles:

• Presunção de Legitimidade (e de regularidade) – o ato é válido até que se prove o contrário.

• Autoexecutoriedade – execução material que desconstitui a ilegalidade.

• Imperatividade – o ato cria unilateralmente obrigação ao particular.

• Tipicidade – respeito às finalidades específicas.

• ATRIBUTOS (PATI)

Presunção de Legitimidade/Legalidade - o ato é válido (e legítimo) e deve sercumprido até que se prove o contrário (presunção relativa); presente em todos osatos.

Autoexecutoriedade – o Estado pode executar seus atos sem precisar demanifestação prévia do Judiciário (ex.: apreensão de mercadoria, interdição deestabelecimento, aplicação de multa...); mas, posteriormente o Judiciário podeanalisar legalidade do ato. Obs.: a Administração pode aplicar multa, mas paracobrar tem que ser no Judiciário.

Tipicidade – respeito às finalidades especificadas em lei; ato não é lei, mas tem porbase uma lei, então deve atender a figuras definidas previamente pela lei.

Imperatividade – o ato cria unilateralmente obrigação ao particular; o Estado impõecoercitivamente o ato e tem que ser respeitado, concordando ou não.

5. Invalidação (anulação, revogação e convalidação dos atos)

A Lei nº 9.784/99 (regula o processo administrativo no âmbito Federal) prevê que:

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Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos.

Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando:

VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

Anulação e revogação: decorrem do “Princípio da Autotutela”.

• Revogação – é a invalidação de ato legal e eficaz, que pode ser realizado apenas pela Administração, quando entender que o mesmo é inconveniente ou inoportuno (mérito), com efeitos não retroativos (ex nunc).

• Anulação é a invalidação de um ato ilegítimo, que poderá se dar pela Administração ou pelo Poder Judiciário (efeitos retroativos – ex tunc).

Desses dispositivos conclui-se que, em relação aos atos, a Administração pode ANULAR ou REVOGAR, porém, o Poder Judiciário pode apenas ANULAR.

INVALIDAÇÃO DOS ATOS

ADMINISTRAÇÃO • ANULAR quando ILEGAIS • REVOGAR quando INCONVENIENTES OU INOPORTUNOS

PODER JUDICIÁRIO • ANULAR quando ILEGAIS

O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em 5 anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé (princípio da segurança jurídica).

O direito de revogar ato administrativo não tem limitação temporal.

Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração.

• Outras formas de extinção de ato:

• Cassação – quando há vício na execução do ato (ex.: servidor fez alguma prática punível com demissão e logo após se aposentou; após a apuração, será cassada a aposentadoria).

• Caducidade – quando uma nova legislação passa a não permitir o que antes era permitido (ex.: havia lei permitindo fiscal da receita a porta arma; vem outra lei proibindo; então ocorre a extinção por caducidade).

• Contraposição – quando são praticados atos com efeitos opostos (ex.: nomeação e exoneração de servidor; a exoneração extingue o ato de nomeação).

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Lei 9784/99 – Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.

6. Classificação

São diversas as classificações trazidas pela doutrina, porém vamos analisar as mais pedidas em concursos:

I – Quanto a liberdade de ação:

a) Ato Vinculado (tem que fazer) – quando a lei estabelece os requisitos e condições de sua realização, não sobrando margem para liberdade do administrador, pois o ato somente será válido se obedecidas as imposições legais (ex.: aposentadoria compulsória; lançamento tributário, anulação de ato ilegal, etc.).

b) Ato Discricionário (pode fazer) – quando a Administração tem liberdade de escolha quanto ao seu destinatário, seu conteúdo, sua oportunidade e modo de realização (ex.: uma autorização para instalar um circo em área pública, ou mesmo a revogação de ato, que se dá por conveniência ou oportunidade, ou seja, atuação discricionária, que não se confunde com arbitrária, que seria em desacordo com a lei – ex.: suspensão).

Ato Vinculado Ato Discricionário

- Sem margem de liberdade - Com margem de liberdade

- Não tem mérito - Tem mérito

- Administração pode anular, mas nãopode revogar

- Administração pode anular ou revogar

- Sofre controle Judicial - Sofre controle judicial, exceto quanto ao mérito

- Ex.: aposentadoria compulsória; lançamento tributário.

- Ex.: Reversão à pedido, Autorização, permissão

II – Quanto ao alcance dos atos:

a) Ato Interno – produzem efeitos dentro da própria Administração Pública, atingindo os órgãos e agentes que o expediram, afastando sua incidência em relação a terceiros (ex.: os servidores “x” devem vir uniformizados; os atos devem ser praticados com caneta preta, etc.)

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b) Ato Externo – são os que produzem efeitos também para fora da Administração, repercutindo no interesse da coletividade, ou seja, interessam não apenas a quem trabalha internamente na repartição, mas também aos que estão fora da Administração Pública; devem, portanto, ser publicados em órgão oficial par que tenham vigência (ex.: ato de naturalização de estrangeiro; horário de atendimento em um órgão, etc.)

III – Quanto ao objeto:

a) Atos de Império – praticados com supremacia sobre o particular ou o servidor, impondo seu cumprimento (atributo da imperatividade – ex.: multa de trânsito, interdição de estabelecimento).

b) Atos de Gestão – praticados em relação de igualdade com os particulares, sem usar de suas prerrogativas especiais (ex.: alienação de bens públicos, locação de imóvel).

c) Atos de Expediente – praticados rotineiramente pela Administração, a fim de dar andamento a serviços internos da repartição (ex.: ordem de serviço, circular, numeração dos autos de um processo...).

IV – Quanto a formação:

a) Ato Simples – nasce através da manifestação de vontade de um órgão.

b) Ato Composto – nasce através da manifestação de vontade de um órgão, mas depende da ratificação, visto, aprovação, anuência o homologação de outro órgão, para que tenha exequibilidade (ex.: auto de infração lavrado por fiscal, mas que precisa ser aprovado pela chefia).

c) Ato Complexo – é necessária a manifestação de vontade de mais de um órgão para que tenha existência (ex.: investidura de servidor, quando a nomeação é feita pelo chefe do Executivo, mas a posse é dada pelo chefe da repartição).

7. Espécies

I – Atos Normativos: são os atos de comando gerais do executivo, que visam explicitar as normas legais.

Ex.: decreto; instrução normativa; regimentos; resoluções; deliberações.

II – Atos Ordinatórios: decorrentes do poder hierárquico da Administração, visam disciplinar o funcionamento em relação aos seus órgãos e agentes.

Ex.: instruções; circulares; aviso; portarias; ordens de serviço; provimento; ofícios; despachos.

III – Atos Negociais: visam concretizar negócios públicos ou conceder algum benefício ou direito a um particular, através de uma manifestação de vontade coincidente com a do particular.

Ex.: licença; permissão; autorização; aprovação; homologação; admissão; visto; dispensa; renúncia; protocolo administrativo.

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IV – Atos Enunciativos: aqueles que atestam, certificam ou emitem opiniões sobre algum assunto.

Ex.: certidões; atestados; pareceres; apostilas.

V – Atos punitivos: buscam punir ou reprimir infrações administrativas ou condutas irregulares de servidores ou administrados

Ex.: advertência, suspensão, demissão, multa de trânsito, interdição de atividades, etc.

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LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE 1993

Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constitui-ção Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se-guinte Lei:

CAPÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção IDOS PRINCÍPIOS

Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinen-tes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Fe-deral e dos Municípios.

Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indireta-mente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publici-dade, compras, alienações, concessões, per-missões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão neces-sariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, con-sidera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administra-ção Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vín-culo e a estipulação de obrigações recípro-cas, seja qual for a denominação utilizada.

Art. 3º A licitação destina-se a garantir a obser-vância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a ad-ministração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios bási-cos da legalidade, da impessoalidade, da morali-dade, da igualdade, da publicidade, da probida-de administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (Redação dada pela Lei nº 12.349, de 2010) (Regulamento) (Regulamento) (Regulamento)

§ 1º É vedado aos agentes públicos:

I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos ca-sos de sociedades cooperativas, e estabele-çam preferências ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos lici-tantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o específi-co objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991; (Re-dação dada pela Lei nº 12.349, de 2010)

II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previ-denciária ou qualquer outra, entre empre-sas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outu-bro de 1991.

§ 2º Em igualdade de condições, como cri-tério de desempate, será assegurada prefe-rência, sucessivamente, aos bens e serviços:

II – produzidos no País;

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III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras.

IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvi-mento de tecnologia no País. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdên-cia Social e que atendam às regras de aces-sibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo pú-blicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para: (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimen-to de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluí-do pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

§ 6º A margem de preferência de que tra-ta o § 5º será estabelecida com base em estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 (cinco) anos, que levem em consideração: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011) (Vide Decreto nº 7.709, de 2012) (Vide De-creto nº 7.713, de 2012) (Vide Decreto nº 7.756, de 2012)

I – geração de emprego e renda; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

II – efeito na arrecadação de tributos fede-rais, estaduais e municipais; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

III – desenvolvimento e inovação tecnoló-gica realizados no País; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

IV – custo adicional dos produtos e serviços; e (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

V – em suas revisões, análise retrospectiva de resultados. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 7º Para os produtos manufaturados e ser-viços nacionais resultantes de desenvolvi-mento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

§ 8º As margens de preferência por produ-to, serviço, grupo de produtos ou grupo de serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, se-rão definidas pelo Poder Executivo federal, não podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior: (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

I – à quantidade a ser adquirida ou contrata-da; ou (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

II – ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei, quando for o caso. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

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§ 10. A margem de preferência a que se re-fere o § 5º poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços originá-rios dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul –

§ 11. Os editais de licitação para a contra-tação de bens, serviços e obras poderão, mediante prévia justificativa da autorida-de competente, exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade integrante da administração pública ou da-queles por ela indicados a partir de proces-so isonômico, medidas de compensação comercial, industrial, tecnológica ou acesso a condições vantajosas de financiamento, cumulativamente ou não, na forma estabe-lecida pelo Poder Executivo federal. (Incluí-do pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decre-to nº 7.546, de 2011)

§ 12. Nas contratações destinadas à implan-tação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal, a lici-tação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País e pro-duzidos de acordo com o processo produti-vo básico de que trata a Lei nº 10.176, de 11 de janeiro de 2001. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010) (Vide Decreto nº 7.546, de 2011)

§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação do volume de recursos destina-dos a cada uma delas. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 14. As preferências definidas neste artigo e nas demais normas de licitação e contra-tos devem privilegiar o tratamento diferen-ciado e favorecido às microempresas e em-presas de pequeno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

§ 15. As preferências dispostas neste artigo prevalecem sobre as demais preferências previstas na legislação quando estas forem aplicadas sobre produtos ou serviços es-trangeiros. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento es-tabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administra-tivo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

Art. 5º Todos os valores, preços e custos utili-zados nas licitações terão como expressão mo-netária a moeda corrente nacional, ressalvado o disposto no art. 42 desta Lei, devendo cada unidade da Administração, no pagamento das obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de serviços, obedecer, para cada fonte diferen-ciada de recursos, a estrita ordem cronológica das datas de suas exigibilidades, salvo quando presentes relevantes razões de interesse públi-co e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente publicada.

§ 1º Os créditos a que se refere este artigo terão seus valores corrigidos por critérios previstos no ato convocatório e que lhes preservem o valor.

§ 2º A correção de que trata o parágrafo an-terior cujo pagamento será feito junto com o principal, correrá à conta das mesmas do-tações orçamentárias que atenderam aos créditos a que se referem. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Observados o disposto no caput, os pa-gamentos decorrentes de despesas cujos valores não ultrapassem o limite de que tra-ta o inciso II do art. 24, sem prejuízo do que

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dispõe seu parágrafo único, deverão ser efe-tuados no prazo de até 5 (cinco) dias úteis, contados da apresentação da fatura. (Incluí-do pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de pe-queno porte na forma da lei. (Incluído pela Lei Complementar nº 147, de 2014)

Seção IIDAS DEFINIÇÕES

Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:

I – Obra – toda construção, reforma, fabri-cação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;

II – Serviço – toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demoli-ção, conserto, instalação, montagem, ope-ração, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico--profissionais;

III – Compra – toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente;

IV – Alienação – toda transferência de do-mínio de bens a terceiros;

V – Obras, serviços e compras de grande vulto – aquelas cujo valor estimado seja superior a 25 (vinte e cinco) vezes o limite estabelecido na alínea "c" do inciso I do art. 23 desta Lei;

VI – Seguro-Garantia – o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumi-das por empresas em licitações e contratos;

VII – Execução direta – a que é feita pelos órgãos e entidades da Administração, pelos próprios meios;

VIII – Execução indireta – a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob qual-

quer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) empreitada por preço global – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo e total;

b) empreitada por preço unitário – quando se contrata a execução da obra ou do serviço por preço certo de unidades determinadas;

c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) tarefa – quando se ajusta mão-de-obra para pequenos trabalhos por preço certo, com ou sem fornecimento de materiais;

e) empreitada integral – quando se contrata um empreendimento em sua integralidade, compreendendo todas as etapas das obras, serviços e instalações necessárias, sob intei-ra responsabilidade da contratada até a sua entrega ao contratante em condições de en-trada em operação, atendidos os requisitos técnicos e legais para sua utilização em con-dições de segurança estrutural e operacio-nal e com as características adequadas às finalidades para que foi contratada;

IX – Projeto Básico – conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de pre-cisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos prelimina-res, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambien-tal do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra e identificar todos os seus elementos consti-tutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a mi-nimizar a necessidade de reformulação ou

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de variantes durante as fases de elabora-ção do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a exe-cutar e de materiais e equipamentos a in-corporar à obra, bem como suas especifica-ções que assegurem os melhores resultados para o empreendimento, sem frustrar o ca-ráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos, ins-talações provisórias e condições organiza-cionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de li-citação e gestão da obra, compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimen-tos, as normas de fiscalização e outros da-dos necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e fornecimentos propriamente ava-liados;

X – Projeto Executivo – o conjunto dos ele-mentos necessários e suficientes à execu-ção completa da obra, de acordo com as normas pertinentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT;

XI – Administração Pública – a administra-ção direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abran-gendo inclusive as entidades com personali-dade jurídica de direito privado sob contro-le do poder público e das fundações por ele instituídas ou mantidas;

XII – Administração – órgão, entidade ou unidade administrativa pela qual a Adminis-tração Pública opera e atua concretamente;

XIII – Imprensa Oficial – veículo oficial de divulgação da Administração Pública, sen-do para a União o Diário Oficial da União, e, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, o que for definido nas respec-

tivas leis; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV – Contratante – é o órgão ou entidade signatária do instrumento contratual;

XV – Contratado – a pessoa física ou jurídica signatária de contrato com a Administração Pública;

XVI – Comissão – comissão, permanente ou especial, criada pela Administração com a função de receber, examinar e julgar todos os documentos e procedimentos relativos às licitações e ao cadastramento de licitan-tes.

XVII – produtos manufaturados nacionais – produtos manufaturados, produzidos no território nacional de acordo com o proces-so produtivo básico ou com as regras de ori-gem estabelecidas pelo Poder Executivo fe-deral; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XVIII – serviços nacionais – serviços pres-tados no País, nas condições estabelecidas pelo Poder Executivo federal; (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XIX – sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos – bens e servi-ços de tecnologia da informação e comuni-cação cuja descontinuidade provoque dano significativo à administração pública e que envolvam pelo menos um dos seguintes requisitos relacionados às informações crí-ticas: disponibilidade, confiabilidade, segu-rança e confidencialidade. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XX – produtos para pesquisa e desenvolvi-mento – bens, insumos, serviços e obras ne-cessários para atividade de pesquisa cien-tífica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discri-minados em projeto de pesquisa aprovado pela instituição contratante. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

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Seção IIIDAS OBRAS E SERVIÇOS

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços obedecerão ao dis-posto neste artigo e, em particular, à seguinte seqüência:

I – projeto básico;

II – projeto executivo;

III – execução das obras e serviços.

§ 1º A execução de cada etapa será obriga-toriamente precedida da conclusão e apro-vação, pela autoridade competente, dos trabalhos relativos às etapas anteriores, à exceção do projeto executivo, o qual poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que também autorizado pela Administração.

§ 2º As obras e os serviços somente pode-rão ser licitados quando:

I – houver projeto básico aprovado pela au-toridade competente e disponível para exa-me dos interessados em participar do pro-cesso licitatório;

II – existir orçamento detalhado em plani-lhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários;

III – houver previsão de recursos orçamen-tários que assegurem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou servi-ços a serem executadas no exercício finan-ceiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;

IV – o produto dela esperado estiver con-templado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de que trata o art. 165 da Consti-tuição Federal, quando for o caso.

§ 3º É vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos exe-

cutados e explorados sob o regime de con-cessão, nos termos da legislação específica.

§ 4º É vedada, ainda, a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto básico ou execu-tivo.

§ 5º É vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similari-dade ou de marcas, características e espe-cificações exclusivas, salvo nos casos em que for tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito sob o regime de adminis-tração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório.

§ 6º A infringência do disposto neste artigo implica a nulidade dos atos ou contratos re-alizados e a responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.

§ 7º Não será ainda computado como valor da obra ou serviço, para fins de julgamento das propostas de preços, a atualização mo-netária das obrigações de pagamento, des-de a data final de cada período de aferição até a do respectivo pagamento, que será calculada pelos mesmos critérios estabele-cidos obrigatoriamente no ato convocató-rio.

§ 8º Qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e preços unitários de determinada obra executada.

§ 9º O disposto neste artigo aplica-se tam-bém, no que couber, aos casos de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 8º A execução das obras e dos serviços deve programar-se, sempre, em sua totalidade, pre-vistos seus custos atual e final e considerados os prazos de sua execução.

Parágrafo único. É proibido o retardamento imotivado da execução de obra ou serviço,

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ou de suas parcelas, se existente previsão orçamentária para sua execução total, salvo insuficiência financeira ou comprovado mo-tivo de ordem técnica, justificados em des-pacho circunstanciado da autoridade a que se refere o art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 9º Não poderá participar, direta ou indire-tamente, da licitação ou da execução de obra ou serviço e do fornecimento de bens a eles neces-sários:

I – o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica;

II – empresa, isoladamente ou em consór-cio, responsável pela elaboração do projeto básico ou executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controla-dor, responsável técnico ou subcontratado;

III – servidor ou dirigente de órgão ou enti-dade contratante ou responsável pela licita-ção.

§ 1º É permitida a participação do autor do projeto ou da empresa a que se refere o in-ciso II deste artigo, na licitação de obra ou serviço, ou na execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, super-visão ou gerenciamento, exclusivamente a serviço da Administração interessada.

§ 2º O disposto neste artigo não impede a licitação ou contratação de obra ou serviço que inclua a elaboração de projeto execu-tivo como encargo do contratado ou pelo preço previamente fixado pela Administra-ção.

§ 3º Considera-se participação indireta, para fins do disposto neste artigo, a existên-cia de qualquer vínculo de natureza técnica, comercial, econômica, financeira ou traba-lhista entre o autor do projeto, pessoa física ou jurídica, e o licitante ou responsável pe-los serviços, fornecimentos e obras, incluin-

do-se os fornecimentos de bens e serviços a estes necessários.

§ 4º O disposto no parágrafo anterior aplica--se aos membros da comissão de licitação.

Art. 10. As obras e serviços poderão ser execu-tados nas seguintes formas: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – execução direta;

II – execução indireta, nos seguintes regi-mes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) empreitada por preço global;

b) empreitada por preço unitário;

c) (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) tarefa;

e) empreitada integral.

Parágrafo único. (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 11. As obras e serviços destinados aos mes-mos fins terão projetos padronizados por tipos, categorias ou classes, exceto quando o projeto--padrão não atender às condições peculiares do local ou às exigências específicas do empreendi-mento.

Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executi-vos de obras e serviços serão considerados prin-cipalmente os seguintes requisitos: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – segurança;

II – funcionalidade e adequação ao interes-se público;

III – economia na execução, conservação e operação;

IV – possibilidade de emprego de mão-de--obra, materiais, tecnologia e matérias-pri-mas existentes no local para execução, con-servação e operação;

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V – facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade da obra ou do serviço;

VI – adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas; (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

VII – impacto ambiental.

Seção IVDOS SERVIÇOS TÉCNICOS

PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS

Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:

I – estudos técnicos, planejamentos e proje-tos básicos ou executivos;

II – pareceres, perícias e avaliações em ge-ral;

III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV – fiscalização, supervisão ou gerencia-mento de obras ou serviços;

V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

VIII – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especiali-zados deverão, preferencialmente, ser cele-brados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remu-neração.

§ 2º Aos serviços técnicos previstos neste artigo aplica-se, no que couber, o disposto no art. 111 desta Lei.

§ 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente rela-ção de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilida-de de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pesso-al e diretamente os serviços objeto do con-trato.

Seção VDAS COMPRAS

Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a ade-quada caracterização de seu objeto e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamen-to, sob pena de nulidade do ato e responsabili-dade de quem lhe tiver dado causa.

Art. 15. As compras, sempre que possível, deve-rão: (Regulamento) (Regulamento) (Regulamen-to) (Vigência)

I – atender ao princípio da padronização, que imponha compatibilidade de especifi-cações técnicas e de desempenho, obser-vadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência técnica e garantia oferecidas;

II – ser processadas através de sistema de registro de preços;

III – submeter-se às condições de aquisição e pagamento semelhantes às do setor pri-vado;

IV – ser subdivididas em tantas parcelas quantas necessárias para aproveitar as pe-culiaridades do mercado, visando economi-cidade;

V – balizar-se pelos preços praticados no âmbito dos órgãos e entidades da Adminis-tração Pública.

§ 1º O registro de preços será precedido de ampla pesquisa de mercado.

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§ 2º Os preços registrados serão publicados trimestralmente para orientação da Admi-nistração, na imprensa oficial.

§ 3º O sistema de registro de preços será regulamentado por decreto, atendidas as peculiaridades regionais, observadas as se-guintes condições:

I – seleção feita mediante concorrência;

II – estipulação prévia do sistema de contro-le e atualização dos preços registrados;

III – validade do registro não superior a um ano.

§ 4º A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contra-tações que deles poderão advir, ficando--lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às licitações, sendo assegurado ao beneficiário do regis-tro preferência em igualdade de condições.

§ 5º O sistema de controle originado no quadro geral de preços, quando possível, deverá ser informatizado.

§ 6º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço vigente no mercado.

§ 7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:

I – a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;

II – a definição das unidades e das quantida-des a serem adquiridas em função do con-sumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível, mediante adequadas técnicas quantitativas de esti-mação;

III – as condições de guarda e armazena-mento que não permitam a deterioração do material.

§ 8º O recebimento de material de valor su-perior ao limite estabelecido no art. 23 des-

ta Lei, para a modalidade de convite, deverá ser confiado a uma comissão de, no míni-mo, 3 (três) membros.

Art. 16. Será dada publicidade, mensalmente, em órgão de divulgação oficial ou em quadro de avisos de amplo acesso público, à relação de todas as compras feitas pela Administração Di-reta ou Indireta, de maneira a clarificar a iden-tificação do bem comprado, seu preço unitário, a quantidade adquirida, o nome do vendedor e o valor total da operação, podendo ser aglutina-das por itens as compras feitas com dispensa e inexigibilidade de licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de lici-tação previstos no inciso IX do art. 24. (In-cluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Seção VIDAS ALIENAÇÕES

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I – quando imóveis, dependerá de autoriza-ção legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacio-nais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrên-cia, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, res-salvado o disposto nas alíneas f, h e i; (Reda-ção dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei;

d) investidura;

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e) venda a outro órgão ou entidade da ad-ministração pública, de qualquer esfera de governo; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamen-to, concessão de direito real de uso, loca-ção ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de pro-gramas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Redação dada pela Lei nº 11.481, de 2007)

g) procedimentos de legitimação de posse de que trata o art. 29 da Lei nº 6.383, de 7 de dezembro de 1976, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamen-to, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros qua-drados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse so-cial desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública; (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiá-ria, atendidos os requisitos legais; e (Reda-ção dada pela Lei nº 13.465, 2017)

II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-

-econômica, relativamente à escolha de ou-tra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente en-tre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser nego-ciadas em bolsa, observada a legislação es-pecífica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comerciali-zados por órgãos ou entidades da Adminis-tração Pública, em virtude de suas finalida-des;

f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administra-ção Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 1º Os imóveis doados com base na alínea "b" do inciso I deste artigo, cessadas as ra-zões que justificaram a sua doação, reverte-rão ao patrimônio da pessoa jurídica doado-ra, vedada a sua alienação pelo beneficiário.

§ 2º A Administração também poderá con-ceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

I – a outro órgão ou entidade da Adminis-tração Pública, qualquer que seja a localiza-ção do imóvel; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II – a pessoa natural que, nos termos de lei, regulamento ou ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisi-tos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área ru-ral, observado o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009; (Redação dada pela Lei nº 13.465, 2017)

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§ 2º-A. As hipóteses do inciso II do § 2º fi-cam dispensadas de autorização legislativa, porém submetem-se aos seguintes condi-cionamentos: (Redação dada pela Lei nº 11.952, de 2009)

I – aplicação exclusivamente às áreas em que a detenção por particular seja compro-vadamente anterior a 1º de dezembro de 2004; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II – submissão aos demais requisitos e im-pedimentos do regime legal e administrati-vo da destinação e da regularização fundiá-ria de terras públicas; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

III – vedação de concessões para hipóte-ses de exploração não-contempladas na lei agrária, nas leis de destinação de terras pú-blicas, ou nas normas legais ou administrati-vas de zoneamento ecológico-econômico; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV – previsão de rescisão automática da concessão, dispensada notificação, em caso de declaração de utilidade, ou necessidade pública ou interesse social. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 2º-B. A hipótese do inciso II do § 2º deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

I – só se aplica a imóvel situado em zona ru-ral, não sujeito a vedação, impedimento ou inconveniente a sua exploração mediante atividades agropecuárias; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

II – fica limitada a áreas de até quinze mó-dulos fiscais, desde que não exceda mil e quinhentos hectares, vedada a dispensa de licitação para áreas superiores a esse limite; (Redação dada pela Lei nº 11.763, de 2008)

III – pode ser cumulada com o quantitativo de área decorrente da figura prevista na alí-nea g do inciso I do caput deste artigo, até o limite previsto no inciso II deste parágrafo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005)

IV – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.763, de 2008)

§ 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resul-tante de obra pública, área esta que se tor-nar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avaliação e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinqüenta por cento) do valor constante da alínea "a" do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Públi-co, de imóveis para fins residenciais cons-truídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que considerados dis-pensáveis na fase de operação dessas uni-dades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoria-mente os encargos, o prazo de seu cumpri-mento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a lici-tação no caso de interesse público devida-mente justificado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º Na hipótese do parágrafo anterior, caso o donatário necessite oferecer o imóvel em garantia de financiamento, a cláusula de reversão e demais obrigações serão garan-tidas por hipoteca em segundo grau em fa-vor do doador. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º Para a venda de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia não su-perior ao limite previsto no art. 23, inciso II, alínea "b" desta Lei, a Administração poderá permitir o leilão. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

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§ 7º (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)

Art. 18. Na concorrência para a venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à comprovação do recolhimento de quantia cor-respondente a 5% (cinco por cento) da avalia-ção.

Art. 19. Os bens imóveis da Administração Pú-blica, cuja aquisição haja derivado de procedi-mentos judiciais ou de dação em pagamento, poderão ser alienados por ato da autoridade competente, observadas as seguintes regras:

I – avaliação dos bens alienáveis;

II – comprovação da necessidade ou utilida-de da alienação;

III – adoção do procedimento licitatório, sob a modalidade de concorrência ou leilão. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

CAPÍTULO IIDA LICITAÇÃO

Seção IDAS MODALIDADES, LIMITES E DISPENSA

Art. 20. As licitações serão efetuadas no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não impedirá a habilitação de interessados residentes ou sediados em outros locais.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos edi-tais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – no Diário Oficial da União, quando se tra-tar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas par-cial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais; (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distri-to Federal quando se tratar, respectivamen-te, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Muni-cipal, ou do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o ser-viço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

§ 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:

I – quarenta e cinco dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concurso; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de emprei-tada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço"; Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – trinta dias para: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) concorrência, nos casos não especifica-dos na alínea "b" do inciso anterior; (Incluí-da pela Lei nº 8.883, de 1994)

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b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e pre-ço"; (Incluída pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV – cinco dias úteis para convite. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última publicação do edital resumido ou da expe-dição do convite, ou ainda da efetiva dis-ponibilidade do edital ou do convite e res-pectivos anexos, prevalecendo a data que ocorrer mais tarde. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo ini-cialmente estabelecido, exceto quando, in-qüestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.

Art. 22. São modalidades de licitação:

I – concorrência;

II – tomada de preços;

III – convite;

IV – concurso;

V – leilão.

§ 1º Concorrência é a modalidade de licita-ção entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, com-provem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execu-ção de seu objeto.

§ 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimen-

to das propostas, observada a necessária qualificação.

§ 3º Convite é a modalidade de licitação en-tre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais ca-dastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com ante-cedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das propostas.

§ 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remu-neração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na impren-sa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

§ 5º Leilão é a modalidade de licitação en-tre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administra-ção ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º Na hipótese do § 3º deste artigo, exis-tindo na praça mais de 3 (três) possíveis interessados, a cada novo convite, realiza-do para objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado, enquanto existirem cadastra-dos não convidados nas últimas licitações. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7º Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3º deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devida-mente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.

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§ 8º É vedada a criação de outras modalida-des de licitação ou a combinação das referi-das neste artigo.

§ 9º Na hipótese do parágrafo 2º deste arti-go, a administração somente poderá exigir do licitante não cadastrado os documentos previstos nos arts. 27 a 31, que comprovem habilitação compatível com o objeto da lici-tação, nos termos do edital. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 23. As modalidades de licitação a que se re-ferem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I – para obras e serviços de engenharia: (Re-dação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite – até R$ 150.000,00 (cento e cin-qüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços – até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Reda-ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); (Reda-ção dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) convite – até R$ 80.000,00 (oitenta mil re-ais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) tomada de preços – até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais); (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

c) concorrência – acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais). (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 1º As obras, serviços e compras efetua-das pela Administração serão divididas em tantas parcelas quantas se comprovarem técnica e economicamente viáveis, proce-dendo-se à licitação com vistas ao melhor aproveitamento dos recursos disponíveis no

mercado e à ampliação da competitividade sem perda da economia de escala. (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º Na execução de obras e serviços e nas compras de bens, parceladas nos termos do parágrafo anterior, a cada etapa ou conjun-to de etapas da obra, serviço ou compra, há de corresponder licitação distinta, preserva-da a modalidade pertinente para a execu-ção do objeto em licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º A concorrência é a modalidade de li-citação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou aliena-ção de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19, como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de ca-dastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

§ 5º É vedada a utilização da modalidade "convite" ou "tomada de preços", conforme o caso, para parcelas de uma mesma obra ou serviço, ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomi-tantemente, sempre que o somatório de seus valores caracterizar o caso de "toma-da de preços" ou "concorrência", respecti-vamente, nos termos deste artigo, exceto para as parcelas de natureza específica que possam ser executadas por pessoas ou em-presas de especialidade diversa daquela do executor da obra ou serviço. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º As organizações industriais da Adminis-tração Federal direta, em face de suas pecu-liaridades, obedecerão aos limites estabele-

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cidos no inciso I deste artigo também para suas compras e serviços em geral, desde que para a aquisição de materiais aplicados exclusivamente na manutenção, reparo ou fabricação de meios operacionais bélicos pertencentes à União. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 7º Na compra de bens de natureza divi-sível e desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo, é permitida a cota-ção de quantidade inferior à demandada na licitação, com vistas a ampliação da compe-titividade, podendo o edital fixar quantita-tivo mínimo para preservar a economia de escala. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 8º No caso de consórcios públicos, aplicar--se-á o dobro dos valores mencionados no caput deste artigo quando formado por até 3 (três) entes da Federação, e o triplo, quan-do formado por maior número. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

Art. 24. É dispensável a licitação:

I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite pre-visto na alínea "a", do inciso I do artigo an-terior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III – nos casos de guerra ou grave perturba-ção da ordem;

IV – nos casos de emergência ou de calami-dade pública, quando caracterizada urgência

de atendimento de situação que possa oca-sionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao aten-dimento da situação emergencial ou calami-tosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorro-gação dos respectivos contratos;

V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas;

VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente supe-riores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pe-los órgãos oficiais competentes, casos em que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será ad-mitida a adjudicação direta dos bens ou ser-viços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços; (Vide § 3º do art. 48)

VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzi-dos ou serviços prestados por órgão ou en-tidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim espe-cífico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatí-vel com o praticado no mercado; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IX – quando houver possibilidade de com-prometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presi-dente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional; (Regulamento)

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X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessi-dades de instalação e localização condicio-nem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segun-do avaliação prévia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conse-qüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licita-ção anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas di-retamente com base no preço do dia; (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII – na contratação de instituição brasi-leira incumbida regimental ou estatutaria-mente da pesquisa, do ensino ou do desen-volvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestio-nável reputação ético-profissional e não te-nha fins lucrativos; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional espe-cífico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem mani-festamente vantajosas para o Poder Público; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de auten-ticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou en-tidade.

XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da ad-ministração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de

informática a pessoa jurídica de direito pú-blico interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamen-tos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equi-pamentos, quando tal condição de exclu-sividade for indispensável para a vigência da garantia; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em por-tos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder compro-meter a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exce-da ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

XX – na contratação de associação de por-tadores de deficiência física, sem fins lu-crativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

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XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de en-genharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou au-torizado, segundo as normas da legislação específica; (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisi-ção ou alienação de bens, prestação ou obten-ção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respecti-vas esferas de governo, para atividades con-templadas no contrato de gestão. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

XXV – na contratação realizada por Insti-tuição Científica e Tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação prote-gida. (Incluído pela Lei nº 10.973, de 2004)

XXVI – na celebração de contrato de pro-grama com ente da Federação ou com en-tidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma as-sociada nos termos do autorizado em con-trato de consórcio público ou em convênio de cooperação. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

XXVII – na contratação da coleta, processa-mento e comercialização de resíduos sóli-dos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físi-

cas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais reci-cláveis, com o uso de equipamentos compa-tíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007). (Vigência)

XXVIII – para o fornecimento de bens e ser-viços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta comple-xidade tecnológica e defesa nacional, me-diante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do ór-gão. (Incluído pela Lei nº 11.484, de 2007).

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exte-rior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou execu-tante e ratificadas pelo Comandante da For-ça. (Incluído pela Lei nº 11.783, de 2008).

XXX – na contratação de instituição ou or-ganização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistên-cia Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal. (Incluído pela Lei nº 12.188, de 2.010) Vigência

XXXI – nas contratações visando ao cum-primento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saú-de – SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusi-ve por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

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XXXIII – na contratação de entidades priva-das sem fins lucrativos, para a implemen-tação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo hu-mano e produção de alimentos, para be-neficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013)

XXXIV – para a aquisição por pessoa jurí-dica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública dire-ta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvi-mento institucional, científico e tecnológi-co e estímulo à inovação, inclusive na ges-tão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço con-tratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

§ 1º Os percentuais referidos nos incisos I e II do caput deste artigo serão 20% (vinte por cento) para compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos, socie-dade de economia mista, empresa pública e por autarquia ou fundação qualificadas, na forma da lei, como Agências Executivas. (In-cluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 2º O limite temporal de criação do órgão ou entidade que integre a administração pública estabelecido no inciso VIII do caput deste artigo não se aplica aos órgãos ou en-tidades que produzem produtos estratégi-cos para o SUS, no âmbito da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conforme elen-cados em ato da direção nacional do SUS. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 3º A hipótese de dispensa prevista no in-ciso XXI do caput, quando aplicada a obras e serviços de engenharia, seguirá proce-dimentos especiais instituídos em regula-mentação específica. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

§ 4º Não se aplica a vedação prevista no in-ciso I do caput do art. 9º à hipótese prevista no inciso XXI do caput. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:

I – para aquisição de materiais, equipamen-tos, ou gêneros que só possam ser forneci-dos por produtor, empresa ou representan-te comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de ex-clusividade ser feita através de atestado for-necido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de nature-za singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigi-bilidade para serviços de publicidade e di-vulgação;

III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, expe-riências, publicações, organização, apare-lhamento, equipe técnica, ou de outros re-quisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essen-cial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.

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§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se comprovado su-perfaturamento, respondem solidariamen-te pelo dano causado à Fazenda Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável, sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

Art. 26. As dispensas previstas nos §§ 2º e 4º do art. 17 e no inciso III e seguintes do art. 24, as situações de inexigibilidade referidas no art. 25, necessariamente justificadas, e o retardamento previsto no final do parágrafo único do art. 8º desta Lei deverão ser comunicados, dentro de 3 (três) dias, à autoridade superior, para ratifica-ção e publicação na imprensa oficial, no prazo de 5 (cinco) dias, como condição para a eficácia dos atos. (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)

Parágrafo único. O processo de dispensa, de inexigibilidade ou de retardamento, pre-visto neste artigo, será instruído, no que couber, com os seguintes elementos:

I – caracterização da situação emergencial ou calamitosa que justifique a dispensa, quando for o caso;

II – razão da escolha do fornecedor ou exe-cutante;

III – justificativa do preço.

IV – documento de aprovação dos projetos de pesquisa aos quais os bens serão aloca-dos. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Seção IIDA HABILITAÇÃO

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir--se-á dos interessados, exclusivamente, docu-mentação relativa a:

I – habilitação jurídica;

II – qualificação técnica;

III – qualificação econômico-financeira;

IV – regularidade fiscal e trabalhista; (Reda-ção dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vi-gência)

V – cumprimento do disposto no inciso XX-XIII do art. 7º da Constituição Federal. (In-cluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:

I – cédula de identidade;

II – registro comercial, no caso de empresa individual;

III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanha-do de documentos de eleição de seus admi-nistradores;

IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;

V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, consistirá em: (Redação dada pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigência)

I – prova de inscrição no Cadastro de Pes-soas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);

II – prova de inscrição no cadastro de con-tribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e com-patível com o objeto contratual;

III – prova de regularidade para com a Fa-zenda Federal, Estadual e Municipal do do-micílio ou sede do licitante, ou outra equi-valente, na forma da lei;

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IV – prova de regularidade relativa à Segu-ridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos en-cargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

V – prova de inexistência de débitos inadim-plidos perante a Justiça do Trabalho, me-diante a apresentação de certidão negativa, nos termos do Título VII-A da Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decre-to-Lei nº5.452, de 1º de maio de 1943. (In-cluído pela Lei nº 12.440, de 2011) (Vigên-cia)

Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I – registro ou inscrição na entidade profis-sional competente;

II – comprovação de aptidão para desem-penho de atividade pertinente e compatí-vel em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pes-soal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III – comprovação, fornecida pelo órgão li-citante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimen-to de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;

IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

§ 1º A comprovação de aptidão referida no inciso II do "caput" deste artigo, no caso das licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pes-soas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades pro-fissionais competentes, limitadas as exigên-

cias a: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – capacitação técnico-profissional: com-provação do licitante de possuir em seu quadro permanente, na data prevista para entrega da proposta, profissional de nível superior ou outro devidamente reconheci-do pela entidade competente, detentor de atestado de responsabilidade técnica por execução de obra ou serviço de caracterís-ticas semelhantes, limitadas estas exclusi-vamente às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto da licitação, vedadas as exigências de quantidades míni-mas ou prazos máximos; (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º As parcelas de maior relevância técni-ca e de valor significativo, mencionadas no parágrafo anterior, serão definidas no ins-trumento convocatório. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Será sempre admitida a comprovação de aptidão através de certidões ou atesta-dos de obras ou serviços similares de com-plexidade tecnológica e operacional equiva-lente ou superior.

§ 4º Nas licitações para fornecimento de bens, a comprovação de aptidão, quando for o caso, será feita através de atestados fornecidos por pessoa jurídica de direito pú-blico ou privado.

§ 5º É vedada a exigência de comprovação de atividade ou de aptidão com limitações de tempo ou de época ou ainda em locais específicos, ou quaisquer outras não previs-tas nesta Lei, que inibam a participação na licitação.

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§ 6º As exigências mínimas relativas a insta-lações de canteiros, máquinas, equipamen-tos e pessoal técnico especializado, consi-derados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas median-te a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia.

§ 7º (Vetado). ( Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 8º No caso de obras, serviços e compras de grande vulto, de alta complexidade téc-nica, poderá a Administração exigir dos lici-tantes a metodologia de execução, cuja ava-liação, para efeito de sua aceitação ou não, antecederá sempre à análise dos preços e será efetuada exclusivamente por critérios objetivos.

§ 9º Entende-se por licitação de alta com-plexidade técnica aquela que envolva alta especialização, como fator de extrema rele-vância para garantir a execução do objeto a ser contratado, ou que possa comprometer a continuidade da prestação de serviços pú-blicos essenciais.

§ 10. Os profissionais indicados pelo licitan-te para fins de comprovação da capacitação técnico-profissional de que trata o inciso I do § 1º deste artigo deverão participar da obra ou serviço objeto da licitação, admi-tindo-se a substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada pela administração. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 11. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 12. (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:

I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exi-gíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por ba-lancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 (três) meses da data de apresentação da proposta;

II – certidão negativa de falência ou concor-data expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimo-nial, expedida no domicílio da pessoa física;

III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação.

§ 1º A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º A Administração, nas compras para en-trega futura e na execução de obras e ser-viços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de ca-pital mínimo ou de patrimônio líquido míni-mo, ou ainda as garantias previstas no § 1º do art. 56 desta Lei, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico--financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado.

§ 3º O capital mínimo ou o valor do patri-mônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativa-mente à data da apresentação da proposta,

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na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.

§ 4º Poderá ser exigida, ainda, a relação dos compromissos assumidos pelo licitante que importem diminuição da capacidade opera-tiva ou absorção de disponibilidade finan-ceira, calculada esta em função do patrimô-nio líquido atualizado e sua capacidade de rotação.

§ 5º A comprovação de boa situação finan-ceira da empresa será feita de forma objeti-va, através do cálculo de índices contábeis previstos no edital e devidamente justifica-dos no processo administrativo da licitação que tenha dado início ao certame licitató-rio, vedada a exigência de índices e valo-res não usualmente adotados para correta avaliação de situação financeira suficiente ao cumprimento das obrigações decorren-tes da licitação. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 32. Os documentos necessários à habilita-ção poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da admi-nistração ou publicação em órgão da impren-sa oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pron-ta entrega e leilão.

§ 2º O certificado de registro cadastral a que se refere o § 1º do art. 36 substitui os documentos enumerados nos arts. 28 a 31, quanto às informações disponibilizadas em sistema informatizado de consulta direta indicado no edital, obrigando-se a parte a declarar, sob as penalidades legais, a super-veniência de fato impeditivo da habilitação. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3º A documentação referida neste artigo poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.

§ 4º As empresas estrangeiras que não funcionem no País, tanto quanto possível, atenderão, nas licitações internacionais, às exigências dos parágrafos anteriores me-diante documentos equivalentes, autentica-dos pelos respectivos consulados e traduzi-dos por tradutor juramentado, devendo ter representação legal no Brasil com poderes expressos para receber citação e responder administrativa ou judicialmente.

§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referen-tes a fornecimento do edital, quando solici-tado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de repro-dução gráfica da documentação fornecida.

§ 6º O disposto no § 4º deste artigo, no § 1º do art. 33 e no § 2º do art. 55, não se aplica às licitações internacionais para a aquisição de bens e serviços cujo pagamento seja fei-to com o produto de financiamento conce-dido por organismo financeiro internacional de que o Brasil faça parte, ou por agência estrangeira de cooperação, nem nos casos de contratação com empresa estrangeira, para a compra de equipamentos fabrica-dos e entregues no exterior, desde que para este caso tenha havido prévia autorização do Chefe do Poder Executivo, nem nos ca-sos de aquisição de bens e serviços realiza-da por unidades administrativas com sede no exterior.

§ 7º A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 e este artigo poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23. (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

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Art. 33. Quando permitida na licitação a partici-pação de empresas em consórcio, observar-se--ão as seguintes normas:

I – comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados;

II – indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital;

III – apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quan-titativos de cada consorciado, e, para efei-to de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participa-ção, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acrésci-mo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei;

IV – impedimento de participação de em-presa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isola-damente;

V – responsabilidade solidária dos integran-tes pelos atos praticados em consórcio, tan-to na fase de licitação quanto na de execu-ção do contrato.

§ 1º No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigato-riamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo.

§ 2º O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo.

Seção IIIDOS REGISTROS CADASTRAIS

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e en-tidades da Administração Pública que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, um ano. (Regulamento)

§ 1º O registro cadastral deverá ser am-plamente divulgado e deverá estar per-manentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, atra-vés da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de no-vos interessados.

§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de ou-tros órgãos ou entidades da Administração Pública.

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interes-sado fornecerá os elementos necessários à sa-tisfação das exigências do art. 27 desta Lei.

Art. 36. Os inscritos serão classificados por ca-tegorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação relacionada nos arts. 30 e 31 desta Lei.

§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o regis-tro.

§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.

Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.

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Seção IVDO PROCEDIMENTO E JULGAMENTO

Art. 38. O procedimento da licitação será inicia-do com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numera-do, contendo a autorização respectiva, a indica-ção sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados opor-tunamente:

I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;

III – ato de designação da comissão de lici-tação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;

IV – original das propostas e dos documen-tos que as instruírem;

V – atas, relatórios e deliberações da Comis-são Julgadora;

VI – pareceres técnicos ou jurídicos emiti-dos sobre a licitação, dispensa ou inexigibi-lidade;

VII – atos de adjudicação do objeto da licita-ção e da sua homologação;

VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;

IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamen-tado circunstanciadamente;

X – termo de contrato ou instrumento equi-valente, conforme o caso;

XI – outros comprovantes de publicações;

XII – demais documentos relativos à licita-ção.

Parágrafo único. As minutas de editais de licitação, bem como as dos contratos, acor-

dos, convênios ou ajustes devem ser previa-mente examinadas e aprovadas por asses-soria jurídica da Administração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações si-multâneas ou sucessivas for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei, o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável com antecedência mínima de 15 (quinze) dias úteis da data prevista para a publicação do edi-tal, e divulgada, com a antecedência mínima de 10 (dez) dias úteis de sua realização, pelos mes-mos meios previstos para a publicidade da lici-tação, à qual terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar todos os interessados.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, consideram-se licitações simultâneas aque-las com objetos similares e com realização prevista para intervalos não superiores a trinta dias e licitações sucessivas aquelas em que, também com objetos similares, o edital subseqüente tenha uma data anterior a cento e vinte dias após o término do con-trato resultante da licitação antecedente. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o núme-ro de ordem em série anual, o nome da repar-tição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para exe-cução do contrato e para entrega do objeto da licitação;

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III – sanções para o caso de inadimplemen-to;

IV – local onde poderá ser examinado e ad-quirido o projeto básico;

V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adqui-rido;

VI – condições para participação na licita-ção, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das pro-postas;

VII – critério para julgamento, com disposi-ções claras e parâmetros objetivos;

VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informa-ções e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obri-gações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permiti-da a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios esta-tísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

XI – critério de reajuste, que deverá retra-tar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apre-sentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XII – (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previs-tos em separado das demais parcelas, eta-pas ou tarefas;

XIV – condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a trinta dias, contado a partir da data final do perí-odo de adimplemento de cada parcela; (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibi-lidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos va-lores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

d) compensações financeiras e penaliza-ções, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII – outras indicações específicas ou pe-culiares da licitação.

§ 1º O original do edital deverá ser data-do, rubricado em todas as folhas e assina-do pela autoridade que o expedir, perma-necendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos in-teressados.

§ 2º Constituem anexos do edital, dele fa-zendo parte integrante:

I – o projeto básico e/ou executivo, com todas as suas partes, desenhos, especifica-ções e outros complementos;

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II – orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – a minuta do contrato a ser firmado en-tre a Administração e o licitante vencedor;

IV – as especificações complementares e as normas de execução pertinentes à licitação.

§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, con-sidera-se como adimplemento da obrigação contratual a prestação do serviço, a realiza-ção da obra, a entrega do bem ou de parce-la destes, bem como qualquer outro evento contratual a cuja ocorrência esteja vincula-da a emissão de documento de cobrança.

§ 4º Nas compras para entrega imediata, assim entendidas aquelas com prazo de en-trega até trinta dias da data prevista para apresentação da proposta, poderão ser dis-pensadas: (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – o disposto no inciso XI deste artigo; (In-cluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

II – a atualização financeira a que se refere a alínea "c" do inciso XIV deste artigo, cor-respondente ao período compreendido en-tre as datas do adimplemento e a prevista para o pagamento, desde que não superior a quinze dias. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irre-gularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 (cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos en-velopes de habilitação, devendo a Adminis-tração julgar e responder à impugnação em até 3 (três) dias úteis, sem prejuízo da facul-dade prevista no § 1º do art. 113.

§ 2º Decairá do direito de impugnar os ter-mos do edital de licitação perante a admi-

nistração o licitante que não o fizer até o se-gundo dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregu-laridades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em jul-gado da decisão a ela pertinente.

§ 4º A inabilitação do licitante importa pre-clusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.

Art. 42. Nas concorrências de âmbito interna-cional, o edital deverá ajustar-se às diretrizes da política monetária e do comércio exterior e atender às exigências dos órgãos competentes.

§ 1º Quando for permitido ao licitante es-trangeiro cotar preço em moeda estran-geira, igualmente o poderá fazer o licitante brasileiro.

§ 2º O pagamento feito ao licitante brasilei-ro eventualmente contratado em virtude da licitação de que trata o parágrafo anterior será efetuado em moeda brasileira, à taxa de câmbio vigente no dia útil imediatamen-te anterior à data do efetivo pagamento. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º As garantias de pagamento ao licitante brasileiro serão equivalentes àquelas ofere-cidas ao licitante estrangeiro.

§ 4º Para fins de julgamento da licitação, as propostas apresentadas por licitantes es-trangeiros serão acrescidas dos gravames conseqüentes dos mesmos tributos que oneram exclusivamente os licitantes brasi-leiros quanto à operação final de venda.

§ 5º Para a realização de obras, prestação de serviços ou aquisição de bens com recursos

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provenientes de financiamento ou doação oriundos de agência oficial de cooperação estrangeira ou organismo financeiro multi-lateral de que o Brasil seja parte, poderão ser admitidas, na respectiva licitação, as condições decorrentes de acordos, protoco-los, convenções ou tratados internacionais aprovados pelo Congresso Nacional, bem como as normas e procedimentos daquelas entidades, inclusive quanto ao critério de seleção da proposta mais vantajosa para a administração, o qual poderá contemplar, além do preço, outros fatores de avaliação, desde que por elas exigidos para a obten-ção do financiamento ou da doação, e que também não conflitem com o princípio do julgamento objetivo e sejam objeto de des-pacho motivado do órgão executor do con-trato, despacho esse ratificado pela auto-ridade imediatamente superior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 6º As cotações de todos os licitantes serão para entrega no mesmo local de destino.

Art. 43. A licitação será processada e julgada com observância dos seguintes procedimentos:

I – abertura dos envelopes contendo a do-cumentação relativa à habilitação dos con-correntes, e sua apreciação;

II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as res-pectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem inter-posição de recurso, ou tenha havido desis-tência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, con-forme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial com-petente, ou ainda com os constantes do sis-tema de registro de preços, os quais deve-rão ser devidamente registrados na ata de

julgamento, promovendo-se a desclassifica-ção das propostas desconformes ou incom-patíveis;

V – julgamento e classificação das propos-tas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;

VI – deliberação da autoridade competen-te quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.

§ 1º A abertura dos envelopes contendo a documentação para habilitação e as pro-postas será realizada sempre em ato pú-blico previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, assinada pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 2º Todos os documentos e propostas se-rão rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão.

§ 3º É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência destinada a esclare-cer ou a complementar a instrução do pro-cesso, vedada a inclusão posterior de docu-mento ou informação que deveria constar originariamente da proposta.

§ 4º O disposto neste artigo aplica-se à con-corrência e, no que couber, ao concurso, ao leilão, à tomada de preços e ao convite. (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º Ultrapassada a fase de habilitação dos concorrentes (incisos I e II) e abertas as pro-postas (inciso III), não cabe desclassificá-los por motivo relacionado com a habilitação, salvo em razão de fatos supervenientes ou só conhecidos após o julgamento.

§ 6º Após a fase de habilitação, não cabe desistência de proposta, salvo por motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela Comissão.

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comis-são levará em consideração os critérios objeti-vos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabe-lecidos por esta Lei.

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§ 1º É vedada a utilização de qualquer ele-mento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualda-de entre os licitantes.

§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no con-vite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vanta-gem baseada nas ofertas dos demais licitan-tes.

§ 3º Não se admitirá proposta que apresen-te preços global ou unitários simbólicos, ir-risórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mer-cado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, ex-ceto quando se referirem a materiais e ins-talações de propriedade do próprio licitan-te, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º O disposto no parágrafo anterior apli-ca-se também às propostas que incluam mão-de-obra estrangeira ou importações de qualquer natureza. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 45. O julgamento das propostas será ob-jetivo, devendo a Comissão de licitação ou o responsável pelo convite realizá-lo em confor-midade com os tipos de licitação, os critérios previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle.

§ 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vence-dor o licitante que apresentar a proposta de

acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;

II – a de melhor técnica;

III – a de técnica e preço.

IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direi-to real de uso. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º No caso de empate entre duas ou mais propostas, e após obedecido o disposto no § 2º do art. 3º desta Lei, a classificação se fará, obrigatoriamente, por sorteio, em ato público, para o qual todos os licitantes se-rão convocados, vedado qualquer outro processo.

§ 3º No caso da licitação do tipo "menor preço", entre os licitantes considerados qualificados a classificação se dará pela or-dem crescente dos preços propostos, preva-lecendo, no caso de empate, exclusivamen-te o critério previsto no parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º Para contratação de bens e serviços de informática, a administração observará o disposto no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991, levando em conta os fatores especificados em seu parágrafo 2º e adotando obrigatoriamento o tipo de licita-ção "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indica-dos em decreto do Poder Executivo. (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo.

§ 6º Na hipótese prevista no art. 23, § 7º, serão selecionadas tantas propostas quan-tas necessárias até que se atinja a quanti-dade demandada na licitação. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusiva-mente para serviços de natureza predominan-temente intelectual, em especial na elaboração

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de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de es-tudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos, ressalvado o disposto no § 4º do artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Nas licitações do tipo "melhor técnica" será adotado o seguinte procedimento cla-ramente explicitado no instrumento convo-catório, o qual fixará o preço máximo que a Administração se propõe a pagar:

I – serão abertos os envelopes contendo as propostas técnicas exclusivamente dos licitantes previamente qualificados e fei-ta então a avaliação e classificação destas propostas de acordo com os critérios per-tinentes e adequados ao objeto licitado, definidos com clareza e objetividade no ins-trumento convocatório e que considerem a capacitação e a experiência do proponente, a qualidade técnica da proposta, compreen-dendo metodologia, organização, tecnolo-gias e recursos materiais a serem utilizados nos trabalhos, e a qualificação das equipes técnicas a serem mobilizadas para a sua execução;

II – uma vez classificadas as propostas técni-cas, proceder-se-á à abertura das propostas de preço dos licitantes que tenham atingido a valorização mínima estabelecida no ins-trumento convocatório e à negociação das condições propostas, com a proponente melhor classificada, com base nos orçamen-tos detalhados apresentados e respectivos preços unitários e tendo como referência o limite representado pela proposta de me-nor preço entre os licitantes que obtiveram a valorização mínima;

III – no caso de impasse na negociação an-terior, procedimento idêntico será adotado, sucessivamente, com os demais proponen-tes, pela ordem de classificação, até a con-secução de acordo para a contratação;

IV – as propostas de preços serão devolvi-das intactas aos licitantes que não forem preliminarmente habilitados ou que não obtiverem a valorização mínima estabeleci-da para a proposta técnica.

§ 2º Nas licitações do tipo "técnica e preço" será adotado, adicionalmente ao inciso I do parágrafo anterior, o seguinte procedimen-to claramente explicitado no instrumento convocatório:

I – será feita a avaliação e a valorização das propostas de preços, de acordo com crité-rios objetivos preestabelecidos no instru-mento convocatório;

II – a classificação dos proponentes far-se-á de acordo com a média ponderada das valo-rizações das propostas técnicas e de preço, de acordo com os pesos preestabelecidos no instrumento convocatório.

§ 3º Excepcionalmente, os tipos de licitação previstos neste artigo poderão ser adota-dos, por autorização expressa e median-te justificativa circunstanciada da maior autoridade da Administração promotora constante do ato convocatório, para forne-cimento de bens e execução de obras ou prestação de serviços de grande vulto ma-joritariamente dependentes de tecnologia nitidamente sofisticada e de domínio res-trito, atestado por autoridades técnicas de reconhecida qualificação, nos casos em que o objeto pretendido admitir soluções alter-nativas e variações de execução, com reper-cussões significativas sobre sua qualidade, produtividade, rendimento e durabilidade concretamente mensuráveis, e estas pude-rem ser adotadas à livre escolha dos licitan-tes, na conformidade dos critérios objetiva-mente fixados no ato convocatório.

§ 4º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 47. Nas licitações para a execução de obras e serviços, quando for adotada a modalidade de execução de empreitada por preço global, a Administração deverá fornecer obrigatoria-

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mente, junto com o edital, todos os elementos e informações necessários para que os licitantes possam elaborar suas propostas de preços com total e completo conhecimento do objeto da li-citação.

Art. 48. Serão desclassificadas:

I – as propostas que não atendam às exigên-cias do ato convocatório da licitação;

II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifes-tamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatí-veis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especifi-cadas no ato convocatório da licitação. (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamen-te inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de en-genharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% (setenta por cento) do me-nor dos seguintes valores: (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

a) média aritmética dos valores das propos-tas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela administração, ou (In-cluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

b) valor orçado pela administração. (Incluí-do pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da pro-posta for inferior a 80% (oitenta por cento) do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional, dentre as modalidades previstas no § 1º do art. 56, igual a diferença entre o valor resul-tante do parágrafo anterior e o valor da cor-

respondente proposta. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3º Quando todos os licitantes forem ina-bilitados ou todas as propostas forem des-classificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 49. A autoridade competente para a apro-vação do procedimento somente poderá revo-gar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justi-ficar tal conduta, devendo anulá-la por ilegali-dade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente funda-mentado.

§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obriga-ção de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório, fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.

§ 4º O disposto neste artigo e seus parágra-fos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classifica-ção das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulida-de.

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancela-mento, e as propostas serão processadas e jul-gadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 (três) membros, sendo pelo me-

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nos 2 (dois) deles servidores qualificados per-tencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

§ 1º No caso de convite, a Comissão de li-citação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exi-güidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente desig-nado pela autoridade competente.

§ 2º A Comissão para julgamento dos pedi-dos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3º Os membros das Comissões de licita-ção responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devi-damente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido toma-da a decisão.

§ 4º A investidura dos membros das Comis-sões permanentes não excederá a 1 (um) ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.

§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhe-cido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

Art. 52. O concurso a que se refere o § 4º do art. 22 desta Lei deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.

§ 1º O regulamento deverá indicar:

I – a qualificação exigida dos participantes;

II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;

III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

§ 2º Em se tratando de projeto, o vencedor deverá autorizar a Administração a executá--lo quando julgar conveniente.

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administra-ção, procedendo-se na forma da legislação per-tinente.

§ 1º Todo bem a ser leiloado será previa-mente avaliado pela Administração para fi-xação do preço mínimo de arrematação.

§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vis-ta ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% (cinco por cento) e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente entregues ao arre-matante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.

§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamen-to da parcela à vista poderá ser feito em até vinte e quatro horas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

CAPÍTULO IIIDOS CONTRATOS

Seção IDISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se pelas suas cláusulas e pelos preceitos de direito público, aplicando--se-lhes, supletivamente, os princípios da teoria geral dos contratos e as disposições de direito privado.

§ 1º Os contratos devem estabelecer com clareza e precisão as condições para sua

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execução, expressas em cláusulas que defi-nam os direitos, obrigações e responsabili-dades das partes, em conformidade com os termos da licitação e da proposta a que se vinculam.

§ 2º Os contratos decorrentes de dispen-sa ou de inexigibilidade de licitação devem atender aos termos do ato que os autorizou e da respectiva proposta.

Art. 55. São cláusulas necessárias em todo con-trato as que estabeleçam:

I – o objeto e seus elementos característi-cos;

II – o regime de execução ou a forma de for-necimento;

III – o preço e as condições de pagamen-to, os critérios, data-base e periodicidade do reajustamento de preços, os critérios de atualização monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;

IV – os prazos de início de etapas de execu-ção, de conclusão, de entrega, de observa-ção e de recebimento definitivo, conforme o caso;

V – o crédito pelo qual correrá a despesa, com a indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica;

VI – as garantias oferecidas para assegurar sua plena execução, quando exigidas;

VII – os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabíveis e os valores das multas;

VIII – os casos de rescisão;

IX – o reconhecimento dos direitos da Ad-ministração, em caso de rescisão adminis-trativa prevista no art. 77 desta Lei;

X – as condições de importação, a data e a taxa de câmbio para conversão, quando for o caso;

XI – a vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor;

XII – a legislação aplicável à execução do contrato e especialmente aos casos omis-sos;

XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda a execução do contrato, em compatibilidade com as obrigações por ele assumidas, todas as condições de habilita-ção e qualificação exigidas na licitação.

§ 1º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 2º Nos contratos celebrados pela Admi-nistração Pública com pessoas físicas ou jurídicas, inclusive aquelas domiciliadas no estrangeiro, deverá constar necessariamen-te cláusula que declare competente o foro da sede da Administração para dirimir qual-quer questão contratual, salvo o disposto no § 6º do art. 32 desta Lei.

§ 3º No ato da liquidação da despesa, os serviços de contabilidade comunicarão, aos órgãos incumbidos da arrecadação e fiscali-zação de tributos da União, Estado ou Mu-nicípio, as características e os valores pa-gos, segundo o disposto no art. 63 da Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964.

Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde que prevista no instru-mento convocatório, poderá ser exigida presta-ção de garantia nas contratações de obras, ser-viços e compras.

§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia: (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

I – caução em dinheiro ou em títulos da dí-vida pública, devendo estes ter sido emiti-dos sob a forma escritural, mediante regis-tro em sistema centralizado de liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil e avaliados pelos seus valores eco-nômicos, conforme definido pelo Ministé-

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rio da Fazenda; (Redação dada pela Lei nº 11.079, de 2004)

II – seguro-garantia; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

III – fiança bancária. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 8.6.94)

§ 2º A garantia a que se refere o caput des-te artigo não excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá seu valor atualizado nas mesmas condições daquele, ressalvado o previsto no parágrafo 3º deste artigo. (Re-dação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Para obras, serviços e fornecimentos de grande vulto envolvendo alta complexi-dade técnica e riscos financeiros conside-ráveis, demonstrados através de parecer tecnicamente aprovado pela autoridade competente, o limite de garantia previsto no parágrafo anterior poderá ser elevado para até dez por cento do valor do contrato. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º A garantia prestada pelo contratado será liberada ou restituída após a execução do contrato e, quando em dinheiro, atuali-zada monetariamente.

§ 5º Nos casos de contratos que importem na entrega de bens pela Administração, dos quais o contratado ficará depositário, ao va-lor da garantia deverá ser acrescido o valor desses bens.

Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respecti-vos créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:

I – aos projetos cujos produtos estejam con-templados nas metas estabelecidas no Pla-no Plurianual, os quais poderão ser prorro-gados se houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no ato convocatório;

II – à prestação de serviços a serem execu-tados de forma contínua, que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e su-

cessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas para a administração, limitada a sessenta meses; (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

III – (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

IV – ao aluguel de equipamentos e à utiliza-ção de programas de informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vi-gência do contrato.

V – às hipóteses previstas nos incisos IX, XIX, XXVIII e XXXI do art. 24, cujos contratos poderão ter vigência por até 120 (cento e vinte) meses, caso haja interesse da admi-nistração. (Incluído pela Lei nº 12.349, de 2010)

§ 1º Os prazos de início de etapas de exe-cução, de conclusão e de entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes motivos, devidamente autuados em processo:

I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;

II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes, que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;

III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por ordem e no interesse da Administração;

IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permiti-dos por esta Lei;

V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela Administração em documento contemporâ-neo à sua ocorrência;

VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto

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aos pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamen-to na execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsá-veis.

§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autori-zada pela autoridade competente para cele-brar o contrato.

§ 3º É vedado o contrato com prazo de vi-gência indeterminado.

§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da auto-ridade superior, o prazo de que trata o inci-so II do caput deste artigo poderá ser pror-rogado por até doze meses. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 58. O regime jurídico dos contratos admi-nistrativos instituído por esta Lei confere à Ad-ministração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I – modificá-los, unilateralmente, para me-lhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contrata-do;

II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III – fiscalizar-lhes a execução;

IV – aplicar sanções motivadas pela inexe-cução total ou parcial do ajuste;

V – nos casos de serviços essenciais, ocu-par provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato adminis-trativo.

§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia con-cordância do contratado.

§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do contra-to deverão ser revistas para que se mante-nha o equilíbrio contratual.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedin-do os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o con-tratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por ou-tros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, pro-movendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

Seção IIDA FORMALIZAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autó-grafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, sal-vo o de pequenas compras de pronto paga-mento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do limi-te estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adianta-mento.

Art. 61. Todo contrato deve mencionar os no-mes das partes e os de seus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeição dos contratan-tes às normas desta Lei e às cláusulas contratu-ais.

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Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus adita-mentos na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será provi-denciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assina-tura, para ocorrer no prazo de vinte dias da-quela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 62. O instrumento de contrato é obrigató-rio nos casos de concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e inexigibili-dades cujos preços estejam compreendidos nos limites destas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração puder substituí-lo por outros instrumentos há-beis, tais como carta-contrato, nota de empe-nho de despesa, autorização de compra ou or-dem de execução de serviço.

§ 1º A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da lici-tação.

§ 2º Em "carta contrato", "nota de empe-nho de despesa", "autorização de compra", "ordem de execução de serviço" ou outros instrumentos hábeis aplica-se, no que cou-ber, o disposto no art. 55 desta Lei. (Reda-ção dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 3º Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61 desta Lei e demais normas gerais, no que couber:

I – aos contratos de seguro, de financiamen-to, de locação em que o Poder Público seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por norma de direito privado;

II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público.

§ 4º É dispensável o "termo de contrato" e facultada a substituição prevista neste artigo, a critério da Administração e inde-pendentemente de seu valor, nos casos de

compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais não resultem obrigações futuras, inclusive assistência téc-nica.

Art. 63. É permitido a qualquer licitante o conhe-cimento dos termos do contrato e do respectivo processo licitatório e, a qualquer interessado, a obtenção de cópia autenticada, mediante o pa-gamento dos emolumentos devidos.

Art. 64. A Administração convocará regularmen-te o interessado para assinar o termo de contra-to, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem pre-juízo das sanções previstas no art. 81 desta Lei.

§ 1º O prazo de convocação poderá ser pror-rogado uma vez, por igual período, quando solicitado pela parte durante o seu trans-curso e desde que ocorra motivo justificado aceito pela Administração.

§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contra-to ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabele-cidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições pro-postas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformi-dade com o ato convocatório, ou revogar a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta Lei.

§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convocação para a contratação, ficam os licitantes libe-rados dos compromissos assumidos.

Seção IIIDA ALTERAÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei pode-rão ser alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes casos:

I – unilateralmente pela Administração:

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a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor adequa-ção técnica aos seus objetivos;

b) quando necessária a modificação do va-lor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;

II – por acordo das partes:

a) quando conveniente a substituição da ga-rantia de execução;

b) quando necessária a modificação do re-gime de execução da obra ou serviço, bem como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originários;

c) quando necessária a modificação da for-ma de pagamento, por imposição de cir-cunstâncias supervenientes, mantido o va-lor inicial atualizado, vedada a antecipação do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

d) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre os encargos do contratado e a retribuição da adminis-tração para a justa remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a ma-nutenção do equilíbrio econômico-finan-ceiro inicial do contrato, na hipótese de so-brevirem fatos imprevisíveis, ou previsíveis porém de conseqüências incalculáveis, re-tardadores ou impeditivos da execução do ajustado, ou, ainda, em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe, configu-rando álea econômica extraordinária e ex-tracontratual. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º O contratado fica obrigado a acei-tar, nas mesmas condições contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial atu-alizado do contrato, e, no caso particular de

reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.

§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão pode-rá exceder os limites estabelecidos no pará-grafo anterior, salvo: (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

I – (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

II – as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes. (Incluído pela Lei nº 9.648, de 1998)

§ 3º Se no contrato não houverem sido con-templados preços unitários para obras ou serviços, esses serão fixados mediante acor-do entre as partes, respeitados os limites estabelecidos no § 1º deste artigo.

§ 4º No caso de supressão de obras, bens ou serviços, se o contratado já houver ad-quirido os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Ad-ministração pelos custos de aquisição regu-larmente comprovados e monetariamente corrigidos, podendo caber indenização por outros danos eventualmente decorren-tes da supressão, desde que regularmente comprovados.

§ 5º Quaisquer tributos ou encargos legais criados, alterados ou extintos, bem como a superveniência de disposições legais, quan-do ocorridas após a data da apresentação da proposta, de comprovada repercussão nos preços contratados, implicarão a revi-são destes para mais ou para menos, con-forme o caso.

§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do con-tratado, a Administração deverá restabele-cer, por aditamento, o equilíbrio econômi-co-financeiro inicial.

§ 7º (VETADO)

§ 8º A variação do valor contratual para fa-zer face ao reajuste de preços previsto no

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próprio contrato, as atualizações, compen-sações ou penalizações financeiras decor-rentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho de dota-ções orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não caracteri-zam alteração do mesmo, podendo ser re-gistrados por simples apostila, dispensando a celebração de aditamento.

Seção IV DA EXECUÇÃO DOS CONTRATOS

Art. 66. O contrato deverá ser executado fiel-mente pelas partes, de acordo com as cláusulas avençadas e as normas desta Lei, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua inexecu-ção total ou parcial.

Art. 66-A. As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo o período de execução do contrato, a reserva de cargos pre-vista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Parágrafo único. Cabe à administração fis-calizar o cumprimento dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)

Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um representan-te da Administração especialmente designado, permitida a contratação de terceiros para assis-ti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.

§ 1º O representante da Administração ano-tará em registro próprio todas as ocorrên-cias relacionadas com a execução do con-trato, determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos obser-vados.

§ 2º As decisões e providências que ultra-passarem a competência do representante

deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil para a adoção das medidas convenientes.

Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do con-trato.

Art. 69. O contratado é obrigado a reparar, cor-rigir, remover, reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais empregados.

Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou a ter-ceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na exe-cução do contrato, não excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acom-panhamento pelo órgão interessado.

Art. 71. O contratado é responsável pelos en-cargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e co-merciais resultantes da execução do contrato.

§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu paga-mento, nem poderá onerar o objeto do con-trato ou restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 2º A Administração Pública responde soli-dariamente com o contratado pelos encar-gos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)

§ 3º (Vetado). (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra,

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serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

Art. 73. Executado o contrato, o seu objeto será recebido:

I – em se tratando de obras e serviços:

a) provisoriamente, pelo responsável por seu acompanhamento e fiscalização, me-diante termo circunstanciado, assinado pe-las partes em até 15 (quinze) dias da comu-nicação escrita do contratado;

b) definitivamente, por servidor ou comis-são designada pela autoridade competente, mediante termo circunstanciado, assinado pelas partes, após o decurso do prazo de observação, ou vistoria que comprove a adequação do objeto aos termos contratu-ais, observado o disposto no art. 69 desta Lei;

II – em se tratando de compras ou de loca-ção de equipamentos:

a) provisoriamente, para efeito de posterior verificação da conformidade do material com a especificação;

b) definitivamente, após a verificação da qualidade e quantidade do material e con-seqüente aceitação.

§ 1º Nos casos de aquisição de equipamen-tos de grande vulto, o recebimento far-se-á mediante termo circunstanciado e, nos de-mais, mediante recibo.

§ 2º O recebimento provisório ou definitivo não exclui a responsabilidade civil pela soli-dez e segurança da obra ou do serviço, nem ético-profissional pela perfeita execução do contrato, dentro dos limites estabelecidos pela lei ou pelo contrato.

§ 3º O prazo a que se refere a alínea "b" do inciso I deste artigo não poderá ser superior a 90 (noventa) dias, salvo em casos excep-cionais, devidamente justificados e previs-tos no edital.

§ 4º Na hipótese de o termo circunstan-ciado ou a verificação a que se refere este artigo não serem, respectivamente, lavra-do ou procedida dentro dos prazos fixados, reputar-se-ão como realizados, desde que comunicados à Administração nos 15 (quin-ze) dias anteriores à exaustão dos mesmos.

Art. 74. Poderá ser dispensado o recebimento provisório nos seguintes casos:

I – gêneros perecíveis e alimentação prepa-rada;

II – serviços profissionais;

III – obras e serviços de valor até o previs-to no art. 23, inciso II, alínea "a", desta Lei, desde que não se componham de apare-lhos, equipamentos e instalações sujeitos à verificação de funcionamento e produtivi-dade.

Parágrafo único. Nos casos deste artigo, o recebimento será feito mediante recibo.

Art. 75. Salvo disposições em contrário constan-tes do edital, do convite ou de ato normativo, os ensaios, testes e demais provas exigidos por normas técnicas oficiais para a boa execução do objeto do contrato correm por conta do contra-tado.

Art. 76. A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou fornecimento execu-tado em desacordo com o contrato.

Seção VDA INEXECUÇÃO E DA RESCISÃO DOS

CONTRATOS

Art. 77. A inexecução total ou parcial do contra-to enseja a sua rescisão, com as conseqüências contratuais e as previstas em lei ou regulamen-to.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:

I – o não cumprimento de cláusulas contra-tuais, especificações, projetos ou prazos;

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II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e pra-zos;

III – a lentidão do seu cumprimento, levan-do a Administração a comprovar a impossi-bilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos estipulados;

IV – o atraso injustificado no início da obra, serviço ou fornecimento;

V – a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa causa e prévia co-municação à Administração;

VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão ou incor-poração, não admitidas no edital e no con-trato;

VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada para acompanhar e fiscalizar a sua execução, as-sim como as de seus superiores;

VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do § 1º do art. 67 desta Lei;

IX – a decretação de falência ou a instaura-ção de insolvência civil;

X – a dissolução da sociedade ou o faleci-mento do contratado;

XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa, que prejudique a execução do contrato;

XII – razões de interesse público, de alta re-levância e amplo conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está subordina-do o contratante e exaradas no processo ad-ministrativo a que se refere o contrato;

XIII – a supressão, por parte da Administra-ção, de obras, serviços ou compras, acarre-tando modificação do valor inicial do con-

trato além do limite permitido no § 1º do art. 65 desta Lei;

XIV – a suspensão de sua execução, por or-dem escrita da Administração, por prazo su-perior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, grave pertur-bação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pa-gamento obrigatório de indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja normalizada a situação;

XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Administra-ção decorrentes de obras, serviços ou for-necimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em caso de calamida-de pública, grave perturbação da ordem in-terna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do cum-primento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

XVI – a não liberação, por parte da Adminis-tração, de área, local ou objeto para execu-ção de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada, im-peditiva da execução do contrato.

Parágrafo único. Os casos de rescisão con-tratual serão formalmente motivados nos autos do processo, assegurado o contradi-tório e a ampla defesa.

XVIII – descumprimento do disposto no in-ciso V do art. 27, sem prejuízo das sanções penais cabíveis. (Incluído pela Lei nº 9.854, de 1999)

Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:

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I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enumerados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;

II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licitação, desde que haja conveniência para a Admi-nistração;

III – judicial, nos termos da legislação;

IV – (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 1º A rescisão administrativa ou amigável deverá ser precedida de autorização escrita e fundamentada da autoridade competen-te.

§ 2º Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este res-sarcido dos prejuízos regularmente com-provados que houver sofrido, tendo ainda direito a:

I – devolução de garantia;

II – pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da rescisão;

III – pagamento do custo da desmobiliza-ção.

§ 3º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 4º (Vetado). (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

§ 5º Ocorrendo impedimento, paralisação ou sustação do contrato, o cronograma de execução será prorrogado automaticamen-te por igual tempo.

Art. 80. A rescisão de que trata o inciso I do ar-tigo anterior acarreta as seguintes conseqüên-cias, sem prejuízo das sanções previstas nesta Lei:

I – assunção imediata do objeto do contra-to, no estado e local em que se encontrar, por ato próprio da Administração;

II – ocupação e utilização do local, instala-ções, equipamentos, material e pessoal em-pregados na execução do contrato, necessá-rios à sua continuidade, na forma do inciso V do art. 58 desta Lei;

III – execução da garantia contratual, para ressarcimento da Administração, e dos valo-res das multas e indenizações a ela devidos;

IV – retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos prejuízos causados à Administração.

§ 1º A aplicação das medidas previstas nos incisos I e II deste artigo fica a critério da Administração, que poderá dar continuida-de à obra ou ao serviço por execução direta ou indireta.

§ 2º É permitido à Administração, no caso de concordata do contratado, manter o con-trato, podendo assumir o controle de deter-minadas atividades de serviços essenciais.

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o ato deverá ser precedido de autorização ex-pressa do Ministro de Estado competente, ou Secretário Estadual ou Municipal, con-forme o caso.

§ 4º A rescisão de que trata o inciso IV do artigo anterior permite à Administração, a seu critério, aplicar a medida prevista no in-ciso I deste artigo.

CAPÍTULO IVDAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E

DA TUTELA JUDICIAL

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 81. A recusa injustificada do adjudicatá-rio em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo es-tabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida,

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sujeitando-o às penalidades legalmente estabe-lecidas.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos licitantes convocados nos termos do art. 64, § 2º desta Lei, que não aceitarem a contratação, nas mesmas con-dições propostas pelo primeiro adjudicatá-rio, inclusive quanto ao prazo e preço.

Art. 82. Os agentes administrativos que pratica-rem atos em desacordo com os preceitos desta Lei ou visando a frustrar os objetivos da licita-ção sujeitam-se às sanções previstas nesta Lei e nos regulamentos próprios, sem prejuízo das responsabilidades civil e criminal que seu ato ensejar.

Art. 83. Os crimes definidos nesta Lei, ainda que simplesmente tentados, sujeitam os seus auto-res, quando servidores públicos, além das san-ções penais, à perda do cargo, emprego, função ou mandato eletivo.

Art. 84. Considera-se servidor público, para os fins desta Lei, aquele que exerce, mesmo que transitoriamente ou sem remuneração, cargo, função ou emprego público.

§ 1º Equipara-se a servidor público, para os fins desta Lei, quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, assim consideradas, além das fundações, empre-sas públicas e sociedades de economia mis-ta, as demais entidades sob controle, direto ou indireto, do Poder Público.

§ 2º A pena imposta será acrescida da terça parte, quando os autores dos crimes pre-vistos nesta Lei forem ocupantes de cargo em comissão ou de função de confiança em órgão da Administração direta, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista, fundação pública, ou outra entidade controlada direta ou indiretamente pelo Po-der Público.

Art. 85. As infrações penais previstas nesta Lei pertinem às licitações e aos contratos celebra-dos pela União, Estados, Distrito Federal, Mu-nicípios, e respectivas autarquias, empresas

públicas, sociedades de economia mista, funda-ções públicas, e quaisquer outras entidades sob seu controle direto ou indireto.

Seção IIDAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS

Art. 86. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o contratado à multa de mora, na forma prevista no instrumento convo-catório ou no contrato.

§ 1º A multa a que alude este artigo não impede que a Administração rescinda uni-lateralmente o contrato e aplique as outras sanções previstas nesta Lei.

§ 2º A multa, aplicada após regular processo administrativo, será descontada da garantia do respectivo contratado.

§ 3º Se a multa for de valor superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua diferen-ça, a qual será descontada dos pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou ainda, quando for o caso, cobrada judi-cialmente.

Art. 87. Pela inexecução total ou parcial do con-trato a Administração poderá, garantida a pré-via defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanções:

I – advertência;

II – multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

III – suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a Administração, por prazo não supe-rior a 2 (dois) anos;

IV – declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração Pública enquanto perdurarem os motivos determi-nantes da punição ou até que seja promo-vida a reabilitação perante a própria auto-ridade que aplicou a penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressar-cir a Administração pelos prejuízos resultan-

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tes e após decorrido o prazo da sanção apli-cada com base no inciso anterior.

§ 1º Se a multa aplicada for superior ao valor da garantia prestada, além da perda desta, responderá o contratado pela sua di-ferença, que será descontada dos pagamen-tos eventualmente devidos pela Adminis-tração ou cobrada judicialmente.

§ 2º As sanções previstas nos incisos I, III e IV deste artigo poderão ser aplicadas junta-mente com a do inciso II, facultada a defesa prévia do interessado, no respectivo pro-cesso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

§ 3º A sanção estabelecida no inciso IV des-te artigo é de competência exclusiva do Ministro de Estado, do Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, facultada a defesa do interessado no respectivo proces-so, no prazo de 10 (dez) dias da abertura de vista, podendo a reabilitação ser requerida após 2 (dois) anos de sua aplicação. (Vide art 109 inciso III)

Art. 88. As sanções previstas nos incisos III e IV do artigo anterior poderão também ser aplica-das às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos regidos por esta Lei:

I – tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tribu-tos;

II – tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da licitação;

III – demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a Administração em vir-tude de atos ilícitos praticados.

Seção IIIDOS CRIMES E DAS PENAS

Art. 89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de obser-var as formalidades pertinentes à dispensa ou à inexigibilidade:

Pena – detenção, de 3 (três) a 5 (cinco) anos, e multa.

Parágrafo único. Na mesma pena incorre aquele que, tendo comprovadamente con-corrido para a consumação da ilegalidade, beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal, para celebrar contrato com o Poder Público.

Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Art. 91. Patrocinar, direta ou indiretamente, in-teresse privado perante a Administração, dando causa à instauração de licitação ou à celebração de contrato, cuja invalidação vier a ser decreta-da pelo Poder Judiciário:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 92. Admitir, possibilitar ou dar causa a qual-quer modificação ou vantagem, inclusive pror-rogação contratual, em favor do adjudicatário, durante a execução dos contratos celebrados com o Poder Público, sem autorização em lei, no ato convocatório da licitação ou nos respectivos instrumentos contratuais, ou, ainda, pagar fatu-ra com preterição da ordem cronológica de sua exigibilidade, observado o disposto no art. 121 desta Lei: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Pena – detenção, de dois a quatro anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. Incide na mesma pena o contratado que, tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegali-dade, obtém vantagem indevida ou se be-neficia, injustamente, das modificações ou prorrogações contratuais.

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Art. 93. Impedir, perturbar ou fraudar a realiza-ção de qualquer ato de procedimento licitató-rio:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresen-tada em procedimento licitatório, ou proporcio-nar a terceiro o ensejo de devassá-lo:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos, e multa.

Art. 95. Afastar ou procurar afastar licitante, por meio de violência, grave ameaça, fraude ou ofe-recimento de vantagem de qualquer tipo:

Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa, além da pena corresponden-te à violência.

Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se abstém ou desiste de licitar, em ra-zão da vantagem oferecida.

Art. 96. Fraudar, em prejuízo da Fazenda Públi-ca, licitação instaurada para aquisição ou venda de bens ou mercadorias, ou contrato dela de-corrente:

I – elevando arbitrariamente os preços;

II – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;

III – entregando uma mercadoria por outra;

IV – alterando substância, qualidade ou quantidade da mercadoria fornecida;

V – tornando, por qualquer modo, injusta-mente, mais onerosa a proposta ou a execu-ção do contrato:

Pena – detenção, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Art. 97. Admitir à licitação ou celebrar contrato com empresa ou profissional declarado inidô-neo:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Incide na mesma pena aquele que, declarado inidôneo, venha a li-citar ou a contratar com a Administração.

Art. 98. Obstar, impedir ou dificultar, injusta-mente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover indevidamen-te a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito:

Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.

Art. 99. A pena de multa cominada nos arts. 89 a 98 desta Lei consiste no pagamento de quan-tia fixada na sentença e calculada em índices percentuais, cuja base corresponderá ao valor da vantagem efetivamente obtida ou potencial-mente auferível pelo agente.

§ 1º Os índices a que se refere este artigo não poderão ser inferiores a 2% (dois por cento), nem superiores a 5% (cinco por cen-to) do valor do contrato licitado ou celebra-do com dispensa ou inexigibilidade de lici-tação.

§ 2º O produto da arrecadação da multa re-verterá, conforme o caso, à Fazenda Fede-ral, Distrital, Estadual ou Municipal.

Seção IVDO PROCESSO E DO

PROCEDIMENTO JUDICIAL

Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la.

Art. 101. Qualquer pessoa poderá provocar, para os efeitos desta Lei, a iniciativa do Minis-tério Público, fornecendo-lhe, por escrito, infor-mações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência.

Parágrafo único. Quando a comunicação for verbal, mandará a autoridade reduzi-la a termo, assinado pelo apresentante e por duas testemunhas.

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Art. 102. Quando em autos ou documentos de que conhecerem, os magistrados, os membros dos Tribunais ou Conselhos de Contas ou os ti-tulares dos órgãos integrantes do sistema de controle interno de qualquer dos Poderes veri-ficarem a existência dos crimes definidos nesta Lei, remeterão ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários ao oferecimento da denúncia.

Art. 103. Será admitida ação penal privada sub-sidiária da pública, se esta não for ajuizada no prazo legal, aplicando-se, no que couber, o dis-posto nos arts. 29 e 30 do Código de Processo Penal.

Art. 104. Recebida a denúncia e citado o réu, terá este o prazo de 10 (dez) dias para apresen-tação de defesa escrita, contado da data do seu interrogatório, podendo juntar documentos, ar-rolar as testemunhas que tiver, em número não superior a 5 (cinco), e indicar as demais provas que pretenda produzir.

Art. 105. Ouvidas as testemunhas da acusação e da defesa e praticadas as diligências instrutó-rias deferidas ou ordenadas pelo juiz, abrir-se-á, sucessivamente, o prazo de 5 (cinco) dias a cada parte para alegações finais.

Art. 106. Decorrido esse prazo, e conclusos os autos dentro de 24 (vinte e quatro) horas, terá o juiz 10 (dez) dias para proferir a sentença.

Art. 107. Da sentença cabe apelação, interponí-vel no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 108. No processamento e julgamento das infrações penais definidas nesta Lei, assim como nos recursos e nas execuções que lhes digam respeito, aplicar-se-ão, subsidiariamente, o Có-digo de Processo Penal e a Lei de Execução Pe-nal.

CAPÍTULO VDOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS

Art. 109. Dos atos da Administração decorren-tes da aplicação desta Lei cabem:

I – recurso, no prazo de 5 (cinco) dias úteis a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:

a) habilitação ou inabilitação do licitante;

b) julgamento das propostas;

c) anulação ou revogação da licitação;

d) indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancela-mento;

e) rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

f) aplicação das penas de advertência, sus-pensão temporária ou de multa;

II – representação, no prazo de 5 (cinco) dias úteis da intimação da decisão relacio-nada com o objeto da licitação ou do con-trato, de que não caiba recurso hierárquico;

III – pedido de reconsideração, de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Esta-dual ou Municipal, conforme o caso, na hi-pótese do § 4º do art. 87 desta Lei, no prazo de 10 (dez) dias úteis da intimação do ato.

§ 1º A intimação dos atos referidos no inci-so I, alíneas "a", "b", "c" e "e", deste artigo, excluídos os relativos a advertência e multa de mora, e no inciso III, será feita mediante publicação na imprensa oficial, salvo para os casos previstos nas alíneas "a" e "b", se presentes os prepostos dos licitantes no ato em que foi adotada a decisão, quando po-derá ser feita por comunicação direta aos interessados e lavrada em ata.

§ 2º O recurso previsto nas alíneas "a" e "b" do inciso I deste artigo terá efeito suspen-sivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de inte-resse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais recursos.

§ 3º Interposto, o recurso será comunicado aos demais licitantes, que poderão impug-ná-lo no prazo de 5 (cinco) dias úteis.

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§ 4º O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido, a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de 5 (cinco) dias úteis, ou, nesse mesmo prazo, fazê-lo subir, devi-damente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do prazo de 5 (cinco) dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.

§ 5º Nenhum prazo de recurso, representa-ção ou pedido de reconsideração se inicia ou corre sem que os autos do processo es-tejam com vista franqueada ao interessado.

§ 6º Em se tratando de licitações efetuadas na modalidade de "carta convite" os prazos estabelecidos nos incisos I e II e no parágra-fo 3º deste artigo serão de dois dias úteis. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

CAPÍTULO VIDISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 110. Na contagem dos prazos estabelecidos nesta Lei, excluir-se-á o dia do início e incluir-se--á o do vencimento, e considerar-se-ão os dias consecutivos, exceto quando for explicitamente disposto em contrário.

Parágrafo único. Só se iniciam e vencem os prazos referidos neste artigo em dia de ex-pediente no órgão ou na entidade.

Art. 111. A Administração só poderá contratar, pagar, premiar ou receber projeto ou serviço técnico especializado desde que o autor ceda os direitos patrimoniais a ele relativos e a Adminis-tração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração.

Parágrafo único. Quando o projeto referir--se a obra imaterial de caráter tecnológico, insuscetível de privilégio, a cessão dos direi-tos incluirá o fornecimento de todos os da-dos, documentos e elementos de informa-ção pertinentes à tecnologia de concepção, desenvolvimento, fixação em suporte físico de qualquer natureza e aplicação da obra.

Art. 112. Quando o objeto do contrato interes-sar a mais de uma entidade pública, caberá ao órgão contratante, perante a entidade interes-sada, responder pela sua boa execução, fiscali-zação e pagamento.

§ 1º Os consórcios públicos poderão realizar licitação da qual, nos termos do edital, de-corram contratos administrativos celebra-dos por órgãos ou entidades dos entes da Federação consorciados. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

§ 2º É facultado à entidade interessada o acompanhamento da licitação e da exe-cução do contrato. (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)

Art. 113. O controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos regidos por esta Lei será feito pelo Tribunal de Contas competente, na forma da legislação pertinente, ficando os órgãos interessados da Administra-ção responsáveis pela demonstração da legali-dade e regularidade da despesa e execução, nos termos da Constituição e sem prejuízo do siste-ma de controle interno nela previsto.

§ 1º Qualquer licitante, contratado ou pes-soa física ou jurídica poderá representar ao Tribunal de Contas ou aos órgãos integran-tes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação desta Lei, para os fins do disposto neste artigo.

§ 2º Os Tribunais de Contas e os órgãos in-tegrantes do sistema de controle interno poderão solicitar para exame, até o dia útil imediatamente anterior à data de recebi-mento das propostas, cópia de edital de lici-tação já publicado, obrigando-se os órgãos ou entidades da Administração interessada à adoção de medidas corretivas pertinentes que, em função desse exame, lhes forem determinadas. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 114. O sistema instituído nesta Lei não im-pede a pré-qualificação de licitantes nas concor-rências, a ser procedida sempre que o objeto da

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licitação recomende análise mais detida da qua-lificação técnica dos interessados.

§ 1º A adoção do procedimento de pré--qualificação será feita mediante proposta da autoridade competente, aprovada pela imediatamente superior.

§ 2º Na pré-qualificação serão observadas as exigências desta Lei relativas à concor-rência, à convocação dos interessados, ao procedimento e à analise da documenta-ção.

Art. 115. Os órgãos da Administração poderão expedir normas relativas aos procedimentos operacionais a serem observados na execução das licitações, no âmbito de sua competência, observadas as disposições desta Lei.

Parágrafo único. As normas a que se refere este artigo, após aprovação da autoridade competente, deverão ser publicadas na im-prensa oficial.

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da Administração.

§ 1º A celebração de convênio, acordo ou ajuste pelos órgãos ou entidades da Admi-nistração Pública depende de prévia apro-vação de competente plano de trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações:

I – identificação do objeto a ser executado;

II – metas a serem atingidas;

III – etapas ou fases de execução;

IV – plano de aplicação dos recursos finan-ceiros;

V – cronograma de desembolso;

VI – previsão de início e fim da execução do objeto, bem assim da conclusão das etapas ou fases programadas;

VII – se o ajuste compreender obra ou ser-viço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente as-segurados, salvo se o custo total do empre-endimento recair sobre a entidade ou órgão descentralizador.

§ 2º Assinado o convênio, a entidade ou órgão repassador dará ciência do mesmo à Assembléia Legislativa ou à Câmara Munici-pal respectiva.

§ 3º As parcelas do convênio serão libera-das em estrita conformidade com o plano de aplicação aprovado, exceto nos casos a seguir, em que as mesmas ficarão reti-das até o saneamento das impropriedades ocorrentes:

I – quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anterior-mente recebida, na forma da legislação apli-cável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização local, realizados periodicamen-te pela entidade ou órgão descentralizador dos recursos ou pelo órgão competente do sistema de controle interno da Administra-ção Pública;

II – quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não jus-tificados no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios fundamentais de Administra-ção Pública nas contratações e demais atos praticados na execução do convênio, ou o inadimplemento do executor com relação a outras cláusulas conveniais básicas;

III – quando o executor deixar de adotar as medidas saneadoras apontadas pelo partí-cipe repassador dos recursos ou por inte-grantes do respectivo sistema de controle interno.

§ 4º Os saldos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente aplica-dos em cadernetas de poupança de insti-tuição financeira oficial se a previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em

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fundo de aplicação financeira de curto pra-zo ou operação de mercado aberto lastre-ada em títulos da dívida pública, quando a utilização dos mesmos verificar-se em pra-zos menores que um mês.

§ 5º As receitas financeiras auferidas na for-ma do parágrafo anterior serão obrigatoria-mente computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua finalidade, devendo constar de demonstra-tivo específico que integrará as prestações de contas do ajuste.

§ 6º Quando da conclusão, denúncia, res-cisão ou extinção do convênio, acordo ou ajuste, os saldos financeiros remanescen-tes, inclusive os provenientes das receitas obtidas das aplicações financeiras realiza-das, serão devolvidos à entidade ou órgão repassador dos recursos, no prazo impror-rogável de 30 (trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providen-ciada pela autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

Art. 117. As obras, serviços, compras e aliena-ções realizados pelos órgãos dos Poderes Legis-lativo e Judiciário e do Tribunal de Contas re-gem-se pelas normas desta Lei, no que couber, nas três esferas administrativas.

Art. 118. Os Estados, o Distrito Federal, os Mu-nicípios e as entidades da administração indire-ta deverão adaptar suas normas sobre licitações e contratos ao disposto nesta Lei.

Art. 119. As sociedades de economia mista, em-presas e fundações públicas e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União e pelas entidades referidas no artigo anterior edi-tarão regulamentos próprios devidamente publi-cados, ficando sujeitas às disposições desta Lei.

Parágrafo único. Os regulamentos a que se re-fere este artigo, no âmbito da Administração Pública, após aprovados pela autoridade de nível superior a que estiverem vinculados os respectivos órgãos, sociedades e entidades, deverão ser publicados na imprensa oficial.

Art. 120. Os valores fixados por esta Lei poderão ser anualmente revistos pelo Poder Executivo Federal, que os fará publicar no Diário Oficial da União, observando como limite superior a varia-ção geral dos preços do mercado, no período. (Redação dada pela Lei nº 9.648, de 1998)

Art. 121. O disposto nesta Lei não se aplica às licitações instauradas e aos contratos assina-dos anteriormente à sua vigência, ressalvado o disposto no art. 57, nos parágrafos 1º, 2º e 8º do art. 65, no inciso XV do art. 78, bem assim o disposto no "caput" do art. 5º, com relação ao pagamento das obrigações na ordem cronoló-gica, podendo esta ser observada, no prazo de noventa dias contados da vigência desta Lei, se-paradamente para as obrigações relativas aos contratos regidos por legislação anterior à Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

Parágrafo único. Os contratos relativos a imóveis do patrimônio da União continuam a reger-se pelas disposições do Decreto-lei nº 9.760, de 5 de setembro de 1946, com suas alterações, e os relativos a operações de crédito interno ou externo celebrados pela União ou a concessão de garantia do Tesouro Nacional continuam regidos pela legislação pertinente, aplicando-se esta Lei, no que couber.

Art. 122. Nas concessões de linhas aéreas, ob-servar-se-á procedimento licitatório específico, a ser estabelecido no Código Brasileiro de Aero-náutica.

Art. 123. Em suas licitações e contratações ad-ministrativas, as repartições sediadas no ex-terior observarão as peculiaridades locais e os princípios básicos desta Lei, na forma de regula-mentação específica.

Art. 124. Aplicam-se às licitações e aos contra-tos para permissão ou concessão de serviços públicos os dispositivos desta Lei que não confli-tem com a legislação específica sobre o assunto. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

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Parágrafo único. As exigências contidas nos incisos II a IV do § 2º do art. 7º serão dis-pensadas nas licitações para concessão de serviços com execução prévia de obras em que não foram previstos desembolso por parte da Administração Pública concedente. (Incluído pela Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 125. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)

Art. 126. Revogam-se as disposições em contrá-rio, especialmente os Decretos-leis nos 2.300, de 21 de novembro de 1986, 2.348, de 24 de ju-lho de 1987, 2.360, de 16 de setembro de 1987, a Lei nº 8.220, de 4 de setembro de 1991, e o art. 83 da Lei nº 5.194, de 24 de dezembro de 1966. (Renumerado por força do disposto no art. 3º da Lei nº 8.883, de 1994)

Brasília, 21 de junho de 1993, 172º da Indepen-dência e 105º da República.

ITAMAR FRANCORubens RicuperoRomildo Canhim

Este texto não substitui o publicado no DOU de 22.6.1993, republicado em 6.7.1994 e retificado em 6.7.1994

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LEI Nº 10.520, DE 17 DE JULHO DE 2002

Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, in-ciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras provi-dências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços co-muns, poderá ser adotada a licitação na moda-lidade de pregão, que será regida por esta Lei.

Parágrafo único. Consideram-se bens e ser-viços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempe-nho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especifi-cações usuais no mercado.

Art. 2º (VETADO)

§ 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.

§ 2º Será facultado, nos termos de regula-mentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bol-sas de mercadorias no apoio técnico e ope-racional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

§ 3º As bolsas a que se referem o § 2º deve-rão estar organizadas sob a forma de socie-dades civis sem fins lucrativos e com a par-ticipação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:

I – a autoridade competente justificará a ne-cessidade de contratação e definirá o obje-

to do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos pra-zos para fornecimento;

II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desne-cessárias, limitem a competição;

III – dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis ele-mentos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elabo-rado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem lici-tados; e

IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e res-pectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceita-bilidade e sua classificação, bem como a ha-bilitação e a adjudicação do objeto do certa-me ao licitante vencedor.

§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da adminis-tração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equi-pe de apoio poderão ser desempenhadas por militares

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:

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I – a convocação dos interessados será efe-tuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrô-nicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º;

II – do aviso constarão a definição do obje-to da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;

III – do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;

IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na for-ma da Lei nº 9.755, de 16 de dezembro de 1998;

V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;

VI – no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessá-rios poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;

VII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declara-ção dando ciência de que cumprem plena-mente os requisitos de habilitação e entre-garão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo--se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os re-quisitos estabelecidos no instrumento con-vocatório;

VIII – no curso da sessão, o autor da ofer-ta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofer-tas nas condições definidas no inciso ante-rior, poderão os autores das melhores pro-postas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quais-quer que sejam os preços oferecidos;

X – para julgamento e classificação das pro-postas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;

XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, ca-berá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

XII – encerrada a etapa competitiva e or-denadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os docu-mentos de habilitação do licitante que apre-sentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a com-provação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualifi-cações técnica e econômico-financeira;

XIV – os licitantes poderão deixar de apre-sentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Uni-ficado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos de-mais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;

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XV – verificado o atendimento das exigên-cias fixadas no edital, o licitante será decla-rado vencedor;

XVI – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habili-tatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessi-vamente, até a apuração de uma que aten-da ao edital, sendo o respectivo licitante de-clarado vencedor;

XVII – nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar direta-mente com o proponente para que seja ob-tido preço melhor;

XVIII – declarado o vencedor, qualquer lici-tante poderá manifestar imediata e motiva-damente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 (três) dias para apresentação das razões do recurso, fican-do os demais licitantes desde logo intima-dos para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

XIX – o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;

XX – a falta de manifestação imediata e mo-tivada do licitante importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;

XXI – decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;

XXII – homologada a licitação pela autorida-de competente, o adjudicatário será convo-cado para assinar o contrato no prazo defi-nido em edital; e

XXIII – se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua propos-ta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI.

Art. 5º É vedada a exigência de:

I – garantia de proposta;

II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certa-me; e

III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edi-tal, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de uti-lização de recursos de tecnologia da infor-mação, quando for o caso.

Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 (sessenta) dias, se outro não estiver fixa-do no edital.

Art. 7º Quem, convocado dentro do prazo de va-lidade da sua proposta, não celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame, ensejar o retarda-mento da execução de seu objeto, não manti-ver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de li-citar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão do-cumentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.

Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a mo-dalidade de pregão, as normas da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993.

Art. 10. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória nº 2.182-18, de 23 de agosto de 2001.

Art. 11. As compras e contratações de bens e serviços comuns, no âmbito da União, dos Esta-

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dos, do Distrito Federal e dos Municípios, quan-do efetuadas pelo sistema de registro de preços previsto no art. 15 da Lei nº 8.666, de 21 de ju-nho de 1993, poderão adotar a modalidade de pregão, conforme regulamento específico.

Art. 12. A Lei nº 10.191, de 14 de fevereiro de 2001, passa a vigorar acrescida do seguinte ar-tigo:

“Art. 2-A. A União, os Estados, o Distrito Fe-deral e os Municípios poderão adotar, nas licitações de registro de preços destinadas à aquisição de bens e serviços comuns da área da saúde, a modalidade do pregão, in-clusive por meio eletrônico, observando-se o seguinte:

I – são considerados bens e serviços co-muns da área da saúde, aqueles necessários ao atendimento dos órgãos que integram o Sistema Único de Saúde, cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser obje-tivamente definidos no edital, por meio de especificações usuais do mercado.

II – quando o quantitativo total estimado para a contratação ou fornecimento não puder ser atendido pelo licitante vence-dor, admitir-se-á a convocação de tantos licitantes quantos forem necessários para o atingimento da totalidade do quantitativo, respeitada a ordem de classificação, desde que os referidos licitantes aceitem praticar o mesmo preço da proposta vencedora.

III – na impossibilidade do atendimento ao disposto no inciso II, excepcionalmente, poderão ser registrados outros preços dife-rentes da proposta vencedora, desde que se trate de objetos de qualidade ou desem-penho superior, devidamente justificada e comprovada a vantagem, e que as ofertas sejam em valor inferior ao limite máximo admitido.”

Art. 13. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 17 de julho de 2002; 181º da Indepen-dência e 114º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSOPedro MalanGuilherme Gomes Dias

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LICITAÇÃO

1. Introdução e Fundamentos Constitucionais da Licitação

O art. 37, XXI da CF prevê o preceito mais genérico existente em nosso ordenamento jurídico sobre a obrigatoriedade de a Administração Pública realizar licitações para suas contratações:

XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Desse dispositivo, constata-se que a própria CF admite a possibilidade de a lei estabelecer hi-póteses excepcionais de contratações de obras, serviços, compras e alienações sem licitações – chamada contratação direta.

Entretanto, ao prever os contratos de concessão e permissão de serviços públicos, a CF não dei-xou margem para exceções, sendo necessária sempre a realização de licitação:

Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

1.2. Competência para legislar

• Normas Gerais de licitação: competência privativa da União – CF, Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III; (norma de caráter nacional).

• Normas Específicas sobre licitações: Estados, Distrito Federal e Municípios têm competência para legislar sobre normas específicas de licitação, desde que não contrariem as normas gerais editadas pela União. A própria União pode editar normas específicas, aplicáveis não no âmbito nacional, e sim no âmbito Federal apenas.

1.3. Normas Nacionais sobre Licitações

a) Lei nº 8.666/1993 – é a lei mais abrangente sobre normas gerais de licitações e contratos administrativos.

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• Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

• Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

• Art. 2º As obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações, concessões, permissões e locações da Administração Pública, quando contratadas com terceiros, serão necessariamente precedidas de licitação, ressalvadas as hipóteses previstas nesta Lei.

• Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação utilizada.

b) Lei nº 10.520/2002 – é a lei que instituiu mais uma modalidade de licitação: pregão.

• Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

• Parágrafo único. Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.

• Decreto nº 3.555/2000 (Federal) – regulamenta o pregão presencial.

• Decreto nº 5.450/2005 (Federal) – regulamenta o pregão eletrônico.

c) Lei nº 13.303/2016 – dispõe sobre o Estatuto Jurídico das Empresas Públicas e Sociedades de Economia mista.

A CF determinou que compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos “para empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art.173, § 1º, III”.

Esse dispositivo, por sua vez, determina que: § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da em-presa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública.

Art. 28, Lei 13.303/16: Os contratos com terceiros destinados à prestação de serviços às EPs e às SEM, inclusive de engenharia e de publicidade, à aquisição e à locação de bens, à alienação de bens e ativos integrantes do respectivo patrimônio ou à execução de obras a serem integra-das a esse patrimônio, bem como à implementação de ônus real sobre tais bens, serão precedi-dos de licitação nos termos desta Lei, ressalvadas as hipóteses previstas nos arts. 29 e 30.

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d) Lei nº 8.987/1995 – é a lei que dispõe sobre as concessões e permissões de serviços públicos.

Art. 1º As concessões de serviços públicos e de obras públicas e as permissões de serviços públicos reger-se-ão pelos termos do art. 175 da Constituição Federal, por esta Lei, pelas normas legais pertinentes e pelas cláusulas dos indispensáveis contratos.

Obs.: muito embora o art. 2º da Lei 8.666/93 preveja expressamente sua aplicabilidade aos contratos de permissão e concessão, a Lei 8.987/95 veio posteriormente estabelecer regras próprias para essas contratações, sendo que estas se aplicam precipuamente (a Lei 8.666/93 pode ser aplicável apenas subsidiariamente) .

e) Lei nº 11.079/2004 – traz norma gerais sobe Parcerias Público-Privadas (PPP), com peculiares contratos de concessão (cujos objetivos podem incluir prestação de serviços), regidos por essa lei própria.

f) Lei nº 12.232/2010 – prevê normas gerais de licitação e contratação de serviços de publicidade prestados por intermédio de agências de propaganda.

g) Lei nº 12.462/2011 – estabelece o chamado Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC), aplicável a licitações e contratos como: Copa do mundo 2014; Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016; obras e serviços de engenharia no âmbito do SUS e dos sistemas públicos de ensino e pesquisa, ciência e tecnologia; ações integrantes do PAC, dentre outros.

2. Conceito, finalidade e Objetivo das Licitações

• Maria Sylvia Zanella Di Pietro conceitua a licitação como sendo “o procedimento administrativo pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre a todos os interessados, que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formularem propostas dentre as quais selecionará e aceitará a mais conveniente para a celebração de contrato”.

• Para Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, licitação pode ser conceituada como “um procedimento administrativo, de observância obrigatória pelas entidades governamentais, em que, observada a igualdade entre os participantes, deve ser selecionada a melhor proposta dentre as apresentadas pelos interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, uma vez preenchidos os requisitos mínimos necessários ao bom cumprimento das obrigações a que eles se propõem”.

• Quando se trata de licitação, a ideia é de isonomia, ou seja, de que há uma igualdade entre os participantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.

• Entretanto, a edição da Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de relativizar essa ideia de isonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao conferir vantagens competitivas (chamada margem de preferência) a empresas produtoras de bens manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais. Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovações tecnológicas nacionais.

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• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei 8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”

• Portanto, seguindo políticas já adotadas em outros países, o Brasil passa a utilizar das contratações governamentais (que geralmente têm enorme peso econômico) como instrumento apto a promover o desenvolvimento nacional sustentável, fortalecendo empresas que venham a gerar empregos e rendas domésticos e que se preocupem com as pesquisas e criação de tecnologias nacionais, bem como as que adotam práticas de sustentabilidade, preservando o meio-ambiente e recursos naturais.

• Ademais, o legislador flexibilizou ainda mais a ideia de isonomia/igualdade ao acrescentar, através da Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), regras destinadas e proporcionar vantagens competitivas (inclusive margem de preferência) a “empresas que comprovem cumprimento de reservas de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdência social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação”.

3. Princípios Orientadores das Licitações

• O Art. 3º da Lei 8.666/93 prevê que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.”

Princípios explícitos no art. 3º:

Legalidade

Impessoalidade

Moralidade

Igualdade

Publicidade

Probidade administrativa

Vinculação ao instrumento convocatório

Julgamento objetivo

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Princípio da Publicidade

• Art. 3º, § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

• Objetivos da publicidade: permitir o acompanhamento e a fiscalização do procedimento pelos licitantes, pelos órgãos de controle interno e externo e pelos administrados em geral.

• Art. 4º estabelece que qualquer cidadão pode acompanhar o desenvolvimento da licitação, desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos.

• O princípio da Publicidade impõe, também, que os motivos determinantes das decisões proferidas sejam declarados, a fim de possibilitar o efetivo controle do procedimento pelos licitantes e pelo cidadão.

Princípio da Igualdade/Isonomia

• O Princípio da Igualdade ou da Isonomia (tidos como sinônimos pela lei) tem natureza constitucional e é elencado como o mais importante em se tratando de licitação.

• CF, Art. 37, XXI – ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes...”.

• Lei 8.666/93 – Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.

• Quando se trata de licitação, vem a ideia de isonomia/igualdade entre os participantes no procedimento licitatório, o que é expresso, inclusive na CF.

• Lei 12.349/2010 veio alterar a Lei 8.666/1993, a fim de relativizar essa ideia de isonomia, trazendo uma interpretação elástica ao termo, ao conferir vantagens competitivas (chamada margem de preferência) a empresas produtoras de bens manufaturados nacionais ou prestadoras de serviços nacionais.

• Além disso, a Lei 12.349/10 veio favorecer os setores de pesquisa e inovações tecnológicas nacionais.

• Já a Lei Lei 13.146/2015 (Estatuto da Pessoa com Deficiência), trouxe favorecimento e margem de preferência a empresas que comprovem cumprimento de reservas de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da previdência social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

• Tal alteração foi tanta que o legislador entendeu por alterar também o art. 3º da Lei 8.666/93 a fim de constar que “A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável...”

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• O Brasil passa a utilizar das contratações governamentais (que geralmente têm enorme peso econômico) como instrumento apto a promover o desenvolvimento nacional sustentável, fortalecendo empresas que venham a gerar empregos e rendas domésticos e que se preocupem com as pesquisas e criação de tecnologias nacionais, bem como as que adotam práticas de sustentabilidade, preservando o meio-ambiente e recursos naturais.

• § 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços:

II – produzidos no País;

III – produzidos ou prestados por empresas brasileiras;

IV – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País;

V – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

• Art. 3º, § 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para:

I – produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras; e

II – bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência adicional àquela prevista no § 5º.

Princípio da Legalidade e da Impessoalidade

• O procedimento licitatório, assim como todos os atos da administração, deve estar pautado no que a lei autoriza ou determina. A atuação do administrador deve estar pautada nos preceitos da lei e do Direito.

• Ademais a licitação deve atentar para o princípio da impessoalidade, permitindo que a contratação com a Administração se de com o vencedor da licitação, conforme os critérios estabelecidos em lei e não de acordo com a preferência pessoal do administrador.

Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório

• O edital ou a carta-convite são os instrumentos convocatórios da licitação, estando a Administração vinculada aos mesmos.

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• Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada. (regra que vale também para a carta-convite, instrumento da modalidade convite)

• Segundo Hely Lopes Meirelles, o edital (ou a carta-convite) é a lei interna da licitação, que vincula aos seus termos tanto os licitantes quanto a administração que o expediu.

Princípio do Julgamento Objetivo

• Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

• A aplicação desse princípio está relacionada aos tipos de licitação: a) menor preço; b) melhor técnica; c) técnica e preço; d) maior lance ou oferta.

• O critério objetivo pode ser absoluto quando se tratar do tipo menor preço ou maior lance ou oferta; porém, o que se relaciona a técnica, certamente que há um resquício de subjetividade.

Princípio da Probidade e da Moralidade Administrativa

• O princípio da moralidade é norteador de toda atuação da Administração, inclusive no processo licitatório. Trata-se da exigência de conduta ética dos agentes da administração em todas as etapas da licitação.

• Quanto à improbidade, a CF prevê no art. 37, § 4º: Os atos de improbidade administrativa importarão:

• suspensão dos direitos políticos, • perda da função pública, • indisponibilidade dos bens, • ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, • ação penal cabível.

• A Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) traz um rol exemplificativo de atos de improbidade, alguns atinentes à licitação.

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• Princípios implícitos apontados pela doutrina:

Competitividade

Procedimento Formal

Sigilo das Propostas

Adjudicação Compulsória

Princípio do Sigilo na Apresentação das Propostas

• Princípio decorrente da lógica da licitação.

• Art. 3º, § 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.

• O sigilo na das propostas até a abertura é tão importante que configura-se crime sua violação (art. 94 da Lei 8.666).

• A violação do sigilo colocaria o concorrente em vantagem, já que este poderia, no caso de uma licitação por menor preço, formular um valor um pouco abaixo e vencer.

Princípio da Adjudicação Obrigatória ao Vencedor

• Tratando-se de licitação, o termo “adjudicar” significa atribuir o objeto do certame ao vencedor.

• Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.

• Esse princípio veda que a Administração celebre o contrato com outro que não seja o vencedor. Veda também que se abra nova licitação enquanto válida a adjudicação anterior.

Princípio da Competitividade

• A competitividade é da essência da licitação.

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• É a efetiva competitividade, evitando-se a manipulação de preços, que vai garantir a obtenção da proposta mais vantajosa para a Administração.

• Segundo a Lei, configura-se crime: Art. 90. Frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação.

Princípio do Formalismo

• O procedimento de licitação será sempre um procedimento formal.

• Art. 4º, Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração Pública.

4. Modalidades de Licitação

• Lei 8.666/93 – Art. 22. São MODALIDADES de licitação:

I – concorrência

II – tomada de preços

III – convite

IV – concurso

V – leilão

• Lei 10.520/2002 – Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão.

Há ainda a consulta (modalidade licitatória das Agências Reguladoras).

MODALIDADESTIPOS

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Lei 8.666/93 - MODALIDADES de licitação:

I – concorrência II - tomada de preços

III – convite IV – concurso

V – leilão

Lei 10.520/2002 – Pregão

Lei 9.986/2000 - Consulta

Art. 23. As modalidades de licitação a que se referem os incisos I a III do artigo anterior serão determinadas em função dos seguintes limites, tendo em vista o valor estimado da contratação:

I – para obras e serviços de engenharia:

a) convite – até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);

b) tomada de preços – até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

c) concorrência: acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);

II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite – até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

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b) tomada de preços – até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);

c) concorrência – acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).

ConcorrênciaEngenharia – acima de R$1.500.000,00

Demais obras e serviços – acima de 650.000,00

Tomada de PreçosEngenharia – de R$150.000,00 até

R$1.500.000,00 Demais obras e serviços – de R$80.000,00

até R$650.000,00

ConviteEngenharia – até R$150.000,00 Demais obras e serviços – até

R$80.000,00

• Art. 23, § 4º Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

• Art. 23, § 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19 (leilão), como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

• Art. 22, § 8º É vedada a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das referidas neste artigo.

4.1 Concorrência

Art. 22, § 1º Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.

A concorrência é a mais complexa das modalidades de licitação.

Art. 23, § 3º A concorrência é a modalidade de licitação cabível, qualquer que seja o valor de seu objeto, tanto na compra ou alienação de bens imóveis, ressalvado o disposto no art. 19 (leilão), como nas concessões de direito real de uso e nas licitações internacionais, admitindo-se neste último caso, observados os limites deste artigo, a tomada de preços, quando o órgão ou entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores ou o convite, quando não houver fornecedor do bem ou serviço no País.

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Em regra, na modalidade concorrência, há uma fase de habilitação preliminar, que ocorre logo após a abertura do procedimento (após a publicação do resumo do edital).

Mas, há casos em que a fase de habilitação ocorre após a fase de julgamento:

a) Lei 11.079/04 – Parcerias Público Privadas (PPP);b) Lei 8.987/95 – Concessão de serviços públicos;c) Lei 12.232/10 – Serviços de publicidade.

4.2. Tomada de Preços

Art. 22, § 2º Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

A Tomada de Preços é utilizada para a celebração de contratos de obras, serviços e compras de menor vulto do que as que exigem a concorrência.

A habilitação, que corresponde ao cadastramento, é preliminar à abertura do procedimento.

Quem ainda não for cadastrado, poderá cadastrar-se até o 3º dia anterior à data do recebi-mento das propostas, desde que atendam às condições de qualificação exigidas (mesmas exi-gência para o cadastramento).

Admite-se a Tomada de Preços nas licitações internacionais, desde que:

a) o órgão ou entidade disponha de cadastro internacional de fornecedores; e

b) o contrato a ser celebrado esteja dentro dos limites de preços para essa modalidade (Engenharia – até R$ 1.500.000,00; demais obras e serviços – até R$ 650.000,00)

4.3. Convite

Art. 22, § 3º Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.

Diferentemente das demais modalidades de licitação, que têm como instrumento convocatório o edital, a modalidade convite tem como instrumento convocatório a carta-convite, que será enviada diretamente aos interessados.

Como não há edital, não há publicação na imprensa oficial, apesar de haver a necessidade de afixação da cópia do instrumento em local apropriado, a fim de que os demais cadastrados (não convidados) possam participar (habilitando-se 24h antes da entrega das propostas).

O convite tem procedimentos mais simples, sendo utilizado para contratações de menor valor.

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Excepcionalmente, a carta-convite pode ser enviada a menos de 3 interessados, caso haja li-mitação de mercado ou desinteresse dos convidados, tornado impossível a obtenção de um número mínimo (tal fato deverá ser justificado no processo, sob pena de ter que repetir o pro-cedimento).

É possível a utilização da modalidade convite para licitações internacionais quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil.

4.4. Concurso

Art. 22, § 4º Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de 45 (quarenta e cinco) dias.

A natureza do objeto é que determina a realização da modalidade concurso, independente-mente do valor do contrato.

Art. 13, § 1º Ressalvados os casos de inexigibilidade de licitação, os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de prêmio ou remuneração.

O julgamento é feito por uma comissão especial, formada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria, sejam servidores públicos ou não.

4.5. Leilão

Art. 22, § 5º Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação.

Portanto, o leilão destina-se à venda ou alienação de:

a) bens móveis inservíveis para a administração;b) produtos legalmente apreendidos ou penhorados;c) bens imóveis cuja aquisição derivou de procedimentos judiciais ou de dação em pagamento

(art. 19).

O leilão para alienação de bens móveis está limitado a bens avaliados em até R$ 650.000,00. Acima desse valor, a modalidade será a concorrência.

Art. 53. O leilão pode ser cometido a leiloeiro oficial ou a servidor designado pela Administração, procedendo-se na forma da legislação pertinente.

§ 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação.

§ 2º Os bens arrematados serão pagos à vista ou no percentual estabelecido no edital, não inferior a 5% e, após a assinatura da respectiva ata lavrada no local do leilão, imediatamente

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entregues ao arrematante, o qual se obrigará ao pagamento do restante no prazo estipulado no edital de convocação, sob pena de perder em favor da Administração o valor já recolhido.

§ 3º Nos leilões internacionais, o pagamento da parcela à vista poderá ser feito em até 24h.

§ 4º O edital de leilão deve ser amplamente divulgado, principalmente no município em que se realizará.

4.6. Pregão

Pregão é a sexta modalidade de licitação, prevista na Lei 10.520/02.

Essa modalidade foi instituída, inicialmente, pela MP 2.026/2000, quando era modalidade apli-cável apenas no âmbito Federal (União).

A Lei 10.520/02, de caráter geral e nacional, veio estender o pregão a todas as esferas da Fede-ração: União, Estados, Municípios e DF.

Pregão é a modalidade de licitação, sempre do tipo menor preço, destinada à aquisição de bens e serviços comuns, que pode ser utilizada para qualquer valor de contrato (Marcelo Ale-xandrino e Vicente Paulo).

Trata-se de uma modalidade pouco complexa, possibilitando maior celeridade na contratação de bens e serviços comuns.

4.7. Consulta

A consulta não consta na Lei 8.666/93, pois aplica-se apenas às Agências Reguladoras.

Genericamente, essa modalidade surgiu na Lei 9.472/97 (Lei Geral de Telecomunicações), que instituiu a ANATEL.

Posteriormente, a Lei 9.986/2000 estendeu a modalidade a todas as Agências Reguladoras Fe-derais.

5. Tipos de Licitação

Art. 45, § 1º Para os efeitos deste artigo, constituem tipos de licitação, exceto na modalidade concurso:

I – a de menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço

II – a de melhor técnica

III – a de técnica e preço

IV – a de maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso.

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MODALIDADESTIPOS

• Os tipos de licitação são aplicáveis a todas as modalidades de licitação, exceto para o concurso (neste o participante aceita o prêmio ou remuneração previamente estipulados).

• Art. 54, § 5º É vedada a utilização de outros tipos de licitação não previstos neste artigo

• O tipo “menor preço” é a regra geral nas licitações para contratações de obras, serviços, compras e locações. Também é o tipo obrigatório utilizado na modalidade pregão. Será vencedor o que apresentar o menor preço.

• Art. 46. Os tipos de licitação "melhor técnica" ou "técnica e preço" serão utilizados exclusivamente para serviços de natureza predominantemente intelectual, em especial na elaboração de projetos, cálculos, fiscalização, supervisão e gerenciamento e de engenharia consultiva em geral e, em particular, para a elaboração de estudos técnicos preliminares e projetos básicos e executivos.

• Para contratação de bens e serviços de informática, muito embora não seja de natureza intelectual, a administração adotará obrigatoriamente o tipo de licitação "técnica e preço", permitido o emprego de outro tipo de licitação nos casos indicados em decreto do Poder Executivo.

• Nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso, por óbvio, se usa o tipo “maior lance ou oferta”.

6. Procedimento de Licitação

Apesar de o procedimento licitatório estar detalhado na Lei 8.666/93, não há uma sequência lógica e didática.

A modalidade “concorrência” é a mais complexa, contendo todas as fases bem definidas, sendo que nem todas as modalidades seguem esse mesmo padrão.

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O procedimento licitatório é dividido em duas grandes fases:

6.1. Fase Interna:

Art. 38. O procedimento da licitação será iniciado com a abertura de processo administrativo, devidamente autuado, protocolado e numerado, contendo a autorização respectiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso próprio para a despesa, e ao qual serão juntados oportunamente:

I – edital ou convite e respectivos anexos, quando for o caso;

II – comprovante das publicações do edital resumido, na forma do art. 21 desta Lei, ou da entrega do convite;

III – ato de designação da comissão de licitação, do leiloeiro administrativo ou oficial, ou do responsável pelo convite;

IV – original das propostas e dos documentos que as instruírem;

V – atas, relatórios e deliberações da Comissão Julgadora;

VI – pareceres técnicos ou jurídicos emitidos sobre a licitação, dispensa ou inexigibilidade;

VII – atos de adjudicação do objeto da licitação e da sua homologação;

VIII – recursos eventualmente apresentados pelos licitantes e respectivas manifestações e decisões;

IX – despacho de anulação ou de revogação da licitação, quando for o caso, fundamentado circunstanciadamente;

X – termo de contrato ou instrumento equivalente, conforme o caso;

XI – outros comprovantes de publicações;

XII – demais documentos relativos à licitação.

6.2. Fase Externa:

A fase externa inicia no momento em que a licitação se torna pública.

Portanto, a fase externa começa com a publicação do edital ou envio da carta-convite.

Na sequência, a fase segue os passos trazidos no art. 43:

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I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concorrentes, e sua apreciação;

II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;

III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expressa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;

IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis;

V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constantes do edital;

VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.

6.3. Audiência Pública

Com a finalidade de ampliar o acesso às informações relativas ao contrato a ser firmado, a lei estabelece que em casos de valores muito elevados, deve haver uma audiência pública antes mesmo da publicação do edital.

Art. 39. Sempre que o valor estimado para uma licitação ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas for superior a 100 vezes o limite previsto no art. 23, inciso I, alínea "c" desta Lei (obras e serviços de engenharia acima de R$ 1.500.000,00), o processo licitatório será iniciado, obrigatoriamente, com uma audiência pública concedida pela autoridade responsável.

• Audiência com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para a publicação do edital;

• Divulgação com a antecedência mínima de 10 dias úteis de sua realização.

• Na audiência os interessados terão acesso e direito a todas as informações pertinentes e a se manifestar.

6.4. Instrumentos convocatórios: Edital e Carta-convite

Edital é o meio pelo qual a Administração torna pública quaisquer das modalidades de licita-ção, exceto o convite (que utiliza a carta-convite).

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:

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I – no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições federais;

II – no Diário Oficial do Estado, ou do Distrito Federal quando se tratar, respectivamente, de licitação feita por órgão ou entidade da Administração Pública Estadual ou Municipal, ou do Distrito Federal;

III – em jornal diário de grande circulação no Estado e também, se houver, em jornal de circulação no Município ou na região onde será realizada a obra, prestado o serviço, fornecido, alienado ou alugado o bem, podendo ainda a Administração, conforme o vulto da licitação, utilizar-se de outros meios de divulgação para ampliar a área de competição.

§ 1º O aviso publicado conterá a indicação do local em que os interessados poderão ler e obter o texto integral do edital e todas as informações sobre a licitação.

O edital (ou a carta-convite) é a lei interna da licitação, devendo fixar todas as condições de re-alização da licitação, estando a Administração Pública e os proponentes vinculados a ele (Prin-cípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório).

A carta-convite, instrumento convocatório da modalidade convite, é enviada diretamente aos interessados, não havendo publicação; porém, deve ser afixada cópia em local apropriado, para que os demais tomem conhecimento e possam participar. Aplicam-se à carta-convite, no que couber, as disposições relativas ao edital.

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, obrigatoriamente, o seguinte:

I – objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II – prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contrato e para entrega do objeto da licitação;

III – sanções para o caso de inadimplemento;

IV – local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

V – se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital de licitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;

VI – condições para participação na licitação, em conformidade com os arts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;

VII – critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros objetivos;

VIII – locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentos relativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações necessárias ao cumprimento de seu objeto;

IX – condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras e estrangeiras, no caso de licitações internacionais;

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X – o critério de aceitabilidade dos preços unitário e global, conforme o caso, permitida a fixação de preços máximos e vedados a fixação de preços mínimos, critérios estatísticos ou faixas de variação em relação a preços de referência, ressalvado o disposto nos parágrafos 1º e 2º do art. 48;*

XI – critério de reajuste, que deverá retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida a adoção de índices específicos ou setoriais, desde a data prevista para apresentação da proposta, ou do orçamento a que essa proposta se referir, até a data do adimplemento de cada parcela;

XIII – limites para pagamento de instalação e mobilização para execução de obras ou serviços que serão obrigatoriamente previstos em separado das demais parcelas, etapas ou tarefas;

XIV – condições de pagamento, prevendo:

a) prazo de pagamento não superior a 30 dias, contado a partir da data final do período de adimplemento de cada parcela;

b) cronograma de desembolso máximo por período, em conformidade com a disponibilidade de recursos financeiros;

c) critério de atualização financeira dos valores a serem pagos, desde a data final do período de adimplemento de cada parcela até a data do efetivo pagamento;

d) compensações financeiras e penalizações, por eventuais atrasos, e descontos, por eventuais antecipações de pagamentos;

e) exigência de seguros, quando for o caso;

XV – instruções e normas para os recursos previstos nesta Lei;

XVI – condições de recebimento do objeto da licitação;

XVII – outras indicações específicas ou peculiares da licitação.

§ 1º O original do edital deverá ser datado, rubricado em todas as folhas e assinado pela autoridade que o expedir, permanecendo no processo de licitação, e dele extraindo-se cópias integrais ou resumidas, para sua divulgação e fornecimento aos interessados.

* Sobre a vedação a estipulação de preço mínimo no edital:

• Art. 48. Serão desclassificadas as propostas: II – propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis, assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato convocatório da licitação.

• § 1º Consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70% do menor dos seguintes valores:

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a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% do valor orçado pela administração, ou

b) valor orçado pela administração.

§ 2º Dos licitantes classificados na forma do parágrafo anterior cujo valor global da proposta for inferior a 80% do menor valor a que se referem as alíneas "a" e "b", será exigida, para a assinatura do contrato, prestação de garantia adicional.

Ressaltando que a vedação a estipulação prévia de um valor mínimo ocorre apenas em rela-ção a valores a serem pagos pela Administração. Por óbvio, quando ocorre o inverso, ou seja, quando a Administração está alienando um bem seu, a fixação de um preço mínimo é obriga-tória (Art. 53, § 1º Todo bem a ser leiloado será previamente avaliado pela Administração para fixação do preço mínimo de arrematação).

• Antecedência mínima do edital:

Os interessados em licitar precisa de um prazo para que possam analisar as condições da licita-ção, elaborar suas propostas e se preparar para participar.

Portanto, a lei estabelece prazos mínimos que a Administração terá que dar, a partir da publi-cação do edital do da expedição da carta-convite (os prazos podem ser maiores, mas nunca menores).

Os prazos são definidos conforme a modalidade de licitação, sendo os prazos maiores para as mais complexas e os menores para as mais simples.

Art. 21, § 2º O prazo mínimo até o recebimento das propostas ou da realização do evento será:

→ I – 45 dias para:

a) concurso;

b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

→ II – 30 dias para:

a) concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior;

b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";

→ III – 15 dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior, ou leilão;

→ IV – 5 dias úteis para convite.

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PRAZO HIPÓTESES

45 dias concurso; concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar oregime de empreitada integral ou quando a licitação for do tipo"melhor técnica" ou "técnica e preço";

30 dias concorrência, nos casos não especificados na alínea "b" do incisoanterior; tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica"ou "técnica e preço";

15 dias tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do inciso anterior; leilão;

5 dias úteis convite

8 dias úteis Pregão (Lei 10.520/02)

• Impugnações ao Edital:

Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1º Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5 dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em até 3 dias úteis.

§ 2º Decairá do direito de impugnar os termos do edital de licitação perante a administração o licitante que não o fizer até o 2º dia útil que anteceder a abertura dos envelopes de habilitação em concorrência, a abertura dos envelopes com as propostas em convite, tomada de preços ou concurso, ou a realização de leilão, as falhas ou irregularidades que viciariam esse edital, hipótese em que tal comunicação não terá efeito de recurso.

§ 3º A impugnação feita tempestivamente pelo licitante não o impedirá de participar do processo licitatório até o trânsito em julgado da decisão a ela pertinente.

§ 4º A inabilitação do licitante importa preclusão do seu direito de participar das fases subseqüentes.

6.5. Comissão de licitação

As etapas de habilitação dos licitantes e de julgamento das propostas serão feitas por uma co-missão.

Art. 51. A habilitação preliminar, a inscrição em registro cadastral, a sua alteração ou cancela-mento, e as propostas serão processadas e julgadas por comissão permanente ou especial de, no mínimo, 3 membros, sendo pelo menos 2 deles servidores qualificados pertencentes aos quadros permanentes dos órgãos da Administração responsáveis pela licitação.

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§ 1º No caso de convite, a Comissão de licitação, excepcionalmente, nas pequenas unidades administrativas e em face da exigüidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por servidor formalmente designado pela autoridade competente.

§ 2º A Comissão para julgamento dos pedidos de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento, será integrada por profissionais legalmente habilitados no caso de obras, serviços ou aquisição de equipamentos.

§ 3º Os membros das Comissões de licitação responderão solidariamente por todos os atos praticados pela Comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

§ 4º A investidura dos membros das Comissões permanentes não excederá a 1 ano, vedada a recondução da totalidade de seus membros para a mesma comissão no período subseqüente.

§ 5º No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.

6.6. Habilitação dos Licitantes

Na fase de habilitação, se faz a verificação da documentação para avaliar as qualidades pesso-ais de cada licitante. Tem por finalidade assegurar que, caso aquele licitante seja o vencedor, terá capacidade técnica, financeira e idoneidade para cumprir o contrato objeto da licitação.

A regra é que a habilitação ocorra antes da análise das propostas, sendo que, nesse caso, os inabilitados serão excluídos do procedimento sem ao menos terem suas propostas analisadas (os envelopes são devolvidos lacrados).

A lei enumera os documentos a serem exigidos dos licitantes, sendo vedado exigências supér-fluas e desnecessárias que possam direcionar ou favorecer outros participantes.

Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:

I – habilitação jurídica;

II – qualificação técnica;

III – qualificação econômico-financeira;

IV – regularidade fiscal e trabalhista;

V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da CF (restrições e proibições ao trabalho de menores)

Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em órgão da imprensa oficial.

§ 1º A documentação poderá ser dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso, fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.

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§ 7º A documentação poderá ser dispensada, nos termos de regulamento, no todo ou em parte, para a contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, desde que para pronta entrega ou até o valor previsto na alínea “a” do inciso II do caput do art. 23 (até 80 mil).

§ 3º A documentação poderá ser substituída por registro cadastral emitido por órgão ou entidade pública, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em obediência ao disposto nesta Lei.

§ 5º Não se exigirá, para a habilitação de que trata este artigo, prévio recolhimento de taxas ou emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, quando solicitado, com os seus elementos constitutivos, limitados ao valor do custo efetivo de reprodução gráfica da documentação fornecida.

→ Art. 28. A documentação relativa à habilitação jurídica, conforme o caso, consistirá em:

I – cédula de identidade;

II – registro comercial, no caso de empresa individual;

III – ato constitutivo, estatuto ou contrato social em vigor, devidamente registrado, em se tratando de sociedades comerciais, e, no caso de sociedades por ações, acompanhado de documentos de eleição de seus administradores;

IV – inscrição do ato constitutivo, no caso de sociedades civis, acompanhada de prova de diretoria em exercício;

V – decreto de autorização, em se tratando de empresa ou sociedade estrangeira em funcionamento no País, e ato de registro ou autorização para funcionamento expedido pelo órgão competente, quando a atividade assim o exigir.

→ Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal e trabalhista, conforme o caso, con-sistirá em:

I – prova de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Geral de Contribuintes (CGC);

II – prova de inscrição no cadastro de contribuintes estadual ou municipal, se houver, relativo ao domicílio ou sede do licitante, pertinente ao seu ramo de atividade e compatível com o objeto contratual;

III – prova de regularidade para com a Fazenda Federal, Estadual e Municipal do domicílio ou sede do licitante, ou outra equivalente, na forma da lei;

IV – prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos encargos sociais instituídos por lei.

V – prova de inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a apresentação de certidão negativa, nos termos da CLT.

→ Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á a:

I – registro ou inscrição na entidade profissional competente;

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II – comprovação de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, e indicação das instalações e do aparelhamento e do pessoal técnico adequados e disponíveis para a realização do objeto da licitação, bem como da qualificação de cada um dos membros da equipe técnica que se responsabilizará pelos trabalhos;

III – comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação;

IV – prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial, quando for o caso.

→ Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a:

I – balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, já exigíveis e apresentados na forma da lei, que comprovem a boa situação financeira da empresa, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios, podendo ser atualizados por índices oficiais quando encerrado há mais de 3 meses da data de apresentação da proposta;

II – certidão negativa de falência ou concordata expedida pelo distribuidor da sede da pessoa jurídica, ou de execução patrimonial, expedida no domicílio da pessoa física;

III – garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e § 1º do art. 56 desta Lei, limitada a 1% do valor estimado do objeto da contratação (possibilidade de a Administração exigir garantia).

A Lei Complementar 123/2006 (Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Peque-no Porte) traz regras especiais e mais favoráveis às ME e EPP quanto às exigências de compro-vações de regularidades fiscais nas licitações.

Conforme a LC, é possível que a documentação seja apresentada, mesmo que contenha alguma restrição (débitos tributários, situação fiscal irregular...), pois a regularização somente será exi-gida no momento da assinatura do contrato, caso a ME ou EPP seja vencedora.

Caso reste vencedora, terá o prazo de 5 dias úteis (prorrogáveis por mais 5) para regularizar a situação.

Se não regularizar o prazo, ocorrerá a decadência o seu direito à contratação.

A Lei Complementar 155/2015 estendeu esse mesmo favorecimento às ME e EPP em relação à comprovação da regularidade trabalhista (aplicáveis a partir de janeiro de 2018 – já está em vigor, mas só produzirá efeitos a partir dessa data).

6.7. Registros Cadastrais

Art. 34. Para os fins desta Lei, os órgãos e entidades da Administração Pública que realizem freqüentemente licitações manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar, válidos por, no máximo, 1 ano.

§ 1º O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mínimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.

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§ 2º É facultado às unidades administrativas utilizarem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.

Art. 35. Ao requerer inscrição no cadastro, ou atualização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à satisfação das exigências do art. 27 (documentação relativa à habilitação jurídica, qualificação técnica, econômico-financeira, regularidade fiscal e trabalhista, cumprimento as regas da CF sobre trabalho de menores).

Art. 36. Os inscritos serão classificados por categorias, tendo-se em vista sua especialização, subdivididas em grupos, segundo a qualificação técnica e econômica avaliada pelos elementos constantes da documentação .

§ 1º Aos inscritos será fornecido certificado, renovável sempre que atualizarem o registro.

§ 2º A atuação do licitante no cumprimento de obrigações assumidas será anotada no respectivo registro cadastral.

Art. 37. A qualquer tempo poderá ser alterado, suspenso ou cancelado o registro do inscrito que deixar de satisfazer as exigências do art. 27 desta Lei, ou as estabelecidas para classificação cadastral.

6.8. Julgamento das Propostas

O julgamento consiste no confronto das ofertas com a consequente classificação dos licitantes, determinando-se o vencedor.

O tipo de licitação previsto no edital vai definir qual o critério de julgamento.

Em regra, o julgamento ocorre por uma comissão.

Na primeira fase do julgamento, a Administração verifica a conformidade da proposta com os requisitos do edital (proposta em desconformidade serão desclassificadas);

Na segunda fase, se faz a ordem de classificação entre os concorrentes que restaram (primeiro lugar, segundo lugar...).

Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e princípios estabelecidos por esta Lei.

§ 1º É vedada a utilização de qualquer elemento, critério ou fator sigiloso, secreto, subjetivo ou reservado que possa ainda que indiretamente elidir o princípio da igualdade entre os licitantes.

§ 2º Não se considerará qualquer oferta de vantagem não prevista no edital ou no convite, inclusive financiamentos subsidiados ou a fundo perdido, nem preço ou vantagem baseada nas ofertas dos demais licitantes (ex.: ofereço 5% mais barato do que o concorrente).

§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.

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Art. 48, § 3º Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de 8 dias úteis para a apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste prazo para 3 dias úteis.

6.9. Homologação e Adjudicação ao vencedor

O trabalho da comissão termina com a divulgação do resultado do julgamento, passando-se o processo à autoridade competente, para deliberação quanto à homologação e adjudicação do objeto da licitação.

Na fase de homologação ocorre o controle de legalidade do procedimento, ou seja, a autorida-de vai verificar se tudo ocorreu conforme a lei. Havendo irregularidades sanáveis, retorna-se à comissão para saneamento; se houver irregularidades insanáveis, anula-se o processo (ao me-nos do ponto onde ocorreu o vício).

Adjudicação é o ato final do procedimento de licitação, através do qual se atribui ao vencedor o objeto da licitação. Após, inicia-se a fase contratual.

→ Obs.: adjudicação não se confunde com a celebração do contrato; significa que quando a Administração for celebrar o contrato, será com o vencedor. (Art. 50. A Administração não poderá celebrar o contrato com preterição da ordem de classificação das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade).

7. Pregão – Lei 10.520/2002

Pregão é a 6ª modalidade de licitação, prevista na Lei 10.520/02.

Essa modalidade foi instituída, inicialmente, pela MP 2.026/2000, quando era modalidade apli-cável apenas no âmbito Federal (União).

A Lei 10.520/02, de caráter geral e nacional, veio estender o pregão a todas as esferas da Fede-ração: União, Estados, Municípios e DF.

Pregão é a modalidade de licitação, sempre do tipo menor preço, destinada à aquisição de bens e serviços comuns, que pode ser utilizada para qualquer valor de contrato (Marcelo Ale-xandrino e Vicente Paulo).

Trata-se de uma modalidade pouco complexa, possibilitando maior celeridade na contratação de bens e serviços comuns.

• Decreto nº 3.555/2000 – regulamenta o pregão presencial no âmbito Federal. • Decreto nº 5.450/2005 – regulamenta o pregão eletrônico no âmbito Federal.

Lei nº 10.520/2002 – Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

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Consideram-se bens e serviços comuns, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado (são os comezinhos, ordinários, sem peculiaridades ou características técnicas especiais)

Portanto, o que define a utilização da modalidade pregão é a natureza do objeto, independen-temente do valor do contrato.

A modalidade pregão sempre adotará o tipo de licitação menor preço.

O pregão é realizado mediante propostas e lances em sessão pública.

Após a abertura das propostas, os participantes ainda poderão fazer lances verbais, até que se chegue no vencedor: o que ofertar o menor preço.

Examina-se a proposta classificada em 1º lugar (objeto e valor).

Após, o pregoeiro vai abrir os envelopes da habilitação do vencedor para verificar o atendi-mentos das condições fixadas no edital.

Na sequência, ocorrerá a adjudicação e depois a homologação.

Art. 2º, § 1º Poderá ser realizado o pregão por meio da utilização de recursos de tecnologia da informação, nos termos de regulamentação específica.

§ 2º Será facultado, nos termos de regulamentos próprios da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a participação de bolsas de mercadorias no apoio técnico e operacional aos órgãos e entidades promotores da modalidade de pregão, utilizando-se de recursos de tecnologia da informação.

§ 3º As bolsas deverão estar organizadas sob a forma de sociedades civis sem fins lucrativos e com a participação plural de corretoras que operem sistemas eletrônicos unificados de pregões.

Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte:

I – a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento;

II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição;

III – dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; e

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IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor.

§ 1º A equipe de apoio deverá ser integrada em sua maioria por servidores ocupantes de cargo efetivo ou emprego da administração, preferencialmente pertencentes ao quadro permanente do órgão ou entidade promotora do evento.

§ 2º No âmbito do Ministério da Defesa, as funções de pregoeiro e de membro da equipe de apoio poderão ser desempenhadas por militares.

Art. 4º A fase externa do pregão será iniciada com a convocação dos interessados e observará as seguintes regras:

I – a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento de que trata o art. 2º;

II – do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;

III – do edital constarão todos os elementos definidos na forma do inciso I do art. 3º (objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento), as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;

IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas na forma da Lei 9.755/98 (homepage do TCU).

V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 dias úteis;

VI – no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes ao certame;

VII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade das propostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;

VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;

IX – não havendo pelo menos 3 ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3, oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;

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X – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;

XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;

XII – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;

XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações técnica e econômico-financeira;

XIV – os licitantes poderão deixar de apresentar os documentos de habilitação que já constem do Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores – Sicaf e sistemas semelhantes mantidos por Estados, Distrito Federal ou Municípios, assegurado aos demais licitantes o direito de acesso aos dados nele constantes;

XV – verificado o atendimento das exigências fixadas no edital, o licitante será declarado vencedor;

XVI – se a oferta não for aceitável ou se o licitante desatender às exigências habilitatórias, o pregoeiro examinará as ofertas subseqüentes e a qualificação dos licitantes, na ordem de classificação, e assim sucessivamente, até a apuração de uma que atenda ao edital, sendo o respectivo licitante declarado vencedor;

XVII – nas situações previstas nos incisos XI e XVI, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido preço melhor;

XVIII – declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de 3 dias para apresentação das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar contra-razões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

XIX – o acolhimento de recurso importará a invalidação apenas dos atos insuscetíveis de aproveitamento;

XX – a falta de manifestação imediata e motivada do licitante importará a decadência do direito de recurso e a adjudicação do objeto da licitação pelo pregoeiro ao vencedor;

XXI – decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação do objeto da licitação ao licitante vencedor;

XXII – homologada a licitação pela autoridade competente, o adjudicatário será convocado para assinar o contrato no prazo definido em edital; e

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XXIII – se o licitante vencedor, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato, aplicar-se-á o disposto no inciso XVI (o pregoeiro examinará as ofertas subsequentes).

• Art. 5º É vedada a exigência de:

I – garantia de proposta;

II – aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação no certame; e

III – pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso.

• Art. 6º O prazo de validade das propostas será de 60 dias, se outro não estiver fixado no edital.

• Art. 7º Quem:

a) convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não celebrar o contrato;

b) deixar de entregar ou apresentar documentação falsa exigida para o certame;

c) ensejar o retardamento da execução de seu objeto;

d) não mantiver a proposta;

e) falhar ou fraudar na execução do contrato;

f) comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será descredenciado no Sicaf, ou nos sistemas de cadastramento de fornecedores pelo prazo de até 5 anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato e das demais cominações legais.

• Art. 8º Os atos essenciais do pregão, inclusive os decorrentes de meios eletrônicos, serão documentados no processo respectivo, com vistas à aferição de sua regularidade pelos agentes de controle, nos termos do regulamento previsto no art. 2º.

• Art. 9º Aplicam-se subsidiariamente, para a modalidade de pregão, as normas da Lei 8.666/93.

8. Anulação e Revogação de Licitação

• A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de legalidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos de terceiros de boa-fé.

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→ Anulação pode ser feita pelo própria Administração ou pelo Judiciário – efeito ex tunc (pra trás).

→ Revogação pode ser feita apenas pela Administração – efeito ex nunc (pra frente).

A licitação, como sendo uma sequencia encadeada de atos administrativos, também está su-jeita a anulação ou revogação desses atos.

Art. 49. A autoridade competente para a aprovação do procedimento somente poderá revogar a licitação por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, devendo anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado (em ambos os casos).

→ Anulação – ocorrendo ilegalidade insanável em na prática de algum ato do procedimento licitatório, esse ato deverá ser anulado, tornando-se inválido – invalida-se desde a origem do vício e invalidam-se as etapas posteriores que dele dependeram.

§ 1º A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de indenizar, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

§ 2º A nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato, ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 59 desta Lei.

Art. 59. A declaração de nulidade do contrato administrativo opera retroativamente impedindo os efeitos jurídicos que ele, ordinariamente, deveria produzir, além de desconstituir os já produzidos.

Parágrafo único. A nulidade não exonera a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este houver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente comprovados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe deu causa.

→ A revogação da licitação sofre algumas limitação em relação à regra geral (de que é um ato discricionários da Administração). No caso de licitação, somente poderá haver revogação em 2 hipóteses:

a) por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprovado, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, mediante parecer escrito e devidamente fundamentado ( art. 49);

b) é facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contrato ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabelecidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar a licitação (art. 64, § 2º).

§ 3º No caso de desfazimento do processo licitatório (seja por anulação ou revogação), fica assegurado o contraditório e a ampla defesa.

§ 4º O disposto neste artigo e seus parágrafos aplica-se aos atos do procedimento de dispensa e de inexigibilidade de licitação.

Do ato que anula ou revoga licitação, cabe recurso administrativo no prazo de 5 dias úteis (art. 109, I, “c”).

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9. Contratação Direta

A regra geral é de que a Administração Pública deve realizar licitação previamente à celebra-ção dos contratos administrativos.

No entanto, a própria CF prevê a possibilidade de a lei estabelecer hipóteses em que a licita-ção não ocorrerá ou que poderá não ocorrer: art. 37, XXI – “ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública...”

Ressalte-se que em caso de concessão ou permissão de serviços públicos não é possível a con-tratação sem prévia licitação.

As situações de contratações diretas dividem-se em 2 grupos: situações de inexigibilidade e situações de dispensa.

→ Inexigibilidade – quando a licitação é juridicamente impossível, por não haver possibilidade de competição, devido à inexistências de pluralidade de proponentes.

→ Dispensa – quando a licitação é possível, mas a lei dispensa ou permite que seja dispensada a licitação. Quando a lei expressamente dispensa a licitação, temos a licitação dispensada. Quando a lei autoriza a Administração a deixar de licitar, temos a licitação dispensável.

LICITAÇÃO

Dispensa

Dispensada

A lei diretamente

dispensa

Dispensável

A lei permite que a Administração

dispense

Inexigibilidade

Não há possibilidade de

competição

9.1. INEXIGIBILIDADE

• Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial (rol exemplificativo):

I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;

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II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;

III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.

• Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a:

I – estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos;

II – pareceres, perícias e avaliações em geral;

III – assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias;

IV – fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

V – patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

VI – treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

VII – restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

• Sobre a inexigibilidade:

É vedada a inexigibilidade de licitação para serviços de publicidade e divulgação.

Não sendo caso de inexigibilidade, a contratação de serviços técnicos profissionais especializa-dos do art. 13 é feita preferencialmente através da modalidade concurso.

A inexigibilidade de licitação deve ser sempre motivada, com a exposição das causas que leva-ram a Administração a concluir pela impossibilidade de competição.

Em relação às empresas públicas, sociedades de economia mista e suas subsidiárias, as re-gras para a Inexigibilidade de licitação constam na Lei 13.303/2016 (Estatuto Jurídico das EP e SEM), não se aplicando as regras da Lei 8.666.

9.2. DISPENSA

• Na dispensa, embora haja possibilidade jurídica de competição:

a) a lei diretamente dispensa a licitação (licitação dispensada); ou

b) autoriza que a Administração a dispense, por critérios de conveniência ou oportunidade (licitação dispensável).

Licitação Dispensada (não pode haver licitação)

• Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

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I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

a) dação em pagamento;

b) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i;

c) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei (imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia);

d) investidura (alienação a lindeiros de area remenescente e inaproveitável pela Administração; ou alienação de areas para fins residenciais construídos em núcleos anexos a usinas hidrelétricas);

e) venda a outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo;

f) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis residenciais construídos, destinados ou efetivamente utilizados no âmbito de programas habitacionais ou de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

g) procedimentos de legitimação de posse, mediante iniciativa e deliberação dos órgãos da Administração Pública em cuja competência legal inclua-se tal atribuição;

h) alienação gratuita ou onerosa, aforamento, concessão de direito real de uso, locação ou permissão de uso de bens imóveis de uso comercial de âmbito local com área de até 250 m² (duzentos e cinqüenta metros quadrados) e inseridos no âmbito de programas de regularização fundiária de interesse social desenvolvidos por órgãos ou entidades da administração pública;

i) alienação e concessão de direito real de uso, gratuita ou onerosa, de terras públicas rurais da União e do Incra, onde incidam ocupações até o limite de que trata o § 1º do art. 6º da Lei nº 11.952, de 25 de junho de 2009, para fins de regularização fundiária, atendidos os requisitos legais; e (Redação dada pela Lei nº 13.465, 2017)

II – quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos seguintes casos:

a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência sócio-econômica, relativamente à escolha de outra forma de alienação;

b) permuta, permitida exclusivamente entre órgãos ou entidades da Administração Pública;

c) venda de ações, que poderão ser negociadas em bolsa, observada a legislação específica;

d) venda de títulos, na forma da legislação pertinente;

e) venda de bens produzidos ou comercializados por órgãos ou entidades da Administração Pública, em virtude de suas finalidades;

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f) venda de materiais e equipamentos para outros órgãos ou entidades da Administração Pública, sem utilização previsível por quem deles dispõe.

§ 2º A Administração também poderá conceder título de propriedade ou de direito real de uso de imóveis, dispensada licitação, quando o uso destinar-se:

I – a outro órgão ou entidade da Administração Pública, qualquer que seja a localização do imóvel;

II – a pessoa natural que, nos termos da lei, de regulamento ou de ato normativo do órgão competente, haja implementado os requisitos mínimos de cultura, ocupação mansa e pacífica e exploração direta sobre área rural limitada a quinze módulos fiscais, desde que não exceda a 1.500ha (mil e quinhentos hectares);

Art. 17, § 4º A doação com encargo será licitada e de seu instrumento constarão, obrigatoriamente os encargos, o prazo de seu cumprimento e cláusula de reversão, sob pena de nulidade do ato, sendo dispensada a licitação no caso de interesse público devidamente justificado.

• Doação com encargo é aquela em que o doador impõe alguma obrigação ao donatário, a fim de que seja cumprida para que receba a doação.

Licitação Dispensável (pode ou não haver licitação)

• Art. 24. É dispensável a licitação:

I – para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente (até R$ 15.000,00);

II – para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só vez (até R$ 8.000,00);

III – nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem;

IV – nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos;

V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas (licitação deserta);

VI – quando a União tiver que intervir no domínio econômico para regular preços ou normalizar o abastecimento;

VII – quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais

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competentes (licitação fracassada), casos em que, observado o parágrafo único (3º) do art. 48 desta Lei (quando todos inabilitados ou propostas desclassificadas, haverá nova convocação para apresentarem novas propostas ou documentos) e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços;

VIII – para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado;

IX – quando houver possibilidade de comprometimento da segurança nacional, nos casos estabelecidos em decreto do Presidente da República, ouvido o Conselho de Defesa Nacional;

X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;

XI – na contratação de remanescente de obra, serviço ou fornecimento, em conseqüência de rescisão contratual, desde que atendida a ordem de classificação da licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido;

XII – nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia;

XIII – na contratação de instituição brasileira incumbida regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição dedicada à recuperação social do preso, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não tenha fins lucrativos;

XIV – para a aquisição de bens ou serviços nos termos de acordo internacional específico aprovado pelo Congresso Nacional, quando as condições ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder Público;

XV – para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.

XVI – para a impressão dos diários oficiais, de formulários padronizados de uso da administração, e de edições técnicas oficiais, bem como para prestação de serviços de informática a pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que integrem a Administração Pública, criados para esse fim específico;

XVII – para a aquisição de componentes ou peças de origem nacional ou estrangeira, necessários à manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica, junto ao fornecedor original desses equipamentos, quando tal condição de exclusividade for indispensável para a vigência da garantia;

XVIII – nas compras ou contratações de serviços para o abastecimento de navios, embarcações, unidades aéreas ou tropas e seus meios de deslocamento quando em estada eventual de curta duração em portos, aeroportos ou localidades diferentes de suas sedes, por motivo de movimentação operacional ou de adestramento, quando a exiguidade dos prazos legais puder

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comprometer a normalidade e os propósitos das operações e desde que seu valor não exceda ao limite previsto na alínea "a" do inciso II do art. 23 desta Lei (não exceda a R$ 80.000,00):

XIX – para as compras de material de uso pelas Forças Armadas, com exceção de materiais de uso pessoal e administrativo, quando houver necessidade de manter a padronização requerida pela estrutura de apoio logístico dos meios navais, aéreos e terrestres, mediante parecer de comissão instituída por decreto;

XX – na contratação de associação de portadores de deficiência física, sem fins lucrativos e de comprovada idoneidade, por órgãos ou entidades da Admininistração Pública, para a prestação de serviços ou fornecimento de mão-de-obra, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXI – para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do caput do art. 23 (limitada a R$ 300.000,00); (Incluído pela Lei nº 13.243, de 2016)

XXII – na contratação de fornecimento ou suprimento de energia elétrica e gás natural com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo as normas da legislação específica;

XXIII – na contratação realizada por empresa pública ou sociedade de economia mista com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.

XXIV – para a celebração de contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.

XXV – na contratação realizada por Instituição Científica e Tecnológica – ICT ou por agência de fomento para a transferência de tecnologia e para o licenciamento de direito de uso ou de exploração de criação protegida.

XXVI – na celebração de contrato de programa com ente da Federação ou com entidade de sua administração indireta, para a prestação de serviços públicos de forma associada nos termos do autorizado em contrato de consórcio público ou em convênio de cooperação.

XXVII – na contratação da coleta, processamento e comercialização de resíduos sólidos urbanos recicláveis ou reutilizáveis, em áreas com sistema de coleta seletiva de lixo, efetuados por associações ou cooperativas formadas exclusivamente por pessoas físicas de baixa renda reconhecidas pelo poder público como catadores de materiais recicláveis, com o uso de equipamentos compatíveis com as normas técnicas, ambientais e de saúde pública.

XXVIII – para o fornecimento de bens e serviços, produzidos ou prestados no País, que envolvam, cumulativamente, alta complexidade tecnológica e defesa nacional, mediante parecer de comissão especialmente designada pela autoridade máxima do órgão.

XXIX – na aquisição de bens e contratação de serviços para atender aos contingentes militares das Forças Singulares brasileiras empregadas em operações de paz no exterior, necessariamente justificadas quanto ao preço e à escolha do fornecedor ou executante e ratificadas pelo Comandante da Força.

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XXX – na contratação de instituição ou organização, pública ou privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação de serviços de assistência técnica e extensão rural no âmbito do Programa Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária, instituído por lei federal.

XXXI – nas contratações visando ao cumprimento do disposto nos arts. 3º, 4º, 5º e 20 da Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004, observados os princípios gerais de contratação dela constantes (incentivos à inovação e à pesquisa científica e tecnológica).

XXXII – na contratação em que houver transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, no âmbito da Lei nº 8.080/90, conforme elencados em ato da direção nacional do SUS, inclusive por ocasião da aquisição destes produtos durante as etapas de absorção tecnológica.

XXXIII – na contratação de entidades privadas sem fins lucrativos, para a implementação de cisternas ou outras tecnologias sociais de acesso à água para consumo humano e produção de alimentos, para beneficiar as famílias rurais de baixa renda atingidas pela seca ou falta regular de água.

XXXIV – para a aquisição por pessoa jurídica de direito público interno de insumos estratégicos para a saúde produzidos ou distribuídos por fundação que, regimental ou estatutariamente, tenha por finalidade apoiar órgão da administração pública direta, sua autarquia ou fundação em projetos de ensino, pesquisa, extensão, desenvolvimento institucional, científico e tecnológico e estímulo à inovação, inclusive na gestão administrativa e financeira necessária à execução desses projetos, ou em parcerias que envolvam transferência de tecnologia de produtos estratégicos para o Sistema Único de Saúde – SUS, nos termos do inciso XXXII deste artigo, e que tenha sido criada para esse fim específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado. (Incluído pela Lei nº 13.204, de 2015)

10. Contratos Administrativos

• Contrato administrativo é o ajuste entre a administração pública, atuando na qualidade de poder público, e particulares, firmado nos termos estipulados pela própria administração contratante, em conformidade com o interesse público, e sob regência predominante do direito público (Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo).

• Contratos administrativos são espécies do gênero “contrato”, entretanto, com a diferença de termos em um dos polos o poder público e se sujeitar predominantemente ao regime jurídico de direito público.

• O objeto dos contratos administrativos consiste em uma relação jurídica concernente a qualquer bem, direito ou serviço que seja do interesse da administração pública, ou necessária ao desempenho de suas atividades – obras, compras, fornecimentos, locações, alienações, serviços, concessões.

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10.1. Formação do contrato:

• Considerando que um contrato deve ser bilateral em sua formação, é necessário que haja livre manifestação de vontade do particular em contratar com a administração (formação); no entanto, após a assinatura, o contrato se sujeita às suas cláusulas e às disposições legais a ele vinculadas.

• Além da livre manifestação de vontade, são elementos de qualquer contrato:

a) não contrariar disposição legal;

b) objeto lícito e possível;

c) capacidade das partes;

d) forma prescrita ou não defesa em lei.

• Não confundir:

Contratos Administrativos Contratos de Direito Privado da Administração Pública

• Regidos pelo direito público (predomin) • Regidos pelo direito privado (predomin)

• Administração em um dos polos na qualidade de poder público

• Administração em um dos polos, semrevestir-se de poder público

• Prerrogativas públicas presentes mesmo que não explicitadas no instrumento do contrato (cláusulas exorbitantes)

• Prerrogativas públicas admitidas, no que couber, desde que explicitadas no instrumento do contrato.

• Verticalidade na relação jurídica com o particular

• Igualdade jurídica entre a Administração Pública e o particular

• Ex.: contrato de concessão de serviço público; contrato para construção de uma escola pública.

• Ex.: autarquia alienando um veículo; venda de ações de uma SEM; contratações bancárias.

10.2. Legislação pertinente:

• De acordo com a CF, as normas gerais, de caráter nacional, a respeito dos contratos, são de competência privativa da União.

Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: XXVII – normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;

• Lei 8.666/93 – estabelece as normas gerais a respeito dos contratos, sendo aplicável, inclusive, subsidiariamente, nas demais hipóteses de contratos reguladas em leis específicas.

• Lei 8.987/95 – prevê regramento próprio para os contratos de concessão e permissão de serviços públicos.

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• Lei 11.079/04 – disciplina especialmente os contratos administrativos de parcerias píblico-privadas (PPP), que consistem em uma peculiar modalidade de concessão.

• Lei 12.462/11 – institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC).

• Lei 13.303/16 – Estatuto jurídico das Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista.

10.3. Características dos contratos administrativos

→ Cláusulas exorbitantes

São prerrogativas de direito público que decorrem diretamente de lei, conferidas exclusivamen-te à Administração Pública. Extrapolam aquilo que seria admitido no direito comum (contrato privado), por isso são chamadas de exorbitantes.

As cláusulas exorbitantes podem ser explícitas ou implícitas (não precisam constar expressa-mente no instrumento do contrato), sendo a característica que mais diferencia os contratos administrativos dos ajustes de direito privado.

Lei 8.666/93. Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:

I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;

II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 desta Lei;

III – fiscalizar-lhes a execução;

IV – aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste (multa, advertência, suspensão temporária de participação em licitação...);

V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.

→ Formalismo

Quase em todos os casos, os contratos administrativos devem ser formais e escritos.

A regra é que é nulo o contrato verbal com a administração pública, salvo o de pequenas com-pras a pronto pagamento:

Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu origem.

Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% do limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento (R$ 4.000,00).

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Art. 61. Todo contrato deve mencionar:

a) os nomes das partes e os de seus representantes;

b) a finalidade;

c) o ato que autorizou a sua lavratura;

d) o número do processo da licitação, da dispensa ou da inexigibilidade;

e) a sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas contratuais.

Além desses requisitos, é indispensável a publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos na imprensa oficial, a ser providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus.

→ Contrato de Adesão

Os contratos administrativos são da categoria de “adesão”, o que significa que uma das partes (Administração) propõe suas cláusulas e a outra (particular) não pode propor alterações, su-pressões ou acréscimos.

O particular tem autonomia de vontade ao contratar com a administração, mas essa liberdade se limita a dizer “sim” ou “não”, ou seja, se aceita ou não os termos do contrato.

Ao participar da licitação, as partes já tomam conhecimento dos termos do contrato, já que a lei determina que “A minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato convocatório da licitação” (art. 62, § 1º).

→ Presonalidade (intuitu personae)

Em regra, os contratos administrativos são pessoais, celebrados intuitu personae.

Isso significa que os contratos devem ser executados pela pessoa (física ou jurídica) que se obrigou perante a administração.

Como os contratos administrativos são realizados após um processo licitatório (salvo dispensa ou inexibilidade), que visam selecionar não apenas a proposta mais vantajosa, mas também que a pessoa contratada ofereça condições de assegurar o que foi contratado, os contratos têm natureza pessoal.

Portanto, em regra, não é possível a subcontratação do que foi celebrado (sendo, inclusive, motivo para rescisão do contrato pela Administração).

A regra não é absoluta; há hipóteses de subcontratação parcial, desde que previsto no contrato:

Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela Administração.

Entretanto, há casos em que não será possível a subcontratação:

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Art. 13, § 3º A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do contrato.